Ediçao N.º 1621

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Este VALE

€1,20 Veja como na página 25

na Postos BP Beja

Tomé Pires quer travar o desemprego em Serpa pág. 6

SUSA MONTEIRO

SEXTA-FEIRA, 17 MAIO 2013 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXI, N.o 1621 (II Série) | Preço: € 0,90

O montado está a morrer pág. 10

CTT fecham estações de correio no Alentejo pág. 9

Mapa dos candidatos às Autárquicas 2013 pág. 7 PROJETO ARQUEOLOGIA DAS CIDADES DE BEJA

Por iniciativa do Cebal, cujos cientistas andam a desvendar o genoma do sobreiro, realiza-se este fim de semana, em Beja, o I Encontro Ibérico sobre o Declínio do Montado. Numa altura em que a Entidade Regional de Turismo concluiu a primeira fase da candidatura da floresta de sobro e azinho a Património da Humanidade. Documento que chegará à Unesco em 2014.

Afinal na rua da Moeda havia uma casa da moeda págs. 16/17

Funcionários do Museu podem ficar sem receber dentro de cinco meses pág. 11

I Encontro Ibérico sobre o Declínio do Montado, este fim de semana, em Beja Candidatura a Património da Humanidade vai ser entregue à Unesco em 2014 PUB

O fim de semana em que Mértola revive o seu passado islâmico pág. 30


Diário do Alentejo 17 maio 2013

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Editorial Produto Paulo Barriga

Vice-versa Os vereadores da CDU propuseram a suspensão da eficácia do regulamento acerca das “normas de acesso e utilização dos sistemas informáticos e de comunicações”. Sendo um documento que visa fundamentalmente o funcionamento interno e afeta a atividade diária dos trabalhadores do município, os mesmos, e os seus representantes, deveriam ter sido ouvidos, o que não aconteceu. (…) O regulamento, de acordo com algumas opiniões, é atentatório das liberdades individuais e pode constituir-se como um instrumento persecutório de carater discricionário. Comunicado da CDU Beja

A vereadora [do PS na CM Beja] Cristina Valadas assegurou que o regulamento está em vigor e em fase de implementação, que o mesmo é de ordem técnica e orientador, evolutivo, e que pressupõe a utilização de boas práticas na área da informativa. Fez questão de frisar também que regulamentos similares estão a ser aplicados noutras autarquias, como a da Amadora, e que já foram pedidas sugestões à Comissão de Trabalhadores.

A

Câmara Municipal de Beja comprou por 75 mil euros a marca “Beja”. Parece-me um bom negócio. Ainda para mais quando a marca “Beja” foi inventada por um dos mais conceituados gabinetes de arte e desenho do País: a Ivity Brand Corp. Beja necessita urgentemente de uma marca e nenhuma marca lhe ficará melhor do que a marca “Beja”. Logo aqui é de louvar a capacidade criativa dos autores da nova marca. Escrevo isto sem qualquer pingo de ironia. Não há muito tempo, houve um palerma que quis fazer uma marca para Beja e deulhe o nome de “Beija”. Diria que é impossível imaginar coisa mais estúpida e desenxabida: “Beija”. Na propaganda, como em tudo na vida onde se queira estabelecer comunicação, a mensagem deve ser clara, concreta e concisa. Logo, chamar “Beja” a Beja é uma invenção assinalável. As marcas servem para relevar produtos ou serviços. São as setas amorosas que o cupido publicitário dispara ao coração dos consumidores. Com mais ou menos eficácia. Neste caso concreto devemos incluir Beja na esfera dos produtos. E aqui é que podemos levantar a questão metafísica do ovo e da galinha. Vamos ter uma marca “Beja”, mas será que temos o produto Beja? Será que o embrulho reflete a qualidade do produto? Será que o produto estará pronto a ser comercializado? Ou será a marca que o aprimorará? Uma bonita embalagem serve de pouco quando o produto que lá dentro vem é de qualidade duvidosa. Para mim, que nasci no Hospital Velho, que cresci na praça da República e que fiz que estudei no Liceu, Beja é e será sempre um bom produto. O melhor dos produtos. Seja qual for a marca que lhe colem. Mas desde há pelo menos duas décadas a esta parte que comparo Beja às minhas sapatilhas velhas. Estão todas esfareladas, mas não deixo de as calçar assim que posso. Nenhumas outras se lhe comparam. Hoje e para sempre.

In Rádio Voz da Planície

Fotonotícia

Homenagear é lembrar. E muitas vezes a memória é curta. No Dia da Cidade, o município de Beja, para lá da atribuição de medalhas a personalidades de reconhecido mérito, prestou homenagem póstuma à memória de dois bejenses que em vida se destacaram muito para lá do comum dos cidadãos. Os seus nomes, Maria João George e João Covas Lima, estão agora perpetuados em duas ruas de Beja. Maria João foi uma arquiteta notável, sensível, cuja obra de maior fôlego terá sido a reinvenção da aldeia de Luz. Covas Lima, radiologista, foi apenas tudo o que uma cidade pode almejar: o seu melhor amigo. Ambos foram cronistas do “DA”. Ambos editaram livros com as suas crónicas. Ambos estão, profundamente, no nosso coração. PB Foto de CMB

Voz do povo Quando foi ao museu a última vez?

Inquérito de Gonçalo Farinho

Filipe Franco, 19 anos, estudante do secundário

Sara Nunes, 22 anos, estudante universitária

Valter Gonçalves, 23 anos, estudante universitário

Leonel Quinta Queimada, 18 anos, estudante do secundário

Não vou a um museu já há algum tempo. Os museus são centros culturais muito importantes do ponto de vista de conhecimento pelo facto de nestes existirem antiguidades que dão a conhecer a nossa história e as diversas culturas. Para receberem mais visitas os seus responsáveis deveriam, através de várias técnicas de publicidade, divulgar as suas atividades.

A última vez que fui a um museu foi no ano passado, no decorrer de uma visita de trabalho escolar ao Museu Regional de Beja. Este museu, por exemplo, é interessante, com peças raras, mas infelizmente está muito pouco dinamizado, o que afasta os visitantes. Existe muita história por de trás deste local, e esta deveria atrair os turistas e até mesmo os habitantes da cidade.

Museu do Design foi o último museu que visitei há um mês atrás. Os museus congregam em si cultura e história e dessa forma acho que são um polo dinamizador da cidade, isto obviamente depende da instituição e do tipo de importância que lhe é dada. Envolver mais o museu na cidade, colocando-o mais perto tanto dos habitantes como também dos turistas.

O último museu que visitei foi o Museu Egípcio de Turim, há um mês. Os museus são, indubitavelmente, importantes para uma cidade, pois possibilitam o desenvolvimento da cultura e da educação, indispensáveis na sociedade. Penso que o aumento das visitas passa, em primeiro lugar, por uma alteração da mentalidade da população através da sensibilização em relação à importância que a cultura e o conhecimento têm nos dias de hoje.


Rede social DR

Semana passada QUINTA-FEIRA, DIA 9 SANTIAGO DO CACÉM DIA DO ENFERMEIRO ASSINALADO

ALJUSTREL PRISÃO PREVENTIVA PARA IDOSO POR TENTATIVA DE HOMICÍDIO O Tribunal de Beja decretou a prisão preventiva do idoso de 82 anos, que alvejou a tiro um homem, de 45, o qual ficou ferido, em Rio de Moinhos, no concelho de Aljustrel. Recorde-se que a tentativa de homicídio ocorreu na quarta-feira, na praça principal, o largo Augusto Guerreiro Patrício, da aldeia de Rio de Moinhos, com o idoso a alvejar com um disparo de carabina de caça um homem com quem manteria “um mau relacionamento” e “discussões”, segundo fontes da GNR. A Diretoria do Sul da Polícia Judiciária (PJ) explica que o arguido e a vítima, ambos residentes na aldeia, “encontravam-se desavindos desde há vários anos e o ato advém de agressões mútuas ocorridas no dia anterior”.

SÁBADO, DIA 11 GRÂNDOLA MUNICÍPIO PROMOVEU FEIRA SÉNIOR A entrega de material ortopédico e o 8.º Encontro Regional de Exercício Físico foram os destaques da 5.ª Feira Sénior de Grândola – Geração +. A iniciativa, promovida pelo município, decorreu entre as 14 e as 20 e 30 horas, no parque de feiras e exposições da vila. Uma arruada intergeracional, espetáculos musicais e um baile popular foram outras das atividades da feira.

SEGUNDA-FEIRA, DIA 13 ALMODÔVAR FEIRA DA SAÚDE ANIMA PRAÇA DA REPÚBLICA A praça da República, em Almodôvar, acolheu a 3.ª edição da Feira da Saúde, evento que incluiu rastreios gratuitos, mostra e oferta de produtos de tratamento, exposição e demonstração de atividades. A realização de atividades físicas gratuitas, a conceção de um prato tradicional de forma 100 por cento saudável e a representação da peça de teatro de marionetas “O passeio da Ana Comilona pela roda dos alimentos”, para os mais jovens, foram outros dos destaques. A feira foi promovida pelo município de Almodôvar e pelas fundações Professor Fernando Pádua e Calouste Gulbenkian.

ALJUSTREL MUNICÍPIO DIMINUIU DÍVIDA EM 15,11 POR CENTO A Câmara Municipal de Aljustrel anunciou que, em relação a 2009, o município alcançou uma redução sustentada da dívida de “15,11 por cento”. Segundo a autarquia, “esta redução progressiva do endividamento só foi possível graças a uma gestão financeira muito rigorosa que, consumido menos recursos, permitiu manter genericamente a atividade municipal e mesmo aumentá-la em algumas áreas, como, por exemplo, ao nível dos apoios sociais”. A Câmara de Aljustrel realçou ainda que “em relação a janeiro de 2010, a autarquia recebeu menos 70 mil euros por mês referentes às transferências do Orçamento do Estado”.

TERÇA-FEIRA, DIA 14 SANTIAGO DO CACÉM MAIS DE 100 SENIORES EM PASSEIO Mais de 100 habitantes seniores do concelho de Santiago do Cacém participaram no tradicional Passeio da Primavera. A edição deste ano da iniciativa, que tem como objetivo proporcionar momentos de convívio e lazer aos habitantes mais velhos, incluiu visitas a Mafra e a Sintra. O passeio, de caráter anual, é promovido pela câmara municipal, no âmbito do projeto Ser Idoso Ser Ativo 2013.

Como surge o Seminário Ibérico de Psicogerontologia?

Este é um seminário que já vai na sua terceira edição e que todos os anos conta com uma comissão organizadora, que parte sempre dos grupos de mestrado do IPBeja em Psicogerontologia Comunitária. Todos os anos o seminário é organizado no âmbito de uma unidade curricular e este ano acontece já no dia 23, no anfiteatro da Escola Superior de Educação de Beja. Este ano a escolha recaiu na “Cidadania Sénior – Desafios e Oportunidades”. Porquê a escolha deste tema?

Sim, é verdade, até porque este é o Ano Europeu dos Cidadãos. Vamos debater e refletir sobre os desafios que se colocam à terceira idade, mas também sobre as oportunidades. Vamos tentar encontrar mais respostas, tendo sempre por base a perspetiva do envelhecimento ativo, a integração, de modo a podermos dar respostas práticas e eficazes e que vão ao encontro do bem-estar e desejos desta população. Preparámos assim vários painéis, que pretendem abordar várias temáticas, como por exemplo, o envelhecimento ativo e empreendedorismo sénior, a saúde, a segurança e a cultura e o Poder Local e a justiça na promoção do exercício da cidadania sénior. Para além dos painéis está ainda agendada uma conferência e vários workshops.

A Câmara Municipal de Beja, no feriado municipal, distinguiu instituições e personalidades com insígnias e medalhas de mérito municipal. E a sala de sessões encheu para agraciar os filhos e as entidades da terra. DR

SEXTA-FEIRA, DIA 10

Medalhas de mérito entregues em Beja

Aljustrel no programa Praça da Alegria A RTP foi à piscina de Aljustrel assistir a uma aula dedicada aos seniores do concelho. O apresentador vestiu-se a rigor e também foi ao banho nas recém-reinauguradas piscinas cobertas municipais. Em direto na Praça da Alegria. DR

Representante da turma de mestrado em Psicogerontologia

Sala de Ensaio Mestre Morais em Ferreira A Sociedade Filarmónica e Recreativa de Ferreira do Alentejo assinalou 88 anos e, em dia de festa, descerrou-se a placa da sala de ensaio, que ficará imortalizada com o nome de Mestre Morais, em homenagem ao músico que representou a coletividade durante 50 anos. DR

3 perguntas a Ana Saturnino

E são já muitas as presenças confirmadas? As inscrições ainda se encontram abertas?

Sim, já temos muitas presenças confirmadas e as inscrições ainda podem ser feitas. O seminário contará com a presença de vários especialistas na matéria, tanto de Portugal como de Espanha, e as expetativas são, deste modo, elevadas. Contará ainda com vários preletores de várias áreas e que enriquecerão, sem dúvida, o debate. Já contamos também com várias inscrições, tanto de alunos como de pessoas interessadas nas matérias em discussão, e julgamos que estão reunidas todas as condições para realizar um momento de grande reflexão e discussão, até porque, em nosso entender, é sempre pertinente debater este assunto, porque cada vez temos de dar mais atenção à terceira idade. Temos cada vez mais idosos no Alentejo, no País e no Mundo. Bruna Soares

Deolinda no Pax Julia em dia feriado Os Deolinda vieram a Beja e deram música a todos aqueles que não quiseram faltar ao concerto no Pax Julia. A sala compôs-se de gente para ouvir Ana Bacalhau e seus comparsas, porque o que tem de ser, como diz a canção, “tem muita força”. DR

O Dia Internacional do Enfermeiro foi assinalado no domingo, mas as comemorações na Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano (Ulsla) aconteceram na quinta-feira, com um ciclo de conferências. A temática da enfermagem comunitária, a enfermagem de saúde infantil e pediátrica, a enfermagem médico-cirúrgica e a temática da enfermagem de reabilitação foram alguns dos temas abordados nas conferências.

Inaugurado Parque de Feiras de Garvão – José Cândido Nobre Foi oficialmente inaugurado o Parque de Feiras e Leilões de Garvão – José Cândido Nobre, nome que, segundo a autarquia, “é incontornável na consolidação da Feira de Garvão”. Uma vida dedicada à valorização do mundo rural.

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Pedrógão

Freguesia vive da agricultura, da pequena indústria e dos serviços

Barragens e gastronomia atraem turistas Localizada na margem direita do rio Guadiana, Pedrógão, uma das 16 al-

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oucos minutos passam das três da tarde. Um jovem casal apanha banhos de sol junto à resguardada piscina da Casa de Pedrógão – Casa de Campo, um edifício de dois andares datado do início do século XX, que Helena Saltão, de 48 anos, professora de Matemática e Ciências em Vila Nova de São Bento, restaurou mantendo “os elementos arquitetónicos tradicionais”, como as abóbadas do rés do chão ou o forro de madeira “em espinha” do primeiro andar. Os dois jovens que apanham banhos de sol junto à piscina são de momento, numa sexta-feira à tarde, os únicos ocupantes da Casa de Pedrógão, que dispõe de sete unidades de alojamento que podem funcionar por quatro ou por tipologia (um T0, um T2 e um T3), com capacidade total para 14 pessoas ou mais (mediante a colocação de camas suplementares). O fim de semana deverá trazer lotação completa, diz a proprietária, se bem que se esteja “numa altura péssima para o turismo”, frisa. “Estou neste momento na pior altura, sem dúvida, não em termos de ocupação, porque tenho feito muitas promoções, mas em termos de faturação, porque tenho baixado os preços, como é genérico na hotelaria”. A quebra “anda na casa dos 30 a 40 por cento”, revela, identificando como “fatores determinantes” para o atual cenário “a crise económica e as medidas de austeridade” implementadas em outubro último e a insolvência da empresa a Vida é Bela, cuja parceria “proporcionavam ocupação sempre máxima nos fins de semana de época baixa”. A Casa de Pedrógão, o único turismo rural existente na pequena aldeia ribeirinha de casas baixas caiadas de branco – existe um outro na freguesia, a cerca de sete quilómetros –, abriu portas em 2007 e nasceu da união de um conjunto de fatores como o gosto de Helena Saltão pela “reabilitação urbana”, a sua experiência profissional em planeamento e o que o empreendimento de Alqueva “poderia oferecer em termos de agricultura e turismo”. O cliente típico da casa procura, em primeiro lugar, “conhecer Alqueva”, em segundo “o sossego e a tranquilidade” e, em terceiro, “a gastronomia”, revela a docente. “À partida é alguém que tem algumas afinidades com a arquitetura, com o campo e com o Alentejo. Não é, digamos, um cliente endinheirado, mas é um cliente que, na generalidade, tem um curso superior”. A grande maioria chega de Lisboa. Helena Saltão faz questão de servir ao pequeno-almoço, a única refeição disponibilizada, “o pão cozido em forno de lenha e as compotas e biscoitos da Oficina de Doces, produzidos em Pedrógão”, produtos que considera serem uma “mais valia para a localidade”. E até poderia ter algum interesse, adianta, “se bem que não exista

deias ribeirinhas de Alqueva, tem junto de si a segunda maior barragem do empreendimento, inaugurada em 2006 e um dos pontos de interesse na região. Com 1 183 habitantes, a freguesia, situada a 17 quilómetros de Vidigueira, sede de concelho, vive essencialmente do setor agrícola (azeite e vinho), da pequena indústria e dos serviços. Texto Nélia Pedrosa Fotos José Serrano

muito poder aquisitivo”, a abertura na aldeia de uma loja de produtos regionais. Mas “se há algo que poderia potenciar o turismo”, seria a criação de equipamentos aproveitando a proximidade do rio e da barragem de Pedrógão – a segunda maior do empreendimento.“Pontualmente fazem-se provas de canoagem e alguns campeonatos de pesca, mesmo a nível nacional, mas é só. Não há uma praia fluvial, não existem outros equipamentos que possam dar aso a mais investimentos. Falava-se num parque de campismo, mas acabou por não ir para a frente. Mas existe um parque de autocaravanas. Pessoas atraem mais pessoas, e não é por acaso que, por exemplo, o parque de campismo de Serpa, que é a cidade onde vivo, dinamiza muito toda a localidade, é um ponto de atração muito importante”, conclui. As “imensas potencialidades” de Pedrógão foi um dos fatores que pesou na decisão de Fernanda Vermelhudo, 36 anos, reabrir em 2010, dois anos após o falecimento do pai, a antiga taberna onde os progenitores trabalharam durante 17 anos. “O mais importante foi não deixar que o nosso nome fosse esquecido

no Baixo Alentejo, mas sempre pensando que Pedrógão tem muitas potencialidade para crescer e vê-se que as pessoas procuram cada vez mais o Alentejo como destino de férias, gostam da nossa gastronomia, das nossas gentes, porque somos todos muito simpáticos e temos a arte de receber”. A antiga taberna do “Salsinha”, como era apelidado o pai, transformou-se assim no restaurante Vermelhudo, um espaço que tenta “marcar a diferença”, apostando na gastronomia regional confecionada pela mãe de Fernanda e no ambiente familiar. Até ao momento, diz a jovem, o negócio “está bem”, apesar de “ter altos e baixos”. Até há bem pouco tempo, “devido às obras do regadio de Alqueva”, o restaurante servia “entre 70 e 100 almoços” e “40 a 50 jantares”, um movimento que obrigou a duplicar, nesse período, o número de funcionários, “todos da aldeia”. “Agora voltámos a ser três, mas se o negócio se expandir empregarei mais, porque a minha ideia é sempre dar a ganhar às pessoas da aldeia. Mas todos os dias há pessoas a almoçar ou jantar”. São na sua maioria oriundas “do norte”, a trabalharem nas redondezas,

principalmente em herdades – a freguesia continua a viver muito da agricultura –, “e depois de Moura, Vidigueira, Beja e Portel. De Évora vêm de propósito para comer o caldo do peixe”, realça. Com o fim das obras, e a consequente descida do número de refeições servidas, Fernanda foi obrigada a baixar as margens de lucro: “Cada vez mais temos refeições com qualidade, porque no restaurante o principal é a qualidade, a preços acessíveis”. “O facto de a aldeia estar ao lado da barragem é muito bom. Há sempre trabalhos que terão que ser feitos porque há aqui uma barragem e depois há sempre os curiosos que querem vir ver como é a barragem de Pedrógão e a de Alqueva, que querem conhecer o Baixo Alentejo. Há sempre pessoas de passagem e quando fazem aqui a refeição acabam por gostar do queijo da zona ou do pão e perguntam onde é que podem comprar para levarem para os familiares”, salienta a jovem. Gertrudes de Carvalho, 52 anos, é a proprietária da Oficina de Doces, onde são confecionados as compotas e os biscoitos tão apreciados pelos clientes da Casa de Pedrógão e não só. O projeto arrancou em 1996, no seguimento de um curso de formação profissional em pastelaria e compostas, promovido pela Associação Terras Dentro, que a empresária, na ocasião desempregada, frequentou em Pedrógão. “Começámos com quatro postos de trabalho, agora temos nove, tudo senhoras da aldeia”, conta, revelando que se prepara para iniciar a construção de novas instalações em Vidigueira, uma vez que as atuais, “já minúsculas”, não permitem expandir o negócio. “Pedrógão não tem uma zona industrial, há sete anos que procuramos um terreno aqui, só que não se arranja. Depois queixam-se que o pessoal foge todo das aldeias”, lamenta a proprietária, apesar de considerar que Vidigueira, para além de ter “melhores acessos”, “tem nome”: “Se falarmos em Vidigueira associamos ao vinho, ao azeite”. A Oficina de Doces comercializa, para todo o País, principalmente para lojas gourmet, compotas feitas “com fruta selecionada, adquirida sempre que possível junto dos produtores da terra”, e biscoitos confecionados segundo receitas tradicionais. Há cerca de três anos começou a exportar compotas para o Brasil, Inglaterra e Moçambique. De momento Gertrudes de Carvalho tem em mãos uma encomenda de 32 mil frascos que deverá seguir para o Brasil dentro de um mês e meio. Pelo caminho, devido à impossibilidade de aumentar a produção, já ficaram alguns grandes negócios, “oportunidades que dificilmente voltarão”, refere a proprietária, concluindo que o balanço de 17 anos de atividade “é positivo, só pode ser isso”.


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Maria Peregrina Paixão Presidente da Junta de Freguesia de Pedrógão

Preservar a tradição Ser uma das 16 aldeias ribeirinhas tem sido benéfico para Pedrógão?

Pedrógão do Alentejo desde sempre beneficiou pelo facto de estar junto ao percurso de água do rio Guadiana, certamente que não foi por acaso que os nossos antepassados resolveram instalar-se neste sítio. Quanto ao atributo de “aldeia ribeirinha” podemos dizer que é como a pescada: antes de ser já o era. Outrora Pedrógão e os seus moinhos dinamizavam a região com a moagem dos cereais. O rio serviu como desenvolvimento económico através da moagem, da pesca e da gastronomia. O rio permite a inspiração e o lazer, assim como a prática de desportos náuticos. Viver neste cantinho maravilhoso faz renascer uma nova alma.

A padaria Farinho, localizada na praça da República, é a única que ainda coze pão em forno a lenha. Maria Beringel, 54 anos, a atual proprietária da padaria que foi fundada há 70 anos pelo sogro, diz que mantém essa forma de cozedura porque o pão é mais saboroso, quer preservar a tradição e “o dinheiro também não é muito para modificar” a padaria, apesar de ser um processo trabalhoso: “Temos que meter lenha, depois da lenha arder temos que destrambelhar as brasas para o forno aquecer uniformemente, tem de se varrer o forno”. Maria Beringel tem a trabalhar consigo um dos filhos, de 34 anos, que é responsável pela distribuição do pão, uma vez por dia, pelas localidades de Moura, Brinches, Selmes, Alacaria, Vidigueira, Marmelar e Pedrógão. Apesar de notar o negócio “um bocadinho mais fraco”, Maria Beringel mantém as três fornadas diárias: “A primeira vaza sai às 4 e 30 horas, a segunda às 9 e a terceira às 13 e 30”. Às 19 horas encerra as portas, recomeçando o trabalho à meia-noite e meia, “todos os dias, mesmo ao domingo”. “Nestes meios a base da alimentação é o pão, por isso a quebra nas vendas não é nada de muito significativo, por enquanto”, reforça.

Está em curso algum plano de aproveitamento turístico para a barragem de Pedrógão?

Existe um projeto para um parque de campismo, que seria magnífico para esta pequena aldeia, para o concelho e para a região. Mas continua em projeto pois a burocracia e outros interesses constituem, sem dúvida, entraves intransponíveis. Quantos habitantes tem a freguesia de acordo com o Censos 2011 e como tem sido a evolução da população ao longo da última década?

É uma população envelhecida, com muitas habitações encerradas, mas também temos um coração com força para renascer, pois temos uma escola primária com mais de meia centena de alunos e a junta transporta para o secundário (10.º,11.º e 12.º ano) cerca de 12 jovens, de forma a não perderem o enraizamento à terra. A população oscila sazonalmente pois em época de azeitona ou vindima temos um acréscimo significativo de habitantes. Aquando da construção dos blocos de rega, também verificámos um grande aumento de população. A população residente, segundo o Censos 2011, é de 1 183 habitantes. Quais são as principais fontes de emprego das pessoas em idade ativa?

Parque de autocaravanas e quinta pedagógica

A agricultura, as pequenas indústrias e os serviços.

A cerca de 900 metros da barragem de Pedrógão e da aldeia, na Estrada Nacional n.º 258, fica o Alqueva Camping Pedrogão, um parque privado de turismo para autocaravanas, “plano e vedado, com apoio de receção”. Mais recentemente foi criada, junto ao parque, uma quinta pedagógica. Os investimentos, que estão integrados numa propriedade rural com cerca de 6,5 hectares, são da responsabilidade de Luís Nandim de Carvalho. “O projeto do parque de autocaravanas assim como outros projetos são, sem dúvida, benéficos para a freguesia, para o concelho e para a região”, considera a presidente de junta. “O maior cego é aquele que vendo não quer ver, pois são estes projetos que promovem e dinamizam os setores de um local e de uma região a médio e longo prazo. Estamos dispostos, enquanto representantes desta freguesia, a apoiar todas estas iniciativas de investimento local. Só unindo esforços conseguimos avançar mais além”, conclui Maria Peregrina Paixão.

Quais são os principais problemas da freguesia?

O desemprego, isolamento e necessitávamos de horários mais flexíveis nos transporte públicos.


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Um dos principais problemas do nosso concelho, da região e do País é o desemprego. Temos de trabalhar ainda mais no sentido de poder contrariar um pouco este crescendo. Podemos fazê-lo principalmente apostando em parcerias e melhorando as condições para as empresas que se queiram instalar no concelho”.

Autárquicas2013

Autarca serpense está contra a passagem do Hospital de São Paulo para a Misericórdia

“Serpa não investe apenas na cultura” Tomé Pires é um dos mais recentes presidentes de Câmara do Alentejo após a saída de João Rocha. Tomé Pires diz que a palavra-chave da sua e um dos mais jovens candidatos ao próximo ato eleitoral. Aos 36 anos, candidatura é “continuidade”, que Serpa não é apenas cultura e que o este engenheiro civil natural de Pias, é o cabeça-de-lista da CDU à Câmara maior problema do seu concelho é o desemprego. Municipal de Serpa. Uma autarquia que assumiu em novembro último, Assumiu a presidência da Câmara de Serpa em novembro de 2012, após a saída de João Rocha. Como é que encontrou a autarquia?

Encontrei a autarquia no estado em que estão a maioria das autarquias neste momento: com muitas dificuldades para cumprir todas as suas obrigações e para dar resposta a situações sociais muito complicadas que infelizmente são transversais a todo o País, principalmente a falta de emprego. No entanto, encontrei uma autarquia dinâmica e sempre com vontade de dar resposta a tudo aquilo que lhe compete e, por vezes, até excedendo um bocado as suas competências. Em termos financeiros, Serpa foi dos municípios do Baixo Alentejo que mais se endividou nos últimos três anos. As contas estão controladas neste momento?

Estão controladas, caso quem nos deve também pagar a tempo e horas. Quanto aos empréstimos bancários, hoje em dia estamos acima do limite de endividamento. Mas quando contraímos o último empréstimo de cerca de quatro milhões e 200 mil euros, ficámos com cerca de oito milhões de empréstimos. Nessa altura, a capacidade de endividamento era de 12 milhões de euros. Ou seja: estávamos com cerca de 60 por cento do que poderíamos pedir ao banco. Ainda no tempo do governo PS, essa capacidade de endividamento foi alterada de 12 para seis milhões de euros. Logicamente que ficámos acima… E no que se refere a dívidas aos fornecedores?

Aí, de facto, subimos um bocadinho. Estamos na fase final de concretização das obras candidatadas ao QREN. Sabendo nós que se abandonássemos qualquer uma dessas obras a meio do percurso iríamos pagar indemnizações, entendemos que tínhamos de as levar até ao fim, mesmo tendo em conta o decréscimo do financiamento. De salientar que a nossa referência era o Orçamento do Estado de 2010, no qual as transferências para a Câmara de Serpa caíram mais de quatro milhões de euros. Quando nos candidatámos não contávamos com esta descida… Sente que o “peso” do anterior presidente da câmara, que esteve 33 anos à frente dos destinos de Serpa, ainda se faz sentir com intensidade?

Claro que o presidente João Rocha continua a marcar e irá marcar não só o concelho de Serpa, mas todo o Alentejo, por ter liderado durante muito tempo uma autarquia onde realizou um bom trabalho. Trabalho esse que foi sucessivamente reconhecido pela população do concelho e também a nível nacional, quando foi várias vezes considerado o autarca do ano. Sinto esse reconhecimento e ainda bem que as pessoas dão conta dele, porque João Rocha continua a fazer parte do projeto autárquico da CDU. Fico satisfeito por isso. É um dos mais jovens candidatos autárquicos do Baixo Alentejo. Qual vai ser a sua marca pessoal, o seu projeto, em termos de programa eleitoral. Podemos falar em renovação ou em continuidade?

A palavra-chave é continuidade. Sendo que temos de nos adaptar à realidade atual e temos de centrar ainda mais energias num ou noutro campo. Um dos principais problemas do nosso concelho, da região e do País é o desemprego. Temos de trabalhar ainda mais no sentido de poder contrariar um pouco este

Texto Paulo Barriga Fotos José Serrano

crescendo. Podemos fazê-lo principalmente apostando em parcerias e melhorando as condições para as empresas que se queiram instalar no concelho. Serpa tem um quarto do seu território abrangido pelo regadio do Alqueva. Vamos criar condições para que esses produtos possam também ser aqui transformados. Mas claro que a questão económica nunca pode ser dissociada das questões social e cultural. Uma das acusações recorrentes ao executivo serpense é precisamente o investimento excessivo e exclusivo que a Câmara fará na área da cultura. Aceita essa crítica?

Claro que não aceito. Provavelmente somos o único concelho do distrito que tem três zonas industriais espalhadas pelo seu território. Isso não é cultura. Os três últimos grandes projetos que foram concluídos ou estão em fase de conclusão são uma creche em Serpa, outra em Vila Nova de São Bento e uma Unidade de Cuidados Continuados. Estamos a falar em mais de meio milhão de euros investidos na área social. O que é uma prova concreta de que Serpa não investe apenas em cultura, mas em diferentes áreas, de forma integrada. De qualquer forma, a aposta na cultura é evidente. O desenvolvimento sustentável da cidade e do concelho passa por aí?

O desenvolvimento sustentável só é possível se recorrermos aos nossos recursos endógenos e, felizmente, tivemos a sorte de os nossos antepassados nos terem deixado um vasto legado cultural. O projeto autárquico da CDU tem tido sempre a preocupação de aproveitar ao máximo a nossa cultura, salvaguardando o nosso património material e imaterial. Pretendemos com esta abordagem trazer pessoas a Serpa para usufruírem da nossa cultura. De certeza que esta estratégia continuará a dar frutos, porque já os dá. Queremos associar outros projetos privados ao Musibéria ou à Casa do Cante que possam vir a dar mais empregos e possam vir a dar mais reconhecimento ao nosso concelho. Serpa liderou de alguma forma a candidatura do cante a Património da Humanidade.

Em que pé é que está essa candidatura?

Serpa fez o papel que devia fazer: empenhou-se ao máximo nesta candidatura e possivelmente o nome de Serpa apareceu mais visível do que o de outras autarquias, porque o início desta candidatura teve origem numa outra, a de Serpa cidade criativa na área da música. Foi o próprio embaixador de Portugal na Unesco que sugeriu a candidatura do cante alentejano e foi a partir daí que se desenvolveu todo o processo. Serpa teve condições e teve vontade de se empenhar desde o início. Houve outras autarquias que apoiaram, outras nem tanto e até se insurgiram contra a candidatura. Muitas vozes se levantaram contra este “excessivo” protagonismo de Serpa…

Não aceito essas críticas porque Serpa desempenhou o papel que tinha de desempenhar. Aqueles que criticam Serpa pelo que fez e faz pelo cante deviam primeiro fazer tudo o que é possível para salvaguardar esse património no seu próprio concelho. Serpa tem 14 grupos corais no ativo, há cinco anos que leva o cante às escolas do primeiro ciclo onde estão envolvidas mais de 300 crianças, criámos a Casa do Cante, onde queremos reunir todos os grupos corais que se queiram a nós associar, os grupos corais podem gravar os seus trabalhos a preços simbólicos no Musibéria… Se todos os concelhos fizessem o mesmo que nós, possivelmente teriam todos a mesma visibilidade ao nível do cante. Se calhar é por isso que às vezes Serpa aparece ligada ao cante, não só pela questão da candidatura, mas também pelo trabalho de casa. Não queremos tomar conta do cante alentejano. Apenas cantamos aquilo que sabemos e cantamos com a vontade que temos. Como está a situação da passagem do Hospital de São Paulo para a Santa Casa da Misericórdia?

A Câmara Municipal de Serpa está contra qualquer transferência de um serviço que está sob a alçada do Ministério da Saúde para qualquer tipo de instituição, independentemente de ser uma IPSS. Entendemos que o Hospital de São Paulo deve continuar sob a alçada do Ministério da Saúde, porque só assim é que podemos ter um serviço público de qualidade.


Torres Couto, candidato do PS à presidência da Câmara Municipal de Alcácer do Sal, é apresentado oficialmente amanhã, sábado, numa sessão pública, na Sociedade Filarmónica Amizade Visconde D’Alcácer. A apresentação do candidato contará com a participação de militantes e simpatizantes do Partido Socialista e acontecerá pelas 16 horas.

INFOGRAFIA DE JOSÉ SERRANO

Paulo Gamito pelo PSD em Santiago Paulo Gamito é o candidato do PSD à presidência da Câmara Municipal de Santiago do Cacém nas próximas eleições autárquicas. O candidato tem 39 anos e está ligado à administração de empresas. Tem por lema “Por Santiago” e garante que “quer protagonizar uma candidatura onde o desenvolvimento e o emprego são as prioridades”, prometendo “uma candidatura aberta, plural e positiva”.

07 Diário do Alentejo 17 maio 2013

Torres Couto oficialmente apresentado em Alcácer


“Conseguirá a renovada CDU de Serpa manter o seu poderio eleitoral autárquico após a saída de João Rocha?”

Diário do Alentejo 17 maio 2013

08

Bisca Lambida

Tomé Pires vai continuar Serpa dificilmente as políticas de João Rocha sairá das mãos da CDU

Um dos últimos domínios comunistas do distrito

João Espinho

Sérgio Fernandes

T

omé Pires, atual presidente da Câmara Municipal de Serpa, assumiu o cargo em novembro do ano passado, quando João Rocha, apontando razões pessoais, suspendeu o mandato, deixando para trás cerca de três décadas e meia de presidência, o que faz dele um verdadeiro “dinossáurio” da política autárquica. A sucessão foi natural e, como é hábito no Partido Comunista, a candidatura de Tomé Pires às próximas autárquicas não traz novidades e deve ser encarada como de continuidade e, não obstante tratar-se de um jovem, não são previsíveis ruturas com o passado pelo que, no outono, quem votar CDU está a querer garantir que as políticas de João Rocha têm continuidade e que Serpa não deverá mudar de rumo. Sendo um dos últimos bastiões comunistas em terras alentejanas, a folgada votação da CDU (em 2009) não faz prever que os socialistas consigam alcançar o poder em Serpa, pelo que terão que esperar até que o desgaste atinja a governação CDU. Também em Serpa, o PSD tentará reconquistar o vereador perdido nas anteriores eleições, tarefa nada fácil, pois Noel Farinho (PS) irá tentar capitalizar os votos dos descontentes da gestão de João Rocha, o que se poderá tornar “fatal” para as aspirações do PSD. Dito isto, adivinho que o PCP continuará em terra firme alii para as bandas da margem esquerda.

João Machado

O

s vastos anos da liderança da CDU em Serpa devem-se, em muito, ao trabalho de João Rocha, mas não só, pois o coletivo que o acompanhou também deve ser alvo de consideração. Este dinossauro da política do nosso distrito tem uma imagem de credibilidade e de saber gerir a coisa pública, e o fato mais importante foi o de ter tornado Serpa visível aos olhos do País. Esta cidade, embora pequena, soube aproveitar as suas especificidades e desenvolvê-las para a criação de uma imagem de marca que não se dissocia do seu anterior presidente de câmara. João Rocha teve o condão de perceber isso mesmo e de catapultar esta pequena localidade para patamares impensáveis há muitos anos atrás. Seja qual for o próximo candidato da CDU, Serpa dificilmente sairá das mãos da CDU, porque a maioria das pessoas gostou do trabalho desenvolvido e a marca da gestão de João Rocha ainda continuará presente. Em eleições futuras, ou seja, daqui a quatro anos falaremos se a CDU conseguirá manter o seu poderio eleitoral. Neste momento penso que nenhum dos outros partidos políticos tem possibilidades para lá chegar.

C

om frequência neste espaço tenho evocado a circunstância de algumas câmaras do nosso distrito – cada vez menos, é certo! - serem ou terem sido, durante décadas, exclusivamente geridas pelo Partido Comunista. Hoje não é exceção. Naturalmente, a evocação desse facto não pode fazer esquecer que o mesmo resulta da vontade expressa nas urnas pelos eleitores desses concelhos. Podemos discordar das opções e métodos de gestão, podemos mesmo considerar que o prolongado exercício de cargos executivos, quaisquer que sejam as escolhas políticas e ideológicas dos seus protagonistas, acaba por conduzir, ainda que de forma involuntária, ao afunilamento das estratégias e ao esgotamento do próprio projeto. Eu considero. Mas, repito, não podemos nunca esquecer, e eu não esqueço, que a cada quatro anos são os eleitores que exercem o seu direito de voto. Dito isto, o concelho de Serpa é um dos últimos domínios comunistas no distrito de Beja, onde a conjugação do verbo vencer foi sempre feita na mesma pessoa. Há porém um aspeto a considerar e que poderá ser a chave para a resposta à pergunta desta semana: a aludida ‘renovação’ da lista comunista em Serpa é, na verdade, uma ‘renovação’ forçada, à qual o PCP se vê obrigado pela lei de limitação de mandatos,

manifestamente contrariado e a contragosto. Em que medida este fator, não despiciendo, pode ser determinante no resultado eleitoral é o que veremos em outubro… Porque apesar de tudo sempre são quatro pontinhos, a contragosto, mas sem alternativa (está sozinho!...), jogo o rei de espadas…

A CDU foi “ferida” pela lança legislativa Luís Miguel Ricardo

N

a última jogatina da bisca fiz referência aos concelhos que desafiaram a mudança nas últimas autárquicas. Hoje o desafio leva-nos a um dos poucos municípios baixo-alentejanos que ainda não ousou experimentar a mutação partidária – Serpa –. Após nove mandatos consecutivos à frente da autarquia, o carismático líder comunista, João Rocha, vê-se afugentado da disputa eleitoral pela polémica e ambígua Lei da Limitação de Mandatos. Na calha da sucessão surge Tomé Pires e uma equipa CDU renovada, mas com vínculos evidentes à antecessora. Se é uma realidade que a candidatura de Tomé Pires, intimamente ligada ao histórico do município e com obra feita para mostrar, tem todas as condições para dar continuidade à hegemonia da coligação (CDU) no concelho, também não é menos verdade que as próximas eleições se apresentam como uma oportunidade ímpar para a oposição frente A CDU foi “ferida” pela se chegar à frente. lança legislativa e a concorrência, sobretudo do PS, que aposta forte no concelho com a candidatura de N Noel Farinho, pode ambicionar um result resultado histórico. E a reforçar essa ambição está est o histórico da oscilação dos números ele eleitorais em Serpa, quando confrontados co com situações insólitas. Nas eleições de 1993, Nicolau Breyner e o CDS (tradicion (tradicionalmente o Partido menos votado em Serpa) quase destronara naram os comunistas do poder der. Em outubro não existe uum rosto mediático a fazer frente à CDU, mas a ausência de um rosto carismático para defender a ““fortaleza CDU” pode baralh ralhar a população e ter um efeito semelhante nas urnas.


Atual

Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, estará no domingo, dia 19, em Baleizão, pelas 11 horas, para participar na já tradicional romagem em homenagem a Catariana Eufémia. A iniciativa encontra-se a cargo da Direção da Organização Regional de Beja (Dorbe) e da Comissão de Freguesia de Baleizão do PCP. Depois da deposição de flores na campa de Catarina Eufémia, no cemitério de Baleizão, seguir-se-á a romagem até ao largo que tem o nome na camponesa, onde terá lugar o comício. Assinala-se este ano o centenário do nascimento de Álvaro Cunhal e Jerónimo de Sousa participará ainda no descerramento de uma placa alusiva à sua vida e obra.

09 Diário do Alentejo 17 maio 2013

Jerónimo de Sousa no domingo em Baleizão

CDU quer multa a Pulido Valente no Ministério Público Os vereadores da CDU eleitos na Câmara Municipal de Beja dizem que “os eleitos do PS impediram que Pulido Valente fosse obrigado a pagar juros de mora do valor da multa pessoal que mandou os serviços do município pagar indevidamente”. Os vereadores da CDU, para além do pagamento dos juros, propuseram ainda que “o processo fosse remetido para o Ministério Público”, uma vez que consideram que podem “estar em causa neste processo a existência de três crimes”, nomeadamente “a utilização indevida de dinheiros públicos, abuso de poder e prestação de falsas declarações”.

Simões quer EDIA vinculada a regantes Mário Simões, deputado do PSD eleito por Beja, questionou a ministra da Agricultura, Assunção Cristas, sobre a gestão da rede secundária de rega do Alqueva. O deputado considera que “a EDIA deverá ser vinculada e envolver as associações de benificiários na gestão operacional da rede secundária, devendo para isso protocolar ou mesmo contratualizar essas tarefas com as associações de regantes”.

PCP defende agricultores na gestão da água Vários deputados do PCP, onde se inclui João Ramos, eleito por Beja, recomendaram ao Governo, através de um projeto de resolução, “a criação de mecanismos de participação das associações e de regantes na gestão da água no âmbito do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva”.

BE de Almodôvar condena Assembleia Descontentamento População de Ervidel pondera ir a Lisboa no dia 7 de junho manifestar-se à porta da sede dos CTT

Manifestação em Ervidel contra o fecho do posto local

CTT encerram estações de correio no Alentejo A população de Ervidel, concelho de Aljustrel, protestou, na terça-feira, dia 14, contra o fecho da Estação de Correios e, embora os CTT aleguem que os serviços vão continuar a ser prestados por um parceiro da empresa, a população, a Junta de Freguesia de Ervidel, a Câmara Municipal de Aljustrel e o Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (Sntct) discordam da decisão. Recorde-se que outras estações da região também estão em risco. Texto Bruna Soares Foto José Serrano

A

estação, no dia de protesto, fechou as suas portas por “razões de segurança”, mas tal não impediu que cerca de 200 pessoas saíssem à rua para gritar “Ervidel diz não ao fecho da estação”, numa contestação promovida pela junta de freguesia. Antes já outras populações da região, nomeadamente do concelho de Santiago do Cacém (Alvalade, Cercal do Alentejo, Ermidas) tinham manifestado o seu desagrado. No mesmo dia em Torrão, concelho de Alcácer do Sal, as vozes de muitos populares também se fizeram ouvir pelo mesmo motivo.

“Esta é só uma das mais de 200 estações de correio que esta administração dos CTT pretende encerrar, sem olhar a quem, sem olhar para os prejuízos que vai causar às pessoas”, afirmou José Oliveira, do Sntct. E acrescentou: “É só mais uma vontade de acabar com um serviço público de proximidade e que faz falta”. Por sua vez, Manuel Nobre, presidente da Junta de Freguesia de Ervidel, enquanto exortava a palavras de ordem, lembrava: “Não permitimos que este serviço fechasse numa primeira fase e não é agora que o vamos permitir. Temos direito a um serviço público de correios e se esta estação encerrar é mais um ataque à população”. O autarca lembrou que “o povo de Ervidel vai a Lisboa para lutar pela sua estação de correios” e que “fará tudo o que for necessário para defender este serviço na freguesia”, até porque, em sua opinião, “a razão está do lado dos ervidelenses”. A deslocação a Lisboa deverá acontecer no dia 7 de junho, e o protesto deverá realizar-se junto às instalações dos CTT. “A junta da freguesia ao lado da sua população, em conjunto com os demais órgãos autárquicos, o sindicato e a comissão de

utentes, exigirá respeito pelas populações e exigirá que os CTT cumpram a sua função”, adiantou Manuel Nobre. Nelson Brito, presidente da Câmara Municipal de Aljustrel, também se juntou às vozes de descontentamento e, enquanto várias mulheres seguravam numa faixa onde podia ler-se “Ervidel está contra o encerramento da estação de correios”, defendia: “É um golpe rude o que há muito tempo estão a fazer com o interior do País. O País mais tarde vai pagar a fatura com o desequilíbrio que estão a provocar no território”. O autarca recordou que já pediu “várias reuniões com caráter de urgência com a administração dos CTT e da Autoridade Nacional de Comunicações”, de modo a fazer “ver a estas entidades a necessidade de manter a estação de correios de Ervidel aberta”. “Tentaremos demover a intenção de encerramento, porque não pode a população de Ervidel, de Aljustrel, do Alentejo, andar a bradar por futuro, por desenvolvimento, a tentar captar investimentos, quando se veem todos os dias notícias do Alentejo mais só, do Alentejo cada vez com menos instituições. Não pactuaremos com esta situação”.

O Núcleo Concelhio do Bloco de Esquerda de Almodôvar considera que “a forma como a sessão extraordinária da Assembleia Municipal de 25 de Abril foi conduzida pouco dignificou o seu propósito”. O BE diz que “António Sebastião, não olhando a meios, viu nesta sessão uma oportunidade para fazer campanha autárquica”.

O associativismo segundo o PS de Castro A candidatura de António José Brito à presidência da Câmara Municipal de Castro Verde, pelo PS, quer “mais pluralidade e reforço da independência do movimento associativo”. Estas foram, segundo um comunicado enviado, “as duas ideias fortes assumidas no 1.º fórum ‘Construir a Mudança’”, realizado em Castro Verde e que contou com a presença de Manuel Alegre. Os socialistas defendem que “o debate procurou recolher boas propostas no plano da cultura e associativismo”. PUB


Diário do Alentejo 17 maio 2013

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António Ceia da Silva Presidente da ERT Alentejo

“Montado na Unesco em 2014”

E

m 2010, a Entidade Regional de Turismo do Alentejo, em conjunto com entidades universitárias, autárquicas e de produtores, lançou a candidatura do montado a Património da Humanidade. A primeira fase para a elaboração do dossiê foi agora concluída e o processo será entregue na Unesco até ao fim de 2014. Em que ponto se encontra a candidatura do montado a Património da Humanidade?

A componente de trabalho técnico, feito em articulação com todos os parceiros, está realizada. A comissão científica integrou dos mais qualificados nomes nas áreas ligadas às questões do turismo, do território e do desenvolvimento rural, e a criação da base de intervenção e estudo sobre o montado está concluída. Em junho vamos avançar para a elaboração do dossiê de candidatura e em agosto de 2014 devemos estar em condições de entregar o processo na Unesco. Trata-se de uma candidatura inédita…

Apesar do montado ser comum a outras zonas do mediterrâneo nós estamos à frente na questão da sustentabilidade. A qualificação do montado tem muito a ver com a nossa agenda para 2014/2020, e com a criação de um destino que se preocupa com as suas raízes, com a paisagem urbana, com a arquitetura específica. É essa a nossa preocupação. Proteger um bem que é distinto, é diferente, é identitário e que corre riscos. Já existe no terreno quem utilize o montado como argumento de atração turística?

Como se imagina estamos no início do processo. No futuro, no âmbito do programa “Alentejo Bom Gosto”, a nossa ideia é que existam pacotes de um ou dois dias de visita cuja base global seja a ruralidade, ligada aos produtos endógenos, e que um desses produtos seja o próprio montado. Isto tem de ser organizado pelos agentes privados, nomeadamente pelas empresas de animação turística, e há algumas empresas que já o fazem e recebem cerca de 20 mil turistas por ano. Existe a ideia de que o montado está muito desaproveitado…

Está desaproveitado e doente. Por isso, primeiro temos de mantê-lo, e daí a candidatura, senão qualquer dia não há montado. É realista apontar 2014 para a entrega do dossiê na Unesco?

Completamente. Acho que até será antes. Cumprimos a meta de maio/junho para a primeira fase, portanto, não tenho dúvidas de que cumpriremos essa meta. Até porque, do ponto de vista técnico, estamos a trabalhar com profissionais muito qualificados, que estiveram ligados à classificação do Douro e do Pico. AF PUB

I Encontro Ibérico reúne em Beja especialistas sobre o montado

SOS sobreiro O declínio do montado é o tema central de um encontro ibérico que se realiza entre hoje e amanhã, em Beja. Organizado pelo Centro de Biotecnologia Agrícola e Agroalimentar do Alentejo (Cebal), Câmara Municipal de Beja, Instituto Politécnico de Beja e Instituto del Corcho, la Madera y Carbon Vegetal, do governo da Extremadura espanhola, o seminário conta com a presença de vários especialistas portugueses e espanhóis. Hoje, o dia está reservado para apresentação de trabalhos científicos no auditório do Instituto Politécnico; sábado, os participantes farão uma visita técnica a um montado em declínio, na herdade do Azinhal, em Grândola. Texto Aníbal Fernandes Foto José Ferrolho

A

problemática do declínio do montado e, particularmente, a mortalidade do sobreiro, não é nova em Portugal. Desde o final do século XIX que há notícias de surtos de doença, mas nas décadas de 1980 e 1990 a situação agravou-se, levando a comunidade científica a estudar o problema de forma a encontrar uma solução. Não se julgue, no entanto, que este é um problema exclusivamente português. Tunísia, Marrocos, França e Espanha são outros dos países em que a floresta padece

do mesmo mal. Os insetos desfolhadores, a cobrilha da cortiça ou o platipo são alguns dos males que atingem a população de sobreiros, provocando o seu declínio e pondo em causa a sua renovação. Um dos pontos altos do encontro será a apresentação oficial do projeto GenoSuber e a assinatura do protocolo de colaboração com a Corticeira Amorim. O projeto de sequenciação do genoma do sobreiro é liderado pelo Cebal, e conta com o apoio do InAlentejo, para além de várias parcerias, nomeadamente com o Instituto de Tecnologia Química e Biológica, Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica, Associação de Transferência de Tecnologia, Instituto Nacional de Recursos Biológicos e o Instituto Gulbenkian de Ciência. Sendo o montado de sobro em Portugal um recurso estratégico importante – principal produtor de cortiça a nível mundial –, e de elevado valor económico, ecológico e socioeconómico, justifica-se a realização do projeto no nosso país. O Cebal refere que “a sequenciação do genoma do sobreiro, feita com o recurso a tecnologia de última geração, permitirá um avanço no conhecimento e melhoramento genético da espécie, em questões relacionadas, por exemplo, com o desenvolvimento da árvore, a formação da cortiça e as respostas a stress, com especial enfoque na resistência a doenças”. Mas nem só do genoma do sobreiro

se falará. De manhã estão previstas seis apresentações sobre “La seca en la dehesa de Extremadura: problemática y líneas de actuación”, pelo diretor geral do CMC Gérman Puebla Ovando; “A situação fitossanitária do montado do sobro em Portugal”, por Edmundo Sousa, do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária; “A doença do declínio do sobreiro: estratégias para o seu controlo”, por Alfredo Cravador, da Universidade do Algarve; “A importância das pragas desfolhadoras no declínio do sobreiro”, por Margarida Pereira, do Politécnico de Beja; “Decaimento de dehesas de Quercus ilex en Extremadura y su relación com infeciones radiculares de Phitophthora cinnamoni”, por Alexandro Solla, da Universidade da Extremadura; e “Declínio do Sobreiro: será que as alterações climáticas estão envolvidas?”, por João Santos Pereira, do Instituto Superior de Economia, de Lisboa. Da parte da tarde, será a vez de Conceição Egas, da Biocant; Maria Serrano, da Universidade Córdoba; Ana Cristina Esteves, Isabel Fernandes, e António Correira, da Universidade de Aveiro, e Nuno Ribeiro, da Universidade de Évora, divulgarem os seus estudos. A sessão terminará com a presentação de boas práticas na gestão do declínio do montado e com uma mesa redonda para debate e conclusões finais.


Um bocal do poço, datável dos séculos XIV-XV, está em exposição na receção da Câmara Municipal de Moura. Segundo a autarquia, “a peça faz parte de um conjunto de achados arqueológicos, recolhidos durante escavações realizadas no bairro da Mouraria”. O bocal do poço, que estava bastante fragmentado, foi, de acordo com

a câmara municipal, “alvo de um prolongado e bem-sucedido processo de reconstituição”. Trata-se, provavelmente, de uma peça de fabrico local, que vem juntar-se ao chamado “poço árabe”, em exposição no largo da Mouraria. Os materiais recolhidos nas escavações serão, futuramente, expostos no Museu Municipal.

11 Diário do Alentejo 17 maio 2013

Bocal de poço em exposição na Câmara de Moura

Museu Aberto O Dia Internacional dos Museus já está a ser comemorado em Beja, desde o dia 13, com visitas guiadas ao Museu Regional e ao centro histórico da cidade, jogos tradicionais e ateliês de reciclagem que se prolongam até ao próximo dia 24. Amanhã, sábado, o espaço museológico abre as suas portas até de madrugada com diversas atividades para todas as idades.

Amanhã é Dia Internacional dos Museus

Câmara de Beja terá dívida de 108 mil euros

Rede de Museus quer integrar particulares

Salários em risco no Museu Regional

C

omemora-se amanhã, 18, o Dia Internacional dos Museus. Além das várias atividades que irão decorrer em todos os espaços museológicos da região, esta data vai ser assinalada com a inauguração, em Vidigueira, de uma exposição itinerante que irá percorrer todos os concelhos do distrito de Beja. Esta iniciativa marca o trabalho que a Rede de Museus do Distrito de Beja (RMDB) tem desenvolvido ao longo de quase dois anos e meio de existência. Para Miguel Rego, um dos coordenadores da RMDB, o principal problema que os museus atravessam hoje são os recursos humanos: “As instituições que detêm o poder sobre os museus dão menos dinheiro, há menos dinheiro para técnicos, há menos recursos humanos, e estes

são fundamentais para os serviços educativos e para realizar atividades fora do horário de funcionamento do museu”. O responsável considera ainda que “os museus continuam a ser um dos fatores fundamentais para trazer gente à região”. Quanto ao balanço do trabalho que a rede tem desenvolvido, Miguel Rego considera-o positivo e, de olhos postos no futuro, deixa o desafio à próxima comissão coordenadora para “alargar a rede aos museus particulares, ou, pelo menos, aos museus que não estão na alçada das autarquias”. Integram a RMDB espaços museológicos em Aljustrel, Almodôvar, Alvito, Beja, Castro Verde, Cuba, Ferreira do Alentejo, Mértola, Moura, Ourique, Serpa e Vidigueira. GF

A

Câmara de Beja continua sem se entender com as contas da Assembleia Distrital de Beja (ADB), entidade proprietária do Museu Regional. Na última reunião da assembleia, que se realizou na terça-feira, o presidente da câmara, Pulido Valente, acabou mesmo por abandonar a sala depois de o presidente da Assembleia Municipal de Vidigueira acusar a autarquia bejense de “não pagar a ninguém”, segundo noticiou a Rádio Pax. Numa reunião bastante atribulada, António Sebastião, presidente da ADB, revelou que dentro de cinco meses esta entidade não terá capacidade financeira para pagar aos funcionários do museu. Isto porque, salientou, a câmara de Beja tem uma dívida de 108 mil euros à ADB,

verba correspondente a um atraso de 10 meses nas comparticipações. Uma dívida que a autarquia não reconhece, por discordar da forma como foram calculadas as diferentes transferências municipais para a ADB. O que motivou a interposição de um processo judicial contra a câmara de Beja. Ao “DA”, Pulido Valente referiu que “a maioria das outras câmaras considerou que nós, aí sim unilateralmente, devíamos pagar 60 por cento do orçamento total da Assembleia Distrital. Não tendo possibilidade de o fazer. Aquilo que fizemos foi votar contra esse orçamento e neste momento a assembleia não tem legitimidade para nos impor uma contribuição para a qual nós não temos fundos disponíveis”.

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Candidaturas Abertas Último Concurso De 20 de Maio a 28 de Junho de 2013 GAL PRÓ-RURAL

EIXO 3 – DINAMIZAÇÃO DAS ZONAS RURAIS 3.1 - Diversificação da economia e criação de emprego 3.1.1 - Diversificação de atividades na exploração agrícola 3.1.2 - Criação e desenvolvimento de microempresas 3.1.3 - Desenvolvimento de atividades turísticas e de lazer 3.2 - Melhoria da qualidade de vida 3.2.1 - Conservação e valorização do património rural 3.2.2 - Serviços básicos para a população rural Consulte os Avisos de Abertura do Concurso: www.alentejoxxi.pt Mais informações contacte: 284 318 395


Diário do Alentejo 17 maio 2013

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Física no dia a dia mostra-se em Castro Verde

O Agrupamento de Escolas de Castro Verde recebe, até ao dia 24, na sua escola secundária, a exposição “Física no dia a dia”. A iniciativa insere-se no programa “O Mundo na Escola”. A exposição baseia-se no livro A Física no dia a dia, de Rómulo de Carvalho. Desenvolvida pelo Pavilhão do Conhecimento, a exposição original foi apresentada entre novembro de 2011 e setembro de 2012, tendo sido adaptada para uma itinerância pelas escolas.

Filme da ERT duplamente premiado em festival O filme promocional “Alentejo, Tempo para Ser Feliz”, lançado em fevereiro pela Entidade Regional de Turismo (ERT), foi duplamente premiado no Finisterra - Arrábida Film Art & Tourism Festival, em Sesimbra, no último domingo. A ERT Turismo do Alentejo divulgou que o filme promocional da região conquistou o primeiro prémio na categoria “Viagens” e ficou em terceiro lugar na

Alcácer regressa ao tempo de Pedro Nunes A iniciativa “Alcácer dos 5 Sentidos” vai transportar os habitantes e visitantes da cidade alentejana numa viagem no tempo, até à época do ilustre matemático e astrónomo real Pedro Nunes, amanhã, sábado. A Câmara Municipal de Alcácer do Sal explica que, no âmbito desta iniciativa, os participantes vão partir à descoberta “desta marcante personalidade”, através da visita a alguns monumentos e locais da sua época.

Acervo sobre arquitetura em terra crua em Santiago A Câmara Municipal de Santiago do Cacém assinou, na segunda-feira, dia 13, um acordo com a Associação Centro da Terra que permitirá disponibilizar ao público um importante acervo documental sobre arquitetura em terra crua. O referido acervo, segundo a autarquia, “é constituído por 43 documentos”.

Rota Vicentina já dá lucro a empresas locais A Rota Vicentina, um percurso pedestre de 200 quilómetros pela costa alentejana, está a cumprir um ano de existência com “grande parte” das empresas locais a sentir benefícios na faturação, revelou a coordenadora do projeto. Algumas empresas, “muito bem situadas” em relação ao percurso marcado, estão a registar aumentos de 40 por cento na sua faturação nas épocas média e baixa, indicou Marta Cabral. Quando estiver concluída, a Rota Vicentina irá ligar Santiago do Cacém ao cabo de São Vicente, no Algarve, num total de 340 quilómetros de caminhos sinalizados, mas, por enquanto, apenas os 200 quilómetros alentejanos estão disponíveis. Durante os primeiros 12 meses, a Rota Vicentina recebeu três prémios. PUB

de “Promoção de Destinos”. Os dois prémios revelam “o reconhecimento, por parte dos profissionais da 7.ª arte e do turismo”, da “qualidade e inovação” do filme, no que respeita à forma como promove a oferta do destino. O spot promocional conta, em cerca de seis minutos, as múltiplas emoções que os turistas podem vivenciar no território, através dos protagonistas de “uma insólita aventura que tem como ponto de partida a busca da felicidade”.

Escritor começou a carreira a rever provas no “Diário do Alentejo”

Biblioteca Nacional celebra 90 anos de Luís Amaro L uís A maro, aljus trelense, homem das letras, comemorou recentemente 90 anos e a Biblioteca Nacional de Portugal (BNP) tem patente uma mostra documental da sua obra e atividade literária.

I

naugurada no último dia 7, pode ser visitada, na sala de referência, até ao dia 29 de junho. Na segunda-feira, dia 13, pelas 18 horas, aconteceu uma sessão, que contou com a intervenção de Eugénio Lisboa. Segundo informação disponibilizada pela BNP, “a mostra exibe obra impressa, documentação manuscrita e alguma iconografia”, destacando a “atividade enquanto escritor e profissional de referência ao serviço da Portugália Editora e da revista ‘Colóquio. Letras’”. “Os impressos dialogam com correspondência trocada com alguns dos maiores escritores do seu tempo”. Na verdade, as cartas que se exibem integram o espólio que Luís Amaro, de acordo com a Biblioteca Nacional de Portugal, “generosamente vem integrando na BNP desde 1981”. Luís Amaro nasceu em Aljustrel em 1923 e iniciou-se aos 12 anos de idade, com um texto publicado na imprensa periódica, em 1935. Antes aprendeu sozinho a escrever à máquina num cartório local onde prestava serviços. Publicou no semanário republicano a “Ala Esquerda” e mudou-se para Beja aos 13 anos, aprendendo no “Diário do Alentejo” a rever provas, tendo colaborado, como cronista e compositor em

verso, na imprensa local, nela travando, segundo pode ler-se na apresentação da mostra, “conhecimento, para a vida inteira, com o poeta Mário Beirão, com o romancista Manuel Ribeiro e com o jornalista Julião Quintinha”. Mudou-se para Estremoz e aos 16 anos secretariava a redação do semanário “Brados do Alentejo”, travando conhecimento com o poeta e artista Azinhal Abelho, deixando-se tomar “pela paixão bibliófila”. “Em meados de 1941, apadrinhou-o Agostinho da Silva com quem se correspondia. Luís Amaro transitou, em definitivo, para Lisboa, ingressando na Livraria Portugália”, pode ler-se na

página eletrónica da BNP. A reedição de In Illo Tempore, de Trindade Coelho, traçou o seu “percurso de eminente revisor de provas literárias”. Esteve na Portugália Editora quase três décadas, vindo a ser, juntamente com António Luís Moita, António Ramos Rosa, Raul de Carvalho e José Terra, cofundador das folhas de poesia “Árvore”, e colaborador de muitas outras revistas literárias entre as quais “Távola Redonda” e “Seara Nova”. “O seu denso e prolífico percurso funcional culminaria, em 1996, na Fundação Calouste Gulbenkian, na revista ‘Colóquio-Letras’ da qual foi, sucessivamente e por 25 anos, secretário de redação, diretor-adjunto e consultor editorial”. O apagamento de si próprio e o zelo pela produção literária alheia terá “induzido a que descurasse a regularidade da sua própria expressão em livro. Só em 1975 republicando os 60 poemas primeiro dados a lume em 1949 com o título ‘Dádiva’, e então acrescentados de 35 outros poemas em coletânea designada ‘Diário Intimo’”. Depois de estar esgotada foi devolvida ao público em 2006 com alterações do autor e acrescentada de mais alguns versos. Em 2011 foi reeditada. José-Augusto França considerou que “Poucos intelectuais tanto intervieram na segunda metade de Novecentos como Luís Amaro” e Graça Moura sempre o distinguiu como “a pessoa que mais sabe em Portugal sobre livros e escritores”. BS


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Perfil É entre tecidos que Glória Gonçalves, de 61 anos, passa os seus dias. O Atelier des Artistes, situado numa pequena vila do litoral alentejano, Almograve, é a sua segunda casa. É aí que conjuga tecidos e os pinta, criando peças de roupa para todos os gostos. Texto e foto Cláudio Guerreiro

Os trapos que Glória Gonçalves transforma em arte

Atelier des Artistes abre em Almograve

Já em Portugal De volta a Portugal, há cerca de cinco anos, Glória continuou a desenvolver esta sua paixão pela costura. Por isso, há um ano abriu o Atelier des Artistes, nesta freguesia

do concelho de Odemira. Aproveitou a casa que era da sua avó e com algumas mudanças ficou com a loja pronta para receber os clientes. “Isto antes era uma garagem e só tive de mandar tirar o portão e colocar uma porta nova”, conta a proprietária. Glória começa o trabalho logo pelas 10 horas. “Não venho mais cedo porque vivo num monte e tenho de orientar as coisas por lá. Depois, faço o dia completo até às sete da tarde. Se morasse ali na casa ao lado, o meu serão seria passado aqui no atelier a adiantar trabalho”, acrescenta a costureira. Contudo, um dos objetivos de Glória passa também por vender as suas peças pela Internet. “Já tenho um blog e uma página no Facebook para divulgar o meu trabalho”, conta. “Quero também colocar fotos das minhas peças num site que se chama ‘Etsy’, porque lá consigo vender peças que não consigo vender aqui no atelier, mas primeiro ainda tenho de perceber bem como aquilo funciona”. Apesar de a pintura em seda ser

WWW.FACEBOOK.COM/ ATELIER DES ARTISTES (COSTURA)

N

uma pequena garagem, transformada em atelier, junto à igreja de Almograve, Glória Gonçalves desenvolve a sua paixão pela costura e pela pintura em seda. Trabalhar os tecidos é não só um prazer, mas também uma forma de se manter ocupada. Entre tecidos, folheia uma revista de moda. “Estava a ver aqui pinturas na seda para pintar amanhã, mas não encontrei nada que goste. Acho que vou inventar”, desabafa, depois de fechar a revista. “Estou a pensar fazer uns pequenos ramos numa blusa e já fica algo giro”. A paixão pela costura surgiu ainda em pequena, graças aos ensinamentos da mãe. No entanto, foi em França, onde esteve emigrada durante cerca de 40 anos, que resolveu apostar mais em formações. “Casei, tive filhos e só depois é que comecei a interessar-me por esta arte”, revela. “Assim que pintei pela primeira vez a seda fiquei logo apaixonada”. Quando começou a aprender mais sobre esta técnica, Glória estava a passar por alguns problemas de saúde. “Tinha uma depressão e a paixão que ganhei pela seda curou-me sem que fosse necessário tomar um comprimido”, conta Glória, enquanto enrola alguns tecidos espalhados pela mesa do atelier. “Vi que era capaz de fazer peças bonitas com as minhas próprias mãos e isso fez com que passasse a valorizar-me mais”. Depois de perceber que tinha algum jeito, começou a fazer pequenas peças e a pintá-las com o objetivo de as vender. O sucesso foi tal que nunca tinha peças feitas de avanço. “Estavam sempre a comprar e a pedir-me mais peças”.

uma das suas grandes paixões, há já algum tempo que Glória não o faz. “Tenho estado muito ocupada, mas já começo a sentir falta de pintar qualquer coisa”. Glória já não pinta vestidos de noiva há algum tempo, mas é algo que quer voltar a fazer. “Não é muito complicado. Não é preciso pintar o vestido todo. Um pequeno desenho de uma flor de cerejeira ou uns raminhos ficam sempre bem na seda”. O sonho de dar formação Para além da costura e da pintura na seda, Glória gosta também bastante de dar formação. “No Natal, ensinei algumas pessoas a pintar em seda numa feira aqui da região, através de um processo em que se seca a tinta na seda num micro-ondas”, afirma. “Houve até quem tivesse saído de lá com o lencinho ao pescoço”. “Há pouco tempo uma senhora de Lagos mostrou-se interessada em fazer alguma formação em costura, mas só compensa lá ir se ela conseguir arranjar um pequeno grupo de

pessoas”, diz Glória. Segundo a dona do atelier, as formações de costura são algo um pouco em desuso nas cidades, daí o pedido desta senhora. Glória vê na aprendizagem da costura uma oportunidade para poupar. “As pessoas estão fartas de comprar roupas que não prestam. Ao fim de um ano a peça que compraram já está estragada. Assim, se aprenderam a costurar podem fazer a sua própria roupa com tecidos de melhor qualidade e que duram mais”, conta enquanto arruma algumas peças. “Mesmo que o investimento inicial com tecido seja maior, a verdade é que acaba por compensar com o tempo que a peça pode durar”. “Muitas mães gastam 50 euros numa peça de roupa para as filhas. Em vez disso, podiam aprender a costurar e fazer vestidinhos lindos”, revela enquanto mostra uma peça feita pela filha para a neta. “Este vestido é muito bonito e foi feito com um tecido baratíssimo. Fiquei encantada e encomendei logo mais ao meu fornecedor”.

Trabalhar diferentes tecidos Para além da seda, algodão e lã são também muitas vezes matéria-prima para as peças de Glória. No entanto, a proprietária do atelier depara-se com algumas dificuldades no fornecimento de certos tecidos. “Existe um tipo de lã, a lã fervida, que é muito difícil de encontrar em Portugal. No entanto, é um tecido que fica bem em muitas peças”, diz enquanto mostra um casaco exposto num manequim à entrada da pequena loja. Glória não vira a cara a nenhum desafio no âmbito da costura. Ultimamente, o cabedal tem sido um tecido alvo de alguns testes. “Já fiz um saco para mim e ficou bastante giro, só que ainda estou em fase de experiências com o tecido”, afirma. Trabalhar o cabedal exigiu outro tipo de investimentos devido às dificuldades em trabalhá-lo. “Até já comprei uma máquina a pedal, daquelas industriais, para fazer arranjos com cabedal. Não quero estragar a minha eletrónica”, diz, enquanto aponta para a máquina de costura à entrada da loja. Apesar de estar sempre com vontade de fazer peças novas, a dona da loja admite que isso tem alguns pontos negativos. “Às vezes estou a fazer uma peça e já estou a pensar na próxima. Isto não é lá muito bom porque acabo por deixar a peça inicial incompleta”, conta. “Fui sempre assim e a minha mãe até me chamava à atenção por causa disso”. Mesmo com alguns entraves, a verdade é que Glória acorda todos os dias com uma imensa vontade de ir para o seu atelier. Trabalhar os tecidos e arrumar as peças já finalizadas nos armários espalhados pela pequena garagem é algo que já faz parte do seu dia a dia e não o trocaria por nada. “Podia estar em frente da televisão o dia todo, mas não tenho paciência para isso e, para além disso, esta é a minha segunda casa”.


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Bem pode Cavaco dizer que há limites de dignidade que não podem ser ultrapassados porque esse princípio já não tem consistência. A este ritmo, a destruição de todos os fatores de confiança vai fazer-se num ápice. Depois, Vítor Gaspar poderá ascender a um patamar superior. Já se fala da sua ida para comissário europeu. Ninguém pense que seria um alívio, porque a sua política poderia atingir a escala continental. Ainda por cima para ele ir teríamos de volta Durão Barroso, por não ser possível acumular a presidência da comissão e um lugar de comissário. Triste opção. Eduardo Oliveira e Silva, editorial do “I”, 15 de maio de 2013

Opinião

Habemos presidentum do Sporting Sporting tem novo presidente. E o ato eleitoral de Alvalade foi uma espécie de decalque do conclave do Vaticano ocorrido poucos dias antes. As semelhanças estão à vista de toda a gente. Desde logo os dois países que serviram de cenário a ambas as eleições encontram-se em situações políticas delicadas. Num a crise alastra, os partidos não se entendem e um comediante foi dos políticos mais votados nas últimas eleições legislativas. O outro país é a Itália. Mas comecemos pelos antecessores de Bruno de Carvalho e do papa Francisco. Godinho Lopes, tal como Bento XVI, não chegou a terminar o seu mandato. O segundo alegou falta de energia e vigor. O primeiro, alegadamente, nunca soube o que isso era. Jorge Mario Bergoglio chorou no penúltimo conclave, que elegeu Bento XVI, suplicando para não ser o escolhido. Bruno de Carvalho chorou nas penúltimas eleições, que elegeram Godinho Lopes, lamentando não ter sido o escolhido. No que diz respeito aos eleitos, ambos são homens de boas contas. No dia seguinte às eleições, o papa pagou a pensão onde esteve hospedado antes do conclave. Bruno de Carvalho pagou os ordenados de fevereiro. Depois de eleito, o papa quis ficar junto dos seus fiéis e passeou-se sem medo por entre a multidão na praça de São Pedro. O presidente do Sporting fez praticamente o mesmo: ficou junto dos seus jogadores, no banco da equipa, no jogo frente ao Braga. Também os métodos de eleição nos dois atos sufragistas, de Lisboa e Roma, foram sui generis. Mas ainda assim os sinais de fumo do Vaticano, tecnologia dos índios Sioux, provaram ser mais eficazes do que o moderno sistema informático/eletrónico que o clube de Alvalade estreou nestas eleições. As urnas encerraram às 20 horas de sábado, mas só às duas da madrugada de domingo se conheceu o vencedor. Contudo, o fumo, esse, começou a fazer-se notar horas antes. E não foi de nenhuma chaminé do Estádio Alvalade XXI, se não das cabeças dos pobres pivôs dos três canais informativos que acompanharam a noite eleitoral leonina. Foi uma emissão de cinco horas em que foram experimentadas as mais variadas técnicas de enchimento de chouriços, e outros tipos de enchidos, enquanto se esperava por resultados. Mas se esta é uma história de coincidências, também há muitas diferenças entre os dois atos eleitorais. Por exemplo, o cardeal Ratzinger foi um papa intelectual, que tocava Beethoven. Godinho Lopes foi um presidente néscio na condução de clubes. Também existem diferenças de perfil entre os dois vencedores. Bruno de Carvalho não me parece muito católico, e definitivamente não tem cara de santo. O Papa Francisco, simpático e cordial, visitou o seu antecessor, em Castelo Gandolfo, dias depois de ter sido eleito. Não creio que Bruno de Carvalho tenha tido essa deferência para como o presidente cessante do Sporting. Mas confesso que já tinha saudades de uma maratona eleitoral. A diferença é que no fim da noite, em vez de assistirmos aos resultados finais das freguesias apuradas, ouvimos Eduardo Barroso, o presidente da mesa da assembleia geral, a trocar votos por percentagens, misturando votantes presenciais com votos por correspondência. Bruno de Carvalho era o meu candidato. Não por ser defensor dos pobres, como Francisco, nem intelectual, como Ratzinger. Não creio que corresponda a nenhum dos dois exemplos. Mas porque tem um certo ar de mafioso. E, no futebol português, se não podes com eles… junta-te a eles. Bruno e Francisco foram duas apostas de rutura com as anteriores gestões das instituições que lideram. Ambos acreditam que irão conseguir mudar o rumo das suas organizações. Rezemos para que estejam certos.

Beja é uma cidade notável em termos históricos. Infelizmente, em muitos períodos da sua existência, sofreu severos ataques contra o seu património construído. Assim mesmo, em cada recanto das suas ruas primordiais, em cada escavadela, há sempre um importante pedaço do nosso passado que fica à vista. Como agora, na rua da Moeda. Onde, afinal, se cunhava moeda, como nos ensina a incansável arqueóloga CONCEIÇÃO LOPES. PB

Há 50 anos

Uma rua Luís Covas Lima Bancário

U O

Bruno Ferreira Humorista

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ma rua, um espaço, um lugar. Quinta-feira da Ascensão celebrou-se o dia da espiga e também as festividades do dia da cidade de Beja. A celebração da subida de Jesus ao céu, depois de ter sido crucificado e de ter ressuscitado. Quarenta dias depois da Páscoa. Dá-lhe forma, aqueles que vão para o campo apanhar a espiga e outras flores silvestres. O pão, a paz e a alegria são simbolizados num ramo que será guardado durante um ano até ao dia da espiga do ano seguinte. 9 de maio de 2013. No programa da cidade de Beja, entre outras iniciativas não menos importantes, teve lugar o descerramento de placas toponímicas em nome da arquiteta Maria João George e do doutor João Manuel Covas Lima. O testemunho de apreço pela obra feita e o reconhecimento da cidade de Beja que a todos nos honra nesta dádiva que perdurará para sempre, conforta-nos e dá-nos a entender o tão gratificante que é o lema, “Viver uma vida por inteiro é receber e saber dar”. Coube ainda na agenda uma sessão evocativa em memória de ambas as personalidades. Enquanto representantes das famílias, os discursos do doutor Francisco George, ilustre diretor-geral da Saúde, e da doutora Alexandra Covas Lima Guedes Cabral foram brilhantes e a todos tocaram e sensibilizaram. Seguiu-se uma exposição sobre o que os homenageados representaram para a sociedade, para as gentes locais e para a sua terra. O trajeto de vida de um e outro é vasto, “rico” e generoso. Maria João George trabalhou em planeamento urbano e também rural e teve como obra maior, aliás, notável, enquanto quadro superior da EDIA, a coordenação dos trabalhos de reinstalação da aldeia de Luz. A sua intelectualidade, os seus afetos, a resistência em prol dos seus ideais, a dedicação à gestão dos espaços urbanos e o humanismo foram predicados que ilustram a sua importância na sociedade. Foi exímia na crítica sempre construtiva, comunicava como ninguém, mais do que ouvir sabia escutar. Foi um vulto da cidade de Beja, que mais uma vez a reconheceu pela sua obra extraordinária e pelo seu contributo para o desenvolvimento de uma região. João Manuel Covas Lima, meu Pai. O Homem que não me canso de relembrar e de recordar. Um Amigo excecional que fazia questão em evidenciar e defender aqueles que considerava como o amigo maior que um amigo pode ter. O painel que a sua filha, a Alexandra, também médica, lhe quis dedicar na exposição acima referida deu a conhecer o seu percurso de vida. Quadros relativos à família, o Liceu e o curso, a tropa, o médico e a radiologia, o desporto, a cidadania e o reconhecimento são a prova desse percurso de vida ímpar e exemplar. Ambos escreveram no “Diário do Alentejo”. Ambos publicaram as suas crónicas em livro. Ambos plantaram árvores e semearam amizades sem fim. Ambos foram considerados pelo doutor Jorge Sampaio como heróis anónimos. Ambos foram recordados pela doutora Maria de Belém como sendo simples e intensos, tal e qual como foram as suas vidas. Ambos foram agraciados e reconhecidos pela Câmara Municipal de Beja, na pessoa do seu presidente, doutor Jorge Pulido Valente. A EDIA disponibilizou as suas instalações, meios e recursos para a sessão solene e para a exposição temporária. Ao presidente do conselho de administração, engenheiro João Basto, um eterno agradecimento. O repasto bem retemperador foi muito bem servido no restaurante do Nerbe. A todos, sem exceção, obrigado pela honraria que tanto nos preenche. A ambos, aos heróis anónimos, gente simples e intensa, que descansem em paz.

Lopes-Graça e o “folclore”

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m artigo de Caetano Mestre, sobre os “tratos de polé” sofridos pelo “folclore” nacional, publicado na edição de 17 de maio de 1963 do “Diário do Alentejo”, transcrevia a “opinião abalizada do eminente musicólogo Fernando Lopes Graça”. Ouçamo-la, nos limites do espaço desta coluna: “Tal como certas formas de trajar ou de pentear, tal como certas cores, certos móveis, certas frases e até certas maneiras de falar e de andar, há palavras que, em determinado momento, caem na moda. ‘Folclore’ é uma dessas palavras. Hoje anda na boca de toda a gente e a palavra ‘folclore’ emprega-se muitas vezes por aí, mas desconfiamos que não só sem se saber o que ela verdadeiramente significa, como dando-lhe um sentido que não anda longe de ser caricatural. Por toda a parte se formam ‘ranchos folclóricos’, os fornecedores do reportório musical ligeiro inundam o mercado com os seus ‘arranjos folclóricos’, as vedetas da rádio brilham no ‘estilo folclórico’, os restaurantes anunciam os seus ‘pratos folclóricos’, há os trastes e adornos caseiros folclóricos – enfim, o folclórico invadiu tudo, o folclore tornou-se uma tineta, uma doença, um modo de vida. Ora o folclore que se reconhece e apregoa como tal (e aqui referimo-nos directamente ao folclore musical, talvez a insigne vítima desta folclorite aguda), o folclore que sai do seu âmbito próprio, que são os campos e as aldeias, e exorbitadas [as] suas funções próprias, que são as de exprimir a vida e os trabalhos do homem rústico, esse folclore, assim posto em evidência e assim utilizado, deixa precisamente de ser folclore para se transformar em divertimento banal ou servir de mero cartaz turístico; do mesmo modo que se fabrica em série, e de que se tira patente, nunca foi de toda a evidência folclore, mas puro negócio, pura especulação comercial. É claro que folclore não é nada disso, e nada disso é a canção popular. A canção popular portuguesa, afirmamolo, é mais e melhor do que isso: ela é realmente a crónica viva e expressiva da vida do povo português – quer dizer: da vida rústica do povo português, visto que por canção popular portuguesa se deve entender, antes de mais nada, e acima de tudo, a nossa canção rústica. Com efeito, só as populações dos campos, serras, lugares e aldeias de Portugal são depositárias de um tesouro inexaurível de melodias, que, na sua pureza, na sua frescura, na sua autenticidade étnica, na variedade e naturalidade das suas formas, nas suas surpreendentes características estéticas, enfim, têm jus a ser consideradas como espelhando inequivocamente a nossa psique. (...) Tem de ir ao coração do Alentejo, a Serpa e seu termo, quem quiser conhecer uma das mais genuínas e curiosas manifestações do génio do nosso povo; as canções corais, que os íncolas da região, na sua maioria trabalhadores do campo e pequenos mesteirais, cantam com uma admirável musicalidade nata e a compenetração de quem cumpre um velho ritual (...)”. Carlos Lopes Pereira


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Celebra-se amanhã o Dia Internacional dos Museus. Beja 15 tem um dos mais belos e importantes museus regionais do País. Para o qual todos os municípios do distrito contribuem com algum esforço financeiro. Pelo que não deixa de ser triste que a sua existência esteja constantemente ameaçada por lutas políticas e JOGUINHOS DE BASTIDORES. De uma vez por todas, é chegado o tempo de se entenderem, porra! PB

Diário do Alentejo 17 maio 2013

Os CTT preparam-se para fechar mais uma mancheia de postos de correios em pequenas localidades do interior do País, nomeadamente no Alentejo. O que representa mais uma forte machadada na luta contra o isolamento e o despovoamento. Em tempos, poderíamos não ter reconhecimento externo em muitas coisas, mas todos elogiavam os nossos serviços postais. Que agora se transformaram numa rasca loja dos 300. PB

RÁDIO PAX

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Crónica Os cogumelos já lá vão João Mário Caldeira

Cartas ao diretor Por fim, outros têm como objeAs brumas tivo social construir uma sociedade nova, onde imperam as regras deda memória mocráticas, baseadas nas ciências do Manuel Dias Horta Beja

É no mês de maio, o mês mais lindo do ano, particularmente o do ano de 1945. Acabou a guerra e começou este rapaz a por cá andar. Neste mês, quando a natureza está em festa e onde sinos ainda tocam ave-marias. Mês criador e de temperaturas amenas que um grupo de avozinhas e avozinhos, outrora irreverentes meninas e meninos, reiniciam a viagem ao longínquo e ao passado. Ao leme a saudade, o percurso – atravessar as brumas da memória, finalidade – fazer parar por algumas horas uma roda grande que gira, gira e tudo tritura. Em cada passageiro uma história que, contada com avidez, parece o tempo voltar outra vez. Ai, que saudade, que saudade das cigarradas às escondidas, da brancura alva das batas, das saídas e entradas pelo velho portão. Das esperas e das passeatas pelo jardim e pelas ruas da cidade. Antigos alunos do Liceu de Beja, moços e moças da minha e de outras gerações, é este o cartaz que os aguarda, sábado, dia 18 do corrente mês, na Casa do Alentejo, em Lisboa.

Portugal e a suas gerações Manuel José Vargas Aljustrel

Num país cada vez mais desumanizado, onde as assimetrias se agudizam e as promiscuidades e o individualismo ganho cada vez um maior significado, urge alterar toda esta situação o mais rápido possível. Perante tal evidência é legítimo interrogar-nos como será possível resolver o problema levando-o a bom porto? A resposta não é consensual, havendo por isso vários pontos de vista. Para alguns, as pessoas devem ser educadas em colaboração com os pares (irmãos, amigos, etc.), através do treino na resolução de problemas em interação com os pais, docentes e outros familiares como conselheiros. Para outros, a natureza humana é a mesma em qualquer sítio e ao longo dos tempos e, portanto, as pessoas devem ter a mesma educação.

comportamento. Na minha ótica, o mais credível seria adotar uma mistura dos diversos pontos de vista referenciados, uma vez que a função parental tem variado ao longo dos tempos conforme os grupos culturais. Nos dias de hoje, não é de estranhar que as relações afetivas entre pais e filhos tendem a diminuir e até desaparecer restando uma mínima relação funcional. Tudo isto retrata a realidade, como as diferentes opiniões sobre como educar, podem gerar conflitos entre os intervenientes, numa sociedade que parece ocultar tal facto. Simultaneamente, o mundo à nossa volta vai mudando: as correntes de opinião, os regimes políticos, os hábitos, as modas, as aspirações, os projetos de vida dos mais novos… É por isso necessário uma reflexão ao nível da compreensão e atualização comportamental, perante a função construtiva das diferentes gerações, cujo desempenho ao longo dos tempos foi contribuir para uma melhor sociedade mais equitativa e solidária. Infelizmente nem sempre correspondido, devido a elites arrogantes e prepotentes, que ao longo dos tempos sempre manifestaram faltas de sensibilidade social, impedindo que o sol pudesse brilhar para todos. Mas queiramos ou não, o confronto de gerações é inevitável e benéfico, no âmbito de uma vertente dialogante, onde possa existir uma confraternização de partilha e amizade, valorizando os conhecimentos pessoais/profissionais numa perspetiva transversal, baseada em exemplos de vida. Atrevo-me a dizer, sem dúvida alguma, que as gerações constituem um motivo de orgulho em toda a sua plenitude pelo sentimento do dever cumprido, desde que o mesmo se tivesse enquadrado em prol da humanidade, apesar das incongruências das épocas em que viveram. Acreditar no futuro é possível, se encontrarmos novas mentalidade que tenham uma visão de justiça, com vontade de erradicar a miséria e os jogos de interesses fraudulentos. Termino com palavras que exprimem o meu pensamento sobre a referida temática: “O maior contributo que qualquer cidadão poderá dar ao País é saber educar os seus filhos”.

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s cogumelos já lá vão, a chuva impiedosa não os poupou, apesar da fartura deste ano. Esperemos que para o ano haja mais, se o tempo não pregar as partidas do costume. Para o feliz advento quer-se água no outono, um inverno pouco rigoroso, soalheiro, mas suficientemente molhado. Só assim o “Amanita ponderosa”, o quase exclusivo cogumelo silvestre consumido no sul do Alentejo, se digna dar a cara, aparecendo à luz do dia, cabeçudo e tenso como um aríete, abrindo brechas na terra vencida. Dessa sua pujança lhe terá vindo a fama de ponderoso como deixa supor a sua designação latina. É o parente bom, ainda que com outros irmãos, de uma família maldita, da qual fazem parte os mais venenosos e letais cogumelos. Entre eles os temíveis “Amanita phalloides” e “Virosa” para só citar, pelas piores razões, os mais conhecidos. Também chamado de silarca em muitos locais do sul, o “ponderosa” (omitido inexplicavelmente em grande parte das listas nacionais dos cogumelos comestíveis) parece ter vindo ao mundo para redimir o mau feitio da família e satisfazer os paladares mais exigentes. Tem cor branca acetinada quando arrancado da terra, virando depressa a castanho liso se lhe dá a brisa quente de começos de primavera, não perdendo, contudo, a consistência rígida que o caracteriza. Chegado ao nariz, exala um cheiro a terra e a ferrugem, difícil de classificar. Essência comparada com nada, mas rara, preciosa, dir-se-ia obra de um inspirado perfumista. Tal como outras espécies selvagens de natureza vegetal suas contemporâneas na estação (espargos, acelgas, tengarrinhas ou catacuzes) que o alentejano aguarda com impaciência, também o cogumelo tem data marcada no calendário. Dependendo das condições meteorológicas, fevereiro, março e uma nesga de abril são os meses em que resolve aparecer. Quando o clima não ajuda, especialmente em anos de seca, é inútil procurá-los. Os apreciadores que aguardem fazendo cruzes na boca! O “ponderosa” é muito suscetível, nem todo o tempo lhe convém, o que o torna mais especial e ainda mais apetecido. Se o outono vier favorável e o inverno corresponder, o nosso personagem decide aparecer logo que fevereiro amanhece com dias de sol aquecendo o solo humedecido. Os esporos invisíveis e em misteriosa hibernação desenvolvem o processo de frutificação do fungo que amadurece e engrandece sob a terra virgem dos montados. É, então, o delírio para as populações dos concelhos encostados a Espanha. Mourão, Barrancos, Moura, Serpa e Mértola fervem de impaciência pelo momento. Ou não fossem a pátria do “ponderosa”! Verdadeiros exércitos de naturais percorrem com os olhos sequiosos a terra virgem ou há muito esquecida pelo bico da charrua, onde a rosela, a esteva e o tojo cobrem já grandes manchas de terreno. No entanto, é nos arredores das azinheiras e sobreiros, em que o mato é mais ralo, que a silarca encontra condições especiais para nascer e prosperar. Os especialistas já o sabem,

por isso não perdem tempo a esquadrinhar outras dobras do terreno. Vão assim de “calo” em “calo”, que o mesmo é dizer de árvore em árvore, sondando os locais virados a Sul deixados a descoberto pela rama dos sobreiros e azinheiras. Essa simbiose com os “quercus” é por demais sabida e é junto a eles que incide a maior procura dos apanhadores de cogumelos. No começo da campanha prevalecem as encostas soalheiras onde o “ponderosa” frutifica primeiro, mas é mais tarde, se março não aquece demasiado, que despontam os melhores exemplares nas vertentes menos castigadas pelo sol onde o terreno é mais fresco e humoso. Tardam a sair, ganhando volume debaixo da terra e quando se decidem a afrontar a luz do dia vêm carnudos e fulgurantes, mais “ponderosos” que nunca. Quando se fala da sua toxidade às populações locais, que desde crianças de escola se afadigam na sua procura, quase todos se riem ao referirse a possível confusão entre o familiar “ponderosa” e outras espécies venenosas. A estranheza dos naturais advém da raridade dessas espécies na altura de frutificação da silarca mas especialmente das diferenças que há entre elas. Pondo de lado o temível “Phalloides” que é esverdeado e de compleição mais débil, que dificilmente se pode confundir com o “ponderosa”, só o “Amanita vernes”, também tóxico (chamado “cogumelo de cabra” em algumas regiões do concelho de Moura) poderá gerar alguma confusão. Mas a sua cor excessivamente branca, a diferença do laminado do chapéu, o cheiro, a textura e o seu corpo mais adelgaçado, afastam eventuais hipóteses de não os diferenciar. O problema quase não se põe na região e os que verdadeiramente se dedicam à apanha da silarca “ponderosa” nem consideram coisa com que se devam preocupar. Se o entusiasmo é grande na procura do nosso cogumelo, e muitos há que quase só com isso se contentam (como é o meu caso), não se pode desprezar o prazer de comê-lo. Apanhe-se num exemplar ainda não definitivamente aberto, com o chapéu em forma de tijela achatada tirando-lhe com cuidado a capa exterior, relativamente consistente, que o cobre. Arranque-se-lhe o pé, que se guarda para outros eventos, e inverta-se a “taça”. Para o seu interior laminado jogue-se uma pitada de sal grosso e, querendo, uma folha verde de poejo à moda de Serpa que, diga-se de passagem, me parece desvirtuar o sabor original do cogumelo. Contendo a emoção, afastem-se as brasas do lume fazendo um terreirinho sobre a pedra quente do lar. Não havendo lareira, utilize-se uma chapa sobre a chama do fogão que não deve ser demasiadamente forte. Coloque-se aí o “ponderosa”. Um cheiro acre e único evola-se no ar. Aguarde-se pacientemente cinco a dez minutos até o fundo da “taça” começar a encher-se da calda exalada, na qual derrete o sal. Não precisa mais. Retire-se do calor a “tigela” hirta e levemente passada. Ponha-se num prato e parta-se em gomos grossos e carnudos onde se espetam palitos. Acerque-se-lhe um copo de vinho tinto. Com reverência inicie-se a degustação. Dificilmente se arranjará petisco igual nos alvores de mais uma primavera.


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Quando falamos das casas da moeda de Lisboa e do Porto, estamos a falar de casas reais, do Estado. Aqui trata-se de um privado, que tem licença do rei para cunhar moeda, de modo a pagar um empreendimento, que é a exploração das minas de cobre e azougue”. Conceição Lopes

Destaque

Vestígios revelam a existência de uma casa da moeda do século XVI

No rasto dos ceitis de Beja Terá Beja cunhado moeda própria, com autorização de D. João III? E quem seria Ruy Lopes, o homem que liderou o projeto como forma de custear a exploração de umas minas de cobre e azougue? E onde seriam essas jazidas, de que hoje não restam memórias? Novas interrogações se levantam das calçadas do centro histórico e andam a ocupar a equipa de investigadores do projeto Arqueologia das Cidades de Beja, liderado por Conceição Lopes. Depois do templo romano, e por causa dele, foram descobertos, justamente na rua da Moeda, vestígios da existência de uma casa da moeda, um achado com características únicas. Não só pela boa conservação do que foi encontrado, mas sobretudo pelo insólito de uma produção de moeda atribuída a um privado.

Texto Carla Ferreira Fotos José Ferrolho

Casa da Moeda Vestígios são, dentro deste género, “os mais completos encontrados em Portugal”

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ntigo centro cosmopolita, com fortes ligações ao Mediterrâneo e às mais importantes cidades do sudoeste peninsular, Beja, ou melhor, o que nela ainda se esconde sob as calçadas, não para de surpreender-nos com novos dados. Depois do majestoso templo romano do século I dC descoberto em 2008, a poucos metros da praça da República, e na sequência das respetivas escavações para identificação do espaço envolvente, foram trazidos à luz do dia vestígios surpreendentemente bem conservados do que teria sido uma casa da moeda no século XVI. Uma edificação que muitos duvidavam que alguma vez tivesse existido, dada a escassez de informação sobre a sua localização exata na cidade. É verdade que os achados agora validados se localizam na rua da Moeda, mais exatamente no que hoje resta do edifício onde funcionavam os serviços técnicos da câmara municipal e junto ao logradouro interior onde foi identificado o primeiro templo romano de Beja, do século I aC. Mas, alerta Conceição Lopes, diretora científica do projeto Arqueologia das Cidades de Beja, tal facto, só por si, não constituía garantia de nada: “Em Coimbra, por exemplo, também temos uma rua da Moeda e, no entanto, não se regista lá nenhuma casa da moeda. Até por uma razão. Quando deixavam de funcionar, as casas da moeda tinham que ser completamente desmanteladas, para que não houvesse lugar a falsificações. Há muito poucas escavadas e publicadas“. O certo é que, em agosto passado, começaram a ser visíveis os primeiros indícios dessa estrutura. “Na escavação do lado Oeste do segundo templo romano, começámos a encontrar vestígios de cisalhas, cadinhos, escórias, ou seja, despojos relacionados com a produção de moeda”, lembra a investigadora do Centro de Estudos Arqueológicos das Universidades de Coimbra e Porto. Hoje, passados já nove meses, a arqueóloga sente-se segura para afirmar, sem hesitações, que estamos perante “os vestígios, dentro deste género, mais completos encontrados em Portugal”. Na prática, o que está à vista é parte do pavimento da casa do século XVI, um pouco do terraço ou pátio externo pertencente à edificação e numerosos materiais: moedas por cunhar, moedas cunhadas em parte, cadinhos, restos da fundição, o local onde se encontrava o martelo para bater as moedas e ainda algumas talhas, possivelmente usadas


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para guardar mantimentos. Tudo isto, detalha a arqueóloga, “construído sobre casas anteriores que deverão datar, ainda cem certezas, dos séculos XII ou XIII”. A referida casa era conhecida através de documentação sobre o processo de concessão, aparentemente insólito, que terá estado na sua origem. Consta que, em diploma assinado em Évora em setembro de 1524, D. João III terá concedido licença a alguém de nome Ruy Lopes, administrador na respetiva corte (vedor), para a construção de uma casa da moeda em Beja, cujo intuito seria fazer face às despesas com a exploração de uma mina de cobre e azougue (mercúrio). Um documento arquivado na Torre do Tombo, em Lisboa, confirma a licença a Ruy Lopes para “descobrir minas de azougue e cobre na cidade de Beja e seu termo, e, como a exploração destas minas lhe acarretaria grande despesa, el-rei lhe concedeu que ele, do cobre que tivesse, pudesse mandar lavrar moeda de ceitis em uma casa que mandaria fazer de muros adentro daquela cidade”.

Materiais I No espaço foram encontradas algumas talhas, possivelmente para guardar alimentos

O quotidiano do passado no dia a dia do presente

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s cacos que contam a história de Beja vão estar literalmente ao alcance dos bejenses contemporâneos. E já a partir de dia 31, com a inauguração, em 23 locais do centro histórico, da exposição “A construção revela-se à cidade”. “É o início do balanço das escavações que temos vindo a fazer na rua da Moeda, será a nossa primeira atividade e é uma experiência que vamos ver como funciona para que lhe demos continuidade”, explica Conceição Lopes, responsável pelo projeto Arqueologia das Cidades de Beja, que quer convidar os bejenses a “interagir mais” com o seu passado. Entre os 23 sítios contemplados, entre a praça da República e as Portas de Mértola,

quatro serão dependências bancárias e os restantes estabelecimentos do comércio local. O conceito é simples, adianta a investigadora: “o quotidiano do passado encontra-se com o quotidiano do presente”. Os materiais a expor, na sua maioria, serão muçulmanos e pós-muçulmanos já que o espólio romano é muito diminuto. “Não temos um capitel, uma coluna, porque as ocupações posteriores foram reciclando tudo o que lá estava anteriormente”, justifica Conceição Lopes, explicando que foram escolhidas sobretudo “peças singelas e bonitas”, que se destacam, ou pela decoração ou pelo estado de conservação, e que não “porão em risco as casas onde vão ser expostas”.

Além da boa conservação dos vestígios, o que também confere um “carácter inédito” ao achado arqueológico, esclarece Conceição Lopes, é o facto de estarmos perante uma casa da moeda particular. Porque “quando falamos das casas da moeda de Lisboa e do Porto”, adianta, “estamos a falar de casas reais, do Estado. Aqui trata-se de um privado, que tem licença do rei para cunhar moeda, de modo a pagar um empreendimento, que é a exploração das minas de cobre e azougue”. De Ruy Lopes, para já, pouco se sabe, além de que terá sido o primeiro provedor da Misericórdia, fundada no final do século XV, e que também teria estado ligado à fundação do Convento de Santa Clara. “Seria quase de certeza uma pessoa de Beja, embora vivesse na corte” e, ao que parece, desvenda Conceição Lopes, nunca terá usufruído diretamente da concessão, deixando tudo em mãos de “um tal João Samurano, que nós não sabemos se é o Sembrano [nome de uma rua em Beja]”. Muito do trabalho que agora se segue passa, por um lado, por investigar a documentação histórica disponível, nomeadamente com o apoio do Arquivo da Casa da Moeda de Lisboa, no que respeita à figura de Ruy Lopes e ao seu projeto de uma casa da moeda em Beja. “A doutora Margarida Paes Leme [responsável pelo arquivo] está a ajudar-nos nessa investigação e, mais tarde ou mais cedo, acho que

PROJETO ARQUEOLOGIA DAS CIDADES DE BEJA

Um achado com “carácter inédito”

Materiais II Cadinhos de fundição e cisalhas estão agora a ser estudados

vamos ter novidades a esse respeito”, acredita a arqueóloga, congratulandose igualmente com a parceria estabelecida com o laboratório Hércules, da Universidade de Évora, a quem caberá a análise, quer dos materiais orgânicos encontrados no interior das talhas, quer dos metais encontrados e até “das poeiras que ficaram depois da cunhagem”, o que poderá lançar também pistas sobre o paradeiro das tais minas de cobre e azougue de que hoje não se guardam memórias.

Dada a raridade do achado, a Casa da Moeda de Beja já suscitou o interesse de investigadores espanhóis, arqueólogos que têm trabalhado sobre a temática em prospeções na Oficina Monetária de Valência. Um contacto que já deu frutos, permitindo que os cadinhos saídos de Beja e os restos de metal aí encontrados possam vir a ser estudados no âmbito de um projeto europeu, liderado pelo King’s College. Escavações param, mas câmara

garante “continuidade” do projeto

Com algumas parcerias no terreno, o estudo dos materiais vai prosseguir. Mas não as escavações na rua da Moeda, que deverão terminar hoje mesmo ou nos próximos dias. O financiamento dos trabalhos provinha de um contrato de parceria com a Câmara de Beja, por via de um projeto no âmbito do QREN, cujas verbas já se esgotaram. “Esse financiamento implicava que tivéssemos trabalhado um ano

e meio. Entretanto, já cá estamos há mais de dois anos, estendemos bastante o dinheiro e agora não temos mais hipóteses. Infelizmente não vamos conseguir escavar tudo”, lamenta Conceição Lopes, deixando claro que não desistirá de “ir à procura de financiamento”. Não pela necessidade de mais dados científicos, mas tendo em conta “a importância destes vestígios e o estado de conservação em que se encontram”. O que justificaria, no entender da arqueóloga, toda uma estratégia comum “para a promoção da própria cidade”, que passaria pela recuperação da sua antiga imagem. A de uma Beja que chegou a ser “das mais importantes cidades do sudoeste peninsular na época romana”. Da parte da Câmara de Beja, há a garantia da “continuidade dos trabalhos”. Terminada a verba deste projeto, virão “outras candidaturas, outros projetos”, assegura Jorge Pulido Valente, presidente da autarquia, convicto de que o projeto Arqueologia das Cidades de Beja “é para continuar, não é para ser abandonado”. Quanto ao futuro Centro de Arqueologia e Artes de Beja, que vai nascer no edifício onde funcionavam os serviços técnicos da autarquia e onde foi identificado o templo romano de Beja, ele terá duas vertentes, como o próprio nome sugere. A arqueologia ocupará o piso térreo, entre o interior e o logradouro, contemplando uma área “devidamente musealizada”, onde se fará a retrospetiva das várias cidades de Beja (romana, muçulmana, medieval e moderna), e uma outra dedicada à “arqueologia experimental”. O que significa, descreve o autarca, que mesmo depois de o edifício estar terminado “continuarão a realizar-se escavações e reconstruções de aspetos ligados à arqueologia do sítio”. O piso superior, por seu turno, servirá para a “relocalização” do Museu Jorge Vieira/Casa das Artes”, incluindo “reservas, centro de documentação e serviços de apoio diversos”. No seu conjunto, resume Pulido Valente, o Centro de Arqueologia e Artes de Beja passará a ser “o centro nevrálgico e a porta de entrada das visitas histórico-culturais na cidade de Beja”. “É aqui que as pessoas começarão o circuito de visita, é aqui que receberão as informações preparatórias e é aqui também que vai estar o cérebro da rede municipal de museus e sítios arqueológicos”, descreve o responsável, adiantando que se prevê para junho a apresentação da respetiva candidatura a fundos comunitários e que há, por parte do executivo, a intenção de “arrancar com as obras antes do final do ano”.


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Taça Distrito de Beja em Futsal

Supertaça feminina amanhã em Almodôvar

As meias-finais da Taça Distrito de Beja, em Futsal, disputam-se amanhã pelas 21 horas, com os jogos Almodovarense-Ferreirense (Pavilhão de Almodôvar) e Baronia-Politécnico de Beja (Pavilhão de Alvito).

Ventura e Cabecinha na Taça da Europa Dionísio Ventura (Ferreira Ativa) e Ana Cabecinha (Pechão), ambos alentejanos, integram as seleções nacionais de marcha atlética que no próximo domingo disputam a Taça da Europa, na cidade de Dudince, na Eslováquia. Ana Cabecinha participa nos 20 quilómetros e Dionísio Ventura concorre na prova de 50 quilómetros.

Desporto

Moura joga domingo em Reguengos para defender o 2.º lugar

3.ª Divisão – Série F – Subida 7.ª jornada Moura-Vasco da Gama ...................................................... 2-0 Juventude Évora-Esp. Lagos ............................................2-1 At. Reguengos-U. Montemor ...........................................1-1 U. Montemor Moura Esp. Lagos Juventude Évora At. Reguengos Vasco da Gama

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11-8 10-5 9-5 8-6 6-9 4-15

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Próxima jornada (19/5/2013): Esp. Lagos-Vasco da Gama, U. Montemor-Juventude Évora, At. Reguengos-Moura.

Ana Cabecinha O pai da atleta recebeu a medalha do presidente da câmara

Ana Cabecinha Medalha de Mérito Desportivo António José Cabecinha, em representação da filha Ana, retida em estágio preparatório da Taça da Europa de Marcha, que este fim de semana se disputa na Eslováquia, recebeu a Medalha de Mérito Desportivo que lhe foi atribuída pelo Município de Beja em tributo à valorosa carreira de atleta. Ana Cabecinha, marchadora do Clube Oriental de Pechão (Olhão), começou a destacar-se no Europeu de Juniores de 2003 (3.º lugar) e dois anos depois no Europeu de Sub/23 (5.º lugar). A atual campeã, e recordista de Portugal dos 20 quilómetros marcha, foi finalista dos Jogos Olímpicos de Pequim’2008 (8.º lugar) e Londres’2012 (9.º lugar), participando também no Europeu de 2010 (8.º lugar) e no Mundial de 2011 (7.º lugar). A atleta já em 2012 tinha sido homenageada pela Junta de Freguesia de Baleizão, sua terra natal, tendo agora também o Município de Beja reconhecido o mérito da sua carreira.

Torneio Olímpico Jovem A Associação de Atletismo de Beja promove no próximo fim de semana (sábado, às 15 horas, e domingo, às 9 horas) a fase distrital do Torneio Olímpico Jovem inserido na campanha “Viva o Atletismo”, dinamizada pela federação da modalidade. A competição é destinada aos escalões de infantis, iniciados e iuvenis.

BTT Alvalade-Porto Covo O 15.º Raid BTT Alvalade/Porto Covo, mítica prova desportiva organizada pela Secção de BTT do Futebol Clube Alvaladense, realiza-se no próximo domingo (9 horas) com percursos de 70 km (Alvalade-Porto Covo) e 120 quilómetros (Alvalade-Porto Côvo-Alvalade). Estão inscritos mais de 2 100 concorrentes.

ª Divisão – Série F – Descida 7.ª jornada Sesimbra-Castrense .......................................................... 0-3 Lusitano VRSA-Monte Trigo ............................................ 1-0 GD Lagoa-Aljustrelense ....................................................2-2 Aljustrelense Castrense Lusitano VRSA Sesimbra Monte Trigo GD Lagoa

A Casa do Benfica de Castro Verde (campeão distrital e vencedora da Taça Distrito de Beja) e o Ourique (finalista vencido da Taça) discutem amanhã no Complexo Desportivo de Almodôvar a supertaça de seniores femininos. O jogo está marcado para as 17 horas.

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Próxima jornada (19/5/2013): Monte Trigo-Castrense, Aljustrelense-Lusitano VRSA, GD Lagoa-Sesimbra.

O objetivo está à vista O Moura venceu o Vasco da Gama e não só recuperou o segundo lugar como ficou apenas a um ponto do líder. No domingo joga em Reguengos de Monsaraz. Texto Firmino Paixão

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partida do próximo domingo, em Reguengos de Monsaraz, não vai ser fácil, mas a equipa de Moura está a fazer uma reta final de referência e já recuperou o segundo lugar, após o triunfo caseiro sobre o Vasco da Gama.

O jogo de Lagos, na próxima semana, esse sim, será decisivo. O Montemor empatou e a vantagem com que lidera é apenas de um ponto para o Moura. Quanto ao Vasco da Gama, descerá até Lagos apenas para cumprir calendário. Na série dos despromovidos o Castrense venceu em Sesimbra e desloca-se no domingo a Monte Trigo. O Aljustrelense, que empatou em Lagoa, jogará em casa com o Lusitano de Vila Real. Lidera o Mineiro seguido do Castrense, ambos embalados para se qualificarem para a próxima Taça de Portugal.

Campeão Almodôvar venceu Piense e conquistou a Supertaça 2013

O campeão mostrou os galões Ao título de campeão distrital e promoção ao campeonato nacional de seniores, o Desportivo de Almodôvar acaba de juntar a conquista da Supertaça 2013. Texto e foto Firmino Paixão

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oi uma época de ouro para o futebol almodovarense, mas o futuro na equipa no nacional de seniores continua a ser um tabu. Na ressaca do seu primeiro título distrital da primeira divisão, foi a Aljustrel bater o Piense, por duas bolas a zero, e assegurar a conquista da Supertaça. Um triunfo merecido, justificado pela superioridade que mostrou no terreno e confirmada com os golos de Bruno Fernandes e Filipe Venâncio, ambos na segunda metade do jogo. No final, Rações, treinador do Piense, reconheceu a superioridade do adversário. “O Almodôvar é uma equipa com mais argumentos do que o Piense, por isso é que foram campeões. Viemos aqui lutar com aquilo que temos. Demos o máximo mas as coisas não se proporcionaram. A vitória do Almodôvar é justa”. David Guerreiro, técnico vitorioso, reconheceu: “Fomos a equipa mais forte, fizemos um jogo próximo do nosso melhor nível, dominámos inteiramente a partida, sem darmos hipóteses ao Piense. A vitória é justa e mostrámos hoje mais uma vez a razão de termos sido campeões e a Supertaça ficou muito bem entregue. O futuro? Vamos festejar..., Ainda não sabemos mais nada”.

Piense 0 – Almodôvar 2 Estádio Municipal de Aljustrel Árbitro: Ruben Rochinha, auxiliado por José Silva, Jorge Aniceto e Carlos Nilha (4.º árbitro. Piense Telmo Soares Quinito, Paulo Pardal, João Piroleira (Malagueta, 56’) e Xavier Kadinho, Catarino e Rudi; Daniel Batista (Tiago Vargas, 77’), Alex (Pelica, 56’) e Rui Moita (cap) Treinador: José Manuel Rações Almodôvar João Sousa Pázinho (Luís Godinho (44’), Sequeira, David Silvestre (Mário Saleiro, 66’) e Pedro Pacheco (Ruben Vaz, 80’) Jorginho, André Dias, Filipe Venâncio e Gaio; Luís Barradas e Bruno Fernandes (cap) Treinador: David Guerreiro Marcadores: Bruno Fernandes (47’) e Filipe Venâncio (52).


Campeonato Distrital de Benjamins 2.ª fase (8.ª jornada): Despertar-Ferreirense, 1-0; Odemirense-NS Beja, 1-4; Castrense -Santo Aleixo, 2-6. Líder: Despertar, 19 pontos. Próxima jornada (18/5): Castrense-Despertar A; Ferreirense-Odemirense; Santo Aleixo-NS Beja. Campeonato Distrital de Infantis 2.ª fase (8.ª jornada): Amarelejense-Almodôvar, 4-4; Alvito-Despertar B, 3-1; Despertar A-Odemirense, 2-1. Líder: Despertar A, 21 pontos. Próxima jornada (18/5): Despertar A-Amarelejense; Almodôvar-Alvito; Odemirense-DespertarB. Taça Dr. Covas Lima – Infantis (8.ª jornada) Série A: Piense-Desportivo de Beja, 9-4; Aldenovense-Serpa, 3-3; Bairro da Conceição -Vasco da Gama, 3-0; Moura-Ferreirense, 5-1. Líder: Ferreirense, 21 pontos. Próxima jornada (18/5): Sporting de Cuba-Piense; Desportivo de Beja-Aldenovense; Serpa-Bairro da Conceição; Vasco da Gama-Moura. Série B: NS Beja -Milfontes, 5-2; Alvorada-Castrense A, 2-16; Renascente-Aljus trelense, 8-1; Castrense B-Operário, 2-2. Líder: NS Beja, 19 pontos. Próxima jornada (18/5): Milfontes -Alvorada; Castrense A-Renascente; Aljustrelense-Castrense B; Operário-Guadiana.

Benjamins do Vasco da Gama conquistaram Taça Joaquim Branco

“Vasquinhos” mais eficazes O Clube de Futebol Vasco da Gama, da Vidigueira ganhou a Taça Armando Nascimento, na categoria de Benjamins, ao bater na final (2-1) a formação do Mineiro Aljustrelense. Texto e foto Firmino Paixão

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m triunfo justo da equipa que se apresentou nesta final com maior sentido coletivo, expresso numa eficaz circulação de bola entre os seus jogadores. No segundo período de jogo os mineiros deram melhor réplica, ainda marcaram o tento de honra, mas foram incapazes de evitar a derrota. Pedro Pereira, treinador do Vasco da Gama, considerou que a sua equipa “teve um percurso difícil até à final da

Vasco da Gama 2-1 Aljustrelense Complexo Desportivo Fernando Mamede, em Beja Árbitro: Pedro Crujo Vasco da Gama João Baixinho, Tomé Palhete (cap), Daniel Lança, Daniel Parreira, Luís Hilário e Pedro Graça. Jogaram ainda: Vasco Brito, Nelson Vidinha, Guilherme Fialho, Daniel Mota e Afonso Cordeiro. Treinador: Pedro Pereira. Aljustrelense Tiago Ramires, Gonçalo Serrano (cap), José Nilha, Igor Loução, Diogo Revez, Rodrigo Ramalhete e Leonardo Almeida. Jogaram ainda: Afonso Felicíssimo; Ângelo Teresa, Duarte Bartolomeu, Tomás Jesuíno e Ino Pereira. Treinador: Paulo Serrão. Golos: 1-0 Daniel Lança, 2-0 Pedro Graça, 2-1 Gonçalo Serrano (gp).

competição, com equipas que se bateram muito bem e valorizaram o sucesso”. E confessou: “Estou muito orgulhoso por todos eles e também por aqueles que hoje não puderam estar aqui presentes, mas que contribuíram de igual modo para este sucesso. Mais importante que a vitória é a felicidade deles. Tinha-lhes dito que independentemente do resultado final, eles já eram campeões pela dedicação que mostraram durante a época”. Esta edição da Taça Joaquim Branco foi disputada em duas séries, de oito equipas, sendo que o Vasco da Gama ganhou a Série A, à frente do Moura Atlético Clube e do Sporting de Cuba, enquanto o Mineiro Aljustrelense chegou ao fim na liderança da Série B, à frente do Ourique e Milfontes.

O Saboia derrotou o Louredense e conquistou título distrital do Inatel

Um Saboia de outra galáxia O Saboia sagrou-se Campeão Distrital do Inatel vencendo o Louredense, na final disputada em Ourique, pele expressiva marca de 4-0. No segundo jogo da fase final, o Santaclarense venceu o Vale da Oca (4/3).

Campeonato Nacional de Juvenis (2.ª fase 12.ª jornada): Lusitano Évora-Despertar, 1-0; Oeiras-Odemirense, 8-2. Líder: Louletano, 53 pontos. 7.º Despertar, 19; 8.º Odemirense, 13. Próxima jornada (19/5): Odemirense-Louletano; Despertar-Oeiras. Campeonato Nacional de Juniores (2.ª Divisão/fase manutenção/13.ª jornada): Moura-Louletano, 1-3. Líder: Farense, 58 pontos. 8.º Moura, 17. Próxima jornada (18/5): Lusitano Vila Real-Moura.

Futebol do Inatel Troféu Agência de Beja (10.ª jornada) Grupo E: São Matias-Brinches, 1-0; Mombeja-AC Cuba, 3-0. Folgou o Quintos. Classificação: 1.º Brinches, 16 pontos. 2.º Quintos, 15. 3.º AC Cuba, 11. 4.º Mombeja, nove. 5.º São Matias, quatro. Apurados o Brinches e o Quintos. Grupo F: Faro do Alentejo-Pedrógão, 6-1; Figueirense-Alvorada, 5-3. Folgou o Neves. Classificação: 1.º Faro Alentejo, 18 pontos. 2.º Figueirense, 13. 3.º Alvorada, 11. 4.º Pedrógão, nove. 5.º Neves, três. Apurado o Faro do Alentejo. Grupo G: Boavista de Pinheiros-Sanjoanense, 2-0; Alcariense-Santa Luzia, 5-0 (FC). Folgou o Soneguense. Classificação: 1.º Sanjoanense, 16 pontos. 2.º Soneguense, 15. 3.º Santa Luzia, 10. 4.º Boavista Pinheiros, nove. 5.º Alcariense, nove. Apurados o Sanjoanense e o Soneguense.

Texto e foto Firmino Paixão

Grupo H: Almodovarense-Santa Clara-a -Nova, 1-7; Pereirense-Cavaleiro, 2-2. Folgou o Cercalense. Classificação: 1.º Cercalense, 18 pontos. 2.º Santa Clara-a-Nova, 15. 3.º Pereirense, nove. 4.º Cavaleiro, três. 5.º Almodovarense, três. Apurado o Cercalense e o Santa Clara-a-Nova.

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om uma equipa talhada para disputar o Campeonato Distrital da 2.ª Divisão, suspenso por falta de “quórum”, o Saboia Atlético Clube, 15.º filiado na Associação de Futebol de Beja, optou por manter a atividade na Taça Fundação Inatel, prova que concluiu sem derrotas e com o título distrital, após uma final em que bateu o Louredense por quatro a zero. “Uma vitória justa”, disse o treinador José Venâncio, explicando: “As pessoas dirão que ganhámos com facilidade, mas temos que dar mérito ao Louredense, uma equipa muito combativa. No percurso até esta final apanhámos equipas competitivas, mas nós fomos sempre muito regulares e chegamos ao final sem derrotas”. O Saboia e os outros três vencedores de

Campeonato Distrital de Futsal (26.ª jornada): Barrancos-Safara, 11-2; Almodovarense-Luzerna, 8-6; Baronia-Ferreirense, 5-4; Alcoforado-Des portivo Beja, 4-2; ADVNSão Bento-IPBeja, 7-5; Vila Ruiva-Vasco da Gama, 4-9. Classificação final: 1.º Baronia, 63 pontos. 2.º Almodovarense, 58. 3.º NS Moura, 48. 4.º Vasco da Gama, 47. 5.º Alcoforado, 44. 6.º Ferreirense, 42. 7.º Desportivo de Beja, 41. 8.º Luzerna, 35. 9.º Barrancos, 24. 10.º Vila Ruiva, 17. 11.º IPBeja, 16. 12.º ADVN São Bento, 12. 13.º Safara, quatro.

Futebol do Inatel O Saboia festeja a conquista do campeonato

série (Louredense, Santaclarense e Vale da Oca) ainda jogarão a fase nacional e, quanto à próxima época competitiva, o técnico lembra: “Ficámos magoados por termos preparado uma equipa para a 2.ª divisão distrital e ternos sido negada a participação, o futuro está por analisar, mas esta equipa merece outro patamar competitivo, sem menosprezarmos a

competição Inatel”. Pedro Pena, técnico do Louredense, afirmou resignado: “Provavelmente eram equipas com argumentos diferentes, mas nós, às vezes, não queremos admitir essas coisas, mas endereço os meus parabéns ao Saboia, jogadores, técnicos e dirigente, foram uns justos e dignos vencedores, temos que reconhecer”.

Grupo I: Colos-Sete, 2-2; Bemposta-Navere dondense, 1-1. Folgou o Campo Redondo. Classificação: 1.º Bemposta, 16 pontos. 2.º Campo Redondo, 13. 3.º Naveredondense, 11. 4.º Sete, oito. 5.º Colos, dois. Quartos de final: Brinches-Faro Alentejo; Sanjoanense-Cercalense; Soneguense-Bemposta; Quintos-Santa Clara-a-Nova. Jogos no dia 18 de maio, pelas 16 horas no recinto das equipas visitadas. As meias-finais disputam-se no dia 25 de maio em campo neutro e a final está marcada para 1 de junho.

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Futebol juvenil


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Ruben Rochinha é o “Árbitro do Ano”

O juiz Ruben Rochinha, 23 anos, natural de Aldeia dos Fernandes, foi o melhor árbitro de Futebol de 11 do Conselho Regional de Arbitragem da AF Beja na época 2013/14. Rochinha obteve uma classificação de 12,087 pontos contra os 11,942 de João Constantino (2.º) e 11,607 de Edgar Gaspar (3.º).

Divagando José Saúde

80 Anos de Orgulho Mineiro O Sport Clube Mineiro Aljustrelense realiza, no próximo dia 25 de maio, pelas 20 e 30 horas, no Pavilhão de Parque de Feiras e Exposições, o Jantar de Gala que assinala o 80.º aniversário do clube. O programa inclui homenagens a sócios e atletas. As inscrições são limitadas e estão abertas até ao dia 20.

Costa alentejana recebeu 21.º Mundial de Clubes em Pesca Desportiva

Santa Lucia padroeira... O 21.º Campeonato do Mundo de Clubes em Pesca Desportiva de Mar disputou-se nas praias de Carvalhal, Aberta Nova e Comporta, no concelho de Grândola, e o triunfo coube aos espanhóis de Santa Lucia de Cartagena. Texto e foto Firmino Paixão

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Clube Náutico de Santa Lucia, de Cartagena, sagrou-se campeão mundial de clubes em Pesca Desportiva de Mar, sucedendo aos portugueses do Clube de Pesca “A Robaleira” (Figueira da Foz), que não conseguiram melhor do que o 2.º lugar. Os belgas do Team Zeehengelsport fecharam o pódio, num campeonato bem sucedido, que afirma, mais uma vez, a faixa litoral atlântica do concelho de Grândola como local de referência na pesca desportiva mundial. Concorreram 18 clubes (90 pescadores), os melhores do mundo, aqueles que se classificaram em primeiro lugar nos respetivos países e, entre eles, o Clube de Pesca “A Robaleira”, vencedor do mundial do ano passado, realizado em França. “A novidade deste campeonato do mundo foi a imediata devolução das espécies ao seu habitat

natural”, revelou Carlos Batista, vice-presidente para a Área de Mar da Federação Portuguesa de Pesca Desportiva, pormenorizando que “sem testes, nem experiências a nível nacional, sem nunca termos utilizado esta forma de classificação, achámos por bem dar ao mundo a imagem de que o conseguiríamos fazer, e fizemo-lo bem”. O sistema consistiu em “medir o peixe e devolvê-lo de imediato à água, ainda vivo, os dados são depois convertidos em peso, através de um programa informático, consoante a medida e a espécie”. Uma antecipação às práticas previstas na nova Lei da Pesca Desportiva, cuja publicação deverá ocorrer ainda este ano, mas que a Federação da modalidade decidiu já implementar e com sucesso. Carlos Batista revelou que “este Campeonato do Mundo de Clubes foi, talvez, o 5.º ou 6.º que organizamos em Portugal, todos eles foram muito bem organizados, a avaliar pelo retorno que temos da federação internacional, como das restantes federações que participam, e neste aconteceu rigorosamente o mesmo”. Os índices de captura foram satisfatórios (nas quatro provas foram capturados 1217 exemplares, num total de 263 kg). “O peixe

ajudou, não tanto como gostaríamos, nos campeonatos nacionais costumamos ter maiores capturas, neste campeonato não foi tanto assim, mas o que é facto é que não existiram problemas absolutamente nenhuns, boa estadia, boa organização, boa colaboração dos fiscais e o que desejávamos era ter uma equipa portuguesa no primeiro lugar, mas não foi possível”, considerou Carlos Batista. As excecionais condições oferecidas pelas praias do litoral alentejano (em 2010 recebeu os mundiais Sub/16 e Sub/21) potenciam Classificações finais 1.º Clube Náutico Santa Lucia (Cartagena/ /Espanha), 10 pontos. 2.º Clube de Pesca a Robaleira (Portugal), 16 . 3.º TVW-PenZeehengelsport Team (Bélgica), 19. 4.º Club Deportivo Pesca Santa Ana (Espanha), 19. 5.º Skua (País de Gales), 24. 6.º Clube de Amadores de Pesca de Faro (Portugal), 29. 7.º Surfcasting Club Girondin (França), 29. 8.º Grupo Desportivo Recreativo Olhos de Água (Portugal), 30. 9.º Gibraltar Fishing Clube (Gibraltar), 39. 10.º Surfcasting Club Equihen Plage (França), 45. 11.º ASD Salento Due Mari (Itália), 47. 12.º HLV Java Catcch-it-easy Team (Bélgica), 47. 13.º Westkapelle (Holanda), 49. 14.º Eurovissers (Holanda), 49. 15.º Dover Sea Angling Association (Inglaterra), 52. 16.º Blue Crab Club Surfcasting Trevisco (Itália), 55. 17.º Clube Barracuda de Desportos (Brasil), 60. 18.º Individuals Sea Angling Club (Inglaterra), 65.

a realização de mais competições e a própria federação considera que “é a melhor costa do mundo, não é por acaso que, com a colaboração do Município de Grândola, organizámos aqui em 1995 o primeiro campeonato do mundo e, até aos dias de hoje, já são muitos os campeonatos aqui organizados e muito bem”, podendo, no futuro, receber novas provas, assim os responsáveis pela pesca desportiva portuguesa consigam alterar os atuais regulamentos internacionais, que preveem a liberdade de cada delegação internacional se responsabilizar pela sua própria logística. Carlos Batista diz: “É uma tarefa que eu terei nas próximas reuniões da federação internacional que é modificar o formato que no ano passada foi adotado”, regressando ao figurino em que “todas as equipas se inscreviam na federação e eram, todas elas, conduzidas a uma única unidade hoteleira, onde conviviam, onde facilmente reuniam os capitães com a comissão técnica, distribuíamos o isco, tudo era feito na mesma unidade hoteleira e até podíamos ter uma parte social muito ativa entre todas as delegações”. Até lá, assume, “não estamos a pensar reservar qualquer data para eventos em Portugal, enquanto se mantiver este modelo”.

As memórias desportivas bejenses são férteis em acontecimentos que sempre souberam discernir as suas exequíveis fronteiras. Aliás, o desporto no distrito de Beja evoluiu insofismavelmente, ficando contudo resquícios que, a espaços, conheceu desavenças no seio das comunidades. Assim sendo, muitas das agremiações desapareceram e outras permanecem incólumes às adversidades. Numa espreitadela às origens do futebol sul alentejano, narrativas inseridas na História do Desporto no Distrito de Beja, deparei-me com uma coletividade que em 1915 fez furor no jogo da bola na velha Pax Julia. Esse emblema dava por nome o “Glória” e tinha o “Águia” como um dos seus principais rivais. A curiosidade revelou-me um apelo emanado pela direção numa assembleia geral que decidiu marcar os horários dos treinos (4.ª feiras, sábados e domingos, pelas 14 horas), ressalvando os dirigentes que a falta de um jogador a uma sessão de trabalho tinha como consequência uma multa de 50 reis. Revejo agora a atual realidade futebolística bejense. Para trás ficaram momentos de fama e de uma indesmentível reputação. O Desportivo escreveu com letras de ouro o nome do Alentejo no palanque do futebol nacional. O povo rejubilou. No mais recôndito lugarejo luso, falava-se de Beja. O orgulho do emblema do Desportivo era infinito. Defender as suas cores apresentava-se restrito para os candidatos. Falo com experiência própria. Porém, a verdade observada diz-me que já nada é como dantes. O furor emblemático de outrora foi quedando-se ante as tormentas. Observo o seu 13.º lugar final na pauta classificativa no campeonato primodivisionário na AF Beja. Desceu de divisão. O momento não passa pelo antiquíssimo regresso às multas, tão-pouco imputar responsabilidades a quem se entregou à causa do dirigismo. Respeito. Divagando sobre um tempo inacabado, é hora de levantar a cabeça, refazer conteúdos e trazer o Desportivo ao lugar que lhe pertence.


institucional diversos Diário do Alentejo n.º 1621 de 17/05/2013 Única Publicação

Diário do Alentejo n.º 1621 de 17/05/2013 Única Publicação

21 Diário do Alentejo 17 maio 2013

Dedicado a F.J.C. (Chico)

MINISTÉRIO DA ECONOMIA E DO EMPREGO DIREÇÃO GERAL DE ENERGIA E GEOLOGIA

Tribunal Judicial de Beja 2º JUÍZO

ANÚNCIO VENDA POR NEGOCIAÇÃO PARTICULAR ATRAVÉS DE RECEPÇÃO DE PROPOSTAS EM CARTA FECHADA Administrador de Insolvência: Dra. Joana Cunha Dias Insolvente: Cooperativa de Produção e Consumo Proletário Alentejano, Crl Processo n.º 402/12.0TBBJA Nos autos acima identificados vai proceder-se à venda por negociação particular, mediante propostas em carta fechada, dos imóveis apreendidos no âmbito do processo acima identificado: VERBA n.º 1- Prédio Urbano - dois compartimentos - sito na Travessa do Beco, com a área de 160 m2. Confronta a Norte com Albertino Trindade Gomes, a Sul com Rua do Outeiro, a Nascente com Travessa do Beco e a Poente com Joaquim da Rosa Jorge. Descrito na Conservatória do registo Predial de Vidigueira sob o nº 252, inscrito na matriz predial urbana com o número 1506, freguesia e concelho de Vidigueira; VERBA n.º 2 - Prédio Urbano - um compartimento destinado a celeiro - sito na Rua das Olarias, com a área de 49 m2. Confronta a Norte com Agostinho Rosa, a Sul e a Nascente com Francisco Caetano Grilo (herdeiros) e a Poente com a Rua das Olarias. Descrito na Conservatória do registo Predial de Portel sob o nº 309, inscrito na matriz predial urbana com o número 1531, freguesia e concelho de Portel; VERBA n.º 3 - Prédio Urbano - lote de terreno para construção urbana - sito na Rua das Sete Casas, lote 2, com a área de 383,64 m2. Confronta a Norte com lote 3, a Sul com lote 2, a Nascente com a via pública e a Poente com o lote 5. Descrito na Conservatória do registo Predial de Serpa sob o nº 466, inscrito na matriz predial urbana com o número 624, freguesia de Vale de Vargo, Serpa; VERBA n.º 5 - Prédio Urbano - rés do chão destinado a armazéns e atividade industrial - sito na Rua Manuel Martins Lourenço, nº 2-A, com a área total de 518,11 m2, sendo 199,37 m2 de área coberta e 318,74 m2 de área descoberta. Descrito na Conservatória do registo Predial de Beja sob o nº 754, inscrito na matriz predial urbana com o número 822, freguesia de Salvada, Beja; VERBA n.º 6 - Prédio Urbano - rés do chão - sito na Rua dos Lagares, com a área total de 394 m2, sendo 126 m2 de área coberta e 268 m2 de área descoberta. Descrito na Conservatória do registo Predial de Beja sob o nº 900, inscrito na matriz predial urbana com o número 312, freguesia de Salvada, Beja; VERBA n.º 8 - Prédio Urbano - loja - quatro arrecadações, 2 instalações sanitárias e circulação - destinado a comércio - sito na Rua D. Maria de Jesus Conceição Silva, 2, com a área de 220 m2, . Descrito na Conservatória do registo Predial de Vidigueira sob o nº 1150, inscrito na matriz predial urbana com o número 992, freguesia de Vila de Frades, Vidigueira; VERBA n.º 9 - Prédio Urbano - morada de casas constituido por uma dependência destinada a armazém e garagem - sito na Rua de São Paulo, com a área de 280 m2. Confronta a Norte com Rua de São Paulo, a Sul com Horta da Trindade, a Nascente com Rua da Corredoura e a Poente com Transportes Farinhas, Lda.. Descrito na Conservatória do registo Predial de Portel sob o nº 1831, inscrito na matriz predial urbana com o número 1335, freguesia e concelho de Portel. Encontra-se designado o dia 24 de Maio de 2013, pelas 16:30 horas, na sede da LEILOSOC, SA, sito na Rua Castilho nº 23-6º A, 1250-067 LISBOA, para se proceder à abertura de propostas, que sejam recebidas até à hora e data da abertura na morada acima indicada, pelos interessados na compra. Do envelope deve constar “ Proposta de Compra – Processo n.º 402/12.0TBBJA Cooperativa de Produção e Consumo Proletário Alentejano, Crl” e nas propostas deverá constar a identificação do bem a adquirir e o número da verba onde o mesmo se encontra descrito, o preço proposto para a aquisição dos bens, a identificação completa (nome, n.º Bilhete de Identidade, n.º fiscal e residência) e assinatura do proponente. Na eventualidade de existirem propostas de igual valor, será de imediato aberta licitação entre os proponentes presentes. A aceitação de qualquer das propostas recebidas depende de prévia aprovação da Comissão de Credores e dos credores hipotecários dos bens a vender. Mais informações solicitar através do email geral@leilosoc.pt. A Encarregada de Venda LEILOSOC, SA.

AVISO Faz-se público, nos termos e para efeitos do n.º 1 do artigo 6.° do Decreto-Lei n.° 88/90, de 16 de março e do n.° 1 do art.° 1.° do Decreto-Lei n.° 181/70, de 28 de abril, que BOLT RESOURCES PTY LTD, requereu a atribuição de direitos de prospeção e pesquisa de depósitos minerais de cobre, zinco, chumbo, estanho, volfrâmio, antimónio, ouro e prata, numa área “Alcoutim”, localizada nos concelhos de Alcoutim e Castro Marim, distrito de Faro e no concelho de Mértola, distrito de Beja, delimitada pela poligonal cujos vértices se indicam seguidamente, em coordenadas Hayford-Gauss, DATUM 73, (Melriça): Área total do pedido: 576,098 Km2

Convidam-se todos os interessados a apresentar reclamações, ou a manifestarem preferência, nos termos do n.° 4 do art.° 13.° do Decreto-Lei 90/90, de 16 de março, por escrito com o devido fundamento, no prazo de 30 dias a contar da data da publicação do presente Aviso no Diário da República. O pedido está patente para consulta, dentro das horas de expediente, na Direção de Serviços de Minas e Pedreiras da Direção-Geral de Energia e Geologia, sita na Avª 5 de Outubro, 87-5.° Andar, 1069-039 LISBOA, entidade para quem devem ser remetidas as reclamações. O presente aviso e planta de localização estão também disponíveis na página eletrônica desta Direção-Geral. Direção Geral de Energia e Geologia, em 7 de maio de 2013. O subdiretor geral Carlos A.A.Caxaria

Diário do Alentejo n.º 1621 de 17/05/2013 Única Publicação

A verdade é só uma Só fiz o que tu fizeste Tu mentiste, eu menti Brincaste como quiseste Eu para te magoar a ti. Dizendo que de ti gostava Continuei a mentir Acreditaste que te amava Sem nada por ti sentir. Quando contigo falava Todos estavam a dizer O povo tem a palavra O que estava eu a fazer? Por questões pessoais Achavam-me mal empregada Todos falavam iguais Pelo povo fui julgada. Não sou mais, mas não sou menos Isto é o meu pensar As pessoas dizem, nós sabemos E te podemos julgar. Tu estás bem, comparado Com aquilo que tu tens Pelo povo censurado Mas te dão os parabéns E quem perdeu afinal E o que se pode saber Eu não o fui por sinal Só tu o podias ser.

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23 DiĂĄrio do Alentejo 17 maio 2013


necrologia diversos

24 Diário do Alentejo 17 maio 2013

MISSA

BEJA

BEJA

Cabeça Gorda AGRADECIMENTO E MISSA 30.º DIA

NOSSA SENHORA DAS NEVES

Jacinto Manuel Penacho 1.º Ano de Eterna Saudade

†. Faleceu o Exmo. Senhor VÍTOR MANUEL GUERREIRO TARECO, de 53 anos, natural de Salvador - Serpa, casado com a Exma. Sra. D. Victória Maria Carriço Mourata. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 10, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

†. Faleceu a Exma. Senhora D. TERESA MARIA RAMOS, de 83 anos, natural de Santana de Cambas - Mértola, viúva. O funeral a cargo desta Agência, realizouse no passado dia 10, da Igreja do Carmo, para o cemitério de Beja.

†. Faleceu a Exma. Senhora D. MARIA CAROLINA BELDROEGAS VELHINHO BATISTA, de 77 anos, natural de Nossa Senhora das Neves - Beja, viúva. O funeral a cargo desta Agência, realizouse no passado dia 11, da Casa Mortuária de Nossa Senhora Neves, para o cemitério local.

BEJA

BEJA / FERREIRA DO ALENTEJO

BEJA

Sua esposa e filhos participam a todas as pessoas de suas relações e amizade que será celebrada missa pelo eterno descanso do seu ente querido no dia 21-05-2013, terça-feira, às 18 e 30 horas, na igreja do Carmo, em Beja, agradecendo desde já a todos os que se dignarem comparecer ao piedoso ato.

Selmes AGRADECIMENTO

†. Faleceu o Exmo. Senhor RUI DA ASSUNÇÃO GARCIA, de 64 anos, natural de Santo Aleixo da Restauração Moura, casado com a Exma. Sra. D. Maria Nazaré D'Ascensão Garcia. O funeral a cargo desta Agência, realizouse no passado dia 12, da Igreja do Bairro da Esperança, para o cemitério de Beja.

†. Faleceu a Exma. Senhora D. MARIANA D'ASSUNÇÃO COELHO, de 89 anos, natural de Salvada - Beja, viúva. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 14, da Casa Mortuária do Centro Social do Salvador, para o cemitério de Ferreira do Alentejo, onde foi cremada.

†. Faleceu a Exma. Senhora D. BERTA MARIA DOS SANTOS LOBO, de 87 anos, natural de Santa Maria da Feira Beja, viúva. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 15, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

BEJA

António Joaquim Ferro Nasceu a 10.03.1931 Faleceu a 10.05.2013 Sua família, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, agradece por este meio a todas as pessoas que o acompanharam à sua última morada ou que de outro modo manifestaram o seu pesar.

†. Faleceu a Exma. Senhora D. MARIANA JOSÉ VELHUCO, de 91 anos, natural de Santa Maria da Feira Beja, viúva. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 15, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

AGÊNCIA FUNERÁRIA ESPÍRITO SANTO, LDA . Tm.963044570 – Tel. 284441108 Rua Das Graciosas, 7 7960-444 Vila de Frades/Vidigueira

Neves

Maria José Maruta Missa do 3.º Aniversário de Falecimento

MISSA

Manuel Venâncio Carocinho Missa do 14.º Aniversário

A sua filha participa a todas as pessoas de suas relações e amizade que no próximo dia 22, quarta-feira, pelas 18 e 30 horas, será rezada missa na Sé de Beja pelo eterno descanso dos seus entes queridos, agradecendo já a todos os que se dignarem assistir à celebração.

Inácio Faz 3 anos que partiste. Sentimos saudade da tua presença. Tu eras um amigo sempre presente. A tua experiência de vida e a tua amizade continuam connosco. A morte não poderá apagar os laços da amizade. São infinitos e indissolúveis. Sabemos que continuamos ligados, somente estamos em planos diferentes, cada um de nós com uma missão. Continua a olhar por nós. Será celebrada missa dia 18-05-2013, às 18 e 30 horas, na igreja da Sé.

Coronel Francisco Ramos Brissos de Carvalho Sua esposa, Mariana Vaz Rodrigues Brissos de Carvalho, e filhos participam que à data do 30.º dia do falecimento do seu ente querido será celebrada missa pelo seu eterno descanso, em 23 de maio, pelas 18 horas, na Igreja Matriz de Cabeça Gorda. Na impossibilidade de o fazerem pessoalmente, agradecem por este meio a todas as pessoas que os acompanharam e partilharam a sua dor ou que de outra forma manifestaram pesar. Mais expressam o seu sincero reconhecimento ao dr. Vítor Fernandes e dr. Carlos Luz, do Hospital Garcia de Orta, em Almada, pelo cuidadoso acompanhamento e grande humanismo demonstrado durante a sua doença e internamento.

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institucional diversos Diário do Alentejo n.º 1621 de 17/05/2013 Única Publicação

25 Diário do Alentejo 17 maio 2013 Diário do Alentejo n.º 1621 de 17/05/2013 Única Publicação

Diário do Alentejo n.º 1621 de 17/05/2013 Única Publicação

CARTÓRIO NOTARIAL EM LISBOA De: MARIA DO CÉU DOS SANTOS FERNANDES GARCIA

CERTIFICADO CÂMARA MUNICIPAL DE BEJA DIVISÃO DE SERVIÇOS URBANOS

CLUBE NÁUTICO DE MÉRTOLA

CONVOCATÓRIA Convocam-se todos os associados do Clube Náutico de Mértola para uma Reunião Ordinária da Assembleiageral, a ter lugar no próximo dia 23 de Maio de 2013, pelas 18.00 horas, na sua sede, com a seguinte ordem de trabalhos: 1. Ratificação de Novos Sócios; 2. Deliberação sobre os termos constituintes da criação da empresa de animação Turística; 3. Outros assuntos de interesse para o Clube. Caso à hora marcada não se encontre presente a maioria dos sócios, a Assembleia terá inicio meia hora mais tarde com qualquer número de associados. Mértola, 09 de Maio de 2013. A Presidente da Mesa da Assembleia-geral lsabel Maria Martins Silva

Diário do Alentejo n.º 1621 de 17/05/2013 Única Publicação

CENTRO DE PARALISIA CEREBRAL DE BEJA

CONVOCATÓRIA Nos termos da lei e dos Estatutos, convoca-se a Assembleia Geral Extraordinária do Centro de Paralisia Cerebral de Beja, para o próximo dia 31-05-2013, pelas 17h00 (dezassete horas), na sede do Centro de Paralisia Cerebral de Beja, na Rua Cidade de S. Paulo, com a seguinte ordem de trabalhos: Ponto Único: Aprovação da Linha de Crédito II de Apoio à Economia Social. Se às 17h00 (dezassete horas) não estiver presente a maioria dos sócios a Assembleia Geral fica desde já convocada para as 18h00 (dezoito horas) do mesmo dia 31-05-2013, e no mesmo local, funcionando e deliberando com os sócios presentes conforme estabelecido nos estatutos. Beja, 13 de Maio de 2013.

EDITAL FAZ-SE PÚBLICO que no dia 7 de Junho de 2013, pelas 15 horas, na Sala de Sessões da Câmara Municipal, realizar-se-á uma Hasta Pública para concessão de lojas no Mercado Municipal, identificadas com os nºs 3 e 6 do exterior; 8, 11, 13 e 16 do pátio interior; e 7 do Pavilhão de Hortaliças e Legumes, respetivamente. A loja 3 do exterior tem uma área total de 20,9m2, incluindo uma pequena zona de arrumos. A sua base de licitação é de 250 €. A loja 6 do exterior é uma loja dupla, com uma área total de 41,80 m2, com ligação para o interior do mercado. A base de licitação é de 500 €. As lojas 8, 11 e 13 do pátio interior têm uma área 20,35 m2, 15,96 m2 e 22,80 m2, respetivamente. As lojas eram anteriores talhos e estão equipadas com câmaras frigoríficas. A sua base de licitação é de 175€. A loja 16 do pátio interior do Mercado tem uma área de 22,80 m2 e instalação de água. A sua base de licitação é de 200 €. A loja 7 do interior do Mercado Municipal (Pavilhão de Hortaliças e Legumes) tem uma área de 15,68m2, sendo a sua base de licitação de 150 €. A atribuição será feita separadamente para cada uma das lojas. Os lances terão o valor mínimo de 50€. O adjudicatário pagará 10% do valor da arrematação no acto da licitação e os restantes 90% até ao ato da escritura do contrato de concessão. Ao valor da arrematação será acrescido IVA à taxa de 23%. O concessionário pagará uma renda mensal calculada de acordo com a Tabela de Preços em vigor. Se a atividade precisar de algum licenciamento especial, a responsabilidade da mesma será do concessionário. Nas lojas poderá ser exercida atividade comercial a especificar, sendo que o número de lojas que vendam o mesmo produto não poderá exceder três. Quaisquer informações poderão ser solicitadas no Apoio Técnico e Administrativo da Divisão de Serviços Urbanos desta Câmara Municipal. As dúvidas e omissões que surjam na aplicação do presente Edital, serão resolvidas mediante despacho do Vereador do Pelouro. A atividade comercial a exercer deverá ser indicada no ato de arrematação reservando a autarquia o direito de não concessionar a loja para o efeito pretendido. Beja, 8 de maio de 2013. O Vereador do Pelouro Eng. José Domingos Negreiros Velez

Diário do Alentejo n.º 1621 de 17/05/2013 Única Publicação

CASA DO BENFICA EM BEJA

ASSEMBLEIA GERAL CONVOCATÓRIA

A Presidente da Assembleia Geral Ana Rosa Soeiro Fenandez da Silva

CAVALHEIRO VIÚVO Cultura média, pensionista, sem encargos, residente na área de Sines, gostaria de conhecer senhora dos 62 aos 72 anos, de preferência do Litoral Alentejano para amizade ou relação séria. Resposta às iniciais: A.L.C. Bairro Atalaia Norte, 103 7500-110 Vila Nova de Santo André

Convocam-se os sócios da Casa do Benfica em Beja, nos termos do artigo 22° dos Estatutos, para a Assembleia Geral Ordinária, a realizar no dia 29 de Maio de 2013 (quarta-feira), pelas 19h, nas instalações da Casa do Benfica, na Rua de Mértola, n°23-1°Dt°, com a seguinte ordem de trabalhos: 1. Apreciar e votar o parecer do Conselho Fiscal; 2. Apreciar e votar as contas relativas ao exercício de 2012; 3. Apreciar e votar o relatório de actividades para 2013; 4. Eleições dos Orgãos Sociais para o biénio 2013/2014; 5. Outros assuntos. A reunião funcionará, em segunda convocatória, trinta minutos depois da hora marcada com qualquer número de membros. Beja, 28 de Abril de 2013. O Presidente da Assembleia Geral José Manuel Pinela Coelho Fernandes

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Certifico, para fins de publicação, que neste Cartório de Lisboa da notária Maria do Céu dos Santos Fernandes Garcia, sito na Avenida António Augusto de Aguiar, número 108, 2° andar, em Lisboa, no dia seis de Maio de dois mil e treze, a folhas cinquenta e um, do livro de notas para escrituras diversas número cento e trinta e quatro, se encontra exarada uma escritura de JUSTIFICAÇÃO NOTARIAL, na qual: a) – FRANCISCA MARIA PALMA CAIXINHA RAFAEL, natural da freguesia de Baleizão, concelho de Beja, NIF 129 502 260, e marido Ernesto Peres Rafael, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residente na Rua José Estêvão, número 9, 2° andar C, Reboleira, Amadora, outorgando o cônjuge mulher, por si e na qualidade de procuradora, e em representação de MANUEL ANTÓNIO PALMA CAIXINHA, natural da freguesia de Baleizão, concelho de Beja, NIF 145 864 030, e mulher Rosalina de Fátima da Silva Carocinho Caixinha, natural da freguesia de Beja (Santiago Maior), concelho de Beja, casado sob o regime da comunhão de adquiridos, residente na Rua Grande, número 46, Baleizão; b) – JOAQUINA DA CONCEIÇÃO PALMA CAIXINHA, divorciada, natural da freguesia de Baleizão, concelho de Beja, NIF 155 254 758, residente na Avenida do Brasil, número 29, 4° andar esquerdo, Amadora, e c) – MARIA CELESTE PALMA CAIXINHA, divorciada, natural da freguesia de Baleizão, concelho de Beja, NIF 181 367 602, residente na Rua Ary dos Santos, número 11, 2° andar direito, Reboleira, Amadora, declararam, serem os donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem do prédio urbano, composto de rés-do-chão, que se destina a habitação, com a área coberta de sessenta e quatro metros quadrados, e descoberta de trinta e seis metros quadrados, que confronta do Norte com Baltazar Manuel, do Sul com Rua do Vinho, do Nascente com Constantino José Palma e do Poente com Afonso Joaquim Filipe, sito na Rua do Vinho, freguesia de Baleizão, concelho de Beja, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Beja, inscrito na matriz sob o artigo 102 da dita freguesia de Baleizão, com o valor patrimonial de 1.019,52€, a que atribuíram o valor de mil e cem euros. Que o referido direito veio à posse dos justificantes, por os avós dos mesmos, Manuel António Caixinha que também usou e era conhecido por Manuel Francisco Caixinha, e mulher Francisca Emília Batinha, já falecidos, com última residência na dita Rua do Vinho, número 20, em Baleizão, Beja, o haverem doado, no ano de mil novecentos e cinquenta e três, aos pais dos ora justificantes, António Pedro Caixinha e mulher Batista Graça da Palma, casados sob o regime imperativo da separação de bens, já também falecidos, e residentes que foram no dito imóvel sito na dita Rua do Vinho, número 20, em Baleizão, Beja, onde nasceram e criaram os seus filhos, os ora FRANCISCA MARIA PALMA CAIXINHA, RAFAEL MANUEL ANTÔNIO PALMA CAIXINHA, JOAQUINA DA CONCEIÇÃO PALMA CAIXINHA e MARIA CELESTE PALMA CAIXINHA, não tendo contudo, chegado a realizar a escritura pública, pelo que não são detentores de qualquer titulo formal que legitime o domínio do referido direito. Que, não obstante isso, sempre usufruíram o referido prédio gozando todas as utilidades por ele proporcionadas, prédio esse que constituiu a casa de morada de família dos pais dos justificantes, e onde estes foram criados, fazendo a sua manutenção, pagando todas as contribuições e impostos devidos, com ânimo de quem exercita direito próprio, sendo reconhecidos como seus donos por toda a gente, fazendo-o de boa-fé, por ignorarem lesar direito alheio, pacificamente, porque sem violência, contínua e publicamente, à vista e com conhecimento de todos e sem oposição de ninguém, e tudo isto por lapso de tempo superior a vinte anos (cerca de sessenta anos), até ao falecimento do último, que foi em dois mil e dez e depois disso, pelos justificantes nos mesmos termos. Que, dadas as características de tal posse, e não tendo nunca formalizado esse acto, não têm documento que lhes permita obter o respectivo título, para fins de registo. Que, assim, justificam por este meio o seu direito de propriedade sobre o referido imóvel. Que estas declarações foram confirmadas como verdadeiras por três Declarantes, pelo marido da justificante Francisca Maria Palma Caixinha Rafael e pela mulher do justificante Manuel António Palma Caixinha. Está conforme. A notária Maria do Céu dos Santos Fernandes Garcia

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em combustíveis cujos pagamentos não sejam efetuados responsabilidade será aceite nos seguintes casos: perda, roubo ou danificação do vale quer tenha sido utilizado ou não; 6. Este vale não pode ser trocado por dinheiro; 7. Válido até 31 de maio de 2013.


Diário do Alentejo 17 maio 2013

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Empresa Vida Sana aposta no crescimento e inovação

Após a afirmação e o sucesso do cartão Vida Sana no mercado, a empresa acabou de lançar mais uma inovação – Cartão Vida Sana Mais, Comércio e Serviços. Sem qualquer tipo de custo acrescido, o cartão é oferecido a clientes que adiram ao cartão de saúde e bem-estar Vida Sana, por apenas os mesmos 24 euros anuais. Agora o cartão Vida Sana Mais, Comércio e

Empresas

Serviços oferece descontos em todos os serviços que não estejam abrangidos pela saúde, como bares, discotecas, hotéis, turismo rural, entre outros. Com esta inovação a empresa pretende acima de tudo oferecer ao cliente, não só descontos na área da sua saúde, mas também na vertente da diversão que se pode usufruir enquanto cliente Vida Sana.

Açordas rápidas é o novo produto alentejano Foi num projeto conjunto entre Joaquim Arnaud, produtor de Mora e Compotas e Chutneys, produtor de Estremoz, que lançaram o novo produto “Açordas Rápidas”. A açorda apresenta-se em frasco, bastando juntar meio litro de água a ferver e o complemento que se quiser, desde ovo escalfado, bacalhau ou atum. O novo produto que se apresenta nas versões coentros e poejos, e custa cinco euros e setenta cêntimos, tenta manter a simplicidade de paladares que esteve na génese do seu aparecimento, surgindo este formato num frasco de vidro que apresenta a tradição na versão contemporânea.

Vinhos do Alentejo promovem nono simpósio

O BS BSC C Qu Quid id idge dgest geest st é u m sist si stem emaa de iinf nfor orma maçã çãão de aapo poio io à gges estã tão o e tr es trat atég égic icaa qu quee te tem m como co mo p pri rinc ncip ipal al o obj bjet etiv ivo o gara ga rant ntir ir a eefi ficá cáci ciaa do pla lane neam ne a en am ento to d com de o un unic icaç ic ação aç ãão o, d exe de xecu c çã cu ç o, da m ni mo n to tori r za ri zaçã ção çã o e do cont co n ro nt rolo lo da es estr trat tr atég at ég gic i a orga or gani ga niza ni z ciion za onal al.. al

A Comissão Regional Alentejana, em conjunto com a Ateva – Associação Técnica dos Viticultores do Alentejo, a Universidade de Évora, a Direção Regional de Agricultura e Pescas do Alentejo e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, estão até hoje no auditório da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, em Évora, a promover a nono Simpósio de Vitivinicultura do Alentejo que se realiza de três em três anos. Com o objetivo de divulgar conhecimento técnico e científico, relativo às áreas de viticultura, enologia e economia e marketing, no âmbito do setor do vinho, este ano conta com a presença de investigadores e oradores internacionais e nacionais, bem como técnicos e viticultores das diversas regiões portuguesas.

Adega Ervideira banhada a Ouro e Bronze

Alunos de gestão utilizam o sistema de Balanced Scorecard

Uma vez mais, a adega Ervideira teve lugar de destaque como produtora de referência de vinhos do Alentejo, tendo conquistado três medalhas atribuídas no âmbito do Challenge International du Vin 2013, uma distinção de ouro para o Conde d´Ervideira Reserva Branco e duas de Bronze para o Vinha d´Ervideira Tinto e para o Lusitano Tinto, todos eles da colheita de 2011.

IPBeja parceiro da Quidgest

Beja contará com novo espaço o Koala

Foi em meados do mês de março, numa sessão promovida pela Quidgest, empresa portuguesa, 100 por cento tecnológica, juntamente com o IPBeja – Instituto Politécnico de Beja, que se estabeleceu uma parceria entre ambas, dando a possibilidade dos alunos da licenciatura de Gestão de Empresas utilizarem, em contexto de sala de aula, o sistema BSC – Balanced Scorecard desenvolvido pela Quidgest. Publireportagem Sandra Sanches

F

oi no encontro promovido pelas duas entidades que os alunos do Curso de Gestão assistiram a um workshop de demonstração da ferramenta BSC, conduzido por Joana Santos, consultora de Gestão Estratégica da Quidgest. Durante a sessão, os estudantes tiveram a oportunidade de conhecer as principais funcionalidades da aplicação, assim como colocar questões relativamente à utilização da mesma. Uma ferramenta especificamente destinada para os alunos de gestão de empresas, que, para além de se tratar de uma vantagem competitiva para os mesmos, é sem dúvida um incentivo. Segundo Carlos Borralho, professor da disciplina de Gestão

Estratégica na Estig – Escola Superior de Tecnologia e Gestão, “apesar da prática, ainda que simulada, é sempre um incentivo para os alunos”, adiantando que “só se aprende a caminhar, caminhando”. Para os alunos, sem dúvida, que esta ferramenta proporciona um treino que os deixará mais atentos para enfrentar os desafios profissionais que o futuro lhes reserva. Carlos Borralho, questionado quanto ao contexto em que os alunos trabalham com as aplicações, refere ter sido estabelecido um plano em duas fases. Numa primeira fase a ferramenta BSC da Quidgest será usada na unidade curricular de Gestão Estratégica. Já numa segunda fase avaliar-se-á a sua utilização em contextos alternativos, porque já consideram a aplicação de máxima usabilidade. Os pressupostos do BSC já foram aplicados no próprio plano estratégico do IPBeja, trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pelos serviços de planeamento e desenvolvimento. Dado o aumento drástico na competição dos mercados, a exigência e rapidez nas respostas assumem hoje um papel de extrema importância. “A monitorização de indicadores de desempenho que sejam realmente importantes deixou de ser uma opção a ponderar pelas empresas e passou a ser um fator crítico da sobrevivência dessas instituições”, considera o

professor da disciplina. Neste sentido, respostas a questões como: Que indicadores usar em cada perspetiva? O porquê? Que frequência de monitorização assumir? Que ferramentas usar para facilitar esse trabalho e como as usar, são algumas das questões que o professor tentará abordar com os alunos deste curso, de forma a contextualizar o uso da ferramenta BSC Quidgest. Relativamente à parceria entre estas duas instituições, o IPBeja considera “tratar-se de uma formação orientada para reais necessidades do mundo empresarial”, e é nesta linha de pensamento que a parceria com a Quidgest ocorre, permitindo aos alunos utilizar a ferramenta em contexto académico, aproveitando que está feita e, simultaneamente, apresentar contributos que são imprescindíveis para o aperfeiçoamento da aplicação e melhoria contínua da mesma. Bastantes satisfeitos com o contato que se estabeleceu com a Quidgest, que até à data tem sido bastante positivo, o IPBeja acredita que este tipo de iniciativas estão de longe terminadas, ao que o professor revela interesse em envolver outras empresas e outras áreas, sendo para a instituição fundamental que a afirmação em Gestão de Empresas da Estig possa recorrer a uma variedade de ferramentas que “potenciem uma formação de excelência nesta área do saber”.

Brevemente Beja contará com um novo espaço: o Koala, um serviço totalmente dedicado às crianças. A pensar nas mesmas, há cerca de dois anos que as empresárias estudam este projeto, apontando agora a abertura do espaço para inícios de junho. Com serviço babysitting 24 horas, ateliê de tempos livres, moldagens e pinturas e animação em todo o tipo de festas, os pais poderão agora deixar as suas crianças por um dia ou até por pequenos instantes. Por não existir nada igual na cidade, as empresárias decidiram avançar para o negócio. Apesar da altura não ser a mais propicia para investimentos, são da opinião que há que arriscar, sendo as perspetivas para já muito positivas. Sediadas próximo da escola EB1 Santiago Maior, as empresárias licenciadas em Serviço Social e Ação Educativa, aceitam crianças desde os três meses até aos 12 anos, contando com uma profissional na área da Educação Básica e vinte crianças garantidas até à data.

Monte Novo e Figueirinha num concurso recebe três prémios No concurso Wine Master Challenge 2013, realizado no Estoril, foram atribuídas três medalhas de prata a vinhos da Adega da Figueirinha.


Acontece amanhã, sábado, pelas 21 horas, no Castelo de Beja, a iniciativa “Noite Branca”, que reverterá a favor do centro de acolhimento A Buganvília, uma valência do Centro Infantil Coronel Sousa Tavares, que celebra este ano 100 anos de existência. A gala contará com a apresentação de Marta Gil (SIC K) e Luís Oliveira (Canal Q)

e marcam presença na festa de solidariedade Os Amgios do Arrufa, Alex Ferreira, Ricardo Gordo, Raquel Guerra, Cláudia Estrela e Manuel Melo. A noite será animada por vários DJ, entre eles G-Luft, Cristian F, P*TA da Loucura, Quimbé&Rubin. A tarde, essa, será dedicada às crianças e não faltarão pinturas faciais, artes circenses, teatro e música.

27 Diário do Alentejo 17 maio 2013

Noite de solidariedade a favor da Buganvília

A páginas tantas... À partida temos a tentação de achar que é um livro só para quem é muito pequenino e que começou agora a saber contar quantos dedos tem a mão. Desenganem-se. Um livro só com ilustrações, mas carregado de simbologia. Com o traço de Danuta Wojciechowska existe uma sobreposição entre o real e a fantasia. Por isso presta bem atenção a cada número que por si só conta uma história. Se olharmos para o número 2, talvez aches estranho o porquê de tantos animais, mas a verdade é que ele transporta-nos para uma história bíblica, quando Noé, sobre a orientação de Deus, criou uma arca que conseguisse sobreviver a um enorme dilúvio. Para além de fazer a arca, Noé teve ainda de reunir dois animais de cada espécie, macho e fêmea, para que quando o dilúvio acabasse pudessem reconstruir uma nova terra. Este livro estará disponível nas livrarias no fim deste mês e é editado pela Caminho.

Pais Por vezes fazer com que as crianças comam os ditos verdes torna-se difícil. Deixamos aqui uma sugestão que acreditamos que possa ajudar nesta tarefa. Permitir que os mais pequenos possam escolher dentro de uma seleção de alimentos a sua salada.

Dica da semana

À solta As imagens são da artista holandesa Caroliena Driaansche, e são uma ótima ideia para explorares as embalagens de detergentes que tens lá por casa. Atenção, antes de começares a trabalhar pergunta quais podes usar porque algumas têm produtos irritantes. Diverte-te e visita o site desta artista em http://www.carolienadriaansche.nl/

A dupla americana Mary e Daniel propõe jogos dos 0 aos 99, mas em vez de usar bases em madeira pintadas com tinta preta própria para usar giz, pode fazer moldes em cartolina preta, o que permite, pelo menos, apagar duas ou três vezes. Divirtam-se os pequenos e os grandes.


28 Diário do Alentejo 17 maio 2013

O Quaresma é um cão de porte pequeno recolhido das ruas. Está numa família de acolhimento temporário mas procura um lar definitivo onde seja acarinhado por todos. É um cão jovem, com cerca de dois anos. É tímido, provavelmente porque os humanos não o trataram bem, mas agora procura um final feliz. Contactem o Cantinho dos Animais de Beja para o conhecerem! Contactos: 962432844; sofiagoncalves.769@hotmail.com

Letras A vida inútil de José Homem

Boa vida

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Comer

Cação de escabeche com batata cozida e salada Para 4 pessoas: Ingredientes para o cação: 800 gr. de cação fresco; q.b. de sal; q.b. de pimenta preta moída; q.b. de vinagre de vinho branco; 100 gr. de farinha de trigo; q.b. de azeite extra virgem; 1 folha de louro; 250 gr. de cebola; 12 gr. de dentes de alho; 2 cravinho da Índia; 2 gr. de coentros em grão; 2 dl. de vinho branco; q.b. de pimentão doce; 20 gr. de salsa; q.b. de batata cozida; salada a seu gosto. Preparação: Retirar a pele ao cação e cortar em postas não muito grossas. Temperar com sal, um pouco de vinagre e pimenta preta. Passar por farinha de trigo e fritar em azeite quente. Reserve as postas do peixe. No mesmo azeite em que fritou o peixe coloque a cebola às rodelas finas, alhos laminados, louro, cravinho, salsa e coentros em grão. Refrescar com vinho branco e, por fim, colocar o pimentão doce e mais um pouco de vinagre e sal, se necessário. Colocar o peixe numa travessa e por cima espalhe o preparado anterior. Deixe repousar quatro horas, no mínimo. Sirva com batata cozida e salada. Bom apetite… Nota: sirva quente ou frio. António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora

Toiros Moura: Apenas Rouxinol lançou alguns trinados e Telles Bastos mostrou alguns apontamentos da boa Escola da Torrinha

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ntegrada na XIX Feira do Bovino Mertolengo, realizou-se no passado dia 11, na bonita cidade da Margem Esquerda do Guadiana, mais uma corrida de touros. O cartel era constituído pelos cavaleiros Luís Rouxinol, Manuel Telles Bastos e Duarte Pinto, estando as pegas a cargo do Real Grupo de Moura comandado por Valter Rico, Amadores de Safara chefiados por Pedro Lúcio e Amadores de Monsaraz sob a direção de David Rodrigues. Os toiros com a divisa amarelo e vermelho pertenciam à ganadaria de D. José Luís Pereda. Com uma assistência a rondar a meia casa, rompeu praça um negro cornalão com o peso anunciado de 510 quilos e que cumpriu razoavelmente a sua missão. Rouxinol deixou-lhe três compridos a despertar e nos curtos andou discreto procurando animar a lide com alguns ladeios e a tradicional rosa e par de bandarilhas, mas sempre aquém daquilo a que nos habituou o cavaleiro de Pegões. No seu segundo, este com 520 quilos, apontou os compridos da ordem, mudou de montada e iniciou a série de curtos, mas a sua atuação só subiu de tom quando foi buscar a Viajante sua montada de confiança que lhe permitiu apontar os quarto e quinto da ordem de muito boa nota, entradas de frente batida ao piton contrário e ferro a ficar no sítio. Terminou com a rosa e o par de bandarilhas. Para Manuel Telles Bastos saiu dos chiqueiros, em primeiro lugar, o mais pesado do lote, 590 quilos, cinco anos cumpridos e sabidão. Telles não se entendeu com ele. No seu segundo, este com 570 quilos, apontou os compridos da ordem sem

grande destaque, e nos curtos melhorou de nível, entrou de frente levantando bem o braço e cravando de alto a baixo. Lide correta que não teve mais brilho por falta de colaboração do touro. Para Duarte Pinto sairam, respetivamente, um com 560 quilos e outro com 550. Duas atuações fracas sendo, no entanto, a segunda um pouco melhor. Nesta, destacamos o penúltimo curto com boa nota. Nas pegas por Moura estiveram na cara João Cabrito e Valter Rico à primeira. Por Safara foram solistas Ruben Campaniço à segunda e Fábio Maurício de primeira em rija pega à córnea e em que teve que aguentar dois fortíssimos derrotes. Finalmente, o Grupo de Monsaraz, que mais valia que tivesse ficado em casa, teve uma primeira intervenção protagonizada por Nelson Campaniço que pegou à primeira e uma tristíssima figura ao não ser capaz de vencer as dificuldades do Pareda tanto de caras como de cernelha e em que o cernelheiro destacado para o efeito estava autenticamente aterrorizado com a ideia de ter que jogar as mãos ao touro. Finalmente, a sempre triste cena de “todos ao molhe e fé em Deus”, com o touro a padejar neles a caminho da enfermaria. Ser forcado tem uma ética e essa ética tem que ser respeitada. Se não for a bem terá que ser a mal. O que se passou agora em Moura, e já se tem passado noutras praças do País, não pode continuar a repetir-se se queremos que a festa continue como tal. Dirigiu a corrida o senhor Agostinho Borges que teve alguma dificuldade em gerir os seus últimos momentos. Na parte técnica esteve o dr. Matias Guilherme. Sebastião Valente

oi, de facto, uma vida quase inútil a de José Homem. Já entrado na idade é um encontro com um menino a quem a guerra, em Angola, roubou a família e uma perna – uma perna por um balde de água, negociado, como outros bens de primeira necessidade, para sobreviver – que resgata a existência de Homem. Pouco amado pelo pai, militar, e por uma mãe demasiado cheia da sua infelicidade para cuidar dos sentimentos do filho, foi secando para a vida. Ainda teve um assomo de paixão por uma mulherbailarina que lhe disse que não era ela senhora para ser amada mas a vida – ou antes, mais uma morte – afastou-o em definitivo de uma carreira militar que só escolhera para honrar o pai. Depois de ter desistido do amor, Homem dedicou-se a desmontar – vendendo volume a volume, peça a peça – a casa e a bilbioteca herdadas. Nisso gastou a vida sem se consumir nas relações humanas. É, pois, um menino – um menino-ladrão só com uma perna – que muda tudo. E um padre, Delfim, que teima em revelar-lhe que o coração não secou e que ainda há tempo para arrepiar a conduta. A vida inútil de José Homem, estreia no romance de uma psicóloga que é também uma contista premiada, Marlene Ferraz, ganhou o Prémio Literário Revelação Agustina Bessa Luís. Ferraz, de quem se diz ter “os pés pousados em terras a norte”, compõe a intriga sem deixar de fazer a ponte com o realismo mágico. A escrita é fluída, com imagens reveladoras de um conhecimento das coisas da terra. O imaginário que compõe desvenda um olhar cuidado e atento sobre o mundo e o coração-cabeça dos homens. Maria do Carmo Piçarra

Marlene Ferraz Gradiva 176 págs. 10 euros


Ana Maria Baptista – Beja Taróloga – Método Maya Gabinete aberto (jardim do Bacalhau) Contacto para marcação de consultas: Telemóvel: 968117086 E-mail: missbeja@yahoo.com Características dos nativos de

Gémeos (21 de maio a 21 de junho)

Este nativo é muito curioso, investigador sem preconceitos e grande admirador das artes. O comunicativo nativo de Gémeos está sempre pronto a prender algo novo. A comunicação é muito importante e considera a inteligência e o sentido e humor indispensáveis em qualquer situação.

Previsões Previsões––Semana Semanade de817a a1424dedemarço maio

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Carneiro – (21/3 - 20/4) Andará nas bocas do mundo pois o seu bom gosto e a sua aparência cuidada vão dar que falar. O seu sucesso social será nítido. Surgirão imensos telefonemas com atraentes e simpáticos convites para sair. Sentir-se-á importante e mimado. A sua boa disposição afastará nervos e impaciências.

Balança – (24/9 – 23/10) As suas dúvidas vão ficar esclarecidas porque este amor é para durar. Dê uma reviravolta na sua forma de ver as coisas, acredite na vida. Cuide-se, inspire-se e distribua o seu charme com generosidade. A harmonia no trabalho traz a certeza de que a disciplina e o rigor compensam sempre. Deixe que todos à sua volta se apercebam da sua felicidade: é recompensador.

h Touro – (21/4 – 21/5) Esta semana começa para o nativo Touro com uma profunda reflexão sobre as suas verdadeiras convicções na vida, e com uma vontade de mudar, o que é raro neste signo.Refreie a obstinação pelo trabalho, passeie, vá ao cinema, faça compras. No amor, formalize decisões com a certeza do que quer.

i Gémeos – (21/5 – 21/6) Vai conseguir fazer as pazes com o mundo. Procure harmonia e tudo tomará formas agradáveis. Relaxe e relativize em vez de julgar. Tudo isto irá ajudá-lo a resolver as preocupações com a sua saúde. Continuará com muita energia no trabalho.E prepare-se…uma nova fase amorosa avizinha-se…

Filatelia As Missões Laicas em Angola e Moçambique na 1.ª República em Portugal em selos e livro

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ara assinalar a passagem do 1.º centenário das Missões Laicas em Angola e Moçambique, os correios puseram em circulação, no passado dia 13, uma emissão de dois selos e um bloco. Em consequência da Lei da Separação da Igreja do Estado, publicada em 1911, em 1913 foram então criadas as Missões Laicas e, em 1917, foi publicado o decreto que reformava o Colégio de Missões de Cernache do Bonjardim. A passagem deste centenário foi também assinalada com a edição do livro As Missões Laicas em África na 1.ª República em Portugal, da autoria de Pedro Marçal Vaz Pereira, presidente da direção da Federação Portuguesa de Filatelia (FPF). Esta interessante obra, que preenche uma lacuna nesta matéria, é composta por dois livros com 1040 páginas e está profusamente ilustrada e documentada com documentação, coeva, propriedade do autor do livro. Tanto a emissão filatélica como o livro sobre as Missões Laicas, foram apresentados publicamente na Sociedade de Geografia de Lisboa, no dia 13. Perante o numeroso público que compareceu ao ato, o professor Aires de Barros, presidente da Sociedade de Geografia de Lisboa, deu as boas vindas aos convidados presentes, seguindo-se o lançamento da emissão filatélica. A apresentação do livro As Missões Laicas em África na 1.ª República

em Portugal ficou a cargo do dr. João Pedro Xavier de Brito, à qual se seguiu uma conferência do autor do livro, Pedro Vaz Pereira, que dissertou sobre as Missões Laicas em África durante a 1.ª República. Os dois selos most ra m-nos a lguns dos missionários das Missões Civilizadoras em Angola (selo de 0,36€) e em Moçambique (0,80€). No selo de 0,36 €, na primeira fila, estão, Manuel Alves Carneiro (o chefe da missão Cinco de outubro (em Pamba); Manuela Caetano d’Oliveira e M. Correia da Silva, ambos da missão Cândido dos Reis (Cuanhama). Na segunda fila, Álvaro Caetano d’Oliveira (chefe da missão Cândido dos Reis); Sa lvado Ba r ros, Lu ís Inácio e, F. Oliveira Leitão, da missão Cinco de outubro e, Alzira Correia da Silva, da missão Cândido dos Reis. O selo de 0,80 € mostra-nos os sete missioná rios da missão Pátria em Moçambique. Estão na primeira fila, Luiz José d ’Oliveira, Ana Rosa Pires Teixeira e António dos Santos Leão. Na segunda, Ermelinda da Silva Teixeira; Cândido da Silva Tei xeira (o chefe da missão); Joaquim José de Sousa e, Marieta de Sousa. A ilustração do bloco, mostra-nos o Instituto de Missões Coloniais em Cernache do Bonjardim. Geada de Sousa

b Escorpião – (24/10 – 22/11) Em primeiro lugar estará o trabalho, depois o trabalho e em terceiro lugar estará o trabalho. Se o nativo Escorpião continuar com estas prioridades, dará cabo do seu casamento. Mas andará triste e macambúzio. Para adquirir a harmonia consigo próprio, terá de voltar a sentir o seu coração a bater.

c Sagitário – (23/11 – 21/12) Terá uma saúde de ferro, amor às mãos-cheias e um trabalho apaixonante. É certo que não para um segundo, que gostaria de ter mais tempo para si e para os seus, mas queixar-se será quase um crime. Já viu bem o que tem? Goze os bons momentos e não pense tanto no futuro. A cor da melancolia não lhe ficará bem.

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Caranguejo – (22/6 – 22/7) Andará doce, como um torrão de açúcar. Sempre pronto a derreter-se, o nativo Caranguejo será facilmente conquis tado com uma sessão de mimo à luz das velas. Uma lareira acesa, uma taça de champanhe na mão e uma boa companhia e ei-lo a caminho do sétimo céu. Quanto à saúde, coma mais legumes e frutos e modere os seus apetites açucarados.

Capricórnio – (22/12 – 20/01) O seu encanto, o sorriso permanente e a boa educação serão uma fonte de serenidade, doçura e candura. E graças a isso o nativo de Capricórnio terá sucesso. Será super e ganhará confiança em si próprio. No que respeita à saúde terá de voltar à dieta e ao ginásio. O bem-estar fá-lo engordar!

k Leão – (23/7 – 23/8) Aposte no futuro e brilhe com uma nova perspetiva amorosa. Entregue-se e saboreie a paixão. Começar a semana com a sensação de que consegue dominar as coisas à sua volta é um presente dos reis. Como gosta tanto de si, não se desencante tanto com os outros, só porque alguém não esteve à sua altura. Ouça os conselhos do médico e siga-os.

l Virgem – (24/8 – 23/9) Seja mais criativo, dê vida ao seu romantismo e verá que é possível tornar o sonho realidade. Esta semana terá propensão para regressar às antigas amizades e fortalecê-las. As suas grandes dúvidas sobre o trabalho deixarão de existir. Procure a harmonia familiar e seja rigoroso com a sua saúde.

e Aquário – (21/1 – 19/2) Será difícil compreendê-lo. Dará a imagem de uma pessoa livre, mas na intimidade mostrará a sua vulnerabilidade. Se alguém lhe disser que o ama, fugirá. E se essa mesma pessoa se afastar, correrá atrás dela. Em que ficamos? Quanto à saúde, cuidará do seu corpo. Praticará exercício físico ao ar livre. Aos poucos conseguirá libertar a sua energia e libertar o stresse.

f Peixes – (20/2 – 20/3) Precisa de mudar: Tire o máximo partido de tudo o que é novo. Tire o máximo par tido de tudo o que é de novo: amigos, amigos, colegas, locais e lazer. Aproveite este impulso natural, que é raro em si, para ser capaz de fazer mudanças radicais. Está numa fase de grandes e agradáveis desenvolvimentos amorosos. Entregue-se às novas sensações e verá como é com sentir-se feliz de novo.

As previsões do horóscopo desta semana podem ser consultadas no programa “O seu signo” disponível em www.youtube.com/diariodoalentejotv ou no MEO kanal em 475533.

Diário do Alentejo 17 maio 2013

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Tertúlia “À tarde nã se drome!” em São Teotónio

A Associação para o Desenvolvimento da Região do Mira (Admira), promove amanhã, sábado, a tertúlia literária “À tarde nã se drome!”, que convida a ouvir, pelas 18 horas, na antiga Moagem de São Teotónio, os autores alentejanos Fernando Évora, João Pedro Duarte, José Telles Lacerda, Luís

Miguel Ricardo e Vítor Encarnação. A sessão insere-se no projeto “Clube dos Poetas Vivos” e contará ainda com a participação dos Atar e Pôr ao Fumeiro, grupo local de música tradicional alentejana. Paralelamente decorrerá uma feira do livro da responsabilidade da livraria A das Artes, de Sines.

Nery desvenda segredos da polifonia em Beja

A igreja de Nossa Senhora dos Prazeres, em Beja, recebe amanhã, sábado, pelas 17 horas, a conferência “Uma história do Contraponto: do Gótico às História do jazz no espaço Oficinas Arranca hoje, sexta-feira, no espaço Vanguardas”, pelo musicólogo Oficinas, em Aljustrel, o curso livre de iniciação à história do jazz “Jazz de A a Z”. A ação, Rui Vieira Nery. Trata-se do que decorrerá até 4 de maio estruturada em oito sessões, sempre às sextas-feiras, é miquarto evento no âmbito da nistrada por António Branco, dinamizador do Clube de nona Jazz do Conservatório Regional edição do Festival Terras do Baixo Alentejo. A primeira sessão, pelas 21 e 30 horas,Sem abordará o tema “Dos desde campos Sombra, a decorrer de algodão a Nova Orleães”. abril sob o signo da polifonia e será, segundo a organização, do Departamento do Património Histórico e Artístico (DPHA) da Diocese de Beja, uma “digressão ao longo de mais de sete séculos da história da música”. Desvendando os segredos da polifonia, Nery aborda uma temática que assume significado muito especial para o Alentejo, “precisamente quando o cante avança, em passos seguros, com a sua candidatura do Guadiana, o maior palco do festival, recebe na segunda noite os a Património Cultural concertos de Encuentro Multaka e Dissidenten. Imaterial da Humanidade”, Amanhã, sábado, as oficinas são dedicadas ao cante alentejano, considera a diocese.

Fim de semana

Sétima edição abriu ontem e prolonga-se até de domingo

Souk de Mértola renasce em mais um Festival Islâmico

A

s ruas estreitas do centro histórico de Mértola já se cobriram de caniços e panos coloridos para receber a sétima edição do Festival Islâmico, que arrancou ontem, quinta-feira, se prolongará até domingo, 19. No souk, o mercado ao ar livre que reproduz o ambiente das medinas de Marrocos, assentam arraiais por estes dias os artesãos e comerciantes vindos da bacia do Mediterrâneo, num total de 130 bancas e 80 participantes, oferecendo uma vasta e aromática panóplia de produtos: das especiarias aos tapetes, dos panos ao artesanato em pele, da gastronomia aos adornos. Mas paralelamente à azáfama do souk, centro nevrálgico e imagem de marca do evento, o festival distribui-se entre outros locais do centro histórico com várias propostas para intercalar entre uma ida às compras e as noites musicais, no cais do Guadiana e na praça Luís de Camões. Assim, a partir das 10 da manhã, em algum lugar da vila, estarão a decorrer ateliês, apresentações teatrais, conferências, oficinas de adufe, de dança, de cante alentejano, exposições, demonstrações de dança, apresentações de livros e também animação de rua. No que toca à música, depois do arranque ontem com um concerto de guitarra guitarra portuguesa por Custódio Castelo, o programa de hoje, sexta-feira, promete duas oficinas de adufe, dinamizadas por Sebastião Antunes, músico responsável pelo espetáculo noturno, na praça Luís de Camões, intitulado “Entre a Beira e o Deserto”. Já o cais

com Armando Torrão e, no Cineteatro Marques Duque, terão lugar (às 15 e às 18 e 30 horas) os concertos de música islâmica com Selam. No cais do Guadiana atuam Mad Sheer Khan, da Argélia, e Bombino, do Níger (Povo Tuaregue) e a noite continua com Melech Mechaya, na praça Luís de Camões. O encerramento, pelas 18 horas de domingo, será mais uma vez “um encontro de culturas”, com as participações do Grupo Coral Guadiana de Mértola, Boukdir, grupos Chocalheiros, de Vila Verde de Ficalho, Modas e Adufes, de Proençaà-Velha, e Lakmas.

Rueff e Monchique em comédia no Pax Julia Dois dos mais reconhecidos comediantes nacionais, Joaquim Monchique e Maria Rueff, vão estar hoje, sextafeira, no palco do Teatro Municipal Pax Julia, em Beja, enquanto protagonistas da produção “Lar, Doce Lar”. O espetáculo tem início pelas 21 e 30 horas e dá a conhecer o dia a dia da residência Antúrios Dourados para Seniores de Qualidade. Juntos em palco pela primeira vez, Rueff e Monchique dão corpo às diferentes personagens de uma comédia, cuja história começa com uma corrida por um quarto particular.

Cultura a Sul|Alentejo passa por Beja Depois de Estremoz, Lisboa e Évora, a próxima paragem do livro Cultura a Sul|Alentejo, projeto e organização de António Murteira, será Beja, numa sessão agendada para hoje, sexta-feira, pelas 21 e 30 horas, na Biblioteca Municipal José Saramago. Uma obra “para compreender o lugar da cultura nas sociedades humanas”, podendo “constituir um contributo para desbravarmos novos caminhos de renascimento cultural no Alentejo e em Portugal”, cuja apresentação ficará a cargo Maria Paula Santos, diretora da biblioteca bejense, Rui Mateus, historiador de arte, e do próprio António Murteira, também ele autor. O compositor e músico Paulo Abreu de Lima será o animador do serão.


31 Diário do Alentejo 17 maio 2013

Última Hora! É uma notícia que acaba de chegar à nossa redação vinda do nosso correspondente na revista “Exame Informática”: Oposição diz que regulamento sobre normas de acesso e utilização dos sistemas informáticos e de comunicações da Câmara de Beja é incostitucional porque viola os direitos dos trabalhadores de jogarem minesweeper e ver vídeos de gatos a tocar bateria. facebook.com/naoconfirmonemdesminto

CMB

Inquérito Celebra-se amanhã, 18 de maio, o Dia Internacional dos Museus? Já visitou algum museu?

JORGE NUNO PINTO DA COSTA, 75 ANOS Presidente do FC Porto e irmão daquele médico legista que parece um Pai Natal magro

Espetáculo de Sónia Araújo em Beja teve reações díspares

O museu que visitei mais recentemente foi o museu do FC Porto que agora tem novos atrativos: um salão virtual em que pode viver a sensação de marcar um golo ao Benfica aos 92 minutos; uma estátua em pladur do Jorge Jesus de joelhos no Estádio do Dragão; a parede da “Frutinha de Dormir” onde pode ler mais de 350 mil metáforas sobre sexo e fruta. Destaque para a exposição itinerante “Como transformar um calhau num campeão nacional de futebol?” dedicado ao Vítor Pereira.

Miúdos “gostaram mais ou menos”, já “os papás adoraram!” Sónia Araújo esteve no passado fim de semana em Beja a propósito do espetáculo “Sónia e as profissões” - o nosso correspondente no Pax Julia destacou o facto da apresentadora da RTP ter estado mais do que três minutos sem protagonizar um momento de dança. A ex-apresentadora do programa Praça da Alegria tem corrido o País a divulgar o seu espetáculo com canções infantis que têm feito as delícias da criançada e, especialmente, dos adultos, como nos explicou Aníbal Mirone, encarregado de educação e assinante da revista “Gajas boas a fazer poses sexy em oficinas auto”: “Foi muito fácil convencer o meu filho a ir ao espetáculo. Perguntei-lhe: «Então filhote, queres ir ver a Só-

nia e as profissões?» e ele respondeu «Ah, pai, não gosto muito...» e eu disse-lhe muito calmamente «GOSTAS SIM, OUVISTE? VAMOS E CALA-TE!». Ele não pareceu muito convencido, mas depois de lhe dizer que o seu peluche favorito podia ter um acidente na máquina de lavar roupa no programa de 90 graus, lá aceitou. E valeu bem a pena! A Sónia esteve muito bem, sempre curti mulheres fardadas. Gostei de a ver vestida de polícia e médica, mas o espetáculo tinha mais a ganhar se ela encarnasse outras profissões de futuro como “colegial atrevida”, “stripper avantajada” ou “dominatrix vestida com cabedal”. Mas isso é a minha maneira de ver…” – explicou.

CDU quer Ministério Público a investigar multa que Pulido Valente deixou por pagar no videoclube por não ter rebobinado a cassete

Depois de serviço de kidsitting, cine-teatro Pax Julia disponibiliza serviço de “sograsitting”

É grande a tensão que se vive entre os eleitos da CDU e o executivo municipal liderado por Pulido Valente. Ao que parece, os vereadores comunistas querem que o Ministério Público investigue o processo em que o edil bejense terá, alegadamente, pago uma multa através dos serviços da câmara. Todavia, a CDU diz que esta prática era recorrente: “o Ministério Público devia investigar uma multa que ficou por pagar no videoclube “Lourenço da Arábia”. O sr. presidente da câmara, em 1988, teve a audácia e a desfaçatez de não ter rebobinado a cassete antes de a entregar. Sabemos que o clube o multou em 25 escudos, coima que não pagou! Pelas nossas contas, se tivesse de a pagar agora, e tendo em conta os valores da inflação e dos juros de 180 por cento devidos nestes casos, o atual presidente teria de pagar um valor a rondar os 45 milhões de euros, o que equivale a 350 milhões de contos na moeda antiga e a quatro biliões de pastilhas Gorila com sabor a limão. Só não vê quem não quer! Ainda por cima, o filme que alugou foi o Rocky IV, que acaba com um comunista a levar porrada. Parece que é só para nos chatear…” – declarou um membro do PCP.

É mais um novo serviço disponibilizado pelo Cine teatro Pax Julia: depois do kidsitting, aquele espaço vai oferecer o inovador serviço de “sograsitting”. Por apenas mais 300 euros, os espectadores podem deixar a sua sogra – especialmente aquelas muito chatas, com uma verruga na ponta do nariz – à guarda de dois profissionais experimentados para este tipo de situações: um veterinário a recibos verdes e um domador de focas marinhas que controlará as sogras com uma cadeira e um chicote. Para além destes serviços, apurámos que serão disponibilizados outras ofertas como o “telemóvelsitting” – para quem não se consegue separar do seu telemóvel; o “chungasitting” – para quem quer esconder daquele primo chunga que passa a vida lá em casa; e o “labregositting” – para quem se quer livrar do seu labrego interior e parecer mais intelectual quando assiste a um espetáculo.

PAULO PORTAS, 50 ANOS Ministro e amigo dos pensionistas às terças, quintas e domingos Oiça, sempre que posso vou a um museu. Brevemente inaugurarei um espaço que é muito caro ao CDS: o Museu da Lavoura. Vou usar o meu boné castanho, vestir um colete verde e usar uma camisa branca com dois botões abertos em que poderão ver dois ou mesmo três pelos do meu peito. Neste museu as crianças poderão aprender que as beringelas não nascem nas bancadas do Pingo Doce. Também gosto do Museu da Caça, especialmente dos workshops de tiro ao Coelho e ao Álvaro.

VITOR GASPAR, 52 ANOS Ministro e Mister Olheiras Molhadas 2013 Obrigado por me… colocar essa pergunta que é… se me permite… uma ótima pergunta… O meu museu preferido… é o Museu de… Arte Moder… na. Gosto da exposição sobre o Programa… de ajustamento português que é o… programa de ajustamento mais… lindo do mundo. Para além de lindo, é fofucho e diria mesmo que é… tótil. As imagens de desempregados nas filas em degradé no Centro de Emprego; o espanador que a Joana Vasconcelos fez com 12000 empresas falidas é… olhe, até estou com pele de… galinha…


Nº 1621 (II Série) | 17 maio 2013

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01621

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nada mais havendo a acrescentar... Solidão A solidão é uma coisa a dois que não ajuda a digerir o vazio. Num movimento invertebrado passamos da sala de jantar para a sala de estar e ali ficamos sentados a fermentar o desconsolo. A luz ilumina as revistas cor-de-rosa, os livros virgens na estante, as recordações das nossa viagens tão antigas – a areia daquele deserto nesse tempo tão longe e que agora se meteu dentro de nós numa tempestade de tédio, numa cara esculpida na madeira triste como as nossas de agora – a coleção de filmes por ver, os teus quadros de ponto cruz, o pó dos móveis, as flores que fenecem. O candeeiro não alumia mais nada a não

ser o tempo que falta para nos deitarmos. Ensimesmados, digerindo a acidez do silêncio, vamos morrendo no sofá por episódios. E o comando da televisão é só um para tanto aborrecimento a escorrer pelas paredes. Por isso saio. Tu sabes que eu padeço de um desejo transumante à procura de dor para a minha poesia. Seco-me onde estou se não for para outro lado qualquer dentro de mim. Não te deixo, só me mudo e fico indizível. Não fui a lado nenhum, mas também não estive. Depois volto e tu abres-me a porta porque me amas e sabes que eu venho cansado de ser eu mesmo. Vítor Encarnação

quadro de honra Ana Benedita Caro, 66 anos, natural de Amareleja (Moura) Foi trabalhadora agrícola e emigrante até 1974 e funcionária do PCP entre 1975 e 2009. Foi membro da Assembleia Municipal de Moura, vereadora na câmara, adjunta e chefe de gabinete do presidente José Maria Pós-de-Mina. Durante 34 anos foi dirigente do PCP, membro da Direção Regional do Alentejo e da Comissão Distrital e Regional de Beja. É presidente da Moura Salúquia – Associação de Mulheres do Concelho de Moura desde 2000.

Ana Benedita Caro lança Vivências

“As histórias são simples mas estão cheias de significado”

A

na Benedita Caro, promotora e presidente da Moura Salúquia – Associação de Mulheres do Concelho de Moura, acaba de lançar Vivências. Um livro que nasceu de “uma vontade imensa de não deixar esquecer” um pouco do seu passado, do que viveu, e “de dar testemunho de muitas outras vidas” que consigo se cruzaram. Um livro que escreveu “com liberdade” e de acordo com a sua “linguagem” e, por isso, “se este livro algum mérito tem será o da autenticidade e da emoção com que foi escrito”, diz. Toda a “evocação” foi feita com recurso às suas memórias, apontamentos, cartas ou poemas que guardou. Como surgiu a ideia de lançar a autobiografia Vivências?

O livro não é propriamente uma autobiografia completa. Isso exigia, porventura, que falasse mais longamente e em pormenor da minha vida e de tudo que a envolveu. Este livro nasceu de uma vontade imensa de não deixar esquecer um pouco do meu passado, do que vivi, e de dar testemunho de muitas outras vidas PUB

que comigo se cruzaram, o que constituiu fonte de inspiração para o título do livro, Vivências. Comecei a escrever este livro com a dedicação que exige uma paixão. Foi nesta perspetiva que criei as forças necessárias para me lançar nesta aventura com muito empenho e entrega, mas também com a consciência de que não tenho qualquer dote literário a não ser aquele que me dita o coração. Como foi a construção desse processo? Recorreu a diários, notas pessoais, testemunhos?

Como digo num dos capítulos do livro, quando comecei a escrever não tinha um plano definido. Não tinha diário, só alguns documentos e fotografias onde pude basear o que relato no livro. Toda a evocação é feita com recurso às minhas memórias, aos meus apontamentos, a cartas ou poemas que guardei. Vasculhei o que tinha guardado nas gavetas do meu íntimo, muito do passado. Pensei que deixar estas vivências no meu arquivo pessoal seria do mais injusto. Foi desfiando recordações que de momento me assaltaram e tomaram

conta de mim que abordei neste livro algumas questões profundamente pessoais. As histórias são simples mas para mim estão cheias de significado. Dos períodos de vida ou episódios descritos quais foram os que mais a marcaram?

Faço um quadro vivo de uma geração, os acontecimentos e os momentos mais importantes do meu passado, desde a infância, e a ligação profunda aos meus pais, à família, aos meus amigos, até ao meu primeiro amor e à minha atividade profissional e política. Procuro neste livro que não seja apagada da memória coletiva a resistência contra o fascismo. Recordo os momentos fascinantes do 25 de Abril – a madrugada que muita gente esperava, “aquele dia inicial e limpo”, como lhe chamou a poetisa Sophia de Melo Breyner. Falo de um passado que tantas marcas me deixou, mas não recordo dramaticamente ou com amargura os maus momentos. Pertenço a uma geração que viveu mudanças políticas e sociais e todos os factos que relato aconteceram. Nélia Pedrosa

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As previsões para hoje, sexta-feira, apontam para aguaceiros e temperaturas entre os 11 e os 17 graus. Sábado e domingo o céu deverá apresentar-se pouco nublado. As temperaturas mínimas deverão registar uma descida.

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Liceu de Beja é Monumento de Interesse Público O Liceu Diogo de Gouveia, em Beja, foi classificado como Monumento de Interesse Público. Foi publicada, na sexta-feira passada, em “Diário da República”, a portaria que fixa a zona especial de proteção. Recorde-se que este liceu foi projetado em 1930 pelo arquiteto Luís Cristino, tendo sido inaugurado em 1936. Recentemente foi alvo de uma intervenção. Segundo a informação que se pode ler na portaria, “o edifício constitui uma das primeiras e mais puras obras do Modernismo português, notabilizando-se pelo despojamento ornamental aliado às formas que o uso do betão permitiu explorar e pela assimetria da planta, determinada por questões práticas”. Destaca ainda a portaria, “a imponência maciça do betão da fachada principal, ritmada por grandes vãos envidraçados, as coberturas em terraços de betão que se articulam entre os diferentes edifícios e os elementos decorativos exteriores paradigmáticos do movimento modernista, o relógio e a designação do liceu em alto-relevo”.

Formação começou no aeródromo de Beja O Grupo 7 Air – Centrofortec, que se dedica, entre outras atividades, à formação de técnicos de Manutenção de Aeronáutica (TMA), iniciou, na segunda-feira, dia 13, o primeiro curso no Aeródromo Municipal de Beja. Recorde-se que Câmara de Beja tinha contatado o grupo, de modo a dinamizar o aeródromo, defendendo que eram necessários trabalhos de beneficiação de modo a que este pudesse estar em condições. A autarquia considera que este é mais um passo para afirmar o projeto de desenvolvimento baseado no cluster aeronáutico. Os trabalhos de beneficiação, segundo a Câmara Municipal de Beja, deverão começar “brevemente”, apoiando a autarquia “com a cedência do material necessário, maquinaria e mão-de-obra”. A câmara bejense vai ainda solicitar às autoridades uma maior vigilância do aeródromo.


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