Ediçao N.º 1620

Page 1

PUB

Este VALE

€1,20 Veja como na página 25

na Postos BP Beja

Nelson Brito acredita na “continuidade” em Aljustrel pág. 6 SEXTA-FEIRA, 10 MAIO 2013 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXI, N.o 1620 (II Série) | Preço: € 0,90

Em 2030 metade da população nacional terá mais de 65 anos

O Alentejo de hoje é o Portugal do futuro Todos contra redução de camas no Hospital pág. 10

Alentejo tem 19 praias com Bandeira Azul pág. 13

Este fim de semana há feira em Moura e Garvão pág. 12

Tem mais de dois mil anos, a tradição de as meninas se vestirem de branco, em maio, ornadas de flores do campo. Uma herança que nos foi legada por Roma e que chegou a ser praticada por todo o vasto império. Hoje, apenas em Beja sobrevive o costume das Maias. Uma prática milenar que esta manhã é recriada nas Portas de Mértola por 30 alunas da Escola de Santiago Maior. págs. 16/17 PUB

Piense vence Taça Distrito de Beja pág. 19

Maias: Tradição que vem de Roma

ARQUIVO “DIÁRIO DO ALENTEJO”

pág. 9


Diário do Alentejo 10 maio 2013

02

Editorial Normalidade

Vice-versa “O casamento, a natalidade e os compromissos comunitários são adiados, com medo da falta de recursos económicos. Mesmo assim, aumenta a insegurança, o stress e a depressão das pessoas” D. António Vitalino, na sua nota semanal, enviada à Agência Ecclesia

Paulo Barriga

“O Alentejo é um exemplo do que poderá ser o futuro do País, porque é uma região que, atualmente, já está mais envelhecida do que a média nacional”

J

á cheira. E não é pouco. Esta mos em a no de Autárquicas, pelo que já vagueia pelo ar o pólen da política de vizinhança. Muitos dos candidatos aos órgãos autárquicos do Alentejo já são conhecidos, especialmente os nomes do cimo das listas. Por estratégia ou por falta de alternativas, outros tantos se mantêm por revelar. Estão no terreiro os primeiros tabus e as primeiras escaramuças pelo poder. Tudo normal, por conseguinte. Tudo normal, não se desse o caso de alguns dos pretendentes anunciados estarem abrangidos pela dita lei da limitação de mandatos. Não se desse o caso de as próprias eleições decorrem num território não totalmente definido em função da lei que extingue e agrega freguesias. Não se desse o caso de boa parte das competências autárquicas passarem agora para a duvidosa esfera das comunidades intermunicipais. Não se desse o caso de os orçamentos e as receitas municipais estarem cada vez mais na penúria. Não se desse o caso de as responsabilidades dos eleitos serem cada vez maiores e sobre eles, pessoalmente, recaírem. Não se desse o caso deste país estar completamente às avessas. À deriva. Falido. Refém da ganância de alguns e da incompetência de outros. Não se desse o caos e tudo estaria normal. Inclusivamente as pressões e as arranhadelas que determinados agentes políticos nos começaram já a fazer e a dar. Mas por aí, tudo normal. Efetivamente. Há alguns meses a esta parte que o “Diário do Alentejo” mantém uma página de entrevista com os atuais autarcas. Comentado por um painel plural, o tema central da conversa. Foi uma decisão editorial, como outra qualquer. É nosso entendimento que, em abono da boa escolha, os nossos leitores devam conhecer o estado em que se encontra cada município. E o trabalho aí desenvolvido. Até porque foram estes homens e esta mulher que levaram, a meio do exercício das suas funções, com a bomba alemã. Mais para diante – os andores ainda estão no interior da igreja – outros protagonistas subirão à nossa tribuna. Sendo que, para todo e qualquer efeito, seremos sempre nós a ditar as regras do jogo dos três “is”: independência, isenção, imparcialidade. É normal que apareça gente que não ache os nossos critérios normais. Mas não deixaremos de ser apenas um jornal, como normalmente gostamos de ser. E somos.

Maria João Valente Rosa, diretora do Pordata, em declarações à Lusa

Fotonotícia

Maio, dia 1. Não, nem toda a gente passou o feriado do Dia do Trabalhador a trabalhar ou a frequentar o local de trabalho de quem trabalhou no dia 1 de maio: os centros comerciais e os supermercados. Houve milhares de pessoas que, um pouco por todo o País, quiseram passar este dia a dizer a quem os quisesse ouvir que já chega de palermice. Já chega de gatunice. Já chega de joguinhos obscenos com a vida das pessoas. Das pessoas que trabalham, das pessoas que querem trabalhar e não têm como, das pessoas que já trabalharam e merecem o devido descanso, respeito e dignidade. Este foi o mais infame 1.º de maio da história recente de Portugal. E por isso a ele hoje retornamos. PB Foto de José Ferrolho

Voz do povo Costuma ir apanhar a espiga?

Inquérito de José Serrano

Domingas Carapinha, 54 anos, auxiliar

Manuel Mateus, 62 anos, aposentado

Alzira Tomás, 54 anos, comerciante

Célia Azedo, 33 anos, agente da PSP

Agora já nem tanto. Há dois ou três anos que não vou. Falta-me o tempo, e aproveito o feriado da cidade para organizar outras coisas. Mas durante muitos anos tive o hábito de manter viva a tradição. Ia ao campo com o meu marido ou com as minhas amigas, fazer o raminho com a espiga, a papoila, a oliveira. Depois deixava-o atrás da porta da entrada. Para dar sorte.

Antigamente. Ultimamente não tenho ido, não. Todos os anos costumava ir ao campo fazer o raminho com a minha mulher. Agora que estou sozinho, já não vou. Apanhávamos o trigo, a flor da romãzeira, a papoila, o ramo de oliveira. Depois ficava o raminho durante todo o ano pendurado na cozinha. Para que houvesse sempre fartura. E que nunca nada faltasse lá em casa.

É um costume de que gosto muito. E que desejava manter. Mas já há dois anos que não vou. Deixei de ter vagar para ir. E tenho muitas saudades. Agora é a minha mãe que mantém a tradição, que apanha por mim e pela minha irmã. Depois dá-me o raminho para eu pendurar lá em minha casa. Na cozinha. Para que haja prosperidade. Para que nada falte. Já que nos vai faltando tudo.

Sempre que estou cá nesta altura, continuo a manter esta tradição de ir ao campo na Quinta-feira de Ascensão. Vou com a minha mãe e com mais familiares. As tradições unem as famílias e os amigos. Fazemos o raminho com o malmequer, a papoila, a oliveira e o trigo. Depois penduramo-lo atrás da porta de casa para espantar os maus espíritos. E dar as boas-vindas à primavera.


Rede social

Semana passada QUINTA-FEIRA, DIA 2 BEJA AEROPORTO JÁ TEM POSTO ADUANEIRO O aeroporto de Beja já tem um posto para assegurar a fiscalização aduaneira e o cumprimento das formalidades aduaneiras na sua área de jurisdição, segundo despacho publicado em “Diário da República”. O Posto Aduaneiro do Aeroporto de Beja funciona na dependência do diretor da Alfândega de Faro e foi criado, como pode ler-se no referido despacho, “considerando as condições que devem estar reunidas para que o aeroporto de Beja seja considerado um aeroporto internacional”. Por outro lado, o posto surge devido à “necessidade de criação de uma unidade orgânica desconcentrada de nível local da Autoridade Tributária e Aduaneira”.

ALMODÔVAR CONSTRUÇÃO DA NOVA ETAR ARRANCA EM JUNHO O município de Almodôvar e a Águas Públicas do Alentejo procederam à assinatura do contrato que dá início à concessão e construção da nova Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR), estrutura que “vai entrar em funcionamento em junho de 2014”, anunciou a autarquia. A empreitada, que tem por objetivo substituir a ETAR existente, “permitindo tratar a totalidade das águas residuais da vila”, terá início no próximo mês de junho e foi adjudicada ao consórcio Abrantina SA e Interagua Lda, pelo valor de 1 622 515 89 euros.

SEXTA-FEIRA, DIA 3 SERPA UM MORTO EM ACIDENTE DE VIAÇÃO JUNTO À FRONTEIRA A colisão de um motociclo com um veículo ligeiro de mercadorias provocou um morto na Estrada Nacional 260, entre Vila Verde de Ficalho e a fronteira com Espanha. O Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Beja revelou que o condutor do motociclo, um homem de 49 anos de idade, foi a vítima mortal do acidente, que provocou ainda um ferido ligeiro, um indivíduo de 57 anos. Na operação estiveram envolvidas três viaturas dos Bombeiros Voluntários de Serpa, a ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV) de Moura e vários militares da GNR.

SEGUNDA-FEIRA, DIA 6 BEJA JOÃO RAMOS INTEIRA-SE DA SITUAÇÃO SOCIAL NO DISTRITO O deputado do PCP João Ramos reuniu-se com a Cáritas Diocesana de Beja no âmbito da iniciativa “Situação social: Conhecer mais, intervir melhor”, e disse considerar “complexa” a situação social no distrito, garantindo ainda que “está a aumentar” a procura nas cantinas sociais. João Ramos esteve ainda reunido com a Federação das Associações de Reformados, Pensionistas e Idosos de Beja (Farpibe) e com a União dos Sindicatos do distrito, tendo concluído também que os desempregados “tradicionais” e os pequenos empresários que fecharam as empresas e não têm qualquer proteção social são quem mais procura ajuda para a alimentação. O parlamentar estima que na região existam atualmente entre 16 e 17 mil desempregados, e frisa que os idosos, mesmo com reformas baixas, estão a ser chamados a ajudar filhos e netos.

SINES EMPRESÁRIOS TURCOS VISITARAM ZONA INDUSTRIAL A Zona Industrial e Logística de Sines (ZILS) recebeu a visita de uma comitiva de cerca de 70 empresários turcos, no âmbito de uma deslocação oficial do presidente daquele país, Abdullah Gül, a Portugal. Os empresários foram conhecer no terreno as potencialidades oferecidas por esta infraestrutura gerida pela Aicep Global Parques, empresa que integra o universo da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (Aicep). “O interesse da visita recai sobre as características da ZILS e toda a atividade desenvolvida pela Aicep Global Parques na gestão desta zona industrial e logística desde a sua infraestruturação aos serviços prestados no acompanhamento aos clientes”, refere a empresa.

3 perguntas a Fernando Parreira

Coordenador do projeto Igualando/ Gabinete de Apoio à Vítima e ao Agressor (GAVA) do concelho de Odemira

Que balanço se pode fazer deste primeiro ano de funcionamento do Gabinete de Apoio à Vítima e ao Agressor (GAVA) de Odemira, da responsabilidade da cooperativa Taipa, tendo em conta as especificidades deste concelho, o maior de Portugal?

O balanço é muito positivo. Se à partida sabíamos de alguns casos de violência doméstica, sobretudo através da presença da Taipa junto dos parceiros sociais, não havia certezas desta dimensão. O volume de casos evidencia a boa articulação com os parceiros e a pertinência do GAVA que, sempre que possível, vai ao terreno para combater o isolamento, as distâncias ou as dificuldades económicas que dificultem o acesso ao serviço.

Almodôvar de volta à Idade Média Almodôvar regressou ao século XIII pelo nono ano consecutivo e provou que o seu mercado medieval é já uma marca firmada no calendário da região. Houve folias, mercadores e donzelas, tal como no reinado de D. Dinis, o monarca que doou carta de foral à vila.

Serpa no Mês da Prevenção dos Maus- tratos na Infância Ficou bem bonito este laço formado pelos alunos da escola secundária, em plena praça. Um alerta para a importância da prevenção dos maus-tratos na infância. Porque só uma parentalidade “positiva” pode dar lugar a uma nova geração mais feliz.

O GAVA assume uma “perspetiva inovadora de intervenção na área da violência doméstica”. Em que medida?

Pensamos desempenhar três aspetos inovadores: o primeiro é a sua existência no âmbito do projeto Igualando, permitindo uma atuação na prevenção. Em segundo, porque trabalhamos com agressores, prevenindo novos episódios de violência e são ainda poucos a fazê-lo. Em terceiro, a intervenção com casais que, apesar da ocorrência de episódio/s violento/s, decidem manter a sua relação, ajudando à mudança, avaliando o risco para a sua saúde (física e psicológica) e a segurança de terceiros, pois na maioria das vezes existem menores. Quantos processos estão neste momento em acompanhamento e, a partir deles, que perfil de vítima se consegue traçar, quanto ao sexo, idade, escolaridade, estrato socioeconómico e origem geográfica?

Atualmente acompanhamos 67 processos. No entanto, é difícil encontrar um perfil e pensamos que o mais importante é que haja consciência de que este fenómeno é transversal a todos os estratos socioeconómicos, independentemente de sexo, idade, escolaridade ou localização. Ainda assim, os nossos dados apresentam maioritariamente vítimas do sexo feminino, entre 30 e 50 anos, com baixa escolaridade, com baixos recursos económicos e oriundas em maior número das freguesias de Vila Nova de Milfontes e São Teotónio. Carla Ferreira

Álvaro Cunhal evocado no concelho de Aljustrel O ciclo comemorativo do centenário do líder histórico do PCP arrancou em abril e teve no último fim de semana vários pontos altos. Este foi captado em Messejana, em plena atuação do grupo Oppoente. E houve quem se levantasse para dar mais fôlego à voz.

Pequenos guardiões dos sobreiros de Grândola Com investigadores assim, pode o montado de sobro de Grândola ficar descansado. Uma ação de sensibilização ambiental, no âmbito do Terras Sem Sombra, que juntou alunos do concelho e os músicos que protagonizaram o terceiro concerto do ciclo de música sacra.

Pedrógão cumpriu tradição da corrida de cântaros Caminhar depressa com um cântaro à cabeça, e sem vacilar, não é tarefa para qualquer um. Requer equilíbrio e o calo da tradição. Foi assim no Dia do Trabalhador, em Pedrógão, Vidigueira. A junta de freguesia fez o desafio, as mulheres não se fizeram rogadas.

Diário do Alentejo 10 maio 2013

03


Diário do Alentejo 10 maio 2013

04

Santana da Serra

Feira dos Saberes e Sabores da Serra regressa nos dias 25 e 26

Terra de cortiça, mel e medronho

S

ituada na fronteira da planície alentejana para a serra algarvia, Santana da Serra, uma das seis freguesias do concelho de Ourique, é terra de cortiça, mel e medronho. Produtos que vão mantendo ocupada parte da população em idade ativa e na reforma. Gente que cedo aprendeu a tirar partido dos recursos que a serra oferece. A extração e venda de cortiça, já teve, no entanto, “melhores dias”. Para além “da diminuição do preço”, tem-se assistido “a uma degradação sistemática do montado com a morte de muitas árvores que não são compensadas pelas novas árvores plantadas”, explica o presidente da Junta de Freguesia de Santana da Serra, Paulo Ascensão. “Mas seja na perspetiva do produtor, seja pela oferta sazonal de trabalho para a sua recolha”, adianta o também médico de família na freguesia, a extração de cortiça “continua a constituir uma riqueza relevante”. O mel, “com vários produtores de pequena dimensão, é um produto destinado essencialmente a consumo local, embora haja também produção em grande escala destinada à indústria alimentar, nomeadamente para a Nestlé”, que adquire em Santana da Serra “muito do mel que adoça os cereais e outros produtos que se adquirem nos grandes supermercados”, continua o autarca. Existem ainda “alguns projetos de criação de novas unidades semi-industriais de produção de mel, particularmente na aldeia de Santana da Serra”, que contarão com o apoio da câmara e da junta “para a sua execução”. E no que diz respeito ao medronho de Santana, “cuja fama e garantia de qualidade é inultrapassável”, o que se verifica é que existe “da parte dos produtores alguma resistência à normalização e produção para comercialização generalizada”, revela Paulo Ascensão. “Apesar de várias iniciativas de apoio à criação de unidades de produção que, cumprindo normas e regras estabelecidas, permitam uma comercialização generalizada da aguardente de medronho”, continua a verificar-se “grande desconfiança na opção por esse sistema que se receia vir a complicar em demasia os métodos artesanais, a dificultar a comercialização lucrativa do produto e a condicionar uma diminuição da qualidade e um aumento dos custos”. O autarca considera, no entanto, que “o futuro económico da freguesia terá de passar, obrigatoriamente, pela produção em qualidade e quantidade destes produtos”. Joaquim Guerreiro, 78 anos, dedicou mais de 20 anos da sua vida ao fabrico de medronho, num “alambique pequeno” instalado “numas casas emprestadas”. Há mais de dois anos que não o faz. As “exigências” do processo de legalização das destilarias e dos produtores de medronho e as duas intervenções cirúrgicas a que se submeteu nos últimos cinco anos assim o ditaram. Mas não é caso único, garante. “Hoje,

Santana da Serra, uma das seis freguesias do concelho de Ourique, atualmente habitada por 850 pessoas, prepara-se para receber no último fim de semana do mês mais uma edição da Feira dos Saberes e Sabores da Serra. Um evento que pretende divulgar o que de melhor se produz localmente: cortiça, mel, medronho, queijo de cabra e pão. Texto Nélia Pedrosa Fotos José Ferrolho

em Santana, acabou-se isso tudo, já não há destilarias. Uma pessoa está a fazer isto para quê? Depois não se vende, as pessoas não podem carregar para lado nenhum, a não ser as que estão documentadas”. O ex-produtor admite, no entanto, que existe ainda na região quem apanhe medronho: “Um leva uma saca, outro leva outra”. Noutros tempos, “quando o negócio era livre”, vendia medronho e aguardante “a quem calhava, a quem vinha do Algarve, do Norte”. A par da produção de medronho, Joaquim Guerreio tirou cortiça, fez várias “campanhas” no Algarve, trabalhando “nas hortas, na alfarroba e na apanha de uvas”, e produziu mel. “Vendia, se calhar, 200 litros de mel, em frascos, a quem aparecia”, diz, adiantando que na aldeia “ainda há quem faça mel”, apesar de os algarvios estarem a aparecer em força colocando “às 50 e 100 colmeias” nos terrenos da freguesia, “uns com autorização e outros não”. “Antigamente Santana era uma terra rica,

tinha muita cortiça e boa, mas os sobreiros têm secado todos. Também havia muita porca a criar, agora, devido às exigências [para o setor], o pessoal não as pode ter. Um sobrinho meu tinha umas 150 porcas, um dia destes vendeu-as todas, não ficou nem com uma. Essa gente [governantes] só puxa isto para a fome”. Joaquim Guerreiro dedica-se atualmente à sua pequena horta, de onde retira parte do seu sustento, para compensar a reforma “desgraçada”, apesar “dos mais de 20 anos de descontos”. “Santana é um sítio pobre, não se morre à fome porque semeiam-se aí umas hortinhas”, salienta, adiantando que “as padarias e o lar [da Casa do Povo de Santana] sempre vão empregando algumas pessoas”. Os que não arranjam trabalho “estão no fundo de desemprego” ou “vão desaparecendo”, à procura de novas oportunidades. De acordo com o presidente da junta, a indústria da panificação, “com estabelecimentos

de apreciável dimensão na sede da freguesia e no Monte Branco (Rio Torto)”, dá atualmente “sustento a mais de 50 famílias”, numa freguesia que tem, segundo o Censos 2011, 850 habitantes. Francisco Cesário, 78 anos, “em boa hora” trocou o trabalho árduo do campo, no monte das Lajes, pela abertura de uma loja de venda a retalho na sede de freguesia, já lá vão quase 30 anos. “Aquela vida era má. Semeávamos um bocado aqui, outro além, e pagávamos muito aos donos [da terra]”. Quando se iniciou no comércio havia mais cinco estabelecimentos do género do seu na aldeia, que vendiam “calçado, roupas, ovos, galinhas”, uma verdadeira “caldeirada”. Havia também “uma oficina de ferrador, dois lagares que faziam azeite, uma fábrica de farinha para fazer pão”. Hoje, dos espaços que enumerou, só o seu, que entretanto cedeu ao filho, subsiste. A justificação está no decréscimo populacional: “Nesse tempo havia aqui muita gente, fazia-se muito negócio, tinha dias de desempatar 100, 150 contos. Já morreram quase todos. Tínhamos 1 500 pessoas, mais ou menos, hoje estamos reduzidos a quase nada. Estão quase todas ali na cerca [cemitério] e a gente nova desandou toda para outros lados. Agarravam-se ao campo mas aquilo não dava nada. Aqui na serra a única solução é semear floresta”. E o seu único filho não saiu de Santana, porque lhe deixou a loja. Mas o negócio, diz a nora, que vai dando uma ajuda ao marido, também já não é o que era. “Esta é uma loja que tem um bocadinho de tudo, porque nestas aldeias tem que ser assim, e mesmo assim não se consegue satisfazer os desejos dos clientes, há sempre alguma coisa que falta, mas agora também temos menos coisas porque passam-se dias que não conseguimos vender nada”, esclarece Maria da Conceição Cesário, de 40 anos. Para além de dar uma ajuda na loja e de fazer alguns trabalhos no campo, por sua conta, dedica parte do seu tempo livre, agora que está desempregada, ao ponto de cruz, às bainhas abertas ou ao hardanger, uma tradição de Santana que tem cada vez menos adeptas. “As pessoas idosas é que bordavam. Hoje, das minhas idades, há poucas que gostem de o fazer”. Maria da Conceição costuma expor os seus bordados na loja do marido e na Feira dos Saberes e Sabores da Serra (ver caixa), mas, “tirando uma cliente ou outra”, pouco vende. Os turistas, que acorrem à aldeia em número significativo – devido à proximidade com o IC1 –, refere, “gostam de ver fazer os bordados, mas também não compram”. Mas talvez comprassem os produtos regionais de Santana, como o medronho, o queijo ou o mel, “se houvesse uma daquelas lojinhas tradicionais, como sê vê noutros lugares”: “A gente tem que fazer publicidade daquilo que temos, mas ninguém se aventurou a isso ainda”.


Diário do Alentejo 10 maio 2013

05

Paulo Ascensão Presidente da Junta de Freguesia de Santana da Serra

Santana da Serra recebeu no domingo mais uma edição da maratona de BTT Rota das Papoilas. Qual é a importância desse evento para a freguesia?

A maratona BTT Rota das Papoilas é uma prova organizada na sua totalidade pelo Centro Cultural Recreativo de Santana da Serra, contando com apoio de recursos e instalações da freguesia no que lhe é solicitado. Junta mais de meia centena de atletas e outros tantos acompanhantes e, pela qualidade que o presidente do clube Manuel Marcelino e os seus colaboradores diretos lhe sabem dar, vai ganhando lugar no panorama do BTT da região. Aqui se deslocam atletas essencialmente do Alentejo e Algarve e é com gosto que comprovamos que eles acabam por transmitir para as suas localidades o prazer que tiveram em participar nesta prova nas serras de Santana e pela forma como são recebidos, acabando por trazer, noutros anos, outros atletas e amigos. A visita de muita gente de fora é sempre uma boa notícia para o comércio local. O almoço que culmina uma manhã de atividade intensa é sempre um ótimo espaço de convívio e troca de experiências.

Feira dos Saberes e Sabores da Serra regressa no fim de semana de 25 e 26 Santana da Serra recebe nos próximos dias 25 e 26 a XIII Feira dos Saberes e Sabores da Serra, um evento que nasceu “em boa hora com o objetivo de mostrar, divulgar e promover a comercialização de produtos locais, seja artesanato, produção alimentar ou bebidas”, explica o presidente da junta de freguesia, Paulo Ascensão. De acordo com o autarca, a junta tem “conseguido, apesar das circunstâncias menos favoráveis e das exigências que estes tipos de certames agora encerram, manter, com o apoio da Câmara Municipal de Ourique, um evento que é acarinhado pelas populações locais e que conta com mais de 300 visitantes em cada ano”. O certame, que se realiza sempre no último fim de semana de maio, “apresenta mais de 20 stands de produtos locais e regionais”, que vão do artesanato aos enchidos, passando pelo presunto, mel, pão e medronho. Várias tasquinhas garantem, ainda, “a oferta de bebidas e petiscos que ajudam a fixar o público a um conjunto de animações e espetáculos: grupos corais e musicais, ranchos folclóricos e bailes”, entre outras propostas. A Feira dos Saberes e Sabores da Serra inclui também no seu programa um passeio de motorizadas antigas pelos caminhos da freguesia, organizado pelo centro cultural, um torneio de sueca e uma prova oficial de atletismo organizada pela Associação de Atletismo de Beja e pelo Ourique Desportos Clube, num circuito pelas ruas da aldeia.

Santana da Serra beneficia, de alguma forma, da proximidade ao ICI?

A freguesia é efetivamente atravessada por uma importante via de ligação entre o Algarve e o resto do País, mas, no concreto, os benefícios limitam-se a isso mesmo. Terá certamente importância para quem produz na freguesia e quer vender fora e para quem é da freguesia e exerce a sua atividade ou estuda noutros locais mas, infelizmente, não tem sido fator de fixação de outros negócios nem de desenvolvimento do comércio local. A que setores de atividade se dedica a população em idade ativa?

A principal atividade económica, como seria de esperar numa freguesia rural alentejana, está relacionada com a exploração de recursos agropecuários, destacando-se a produção de cortiça e madeira, a apicultura e produção de mel e a indústria da panificação. São também importantes, como vai sendo comum por todo o País, os serviços ligados à saúde e proteção de populações dependentes. Embora um pouco marginalmente em relação a outras zonas do concelho de Ourique, a criação de porco de raça alentejana, contando com o apoio da prestigiada Associação de Criadores de Porco Alentejano, sediada em Ourique, e da possibilidade de recorrer a indústria transformadora no mesmo concelho, Capital do Porco Alentejano, é uma atividade em crescendo. Mas num ambiente económico baseado em produtores individuais e prestadores individuais de serviços, destacam-se como principais empregadores as indústrias de panificação, os serviços ligados à Santa Casa da Misericórdia e a própria junta de freguesia. Quantos habitantes tem Santana da Serra, de acordo com o Censos 2011?

A freguesia tem, pelo Censos 2011, 850 habitantes, com 60 por cento acima dos 65 anos e 10 por cento de menores de 18, correspondendo, portanto, a apenas 30 por cento de população em idade ativa.

Envelhecimento populacional e falta de trabalho Os principais problemas da freguesia de Santana da Serra são semelhantes “aos de todo o Alentejo interior: a desertificação progressiva resultante do envelhecimento populacional e da falta de oferta de trabalho/emprego que fixe os mais jovens”, diz o presidente da junta, acrescentando que “estes fatores funcionam num ciclo vicioso difícil de romper: população mais idosa e jovens que migram para outas zonas do País ou estrangeiro por carência de emprego não geram novos investimentos e agravam ainda mais a desertificação”. “As autarquias locais têm aqui um papel fundamental na tentativa de quebrar este ciclo mas, infelizmente, a evolução parece, por agora, difícil de inverter”, conclui.


06 Diário do Alentejo 10 maio 2013

Não temos uma postura sonhadora de acabar com os problemas de todos no concelho de Aljustrel. Mas temos, certamente, uma visão de minimizar os problemas de todos os nossos concidadãos.

Autárquicas2013

Há quatro anos conquistou Aljustrel à CDU com alguma surpresa

Nelson Brito aposta na “continuidade” O Partido Socialista tornou a apostar em Nelson Brito no concurso à Câmara do peso eleitoral que os partidos “ideologicamente mais à esquerda” têm em de Aljustrel. Mesmo antes de conhecer o seu adversário direto, o candidato Aljustrel, Brito reconhece que a “mudança” ainda está em curso, nomeadada CDU, o atual presidente da autarquia acredita que o concelho necessita é mente nas áreas da ação social, educação e desenvolvimento económico. de políticas de “continuidade”. Com um projeto para 10 anos, mas consciente Na altura em que conquistou a Câmara de Aljustrel à CDU afirmou que o concelho necessitava de uma grande mudança. Considera que essa mudança aconteceu nestes últimos quatro anos?

sonhadora de acabar com os problemas de todos no concelho de Aljustrel. Mas temos, certamente, uma visão de minimizar os problemas de todos os nossos concidadãos.

Está a acontecer. Uma grande mudança não ocorre no espaço de apenas um mandato. Agora, há uma grande mudança em curso, sobretudo na ação social. A situação do País e do mundo nos últimos três anos agravou a necessidade de uma intervenção urgente no campo social. O Estado está cada vez menos presente nesta matéria e cabe cada vez mais aos municípios intervir. Por outro lado, a nível da atração do investimento e do desenvolvimento económico temos feito um percurso muito firme. E, depois, Aljustrel é um concelho mineiro, cuja atividade está forte, o que faz que andemos um pouco em “contra mão” com o ciclo económico que o País está a viver.

Está com um discurso muito à esquerda…

É apenas a indústria mineira que faz com que Aljustrel, neste momento, seja um dos concelhos com menos desemprego na região?

Temos ótimas experiências a nível de atividades diversas, algumas obviamente ligadas à questão mineira. Aljustrel tem uma tradição muito forte em oficinas de metalomecânica, por exemplo. Mas há, depois, todo um conjunto de atividades que se desenrolam fruto da dinâmica industrial que sempre aqui houve. Aljustrel, sociologicamente, está com um pé no campesinato, que provém da sua génese rural, e no operariado, numa visão mais urbana. Por isso mesmo, Aljustrel tem uma malha de empreendedorismo próprio, ligado a uma sociedade mais consumista, com um comércio muito forte em comparação com outras localidades do Alentejo. São estes os pilares fundamentais do concelho?

O desenvolvimento económico, a educação e a intervenção social, por uma questão de matriz ideológica, são pilares dos quais não abdico. Principalmente a intervenção social junto daqueles que menos têm, ainda mais no período que estamos a viver. Alguém que tem a maneira de ver o mundo como eu tenho, e quem está comigo partilha dessa opinião, tem de estar perto daqueles que mais dificuldades têm, daqueles que cuja condição social não lhes permite igualdade de oportunidades. Isto sem uma ideia utópica da sociedade. Não temos uma postura

Quem me conhece sabe que sou de esquerda. Mas com uma atitude muito comunista, no melhor sentido da palavra…

Quem respira o ar de Aljustrel, quem é criado em Aljustrel desde a sua infância, tem uma marca desta vida coletiva muito própria. Há uma coisa que me orgulho muito: é de ser da minha terra e assumir esses valores. Valores que advém do 25 de Abril, que parecem teóricos e quase filosóficos, mas que são valores que estão muito presentes, todos os dias, neste concelho: a entreajuda, a proximidade, a solidariedade, a liberdade, a fraternidade… Trairia aquilo que é o sentir coletivo dominante deste município se saísse desse diapasão. Vai recandidatar-se a um novo mandato. Sente que o seu executivo também está a necessitar de mudança?

Apesar de termos uma visão muito positiva daquilo que fizemos e estamos a fazer, teremos de deixar uma marca para além deste mandato. Há uma outra questão que não deve nunca ser retirada do dever político, que é termos capacidade de autocrítica.

Texto Paulo Barriga Fotos Mercedes Guerreiro

Ter a capacidade de dizer que nem tudo fizemos bem. Que há coisas que temos de alterar. Que há coisas onde temos de arrepiar caminho. Onde é que tem de fazer esse arrepio de caminho?

Há questões organizacionais onde temos de, efetivamente, dar um pulo qualitativo, para conseguirmos obter uma correspondência ainda melhor junto das pessoas. Isso faz-se com eficiência e com uma boa organização interna. Temos trabalhado muito esse aspeto, mas talvez apenas no final do mandato é que essa modernização administrativa poderá estar ao serviço das populações, com maiores graus de eficiência. Por outro lado, o associativismo do concelho de Aljustrel, que é vital para aquilo que são as boas práticas da própria governação, necessita de uma intervenção mais aprofundada por parte do município. Venceu as últimas eleições por pouco mais de uma centena de votos. Qual é o seu prognóstico para o próximo ato eleitoral?

Respeito a democracia e as pessoas de Aljustrel. Temos feito um mandato com um crivo de verdade, de honestidade, de dedicação, de entrega que os aljustrelenses apreciam. Sei-o, porque antes de ser presidente presid de câmara sou aljustrelense. E se há característica cara que os aljustrelenses não abdicam eem quem os comanda, seja no clube de futebol, na sociedade columbófila ou na sua câmara, é a honestidade, a entrega e a competência. E isso is temos sido, sem qualquer imodéstia. Não respondeu à questão.

Tenho a noção que há aqui um peso forte de um partido que lidero liderou durante 35 anos os destinos deste m município e que respeito num quad democrático. O concelho quadro de A Aljustrel tem um sentido de esque que abrange, obviamente, querda vár vários quadrantes partidários. Te Temos a noção do que é o pensa samento mais comum no nosso cconcelho. Agora, de acordo com aaquilo que é a nossa avaliação do presente mandato, tenho a certeza que os aljustrelenses não abdicam dos princípios que atrás referi. Já repetiu que Aljustrel, em

termos ideológicos, é muito à esquerda. Como é que classifica a oposição da CDU na câmara de Aljustrel?

Hoje, felizmente, a máquina partidária está muito esbatida naquilo que são os projetos locais. Isto é: as pessoas já não vão apenas pela questão ideológica pura e dura, já não vão pelo partido, vão pelo grupo de pessoas que mais lhes transmite confiança, onde mais reconhecem futuro na governação do seu espaço municipal, do seu espaço territorial. Não há hoje projetos partidários que tenham vantagem só por ser da CDU ou do PS ou do PSD. A nível local, cada vez mais as pessoas estão disponíveis, e as novas gerações então completamente, para abraçar e para se comprometer e para votar em projetos que, em termos dos recursos humanos e de ideias, mais preencham aquilo que é a sua ideia em relação à sua terra. De qualquer das formas quem vai a eleição são os partidos e as coligações de partidos. A CDU ainda não apresentou o seu candidato em Aljustrel. Esta demora, em seu entender, devese à falta de soluções da CDU ou deve-se à preparação de uma candidatura forte o suficiente para reconquistar a câmara?

Não consigo fazer qualquer tipo de diagnóstico. Serão razões próprias, se calhar dentro do que disse anteriormente. O PS tem um trabalho a que queremos dar continuidade. Entendemos que a governação atual tem e deve ter o espaço de uma década para aplicar e para de alguma forma ter resultados daquilo que começou a fazer nestes primeiros três anos e meio. Há uma completa linha de continuidade da parte do PS. Do outro lado, penso que poderá haver alguma tentativa de renovação, novos intérpretes, mas isso traz sempre o tal clássico em todas as estruturas partidárias organizadas, que é a resistência de alguns mais velhos perante alguns mais novos ou perante novos intérpretes. Fala-se com alguma recorrência na possibilidade do regresso de José Godinho e Manuel Camacho. Candidatos com grande peso político. Está preparado para os defrontar?

Não tenho candidatos preferidos, muito honestamente. Aquilo que me parece mais importante é que todas as candidaturas se devem pautar por aquilo que os aljustrelenses mais querem: pessoas que discutam o futuro do seu concelho. Entrevista realizada antes do anúncio da candidatura da CDU.


07 Diário do Alentejo 10 maio 2013

Será que a CDU terá condições para recuperar Aljustrel, tradicionalmente um dos seus mais fortes bastiões eleitorais e ideológicos?

Bisca Lambida

Camacho, sem surpresa

A única escolha possível

João Espinho

João Machado

D

epois de vários anos (desde 1985) à frente do município de Aljustrel, em 2008 José Godinho (PCP) renuncia ao cargo para ir ocupar um lugar executivo na Direção da Turismo do Alentejo, deixando a presidência da câmara entregue ao seu vereador Manuel Camacho. Pensava o PCP ter assim garantida a continuidade na liderança de um dos concelhos mais comunista do distrito de Beja. Fazendo avançar Manuel Camacho, os comunistas apostavam neste aljustrelense preparando-o para vir a ser o candidato da CDU nas autárquicas do ano seguinte. E assim aconteceu. Sem grandes novidades, como é apanágio nas hostes comunistas, Manuel Camacho apresenta-se ao eleitorado com uma vasta experiência autárquica, quer em Aljustrel quer também no município de Beja. As contas deviam estar a ser bem feitas e os cálculos sugeriam que o PCP iria em 2009 manter o seu bastião na vila mineira. Só que a Democracia tem destas coisas e os resultados eleitorais, apesar de todas “jogadas”, são infalíveis e determinam qual é a vontade do povo. E assim foi. Em 2009 o Partido Socialista alcança uma vitória histórica, ficando o PCP a escassos cento e poucos votos de Nelson Brito, o socialista que conseguiu terminar com a hegemonia comunista em Aljustrel. Deve ter sido esta escassa margem que leva os comunistas a recandidatar Manuel Camacho, o candidato então derrotado. Não sei se Nelson Brito, que se recandidata a um segundo mandato, aumentou a sua popularidade. Mas seii que o PCP corre o sério risco de sair ainda mais derrotado ao resistir em trazer caras novas para a ca. próxima disputa autárquica.

A

CDU tem a vantagem de apresentar em Aljustrel um homem da terra, com muita experiência autárquica, que deriva das suas passagens pelos municípios de Beja e Aljustrel. Tenho alguns problemas em falar deste candidato da CDU, na medida em que estabeleci uma relação de forte proximidade com ele e não consigo ser equidistante em relação à análise que devo fazer. Manuel Camacho, com todos os seus defeitos e virtudes, é alguém que luta por ideais e que tem uma noção clara da realidade em que está inserido. O seu espírito de abertura e de diálogo é algo que o carateriza e penso mesmo que se a CDU escolher corretamente o elenco que o vai acompanhar, pode verificar-se uma luta interessante em Aljustrel, com possibilidade de recuperação deste município. Do meu ponto de vista, a escolha de Manuel Camacho é a única possível e a mais acertada, contudo vai ter pela frente um presidente de câmara (Nelson Brito) com muita vontade de mostrar serviço e de demonstrar que consegue segurar uma câmara que tanto custou ganhar ao PS. Quanto ao candidato do PSD, acho que irá ter uma votação residual, face ao contexto nacional e local, e que não fará parte destas contas. Ao Manuel Camacho quero desejar-lhe sorte e espero dele o empenho de sempre e que se saiba rodear das pessoas certas para poder vencer esta batalha. A Nelson Brito, que é um presidente jovem, deixo a mensagem de nãoo perder o

empenho e a vitalidade que o têm caraterizado e que esta luta das próximas autárquicas seja leal e enriquecedora, não para os partidos, mas para Aljustrel, e que projete o concelho permitindo que este cresça de uma forma sustentável.

O duplo desafio do PCP Sérgio Fernandes

J

ulgo que mais facilmente percebemos o verdadeiro significado da expressão “bastião eleitoral e ideológico” se olharmos para a história dos resultados eleitorais do Partido Comunista no concelho de Aljustrel: 30 anos de gestão autárquica, nove vitórias eleitorais consecutivas, todas com maioria absoluta, ultrapassando sempre a fasquia dos 55 por cento. Não será pois de estranhar que o Partido Comunista assuma como um dos principais objetivos nas próximas eleições autárquicas a reconquista da Câmara de Aljustrel. Uma ambição compreensível, diretamente proporcional ao peso da derrota de há quatro anos. Pelo lado do Partido Socialista está confirmada a recandidatura do atual presidente. Um autarca da nova geração, que, importa reconhecê-lo, independentemente do juízo soberano que sobre a sua gestão venha a ser feito nas urnas pelos aljustrelenses, abriu o concelho a novas perspetivas de desenvolvimento, em rutura tão clara quanto corajosa com o modelo marcadamente ideológico das três décadas anteriores. Donde, a principal incógnita reside em saber qual a estratégia que será adotada pelo Partido Comunista. Ou assumirá o risco de levar a jogo uma visão sobre o futuro do

concelho, ou jogará pelo seguro com um apelo saudosista de regresso às origens. Dito de outra forma, o Partido Comunista enfrenta um duplo desafio: não só o de ser capaz de se afirmar como alternativa à atual gestão camarária, mas também o de se apresentar como alternativa a si próprio e ao seu tradicional modelo de gestão cujo prazo de validade há muito expirou. Na certeza de um combate intenso nesta terra de riquezas tantas, sai para a mesa a manilha de ouros!

Deixem-nos trabalhar Luís Miguel Ricardo

N

o Alentejo a CDU quase sempre foi um caso sério em termos de probabilidades de vitórias eleitorais. Durante largos anos foi a força partidária com mais simpatizantes e só a renovação das populações veio abrir caminho para, progressivamente, outras cores políticas triunfarem nas terras quentes do sul. O “rosa” foi a cor que mais beneficiou com o desbotamento do “vermelho”, assumindo-se como a tonalidade partidária dominante no Baixo Alentejo. Beja e Aljustrel foram dos últimos concelhos a querer experimentar a mudança, a querer “aposentar” a CDU do protagonismo político regional. Aconteceu em 2009. Ou seja, estamos neste momento em fase de balanço/avaliação de desempenho dos novos autarcas. As eleições de outubro darão o veredicto: ou o reforço da aposta na mudança, ou o regresso ao passado. Em suma, a CDU terá sempre hipóteses de recuperar Aljustrel Aljustrel, porém, parece-me pouco vantajoso para o co concelho e para as pessoas tal reconquista. Um mandato ma pós-décadas de acumulação de vícios e alimentação de comodismos próprios de qquem exerceu o poder com laivos absolutistas absolutista é um tempo pouco mais do que suficiente para a nova equipa reformular, mudar, pe personalizar a seu modo de fazer política para as pessoas e para a região. Se o concel concelho há quatro anos teve a coragem de gritar “mudança”, julgo não ser esta a altura oportuna par para reclamar “desmudança”. A Aljustrel é liderado por uma equipa jovem, com ambições, ideias e vontade de apostar no desenvolvim mento da região. Deixem-no -nos trabalhar…


Diário do Alentejo 10 maio 2013

08

Aljustrel

CDU recandidata Camacho

M

anuel Camacho vai ser de novo o cabeça de lista da CDU ao município de Aljustrel, nas eleições autárquicas de outubro, quatro anos depois de ter sido derrotado por Nelson Brito, o atual presidente, eleito pelo PS. A apresentação da candidatura está agendada para o próximo domingo, 12. Com 57 anos e natural da vila mineira, Manuel Camacho é engenheiro eletrotécnico de formação e atualmente exerce fun-

ções de vereador na Câmara de Aljustrel. Militante do PCP, Camacho chegou a ser presidente da Câmara de Aljustrel pela CDU, entre março e outubro de 2009, após a saída de José Godinho, o antecessor de Nelson Brito. Foi igualmente presidente da antiga Associação de Municípios do Distrito de Beja (AMDB) e da Associação de Municípios Alentejanos para a Gestão do Ambiente (Amalga), além de ter liderado na década de 90 o Mineiro Aljustrelense.

Beja

Falcão pelo PSD na Assembleia

J

osé António Falcão, que dirige o Departamento do Património Histórico e Artístico (DPHA) da Diocese de Beja desde 1984, é o cabeça de lista do PSD à Assembleia Municipal de Beja nas próximas eleições autárquicas. Com 52 anos e natural de Lisboa, José António Falcão tem

formação superior em História da Arte e Arquitetura, e é conservador-chefe de museus e professor universitário. Faz parte do painel internacional de peritos do Caminho de Santiago. É também diretor-geral do Terras Sem Sombra – Festival de Arte Sacra do Baixo Alentejo.

Cuba

Orelha na corrida à Assembleia

F

rancisco Orelha, atual presidente da Câmara de Cuba, vai ser o cabeça de lista do PS à Assembleia Municipal daquele concelho nas próximas Autárquicas. “Irei terminar o meu mandato cumprindo a lei, mas não estou a pensar em abandonar a política”, disse o au-

tarca ao jornal “Correio Alentejo”, adiantando que continuará pelo concelho e “a acompanhar de perto estas questões que me interessam”. Recorde-se que Francisco Orelha, que já conta com quatro mandatos consecutivos, se encontra legalmente impedido de se recandidatar.

Ferreira do Alentejo

Reduz dívida entre 2011 e 2012

E

m 2012, a Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo reduziu as dívidas a terceiros, banca e fornecedores, em 1,2 milhões de euros, “o que representa uma redução de 15,25 por cento face a 2011”, informou a autarquia em nota de imprensa, dando conta da aprovação, a 30 de abril, em Assembleia

Municipal, do Relatório e Contas do ano de 2012. O executivo adianta ainda que, desde o início do mandato, em 2009, tem vindo “a fazer um esforço para reduzir a dívida de médio e longo prazo, tendo-se cifrado essa diminuição em cerca de 2 300 000,00 euros, o que significa uma redução de mais de 30 por cento”.

Ourique

Menos dois milhões de dívida

O

município de Ourique reduziu, no ano passado, cerca de 1, 5 milhões de euros de dívida à banca, ao que acresce 450 mil euros a fornecedores, perfazendo um total de cerca de 2 milhões de euros, refere uma nota da autarquia, dando

conta da aprovação das contas de gerência de 2012, pela Câmara e Assembleia Municipal, com o registo de uma “tendência de redução significativa da dívida herdada em 2005”. As contas foram aprovadas por “todos os partidos representados”.


Atual

A ermida de São João dos Azinhais, na herdade de Vale das Ranas, freguesia de Torrão e concelho de Alcácer do Sal, foi classificada como Monumento de Interesse Público pelo Conselho de Ministros, no último dia 23 de abril. É considerada “um exemplo típico de templo rural alentejano de características arcaizantes”, e a sua classificação como Monumento

Teatro Pax Julia com serviço de guarda de crianças Depois de ter apresentado recentemente a bilheteira on line, o Teatro Municipal Pax Julia, em Beja, tem disponível a partir do presente mês um serviço de kidsitting, o que permitirá aos pais assistir aos espetáculos da programação do equipamento municipal tendo os seus filhos ao cuidado de “dois profissionais qualificados”,

de Interesse Público justifica-se pelo “seu valor estético, técnico e material inerente”, pelo seu “carácter matricial”, bem como pela sua “conceção arquitetónica e paisagística”. Julga-se que a ermida, que remonta ao domínio visigodo (século VII d.C.), tenha sido erguida no sítio onde estava um templo dedicado aos meninos mártires, Justo e Pastor.

09 Diário do Alentejo 10 maio 2013

Ermida de Torrão é Monumento de Interesse Público

informa a Câmara de Beja. O serviço de guarda de crianças, que funcionará na sala estúdio do teatro, é destinado a meninos com idades compreendidas entre os três e os 10 anos, numa lotação máxima de 30 crianças. O custo do serviço é de três euros por criança, podendo ser reservado “com a reserva ou levantamento do bilhete de adulto, mediante o preenchimento de uma ficha de cliente”.

Especialistas discutem “O interior está em risco de desparecer?”

O Alentejo de hoje é o Portugal do futuro O Alentejo de hoje é o exemplo do que poderá ser Portugal em 2030. Mais idosos, menos nascimentos, menos população. Esta é uma das ideias que ressaltaram do debate organizado pela Fundação Manuel dos Santos, no Grande Auditório da Universidade de Évora, na passada terça-feira.

viveu na Alemanha e Estados Unidos, a crise “pode ser a alavanca” para um regresso a espaços “com mais qualidade de vida”. No entanto, apesar de Horta considerar que “o campo vai voltar a estar na moda”, Maria Filomena Mendes adverte que o interior não precisa de ser repovoado por “habitantes de montes de fim de semana” e chama a atenção para o facto de muitos dos que estão a regressar serem reformados, que vêm para o interior mas não voltam ao campo, sendo a sua intervenção na economia local pouco relevante. “As pessoas procuram emprego” e para isso é necessário uma política de “discriminação positiva” para os empresários que se queiram instalar na região, e dar uma atenção especial à educação e à saúde, dois fatores apontados como nucleares para quem decida viver no interior. Sem empregos, e sem essas duas valências a funcionar, será muito difícil contrariar a desertificação do território. “Há que adaptar as políticas aos cidadãos”, e não o contrário, diz Filomena Mendes.

Texto Aníbal Fernandes Ilustração Susa Monteiro

“O

Interior está em risco de desaparecer?”. Foi esta a pergunta à qual o arquiteto Gonçalo Ribeiro Telles, a demógrafa Maria Filomena Mendes, o coreógrafo Rui Horta e o designer Alexandre Kroner tentaram responder, mas para a qual apresentaram mais interrogações do que certezas. Para o recente Prémio Sir Geoffrey Jellicoe, considerado por muitos o Nobel da arquitetura paisagística, todo o País “corre o risco de desaparecer” em grande parte devido “ao mau uso da terra” e à “delapidação do território”. Por seu lado, Maria Filomena Mendes chamou a atenção para a alteração do conceito de interior, considerando que o mapa da desertificação “está a chegar ao mar”, só se salvando da perda de população as zonas metropolitanas de Lisboa e Porto, e algumas (poucas) cidades, como por exemplo Évora, que ganhou sete mil habitantes nos últimos 50 anos. A demógrafa apresentou o Alentejo como um exemplo daquilo que Portugal poderá ser daqui a menos de duas décadas, em 2030: “uma região que já está mais envelhecida do que a média nacional e que, por isso, poderá ser um bom laboratório demográfico”. De acordo com o Censos de 2011, é esta a região que apresenta o maior índice de envelhecimento (178), um enorme número de idosos por cada 100 jovens. Mesmo assim há quem veja sinais positivos. “Existem muitos jovens a regressar às terras”, diz Alexandre Kroner, que acredita que o interior não vai desaparecer e olha para as cidades de média dimensão como “terras de oportunidades”. Já Rui Horta, há anos radicado em Montemor-o-Novo, considera que “o modelo de sociedade está esgotado” e que se encontra “em transformação”. Para o coreógrafo, que PUB

“Novos Povoadores”: um sucesso relativo

D

esde 2005 que o projeto “Novos Povoadores” tem por objetivo facilitar a implementação ou transferência de projetos empresariais para os territórios rurais. No entanto, o caminho tem sido de avanços e recuos e de muitas correções. Frederico Lucas, um dos três dinamizadores da ideia, disse ao “Diário do Alentejo” que neste momento tem cerca de 1 400 famílias interessadas em instalarem-se fora dos grandes centros urbanos, num total de, mais ou menos, quatro mil pessoas, mas, por enquanto, apenas o projeto piloto de Alfândega da Fé está no terreno. Évora e Beja já passaram pela agenda de Frederico, mas, no primeiro caso, dificuldades de ordem financeira abortaram aquilo que seria a primeira experiência dos “Novos Povoadores”, e, no caso de Beja, o assunto foi apenas “aproveitado” como tema de campanha eleitoral, não tendo continuidade prática ao nível da autarquia. No entanto, mais concelhos se preparam para receber novos habitantes, incluindo um na região. Aliás a crise “é a mão invisível” que se irá encarregar de dar um empurrão a esta ideia, até porque “o interior está infraestruturado e não há quem beneficie disso”, diz Frederico que chama ainda a atenção para o

facto de “o custo de vida ser mais barato” nestes territórios. As atividades mais procuradas são o turismo rural e a agricultura biológica, mas o técnico aconselha os novos povoadores a apostarem em negócios que “criem valor às potencialidades já existentes nas regiões”, nomeadamente na área agroalimentar. No caso do turismo, a oferta começa a ser mais do que suficiente; e a agricultura biológica revela-se quase sempre como uma atividade pouco lucrativa e incapaz de assegurar a sobrevivência financeira a quem nela aposta. Para trás ficou a ideia do trabalho à distância, um modelo que funcionou em França, mas que em Portugal não conseguiu convencer os grandes empregadores. Apenas um dos casos acompanhados se deslocou para o interior para trabalhar nesse regime. Sete anos passados o projeto é para continuar, até porque “é o único do género” que se mantém no terreno, depois dos falhanços de Vila do Rei e de Querença, em Loulé. No entanto, para o seu sucesso, “é necessário que exista vontade dos autarcas”. Ou é assim “ou nós não vamos”, diz Frederico. Até porque a integração “é complicada em Portugal. As pessoas adoram receber gente, mas a partir de determinada altura começam a perguntar quando é que se vão embora”… AF


Diário do Alentejo 10 maio 2013

10

Regimento de Infantaria de Beja comemora hoje 207 anos

O Regimento de Infantaria nº.3 (RI 3), em Beja, comemora hoje, sexta-feira, o seu 207.º aniversário, através de uma cerimónia presidida pelo comandante da Brigada de Reação Rápida, major general Fernando Serafino. A sessão começa bem cedo, pelas 7 horas, com alvorada, prossegue com o hastear da Bandeira Nacional e uma celebração eucarística na capela, estando previstas as honras militares por volta das 11 horas. Seguem-se uma homenagem aos mortos e a tradicional sessão solene.

Sessão em Castro sobre criação do próprio emprego O Fórum Municipal de Castro Verde recebe hoje, sexta-feira, partir das 10 horas, a sessão informativa “Inovação social: Uma opção para criar o próprio emprego”, promovida pelo Gabinete de Apoio ao Desenvolvimento

Fronteira e desenvolvimento rural debatidos em Barrancos “Sistemas intensivos, fronteira e desenvolvimento rural” é o tema que estará em cima da mesa num seminário que decorre hoje, sexta-feira, no Cineteatro Municipal de Barrancos, a partir das 14 e 30 horas. O debate surge no âmbito da parceria do projeto “Dinâmicas e políticas para o desenvolvimento rural”, composta pela Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Local (Animar), Instituto Superior de Agronomia, Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária e pela associação Rota do Guadiana. Abrem os trabalhos o presidente da Câmara de Barrancos, António Tereno, o presidente da Rota do Guadiana, David Machado, e Frederico Reis, da direção da Animar. PUB

Serão oradores Luís Soares, do município anfitrião, Marco Rego, do Instituto de Emprego e Formação Profissional, Laura Soares, da Associação Nacional de Direito ao Crédito, Paula Fernandes, do Millennium BCP, e Telmo Pena, do Banco Espírito Santo.

Câmara de Beja e Ulsba estiveram reunidas esta semana

PSD propõe “terceira via” para gestão da água do Alqueva

Diminuição de camas no Hospital em “cima da mesa” JOSÉ SERRANO

A distrital de Beja do PSD vai propor ao Ministério da Agricultura uma solução para tentar “ultrapassar o conflito” entre o Governo e associações de regantes e agricultores em relação à gestão da rede secundária do Alqueva. A proposta, divulgada em comunicado, passa pela Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA) envolver, “por via de subconcessão ou contratação de serviço, num modelo experimental”, as associações de regantes do Roxo e de Odivelas na gestão da rede secundária do Alqueva. Segundo o PSD, a “experiência acumulada ao longo de dezenas de anos” pelas associações de regantes do Roxo e de Odivelas é “uma mais-valia importante na gestão da água e dos interesses dos agricultores”. Trata-se de uma “terceira via” que parece “perfeitamente realizável”, conclui a distrital de Beja do PSD.

Económico da câmara municipal. Sob o lema “inspirar, criar oportunidades e descobrir”, a iniciativa está aberta “a todos aqueles que partilhem deste espírito”, pretendendo abordar a temática do empreendedorismo e disponibilizar uma oferta especializada no acesso ao financiamento.

Saúde Autarquia bejense defende envolvimento da Cimbal na estratégia futura da Ulsba

Cabe à Administração Regional de Saúde do Alentejo “a última palavra relativamente à contra-proposta apresentada pela Ulsba”, refere a autarquia, defendendo que não pode haver uma “redução das respostas” às necessidades das populações.

A

Câmara Municipal de Beja e a administração da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (Ulsba) estiveram reunidas na segunda-feira, 6, tendo ficado confirmado que “continua em cima da mesa por parte da tutela” a proposta de diminuição de camas no Hospital José Joaquim Fernandes, em Beja, cabendo à Administração Regional de Saúde do Alentejo “a última palavra re-

lativamente à contra-proposta apresentada pela Ulsba”, refere uma nota da autarquia. No entender do município, ainda que possa existir uma “racionalização e uma melhor organização e aproveitamento das capacidades dos serviços do hospital”, não pode haver uma “redução das respostas” às necessidades das populações. A autarquia defendeu ainda um envolvimento da Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (Cimbal) e da Câmara de Beja na elaboração do plano estratégico da Ulsba para os próximos três anos. Ainda antes desta reunião, a 30 de abril, a Assembleia Municipal de Ferreira do Alentejo já se havia pronunciado, numa moção, aprovada por unanimidade, a favor da “manutenção do número de camas

atualmente existentes no Hospital José Joaquim Fernandes”, considerando que “não são conhecidos publicamente” os critérios que terão estado na origem desta proposta, pelo que será de “suspeitar que possam ser critérios exclusivamente economicistas, e que não visam, nem promovem, a melhoria dos serviços prestados aos utentes”. O documento demonstra também preocupação quanto ao facto de que, a serem afetadas por esta redução, algumas especialidades poderão “ficar com capacidade de resposta insuficiente, colocando-se, eventualmente, em perigo a vida de doentes”. Além dos eleitos, também os próprios profissionais de saúde têm manifestado a sua indignação face à possibilidade de diminuição do número de camas no Hospital de Beja. Munhoz Frade, médico da cidade, disse-o recentemente num comentário ao blogue “Alvitrando”: “Recentemente, mais uma vez, vemos repousar sobre as doutas cabeças de quem está nos gabinetes de Évora decisões em que todos devemos tomar parte. Vemos, por exemplo, como a administração da Ulsba endossa a responsabilidade e decisões definitivas sobre a lotação hospitalar para a administração regional. A administração espera que ninguém se lembre que ainda há pouco mais de um ano entendeu necessário reforçar a lotação do Serviço de Medicina do Hospital de Beja – ainda que temporariamente – com seis camas (mais 10 por cento da capacidade). Os cidadãos têm de lutar contra a desqualificação do seu hospital!”. CF


O Inalentejo aprovou 12 projetos de investimento promovidos por microempresas da região, num investimento total de 213 mil euros e um cofinanciamento Feder de 104 mil euros, para além de permitirem a criação de 15 novos postos de trabalho. Os projetos aprovados localizam-se nos

EDIA e Aicep Global Parques trabalham em parceria A Aicep Global Parques e a EDIA uniram esforços numa parceria para levantamento de informação sobre terrenos de aptidão industrial, logística e agroindústria dos concelhos da área de influência do Alqueva e que não estão inseridos em parques empresariais. O

objetivo deste esforço conjunto, informa a empresa do universo Aicep (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal), “é aumentar a visibilidade da oferta associada à atividade industrial da região, principalmente a que se destina à agroindústria, e potenciar a instalação de unidades agroindustriais na zona

concelhos de Alandroal, Alcácer do Sal, Beja, Coruche, Évora, Marvão, Moura e Portalegre, enquadrando-se em sectores de atividade diversificados, do turismo ao comércio, passando pela restauração, serviços e design. O concurso para a apresentação de candidaturas à segunda fase está aberto até 3 de junho.

11 Diário do Alentejo 10 maio 2013

Inalentejo aprovou 12 projetos de microempresas

com recurso ao potencial hídrico disponível”. A Aicep Global Parques presta serviços de localização industrial e logística em Portugal continental através de serviços como o Global Find, onde se espera que a região do Alqueva, graças a esta parceria, conste com uma informação melhorada.

Diretora de Santa Maria retira-se do processo de agregação de escolas de Beja

Velez fora dos mega-agrupamentos Depois de ter aceitado o convite para integrar a comissão administrativa provisória (CAP) do novo Agrupamento de Escolas n.º1 de Beja, no decorrer do processo de agregação de escolas definido pelo Governo, Domingas Velez, até então diretora do Agrupamento de Escolas n.º 1 (Santa Maria), decidiu retirar-se do processo.

R

ecorde-se que o Governo deu por concluído o processo de agregação de escolas a nível nacional no início do mês de abril. No caso do concelho de Beja, a Escola Secundária Diogo de Gouveia agregou-se com os agrupamentos de escolas n.º 1 (Santa Maria) e n.º 3 (Santiago Maior) e a Escola Secundária D. Manuel I com o Agrupamento de Escolas n.º 2 (Mário Beirão). Domingas Velez, então diretora do

Agrupamento de Escolas n.º 1 (Santa Maria), foi convidada pelo também então diretor da Escola Secundária Diogo de Gouveia e “presidente da CAP indigitado pela Direção de Serviços Região Alentejo da Direção Geral de Estabelecimento Escolares”, José Eugénio Pereira, para integrar a comissão administrativa provisória do novo Agrupamento de Escolas n.º1 de Beja, que junta a Escola Secundária Diogo de Gouveia e os agrupamentos de escolas n.º 1 (Santa Maria) e n.º 3 (Santiago Maior). Domingas Velez aceitou o convite, mas, após não ter obtido resposta a várias questões que entretanto colocou ao presidente do CAP e à referida Direção de Serviços Região Alentejo, decidiu retirar-se do processo. “A minha resposta na altura foi positiva porque nós [direção e conselho-geral do Agrupamento n.º 1 de Beja – Santa Maria] fizemos a nossa opção, de integrar a agregação, ainda que a legislação

permita a exceção ao Território Educativo de Intervenção Prioritária (TEP), que é o caso do Agrupamento n.º1. A minha resposta foi positiva no sentido de darmos uma continuidade de trabalho e assegurarmos a transição, tendo em conta a tal opção de agregação”, esclarece a docente, adiantando que uma das questões que colocou, e que considera “pertinente”, prendia-se com a divisão “das freguesias ruais” pelos dois “mega agrupamentos”, uma vez que o novo Agrupamento n.º 1 “tem uma dimensão muito maior do que o outro”. Outra das questões tinha a ver com “a questão da representatividade dos vários níveis de ensino nessa CAP”, até porque numa reunião no decorrer do processo de agregação de escolas “nos tinha sido comunicado que discutiríamos todos a constituição das CAP e que a presença de todos os níveis de ensino devia estar salvaguardada, como não PUB

O papel dos cidadãos numa sociedade inclusiva

EMAS na microprodução de energia elétrica

O núcleo distrital de Beja da EAPN Portugal/Rede Europeia Anti-Pobreza organiza no próximo dia 21, no auditório da Escola Superior de Educação, o seminário internacional “O papel dos cidadãos na construção de uma sociedade mais inclusiva”. O seminário surge “sob proposta de diversas instituições do distrito” e divide-se entre uma dezena de conferências, enquadradas nos painéis “Participação dos Cidadãos” e “Participação das Instituições”. Abrem os trabalhos, a partir das 9 e 30 horas, João Martins, coordenador do núcleo distrital de Beja do EAPN Portugal, Jorge Pulido Valente, presidente da Câmara Municipal de Beja, e Helena Barreto, diretora do Centro Distrital de Segurança Social de Beja.

A Empresa Municipal de Água e Saneamento (EMAS) de Beja vai iniciar microprodução de energia elétrica, “na sequência da potência de ligação de 3,68kW que lhe foi atribuída no âmbito da instalação do seu parque operacional”, anunciou esta semana. “Com o recurso à tecnologia fotovoltaica, a partir de fonte solar”, prossegue a empresa, “a energia produzida poderá ser vendida ao distribuidor em regime de bonificado conforme o definido por lei”, um projeto que permitirá potenciar “uma fonte de energia renovável bastante abundante na nossa região, o sol, sendo um contributo bastante positivo a nível ambiental”. A EMAS de Beja prevê que, já no próximo verão, altura propícia para a produção de energia através desta tecnologia, possa ser injetada energia na rede.

Feira Sénior de Grândola cumpre quinta edição

Odemira promove “Maio, mês do coração”

A “geração + idosa” de Grândola, Alcácer do Sal, Aljustrel, Almodôvar, Beja, Castro Verde e Sines reúne-se amanhã, sábado, no Parque de Feiras e Exposições, para a 5.ª Feira Sénior de Grândola – GERAÇÃO +, promovida pelo município local. Na ocasião, a autarquia vai entregar, a duas instituições do concelho, material ortopédico adquirido no âmbito da campanha “O Tampas e o Caricas”, iniciada em Setembro de 2011 pela Universidade Sénior e Programa Viver Solidário, mais de uma tonelada de tampas de plástico e caricas que rendeu 856 euros.

A Câmara de Odemira vai promover, ao longo do mês, várias ações de sensibilização da população para a prevenção das doenças cardiovasculares, no âmbito da iniciativa “Maio, mês do coração” da Fundação Portuguesa de Cardiologia. As ações, que arrancaram no dia 8, vão decorrer todas as quartas-feiras, junto à Casa do Povo de Odemira, e visam “sensibilizar a população local para a importância da adoção de estilos de vida saudáveis”, explica a autarquia. Workshops de sopas e aromas, com o objetivo de chamar a atenção para a importância de uma alimentação saudável, caminhadas e uma aula de hip hop são as iniciativas previstas.

era o que estava a acontecer eu também questionei isso”. “A minha posição [de não integrar a CAP] tem muito a ver com o facto de eu não estar habituada a ‘passar cheques em branco’, digamos assim. Eu preciso de saber o que é que vou fazer, como o vou fazer, com o que conto. Não tenho por hábito integrar um projeto que não sei o que é ou como é que vamos atuar”, conclui. As comissões administrativas provisórias dos novos agrupamentos tomaram posse no final de abril. Contactada pelo “Diário do Alentejo”, a Direção de Serviços Região Alentejo afirma que “todas as questões” de Domingas Velez “foram respondidas”. O “DA” tentou ainda obter, sem sucesso, um comentário do presidente da CAP do novo Agrupamento de Escolas n.º1 de Beja. NP


Diário do Alentejo 10 maio 2013

12

Paulo Ribeiro, Os Azeitonas e Toy na Feira do Regadio

A Feira Nacional da Água e do Regadio, que decorre anualmente em Ferreira do Alentejo, já tem fechado o programa de espetáculos para a sua 15.ª edição, entre os próximos dias 28 e 30 de junho. Este ano, sobem ao palco do parque de exposições e feiras Paulo Ribeiro, Os Azeitonas e Toy. O bejense Paulo Ribeiro atua na primeira noite da feira, sexta-feira. No sábado, será a vez de Os Azeitonas animarem o serão Non Stop. O encerramento, no domingo, fica por conta do cantor popular Toy.

Ovibeja 2014 já tem data marcada Ainda no rescaldo da sua última edição, comemorativa de três décadas de existência, a equipa da Ovibeja já pensa na próxima, agendada para o período entre os dias 30 de abril e 4 de maio de 2014, anunciou esta semana a ACOS – Agricultores do Sul. Porque “a

O mundo agropecuário reunido em Garvão até domingo Abre hoje portas, a partir das 10 horas, mais uma edição da Feira de Garvão, que, juntamente com a Exposição Agropecuária, que cumpre a sua 19.ª edição, se vem assumindo “cada vez mais como um evento de grande dinamização económica do concelho de Ourique e da região”, refere o município local. O certame vai estar aberto até domingo, dia 12, oferecendo várias atividades ligadas ao mundo rural, entre a Mostra da Vaca Garvonesa, o I Concurso de Cavalos de Toureio de Garvão, o Leilão de Suínos Reprodutores e o Concurso Regional de Rafeiros do Alentejo, além de vários momentos equestres. Também as tasquinhas, a gastronomia regional e a animação musical serão motivos de visita, destacando-se, já esta noite, um baile dinamizado por Ricardo Glória, a partir das 21 horas, e logo a seguir um espetáculo protagonizado pelos Spanish Soul. Amanhã, sábado, agendada para as 10 horas está a inauguração do Parque de Feiras e Leilões de Garvão – José Cândido Nobre, nome que, justifica o município, é “incontornável na consolidação da Feira de Garvão, numa vida que foi dedicada à valorização do mundo rural, cujo reconhecimento da Câmara Municipal de Ourique ficará sempre registado”. À tarde, pelas 17 horas, decorre a tradicional corrida de touros, com os cavaleiros Joaquim Bastinhas e Tito Semedo, homenageados pelo município de Ourique pelos seus 30 e 20 anos de alternativa, respetivamente, e os grupos de forcados de Cascais, da Póvoa de São Miguel e de Beja. À noite, atuam os Filhos do Alentejo e os Chave D’Ouro, prevendo-se também um espetáculo a cargo da Rádio Pax e um baile dinamizado pelos Bailasons. A animação no domingo, último dia do certame, começa mais cedo, pelas 17 horas, e está por conta dos Saramagos de Garvão, Moda Mãe e de um agrupamento de despique e baldão. PUB

Ovibeja não para”, como referiu há dias Castro e Brito, presidente da comissão organizadora, “uma vasta equipa de profissionais de diferentes áreas começou já a articular-se no sentido de preparar mais uma edição da feira que representa ‘todo o Alentejo deste mundo’”.

Já começou a Feira Anual de Maio

Moura é cidade empresarial até domingo Arrancou ontem, quinta-feira, e prolonga-se até ao próximo domingo, 12, a Feira Anual de Maio, em Moura, que decorre no parque de feiras e exposições daquela cidade alentejana.

E

sta sexta-feira, às 9 e 30 horas, tem início a sessão plenária “Caminhos para a Cooperação e o Desenvolvimento”, que se realiza no auditório da Comoiprel. Meia hora mais tarde, decorre o 4.º Fórum da Escola Nacional de Caça e Biodiversidade, destinado a todos os intervenientes neste setor e à população em geral para que possa estar a par das atividades desenvolvidas na cidade de Moura nesta área. Amanhã, 11, o destaque vai para a sessão de trabalho conjunta com os convidados estrangeiros nos setores de educação e formação, agro-negócios e ambiente, no âmbito do processo de cooperação internacional. No mesmo dia realiza-se ainda a conferência “Energia: Internacionalização e cooperação”, que terá lugar no auditório da Logica (no recinto da feira), a partir das 17 horas. O último dia do certame tem como

destaque o seminário “Parque tecnológico de Moura: estratégia de desenvolvimento regional”, que acontece também no auditório da Logica. A principal razão desta feira é “a diversificação, ou seja, diversificação em termos de objetivos, em termos de alvos a atingir, uma vez que temos vários setores que a feira abrange. Um deles é o do empresariado local, e esta já é a 10.ª edição da feira empresarial, e depois uma diversificação em termos de novos centros de interesse e de novas áreas. Aí destacaria, por um lado, o III Fórum das Energias Renováveis, que tem sido um setor em que a Câmara Municipal de Moura tem apostado nos últimos anos, e, por outro lado, uma nova área de interesse que vai na segunda edição, que é o Salão de Caça e Pesca, e que visa, fundamentalmente, dar resposta àquilo que é o interesse muito marcado de um setor da população do concelho de Moura neste domínio de atividade”, avança Santiago Macias, vereador na Câmara Municipal de Moura. Relativamente ao número de expositores que marcam presença nesta edição da

feira, “não há um aumento nem decréscimo porque nós temos tido a feira sempre ocupada nos últimos anos em pleno e isso até nos obriga a ter de instalar estruturas provisórias, neste caso uma tenda, para albergar todos os expositores”, refere o autarca. “A qualidade da feira vai manter-se”, assegura o vereador, afirmando que “nunca quisemos fazer das nossas feiras eventos musicais, onde se compram espetáculos de grandes estrelas da música nacional. O objetivo da feira não é esse, embora este ano, e por causa na crise económica, tenhamos que ter feito algumas contenções a nível de custos e um orçamento muito mais apertado”. No que diz respeito à organização, Santiago Macias recorda que “esta feira só é possível ser organizada desta forma porque é fruto de uma comissão organizadora que é coordenada pela câmara municipal mas que envolve dezena e meia de entidades, e são essas entidades que com a sua atividade, dinamismo e empenho permitem que a feira tenha o programa e a dimensão que tem”. Gonçalo Farinho

Entre os dias 16 e 19 Mértola regressa ao tempo dos mouros

50 mil no Festival Islâmico

C

omeça na próxima quinta-feira, dia 16, e termina dia 19, o 7.º Festival Islâmico de Mértola. O objetivo da organização é ultrapassar a meta da última edição, sendo esperadas mais de 50 mil pessoas, num festival que tem como principal objetivo transportar Mértola de volta às suas origens árabes. “O Festival Islâmico é um evento cultural onde se revela a identidade, o património, o passado e as ligações de Mértola ao mundo árabe, que volta a existir nos dias do festival. É o retorno às origens deste povo, e esse acaba por ser o ponto forte do Festival Islâmico”. Quem o diz é Jorge Rosa, presidente da Câmara Municipal de Mértola, a entidade organizadora do evento. “Há dois anos tivemos muitas pessoas que vieram de toda a Europa e que tiraram férias nessa altura para estarem connosco, e creio que esta edição será idêntica. Neste momento já temos todos os alojamentos de Mértola e à volta da

vila reservados para o Festival Islâmico”, refere o autarca. Quanto à dimensão que este evento atingiu, Jorge Rosa afirma que “neste momento o Festival Islâmico é um acontecimento de âmbito internacional, e é, na nossa opinião, o maior evento cultural que se faz a sul do País”. “O que se passa é que Mértola se transforma na vila islâmica que já foi, e que volta a ser, nos dias do festival. O centro histórico de Mértola, as ruas, a forma como estão dispostas, como são caiadas, tornam-se num autêntico bairro islâmico, como se estivéssemos numa cidade marroquina, e isso é que é a alma deste festival”, diz. A grande atração da edição sete deste festival é o mercado de rua, o souk, apesar de estarem preparadas outras atividades como contos, exposições, conferências, música, dança, espetáculos, concertos e workshops nos

mais variados locais da vila: Biblioteca Municipal, largo da Misericórdia, salão nobre da Câmara Municipal, praça Luís de Camões e castelo, entre outros. “O Festival Islâmico continua atual e continua a atrair mais gente, justamente porque não há aqui encenações e também não permitimos que seja alterado o espaço do souk, que é o ex-libris do festival, pois só queremos cá quem faz parte desse mundo”, confirma Jorge Rosa. No que diz respeito ao impacto da crise económica na organização do festival, a tradição é para ser mantida, assegura o presidente da Câmara Municipal de Mértola: “Vamos manter a tradição do festival, sempre com algumas modificações e inovações. É evidente que traçámos um plano de contenção de custos, que seguimos religiosamente, e no que diz respeito a este evento, tivemos também que eliminar despesas por nós habitualmente assumidas mas que não prejudicarão em nada o festival”. GF


A Câmara Municipal de Moura vai disponibilizar um conjunto de equipamentos GPS que permitem a realização de três percursos turísticos na cidade com apoio de informação multilingue em formato multimédia, (texto, imagem e áudio). No total são 10 os equipamentos, com conteúdos relativos ao património histórico e cultural da cidade de Moura, que estarão disponíveis no Posto de Turismo e no Espaço Internet.

Filme da Rota Vicentina com mais dois prémios lá fora Depois do prémio Golden City, atribuído em fevereiro em Berlim, durante a ITB, a maior feira de turismo do mundo, o vídeo promocional da Rota Vicentina foi galardoado em abril com dois novos prémios internacionais em Las Vegas, EUA, e em Riga, na Letónia. O primeiro foi atribuído pelo New York

Festivals International Television & Film Awards, tendo o filme promocional conquistado a Bronze World Medal. O International Tourism Film Festival “Tourfilm Riga – 2013”, da Letónia, distinguiu também recentemente, em cerimónia decorrida a 27 de abril, o vídeo da Rota Vicentina com o 2.º prémio na categoria Commercial Tourism and Commercials.

Grândola, Sines e Odemira com qualidade europeia

Bandeira Azul para 19 praias da costa alentejana Associação Bandeira Azul da Europa reconheceu 19 praias da costa alentejana com qualidade para receber a Bandeira Azul. O concelho de Grândola tem nove praias e uma marina classificadas, Sines tem seis praias e o porto de recreio e Odemira tem quatro, entre elas, duas das que foram consideradas as “Praias Maravilha de Portugal”: Furnas e Zambujeira do Mar.

C

om um total de nove praias e uma marina reconhecidas, Grândola “volta a ser de novo, este ano, o concelho do Alentejo com mais bandeiras azuis”, informou o município. O selo de qualidade balnear europeu voltou assim a ser atribuído às praias de Melides, Comporta, Aberta Nova, Carvalhal, Pego, Atlântica, Bico das Lulas, Troia-Galé e Troia-Mar, sendo que a Bandeira Azul também se mantém hasteada na Marina de Troia. Entre o Atlântico e a planície alentejana, numa extensão de 45 quilómetros, desde o extremo da península de Troia até à praia de Melides, a costa de Grândola é “a maior extensão de praia do País e a terceira maior do mundo”, lembra a câmara municipal local, sublinhando que

o galardão atribuído é um “símbolo de qualidade que certifica o cumprimento de um conjunto de critérios relacionados com qualidade da água, informação, educação e gestão ambiental, equipamentos, segurança e serviços”. O selo de qualidade balnear atribuído pela Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE) abrangeu igualmente seis praias do concelho de Sines e o respetivo porto de recreio. Foram candidatadas as

Melides, Comporta, Aberta Nova, Carvalhal, Atlântica, Bico das Lulas, Troia-Galé, Troia-Mar, Vasco da Gama, São Torpes, Morgavel, Vieirinha, Porto Covo e Ilha do Pessegueiro, Furnas, Almograve, Carvalhal (S. Teotónio) e Zambujeira do Mar.

praias Vasco da Gama, de São Torpes, de Morgavel, de Vale Figueiros (Vieirinha), Grande de Porto Covo e da Ilha do Pessegueiro e todas elas reconhecidas com a Bandeira Azul. O Porto de Recreio de Sines, também distinguido, concorreu na categoria Marinas, por proposta da Administração do Porto de Sines, a par da praia Vasco da Gama. Os restantes areais foram candidatados pela Câmara Municipal de Sines. Também os areais do litoral do concelho de Odemira voltam a hastear a Bandeira Azul, concretamente as praias das Furnas e Almograve (freguesia de Longueira/Almograve), Carvalhal (São Teotónio) e Zambujeira do Mar. A ABAE aprovou as quatro candidaturas apresentadas pelo município de Odemira, “o que comprova a qualidade das praias odemirenses, inseridas em pleno Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina”, afirma a autarquia, lembrando que a Bandeira Azul vem juntar-se assim ao título de “Praias Maravilha de Portugal”, conquistado em setembro de 2012, pelas Furnas/ Vila Nova de Milfontes e Zambujeira do Mar. É nesse sentido, conclui o município, que “Odemira afirma que tem ‘as melhores praias de Portugal’”.

PUB

13 Diário do Alentejo 10 maio 2013

Percursos turísticos com GPS em Moura


Diário do Alentejo 10 maio 2013

14

O divórcio entre o Estado e a nação vem de longe… Desde que os partidos deram em explorar o poder em proveito próprio, desprezando a Pátria! Joaquim Palminha da Silva, “A Defesa”, 1 de maio de 2013

Opinião

O primeiro milho é dos pardais

Ana Paula Figueira Docente do ensino superior

V

ivendo e aprendendo soa-me a uma expressão absolutamente verdadeira. Mas a forma como, e o quanto, cada um aprende, sempre me fascinou. E não me refiro especialmente à aprendizagem formal nas instituições de ensino. Essa poderá ser tema para outra ref lexão. Refiro-me, em particular, à aprendizagem ao longo da vida em situações vulgares, do dia-a-dia, imprevisíveis. “Mais idade, mais experiência, mais saber”. Sim, também pode ser. À partida, mais vivências implicarão mais reflexão acumulada, logo, mais conhecimento e mais maturidade. Mas, nos dias de hoje, como explicar isto – nas palavras de Paulo Morgado –, por exemplo, a muitos “adolescentes imberbes à procura do seu destino de estupidez em estupidez e celebrando bebedeiras que lhes fazem esquecer a sua pequenez”? Diria, em primeiro lugar que, no caso do ser humano a aprendizagem constitui, ao mesmo tempo, uma necessidade (resolver problemas) e uma motivação (contrariar a sensação de insegurança provocada pelo problema), e depende da conjugação, na esfera de cada individuo, de vários factores e/ou condições, de que são exemplo, a idade, o ambiente sociocultural e as experiências anteriores; como mencionei acima, a aprendizagem tem lugar ao longo da vida, se bem que nos primeiros anos desempenhe uma importância crucial. Se é certo que só não erra quem nada faz (o que é incompatível com a situação de estar vivo), também é certo que persistir deliberadamente numa acção ou comportamento quando já foi antes comprovado por outros que constitui um erro, não deixa de ser tolice, na medida em que revela uma manifesta rejeição das experiências passadas. Então, a questão que se coloca é: no âmbito do processo individual de aprendizagem e aquisição de conhecimento quando é que um indivíduo sabe que deve aprender com os erros dos outros e quando é que sabe que é a altura de arriscar, sem qualquer tipo de conhecimento prévio, para aprender. É que, por um lado, se “o maior erro na vida é o de ter sempre medo de errar” (Elbert Hubbard), por outro lado, “pequenos descuidos podem provocar grandes males” (Benjamim Franklin) e, infelizmente, não podemos “…viver duas vezes: a primeira vez, para cometer todos os inevitáveis erros; a segunda, para lucrar [aprender] com eles” (David Lawrence). Suponho que esta pergunta se deverá, ou deveria, colocar a todos e, neste particular, a tantos e tantos jovens, assim como aos seus pais. É um facto que todos erramos, que errar é desconfortável e que, por princípio, ninguém erra simplesmente porque quer errar! Sem querer de modo algum moralizar, penso que talvez alguma disciplina – e porque não bom senso – possa ajudar a evitar erros básicos. Ouvir mais os outros – os mais velhos, os mais experientes e também os mais novos – e falar menos, dá a conhecer outros pontos de vista e outras formas de entender a realidade. Já que errar é inevitável, pelo menos que os erros agora praticados não sejam exactamente iguais a outros antes cometidos, seja por nós, ou por pessoas que respeitamos e que constituem, a nosso ver, uma referência. Se, no final de contas, a decisão for fazer a mesma coisa que já foi feita na esperança de, ou apenas experimen-

Ã

As Portas de Mértola, em Beja, vão estar esta manhã mais floridas do que nunca. Por iniciativa dos educadores de infância da Escola Santiago Maior, a principal artéria da cidade vai reviver uma das mais antigas e por muitos anos extinta tradições primaveris: as MAIAS. Mesmo em tempos de crise não deixe, caso lhe peçam angélica e encarecidamente, de dar um tostãozinho para as Maias. PB

E nós vamos ter de continuar a aturar estes números de circo de Paulo Portas e Passos Coelho. E nós teremos de continuar a assistir da forma mais serena possível ao espetáculo levado a cabo por gente sem o mínimo sentido de Estado, sem o mínimo respeito pelos sacrifícios dos portugueses e que se entretém com brincadeiras e joguinhos de baixa política. Pedro Marques Lopes, “Diário de Notícias”, 6 de maio de 2013

tar, ou obter resultados diferentes, que esta seja feita, então, com a consciência de que todos os actos acarretam responsabilidades, imputáveis ao próprio, mas que muitas vezes afectam, de forma directa ou indirecta, outros que estão próximo. Por isso, a responsabilidade dos erros que praticamos é sempre nossa, de cada um, e a resposta à questão inicial é tão importante. Todavia, no meu parecer, essa resposta não existe! E é bom que não exista! Imaginem só o quanto a vida seria aborrecida se obedecesse a uma cartilha onde estava tudo descriminado: o que fazer, o que não fazer e quando. Essa resposta depende de cada um de nós, em todos os momentos da nossa vida. Da forma como queremos passar este período de tempo com o qual fomos abençoados, em que respiramos, vemos, sentimos e reflectimos a propósito do mundo e das coisas. Sem esquecer, todavia, que a partilha – também dos erros – é uma das maiores fontes de sabedoria que a vida proporciona como, aliás, o pequeno filme “Monkey Spoon” disponível no You Tube (http:// www.youtube.com/watch?v=50xuWMjJ3ws) demonstra. Recomendo! Por decisão pessoal, a autora do texto não escreve segundo o Novo Acordo Ortográfico

García Márquez: Maria Braz e Zacarias; o padre Jesuíno Nicolau José (que acreditava devotamente na centralidade da Terra), a avó Lourença com os seus 133 anos; Benalma que era adorado pelas crianças e as ensinava a ler; Sinfrónio, o barbeiro, umas das poucas pessoas que sabe ler em Medinas; os judeus e os muçulmanos; Branca Mariana, a irmã de Álvaro Cobre, excessivamente febril, vive prostrada numa cama onde os lençóis chegam a pegar fogo. Goste-se ou não, lembram-nos personagens de Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Márquez. O amor tem uma dimensão mortal, fatídica, faz enlouquecer que dele é vítima, assim irá acontecer com Álvaro e depois com Vicente. Os anos passam, os prodígios sucedem-se naquela aldeia que não deveria de ter mais de 300 habitantes. E dentro da metáfora está o registo do Alentejo profundo: o problema religioso, os muito ricos e os muito pobres, o fantasma da fome. Até a caracterização de Medinas tem um sopro universal: “A aldeia era branca, pousada no mato circundante, que a estrangulava como uma silva concêntrica, inundando-a com o seu cheiro demasiado a matéria sã. Parecia-se, ao longe, com um ovo de ninho raso”. Tudo a um ritmo saltitante, com bom equilíbrio entre a violência e a ternura. É indispensável escrever-se bem para que as figuras fantásticas ganhem corpo e a nossa compaixão. Carlos Campaniço é um escritor que promete muito e para já o nosso aplauso.

O Alentejo assombrado de Álvaro Cobra Troika Beja Santos Jurista

Ruy Ventura Ensaísta

E L

stamos numa aldeia alentejana em finais do século XIX, Medinas. Em linguagem que se poderia associar ao neorrealismo “Era uma aldeia como tantas outras no Alentejo. As searas cresciam à custa de muito suor arrancado às almas; as oliveiras verdejavam azeite, as azinheiras proliferavam com os seus vestidos de estevas, entranhadas na terra que os homens ferinos tentavam agricultar à força; o gado pastoreava-se nas planícies arroteadas ou nos matos desnutridos e o pão, o pão nunca chegava para alimentar as bocas sempre mais. Ainda assim, ali o mundo tinha sido incessantemente repousado e antigo até nascer Álvaro Cobra”. Mas não se iluda o leitor, Os Demónios de Álvaro Cobra, por Carlos Campaniço, Teorema, 2013, recorda em todos os momentos a corrente do realismo mágico onde Gabriel García Márquez foi sumo-sacerdote. Tudo se passa numa atmosfera de canícula e assombro permanente, até Álvaro Cobre nascer tudo ali parecia pasmaceira, o seu nascimento terá atraído fenómenos sobrenaturais, a sua existência era motivo de conversa que extravasava Medinas: não chorou ao nascer, com três meses já tinha os dentes todos, consegue ouvir a Terra girar sobre si própria, tem uma cadela que adivinha o tempo e, além disso, já morreu duas vezes. Já com 50 anos, uma vida vivida com indiferença ao sexo, apaixona-se pela Clarinha, a filha de um nómada que vende torrão doce na Feira de Setembro, só ao fim de muitas arremetidas é que a menina lhe concede o corpo e lhe dá um filho. Vive-se num clima de petrificação, em Medinas: um fidalgo arruinado, um padre que só à custa de muito esforço é que arranjou igreja, mais aridez não seria possível. Aliás, chove muito pouco e quando chove é a cântaros. E os personagens convidam a reler Gabriel

eio um escrito russo do século XIX. Em nota de rodapé, o bom tradutor informa que “troika” é “um trenó puxado por três cavalgaduras”. Esboço um sorriso, meio amargo. Penso que o veículo é Portugal, a deslizar por um terreno muito escorregadio, gelado, numa guerra fria, surda. E as “três cavalgaduras”? Não acredito que sejam boas bestas. São bestas de carga, submissas perante os seus donos (os donos do dinheiro que “nunca hesitarão pôr um povo a passar fome se isso for necessário para ganhar mais uns biliões” (ex-funcionário do maior banco americano dixit!), sobranceiras face àqueles que, enregelados, têm o azar de viver o pesadelo de não conseguir sair do trenó, de não conseguir salvar o trenó, de se verem puxados pelas “cavalgaduras” até ao abismo, até ao “inferno”, o mundo inferior, dos mortos. Sobranceiras e capazes de coices mortais. Lembra-me mestre Gil Vicente: “mais vale burro que nos carregue do que cavalo que nos derrube”. Sim... Mas os mansos asnos estão em vias de extinção, dizem. Restam as bestas, três, como as três cabeças de Cérbero, o cão feroz que guarda o Hades, que vê com os olhos fechados e dorme com os olhos abertos. Recordo Dante, a placa sobre a porta do Inferno: “Vós que aqui entrais, deixai toda a esperança...” O mais alto Mestre avisa-me contudo: “Sêde simples como as pombas, astutos como as serpentes... Olhai os lírios do campo...” Páro para pensar. Que culpa tem a palavra?, que culpa tem o veículo?, que culpa têm as boas cavalgaduras se os escreventes com língua-de-pau resolveram compará-los às sinistras figuras que nos governam dentro e fora de fronteiras?


Daqui a 20 anos, metade da população do interior do País terá mais de 65 anos de idade. Apesar de algum investimento na agricultura e nas indústrias a ela associadas, o que se constata é que o País está cada vez mais litoralizado e envelhecido. O ÊXODO RURAL iniciado nos finais da década de 1950 parece não estancar. E Portugal, cada vez mais, continua a ser Lisboa. E o resto é paisagem. PB

Ä

O Governo, no seu desnorte economicista, continua a sua 15 grande cruzada contra a autonomia das escolas. A criação de MEGA-GRUPAMENTOS apenas sob lógica dos cifrões é, na maioria dos casos, uma iniciativa que prejudica todos os agentes do ensino. E principalmente os alunos. Ainda para mais quando as medidas de gestão e organização são impostas superiormente. Sem escutar quem há anos está no terreno. PB

Diário do Alentejo 10 maio 2013

Â

Há 50 anos

Cartas ao diretor

“Esperanças” da futura rainha grega de Espanha

Carta aberta ao presidente de Vidigueira

A

primeira página da edição de 7 de maio de 1963 não trazia grandes novidades. A par da habitual nota do dia (reclamando uma estação dos CTT em Santa Clara-a-Velha), da informação desportiva (para o campeonato nacional de futebol da terceira divisão, na série 8, o S. Domingos, jogando na Mina, perdera com o União de Montemor por 1-2), o destaque era dado a dois graves acidentes de viação, um em Almodôvar e outro em Faro, envolvendo pessoas de Serpa. Havia breves notícias do País e do estrangeiro: Salazar recebera em Lisboa o ministro sul-africano dos negócios estrangeiros; Salazar visitara no Ministério das Finanças (!) uma exposição comemorativa do 35.º aniversário da sua entrada para o governo; ministros de sete países da EFTA estavam reunidos em Lisboa; um espião inglês era julgado em Moscovo; os comunistas italianos, dirigidos por Palmiro Togliatti, admitiam a sua entrada no governo; os negros norte-americanos manifestavam-se contra as leis racistas e exigiam mais direitos civis e a igualdade. O jornal transcrevia também um “recorte” da imprensa de Madrid sobre “As ‘esperanças’ da princesa Sofia...”. Assim: “Os jornais ‘Ya’ e ‘ABC’ confirmam a notícia de que a princesa Sofia e o príncipe João Carlos vão ter um filho. A notícia foi dada por um amigo íntimo da família real, depois de os príncipes terem regressado de Londres, onde assistiram ao casamento da princesa Alexandra. Um informador oficial espanhol disse ser ‘possível’ que a notícia seja verdadeira, mas salientou que é ainda cedo para uma confirmação oficial. O ‘Ya’ publica, no entanto, também uma informação de Atenas, dizendo que a Casa Real grega confirma. O nascimento está previsto para Dezembro, mas nos círculos monárquicos espanhóis julga-se que a confirmação só será feita quando a princesa chegar ao quinto mês de gravidez”. Para além da importância atribuída pelo jornal bejense à família real espanhola – na altura o país vizinho vivia sob a ditadura fascista de Franco e a monarquia só seria formalmente restabelecida em meados dos anos 70 –, fica a curiosidade de os referidos príncipes Juan Carlos e Sofia (ela de origem grega) serem os atuais reis de Espanha. E do filho anunciado ser Felipe, hoje o príncipe herdeiro da desprestigiada e decadente coroa espanhola, envolvida em escândalos financeiros e outros. Carlos Lopes Pereira

Crónica Divagando Francisco Pratas

P

orque o que me sobra em tempo me falta em qualidade, tento por isso mesmo aproveitar o melhor que posso e sei, o que esse fragmento me confere, escrevinhando aqui as minhas aventuras e desventuras, bem como a vontade de dizer a todos que ainda estou vivo. Assim, alimentando mais um disparatado devaneio, como de uma conversa à mesa do café, o que nunca neste caso veio a acontecer, aqui me tendes agora com os exageros próprios de alguém que lhe sobra em tempo o que lhe falta em talento. Vamos pois à história de hoje: Porque a “razão” deve dar-se sempre a quem a tem, eis-me pois recolhido a este forçado retiro, no cumprimento de um dever que o destino me marcou. As pernas, ao fim de algumas dezenas de anos, exigiram-me este descanso, e estou a cumpri-lo. Num destes dias porém (há sempre um dia) tive a felicidade de passear por grande parte das ruas da minha terra e, sinceramente, encetar uma fuga a esta prisão domiciliária, o que me proporcionou algumas surpresas. E foram curiosas! Verdade também que era sábado, e as poucas coisas que vi terão a sua razão de ser. Por exemplo: Então não é que tive a sensação, em certos momentos do percurso, de que estava de visita a uma cidade desconhecida? Mas adiante: Iniciei esta minha visita pela praça da República, a mais bonita praça da minha cidade. Gentes poucas, como em todo o lado. Ao fundo da praça uma improvisada esplanada com meia dúzia de cadeiras à volta, gentileza da D. Custódia, quando as tardes começam a esquentar. Nas proximidades desta ocasional clientela o Pelourinho, algo com o qual há muito venho implicando, não por em tempos ainda recentes o terem retirado do local em que inicialmente fora instalado, mas pela forma como esse trabalho foi executado. Então não é que pegaram na pequena estatueta e, sem mais aquelas, depois de lhe retirarem a trabalhada base, parte integrante da supra dita, ali a espetaram qual “falo” furando o nosso indiferentismo?!? Mas continuemos: Deixei as periferias da velha cidade e voguei ao centro, mesmo à distância, que a viatura em que me fazia transportar a mais não tinha acesso. Dei uma olhadela às minhas saudosas Portas de Mértola (que por sinal até se chamam rua de Mértola) e fiquei triste, que a cidade por ali, em termos de gente viva, também deixa muito a desejar. Agora, mais um saltinho, que isto de automóvel é tudo tão perto, e estamos na secular Mouraria, o local onde nasci e vivi durante 25 anos. Registo com agrado todo o trabalho que ali se fez, e que muito vem a beneficiar os seus moradores. Gostei! No entanto, esta já não é a Mouraria do meu tempo, falta-lhe algo que a minha própria sensibilidade denuncia; a luminosidade provocada pela brancura da cal nas frágeis paredes de taipa, que revestiam as nossas casas, aquelas casas de um só piso de que tanto gostávamos. Para fim de viagem chego ao largo das Portas de Moura. Que saudades tenho deste largo com o arco que só teve portas no nome. Mas era o meu largo e o meu arco. O arco sob o qual todas as tardes eu esperava o meu saudoso pai no regresso do seu trabalho. Tudo tão grande e eu tão pequenino. Só que agora já não está lá tudo o que eu gostaria que ainda estivesse, a adega do Ceguinho, a mercearia do Xico Carapinha, a barbearia do Zé Casimiro e os seus chilreantes canários, e ainda o conhecido lugar de frutas da tia Garrida. Uma lágrima teimosa brinca-me num dos olhos. Dou por encerrada a visita!

Desidério do Ó Porto Carro, Estoi, Faro

A vida reserva-nos cada surpresa! Foi o que me aconteceu no dia 25 de fevereiro deste ano, numa sessão da Assembleia Municipal de Vidigueira. Disse então o senhor que eu não sou o autor do livro Vila de Frades, capital do vinho de talha. Não sei onde foi buscar a informação que o levou a proferir tal calúnia. Como imediatamente a seguir o presidente da Assembleia deu por encerrada a sessão, sem me dar possibilidade de me defender, ali ficou aquela acusação pública. Certamente já ouviu falar de “contraditório”. É um conceito essencial na interação democrática que não respeitou. Como político que é não pode proferir uma afirmação tão caluniosa sem primeiro se certificar acerca da fidelidade das suas fontes. Ao contrário do senhor não sou político, mas sempre me interessei por quase tudo o que me rodeia. Fui cofundador do PS, partido do qual saí em 1976. Poderia, enquanto militante fundador, ter usado essa minha condição para ascender a cargos públicos, não o fiz, como infelizmente acontece com muita gente no nosso país. Pelo contrário, critiquei, não fui ouvido e saí. Tive alguma militância no BE, que terminei. Como este partido não é da área do poder, não posso ser acusado de o ter usado em proveito próprio. Não me considero um vira-casacas, sou socialista sem vinculação partidária. O tema do meu livro é Vila de Frades porque foi lá que nasci para a política (por influência do dr. José Luís e do sr. José Rosa). É também uma expressão dos meus afetos, qualquer coisa como uma declaração de amor sem pedir reciprocidade. Continuo a visitar a minha terra, falo com as pessoas, interesso-me pelo que lá se passa. Não vou lá para me mostrar, porque não sou político. Vou lá para sentir, para curtir, como hoje se diz. Como se recordará, o executivo camarário a que preside deu uma ajuda para a publicação do livro com a compra de 100 exemplares. O facto de o mesmo não ter sido exposto nos espaços públicos do concelho levou-me a pensar que tal se poderia dever a alguma falta de organização. Daí vos ter escrito duas vezes pedindo autorização para exposição/venda nos referidos espaços. Não obtive resposta o que revela falta de respeito pelo cidadão. Para cúmulo, a injúria com que me brindou é gravíssima e, como sou filho de boa gente, sinto-me e tenho direito à indignação. Como tal, exijo que, no mesmo local onde proferiu a referida injúria, se distancie da mesma e me peça desculpa. Caso contrário terei de enveredar por outros caminhos, o que me desagrada, pois tenho mais que fazer na vida. PS – Esperava que na Assembleia de 27 de abril tivesse a modéstia de reconhecer o seu erro e pedir desculpa. Pelo contrário, afirmou num tom orgulhoso que não tinha dito tal coisa e, como na ata se omitiu tanto a minha pergunta como a sua resposta, legalmente a sua injúria não aconteceu. E tudo isto com a conivência do presidente da Assembleia e de todos os deputados. Estão todos de parabéns, diga-se de passagem. Depois não se admirem que as pessoas digam mal dos políticos. Eu sei que este assunto não é importante, é uma miudeza, o presidente insulta os outros espantam-se mas não confessam que ouviram. Só em privado. Auguro-lhe um grande futuro como político.


As Maias – Entre Mitos e Crenças apresentado na biblioteca de Beja

Diário do Alentejo 10 maio 2013

16

Amanhã, sábado, dia 11, pelas 15 e 30 horas, no auditório da Biblioteca Municipal de Beja, é apresentado o livro As Maias – Entre Mitos e Crenças, da autoria de Jorge Lage, arqueológo naval e escritor. A apresentação da obra encontra-se a cargo de Florival Baiôa Monteiro, da Associação de Defesa do Património de Beja (ADPBeja). Do livro se diz “ser um

trabalho exaustivo de investigação sobre o interessantíssimo aspeto da cultura popular, as Maias, ou o conjunto de ritos e tradições em torno do fenómeno do renascimento da natureza após o ciclo invernal”. E por ser uma tradição tão bem conhecida da memória dos bejenses, resolveu o autor, na companhia de Florival Baiôa, apresentar este livro na cidade.

Reportagem

A grande festa da Primavera apenas sobrevive em Beja

Um tostãozinho para a Maia

M

aio é o mês das Maias. Uma tradição de dois mil anos, anteriormente comemorada por romanos e outros povos. A grande festa da Primavera. Um elogio puro aos campos que se coloriam, como os que agora se avistam, aqui e acolá, em toda a parte, cobertos de malmequeres, de papoilas, de flores silvestres, do trigo que cresce. Maio é o mês das Maias, que nasceram desse enaltecimento à estação de todas as cores, e Beja é a última povoação a celebrar esta tradição, a tal das Maias, a de dois mil anos. E, embora não seja com a pujança de outros tempos, – muitos recordam pelo menos uma Maia em cada rua, em cada bairro –, a tradição, por cá, ainda não se perdeu. E a prová-lo estão as 30 Maias que hoje, sexta-feira, saem à rua, instalando os seus tronos nas Portas de Mértola. 30 meninas do Jardim-de-Infância da Escola de Santiago Maior, a lembrar tempos antigos, mas a celebrar tradições ainda atuais. “As Maias têm origem nos rituais romanos primaveris. No despertar da floração, da natureza e relacionados com os desejos de boas colheitas. Espalharam-se por todo o império. Felizmente resistiram aqui em Beja”, começa por explicar Florival Baiôa Monteiro, da Associação de Defesa do Património de Beja (ADPBeja), associação que durante anos revigorou a tradição, organizando concursos de Maias. Mas que Maias são estas? Crianças, sentadas num trono, devidamente adornado, vestidas de branco e ostentando grinaldas, fios e pulseiras de malmequeres e outras flores silvestres, com um pano branco a cobrir, como se se tratasse de um vestido rico. “O que uma deusa da primavera e da fertilidade deve ter está tudo no seu trono, todo branco, porque o branco simboliza a pureza e virgindade. Atrás tem duas palmas que se cruzam, que também têm a simbólica da água, da fertilidade, do bem-estar. É um trono e uma atividade toda ela notoriamente romana, com toda a simbólica romana”, explica Florival Baiôa Monteiro. E como se escolhe uma Maia? “Uma menina que tem de ser nova, sossegada e calma para estar sentada horas e horas”, conta, entre sorrisos, Baiôa Monteiro, acrescentado: “Talvez tenha também a ver com a própria simbólica da própria deusa. A agricultura também se requer tranquila. Depois existem também as aias, que têm de ser aquelas que têm mais capacidade para ir pedir dinheiro, para se movimentarem”, diz. Quem em Beja, em tempos antigos, não se recorda da frase: “Um tostãozinho para a Maia que não tem saia’’? Ou mais recentemente: “Um tostãozinho para a Maia”? Segundo Florival Baiôa, antigamente, “o tostãozinho era pedido para as crianças poderem ter dinheiro para gastar na Feira de Maio, que se realizava na cidade”. Porque na altura, garante, “não havia mesmo dinheiro para nada, quanto mais para a feira e para o carrossel”. E acrescenta: “Na altura, tal como atualmente, a festa não

Chegou maio e que com ele chegam as Maias. Uma tradição que se espalhou por todo o império romano e que só já resiste em Beja. Um costume de dois mil anos, agora comemorado, sobretudo, pelas escolas, antes pelas gentes das ruas, dos bairros, da cidade. A grande festa da Primavera, porém, continua. E a prova é a saída de 30 meninas, do jardim-de-infância de Santiago Maior, rigorosamente vestidas de branco e adornadas com flores do campo, que hoje vão instalar os seus também enfeitados tronos nas Portas de Mértola, para que a tradição, essa, não se perca. Texto Bruna Soares Fotos Arquivo Fotográfico DA

implicava custos, e os rapazes sempre podiam participar como aios”. Anteriormente, porém, havia também homens trajados que se passeavam pela cidade, os denominados Maios. “No primeiro dia do mês andavam pela cidade e faziam toda a abertura à festa da primavera”, recorda Florival Baiôa Monteiro. Neste tempo, já não eram estas, claro, as festas que o imperador Augusto teve de controlar, por serem, na altura, consideradas “descaradas” de mais. Recorde-se que até em Portugal chegou a haver legislação, no século XIV, que só permitia aos não cristãos realizá-las. Mas as festas sobreviveram. Dois mil anos. “A preservação desta festa em Beja tem um significado extremamente importante, uma vez que esteve sempre ligada à agricultura. É uma tradição única nesta cidade. É extremamente importante manter as Maias em Beja, porque, neste momento, em mais parte nenhuma da Europa se assinala esta festividade. É uma tradição que distingue, que é única e as entidades, até do ponto de vista do turismo, deveriam olhar para ela com muita atenção”, defende Florival Baiôa. Tratando-se de uma tradição também muito ligada à ruralidade, embora Beja ao longo dos anos também se tenha tornado urbana, tratando-se de uma cidade, é aqui que as Maias prevalecem e, para o representante da associação, a explicação é simples: “Beja, embora seja uma cidade, nunca se tornou completamente urbana. É uma cidade num meio rural. Os proprietários, embora tivessem os seus montes, moravam em Beja. Grande parte dos trabalhadores agrícolas morava na cidade”. Mas foi nos anos 80, por mérito dos concursos de Maias, organizados pela ADPBeja, que a tradição voltou a ter grande pujança. Na altura o “Diário do Alentejo” anunciava com pompa e circunstância as vencedoras. Filipa Figueiredo foi Maia em 1985, ganhando o prémio “Criatividade” pela rua General Teófilo da Trindade e viu a sua foto ser publicada no jornal. Foi capa. E na notícia, publicada na época, podia ler-se: “Do Pelame à Avenida Fialho de Almeida, da Rua dos Açoutados à Rua Marquês de Pombal, da Rua da Lavoura à Avenida Vasco

da Gama, elas vestiram-se de branco, enfeitaram-se de flores e de verdura. O tempo quente da Primavera estava a condizer com a festa do Sol. Mais de três dezenas de crianças deram corpo às Maias, velha tradição da cidade”. Passados 28 anos, Filipa Figueiredo recorda-se deste dia, embora confesse que possa misturar os anos, uma vez que celebrou a festividade várias vezes, ora como Maia ora como aia. “A chegada de maio e da primavera era uma celebração. Era uma forma de estarmos na rua e de interagirmos com as pessoas. Funcionava, inclusive, um pouco até como uma transgressão, pelo facto de irmos pedir um tostão”, recorda, confessando que eram, de facto, “dias especiais”. “Entrávamos no mundo da imaginação e do fantástico. Eramos princesas, fadas e todos estavam a olhar para nós. Era divertido as pessoas passarem e meterem-se connosco. Tenho memórias muito boas”. Outra das boas recordações chega das idas ao campo, para recolher as flores que adornariam o trono, bem como as que dariam forma a colares, coroas e pulseiras. “Era um privilégio ser Maia. Eramos o centro das atenções. Era uma alegria, um faz de conta. Recordo-me que na altura fiquei contente e orgulhosa, acho que como qualquer criança que foi Maia”. A tradição poderia, porém, na opinião de Filipa Figueiredo, ser ainda mais recuperada.“Nós temos bairros e, embora possam estar um pouco mais descaracterizados e da vizinha muitas vezes não se conhecer, é uma questão de iniciativa. É uma tradição que poderia regressar às aldeias, ainda pela proximidade que existe, mas também à cidade, promovendo essencialmente o nosso património arquitetónico. Tenho a certeza absoluta de que as crianças iriam adorar a ideia, tal como nós adorávamos. Beja necessita deste tipo de tradições, de pegar naquilo que tem de bom, naquilo que tem de único”. Susana Belga, bejense, também participou nas festas das Maias em tempos há muito idos. Nos anos 80. O seu grupo foi um dos vencedores, pela zona do Castelo, um “enorme orgulho na altura”, garante. O prémio, esse, foram recebê-lo à grande festa do jardim público, que na altura se realizava.

O culminar de um grandioso dia para a cidade, no espaço que mais tinha a ver com a estação do ano. “Estava sempre cheio e subíamos ao coreto para receber os prémios, era uma emoção e tanto”, recorda Susana Belga. E defende: “Foi uma parte da minha infância que me marcou muito. Era uma alegria sem medida. Ir ao campo apanhar as flores, preparar tudo e chegar o grande dia era algo de extraordinário. Depois o participar no concurso e pensarmos que tínhamos fortes probabilidades de ganhar era entusiasmante para qualquer criança, se não ganhássemos, porém, também não fazia mal, o dia era vivido em pleno”, conta. E hoje, passados tantos anos, não tem dúvidas: “Era um dia, sobretudo, muito feliz, que acabou por marcar positivamente muitas gerações”. Para Susana Belga esta “é uma festividade para reanimar as relações de vizinhança e, inclusivamente, a zona histórica da cidade. É uma festa que jamais deveria ser perdida”. As Maias, atualmente, segundo Florival Baiôa Monteiro, “foram, felizmente, apropriadas pelas escolas”, porque se assim não fosse, “talvez, a tradição já se tivesse perdido”. Susana Palma, que também foi Maia em tempos, organiza agora, na companhia de mais duas colegas educadoras, Cristina Arvana e Carmo Jorge, a atividade no Jardim-de-Infância da Escola de Santiago Maior. O jardim-de-infância que, através das suas 30 Maias, cumprem hoje a tradição em Beja, instalando os seus tronos, devidamente enfeitados, nas Portas de Mértola. “A atividade realiza-se já há alguns anos e sentimos necessidade de a preservar. Primeiro, porque é uma tradição da cidade e que deve ser preservada e transmitida às gerações mais novas. E depois porque tem uma vertente pedagógica interessante e as crianças gostam bastante de a realizar”, explica Susana Palma. A comunidade educativa também está envolvida na atividade e todos ajudam, dentro das possibilidades, a organizar a festa. Os pais, por exemplo, responsabilizam-se pelos colorares, as coroas, entre outros acessórios. “É uma festa que diz respeito a todos, que está marcada na memória de todos e que as pessoas têm prazer em organizar”, explicam as educadoras. Susana Palma, inclusive, adianta que “é uma tradição que me lembra a minha infância, uma boa infância, uma boa memória”. E explica: “Infelizmente esta tradição já não tem a pujança de outros tempos e era bom que tivesse. Era bom que as pessoas se voltassem a unir em torno dela, porque é nossa, faz parte de nós e deve ser preservada”. E, sem hesitar, afirma: “Continua a ser um dia feliz para as crianças e para a cidade”. Hoje, nas Portas de Mértola, 30 Maias. Mudam-se os tempos, mudam-se os atores e a tradição, com mais ou menos pujança, permanece, a tal da Maias, a de dois mil anos e que só já sobrevive em Beja. 30 crianças a pedir um tostãozinho para a Maia.


Diรกrio do Alentejo 10 maio 2013

17


Supertaça Distrito de Beja em Aljustrel

Diário do Alentejo 10 maio 2013

18

Desporto

O Clube Desportivo de Almodôvar, campeão distrital, e o Piense Sporting Clube, vencedor da Taça Distrito de Beja, defrontam-se no próximo domingo, pelas 17 horas, no Estádio Municipal de Aljustrel, para disputa da Supertaça do distrito. Trata-se da terceira edição deste troféu que, em épocas anteriores, já foi conquistado pelo Rosairense e pelo Castrense.

Taça Joaquim Branco tem final em Beja O Vasco da Gama de Vidigueira e o Mineiro Aljustrelense, vencedores das duas séries da Taça Joaquim Branco, no escalão de benjamins, encontram-se amanhã na cidade de Beja (sintético n.º 1 do Complexo Desportivo Fernando Mamede, às 16 horas) para disputa do respetivo troféu.

Triunfo do Moura no terreno do líder surpreende

Moura derrotou o líder Vasco da Gama-Juventude Évora................................... 2-0 Esp. Lagos-At. Reguengos ............................................... 1-0 U. Montemor-Moura ......................................................... 0-3 J

V

E

D

G

P

6 6 6 6 6 6

3 3 2 2 1 1

0 3 3 3 2 1

3 0 1 1 3 4

10-7 8-3 8-5 6-5 5-8 4-13

35 32 32 25 25 17

Próxima jornada (12/5/2013): Moura-Vasco da Gama, Juventude Évora-Esp. Lagos, At. Reguengos-Montemor. 3.ª Divisão – Série F – Descida 6.ª jornada Castrense-Lusitano VRSA................................................. 1-0 Monte Trigo-GD Lagoa ..................................................... 2-0 Aljustrelense-Sesimbra .................................................... 1-0 Aljustrelense Castrense Sesimbra Monte Trigo Lusitano VRSA GD Lagoa

J

V

E

D

G

P

6 6 6 6 6 6

4 3 1 2 1 2

1 2 2 1 2 2

1 1 3 3 3 2

8-4 8-3 3-8 8-7 3-9 7-6

26 21 18 17 16 13

Próxima jornada (11/5/2013): Sesimbra-Castrense, Lusitano VRSA-Monte Trigo, GD Lagoa-Aljustrelense.

O expressivo triunfo do Moura no recinto do União de Montemor, líder da série F, foi um importante sinal de retoma para os objetivos que o clube persegue. Texto e foto Firmino Paixão

A

vitória do Moura por 3-0 em Montemor relança a equipa para a reconquista de uma posição que lhe permite o acesso direto à promoção. A equipa mourense mantém o terceiro posto, mas em igualdade pontual com o Lagos, e ficou mais perto do Montemor, equipa

que, após duas derrotas sucessivas, viu a sua vantagem reduzida para três pontos. A quatro jornadas do termo desta fase de apuramento, Juventude e Reguengos, ambos derrotados nesta jornada, ficaram mais afastados da luta pela subida, mas podem ainda ter um papel determinante na definição dos lugares de topo. No próximo domingo o Moura vai jogar em casa com o Vasco da Gama. Na série dos despromovidos, o Mineiro mantém a liderança, após o triunfo magro sobre o Sesimbra. O Castrense jogou em Vila Real e perdeu por uma bola a zero, mas mantém o segundo lugar.

Casa do Benfica de Castro conquistou a Taça Distrito de Beja

Não há duas sem três... A equipa da Casa do Benfica de Castro Verde, campeã distrital de seniores femininos, conquistou a Taça Distrito de Beja e projeta o triunfo na Supertaça, marcada para o dia 18, em Almodôvar. Texto e foto Firmino Paixão

Taça Joaquim Branco – Benjamins (7.ª jornada) Série A: Piense-Ferreirense-B, 7-3; Alvito-Vasco Gama, 5-2; Serpa-Sporting Cuba, 1-4; Desportivo Beja A-Moura, 0-5. Classificação final: 1.º Vasco da Gama, 18 pontos. 2.º Moura, 15. 3.º Sporting Cuba, 15. 4.º Piense, 15. 5.º Serpa, nove. 6.º Desportivo Beja, seis. 7.º Alvito, seis. 8.º Ferreirense B, zero. Série B: Despertar B-Desportivo Beja B, 4-2; Almodôvar-Aljustrelense, 1-7; Renascente-Ourique, 1-4; CB Beja-Milfontes, 5-5. Classificação final: 1.º Aljustrelense, 18 pontos. 2.º Ourique, 16. 3.º Milfontes, 14. 4.º Renascente, 10. 5.º Almodôvar, 10. 6.º Despertar B, oito. 7.º CB Beja, quatro. 8.º Desportivo Beja B, zero. Vasco da Gama e Aljustrelense apuraram-se para a final.

Taça Dr. Covas Lima – Infantis (7.ª jornada) Série A: Serpa-Piense, 3-2; Vasco Gama-Al denovense, 4-3; Moura-Bairro Conceição, 7-3; Ferreirense-Sporting Cuba, 7-1. Líder: Ferreirense, 21 pontos. Próxima jornada (11/5): Piense-Desportivo Beja; Aldenovense-Serpa; Bairro Conceição- Vasco Gama; Moura-Ferreirense. Série B: Castrense A-NS Beja, 3-2; Aljustrelense-Alvorada, 12-4; Operário -Renascente, 0-3; Guadiana-Castrense B, 9-3. Líder: NS Beja, 16 pontos. Próxima jornada (11/5): NS Beja-Milfontes; Alvorada-Castrense A; Renascente-Aljustrelense; Castrense B-Operário. Campeonato Distrital de Iniciados (25.ª jornada): Guadiana-Milfontes, 3-1; Sporting Cuba-Serpa, 3-1; Operário-Vasco Gama, 2-0; Despertar-Ourique, 6-0; Bairro Conceição -Amarelejense, 2-1. Classificação final: 1.º Odemirense, 57 pontos. 2.º Moura, 54. 3.º Milfontes, 47. 4.º Operário, 39. 5.º Vasco Gama, 37. 6.º Despertar, 28. 7.º Ourique, 28. 8.º Sporting Cuba, 27. 9.º Guadiana, 26. 10.º Amarelejense, 19. 11.º Serpa, 15. 12.º Bairro Conceição, seis. Campeonato Distrital de Futsal (25.ª jornada): Luzerna-Barrancos, 3-4; Ferreirense-Almodovarense, 2-2; Desportivo Beja-Baronia, 1-4; IP Beja-Alcoforado, 3-7; Vasco Gama-ADVNSão Bento, 7-3; NS Moura-Vila Ruiva, 8-4. Líder: Baronia, 63 pontos (campeão distrital). Próxima jornada (10/5): Barrancos-Safara; Almodovarense-Luzerna; Baronia-Ferreirense; Alcoforado-Desportivo Beja; ADVNSão Bento-IPBeja; Vila Ruiva-Vasco da Gama. Campeonato Nacional de Iniciados (2.ª fase/14.ª jornada): Desportivo de Beja -Lagos, 1-8. Folgou o Despertar. Classificação final: 1.º Louletano, 58 pontos. 2.º Despertar, 54. 3.º Lagos, 40. 4.º Lusitano Vila Real, 35. 5.º São Luís, 23. 6.º Odiáxere, 19. 7.º Desportivo Beja, 13. As três últimas equipas foram despromovidas.

A

internacional Ana Capeta marcou o golo que abriu o triunfo da sua equipa, sobre o Ourique, na final da Taça Distrito de Beja, disputada em Aljustrel. Ana Gil ainda empatou, e, à beira do intervalo, Capeta lesionou-se não regressando ao jogo. No reatamento as suas companheiras deram corpo ao triunfo, que no final lhe dedicaram, com golos de Jeka, Ana Batista (2) e Filipa Caixeiro. A Casa do Benfica levantou a Taça e consolida uma boa época, partindo para a Supertaça (também frente ao Ourique) com o pensamento na vitória. Gonçalo Nunes, técnico benfiquista, comentou que “a lesão de Capeta abalou a equipa mas as miúdas acreditaram que tinham que vencer por ela. Trabalharam demasiado ao longo da época para chegarem aqui e verem a Taça nas mãos de outra equipa. Felicito as minhas jogadoras

Campeonato Distrital de Benjamins 2.ª fase (7.ª jornada): NS Beja-Despertar A, 1-2; Odemirense-Santo Aleixo, 5-1; Ferreirense -Castrense, 4-3. Líder: Despertar, 16 pontos. Próxima jornada (11/5): Despertar-Ferreirense; Odemirense-NS Beja; Castrense-Santo Aleixo.

Campeonato Distrital de Infantis 2.ª fase (7.ª jornada): Despertar B-Amarelejense, 3-2; Alvito -Ode mirense, 2-7; Almodôvar-Despertar A, 1-4. Líder: Despertar A, 18 pontos. Próxima jornada (11/5): Amarelejense -Almodôvar; Alvito-Despertar B; Despertar A-Odemirense.

3.ª Divisão – Série F – Subida 6.ª jornada

U. Montemor Esp. Lagos Moura Juventude Évora At. Reguengos Vasco da Gama

Futebol juvenil

Seniores femininos Casa do Benfica de Castro Verde conquistou a Taça Distrito de Beja

e dedicamos o triunfo à Ana Capeta. Vem aí o jogo da Supertaça, mas nós temos sempre o mesmo pensamento – praticar bom futebol e vencer”. José Costa, treinador do Ourique, admitiu que “a equipa adversária tem valores individuais que desequilibram. Eu tenho uma equipa e a Casa do Benfica de Castro Verde tem muitos valores individuais que fazem a

diferença, mas mesmo assim demos luta e vamos fazer o mesmo no jogo da Supertaça. Pecamos muito na finalização, a nossa equipa sabe jogar, põe a bola no chão e sabe trocá-la mas, depois, a finalização é o nosso grande problema. Mas quero dar os parabéns às jogadoras de Castro Verde e à minha equipa, também, pelo esforço que revelou e pelo brilhantismo com que se bateu”.

Campeonato Nacional de Juvenis (2.ª fase/11.ª jornada): Estoril-Despertar, 4-1; Odemirense-Lusitano Évora, 1-3. Líder: Louletano, 50 pontos. 7.º Despertar, 19; 8.º Odemirense, 13. Próxima jornada (12/5): Lusitano Évora-Despertar; Oeiras -Odemirense. Campeonato Nacional de Juniores (2.ª Divisão/fase manutenção/12.ª jornada): Moura-Farense, 1-0. Líder: Farense, 55 pontos. 8.º Moura, 17. Próxima jornada (11/5): Moura-Louletano.


A futebolista Carolina Silva (CB Castro Verde) integrou a Seleção Nacional Feminina Sub/17 que esta semana disputou dois jogos com a sua congénere da Hungria, teste para o torneio de apuramento para o Europeu da categoria que se disputará em Israel. Ana Capeta, que também integrava o lote de convocadas, esteve ausente por motivo da lesão contraída na final da Taça Distrito de Beja.

12 títulos para atletas bejenses Os XVI Campeonatos de Pista do Alentejo reuniram 130 atletas e 17 clubes na Pista Municipal de Vendas Novas, onde o Diana de Évora conquistou os títulos coletivos em masculinos e femininos. No setor feminino, a Juventude das Neves e o Estrela de Vendas Novas fecharam o

Mérito Desportivo para Ana Cabecinha

A internacional Ana Cabecinha, marchadora do Clube Oriental de Pechão, nascida há 29 anos em Baleizão, foi ontem agraciada pelo município de Beja com a medalha de mérito municipal, pela forma como tem elevado e prestigiado o nome da sua terra e do seu concelho, através de uma bem sucedida carreira desportiva nacional e internacional.

pódio, no masculino; o Bairro da Conceição e o Castrense ocuparam os lugares abaixo do Diana. Individualmente a delegação bejense conquistou os seguintes títulos: 100m planos – Patrícia Vaz (Castrense); 3000m – Ana Catarina Dias (Odemira); 400m – Sara Inácio (Neves); 400 m barreiras – Júlio Brissos (Zona Azul);

5000 m – Carlos Papacinza (Alvito); 800m – Mussa Djau (BejaAC); altura – Isabel Brás (BejaAC); altura masc. – Henrique Água Dica (BNSC); dardo fem. – Elsa Patriarca (Neves); dardo masc. – Micael Nóbrega (Neves); peso fem. – Catarina Abreu (Neves) e peso masc. – Diogo Luz (Neves).

Um golão de “Rudi” encheu a Taça ao Piense Sporting Clube

Uma Taça cheia de Pias... Um golo solitário assinado pelo guineense Rudi permitiu ao Piense Sporting Clube vencer a formação da Associação Juventude Desportiva Rosairense e conquistar a sua primeira Taça Distrito de Beja. Texto e fotos Firmino Paixão

A

tradicional festa de fim de época do futebol distrita l rea lizou-se no Complexo Desportivo Fernando Mamede, na cidade de Beja, entre duas equipas de valor semelhante, que concluíram o campeonato com 10 pontos de diferença entre si, mas que avançaram para esta final com favoritismo em doses iguais. Para o Rosairense foi a terceira final consecutiva de uma prova que venceu em 2010/11; para o Piense, a oportunidade de pela primeira vez abrir a sua vitrina a este troféu, o que veio a acontecer. Num jogo cujo balanço se equilibra naquilo que as equipas renderam nas duas metades

Piense, 1 – Rosairense, 0 Complexo Desportivo Fernando Mamede, em Beja Árbitro: João Constantino, auxiliado por João Pereira, Rui Gregório e Edgar Gaspar (4.º árbitro) Piense Telmo Soares Fábio Xavier, Paulo Pardal, Piroleira e Quinito Daniel, Filipe Catarino, Alex (Malagueta, 66’) e Estrela (Pelica, 75’) Rudi (Tiago Vargas, 91’) e Rui Moita (cap) Treinador: José Manuel Rações Suplentes não utilizados: Cláudio, Tiago Moita, Montes e Sequeira

do jogo – a primeira com ascendente do Rosairense, a segunda com maior eficácia e controlo do Piense – valeu o vistoso golo de Rudi para colorir o marcador logo no início da segunda metade da partida. Muito público e maior animação em redor de um relvado ressequido, amarelecido e em evidente degradação (por avaria do equipamento de rega), numa tarde quente, que dispensava o sobreaquecimento do ânimo do jogador Dany (Rosairense), expulso já nos momentos finais do jogo após agressão (cabeçada) a um adversário. Um gesto que o seu treinador considerou “uma atitude que nós não gostávamos que tivesse acontecido, mas o adversário tirou partido da nossa ansiedade em querer ganhar o jogo e o nosso jogador teve esse gesto irrefletido”. Um triunfo justo da equipa que foi mais eficaz nos detalhes que decidiram esta final e que, por via deste triunfo, se qualificou para a Supertaça com o campeão Almodôvar.

Disciplina: amarelos a Piroleira (31’), Daniel (43’), Dany (69’), Daniel Antão (72’), Pelica (90’) e Zé Reis (94’). Vermelho a Dany (93’)

Futebol do Inatel Taça Fundação Inatel (10.ª jornada) Grupo A: Relíquias-Fernandes, 0-0; Vale d’Oca -Luso Serpense, 4-0. Folgou o Amoreiras Gare. Classificação final: 1.º Vale d’Oca, 14 pontos. 2.º Luso Serpense, 12. 3.º Aldeia Fernandes, 10. 4.º Amoreiras Gare, 10. 5.º Relíquias, cinco. Grupo B: Luzianes Gare-Jungeiros (não se realizou); Louredense -Penedo Gordo, 2-1. Folgou o Milfontes. Classificação final: 1.º Louredense, 19 pontos. 2.º Luzianes Gare, 10. 3.º Milfontes, nove. 4.º Penedo Gordo, sete. 5.º Jungeiros, seis.

Taça Distrito de Beja Alex falhou a primeira oportunidade do Piense

Grupo C: Malavado-Albernoense, 2-0; Saboia -Ser ra no (FC), 5-0. Folgou o Santa Vitória. Classificação final: 1.º Saboia, 22 pontos. 2.º Serrano, 14. 3.º Albernoense, 10. 4.º Malavado, oito. 5.º Santa Vitória, dois. Grupo D: Santaclarense-Fi calho (FC), 5-0 ; Berin ge lense-Trinda de, 2-1. Folgou o Salvadense. Classificação final: 1.º Santaclarense, 22 pontos. 2.º Ficalho, 14. 3.º Trindade, oito. 4.º Salvadense, sete. 5.º Beringelense, seis. Fase final: meias-finais - Vale d’Oca-Saboia, 1-3; LouredenseSantaclarense, 1-0. As finais realizam-se no Estádio Municipal de Ourique no sábado, dia 11. Às 15 horas: Vale d’Oca-Santaclarense (apuramento do 3.º e 4.º). Às 17 horas: Louredense-Saboia (final).

Festa Piense celebrou a conquista da Taça Distrito de Beja

Em discurso direto, nas cabines O Rosairense é uma boa equipa, tem excelentes jogadores, muito rápidos, aquilo que nós não temos, mas nós conseguimos, com alguma qualidade que também temos, anular um pouco essas diferenças. Acho que tivemos mais oportunidades de golo, o nosso adversário também as teve, mas nós fomos a melhor equipa. Tivemos a sorte de o Rudi fazer um grande golo e na parte final do jogo ainda criámos algumas oportunidades que podíamos ter concretizado. Mas nós, quando para aqui viemos, sabíamos que vínhamos encontrar uma equipa difícil e que teríamos que dar tudo para que estes jogadores se mostrassem e fossem falados pela positiva, como eu lhes costumo dizer. Os nossos adeptos já mereciam esta alegria. José Manuel Rações, treinador do Piense

Rosairense João David Daniel Antão, Valter Lopes, Dany e Hugo Guerreiro Sérgio (Estebaínha, 62’), Nelsinho e Pedro Bate (Cordeiro, 76’) Zé Reis (cap), João Pacheco e Vítor Real Treinador: Nuno Costa Suplentes não utilizados: Joel, Nuno Costa, Baldé, Luís Ferreira e Bruno Costa Golo: Rudi (47’)

19 Diário do Alentejo 10 maio 2013

Carolina Silva, de Castro Verde, nas Sub/17

Não concretizámos as oportunidades que criámos e quando é assim torna-se muito complicado ganhar. Fomos melhores, fizemos tudo bem até ao golo do Piense, que surge no início da segunda parte quando não era previsível que acontecesse, porque eles ainda não tinham feito nada para isso. A partir daí a nossa equipa não conseguiu mais encontrar-se. Quando estamos a ser superiores e não conseguimos marcar e a equipa de baixo concretiza, a força anímica perde-se e foi o que aconteceu, não tivemos mais argumentos para anular a desvantagem. Quando o coração fala mais do que a razão é impossível sermos bem-sucedidos. Mas endereço os meus parabéns ao Piense. Nuno Costa, treinador do Rosairense

Troféu Agência de Beja (10.ª jornada) Grupo E: Quintos-Mombeja, 1-1; AC Cuba-São Matias, 2-1. Folgou o Brinches. Líder: Brinches, 16 pontos. Próxima jornada (11/5): São Matias-Brinches; Mombeja-AC Cuba. Folga o Quintos. Grupo F: Neves-Figueirense, 1-2; Alvorada -Faro do Alentejo, 1-1. Folgou o Pedrógão. Líder: Faro do Alentejo, 15 pontos. Próxima jornada (11/5): Faro do Alentejo -Pedrógão; Figueirense -Alvorada. Folga o Neves. Grupo G: Soneguense-Alcariense, 4 - 0; Santa Luzia -Boavista Pinheiros, 2-0. Folgou o Sanjoanense. Líder: Sanjoanense, 16 pontos. Próxima jornada (11/5): Boavista de Pinheiros -Sanjoanense; Alcariense-Santa Luzia. Folga o Soneguense. Grupo H: Cercalense-Pereirense, 2-1; Cavaleiro -Almodovarense (não se realizou). Folgou o Santa Clara-a-Nova. Líder: Cercalense, 18 pontos. Próxima jornada (11/5): Almodovarense -Santa Clara-a -Nova; Pereirense-Cavaleiro. Folga o Cercalense. Grupo I: Campo Redondo -Naveredondense, 2-0; Bemposta-Colos, 3-0. Folgou o Sete. Líder: Bem posta, 16 pontos. Próxima jornada (11/5): Colos -Sete; Naveredondense-Bemposta. Folga o Campo Redondo.


Diário do Alentejo 10 maio 2013

20

Mundial de Pesca Desportiva em Grândola

O 21.º Campeonato do Mundo de Clubes de Pesca Desportiva termina hoje em Grândola (praias do Carvalhal, Aberta Nova e Comporta) com a participação de 150 atletas de 10 países. A cerimónia de entrega de prémios realiza-se às 19 horas no Cineteatro Granadeiro, na Vila Morena.

Taça Cruz Martins em Judo O Judo Clube de Beja realiza amanhã, sábado, na cidade de Beja, mais uma edição da Taça Cruz Martins, iniciativa apoiada pelo município e inserida nas Festas do Concelho. A competição, que evoca o bejense Francisco Cruz Martins, um dos fundadores do clube e grande dinamizador da introdução da modalidade em Portugal, realiza-se no Pavilhão Municipal João Serra Magalhães, com início às 9 horas.

BTT Maratona “Falcões da Planície”

O Clube Falcões da Planície, de Alfundão, realiza no próximo domingo a terceira edição da sua Maratona de BTT, com percursos de 25 e 50 quilómetros, inscrições limitadas a 150 participantes e início às 9 horas.

Santiago do Cacém debate Desporto Por iniciativa do município de Santiago do Cacém, realiza-se no próximo dia 18, no Auditório António Chaínho, o 3.º Seminário de Desporto, sob o tema “Psicologia do Desporto – Fator Chave para o Sucesso”, com um painel de oradores que inclui, entre outros, Joaquim Gomes (ex-ciclista), Octávio Machado (treinador de futebol) e Pedro Henriques (antigo árbitro e atual comentador desportivo).

Os Jogos Municipais 2013 mobilizam o movimento associativo de Serpa

Terra Forte e pujante no desporto Um desfile com cerca de três centenas de representantes do movimento associativo do concelho de Serpa celebrou a abertura oficial da edição 2013 dos Jogos Municipais, que vai decorrer até ao dia 22 de junho. Texto e foto Firmino Paixão

N

um concelho onde existem quatro campos de futebol relvados, dois pavilhões desportivos, três piscinas, um patinódromo e múltiplos recintos polidesportivos espalhados pelas diversas freguesias, está justificado o compromisso, legitimamente assumido pela democratização do desporto, que no manifesto da autarquia é descrito como “uma das expressões mais ricas da cultura dos povos e um direito fundamental dos cidadãos”. Só assim é possível compreender a pujança e o dinamismo do movimento associativo daquele concelho, onde foram oficialmente abertos os Jogos Municipais 2013, em que é esperada uma participação de cerca de 700 praticantes. A Câmara Municipal de Serpa, as

juntas de freguesia, o movimento associativo e os clubes participaram mais uma vez, de uma forma determinante, naquilo que foi a preparação para o arranque dos Jogos Municipais de 2013, como revelou a vereadora Isabel Estevens, responsável pelo do desporto naquele município. Segundo a autarca da cidade de Serpa, “no ano de 2010, e pondo termo a um período de paragem desta iniciativa, os Jogos foram reativados e cada vez mais a vontade das pessoas tem sido um marco importante para o seu sucesso”. Num concelho que, afirmou Isabel Estevens, “se pauta pela qualidade, pela vontade e pela importância que continua a imprimir ao desporto. Por isso a Câmara Municipal de Serpa se orgulha da gente que tem no seu concelho”. Comentando a grande adesão a esta iniciativa, a vereadora confessou que “é um prazer e um grande orgulho que, apesar de tudo, e ao longo de muitos anos, consigamos imprimir esta forte marca de Serpa Terra Forte”. E, com a praça da República cheia de gente de todas as idades, lembrou, “quando tanto falamos na questão desportiva, na

questão de sustentabilidade saudável, é por aqui que nós vamos. As pessoas que aqui estão, desde os pequenos aos mais velhos, têm uma forte participação e quando, ao longo do ano, desenvolvemos tantos projetos, também na vertente desportiva, ela tem e só pode ter aqui a questão de uma vida mais saudável, de uma vida melhor, que nos dá força para continuarmos”. Questionada sobre a forma, invulgarmente positiva, como o município de Serpa sempre tem estimulado e apoiado o seu movimento associativo, Isabel Estevens respondeu que “os equipamentos desportivos que nós temos no concelho de Serpa são, todos eles, de referência e temos um número significativo de equipamentos, mas não se pretende que eles existam apenas por existirem, pretende-se que eles tenham dinâmica, participação e estejam sempre cheios de gente”. E reforçou esta ideia dizendo que “o apoio ao movimento associativo não se faz só com o apoio financeiro, nem com aquilo que são os pedidos de subsídios, obviamente muito necessários, porque vão permitir que os clubes tenham a sua vida e a sua dinâmica, mas é muito

mais do que isso, é o apoio de referência, o apoio logístico, o apoio incondicional e, muitas vezes, do incentivo com que, ao longo dos anos, a autarquia de Serpa continua a pautar e continua a investir nesse mesmo apoio a todos os níveis”. É este o rumo, defendeu a autarca da cidade de Serpa. “É assim que vamos continuar, porque as pessoas quando estiverem motivadas e estimuladas, estão com certeza muito mais capazes e disponíveis para arregaçarem as mangas e poderem lutar contra aquilo que de tão mau existe e com que todos os dias somos confrontados nas notícias. Há um conjunto de fatores de ordem positiva, de autoestima, que tem que ser valorizado e que a Câmara Municipal de Serpa muito valoriza”, concluiu. O desfile de abertura dos Jogos realizou-se entre a praça da República e o Parque Desportivo Municipal onde, de imediato, se realizaram demonstrações de algumas das 26 modalidades que os praticantes, jovens e menos jovens, populares e federados, vão poder desenvolver até ao final desta primavera desportiva, numa cidade que é Terra Forte e muito pujante no desporto.

Pombo-correio José Saúde

Indagando os auspícios desportivos, esbarro hoje numa realidade que fez da columbofilia uma preferência exaustiva para aqueles que sempre se entregaram ao misterioso cosmos do pombo-correio. Numa incursão a uma causa que desperta múltiplos interesses, a essência do pombo-correio remete-nos para um passado próspero em virtudes estudadas mas nunca decifradas. Consta que estas aves assumem-se como protagonistas de diversos episódios da história da Humanidade. Cruzaram espaços aéreos e foram copiosos mensageiros de notícias prósperas, outras que assinalavam desaires. No tempo da guerra foram exímios correios na troca de informações. A sua existência resvala para os 4 000 anos antes da era moderna e terá tido origem no Egito. Na Europa, a Bélgica, dizem os historiadores, exerceu um papel determinante para a sua divulgação como atleta de excelência. No fundo, no meio-fundo ou em velocidade o alado é enquadrado com as suas capacidades natas. O columbófilo, atento, sabe sugar competências. A família columbófila é extensa. Sustentam que se colocam num dos lugares do pódio nacional, tendo em conta o elevado número de praticantes lusos. As conversas cruzam-se com as peripécias dos pombos no evoluir da solta. O pequeníssimo cérebro dos alados transfere-nos para o mundo de profundas interrogações. Por entre ventos e tempestades, cruzam vastos quilómetros e regressam ao seu pombal. Pelo meio da maratona, algumas longas, a sua fértil inteligência permite-lhes ludibriar obstáculos. O Alentejo assume há muito a exuberante tarefa. Reconhece-se, no entanto, que os tempos são de austeridade. Os clássicos columbófilos vão, paulatinamente, jogando a toalha ao chão. Ainda assim, permanecem em atividade 220 briosos resistentes distribuídos por 18 coletividades regionais de Beja. No âmbito nacional a modalidade, segundo dizem, também esmoreceu. Resignemo-nos, porém, a um facto consumado: o pombo-correio foi, é e será um supremo motivo de orgulho para os seus dedicados amantes.


institucional diversos Diário do Alentejo n.º 1620 de 10/05/2013 Única Publicação

21 Diário do Alentejo 10 maio 2013

Diário do Alentejo n.º 1620 de 10/05/2013 Única Publicação

Diário do Alentejo n.º 1620 de 10/05/2013 Única Publicação

CARTÓRIO NOTARIAL DE SETÚBAL Notária: Maria Teresa Oliveira Certifico, para efeitos de publicação que no dia vinte e nove de Abril de dois mil e treze, neste Cartório, foi lavrada uma escritura de justificação, a folhas 88 do livro 254-A, de escrituras diversas, na qual: Joaquim Artur Plerito Carapinha, viúvo, residente na Rua Mário Viegas, Lote 44, n.° 23, em Brejos de Azeitão, Setúbal, contribuinte número 129313106 e Maria do Carmo Ginete Carapinha Morais, casada sob o regime da separação de bens com António Jorge Colaço natural da freguesia de São Lourenço, concelho de Setúbal, residente na Praceta Henrique Galvão, n.° 3, Vila Nogueira de Azeitão, em Azeitão, contribuinte número 206098553, justificaram a posse, invocando a usucapião do seguinte prédio: Prédio rústico, denominado “Enguias”, sito em Ourique, freguesia e concelho de Ourique, composto de cultura arvense e quatro oliveiras terras de semeadura, com a área de dezoito mil metros quadrados, que confronta do norte com João Celerinda e outros, do sul com Ribeiro, do nascente com Acácio Colaço e do poente com Carlota Maria, descrito na Conservatória do Registo Predial de Ourique, sob o número dois mil oitocentos e um, da referida freguesia, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 19 Secção R. Está conforme. Cartório Notarial sito na Avenida 22 de Dezembro número 21-D em Setúbal, 29 de Abril de 2013. A notária Maria Teresa Oliveira

Diário do Alentejo n.º 1620 de 10/05/2013 Única Publicação

CENTRO DE APOIO A IDOSOS DE MOREANES

CONVOCATÓRIA 1. Nos termos do artº 29º nº 2 alínea b) dos Estatutos,CONVOCO os associados do CAIM – Centro de Apoio a Idosos de Moreanes para a Assembleia Geral Ordinária, a realizar no dia 25 de Maio de 2013, pelas 15:00 horas, na Sede Social, em Moreanes, com a seguinte: ORDEM DE TRABALHOS Ponto 1. Apreciação e votação da ata de 15 de Dezembro Ponto 2. Apreciação e votação do relatório e contas 2012 Ponto 3. Diversos 2 Caso à hora marcada não se encontrem presentes mais de metade dos associados com direito a voto, a Assembleia terá lugar meia hora depois, em conformidade com o disposto no artº 31º, nº 1 dos Estatutos, com qualquer número de associados presentes. Moreanes, 2 de Maio de 2013.

COMUNIDADE INTERMUNICIPAL ALENTEJO LITORAL

EDITAL Alexandre António Cantigas Rosa, Presidente da Mesa da Assembleia Intermunicipal da CIMAL – Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral, faz saber, nos termos do art.º 4 do Dec. Lei 54-A/99, de 22 de Fevereiro, que em reunião de 3 de maio do ano de 2013, foi aprovado o Relatório e Contas 2012. Para constar, se publica o presente que vai ser afixado nos lugares públicos do costume. Grândola, 3 de maio de 2013. O Presidente da Assembleia Intermunicipal Alexandre Rosa

CARTÓRIO NOTARIAL DE SERPA

EXTRACTO Certifico para efeitos de publicação que, no dia 23 de Abril de 2013, iniciada a folhas 41 do livro de notas número 35 - A, deste Cartório, foi lavrada uma escritura de justificação, pela qual MARIA DO ROSÁRIO PALMA VALENTE SANTOS, NIF 138.059.055, casada com Manuel Torrão Vinagre dos Santos, no regime da comunhão de adquiridos, naturais da freguesia de Vila Nova de São Bento, concelho de Serpa, onde residem na Rua Francisco Pereira Barroso, número 20, outorgando por si e ainda como procuradora e em representação de ISABEL MARIA VALENTE PALMA MOURALINHO, NIF 174.981.872, casada com Joaquim Pica Mouralinho, NIF 141.812.389, no regime da comunhão de adquiridos, naturais da dita freguesia de Vila Nova de São Bento, onde residem na Avenida da Liberdade, lote 4, e de GREGÓRIO JOSÉ VALENTE PALMA, NIF 131.135.147, casado com Joana Manuela Ferro Varela Palma, regime da comunhão de adquiridos, naturais da citada freguesia de Vila Nova de São Bento, onde residem no loteamento Cerca dos Caetanos, número 16, alega que ela e os representados, são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, em comum e sem determinação de parte ou direito, do prédio urbano de rés-do-chão e quintal, sito na “Rua Nova”, freguesia de Vila Nova de São Bento, concelho de Serpa, que confronta: do norte com Iria do Carmo, do sul com Rua Nova, do nascente com Bento Bernardo Pica, e pelo poente com Joaquim José Soares, descrito na Conservatória do Registo Predial de Serpa sob o número quatro mil setecentos e quarenta e nove, daquela freguesia, inscrito na matriz sob o artigo 238, com o valor patrimonial tributário de € 594,06, a que atribui igual. Que apesar do citado imóvel se encontrar registado na mencionada Conservatória a favor do titular inscrito Bento José Soares, viúvo, residente em Aldeia Nova de São Bento, Serpa, pela apresentação um, de vinte e seis de Outubro de mil novecentos e quarenta e seis, desconhecendo-se atualmente o seu paradeiro, tendo o mesmo e respetivos herdeiros incertos sido previamente notificados editalmente, nos termos do artigo noventa e nove, do Código do Notariado, através da notificação já arquivada neste Cartório como documento número trinta e um, no maço referente às notificações avulsas do ano corrente, é pertença dela e dos seus representados. Que o referido imóvel fazia parte do património de sua mãe Maria do Rosário Valente, com o NIF de herança 709.981.783, falecida no dia vinte de Outubro de dois mil e doze, no estado de viúva de Francisco Palma Valente, tendo-lhe sucedido como únicos herdeiros três filhos, a outorgante Maria do Rosário Palma Valente Santos e os representados Gregório José Valente Palma e Isabel Maria Valente Palma Mouralinho, como consta da escritura de habilitação lavrada hoje, neste Cartório, a folhas quarenta, deste livro de notas, e veio à posse daquela Maria do Rosário Valente por o haver adquirido ao titular inscrito Bento José Soares, através de compra verbal, efetuada em dia e mês que ignora do ano de mil novecentos e setenta e cinco, tendo pago o ajustado preço, não tendo sido celebrada a competente escritura pública, motivo pelo qual os justificantes não são detentores de qualquer documento formal que legitime o seu domínio sobre o mesmo. Porém, desde aquela data ano de mil novecentos e setenta e cinco e sem interrupção, a referida Maria do Rosário Valente entrou na posse do citado imóvel, habitando-o e usufruindo de todas as suas utilidades e suportando os respetivos ‘impostos e encargos, tendo adquirido e mantido a sua posse sem a menor oposição de quem quer que fosse e com conhecimento de toda a gente, agindo sempre por forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, tendo, por isso, uma posse pública, pacifica, contínua e de boa-fé, que durou até à morte daquela Maria do Rosário Valente, posse essa continuada pelos ora justificantes após a sua morte com as mesmas características, que por sucessão na posse, que dura à mais de vinte anos, o adquiriram por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, documento algum que lhes permita fazer a prova do seu direito de propriedade. Que, desta forma, justifica, para ela e para os seus representados, em comum e sem determinação de parte ou direito, a aquisição do mencionado imóvel por usucapião. Está conforme o original. Cartório Notarial de Serpa, a cargo da Notária Joana Raquel Prior Neto, vinte e três de Abril de dois mil e treze. A Notária, Joana Raquel Prior Neto

A Presidente da Mesa da Assembleia Geral Drª Maria José Lourenço Henrique Diário do Alentejo n.º 1620 de 10/05/2013 Única Publicação

ASSEMBLEIA GERAL DO CORO DE CÂMARA DE BEJA

CONVOCATÓRIA Ao abrigo da alínea b) do Artº 4ºdos Estatutos, convoco a Assembleia Geral do CORO DE CÂMARA DE BEJA, para se reunir, em 1ª convocatória e em sessão extraordinária, na Sala de Ensaios, sita na ex-Escola Alemã, no próximo dia 20 de Maio, pelas 20,00 horas, com a seguinte: ORDEM DE TRABALHOS: – Decisão sobre a cedência, a título de Comodato, de espaços na ex-Escola Primária do Bairro da Conceição, para Sede do Coro. Se, à hora indicada, não existir “quórum”, a Assembleia reunir-se-á 1 hora mais tarde, com qualquer número de Associados presentes. BEJA e Sede Social, 06 de Maio de 2013. O Presidente da Mesa da Assembleia Geral, Pedro Camilo de Araújo Lima de Vasconcelos

OFICINA RECTIFICAÇÕES DE CABEÇAS E DE BLOCOS (Novos preços) TESTAGENS z SERVIÇO DE TORNO z SOLDADURAS EM ALUMÍNIO z z

Encamisar blocos orçamentos com ou sem material PREÇOS SEM CONCORRÊNCIA

CASADINHO Sítio Horta de St. António Caixa postal 2601 BEJA Tm. 967318516

FÉRIAS

VENDE-SE

Monte Gordo Algarve

Camião em bom es-

T2 – Novo, per to da

tado, marca Merce-

praia, muito bem equi-

des Benz, 153 000km,

pado, Grandes áreas.

equipado com tesoura

ALUGA-SE

Ar condicionado e varanda.

tribasculante, travão

Apartamento semimobilado em Beja,

T1 – Centro de Monte

eléctrico e conjunto de

no Centro Comercial do Lidador,

Gordo, 150 metros da praia, condominio fecha-

130m2, 4 assoalhadas – 410 € Contactar

taipais duplos.

do, com piscina. Bons Preços. O Próprio.

Contactar tm.

Contactar tms.:

pelo tm. 963888058

964117202 /919000350

919379873


saúde

22 Diário do Alentejo 10 maio 2013

Análises Clínicas

Medicina dentária

Psicologia

Dr.ª Heloisa Alves Proença Médica Dentista

Dr. Fernando H. Fernandes Dr. Armindo Miguel R. Gonçalves Horários das 8 às 18 horas; Acordo com beneficiários da Previdência/ARS; ADSE; SAMS; CGD; MIN. JUSTIÇA; GNR; ADM; PSP; Multicare; Advance Care; Médis FAZEM-SE DOMICÍLIOS Rua de Mértola, 86, 1º Rua Sousa Porto, 35-B Telefs. 284324157/ 284325175 Fax 284326470 7800 BEJA

Cardiologia

RUI MIGUEL CONDUTO Cardiologista - Assistente de Cardiologia do Hospital SAMS CONSULTAS 5ªs feiras CARDIOLUXOR Clínica Cardiológica Av. República, 101, 2ºA-C-D Edifício Luxor, 1050-190 Lisboa Tel. 217993338 www.cardioluxor.com Sábados R. Heróis de Dadrá, nº 5 Telef. 284/327175 – BEJA MARCAÇÕES das 17 às 19.30 horas pelo tel. 284322973 ou tm. 914874486

MARIA JOSÉ BENTO SOUSA e LUÍS MOURA DUARTE

Exclusividade em Ortodontia (Aparelhos) Master em Dental Science (Áustria) Investigadora Cientifica - Kanagawa Dental School – Japão Investigadora no Centro de Medicina Forense (Portugal)

FERNANDA FAUSTINO

Clínica Geral

Técnica de Prótese Dentária Vários Acordos

Fisioterapia

Centro de Fisioterapia S. João Batista

Rua General Morais Sarmento. nº 18, r/chão Telef. 284326841 7800-064 BEJA

Rua Bernardo Santareno, nº 10 Telef. 284326965 BEJA

DR. JOSÉ BELARMINO Clínica Geral e Medicina Familiar (Fac. C.M. Lisboa) Implantologia Oral e Prótese sobre Implantes (Universidade de San Pablo-Céu, Madrid)

Drª Elsa Silvestre

Drª M. Carmo Gonçalves

Tratamentos de Fisioterapia Classes de Mobilidade Classes para Incontinência

Reeducação do Pavimento

meio aquático

Psiquiatria

Acordos com A.D.S.E., CGD,

Multicare, Allianze,

PARADELA OLIVEIRA

Seguros/Acidentes

Psiquiatra no Hospital

Medis, Advance Care,

de trabalho, A.D.M., S.A.M.S.

de Beja

Marcações pelo 284322446;

Consultas às 6ªs feiras a partir das 8:30 horas na Policlínica de S. Paulo Rua Cidade S. Paulo, 29 Marcações pelo tel. 284328023 BEJA

Fax 284326341

CLÍNICA MÉDICA ISABEL REINA, LDA.

R. 25 de Abril, 11 cave esq. – 7800 BEJA

Cirurgia Maxilo-facial

Obstetrícia, Ginecologia, Ecografia

DR. MAURO FREITAS VALE

CONSULTAS 2ªs, 3ªs e 5ªs feiras

Prótese/Ortodontia

284323028

Rua Zeca Afonso, nº 16 F Tel. 284325833

25r/c dtº Beja

Medicina dentária

Terapeuta da Fala VERA LÚCIA BAIÃO

Luís Payne Pereira Médico Dentista

Consultas em Beja CLINIBEJA – 2.ª a 6.ª feira Rua António Sardinha, 25, r/c esq.

Consultas em Beja Clínica do Jardim Praça Diogo Fernandes, nº11 – 2º Tel. 284329975

Rua António Sardinha, 3 1º G 7800 BEJA

Urologia

Dermatologia

TERESA ESTANISLAU CORREIA MÉDICA DERMATOLOGISTA Consultas às 4ª feiras tarde e sábado MARCAÇÃO DE CONSULTAS: Diariamente, dias úteis: Tel: 218481447 Lisboa 4ª feiras: 14h30 – 19h Tel: 284329134 Beja e.mail: clinidermatecorreia@ gmail.com Rua Manuel António de Brito nº 4 1ºFte

7800- 544 - BEJA

(Edifício do Instituto do Coração, frente ao Continente)

Cirurgia Vascular

Urologia

HELENA MANSO CIRURGIA VASCULAR TRATAMENTO DE VARIZES Convenções com PT-ACS CONSULTÓRIOS: Beja Praça António Raposo Tavares, 12, 7800-426 BEJA Tel. 284 313 270 Évora CDI – Praça Dr. Rosado da Fonseca, 8, Urb. Horta dos Telhais, 7000 Évora Tel. 266749740

AURÉLIO SILVA UROLOGISTA

Hospital de Beja Doenças de Rins e Vias Urinárias Consultas às 6ªs feiras na Policlínica de S. Paulo Rua Cidade S. Paulo, 29 Marcações pelo telef. 284328023

BEJA ▼

Dr. José Loff

Marcações pelo telefone 284321693 ou no local

Rua António Sardinha,

Fisioterapia

Rua Capitão João Francisco de Sousa, 56-A – Sala 8 Marcações pelo tm. 919788155

Clínica dentária

MÉDICO DENTISTA

Consultas segundas, Marcações pelo tel.

Acordos com: ACS, CTT, EDP, CGD, SAMS. Marcações pelo telef. 284325059 Rua do Canal, nº 4 7800 BEJA

Marcações de consultas de 2ª a 6ª feira, entre as 15 e as 18 horas Rua Dr. Aresta Branco, nº 47 7800-310 BEJA Tel. 284326728 Tm. 969320100

Urinária

Estomatologia

quartas, quintas e sextas

Oftalmologista pelo Instituto Dr. Gama Pinto – Lisboa Assistente graduada do serviço de oftalmologia do Hospital José Joaquim Fernandes – Beja

Pós Mastectomia

Estomatologista (OM) Ortodontia

Ginecologia Obstetrícia Assistente Hospitalar

Consultas de 2ª a 6ª

CÉLIA CAVACO

Psicologia Clínica

Reabilitação

DR. JAIME LENCASTRE

ALI IBRAHIM

Generalista

Psicologia Educacional

JOSÉ BELARMINO, LDA.

Ginecologia/Obstetrícia

Tm. 962557043

Oftalmologia

Médico Especialista pela Ordem dos Médicos e Ministério da Saúde

Clinipax Rua Zeca Afonso, nº 6-1º B – BEJA

Drª Ana Teresa Gaspar

EM BERINGEL Telef 284998261 6ª e sábado das 14 às 20 horas

Assistente graduado de Ginecologia e Obstetrícia

LUZ

Dr. Carlos Machado

CLÍNICA MÉDICA DENTÁRIA

DR. A. FIGUEIREDO

Médico oftalmologista

Marcações a partir das 14 horas Tel. 284322503

Hidroterapia/Classes no

FAUSTO BARATA

JOÃO HROTKO

Obesidade

CONSULTAS DE OBESIDADE

MÉDICO ESPECIALISTA EM CLÍNICA GERAL/ MEDICINA FAMILIAR

Fisiatria

CONSULTAS EM BEJA 2ª, 4ª e 5ª feira das 14 às 20 horas

Especialistas pela Ordem dos Médicos e pelo Hospital de Santa Marta Assistentes de Cardiologia no Hospital de Beja Consultas em Beja Policlínica de S. Paulo Rua Cidade de S. Paulo, 29 Marcações: telef. 284328023 - BEJA

Chefe de Serviço de Oftalmologia do Hospital de Beja

GASPAR CANO

Oftalmologia

Especialista pela Ordem dos Médicos

CONSULTAS às 3ªs e 4ªs feiras, a partir das 15 horas MARCAÇÕES pelos telfs.284322387/919911232 Rua Tenente Valadim, 44 7800-073 BEJA

Pélvico

Cardiologistas

Terapia da Fala

DOENÇAS DO SISTEMA NERVOSO

Rua Manuel Antó António de Brito n.º n.º 6 – 1.º 1.º frente. 78007800-522 Beja tel. 284 328 100 / fax. 284 328 106

(Diplomada pela Escola Superior de Medicina Dentária de Lisboa)

HELIODORO SANGUESSUGA

Directora Clínica da novaclinica

Laboratório de Análises Clínicas de Beja, Lda.

Neurologia

FRANCISCO FINO CORREIA MÉDICO UROLOGISTA RINS E VIAS URINÁRIAS Marcações de 2.ª a 6.ª feira a partir das 14 horas Rua Capitão João Francisco de Sousa, n.º 20 7800-451 BEJA Tel. 284324690

Urgências Prótese fixa e removível Estética dentária Cirurgia oral/Implantologia Aparelhos fixos e removíveis VÁRIOS ACORDOS Consultas :de segunda a sexta-feira, das 9 e 30 às 19 horas Rua de Mértola, nº 43 – 1º esq. Tel. 284 321 304 Tm. 925651190 7800-475 BEJA Otorrinolaringologia

DR. J. S. GALHOZ Ouvidos,Nariz, Garganta Exames da audição Consultas a partir das 14 horas Praça Diogo Fernandes, 23 - 1º F (Jardim do Bacalhau) Telef. 284322527 BEJA


saĂşde

! " # % & " % ' " %

( % % )* +) !&, - ./ 0 /

!" # ! ! ! ! " # $%' $ ()$ * " + , ,-

Manuel Matias – Isabel Lima – Miguel Oliveira e Castro – Jaime Cruz MaurĂ­cio EcograďŹ a | Eco-Doppler Cor | Radiologia Digital MamograďŹ a Digital | TAC | Uro-TC | Dental Scan Densitometria Ă“ssea Nova valĂŞncia: Colonoscopia Virtual Acordos: ADSE; PT-ACS; CGD; Medis, Multicare; SAMS; SAMS-quadros; Allianz; WDA; Humana; Mondial Assistance; Advance Care Graça Santos Janeiro: EcograďŹ a ObstĂŠtrica Marcaçþes: Telefone: 284 313 330; Fax: 284 313 339; Web: www.crb.pt Rua Afonso de Albuquerque, 7 r/c – 7800-442 Beja e-mail: cradiologiabeja@mail.telepac.pt

CENTRO DE IMAGIOLOGIA DO BAIXO ALENTEJO ECOGRAFIA – Geral, Endocavitåria, Osteoarticular, Ecodoppler TAC – Corpo, Neuroradiologia, Osteoarticular, Dentalscan Mamografia e Ecografia Mamåria Ortopantomografia

AntĂłnio Lopes – Aurora Alves – Helena Martelo – Montes Palma – Maria JoĂŁo Hrotko – MĂŠdicos Radiologistas – Convençþes: ADSE, ACS-PT, SAD-GNR, CGD, MEDIS, SSMJ, SAD-PSP, SAMS, SAMS QUADROS, ADMS, MULTICARE, ADVANCE CARE, ULSBA (SNS) HorĂĄrio: de 2ÂŞ a 6ÂŞ feira, das 8 Ă s 19 horas e aos sĂĄbados, das 8 Ă s 13 horas Av. Fialho de Almeida, nÂş 2 7800 BEJA

Telef. 284318490 Tms. 960284030 ou 915529387

Dr. SidĂłnio de Souza – Pneumologia/Alergologia/ Desabituação tabĂĄgica – H. Pulido Valente Dr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva – Instituto PortuguĂŞs de Reumatologia de Lisboa Dr.ÂŞ VerĂłnica TĂşbal – Nutricionismo – H. de Beja Dr.ÂŞ Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de Beja Dr. Francisco Barrocas – Psicologia ClĂ­nica/Terapia Familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo. Dr. RogĂŠrio Guerreiro – Medicina preventiva – Tratamento inovador para deixar de fumar Dr. Gaspar Cano – ClĂ­nica Geral/ Medicina Familiar Dr.ÂŞ NĂ­dia Amorim – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação Dr. SĂŠrgio Barroso – Especialista em Oncologia – H. de Beja DrÂŞ Margarida Loureiro – Endocrinologia/Diabetes/ Obesidade – Instituto PortuguĂŞs de Oncologia de Lisboa Dr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias UrinĂĄrias – H. Beja Dr. Daniel Barrocas – Psiquiatria – Hospital de Évora Dr.ÂŞ LucĂ­lia Bravo – Psiquiatria H.Beja , Centro Hospitalar de Lisboa (H.JĂşlio de Matos). Dr. Carlos Monteverde – Medicina Interna, doenças de estĂ´mago, fĂ­gado, rins, endoscopia digestiva. Dr.ÂŞ Ana Cristina Duarte – Pneumologia/ Alergologia RespiratĂłria/Apneia do Sono Dr.ÂŞ Isabel Santos – Psiquiatria de Infância e AdolescĂŞncia/Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo Dr.ÂŞ Paula Rodrigues – Psicologia ClĂ­nica – Hospital de Beja Dr.ÂŞ LuĂ­sa Guerreiro – Ginecologia/ObstetrĂ­cia Dr. LuĂ­s Mestre – Senologia (doenças da mama) – Hospital da Cuf – Infante Santo Dr. Jorge AraĂşjo – EcograďŹ as ObstĂŠtricas Dr.ÂŞ Ana MontalvĂŁo – Hematologia ClĂ­nica /Doenças do Sangue – Hospital de Beja Dr.ÂŞ Ana Cristina Charraz – Psicologia ClĂ­nica – Hospital de Beja Dr. Diogo Matos – Dermatologia – Hospital Garcia da Orta. Dr.ÂŞ Madalena Espinho – Psicologia da Educação/ Orientação Vocacional Dr.ÂŞ Ana Margarida Soares – Terapia da Fala Dr.ÂŞ Maria JoĂŁo Dores – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação Enfermeira Maria JosĂŠ Espanhol – Enfermeira especialista em saĂşde materna/Cuidados de enfermagem na clĂ­nica e ao domicĂ­lio/Preparação prĂŠ e pĂłs parto/amamentação e cuidados ao recĂŠmnascido/Imagem corporal da mĂŁe – H. de Beja Marcaçþes diĂĄrias pelos tels. 284 322 503 Tm. 91 7716528 | Tm. 916203481 Rua Zeca Afonso, nÂş 6, 1Âş B, 7800-522 Beja Clinipaxmail@gmail.com www.clinipax.pt

ClĂ­nica MĂŠdico-DentĂĄria de S. FRANCISCO, LDA. GerĂŞncia de Fernanda Faustino Acordos: SAMS, ADMG, PSP, A.D.M.E., Portugal Telecom e Advancecare

Rua General Morais Sarmento, nÂş 18, r/chĂŁo; TEL. 284327260 7800-064 BEJA

23 DiĂĄrio do Alentejo 10 maio 2013


necrologia diversos

24 Diário do Alentejo 10 maio 2013

Serpa PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

BERINGEL

BEJA

FIGUEIRA DE CAVALEIROS

Joaquim Afonso dos Reis

†. Faleceu o Exmo. Senhor MANUEL FRANCISCO PATOLA PARREIRA, de 50 anos, natural de Beringel - Beja, solteiro. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 02, da Casa Mortuária de Beringel, para o cemitério local.

†. Faleceu a Exma. Senhora D. GERTRUDES CAROLINA BURRICA CAIXINHA, de 91 anos, natural de Nossa Senhora das Neves - Beja. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 04, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

†. Faleceu a Exma. Senhora D. INGLANTINA PEREIRA MATEUS, de 74 anos, natural de Figueira dos Cavaleiros - Ferreira do Alentejo, viúva. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 05, da Casa Mortuária de Figueira dos Cavaleiros, para o cemitério local.

BEJA / FERREIRA ALENTEJO

CABEÇA GORDA

BERINGEL

5.º Ano de Eterna Saudade Há já cinco anos que partiste, mas continuas mais vivo do que nunca nos nossos corações e memórias. Tua mulher, teus filhos e nora recordam-te todos os dias e têm cada vez mais saudades da tua presença. Será rezada missa pelo seu eterno descanso no próximo domingo, dia 12 de maio, pelas 11 e 30 horas, na Igreja Paroquial de Salvada.

MISSA DO 30º DIA

Conceição Maria do Nascimento Netos, irmão, sobrinhos e restante família cumprem o doloroso dever de participar o falecimento da sua ente querida ocorrido no dia 16/04/2013, e na impossibilidade de o fazerem individualmente vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que a acompanharam à sua última morada ou que de outra forma manifestaram o seu pesar.

AGÊNCIA FUNERÁRIA SERPENSE, LDA Gerência: António Coelho Tm. 963 085 442 – Tel. 284 549 315 Rua das Cruzes, 14-A – 7830-344 SERPA

MISSA †. Faleceu a Exma. Senhora D. MARIA DE LURDES FERREIRA DOS REIS, de 87 anos, natural de São Bartolomeu Coimbra, viúva. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 06, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério de Ferreira do Alentejo, onde foi cremada.

†. Faleceu o Exmo. Senhor APRÍGIO PICADO DIAS, de 72 anos, natural de Sines, solteiro. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 06, da Casa Mortuária da Cabeça Gorda, para o cemitério local.

†. Faleceu a Exma. Senhora D. MARIANA SANTOS VENTURA CARAPINHA, de 95 anos, natural de Beringel - Beja, viúva. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 07, da Casa Mortuária de Beringel, para o cemitério local.

Raquel da Conceição Santos Galamba Guerreiro 1.º Mês de Eterna Saudade

ASSINATURA Praceta Rainha D. Leonor, Nº 1 – Apartado 70 - 7801-953 BEJA • Tel 284 310 164 • E-mail publicidade@diariodoalentejo.pt Redacção: Tel 284 310 165 • E-mail jornal@diariodoalentejo.pt Desejo assinar o Diário do Alentejo, com início em _______________, na modalidade que abaixo assinalo: Assinatura Anual (52 edições):

País: 28,62 €

Estrangeiro: 30,32 €

Assinatura Semestral (26 edições):

País: 19,08 €

Estrangeiro: 20,21 €

Envio Cheque/Vale Nº___________________ do Banco _____________________________________ Efectuei Transferência Bancária para o NIB 0010 00001832 8230002 78 no dia ___________________ Nome _______________________________________________________________________________ Morada ______________________________________________________________________________ Localidade ___________________________________________________________________________ Código Postal ________________________________________________________________________ Nº Contribuinte ________________________Telefone / Telemóvel ______________________________ Data de Nascimento __________________________________ Profissão _________________________

*A assinatura será renovada automaticamente, salvo vontade expressa em contrário* Cheques ou Vales Postais deverão ser emitidos a:

AMBAAL – Associação de Municípios do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral

Associação Humanitária dos Dadores de Sangue de Beja

Dê SANGUE dê VIDA

Seu esposo, filhos e irmão participam a todas as pessoas de suas relações e amizade que será celebrada missa pelo eterno descanso da sua ente querida no dia 12/05/2013, domingo, pelas 18 e 30 horas, na igreja da Sé, em Beja, agradecendo desde já a todos os que se dignarem assistir ao piedoso ato.

Custódia Maria Cabrita Palma 1.º Ano de Eterna Saudade Marido, filhos e netos participam a todas as pessoas de suas relações e amizade que será celebrada missa pelo eterno descanso da sua ente querida no dia 14-05-2013, terça-feira, às 19 horas, na igreja do Salvador, em Beja, agradecendo desde já a todos os que se dignarem comparecer ao ato religioso.


diversos

25 Diário do Alentejo 10 maio 2013

Diário do Alentejo n.º 1620 de 10/05/2013 Única Publicação

CÂMARA MUNICIPAL DE MÉRTOLA

Candidaturas Abertas

AVISO N.º 59/2013

Último Concurso

Procedimento de Concurso público para concessão do direito de exploração do Estabelecimento de Bebidas do Parque Desportivo e de Lazer Municipal Para efeitos de publicidade do programa do procedimento do concurso, informa-se que se encontra aberto, até ao dia 22 de Maio, sob as condições fixadas no programa de concurso e caderno de encargos e edital n° 53/2013. Durante o período do concurso, todos os interessados podem consultar o referido programa de concurso e caderno de encargos, na Secção de Contabilidade, Aprovisionamento e Património, no horário das 9h às 12h e das 14h às 16h, ou ainda através da internet em www.cm-mertola.pt. O ato público de abertura das propostas terá lugar no Salão Nobre da Câmara Municipal, no dia 23 de Maio, pelas 11 horas.

De 20 de Maio a 28 de Junho de 2013 GAL PRÓ-RURAL

EIXO 3 – DINAMIZAÇÃO DAS ZONAS RURAIS 3.1 - Diversificação da economia e criação de emprego 3.1.1 - Diversificação de atividades na exploração agrícola 3.1.2 - Criação e desenvolvimento de microempresas 3.1.3 - Desenvolvimento de atividades turísticas e de lazer

Município de Mértola, 8 de Maio de 2013. O Presidente da Câmara Municipal, Jorge Paulo Colaço Rosa

3.2 - Melhoria da qualidade de vida 3.2.1 - Conservação e valorização do património rural 3.2.2 - Serviços básicos para a população rural Consulte os Avisos de Abertura do Concurso: www.alentejoxxi.pt Mais informações contacte: 284 318 395


EDP vai oferecer três sistemas de microgeração a IPSS

Diário do Alentejo 10 maio 2013

26

Empresas

A EDP vai oferecer três sistemas de microgeração solar fotovoltaica a IPSS nacionais, através de um concurso que foi lançado no início do ano em parceria com a Entrajuda. As duas IPSS mais votadas e uma selecionada pelo júri do concurso receberão um sistema de microgeração EDP. A votação, que já teve início, termina no próximo dia 12, no sítio www.edp.pt. Uma campanha cujo mote é “Há sol em solidariedade”.

BPI vai atribuir um milhão de euros a instituições de solidariedade Na sua quarta edição, o prémio BPI Capacitar vai apoiar projetos que promovam a melhoria da qualidade de vida e a inclusão social das pessoas com deficiência ou incapacidade permanente. Já o prémio BPI Seniores é uma nova iniciativa destinada a apoiar projetos que promovam a integração social e o envelhecimento ativo de pessoas com idade superior a 65 anos. Neste âmbito, o BPI vai apoiar no total de um milhão de euros instituições selecionadas com base na qualidade técnica dos projetos apresentados. As candidaturas deverão ser apresentadas até 15 de junho.

Esporão vence prémio internacional de sustentabilidade

Arte A Ar r te do Vi Vinh nh ho o,, u uma ma t sq ta squi uiinh uin nha q qu ue al alia ia o rú rúst úst stic icco ao o mo od derrno no,, ab bri riu iu reecceenttemen eem men ente ente te em Vid Vi diig iggu uei eiraa, lo ocaalilida lida dade ade de que fo qu foi el elei eeiita ta ““Ci Ciida Cida d dee do V do Vin in nho ho 2 201 013” 01 3”, 3” um m títtul u o at atri r bu b ído íd do pela pe la Assssoc ocia ciaaçãão dee Mun nicíp ípio ios io os Po orttugue ues ue eses. ses.. se

A herdade do Esporão venceu o altamente disputado e prestigiado prémio “Sustainability of the year award” nos “The Drinks Business Green Awards 2013”, tendo concorrido com empresas de referência a nível mundial em práticas de sustentabilidade. A “Drinks Business”, revista inglesa e uma das publicações de bebidas mais lidas na Europa, destacou o Esporão pela sua abordagem holística na adaptação de uma gestão de resíduos, a preservação de 189 castas de uva num campo ampelográfico, a criação de corredores de vida selvagem, a não utilização de pesticidas e fungicidas e a gestão florestal para aumentar a biodiversidade. Destacou também o facto de o Esporão utilizar materiais biodegradáveis nos edifícios, apostar na formação dos seus funcionários e ainda adotar um Código de Ética Empresarial, abordando a questão da sustentabilidade económica.

Institutoptico abre nova ótica em Aljustrel

Uma tasquinha que alia o rústico ao moderno

Arte do Vinho abriu em Vidigueira Situada em pleno coração da localidade que ostenta este ano o título de “Cidade do Vinho”, a tasquinha Arte do Vinho é o mais recente espaço de Vidigueira. Aliando o rústico ao moderno, incorpora um conceito que vai muito para além das simples tascas portuguesas a que se está habituado. Apresenta as típicas tapas com produtos da região juntamente com a imagem de marca da terra – o vinho. Publireportagem Sandra Sanches

A

briu no dia 21 de março e já deu muito que falar. Carlos Caeiro não hesitou quando pensou em implementar um negócio desta natureza. A simpatia do proprietário, juntamente com a dos seus colaboradores, ajudam a completar o ambiente que se vive entre aquelas paredes. Reunir-se numa taberna para beber uma cerveja ou outra bebida alcoólica é uma tradição de longa data e Carlos Caeiro ainda lembra o tempo em que era “miúdo” e acompanhava o avô na ida à taberna. Atualmente, o “gosto especial que tenho por estes andamentos”, juntamente com a ligação ao cante alentejano e o facto de estar desempregado, foram as

alavancas para o surgir desta tasquinha. É um espaço rústico, totalmente decorado com objetos antigos, entre talhas de barro, ceifões e alfaias. O proprietário pensou em tudo e refere que são objetos de avós, tios e conhecidos, já sem utilidade nos dias que correm, mas que agora, expostos, “têm outra graça”. É na Arte do Vinho, espaço ideal para saborear uns petiscos, que Carlos Caeiro oferece ao cliente tapas à base dos produtos da região, como linguiças, chouriços, catalões, farinheiras, queijos e, como não poderia deixar de ser, a magnífica essência da terra – o vinho. Carlos teve o especial cuidado de trabalhar com produtores da região, escolhendo néctares de Vila de Frades, Oriola, Vila Alva e Vidigueira. Os preços dos petiscos são acessíveis – desde um euro e meio até aos três euros – sendo ideia do empresário criar “uma facilidade para as pessoas saírem de casa”. Ainda que muito recente, a tasquinha já conta com uma recetividade positiva, o que leva Carlos Caeiro a pensar no próximo passo, já a curto prazo: fazer duas talhas de vinho (cerca de 1200 litros), uma de tinto e outra de branco. Contrariamente ao que o empresário pensava, a geração mais nova que por lá passa, ao invés da habitual cerveja, prefere o tradicional

copo de vinho, branco ou tinto. Às sextas-feiras e sábados o ambiente ainda se torna mais animado, oferecendo aos clientes música ao vivo, o que, no seu ver, “torna o petisco mais animado”. O empresário considera que Vidigueira já necessitava de algo assim, dado o destaque que o vinho tem na localidade. Questionado ainda pelo “Diário do Alentejo” quanto ao que distingue esta taberna, Carlos Caeiro aponta as talhas próprias de adegas e ainda a possibilidade de o cliente levar o seu próprio “farnel”, consumindo apenas a bebida. De sorriso nos lábios, adianta ainda que está consciencializado para a época baixa que se aproxima com o verão e que irá preparar-se para o inverno que, desde já, parece prometer. O senhor Manuel, que por ali passou para beber “um copinho”, diz lembrar-se daquele espaço na década de 70 e até princípios dos anos 80, e mostra-se “satisfeito” pela reabertura do espaço, agora com um requinte próprio da nova geração que Carlos conseguiu atribuir-lhe. Enquanto o senhor Manuel bebe o seu copo, Carlos Caeiro já prepara o petisco para o próximo cliente, figurando na mesa um queijo fresco, coberto com um fio de azeite e orégãos q.b.

Foi no passado dia 7 que o Institutoptico inaugurou mais uma loja, desta vez em Aljustrel. A nova ótica prossegue o intuito do Institutoptico em alargar a sua rede de óticas tradicionais ao todo nacional, sempre frisando os objetivos do aperfeiçoamento técnico e de serviço. Em Aljustrel, o grupo disponibilizará várias consultas, de acuidade visual, refração ocular, contactologia, tonometria e optometria. Para além destes serviços, a nova ótica de Aljustrel terá disponível o cartão de crédito Institutoptico Credit e o cartão de saúde Institutoptico SevenCare Vision. Captar novos sócios e aderentes, como garantia do crescimento sustentado, é um dos grandes objetivos do Institutoptico para 2013.

Abriu em Beja Horizonte Infinito Nas instalações da antiga agência de viagens Vibo, agora encontramos a Horizonte Infinito, também ela agência de viagens. A pensar nos seus clientes, a sócia gerente, uma profissional qualificada com mais de 14 anos de experiência no setor, apresenta preços muito competitivos, pelo que apela para que as pessoas não deixem de contactar a Horizonte Infinito antes de contratar as suas viagens. Completamente independente desde março do presente ano, a agência “não depende de estratégias comerciais de quem quer que seja”. No entanto, associa-se à maior associação de agências de viagens independentes da Península Ibérica e continua a operar com todos os agentes do mercado, mas agora com preços ainda mais competitivos.


A Biblioteca Manuel José do “Tojal”, em Vila Nova de Santo André, conta com a exposição da ilustradora Maria João Lopes, no âmbito da VIII Edição Contos Traquinas pelas Esquinas. Autora de duas obras infantis, A Professora de Música e Vou Ter um Irmão, tem também desenvolvido trabalho como ilustradora para outros autores, como Luisa Ducla Soares, António Torrado e Alice Vieira. Não percas.

27 Diário do Alentejo 10 maio 2013

Contos Traquinas contam com exposição de Maria João Lopes

Pais Nós sabemos que vivemos tempos de grande correria e que nem sempre a disposição é a melhor, mas pequenos mimos destes fazem-nos sentir mais próximos dos pequenotes.

Dica da semana À solta Deixamos-te mais uma dica para reaproveitar alguns objetos que o destino seria de certeza o do lixo.

A dica desta semana é sobre o site “small hands, big art” onde vais encontrar inúmeras ideias não só para os mais pequenos como para jovens adultos. Dividido por temas e idades podes encontrar vários tutoriais que tanto podem ser para passares uma tarde diferente como para animar a tua festa de aniversário. Explora bem as possibilidades que o site oferece. http://smallhandsbigart.com

A páginas tantas... Se associas o nome Planeta Tangerina a livros para pequeninos, desengana-te. Irmão Lobo é o segundo título da coleção Dois Passos e Um Salto dedicado a leitores mais crescidos. Com texto de Carla Maia de Almeida e ilustrações de António Jorge Gonçalves, Irmão Lobo é uma história narrada a duas vozes e retrata uma família que se vê obrigada a mudar de vida. As duas vozes que se cruzam são a da personagem quando tinha oito anos e agora já adolescente. Os acontecimentos vividos por Bolota, quando era pequena, são agora contados já meio esbatidos pela memória, mas também com um sentido crítico de quem já tem 15 anos. Estas duas leituras são intensificadas pela gama de cores usada pelo ilustrador, passando de páginas quase brancas para o azul e preto.


28 Diário do Alentejo 10 maio 2013

A Amêndoa é uma cachorrinha com pouco mais de um mês. Recolhida das ruas, andava com mais uma cachorrinha da mesma ninhada e com a sua mãe à procura de alimento, correndo imensos perigos…Está numa família de acolhimento temporário mas procura um lar definitivo onde seja muito mimada. Vai ser de porte médio. Contactem o Cantinho dos Animais de Beja para a conhecerem! Em adulta é esterilizada pela associação. Contactos: 962432844; sofiagoncalves.769@hotmail.com

Comer Cozido de grão com perdiz e hortelã

Preparação: Num tacho coloque azeite, cebola picada, alho picado, louro e presunto. Deixe refogar um pouco e junte as perdizes cortadas aos quartos, um pouco de sal e pimenta. Adicione o vinho branco e, de seguida, água até cobrir as perdizes. Deixe ferver lentamente. A meio da cozedura junte as cenouras aos cubos. Quando estiver a carne quase cozida junte o nabo aos cubos e o grão. Retifique os temperos e no final junte a hortelã. Sirva sobre fatias de pão e bom apetite…

António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora

Viagens e outras viagens

O

Boa vida

Ingredientes para quatro pessoas: 4 perdizes; 400 gr. de grão ( já cozido); 100 gr. de presunto aos cubos; 4 dentes de alho; 1 folha de louro; 2 cebolas médias; 1 cenoura; 2 nabos; 1 dl de azeite; 2 dl de vinho branco; q.b. de água; q.b. de sal; q.b. de pimenta branca moída; 1 molho de hortelã; q.b. de pão do dia anterior.

Letras

Toiros Garvão, ponto de encontro dos aficionados

A

vila de Garvão, no concelho de Ourique, tem vindo a afirmar-se de ano para ano como um pólo de concentração para os aficionados do Baixo Alentejo. Com a bem cuidada Praça de Toiros Dr. António Semedo como palco central, as corridas aí realizadas têm sido de “praça cheia” e este ano tudo aponta para que tal volte a acontecer, com a presença dos cavaleiros Joaquim Bastinhas, Tito Semedo e Marcos Bastinhas na tarde de amanhã, sábado. O município de Ourique associa-se a esta corrida prestando homenagem aos cavaleiros Joaquim Bastinhas, pelos 30 anos de alternativa, e Tito Semedo, pelos seus 20 anos de alternativa. As pegas estarão a cargo dos forcados de Cascais, Póvoa de São Miguel e Beja, que disputam entre si o troféu Município de Ourique para Melhor Grupo em Praça. Nesta tarde lida-se um imponente curro de toiros enviados pela ganadaria de herdade de Pégoras. Ainda hoje, sexta-feira, os aficionados podem assistir ao I Concurso de Cavalos de Toureio de Garvão. A iniciativa decorre no âmbito da edição de 2013 da Feira de Garvão, em parceria com a Associação de Puro Sangue Lusitano, e com o apoio técnico do Dr. António Raul Brito Pais, e será uma prova aberta à participação de cavalos que não tenham atuado em praça e com inscrições grátis. Com esta iniciativa a organização pretende estimular e apoiar as atividades equestres, criando no espaço da Feira de Garvão um conjunto de atividades centradas nos cavalos. Assumindo-se cada vez mais como um evento de grande dinamização económica do concelho de Ourique e da região, a Feira de Garvão 2013 conta ainda com muita animação, tasquinhas, gastronomia e concursos. Destaque, ainda, para a inauguração do Parque de Feiras e Leilões de Garvão – José Cândido Nobre, nome incontornável na consolidação da Feira de Garvão, numa vida que foi dedicada à valorização do mundo rural, cujo reconhecimento da Câmara Municipal de Ourique ficará sempre registado. Vítor Morais Besugo

livro de viagens de Tabucchi (19432012) termina num mapa dos lugares visitados. Antes de nos pôr “a caminho”, porém, este italiano que tanto amou Pessoa e a sua geografia, escreve-nos sobre o gostar de ler “a viagem no rosto dos outros”. Há um encantamento na viagem que se derrama sobre o viajante e terá – certamente que também tem – a ver com a compressão de vivências e a aceleração das emoções com o deslocamento, o estar em trânsito. Viajar comprime o tempo e multiplica os sentidos e a aprendizagem. É essa compressão e dilatação que se estampa na cara dos viajantes tal como desprendimento, rapidez e leveza são as marcas dos nómadas. Todas estas qualidades estão presentes nos pequenos textos deste caderno de viagens que é um caderno de vida. Viagens e outras viagens organiza-se em função das “viagens com objetivo” – da Europa para o mundo, são sempre cidades com história(s) -; da passagem pela Índia, antes do “caderno australiano” e das viagens por Portugal – com passagem também pelo Alentejo – e encerra com viagens inspiradas e tendo em mente outras pessoas – como “Na Grécia com Sophia” ou “Com Borges nas ruas de Buenos Aires”. O caderno de viagem de Tabucchi ilustra o que o poeta grego Kavafis condensou no poema “Ítaca”. Chegar a Ítaca é secundário. “Ítaca não te iludiu/Se a achas pobre./Tu te tornaste sábio, um homem de experiência./E, agora, sabes o que significam Ítacas.”. É a viagem que importa e a viagem é vida. Maria do Carmo Piçarra

Antonio Tabucchi D. Quixote 15,90 euros 256 págs.

João Firmino – “A Nate Wooley / Christian Weber / Paul Lytton – “Six Feet Under” Nate Wooley (trompete), Christian Weber (contrabaixo) e Paul Lytton (bateria). Editora: NoBusiness Records Ano: 2012

Jazz Nate Wooley Christian Weber Paul Lytton “Six Feet Under”

O

trompetista norte-americano Nate Wooley tem vindo em diversos momentos a explanar a sua propensão para dar azo ao fascínio especial que sente pelo formato de trio, pelos desafios que este lhe coloca e pelas conexões particulares que nele se podem articular. Concretizando esse desígnio, “Six Feet Under” reúne um trio formado por Wooley – uma das maiores forças trompetísticas do presente –, o contrabaixista Christian Weber e o veterano baterista/percussionista Paul Lytton. O disco conheceu edição limitada em vinil pela lituana NoBusiness Records, selo com um peso específico cada vez mais significativo no domínio do jazz de feição mais avançada e da música improvisada. Todo o disco é perpassado pelo tema da morte, o que é atestado não só pelo seu título e pelos das respetivas peças, como, sobretudo, e de forma evidente, pelas atmosferas soturnas que marcam a maior parte delas. A peça de abertura, “Pushing Up Daisies”, inicia-se com o trompete efervescente de Wooley, acolitado pelas tapeçarias urdidas por Weber e Lytton. O contrabaixista revela uma notável capacidade para atentar nas deambulações do trompetista, jogos estes complementados pelas texturas delicadas que o baterista engendra. A atmosfera lúgubre de “Moribund” é adensada pela utilização, excelente, do arco por parte de Weber, que acentua mais ainda a tensão dramática da peça. Com os seus quase 17 minutos de duração, “La Grande Mort” é a peça central do disco, uma longa ruminação abstratamente negra, ao ponto de não se conseguir fazer o “quem é quem” dos sons que nela se escutam (quem está a percutir o quê ou quem está a soprar o quê...). A fechar, “Check Out Time (The End)”, mantém o negrume, até ao longo fade-out... Um disco muito interessante, definitivamente marcado pelo génio criativo de Wooley. António Branco


Ana Maria Baptista – Beja Taróloga – Método Maya Gabinete aberto (jardim do Bacalhau) Contacto para marcação de consultas: Telemóvel: 968117086 E-mail: missbeja@yahoo.com Características dos nativos de

Touro

Os nativos de Touro gostam de estabilidade e de comodidade. São carinhosos e pacientes, mas tendem a ser teimosos e possessivos. Argumentativos e egocêntricos, não se dão bem com pressões.Têm força de vontade e sentido de justiça, mas reagem mal às mudanças. Gostam de paz e tranquilidade.

Previsões – Semana de 10 a 16 de maio

Filatelia Nasceu mais uma publicação filatélica

N

uma iniciativa dos vários agrupamentos filatélicos algarvios, acaba de nascer um novo jornal, de periodicidade trimestral, dedicado ao colecionismo em geral e à f ilatelia em pa r t icu la r. Trata-se do “Mensageiro do Algarve”, que, devido aos elevados custos da sua edição em papel, está apenas disponível através da consulta na Internet, em http:// www.slideshare.net/ mensageiro2013/boletim-mensageiro-doalgarve-i, ou ainda em http://omensageirodoalgarve.blogspot.pt/. Dizem os seus responsáveis que o “Me n s a ge i ro d o Algarve” é uma obra de todos os agrupamentos filatélicos do Algarve, não só daqueles que o fizeram dar os primeiros passos como também de outros agrupamentos que entretanto se venham a formar, e queiram aderir, estando ainda aberto a outras participações de filatelistas sejam eles do Algarve ou de qualquer um outro lugar. O n ov o j or n a l aborda vários assuntos de interesse, tratados por António Borralho, Francisco Galveias e Sérgio Pedro; é da responsabilidade deste último filatelista a sua paginação e montagem. São vários os artigos cuja leitura recomendamos. Destacamos o da apresentação do jornal, o historial personalizado de cada um dos agrupamentos e um outro, publicado há 30 anos na página de filatelia do “Comércio de Portimão”, e assinado por António Borralho, “Que futuro para a filatelia no Algarve?”, que se refere ao Congresso de Turismo e à atuação dos CTT como dinamizadores de propaganda turística através dos selos.

O professor Borralho deixa a interrogação: “será que, 30 anos depois, estamos melhor?” Destacamos também a d iv u lgação das atividades exposicionais do trimestre abril/junho, e que são a “Onualgarve” (parceria Andaluzia/ A l g a r ve , a br i l – Huelva); “Turismo” (abril - Lions Clube de Portimão); “500 anos de Santo António de Arenilha” (maio – secção de colecionismo dos Bombeiros de Vi la Rea l de Santo António); “Sou Criança “, (junho – Os Amiguinhos dos Selos), uma mostra que irá apresentar as coleções que os alunos do 2.º e 4.º anos da EB 1 de Estoi estiveram a organizar, bem como a coleção de maximafilia da turma do 4.º ano (ano letivo 2011/2012) e da turma do 4.º ano (ano letivo 2012/2013), estando aberta ainda a outras coleções do tema “Criança”; e a “A Cortiça”, que terá lugar no Museu do Traje em São Brás de Alportel (junho – Núcleo de Filatelia de Faro). Em plena atividade, há presentemente cinco agremiações filatélicas e de colecionismo no Algarve. São elas a AFAL – Associação Filatélica AlentejoAlgarve; a secção filatél ic a do Lions Clube de Portimão; a secção de colecionismo da Associação Humanitária dos Bombeiros Vo l u n t á r i o s d e Vila Real de Santo António; o Núcleo de Filatelia de Faro — ATAF e o Núcleo Filatélico Juvenil “Os Amiguinhos dos Selos”. Geada de Sousa

g

a

Carneiro – (21/3 - 20/4)

Balança – (24/9 – 23/10)

O nativo deste signo estará programado para funcionar a cem à hora. A ndará numa correria para conseguir cumprir a sua agenda de trabalhos. No campo afetivo, também andará mui to acelerado: beijará velozmen te, abraçará rapidamente e amará com prontidão. Quanto à saúde, terá de tomar cuidado com a tensão arterial.

Este nativo andará sensível como a seda. Qualquer gesto ou palavra brusca poderá magoá-lo. Se alguém o quiser conquistar, terá de o tratar com suavidade e atenção. A sua elegância e serenidade atrairão olhares. Um deles tocá-lo-á par ticularmente. Qualquer sensibilidade mais suave combinará per feitamente com o seu caráter.

h Touro – (21/4 – 21/ 5)

Durante esta semana encontrará um ombro for te para repousar a alma. Amigo ou amante? O tempo o dirá. De qualquer modo a sua harmonia interior dar-lhe-á um encanto muito especial. Terá a alegria estampada no rosto, rejuvenescerá. Apoiado psicologicamente, conseguirá afirmar-se no seu meio de trabalho. Andará tranquilo!

i Gémeos – (21/ 5 – 21/6)

Este nativo estará sujeito a marés de humor. Nuns dias verá tudo cor-de-rosa; noutros, tudo a preto e branco. Ninguém sabe se irá estar no dia sim ou no dia não. O seu visual andará num rodopio; tão depressa se sentirá confor tável como não saberá o que usar. A paciência da pessoa que vive consigo chegará a um limite e terá que enfrentar rabugices domésticas.

j Caranguejo – (22/6 – 22/ 7)

Normalmente, o nativo de Caranguejo é imaginativo em privado e muito reservado em público. Nesta altura, vê-lo-emos sorrir e conversar nas festas, como se a vida social fizesse par te da sua natureza. Em casa, pelo contrário, fechar-se-á em copas como uma formiga triste. Quanto à saúde, estará a cem por cento.

k Leão – (23/ 7 – 23/8)

Ao contrário dos seus amigos, não transitará pela vida a mil à hora. Gos tará de ler, de ouvir música, de ir ao cinema. Arranjará tempo para ouvir os outros, para amar e para contemplar o pôr do sol. O seu rosto andará mais sereno e harmonioso com a beleza que vem do interior. Terapias de relaxamento serão as ideais.

l

b Escorpião – (24/10 – 22/11)

Dará nas vistas…será indiscutível. Boa figura, sofisticado, um por te irrepreensível. Mas a imagem pública não corresponderá aos seus estados de alma. Por dentro, o nativo de Escorpião parecerá um vulcão em erupção: terá comoções súbitas, rasgos de impaciência. Seja mais confiante e otimista. Quanto à saúde, terá de segurar os nervos.

c Sagitário – (23/11 – 21/12)

Um turbilhão amoroso e uma felicidade inabalável. Pois é, este mês, a sua cara-metade terá amor e paciência suficiente para concordar com as suas vontades. Socialmente, também tudo correrá pelo melhor: perderá em timidez e ganhará em protagonismo. No que respeita à saúde, o fogo do Sagitário assustará os maus espíritos assim como os vírus rebeldes.

d Capricórnio – (22/12 – 20/01)

Será um nativo de armas. Recusará a depressão e voltar-se-á para o trabalho. Não desperdiçará tempo com lamentos e passará à ação. O resultado será fantástico: alcançará a admiração e a estima das pessoas que trabalham consigo; fará outras amizades e, com tanto carinho, rejuvenescerá!

e Aquário – (21/1 – 19/2)

Inspirará a v ida e ex pirará o stress. Per tencente a um signo de Ar este nativo tem necessidade de oxigenar, de passar mais horas ao ar livre. A praia e os espaços verdes serão ambientes ideais; o ar da cidade poderá cansá-lo e ener vá-lo. Recomeçar a fazer desporto é importante a fim de harmonizar as suas energias.

Virgem – (24/8 – 23/9)

f

Inteligente, brilhante e bonito, terá também bonitos valores humanos, tais como a tolerância e a generosidade. Gozará o melhor de cada instante e será justo e leal; demasiado sério, talvez; muito exigente consigo próprio, certamente. Obviamente que com tantos bons predicados, atrairá os outros como um íman. A capacidade de comunicação será um privilégio.

Um dos acessórios mais impor tantes de um nativo de Peixes é o seu sorriso. E o seu será largo, sincero e expressivo. Terá a cor da sua alma, a tex tura da sua sensibilidade, a marca da sua personalidade. Com ele, enfrentará qualquer problema de ordem familiar ou profissional e criará novas amizades e simpatias.

Peixes – (20/2 – 20/3)

As previsões do horóscopo desta semana podem ser consultadas no programa “O seu signo” disponível em www.youtube.com/diariodoalentejotv ou no MEO kanal em 475533.

Diário do Alentejo 10 maio 2013

29


Diário do Alentejo 10 maio 2013

Gulbenkian mostra “A obra perdida de Emmerico Nunes”

“A obra perdida de Emmerico Nunes” é o título de uma exposição, com curadoria de Isabel Lopes Cardoso e J. Pedro Cavalheiro, que pode ser vista na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, até ao dia 7 de julho. A “coleção de cerca de meio milhar de desenhos, que se julgavam perdidos, realizados por Emmerico Hartwich Nunes (1888-1968) para o periódico alemão ‘Meggendorfer Blätter’, permite mostrar, pela primeira vez,

DR

30

DR

Fim de semana Centro de Artes de Sines recebe projeto Imidiwan O projeto Imidiwan (world music), que surge de uma viagem feita no final de 2010 por um dos seus elementos à África Ocidental, tendo Tombuctu, no norte do Mali, como destino, atua amanhã, sábado, pelas 22 horas, no auditório do Centro de Artes de Sines. Xina (synths e sampling) “viveu dois meses na chamada ‘porta do Sahara’ e as pessoas com quem se cruzou, principalmente da comunidade Tamashek, despertaram-lhe a vontade de partilhar a riqueza do Mali”, salienta o Centro de Artes, acrescentando que “em Tombuctu gravou paisagens sonoras, rádios locais, festas populares, performances musicais espontâneas, mas também se cruzou com nomes como Tinariwen, Bassekou Kouyaté e Khaira Harby”. Esses registos foram a inspiração para que Gustavo (baixo e efeitos) e Salsa (bateria) misturassem as suas influências e criassem os Imidiwan – “companheiros”, na língua Tamashek – e que “fundem o universo musical do Mali com o dub e a eletrónica”. Em 2012, os Imidiwan fundaram a Radio Tamashek, “emissora pirata que cruza os sons soprados do deserto do Mali com os sons de Lisboa, criando uma plataforma para difundir o trabalho de alguns artistas malianos desconhecidos do público em geral”. O espetáculo tem imagem de VJ Zorro.

“Sónia e as profissões” no Pax Julia Teatro Municipal “Sónia e as profissões”, a mais recente aposta musical do Canal Panda e da Universal Music e que representa a estreia absoluta da apresentadora Sónia Araújo como cantora, atriz e bailarina, sobe ao palco do Pax Julia Teatro Municipal, no próximo domingo, 12, pelas 15 horas. “Ao longo de 12 músicas e vídeos originais, lúdicos e pedagógicos, indicados sobretudo para crianças em idade pré-escolar, Sónia Araújo, acompanhada de um elenco, recria de forma divertida cada atividade profissional”. Professor, bombeiro, polícia, escritor, Dj, cientista, padeiro e futebolista são algumas das profissões abordadas.

um conjunto coerente da vasta obra do artista luso-alemão”, realçam os promotores da mostra, adiantando que “tanto a vida como a obra de Emmerico Nunes foram fortemente marcadas pela sua condição de artista entre pátrias, que se reflete nas duas artes que praticou com intenso e idêntico prazer: o desenho humorístico e a pintura”. Emmerico Hartwich Nunes, nascido em Lisboa, faleceu a 18 de janeiro de 1968 em Sines.

História do jazz no espaço Oficinas Arranca hoje, sexta-feira, no espaço Oficinas, em Aljustrel, o curso livre de iniciação à história do jazz “Jazz de A a Z”. A ação, que decorrerá até 4 de maio estruturada em oito sessões, sempre às sextas-feiras, é ministrada por António Branco, dinamizador do Clube de Jazz do Conservatório Regional do Baixo Alentejo. A primeira sessão, pelas 21 e 30 horas, abordará o tema “Dos campos de algodão a Nova Orleães”.

Hoje e amanhã, no Pax Julia, em Beja

Lendias apresentam “Capuchinho Vermelho”

A

Companhia de Teatro Lendias d’Encantar apresenta hoje, sexta-feira, e amanhã, sábado, na salaestúdio do Pax Julia Teatro Municipal, em Beja, mais três sessões da peça “Capuchinho Vermelho na floresta das maravilhas”, uma produção dedicada à infância e que tem por base uma série de contos e histórias que fazem parte do Plano Nacional de Leitura do 1.º ciclo do ensino básico. Os espetáculos agendados para o dia de hoje terão lugar às 10 e 30 e às 14 e 30 horas e são destinados às escolas do 1.º ciclo do ensino básico. Amanhã, sábado, haverá uma sessão às 16 horas, para o público em geral. A história começa com “um Capuchinho, outrora Vermelho, agora Cinzento (inspirada no conto de Matilde Rosa Araújo) e um Lobo Mau longe dos seus dias de glória, em que aterrorizava os habitantes da Floresta das Maravilhas. Velho e vegetariano, o Lobo vai contar ao público como, porquê e por causa de quem se deu a mudança radical de vida”, esclarece a companhia. O “Capuchinho Vermelho, enquanto chega e não chega a casa

da avó, encontra as personagens famosas das histórias e dispõe-se a ajudá-las. A Tartaruga mais lenta de toda a história das tartarugas, a Lebre mais veloz de todos os tempos, o Gepetto pai dedicado, um porco preguiçoso e simpático, um João Ratão esfomeado e poeta, uma muito embirrante Bela Adormecida e, naturalmente, um lobo feroz e desumano prestes a domesticar-se”. A Lendias d’Encantar “quer ir ao encontro dos objetivos e expectativas das escolas e do próprio Ministério da Educação”, explica a companhia, adiantando que com base no Plano Nacional de Leitura, “cosemos algumas histórias, na sua maioria bastante conhecidas, para que a interação com o público seja mais direta e este mais facilmente se sinta envolvido na ação”. A companhia de teatro refere ainda que continua “a trabalhar no sentido de criar espetáculos pedagógicos em que se alie o entretenimento ao lado mais didático do teatro”, considerando “ser essa a forma de cultivar o gosto pelo teatro nos mais novos, contribuindo para a formação de um público assíduo e exigente”.

“Ir às compras na primeira metade do século XX” “Ir às compras na primeira metade do século XX” é a proposta de mais uma edição dos Passeios de Beja, que terá lugar amanhã, sábado, pelas 17 horas, numa organização da Câmara Municipal de Beja. O passeio, com ponto de encontro marcado para o largo do Museu, será guiado por Marta Páscoa e António Barahona. “Ao longo dos séculos, Beja, como capital do Baixo Alentejo, albergava pontos de comércio difíceis de encontrar em localidades mais pequenas. Nela se abasteciam os seus habitantes, dos mais distintos aos mais humildes, bem como os muitos habitantes dos montes e aldeias vizinhas que a procuravam para vender as suas produções e adquirir o que não produziam. A primeira metade do século XX viu surgir uma série de novos artigos e também em Beja eles se vendiam, para todos os gostos e bolsas”, salienta a autarquia.

Vidigueira expõe “Testemunhos do Património do Baixo Alentejo” Inaugurada na semana passada, continua patente ao público, no Museu Municipal de Vidigueira, a exposição “Marcas do território – Testemunhos do Património do Baixo Alentejo”. A mostra, que pode ser vista até ao dia 22, dá a conhecer o património de 12 municípios do Baixo Alentejo, cujas unidades museológicas integram a Rede de Museus do Distrito de Beja. Através da sua “diversidade” e da sua “importância”, os acervos dos museus “ilustram bem a evolução do homem e a sua relação com o meio ao longo dos tempos, desde a Idade do Bronze até à atualidade”, refere a Rede de Museus do Distrito de Beja, adiantando que as referidas unidades museológicas “constituem um importante instrumento de trabalho, de investigação e de comunicação com as populações e com aqueles que visitam a região, criando uma dinâmica que contribui, de forma inequívoca, para o desenvolvimento local”.


31 Diário do Alentejo 10 maio 2013

Avião civil que fez manutenção no aeroporto de Beja já foi “kitado” com jantes de 22 polegadas e subwoofer JBL de 1 000W. Preços dos combustíveis levam adeptos do Benfica a festejar passagem à final da Liga Europa em meia rotunda. facebook.com/naoconfirmonemdesminto

A “Não confirmo, nem desminto” revela as perguntas da edição alentejana do exame de matemática do 4.º ano

Inquérito Acha bem que os pastores tenham de passar recibo por cada transação comercial efetuada?

Realiza-se, no dia de hoje, o exame de matemática do 4.º ano. A “Não confirmo, nem desminto” reproduz em exclusivo mundial algumas das questões do exame a que teve acesso, nomeadamente na sua versão alentejana: 1. João Rocha esteve 34 anos à frente da Câmara de Serpa, a cumprir mandatos de quatro anos. Quantos mandatos completou à frente da autarquia serpense? 2. Um autarca no ano eleitoral começa a fazer as obras que não fez durante o resto do mandato. Se lançar duas obras por mês, com quantas obras novas acabará esse ano? (Não te esqueças que as rotundas contam como obras). 3. Uma família vai para a praia da Zambujeira. O pai está no desemprego e a mãe faz uns biscates. Eles só têm seis euros para gastar nas férias em comida. Se um papo-seco custa 17 cêntimos e uma lata de atum custa 79, quantas sandes ranhosas é que eles vão poder comer durante as férias?

JORGE MOLEJA, 43 ANOS Pastor e pessoa que prevê o futuro a ler caganitas de ovelha Cá para mim não é problema, já tenho quem me trate desses assuntos… A Lanzuda lida com a parte da contabilidade organizada; a Malhadinha trata da burocracia e das idas às finanças; a Lucy, que é a mais aguerrida e mestre em Krav Maga, já está preparada para lidar com os senhores da ASAE; e ao Sansão, o meu cão, está entregue todo o trabalho de escritório... Como vê, todos ajudam, menos a Kika, a ovelha mais nova. Essa está sempre agarrada aos livros de Física Quântica, a magana…

Alunos do 4.º ano obrigados a assinar com o próprio sangue um termo de responsabilidade em como não usariam telemóvel Esta semana ficou marcada pela realização das provas do quarto ano de escolaridade e por histórias interessantes que vieram a público relacionadas com as mesmas, como a do termo de responsabilidade assinado pelos alunos em que estes se comprometiam a não usar o seu telemóvel. Contudo, uma investigação “Não confirmo, nem desminto”/Fenprof/Pastilhas Gorila revelou que este termo não foi o único que teve de ser assinado pelas crianças. Na realidade, os jovens foram, de facto, obrigados a assinar com o próprio sangue, ou com o sangue de um hipogrifo de Santo Amador, perante um notário e advogados do Ministério da Educação, um contrato com 125 cláusulas em que se comprometiam, durante o prazo de um ano, e entre outras coisas, a não utilizar leitores de música (incluindo grafonolas) e computadores; não furar os pneus do carro do professor de Educação Física por os obrigar a correr durante 12 minutos consecutivos; não puxar fogo aos auxiliares de ação educativa; não atirar cadeiras e/ou mesas pelas janelas; ou não usar o retroprojetor da sala para ver o filme para adultos “Tavares, o arquiteto quebra bilhas”.

ALBERTO CAEIRO, 124 ANOS Poeta que curte a natureza e que está inscrito nas Finanças como heterónimo de Fernando Pessoa

Disputa por noiva provoca rixa entre duas comunidades ciganas: TVI já comprou os direitos desta história para a próxima telenovela O impensável aconteceu no Bairro das Pedreiras: durante um casamento cigano, duas comunidades daquela etnia envolveram-se em confrontos por causa da noiva. Ao que parece, a altercação envolveu trocas de tiros, lançamentos de pedras, vandalismo de carroças, rockets, engenhos nucleares, armas químicas, lutas de cães, lutas de tartarugas e duas fisgas. A TVI, ao ver o potencial desta história, decidiu comprar os seus direitos para produzir uma novela sobre a mesma e já a entregou aos seus guionistas, que só sabem escrever cenas em que as personagens estão sentadas no sofá. A novela chamar-se-á “Bamboleo de Paixão”, será a história de amor entre uma mulher de uma família cigana pobre e um homem de uma família cigana rica, e terá como banda sonora todo o repertório dos Gipsy Kings. Os responsáveis da estação de Queluz estão entusiasmados com esta ideia que permitirá fazer o product placement de marcas tão conceituadas a “Lacorte”, a “Adidos”, a “Armandi” e a “Çamçung”. Destaque, no primeiro episódio, para uma sensacional perseguição automóvel envolvendo uma Ford Transit azul de 1983 e uma Iveco verde de 1985.

Pastor é a profissão mais pura,/ portadora de dignidade,/ de quem caminha e não soçobra/ a este tipo de fiscalidade… / Capaz de meter o país nos eixos,. / é pessoa consciente do seu lugar/ Era menino para encontrar o Gaspar/ e dar-lhe com um cajado nos queixos.

MARQUES MENDES, 55 ANOS Micro pessoa que sabe das coisas antes de toda a gente Posso avançar, em primeira mão, que os pastores não são caso único e que o Governo irá obrigar outras pessoas a declarar rendimentos: as crianças irão ter de passar recibo por cada troca de cromos de Gormiti que façam no recreio e os idosos irão ter de declarar às Finanças quantos telefonemas fazem para o programa do Goucha… E posso garantir que esta medida revoltou o Presidente da República, que até já convocou um Conselho de Estado com a presença de pastores de cabras, pastores de ovelhas, pastores da IURD e daquele pastor que está à entrada da Ovibeja. Esse, então, ainda hoje está petrificado!


Nº 1620 (II Série) | 10 maio 2013

9 771646 923008

01620

FUNDADO A 1/6/1932 POR CARLOS DAS DORES MARQUES E MANUEL ANTÓNIO ENGANA PROPRIEDADE DA AMBAAL – ASSOCIAÇÃO DE MUNICÍPIOS DO BAIXO ALENTEJO E ALENTEJO LITORAL | Presidente do Conselho Directivo José Maria Pós-de-Mina | Praceta Rainha D. Leonor, 1 – 7800-431 BEJA | Publicidade e assinaturas TEL 284 310 164 FAX 284 240 881 E-mail comercial@diariodoalentejo.pt | Direcção e redacção TEL 284 310 165 FAX 284 240 881 E-mail jornal@diariodoalentejo.pt Assinaturas País € 28,62 (anual) € 19,08 (semestral) Estrangeiro € 30,32 (anual) € 20,21 (semestral) | Director Paulo Barriga (CP2092) | Redacção Bruna Soares (CP 8083), Carla Ferreira (CP4010), Nélia Pedrosa (CP3586) | Fotografia José Ferrolho, José Serrano | Cartoons e Ilustração Paulo Monteiro, Susa Monteiro Colaboradores da Redacção Aníbal Fernandes, Firmino Paixão | Colunistas António Branco, António Nobre, Carlos Lopes Pereira, Francisco Pratas, Geada de Sousa, José Saúde, Rute Reimão Opinião Ana Paula Figueira, Beja Santos, Bruno Ferreira, Cristina Taquelim, Daniel Mantinhas, Domitília Soares, Filipe Pombeiro, Filipe Nunes, Francisco Marques, João Machado, João Madeira, João Mário Caldeira, José Manuel Basso, Luís Covas Lima, Manuel António do Rosário, Marcos Aguiar, Maria Graça Carvalho, Martinho Marques, Nuno Figueiredo, Ruy Ventura, Viriato Teles | Publicidade e assinaturas Ana Neves e Dina Rato | Departamento Comercial Sandra Sanches e Edgar Gaspar | Paginação Antónia Bernardo, Aurora Correia, Cláudia Serafim | DTP/Informática Miguel Medalha | Projecto Gráfico Alémtudo, Design e Comunicação (alemtudo@sapo.pt) Depósito Legal Nº 29 738/89 | Nº de Registo do título 100 585 | ISSN 1646-9232 | Nº de Pessoa Colectiva 501 144 587 | Tiragem semanal 6000 Exemplares Impressão Empresa Gráfica Funchalense, SA | Distribuição VASP

nada mais havendo a acrescentar... Lembras-te? Lembras-te dos acesos diálogos das nossas línguas e do mundo ser feito dos nossos lábios? Lembras-te? E do fecho de correr da tenda de campismo a abrir os nossos corpos depois de termos fumado cigarros e o resto do sol que caía no mar como cinza. E recordas-te de teres areia na pele e depois já não teres areia na pele porque eu já a tinha toda nos meus dentes? E de termos sal nas bocas – que estranho termos sal nas bocas se nadámos de boca fechada e lavámos os dentes antes de deitar. E dos grilos que cantavam sem parar nos meus dedos. Lembras-te? E de termos só uma almofada e da absoluta ausência de espaço

entre nós e de não haver colchão e não nos doer nada de manhã e de querermos que a noite fosse um caracol? E de comermos as palavras um do outro mal elas apareciam na boca ainda verdes, ainda imperfeitas, e os beijos serem glossários a explicar a razão de termos frutos precoces entre dentes, de termos polpa nos lábios, de termos sumo de saliva no queixo? Éramos imaturos, quase apenas o caroço, e tínhamos pressa e fome de deixarmos a casca toda a nossos pés. E quando eu me despedia de ti não lavava os dentes para não te perder nessa noite. Lembras-te? Vítor Encarnação

quadro de honra Licenciou-se em Piano, pós-graduou-se em Cooperação e Gestão Cultural Internacional e tirou um mestrado em Composição Contemporânea. Estudante do conservatório, já passou também por vários a dar aulas, ensinando em Portimão, Lagos e Lagoa. Está no projeto do Musibéria desde o seu início e recentemente foi nomeado diretor executivo. É músico e como tal também já acompanhou muitos outros, tocando aqui e ali.

César Silveira foi nomeado diretor executivo do Musibéria

“Repensar o centro à luz da sua contemporaneidade”

C

Foi recentemente nomeado diretor executivo do Musibéria. Quais são os grandes desafios desta tarefa?

Repensar o centro à luz da sua contemporaneidade, enquanto espaço e lugar da reafirmação da cultura ibérica. Como pode este centro de âmbito internacional, enraizado em Serpa, PUB

potenciar-se?

Deverá ser um espaço de encontros e de miscigenação das músicas e danças, mas também das instituições e dos artistas. Um centro de redes de cooperação alicerçadas na própria história da língua portuguesa e castelhana. Que espaço ocupa, em sua opinião, no panorama cultural da região?

É um espaço ímpar pela excelência das suas instalações, dos seus equipamentos e das suas propostas. O Musibéria ocupa um espaço único de diferenciação face aos modelos instituídos e invariavelmente reproduzidos ao longo do País. Que atividades já decorrem no Musibéria?

Decorrem várias e direcionadas para várias faixas etárias, desde aulas individuais de música a aulas de iniciação. Residências artísticas, ateliês, aulas de sevilhanas, aulas de dança criativa, um curso

Hoje, sexta-feira, são esperadas poucas nuvens. A temperatura deverá oscilar entre os 13 e os 27 graus. Amanhã, sábado, o céu deverá estar pouco nublado e no domingo o sol brilhará em toda a região.

· · ··

Serpa celebra centenário de Álvaro Cunhal

César Silveira, 28 anos, natural de Beja

ésar Silveira foi recentemente nomeado diretor executivo do Centro Internacional de Músicas e Danças do Mundo – Musibéria, mas acompanha o projeto desde o seu início. Encara esta nomeação como mais um desafio e pretende “repensar o centro à luz da sua contemporaneidade”, nomeadamente “enquanto espaço e lugar da reafirmação da cultura ibérica”. Este, em sua opinião, deverá ser um “centro de redes de cooperação” e considera-o “um espaço ímpar”, pela “excelência das suas instalações, dos seus equipamentos e das suas propostas”.

www.diariodoalentejo.pt

profissional de som, um workshop de introdução à produção musical, enfim… São muitas as atividades que temos e muitas vezes as pessoas nem se apercebem de tantas coisas que são feitas e que acontecem no centro. Como olha a população de Serpa para este centro?

Julgo que as pessoas têm orgulho. Muitas vezes poderiam estar mais próximas, aproveitar o que cá se faz de bom, mas também faz parte do nosso trabalho tentar cativá-las e tentar chamar mais gente ao centro. Já temos várias iniciativas agendadas que podem dar um forte contributo a este nosso objetivo. E no futuro que centro gostaria que as pessoas encontrassem? Como gostaria de o apresentar?

Como um espaço/lugar capaz de levantar a cultura ibérica e devolvê-la às suas gentes em detrimento da hegemonia dos cânones da cultura alemã, italiana e francesa. Bruna Soares

Serpa, à semelhança de outros concelhos do distrito, também vai comemorar o centenário do nascimento de Álvaro Cunhal, o líder histórico do PCP. A primeira iniciativa é já no próximo dia 13, segunda-feira, com a inauguração, pelas 18 horas, no cineteatro municipal, da exposição “Álvaro Cunhal e a Reforma Agrária”. No dia 15 é exibido, no mesmo espaço, pelas 21 e 30 horas, o filme “Cinco dias, cinco noites”, de José Fonseca e Costa, inspirado na novela de Manuel Tiago, pseudónimo literário de Cunhal. E no dia 16, pelas 18 horas, a Biblioteca Municipal de Serpa acolhe o colóquio “Vida e Obra de Álvaro Cunhal”. O ciclo comemorativo encerra com o espetáculo musical “Alentejo – Terra, Luta, Arte e Futuro”, que sobe ao palco do cineteatro municipal pelas 21 e 30 horas de dia 17.

Visitas, jogos e ateliês em Beja para assinalar o Dia dos Museus O Museu Regional de Beja vai comemorar o Dia Internacional dos Museus/Noite Europeia dos Museus, que se assinala no próximo dia 18, com uma programação de atividades que arranca já a 13, segunda-feira, prolongando-se até dia 24. As ações previstas, dirigidas aos visitantes e escolas do distrito, passam por visitas guiadas ao museu e ao centro histórico de Beja, subordinadas a temas como “Romano”, “Gótico”, “Manuelino” e “Barroco”, ou ainda “Azulejaria”, “A Natureza da Arte” e “As Profissões”. Os percursos, com tempo previsto de cerca de uma hora, terão início no largo da Conceição (a partir das 10 horas, de manhã, e das 14 e 30 horas, na parte da tarde), decorrendo de segunda a sexta-feira, com início no dia 13. Para além das visitas, estão igualmente agendados jogos tradicionais – da malha aos jogo do 31, passando pelas corridas de sacos – e ateliês de reciclagem para aprender a fazer folhas, flores e carteiras. No dia 18, o Museu Regional de Beja estará aberto até à uma hora da madrugada, com entrada gratuita, e convida os interessados a participar na maratona fotográfica “Património: um olhar ao… pormenor”.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.