Reportagem Já vigoram as novas regras para a matança do porco págs. 6/7
Estudo Património religioso à luz da ciência pág. 12
Beja Cavalos abatidos a tiro
Comboios De automotora até Casa Branca pág. 9
págs. 16/17
SEXTA-FEIRA, 3 JANEIRO 2014 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXII, N.o 1654 (II Série) | Preço: € 0,90
Autores do plano regional defendem mudança do atual modelo de financiamento
Alentejo com nova estratégia para tratar doentes de oncologia JOSÉ SERRANO
pág. 8
O cante que volta à igreja entre o Natal e o dia de Reis O repertório do cante alentejano que celebra a época natalícia tem ganho novo vigor, nomeadamete na última década. E tudo se deve ao esforço dos grupos corais.
Há quem defenda que “este é o grande momento” do cante em todo o ano. O cante ao Menino, as Janeiras e agora os Reis. Em alto e bom som por toda a região, na voz de homens e mulheres. págs. 4/5 PUB
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Editorial Orçamentar Paulo Barriga
Vice-versa
“O orçamento da Câmara Municipal de Beja permite a redução da despesa corrente e o aumento de verbas para investimento”.
“Este orçamento é uma má surpresa. A abstenção é uma forma de dar ao atual executivo o benefício da dúvida”.
Rodeia Machado (CDU)
“O orçamento apresenta como fatores positivos o facto de não agravar a dívida do município e de valorizar a arte, a cultura e o desenvolvimento”.
Paulo Arsénio (PS)
José António Falcão (PSD/CDS)
“Era possível ter feito mais, no sentido de ter um documento mais participado. O Movimento Por Beja com Todos absteve-se na votação”. Cristina Taquelim (Independente)
D
epois da tempestade, não virá a bonança. Se há mérito que se pode atribuir à jovem guarda que nos governa, ele aí está: A reforma exaustiva dos provérbios, ditos e locuções portuguesas. Do género: O infiel amigo é o melhor dos inimigos; o que lá vai, afinal não vai; depois de casa assaltada, casa outra vez assaltada; amor com retenção na fonte se paga; quem dá o que tem a mais é obrigado; quem não morre em novo a velho também não chega; quem tem capa já não escapa; um diz mata-se, o governo diz esfola-se; vender gato por... Enfim, o índex da revolução proverbial é de tal forma profuso que é melhor determo-nos no dito que melhor se adequa à presente quadra: Depois da tempestade, não virá a bonança. Por estes dias, os ministérios, os institutos, as fundações, as empresas públicas, as autarquias locais e todos os recantos do Estado onde entra o nosso dinheiro estão a “orçamentar”. Que é a palavra fina do léxico português que se usa nos despachos em detrimento da palavra rude “esturrar”. Orçamentar é coisa em que somos especialistas. Gostamos tanto de orçamentar que durante todo o ano não nos importamos de rever o orçamentado e de tornar a orçamentar (também se pode dizer reorçamentar). O Orçamento do Estado para 2014 é disso bom exemplo. Os cálculos estão de tal forma calibrados que apenas aguardamos a data para a primeira das diferentes revisões orçamentais que se seguirão. Para este governo, as contas adiantadas saem sempre muito bem apuradas. Mas em apuros, para além das famílias, dos doentes, dos velhos, das empresas, de Portugal num todo, estão também os municípios. Os orçamentos que vão apresentando não negam a penúria. Com menos receitas próprias, menos dotações estaduais e mais competências delegadas, as tesourarias das autarquias estão ao nível da mó de baixo. Que é onde o peso de cima faz estalar os bagos de trigo. E os desfaz em pó. O que se espera é que, ao contrário dos merceeiros novos-ricos que governam o País, os autarcas ainda se lembrem como se governavam as casas antigamente: Nunca dando o passo maior que a perna. Ou será a perna maior que o passo?
Fotonotícia Fogo de Ano Novo. É um dos espetáculos que mais pessoas consegue juntar num propósito comum: a celebração de uma data, em festa, na rua. De olhos postos no alto, a multidão vai sendo descontinuadamente iluminada pelas garridas luzes que refletem de um céu de tantas cores. Os olhares iluminam-se num assombro. E nos rostos frios da primeira noite do ano decalcam-se sorrisos esperançados. Na graça generosa da próxima voltinha do planeta à volta do sol. Texto e Foto de José Serrano
Voz do povo Como passou a noite de Ano Novo?
Inquérito de José Serrano
Maria Palma 44 anos, cozinheira
Luís Gonçalves 39 anos, calceteiro
Margarethe Henriques 9 anos, estudante
Carlos Barros 31 anos, comerciante
Fiz um jantar em casa. Para os amigos. Nestas alturas a ceia tem de ser um bocadinho mais rebuscada. Mais gourmet, por assim dizer. Depois saímos e fomos até à praça da República de Beja. Ver os concertos e o fogo de artifício. Foi muito bonito. À meia-noite abrimos o champanhe e comemos as passas à medida que formulávamos os desejos para o novo ano. O tradicional.
Passei a passagem de ano em família. Na aldeia de cima das Neves. Com a minha mulher e a minha sogra. Em casa, à roda do lume da salamandra. O jantar foi carne de porco. E depois ficámos a ver televisão. Já não saímos. Não bebi champanhe porque não gosto muito. Tem muito gás. Bebi um copinho de vinho à refeição.
Passei a passagem de ano com a minha mãe, o meu irmão e os meus tios. Na praça de República. Estavam lá muitas pessoas. A ver o espetáculos que havia no palco. Artistas a cantar. Queria que tivessem ido Os Azeitonas. O que eu gostei mais foi dos foguetes. Depois da meia-noite fomos para casa. Ver quem é que ganhava a “Casa dos Segredos”. O meu favorito não ganhou.
Foi uma boa noite. Fizemos um jantar de amigos em minha casa. Cada um levou a sua coisa. Um bom jantar. Depois saímos até à praça da República. Que era onde estava a maior parte das pessoas que em Beja resolveram comemorar o Ano Novo na rua. À meia-noite abri uma garrafinha de champanhe. Vimos os espetáculos e o fogo. Estava um bom ambiente. Ficámos até às quatro.
Rede social DR
Semana passada QUINTA-FEIRA, DIA 26 SERPA PRISÃO PREVENTIVA PARA SUSPEITO DE HOMICÍDIO
SEXTA-FEIRA, DIA 27 MOURA DETENÇÃO POR CRIME DE CAÇA O Núcleo de Proteção Ambiental da GNR de Moura deteve, na freguesia de Santo Agostinho, um homem de 31 anos, por crime de caça e posse de arma ilegal, divulgou a força de segurança. Os militares ainda elaboraram um auto de contraordenação a um outro homem por caçar em local não autorizado. Foram apreendidas duas armas de caça, 19 cartuchos e algumas peças de caça abatidas. O detido, após ter sido constituído arguido e sujeito à medida de coação de termo de identidade e residência, foi libertado e notificado para comparecer no Tribunal Judicial da Comarca de Moura.
TERÇA-FEIRA, DIA 31 BEJA GNR DETEVE 10 INDIVÍDUOS POR VÁRIOS MOTIVOS O Comando Territorial de Beja da Guarda Nacional Republicana anunciou que deteve 10 indivíduos, nomeadamente por condução em estado de embriaguez, por mandato de detenção, por tráfico de estupefacientes, por desobediência, por homicídio, por caça ilegal, por permanência ilegal em território nacional e por motivos não especificados. A GNR elaborou ainda nove autos de notícia e 26 autos de denúncia/queixa. E controlou também 1 082 veículos.
QUINTA-FEIRA, DIA 2 BALEIZÃO DETIDO HOMEM POR POSSE ILEGAL DE MUNIÇÕES A GNR de Beja anunciou que deteve um homem, de 59 anos de idade, em Baleizão, por posse ilegal de munições com calibre de guerra. Fonte oficial da Guarda adiantou ainda “terem sido apreendidas cinco munições de calibre 7,62”. O indivíduo foi notificado para comparecer no Tribunal Judicial de Beja.
A Odemira-te foi criada em setembro do ano passado. Com a bem sucedida primeira edição do Abril Mirafest, em 2012, surgiu de imediato a ideia de criar uma associação formal, composta por indivíduos envolvidos na génese e organização do evento supracitado, para que futuramente se pudesse dar continuidade ao Mirafest assim como dinamizar outros eventos. Temos como principais objetivos a promoção e dinamização de iniciativas de cariz cultural, artístico e desportivo diferentes das que são atualmente oferecidas no concelho de Odemira, mantendo uma participação ativa na vida cultural e social da região em que estamos inseridos. A Odemira-te tem como principais aliados até ao momento o município de Odemira e a Junta de Salvador e Santa Maria, sem o auxílio dos quais teria sido impossível dinamizar os eventos por nós encabeçados até ao momento.
Praça da República cheia em mais uma passagem de ano promovida pela Câmara Municipal de Beja. Flow, Clã, Ruben Baião e Dj Mikas foram as atrações da noite, onde não faltou o tradicional e tão apreciado fogo de artifício. JOSÉ SERRANO
Quando foi criada a Odemira-te – Associação Cultural e Artística de Odemira e quais são os seus objetivos?
Praça cheia na passagem do ano
Cante ao Menino, Janeiras e Reis na igreja de Casével Casével recebeu o último concerto no âmbito do ciclo Estrela da Noite, de cante e música para o Natal. As atuações estiveram a cargo dos grupos Terras de Catarina, de Baleizão, Amigos do Cante, de Cuba, Granjarte, da Granja, e Vozes de Terras Brancas, os anfitriões. RUI EUGÉNIO
A Câmara de Moura aprovou, por unanimidade, uma moção em que contesta o eventual fecho de serviços de finanças no distrito de Beja, nomeadamente da repartição da cidade. Na moção, a autarquia manifesta o seu “mais veemente protesto” e a sua “indignação” pelo eventual fecho da repartição de Finanças da cidade e refere que “não aceita colaborar em ‘soluções’ artificiosas, como a criação do Balcão Único ou outras do mesmo género”. No distrito de Beja, segundo um estudo do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos, poderão fechar entre 10 a 12 dos atuais 14 serviços de Finanças, disse à Lusa o presidente da distrital de Beja do sindicato, Rui Teixeira. Na “pior das hipóteses”, irão fechar 12 serviços e ficar abertos só os de Beja e Odemira, e, na “melhor das hipóteses”, fecharão 10 e ficarão abertos aqueles dois e os de Moura e Castro Verde, precisou Rui Teixeira, frisando trata-se de um previsão do sindicato e não de informação oficial do Governo.
Presidente da direção da Odemira-te – Associação Cultural e Artística de Odemira
Há duas semanas teve lugar a primeira eliminatório da segunda edição do Concurso de Bandas de Odemira, promovido pela Odemira-te e cuja final se realizará em fevereiro. Qual tem sido a recetividade?
A recetividade a esta primeira eliminatória da segunda edição do concurso de bandas foi dentro do esperado. O Espaço Jovem (local onde é organizada a iniciativa) esteve muito bem composto e ficámos com a noção que as bandas se sentiram bem recebidas por parte do público presente assim como da organização. Embora este ano tenhamos recebido um número inferior de inscrições, cerca de 15 bandas, sentimos que houve um salto qualitativo em relação às bandas a concurso, tornando as coisas muito complicadas na hora de fazer a seleção das mesmas. A final então será um momento em que teremos muita dificuldade na escolha das bandas (duas) que farão parte do cartaz do Mirafest 2014, e isto a julgar pelo impasse que surgiu nesta primeira eliminatória. De assinalar que na final em fevereiro teremos de novo em Odemira dois grandes nomes do hardcore e metal nacionais, For The Glory e Switchtense. Esperemos então que à imagem do que aconteceu no ano passado o público continue a aparecer e possamos fazer uma final com casa cheia.
Trio de jazz animou espaço Os Infantes Jazz foi a proposta do espaço Os Infantes, em Beja, para o último fim de semana do ano. Em palco, o trio composto por Jorge Moniz, André Ferreira e Pedro Branco, numa organização da companhia de teatro Lendias d´Encantar. CRISTIANO DUARTE
MOURA CONTESTADO ENCERRAMENTO DE FINANÇAS
3 perguntas a Rui Matos
Cante ao Menino pelas freguesias de Almodôvar A Câmara de Almodôvar, as juntas de freguesia e a paróquia continuam a celebrar o “nascimento do filho de Deus”, através de várias atuações nas igrejas do concelho. Para recordar às novas gerações a verdadeira essência do Natal. A última atuação terá lugar no sábado, 4. DR
O Tribunal Judicial de Serpa decretou a prisão preventiva do suspeito de matar a tiro um cabo da GNR reformado. A medida de coação mais gravosa foi aplicada pelo juiz do Tribunal de Serpa, depois de o suspeito, de 34 anos, ter sido ouvido durante várias horas em primeiro interrogatório judicial. Segundo a fonte da GNR, o detido foi conduzido para o Estabelecimento Prisional de Beja. O homem é suspeito de ter assassinado a tiro um militar da GNR reformado, de 55 anos, tendo depois encetado fuga alegadamente na posse de duas armas de fogo.
Para além do concurso de bandas, que outras atividades agendaram para os próximos tempos e a quem se destinam?
Nos próximos meses os nossos objetivos passam mesmo pela conclusão, com sucesso, deste segundo concurso de bandas e pela organização do Mirafest 2014, na qual já estamos empenhados a trabalhar e que esperamos suplante, em todos os aspetos, a do ano anterior. Todos estão convidados, não só a população do concelho de Odemira com a qual trabalhamos, como é óbvio, em contacto mais direto, como aqueles que nos queiram visitar e passar um bom bocado. Os nossos eventos são para todos e abertos a todos. Nélia Pedrosa
Atleta de Santiago integra estágio internacional Ana Filipa Santos, de 17 anos, natural de Santiago do Cacém, que se tem destacado no ténis, foi chamada para integrar o grupo de estágio da FED CUP (Women’s Premier International Team Tennis Event), o escalão mais elevado do ténis internacional, ao nível das seleções nacionais.
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Não sei se, em outra região do País, é possível enumerar tantos nomes de terras que têm um cante próprio ao Menino. E todos diferentes: São Matias, Pias, Vila Nova de São Bento, Serpa, Rio de Moinhos, Vidigueira, Cuba, Selmes, Peroguarda, São Marcos da Ataboeira…”. António Cartageno
Tema de capa
Cantares ao Menino, Janeiras e Reis
Os dias em que o cante vai à igreja Dado como “quase perdido” nos idos anos 50, o repertório do cante alente-
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tarde está gelada, tempo de invernia e de rescaldo do Natal, nada convidativo para cruzar a soleira da porta rumo ao largo. De fronte para a igreja, onde não passa ninguém, um homem assoma-se ao postigo, de cachecol bem apertado, tirando as medidas ao tempo. E observa o desfile, a contagotas, de pastores, feitores e ceifeiras. Todos procurando o abrigo da sede da associação Vozes das Terras Brancas, de Casével, um dos parceiros da Câmara de Castro Verde no ciclo de cante Estrela da Noite, que há de ter o seu último momento ali mesmo, na igreja da terra. Já passou o Natal mas o concerto, que é também de Janeiras e Reis, anuncia igualmente que vai cantar-se ao Menino. Outros tempos. A tradição passou do ambiente familiar e de vizinhança, à volta do lume caseiro ou do madeiro no largo da igreja, para as mãos dos grupos corais. E o cancioneiro que celebra a Natividade renasce sob a forma de eventos organizados, pelos próprios ou, muitas vezes, pelas autarquias, como é o caso. “O que existe hoje é um trabalho de refolclorização desta temática, o que é muito interessante. O cante e as pessoas associadas ao cante recuperaram isto e muito bem”, elogia Paulo Lima, diretor da Casa do Cante, em Serpa, elegendo este ciclo de 12 dias, o que vai do Natal aos Reis, como o “grande momento do cante” em todo o ano, aquele em que, “num período mais curto, toda a gente canta”. Isto porque, considera, entre efemérides e celebrações várias, “nenhum outro tem o efeito e a repercussão e, ao mesmo tempo, esta ligação profunda com a comunidade, como este período”. E a verdade é que o renascimento destes cânticos, dados como “quase perdidos” nos anos 50, por estudiosos como Manuel Joaquim Delgado, tem conhecido um avanço bastante significativo ao longo da “última década”, observa o antropólogo. A agenda da quadra, como o leitor pode verificar na página 30 desta edição, confirma esse fenómeno. E os grupos corais também. Não param de ser solicitados para apresentações, as datas sobrepõem-se muitas vezes porque o período é curto, e as formações, envelhecidas e não profissionais, não conseguem ter mãos a medir. O grupo feminino Terra de Catarina, de Baleizão, é o primeiro a chegar a Casével, bastante antes das cinco, a hora marcada para o início da atuação. Dos 15 elementos,
jano que celebra o Natal tem ganho um novo vigor sobretudo ao longo da última década, e graças ao empenho dos grupos corais. A tradição mudou de mãos e de cenário. O cante ao Menino, Janeiras e Reis deixou de ser uma prática espontânea, de familiares e vizinhos, para renascer sob a forma de atuações organizadas, que se multiplicam por estes dias, em igrejas, ruas e salões. Há quem diga que este é o “grande momento” do cante em todo o ano. O que vai do Natal aos Reis. O chamado ciclo dos 12 dias. Texto Carla Ferreira Fotos José Serrano
comparecem nove. Ressentem-se de uma semana que “tem sido um desastre, com muitas mortes de familiares”, conta Edviges da Silva, 76 anos, responsável pelo coral que tem os lenços vermelhos como emblema, agora escondidos sob os abafos que lhes mantém as gargantas quentes. Diz ela que o cante ao Menino, que aprendeu com a avó, era uma coisa íntima – “cada um na sua casa, na Consoada” – e vinda de um tempo em que “as pessoas viviam a religião como uma coisa profunda”. Já as Janeiras e os Reis, uma vez entrado o novo ano, era tarefa dos homens que, “embrulhados numa manta, iam aos montes angariar alguma coisa para comer: couves, laranjas, chouriças”. Agora não, orgulha-se: “Os homens já não sabem cantar às Janeiras, quem canta somos nós”. E enaltece o “Menino” do repertório próprio, o que sempre tem cantado o coral feminino de Baleizão e que conserva “um acento” que faz lembrar o do canto dos antigos monges. Não será o único grupo da tarde a alardear o seu “Menino”. Também Francisco Colaço, 77 anos e até há bem pouco tempo ensaiador do grupo Vozes das Terras Brancas, coletivo com mais de duas décadas de modas, não resiste à tentação de pôr o “Menino de Casével” no centro das atenções. E tem razões para isso. É ele o autor da letra que há de entoar-se daí a minutos na igreja da terra, a abrir o desfile de grupos. Mesmo visivelmente consternado pela viuvez recente, não esconde alguma emoção com o momento festivo: “O cante na igreja é sempre diferente do cante na rua ou na taberna. Noutro tempo não se falava cá em Pai Natal. Era ao Menino Jesus que as pessoas cantavam. É um cante que fica bem na igreja e a Igreja Católica recebeu-o bem”. Trajado de feitor, com calça e jaqueta em saragoça, Augusto Duarte, porta-voz dos Amigos do Cante, de Cuba, dá conta de, pelo menos, cinco deslocações desde que a quadra começou e ainda lhes falta ir à Vidigueira no domingo, 5, para os “bons anos”, que é como localmente se chama às Janeiras. O responsável, que é também presidente da associação em que se estrutura o grupo, lembra que nos 27 anos de existência do coral “sempre houve este brio de fazer o cante ao Menino”. Os tempos mudaram, a forma de viver a Consoada também e agora “têm que ser os grupos a preservar estas tradições”, considera, recordando
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a época em que, à falta de outras distrações, as famílias se juntavam “na casa de alguém, cada qual levava as suas comidas e cantava-se a noite toda – era um distraio muito bonito”. Como já se adivinhava – e Augusto Duarte não se esquece de o referir – os Amigos do Cante guardam uma joia muito preciosa para estas ocasiões. O seu “Menino”, claro está, um cante em que depositam muita vaidade, e que, descreve, é “muito castiço e difícil para os outros grupos apanharem; não conseguem. É mais prolongado, mais difícil”. Especialista em música popular religiosa do Baixo Alentejo, desde o momento em que, entre 1978 e 1981, empreendeu um trabalho de pesquisa em mais de 40 localidades, o padre e compositor António Cartageno é a pessoa certa para falar do “fenómeno” do cante ao Menino na região. Refere-se-lhe como algo “espantoso” e “único” e passa a explicar: “Não sei se, em outra região do País, é possível enumerar tantos nomes de terras que têm um cante próprio ao Menino. E todos diferentes: São Matias, Pias, Vila Nova de São Bento, Serpa, R io de Moinhos, Vidigueira, Cuba, Selmes, Peroguarda, São Marcos da Ataboeira…”. Um repertório que foi depois sendo testado e trabalhado pelo Coro do Carmo de Beja, coletivo que dirige desde a sua fundação, e que fixou e deu nova vida às estrofes e refrões ouvidas às “pessoas idosas, nomeadamente senhoras” que foi ouvindo no seu projeto de recolha. E foi nesse périplo que também lhe fa laram da componente prática do cante das Janeiras e dos Reis, uma espécie de peditório encapotado em tempos de muita pobreza. “Aproveitava-se as Janeiras para angariar mantimentos nas casas ricas: uma linguiça, pão, azeitonas, toucinho e às vezes dinheiro. Esta vertente do cante das Janeiras como uma oportunidade também para matar a fome não nos deve escapar. Mas é evidente que não era só isso. As pessoas gostam de se saudar umas às outras”. Muitas vezes, o sacerdote surpreendeu-se também com as “ressonâncias bíblicas” nos textos destes temas populares, como a referência à árvore de Jessé no “Menino de Peroguarda”, uma profecia que coloca Jesus Cristo numa genealogia com origem em Jessé, pai do rei David. Ou, nos “Reis de Pias”, a alusão à PUB
“estrela luzente” que ensinou o caminho aos “três reis do Oriente”, tal como vem descrito no Evangelho de São Mateus. E o que conclui é que, independentemente da crença, ou da intensidade com que se vivem os ensinamentos cristãos, “o Natal é uma história muito forte, um acontecimento muito forte, que está muito presente na alma do povo e dos poetas alentejanos”. Ou seja, concretiza, “quem quer que tenha escrito estes textos, conhecia um bocadinho do fundo bíblico que os inspira. O povo sabia; de algum modo, as referências estão lá”. Paulo Lima recua até ao século XVII, a um auto teatral que ainda hoje se levanta em Trindade, no concelho de Beja, para situar as origens deste repertório do cante alentejano. Três séculos antes do aparecimento dos grupos corais e do cante organizado, tal como o conhecemos hoje, e a quem se deve, aliás, a salvaguarda dos cânticos ao Menino, Janeiras e Reis. “Era uma peça de teatro religiosa, que durava cinco horas, e é de lá que, de alguma forma, são extraídos estes textos, que depois entram no cante alentejano. Em Serpa, segundo a revista ‘A Tradição’, a última vez que foi levantado foi em 1830. E o único lugar onde ainda se levanta é na Trindade. Talvez seja o único em Portugal que está intocado. É dos grandes tesouros que o Alentejo possui”, explica. E convida, a propósito, a uma visita amanhã, sábado, à Casa do Cante, onde se organizou uma exposição e um espetáculo alusivos a esta peça do património regional, sob o título oportuno de “O ciclo dos 12 dias”. A igreja já está composta. As mulheres, mais amigas de missais e santos, chegam em primeiro lugar, ocupando os bancos da frente. Os grupos alinham-se e ajeitam as fatiotas antes de avançar passadeira afora para o palco fingido. Os anfitriões Vozes das Terras Brancas fazem as honras da casa com uma moda que homenageia a “igreja da nossa terra” e avançam logo depois com o “Bom Pastor”, outra peça do repertório religioso. Damo-nos conta que Francisco Colaço tem razão. O cante entoado na igreja soa diferente. Mais solene, talvez, mais profundo, certamente. “Desceu do céu uma estrela/Fez um raio de luz/Toda a gente pode vê-la/Nasceu o menino Jesus”. Ouve-se o “Menino de Casével” e os versos do velho ensaiador.
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Reportagem
Novas regras para a matança do porco
O dia do juízo final Foi publicado, no primeiro dia do ano, um novo despacho que diz res-
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s placas, ora verdes ora azuis, indicam o caminho para Ourique, para o Algarve, para Lisboa, em sentido contrário. Carros com famílias rumo ao sul, rumo ao centro, talvez ao norte. Direção: sul. Uma placa branca, mais discreta, ostenta em letras pretas: Aldeia de Palheiros. Uma escola, quatro ou cinco pessoas pela rua, de casacos e cachecol envergados. O sol que prevalece sobre as nuvens. Pouco quente e o vento fraco, mas frio o suficiente. O suficiente para arrefecer a manhã. Um portão e depois do portão homens. Um, dois, três, quatro, cinco. Mais. De botas de borracha por cima das calças. De bonés com quadradinhos miudinhos e maioritariamente castanhos e verdes. Mas também azuis. A maioria com rugas na cara. Em menor número os que não têm as linhas do rosto tão demarcadas. Os últimos, por sinal os mais jovens, de calças de ganga, de camisolas de algodão e de tecido “polar”. Dentro de uma carrinha, de caixa aberta, um porco de pelo preto, silencioso. Quieto como se soubesse que depois desta viagem não faria mais nenhuma. Que não voltaria ao campo, nem tão pouco às bolotas que o engordaram. Destino final: uma mesa de matança. Com o aproximar do fim do ano e o começo de um novo esta prática realiza-se com alguma frequência no Alentejo. As famílias, que se dedicaram à criação dos animais, reúnem-se. O porco morto para consumo próprio. As facas amoladas dispostas e ordenadas. Várias. Umas mais bicudas, outras nem
peito às matanças de animais fora dos estabelecimentos aprovados. Em janeiro realizam-se muitas matanças no Alentejo, nomeadamente de suínos. A prática ainda persiste. Mas ainda janeiro não tinha chegado e, antes do ano acabar, em Aldeia de Palheiros, no concelho de Ourique, foi dia de matar o porco. O porco que uma família engordou para consumo doméstico. O dia do juízo final. Texto Bruna Soares Fotos José Serrano
tanto, consoante a função a que se destinam. Hélder Ramos, 57 anos, apresenta-se de bata azul envergada. É ele quem se encargará do golpe final. Aprendeu, garante, vendo o pai e tantos outros homens na aldeia. Passa a mão, uma e outra vez pela bata azul, que não recorda um cirurgião, mas antes um empregado fabril, ou um mecânico. Por esta altura ainda rigorosamente aprumada, tal como o bigode que deixou crescer. Certinho, aparado. No lado oposto Zé/Zé. É assim que todos o conhecem. O nome mais pomposo é José António. Mas não tão pomposo como o colete de pele que enverga, preto, e por dentro forrado a um pelo branco. “Quentinho”, garante, e que lhe permite deixar os braços mais livres. “Não me atrapalha os movimentos. É ótimo”, remata. Num muro branco, imaculado como a cal que lhe deu cor, que serve de suporte a um canteiro, embora com poucas flores, sentam-se os mais velhos. Dois companheiros
de outras matanças, de outras andanças. Herculano Ramos, 88 anos, pai de Hélder Ramos, veio para o que considera “um convívio em família”. O outro é Manuel Luís, 90 anos. Nas mãos segura um cajado e nos pés calça umas pantufas aos quadrados. Há, contudo, uma linha não visível, imaginária até, mas presente, e que separa homens e mulheres. Elas refugiam-se junto à mesa de refeição. Ao fundo do quintal. Eles junto ao animal. Tarefas e papéis bem definidos, portanto. “Não há neste ritual muitas misturas”, avisa uma das mulheres de bata envergada e de alguidar encostado à anca. “Noutras ocasiões, noutras festas, não é assim, mas na matança é sempre. É como se não houvesse aqui uma mistura. Não é propositado, é natural. Nós temos as nossas funções, os nossos trabalhos e eles têm os deles. Já no tempo dos nossos pais, dos nossos avós, era assim”, atira Antónia de Jesus, que já tem em mãos um tacho, onde repousa vinagre e alhos. “É para acolher logo
o sangue do animal. Quando é dado o golpe para o matar. É para fazer a moleja”, atira. Chega a hora. A água da mangueira molha a mesa mais uma vez. Tudo limpo, tudo pronto. Os homens retiram o animal da carrinha. A princípio não oferece qualquer resistência. Já tem uma corda amarrada nas patas traseiras e uma argola presa a um cabo aperta-lhe o focinho. Mas não tarda a emitir um som. E depois outro e mais outro. Tudo rápido, a um compasso acelerado. Esperneia como pode, mas rapidamente é colocado em cima da mesa. Os homens agarram-no. Pouco mexe. Esperneia novamente. Os não habituados desviam o olhar. Os que sempre o fizeram nem por isso. Hélder faz o que aprendeu a fazer e para o que foi chamado. Um só golpe. E zás. Morreu? Tocamlhe no olho, não mexe. Morreu. E o tacho de Maria de Jesus, por esta altura, já acolhe o sangue que escorre. Maria de Jesus faz o que tem a fazer, como diz, e regressa para junto das mulheres. Os homens continuam a tarefa. A mangueira volta a lavar o chão, uma e outra vez, e os sapatos, mas também as botas, ficam salpicados de sangue. “Desde crianças que estamos habituados a fazer isto. Faz parte de nós. Criamos os animais depois eles servem para o nosso sustento, para o sustento da família. Até que ainda seja permitido. Qualquer dia deixa de ser. Não é nada para vender. É para consumo próprio. Há animais a morrer em matadouros todos os dias”, conta Hélder, deixando clara a sua posição. E a conversa surge a propósito das novas regras do Ministério da Agricultura
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e do Mar já fez aprovar um novo despacho da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária, que entrou em vigor no primeiro dia de 2014, na quarta-feira passada, já depois da realização desta matança. De acordo com este novo despacho, “a autorização da matança de animais fora dos estabelecimentos aprovados nos termos do presente despacho não pode comprometer o respeito pelas regras aplicáveis à garantia da saúde pública e da proteção animal, designadamente as relativas ao bem-estar dos animais durante o abate”. Pode ainda ler-se, no despacho que entrou em vigor, que “importa também criar as regras sanitárias para a matança dos animais fora dos estabelecimentos de abate quando é efetuada em eventos ocasionais, mostras gastronómicas ou de caráter cultural para a manutenção de tradições rurais, como a matança tradicional do porco e ainda, em situações que as refeições são servidas ao consumidor em ambiente familiar, como as servidas em casas de campo e empreendimentos de agroturismo, classificados como empreendimentos de turismo no espaço rural e nos empreendimentos de turismo de habitação”. Assim passou a determinar-se, entre outros aspetos, que “é autorizada a matança para autoconsumo de bovinos, ovinos e caprinos com idade inferior a 12 meses, de suíno, aves de capoeira e coelhos domésticos, desde que as carnes obtidas se destinem exclusivamente ao consumo doméstico do respetivo produtor, bem como do seu agregado familiar”, e desde que respeitadas determinadas condições. Entre outras, determina-se, por exemplo, que “as explorações não estejam sujeitas a restrições sanitárias e se encontrem registadas de acordo com a legislação em vigor”, que “os animais estejam identificados de acordo com a legislação em vigor” e que “os animais utilizados não tenham sofrido um acidente e não sofram de perturbações comportamentais, fisiológicas ou funcionais”.
O despacho informa ainda, por exemplo, que “é aconselhável e pode ser solicitado o exame sanitário efetuado por médico veterinário” e que “é expressamente proibida a comercialização ou a cedência por qualquer forma das carnes obtidas nestas matanças”. Hélder volta a frisar que “está é, sobretudo, uma reunião familiar. Uma reunião que se repete anos após ano. Que sempre assim foi e que é uma tradição”. “Não vendemos a carne, é para consumo próprio”, diz uma e outra vez. “Quando era mais novo via os homens a fazer, depois comecei a ajudar. Chegou a altura em que os velhotes já não podiam fazer e tivemos de ser nós. De seguir. E agora pronto, sabemos fazer e fazemos”, conta ainda Hélder Ramos. Também Maria de Jesus assim o fez. “Isto a bem dizer não se ensina. Ninguém me ensinou. Somos nós as mulheres que tratamos, por exemplo, das tripas. Tiramos a parte do rissol. Lavamos, tratamos de toda esta parte e ninguém nos ensinou, começámos a observar e depois foi fazer”. Entretanto Herculano e Manuel Luís
“Desde crianças que estamos habituados a fazer isto. Faz parte de nós. Criamos os animais depois eles servem para o nosso sustento, para o sustento da família. Até que ainda seja permitido. Qualquer dia deixa de ser”.
abandonam o canteiro e procuram o sol. Passam ao lado do bicho, que ali jaz, enquanto os homens se preparam para o chamuscar com um maçarico. Encostam-se a uma parede branca também imaculada, que os protege do vento frio. “Antigamente era chamuscado com um arbusto: um tojo”, diz Manuel Luís. “Cheguei a matar mais de meia dúzia só num dia. Matava e seguia para outro. No tempo em que na aldeia era assim. Agora já não. Já não é nada assim”, recorda o homem. Herculano confirma. A pele do animal está queimada e os homens raspam enquanto está quente. Mais água e a mangueira novamente ao serviço. Mulheres de um lado, homens do outro e só os cães, de seu nome “Pincel” e “Barbacinha”, se atrevem a frequentar ambos os lados. O animal está pronto para ser aberto. As tripas são separadas, com todo o cuidado para não rebentarem, e depois são as mulheres que se encarregam da sua lavagem. Começa todo o processo de desmanche e, segundo os homens, “tudo se aproveita”. Uma machadada, outra. Mais outra e o porco em pedaços. Sobre uma chapa de metal repousam brasas e sobre as brasas uma grelha aquece. Na cozinha o sangue, em vinagre e alho, já está ao lume e o cheiro é intenso. “Não é toda a gente que gosta da moleja, mas mesmo quem não gosta às vezes tem de provar, é tradição”, conta Antónia de Jesus. Voltando ao despacho, a quantidade máxima de animais que podem ser abatidos, por ano, para autoconsumo, no que diz respeito aos suínos, é de três. A mesa põe-se e já há carne sobre as brasas. Na mesa azeitonas, pão e vinho. Os homens continuam a festa, as mulheres fazemna do outro lado. Até na altura de comer pouco ou nada se misturam. Durante a matança houve apostas. “Qual o peso do animal?”. Oitenta e cinco, 95, 90, 100. Foram os números lançados, mas ninguém acertou. Oitenta, era este o seu peso certo.
Diário do Alentejo 3 janeiro 2014
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O “Diário do Alentejo” errou, mas…
A 20 de dezembro passado, José Robalo, presidente da ARS Alentejo, disse ao “Diário do Alentejo” que a taxa de ocupação do serviço de oncologia do Hospital José Joaquim Fernandes era de “50 por cento”. Na altura, durante a entrevista, argumentámos com outros números que nos tinham sido fornecidos, mas necessitavam de confirmação: 65 por cento. “Não. Era de 50 por cento. Acho até que não chegava aos 50 por cento”, insistiu o presidente da ARS Alentejo. Posteriormente o “DA” teve acesso aos números oficiais, disponibilizados pela administração da Ulsba na sua intranet. No primeiro semestre de 2013, a taxa de ocupação do serviço de oncologia atingiu os 73,96 por cento, tendo, no ano anterior sido de 70,97 por cento. É preciso recuar ao ano de 2008 para a taxa baixar dos 60 por cento (59,84 por cento), e tendo atingido o ponto mais alto em 2009, com 115,62 por cento. Aos leitores, e pela parte que lhe toca, o “DA” pede desculpa. AF
Atual
Plano regional divulgado pela ARS Alentejo
Sérgio Barroso
Tratamento oncológico com nova estratégia para a região
“Fazer mais com menos”
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inamizar os tempos de diagnóstico, tornando-os mais céleres” e “otimizar os recursos” são os dois grandes objetivos do PROA, disse ao “Diário do Alentejo” Sérgio Barroso, um dos seus autores e diretor do serviço de oncologia médica da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (Ulsba). O plano não prevê grandes alterações estruturais, mas “não será simples de concretizar”. Pretende-se “centralizar as decisões” para os doentes com as várias patologias oncológicas “a nível regional” e criar grupos multidisciplinares de profissionais que, apesar de “trabalharem geograficamente distantes, fazem parte da mesma equipa”, possibilitando assim “uma resposta mais célere” para cada um dos casos. Para Sérgio Barroso, “é fundamental um financiamento adequado para que o plano tenha sucesso”. Embora os recursos disponíveis sejam poucos, o autor do PROA mostra-se convencido que é possível “fazer mais com menos” e, assim, adequar os meios às necessidades dos doentes. Quanto ao espaço disponível nos hospitais para os doentes com este tipo de patologias, Sérgio Barroso considera “haver o número de camas necessárias e suficientes”, considerando que, no caso de Beja, não existiu eliminação, mas apenas “realocação” noutros serviços. AF
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O Plano Regional de Oncologia do Alentejo (PROA), elaborado pelos médicos Sérgio Barroso e Manuel Carvalho, foi recentemente divulgado no site da Administração Regional de Saúde do Alentejo (ARS). Datado de julho do corrente ano, pretende ser um “instrumento coordenador e orientador das várias estratégias de intervenção a efetuar” contribuindo, assim, para “a melhoria da qualidade e equidade dos cuidados prestados”. No entanto, segundo os autores, “o atual modelo de financiamento” não garante a “sustentabilidade financeira”, impondo-se a sua “revisão”. Texto Aníbal Fernandes Foto José Serrano
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existência de “metodologias distintas de financiamento entre os hospitais da região”, por capitação, nas unidades locais de saúde (ULS), e por atividade, no Hospital do Espírito Santo, em Évora (HESE), é “um constrangimento” para a aplicação do Plano Regional de Oncologia do Alentejo. Segundo os dois relatores do PROA, o financiamento por “preço compreensivo” pode ser uma solução, mas necessita de um “rápido aprofundamento”,
já que os preços atualmente praticados são claramente insuficientes”, para garantir a sustentabilidade financeira das várias entidades. Já o número de profissionais e os meios técnicos não parecem ser grande problema. O PROA garante que “a região dispõe, de uma forma geral, de recursos humanos especializados para responder às necessidades” da sua execução, apesar de, em “áreas específicas”, a quantidade de médicos ser “insuficiente”, sendo preciso, por isso, fazer uma “avaliação no curto prazo”. Entre as especialidades mais carenciadas encontram-se a oncologia médica, urologia, ginecologia, dermatologia, gastrenterologia, otorrinolaringologia e anestesiologia, bem como nas áreas de enfermagem, nutrição e farmácia, onde é desejável um maior número de profissionais com formação específica na área oncológica”, lê-se no documento. Sérgio Barroso e Manuel Carvalho sugerem ainda que “a oncologia médica regional deve ser coordenada pelo Serviço de Oncologia do HESE”, que deverá ter os especialistas “suficientes para colaborar nas outras unidades”, o mesmo se passando com a “anatomia patológica regional”, que deverá “ser coordenada” pelo hospital de Évora,
devendo “prestar serviços” às restantes instituições. “Alguns recursos materiais e técnicos mais diferenciados, nomeadamente a biologia molecular” e a Unidade de Radioterapia devem, também, ficar localizados no mesmo local, concluem. Quanto aos recursos técnicos, atualmente, a região dispõe dos suficientes para a implementação do PROA. No entanto, “dadas as estimativas crescentes no que respeita à incidência e prevalência do cancro, será desejável a renovação, redimensionamento e adaptação dos recursos, no médio prazo”, alerta o documento. “O Alentejo, com uma área de 31 551,2 quilómetros quadrados (33 por cento do continente), tem atualmente uma população residente de 757 190 habitantes (7,2 por cento da população portuguesa). Estes números fazem da região a maior do País, com uma estrutura etária envelhecida, nomeadamente 24,45 por cento da população acima dos 65 anos, o valor mais elevado a nível nacional, segundo o Censos de 2011. Sendo a idade um dos principais fatores de risco para o cancro, será de esperar um aumento relativo da incidência regional”. Anualmente são diagnosticados cerca de 2 200 casos na região, com a mortalidade a atingir os 1 200. O documento prevê que algumas patologias possam ser tratadas cirurgicamente em vários polos, mas outras, “pela sua especificidade”, devem ser concentradas num local. Por exemplo, no caso do cancro do colon, que apresenta uma incidência de 244 caso por ano, o PROA garante que “existem condições para tratar todos os doentes na região, não se justificando referenciação para outros centros”, recomendando que o tratamento cirúrgico seja efetuado nos quatro polos cirúrgicos do Alentejo. Já no que se refere ao cancro da cabeça e pescoço, e “dada a variabilidade destas neoplasias e a sua alta complexidade, recomenda-se a cirurgia em centro especializado – IPO Lisboa”, podendo a “radioterapia e quimioterapia ser efetuadas na região”, diz o documento.
No quadro do combate ao trabalho não declarado e verificação das condições de segurança e saúde dos trabalhadores na apanha da azeitona, a Unidade Local do Litoral e Baixo Alentejo da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), em parceria com outras entidades, realizou mais uma ação inspetiva na região. A iniciativa abrangeu duas empresas prestadoras de serviços com trabalhadores romenos à sua responsabilidade operando em olivais. Segundo a ACT, “foram detetadas pelos inspetores diversas
Aljustrel já tem orçamento aprovado para 2014 A Assembleia Municipal de Aljustrel já aprovou por maioria as Grandes Opções do Plano e o Orçamento Municipal para 2014. “O documento aprovado concretiza a continuidade de uma estratégia de
irregularidades”. Todos os trabalhadores romenos, com a exceção de um, “não estavam declarados à Segurança Social”. Também só foram apresentados “contratos de trabalho de sete trabalhadores”. Os inspetores identificaram ainda “uma menor, de 15 anos, sem escolaridade obrigatória”, sendo notificada a cessão imediata da sua atividade. Foi ainda apurado que 21 trabalhadores não estavam cobertos por seguro de acidentes e também não foi evidenciada a existência de registos do tempo de trabalho.
desenvolvimento para o concelho, alicerçada em vetores fundamentais, como a melhoria contínua dos serviços municipais, a educação, a qualificação e promoção da cidadania e identidade cultural, a solidariedade e coesão social, a diversificação e crescimento do
tecido económico e empresarial e as políticas sustentáveis de habitação e serviços coletivos”, referiu a autarquia, em comunicado. O orçamento ultrapassa os 15 milhões de euros, mas sofreu uma diminuição relativamente ao de 2013.
Proprietário identificado e GNR abriu inquérito
Encontrados em Beja cinco cavalos abatidos a tiro No último dia do ano foram encontrados, em Beja, cinco cavalos, que terão sido abatidos a tiro. O proprietário já foi identificado e a GNR, que foi chamada ao local, resolveu abrir um inquérito. Até ao fecho desta edição, ontem, quinta-feira, ainda não era conhecidos os motivos, mas tudo indica que o abate tenha sido intencional.
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oram abatidos a tiro, na terça-feira, dia 31, em Beja, cinco cavalos. Os animais foram encontrados junto à rotunda que dá acesso à estrada que segue em direção a Castro Verde (IP2). Segundo informação disponibilizada pelo Comando Territorial de Beja da
Guarda Nacional Republicana (GNR), “o proprietário foi identificado” e foi aberto um inquérito para “apurar as circunstâncias em que ocorreu o abate”. O alerta, segundo fonte da GNR, foi dado por volta das 8 e 30 horas. Foi um cidadão, ao que tudo indica, que ligou para
avisar da ocorrência. Quando os militares chegaram ao local os animais já estavam mortos e perto da estrada. O inquérito está a decorrer e, segundo fonte da GNR, “tudo aponta para que o abate tenha sido intencional”. Os motivos, contudo, até ao fecho desta edição, ainda não eram conhecidos. O caso foi ainda comunicado à Polícia Judiciária (PJ), uma vez que foi utilizada uma arma de fogo. As carcaças dos animais foram recolhidas no mesmo dia. A veterinária da Câmara Municipal de Beja também esteve no local.
Taxa de ocupação subiu no Natal
Passagem de ano encheu hotéis da região
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poucos dias do fim de 2013, a taxa de ocupação nas unidades hoteleiras do Alentejo para a passagem de ano rondava os 80 por cento, sendo a maioria dos clientes portugueses, disse o presidente da entidade regional de turismo. A ocupação hoteleira para a passagem de ano 2013/2014 na região “anda à volta dos 80 por cento”, indicou à Lusa o presidente da Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo, António PUB
Ceia da Silva, referindo que os turistas portugueses são “a maioria” dos clientes. Segundo o responsável, contudo, os números avançados podem ter sofrido alterações. “Há a tendência de as pessoas fazerem reservas em cima da estadia” e, por isso, “as reservas de last minute [última hora] são bastante significativas”. O objetivo era que o Alentejo, ao nível da ocupação hoteleira, mantivesse
09 Diário do Alentejo 3 janeiro 2014
Trabalho não declarado na agricultura
os números do ano passado, tendo uma passagem de ano 2013/2014 “boa e muito similar” à de 2012/2013. No Nata l, indicou o responsável, houve uma subida média “entre os cinco e os 10 por cento” na ocupação hoteleira no Alentejo, “o que significa que há uma tendência para famílias passarem a época natalícia em unidades hoteleiras, ou seja, em família, mas tendo como base uma unidade de alojamento”.
Odemira com orçamento de mais de 30 milhões de euros O orçamento do município de Odemira para 2014 será de 30 milhões e 710 mil euros, menos oito por cento que em 2013. Apesar das restrições orçamentais, segundo a Câmara Municipal de Odemira, “o município terá um 2014 com intensa atividade, no caminho da renovação, desenvolvimento, crescimento e elevação da qualidade de vida dos odemirenses”. A sua ação será assim, de acordo com a autarquia, “centrada em cinco área prioritárias”, nomeadamente “desenvolvimento económico e emprego, inclusão e solidariedade, participação cívica e gestão pública, educação e conhecimento e qualificação urbana e ambiental”.
Sines aprovou orçamento e opções do plano A Assembleia Municipal de Sines aprovou as propostas de Orçamento Municipal 2014 e Grandes Opções do Plano 2014-2017. Ambos os documentos foram aprovados por maioria. O montante total do orçamento é de 33 milhões e 453 mil, menos 12,3 milhões do que em 2013. Segundo a autarquia, “é o orçamento mais baixo desde 2004, tendo em conta os condicionalismos que a autarquia irá enfrentar, com um conjunto de novos diplomas legais, cortes, obrigações e compromissos já assumidos que diminuem a capacidade financeira da autarquia para investir em 2014 e anos seguintes”.
PS de Serpa abre reuniões a todos os eleitos e candidatos A Comissão Política Concelhia do PS de Serpa decidiu que as reuniões da concelhia passam a ser abertas a todos os eleitos e candidatos nas listas socialistas das últimas eleições.
Diário do Alentejo 3 janeiro 2014
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Serpa contra encerramento de Finanças
A Assembleia Municipal de Serpa aprovou uma moção sobre o possível encerramento do serviço de Finanças. “Independentemente do número de serviços previstos para a encerrar, entendemos rejeitar desde já tal hipótese, tendo em conta que qualquer cidadão, em qualquer concelho, tem direito ao serviço público prestado”, pode ler-se no documento. Para os eleitos, “esta medida seria mais uma forma de contribuir para a desertificação
do Alentejo e de todo o interior, opondo-se a qualquer lógica de desenvolvimento sustentado e equilibrado do País”. A moção garante também que “a Assembleia Municipal de Serpa continuará a lutar pela dignidade das pessoas e em defesa dos seus direitos constitucionais, seja porque extinguem Finanças, encerram escolas e extensões de saúde ou postos de GNR, ou seja porque extinguem freguesias e se preparam para atacar os próprios municípios”.
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Trabalhadores vão reunir-se em plenário
Greve nas Minas de Neves-Corvo com adesão “bastante significativa” A greve dos trabalhadores da concessionária das minas de Neves-Corvo contra a laboração contínua, que terminou no domingo, registou uma adesão bastante significativa, disse um dirigente sindical.
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pós a atual greve, os trabalhadores estão dispostos a continuarem a lutar para exigirem a reposição do anterior regime laboral, ou seja, de segunda a sexta-feira, frisou, referindo que os trabalhadores vão reunir-se em plenário para decidirem novas formas de luta a adotar. “Através da greve, os trabalhadores pretenderam manifestar o seu desagrado em relação ao regime de laboração contínua (24 horas por dia, sete dias
por semana), que é muito violento para um trabalho no interior da mina já de si muito penoso e que comporta muitos riscos”, explicou Jacinto Anacleto. “No regime de laboração contínua”, frisou, “os trabalhadores, divididos por três turnos, trabalham aos sábados, domingos e feriados como se fossem dias normais e têm intervalos de descanso muito curtos, já que trabalham cinco dias seguidos e só descansam um”. “A laboração contínua, aplicada a cerca de 300 pessoas, é prejudicial para a saúde dos trabalhadores da mina, porque lhes provoca grande desgaste físico e psicológico, o que acaba por ter reflexos negativos na segurança e na produção dos trabalhadores”, alertou o sindicalista, referindo que os acidentes de trabalho aumentaram.
Segundo Jacinto Anacleto, “os trabalhadores, por várias vezes e de diferentes formas, manifestaram o seu desagrado pelo regime de laboração contínua, devido, por um lado, à penosidade do trabalho no interior da mina e, por outro, às graves implicações na saúde e na vida pessoal e familiar”. No entanto, a administração da concessionária das minas de Neves-Corvo, a Somincor, “utilizando diversas formas de pressão” e apesar de saber que o regime de laboração “não era e continua a não ser conveniente para os trabalhadores”, “decidiu impô-lo na empresa”. Contactada pela Lusa, fonte oficial da Somincor disse que a administração da empresa não presta declarações sobre o assunto.
Rui Aldegalega é, segundo informação recentemente avançada, o novo coordenador da equipa que trata da programação cultural e desportiva da Câmara Municipal de Beja. O objetivo que é articular a programação cultural de todos os equipamentos, para evitar que haja duplicação de eventos. Segundo a vereadora da Câmara Municipal de Beja, Sónia Calvário, “pretende-se que a oferta seja diversificada” e que “contribua para que as “pessoas gostem de viver na cidade e que tenham orgulho na mesma”.
Feira outlet abre hoje em Beja Abre hoje, sexta-feira, em Beja, mais uma edição da iniciativa “Stocklight”. Trata-se de uma feira outlet que se vai realizar no Parque de Feiras e Exposições. Vestuário, calçado, artigos desportivos, artigos de decoração, entre outros, vão estar ao dispor do público. Para a organização, “trata-se de uma oportunidade para os lojistas escoarem produtos e para os consumidores comprarem a preços convidativos”.
Politécnicos aguardam reunião para resolver conflito
Para Vito Carioca basta que ministro da Educação “se retrate” As escolas superiores de educação (ESE) exigem que o ministro Nuno Crato “apresente um pedido público de desculpas” pelas afirmações que fez sobre a qualidade profissional dos docentes formados nestes estabelecimentos de ensino. Antes, Vito Carioca, tinha sido um dos subscritores de um pedido de demissão do ministro, mas “se o ministro se retratar” já será suficiente.
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ito Carioca, presidente do Instituto Politécnico de Beja (IPBeja), disse ao “Diário do Alentejo” que, na última semana, “o ministro pediu para se encontrar com o Conselho Coordenador dos Institutos Politécnicos (Ccisp)”, dando, assim, sinal de que estaria pronto a resolver através do diálogo o conflito aberto pelas suas declarações. “Vamos aguardar pela reunião” e esperar que “o ministro se retrate”, diz Vito Carioca que, apesar de no âmbito do Ccisp ter pedido a demissão de Nuno Crato, está disposto, “como homem de bom senso”, a enterrar o machado de guerra. A Associação de Ref lexão e Intervenção na Política Educativa das Escolas Superiores de Educação (Aripese), reunida na sexta-feira, dia 29 de dezembro, em Coimbra, considerou que “os dados existentes não sustentam as afirmações proferidas” pelo ministro da Educação e Ciência, Nuno
Crato, “sobre a qualidade da prestação profissional dos docentes formados nas ESE”. A associação exige ao governante que “apresente um pedido público de desculpas” às ESE e aos “professores e educadores nelas formados”. O ministro, em entrevista à RTP, em 18 de dezembro, dia da prova de avaliação de conhecimentos e capacidades (PACC) dos professores, disse ter dúvidas quanto aos licenciados nas ESE. Na reunião de Coimbra, em que também participaram presidentes de 10 institutos politécnicos (estabelecimentos nos quais estão integradas as ESE), a Aripese também decidiu congratular-se e subscrever a carta aberta do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (Ccisp) enviada ao primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, a pedir a demissão de Nuno Crato. Nas conclusões da reunião, tornadas públicas durante uma conferência de imprensa, o presidente da Aripese, Rui Matos, sublinhou, por outro lado, que a associação considera “esclarecedora a informação prestada pela A3ES [Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior] sobre a qualidade dos cursos de formação de educadores e professores nos dois subsistemas do ensino superior”. Os resultados da avaliação, publicados na página oficial da agência, “contrariam a distinção que o ministro
faz entre as universidades e as ESE”, sustentou. “Não se conformando” com as afirmações do ministro, a Aripese vai “realizar várias ações construtivas de ref lexão, discussão e clarificação, a primeira das quais já em janeiro, em todas as ESE do País, no mesmo dia e à mesma hora”, anunciou Rui Matos. Para aquela iniciativa serão convidados “a comunidade académica, associações de estudantes, autarquias, agrupamentos de escolas e outras entidades interessadas na formação de educadores e professores”, adiantou. Instado pelos jornalistas, Rui Matos disse que a associação a que preside não faz “finca-pé que o senhor ministro se demita”, quer que “se retrate em relação às afirmações que fez”. As ESE formam menos docentes, “em termos quantitativos” do que as universidades, até porque a sua formação só vai “até ao segundo ciclo do ensino básico”, enquanto as universidades fazem formação de docentes “até ao ensino secundário”, esclareceu. O presidente da Aripese escusou-se a comentar o “silêncio das universidades” em relação às declarações de Nuno Crato sobre a qualidade da formação profissional das ESE. A Aripese representa 12 das 13 ESE públicas do País – a única escola que não integra a associação é a da Guarda, que, no entanto, “tem participado, como convidada” nas reuniões da associação, disse Rui Matos.
Ferreira do Alentejo recuperou espaço religioso
Obras do polo de arte sacra concluídas
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s obras do polo de arte sacra, com sede na igreja da Misericórdia, em Ferreira do Alentejo, estão concluídas. Segundo informação adiantada pela Câmara Municipal de Ferreira, “segue-se agora a instalação de equipamentos”. A autarquia informa ainda que, sendo “detentora e fiel depositária do espólio sacro e da igreja da
Misericórdia, sentiu necessidade de preservar este espólio e de divulgar ao público em geral a história da devoção religiosa local”. Recorde-se que tal foi possível “através da celebração de um protocolo que foi assinado com a Misericórdia de Ferreira”. A Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo considera ainda que “esta recuperação permite, agora, não só a
valorização do espólio móvel, como também devolver a dignidade a um espaço religioso subaproveitado”, contribuindo-se, assim, “para a sua conservação”. A autarquia recorda ainda, entre outros aspetos, que este edifício possui um importante pórtico Manuelinho e um políptico maneirista, obra da autoria do pintor eborense António Nogueira.
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11 Diário do Alentejo 3 janeiro 2014
Rui Aldegalega na coordenação da programação cultural e desportiva de Beja
Câmara de Santiago e Petrogal atribuem apoios
Diário do Alentejo 3 janeiro 2014
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A Petrogal, através da Câmara Municipal de Santiago do Cacém, atribuiu apoios financeiros a 13 instituições e entidades do concelho. Segundo a autarquia, as associações contempladas contribuem para o desenvolvimento social, cultural e desportivo do município, através da realização de atividades que se realizam ao longo do ano.
Associação Nacional de Turismo com eleições no início do ano As eleições para os corpos sociais da Associação Nacional de Turismo, criada há cerca de um mês, devem ser marcadas entre janeiro e fevereiro de 2014. Recorde-se que a nova Associação Nacional de Turismo é um projeto criado por escritura pública e onde também o Alentejo está representado, uma vez que engloba todas as regiões de turismo do continente e das regiões autónomas dos Açores e da Madeira, tendo como objetivos traçar linhas e políticas de promoção, ordenamento, planeamento, questões de segurança e legislativas.
Parcerias com entidades estrangeiras e nacionais
O património religioso à luz da ciência O Departamento Histórico e Artístico da Diocese de Beja (DPHA) está empenhado em olhar de maneira diferente para o património religioso da região. O objetivo é potenciar o enorme manancial de informação científica. Património e ciência juntos. E já há avanços consideráveis a assinalar, por exemplo, no que diz respeito ao conhecimento dos materiais empregues no património e à sua conservação. Mas há mais. Texto Bruna Soares Foto Sara Teixeira
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ode-se olhar para o património religioso e nele encontrar um enorme manancial de informação científica? Ponto assente é que o património cultural e religioso do Baixo Alentejo não se esgota na sua dimensão antropológica, artística ou espiritual. José António Falcão, diretor do Departamento Histórico e Artístico da Diocese de Beja (DPHA), não tem dúvidas: “Através da arte sacra alentejana compreende-se bem o sentido da palavra globalização. Mas há que ter a coragem para olhar para além do óbvio e redescobrir o fio condutor deste manancial de civilizações e culturas”. O que escondem então, em termos científicos, os monumentos? “Além da informação histórico-cultural e dos seus parâmetros humanísticos, são excelentes campos de observação ao nível das ciências exatas e naturais. A investigação nos âmbitos da geologia, da biologia, da astronomia, da física, da química, da matemática, da engenharia – para citarmos só algumas dimensões – encontram aqui um notável domínio de pesquisa”, adianta José António Falcão. E, neste sentido, o DPHA da Diocese de Beja tem feito um esforço importante de aproximação a universidades e centros de investigação, nacionais e estrangeiros, colaborando com instituições de Portugal, Brasil e Espanha, Estados Unidos, França e Alemanha. Ainda assim o diretor do departamento confessa: “Mas os recursos são modestos é há uma imensidão de temas a desenvolver”. A consciência dos cidadãos, contudo, em relação a esta vertente científica do património religioso, começa a existir cada vez mais e, em grande parte, devido às ações de divulgação científica que o Departamento Histórico e Artístico da Diocese de Beja empreendeu, nomeadamente a partir de 2010, em colaboração com a Universidade de Lisboa e outras entidades. “Há que desmistificar a ideia de que o conhecimento científico é um ‘bicho-de-sete-cabeças’ e democratizar o acesso a
Estudo O avanço no campo da engenharia dos materiais porporciona novas visões das obras de arte
diferentes ramos da ciência. Os tempos revelam-se pouco propícios a isso, mas não se pode encolher os ombros. Temos, principalmente, que apoiar e motivar os jovens que se sentem impelidos a seguirem uma carreira científica. Precisamos também de maior diálogo, em termos regionais, com a Universidade de Évora e os institutos politécnicos, que desenvolvem alguns nichos de excelência”, diz o diretor do departamento. “Cooperação, eis o lema”. É esta a posição clara de José António Falcão. Manuel Gracia Rivas, perito da Unesco para o património científico e secretrário-geral da Real Academia de Bellas Artes de Zaragosa, que conhece bem a realidade alentejana, em declarações ao “Diário do Alentejo”, recorda: “A história da arte no ocidente não pode ser entendida em todas as suas dimensões, sem a contribuição dada pela Igreja ao longo dos séculos. Por um lado, a maioria dos monumentos de muitas das nossas cidades foram impulsionados por uma motivação religiosa, nem sempre originados na própria estrutura da igreja, mas muitas vezes numa manifestação da burguesia em ascensão e, até mesmo, de pessoas comuns que, através da sua construção, buscaram
a reafirmação de sua identidade”. Acontece que, segundo Manuel Gracia Rivas, recentemente e, por várias razões, têm-se verificado “riscos claros em torno deste legado”. Que têm obrigado, inclusive, “à adoção de medidas” para evitar “perdas significativas”. E o perito da Unesco não tem dúvidas: “O trabalho desenvolvido no Baixo Alentejo tem sido exemplar”, sendo “uma referência a nível internacional”. Relembrando que nos círculos profissionais, este trabalho tem sido “muito elogiado pelo sucesso alcançado”. Na opinião ainda de Manuel Gracia Rivas, “na região têm sido encontradas fórmulas verdadeiramente surpreendentes, e que combinam rigor científico com outros recursos”. O DPHA da Diocese de Beja garante, porém, que neste momento “está muito preocupado” com “a elaboração de cartas de risco e com a monitorização das condições de conservação do património, o que depende, em larga medida, do progresso do conhecimento científico”. Já, há, contudo, dados consideráveis a assinalar. “No que diz respeito ao conhecimento dos materiais empregues no património e à sua conservação, registam-se avanços significativos”. “Outro campo em
que se tem avançado incide nas relações transversais entre arquitetura, engenharia e urbanismo. Possuímos agora outra visão, mais profunda, dos nossos recursos patrimoniais. São sinais de esperança”, garante José António Falcão. Poderá então dizer-se que o património é um laboratório vivo? “Matizando bem a ideia, pode afirmar-se que o património cultural é um laboratório vivo, mas com algumas condicionantes, entre elas as que decorrem do facto de ser um conjunto de recursos ‘vivo’, isto é, em constante evolução e com certos constrangimentos do ponto de vista do equilíbrio entre investigação e utilização. Tal exige metodologias próprias e uma visão sistémica pouco habitual entre nós. Olhamos ainda com preconceito para a atividade científica”, afirma o diretor do departamento. Os percursos de turismo científico têm cada vez mais adeptos em todo o mundo e, para o departamento, “é uma via muito importante e ainda escassamente explorada para o conhecimento dos nossos tesouros ambientais e culturais. Apresenta um potencial enorme. Até porque permite responder a um público cada vez mais informado – e cada vez mais exigente”.
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Conto
Uma história de reis, um milagre de Natal
Texto José Velez e Joana Velez Ilustração Susa Monteiro
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indos não se sabe de onde, viajando não se sabe há quanto tempo, acompanhados não se sabe por quem e passando não se sabe por quantos planetas, estrelas ou cometas, chegaram já de noite, em três espantosas naves, avistadas por muito poucos, diferentes de estrelas de fogo, talvez como grandes pássaros ou dragões de ferro deixando um rasto de fogo. Quem sabe ao que vieram, transportando deuses, vigilantes de Deus ou … o augúrio da ira dos céus... Os ocupantes, mais brilhantes que o ouro, não eram altos nem baixos, nem grandes nem pequenos, nem claros nem escuros, não riam nem choravam, não estavam vestidos nem despidos. Bons ou maus, podiam arrasar tudo à sua volta e já o tinham feito, tantas vezes que lhe haviam perdido a conta. Queriam dominar o universo, mas havia sempre Algo que lhes escapava, Algo que os impedia de serem os verdadeiros senhores de todas as galáxias. Falharam sempre, sem saberem como nem porquê. Perseguiam O que impedia o seu domínio total, mas sem resultado. Pela primeira vez em muitos anos luz, sentiram verdadeira curiosidade por um planeta, azul e com vida. Antes de o subjugarem, quiseram conhecê-lo melhor. Além de tudo o mais, tinham suspeitas de estar protegido por Aquele que eles perseguiam, sem nunca O terem encontrado. iente. Observaram e estudaram o ambiente. Mas era uma confusão! Havia seres de tomidas as espécies e feitios, silenciosos ou emitindo toda a variedade de sons, de todass as s… cores e tamanhos, visíveis ou invisíveis… plesVoando, nadando, correndo ou simplesmente parados, balouçando ao sabor da água travae do vento. Embora tão diferentes e extravagantes, todos tão primitivos e indefesos. Os chamados animais, eram uma autêntica balbúrdia, de movimento, sons e os cores, nus ou com vestes mais ou menos rudimentares, ou ainda cobertos com penas, tes sepelos, ou escamas. Como poderiam, estes res tão rústicos e fáceis de aniquilar, serem protegidos por Aquele que perseguiam e não m que encontravam, por Aquele que sabiam nconexistia sem nunca o terem visto ou enconolveram trado? A curiosidade aumentou e resolveram mens”, misturar-se com os chamados de “homens”, sem dúvida, ainda que rudimentares, os terráqueos dominantes. Escolheram a regiãoo próderem as xima mais árida e rochosa para esconderem naves e, de início, aí se fixaram. cer os Com os homens, foi fácil conhecer mo os seus hábitos, as suas linguagens, mesmo seus desejos ou receios. Sim, de medo percebiam eles! Não foi difícil passarem desse percebidos, disfarçados, apropriando-se do necessário para, misturados, se di-vertirem pela primeira vez desde há muitos anos. Podiam dominar ou entender, matar ou salvar, acalmar ou nsinar, aterrorizar, comer, beber, enganar ou ensinar,
mesmo até tentarem perceber alguma excitação com os humanos mais frágeis, mas mais perspicazes, a que chamavam de mulheres. O clima era esquisito e desconcertante. Para os viajantes, era sobretudo límpido e ameno, comparado com outros por eles experimentados. Os ditos seres mais evoluídos, embora fisiologicamente parecidos com eles, tão depressa se ajudavam como se magoavam, riam ou choravam… A região onde estavam era chamada de Galileia. Coitados dos seus habitantes, tinham medo duns tais de romanos e a maioria era regularmente dominada e muitas vezes escravizada pelos considerados mais ricos e fortes, romanos ou não. Mas algo motivou ainda mais a curiosidade destes viajantes, perseguidores. Cada vez mais ouviam falar, com devoção, Daquele que amava (nem se lembravam já do que significava amor), protegia e guiava o seu povo e todos os que Nele acreditavam; tratava-se do Senhor a que chamavam Deus. Falava-se também do nascimento do Messias, filho de Deus, para muito breve. Talvez Deus fosse quem eles perseguiam, e, embora estranho, resolveram investigar. Avistaram, então, numa noite fria e longa da Terra, bem mais longa que o período de luz vinda da estrela chamada Sol, uma pequena estrela, que lhes pareceu familiar nas lembranças das suas viagens longínquas. Esta estrela mantinha-se surpreendente e teimosamente no mesmo ponto. Parecia fixa, mais baixa e muito mais brilhante. Estava como que a assinalar um lugar. Seguiram-na. Com eles muitas pessoas, fortes, doentes, novos, velhos, crianças, ricos e pobres, todos eles movidos por uma fé inabalável. Os nossos viajantes, cansados e para não parecerem estranhos, arranjaram
três camelos. Vestiram-se com ricas roupas para parecerem homens poderosos e assim não serem importunados. Foi fácil transformarem coisas simples em produtos de grande valor para os homens, sem levantarem suspeitas, de modo a fazerem face aos custos da viagem – ouro, incenso e mirra eram a sua moeda de troca. Se o tal Deus estivesse junto da estrela com o seu filho, nem suspeitaria que eles o encontrariam. Então, poderiam ser os verdadeiros senhores do universo, reis dos reis, como diziam os terráqueos. Passaram-se dias e, estranhamente, a sua vontade de chegar era cada vez maior. A sua curiosidade em confirmarem os rumores do nascimento do Messias crescia a cada dia. Sobretudo, a vontade de conhecerem o Filho Daquele que há tantos anos os fazia percorrerem anos luz em vão. E a estrela era cada vez maior, mais brilhante e reluzente. Havia centenas, talvez milhares de pessoas a dirigirem-se para a estrela. Já não queriam descansar, não precisavam de comer nem de beber. Tinham a certeza que tinha nascido uma criança e essa Criança era de facto especial. Tinha de ser o Filho de Deus e eles ao encontrá-lO, dominá-lO-iam, matá-lO-iam e ficariam Senhores do Universo! Finalmente!!! Estavam perto, muito perto, de certeza que iria aparecer uma grandiosa residência ou templo. Mas não! A quase multidão dirigia-se de forma ordeira e discreta para um misto de cabana e gruta, abrigo provável de algum pastor ou caminhante. A estrela pairava por cima dum modesto casebre, mas só a viam os que acreditavam, que tinham fé em Deus. Teriam eles, implacáveis perseguidores, fé? O casebre estava, intensamente iluminado, mas simultaneamente dis discreto e camuflado na noite. Lá dentro, po por entre humildes oferendas, os terráqu as pessoas, num deleite, ráterráqueos, pido mas profundo, adoravam um p pequeno ser recém-nascido, com poucos dias, envolto em pouca roupa e alguma palha, num berço de tábuas. Uma mulher, seguramente sua mãe, envolvia-o no berço improvisado. Mostrava-se enfraquecida pelo cansaço, mas não ocultava o encantamento que sentia pelo filho e a admiração ppor um homem de pé, vigilante, cajado Estavam também alguns anisereno, apoiado num longo cajado. mais acolhidos, os quais ajudavam a aquecer a atmosfera, mann fria. tendo o menino mais quente na noite rompant reivindicar a sua vitória, mas, Pretendiam entrar de rompante, inexplicavelmente, ao fixarem o bbebé, encontraram-se com o seu un olhitos que albergavam mais olhar. Tão pequenino mas com uns que todas as galáxias por eles pe percorridas, bem abertos, quase sorrindo, desarmantes, profunda profundamente meigos, de uma infinita ternura. Deu-se de facto um tão discreto quanto impensável fenómeno, quem sabe, um verdade verdadeiro milagre! Os três não resistiram. Caíram sobre os seus joelhos joelhos, sorriram e sentiram o melhor e o maior de todos os sentimento sentimentos que alguma vez tinham sentido. Esqueceram vinganças, gue guerras e desejos de domínio unif versal. Sabiam agora o que era a felicidade e o amor. Tinham, finalmente, encontrado Aquele que procuravam. A partir desse dia, apenas quis quiseram servir e ajudar os outros, praticando o bem, vivendo como simples homens. Tornaram-se mais sábios e incondicionalmente bons. As suas naves ainda esdi tão algures escondidas. Muitos dizem que eram reis. Muitos ouQ tros afirmam que eram magos. Quase todos asseguram que se G chamavam Baltazar, Melchior e Gaspar. Talvez seja esta a possível história dos três reis Magos ou simplesmente um improvável e suave milagre de Natal.
Diário do Alentejo 3 janeiro 2014
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“Os homens precisaram de um marco para dizer que mudavam. Foi assim que apareceu o Dia do Ano Novo, o 1 de janeiro. Janeiro de Jano, o deus romano com face dupla, uma para trás, outra para a frente. A mensagem era: atendendo o que foi, a partir de hoje vai ser melhor…É o dia das promessas e das esperanças”. Ferreira Fernandes, “Diário de Notícias”, 2 de janeiro de 2014
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O Ano Novo deveria começar sempre com boas notícias. E há algumas boas a registar e uma delas é que os hotéis da região voltaram a encher-se de gente para celebrar a entrada em 2014. Houve mais gente, por cá, a fazer a festa. E quanto mais gente por cá houver melhor. Para o turismo, para a economia e para a dinamização da região. BS
Opinião
Emoções
Luís Covas Lima Bancário
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ma forma diferente de disfrutar um Alentejo que é nosso, foi-me dada a conhecer por um homem que, apesar de não ser de Beja, já a considera como a sua terra adotiva. O José Moreira criou a Naturaventura (www.naturaventura.pt e Naturaventura Beja/Facebook), uma empresa especializada em animação turística que nos permite o lazer, fazer desporto e muito mais. Dessa vocação, resulta um misto de emoções e de aventura. Convidados pela minha irmã Madalena, fisioterapeuta coordenadora da Ulsba e sempre disponível para ajudar o próximo, eu e a minha filha Filipa tivemos o privilégio de participar num circuito denominado de “Pelos campos em kart cross”. O início do passeio foi na cidade de Beja com deslocação até aos campos. Houve lugar a passagens pelo Penedo Gordo, Santa Clara do Louredo e Padrão. Finalmente, o regresso a Beja. O programa teve uma duração aproximada de duas horas. Foi escasso para tanto convívio, espírito de grupo e tamanha felicidade. O contacto com a natureza honrou-nos com uma beleza de cortar a respiração. O dia presenteou-nos com um sol baixo mas apetitoso no calorzinho que nos dispensava para compensar o frio de inverno. O trajeto ímpar, escolhido pelo monitor, guiou-nos à planície desejada. Os campos impecavelmente bem tratados e os caminhos mais suaves ou mais agrestes confiaram-nos o culto do prazer ou do desafio em função do menor ou maior grau de dificuldade. A nossa riqueza pode e deve ser também promovida por iniciativas como esta que divulga de sobremaneira um património que é nosso, seja histórico, cultural ou até rural, onde as raízes nos acabam por prender a um quadro digno da grandiosidade que o Alentejo acaba por representar sempre, a todos aqueles que o sentem e o visitam. Não será por acaso que foi eleito como o destino turístico preferido no próximo ano, pela Associação Portuguesa É de enaltecer e das Agências de Viagens e de incentivar os Turismo. A sua promoção, cá investimentos dentro ou lá fora, tem como objetivo a certificação do desque ainda se vão tino turístico “Alentejo” até fazendo na nossa 2020. região. A sua Precisa-se mais do que contribuição é nunca de empreendedorismo. decisiva para o Revejo-o, neste empresário estímulo da nossa “sem medo”, que motivou a inspiração para esta minha economia local e crónica. A sua vontade, a inonão só. Apelam à vação e a dinâmica de apostar participação de num segmento específico desquem cá está e pertam oportunidades de neao mesmo tempo gócio, que ao mesmo tempo chamam por quem pela sua diversidade garanestá fora e deseja tem a oferta de um portfólio imenso. As apostas recaem no conhecer uma cross, canoagem, moto 4, forma diferenciada kart BTT, acampamentos, escade receber e lada, paintball, slide, orientasaber dar. ção, jogos de equipa e outras atividades.
É de enaltecer e de incentivar os investimentos que ainda se vão fazendo na nossa região. A sua contribuição é decisiva para o estímulo da nossa economia local e não só. Apelam à participação de quem cá está e ao mesmo tempo chamam por quem está fora e deseja conhecer uma forma diferenciada de receber e saber dar. Não se trata de uma “escapadinha”. Altere-se o lema de sempre, e divulgue-se com um acrescento, “Vá para fora cá dentro, que temos muito para oferecer!”. Haja empreendedores, o compromisso de quem os incentive, e já agora, os ajude! Está aí alguém? PS: Próximo ou longe, no Alentejo ou na diáspora, desejo a todos os leitores do meu querido “Diário do Alentejo” os votos de um excelente ano novo.
É preciso não esquecer Francisco Marques Músico
possa imaginar que podia ser separado estava separado. Hoje talvez as coisas já não sejam tanto assim (ou talvez consigam ser mais dissimuladas), mas isso ficou a dever-se a muitos homens que, com a sua coragem, persistência, determinação e integridade, como os dois exemplos citados nos parágrafos anteriores, conseguiram fazer este mundo mais justo e combater as barreiras que separavam seres humanos por caraterísticas tão fúteis como a cor da pele. É preciso não esquecer o que estes grandes homens fizeram para que pudéssemos hoje viver num mundo em que a frase “todos diferentes, todos iguais” possa fazer todo o sentido. Deixo-vos com uma frase de Mandela e desejo a todos um próspero ano novo: “A morte é inevitável. Quando um homem fez o que considera o seu dever para com o seu povo e o seu país, pode descansar em paz. Acredito ter feito esse esforço e é por isso, então, que dormirei eternamente”.
Os mass media e o outro lado da notícia
H N
oje as minhas palavras têm uma tonalidade diferente. Numa altura do ano em que estamos naturalmente mais predispostos para a partilha e para o perdão, para a amizade e para o amor, penso que é importante não esquecer Martin Luther King e Nelson Mandela (que nos deixou no passado dia 5 de dezembro) e o que significaram estes homens na defesa dos seus ideais que apenas pretendiam que pudéssemos viver num mundo em que se valoriza a diferença e não se oprimem as minorias. Há 50 anos, grande parte do mundo ouviu Martin Luther King discursar pela primeira vez em Washington, naquela que deve ter sido das maiores manifestações em defesa da igualdade racial. Nesse célebre dia 23 de agosto de 1963, quando Luther King proclamou “I have a dream...”, a questão central do seu discurso era a ideia de reconciliação racial numa altura em que muitos ativistas negros começavam a questionar se a não-violência que pregava estava a ser eficaz contra Numa altura do ano um racismo profundo que se fazia sentir na América. em que estamos Mas este problema não era naturalmente mais exclusivo dos Estados Unidos. predispostos para Na África do Sul, a 11 de jua partilha e para nho de 1964, Nelson Mandela o perdão, para a era preso e condenado a priamizade e para o são perpétua por oposição a um regime de segregação raamor, penso que cial adotado pelos governos do é importante não Partido Nacional na África do esquecer Martin Sul: o “apartheid”. Um regime Luther King e que obrigava os negros a viver Nelson Mandela num mundo que, hoje em dia, (que nos deixou no é difícil as pessoas imaginarem. Um mundo em que os nepassado dia 5 de dezembro) e o que gros tinham de sair do passeio significaram estes quando um branco se aproximava; um mundo em que havia homens na defesa escadarias diferentes para nedos seus ideais. gros e brancos quando tinham de usar o mesmo espaço; um mundo em que tudo o que se
Manuel António Guerreiro do Rosário Padre
ão serei porventura o único, mas gostaria que a comunicação social, genericamente falando, nos desse mais razões para encararmos o futuro com um outro olhar, com mais confiança e esperança. Alguns dir-me-ão não ser essa a sua função. Mas também não sei se a sua missão se resume a dar-nos predominantemente notícias sobre o que de mal acontece em Portugal e no Mundo. É verdade que há muitos motivos para nos entristecer e interpelar, mas não haverá outros para nos alegrar e encher o coração? Creio que sim. Estou até firmemente convencido de que o seu número superará aqueles; simplesmente, tantas vezes, não nos são comunicados. Até as notícias de outros países são, na generalidade, sobre guerras, acidentes, violência, fome, etc, como se mais nada de bom existisse. Faltam as outras notícias…e elas existem! De quem é a culpa? Não sei. Apenas desejo que possa ser de forma diferente, para bem de todos nós. Temos o direito de o desejar e a comunicação social tem a capacidade de o realizar. Depois de termos sido abençoados com boas notícias no Natal, onde eram visíveis os múltiplos gestos solidários e fraternos, apetece-me dizer: era bom que todos os dias fosse Natal. Acredito inclusivamente que a maior parte das ações conhecidas neste período são realizadas pelos mesmos atores ao longo do ano, embora sem o protagonismo e a notoriedade que este tempo lhes atribui. Façamos a experiência! Como cristão não posso também deixar de salientar esta nota positiva, que transversalmente percorre toda a comunicação social e as opiniões públicas dos mais díspares países: O papa Francisco. Não quero chover no molhado, correndo o risco de me repetir, mas gostaria de reconhecer que a sua palavra, os seus gestos e a sua pessoa são um autêntico refrigério, e uma interpelação permanente ao Mundo e aos ambientes às vezes cinzentos e tristonhos da Igreja. Aprendamos com ele no novo ano de 2014. Vale a pena, pelo menos, tentar!
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O último dia do ano ficou marcado, em Beja, pelo abate a tiro de cinco cavalos. Os motivos, esses, é que ainda não se sabem. Tudo indica, porém, que o abate tenha sido intencional. Cinco cavalos mortos à porta de uma das entradas da cidade. As investigações prosseguem. Um último dia do ano, no mínimo, estranho. BS
Há 50 anos Mao Tsé-Tung poeta e Horta com h ou Orta sem h
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o início de 1964, o “Diário do Alentejo” continuava a abordar assuntos interessantes recorrendo a transcrições de outras publicações nacionais e estrangeiras, a maior parte das vezes sem referência à origem. Na edição de 6 de janeiro, um desses “recortes” intitulava-se “Mao Tsé-Tung poeta”. Na época, o dirigente comunista estava no poder na República Popular da China, pelo que se compreende a ironia do escrito, numa imprensa controlada pela Censura fascista: “Pequim – Deu-se agora novo passo na história da Imprensa, pois nem um só jornal nacional chinês trazia notícias na primeira página. Em seu lugar, todas as primeiras páginas foram dedicadas a dez pequenos poemas, inéditos, da autoria de Mao Tsé-Tung, sobre a natureza e a revolução. Os poemas eram acompanhados por várias fotografias recentes de Mao Tsé-Tung, cujo 70.º aniversário ocorreu a semana passada sem publicidade. Os títulos de alguns dos poemas são ‘A tomada de Nankim pelo Exército de Libertação Popular’, ‘Escalando o monte Lushan’, ‘Inscrição para o retrato de uma miliciana’ e ‘Ode aos botões da amendoeira’. Na edição do dia seguinte, novo “recorte”, este proveniente do Montijo, sem mais pormenores sobre a origem: “Na imprensa da capital veio outro dia relatado aquele caso do sr. Manuel Horta, natural de Mombeja, concelho de Beja, que tendo pedido uma certidão de casamento e fornecendo-lha a respectiva repartição com o nome de Orta, a rejeitou – e muito bem – pois se casara com o nome de Horta e Horta consta do seu respectivo bilhete de identidade passado pelo Arquivo de Identificação de Lisboa. Pois não lhe deram outra, nem lhe ‘passaram cartão’ em todas as entidades por onde transitou a pedir remédio para o equívoco. Um determinado funcionário de uma dada conservatória, em hora de bom rapanço, grafou ‘Orta’… e dali não sai e dali ninguém o tira. E o sr. Horta que atenha a Nossa Senhora dos Aflitos e fique sem o subsídio de casamento porque o papel não entrou a tempo e horas onde devia aparecer. (…)” Depois de garantir que, a não ser em alguns casos, como o de Garcia da Orta, “da era de Quinhentos”, sempre em Portugal se escreveu “Horta”, o articulista insurgia-se contra “a nova vaga” que, entre outras coisas, “tomou conta da linguagem”. E concluía: “Faltava agora o serviço público tomar parte na dança, mas pelos vistos já começou e entrou bem. Depois, se a moda pega, não se admirem que aqui e ali qualquer analfabeto da nossa praça desate, também, a criar regras e a decretar ortografias. Ninguém pode levar a mal mesmo que passe a escrever-se ‘burrocracia’”. Carlos Lopes Pereira
Quase que foi dado como perdido nos já longínquos anos 50. Mas felizmente o reportório do cante alentejano que celebra o Natal, o cante que vai à igreja, está de boa saúde e recomenda-se. Graças ao esforço de homens e mulheres que nos reavivam todos os anos a memória e que insistem em nos preservar a identidade através da sua voz. BS
15 Diário do Alentejo 3 janeiro 2014
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“À primeira vista a Polónia dificilmente poderia estar mais longe do Atlântico. Mas dificilmente na Europa continental pode se encontrado um povo mais amigo da América – talvez com exceção dos suíços e dos portugueses”. João Carlos Espada, “Público”, 30 de dezembro de 2013
Cartas ao diretor A África do Sul O que é feito sem Mandela dos avisos de Muito se escreveu sobre Mandela, o receção? José Fernando Batista Aljustrel
Homem que nasceu quase príncipe, que se tornou quase mártir e acabou por ser praticamente a única figura admirada por todo o mundo nos dias de hoje. Muhammad Ali disse, um dia, sobre Madiba: – Ninguém como ele nos fez perceber que somos guardiões de nossos irmãos em todas as cores. Ninguém como ele nos ensinou o perdão em escalada e o espírito a nascer livre destinado a subir acima do arco-íris. Ninguém como ele nos mostrou que um coração não se pode prender nos ferros de uma prisão ou levar nas cangas do ódio e da vingança… Nelson Mandela tornou-se presidente de todos os sul-africanos, defendendo os ideais de inclusão, justiça e democracia. Quase 20 anos depois, o país está muito longe de ser aquele que imaginou. De acordo com o Programa das Nações Unidas para o desenvolvimento, cerca de 20 por cento da população vive abaixo do limiar da pobreza; o desemprego ronda os 25 por cento; a violência é um grande problema com uma taxa de homicídios muito elevada; os sistemas de educação e saúde funcionam mal; e, ao contrário do que seria de esperar, a África do Sul não continua apenas a ser um dos países mais desiguais do mundo como esse valor aumentou desde o fim do apartheid. Pior: todos estes problemas afetam, sobretudo, a população negra. A economia também não tem ajudado. Para este ano, a África do Sul prevê uma taxa de crescimento de 1,9% – cerca de um terço que seria necessário para diminuir o desemprego e muito longe dos valores atingidos na década de 1990, em que o país era considerado a maior potência do continente africano. Todos estes problemas sociais têm gerado protestos por parte da população mais pobre e greves de operários e mineiros. Todos se recordam daquele caso que se deu há mais de um ano, quando a polícia disparou sobre um grupo de mineiros negros porque se manifestavam a exigir melhores salários. Resultado: morreram 34 pessoas. O massacre tornou-se o pior incidente de violência policial desde o fim do apartheid. Outros escândalos, como a corrupção, lutas pelo poder, têm prejudicado a imagem do país. Não foi para isto que Nelson Mandela esteve quase 10 000 dias preso numa cela minúscula, onde nem sequer podia abrir os braços e privado até de uma simples cama. E sendo assim, não faz pois qualquer sentido ouvir o que tenho ouvido: que Nelson Mandela morreu. (Não, não morreu…)
José Cabaça Cuba
Natal de hoje... Natal de sempre! Mariana Margarida
Nos correios de Beja, nos dias 27 de novembro de 2013 e 4 de dezembro de 2013, meti duas cartas registadas com aviso de receção, destinadas ao diretor nacional da Polícia de Segurança Pública, Largo da Penha de França, n.º1, 1199-010 Lisboa. Passados 22 e 14 dias (!) respetivamente, ainda não recebi os avisos de receção correspondentes. De salientar, que nos citados dias, enviei duas cartas com o mesmo teor, dirigidas ao Tribunal Europeu dos Direitos do Homem (Estrasburgo – França) e outras duas cartas, igualmente com o mesmo teor, destinadas ao Ministro da Administração Interna (Lisboa), tendo recebido os quatro avisos de receção.
Natal mais uma vez… é já costume, Natal banalizado de compras e presentes, prendas que recebemos indiferentes, disfarçando a decepção, o azedume!... Árvores floridas, azevinho, bolas de cor, ruas iluminadas, música no ar… (e todos a fingirem um certo bem-estar!...). Mesas com gulodices, famílias ao redor… Mas… o Natal não pode ser apenas isto, Natal é o Natal de Jesus Cristo, Nosso Senhor, nosso Pai e Salvador, que à terra quis descer feito criança, trazendo para mundo a esperança, em mensagens de Paz, de Fé e muito Amor!
Solidariedade?!
José da Silva
José Carlos Albino Messejana
Do dicionário Houaiss – “Compromisso pelo qual as pessoas se obrigam umas às outras e cada uma delas a todos”. Solidário – “em que há responsabilidade recíproca ou interesse comum”. Será deste contrato e posicionamento social que, hoje, por tudo e por nada, dirigentes políticos, económicos e sociais proclamam e juram que os portugueses, com eles à frente, são solidários e praticam Solidariedade ??? Claro que não !!! O que se pratica, de quando em quando, é disponibilizar as sobras dos que mais têm e do Estado (após pagarem caninamente aos credores usurários) àqueles que vivem na miséria, não para lhes proporcionar uma vida digna, mas para que sobrevivam à míngua. Tal como esta, muitas palavras e noções/valores são capturadas pelos poderes estabelecidos, para melhor ludibriarem a maioria do povo, preservando os seus privilégios. Espantoso exemplo disto, é o facto do sr. Soares dos Santos, dono do Pingo Doce, afirmar que dará cabazes de Natal aos seus empregados que estão a passar fome, em vez de lhes aumentar os salários e/ou pagar prémios correspondentes aos lucros que eles proporcionam. Denunciar esta hipocrisia, que abunda na sociedade portuguesa, é um imperativo ético e político, para que, solidariamente, se ataque as causas de tanta e enormes disparidades nos rendimentos e oportunidades. E, “o caminho, faz-se caminhando”, sempre !
Crítica e autocrítica Pasme-se ao ouvir e ler declarações do dr. Mário Soares sobre a atual situação política, se pretende dar um puxão de orelhas a alguém, que está a destruir o País. Com todo o devido respeito aconselho o dr. Mário Soares a fazer um exercício mental para chegar à conclusão porque está o País nesta situação. Doutor Mário Soares está recordado que se dizia socialista e projetava-se para uma sociedade socialista, o socialismo foi metido dentro da gaveta. E dá início a contrarrevolução. Recorde-se porém que as conquistas do 25 de Abril começaram a ser postas em causa a partir de vossa excelência ser primeiro-ministro. Os primeiros ataques à Reforma Agrária, controlo operário, a lei laboral, as nacionalizações, etc, etc.. Está recordado como é que a direita que está hoje no poder foi pela mão de quem? Não está em condições de fazer muitas críticas aos atuais governantes, sem primeiro ter que fazer a sua própria autocrítica. E para não escrever mais porque seria publicar um livro sobre a atuação do dr. Mário Soares como primeiro-ministro e como Presidente da República. Não quero acabar sem falar do último governo do PS capitaneado pelo seu camarada primeiro-ministro José Sócrates que deixou o País destruído económica, social e culturalmente. Estes também fazem parte daqueles que o senhor quer fazer julgamento pela gestão ruinosa que estão a praticar no País. Unimos todas as forças democráticas em condições para uma alternativa de esquerda. É uma forma de correr com a direita do poder.
Diário do Alentejo 3 janeiro 2014
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Fotorreportagem
Uma automotora para sítio nenhum
Na porta da automotora que liga Beja a Casa Branca está grafitada uma palavra que talvez resuma esta história: “Bandits”. Suponho que o cirúrgico escritor tenha tentado resumir num só termo o caráter dos responsáveis pelo abandono da linha ferroviária do Alentejo. Em qualquer país civilizado, o comboio é o meio de transporte do futuro. Rápido, cómodo, barato, ecológico. Em Portugal, pelo contrário. Encerram-se estações, suprimem-se ligações, abandonam-se linhas. Se alguma vez Beja, ao longo dos últimos 150 anos, teve uma ponta de urbanidade ela deveu-se à proximidade que o comboio lhe emprestava em relação a Lisboa. Hoje, a estação é um sepulcro. As bilheteiras estão encerradas ao público, no bar não se servem galões nem carochas, não passam por ali os cauteleiros, não cheira a castanhas assadas nem a pinhões torrados, não se vendem revistas aos quadradinhos nem os jornais da manhã. As portas da sala de espera estão trancadas entre os cada vez mais arruinados painéis de azulejos que retratam a monja Mariana Alcoforado e os feitos da tomada da cidade aos mouros. Chamar estação ao apeadeiro onde estaciona uma decrépita automotora suburbana é uma verdadeira anedota. São seis e vinte da manhã. A carruagem segue abandonada rumo a Cuba. Não se ouve o apito nem se vê a bandeirola do chefe da estação. Cuba, Alvito, Vila Nova da Baronia, Alcáçovas... Às sete e oito, Casa Branca. Está um frio de rachar. O comboio, o verdadeiro, chega de Évora passados sete minutos. Sem se anunciar, sem um único silvo, como se respeitasse o velório da composição que tinha acabado de chegar de Beja. E onde, na porta, se lê em letras desenhadas: “Bandits”. Texto Paulo Barriga Fotos José Ferrolho
Diรกrio do Alentejo 3 janeiro 2014
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Futsal distrital
Diário do Alentejo 3 janeiro 2014
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O Núcleo Sportinguista de Moura, atual líder do Campeonato Distrital de Futsal da AF Beja, venceu a formação do CRAM Os Leões, de Moura, por 6-2, no jogo em atraso da 6.ª jornada do respetivo campeonato.
Futebol juvenil Juvenis (5/1) Série A - 5.ª jornada Desp.Beja-Serpa Moura-Despertar Amareleja-Cuba Alvito-Sto. Aleixo
Série B – 5.ª jornada Almodôvar-Aljustrel Ourique-Milfontes Castrense-B.º Conceição Iniciados (5/1) Série A – 5.ª jornada
Despertar-Moura Serpa-Alvito Aldenovense-Ferreirense Série B – 5.ª jornada Milfontes-Castrense Aljustrelense-Desp.Beja
Seniores femininos (4/1) Taça Distrito de Beja 2.ª jornada (em atraso) Vasco Gama-Odemirense
Desporto
1.ª Divisão da AF Beja O Castrense soube contornar a estratégia defensiva do Bairro da Conceição
Odemirense e Milfontes já ficaram a 14 pontos do líder da prova
O Mineiro é campeão de inverno A última jornada do ano, penúltima da primeira volta do Campeonato Distrital da 1.ª Divisão da AF Beja, teve alguns reflexos negativos para as duas equipas do litoral, que perderam o contacto com o topo da tabela. Texto e fotos Firmino Paixão
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Milfontes não pontou na deslocação ao Rosário, à semelhança do Odemirense, na visita ao Sporting de Cuba, e a abordagem a estes resultados
negativos de dois potenciais candidatos ao pódio, só pode creditar mérito aos respetivos adversários, o Rosairense e o Cuba. Já o Vasco da Gama teve algumas dificuldades em superar o Aldenovense, mas conseguiu o que perseguia, o triunfo. Também o Castrense não vacilou na hora de conquistar os três pontos no Bairro da Conceição. O Aljustrelense cumpriu em Pias, com serviços mínimos, e o Serpa limpou a face com uma vitória robusta em São Marcos. Em Cabeça Gorda a turma local pôs termo ao ciclo bem-sucedido do Guadiana.
Almodôvar voltou a vencer e o Moura empatou no terreno do líder
Um despertar tardio... A segunda vitória do Almodôvar ainda foi insuficiente para retirar a equipa do último posto da tabela, mas o empate do Moura no recinto do Pinhalnovense provocou a sua queda para o quarto lugar.
G
anhar um ponto no recinto do líder é sempre um bom resultado, e foi o que fez a equipa do Moura, e como o Ferreiras perdeu em casa, também encurtou distâncias para esta formação algarvia. Mas o carrasco do Ferreiras foi o Cova da Piedade, que acabou por ultrapassar a equipa mourense na tabela, nada que não se possa inverter na próxima jornada, em que as duas equipas vão jogar entre si. O Almodôvar tomou o gosto aos
triunfos, embora um tanto tardiamente, e derrotou a formação do Barreirense. Na próxima jornada, na segunda semana de janeiro, volta a jogar em casa, mas para receber o Pinhalnovense, o líder isolado da Série H. Resultados (15.ª jornada): Pinhalnovense-Moura, 1-1; Ferreiras-Cova Piedade, 1-2; Louletano-Quarteirense, 0 - 0 ; U. M o n t e m o r - L a g o s , 1-1; Almodôvar-Barreirense, 2-0. Classificação: 1.º Pi n ha l novense, 31 pontos. 2 .º Fer rei r a s , 29. 3.º Cova Piedade, 24. 4.º Moura, 23. 5.º Quarteirense, 21. 6.º U.Montemor, 19.7.º Barreirense, 19. 8.º Louletano, 15. 9.º Lagos, 11. 10.º Almodôvar, 10. FP
Em termos práticos, o que resulta da contabilidade desta jornada é o distanciamento das equipas que ocupam os três primeiros lugares da tabela e um reforço de posições do Cabeça Gorda, Rosairense, Cuba e Serpa. No último terço da pauta, Guadiana e Piense têm uma vantagem algo confortável, para os últimos, que são o Bairro da Conceição, São Marcos e Aldenovense. O campeonato volta, apenas, em meados de janeiro, com o jogo grande que será a visita do Vasco da Gama ao recinto do Mineiro. Resultados (12.ª jornada): Rosairense-
-Milfontes, 1-0; São Marcos-Serpa, 0-4; Sporting Cuba-Odemirense, 2-1; Piense-Aljustrelense, 1-2; Vasco Gama-A ldenovense, 3-2; Cabeça GordaGuadiana, 2-1; Bairro Conceição-Castrense, 0-3. Classificação: 1.º Aljustrelense, 36 pontos. 2.º Vasco da Gama, 31. 3.º Castrense, 27. 4.º Milfontes, 22. 5.º Odemirense, 22. 6.º Cabeça Gorda, 17. 7.º Rosairense, 17. 8.º Sporting Cuba, 16. 9.º Serpa, 15. 10.º Guadiana, 12. 11.º Piense, 11. 12.º Bairro Conceição, sete. 13.º São Marcos, cinco. 14.º Aldenovense, três.
Amarelejense isolou-se e o Renascente divide a liderança com o Saboia
O Renascente na frente A derrota caseira do Desportivo de Beja deixou o Amarelejense isolado, com o Despertar em segundo, e a surpreendente vitória do Aldeia dos Fernandes, sobre o Saboia, permitiu a ascensão do Renascente.
A
5ª jornada da 2ª Divisão Distrital teve registos para sublinhar, como o triunfo do Fernandes, a primeira vitória do Naverredondense e a vitória do Moura B no terreno do Desportivo, deixando os bejenses no quarto lugar, em vésperas da deslocação a Amareleja. Série A: Negrilhos-Despertar, 0-6; Desportivo Beja-Moura B, 1-2; Beringelense--Amarelejense, 0-2; Vasco Gama B-São Domingos, 4-1.
Classificação: 1.º Amarelejense, 12 pontos. 2.º Despertar, 10. 3.º Vasco Gama B, 10. 4.º Desportivo Beja, nove. 5.º Moura B, oito. 6.º Beringelense, quatro. 7.º São Domingos, 4. 8.º Negrilhos, zero. Próxima jornada (4/1): DespertarSão Domingos; Moura B-Negrilhos; Amarelejense-Desportivo Beja; BeringelenseVasco Gama B. Série B: Aldeia FernandesSaboia, 3-2; Renascente-Messejanense, 2-1; Naverredondense-Sanluizense, 3-2. Classificação: 1.º Renascente, 10 pontos. 2.º Saboia, 10. 3.º Castrense B, sete. 4.º -Messejanense, seis. 5.º Aldeia Fernandes, seis. 6.º Naverredondense, três. 7.º Sanluizense, um. Próxima jornada (4/1): Messejanense-Aldeia Fernandes; Saboia-Castrense B; Sanluizense-Renascente. FP
Disputa-se no próximo domingo, 5, a 17.ª jornada do Campeonato Nacional de Iniciados, ronda em que o Odemirense (9.º classificado, oito pontos) receberá a formação do Despertar (5.º classificado, 21 pontos). A Série G é comandada pelo V. Setúbal, com 37 pontos.
Nacional de Juniores
AF Beja A participação da seleção distrital sénior na fase final da Taça das Regiões, que se disputa este fim de semana no Complexo Desportivo do Jamor, em Lisboa, obrigou a que a 12.ª jornada do Campeonato Distrital da 1.ª Divisão da AF Beja, prevista para domingo, fosse adiada para o dia 12, sendo diferidas todas as jornadas subsequentes.
O Despertar e o Albufeira jogam amanhã à tarde, pelas 15 horas, no Complexo Desportivo Fernando Mamede, em Beja, a partida referente à jornada do Campeonato Nacional de Juniores da 2.ª Divisão. O Despertar ocupa o 10.º e último lugar, com 10 pontos, e o Imortal está um degrau acima, com sete, numa série comandada pelo Beira Mar de Almada.
19 Diário do Alentejo 3 janeiro 2014
Nacional de Iniciados
Interassociações de Futsal A seleção da Associação de Futebol de Beja que participou no Torneio Interassociações Sub/18, em futsal, falhou a qualificação para a fase final da prova que decorrerá nos dias 10 e 11 entre as equipas do Algarve, Aveiro, Lisboa e Porto. A equipa bejense venceu Évora (3/2) e perdeu com Portalegre (0/4) e Setúbal (5-2).
Opinião realista do técnico da equipa que comanda a perseguição ao líder
“Olhamos só para cima...” O Clube de Futebol Vasco da Gama, de Vidigueira, ocupa o segundo lugar do Campeonato Distrital da 1.ª Divisão. A cinco pontos do líder, a equipa treinada por José Pratas é a mais forte opositora dos tricolores.
S
em objetivos pré-definidos que não sejam a conquista de pontos em cada partida que disputam, o treinador está satisfeito com o comportamento da equipa e referiu: “A classificação ref lete o nosso sentimento, um balanço positivo, estamos em segundo lugar, com a segunda defesa menos batida e o quarto melhor ataque”. O treinador fez uma análise realista da prova e dos jogos em que perdeu pontos, mas assume: “O plantel está a corresponder às expectativas da equipa técnica e do clube, por isso, estamos contentes. Vamos tentar manter este lugar o mais tempo possível”. Que metas projetaram para a época?
Não projetámos metas, houve uma grande continuidade de jogadores da época anterior, mas depois temos um plantel muito jovem, jogadores da terra e da formação do clube, o que faz todo o sentido. Por tudo isso entendemos que as metas seriam estabelecidas jogo a jogo. Tem-nos corrido bem, mas ainda falta muito, isto é uma maratona, se fosse meia maratona estaríamos quase a chegar, por isso, vamos continuar o nosso trabalho, que não é fácil, porque, logo atrás de nós, temos equipas muito boas e não podemos ter distrações.
Equipa Vasco da Gama da Vidigueira, 2.º classificado do Distrital da AF Beja
O empate no Bairro da Conceição e a derrota com o Milfontes foram as distrações que a equipa teve nesta época?
Com o Milfontes não foi distração. O Milfontes é uma equipa muito forte ofensivamente e quando “acordámos” para o jogo era um bocadinho tarde, além que de jogámos, quase sempre, em inferioridade numérica. No Bairro tivemos um daqueles jogos que qualquer treinador pensa que a equipa tende a relaxar um pouco mais, mas esbarrámos no estilo de jogo do Bairro, que tem que se bater com aquilo que tem e fez um jogo muito defensivo. O verdadeiro Vasco da Gama não é o que perdeu esses cinco pontos, mas o que foi capaz de ganhar em Serpa e de derrotar o Castrense?
Demonstrámos sempre a mesma qualidade, tanto com o Milfontes como, por exemplo, com o Castrense, um jogo
Treinador José Pratas
muito equilibrado em que o triunfo podia cair para qualquer dos lados, mas um excelente lance individual de Tiago fez pender, merecidamente, para o nosso lado. O Vasco da Gama tem estado sempre presente, mas temos que contar com as outras equipas. Temos que dar mérito a quem nos tirou pontos, embora
eu não tenha gostado dos resultados. O que peço aos meus jogadores é que sejam sempre ambiciosos independentemente do adversário.
aos atletas e à equipa técnica, mas temos contrariedades todas as semanas e temos um plantel muito curto e as opções são muito limitadas.
Tê m m e n o s c i n co p o n t o s q u e o Aljustrelense e mais quatro que o Castrense. O que o preocupa mais, apanhar o líder ou não se deixar alcançar pelo terceiro classificado?
O campeonato está competitivo?
É uma grande questão mas, na minha vida, tenho o hábito de só olhar para cima, sou ambicioso em tudo aquilo que faço. É a ambição que nos comanda a vida, mas reconheço que o Aljustrelense tem um coletivo muito forte e chegar lá é uma tarefa muito difícil, claramente que o jogo que vamos ter na casa deles será importantíssimo. Tentaremos dar o nosso melhor. Também jogaremos com o Milfontes para a taça. Perguntam-nos muitas vezes pelos objetivos do Vasco da Gama, mas as pessoas não podem só olhar para o coletivo e para os resultados. Estamos em segundo lugar, mas uma equipa que se assuma como candidata, além de bons jogadores, que eu tenho, apesar da sua juventude, deve ter também uma boa estrutura de retaguarda. Não quero dizer que nós não a temos, porque dou muito mérito à direção,
Está competitivo e, na minha opinião, a segunda volta será diferente da primeira. O Natal e o Ano Novo são fases complicadas que se ref letem mais tarde e nessa altura vai notar-se a diferença entre quem tem as melhores estruturas. Nós, por exemplo, treinámos apenas quatro vezes, outras equipas, certamente, não fizeram tão poucos treinos, e essas diferenças vão sentir-se mais à frente. O Vasco da Gama é um clube apetecível?
Fui aqui atleta e, neste momento, sou treinador. Esta é a casa onde fui mais feliz enquanto atleta sénior. Estamos num clube, e numa terra, onde recebem bem as pessoas. Dentro das suas limitações só não fazem o que não podem, por isso é sempre um clube apetecível e nós temos vários exemplos de treinadores que passaram por aqui, o professor Pedro Caixinha, Jorge Vicente, o professor Arlindo Morais, Acácio Santos, isso ilustra bem aquilo que eu digo, que fui e sou muito feliz no Vasco da Gama.
Diário do Alentejo 3 janeiro 2014
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Casa do Benfica de Almodôvar
A equipa de ciclismo da Casa do Benfica de Almodôvar, escalão masters (veteranos), para a época 2014, será oficialmente apresentada no próximo dia 11, numa cerimónia a realizar no Convento de N.ª S.ª da Conceição, em Almodôvar. Está anunciada a presença de Daniel Mestre e Henrique Casimiro, profissionais do Tavira.
Andebol Realiza-se amanhã a 9.ª jornada do Campeonato Nacional de Seniores da 3.ª Divisão, em andebol, etapa que contempla a deslocação do CCP Serpa ao recinto dos Olhanenses e o jogo entre o Andebol Clube de Sines e a Zona Azul, de Beja, em Sines, ambos às 18 horas. O Nacional da 1.ª Divisão de Juvenis também regressa com a deslocação do CCP Serpa a Tavira.
Atletismo em Odemira
O Campeonato Distrital de Clube e Individuais de Inverno vai disputar-se no dia 11, pelas 14 e 30 horas, na pista do Complexo Desportivo Dr. Justino Santos, em Odemira, com organização da Associação de Atletismo de Beja e Núcleo Desportivo e Cultural de Odemira com apoio do município local.
Hóquei em Patins O Clube de Patinagem de Beja e o Vasco da Gama de Sines anteciparam para domingo os seus jogos relativos à 7.ª jornada do Campeonato Nacional da 3.ª Divisão. Os bejenses jogam em casa com o Parede (17 horas), os sineenses deslocam-se ao Pavilhão da Luz para defrontar o Benfica B (15 horas), equipa que lidera a Zona Sul.
Treinador Arlindo Morais
Capitão Ricardo Rosalino
Seniores Seleção da AF Beja durante a fase de qualificação da Taça das Regiões UEFA
Finais da Taça das Regiões UEFA começam amanhã no Jamor, em Lisboa
Mostrar a nossa qualidade A seleções distritais de seniores das associações de futebol de Beja, Braga, Leiria e Setúbal disputam, a partir de amanhã, no Complexo Desportivo do Jamor, a fase final da Taça das Regiões da UEFA. Texto e fotos Firmino Paixão
U
ma boa dose de ambição e humildade quanto baste são os ingredientes que viajaram na bagagem da seleção distrital de Beja que esta sexta-feira chegou ao Jamor, onde, a partir de amanhã, disputará a etapa final da Taça das Regiões da Uefa. Para trás ficou o brilharete que constituiu este inédito apuramento, depois de ultrapassarem as suas congéneres do Algarve, Castelo Branco e Portalegre. Um brilharete, ou talvez não, porque o capitão desta seleção, Ricardo Rosalino, diz que o objetivo, desde o primeiro treino que fizeram, era atingir a fase final: “Sabiamos que tinhamos pela frente outras seleções com qualidade, nomeadamenmte o Algarve, mas superámo-los, foi muito bom”. Agora, diz o guarda-redes do Odemirense, “Vamos tentar mostrar que temos
qualidade no nosso distrito, temos jogadores jovens com talento e alguns com mais maturidade, queremos mostrar que o Alentejo tem bons jogadores”. O capitão revelou ainda que tem sido uma boa experiência: “Normalmente encontramo-nos como adversários, a jogar uns contra os outros, e aqui tem existido amizade entre atletas com quem não tinhamos uma lidação de balneário, é uma boa experiência”. Arlindo Morais, treinador da equipa, diz, por sua vez: “Levamos muita ambição, sabendo das nossas dificuldades, mas também conscientes das coisas boas que sabemos fazer, e pensando que, numa fase final, com um pingo de sorte, que também faz parte do futebol, aliada a alguma qualidade que temos, desde que os jogos nos corram de feição, podemos surpreender”. Com o pragmatismo de quem conhece as dificuldades que vai encontrar, o técnico acentuou: “Sabemos que as outras associações têm mais atletas, têm mais clubes, e tudo isso ajuda a que tenham, também, maior poder de escolha”. E como o realismo não limita a confiança, Morais assumiu: “Temos limitações, mas acreditamos sempre,
embora não tenhamos os atletas sempre à nossa disposição, porque os clubes também investiram alguma coisa, tivemos que criar um meio termo que agradasse a ambas as partes, para que, no Jamor, as coisas nos corram bem e possamos manter sempre aquele sorriso e a vontade de vencer, mas volto a referir que esta nossa seleção tem jogadores com muita qualidade, digo-o desde o primeiro momento”. A verdade é que a seleção alentejana vai bater-se com adversários muito difíceis, reconhece o treinador: “Beja, Braga, Leiria e Setúbal são as quatro seleções finalistas, daqui sairá uma equipa para estar presente numa final europeia. Seria ideal que fossemos nós, seria um prémio, um feito histórico para esta associação, era muito giro que conseguissemos lá estar”, concluiu o, também, diretor técnico da AF Beja. A formação apurada para representar Portugal será integrada no Grupo 7, juntamente com os representantes de Itália, Bósnia e Herzegovina e Bielorrússia. Os jogos da fase intermédia vão ser disputados, precisamente, na Bielorrússia, entre os dias 26 e 30 de setembro de 2014. A Taça da Regiões da UEFA é uma
competição reservada a jogadores que nunca alinharam numa equipa profissional e discutida entre os campeões regionais amadores das federações inscritas. Seleção da AF Beja Sandro
Conceição e Rodrigo Camacho (ambos do Milfontes); Rui Rosindo, Jorge Raposo, Tiago Floreano, Filipe Covas, Luís Tasquinhas e José Navas (todos do Vasco da Gama); João Valente, João Gonçalves e Paulo Maurício (Castrense); Rui Alexandre, Nuno Alves e João Nabor (Aljustrelense); André Ribeiro, Alexandre Viana, Ruben Silva e Ricardo Rosalino (Odemirense); Ricardo Vargas e Luís Soudo (Cuba). Equipa técnica: Arlindo Morais (selecionador/treinador) José Inverno (adjunto).
Programa de Jogos 04.01.2014 | Sábado 10 horas – AF Braga/AF Setúbal (Campo n.º 1) 10 horas – AF Leiria/AF Beja (Campo sintético) 15 e 30horas – AF Braga/AF Leiria (Campo n.º 3) 15 e 30horas – AF Setúba/AF Beja (Campo sintético) 05.01.2014 | Domingo 11horas – AF Braga/AF Beja (Campo n.º 1) 11horas – AF Setúba/AF Leiria (Campo n.º 3)
Vergonha José Saúde
Não pretendo, tão-pouco ouso, assumir o papel de advogado do diabo em causas que considero demasiado fúteis, ou seja: a linguagem miserável, pobre, deslavada, insípida, rude, grosseira, vezeira, entre outros desajustados endereços que se ouvem sistematicamente nos recintos desportivos quer no interior das quatro linhas quer nas zonas limítrofes. A vergonha atingiu os píncaros e o uso abusivo dos palavrões tornou-se coisa banal. Escuto, amiúde, vozes de revolta sobre a textualização dos palavrões vernáculos que alguns dos protagonistas do espetáculo desportivo, leia-se, atores da jogatana, utilizam quando a coisa corre para o torto. As leis do jogo, ao que sei, são explícitas e punem os virtuais prevaricadores. Só que alguns dos juízes de campo não cumprem as regras à risca e vai daí os impropérios que o vocabulário auscultado presenteia um público que se vê vilipendiado, e ultrajado, pelos sistemáticos trocadilhos obscenos levados ao rubro pelos craques. Não sou santo, todavia ao longo da minha atividade desportiva jamais me deparei com os usos e os costumes que proliferam hoje no universo futebolístico. Descrevo, com senso, a nossa competição regional. Falo do que vejo e oiço, isto é, daquilo que me é dado observar ao vivo. Oiço impropérios inimagináveis. Obscenidades feridas de ética. De respeito para com o próximo. Vozes vibradas não vacilam perante a tremenda asneira auscultada. Repetem a graça. O companheiro do lado não se faz rogado e toca a imitar o confrade. A vergonha galgou fronteiras. O público, sobretudo feminino, ouve iníquas palavras vergonhosas que deixa o herói vaidoso. Imagina-se um deus. Rei de um trono onde a matéria prima é feita de barro. Não! Não pode ser. Vamos procurar minimizar essa linguagem improfícua que semanalmente flagela um de futebol. O repto, literalmente evidente, é direcionado para quem de direito. Acaba-se com esta vergonha, suplico.
21 Diรกrio do Alentejo 3 janeiro 2014
Feliz 2014
saúde
22 Diário do Alentejo 3 janeiro 2014
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Médico Dentista
ANA MONTALVÃO Assistente Hospitalar
Consultas em Beja Clínica do Jardim Praça Diogo Fernandes, nº11 – 2º Tel. 284329975
Marcações de 2ª a 6ª feira, das 15 às 19 horas Terreiro dos Valentes, 4-1ºA 7800-523 BEJA Tel. 284325861 Tm. 964522313
TOMOGRAFIA COMPUTORIZADA (TAC) ECOGRAFIA MAMOGRAFIA ECO DOPPLER RADIOLOGIA DENTÁRIA Médicos Radiologistas António Lopes / Aurora Alves Helena Martelo / Montes Palma Médica Neuroradiologista Alda Jacinto Médica Angiologista Helena Manso Convenções:
ULSBA (SNS) ADSE, ACS-PT, SAD-GNR, CGD, MEDIS, SSMJ, SAD-PSP, SAMS, SAMS QUADROS, ADMS, MULTICARE, ADVANCE CARE Marcações: Tel. 284318490 Tms. 960284030 ou 915529387 Horário: de 2ª a 6ª feira, das 8 às 19 horas e aos sábados, das 8 às 13 horas Av. Fialho de Almeida, nº 2 7800 BEJA
23 Diário do Alentejo 3 janeiro 2014
necrologia diversos
24 Diário do Alentejo 3 janeiro 2014
PARTICIPAÇÃO
Maria Perpétua da Encarnação Pinotes A família, com profundo pesar, participa o falecimento da sua ente querida ocorrido no dia 29/12/2013 e na impossibilidade de o fazer pessoalmente vem por este meio agradecer a todas as pessoas que se dignaram acompanhá-la à sua última morada ou que de outro modo expressaram o seu pesar. Será celebrada missa pelo seu eterno descando no dia 04/01/2014, sábado, às 18 e 30 horas, na igreja do Carmo, em Beja, agradecendo desde já a todos os que nela participarem.
ASSINATURA Praceta Rainha D. Leonor, Nº 1 – Apartado 70 - 7801-953 BEJA • Tel 284 310 164 • E-mail publicidade@diariodoalentejo.pt Redacção: Tel 284 310 165 • E-mail jornal@diariodoalentejo.pt Desejo assinar o Diário do Alentejo, com início em _______________, na modalidade que abaixo assinalo: Assinatura Anual (52 edições):
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necrologia institucional diversos
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Diário do Alentejo n.º 1654 de 03/01/2014 Única Publicação
ASSOCIAÇÂO DE BENEFICIÁRIOS DO ROXO
CONVOCATÓRIA ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA Nos termos do disposto no artigo 8º e no nº 6. do artigo 11º dos Estatutos da Associação de Beneficiários do Roxo, CONVOCO todos os associados desta Associação no pleno gozo dos seus direitos a reunirem-se em Assembleia Geral Ordinária no próximo dia 21 de Janeiro de 2014, pelas 17 horas e 30 minutos, na sede da Associação, sita na Estrada Nacional n° 383, em Montes Velhos, São João de Negrilhos, Aljustrel, com a seguinte Ordem de Trabalhos: 1. Informações. 2. Apreciação e Votação da ata da anterior Assembleia 3. Eleição dos Corpos Sociais para o triénio 2014/2016 * Se à hora marcada não estiveram presentes a maioria dos associados, a Assembleia funcionará uma hora depois com qualquer número de presenças. * O voto por procuração só será aceite se esta obedecer ao formalismo legal, ou seja, elaborada com termos de autenticação. Montes Velhos, 03 de Janeiro de 2014.
VENDE-SE BEJA Vivenda no Bairro São João, 2 quartos, sala comum, cozinha, despensa e casa de banho. Anexo com quarto e cozinha, 2 garagens, quintal com poço e árvores de fruto. Contactar tm. 968362347/969392522
ALUGA-SE Apartamento 3 quartos, 1 sala, 2 wc. Marquise e arrecadação. Rua 25 de Abril, 2.º andar. Contactar pelo tm. 919511874
O Presidente da Assembleia Geral Dr. Ricardo M. Gomes Mira da Silva
Os documentos estão disponíveis na página de Abroxo www.abroxo.pt a partir do dia 03/01/2014.
Diário do Alentejo n.º 1654 de 03/01/2014 Única Publicação
Diário do Alentejo n.º 1654 de 03/01/2014 Única Publicação
Diário do Alentejo n.º 1654 de 03/01/2014 Única Publicação
SOCIEDADE RECREATIVA FILARMÓNICA 1.º JANEIRO DE CASTRO VERDE
ASSEMBLEIA GERAL ELEITORAL
INFORMAÇÃO Nos termos estatutariamente estipulados informam-se todos os sócios da Sociedade Recreativa e Filarmónica 1.° de Janeiro, de Castro Verde, que se encontra aberto o período para apresentação de listas aos Órgãos Directivos para o biénio 2014/2016. Artigo 66.° – Número 1 - As candidaturas terão de ser subscritas por um número de vinte e cinco sócios em pleno gozo dos seus direitos. Número 2 – As candidaturas devem ser apresentadas à Mesa da Assembleia Geral, através de listas com o nome e número de sócio dos candidatos, termo colectivo de aceitação e um programa de acção. Número 3 – Os sócios subscritores das candidaturas deverão identificar-se com o nome completo e legível, assinatura e número de sócios. Número 4 – Nas listas das candidaturas terão de constar todos os órgãos da Colectividade a eleger, bem como as funções que cada um dos candidatos se propõe desempenhar. Número 5 – A apresentação das candidaturas deverá ser feita com a antecedência mínima de 15 dias da data da Assembleia Eleitoral. Este período terminará em 17 de Janeiro de 2014. Nota: Se à hora marcada não estiver presente o número legal de sócios para que a Assembleia possa funcionar, esta reunirá trinta minutos mais tarde, com qualquer número de sócios presentes, nos termos do n.° 2 do art.° 39.° do Regulamento Geral Interno.Castro Verde, 28 de Dezembro de 2013. O Presidente da Mesa Maria Cesaltina da Cruz Mendes Basílio
TRESPASSA-SE BEJA Creche licenciada pelo IPSS (Segurança Social). Contactar tm. 964886452
Assembleia Geral Extraordinária
SOCIEDADE RECREATIVA FILARMÓNICA 1.º JANEIRO DE CASTRO VERDE
do NERBE/AEBAL Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral Convocam-se os associados do NERBE/AEBAL – Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral, para a reunião em epígrafe: Dia: 8 de Janeiro de 2014 Hora: 16.30 Horas Local: Rua Cidade S. Paulo – Beja (sede) Ordem de Trabalhos: 1 - Apreciação e votação do Plano de Atividades para 2014 2 - Apreciação e votação do Orçamento para 2014 Não estando presentes mais de metade dos sócios com direito a voto, a Assembleia Geral Extraordinária reunirá em segunda convocatória, trinta minutos depois da hora marcada para a primeira, com qualquer número de sócios. Beja, 27 de Dezembro de 2013. A Presidente da Assembleia Geral Ana Paula Inácio
Diário do Alentejo n.º 1654 de 03/01/2014 Única Publicação
ASSEMBLEIA GERAL CONVOCATÓRIA Nos termos estatutariamente estipulados, convoca-se a Assembleia Geral da Sociedade Recreativa e Filarmónica 1.º de Janeiro, para reunir em sessão ordinária, no próximo dia 31 de Janeiro de 2014 (sexta-feira) pelas 20:30 horas, na sua sede social, sita na Rua Morais Sarmento, 69, em Castro Verde, com a seguinte ordem de trabalhos: PONTO ÚNICO – Eleição dos Órgãos Sociais para o biénio de 2014/2015. Nota: Se à hora marcada não estiver presente o número legal de sócios para que a Assembleia possa funcionar, esta reunirá trinta minutos mais tarde, com qualquer número de sócios presentes, nos termos do n.° 2 do art.° 39º do Regulamento Geral Interno. Castro Verde, 28 de Dezembro de 2013. O Presidente da Mesa Maria Cesaltina da Cruz Mendes Basílio
CORO DE CÂMARA DE BEJA
OFICINA
ASSEMBLEIA GERAL
CONVOCATÓRIA Ao abrigo da alínea a) do artº 4º dos Estatutos, convoco a Assembleia Geral dos associados do Coro de Câmara de Beja, para se reunir em sessão ordinária e em 1ª convocatória no próximo dia 07 de Janeiro, pelas 20 horas, na ex-Escola Alemã, com a seguinte ORDEM DE TRABALHOS: 1. Assuntos de interesse para a Colectividade. 2. Eleição dos Corpos Sociais para o biénio 2014/2015. Se, à hora indicada, não existir «quorum», a Assembleia reunirá 1 hora mais tarde, com qualquer número de presentes. Beja e Sede Social, 21 de Dezembro de 2013. O Presidente da Mesa da Assembleia Geral Pedro Camilo de Araújo Lima de Vasconcelos
RECTIFICAÇÕES DE CABEÇAS E DE BLOCOS (Novos preços) TESTAGENS z SERVIÇO DE TORNO z SOLDADURAS EM ALUMÍNIO z z
Encamisar blocos orçamentos com ou sem material PREÇOS SEM CONCORRÊNCIA
CASADINHO Sítio Horta de St. António Caixa postal 2601 BEJA Tm. 967318516
Novo cash & carry abre em Aljustrel em 2014
Diário do Alentejo 3 janeiro 2014
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A empresa Biquímicos, com sede em Aljustrel, vai abrir até ao final do primeiro semestre um cash & carry para o retalho no parque industrial da vila mineira. A obra arrancou no passado mês de novembro e deverá estar pronta no prazo de seis meses, após um investimento ligeiramente superior a 300 mil euros. Destinado a clientes da área do retalho, nomeadamente para proprietários de mini-mercados, supermercados, cafés ou restaurantes, o novo cash & carry de Aljustrel terá cerca de 2 000 mil metros quadrados e será o maior do distrito de Beja.
Empresas
Alentejo Marmòris Hotel & Spa apresenta novidades O Alentejo Marmòris Hotel & Spa, em Vila Viçosa, um hotel de cinco estrelas único no mundo pelo destaque que dá ao mármore, integra a cadeia Small Luxury Hotels of the World, apresentando duas novidades: a contratação de Pedro Mendes para o cargo de chefe executivo do restaurante Narcissus Fernandesii e o lançamento da nova carta, com pratos a condizer com as estações de outono e inverno. A nova carta é composta por uma variedade de 19 pratos: seis entradas, três pratos de peixe, quatro opções de carne e seis sobremesas. Defensor e promotor do que é nacional, a cozinha do chefe Pedro Mendes destaca-se pela utilização de produtos frescos de origem portuguesa e, sempre que possível, local. Com sabores bastante genuínos, o restaurante oferece uma interpretação contemporânea da cozinha alentejana de terroir.
Uma em Um mp prres esa so solililidá dári r aa,, que ue faz pa fa part part rtee da da vvid id ida da de de mu uiita tas aassso soci ciaç aaççõe çõe ões e coletititivi vida vi d de da d s. Éop prrin nci cipa pal pa pattrro occin nador ador ad or do d o Cllu ube be Des esp po orrttivvo de de Almo lm mo odô ôva v r, r do hó hóqu hóqu ueii em paattiins p ns do Fu Futteebo bol ol Cl Cllub ube ub Caassttrreen C Cast nsse e da d Equ quip ipa do o Sp S port Mi Mine neir iro ro A Allju ust stra stra rale lens nsee..
Esporão lança Monocastas 2010
Empresa revela os seus trunfos
PeçAmodovar aposta no crescimento PeçAmodovar é uma empresa que se destaca pela venda de peças e acessórios para automóveis, acessórios e todo o tipo de consumíveis para máquinas agrícolas bem como lubrificantes e baterias. Publirreportagem Sandra Sanches
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o mercado há 11 anos e sediada em Almodôvar, a Peçamodovar nasce de um sonho e da grande vontade de Henrique Revés, sócio-gerente da empresa, dar vida ao espaço. Aos 11 anos de idade e a viver em Lisboa, o empresário confessa que o bichinho e as fortes ligações à família “já o puxavam para o Alentejo”. Na ocasião a trabalhar numa empresa espanhola do ramo, sempre acreditou que poderia gerir a sua própria empresa. Arrancou com o projeto em Almodôvar juntamente com o cunhado Luís Fernandes, dada a carência que existia na localidade. Porque a população deslocava-se muitas vezes a Beja ou ao Algarve para adquirir peças desta natureza, os sócios-gerentes rapidamente se aperceberam que o crescimento da empresa era cada vez mais sólido. A disponibilizar vários artigos – todos os tipos de peças de retalho para automóveis
ligeiros, material de motor, chaparia, embraiagens, travagem, refrigeração, material de desgaste para carrinhas pick-ups, uma vasta gama de produtos e consumíveis para tratores, ceifeiras, enfardadeiras e grades, charruas, rolamentos, correias agrícolas, baterias, lubrificantes, ferramentas de trabalho e serviço oficinal –, o principal cliente do balcão da empresa são os mecânicos e agricultores. Concorrência é palavra que não amedronta a empresa. Os empresários afirmam que “trabalham para merecer a confiança do cliente”, pelo que existe sempre espaço para a concorrência. Para além do espaço físico que tem em Almodôvar, a empresa apostou há cerca de nove anos no seu website www.peçamodovar. pt e a verdade é que a página tem-se refletido num feedback muito positivo, com vendas de material do norte do País aos Açores. Não se sabe ao certo se foi a aposta nos produtos para máquinas agrícolas que teve na origem do crescimento acentuado da empresa, certo é que Henrique Revés revela “um crescimento notório em 2013 relativamente a 2011 para 2012” e adianta que estão a colher o bom trabalho que iniciaram. Para combater a crise, os empresários, para além de apostarem na publicidade, são da opinião de que o mais importante é:
“Sermos pessoas trabalhadoras, honestas e mostrarmos que o nosso trabalho é sério. Dar a cara e estarmos sempre próximos dos nossos clientes”. Quatro pessoas afetas ao serviço parecem ser o suficiente de momento para dar resposta aos vários clientes e os trunfos da empresa para continuar a apostar no futuro passarão pela “simples forma de trabalhar lado a lado com o cliente e amigos”, dizem os sócios-gerentes. Numa zona onde a aposta empresarial no setor é insuficiente, a empresa diz de tudo fazer para continuar a “lutar” e manter o seu ciclo de crescimento. PeçAmodôvar, que também marca pela vertente solidária, faz parte da vida de muitas associações e coletividades. É o principal patrocinador do Clube Desportivo de Almodôvar e tem uma equipa de ciclismo master com a Casa do Benfica de Almodôvar. Patrocina igualmente o hóquei em patins do Futebol Clube Castrense e a equipa do Sport Mineiro Aljustrelense. Colabora ainda com o comércio local e com os Bombeiros Voluntários de Almodôvar. Se a instabilidade económica do País se reflete no encerramento de muitas empresas, para a PeçAmodôvar esta instabilidade traduz-se, sem dúvida, num forte crescimento.
À semelhança dos anos anteriores, a equipa de enologia do Esporão elege as castas com melhor desempenho para fazer as suas monocastas sob a marca Herdade do Esporão. Da colheita de 2010, que chega agora ao mercado, a eleição recaiu sobre as castas Alicante Bouschet, Syrah e Touriga nacional. A seleção das monocastas parte de um intenso trabalho de experimentação e colaboração das equipas de enologia e viticultura do Esporão, sendo estas coleções produzidas em quantidades muito limitadas e chegam ao mercado após um ano em estágio em barricas de carvalho, seguindo-se o estágio na garrafa. São essencialmente vinhos para apreciadores que procuram novas descobertas e pretendem desvendar o desempenho de cada casta e a influência do terroir e das características do ano de colheita.
Oficina de pintura automóvel de Odemira em destaque A oficina Auto Serápio, com sede em Odemira, foi a vencedora nacional no concurso internacional “Obras primas 2014” (Masterpieces 2014), promovido pela Spies Hecker, empresa alemã fabricante de tintas e especializada em pintura automóvel. Mais de 60 países participaram com a apresentação de trabalhos pelos profissionais de pintura, tendo sido selecionados apenas 12 para integrar o calendário da marca para 2014. A oficina odemirense foi, assim, selecionada com o restauro total de um Opel Olimpia de 1961. O concurso foi aberto a todas as oficinas que trabalham com os produtos Spies Hecker a nível mundial, com o objetivo de reconhecer anualmente os 12 melhores trabalhos de pintura com sistemas de produtos de alta qualidade, métodos de trabalho eficientes e com os melhores profissionais.
Dusty não foi propriamente feito para participar em corridas aéreas e ainda por cima tem medo de alturas. Por isso, recorre a Skipper, um aviador naval, que ajuda Dusty a qualificar-se para competir com Ripslinger, o detentor do título de campeão do circuito de corridas. A coragem de Dusty é posta à prova quando ousa alcançar alturas que nunca imaginara possíveis, inspirando-o a voar mais alto. Dia 19, às 15 horas. Preço: dois euros
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Em janeiro vem levantar voo com Os Aviões no Pax Julia
À solta Quando navegamos neste mar que é a net descobrimos muito de muito, coisas que nem imaginávamos poderem existir. Encontramos blogues dos mais variados temas e como gostamos muito da artista Nathalie Choux acabámos por descobrir um blogue que tem como tema “um prato por dia”, e não estamos a falar de cozinhados, mas sim de trabalhos de ceramistas, designers e artistas plásticos que se aventuram por estes caminhos. Ficam aqui os dois sites. http://nathaliechoux.blogspot.pt/ e http://aplateaday.blogspot.fr/
A páginas tantas... O Gato e o Diabo é uma história escrita pelo grande escritor James Joyce e, apesar de não escrever para crianças, este livro existe porque esta história em particular foi escrita para o seu neto Stephen Joyce, a 10 de agosto de 1936. No início era apenas uma carta, mas acabou por ser publicada em “Cartas de James Joyce”, em 1957. Mais tarde foram finalmente passadas a livro e ilustradas. A primeira edição é de 1964 e ilustrada por Richard Erdoes e a segunda edição é de 1981 com o traço de Roger Blachon. Em 2005 foi publicada uma edição croata deste livro com as fabulosas ilustrações de Tomislav Torjanac, mas que chega a Portugal apenas em 2013 pelas mãos da editora Nova Vega. Uma história incongruente, que mistura um delicioso humor irlandês e algum folclore francês que explica a magia de como o diabo fez um pacto com o presidente da câmara daquela cidade em como construiria uma ponte numa só noite em troca da primeira pessoa que passasse por ela. Não vamos contar-te o resto da história, mas esperamos ter-te aguçado o apetite para a descobrires.
Dica da semana Tomislav Torjanac é um ilustrador e pintor croata que descobrimos por causa do livro que hoje foi sugerido. Para além deste livro conta no seu curriculum uma boa mão cheia de livros, dos quais destacamos a edição ilustrada de A vida de Pi. Podes descobrir mais deste autor em http:// www.torjanac.com
Diário do Alentejo 3 janeiro 2014
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Letras NW – História de uma cidade
Boa vida
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Comer Dourada no forno com louro Ingredientes: Para 4 pessoas douradas com 250 gr. cada; q.b. de farinha de trigo; 4 folhas de louro; 2 dl. de azeite; 2 cebolas; 2 tomates; 4 dentes de alho; q.b. de sal; q.b. de pimenta branca moída; batatas cozidas; couves cozidas. Confeção: Depois das douradas escamadas e lavadas temperam-se com sal. Na cavidade onde estavam as tripas, coloque uma folha de louro em cada uma. Envolva as douradas em farinha e um pouco de pimenta. Deixe repousar por 30 minutos. Coloca-se azeite no fundo de um tabuleiro de forno e dispõem-se as douradas. Corta-se a cebola às rodelas e os alhos, tomate esmagado com a mão sem pele e sem sementes, louro e espalha-se sobre o peixe. Junta-se ainda um pouco de água e leva-se ao forno médio, até estar cozinhado. Acompanhe com a batata cozida e as couves. No momento de servir regue tudo com o próprio molho. Bom apetite…
António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora
Filatelia Mostra filatélica real e virtual
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o passado dia 2 o Núcleo de Filatelia de Faro – ATAF inaugurou uma mostra filatélica comemorativa do seu 7.º aniversário. Os espécimes em exposição também podem ser apreciados on line. Quanto ao local onde se realiza a exposição, os dirigentes deste agrupamento, satisfeitos com a boa colaboração que tiveram no ano passado com os CTT, decidiram repetir a experiência e propuseram novamente aos correios que a mostra filatélica se realizasse na estação de correio do Carmo da cidade de Faro. Este ano a comemoração do aniversário do núcleo assinala um dos produtos algarvios que, infelizmente, tem vindo ao longo do tempo a perder a expressão que teve outrora: trata-se da amendoeira; aliás, é uma flor desta árvore que ilustra o carimbo comemorativo do evento. Conforme referido no título, esta mostra terá a particularidade de poder ser apreciada na loja dos CTT do Carmo, em Faro, mas também, na Internet, pois todas as coleções expostas foram digitalizadas sendo que no dia da abertura foram colocadas on line para todos os visitantes do blogue “Os Amigos da Filatelia” e do blogue “Núcleo de Filatelia de Faro” poderem apreciar as coleções no conforto das suas casas. Para assinalar o evento, na próxima terça-feira, 7, das 14 às 18 e 30 horas, na loja do Carmo (CTT), haverá um carimbo comemorativo para obliterar a correspondência apresentada para o efeito. Foi ainda solicitado aos CTT a emissão de um selo personalizado sobre a flor de
amendoeira. Estarão em exposição coleções de Filatelia Temática (FT), História Postal (HP), Maximafilia (MAX) e Classe Aberta (CA). De FT há quatro coleções: “A medicina no tempo dos descobrimentos” (Francisco Paiva); “Filatelia mundo da imaginação em selos dourados, prateados e com pedras preciosas” (Jorge Bomba); “Gastronomia portuguesa” (Luís Brás) e “Filatelia mundo da imaginação em selos com bordados” (Jorge Bomba). As três coleções de HP são: “Marcas nominais do Sotavento Algarvio” (Luís Brás); “Franquias mecânicas de localidades algarvias com publicidade” (Sérgio Pedro); e “A História do Núcleo de Filatelia de Faro – ATAF em carimbos comemorativos” (Sérgio Pedro). As duas de Max são: “Património Mundial da Humanidade” (Francisco Paiva) e “Dinossauros” (Pinheiro da Silva). A CA, classe que vai conquistando cada vez mais adeptos, está presente com “As viagens do Papa João Paulo II” (Ricardo Brito) e “Contributo do Núcleo de Filatelia de Faro – ATAF para a história do Algarve” (Núcleo de Filatelia de Faro – ATAF) A ilustração mostra-nos o carimbo comemorativo do evento e um bilhete-postal ilustrado “taxa paga” da série turística emitida há quase 30 anos, que nos mostra uma paisagem, com amendoeiras, da região de Lagos. Foram emitidas duas séries: série A (válida para Portugal Continente, Açores e Madeira e Espanha) e série B válida para todo o mundo. Diferem entre si pela cor das legendas do verso: azul para a série A e verde para a série B. Repare-se no primeiro plano da ilustração: uma charrua puxada por um muar. Esta cena é única na filatelia portuguesa. Geada de Sousa
eah, Natalie, Felix e Nathan têm em comum um dado que é mais do que meramente biográfico: cresceram no bairro social de Caldwell, na zona noroeste de Londres. Partilham, também, o desejo de escapar a esse passado. Tal é o ponto de partida para Zadie Smith, uma das mais brilhantes escritoras inglesas com menos de 40 anos, traçar um mapa de Londres que vai muito para além de pontos cardeais e coordenadas. O que desenha é uma geografia da condição humana vivenciada em Londres, delineada a partir de casas particulares mas também nos parques públicos, de sonhos e expectativas vividos entre o trabalho e o lazer, e em que a cidade se inscreve, de modo biográfico. Natalie é uma advogada de sucesso e mudou-se para a zona abastada, nas imediações do seu velho bairro. Leah, com quem mantém uma amizade, manteve-se numa casa de habitação económica, e, apesar de viver com desafogo, é perturbada pela promoção social da amiga mas, sobretudo, pela condescendência desta. Leah, casada com Michel, um belo negro de ascendência francófona, amou obsessivamente Nathan, um dos mais atraentes rapazes do liceu local e atual viciado em crack. Já Felix, a contas com o seu percurso, não tem relação com nenhum dos anteriores mas luta consigo mesmo para progredir e ultrapassar as dificuldades do passado. A clareza e a densidade do retrato que Zadie Smith propõe sobre a condição humana tornam esta obra incontornável no contexto da literatura moderna inglesa. Maria do Carmo Piçarra
Zadie Smith D. Quixote 18,90 euros 412 páginas
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Fotobiografia de Cunhal apresentada em Castro
A Biblioteca Municipal de Castro Verde recebe hoje, sexta-feira, pelas 18 horas, a apresentação da Fotobiografia de Álvaro Cunhal, num evento organizado pela Comissão para as Comemorações do Centenário do Nascimento do líder comunista. A obra é constituída por 860 imagens, grande parte das quais inéditas, que aparecem legendadas e ligadas
por um texto que faz uma síntese introdutória a cada um dos 10 capítulos. O livro, que será apresentado por Francisco Melo, do Comité Central do PCP, “percorre os grandes momentos da vida e intervenção de Álvaro Cunhal, da história do PCP, de Portugal e do mundo, entre 1913 e 2005, com reflexos na atualidade e projeção no futuro”.
Exposição natalícia para ver em Vidigueira Em Vidigueira ainda pode ver-se, até 19 de janeiro, na galeria de exposições temporárias do museu municipal, a exposição “Natal – Momentos de Luz”. A mostra é constituída por presépios, decorações e imagens feitos pelas mãos de Cecília Góis, Laura Maia e Silva, Maria do Carmo Paes d’ Almeida, Maria Helena Paes d’Almeida e Miguel Lemos.
JOSÉ SERRANO
Fim de semana
Atuações multiplicam-se pelas ruas e igrejas da região
Grupos corais saúdam os Reis e o novo ano
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o primeiro fim de semana de 2014 a tradição parece ganhar novo fôlego e não há concelho nem freguesia que não dedique uma tarde ou um serão aos “três do Oriente”. Com ou sem fogueira, com ou sem petisco, na igreja ou na rua, os grupos corais convidam outras vozes a juntar-se às suas, num regresso ao cante comunitário de outrora à volta da Natividade.
Beja
Neves
Serpa
Em Beja, há um concerto de Reis agendado para amanhã, sábado, no Teatro Municipal Pax Julia, a partir das 21 e 30 horas. Atuam o Coral Harmonia, de Santiago do Cacém, e o Coro de Câmara de Beja, num espetáculo que tem frei José António Torrejão como solista. A organização é do Centro Social, Cultural e Recreativo do Bairro da Esperança, com os apoios da Câmara Municipal de Beja, das rádios Voz da Planície e Pax e da Coop.
A Casa do Povo de Nossa Senhora das Neves promove mais uma edição do Cante ao Menino, que terá lugar amanhã, sábado, na igreja local, pelas 21 horas. Atuam o grupo anfitrião - Coral Feminino da Casa do Povo de Nossa Senhora das Neves – e os convidados Vozes de Casével e Rosas de Março, de Ferreira do Alentejo.
A partida é da Casa do Cante, pelas 18 horas de domingo, dia 5, e o percurso far-se-á pelas principais ruas e largos da Cidade Branca – largos da Corredoura e do Mercado, avenida da Paz, largo de São Pedro, Forte, Porta Nova, Portas de Moura, praça da República, Portas de Sevilha, cruzamento das ruas do Calvário/Nova e Rossio – até à Cruz Nova. Este Cantar aos Reis, que apela à participação de todos, vai ser liderado pelas vozes do Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa.
Castro Verde À volta de uma fogueira e de lanche partilhado, vai cantar-se ao Menino em Entradas, amanhã, sábado, a partir das 18 horas, numa organização do grupo coral As ceifeiras, Museu da Ruralidade e junta de freguesia local. O ponto de encontro é na praça Zeca Afonso, esperando-se as prestações dos grupos corais Paz e Unidade, de Alcáçovas, e Douradas Espigas, de Albernoa, além das anfitriãs, As Ceifeiras. No domingo, canta-se às Janeiras em Piçarras, a partir das 14 horas, pelas ruas e no centro comunitário. A organização é da Associação de Moradores e Amigos das Piçarras.
Ourique A Câmara de Ourique promete noites de inverno “mais quentes”, graças à programação Janeiras & Reis 2014, que percorrerá as ruas e as igrejas do concelho, entre hoje, sexta-feira, e o próximo dia 7. O ciclo começa na igreja paroquial de Garvão e passa amanhã pela igreja de São Salvador, na sede de concelho, e pela igreja de Santana da Serra. No domingo, há Cante ao Menino pelas ruas da vila de Ourique, pelo agrupamento de escuteiros local, e também se entoarão modas da época na igreja de Panoias. As igrejas de Santa Luzia e Conceição recebem atuações, respetivamente, nos dias 6 e 7.
Vidigueira Também no domingo, 5, as gentes de Vidigueira vão poder juntar-se a mais um Cante aos Reis, com início no largo da Cascata, pelas 20 e 30 horas, e com a participação dos grupos corais Os Vindimadores, da própria vila, e Os Amigos do Cante, da vizinha Cuba. O cordão humano segue por vários locais da Vila dos Gamas e termina na praça da República, junto ao edifício da câmara municipal, onde haverá prova de bolo-rei e licoroso, ao redor de uma fogueira, e a atuação também do grupo de música popular Improvisos do Sul e do coral Amigos do Cante dos Reis, de Pedrógão do Alentejo.
31 Diário do Alentejo 3 janeiro 2014
Direção Geral de Saúde pede aos lisboetas que retenham o lixo em casa por motivos de saúde pública, à exceção dos livros de José Rodrigues dos Santos: esses podem ser colocados no ecoponto azul. Crise: reis Magos, que só chegarão no dia 6, optaram por oferecer ao menino Jesus peúgos, cuecas e sabonetes .
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Arqueologia no Alqueva
Descobertas ossadas das primeiras duas mulheres que lutaram até à morte por uma mala nos saldos
Inquérito
Como é que tem acompanhado a situação da recolha do lixo em Lisboa? O subsolo alentejano continua a dar muito que fazer lha. Segundo o livro mais antigo da história dos saldos aos arqueólogos portugueses. Desta vez, em consequência das obras no empreendimento de Alqueva, são inúmeros os exemplos de achados que podem mudar a forma como entendemos a história, mas há uma descoberta em particular que pode marcar a Humanidade: foram encontradas as ossadas das primeiras duas mulheres da história que lutaram até à morte por uma mala nos saldos. Segundo investigação forense, a luta terá durado duas semanas e as senhoras (com quase 19 anos e um total de seis dentes) disputavam uma mala Gucci feita com estômago de ove-
em Portugal – A pipoca maiz dulce… – as mulheres chamar-se-iam Urraca e Genoveva e a luta terá começado num mercado cigano em Alcaria da Serra em 1150. “A mala é minha!”, disse Urraca, que a segurou furiosamente, perante o olhar incrédulo de Genoveva que afirmou: “Olha qu’a gaja deve pensar que é filha do D. Afonso Henriques!”. Depois Urraca terá mandado uma boca qualquer sobre o facto da mãe de Genoveva não lhe ter dado vidas no Crush Candy Saga e daqui para a violência foi um passo. A luta envolveu pedras, cabras, fisgas, e cabras que lutavam com paus e fisgas.
OSVALDO AJUDA, 68 ANOS Alfacinha de gema nascido em Pias
Ando muito preocupado. Esta não é a minha cidade. Não sei como é que conseguimos organizar a corrida de São Silvestre. Diz que quem viu que a parte dos 5 000 metros entulhos correu muito bem. Quero aproveitar para saudar a Dulce Félix pela sua vitória na corrida. Afinal, é muito difícil correr com uma máscara de gás.
PEDRO SANTANA LOPES, 56 ANOS ex primeiro-ministro, ex-presidente da Câmara de Lisboa e ex de Cinha Jardim
Olhe, o que eu sei é que se fosse comigo já estava a ser pendurado no pelourinho e a levar tau tau no rabinho, mas como é com o menino querido da imprensa portuguesa, vão dizer que é o António Costa a fazer arte de rua com lixo. Se eu fosse presidente da câmara já tinha toda a gente a fazer-me a folha e a jogar a incubadora para o aterro. Já não sentia um cheiro tão nauseabundo em Lisboa desde que abracei o Rui Gomes da Silva depois de ter atravessado a ponte sobre o Tejo a correr a maratona.
Solidariedade: Autarcas da região fazem calendário sexy O objetivo é angariar dinheiro para construir rotundas É nas alturas de maiores dificuldades que se vê o carácter das pessoas. Depois do calendário sexy feito pelos bombeiros de Setúbal – as receitas das vendas reverteriam para a Caritas que recusou – é a vez de, no distrito de Beja, nascer mais um movimento solidário a favor de outra classe a necessitar de atenção e carinho: os autarcas. Uma investigação conjunta “Não confirmo, nem desminto”/Casa de Strip Masculino do Padrão apurou que está praticamente concluído o primeiro calendário sexy com autarcas alentejanos: “Queremos mostrar que por trás daquelas caras sérias e sisudas, o Alentejo tem os autarcas mais sexys e portadores de um magnetismo sem igual no País! Por trás daquelas gravatas há emoções, corações e abdominais bem definidos! Inchem, Rui Moreira e António Costa! Vocês podem ter bué poder e assim, mas nós temos sex appeal!”, declarou Hermengarda Flash, promotora da iniciativa, que acrescentou: ”Queremos angariar dinheiro para os nossos autarcas! Com os cortes já não têm dinheiro para nada. Antigamente, ainda podiam inaugurar uma rotunda ou pavimentar uma praça com safiras, agora é vê-los tristonhos em assembleias municipais. Ajude o seu autarca, coloque um sorriso na face dos membros da assembleia da sua freguesia!”.
SAMUEL BELÉM, 60 ANOS Historiador estranhamente parecido com Perry Mason
Trata-se de um acontecimento inédito na história de Lisboa. Atrevo-me a dizer que a melhor coisa que poderia acontecer era um terramoto como o de 1755. Se o chão se abrisse era só empurrar o lixo, entulho e livros do Nilton lá para dentro e ninguém já se lembraria disto. Já o Marquês de Pombal dizia: “É hora de enterrar os mortos e despejar a reciclagem!”
Nº 1654 (II Série) | 3 janeiro 2014
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nada mais havendo a acrescentar... Quem morreu nasce mais no Natal Quem morreu não morre de um ano para o outro porque a saudade é uma mágoa que não se mede em anos, talvez só mesmo em vidas. (Quantas vidas durará uma morte?) Quem morreu vive enquanto os que cá ficam viverem. Tudo em nós é fruto deles, avós, pais, tios, maridos, mulheres, irmãos, primos. Tragicamente também filhos. Somos uma continuação, uma identidade que perdura, um apelido que ecoa, um hábito que se mantém, uma teimosia que permanece, formas de andar, cores de olhos, jeitos de ser, gestos, tipos de rosto, feitios, maneiras de estar. Às vezes somos até tal e qual. E é por isso que nos dias de festa os vivos mais
morrem com saudades daqueles que morreram. É nos dias de mais ruído que o silêncio da ausência mais se ouve e é nos dias de mais fartura que se sente uma mesa menos farta de ternura. A morte dos que amámos nasce mais no Natal, principalmente à hora de jantar. Mas há quem ponha sempre um lugar à mesa - a cadeira apenas aparentemente está vazia - e encha o copo de vinho e sirva o prato de comida e de doces. Principalmente de sonhos. E há quem dispense presépios, luzes e pinheiros e lhe baste uma fotografia em cima de uma cómoda. A iluminar. Há menos morte para quem continua a amar e por isso a morte custa muito mais. Vítor Encarnação
quadro de honra
Céu nublado e uma temperatura máxima de 17 graus é o que se prevê para hoje, sextafeira. Amanhã e domingo, a chuva regressa e a temperatura desce, oscilando entre os seis graus de mínima e os 16 de máxima.
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Mostra de BD de Odemira abre a 7
Luís Contente, 51 anos, natural de Beja É professor de Francês numa escola do ensino básico e frequentou o mestrado em Literatura Medieval Comparada na Universidade Nova de Lisboa, tendo também feito uma especialização em gestão de bibliotecas escolares. Transiberiano, a viagem de comboio e o livro, fazem parte de um projeto pessoal que visa a descoberta dos lugares mais remotos e improváveis do planeta - das montanhas aos desertos, das florestas tropicais aos glaciares.
Livro recebe o nome do mítico comboio
Memórias do Transiberiano
O
mítico Transiberiano liga as capitais da China e da Rússia sobre carris, numa viagem de 10 mil quilómetros. É, por isso, uma experiência de vida quase obrigatória que Luís Contente decidiu empreender, num “projeto pessoal” que está agora contado em livro. O primeiro deste professor bejense, onde se descreve uma “descoberta feita de cultura, património, civilizações antigas, e natureza ainda em estado virgem”. “Há viagens que uma pessoa tem que fazer na vida. Esta é uma delas”. Quando e em que contexto surgiu esta aventura?
Esta viagem enquadra-se num projeto pessoal que visa descobrir os lugares mais remotos do planeta, quebrando com a rotina casa-trabalho-casa, abrindo assim o grande ecrã da aventura e da descoberta do mundo. Uma descoberta feita de cultura, património, civilizações antigas, e natureza ainda em estado virgem. Este é o seu primeiro livro. Já estava em projeto, enquanto empreendia esta viagem, ou as memórias chegaram-lhe depois a pedir para serem escritas?
A única maneira de absorver na sua PUB
totalidade as emoções e as sensações que nos vão sendo transmitidas é registá-las de imediato. Foi essa a minha opção desde o início, tirar notas, apontamentos, sobre as pessoas, as paisagens, as histórias que foram acontecendo, as peripécias, os momentos de desconforto e de felicidade, tudo o que pode compor uma travessia de comboio tão extensa quanto esta. A memória pode ser mais seletiva e imprecisa, e não sobrevive a tantos dias de viagem, a tanta informação e a tantas situações inesperadas. O livro nasce desta envolvência. Dez mil quilómetros e seis fusos horários foi o que percorreu sobre carris. O que mais o surpreendeu nas paisagens naturais e humanas que foi encontrando?
Podemos dizer que atravessar a Mongólia foi a experiência de uma vida. É um país com paisagens ainda intocadas pela mão humana, um território ao mesmo tempo aterrador e belo onde prevalece uma imensidão que nos questiona sobre a nossa presença no mundo. Mantêm-se ainda intactos costumes ancestrais que configuram um modo de vida muito particular, o nomadismo, uma forma de estar ancestral que se perdeu com a sedentarização dos povos. Na
Mongólia, vamos ao encontro da nossa essência primeira enquanto ser humano, o nosso ideal de movimento, de deslocação, uma imagem que nos é transmitida pela beleza de um céu muito azul rasgado por nuvens em levitação, pela fúria de cavalos selvagens que correm ao vento, pelas cores de uma estepe que nos surpreende pela sua imensidão. Fala de um Oriente “ainda fechado sobre si mesmo”. Exatamente, o que o fez tirar esta conclusão?
Esse Oriente mantém ainda vivas muitas das suas tradições mas ao mesmo tempo está a modernizar-se. Pequim é uma cidade do século XXI com uma arquitetura arrojada, moderna, vias de comunicação funcionais. Na Sibéria descobrimos cidades maravilhosas, quase irreais, mas também existem lugarejos, nomeadamente junto ao lago Baikal, onde as pessoas vivem com as mesmas dificuldades de há 100 anos, em casas de madeira sem água corrente, e se tivermos em conta que as temperaturas atingem aí os 50 graus negativos no inverno, tudo se torna uma questão de sobrevivência. Se é um Oriente ainda fechado sobre si mesmo, é porque é mestre em não se deixar aculturar, e consegue manter vivas as suas tradições. Carla Ferreira
Arranca já no próximo dia 7, terça-feira, prologando-se até fim de março, a 8.ª edição da Bdteca - Mostra de Banda Desenhada de Odemira. O evento, promovido pelo município local e pela associação Sopa dos Artistas, decorre na Biblioteca Municipal José Saramago, oferecendo o habitual concurso nacional de BD, exposições e feira do livro, numa edição que “convida à criatividade e participação”. Concretamente, entre os dias 7 de janeiro e 14 de fevereiro, será promovido o Concurso de Banda Desenhada, sendo conhecidos os vencedores e expostos os trabalhos concorrentes no dia 1 de março. No mesmo espaço, mas entre 25 de janeiro e 27 de fevereiro, estará patente uma exposição de Luís Henriques, uma mostra que é dirigida ao público jovem e que apresenta parte da seleção que o autor levou ao Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora, em 2008, onde teve grande destaque. A partir do dia 25 de fevereiro e até ao dia 8 de março, decorrerá a feira do Comic Book e da BD.
Serafim encerra festival de humor O Solrir – Festival de Humor, que arrancou ontem, quinta-feira, no Palácio de Congressos do Algarve, em Albufeira, encerra no domingo, 5, a partir das 21 e 30 horas, com sotaque alentejano. O contador de histórias bejense Jorge Serafim é o último convidado a pisar o palco daquele que é já considerado como a “montra do melhor humor falado em português”, por onde já passaram, entre outros, Raul Solnado, Herman José, Ana Bola e Maria Rueff. “Serafim, com as suas inusitadas histórias contadas em sotaque alentejano, fecha a sétima edição deste festival”, anuncia a organização da iniciativa, da responsabilidade da Press Happiness, com a colaboração do município de Albufeira.
Conferência em Mértola O estudioso Luís Maçarico apresenta, em Mértola, no próximo dia 11, a conferência “Tradição e invenção nos usos simbólicos de um artefacto do Mediterrâneo: o caso da chamada Mão de Fátima”. O colóquio, que tem início pelas 15 e 30 horas, no Campo Arqueológico de Mértola/Casa Amarela, insere-se no ciclo de conferências “Portugal islâmico e o Mediterrâneo”.