Ediçao N.º 1615

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Francisco Duarte: disponível para avançar em Castro Verde

Cante alentejano: agora a última palavra cabe à Unesco

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Este VALE

€1,20

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Veja como na página 25

na Postos BP Beja

SEXTA-FEIRA, 5 ABRIL 2013 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXI, N.o 1615 (II Série) | Preço: € 0,90

Com sete meses de atraso em relação ao calendário inicialmente previsto

Obras nas Portas de Mértola de Beja concluídas dentro de duas semanas JOSÉ FERROLHO

Reportagem nas págs. 16/17

O melhor azeite biológico do mundo é produzido em Santa Iria, Serpa pág. 10

Ainda não vai ser nos próximos dias que o inverno cederá lugar à primavera. Segundo as previsões da meteorologia, o tempo chuvoso vai entrar por abril adentro. Nesta imagem podemos observar um acontecimento raro: a abertura das comportas da barragem do Roxo, que abastece Beja e Aljustrel. A fotorreportagem completa está na página do Facebook do “Diário do Alentejo”. PUB

IPBeja protege telefones das “altas chefias do Estado” pág. 12

No mês de abril águas muito mais que mil

Agricultores preocupados com novas alterações fiscais pág. 9


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Editorial Resistência

Vice-versa Os agrupamentos agora criados têm uma dimensão equilibrada e racional. Têm em conta as características geográficas, a população escolar e os recursos humanos e materiais disponíveis. Criam estruturas verticais, que facilitam o percurso escolar dos alunos e a articulação entre os diversos níveis de ensino. Comunicado do Ministério da Educação e Ciência

Paulo Barriga

A autarquia de Beja, bem como o Conselho Municipal de Educação e a Assembleia Municipal, tem uma posição “desfavorável” à criação de mega-agrupamentos, e estuda a possibilidade de “tomar outras posições” para defender “um setor fundamental para o concelho”.

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a última terça-feira o jornal “Público” dava conta da infelizmente banal história de Alcides Santos. Um gestor de sistemas informáticos, de 46 anos, pai de dois filhos, residente na Moita do Ribatejo, que está desempregado vai para dois anos. Quantos Alcides não existirão por esse país fora? Tantos que se o assunto acabasse por aqui, nem valor de notícia teria. Dá-se o caso, no entanto, que este Alcides decidiu deixar de pagar impostos, alegando o direito constitucional de resistência. Ou seja, chegou à conclusão que o seu dever enquanto contribuinte não supera o dever de não deixar os filhos passarem fome. E entregou a sua exposição nos serviços da Provedoria de Justiça, na esperança da justiça do provedor. Um desesperado David, nas mãos da trituradora máquina jurídica de Golias. Com efeito, a Constituição da República Portuguesa, no seu artigo 21.º, sacramenta o “Direito de Resistência”. Diz a lei fundamental que “todos têm o direito de resistir a qualquer ordem que ofenda os seus direitos, liberdades e garantias”. Mas as duas grandes questões que aqui se colocam, para lá de todas as leituras e interpretações de juris, são do campo da moral e da ética política. A primeira tem a ver com a grandeza da própria Constituição. Não é necessário cursar Direito para perceber que, hoje, em Portugal, o que esse texto tem de fundamental é fundamentalmente pouco. Desde que o País passou a ser governado por consortes estrangeiros que a democracia passou a ser uma mera alínea e a Constituição um livro de rezas obsoletas. A segunda questão tem a ver com a hierarquização, do ponto de vista social, dos deveres dos cidadãos. Neste caso concreto, Alcides Santos considera que o dever de matar a fome aos seus filhos se sobrepõe ao dever de alimentar com inchados impostos um Estado garganeiro, injusto e arbitrário. Qualquer pessoa de bom senso compreenderá e até apoiará a ordem com que Alcides enumera as suas prioridades. Mas nesta situação tão concreta, tão palpável, tão visceral, teria este pai necessidade de recorrer ao direito constitucional de resistência! Claro que não? Em países à séria, com constituições à séria, com políticos e magistrados à séria, levam-se à séria os deveres e os direitos mais elementares dos cidadãos. No seu todo. Mas, como ultimamente nos têm ensinado, este país, o nosso, já não é para todos. E a resistência, será, Alcides?

José Velez, citado pela rádio Pax

Fotonotícia Águas mil. Não há memória, nas últimas décadas, de um inverno tão chuvoso como este. As albufeiras e as barragens da região estão a deitar pelas costuras. As ribeiras e os barrancos atingem caudais surpreendentes. Muitos campos estão alagados e a produção de cerais está em risco de apodrecer sob a terra. Um panorama muito pouco comum numa das regiões mais secas da Europa. A barragem de Alqueva tem água para três anos consecutivos de seca. Na imagem, um raro acontecimento: a descarga do caudal excedente da barragem do Roxo, que abastece Beja e Aljustrel. A fotorreportagem completa está na página do Facebook do “Diário do Alentejo”. PB Foto de José Ferrolho

Voz do povo Como está a saúde em Portugal? (O Dia Mundial da Saúde é comemorado no dia 7 de abril)

Filomena 46 anos, funcionária de limpeza hospitalar

Não está como deveria estar. A saúde no nosso país é um bem muito caro. Os medicamentos são muito dispendiosos e as consultas igualmente. Só quem tem ordenados mais elevados tem acesso a exames rápidos e medicamentos necessários. E esse grupo é uma minoria. Muita gente não compra todos os medicamentos de que necessita. Por falta de dinheiro adoece-se e morre-se.

Inquérito de José Serrano

Manuel Lampreia 68 anos, reformado

António Silva 78 anos, reformado

Ana Maria 63 anos, reformada

Depende das possibilidades económicas de cada um. Quem tem dinheiro para recorrer a hospitais e clínicas particulares, obtém cuidados de saúde convenientes. As classes mais desfavorecidas passam grandes dificuldades. Quer na compra de medicamentos quer no tempo de espera de uma consulta nos hospitais públicos. A mim já me mandaram esperar seis meses para ser observado.

Para quem está doente está mal. Os cuidados de saúde em Portugal estão como tudo o resto. É elitista. Quem tem condições económicas tem acesso a melhor e mais rápida assistência médica. Quem não pode, tem de se sujeitar às condições do serviço nacional de saúde. Que são más. Consultas a contra relógio e uma enorme lista de espera.

Está péssimo. As pessoas com vencimentos mais baixos têm duas opções: ou comem ou gastam o dinheiro nos medicamentos. Só quem tem possibilidades económicas é que pode ter bons cuidados de saúde. Particulares. Os serviços de saúde do Estado deveriam ser gratuitos para os mais desfavorecidos. E as comparticipações dos medicamentos de acordo com os rendimentos de cada um.


Rede social

Semana passada QUINTA-FEIRA, DIA 28 ALJUSTREL CÂMARA COMPRA MATERIAL PARA BANCO DE AJUDAS TÉCNICAS A Câmara de Aljustrel comprou quatro camas articuladas e quatro colchões anti escaras para responder ao aumento de solicitações daqueles equipamentos por utentes que procuram o apoio do Banco de Ajudas Técnicas da Loja Social do concelho. Segundo a autarquia, a compra dos equipamentos foi efetuada no âmbito do projeto “Aljustrel, Concelho Solidário”, cofinanciado em 75 por cento pelo Programa de Desenvolvimento Regional (Proder). A compra dos equipamentos surge na sequência de protocolos assinados entre a autarquia e instituições particulares de solidariedade social da rede social do concelho, também no âmbito do Proder.

SEXTA-FEIRA, DIA 29 ODEMIRA DETIDO HOMEM POR TRÁFICO DE TABACO A GNR de Beja anunciou a detenção, em São Teotónio, Odemira, de um homem de 46 anos, por tráfico de tabaco, tendo sido apreendidos perto de 80 mil cigarros. Segundo um comunicado da GNR, o transporte da mercadoria estava a ser efetuado “de forma oculta em compartimento falso de um veículo misto, evitando o pagamento especial de imposto”. A mercadoria serviria para ser introduzida no mercado local, sendo o tabaco vendido a um preço “bastante inferior” ao comercializado legalmente, acrescenta o comunicado. De acordo com o documento, foram apreendidos 79 600 cigarros, tendo o detido sido libertado, ficando sujeito a termo de identidade e residência.

DOMINGO, DIA 31 ALQUEVA DESCARGAS PARA CONTROLAR VOLUME DE ÁGUA A barragem do Alqueva iniciou uma operação de descargas para controlar o volume de água da albufeira, que se aproximou da capacidade máxima de armazenamento, informou a empresa gestora do projeto. As descargas controladas, através de dois descarregadores, um de meio fundo e um de superfície, visam “controlar o volume de água armazenada”, explica a Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA), em comunicado enviado à agência Lusa. O volume de água armazenada na albufeira, segundo a EDIA, atingiu a cota de 151,98 metros, próximo da cota máxima de 152 metros. Em consequência destas descargas, a barragem do Pedrógão, 23 quilómetros a jusante de Alqueva, também está a descarregar, o que “levou a um aumento de caudal” do rio Guadiana. A empresa referiu que as descargas controladas na barragem “irão manter-se apenas durante o tempo necessário ao controlo da cota” da albufeira do Alqueva.

SEGUNDA-FEIRA, DIA 1 SINES UNIDADE TURÍSTICA NO LUGAR DO PARQUE DE CAMPISMO A Câmara de Sines realizou uma hasta pública para adjudicação do direito de superfície do terreno onde se encontra o parque de campismo municipal desativado, para criação de uma nova unidade de quatro estrelas. O município pretende receber propostas de candidatos com experiência comprovada na área da gestão turística ou de lazer, com capacidade para garantir “uma boa taxa de instalação durante todo o ano, especialmente na época baixa”, explicou à Lusa o presidente da câmara, Manuel Coelho. No espaço do parque de campismo municipal, atualmente desativado, o município quer que nasça, no prazo máximo de três anos, uma nova unidade com um mínimo de quatro estrelas e capacidade para 850 pessoas, alojadas em bungalows, autocaravanas e “uma área residual” de tendas.

ALCÁCER DO SAL RESGATADO HOMEM QUE FOI ARRASTADO O condutor do veículo que foi arrastado pela subida do caudal da ribeira de São Romão, em Alcácer do Sal, foi resgatado com vida pelo helicóptero da Força Aérea, informaram os bombeiros. Segundo o Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Setúbal, o homem, de 54 anos, foi resgatado e assistido de imediato numa ambulância dos bombeiros do Torrão, dado que já evidenciava sinais de hipotermia. O condutor do veículo terá desrespeitado a proibição de circulação rodoviária .

3 perguntas a Eunice Raimundo Membro da Extensão da Cruz Vermelha Portuguesa em Aljustrel

Foi criada uma Extensão da Cruz Vermelha em Aljustrel. Para o que pretende contribuir?

A Extensão da Cruz Vermelha Portuguesa, implementada em Aljustrel, com o apoio de cinco membros, que se disponibilizaram para tal, pretende dar um modesto, mas determinado contributo na área social. Nesta fase inicial, a Extensão depende da Delegação de Beja. Apesar de ainda não contarmos com um espaço físico que sirva de suporte à nossa atividade (situação que está a ser objeto de uma candidatura ao Proder, cuja entidade promotora e gestora é a Câmara Municipal de Aljustrel), quisemos, contudo, iniciar algum trabalho.

Mau tempo não tirou desfile de Serpa das ruas O tradicional cortejo etnográfico de Serpa, apesar do mau tempo, voltou a sair à rua. Moços, moças, dos mais velhos aos mais novos, não deixaram de comemorar a Páscoa. Ou não fosse o lema “Serpa Terra Forte”.

@avós.net em Ferreira do Alentejo Os avós de Ferreira do Alentejo estão na NET. Um projeto da autarquia local, que está a sensibilizar e a familiarizar os mais idosos para as novas tecnologias. E já são 14 os qua navegam na Internet.

Em que área foi determinante intervir?

Constatamos que constituía uma prioridade a intervenção ao nível da questão habitacional da comunidade cigana. Perante este facto e, após várias reuniões com o executivo da câmara e outras entidades, elegemos como área de intervenção prioritária o realojamento das famílias de etnia cigana, residentes na rua de Olivença. Esta necessidade tem na sua génese a resolução de constrangimentos e problemas vários, nomeadamente os que se prendem com a sua própria segurança, por um lado e, por outro, com a daqueles que utilizam a via pública. Para que este objetivo fosse concretizado foi fundamental e imprescindível desenvolver um trabalho de equipa, com articulação permanente entre várias instituições do concelho, bem como o prestimoso contributo do mediador do município de Beja, através do estabelecimento de um protocolo entre a Câmara Municipal de Aljustrel, Câmara Municipal de Beja e a Extensão de Aljustrel da Cruz Vermelha Portuguesa. As obras necessárias às melhorias habitacionais no “Santinho” estiveram a cargo da Câmara Municipal de Aljustrel. O realojamento foi efetuado com sucesso no passado dia 24 de março.

Peddy paper para descobrir centro histórico de Beja Um peddy paper levou pequenos e graúdos à descoberta do centro histórico da cidade de Beja. Mais uma atividade para desvendar os mistérios da antiga Pax Julia. Munidos de informação partiram à descoberta.

Descobrir a vila de Colos Todos a passear em Colos, para descobrir os recantos e ruelas da vila. Uma visita turística e guiada oferecida aos técnicos do setor, para dar a conhecer as mais-valias da terra e, consequentemente, da região.

E agora o que se segue?

Impõe-se que continue a ser feito um acompanhamento adequado e permanente às famílias em causa, para que a inclusão seja, efetivamente, um dado adquirido, proporcionando a todos os habitantes desta comunidade a segurança e a harmonia que conduzem à qualidade de vida que todos aspiram. Bruna Soares

Bandas de Sines pisaram mesmo palco As bandas de Sines voltaram a encontrar-se e muita música se escutou durante o mês da juventude. E foram muitos os que se associaram à iniciativa, para tocar e para ouvir. A sala encheu e os estilos musicais foram ao encontro de todos os gostos.

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São Matias

São Matias tem vindo a ser uma espécie de “dormitório” da cidade de Beja

Uma aldeia entre o campo e a estrada

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or causa das missas pascais, as limpezas semanais da igreja fazem-se uns dias mais cedo. É quinta-feira santa, véspera de feriado, e as três voluntárias da paróquia de São Matias não têm mãos a medir, entre vassouras, baldes e esfregonas. Eglantina Abril, de 79 anos e uma vida a trabalhar no campo, ainda tem forças para estas tarefas. “É uma obrigação que a gente tem, é uma caridade”, confessa, dando conta de umas “rachas muito grandes” no teto do edifício secular, que fazem recear pela sua queda, “um dia mais tarde”. Foi ali, na pequena aldeia de passagem entre Beja e Évora, que Eglantina nasceu, cresceu, casou-se e criou família. A filha e o genro, conta, ambos na casa dos 50 anos, têm emprego estável em Beja já lá vão mais de 20 anos. “Essa geração está equilibrada, agora para os mais novos é que é pior”, desabafa, lamentando a “pouca gente” que resta a São Matias. “Gente de uma certa idade, malta velha como eu”, brinca. Com 66 anos, Maria Isabel Valente, regressada de Lisboa há seis para ter “uma vida mais calma”, é outra das que zelam pela manutenção da igreja. É uma “distração”, confessa, a que se juntam as aulas de ginástica no minúsculo centro de convívio. A igreja, em cujo largo se encontra o coração da terra, é uma construção singela, caiada de branco, onde se destacam, orgulhosas, duas torres sineiras. Mesmo ao lado, já lá vão 15 anos, foi erguida uma cruz eletrificada com mais de sete metros de altura, que se mantém protegida por um gradeamento. Dizia a promotora da edificação, que avançou sem autorização municipal, tratar-se de uma cruz com o poder de salvar da catástrofe do fim de século todo os que se acolhessem à sua proteção. Dobrou-se o século, sem apocalipse, e São Matias lá foi brindada com um exemplar da “cruz do amor”, que confere um ar insólito ao espaço porque nada tem a ver com ele. Nem com as devoções do próprio povo. “A ideia foi de uma irmã, a irmã Mariana, depois de ter ido a França. Eu nunca fui muito de acordo”, sublinha Eglantina. Maria Isabel, que ainda estava por fora, a trabalhar na Administração Regional de Saúde de Lisboa, lembra-se que acompanhou “a polémica pela televisão”. Hoje é com indiferença que as gentes lhe passam ao lado. O que, sim, está na ordem do dia é a falta de uma casa mortuária. Hoje a pequena sala, paredes meias com a igreja, faz as vezes de centro de convívio e serve de ponto de encontro para os reformados da terra. É lá, num jogo de sueca com mais seis amigos, que vamos encontrar Modesto Raposo, 68 anos, antigo instrutor de condução e artesão ainda no ativo. Diz ele que as pessoas “são recolhidas ali, na própria igreja, onde ficam em câmara ardente” e que, por vezes, “não deixam chegar ali os corpos, por ser horas de missa”. Aos reformados, continua, “destinaram isto mas as condições também são mínimas. Às vezes estamos aqui a bater o dente com frio”.

Além do incontornável emprego, faltam a São Matias uma casa mortuária e um centro de convívio digno desse nome. E ainda uma caixa multibanco. Nesta aldeia vizinha da capital de distrito, atravessada pelo IP2, coexistem dois mundos. O largo da igreja, coração da terra, onde matam o tempo, vigiados por uma cruz bizarra, os que já não têm idade para trabalhar. E a zona dos semáforos, à beira da estrada, onde se acotovelam viajantes esfomeados e vão fazendo negócio quatro empresários locais. Bendita estrada. Texto Carla Ferreira Fotos José Ferrolho

O trabalho levou Modesto a deslocar-se, por vários anos, primeiro para Beja, e depois para Ferreira do Alentejo. Como ele houve e há muitos. Por isso, considera-se a viver numa espécie de “aldeia dormitório” onde “trabalham em Beja os que não foram para o estrangeiro”. Na Suíça estão, justamente, os seus dois filhos. “Infelizmente. Ou felizmente, já não sei o que diga”, suspira, lamentando a “paragem” da construção civil, que lançou “muita gente” para o desemprego, assim como as mudanças operadas na agricultura. “Continua a haver herdades, lavradores, mas cada um deles tem, se calhar, um ou dois empregados, enquanto noutro tempo davam trabalho a 20 ou 30 pessoas”. O seu companheiro de sueca, Pedro Guerreiro, com apenas 56 anos, preenche as horas desocupadas desde que acabou a campanha da azeitona. Foi ao que se dedicou depois de ter batido com a porta ao seu último patrão, um “lavradoreco”, diz, que não lhe pagava a “horas e a tempos”. Agora, graceja, “estou à espera que o Passos Coelho me dê algum dinheiro. Esse é o melhor patrão que a gente tem”. A piada cai no goto dos companheiros, que riem a bom rir. Pedro não é muito exigente, mas, ainda assim, nota que não seria, de todo, despropositado que a aldeia tivesse um centro de convívio em condições e também uma casa mortuária, como acontece, afinal, “em qualquer freguesia” do concelho vizinho, Vidigueira. À entrada da aldeia, junto aos semáforos que controlam a velocidade do trânsito no IP2, o cenário é outro. Aos idosos, com todo o tempo do mundo, substituem-se os viajantes, esfomeados e sem muito tempo para além de uma bifana rápida. Luís Soares, 41 anos e também bancário em Beja, explora um dos quatro estabelecimentos que se instalaram nesta zona estratégica. Está ali há nove anos e já traçou o perfil do seu cliente: “profissionais que andam na estrada, vendedores, distribuidores, camionistas, e, no seu tempo, os veraneantes”. Gente que continua a parar e a consumir, mas com a devida contenção. “O vício do café abrandou, o do tabaco também, a própria cerveja também se bebe menos. O que se tem mantido é o consumo de sandes, bifanas, hambúrgueres, tostas, que são uma alternativa mais barata às refeições”, explica. Quanto à aldeia onde lhe calhou viver por casamento, considera que é “muito dependente da cidade” próxima, Beja. Falta-lhe autonomia, até em aspetos aparentemente corriqueiros, como a possibilidade de levantar dinheiro sem ir ao banco: “Estive para montar aqui uma caixa multibanco, mas a Estradas de Portugal não deu parecer favorável. Achou que seria um fator de distração para os condutores”. Em véspera de feriado, o estacionamento está concorrido. E os carros executam a sua dança de para-arranca, à mercê das luzes. Lá dentro aviam-se bifanas com fartura. Bendita estrada.


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Olímpio José Carvoeira Presidente da Junta de Freguesia de São Matias

Pouco se conhece de São Matias, além da ideia redutora de que é um sítio de passagem na estrada que segue para Évora. Qual é a marca distintiva da localidade?

São Matias dista de Beja cerca de 10 quilómetros e é possuidora de belas paisagens, tendo como património histórico a igreja paroquial, que remonta ao ano de 1698, cujo patrono é São Matias, que se comemora a 25 de fevereiro. Tem ainda a igreja velha da Apariça, que foi propriedade dos morgados da Apariça, os moinhos de vento e vestígios arqueológicos. A padroeira é Nossa Senhora do Rosário, cujas festas são sempre no último fim de semana de julho. A sua gastronomia é variada: lebre, perdiz, coelho, gaspacho, migas com carne de porco, açorda, ensopado de borrego, moleja, sopas de beldroegas, sopa de cação, queijo fresco, azeitonas pisadas e pão de trigo. Onde encontram trabalho os que estão em idade ativa?

A atividade da população é sobretudo nos serviços, agricultura, indústria, comércio, construção civil, serralharia civil, mecânica automóvel e fabrico de pão e bolos. Podemos falar de uma verdadeira autonomia face à capital de distrito?

Não se pode falar de autonomia. A freguesia é um dormitório da cidade de Beja; uma grande parte dos seus habitantes trabalha nos diversos serviços da cidade. Como evoluiu demograficamente a aldeia na última década?

No Censos de 2001 a população residente é de 654 e, no de 2011, consta que a população residente é de 569, o que significa que houve uma perda de 85 residentes. Neste momento há mais residentes, mercê dos muitos imigrantes romenos que aqui trabalham. As pessoas saem da freguesia para o estrangeiro à procura de melhor vida, dado que o País e a região não oferecem, de momento, grandes oportunidades. A aldeia está equipada com as necessárias infraestruturas sociais, culturais, de saúde e educação?

De uma maneira geral, a freguesia tem quase tudo. Tem bons arruamentos, jardins, um polidesportivo, uma mata contígua, um parque infantil, um campo de futebol devidamente iluminado, um campo de tiro onde se construiu um pavilhão, que é dispensado para festas, bailes, casamentos e batizados. Tem duas salas de aula na escola e uma sala para o jardim-de-infância, com refeitório. Existe ainda uma Casa do Povo, cujas obras de remodelação e ampliação estão em fase de conclusão. Aqui funciona o serviço de lavandaria e cozinha do Apoio Domiciliário, da qual a Casa do Povo e a Junta de Freguesia são parceiros com o Centro Social de Beja. O que falta fazer?

Era um sonho que fossem aqui construídos um pavilhão multiusos e uma casa mortuária, porque a que existe é demasiado pequena. Quanto às instalações de um centro de dia com apoio domiciliário e uma creche, existe terreno e projeto, esperando-se que se faça brevemente a sua candidatura.

João Carraça: um património humano Não é só a igreja paroquial, do século XVII, que merece o estatuto de património local. João Manuel Carraça, 96 anos feitos no último dia 24, é tratado quase com a mesma reverência. “Ali vai o homem mais velho da aldeia”, apontam os vizinhos. E o nonagenário, de rosto simpático, arreganha o ouvido para saber o que lhe querem os forasteiros. Há um ano que, por doença, se viu obrigado a ir viver para a Grande Lisboa, na casa de um dos filhos. Regressou pela Páscoa e confessa que tem “saudades” da terra onde nasceu e foi criado. O seu percurso como trabalhador, começado aos 12 anos, conta a história de muitos da sua geração: “Trabalhei na herdade da Apariça cinco anos; depois fui para Santo Amador, trabalhar no Morgadinho dois anos; aqui no monte da Fuseira estive mais dois anos; e depois fui para o concelho de Portel, para a quinta do Ramado, onde estive 12 anos; ao fim desse tempo ainda fui para ao pé de Aljustrel mais um ano”. Orgulha-se de ter conhecido “muitas herdades e companheiros de trabalho” e choca-se com estes novos tempos agrícolas, “diferentes em tudo” do que experienciou. “Já não há homens a trabalhar no campo conforme havia e os novos é estudarem e buscarem a sua vida”, resume, certeiro, dando conta, com tristeza, de uma São Matias “cada vez menos desenvolvida”.


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Desde o primeiro segundo que dizemos não à extinção das freguesias. Não é um meio não, como alguns partidos estão a fazer. É um não claro, objetivo e empenhado. É importante não esquecer estes “pequenos” pormenores. Há muita gente que nunca vi em nenhum destes locais, nem assumir, nos meios que tinha e tem ao seu dispor, uma atitude pública de força sobre esta questão.

Autárquicas2013

Atual presidente da autarquia diz que as eleições não são “corridas de automóveis”

Francisco Duarte “disponível” para Castro Verde O arquiteto Francisco Duarte, que substituiu Fernando Caeiros à frente seu tempo” e que, no terreno, há “uns que apoiam e outros que fazem”. da Câmara Municipal de Castro Verde, diz-se disponível para ir a votos Apesar de todos os constrangimentos legais impostos às autarquias, nas próximas Autárquicas, assim a CDU o entenda. Mas refere que não Francisco Duarte classifica com “bom” o desempenho do atual executivo há pressa quanto à formação da lista. “Isto não é uma corrida de auto- e assume que a saúde financeira da Câmara de Castro Verde está boa e móveis”, acrescenta. Numa altura em que o PS de Castro Verde anda já “recomenda-se”. em campanha “acelerada”, Francisco Duarte acredita que “tudo tem o Está disponível para ser o candidato da CDU à Câmara de Castro Verde?

Estou e sempre estive disponível para abraçar a causa pública da CDU. Contudo, só serei candidato à câmara, ou a qualquer outro órgão autárquico, se a CDU de Castro Verde assim o entender e assim o decidir. Qual a razão para tanta demora na apresentação de um candidato, numa autarquia que sempre foi comunista?

Esta autarquia sempre foi liderada pelas coligações integradas pelo PCP e por outros partidos políticos, para além de cidadãos independentes. Temos que respeitar e valorizar as pessoas sem pôr tudo no mesmo saco, muitas vezes de forma depreciativa. Respondendo à sua pergunta, não vejo demora alguma na apresentação do candidato da CDU. Não sei qual é a pressa em ter de apresentar já o candidato. Porque o PS já arrancou nós temos de ir atrás? Claro que não. Vivemoss períodos muito clusivamente nos difíceis e não podemos pensar exclusivamente bjetivos naturais calendários eleitorais. Esses são objetivos que temos no nosso horizonte, mas olhando para tamos que ainda eles com responsabilidade constatamos grado que vemos há tempo… No entanto, é com agrado ntecipando o cachegar mais gente à vida política antecipando lendário eleitoral. Temos a nossa forma de trabalhar e em breve será apresentado o candidato. É do conhecimento público que ue as organizações partidárias, todas elas, têm uma expressão muito reduzida em Castro Verde. e. A CDU está a encontrar dificuldades na formação mação da sua lista?

A CDU de Castro Verde só agora comestas. çou a pensar nesta questão das listas. uer No entanto, não pressenti qualquer aproblema que reflita essa afirmação. Pelo menos as reuniões já realizadas a vários níveis correram bem. Qual a sua opinião em relação ao já anunciado candidato do PS?

É um cidadão que encabeça uma lista opositora à política e ao trabalho que a CDU tem vindo a desenvolver neste concelho há mais de trinta anos. Tem todo o direito e toda a legitimidade em fazê-lo. Foi para haver democracia, liberdade e eleições livres que se fez o 25 de Abril. Há quem afirme que existe uma certa promiscuidade entre a política e o jornalismo nesta candidatura. Concorda? Sente que isso já está a acontecer?

Não faço qualquer comentário sobre essa questão. Não fui seguramente eu que a coloquei. O candidato socialista já está no terreno, em campanha, apoiou a providência cautelar contra a extinção de Casével, anunciou uma lista paritária… Não teme que o cabeça de lista da CDU, quando for anunciado, possa largar algumas

Texto Paulo Barriga Fotos Câmara Municipal de Castro Verde

posições atrás na grelha de partida?

Isto não é uma corrida de automóveis. Tudo tem o seu tempo e cada um tem os seus ritmos. Quanto ao resto, uns apoiam e outros fazem. No que diz respeito às freguesias, por exemplo, nós estamos desde o primeiro instante contra esta reforma administrativa e territorial que, não podemos esquecer, tem a sua génese no governo do Partido Socialista. E estamos contra a extinção das freguesias nas tomadas de posição e nas moções aprovadas e apresentadas na câmara municipal, na assembleia municipal e nas freguesias; participando nas várias reuniões públicas que se realizaram no concelho e nas manifestações de protesto que tiveram lugar em Lisboa; na criação de condições para que seja apresentada a providência cautelar contra a extinção das freguesias de Castro Verde e Casével. Desde o primeiro segundo que dizemos não à extinção das freguesias. Não é um meio não, como alguns partidos estão a fazer. É um não claro, objetivo e empenhado. É importante não esquecer estes “pequenos” pormenores. Há muita gente que nunca vi em nenhum destes locais, nem assumir, nos meios que tinha e tem ao seu dispor, uma atitude pública de força sobre esta questão. Como estão as finanças do município de Castro Verde, um concelho que é beneficiado pela existência no seu território de uma grande indústria extrativa?

As finanças do município de Castro Verde estão bem e recomendam-se, como se costuma dizer. Não temos problemas com fornecedores, temos uma dívida controlada que diminuiu muito neste ultimo ano e, até agora, temos acorrido a todas as necessidades de maior. No entanto, e é importante referi-lo, que esta gestão cuidada e responsável que temos, sem nunca por em causa o futuro do município e o funcionamento das autarquias do concelho, é uma questão de atitude e filosofia e não tem que

ver com a existência da indústria extrativa. O que aconteceria, seguramente, na ausência da derrama daí proveniente, é que algumas obras não se teriam feito. Isso sim, é verdade. Mas é importante dizer às pessoas mais distraídas que o peso da receita proveniente da derrama no orçamento da autarquia só se reflete, de facto, a partir de 2005. Até aí, ou não existia derrama por força da isenção prevista na lei ou, tendo em consideração os resultados económicos e financeiros apresentados, a mina não pagava derrama, ou o valor era pouco mais do que residual. Fala-se muito sem saber o que se diz… Como avalia o trabalho desenvolvido por esta autarquia no último mandato?

No quadro legal em que atuámos? Com todos estes ataques do Governo, com o aumento das competências e a diminuição dos recursos, com o aumento das despesas e a diminuição das receitas? Acho que foi bom. O que gostava de ter feito à frente do Município de Castro Verde e não teve oportunidade de concretizar?

Várias coisas. Qualquer autarca quer sempre fazer mais do que aquilo que fez. Mas os constrangimentos foram muitos. Este mandato foi muito difícil para todos nós. A variação constante do quadro legislativo, o garrote ao nível da contratação de pessoal e da limitação financeira, trouxe-nos problemas acrescidos a todos os níveis de atividade. Acima de tudo, pela alteração completa das regras com que partimos no início do mandato que este Governo esteve a fazer insistentemente, e a todo o tempo, sem respeito por qualquer norma de bom senso. No entanto, a reorganização dos serviços, nos moldes e com a estratégia que tínhamos planeado no arranque deste mandato, foi a tarefa que gostávamos de ter concretizado e que não foi possível efetuar. Por outro lado, gostaríamos de ter firmado projetos de parceria com o Estado, sobretudo projetos de âmbito social, que não aconteceram... Entrevista realizada por email


07 Diário do Alentejo 5 abril 2013

A apresentação de ex-jornalistas a cargos de eleição, como acontece em Castro Verde, pode, de alguma forma, desequilibrar a balança ao nível da exposição mediática dos candidatos?

Bisca Lambida

Quanto vale um ex-jornalista

O trabalho que tem efetuado na localidade

João Espinho

João Machado

É

hábito dizer-se que um candidato que tenha “boa imprensa” tem a vida facilitada no seu caminho até às urnas. De facto, se jornais, tv e rádios derem uma ajuda a determinado candidato, este conseguirá chegar mais facilmente a um maior número de eleitores. A “boa imprensa” revela-se em dar mais visibilidade ao candidato X e às suas propostas, em prejuízo do candidato Y que, assim, verá o seu programa relegado para páginas “ocultas” e sem aparecer nos noticiários. Quem trabalha nas redações dos órgãos de comunicação social conhece muito bem as regras que constituem a cartilha do “como fazer um bom candidato em meia dúzia de notícias”. Em Beja já tivemos oportunidade de assistir a candidatos “fracos” mas com boa imprensa, o que lhes dava uma falsa visibilidade, pois apareciam todos os dias nas rádios e jornais sem que trouxessem alguma coisa de novo para acrescentar à notícia da véspera. Ora, no caso em análise, estamos perante um jornalista, ex-diretor de um jornal regional, que decide aceitar o convite para se candidatar à camara municipal de um concelho que, parece, conhece bem. Seguramente que António Brito não vai descurar o trabalho mediático e, dizem as más línguas, irá provar de algum do fel que deu a provar enquanto jornalista. Veremos. Não acredito que esta candidatura vá beneficiar do facto de se tratar de um antigo jornalista. Nas eleições autárquicas a proximidade dos candidatos aos eleitores é determinante. to em causa, Resta saber se o candidato ve próximo enquanto jornalista, esteve eitores. Em dos seus leitores, agora eleitores. outubro saberemos quantoo vale, em ornalista. termos eleitorais, um ex- jornalista. ma quadra Lanço para a mesa uma de copas.

O

binómio entre a política e os meios de comunicação social tem sido amplamente discutido e não é por acaso que esta última tem assumido um papel de destaque, sendo mesmo considerada um outro poder. A capacidade de influenciar o eleitorado por parte da comunicação social é enorme e o que se pede é que exista isenção aos jornalistas. Do meu ponto de vista, e da maior parte dos portugueses, estes devem pautar as suas opiniões pelas regras deontológicas, sem abdicar dos seus princípios. No caso concreto de Castro Verde e de António José de Brito, era do conhecimento público a sua orientação política e esta candidatura é apenas o corolário do trabalho que tem efetuado na localidade através da Cortiçol, que é proprietária da rádio “Castrense”. Como qualquer outra pessoa, os jornalistas têm o direito de poder exercer cargos públicos, contudo é importante salientar que estes detêm um conhecimento específico numa área muito sensível como é a comunicação social, o que poderá fazer pender os pratos da balança para o seu lado. O que questiono é a forma como o eleitorado irá aceitar este tipo de candidaturas e o mérito ou demérito destas quando for a altura de apresentar as suas propostas. A António José de Brito reconheço uma enorme capacidade de trabalho e disso é exemplo a manutenção de um jornal mome m ntos de (“Correio do Alentejo”), em momentos

grandes constrangimentos financeiros. Em termos pessoais acho que este tipo de candidaturas deve ser evitado para salvaguardar os atores políticos, assim como os partidos, sob pena de entrarmos num ciclo vicioso de interesses que não salvaguardam as populações.

Não faz sentido existir capitis diminutio Sérgio Fernandes

N

a certeza de que não faz qualquer sentido a existência de uma espécie de capitis diminutio – uma limitação dos direitos civis – em razão da atividade profissional, acresce que não considero que o exercício da atividade jornalística seja potenciador de elevados níveis de notoriedade, salvaguardadas, obviamente, as exceções dos cabeças de cartaz dos principais órgãos de comunicação social nacionais, nomeadamente os televisivos. Muitas outras atividades há que conferem aos seus protagonistas níveis de notoriedade bastante superiores. Circunscrevendo-nos a uma lógica regional, o exercício da função de presidente de câmara é claramente uma dessas atividades, na convicção de que qualquer um de nós será capaz de identificar o presidente da sua autarquia. Importa ainda ter presente que se a notoriedade reflete o grau de reconhecimento público de um candidato é a popularidade que afere a sua aceitação por parte do eleitorado. E se é certo que um elevado índice de popularidade dificilmente pode estar dissociado de um igualmente elevado nível

de notoriedade, o inverso não é necessariamente verdadeiro. Ou seja, só por si, a notoriedade está longe de representar uma vantagem competitiva. Por último, quanto ao equilíbrio da balança mediática, a sua garantia compete, em primeira linha, aos diferentes órgãos de comunicação social em respeito pelo código deontológico e pela ética profissional, os quais remetem para os princípios de rigor, isenção e independência no exercício da profissão. Jogo desta feita o rei de ouros na convicção de que diferentes experiências pessoais e profissionais contribuem para o enriquecimento do debate.

Vantagens do candidato jornalista Luís Miguel Ricardo

A

comunicação social é considerada o quarto poder num Estado de Direito, logo a seguir aos poderes executivo, legislativo e judicial. E é-lhe reconhecido esse poder em virtude da força que detém junto das massas humanas. Ela assume um papel persuasivo, modela ideias, destrói ou reforça convicções, etc.. Em suma, tem o dom de transformar um ser bestial numa besta, ou metamorfosear uma besta num ser bestial, à imagem da tese filosófica de Pico della Mirandola (Filosofo italiano do século XV). Sendo a classe dos jornalistas aquela que alimenta esse poder da “máquina” (comunicação social), naturalmente que, do ponto de vista individual, o profissional desta área bebe para si mesmo o saber, as estratégias, as técnicas comunicacionais que sustentam o protagonismo. jo E se hoje acordou jornalista, mas já se vai deitar candidato autár autárquico, todas as suas competências chegam in intactas ao terreno eleitoral. E essas são, no meu entender, as grandes vantagens do candida candidato jornalista em relação aos seus opositores. Já o ser mediático mediát em termos de imagem, não é um garante g do que quer que seja, até po porque a história da política em P Portugal, salvas algumas exceç ceções, não é prodiga em convverter jornalistas em políticos de topo. Pessoalmente, e quando o universo da política é dom minado por candidatos forma mados em direito, medicina e enge engenharias, a presença de outras áreas ár do saber vai contribuir certam certamente para o surgimento de novas ideias e para o democratizar do próprio exercício de fazer polític política.


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Diário do Alentejo n.º 1615 de 05/04/2013 Única Publicação


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Realizam-se nos próximos dias 11 e 12, em Santo Aleixo da Restauração, as Jornadas Técnicas e Científicas da Herdade da Contenda. Nesta primeira edição, cujo objetivo é a criação de bases de dados, através da recolha de memórias, para um futuro centro de documentação, pretende-se reunir investigadores, entidades e intervenientes naquela propriedade do município de Moura.

Diário do Alentejo 5 abril 2013

Jornadas Técnicas e Científicas na Contenda

Comunicado à imprensa Património Cultural e Natural de Mértola, Beja, Serpa e Barrancos promovido em Rede de Itinerários Turísticos

Atual

Novas regras suscitam dúvidas

Alterações fiscais preocupam agricultores As alterações fiscais, resultantes da aprovação do Orçamento do Estado para 2013, estão a preocupar os agricultores, que garantem que subsistem dúvidas, nomeadamente no que diz respeito ao IVA e IRS.

T

odos os agricultores com atividade comercial vão passar a ser obrigados a declarar o início de atividade, passar fatura e estão sujeitos a IVA se obtiverem um rendimento anual bruto superior a 10 mil euros. As ajudas pagas pelo Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP) também vão ter de ser declaradas ao fisco, pela primeira vez em 2013. Os agricultores, porém, estão preocupados e consideram que subsistem dúvidas acerca das alterações fiscais resultantes da aprovação do Orçamento do Estado para 2013, nomeadamente no que diz respeito ao IVA e IRS. E, neste sentido, a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) decidiu “pedir esclarecimento aos ministros da Agricultura, Finanças, Administração Interna e Segurança Social”. As novas regras do IVA “entram em conflito com a isenção de tributação de IRS”, considerou o bastonário da Ordem dos Técnicos Oficiais

de Contas, em declarações à Lusa, sublinhando que “devia haver uma coordenação maior entre o que [a lei] dispõe para o IRS e para efeitos de IVA”. Defendendo ainda a existência de obrigações fiscais apenas para quem tenha rendimentos anuais superiores a 10 mil euros. O Governo esclareceu, na segunda-feira, que os agricultores que declararem o início da atividade junto das Finanças não vão pagar de imediato a segurança social, à semelhança do que se verifica no regime de trabalhadores independentes. Anteriormente já o Ministério das Finanças tinha informado que o prazo para os agricultores se registarem nas Finanças ou para comunicarem alterações de atividade foi prolongado até 31 de maio. Para Castro e Brito, presidente da Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo, “trata-se, nada mais nada menos, da malha a apertar”. Estas medidas, em seu entender, “não revelam bom senso”. “O fisco pode cobrar, mas quem perde é o País”, concluiu. O “Diário do Alentejo” tentou ainda contactar a direção da Associação dos Agricultores do Baixo Alentejo, mas até ao fecho desta edição não foi possível obter declarações.

Certame promove presunto e enchidos até domingo

ExpoBarrancos arranca hoje

A

sétima edição da ExpoBarrancos – Feira do Presunto e dos Enchidos abre hoje as portas, sexta-feira, na vila raiana, apresentado um vasto programa que se prolonga até domingo, 7, e em que não faltará a tradicional exposição e venda de presunto, enchidos e outros produtos tradicionais, bares e tasquinhas, animação de rua e infantil, colóquios, degustação de presunto de Barrancos DOP e enchidos e exposição de artes plásticas e artesanato, entre outras propostas. No plano musical destaque para as atuações de Ideal Alentejano e Rute Marlene e

Bailarinas (hoje), Escola Musical de Baile Infantil, Rumbo Flamenco, Zapatito de Tacón, Grupo Coral de A-do-Pinto e Nuevas Amistades Peligrosas (amanhã, sábado) e Hojarasca, Vademodas e Banda Filarmónica Fim de Século de Barrancos (domingo). No último dia de certame, a partir das 14 horas, será ainda transmitido, em direto da ExpoBarrancos, o programa da TVI “Somos Portugal”. Nas áreas de exposição, durante os três dias de feira, haverá ainda animação a cargo de Modas e Gaitadas e Os Caprichosos e, nas noites de hoje e amanhã, baile com a orquestra espanhola Grupo la Rue.

A Associação de Defesa do Património de Mértola (ADPM) continuando o seu trabalho de valorização e conservação da riqueza do Baixo Alentejo empreendeu o desafio de identificar, caracterizar e sinalizar uma rede de itinerários para a descoberta do património cultural e natural do Baixo Guadiana que articula os concelhos de Mértola, Beja, Serpa e Barrancos. No total dos 4 concelhos, foram inventariados e caracterizados 66 itinerários repartidos nas modalidades de Motorizado, BTT, Pedestre e Navegável. Em termos de sinalização estão a ser implementados 2 a 4 itinerários por concelho. Como complemento aos itinerários foram efectuados folhetos descritivos de cada um dos itinerários implementados, a serem distribuídos nos postos de turismo. Em termos da sua dinamização foi efetuada uma Campanha Transfronteiriça de Educação Ambiental, envolvendo escolas dos vários concelhos abrangidos no projeto e de escolas espanholas. Será também realizada uma Famtrip, um instrumento de promoção destinado a operadores turísticos e à imprensa, para divulgar e potenciar os itinerários implementados. Esta iniciativa insere-se no projecto “Guaditer – Itinerários do Baixo Guadiana”, financiado pelo Programa de Cooperação Transfronteiriça Portugal – Espanha (POCTEP) e que tem como parceiros a Associação Odiana, as Câmaras Municipais de Alcoutim, Castro Marim, Vila Real de St.º António, Mértola, Serpa, a Junta de Andaluzia e a Diputácion Provencial de Huelva. O projecto pretende desenvolver uma estratégia turística para a criação de uma oferta de turismo cultural e de natureza na região transfronteiriça do Baixo Guadiana. O principal objectivo é encontrar uma complementaridade entre as diversas ofertas existentes no território, estabelecendo itinerários turísticos transfronteiriços baseados nas suas potencialidades naturais e culturais. Sobre a ADPM: A ADPM é uma Organização Não Governamental para o Desenvolvimento (ONGD) sedeada em Mértola. Foi constituída em 1980, desenvolvendo desde então uma estratégia de actuação centrada na capacitação das populações com quem trabalha e na promoção dos recursos endógenos. Tem desempenhado um papel fulcral na promoção dos recursos naturais do concelho de Mértola, actuando paralelamente em diversas áreas intervenção, tais como: Ambiente, Educação, Formação e Emprego, Intervenção Social, Cooperação Transnacional e Desenvolvimento Local e Regional. Contactos: ADPM - Telefone: 967818958 (Jorge Revez, Presidente) / 91 711 40 37 (Patrícia Rolha, Técnica) email: desenvolve@adpm.pt


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“Azeite do Alentejo” reconhecido como IG

O Castro estimula criação do próprio emprego “Inovação social: uma opção para criar o próprio emprego” é o título do projeto que vai ser desenvolvido pelo Gabinete de Apoio ao Desenvolvimento do Município de Castro Verde. A iniciativa é orientada para favorecer a divulgação do empreendedorismo e dos instrumentos financeiros de apoio à criação do próprio emprego.

Moura e Angola estreitam relações Uma delegação de 14 empresários, autarcas e técnicos municipais do sul de Angola deslocou-se ao concelho de Moura no final do mês de março, com o objetivo de estabelecer contactos com entidades locais. No âmbito das visitas, segundo a Câmara Municipal de Moura, foram assinados “três protocolos”, visando “o reforço da cooperação entre o concelho e Angola, nomeadamente em diferentes áreas”. A missão angolana foi chefiada pelo vice-presidente da Associação Industrial de Angola.

“Ignorância e Esquecimento” em Odemira Nos próximos dias 12 e 13 realiza-se, em Odemira, um colóquio intitulado “Ignorância e Esquecimento”, cujo objetivo é realizar um balanço dos estudos científicos que têm sido produzidos sobre o território odemirense e fundamentar uma estratégia científica a desenvolver para o programa do futuro museu de Odemira. Este colóquio, organizado pelo município de Odemira em conjunto com a associação Gesto – Grupo de Estudos do Território de Odemira, e com a coordenação de Pedro Prista, irá abordar diversas disciplinas científicas, tais como Arqueologia, História, Antropologia e Etnografia, Património Edificado, Ciências da Vida e da Terra, Produções Agrícolas, População, Povoamento, Território e Paisagem.

EMAS debate água junto dos mais novos Cerca de 650 crianças do concelho de Beja ficaram a perceber qual a importância de aplicar boas práticas de poupança e preservação da água. Nas mais de 30 sessões já efetuadas, a Empresa Municipal de Água e Saneamento de Beja (EMAS), em parceria com a Escola Profissional Bento Jesus Caraça, já efetuou mais de 15 deslocações a estabelecimentos de ensino no âmbito da iniciativa “EMAS vai às escolas”, inserida no projeto “Heróis da Água”.

Governo reconheceu o “Azeite do A lentejo” como Ind icação Geográfica (IG), o que vai permitir valorizar e promover a “superior qualidade” dos azeites produzidos na região e comercializá-los no mercado nacional com aquele certificado. Através de despacho, o Governo “reconheceu finalmente o ´Azeite do Alentejo` como IG”, disse hoje à agência Lusa Henrique Herculano, diretor técnico do Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo (Cepaal), a entidade gestora daquela IG. Trata-se de “uma grande aspiração do

setor olivícola e oleícola do Alentejo”, frisou, referindo que a decisão do Estado português surgiu quatro anos após o Cepaal ter pedido o reconhecimento e o registo da Indicação Geográfica Protegida (IGP) “Azeite do Alentejo” ao Governo e à Comissão Europeia. Segundo Henrique Herculano, ainda decorre o processo de reconhecimento da IGP “Azeite do Alentejo” pela Comissão Europeia, mas o reconhecimento da IG pelo Governo português e o pedido de proteção transitória feito pelo Cepaal permite já “a qualificação e a comercialização de ´Azeite do Alentejo` no mercado nacional”.

Empresários suíços instalaram-se em Serpa

Melhor azeite biológico do mundo é alentejano É em solo alentejano que é produzido aquele que é considerado o melhor azeite biológico do mundo. Risca Grande é a marca que tem sido distinguida internacionalmente, pela mão de empresários suíços, que se instalaram no concelho de Serpa.

N

o Monte Novo de Fonte Corcho, no concelho de Serpa, produz-se o melhor azeite biológico do mundo. Na propriedade, com 130 hectares, as famílias suíças Bernhard e Zehnder encontraram o novo desafio que procuravam. “O Alentejo é uma região com condições climatéricas ideais para a olivicultura e a produção biológica é facilitada”, garantem. O Aazeite Risca Grande é mundialmente conhecido e, segundo os responsáveis pela empresa, em declarações ao “Diário do Alentejo”, “dirige-se ao

mercado gourmet de azeite, mas também a consumidores de produtos biológicos em Portugal e no estrangeiro, bem como a chefs de cozinha”. Defendem que os azeites Risca Grande têm “elevada qualidade” e que nos últimos cinco anos conseguiram, “pelo seu paladar superior”, convencer os júris de concursos internacionais, como, por exemplo, os do “Olive Oil Award BioFach” (Alemanha). No guia dos melhores azeites virgem extra, os azeites da herdade alcançaram 94 dos 100 pontos que eram atribuídos. A Risca Grande produz, na verdade, uma vasta gama de azeites e o “Risca Grande Antique” é produzido a partir de azeitonas de oliveiras que contam com idades compreendidas entre os 200 e os 500 anos, ou mais. “Cultivamos as azeitonas de acordo com diretrizes biológicas e biodinâmicas. A partir dos resíduos orgânicos da nossa

manada de vacas e subprodutos da transformação da azeitona, obtemos a compostagem, o fertilizante ideal para aumentar a fertilidade dos nossos olivais”, explicam os responsáveis. E acrescentam: “Na colheita prestamos atenção às azeitonas que estão num estado de maturação ideal. Duas vezes por dia as azeitonas são entregues no nosso lagar, equipado com a mais moderna tecnologia de processamento. Todo o processo passa pelas nossas mãos e é isso que nos permite vender azeites de alta qualidade”. Neste momento, a empresa “aposta na construção de uma conduta para ter acesso à água de Alqueva” e ambiciona aumentar o lagar e continuar a estender o olival. Recorde-se ainda que na herdade foram criados oito postos de trabalho e que aqui se erguem 20 mil oliveiras, sendo que 95 por cento do azeite produzido é exportado. BS

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Fadista Marco Rodrigues apresenta “EntreTanto”

O auditório Municipal António Chainho, em Santiago do Cacém, vai ser palco, no dia 13, de um concerto protagonizado pelo fadista Marco Rodrigues, que apresenta o seu novo trabalho intitulado “EntreTanto”, divulgou o município. O universo feminino está subjacente neste álbum, o qual é revelado pela música

“O Museu somos todos” anima Odemira Diversos eventos, em vários locais, para todas as idades e com entrada gratuita, é a proposta de Odemira para um fim de semana (12 e 13) que promete ignorar as rotinas e colocar esta vila numa outra órbita. “O Museu somos todos” é o nome do festival cultural, cuja ideia e direção artística estão a cargo da coreografa Madalena

Cogumelos do Baixo Alentejo em restaurantes de Luxo Sendo o Baixo Alentejo uma região com grande quantidade de recursos micológicos e elevado valor gastronómico dos mesmos, a Associação de Defesa do Património de Mértola (ADPM) apostou na comercialização destes produtos. Com o objetivo de dar a conhecer duas espécies, a silarca (Amanita ponderosa) e a trufa de Mértola (Choiromyces gangliformis), está a ser desenvolvida uma ação, em conjunto com seis dos melhores restaurantes do País, que visa promover estes cogumelos junto dos consumidores, permitindo assim o reconhecimento deste recurso típico do Baixo Alentejo. Mar d’Ar Hotels, Assinatura, Montes Claros, Henrique Reis, Herdade dos Grous e Eleven são os restaurantes que confecionam, das mais variadas formas, os cogumelos alentejanos.

Novo lar de Santa Bárbara de Padrões na mira do PS No passado dia 25, a candidatura do PS à Câmara Municipal de Castro Verde visitou o novo lar de Santa Bárbara de Padrões, que será administrado pela associação “Seara de Abril”, o qual “dispõe de um equipamento de grande qualidade e que está prestes a entrar em funcionamento”. Para o PS, a principal preocupação está “na inexistência de um planeamento atempado no âmbito da Rede Social do concelho e na falta de acordos com a Segurança Social”, o que “impossibilita uma intervenção social mais atenta, articulada, dinâmica e competente”. A resolução deste problema será uma das apostas do PS para o concelho de Castro Verde, no qual não “abdicará de fazer as suas propostas e dar contributos responsáveis” para que a região em causa tenha uma “política social mais eficiente”. O ponto fulcral de intervenção será a valorização do Conselho Local de Ação Social. PUB

“Coração olha o que queres”. A estreante Isabel Noronha, a escritora Inês Pedrosa e “o talento impressionante” de Luísa Sobral, segundo a autarquia, “empregam ao disco palavras escritas no feminino, que Marco Rodrigues aborda por entre o fado tradicional e a sua forma progressiva de ver a tradição”.

Victorino, e que vai abrir as portas imaginárias de um futuro museu. A organização convida todos os que queiram ir ao encontro de futuros cozinheiros, de carpinteiros músicos, das pinturas das bordadeiras, tirar um retrato de si próprio ao lado de antepassados, dançar num baile diferente, conhecer artistas nunca revelados, entre muitas outras atividades, a visitarem Odemira.

Candidatura a Património da Humanidade foi aceite

Cante do Alentejo e do mundo A candidatura do cante alentejano a Património Cultural Imaterial da Humanidade deu formalmente entrada, na quarta-feira, no comité internacional da Unesco, revelou o responsável do processo, Paulo Lima.

“D

epois de fazermos toda a instrução do processo em Portugal, de ter sido entregue no Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) e de ter seguido para Paris, [a candidatura] entrou na secretaria da Unesco e foi aceite”, disse à Lusa Paulo Lima. Segundo o responsável pela candidatura, que é igualmente diretor da Casa do Cante, em Serpa, trata-se de “um momento de grande alegria”, com esta formalização a representar, “não a fase final, mas o passo zero” do processo. “Está formalizado o pedido português

da potencial inscrição do cante alentejano na lista representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade” pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), congratulou-se. Agora, acrescentou, “seguem-se vários passos”, até à decisão final da Unesco, em dezembro de 2014, sobre a classificação ou não deste bem cultural imaterial. “Só é possível entrar uma candidatura por país” e “vai haver agora uma análise sobre cada uma. São processos demorados, porque são centenas de candidaturas, e a Unesco vai colocar-nos, nos próximos meses, um conjunto de questões que têm a ver com a continuidade ou não do processo”, afirmou. Paulo Lima explicou também que, além destes “vários meses de análise” da candidatura, há outros “aspetos processuais que são muito intensos e exigentes”.

“Temos um processo que tem de ser de diálogo com todos os parceiros, com todos aqueles que têm que ver com este bem imaterial que é o cante”, referiu. Do lado português, sublinhou, é necessário intensificar o diálogo em torno do cante alentejano, que conduza “a uma consciencialização do que é este processo”. “Porque muitas pessoas, cantadores, grupos corais, câmaras têm que ser sensibilizados para a importância do que é este momento” e para o que é agora exigido em termos de “cuidado” e de “pensar o presente e o futuro deste bem cultural imaterial”. Tudo porque, frisou Paulo Lima, como qualquer bem que se candidata, o cante requer, agora, “um carinho muito mais especial”, sendo necessário “um trabalho coletivo de toda a região e de todo o país” para que possa vir a ser classificado.

Comunicações seguras através do CryptoChannel

“Altas chefias do Estado”sem escutas

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Instituto Politécnico de Beja (IPBeja) criou um sistema “inovador” que permite chamadas e troca de mensagens escritas (SMS) entre telemóveis de forma segura e que se destina a ser usado por “altas chefias do Estado” português. O CryptoChannel, um “produto inovador e totalmente português”, permite “comunicações de voz e SMS cifradas e seguras entre telemóveis correntes e inteligentes” (smartphones) em que for instalado, explicou à agência Lusa Rui Silva, do Laboratório UbiNET

- Segurança Informática e Cibercrime do IPBeja. Segundo Rui Silva, o CryptoChannel é consequência de um sistema criado pelo UbiNET a partir de um “desafio” lançado pelo Gabinete Nacional de Segurança (GNS) e que resultou num contrato entre as duas instituições para a criação do produto. Para “garantir a idoneidade e a isenção” do sistema, o CryptoChannel foi criado em parceria com o GNS e por investigadores do IPBeja credenciados por aquele serviço do Estado,

responsável pela segurança da informação classificada a nível nacional, explicou. A versão do sistema contratualizada com o GNS será entregue em abril e destina-se a garantir a segurança de comunicações de voz e SMS entre telemóveis usados por “altas chefias do Estado” português, disse. O sistema funciona em smartphones de marcas que usem o sistema operativo Android e a empresa está a desenvolver uma versão para a marca iPhone, que usa o sistema operativo iOS.


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A eleição autárquica que aí vem não é igual às anteriores: o jogo será realizado em condições muito específicas, bem capazes de alterarem resultados que, à partida, estariam decididos mesmo antes de a contenda começar. Basta olhar para os sinais que todos os dias chegam do inquieto povo. Paulo Ferreira, “Jornal de Notícias”, 3 de abril de 2013

Bruno Ferreira Humorista

O

sistema de eleição de um papa é muito parecido com a escolha do responsável pelo condomínio do nosso prédio. Os cardeais eleitores são os inquilinos. A diferença é que no prédio do Vaticano os inquilinos não se reúnem no hall das escadas encostados a uma parede de tinta descascada por causa do repasse da vizinha do 3.º Dtº., senão debaixo dos frescos de Miguel Ângelo, como o famoso Juízo Final. Mas mesmo perante esta obra-prima terão os cardeais, afinal juízo? Parece que não. O condomínio do Vaticano tem tido uma convivência ainda menos pacífica do que a dos inquilinos dos nossos prédios. E não é por causa da música alta, ou por andarem de saltos altos dentro de casa. O caso é mais grave. No prédio deles há problemas muito idênticos aos vividos nos prédios dos chamados bairros problemáticos. Há casos de violações sexuais, de pedofilia, de ganância, de sede de poder a qualquer custo, de tráfico de influências, de máfia. O presidente do banco do Vaticano foi demitido, o mordomo do papa “traficou” documentos confidenciais, descobriram-se alegadas conspirações entre cardeais e corrupção em negociações financeiras da Igreja com empresas italianas. Definitivamente neste prédio vivem-se problemas mais graves do que nos nossos prédios. Vamos ver se o responsável do condomínio eleito dia 13 de março, segundo a ata, consegue ter mão na vizinhança, e que obras se propõe iniciar no edifício. O processo de eleição de um papa é muito, digamos, engraçado. O colégio cardinalício reúne-se e isola-se do mundo. Chama-se a esta reunião o conclave. Existem quatro votações por dia até se chegar a uma maioria de votos de dois terços. A cada votação os boletins de voto vão para uma fornalha e são queimados. Enquanto não existe quórum, de uma chaminé da Capela Sistina sai fumo negro. No momento da escolha do novo papa o fumo sai branco. É, de facto, giro e original. Mas o que diria o Francisco Ferreira da Quercus no Minuto Verde a tanto papel desperdiçado? Com um conclave de papel reciclado poderíamos produzir 12 rolos de papel higiénico, meia resma de papel almaço, ou duas caixas arquivadoras para os fascículos de cozinha do chefe Silva. Um conclave de papel reciclado pouparia um eucalipto, economizaria 1,5 por cento de energia elétrica e reduziria em 2 por cento a poluição atmosférica, diminuindo o buraco do ozono. Mas talvez assim, com o buraco um pouco mais alargado, Deus possa ver melhor o que os seus pastores andam por cá a fazer. É engraçado que quando falo no papa ao meu filho mais novo, o Tomé, que tem dois anos, ele saliva. E se me referir ao sumo pontífice ao meu filho mais velho, o André, que tem seis anos, ele também saliva. Os meus filhos reagem ao reflexo condicionado de Pavlov quando ouvem falar de papa e de sumo – pensam que é hora do lanche. Mas com a escolha do novo sumo pontífice, muito fica por saber sobre os destinos do anterior papa Bento XVI. Este facto do anterior papa estar ainda vivo é uma novidade. Já não havia uma resignação p’apal desde 1415, portanto já depois de nascimento de Lady Betty Grafstein, a companheira embalsamada de José Castelo Branco. Temos, portanto, um papa e meio. Porque Bento XVI pode já não o ser, mas foi papa, e por isso não voltará a ser o senhor Ratzinger. A partir de agora conviverá com o título de papa emérito Bento XVI. Emérito quer

Nos dias em que o azeite de marca RISCA GRANDE, produzido por investidores familiares suíços no concelho de Serpa, recebeu o título de melhor azeite biológico do mundo, o Governo reconheceu igualmente o “AZEITE DO ALENTEJO” como indicação geográfica. Duas notícias deveras animadoras para um setor que a cada dia que passa exibe maior pujança na economia da região e do País. PB

A contranarrativa de Sócrates é de parte interessada, mas não deixa por isso de ser amiúde certeira. Resta ver como ficará o PS no meio de tudo isto. André Freira, “Público”, 3 de abril de 2013

Opinião

O novo papa tem 76 anos. Novo? – Segunda Parte

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dizer reformado. E felizmente para Pedro Mota Soares, e mais ainda para o próprio Ratzinger, que o seu sistema de Segurança Social fica lá bem longe. Do nosso. Contudo, algumas questões se levantam após a retirada de Bento XVII: durante quanto tempo vai habitar em Castelo Gandolfo, a residência de férias papal? Quando chegar agosto, para onde vai Francisco passar férias? Para Albufeira? Ou ficam os dois na casa de férias em animadas pescarias e churrascadas durante quinze dias? E o que foi feito do anel de pescador que é usado por cada papa para selar documentos oficiais? Após uma morte papal, o anel é destruído para evitar documentos falsos e um novo é fundido com o ouro do último. Mas só quando o papa morre. Terá Bento XVI vendido o anel a uma Ouro Cash, a loja de ouro em segunda mão, recomendada por António Sala? Mistérios que a história se encarregará de responder. Para já os olhos estão todos postos em Francisco (que só será Francisco I quando houver um Francisco II), o papa argentino amante de tango e adepto de futebol, à semelhança do seu homólogo português Pinto da Costa, para quem o dia da escolha do novo Papa estará sempre associado à eliminação do FCP da Liga dos Campeões. A ver vamos se Francisco, o papa engenheiro, terá engenho suficiente para fazer engrenar definitivamente as rodas dentadas da desafinada máquina clerical.

Um país e uma região estilhaçados José Filipe Murteira Professor

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revolução liberal de 1820 e os vários códigos administrativos que se lhe seguiram moldaram a estrutura político-administrativa que atravessou os sucessivos regimes políticos – Monarquia Constitucional, 1.ª República, Estado Novo – até chegar à democracia, implantada no 25 de Abril. Distritos, concelhos e freguesias, é esta a organização que, com maiores ou menores alterações vigora em Portugal desde a primeira metade do século XIX e que foi consagrada pelo primeiro código administrativo, o de 1836. Data deste ano a primeira grande mudança no “poder local”, efetuada por Passos Manuel, com a eliminação de mais de metade dos concelhos até então existentes, passando de 806 (em 1827) para 351. A outra grande mudança verificada (apenas em 2013, com Passos Coelho), é a eliminação de mais de mil freguesias, processo polémico e contestado pelas populações locais. Paradoxalmente, ao mesmo tempo que se mantêm os distritos (extintos pela Constituição de 1976, que institui uma nova autarquia local, a região administrativa, ainda não implementada), mesmo sem governadores civis, atualmente, tem-se assistido, no que à organização político-administrativa do território continental (os Açores e a Madeira, para o melhor ou para o pior têm a sua autonomia já implementada) a um verdadeiro regabofe, que os sucessivos governos e parlamentos não têm conseguido pôr termo. Pior do que isso, assiste-se ao estilhaçar do País (e, no caso concreto, do Alentejo), sem qualquer critério que se afigure lógico, seja político, administrativo, económico ou social. E sem uma avaliação rigorosa do que havia antes, que justifique as alterações sucessivas nas estruturas regionais. Existe, assim, uma CCDR para todo o Alentejo (seguindo o modelo das regiões/plano definido, ainda no Estado Novo, pelo III Plano de Fomento – 1968/1973), o que se afigura

lógico, ainda que, em certas alturas, essa lógica seja pervertida. Isso aconteceu, por exemplo, com a integração de alguns concelhos da região de Lisboa e Vale do Tejo no INAlentejo (para efeitos de financiamentos do QREN) ou, mais recentemente, com a proposta de integração de alguns desses concelhos na nova entidade regional de turismo do Alentejo (o que já levou Ceia da Silva a ironizar, dizendo que não vai promover a sopa da pedra de Almeirim). As contradições são diversas: se, no turismo se procedeu à unificação, com a extinção dos pólos existentes, de modo a concentrar esse setor em apenas cinco entidades, a organização das comunidades intermunicipais (contestada por juristas e pela própria ANMP), divide os municípios por 23 novas estruturas, enfraquecendo o seu poder de intervenção. Na nossa região, por exemplo, o que justifica a existência de duas dessas comunidades – Baixo Alentejo e Alentejo Litoral – uma com treze e outra com apenas cinco municípios, quando poderiam continuar os dezoito integrados numa única comunidade, como acontecia, até aqui, com a Ambaal? Situações como esta repetem-se : extinguem-se as direções regionais de educação (transformadas numa direção de serviços de uma direção geral do respetivo ministério, numa atitude centralista), ao mesmo tempo que se mantêm outras – Desporto e Juventude ou Cultura – que mal se dá pela sua existência. Há serviços, como o emprego e formação profissional ou a saúde que se organizam em estruturas regionais, enquanto que outros, como a segurança social, as finanças ou as estradas, são geridas por entidades distritais. Basta atentarmos no exemplo concreto de um concelho, para verificarmos até onde vão estas contradições e incongruências. Sines, por exemplo: no turismo, pertencia ao pólo do Alentejo Litoral, agora passa para a entidade regional do Alentejo; para acesso aos fundos comunitários integra o INAlentejo, na saúde a ARS Alentejo, mas para tratar das estradas ou dos impostos tem de “dialogar” com Setúbal; foi fundador da primeira associação de municípios do país, a Ambaal, que agora vai deixar, para passar a integrar a Cimal, com apenas mais quatro concelhos; um destes é Odemira que, para todos os efeitos (incluindo até o futebol), ainda integra o distrito de Beja e, nomeadamente, pertence à Assembleia Distrital, que gere o Museu Regional de Beja. E é perante este estado de coisas, que perpetua a confusão e a tradicional troca de lugares e de cadeiras quando há mudanças de governo (num carrossel protagonizado por membros dos partidos do chamado “arco do poder”), que se atira para as calendas gregas a regionalização e se vai falando em medidas perigosas como o aumento da “municipalização” da educação (sobre estes dois temas escreveremos um dia destes). Podemos concluir, com uma afirmação (sobre um outro assunto) de Nuno Ramos de Almeida, no jornal “I”, do passado dia 16 de março : “Verifica-se a transformação do país numa abstração que pode ser sujeita a um experimentalismo político nem sequer muito elaborado, mostrando um imenso desconhecimento da realidade e um enorme desprezo pelas pessoas concretas.” É de facto uma pena que a nossa democracia, em quase quarenta anos, não tenha conseguido organizar o País e as regiões, de modo a promover a descentralização, o planeamento de infraestruturas e de atividades e, principalmente, a participação dos cidadãos. NR: O texto de opinião “Vive e deixa viver”, de Ana Paula Figueira, apareceu na última edição do “DA” erradamente assinado por Ana Paula Fitas. À autora e aos nossos leitores devemos um pedido de desculpas.


O investigador RUI SILVA, que já foi destaque no “DA” pela implementação no IPBEJA de um laboratório em torno da segurança informática e cibercrime, anunciou esta semana aos jornalistas a criação de um sistema inovador que permite trocar mensagens escritas de forma segura. Uma inovação que vai ser usada pelas altas chefias do Estado. É também pela via da inovação que o País pode arrebitar. PB

Há 50 anos Senhoras, meninas e zangas de galinhas

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á meio século, entre notícias de Beja e do Alentejo, do País (incluindo o Ultramar, através do serviço da agência Lusitânia) e do estrangeiro, textos de opinião e publicidade, o “Diário do Alentejo” publicava também transcrições de artigos de outras publicações. Em finais de março de 1963, um “recorte” do jornal “República” abordava o sempre atual problema da má utilização dos automóveis do Estado (um tema recorrente, ainda hoje, que serve para desviar a atenção do essencial, que é a intensificação da exploração dos trabalhadores e o roubo das riquezas do País). Assim: “A Imprensa tem-se referido ultimamente a certos abusos que se verificam com os automóveis do Estado e a publicidade feita a este respeito merece o nosso franco aplauso, necessário como é morigerar costumes e defender com unhas e dentes os dinheiros do Estado, hoje mais do que nunca, que temos de suportar uma guerra custosíssima em África. Não é raro verem-se por aí automóveis do Estado com senhoras, meninas e criadas em passeio ou a fazer compras sem que o Estado tenha nesses passeios ou compras no mercado o mínimo interesse. Nós bem sabemos que a gasolina é muito mais barata para o Estado do que para os particulares, o que plenamente se justifica. Mas, mesmo barata, custa dinheiro, como dinheiro custaram os automóveis do Estado, que se desgastam, como os outros. Entendemos, e parece que toda a gente o entende, que os carros do Estado são para serviço oficial e não para passeatas, mas que cada um deve pagar à sua custa. Para isso se é aficcionado...”. Dias depois, um outro “recorte”, sem citar a origem da transcrição, garantia que “As galinhas preferem a média luz”. Quase tão interessante como a denúncia de as senhoras, meninas e criadas dos altos funcionários do fascismo andarem às compras em carros do Estado. Leiam: “Londres – Ainda não há muito tempo os donos dos aviários americanos inventaram um termo que se veio juntar ao vocabulário de todos os criadores de aves do mundo – ‘stimulighting’ – ou, para achar um equivalente em português, ‘estimuliluminação’. Agora, os donos dos aviários britânicos acabaram de inventar outra palavra a acrescentar ao seu vocabulário: ‘crepusculiluminação’. E por isto: os criadores britânicos chegaram também à conclusão de que a luz crepuscular pode ter consequências benéficas em grandes aviários, onde as ‘relações sociais’ entre as aves tendem a ser belicosas e onde frequentemente a iluminação intensiva gera ‘atritos e zangas’ entre as aves.” Carlos Lopes Pereira

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15 Dentro de duas semanas, embora com mais de sete meses de atraso, estará pronta a obra de requalificação das PORTAS DE MÉRTOLA, a baixa da cidade de Beja. Uma obra fundamental para reintroduzir vida no coração da capital de distrito e para ressuscitar o comércio tradicional nas artérias pedonais mais movimentadas da cidade. Esperemos que estas obras sejam mesmo um elixir contra a crise. PB

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Confesso que, como não religioso, este papa me fascina. Como me fascinou João XXIII, que lançou o Concílio Vaticano II. Para varrer a Igreja católica da corrupção, da pedofilia e da ostentação de riqueza precisávamos de um papa vindo da América Latina, onde o catolicismo é aberto e progressista, com uma visão antineoliberal e anticapitalismo selvagem. Mário Soares, “Diário de Notícias”, 3 de abril de 2013

Cartas ao diretor duma cidade de mentalidade provinQuinta feira ciana comentaram as nossas mentes irreverentes? de Ascensão Eu tinha o hábito de comprar toMaria Vitória Afonso Beja

Da Páscoa à Ascensão quarenta dias vão. Quem não se recordar deste aforismo popular, poderá consultar o Borda D’Agua onde se registam tanto as festividades de caráter cívico como as de caráter litúrgico ou popular. O hábito de fazer da Ascensão uma festa especial remonta ao século IV, para honrar o fim da missão do Redentor na terra e da sua entrada na glória do céu. Esta festividade revestia-se de uma dualidade religiosa e pagã. Quanto ao aspeto religioso outrora a liturgia era revestida de grande solenidade. Hoje em dia nos meios citadinos passa a maior parte das vezes despercebida. Na minha vila era costume irem ranchos de moços e de moças em passeio pelo campo e regressarem com um raminho de flores campestres. Como era constituído o ramo e qual o seu significado? Este era constituído por: 2 espigas de trigo; 2 papoilas vermelhas; 2 malmequeres brancos; 2 malmequeres amarelos; 1 haste de oliveira florida (candeio). Quanto ao significado: as espigas de trigo representam o Pão, as papoilas a Alegria, os malmequeres brancos a prata, os amarelos o ouro, a haste de oliveira a Paz. O ramo era colocado em casa pendurado na parede por um prego durante todo o ano até à próxima 5.ª feira de Ascensão – um ritual que era premonição da sorte de ter abundância, tudo o que aquela simbologia significava. Recordo particular e saudosamente uma destas quintas feiras vividas em Beja, localizada no tempo em meados da década de 50. Era uma tarde soalheira de maio e o liceu situava-se não muito longe do campo. Saídos por volta das 3 horas, nós, as raparigas e os colegas da turma mista, resolvemos ir apanhar a espiga. Chegados ao campo o sol radioso começa a esmorecer, o céu fica carregado de nuvens negras, rebenta uma horrível trovoada e começa a chover torrencialmente. Então os rapazes gentilmente cederam-nos as suas capas, que pusemos pela cabeça, semelhando camponesas com seus xailes. Assim chegámos às portas de Mértola (centro da cidade), o que gerou surpresa e crítica dos transeuntes. O que é que se espera

dos os dias o “Diário do Alentejo”. Não só porque sempre admirei a imprensa regional, como porque também não queria perder a coluna “Portas de Mértola às duas Horas” do saudoso José António Moedas jornalista efetivo do “Diário do Alentejo”. No outro dia ele registava com humor e ironia a insólita passagem de algumas meninas do liceu, encharcadas até aos ossos protegidas pelas capas de seus colegas, providenciais protetores e pontuais impedidores de uma valente gripalhada. Vir no jornal como protagonistas das “Portas de Mértola às duas horas” num tempo de nenhum mediatismo, muita discrição e muita austeridade nos costumes foi para nós uma aventura desmedida. Talvez tenhamos tido sorte pelo facto do reitor do liceu não ter lido nesse dia o “Diário do Alentejo”, pois eram tempos austeros em que qualquer ato irrefletido custava caro à juventude em termos de punição. Pessoalmente receava, pois havia apenas dois meses que levara uma falta. Injustificada por ter sido apanhada a desenhar o retrato do professor de francês, ainda por cima com um piolho na cabeça. Resultado: fui posta na rua pelo professor e a falta foi enviada ao encarregado de educação. Felizmente que esta quinta-feira especial terminou bem, mas ficou na minha memória indelevelmente.

A solidão e o isolamento dos idosos um problema atual Sérgio Pardal Campo Maior

A solidão é uma sensação subjetiva de vazio existencial, que está relacionada com a compreensão individual de cada pessoa, em relação à ausência de redes sociais e pessoas livres, para compartilhar atividades e práticas que lhes possam proporcionar, uma oportunidade de participar na vida social e de desenvolver relações afetivas. O isolamento social refere-se à ausência de integração social de grupos ou indivíduos, provocada pelo afastamento em relação à restante

comunidade, por dificuldades de relação e pela utilização de normas e valores diferentes da sociedade à qual pertencem. A solidão e o isolamento na velhice encontram-se geralmente associados ao declínio das competências biológicas e emocionais, próprias desta fase etária que vão prejudicar a sua capacidade para estabelecer relações interpessoais e a patologias como (depressão, ansiedade patológica, demências, artroses, problemas de coluna entre outros), e a fatores sociais e demográficos, à saída dos filhos da casa dos pais, à diminuição da receita disponível com a aposentação e à perda contactos sociais, o estado conjugal, o género, à redução da rede social pela perda de amigos e pessoas próximas, à exclusão social pela pobreza e à imagem preconceituosa que se mantêm na nossa sociedade em relação às pessoas idosas. As características psicológicas e de personalidade também podem contribuir e influenciar a autoestima da pessoa, a maneira de pensar, comunicar, proceder, interpretar a vida e relacionarse com os outros. Os idosos que vivem sós, em geral possuem um autoconceito deles próprios negativo e da sociedade em geral reservados e pouco comunicativos, interagem pouco com as outras pessoas, tem dificuldade em desenvolver relações intimas, isolam-se e têm tendência a viver na solidão. Deste modo, será necessário que as famílias proporcionem um melhor auxilio à população idosa, como instituição que melhor conhece bem as necessidades dos seus membros, podem prestar um apoio afetivo e instrumental indispensável ao equilíbrio biopsicossocial e na sua ressocialização. A solidariedade social das redes de suporte informal formada por amigos, pessoas próximas, conhecidos, poderão constituir um aspeto fundamental pelo apoio emocional e de alguma intimidade que poderão dar, contribuir para a redução das situações de isolamento e de solidão em que grande parte dos idosos se encontram, constituindo um problema atual das sociedades do mundo pela diminuição das taxas de natalidade e pelo aumento da esperança de vida das suas populações. Nessa ótica será necessário um tomar de consciência das pessoas para a problemática do envelhecimento e da formação de redes de interajuda aos idosos que vivem isolados, no sentido de prestar uma melhor avaliação das necessidades das pessoas no domicílio e das situações de emergência, permitindo ao idoso o desenvolver de relações de amizade e uma melhor articulação com as instituições de apoio ao idoso.


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As obras do Projeto Integrado de Beneficiação da Baixa de Beja eram “inadiáveis e indispensáveis, até para criar melhores condições e nova dinâmica para o comércio tradicional desta zona da cidade, reconciliando a população com este espaço nobre que estava decadente”. Jorge Pulido Valente

Reportagem

Obras da Baixa de Beja concluídas sete meses após a data inicialmente prevista

Em contagem decrescente As obras do Projeto Integrado de Beneficiação da Baixa de Beja estão “praticamente con-

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s obras do Projeto Integrado de Beneficiação da Baixa de Beja (vulgarmente conhecida como zona das Portas de Mértola), iniciadas em setembro de 2011, deverão estar concluídas dentro de duas semanas, cerca de sete meses após a data inicialmente prevista – setembro do ano passado. Falta “apenas a colocação da peça escultórica/ponto de água” na chamada “meia laranja” e “algumas correções de pavimentos que o excesso de chuva veio alterar”, garante o presidente da Câmara Municipal de Beja ao “Diário do Alentejo”. Prevê-se “que a peça escultórica esteja terminada dentro de duas semanas para que possa ser instalada e seja ligada a água dos despectivos equipamentos”, adianta Jorge Pulido Valente, acrescentando que o atraso na conclusão da referida peça “deveu-se, nesta última fase, a avarias sucessivas na máquina de corte no canteiro em Pero Pinheiro [Sintra]”. A inauguração oficial das obras deverá ter lugar no próximo mês de maio, “mês das festas da cidade”, revela o autarca. As obras da Baixa de Beja, orçadas em 900 mil euros e com financiamento comunitário de 85 por cento, abrangeram o largo do Terreiro dos Valentes e as ruas de Mértola e Capitão João Francisco de Sousa e consistiram “na renovação e enterramento de todas as infraestruturas de água, esgotos, eletricidade, comunicações e gás; iluminação; drenagem das águas pluviais; equipamentos de recolha

cluídas”, faltando “apenas a colocação da peça escultórica/ponto de água” na chamada “meia laranja” e “algumas correções de pavimentos que o excesso de chuva veio alterar”. Com uma duração prevista de um ano, a intervenção acabou por sofrer sucessivos adiamentos, situação que foi sendo fortemente contestada pelos comerciantes das zonas intervencionadas, que já se debatiam com a diminuição do poder de compra dos clientes, em consequência “da crise económica”. Texto Nélia Pedrosa Fotos José Serrano

de resíduos; renovação de pavimentos; telas de ensombramento; novas zonas de estadia; mobiliário urbano; plantação de árvores; repuxos de refrescamento ambiente; e obras de arte”. Com uma duração prevista de um ano, a intervenção, que tinha como objetivo “a requalificação urbana, valorização do centro histórico e dinamização do comércio tradicional”, acabou por sofrer sucessivos adiamentos, situação que foi sendo fortemente contestada pelos comerciantes das zonas intervencionadas, que já se debatiam com a diminuição do poder de compra dos clientes, em consequência “da crise económica”. Jorge Pulido Valente justifica os atrasos com “a conjugação de vários fatores”, nomeadamente “a falta de meios do empreiteiro, inexistência de cadastro de infraestruturas, necessidade de realizar intervenções arqueológicas, condições climatéricas adversas prolongadas e complexidade da obra”. E adianta que o valor total da

obra, tendo em conta os sete meses de atraso, só será conhecido “depois de concluídos todos os trabalhos e de feito o apuramento final da obra (trabalhos a mais e a menos)”. “As pessoas desabituaram-se de vir ao centro” “As obras demora-

ram demasiado tempo. Eles podiam ter acelerado isto, mas só aceleraram no fim, foi pena”, diz Custódia Máximo, proprietária de duas lojas de vestuário infantil/juvenil localizadas no Terreiro dos Valentes, adiantando que as pessoas, devido às obras, “deixaram de circular pelo centro da cidade”: “As pessoas desabituaram-se de vir ao centro, porque primeiro era o pó, depois era a lama, porque os carrinhos de bebé tinham dificuldade em circular por aqui”. O que prejudicou “sem dúvida”, garante, o seu negócio, que já se ressentia, como tantos outros, “com a crise económica”. Agora que o fim das obras se aproxima, adianta a comerciante,

“já se consegue ver mais gente a circular pelo centro, e mesmo que não entrem [nas lojas] sempre é diferente, há gente, há movimento”. “Temos que estar otimistas. Acho que isto depois de pronto fica agradável para as pessoas virem para aqui, para o centro da cidade. Estou confiante que isto vai voltar ao que era. Vamos pensar que sim”, conclui Custódia Máximo. Menos otimista está Maria Teresa Conceição, empregada de balcão numa perfumaria situada na rua Capitão João Francisco de Sousa. “Estas obras foram muito prejudiciais. Esperamos agora que as coisas melhorem, mas como as coisas estão não sei se são as obras que vão trazer mais população à rua. Não estou muito confiante, porque também se junta a crise”, diz, salientando que a loja onde trabalha há 15 anos “foi prejudicada” porque as obras dificultaram o acesso dos clientes aos estabelecimentos comerciais localizados na zona intervencionada:

Custódia Máximo, Maria Teresa Conceição e Adelino Mira Comerciantes estão satisfeitos com o resultado final mas lamentam morosidade das obras

“Isto era só lama, só água, mas nós sabemos que as pessoas têm de trabalhar e para isto ficar bonito teve que se passar por essa fase”, diz, algo conformada, acrescentando que a zona “ficou agradável” e que a rua Capitão João Francisco de Sousa “até parece maior”. “As obras têm sempre dois prolemas, o tempo e os custos, e claro que esta obra não poderia fugir à regra. Claro que os comerciantes desta zona foram, em geral, um pouco prejudicados. De facto não se esperava que tudo isto levasse tanto tempo. Mas foram obras de fundo, não foi só a calçada ou a decoração, e por isso tivemos de compreender. Não havia nada a fazer”, diz, por sua vez, Adelino Mira, proprietário de um pronto-a-vestir na rua de Mértola, de portas abertas há 35 anos. O comerciante, que leva já meio século de experiência no setor, salienta, no entanto, que, apesar de o comércio ter sido prejudicado pelo arrastar das intervenções na principal zona comercial da cidade, “não foi devido às obras que os clientes deixaram de ir às lojas”: “Eles não vêm porque não têm condições, não há dinheiro, e nós notamos isso. O que está aqui em causa é o poder de compra das pessoas, é a situação económica do País, não as obras. Se as pessoas tivessem dinheiro vinham à mesma, até porque as obras tiveram sempre o trânsito livre, em condições de as pessoas entrarem no comércio e circularem”. Adelino Mira reconhece, contudo, “que algumas pessoas não se deslocavam ao centro da cidade porque tinham


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receio das obras” e que houve zonas “em que a circulação de viaturas de cargas e descargas foi afastada”, o que causou complicações aos comerciantes. Agora que “os toldos já estão colocados e os passeios prontos, que felizmente já está tudo mais bem encaminhado, que está tudo bonito”, refere Adelino Mira, “só precisamos é que as pessoas tenham dinheiro e poder de compra, para que possamos sobreviver” e que a câmara municipal promova “iniciativas que chamem a atenção das pessoas, das crianças, dos avós, que sirvam de chamariz para o centro histórico da cidade”. “O grande problema está aí. Deixaram criar aqueles grandes elefantes [superfícies comerciais], que dão todas as condições às pessoas, estacionamento, porque são comércios poderosos e aos quais o pequeno e médio comércio não consegue fazer frente”, adianta o comerciante, que defende ainda que a câmara “deveria tentar atrair investimento” para o centro da cidade, não só comércio de pequena dimensão mas também grandes marcas “como a Zara ou outra qualquer”. “Quanto mais comércio tivermos no centro histórico, mais pessoas vêm. A pessoa pode vir a um estabelecimento com uma determinada finalidade, mas depois vê outros produtos noutros estabelecimentos, e isso dá-nos mais movimento. Ganhamos todos nós e a própria cidade”. Condições de circulação e de fruição “são incomparavelmente melhores”

O presidente da Câmara Municipal de Beja salienta ao “Diário do Alentejo” que as obras do Projeto Integrado de Beneficiação da Baixa de Beja eram “inadiáveis e indispensáveis, até para criar melhores condições e nova dinâmica para o comércio tradicional desta zona da cidade, reconciliando a população com este espaço nobre que estava decadente”. E lembra que “todas as obras deste tipo, pela sua complexidade e localização, causam normalmente transtornos e prejuízos. Esta, em particular, pela inexistência de cadastro, vestígios arqueológicos existentes e exiguidade do espaço para a quantidade de infraestruturas subterrâneas, teve dificuldades acrescidas. A situação geral do setor da construção civil, que agravou as dificuldades do empreiteiro também afetou o ritmo da obra”. Mas desde o início, adianta Jorge Pulido Valente, a câmara, em conjunto com a Associação de

Comemoração Inauguração oficial das obras deverá ter lugar no próximo mês de maio

Comércio, Serviços e Turismo do Distrito de Beja, procurou “antecipar e minimizar os problemas evitando prejuízos para os comerciantes”: “Temos a agradecer a colaboração prestada por todos e os constantes alertas que nos foram dando e que nos obrigaram a um acompanhamento reforçado, especialmente na última fase. Recordo que, apesar de termos tido que interromper a obra na época do Natal, houve condições para realizar a campanha ‘Entre no Natal pelas Portas de Mértola’, de dinamização do comércio, a qual, pelos números apurados, obteve assinalável êxito. Porque esse era o nosso interesse e o de todos, fizemos todos os possíveis não só para que o ritmo fosse mais acelerado como para evitar prejuízos para os comerciantes”. E pelas opiniões que tem recolhido, pensa que, “apesar das dificuldades e transtornos, valeu a pena e que estão criadas novas e melhores condições para todos: comércio, clientes, turistas e população em geral”: “O balanço é claramente positivo”, continua o autarca, que destaca, em termos de intervenção, “a melhoria das infraestruturas e a qualidade geral do espaço, a renovação e valorização estética, o conforto e a segurança”. Esta intervenção “veio criar as condições para a renovação da vida naquela área da cidade e abrir novas perspetivas de negócio”, garante Jorge Pulido Valente, adiando que “as condições de circulação e de fruição do espaço público são hoje incomparavelmente melhores” e que “a renovação de todas as infraestruturas veio trazer ganhos muito importantes em termos financeiros, ambientais e de qualidade de vida”. “Futuramente, se houver adesão à nossa proposta de criação de uma unidade de gestão partilhada, os benefícios serão todos aqueles que, conjuntamente, formos capazes de ambicionar”, conclui. A Câmara Municipal de Beja, em conjunto com a Associação de Comércio, Serviços e Turismo do Distrito de Beja, a Empresa Municipal de Água e Saneamento de Beja e outros parceiros, tem prevista a realização de “um programa inovador, continuo, de dinamização”, programa esse que “será anunciado brevemente”. O “Diário do Alentejo” tentou ouvir ainda o presidente da Associação de Comércio, Serviços e Turismo do Distrito de Beja, Francisco Carriço, mas tal não foi possível até à hora do fecho da presente edição.


Moura Volei Clube recebe o Santo Tirso

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Desporto

Já sem quaisquer hipóteses de qualificação para a 3.ª fase no Nacional de Voleibol da 3.ª Divisão, face às quatro derrotas já averbadas, a equipa do Moura Volei Clube recebe, amanhã (17 horas), no Pavilhão Municipal de Moura, a formação do Santo Tirso.

Carolina Silva na Seleção – A jogadora Carolina Silva (Casa do Benfica de Castro Verde) foi convocada para a seleção nacional feminina sub/19, juntando-se à sua colega de equipa Ana Capeta, nos jogos de apuramento para o Campeonato da Europa, que decorrem até terça-feira, em Figueira da Foz, com a Finlândia, Islândia e Irlanda do Norte.

Castrense foi a única equipa bem-sucedida no reinício da prova

Um Moura que seja notável... Está aí, novamente, o campeonato nacional da 3.ª divisão, com as quatro equipas sul alentejanas divididas de acordo com as metas conseguidas na primeira fase da prova e com metade dos pontos conquistados. Texto e foto Firmino Paixão

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a fase de promoção o municipal da Vidigueira vai receber, no próximo domingo, mais um dérbi, com a presença do Moura, para medir forças com o Vasco da Gama. Com recursos diferentes e objetivos distintos, as duas equipas

procurarão apresentar-se ao melhor nível e proporcionar uma boa partida de futebol. O Moura, pela posição que ocupa na tabela, é a formação a quem mais interessam os três pontos. Na série dos que perseguem a promoção o União-de-Montemor joga em casa com o Atlético de Reguengos, equipa que procurará intrometer-se na discussão das vagas existentes, e o Juventude de Évora, com objetivo semelhante, mas mais distante de o conseguir, viajará para o terreno do Esperança de Lagos. Na jornada anterior, aquela que abriu as hostilidades desta

Nacional da 3.ª divisão O Moura sofreu a primeira derrota no seu reduto

fase decisiva da prova, ficou o registo da derrota do Moura no seu reduto, ante o Montemor, o empate conseguido pelo Lagos, no recinto do Reguengos, e a vitória clara do Juventude, sobre o Vasco da Gama. Na série dos já despromovidos, o Castrense recebeu e venceu o Lusitano de Vila Real e o Aljustrelense perdeu em Sesimbra. A turma de Castro Verde volta a jogar no seu terreno no próximo domingo, recebe a formação do Sesimbra e o Aljustrelense joga em casa com o Lagoa. Os jogos já terão início às 16 horas.

Joaquim Mendes, técnico do Moura, reafirma objetivos de promoção

Saborear os momentos amargos... A tolerância para a perda de pontos baixou consideravelmente de nível, mas, em Moura, sente-se a forte convicção de que o clube subirá de divisão no final da presente temporada. Texto Firmino Paixão

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Moura Atlético Clube, forte candidato na promoção ao estreante Campeonato Nacional de Seniores da próxima temporada, sofreu, diante do Montemor, a primeira derrota da temporada no próprio terreno. Com este resultado negativo, falhou o ataque ao primeiro lugar, mas mantémse em posição elegível para concretizar o objetivo anunciado pelo técnico Joaquim Mendes no início da época: subir de divisão. O técnico mourense, bastante pragmático no discurso, reafirma a meta de subida de divisão, mas apela à concentração e qualidade do seu plantel para evitar percalços, como o sucedido na partida de abertura da derradeira fase do campeonato, em que a equipa não foi capaz de superar o adversário mais direto na corrida ao primeiro lugar da série. Foi apenas o primeiro jogo da 2.ª fase mas era frente ao líder. Uma

partida que o Joaquim Mendes, por certo, não queria perder?

foi uma justa vitória do União-deMontemor.

Claro que não! Foi o primeiro jogo, mas foi com o primeiro classificado da série, por isso, era tão importante. E, ganhando, podíamos ter ficado no primeiro lugar. Assim, estamos mais distantes desse objetivo, mas para nós também foi bom o empate do Reguengos com o Lagos, por isso, teria sido excelente se tivéssemos conseguido ganhar. Mas o futebol é isso mesmo, não há volta a dar, porque a vitória do União de Montemor até foi justa.

Em prova estão ainda o Lagos, Reguengos, Juventude e Vasco da Gama. Alguma destas equipas se pode intrometer entre o Moura e o Montemor?

O campeonato parou duas semanas. Às vezes é benéfico para recuperar atletas, mas a equipa pode perder ritmo competitivo?

Deu realmente para recuperarmos dois ou três atletas que estavam tocados e, nesse aspeto, as paragens são sempre benéficas, mas depois têm outras contrariedades ao nível competitivo. A partir de agora a tolerância para perder pontos passou a ser mais diminuta?

Sim, é menor, completamente. Aliás, nós gostamos de olhar para cima e vermos apenas uma equipa na classificação, mas gostávamos mais de olhar para baixo e sermos nós a vermos todas as outras equipas. Era

Na próxima jornada teremos a saída do Reguengos para Montemor e o Juventude joga em Lagos. Se os eborenses ganharem em Lagos e algum dos outros perder pontos, nós, ou o Montemor, o Reguengos e o Juventude estarão automaticamente na luta. mais confortável, mas hoje não fomos a equipa que nós desejávamos para superarmos as dificuldades do jogo com o União-de-Montemor. Os dois primeiros lugares dão acesso à promoção, mas o Moura persegue o primeiro lugar da Série F …

Queremos ser os primeiros, ainda mantenho essa ambição. Percebi, simplesmente, que temos que anular estes aspetos menos bons do nosso rendimento para que a equipa possa chegar onde eu desejava, ao primeiro lugar. É um sentimento partilhado também pelos jogadores. Mas temos que estar conscientes de que, com o que fizemos neste jogo, podíamos ter conseguido algo mais. Mas reafirmo,

Mas mantém a convicção de que o Moura Atlético Clube vai subir de divisão?

Eu mantenho a plena convicção daquilo que afirmei no princípio desta época, simplesmente tenho que saber saborear não só os momentos bons, mas também os momentos amargos, de que não gosto, mas temos que ter a cabeça fria e sabermos estar, para ultrapassarmos esses momentos. Existe tranquilidade no balneário e um apoio efetivo da estrutura diretiva do clube?

Claro que sim. Mas, após um resultado negativo numa primeira fase, contra o primeiro classificado, que, por sinal, foi a primeira derrota da época no nosso campo, não podemos estar satisfeitos. Mas temos que

trabalhar esses aspetos para que na próxima jornada possamos estar ao melhor nível. No próximo domingo jogam em Vidigueira...

Será um jogo complicado, aliás, nesta altura, não há jogos fáceis. Jogamos sempre para ganhar, é esse o espírito com que entramos sempre em campo. Mas, às vezes, existem caixinhas de surpresas, por muito que nós desejemos que a equipa seja personalizada, seja forte, que assuma totalmente o jogo, e temos a noção de que podemos fazer isso, mas também estamos cientes que cada jogo tem três resultados possíveis. Ainda é cedo para falarmos da sua continuidade em Moura na próxima época desportiva?

Não é ainda o momento certo para isso. Gostamos de sucesso, gostamos que as coisas corram sempre bem e é nestes momentos que devemos estar mais concentrados com o nosso objetivo. Queríamos ter as situações definidas o mais rapidamente possível, mas o futebol também é isto e, por vezes, quando idealizamos certas coisas, o futebol traz-nos dissabores que levam a que nos concentremos apenas no jogo imediato e na segunda fase do campeonato.


A Associação Columbófila do Distrito de Beja realiza, no próximo domingo, a segunda prova do Campeonato de Meio Fundo da campanha desportiva 2013, com soltas desde a cidade espanhola de Granada (linha de voo de 390 quilómetros) para as zonas centro leste e sul.

Hóquei em Patins Regressam este fim de semana as competições nacionais de jovens com o seguinte programa: infantis – o Vasco Gama Sines joga no Seixal e o Estremoz recebe o Sporting; iniciados – CP Beja joga em Oeiras e o HC Grândola recebe o Benfica; juvenis – o Vasco Gama Sines recebe o Oeiras e o CP Beja desloca-se ao recinto do Benfica.

Almodôvar e Milfontes separados por 4 pontos

Alerta amarelo Depois das tréguas para as festividades, regressa também o campeonato distrital da 1.ª divisão da Associação de Futebol de Beja, competição que entra no bloco final de quatro jornadas. Texto Firmino Paixão

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Almodôvar e o Milfontes têm pela frente quatro finais. Os almodovarenses estão quatro pontos à frente da equipa do litoral, por isso, estão mais perto do título, mas a pressão da equipa ribeirinha é grande, apesar de um calendário mais exigente. No domingo o líder joga em casa com o Sporting de Cuba, é favorito, mas nunca confiando. O Milfontes também joga no seu terreno, com o São Marcos, tem prognóstico favorável, tendo que o provar em campo. É PUB

expectável que ambos triunfem e entrem nas últimas três jornadas, etapa em que aumentam as dificuldades, com um cenário idêntico ao atual. No terceiro lugar do pódio está o Serpa, que receberá o Bairro da Conceição, com natural favoritismo, depois o Odemirense, que também joga no seu campo, mas com o Rosairense, partida que deve ganhar. O Piense joga no terreno do Desportivo de Beja e o Aldenovense recebe o Guadiana, jogos cujo desfecho deverá ser favorável às turmas da “margem esquerda” do Guadiana. O Cabeça Gorda, o eterno 9.º classificado, joga em Amareleja e aproveitará a posição frágil do opositor, último classificado, para trazer pontos. É uma jornada que, salvo alguma surpresa de vulto, não provocará convulsões na tabela dos pontos.

Futebol Resultados Campeonato Distrital de Benjamins 2.ª Fase/3.ª jornada: Ferreirense-Despertar A; NS Beja-Odemirense; Santo Aleixo-Castrense. Campeonato Distrital de Infantis 2.ª Fase/3.ª jornada: Almodôvar-Amarelejense; Despertar B-Alvito; Odemirense-Despertar A. Taça Joaquim Branco – Benjamins (2.ª jornada) – Série A: Moura-Ferreirense B; Sporting Cuba-Vasco Gama; Desportivo Beja A-Alvito; Piense-Serpa. Série B: Milfontes-Desportivo Beja B; Ourique-Aljustrelense; CB Beja-Almodôvar; Despertar B-Renascente. Taça Dr. Covas Lima – Infantis (3.ª jornada) – Série A: Aldenovense-Piense; Moura-Sporting Cuba; Vasco Gama-Desportivo Beja; Ferreirense-Serpa. Série B: Castrense B-NS Beja; Renascente-Alvorada; Guadiana-Milfontes; Operário-Castrense A. Campeonato Distrital de Iniciados (22.ª jornada): Milfontes-Serpa; Moura-Vasco Gama; Guadiana-Amarelejense; Sporting Cuba-Odemirense; Rio Moinhos-Bairro Conceição. Folgam o Despertar e o Ourique. Campeonato Distrital de Juvenis (13.ª jornada): Despertar-Aljustrelense; Moura-Desportivo Beja; Almodôvar-Castrense. Folga o Serpa. Campeonato Distrital de Futsal (21.ª jornada): Safara-IPBeja; Desportivo Beja-Luzerna; Vasco Gama-Barrancos; NS Moura-Almodovarense; Vila Ruiva-Baronia; ADVNSão Bento-Alcoforado. Campeonato Distrital de Seniores Femininos (3.ª volta 5ª. jornada): Serpa-CB Castro Verde; Ourique-Odemirense (joga-se em Odemira). Folgam o Vasco da Gama e a CB Almodôvar.

Despertar-Louletano (7/4). Campeonato Nacional de Juniores (2ª. fase 8.ª jornada): Moura-Barreirense, 3-2. Líder: Farense, 51 pontos. 8.º Moura, 11. Próxima jornada (6/4): Lusitano Évora-Moura. Taça Fundação Inatel – 2.ª fase (5.ª jornada) Grupo A: Fernandes-Relíquias, 3-3; Luso Serpense-Vale d’Oca, 3-0. Folgou o Amoreiras Gare. Líder: Luso Serpense, nove pontos. Próxima jornada (6/4): Luso Serpense-Amoreiras Gare; Fernandes-Vale d’Oca. Folga o Relíquias. Grupo B: Jungeiros-Luzianes Gare, 0-0; Penedo Gordo-Louredense, 0-2. Folgou o Milfontes. Líder: Louredense, 12 pontos. Próxima jornada (6/4): Penedo Gordo-Milfontes; Jungeiros-Louredense. Folga o Luzianes Gare. Grupo C: Albernoense-Malavado, 3-0; Serrano -Saboia, 0-0. Folgou o Santa Vitória. Líder: Saboia, 10 pontos. Próxima jornada (6/4): Serrano-Santa Vitória; Albernoense-Saboia. Folga o Malavado. Grupo D: Ficalho-Santaclarense, 2-2; Trindade -Beringelense, 3-1. Folgou o Salvadense. Líder: Santaclarense, 10 pontos. Próxima jornada (6/4): Trindade-Salvadense; Ficalho-Beringelense. Folga o Santaclarense. Troféu Agência de Beja – 1.ª fase (5.ª jornada): Grupo E: Brinches-São Matias; AC Cuba-Mombeja. Folga o Quintos. Grupo F: Pedrógão-Faro Alentejo; Alvorada-Figueirense. Folga o Neves.

Campeonato Nacional de Iniciados (2.ª fase 10.ª jornada): Despertar-Desportivo de Beja, 3-0. Líder: Louletano, 51 pontos; 2.º Despertar, 48. 7.º Desportivo Beja, nove. Próxima jornada (14/4): São Luís-Despertar; Desportivo Beja-Odiáxere.

Grupo G: Sanjoanense-Boavista Pinheiros; Santa Luzia-Alcariense. Folga o Soneguense.

Campeonato Nacional de Juvenis (2.ª fase 7.ª jornada): Odemirense-Cova da Piedade (6/4);

Grupo I: Sete-Colos; Bemposta-Naveredondense. Folga o Colos.

Grupo H: Santa Clara-a-Nova-Almodovarense; Cavaleiro-Pereirense. Folga o Cercalense.

19 Diário do Alentejo 5 abril 2013

Columbofilia: campeonato de meio fundo


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Hoje palpito eu...

Diário do Alentejo 5 abril 2013

José António Brites

Pagaia Sul faz história no kayak polo A equipa de kayak polo da Associação Pagaia Sul (APS), de Beja, obteve o terceiro lugar na primeira fase do campeonato nacional da época 2013, que se realizou em Setúbal, o melhor registo de sempre do clube em competições oficiais. O Clube Desportivo de Paço d’Arcos foi o vencedor da competição, seguido do C.C.Setúbal e da Pagaia Sul. A próxima etapa do campeonato disputa-se nos dias 20 e 21, na cidade de Coimbra. Entretanto, e em face dos bons resultados obtidos, os atletas Pedro Mestre e João Roque foram já convocados para integrarem o primeiro estágio da seleção nacional da modalidade.

Canoagem na Mina de São Domingos O Campeonato Nacional de Canoagem, na categoria de esperanças, vai disputar-se no próximo dia 21,a partir das 9 e 30 horas, na Tapada Grande da Mina de São Domingos, com organização conjunta do Clube Náutico de Mértola e da Federação Portuguesa de Canoagem.

Andebol: Zona Azul e Lagos jogam amanhã A Zona Azul e o Lagos jogam, amanhã, pelas 17 horas, no pavilhão de Santa Maria, na cidade de Beja, uma partida relativa à 3.ª jornada da 2.ª fase do Campeonato Nacional de Seniores Masculinos 3.ª Divisão. O Benfica lidera a série (6 pontos) e a equipa bejense ocupa o último lugar (2).

Atletismo: Meeting Jovem Cidade de Beja A pista do Complexo Desportivo Fernando Mamede recebe no próximo dia 13, pelas 15 horas, uma tripla jornada de atletismo que inclui o Meeting Jovem Cidade de Beja, a V Milha Cidade de Beja e a sétima etapa da Taça de Benjamins.

Carol José Saúde

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Alcácer do Sal Vasco Rafael foi o primeiro a chegar à meta oficial e venceu

Má sinalização provocou mau estar

Antes ou depois da ponte? O atleta Vasco Rafael (individual), jovem de 23 anos, natural de Grândola, ganhou o 17.º Grande Prémio de Atletismo de Alcácer do Sal, evento marcado pelo mau tempo e algumas deficiências de organização. Texto e foto Firmino Paixão

O

Gra nde Prém io de Atletismo Páscoa 2013, formatado com uma prova de estrada, com a extensão de 7,3 quilómetros, e uma caminhada, reuniu, em Alcácer do Sal, cerca de duas centenas de concorrentes (atletas populares, federados e caminheiros), debaixo de condições climatéricas muito adversas e sem qualquer ajuizamento oficial, o que levou a enganos de percurso que influíram na verdade desportiva da prova. Os atletas partiram da pista do estádio municipal, passando pelo IC1, estrada da Comporta, rotunda do Forno da Cal e, devido às obras de beneficiação da baixa ribeirinha, tomavam o passeio marítimo junto ao Clube Náutico, até ao início da ponte pedonal, onde a meta estava assinalada. Foi o percurso cumprido pelo atleta Vasco Rafael que se sagrou vencedor da corrida. Sorte diferente teve a cerca de meia dúzia de outros concorrentes que avançaram para a ponte metálica e pelo meio das obras atingiram quase, em simultâneo, a

outra extremidade da ponte pedonal, mas na margem contrária, onde não existia meta, nem ninguém que os recebesse. O mau tempo não pode ter sido “a mãe de todos os males”. A deficiente sinalização do percurso, essa sim, justificou as reclamações existentes no momento de entrega dos prémios aos primeiros cinco classificados (os que cumpriram o percurso oficial). O grandolense Vasco Rafael, alheio a estes imprevistos, sempre foi dizendo: “Cumpri o percurso oficial, na última parte encontrei uma rapariga que me disse para vir para a esquerda e foi o que eu fiz, tenho a minha consciência tranquila”. O atleta referiu ainda que foi “uma prova muito difícil, debaixo de condições atmosféricas anormais, muita chuva e muito vento, sobretudo na ponte que atravessa o rio Sado, uma corrida que em que se exigiu um grande sacrifício aos atletas”. E concluiu comentando: “Estou a correr como individual, o meu objetivo passa apenas por melhorar os meus registos nas distâncias de cinco e dez mil metros”. Um fundista bem-sucedido, que procura clube. Classificações: 1.º Vasco Rafael (individual). 2.º Duarte Bandeira (individual). 3.º Fernando Mestre (São Francisco da Serra). 4.º Gonçalo Santos (São Francisco da Serra). 5.º Hugo Gonçalves (São Francisco da Serra).

Ciclismo

Bruno Sousa vence na Foia

O

ciclista Bruno Sousa (Casa do Benfica de Almodôvar) venceu a primeira etapa da prova “Serras Míticas de Portugal”, disputada entre Lagoa e Foia, com o tempo de 3.41.31 h para os 109,7 quilómetros da tirada. Guilherme Lourenço, da mesma equipa, conseguiu o 3.º lugar na geral, mas foi o primeiro na categoria de “Elites”. Na próxima etapa, entre Oliveira

de Azeméis/Serra da Freita (4 de maio), o ciclista almodovarense (veterano A) será portador da camisola amarela deste troféu patrocinado pela Liberty Seguros. Na categoria de veteranos B triunfou Vítor Lourenço (Viveiros Sintra) e no escalão de veteranos C ganhou o corredor Manuel Caetanita (Crusaders/ /Reguengos). Firmino Paixão

ão sendo alentejano, foi aqui que se destacou e continua a desenvolver meritória atividade ao serviço do desporto. José Brites, que nos brindou com o seu futebol aguerrido no centro da defesa do Moura Atlético Clube, deixou boas recordações a quem na década de oitenta assistiu aos famosos prélios do velhinho campo Maria Vitória. Nasceu no Seixal e foi aí, na margem sul do Tejo, no também mítico Estádio do Bravo, que começou a dar os primeiros passos como futebolista. Depois de um percurso formativo no Seixal Futebol Clube, rumou para o “Vila Amália” onde envergou a camisola do Sesimbra durante três épocas, antes de descer para o Algarve, assumindo estatuto de profissional (seis épocas) no Esperança de Lagos. Ainda a sul, representou o Almancilense (uma temporada) e regressou ao Seixal. E foi daí que partiu para Moura, integrando uma equipa que atuava na 3.ª divisão nacional, emblema que defendeu até acabar a carreira. Razões sentimentais prenderam-no à cidade e ali se fixou, mantendo-se como treinador dos escalões de formação (que levou à conquista de vários títulos distritais). Hoje, com 52 anos, integra, como dirigente, o departamento de Futebol do Moura Atlético Clube.

(1) ODEMIRENSE/ROSAIRENSE A equipa da casa tem mais e melhores argumentos do que os visitantes, razões para lhe conferir natural favoritismo. (1) MILFONTES/SÃO MARCOS Para manter a esperança de ainda alcançar o primeiro lugar, o Milfontes sabe que uma das condições será vencer todos os jogos que lhe restam. (1) SERPA/BAIRRO DA CONCEIÇÃO O Serpa tem feito um grande campeonato, está no terceiro lugar e é claramente favorito neste jogo. (1) ALDENOVENSE/GUADIANA Mais um prognóstico favorável à equipa que joga em casa, face à diferença de valores individuais. (X) AMARELEJENSE/ CABEÇA GORDA Duas equipas na metade inferior da classificação. O Amarelejense fará tudo para pontuar, embora o adversário seja muito aguerrido. (2) DESPORTIVO/PIENSE O Desportivo atravessa um mau momento e o Piense não terá dificuldades em vencer este jogo (1) ALMODÔVAR/CUBA O líder não pode ter mais percalços, sob o risco de deixar aproximar os concorrentes que o perseguem.

O futebol feminino é uma modalidade desportiva que tem evoluído paulatinamente no tempo de forma digna e exemplar. Os eventuais anos cáusticos de marasmo em que a sua prática tardou em fixar-se, estabeleceu, entretanto, exequíveis tentações, algumas frustradas, mas que nunca afastaram os interessados diretos na sua sabedoria em atirarem a toalha ao chão, perspetivando-se sempre um amanhã risonho. Era também um hino à liberdade feminina em toda a sua dimensão. E foi justamente inserido nesse contexto que hoje, num retrocesso a uma causa que sempre me fascinou, humildemente confesso que me pasma a factual doutrina assimilada pelo futebol feminino. A sua afirmação no terreno traçou, também, outras barreiras que as atletas convictamente ultrapassaram. O boom da sua visualização nos órgãos de comunicação social trouxe novos adeptos e a modalidade progrediu com estrondo. E se em termos nacionais e internacionais o futebol feminino ganhou dimensão, é justo enaltecer o trabalho feito pela AF Beja neste campo, sabendo-se, e é verdade, que os principais promotores do campeonato regional onde residem seis equipas, são as bases fundamentais para levarem ao púlpito o teor de uma inequívoca realidade que cresce literalmente ao longo das épocas desportivas. Recentemente a AF Beja esteve presente no 12.º Torneio Nacional Inter Associações em Futebol 7, evento realizado em Castelo Branco, sendo que desse convívio Carolina Silva, vulgo Carol, foi eleita a melhor jogadora do respetivo acontecimento. Carol reside em Albernoa e é jogadora da Casa do Benfica de Castro Verde, e merece, justa e honradamente, a minha singela homenagem. Uma homenagem que se alastra à sua chamada à seleção nacional em sub-19, onde terá por companhia a aljustrelense Ana Capeta, colega de equipa. Carol ficou referenciada e é seguramente um nome a fixar no futebol feminino, não só a nível regional como nacional. E quiçá internacional.


institucional diversos Diário do Alentejo n.º 1615 de 05/04/2013 Única Publicação

21 Diário do Alentejo 5 abril 2013

Diário do Alentejo n.º 1615 de 05/04/2013 Única Publicação

Maria Vitória Amaro Notária de Ourique ASSOCIAÇÃO HUMANITÁRIA DE BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE OURIQUE

CONVOCATÓRIA Nos termos da Secção III, art. 40, n.º 3 alínea a) dos Estatutos desta Associação, convoco todos os sócios em pleno gozo dos seus direitos, para uma Assembleia Geral Extraordinária, a realizar no Auditório do Centro de Convívio da Câmara Municipal de Ourique, no dia 15 de Abril de 2013 (segunda-feira), pelas 20 e 30 horas, com a seguinte ordem de trabalhos: – Apreciação e votação da Conta de Gerência do ano de 2012 Para participar na Assembleia Geral, considera-se em pleno gozo dos seus direitos todos os sócios efectivos que não tiverem mais de doze (12) quotas em atraso de pagamento, artº 34 n.º 2 dos estatutos. Nos termos do Artº 42 n.º 1 dos estatutos, se à hora marcada a Assembleia-geral não estiver composta pela maioria dos sócios, a mesma funcionará trinta (30) minutos depois com qualquer número. A Conta de Gerência apresentada pela Direcção, encontra-se na Secretaria da Associação, podendo ser consultada por qualquer associado no pleno gozo dos seus direitos. Ourique, 01 de Abril de 2013. O Presidente da Mesa da Assembleia-geral José Manuel Ramos Mestre

ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/A Descrição da Empresa: Somos uma empresa nacional do sector Agro Alimentar, integrada num grupo de empresas com solidez reconhecida a nível Nacional e Internacional, situada no centro sul do País – Alentejo. Descrição da função: Na dependência do responsável Administrativo; – Gestão contratual dos colaboradores, apoio ao processamento salarial e contacto com entidades externas como Segurança Social. – Contacto e negociação com fornecedores garantindo a eficaz gestão do economato e monitorização dos respetivos pagamentos; – Contacto com fornecedores relativamente a pagamentos, controlo das contas correntes e lançamentos contabilísticos; – Fecho de caixas do bar e da loja existente na Sede da Empresa; – Expediente geral de escritório, atendimento telefónico e de email; – Suporte à actividade de Vendas na execução de tarefas administrativas, BackOffice e apoio à venda; – Apoio na execução de propostas e de documentação para suporte das mesmas; – Registo e manutenção do processo comercial – Interface interno com outras secções da Empresa necessária para esclarecimentos aos clientes; Perfil do candidato: – Experiência profissional superior a 5 anos, sendo valorizada a experiência anterior em funções similares; – Experiência com ferramentas informáticas (MS Office: Word, Excel); – Experiência na execução de documentos Word e Excel; – Elevada capacidade de organização e rigor; – Facilidade de relacionamento interpessoal e de trabalho em equipa; – Bom conhecimento de Inglês; – Residência no distrito de Beja Oferta: Oferecemos pacote remuneratório competitivo e boas perspetivas de desenvolvimento profissional. O/A candidato(a) deverá enviar por email seu CV actualizado, para ro.rh.mvc@gmail.com

CERTIFICADO Certifico, para fins de publicação, que no dia vinte e cinco de Março do ano dois mil e treze, no Cartório Notarial em Ourique, a folhas trinta e quatro e seguintes, do Livro de Notas Para Escrituras Diversas número Cinquenta e Dois-D, se encontra exarada uma escritura de Justificação, na qual José Raúl Guerreiro Mendes dos Santos, divorciado, natural da freguesia e concelho de Ourique, onde reside na Cerca do Rossio, na qualidade de Presidente da Direção, com poderes para o ato, da “Casa do Povo de Santana da Serra”, com sede na Rua do Poço Novo, freguesia de Santana da Serra, concelho de Ourique, N.I.P.C. 500 969 345, qualidade e poderes que verifiquei por certidão da ata da tomada de posse e da ata da Reunião Ordinária de seis de Março de dois mil e treze. Que a sua representada é dona e legítima possuidora, com exclusão de outrem, do prédio urbano sito na Rua do Poço Novo, freguesia de Santana da Serra, concelho de Ourique, com três pisos e catorze divisões, com a área total de quinhentos e sessenta e dois metros quadrados, sendo a superfície coberta de trezentos e oitenta e seis metros quadrados e a superfície descoberta de cento e setenta e seis metros quadrados, confrontando do norte com Rua do Castelo, sul com Rua do Poço Novo, nascente com Sílvia do Rosário da Silva Vargas e terreno da Casa do Povo de Santana da Serra e do poente com António Afonso Nobre Semedo (herdeiros) e Manuel Joaquim Ruivo da Palma (Herdeiros), inscrito na matriz em nome da Casa do Povo de Santana da Serra sob o artigo 1776, com o valor patrimonial de €96.440,00, a que atribuem igual valor omisso na Conservatória do Registo Predial de Ourique. Que, parte do identificado prédio foi construído pela Sociedade Recreativa Santanense com sede em Santana da Serra, no ano de mil novecentos e trinta e oito, em terreno de que era possuidora com a indicada área de quinhentos e sessenta e dois metros quadrados. Que, toda essa parcela de terreno com a área de quinhentos e sessenta e dois metros quadrados e as construções existentes, numa área de cento e vinte metros quadrados de superfície coberta em rés-do-chão, veio à posse da Casa do Povo de Santana da Serra, por doação, não titulada e nunca reduzida a escritura pública, feita por aquela Sociedade Recreativa, no ano de mil novecentos e quarenta e um, em data e mês que não pode precisar. Que, a Casa do Povo de Santana da Serra procedeu à ampliação do prédio, primeiramente no ano de mil novecentos e cinquenta e ultimamente no ano de mil novecentos e noventa e dois. Que, no identificado prédio, encontra-se instalado o Centro Polivalente de Apoio à População Idosa da Casa do Povo de Santana da Serra. Que as ampliações foram efetuadas na parte descoberta do prédio. Que a posse exercida sobre o identificado prédio por parte da Casa do Povo de Santana da Serra, foi sempre continua e de boa fé, desde o ano de mil novecentos e quarenta e um, ocupando desde logo o prédio e efetuando as indicadas benfeitorias resultantes da ampliação do prédio, onde se encontra instalado o Centro de Apoio, sem oposição de quem quer que fosse. Que, a justificante não possui título para efetuar o registo a seu favor, embora por si e a sua ante-possuidora sempre tenha estado na sua posse tal como é constituído desde o ano de mil novecentos e cinquenta, há mais de sessenta e dois anos sem interrupção ou ocultação de quem quer que seja, de modo a poder ser conhecida por todo aquele que pudesse ter interesse em contrariá-la É assim tal posse pacífica, pública e contínua e durando há mais de vinte anos, facultando-lhe a aquisição do direito de propriedade do citado prédio por USUCAPIÀO, direito que pela sua própria natureza, não pode ser comprovado por qualquer título formal extrajudicial. Nestes termos, e não tendo qualquer outra possibilidade de levar o seu direito ao registo, vem justificá-lo nos termos legais. Está conforme o original. Cartório Notarial em Ourique, da Notária, Maria Vitória Amaro, aos vinte e cinco de Março de dois mil e treze. A Notária Maria Vitória Amaro

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Medicina dentária

MÉDICO DENTISTA

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Hospital de Beja Doenças de Rins e Vias Urinárias

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CLÍNICA MÉDICA ISABEL REINA, LDA.

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(Edifício do Instituto do Coração, frente ao Continente)

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Consultas às 4ª feiras tarde e sábado MARCAÇÃO DE CONSULTAS: Diariamente, dias úteis: Tel: 218481447 Lisboa 4ª feiras: 14h30 – 19h Tel: 284329134 Beja

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Rua António Sardinha,

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às 3ªs e 4ªs feiras,

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Assistente graduado de Ginecologia e Obstetrícia

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Pélvico

Cardiologistas

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HELIODORO SANGUESSUGA

Directora Clínica da novaclinica

Laboratório de Análises Clínicas de Beja, Lda.

Neurologia

Marcações de 2.ª a 6.ª feira a partir das 14 horas Rua Capitão João Francisco de Sousa, n.º 20 7800-451 BEJA Tel. 284324690

Ouvidos,Nariz, Garganta Exames da audição Consultas a partir das 14 horas Praça Diogo Fernandes, 23 - 1º F (Jardim do Bacalhau) Telef. 284322527 BEJA


saúde

Manuel Matias – Isabel Lima – Miguel Oliveira e Castro – Jaime Cruz Maurício Ecografia | Eco-Doppler Cor | Radiologia Digital Mamografia Digital | TAC | Uro-TC | Dental Scan Densitometria Óssea Nova valência: Colonoscopia Virtual Acordos: ADSE; PT-ACS; CGD; Medis, Multicare; SAMS; SAMS-quadros; Allianz; WDA; Humana; Mondial Assistance. Graça Santos Janeiro: Ecografia Obstétrica Marcações: Telefone: 284 313 330; Fax: 284 313 339; Web: www.crb.pt Rua Afonso de Albuquerque, 7 r/c – 7800-442 Beja e-mail: cradiologiabeja@mail.telepac.pt

CENTRO DE IMAGIOLOGIA DO BAIXO ALENTEJO ECOGRAFIA – Geral, Endocavitária, Osteoarticular, Ecodoppler TAC – Corpo, Neuroradiologia, Osteoarticular, Dentalscan Mamografia e Ecografia Mamária Ortopantomografia

António Lopes – Aurora Alves – Helena Martelo – Montes Palma – Maria João Hrotko – Médicos Radiologistas – Convenções: ADSE, ACS-PT, SAD-GNR, CGD, MEDIS, SSMJ, SAD-PSP, SAMS, SAMS QUADROS, ADMS, MULTICARE, ADVANCE CARE Horário: de 2ª a 6ª feira, das 8 às 19 horas e aos sábados, das 8 às 13 horas Av. Fialho de Almeida, nº 2 7800 BEJA

Telef. 284318490 Tms. 960284030 ou 915529387

Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/Alergologia/ Desabituação tabágica – H. Pulido Valente Dr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de Lisboa Dr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de Beja Dr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de Beja Dr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/Terapia Familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo. Dr. Rogério Guerreiro – Medicina preventiva – Tratamento inovador para deixar de fumar Dr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina Familiar Dr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação Dr. Sérgio Barroso – Especialista em Oncologia – H. de Beja Drª Margarida Loureiro – Endocrinologia/Diabetes/ Obesidade – Instituto Português de Oncologia de Lisboa Dr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias Urinárias – H. Beja Dr. Daniel Barrocas – Psiquiatria – Hospital de Évora Dr.ª Lucília Bravo – Psiquiatria H.Beja , Centro Hospitalar de Lisboa (H.Júlio de Matos). Dr. Carlos Monteverde – Medicina Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva. Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/ Alergologia Respiratória/Apneia do Sono Dr.ª Isabel Santos – Psiquiatria de Infância e Adolescência/Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo Dr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/Obstetrícia Dr. Luís Mestre – Senologia (doenças da mama) – Hospital da Cuf – Infante Santo Dr. Jorge Araújo – Ecografias Obstétricas Dr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica /Doenças do Sangue – Hospital de Beja Dr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr. Diogo Matos – Dermatologia – Hospital Garcia da Orta. Dr.ª Madalena Espinho – Psicologia da Educação/ Orientação Vocacional Dr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala Dr.ª Maria João Dores – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira especialista em saúde materna/Cuidados de enfermagem na clínica e ao domicílio/Preparação pré e pós parto/amamentação e cuidados ao recémnascido/Imagem corporal da mãe – H. de Beja Marcações diárias pelos tels. 284 322 503 Tm. 91 7716528 | Tm. 916203481 Rua Zeca Afonso, nº 6, 1º B, 7800-522 Beja Clinipaxmail@gmail.com www.clinipax.pt

Clínica Médico-Dentária de S. FRANCISCO, LDA. Gerência de Fernanda Faustino Acordos: SAMS, ADMG, PSP, A.D.M.E., Portugal Telecom e Advancecare

Rua General Morais Sarmento, nº 18, r/chão; TEL. 284327260 7800-064 BEJA

23 Diário do Alentejo 5 abril 2013


necrologia diversos

24 Diário do Alentejo 5 abril 2013

Aldeia de Ruins – Ferreira do Alentejo PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

BEJA / CABEÇA GORDA

Francisco Lopes Pinotes A sua família cumpre o doloroso dever de participar o falecimento do seu ente querido ocorrido no dia 27/02/2013 e, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que o acompanharam à sua última morada ou que de outra forma manifestaram o seu pesar.

†. Faleceu o Exmo. Senhor JOSÉ FRANCISCO MARTINS CRISPIM, de 62 anos, natural de Cabeça Gorda - Beja, casado com a Exma. Sra. D. Lurdes Maria Valadas Crispim. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 01, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério da Cabeça Gorda.

Olga Maria Martins 33.º Ano de Eterna Saudade Que saudades Mãe querida tenho no meu coração! É tão grande esta paixão que trago na minha vida. Hoje já és falecida, oh minha mãe adorada, de ti já não resta nada, somente paixão e dor. Com saudade e amor, dos teus filhos e netos que jamais te esquecerão. Diário do Alentejo n.º 1615 de 05/04/2013 Única Publicação

Diário do Alentejo n.º 1615 de 05/04/2013 Única Publicação

JUSTIFICAÇÃO

JUSTIFICAÇÃO

Cartório da notária Mariana Raquel Tareco Zorrinho Vieira Lima, sito na Rua Condes da Boavista, n°.20 em Beja

Cartório da notária Mariana Raquel Tareco Zorrinho Vieira Lima, sito na Rua Condes da Boavista, n°.20 em Beja

Certifico narrativamente, para efeito de publicação, que neste Cartório e no livro de notas para escrituras diversas n.° 98-A, de folhas 41 a folhas 42, se encontra exarada uma escritura de Justificação Notarial, outorgada hoje, na qual a freguesia de Mértola, Pessoa Coletiva número 506867366 é, com exclusão de outrem, dona e legítima possuidora dos seguintes imóveis: a) Prédio urbano, forno, composto por rés do chão, com uma divisão, com a área total de 12 metros quadrados, sito no Mosteiro, Lugar do Mosteiro, freguesia e concelho de Mértola, a confrontar pelo norte, sul e poente com Via Pública e nascente com Maria Amélia Silva e outros, inscrito na matriz urbana em nome da justificante, sob o artigo 5581, com o valor patrimonial tributável apara efeitos de IMT, de IS e atribuído de € 1.980,00; b) Prédio urbano, forno, composto por rés do chão, com uma divisão, com a área total de 12 metros quadrados, sito em Amendoeira da Serra, Lugar de Amendoeira da Serra, freguesia e concelho de Mértola, a confrontar pelo norte, sul e nascente e poente com Via Pública, inscrito na matriz respetiva em nome do justificante sob o artigo 5582, com o valor patrimonial tributável apara efeitos de IMT, de IS e atribuído de € 1.980,00; c) Prédio urbano, destinado a forno, composto por rés do chão, com uma divisão, com a área total de 14 metros quadrados, sito em Além Rio, Lugar de Alem Rio, freguesia e concelho de Mértola, a confrontar pelo norte, sul e poente com Via Pública e nascente com Francisco Ribeiro, inscrito na matriz respetiva, em nome do justificante sob o artigo 5583, com o valor patrimonial tributável apara efeitos de IMT, de IS e atribuído de € 2.700,00; d) Prédio urbano, destinado a forno, composto por rés do chão, com uma divisão, com a área total de 12 metros quadrados, sito em Lombardos, no Lugar de Lombardos, freguesia e concelho de Mértola, a confrontar pelo norte, sul, nascente e poente com Via Pública, inscrito na matriz respetiva em nome do justificante sob o artigo 5584, com o valor patrimonial tributável para efeitos de IMT, de IS e atribuído de € 1.980,00; Que os referidos prédios estão omissos na Conservatória do Registo Predial competente; Mais certifico que a justificante alega na referida escritura ter adquirido os ditos imóveis por usucapião, por os mesmos terem vindo à posse da freguesia de Mértola, a justificante, em data que não sabe precisar, mas sempre antes de mil novecentos e cinquenta, por doação verbal que lhe foi feita pela comunidade, pelo que não dispõe de titulo formal que lhe permita o respetivo registo na Conservatória competente, sendo porém certo que a freguesia de Mértola, tem sempre exercido nos prédios os poderes de facto correspondentes ao direito de propriedade, sem interrupção, fruindo como dona as utilidades possíveis, à vista de todos e sem discussão nem oposição de ninguém. Está conforme com o original. Beja e Cartório Notarial da Licenciada Mariana Raquel Tareco Zorrinho Vieira Lima, aos vinte e sete de março de dois mil e treze. A Notária Mariana Raquel Tareco Zorrinho Vieira Lima

Certifico narrativamente, para efeito de publicação, que neste Cartório e no livro de notas para escrituras diversas n.° 98-A, de folhas 38 a folhas 40, se encontra exarada uma escritura de Justificação Notarial, outorgada hoje, na qual o Município de Mértola, Pessoa Coletiva número 503279765, declara que é, com exclusão de outrem, dono e legítimo possuidor do seguinte imóvel: Prédio urbano de rés do chão, moinho de vento, composto por uma divisão, com a área total de 80 metros quadrados, correspondendo 30 metros quadrados a superfície coberta, a confrontar pelo Norte com Via Publica e terrenos do Município e pelo Sul, Nascente e Poente com terrenos do Município, sito no Parque Desportivo e de Lazer Municipal, na freguesia e concelho de Mértola, inscrito na matriz respetiva a favor Município de Mértola, sob o artigo 5585, com o valor patrimonial tributável para efeitos de IMT, de IS e atribuído de €11.300,00, omisso na Conservatória do Registo Predial de Mértola; Mais certifico que o justificante alega na referida escritura ter adquirido o dito imóvel por usucapião, e que o mesmo veio à posse do Município de Mértola, em data que desconhece, mas anterior ao ano de mil novecentos e cinquenta, por entrega feita pela comunidade de Mértola, cujo auto, apesar das buscas efetuadas, não foi possível localizar, pelo que não existe título formal que lhes permita o respetivo registo na Conservatória competente, sendo porém certo que o Município de Mértola tem sempre exercido no prédio os poderes de facto correspondentes ao direito de propriedade, sem interrupção, fruindo como dono as utilidades possíveis, à vista de todos e sem discussão nem oposição de ninguém. Está conforme com o original. Beja e Cartório Notarial da Licenciada Mariana Raquel Tareco Zorrinho Vieira Lima, aos vinte e sete de Março de dois mil e treze. A Notária Mariana Raquel Tareco Zorrinho Vieira Lima

ADMITE-SE VENDEDORES Com contrato de trabalho. Oferece-se Base (500€) + subsídio de alimentação + Comissões + Prémios = +\- 1500€. Para várias zonas do Baixo Alentejo (Beja). Tel.962641997, ou elias.mendes@ext.cabovisao.pt

Vila Alva AGRADECIMENTO

António Manuel Pratas Botelho Nasceu a 18.07.1947 Faleceu a 28.03.2013 Sua família, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, agradece por este meio a todas as pessoas que o acompanharam à sua última morada ou que de outro modo manifestaram o seu pesar. AGÊNCIA FUNERÁRIA ESPÍRITO SANTO, LDA. Tm.963044570 – Tel. 284441108 Rua Das Graciosas, 7 7960-444 Vila de Frades/Vidigueira


necrologia institucional diversos

25 Diário do Alentejo 5 abril 2013

Diário do Alentejo n.º 1615 de 05/04/2013 Única Publicação

“Diário do Alentejo”, que futuro? A Comissão Liquidatária da Associação de Municípios do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral, em reunião de 11 de março de 2013, deliberou realizar um debate sobre o futuro do jornal “Diário do Alentejo”, que terá lugar no próximo dia 9 de abril, pelas 16 e 30 horas, na sede desta Associação, e para o qual apela à participação de todas as entidades da região. Vale €1,20 em abastecimentos superiores a 20 litros

descontos atÉ

6 cÊnt.

1. Válido nos Postos BP Beja Luzias, BP Beja Variante e BP Beja Castilho; 2. Este vale só poderá ser descontado no ato de pagamento de abastecimentos iguais ou superiores a 20 lts., até um máximo de 3 vales por abastecimento (60 lts); 3. Este vale não é acumulável com outras campanhas desconto a de-

por litro

correr no Posto de Abastecimento; 4. Este vale só é

desconto em combustÍvel

pagamentos não sejam efetuados com cartões: Rou-

atÉ 30 de abril

ou danificação do vale quer tenha sido utilizado ou

válido para abastecimentos em combustíveis cujos tex, Azul e de Sócio ACP; 5. Nenhuma responsabilidade será aceite nos seguintes casos: perda, roubo não; 6. Este vale não pode ser trocado por dinheiro; 7. Válido até 30 de abril de 2013.

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30 aos 35 anos, para relacionamento sério. Possibilidade de ir morar para Lisboa.

de 2013.

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Diário do Alentejo n.º 1615 de 05/04/2013 Única Publicação

ASSINATURA COOPERATIVA AGRÍCOLA DO GUADIANA DE MÉRTOLA

CONVOCATÓRIA Nos termos do art. XXI, n.º 2 dos estatutos, convoco a Assembleia Geral da Cooperativa Agrícola do Guadiana de Mértola para uma reunião ordinária a ter lugar no dia 19 da abril de 2013 pelas 13.30 horas na sala de reuniões da Cooperativa em Mértola, com a seguinte ordem de trabalhos: Ponto 1 - Apreciação, discussão e votação do relatório e contas da Direcção relativos ao exercício de 2012; Ponto 2 - Apreciação e votação do parecer do conselho fiscal; Ponto 3 - Quaisquer outros assuntos de interesse para a classe. Mértola, 25 de março de 2013. O Presidente da Assembleia Geral Manuel Cavaco

ALUGA-SE 1.º andar em Beja, no centro da cidade, 2 quartos com 3 camas, sala, cozinha, casa de banho e saguão. Contactar pelo tm. 967017214

Praceta Rainha D. Leonor, Nº 1 – Apartado 70 - 7801-953 BEJA • Tel 284 310 164 • E-mail publicidade@diariodoalentejo.pt Redacção: Tel 284 310 165 • E-mail jornal@diariodoalentejo.pt Desejo assinar o Diário do Alentejo, com início em _______________, na modalidade que abaixo assinalo: Assinatura Anual (52 edições):

País: 28,62 €

Estrangeiro: 30,32 €

Assinatura Semestral (26 edições):

País: 19,08 €

Estrangeiro: 20,21 €

Envio Cheque/Vale Nº___________________ do Banco _____________________________________ Efectuei Transferência Bancária para o NIB 0010 00001832 8230002 78 no dia ___________________ Nome _______________________________________________________________________________ Morada ______________________________________________________________________________ Localidade ___________________________________________________________________________ Código Postal ________________________________________________________________________ Nº Contribuinte ________________________Telefone / Telemóvel ______________________________ Data de Nascimento __________________________________ Profissão _________________________

*A assinatura será renovada automaticamente, salvo vontade expressa em contrário* Cheques ou Vales Postais deverão ser emitidos a:

AMBAAL – Associação de Municípios do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral


Maxicar promoveu Dia do Cliente e Dias Exclusivos Maxicar

Diário do Alentejo 5 abril 2013

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Foi no passado dia 23, em Beja, que a Maxicar celebrou o Dia do Cliente, com a realização de 32 check-ups de segurança e eletrónicos, cujos diagnósticos foram gratuitos. Foi ainda oferecido ao cliente 20 por cento de desconto em peças e mão-de-obra nas reparações orçamentadas neste dia, desde que efetuadas até dia 30 de abril. Simultaneamente, em Évora, decorreu o mesmo evento onde se realizaram 31 checks-ups a viaturas Ford, cujo objetivo foi que os clientes pudessem assistir ao check-up e ver como a Ford trata os seus

carros, possibilitando aos clientes a circulação pela oficina de forma informal. À saída, o cliente recebeu ainda um saco com pequenos brindes e, paralelamente a esta iniciativa, a Maxicar em Beja colocou ainda à disposição dos seus clientes um conjunto de viaturas usadas e de serviço Ford a preços imbatíveis com descontos adicionais. O espetáculo aéreo de acrobacias, pelo Avião Pitts Special da Ford, não chegou a acontecer devido ao mau tempo, tendo ficado adiado para o mês de maio.

Empresas

Mente Avançada continua a formar profissionais A MA – Escola de Formação Profissional Especializada na Área da Saúde e Educação, empresa com vasta experiência em formação profissional e com uma dimensão a nível de Portugal continental e regiões autónomas, orgulha-se de poder continuar a formar profissionais altamente qualificados. “Os estágios são uma mais-valia quer para os formandos quer para as entidades que os recebem, e é no estágio prático, em contexto de trabalho, que os seus formandos colocam em prática todo o conhecimento adquirido ao longo da formação”, acrescentando a diretora Mafalda Pinto que, “mesmo em tempo de crise, os formandos encontram com alguma facilidade colocação no mercado de trabalho”. Alguns cursos iniciam-se este mês. Inscrições abertas em junho e julho. Os cursos, porém, só iniciarão em setembro.

A ca casaa de caampo, m po mp comp co omp mpos osta porr 1 10 0 qu uarto ar to ar os,, to od dos o ele l s cco om de deco deco c ra raçã çãão e ti tipo polo polo po lo ogi g as gi a difeerreen di nttes es,, co cont ntta n co om u um m jjar ardi ar dim, di m,, u ma p um piis issccin inaa e um jjaacu cuzzzi ex exte t ri r or or.. Os baan nh hos os ára rab bes sãão bes be a gr gran ande dee ino novaçã vaaççãão dest de stee esspa st paço paço ço.

Santander Totta lança terminal de pagamento

Retrato da Memória e Sabores com Memória são novidades

Casa de campo abre hoje em Ferreira do Alentejo Abre hoje, na pacata vila de Ferreira do Alentejo, Retrato da Memória, uma casa de campo pensada essencialmente para o descanso e lazer. Paralelamente, o empresário Orlando Salgado abriu também Sabores com Memória, um restaurante que fica a cerca de 30 metros de distância da casa de campo, e que oferece a possibilidade de aliar a dormida aos sabores típicos da região. Publireportagem Sandra Sanches

D

epois da abertura do restaurante Sabores com Memória, localizado no coração da vila de Ferreira do Alentejo, que inaugurou no dia 7 de março, o empresário Orlando Salgado abre hoje um novo espaço: Retrato da Memória. A casa de campo, composta por 10 quartos, todos eles com decoração e tipologias diferentes, conta com um jardim, uma piscina e um jacuzzi exterior. Os banhos árabes são a grande inovação deste espaço. De inspiração mediterrânica, os banhos obedecem a quatro temperaturas distintas: quentes, frias, temperadas e húmidas, assim como os banhos turcos. A casa de campo conta ainda com uma sala de pequenos-almoços, e uma sala de leitura com salamandra. É visível que o empresário tentou manter a traça antiga, aliada à linha moderna, mas oferecendo todas as

comodidades, particularmente nos quartos ecológicos. É que, segundo o empresário, é um “espaço muito acatitado”. A ideia de criar este espaço, juntamente com o restaurante, que não fica a mais de 30 metros de distância da casa de campo, surge por algum gosto pelo ramo da hotelaria. Embora seja formado em Farmácia. Considerando que Ferreira do Alentejo não é uma terra “muito atrativa”, garante que “tentou criar algo diferente” e que possa “proporcionar algum conforto e relaxamento, tanto para o mercado que procura algum descaso e lazer no Alentejo, como para as empresas e viajantes que por aqui passam”. Neste sentido, e embora a ideia tenha estado em projeto há três anos, recuperou o espaço de uma casa familiar, que era dos seus avós, onde passou grande parte da sua infância, criando a unidade que considera ser de “alguma qualidade”. Oferece um preço bem simpático para os clientes, bem como para empresas e viajantes que pretendam fugir do ciclo de hotel já implementado. O espaço é novo, mas este empresário já delineou algumas atividades com empresas parceiras. Uma vez implementada a capital do azeite em Ferreira do Alentejo, esta é a alavanca para que, em seu entender, “a curto prazo”, estas duas unidades, juntamente com as empresas parceiras, possa proporcionar “a rota dos lagares e dos vinhos”. Juntamente, a possibilidade

de pernoitar no Retrato da Memória e degustar uma refeição no Sabores com Memória. O restaurante, um espaço que comporta três salas e uma zona lounge para pré-refeição, é considerado um espaço de acolhimento e conforto. A cave é uma das salas que inclui uma entrada independente do restaurante, facilitando assim o acesso de muitos clientes. Com capacidade para 60 pessoas, os clientes poderão encontrar alguns pratos típicos alentejanos, como é o caso da sopa de cação, sopa de tomate, açorda de alho e bacalhau e, como não poderia deixar de ser, para entradas, os enchidos tradicionais. Orlando Salgado, com estas duas unidades, criou seis postos de trabalho, todos eles da região. Questionado quanto à altura para investimentos, é da opinião que já “se investiu”, e, não sendo esta a sua área, considera que “talvez não tivesse necessidade disto”. No entanto, compara a ideia ao futebol, afirmando: “O empate em casa é excelente”. Porque a crise nos afeta a todos e o consumo diminuiu, o empresário diz existir qualidade para que os preços “pudessem ser diferentes” e para se “criarem outras margens”. Contudo, face ao cenário em que vivemos, adotou preços mais baixos para oferecer ao cliente, apesar de ser da ideia de que não se pode “vender às pessoas qualidade a um preço muito baixo, pois as mesmas desconfiam”.

O banco Santander Totta lançou um terminal de pagamento automático (TPA) inovador que permite ao pequeno comércio cumprir as novas obrigações fiscais, sem a necessidade de adquirir outros equipamentos. Destinando aos pequenos comerciantes e prestadores de serviços, vem provido de um software informático certificado pela Autoridade Tributária, que possibilita a emissão de faturas e o envio do ficheiro de faturação às finanças. Desta forma, os comerciantes podem aproveitar o mesmo equipamento com o qual fazem os pagamentos, sem ter que investir na compra de outro equipamento. Os comerciantes podem obter o TPA de forma gratuita, pagando apenas uma mensalidade pela sua utilização.

Sines Tecnopolo recebe Galp Energia A Galp Energia é a primeira grande empresa e mais recente associada do Sines Tecnopolo, facto pelo qual a instituição se congratula “tendo a certeza que muitas outras se seguirão em breve”, refere Mónica Morais de Brito, diretora executiva. Adiantando que “a estratégia delineada para o Sines Tecnopolo só pode ser executada num contexto em que as grandes empresas estejam formalmente presentes na operacionalização da mesma, assumindo um papel ativo na definição e implementação de políticas e práticas”.

Roquevale renova marca estrela Terras de Xisto Terras de Xisto Branco 2012, Terras de Xisto Rosé 2012 e Terras de Xisto Reserva 2010 são os rostos da renovação da marca estrela da Roquevale. A empresa renovou o design de toda a gama de forma a responder ao crescente grau de exigência dos seus consumidores.


À solta Esta semana a tua página está um pouco monotemática, mas não podíamos deixar de te mostrar uma solução fantástica deste ilustrador para criar o seu pinóquio.

A partir da “Exposição de Ilustração Infantil da Polónia”, a Câmara Municipal de Serpa, com o apoio da Embaixada da República da Polónia, organiza um ateliê dirigido a crianças com mais de seis anos, que têm como objetivo imaginar as estórias que se escondem nas ilustrações e depois brincar com as palavras, transformando-as em novas ilustrações. Não te esqueças é já neste sábado, dia 6, das 10 e 30 horas às 12 e 30 horas, e a entrada é livre.

27 Diário do Alentejo 5 abril 2013

Mãos na Massa em Serpa

A páginas tantas... Recentemente editado pela OQO Portugal, A Minha Primeira Viagem, fala -nos dessa primeira e grande viagem que é o começo da vida humana, contada pelo protagonista ainda dentro da barriga da mãe. Uma viagem por um universo desconhecido não sabendo onde terminará. Como que a viajar numa cápsula, o bater do coração da mãe surge como o seu motor transmitindo -lhe a segurança para prosseguir caminho. “Não sou pássaro. Não sou peixe. Não sou muito bem o que sou”, é a interpretação de um mundo que não vê, que só lhe chega através “de um rio que o banha nas suas histórias.” Um dia a nave estraga-se e ele é expulso. O medo do incerto apodera-se dele “Se sair morrerei?”. De certo modo, o nascimento é vivido como uma experiência de morte naquele que foi o seu único paraíso conhecido: o ventre materno. Todavia, a viagem continua num novo universo em que ele já não está só, pois umas mãos esperam-no nessa queda.

Dica da semana Escolhemos para esta semana o trabalho do ilustrador italiano Massimiliano di Lauro, coautor do livro escolhido para esta semana. Podes conhecer mais sobre a vida e obra deste artista através do seu blog. massimilianodilauro.blogspot.com. Ficam ainda imagens dos esboços do livro A Minha Primeira Viagem


Diário do Alentejo 5 abril 2013

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Feira da Primavera anima Sines

A Câmara Municipal de Sines organiza, no dia 6, entre as 10e as 19 horas, na praça Tomás Ribeiro, a iniciativa Feira da Primavera. A feira assinala a chegada de uma nova estação do ano com um mercado ecológico e tradicional e um programa de animação ao longo do dia. A iniciativa pretende dinamizar o centro histórico da cidade, recentemente renovado pelas intervenções do Programa de Regeneração Urbana Sines, associando-se também à quadra da Páscoa, que se celebra neste período.

Boa vida Comer

Poejada de coelho com silarcas Ingredientes para o coelho: 1 coelho; q.b. de sal grosso; 1 dl. de azeite; 1 cebola media; 4 dentes de alho; 1 folha de louro; 2 dl. de vinho branco alentejano; q.b. de água; q.b. de farinha de trigo; 1 molho de poejos; 600 g. de silarcas; 800 g. de pão alentejano do dia anteriorConfecção do coelho: Corte o coelho aos bocados e tempere com sal. Numa frigideira coloque azeite e frite o coelho de ambos os lados ate ficarem corados. Retire o coelho e nessa gordura refogue a cebola picada, o alho picado e o louro. Junte o coelho e adicione o vinho branco. Deixe ferver um pouco para evaporar o álcool. Cubra o coelho com água e deixe cozinhar lentamente. Entretanto, faça um polme com um pouco de água e farinha. Quando o coelho estiver quase cozido junte o polme. Deixe cozinhar por mais uns minutos. De seguida coloque as silarcas, cortadas aos bocados e deixe cozinhar por mais 10 minutos. Retifique os temperos e no momento de servir junte folhas de poejos inteiras. Sirva sobre fatias de pão do dia anterior. Bom apetite…

António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora

Toiros Eng. Carrusca A história de um aficionado

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25 de outubro de 1929, Beja viu nascer na rua do Touro, Joaquim Henrique de Castro e Sousa Carrusca, que todos aficionados bejenses conhecem por eng. Carrusca. Aficionado de longa data, tem como primeira recordação taurina o escutar de um pasodoble taurino tocado pela Banda Filarmónica Capricho Bejense, a caminho da praça de toiros, que lhe prendeu de imediato a atenção, e que mais tarde viria a identificar como sendo o “Gallito”. Recorda também um episódio curioso de menino, que era de estar sempre atento para ver se surgia algum toiro nas bancadas da praça, isto porque, contava-se que anos antes, sem ninguém saber explicar o porquê, tinha aparecido nessas bancadas um toiro, e portanto era necessário estar atento… Começou a ir aos toiros em Beja, pelas mãos dos seus avós, pois tanto o avô paterno como o materno eram também eles aficionados, e sempre que havia um evento taurino lá ia a acompanhá-los. Por duas ou três ocasiões no verão foi “a banhos” para a Nazaré, e aí, na praça do Sítio, também chegou a assistir a corridas de toiros. Nunca sonhou ser “artista”, e a única vez que pisou uma arena, com uma rês brava, foi na velhinha praça da antiga Feira Popular de Lisboa, em São Sebastião da Pedreira, onde atuou como forcado, por ocasião de uma garraiada do Colégio Militar, onde foi aluno. Nos anos 80 é convidado pela “Rádio Pax”, juntamente com Fernando Batista, Barbosa Bentes, e José Luís Soares, este já falecido, a criar um programa dedicado à tauromaquia e que viria a chamar-se Palmas e Olés, programa que ainda se mantém em emissão aos domingos pelo meio-dia, e que é o mais antigo das rádios locais. Viveu muitos anos em Lisboa, primeiro como aluno do Colégio Militar, posteriormente do Instituto Superior Técnico e finalmente a exercer o cargo de eng. civil nos Serviços Hidráulicos do Estado. Assim, podia ir regularmente ao Campo Pequeno, onde em 1958, assistiu à saída em ombros de curro Romero, nessa altura um novilheiro pouco conhecido no nosso país, e que repetia cartel, após ter triunfado no domingo anterior, e teve desta vez um êxito tão redondo que foi levado pela multidão, desde a praça do Campo Pequeno até ao Rossio, onde se situava o hotel onde estava instalado, e no fim de semana seguinte foi novamente contratado para atuar naquela praça. Em Beja guarda como melhores recordações a lide do extraordinário novilho “Sabino”, com ferro Varela Crujo, por António Ferrera, num festival de homenagem a Francisco Mendes. Uma pega de cernelha executada pelos amadores de Montemor, comandados por Simão Malta, em que o cernelheiro, voou literalmente por cima dos cabrestos para entrar com êxito na sorte. Recorda ainda uma lide a duo, modalidade que não aprecia, mas que por ocasião de uma corrida de São Lourenço, João Núncio e José Casimiro encheram-lhe as medidas frente a um exemplar de Alfredo Cunhal, toiro de casta portuguesa. Recorda, por fim, uma lide de Joaquim Veríssimo ao toiro “Clarim”, também com ferro “Varela Crujo”, em 1983, pelo São Lourenço, com lotação esgotada, corrida de alternativa deste bejense, onde o toiro ao sair à praça “apodera-se” de tudo e de todos, mas Joaquim Veríssimo, não acusou o momento, e teve uma lide triunfal. O eng. Carrusca elege como o seu matador preferido Francisco Mendes; como cavaleiro, João Núncio e João Caixinha como forcado. Como praça escolhe a Varela Crujo, em Beja, como subalterno, Agostinho Coelho e a sua ganadaria de eleição é a Varela Crujo, finalmente o seu passodoble preferido é o “Gallito” e tem como desejo que a Festa continue a ser Património Imaterial da nossa cidade e uma tradição respeitada no nosso País! Vítor Morais Besugo

Letras O colonialismo nunca existiu! Colonização, racismo e violência: manual de interpretação

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provocador, o título desta obra do investigador Gabriel Mithé Ribeiro que, com recurso aos metódos qualitativos – através do recurso a entrevistas - tem vasta experiência de trabalho de campo em Moçambique. É também uma referência ao ensaio de Eduardo Lourenço – outra provocação – intitulado O fascismo nunca existiu. O que este título tem subjacente é, por via da referência provocadora, a rejeição do conceito adjetivado de colonialismo para propôr a recuperação do termo colonização. Segundo o autor, a utilização da expressão colonialismo substituiu, com prejuízo e preconceito, a de colonização. O autor diz que é um conceito segmentador, que divide as sociedades e as suas histórias, em vítimas e inocentes. De resto, toda a obra se propõe criticar interpretações que têm sido dadas como adquiridas, no meio académico como fora dele. Mithá Ribeiro propõe que o conhecimento tem que libertar-se dos tribunais da história, da sociologia, da antropologia. Admite que se a colonização admite uma dimensão que é a de violência sobre os sujeitos colonizados, a realidade é mais complexa. Desde logo escreve que a colonização é um fenómeno tão antigo quanto a história para constatar que é quando os europeus se tornam colonizadores e não objeto de colonização, e à medida que se aproxima o século XX, é que se substitui o termo colonização pelo mais pejorativo colonialismo. Procurando uma linguagem clara e rigorosa, que seja acessível a todos os leitores, O colonialismo nunca existiu! reúne três ensaios em torno da questionação ao conceito de colonialismo, sobre o racismo e sobre a violência e é uma ref lexão crítica sobre o modo como a academia tem ref letido sobre estes conceitos com consequências em termos de conhecimento ao nível do senso comum e que enquadram a vivência social. Maria do Carmo Piçarra

Gabriel Mithá Ribeiro Gradiva 160 págs. 14,80 euros


Ana Maria Baptista – Beja Taróloga – Método Maya Gabinete aberto (jardim do Bacalhau) Contacto para marcação de consultas: 968117086

Carneiro

Características dos nativos de Os arianos são líderes e pioneiros natos. Demasiado otimistas, agem por impulso e preferem dar instruções a recebê-las. São independentes, ambiciosos, intelectuais, honestos e donos de uma energia inesgotável, que os leva, por vezes, à agressividade, teimosia e orgulho. Amam com paixão.

Previsões – Semana de 5 a 11 de abril

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Carneiro – (21/3 - 20/4)

Balança – (24/9 – 23/10)

Vai ter vontade de mudar radicalmente a sua vida. Não descure a sua intuição e sensibilidade. No amor não receie. Saber reviver uma paixão compensadora só pode trazer felicidade profunda. É fundamental saber qual o momento para abordar aspetos sensíveis, sem impetuosidade. Profissionalmente estará numa das melhores fases do ano.

Esta semana de abril traz-lhe o desafio de saber fazer escolhas, com ênfase na sua vida profissional e amorosa. Alguém com quem passa algum tempo a um nível profissional terá mais para lhe oferecer do que parece. Considere esta oportunidade e poderá surpreender-se com o que têm em comum. Dê particular atenção às cores e à iluminação nos seus espaços.

h Touro – (21/4 – 21/5)

Cheio de energia, conseguirá colocar em marcha grandes planos de atividade. E, com objetividade, atingirá os seus propósitos. Determinação é a palavra-chave, não teimosia. Só assim conseguirá a anuência de todos. Os seus momentos de reflexão são importantes, mas não devem implicar isolamento, que pode ser fatal no seu relacionamento amoroso.

Filatelia Exposição de colecionismo

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rga nizada pelo Núcleo de Colecionismo do Centro Cultural e Desportivo do Hospital, vai decorrer, de 25 de abril a 9 de maio, uma exposição de colecionismo que nos mostra os mais variados materiais de colecionismo. Na vintena de mostradores, estão expostos coleções de autocolantes alusivos à revolução de Abril; bilhetes vários; calendários; cartas de jogar; cintas de charutos; credifones; etiquetas várias; ex-libris; ícones religiosos (santinhos); lotarias; marcadores de página; notas; pacotes de açúcar; postais ilustrados; cartazes de ídolos do cinema e da canção; raspadinhas e selos fiscais. O catálogo editado para o evento insere um artigo intitulado Colecionismo – o que é? Tese, na qual, o autor pretende demonstrar que, para além de ser uma forma de melhorar a saúde, é também socialmente útil. Como introito ao artigo, cita uma verdade que, infelizmente quando damos por ela, é já demasiado tarde e já não há possibilidades de corrigir o que foi feito. É a seguinte: “Grande parte da nossa situação atual foi talhada por nós, ao longo dos anos”. Continua o autor afirmando que “muita da qualidade de vida de que hoje desfrutamos é fruto do bom e do mau que no passado fizemos (…) e que os interesses lúdico-culturais que cada um de nós, hoje, apresenta, foram sendo consolidados ao longo da nossa vida (…)”. Tentando explicar o que é o colecionismo, escreveu o autor: “Consultando o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, lê-se que uma coleção é a ‘reunião ordenada de objetos de interesse estético, cultural, científico, etc., ou que possuam valor pela sua raridade, ou que simplesmente despertem a vontade de os colecionar’”. A Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira define coleção como sendo “uma

i Gémeos – (21/5 – 21/6)

porção de coisas que têm entre si alguma relação, ou que são da mesma natureza”. “Esta é uma definição mais simples, mas que fundamenta chamar coleção aos postais ilustrados que fomos adquirindo nos locais que visitámos, ou aos velhos discos que temos em casa. O gosto que manifestamos por muitas coisas, começou a ser adquirido ainda na nossa juventude. Pouco a pouco ele foise consolidando e hoje, é uma parte muito importante daquilo que somos (…)”. Escreve ainda que para iniciar uma coleção, seja do que for, “há aspetos básicos, que são importante ter em conta: em primeiro lugar há que gostar do que se quer colecionar (…), pois de contrário, mais dia, menos dia, tal como começou, também o interesse sobre aquele produto acaba e a coleção fica por aí. Há pois que ter em conta o gosto pessoal; a existência de uma vasta (de preferência) bibliografia de apoio; a maior ou menor dificuldade em encontrar os espécimes; as possibilidades económicas e, por último e não menos importante, o espaço disponível que se tem para arrumação das peças que se vão adquirindo. Se muitos dos espécimes não ocupam muito espaço, (selos, postais, etc.), já para colecionar outros, este é um aspeto importantíssimo. Veja-se o espaço que ocupa uma coleção de instrumentos musicais, de peças volumosas de cristal ou porcelana, de garrafas de vinho, de bonecas, ou de relógios de secretária e muitos outros”. Não deixe de visitar a exposição, na sede do grupo organizador, rua Infante D. Henrique, 53, que está aberta todos os dias úteis das 20 às 23 horas e das 14 e 30 horas às 18 horas no dia 25 de abril e 9 de maio. Os selos reproduzidos são os da emissão falcoaria de 23 de março. Geada de Sousa

Começará um processo de limpeza interior. E as propostas dos astros a nível afetivo vão surpreendê-lo positivamente. Aceite conhecer novas pessoas ou novos aspetos na pessoa com quem partilha a vida. Procure a harmonia pelo lado positivo. Importante que faça um exame médico rigoroso, necessitará de terapias de prevenção.

j Caranguejo – (22/6 – 22/7)

Poderá ter uma semana defícil, porque é muito emotivo. Recue o suficiente para analisar com objetividade. Está em baixo de forma, renove-se com um fim de semana romântico e um tratamento vitamínico de choque. Contudo não se convença que tudo se resolve. A sua sensibilidade será uma aliada para saber qual a melhor atitude para rentabilizar a sua motivação. Não confie em certos amigos...

k Leão – (23/7 – 23/8)

Esta será uma semana de desafios, sucessos e alguns desapontamentos também. As relações do foro afetivo passarão por momentos difíceis, causados, em grande parte, pela abundância da falhas na comunicação. Procure estar no sítio certo no tempo certo, para beneficiar das melhores oportunidades. Não se distancie dos amigos verdadeiros nem da família.

l Virgem – (24/8 – 23/9)

Os seus planos de viagem poderão ter de esperar. No que concerne a questões amorosas e relacionamentos, a comunicação é a palavra-chave. Convém todo o cuidado e atenção no que diz e no que não deverá dizer. O amor e apoio familiares serão incondicionais, contudo, não se deixe pressionar demasiado ao conviver com os problemas de alguns familiares.

b Escorpião – (24/10 – 22/11)

Profissionalmente mais uma vez empenha-se em planear alguma coisa para chegar à conclusão de que já não é o que lhe interessa. Precisa de novos desafios, mas alguns são mais difíceis de enfrentar do que outros. Pondere as decisões neste aspeto. Alguém conseguirá iluminar a sua imaginação e fazê-lo sentir-se a viajar no tempo. Tem neste momento tudo o que é necessário para construir uma relação interessante e duradoura.

c Sagitário – (23/11 – 21/12)

A nível profissional, enquanto outros se apressam a tomar posições sem pensar, tirará partido da sua prudência e reflexão. Prefira passar os seus tempos livres a sós ou na companhia de quem mais gosta. Socializar com amigos e conhecidos pode causar um acréscimo de tensão no seu sistema. Procure o apoio de que necessita junto de familiares. Tenha cuidado quando decidir confiar em alguém.

d Capricórnio – (22/12 – 20/01)

Chegou a altura de lidar com as questões de dinheiro e finanças da forma mais correta. Não pressione nem exija maior expressividade sentimental a alguém sem primeiro resolver esta questão consigo próprio. Aborde este assunto com sinceridade e aceite discuti-lo seriamente. Para repousar e recuperar fisicamente, decline algumas solicitações para abrandar o ritmo de convívio social.

e Aquário – (21/1 – 19/2)

A competição entre colegas de trabalho poderá revelar-se dolorosa. Esteja atento, procure agir adequadamente e prefira fazer acordos, evitando conflitos. Assegure-se de que confia nas pessoas cer tas, que o apoiarão quando mais necessitar. Não se precipite com a relação amorosa, o tempo será um aliado a ter em consideração.

f Peixes – (20/2 – 20/3)

Com a criatividade em alta, é fácil manterse tranquilo e descontraído, apesar do ambiente profissional estar pesado. A melhor opção para desenvolver a relação afetiva é estar longe das multidões e de ambientes lotados. Prefira a paz e o sossego do lar.No quotidiano atente a manifestações de ciúme e inveja, pois algo que tem é cobiçado.

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Mercado Livre cumpre edição da primavera

A associação juvenil Arruaça dá as boas vindas à primavera com mais um Mercado Livre no largo do Museu Regional de Beja, a decorrer amanhã, sábado, entre as 9 e as 19 horas. O desafio é o de sempre: “traga o que já não usa, para venda ou troca, ou venha vender os seus produtos”, entre roupa, calçado, livros, artesanato, peças de decoração, CD e produtos biológicos. Para os “feirantes” menos rodados, ou de última hora, a organização disponibiliza 20 mesas pelo preço de dois euros.

Fim de semana

História do jazz no espaço Oficinas Arranca hoje, sexta-feira, no espaço Oficinas, em Aljustrel, o curso livre de iniciação à história do jazz “Jazz de A a Z”. A ação, que decorrerá até 4 de maio estruturada em oito sessões, sempre às sextas-feiras, é ministrada por António Branco, dinamizador do Clube de Jazz do Conservatório Regional do Baixo Alentejo. A primeira sessão, pelas 21 e 30 horas, abordará o tema “Dos campos de algodão a Nova Orleães”.

“Os Barrigas e os Magriços” sobe ao palco amanhã

Magia no Pax Julia com Mário Daniel Mário Daniel, autor, apresentador e mágico do programa televisivo “Minutos Mágicos” (SIC) apresenta em Beja, já amanhã, sábado, “Fora do Baralho”, um espetáculo para toda a família. O encontro está marcado para as 21 e 30 horas, no Teatro Pax Julia, prometendo muito mais do que um espetáculo de magia. Na verdade, “Fora do Baralho” “mistura a arte da ilusão com a cénica e a teatral”, contando a história de um mágico que, no seu ateliê e em relação com outras personagens, tenta criar o próximo espetáculo. Um serão a evocar “os valores da amizade, cooperação e família”, e em que os truques vão surgir de forma natural no decorrer da narrativa.

Texto de Álvaro Cunhal estreia-se em Moura

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Teatro Fórum de Moura (TFM) e o Teatro Extremo, de Almada, associaram-se para a criação de “Os Barrigas e os Magriços”, peça para a infância que se estreia amanhã, sábado, pelas 21 e 30 horas, no Lagar de Varas do Fojo, em Moura. A produção, que se apresenta no domingo, 7, também em Almada (Fórum Municipal Romeu Correia, pelas 15 horas), seguindo depois em digressão nacional, surge a partir de um conto homónimo de Álvaro Cunhal, integrando-se nas comemorações do centenário do seu nascimento. Em “Os Barrigas e os Magriços”, atra-

vés de “poderosas imagens”, Cunhal conta às crianças “a luta travada pelos Magriços por uma vida liberta da opressão dos Barrigas, pela partilha justa dos meios de produção”, que culminará com o “derrube dos Barrigas em 25 de Abril de 1974”, desvenda a companhia. A versão cénica, assinada por Catarina Pé-Curto e Jorge Feliciano, evolui em dois discursos complementares, interpretados pela atriz Andreia Egas: o discurso narrado e o discurso visual pela manipulação de imagens, formas e objetos. Juntos, concretiza o TFM, “fazem a ponte entre passado, presente e futuro”.

Três exposições em Vidigueira sob o signo de Abril Vidigueira aposta nas exposições para celebrar Abril. Inauguradas ainda em março, podem ser visitadas, até ao fim do mês, três mostras em distintos equipamentos da vila. “25 de Abril, imprensa em liberdade” estará patente, até 26, no Museu Municipal; “O vinho e o mundo rural” pode ser visitada no posto de turismo local, até dia 21; e “O PREC já não mora aqui”, do fotógrafo João Pina, está de portas abertas até dia 30, no Centro Multifacetado de Novas Tecnologias.

Livro Os Novos Rolos apresentado em Aljustrel

José Cid em concerto de apoio aos bombeiros de Grândola

Alexandre Ribeiro dos Santos, lisboeta há alguns anos radicado em Messejana, apresenta amanhã, sábado, pelas 16 e 30 horas, na Biblioteca Municipal de Aljustrel, o livro Os Novos Rolos, uma edição da Associação Causa das Regras. A obra de ficção que, sob o mote da descoberta de uns manuscritos originais da Bíblia, “traça um retrato atual da sociedade portuguesa”, com referências à Igreja e à Maçonaria, e “aponta o caminho de uma revolução possível”, será apresentada pelo autor e por José Carlos Albino, consultor para o desenvolvimento local.

Autor de “Na cabana junto à praia” e de muitos outros êxitos do imaginário musical português mais recente, José Cid vai estar hoje, sextafeira, em Grândola, num concerto de solidariedade a favor dos bombeiros mistos locais. O espetáculo de angariação de fundos, que terá lugar no Parque de Feiras e Exposições, a partir das 22 horas, ficará completo com um baile pelos acordeonistas Catarina Narciso e Mário Neves. A iniciativa é organizada pelo Grupo de Amigos dos Bombeiros Mistos de Grândola e conta com o apoio da câmara municipal e de outras entidades locais.


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Bejense Maria da Graça Carvalho recebeu medalha de ouro do Instituto Politécnico de Lisboa: Comité Olímpico de Portugal já atribuiu bolsa à eurodeputada para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016. Regresso de antigos políticos para realizar comentário político abre caminho a coluna de opinião de Brito Camacho no “Diário do Alentejo”. facebook.com/naoconfirmonemdesminto

Exclusivo “Não confirmo, nem desminto” Coreia do Norte comprou mísseis nucleares em segunda mão num ferro velho da região A comunidade internacional ficou em alvoroço com os últimos desenvolvimentos vindos da Coreia do Norte: o regime de Kim Jong-un anunciou que tinha mísseis apontados para cidades americanas, e para o Redondo, e que estava em estado de guerra com os vizinhos da Coreia do Sul. Uma investigação conjunta “Não confirmo, nem desminto”/Miguel Monjardino/ Bernardino Soares revelou que a ameaça é para levar a sério. Segundo descobrimos, o ditador norte-coreano esteve num ferro velho alentejano, para os lados de Alcácer do Sal, a comprar peças para mísseis nucleares de longo alcance, como nos confirmou o proprietário daquele espaço: “É verdade, esse senhor esteve cá. Confesso que estava muito nervoso, mas ele foi muito simpático, pagou a pronto e nem sequer pediu fatura. Levou

dois mísseis feitos com uns tubos, latas de atum Bom Petisco e o motor de um Peugeot 205 que é para ter força de propulsão… E tudo com garantia de qualidade, até porque os mísseis foram projetados por um cientista dissidente da antiga União Soviética que mora no Torrão e que tem acesso a material nuclear como o plutónio, o urânio e torresmos do rissol fora do p r a zo… D e pois meteu tudo num 2CV e antes de abalar deu-me um abraço. Ainda tive a oportunidade de lhe dizer que gostava muito do trabalho dele nos vídeos do Gagnam Style, ele encolheu os ombros e foi-se embora…”. Esta foi a primeira vez que a Coreia do Norte teve acesso a materiais para construir estas armas desde que tentou construir minas com fascículos da Hello Kitty.

Clube de fãs de série de TV sobre a Bíblia considera a interpretação de Diogo Morgado pouco credível: “Um Cristo português teria de pedir quatro requerimentos só para poder ressuscitar”

Roubo de Smartshop em Beja: ladrões ficaram tão pedrados que tentaram roubar esquadra da PSP e apresentaram queixa na Smartshop

Foi notícia em todo o mundo: o ator português Diogo Morgado interpretou o papel de Jesus Cristo numa série norte-americana sobre a Bíblia que bateu recordes de audiência. Apesar da popularidade do programa, o Clube de Fãs de Séries de TV Bíblicas de Safara, na sua newsletter “Sermão na Montanha da Adiça”, lançou críticas muito duras à sua interpretação: “Um Cristo português nunca faria aquilo que o senhor Morgado fez… Para começar, um Cristo português seria obrigado a pagar o IMI da Via Sacra por toda a eternidade. Depois, teria de preencher quatro requerimentos só para ressuscitar, e, quando chegasse ao terceiro dia, Deus ainda o obrigaria a ir à Segurança Social pedir um carimbo, porque sem o carimbo a ressurreição não teria legalidade jurídica. Finalmente, um Jesus 100 por cento nacional não se esqueceria de oferecer um patê de sardinha ou um pacotinho de manteiga de alho quando tivesse a dividir e a distribuir o pão pelos discípulos. Se queriam escolher um Cristo como deve ser, deveriam ter escolhido o Socras – aquele homem teve uma ressurreição política digna de se ver! Fiquei com vontade de ir até à sede do PS de joelhos só para beijar os pés do Augusto Santos Silva”, declarou a tesoureira do clube de fãs.

Um dia antes de ser encerrada por ordem governamental, a smartshop de Beja foi assaltada. Ao que parece os meliantes terão ficado com dinheiro e uma quantidade considerável de substâncias perigosas. Todavia, os amigos do alheio, depois de terem consumido cogumelos embebidos em restaurador Olex e biscoitos com vestígios de Al-Mutamid, começaram a delirar e a exibir sinais de megalomania visto que já falavam em assaltos de maior dimensão, como nos relatou um dos membros do gang “Ratos do Pomarão”: “Ya, foi assim uma cena, assim tipo coiso… ‘tás a ver. Lixou-nos bué a mona! Comecei a ver a Linda de Suza em todo o lado, depois o Fanam raptou o cão de loiça da minha tia, enrolou-o num cobertor, agarrou-se a ele e começou a dizer que tinha de fazer ‘tudo para proteger aquele lince ibérico’. Depois alembrámo-nos de repetir o assalto, mas estávamos tão pedrados que assaltamos a esquadra da PSP e fomos fazer queixa à smartshop. Teria corrido tudo bem se o pé de cabra não se tem chibado à bófia…”, declarou, enquanto lambia um parquímetro que pensava ser um Calippo Limão.

Inquérito Qual é a sua opinião sobre a Lei de Limitação de Mandatos?

JORGE PULIDO VALENTE, 57 ANOS Presidente da Cambra de Beja Olá a todos e a todas. Portanto, parece-me evidente que, portanto, esta Lei de Limitação de Mandatos se aplica à mesma autarquia. E mais: depois de um parecer que pedimos ao Clube dos Amigos Disney, esta lei também impede candidatos com os apelidos Rocha, Guerreiro e Caeiro. Mas aceita candidatos licenciados em História e que, portanto, digam a palavra “portanto” com alguma, portanto, frequência. Está nas entrelinhas da lei, é pena que ninguém saiba ler, portanto…

RUTE LOUÇÃ PUREZA DRAGO SEMEDO MARTINS, 24 ANOS Cidadã independente e adepta do Movimento da Revolução Branca desde pequenina A lei é muito clara, o limite é de três mandatos. Os autarcas que já tenham cumprido três mandatos têm mau hálito, não cortam as unhas dos pés, têm cabelo oleoso e só ouvem música fascistoide... Estes candidatos são o pé de atleta da democracia portuguesa e devem ser eliminados. Enquanto houver movimentos de cidadãos completamente independentes, puros como a neve, sem caspa, que comam croquetes de soja, e que oiçam a 9.ª Sinfonia de Beethoven em djambé, podem dormir descansados…

JORGE MIRANDA, 71 ANOS “Pai” da constituição portuguesa, “padrinho” da declaração dos direitos do homem e “Jo Mi” para os amigos Acho que no Parlamento se legisla muito mal... De certeza que não foram meus alunos, caso contrário não faziam aquilo a que os especialistas em Direito chamam de borradae monumentalis. Eu bem digo aos meus alunos que legislar não é só colocar palavras: é arte, é luz, é movimento! Em relação a esta lei em particular, falta-lhe alguma densidade dramática e as personagens são muito sensaboronas – parece uma novela da TVI quando devia ser um musical do La Féria!


Nº 1615 (II Série) | 5 abril 2013

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nada mais havendo a acrescentar... Chuva Abençoados os discípulos desta chuva. Benditos os crentes neste inverno estendido. Por vocação existencial, veneram estes teimosos rios verticais e estes tetos de chumbo. Ficam mais felizes quando as ancas do céu se entornam e as mãos do vento fazem guinchar o silêncio. Gostam da solidão das ruas, dos pássaros recolhidos, dos grilos mudos, dos vidros embaciados onde desenham corações de água, das esplanadas mortas, das pessoas vergadas ao peso do pensamento, das lareiras acesas, do vinho tinto, das mantas sobre as pernas, dos livros grossos, do conforto do frio, do chá com bolinhos, da palidez

da pele. São amantes de temporais, de dias escuros e de palavras que trovejam e iluminam. Habituaram-se assim. Não entendem o azul, a melosa inquietação das abelhas, o tempero dos caracóis, os dias grandes, o pó, as sardinhas assadas, o culto do sol, a espuma das cervejas, a transparência dos horizontes, as noites quentes, a excitação da pele, a quente imobilidade das osgas e do restolho. Passam pela primavera e pelo verão como analfabetos de luz. Aproveitam ainda este apêndice de invernia. Encharcam-se. Até ao último pingo. Fora de tempo, as nuvens negras comem a carne tenra da claridade. Vítor Encarnação

quadro de honra Carlos Janeiro, 48 anos, natural de Vale de Vargo (Serpa) É licenciado em Organização e Gestão de Empresas e mestre em Economia Regional e Desenvolvimento Local. Passou pelo Exército Português, onde esteve oito anos. Saiu em 1994, data em que ingressou na Câmara Municipal de Serpa como técnico superior. Foi avaliador externo do Sistema Nacional de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências e é atualmente presidente da assembleia da Flor do Enxoé – Associação de Solidariedade Social de Vale de Vargo.

Mestre em desenvolvimento local lança livro

Municípios sob avaliação

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o invés de menos custos e burocracia, a avaliação de desempenho no setor público tem conduzido exatamente à situação inversa. No livro Avaliação de Desempenho – Verdades e Mitos, publicado recentemente, Carlos Janeiro explica porquê e propõe um modelo para as autarquias portuguesas. Propõe um modelo de avaliação de desempenho dos municípios portugueses. Em que consiste?

Este modelo permite, por meio da utilização de uma técnica de programação linear denominada Data Envelopment Analysis (DEA), a identificação dos municípios mais eficazes e eficientes na prestação dos melhores serviços à comunidade, sendo a melhoria do serviço ao munícipe o seu principal pressuposto. Avalia globalmente os municípios e identifica os mais e os menos eficientes, para que os segundos possam aprender com os primeiros. Para além de todas as atividades desenvolvidas, este modelo toma em consideração o nível de endividamento dos municípios, a satisfação do pessoal e o contributo da autarquia para o

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desenvolvimento de resultados democráticos, como a participação pública, transparência e justiça. Refere que, ao invés de uma redução de custos e de burocracia, a avaliação de desempenho tem conduzido exatamente ao inverso. Porquê?

A grande maioria das experiências internacionais, de acordo com as investigações conhecidas, demonstra isso mesmo. Na generalidade dos países, tem-se assistido a um aumento dos custos de avaliação como resultado de um forte aumento do número de auditores e reguladores, que dão muita atenção ao cumprimento das normas e procedimentos “no papel” independentemente do seu interesse. Definir, estabelecer e avaliar o cumprimento de objetivos custa tempo e dinheiro, que deixam de ser utilizados com o utente. Para além de se tratar de processos burocráticos muito onerosos, envolvem também uma grande dose de manipulação política, com slogans como transparência e guerra contra o desperdício. Há uma tendência para se selecionarem objetivos fáceis de alcançar, para se avaliar o que não é necessário avaliar

e para o desenvolvimento de comportamentos simbólicos enganadores da melhoria do desempenho, podendo incentivar os gestores e funcionários a fazer o que lhes proporciona uma maior classificação, o que é conhecido como “do the things right” em vez de “do the right things”. Como se melhora o desempenho de um funcionário?

É necessário promover uma cultura de elevada confiança que compense a honestidade e o risco, que promova a capacidade crítica e que desafie as práticas, crenças e valores vigentes. Uma filosofia que elimine a “cultura da culpa”, associada a “comportamentos manipuladores”. Tudo se agrava se a motivação inerente à gestão do desempenho residir no “controlo” das pessoas, com prejuízo de um processo de aprendizagem que conduza à “melhoria contínua”. É necessário capacitar os funcionários, facultando-lhes os recursos, a autoridade, a responsabilidade, a formação e os saberes essenciais à aposta no desempenho. É também muito importante que se envolvam os sindicatos. Carla Ferreira

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O dia de hoje promete aguaceiros e temperaturas entre os oito e os 15 graus. Amanhã o céu andará limpo, embora o frio se intensifique, com a temperatura mínima a descer para os três graus. O que se manterá no domingo, dia de céu muito nublado.

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Santa Maria Summer Fest regressa em junho O festival Santa Maria Summer Fest, que se realiza em Beja, no anfiteatro exterior da Casa da Cultura, já conta com quatro edições e, este ano, segundo a organização, “19 bandas preenchem o cartaz”. Entre outros nomes do metal nacional, destaca-se DOOM [UK] e VxPxOxAxAxWxAxMxC [AT], Grog, Iberia, Holocausto Canibal e Process of Guilt. A iniciativa realizar-se-á em conjunto com o Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja, entre os dias 7 e 9 de junho. De acordo com a organização, “o festival está a crescer a cada ano que passa, e tem-se mostrado um ponto de passagem dos fãs de música extrema”.

Festas animam Vila Verde de Ficalho Começam hoje, sexta-feira, dia 5, e prolongam-se até ao dia 8, as Festas de Vila Verde de Ficalho em honra de Nossa Senhora das Pazes e de São Jorge. Além do programa religioso, aguardam-se grandes espetáculos musicais, a destacar: Quarteto de Nuno Junqueira com João Portugal e Nucha como convidados, seguido da banda Hi Fi (hoje); Aurea (amanhã); David Antunes e Midnight Band com Herman José como convidado especial (domingo).

Preservação de património em Aljustrel É já hoje, sexta-feira, 5, que é inaugurada, pelo núcleo museológico do Moinho do Maralhas, a exposição “Aljustrel agrícola – Memórias de um tempo”. Esta exposição, cujo objetivo é divulgar e preservar os tradicionais trabalhos agrícolas ligados à produção do trigo, acontece no âmbito de duas datas importantes nas áreas da cultura e património: o Dia Nacional dos Moinhos Abertos (7 de abril) e o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios (18 de abril), cujo tema proposto para este ano é “Património + Educação = Identidade”. Além desta exposição, visitável durante o mês de abril mediante marcação, haverá também atividades, destinadas aos alunos do pré-escolar e 1.º ciclo do ensino básico, levando-os a assistir e participar na “monda do trigo”.


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