Cláudia Semião É natural de Moura a nova campeã júnior de natação pág. 32
Endividamento Câmara de Serpa penalizada em 1,2 milhões de euros
Dívida da EMAS Afinal acordo prevê pagamento de 1,18 milhões euros
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Hospital de Beja cria enfermaria mista e fecha seis camas de cirurgia
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SEXTA-FEIRA, 17 JANEIRO 2014 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXII, N.o 1656 (II Série) | Preço: € 0,90
Cobre chama ladrões aos campos do Alentejo. Agricultores falam em grupos organizados
GNR de Beja recebeu 255 queixas de furtos em explorações agrícolas em 2013 Museu Regional de Beja nas mãos da câmara?
O novo presidente da Assembleia Distrital de Beja, o arqueólogo Santiago Macias, defende a passagem faseada, durante os próximos oito anos, do património e das contas desta instituição para a Câmara Municipal de Beja. Que é outra forma de dizer que defende a passagem do museu regional para a autarquia. Há quem aplauda a ideia. E quem a ela se oponha. Entrevista nas págs. 4/5 PUB
JOSÉ SERRANO
Reportagem nas págs. 16/17
Diário do Alentejo 17 janeiro 2014
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Editorial Cristiano Paulo Barriga
Vice-versa “A Câmara Municipal de Serpa, em virtude de sucessivas más decisões políticas, acaba por ficar sob assistência da administração central”. Uma vez que “as verbas agora retiradas ao orçamento autárquico não vão ser geridas pelo executivo, mas antes pelo Governo. O que é embaraçoso e vergonhoso para uma câmara dita comunista. Isto é uma bola de neve que obriga a autarquia a grandes constrangimentos financeiros”. Noel Farinho, vereador do PS em Serpa, “Diário do Alentejo”
R
ei morto, rei posto. Em apenas uma semana, como manda aliás o protocolo régio, a populaça enterrou com lágrimas e palmas o rei velho e com lágrimas e urras aclamou o rei novo. Em matéria de sucessões, o povo costuma ser impaciente e apressados os monarcas herdeiros. Tanta sofreguidão junta, normalmente, leva ao precipício. E o precipício, nos tempos que correm, é o fim da própria história. Eusébio e Cristiano. À falta de melhores alternativas, a nação reconheceu e proclamou como seus verdadeiros soberanos absolutos dois jogadores de futebol. Coisa engraçada, num país que sempre se autoproclamou de poetas. Mas enfim… Eusébio e Cristiano, o seu bom tino para jogar à bola, levaram e levam às diferentes partidas do mundo o nome de Portugal e levantaram e levantam a moral global dos sujeitos residentes ou nascidos nesta terra. Isso é inegável. O povo necessita desse alento como de pão para a boca. E agradece. No fundo, apesar das décadas que os separam, Eusébio e Cristiano partilham em matéria de espiritualismo popular um céu de semelhanças. Foram e são uma espécie de salvação dos aflitos. Aliás, os seus próprios nomes estão bentamente irmanados. Eusébio é um nome que vem do grego antigo e que quer dizer qualquer coisa como “piedoso”. Cristiano vem igualmente do grego e significa “ungido”, nickname do próprio Jesus de Nazaré. Enterrámos, então, um devoto caridoso. E aclamámos, pois sim, “o escolhido”. Mas também são grandes as diferenças que separam os nossos santos de ontem e de hoje. E a maior discrepância entre eles tem precisamente a ver com o tal precipício. Com o tal fim da história. A beatificação plebeia de Eusébio, com honras de Panteão, advém de um processo de “direito natural”. Fez o que fez, viveu o que viveu, penou o que penou e pronto. Já a canonização de Cristiano nada deve a penadoiros, nem a vivências. Respeita apenas ao fazer. Ao que faz. Ao tempo atual. Sendo que as sociedades de agora, ultraliberais, umbilicais, fulanizadas, têm como premissa fundamental a coroação do tempo presente. Como se um feito de hoje, exaustivamente celebrado, fosse irrepetível ou inatingível num qualquer futuro. Como se tudo o que ficou para trás de hoje, a memória, a experimentação, fosse uma insignificância incomparável com as dádivas do presente. E é nisto que a história de Eusébio, o piedoso, difere da ainda não-história de Cristiano, o ungido. Por muito que se queiram massajar as semelhanças entre ambos.
“Havia apenas dois caminhos a seguir. Ou nos comportávamos como bons alunos e parávamos as obras, pagando as necessárias indemnizações e ficando sem dinheiro nem equipamentos fundamentais para a população. Ou avançávamos, correndo riscos, para a sua conclusão em nome do bem-estar da população. Seguimos pelo segundo caminho”. Tomé Pires, presidente da Câmara Municipal de Serpa, “Diário do Alentejo”
Fotonotícia
Passear pela cidade. Olhar-lhe as formas, as cores e a luz que a pinta. Contemplá-la sem pressas. Mirar-lhe descarada e vagarosamente os mais velados pormenores. Destapar os segredos guardados nas pedras e no tempo que por ali passou. Para melhor a entender. Para melhor a poder amar ou perdoar. É este o propósito dos roteiros “Passeio de Beja – Ruas com História” que a Câmara Municipal de Beja organiza periodicamente. O último decorreu no passado sábado. As histórias, essas maravilhosas e didáticas entretengas, estiveram a cargo da arqueóloga Susana Correia. José Serrano Foto Câmara Municipal de Beja
Voz do povo O que significou Cristiano Ronaldo ter conquistado a Bola de Ouro?
Inquérito de José Serrano
Ricardo Borges 35 anos, irmão franciscano
João Delgado 33 anos, engenheiro civil
Inácio Varudo 65 anos, enfermeiro reformado
Palma Aleixo 54 anos, bancário
É uma vitória para o nosso país. Um português ter conquistado este troféu é um orgulho para o nosso Portugal. Embora a pessoa que o recebeu não tenha por vezes as melhores características de um português humilde e simples. Mas ainda assim devemos estar muito orgulhosos e felizes. Foi uma vitória muito boa. Eu senti-me feliz.
Sinceramente não senti nada de especial. Mas é sempre bom saber que os portugueses são capazes de fazer coisas boas. Para o País não trará grandes alterações. Mas é importante ter uma marca conhecida no mundo. E é o reconhecimento do mérito, de uma pessoa que não nasceu com a vida facilitada. É a prova que com dedicação e trabalho se consegue alcançar objetivos.
Ele ficou emocionado. E eu também fiquei. E com certeza que esta emoção foi sentida pela maioria do povo português. Esta vitória é importante para nós. Quando eu estava na Suíça o Eusébio e a Amália eram os embaixadores do nosso país. Agora é o Cristiano Ronaldo. Que está no topo do reconhecimento mundial. É a primeira vez que um português ganha este prémio duas vezes.
Este prémio eleva-nos um bocadinho a autoestima. Que de tão em baixo que tem andado, já fazia falta. Pouco ligo ao futebol, mas a atribuição deste galardão a um português não me foi indiferente. No entanto devíamos dar, paralelamente, importância a outros troféus conquistados. Como por exemplo pelos atletas paraolímpicos. Que têm atingido feitos maravilhosos. E não damos.
Rede social
Semana passada QUARTA-FEIRA, DIA 8 ALJUSTREL NA RUA CONTRA ENCERRAMENTO DAS FINANÇAS A concelhia de Aljustrel do PCP promoveu uma concentração junto à repartição de Finanças de Aljustrel, numa ação de protesto pela manutenção daquele “importante serviço público” que reuniu “mais de uma centena de aljustrelenses”. Entre os presentes ficou decidido, tal como informa a estrutura partidária, “avançar desde já com um abaixo-assinado a ser enviado à Assembleia da República e formar uma comissão de utentes para dar seguimento a esta luta e à defesa dos serviços públicos do concelho”. Sobre o mesmo tema, na reunião de câmara desse dia, foi aprovada, por unanimidade, uma tomada de posição proposta pelos vereadores eleitos pela CDU em que se denuncia que, sendo Aljustrel “um concelho com a população envelhecida”, tal medida “trará consequências gravosas para a população”.
SANTIAGO DO CACÉM NOVO QUADRO COMUNITÁRIO SUSCITA PREOCUPAÇÃO O Centro de Interpretação do Sítio Arqueológico de Miróbriga recebeu a conferência “Centros urbanos: que contributo para o desenvolvimento?”, organizada pela Rede de Aglomerados Urbanos do Alentejo Litoral, cujo parceiro líder é o município de Santiago do Cacém. Durante a sessão, foi também feito um balanço sobre a utilização dos fundos do último quadro comunitário, tendo sido perspetivado o novo. Álvaro Beijinha, presidente do município, revelou preocupação em relação ao futuro, lembrando que “o novo quadro comunitário já devia estar em andamento, já entrámos em 2014, mas está tudo muito atrasado, há um conjunto de incertezas e muita coisa não está definida”. Isto quando se espera dele “um contributo decisivo para o desenvolvimento dos aglomerados urbanos”.
SEXTA-FEIRA, DIA 10 ALMODÔVAR, MÉRTOLA E SERPA CAMPANHA “COOL – CONSUMIR LOCAL” NAS ESCOLAS A campanha “Cool – Consumir Local” chegou às escolas dos concelhos de Almodôvar, Serpa, Mértola e Alcoutim, no Algarve, pelas mãos das associações de Defesa do Património de Mértola (ADPM) e Terras do Baixo Guadiana, em parceria com várias entidades locais. A ação de sensibilização, que tem como objetivos a “valorização dos produtos do território” e a “conservação da biodiversidade e dos recursos naturais”, recorre a jogos educacionais realizados em contexto de sala de aula, dando a crianças e jovens a oportunidade de explorar vários produtos locais, utilizando os cinco sentidos.
DOMINGO, DIA 12 MOURA GNR DETÉM CAÇADOR EM ZONA TURÍSTICA Militares da Equipa de Proteção da Natureza e do Ambiente da GNR de Moura detiveram um homem de 28 anos, por crime de caça com meios não permitidos. A ação ocorreu numa zona de caça turística, tendo sido apreendida a arma de caça que não tinha limitador de munições e continha mais cartuchos que os permitidos por lei. O suspeito foi constituído arguido e sujeito a termo de identidade e residência (TIR).
TERÇA-FEIRA, DIA 14 ODEMIRA VISITAS TURÍSTICAS EM COLOS E VALE DE SANTIAGO O município de Odemira promoveu uma visita turística pelas freguesias de Colos e de Vale de Santiago, duas das mais antigas do interior do concelho, no âmbito do programa “Visitar Odemira”, dirigido a empresários, técnicos do setor turístico, estudantes de turismo e jornalistas. A ação, gratuita, tem o objetivo genérico de “aprofundar os conhecimentos sobre o concelho, para se prestar uma melhor informação aos turistas, com vista a otimizar a ocupação do tempo de permanência em Odemira”. A Queijaria Raul Maria Dias, na aldeia de Campo Redondo, e a Adega dos Nascedios, em Fornalhas Novas, bem como a igreja de Santa Catarina, em Vale de Santiago, foram os locais visitados.
3 perguntas a Henrique Mourato
Grão-mestre da Confraria Gastronómica dos Enchidos
O que é e com que objetivos nasce esta confraria?
Após muitas horas de ponderação e várias propostas, criámos a Confraria Gastronómica dos Enchidos. De entre muitas propostas, todas de qualidade, optou-se por esta designação. Porquê? Para podermos ser mais abrangentes e conseguirmos tocar todas as regiões e todos os concelhos, pois Portugal é um país rico em enchidos e há enchidos para todos os gostos! Assim pretendemos criar sinergias de divulgação e promoção de todos os enchidos, independentemente do concelho. Porquê a escolha de Vila Nova de São Bento para o III Capítulo de Entronização, a decorrer a 15 de fevereiro próximo, e o que pode esperar-se desse evento?
A Confraria dos Enchidos é das poucas, senão a única, que é uma confraria nacional. Logo, não estamos limitados a só uma região, distrito ou concelho, pelo que vamos onde encontramos os melhores enchidos. Já estivemos em Montemor-o-Novo, em Góis, agora em Vila Nova de São Bento, e ainda este ano vamos a Ponte de Lima. Este evento terá vários pontos de interesse: a concentração de confrarias de todo o País, a visita a uma fábrica de enchidos, uma matança do porco, um espetáculo de ranchos e cantares alentejanos e outro com os artistas Paco Bandeira, Nuno da Câmara Pereira, e Jorge Ganhão, entre outros, e com apresentação do ator Guilherme Leite. Todos eles são nossos confrades. Resolvemos que todas as nossas ações teriam um cariz humanitário e solidário e, como tem vindo a ser nosso hábito, parte da receita reverte para isso mesmo. Assim, e uma vez que vamos a Vila Nova de São Bento, quisemos ajudar uma instituição local e foi-nos indicado o Lar de São Bento. Quantos novos confrades serão entronizados na ocasião e que número global passa a totalizar a confraria?
Serão entronizados à volta de 15 novos confrades. A Confraria Gastronómica dos Enchidos já atingiu um número de confrades relevante, à volta de 70 a nível nacional, e assim institucionalizou-se como uma associação de caráter cultural de direito privado, sem fins lucrativos, e pretende-se que se torne de utilidade pública (muito rapidamente), tendo como missão o estudo, ensino, divulgação e promoção dos enchidos nacionais, assim como a defesa dos seus ingredientes e produtores. Para mais informações, podem visitar-nos em www.confrariadosenchidos.com. Carla Ferreira
Camané esgotou Pax Julia em Beja É a atual grande voz do fado no masculino. E o público bejense esgotou o auditório do Pax Julia, no sábado, para ouvi-lo em alguns dos seus temas mais emblemáticos. Como “Sei de um rio” ou “Mais um fado no fado”, agora disponíveis num best off de 18 anos de gravações.
A vida de Simone ao vivo e a cores Simone esteve em Beja para contar, em pessoa, a sua extraordinária história de vida. Foi na biblioteca da cidade, na noite de sexta-feira, perante um auditório rendido às páginas de Simone, Força de Viver, uma biografia escrita a meias com Patrícia Reis.
Giacometti recordado em Ficalho Os Chocalheiros de Ficalho no desfile que abriu, no sábado, os festejos de homenagem a Michel Giacometti, o etnomusicólogo corso que deixou e levou boas memórias desta freguesia do concelho de Serpa. Ouviu-se cantar à alentejana, no presente e em registos arquivados.
Mais um “sábado em família” na Biblioteca de Mértola Tapetes que contam histórias. Eis a proposta da atividade “Contapetes” que preencheu mais uma sessão do programa “Sábado em família”, promovido pela Biblioteca Municipal de Mértola. Para crianças dos três aos 10 anos, sob a orientação de Nuno Coelho.
Zambujo num “concerto versátil” em casa Os santos da casa às vezes fazem milagres. Pelo menos, no que toca aos concertos de António Zambujo em Beja, que nunca deixam cadeiras por ocupar. Na sexta-feira foi assim no espaço Os Infantes, no primeiro dos Concertos Versáteis de 2014.
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A gestão do museu é feita com imensas dificuldades. Com entraves e sufocos. Sobretudo, sem uma perspetiva segura de futuro. No fundo, muita gente olha para a assembleia e para o museu e pergunta: “Mas afinal, para que raio é que aquilo serve?”. O que quer dizer que o próprio museu vai ter de trilhar novos caminhos.
Entrevista
Novo presidente da ADB defende passagem do museu para a Câmara de Beja
“O museu regional faz lembrar uma bela adormecida no seu esquife” Santiago Macias, que preside ao município de Moura, foi recentemente empossado presidente da Assembleia Distrital de Beja (ADB). Uma entidade que o próprio considera “anacrónica” e “sem sentido” face ao seu atual enquadramento e que apenas serve como “palco de luta política”. Macias viu esta terça-feira, 14, aprovado por unanimidade o orçamento da ADB para 2014. São 372 700 euros, mas destes apenas menos de um por cento são despesas de capital: “A ARB consome o orçamento sem uma perspetiva de investimento”. Isto, numa altura em que as câmaras associadas devem perto de 120 mil euros em transferências atrasadas. O património e os custos operacionais da ADB, instituição que quase se esgota na gestão do Museu Regional de Beja, deve, segundo Santiago Macias, passar de forma faseada ao longo dos próximos oito anos, para a posse da Câmara Municipal de Beja. Uma vez que as restantes autarquias olham para a instituição como “um fardo e uma chatice”. Esta ideia será debatida e votada em próxima reunião magna da ADB, mas conta já com a oposição de Manuel Narra, presidente da Câmara Municipal de Vidigueira. Texto Paulo Barriga Fotos Orlando Fialho
Ainda faz sentido existir a Assembleia Distrital de Beja?
Sinceramente, acho a assembleia distrital um tanto anacrónica. Não faz sentido existir com o enquadramento que atualmente tem. É uma instituição que respondeu, em tempos, a necessidades concretas, que se pensava que iriam ser substituídas pelo processo de regionalização. Aliás, sem órgãos regionais, não é formalmente possível extinguir as assembleias distritais. Como
esse processo encravou, temos assembleias que vão existindo, sem futuro à vista. São um palco de luta política, com efeitos práticos limitados. À boa maneira portuguesa “vamos indo…”. O anterior presidente da mesa da ADB, António Sebastião, chegou a afirmar que esta entidade não servia para nada, a não ser para gerir o Museu Regional de Beja. Concorda?
No essencial, sim. Assembleia e museu confundem-se. Que a assembleia distrital exista para gerir um museu não é, em si, um problema. Desde que a assembleia queira assumir essa tarefa de alma e coração. Ora, na verdade, nunca dei por isso. A legislação vai ser alterada. Não sabemos ainda os contornos precisos, até porque a realidade das assembleias distritais difere muito de região para região. Mas, em recente reunião tida com o secretário de Estado da Administração Local, senti abertura quanto à procura de soluções práticas e realistas. Há, contudo, que ter em conta que estas assembleias são expressamente mencionadas na Constituição, pelo que a sua extinção, pura e simples, não é possível… E como se pode gerir o museu se parte dos membros da ADB, os municípios do Baixo Alentejo, não pagam as dotações a que estão obrigados?
Peço desculpa, mas os municípios fazem os possíveis por pagar essas dotações. Há apenas dois casos mais complicados, mas mesmo esses estão a ser ultrapassados. A gestão do museu é feita com imensas dificuldades. Com entraves e sufocos. Sobretudo, sem uma perspetiva segura de futuro. No fundo, muita gente olha para a assembleia e para o museu e pergunta: “Mas afinal, para que raio é que aquilo serve?”. O que quer dizer que o próprio museu vai ter de trilhar novos caminhos. Qual é o valor da dívida dos municípios à ADB e quais são as câmaras devedoras?
A dívida é na ordem dos 120 mil euros. Não vou especificar quem deve, nem o que deve. Até porque há planos de pagamento em curso. Prefiro sublinhar a boa vontade generalizada em resolver os problemas existentes. Noto, da parte dos meus colegas, uma sincera preocupação em ultrapassar todo o tipo de constrangimentos. No dia 14 foi apresentado e votado o orçamento da ADB. Estamos a falar em verbas de que ordem?
Estamos a falar de um orçamento de 372 700 euros. O mais preocupante é você olhar para o orçamento e constatar que desse montante apenas 3 300 euros (0,88 por cento) são despesas de capital. Ou seja, a assembleia consome o seu orçamento sem ter uma perspetiva, ou uma possibilidade, de investimento.
Diário do Alentejo 17 janeiro 2014
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No seu blogue pessoal desabafou que estava perante uma “situação lixada”. O que quis dizer concretamente?
Claro que é uma situação lixada. Imagine que, de um dia para o outro, lhe cai em cima a responsabilidade de ter de trabalhar para encontrar soluções para esta situação. Ser presidente da assembleia distrital não é um mero exercício burocrático. Não o é para mim, como não o foi para quem me antecedeu. Assumi esta tarefa com empenho e com a convicção de que poderei dar algum contributo no delinear de uma solução para o futuro do museu. A grande prioridade desta nova mesa, já o afirmou, passa por assegurar o funcionamento do museu e o seu financiamento. Que estratégia pensa seguir para atingir estes objetivos?
Só há dois caminhos: o museu é assumido pela Cimbal (Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo) ou pela Câmara Municipal de Beja. Pessoalmente, vejo a passagem para a Cimbal como “mais do mesmo”. Não creio que a solução seja suficientemente flexível para dar capacidade de manobra ao museu regional. Também referiu que a ADB estava numa espécie de “limbo administrativo”… Concorda com a corrente, de alguma forma generalizada, que defende a passagem do museu regional para a tutela direta da Câmara Municipal de Beja?
Essa é, na minha opinião, a solução ideal. O museu está em Beja, é uma marca importante da cidade, tem um enorme potencial e deve ser colocado ao serviço de uma estratégia de promoção da região. Isso só pode ser conseguido seguindo, administrativamente, duas vias: primeiro, o património da assembleia distrital teria de passar para a Câmara de Beja, por não me parecer lógico nem justo que uma entidade arcasse com custos sem ter benefícios; segundo: defendo uma diluição de custos, nomeadamente os PUB
de pessoal, no tempo. Ou seja, a Câmara de Beja não deveria arcar com as despesas de uma vez só, mas sim de forma gradual, num horizonte de oito anos. Passando dos 60 por cento atuais para 100 por cento. Isso implica encontrar um quadro legal que o possibilite. Mas se houver vontade política, as soluções aparecem. O anterior executivo bejense, nomeadamente o ex-presidente Pulido Valente, por seu lado, pretendia a integração do Museu Regional na Cimbal. É uma solução com viabilidade para ambas as entidades?
As posições de Jorge Pulido Valente a este propósito não deixam de ter a sua graça. Quando era presidente da Câmara de Mértola várias vezes o ouvi defender que deveria ser Beja a ter a responsabilidade do museu. Depois, enquanto presidente da Câmara de Beja passou a sustentar o contrário. No fundo, nunca contribuiu para que se encontrasse solução alguma. Pelas razões que acima referi, a integração na Cimbal não me parece ter interesse. As autarquias continuarão a olhar para a instituição museu regional como um fardo… Se for essa a posição da maioria, acato-a. Mas não estou de acordo. O que pretende transmitir quando declarou que a viabilidade do museu regional passa por encontrar “soluções marcadamente criativas”?
Um museu com o potencial do de Beja não pode trabalhar, apenas e só, a partir das comparticipações camarárias. Isso é prolongar a agonia. Há componentes científicas a promover (encontros, seminários etc.), mas há também um trabalho de promoção do museu a fazer. E isso abrange várias vertentes, incluindo uma marcadamente “comercial”. Defendo, no que diz respeito à parte científica ou de investigação, a abertura do museu à comunidade científica, através de um programa de curadorias em sistema rotativo, que
Essa é, na minha opinião, a solução ideal [o museu passar para a Câmara em Beja]. O museu está em Beja, é uma marca importante da cidade, tem um enorme potencial e deve ser colocado ao serviço de uma estratégia de promoção da região. traga ao museu propostas formuladas a partir do meio museológico, tendo as coleções de Beja como ponto de partida. Penso também que o museu terá de procurar, de forma mais intensa, contactos e ligações às empresas da região. Não tanto pelo mecenato em si (dizia Diogo Bernardes, no século XVI, que “de mecenas tanto temos como de brancos tem a Etiópia”), mas por uma necessidade de abertura que me parece imprescindível. A atual fórmula de cálculo das comparticipações municipais à ADB, que imputa cerca de 50 por cento do orçamento à Câmara de Beja, está bem conseguida ou pode sofrer alterações?
Não são 50 por cento, é mais do que isso. Na linha do que acima afirmei, penso que a gestão deve ser assumida pela Câmara de Beja, ainda que de forma gradual. Parece-me também crucial que o museu regional se envolva ativamente em projetos financiados pelos fundos europeus. Há muito tempo que o venho dizendo. Parece-me ser uma fórmula possível para avançar com novos projetos. Em que estado se encontra o Museu Regional de Beja?
Choca-me que o museu seja visto como um fardo e uma chatice. O que acima afirmei não representa qualquer tipo de censura, quanto ao tipo de orientação técnica seguida. Tenho grande estima e consideração pelo José Carlos Oliveira, pela sua equipa e por todos os trabalhadores que ali desenvolvem a sua atividade. Mas isso não me obriga a estar de acordo com tudo. Enquanto arqueólogo e historiador considera que o trabalho desenvolvido pela direção do museu, apesar das dificuldades orçamentais, tem sido o melhor ou devem ser implementados novos processos de trabalho e de valorização daquele espaço museológico?
De algum modo, já respondi antes. Independentemente do trabalho efetuado – conhece algum sítio com um núcleo da qualidade do Santo Amaro? – é sempre possível e desejável levarmos a cabo novos processos de trabalho. O esforço que nos leva a querer, sempre, melhorar, é salutar. No Museu de Beja há margem de manobra para crescer. E há, tem de haver, espaço para uma promoção mais agressiva. Mas para isso é também necessário um novo enquadramento político e administrativo. Que importância tem, de facto, o Museu Regional de Beja?
Tem uma importância extraordinária, dos pontos de vista histórico e patrimonial. Sabe que, há meses, veio cá, de propósito, uma professora da Sorbonne, só para ver a janela da Soror Mariana? A coleção tem aspetos extraordinários, com grandes peças de época romana, com notabilíssimas pinturas do século XVI, com um núcleo visigótico a que já me referi, com azulejaria e com ourivesaria… Está instalado num edifício carregado de peso histórico e que encontramos em todos os guias turísticos. O museu regional faz lembrar uma bela adormecida no seu esquife. Entrevista concedida por email
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Atual Câmara ultrapassou limites de endividamento impostos pelo Governo
Orçamento de Serpa leva corte de 1,2 milhões de euros Serpa ultrapassou o limite de endividamento estabelecido pelo Governo em mais de quatro milhões de euros. Uma derrapagem respeitante aos exercícios de 2011 e 2012 e que penaliza a câmara em 1,2 milhões de euros no orçamento de 2014. A oposição socialista considera a situação “embaraçosa” e “vergonhosa”. Já o executivo comunista admite que “conhecia os riscos” e que decidiu avançar com os empréstimos em causa “para evitar prejuízos maiores” para o concelho. Texto Paulo Barriga Foto José Serrano
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erpa é a única câmara do Alentejo que está entre as oito que não cumpriram os limites de endividamento estabelecidos pelo Governo. Num despacho conjunto dos secretários de Estado do Orçamento e da Administração Local, publicado em “Diário da República” a 10 de janeiro, é estabelecida uma redução de 10 por cento nos duodécimos das transferências do Fundo de Equilíbrio Financeiro para esta autarquia, o que equivale a 1,274 milhões de euros. Dinheiro que será canalizado para o Fundo de Regularização Municipal e que servirá para pagar dívidas da edilidade serpense a fornecedores. “Em abono da verdade”, sugere o vereador socialista Noel Farinho, “a Câmara Municipal de Serpa, em virtude de sucessivas más decisões políticas, acaba por ficar sob assistência da administração central”. Uma vez que “as verbas agora retiradas ao orçamento autárquico não vão ser geridas pelo executivo, mas antes pelo Governo. O que é embaraçoso e vergonhoso para uma câmara dita comunista. Isto é uma bola de neve que
obriga a autarquia a grandes constrangimentos financeiros”. Opinião diametralmente oposta tem o atual presidente da autarquia. Tomé Pires refere que as decisões políticas e financeiras que levaram a esta situação serviram para “garantir o acesso da população do concelho a equipamentos que melhoram a sua qualidade de vida”. A derrapagem do índice de endividamento da Câmara Municipal de Serpa respeita aos exercícios municipais de 2011 e 2012. Altura em que, nas palavras de Tomé Pires, “a autarquia tinha diferentes projetos candidatados aos fundos comunitários, muitos deles já adjudicados e em obra”. Neste quadro, prossegue Tomé Pires, “havia apenas dois caminhos a seguir. Ou nos comportávamos como bons alunos e parávamos as obras, pagando as necessárias indemnizações e ficando sem dinheiro nem equipamentos fundamentais para a população. Ou avançávamos, correndo riscos, para a sua conclusão em nome do bemestar da população. Seguimos pelo segundo caminho”. Um caminho muito contestado pela vereação socialista na Câmara de Serpa. Noel Farinho, que em setembro perdeu as eleições para Tomé Pires, refere que “há já vários anos que o PS vem alertando para o problema do endividamento que a 31 de setembro superava já os 12 milhões de euros”. Na opinião do vereador socialista, “esta calamitosa situação é o resultado do exercício de políticas governamentais de forma festivaleira e descontextualizado das reais necessidades das populações”. Confrontado com estas acusações, Tomé Pires realça as obras que estavam em curso e que foram abrangidas pelo empréstimo bancário que fez
derrapar o endividamento: A requalificação do Museu de Arqueologia de Serpa, a construção do Musibéria, as ciclovias de Serpa, Brinches e Vila Nova de São Bento, a Casa do Cante ou o Centro Escolar de Serpa. “Teríamos concretizado todas estas e muitas outras obras dentro dos limites de endividamento imposto pelo Estado, caso, a meio do jogo, não tivessem alterado a fórmula de cálculo. Quando lançámos os projetos, a autarquia tinha uma fasquia de endividamento na ordem dos 12 milhões de euros e dividas a médio e longo prazo na ordem dos oito milhões de euros. Esse topo de 12 milhões, entretanto, passou para seis milhões, o que nos deixou logo fora dos limites legais”. Noel Farinho, entretanto, pede medidas concretas ao executivo municipal para “traçar um plano estratégico de restruturação da dívida que devolva a dignidade ao concelho e que o faça sair do resgate”. Um problema que também desagrada a Tomé Pires que fala em “cerco à autonomia do Poder Local”. Assume o presidente da autarquia que esta retenção de 1,2 milhões de euros para o Fundo de Regularização Municipal “tira-nos alguma autonomia para gerir. Isto, associado à redução das transferências do Fundo de Equilíbrio Financeiro e ao aumento dos encargos, conduz à asfixia financeira das autarquias”. De acordo com o despacho agora publicado, a redução do orçamento da Câmara Municipal de Serpa será reapreciada no primeiro semestre de 2014, “após análise da evolução do endividamento municipal verificado em 2013”. Nas mesmas circunstâncias de Serpa estão as autarquias de Câmara de Lobos, Cartaxo, Espinho, Freixo de Espada à Cinta, Lagos, Chaves e Lages das Flores.
A Assembleia Municipal de Vidigueira, em moção aprovada por maioria no último dia 20 de dezembro, manifesta “preocupação” pelas notícias que dão conta “do encerramento de mais um serviço no concelho”, o da repartição de Finanças, “que, para além de dificultar o acesso dos cidadãos aos serviços, se consubstanciará na perda de postos de trabalho”. O documento “repudia”, de uma maneira geral, as “medidas economicistas que eliminam os serviços em função de sustentabilidades económicas duvidosas”, e será dado a conhecer aos órgãos representativos do Estado português, nomeadamente Assembleia da República, Presidente da República, Governo e grupos parlamentares.
Celebrados em Castro acordos para reposição das 35 horas Foram assinados, na quinta-feira, dia 9, os acordos coletivos de Entidade Empregadora Pública entre o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL), a Câmara de Castro Verde e as juntas de freguesia do concelho, que contemplam a reposição das
35 horas de trabalho semanais para os trabalhadores daquelas autarquias. Apesar de a câmara local ter demonstrado publicamente a sua discordância perante a lei que obrigava a cumprir o horário das 40 horas de trabalho semanais, “esta é uma lei aprovada em Assembleia da República, motivo pelo qual os trabalhadores têm estado a cumprir o horário
de 40 horas”, explicou o presidente do executivo, Francisco Duarte, justificando a subscrição dos referidos acordos, propostos pelo STAL, “que permitirão reduzir esse horário para a situação anterior”. Os acordos celebrados seguiram para a Secretaria de Estado da Administração Pública, para homologação e publicação em “Diário da República”.
Média dos cortes para as autarquias ronda os 10 por cento
Orçamentos municipais do Baixo Alentejo
Baixo Alentejo perde 36 milhões
(Comparação dos valores de 2013 e 2014, em euros e percentagem) Ano 2014 Ano 2013 20 358 144€
Alcácer do Sal
15 170 575€
33 887 600€
-399 717€
-9%
-782 400€
-2%
-970 000€
-7%
-490 698€
-9%
-1 686 120€
-11%
-2 129 498€
-10%
-2 247 481€
-14%
-8 826 274€
-30%
-2 685 000€
-8%
+1 620 467€
+8%
-1 725 700€
-5%
-2 483 100€
-10%
-12 321 013€
-27%
15 279 320€ 21 311 363€
Grândola
23 440 861€ 13 733 575€
Mértola
15 981 056€ 20 254 000€
Moura
29 080 274€ 30 710 000€
Odemira
33 395 000€ 19 955 500€
Ourique
18 335 033€ 30 720 500€
Santiago do Cacém
32 446 200€ 22 413 500€
Serpa
Em apenas um ano, de 2013 para 2014, os municípios do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral veem os seus orçamentos ceifados em mais de 36 milhões de euros. O corte nas transferências da administração central para as autarquias, a diminuição das receitas próprias, o encerramento do Quadro de Referência Estratégica Nacional a 31 de dezembro último e o aumento geral dos encargos correntes apontam para um ano pobre em termos de investimentos municipais. Texto Paulo Barriga Gráfico José Serrano
13 593 200€
24 896 600€ 33 453 540€
Sines
45 774 553€ 10 507 887€
Total 2013
-8%
5 450 316€
Ferreira
Total 2014
-359 450€
13 500 000€ 4 959 618€
Vidigueira
-8%
34 670 000€ 12 530 000€
Cuba
-1 038 987€
4 392 006€
Beja
Castro Verde
-7%
4 720 700€ 3 992 289€
Barrancos
-1 162 328€
13 644 051€ 4 361 250€
Alvito
-5%
16 332 903€ 12 605 064€
Almodôvar
-1 023 702€
21 381 846€
Aljustrel
07 Diário do Alentejo 17 janeiro 2014
Assembleia Municipal preocupada com fecho das Finanças em Vidigueira
+2 462 752€
+30%
-36 248 249€
-10%
8 045 135€
324 517 605€ 360 765 854€
Diferença entre o valor total do orçamento para os municípios do Baixo Alentejo, de 2013 para 2014
A
Câmara Municipal de Beja é aquela que, percentualmente, menos sofre com esta vaga de cortes orçamentais. A autarquia da capital de distrito perde pouco mais de 780 mil euros face a 2014, perto de dois pontos percentuais. Já aquela que sofrerá maior abatimento face ao ano passado será a edilidade de Moura, menos 31 por cento (8, 826 milhões de euros). Em termos absolutos, a Câmara Municipal de Sines é aquela que tem o orçamento mais elevado, 45,7 milhões de euros, mas também é aquela que sofre um maior decréscimo: 12, 3 milhões de euros. Já as autarquias mais pequenas são as que têm o seu orçamento menos recortado: Alvito (menos 359 mil euros), Barrancos (menos 399 mil euros) e Cuba (menos 490 mil euros). Em contraciclo estão os municípios de Ourique e Vidigueira. Ambos sofrem um acréscimo nas verbas disponíveis em 2014 face a 2013: oito e 30 por cento, respetivamente. Este aumento está essencialmente relacionado com candidaturas comunitárias que foram aprovadas neste exercício e cujo montante total, mesmo as verbas a fundo perdido, aparecem em sede de orçamento. Já a Câmara Municipal de Serpa viu o seu orçamento de 2014 reduzido em 2,4 milhões de euros. Metade dos quais foram afetados ao Fundo de Regularização Municipal, em virtude de esta autarquia ter ultrapassado os limites de endividamento nos exercícios de 2011 e 2012 (ver notícia na pág. 6). Nas diferentes notas justificativas preliminares aos documentos orçamentais, a grande maioria dos municípios da região alerta para a dureza dos cortes e para o “mau ano que se adivinha”. Em termos de execução, a grande inovação, precisamente por 2014 ser um ano transitório em termos de quadro comunitário, é a prioridade geral se centrar nas áreas sociais do Estado, rúbricas que anteriormente competiam com grande relevância à administração central. As dotações do Orçamento Geral do Estado para as autarquias, provenientes do Fundo de Equilíbrio Financeiro, são calculadas em função de três pilares: área territorial, população e desenvolvimento económico. Sendo que, neste último, as autarquias, por vontade expressa, podem receber cinco por cento sobre a taxa de IRS cobrada na sua área de intervenção geográfica.
Diário do Alentejo 17 janeiro 2014
TEIXEIRA CORREIA/”JN”
08
SEF em Beja Altura em que estavam a ser efetuados os pagamentos em dívida aos trabalhadores imigrantes
Os alegados traficantes desenvolviam atividade em Portugal e Espanha
Constituídos dois arguidos por suspeita de tráfico de pessoas em Beja O SEF desenvolveu diligências relacionadas com os 22 imigrantes contratados pelos arguidos para trabalhar na apanha da azeitona em olivais na zona de Beja, onde “se encontravam em situação de extrema vulnerabilidade”, uma vez que não estavam a ser remunerados pelo trabalho efetuado.
A
s duas pessoas que contrataram os 22 imigrantes, que passaram fome em Beja devido a falta de pagamento por trabalho na apanha de azeitona, foram constituídas arguidas e são suspeitas de tráfico de pessoas e burla, foi anunciado na terça-feira, dia 14. Em comunicado, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF)
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refere que os dois cidadãos estrangeiros, “alegados traficantes”, com residência e atividade empresarial em Espanha e Portugal, foram constituídos arguidos, no âmbito de uma investigação em curso relativa ao crime de tráfico de pessoas. No âmbito da investigação, o SEF desenvolveu diligências relacionadas com os imigrantes, os quais tinham sido contratados pelos arguidos para trabalhar na apanha da azeitona em olivais na zona de Beja, onde “se encontravam em situação de extrema vulnerabilidade originada pela falta de remuneração” pelo trabalho que tinham efetuado. O SEF explica que ouviu as alegadas vítimas e os depoimentos prestados foram
“consistentes com a prática dos crimes de tráfico de pessoas, burla relativa a trabalho ou emprego e ameaça” por parte dos arguidos em relação aos imigrantes, aos quais foi providenciado apoio, acolhimento e proteção em articulação com a Cáritas de Beja. Segundo o SEF, foi apreendida documentação que atesta que os arguidos contrataram e colocaram os imigrantes a prestar serviço na apanha da azeitona em olivais nas imediações de Beja. Os arguidos alegaram não ter procedido ao pagamento do trabalho efetuado pelos imigrantes por si contratados porque “não conseguiram receber as somas acordadas com os empregadores nacionais, proprietários das herdades
onde os trabalhadores prestaram serviço”. Por sua vez, refere o SEF, os proprietários das herdades justificaram o atraso nos pagamentos com “várias irregularidades fiscais” que os arguidos apresentavam. O caso terminou com a regularização das dívidas aos imigrantes, refere o SEF, explicando que os empregadores nacionais acabaram por entregar as quantias acordadas aos arguidos, os quais depois liquidaram os pagamentos em falta aos trabalhadores. Segundo o SEF, a investigação criminal prossegue, sob direção do Ministério Público de Beja, pelos indícios dos crimes de tráfico de pessoas, burla relativa a trabalho ou emprego e ameaça.
Bastonário da Ordem dos Médicos em Beja para tomada de posse
09
Cristas “insensível” para com trabalhadores imigrantes Luís Pita Ameixa, deputado socialista eleito por Beja, acusa a ministra da Agricultura de “insensibilidade” para com a condição dos trabalhadores agrícolas imigrantes, e o Governo de não ter “qualquer estratégia ou preparação para lidar com a situação”. O parlamentar
lembra, em comunicado, uma pergunta que endereçou ao Governo em novembro e a resposta recentemente recebida, segundo a qual a matéria levantada pelo deputado “não se encontra nas atribuições do Ministério da Agricultura”. O deputado volta a denunciar os contingentes de imigrantes que chegam ao Baixo Alentejo para trabalhos sazonais na
Diário do Alentejo 17 janeiro 2014
Tomam posse, no próximo dia 20, os órgãos eleitos do Distrito Médico de Beja, para o triénio 2014/2016, numa cerimónia que terá lugar pelas 21 e 30 horas, na sede de Beja da Ordem dos Médicos (rua Manuel António de Brito, 2, 1.º esquerdo). A sessão, que será antecedida por uma receção aos internos, a cargo do médico Apolino Salveano de Almeida, contará com a presença do bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva.
agricultura e que “não têm tido as condições de trabalho e de instalação condignas que são exigíveis numa sociedade civilizada e humanista”. E defende, por isso, que “não basta inspeções e processos policiais” e que “Portugal tem de ter uma estratégia de acolhimento pautada por padrões exigentes e humanistas”.
Reorganização dos serviços da Ulsba continua
A reorganização dos serviços hospitalares da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (Ulsba) continua com a criação, pela primeira vez em Beja, de uma enfermaria mista. No final do ano a administração criou um novo serviço de especialidades médicas para juntar neurologia, pneumologia, hematologia e doentes com AVC, e reduziu 10 camas no serviço de cirurgia geral, seis das quais deixaram de ter qualquer uso.
JOSÉ SERRANO
Enfermaria mista é novidade
Texto Anibal Fernandes
O
“reforço da atividade cirúrgica de ambulatório” é uma das razões apresentadas numa nota de serviço da administração da Ulsba, para justificar a redução para 40 camas no serviço de cirurgia geral e o corte de duas no serviço de ortopedia no Hospital José Joaquim Fernandes, em Beja. O documento a que o “Diário do Alentejo” teve acesso dá conta do encerramento das enfermarias 1 e 7 e do quarto 1. “As quatro camas do quarto 1 e enfermaria 1 passam para a responsabilidade da cirurgia de ambulatório”, lê-se na nota de serviço que contabiliza seis camas “retiradas do serviço”. O serviço de ortopedia também foi amputado em duas camas para reforçar o ambulatório. A informação, assinada pelo vogal executivo José Gaspar, em nome da presidente do conselho de administração (CA) da Ulsba, Margarida Silveira, justifica a aposta na cirurgia de ambulatório com “o aumento da efetividade, da qualidade dos cuidados e da eficiência na organização hospitalar”, para além de beneficiar
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Ulsba recebe 22 médicos internos
A
Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo recebeu este mês 15 médicos internos do ano comum e sete para formação em diversas especialidades. De acordo com uma nota publicada no site da instituição, Emília Duro, assessora do conselho de administração e diretora do internato médico, dirigindo-se aos internos, destacou “a tradição em formação de qualidade” do Hospital de Beja e acentuou “a importância do conhecimento do Código Deontológico da Ordem dos Médicos, a aprendizagem da comunicação com o doente e com a família e o bom relacionamento que deve existir entre todos os profissionais”. Ainda segundo números disponibilizados pela Ulsba, neste momento, o Hospital José Joaquim Jorge conta com um total de 90 médicos internos. Em 2012, dos seis médicos do ano comum que fizeram a sua formação na capital do Baixo Alentejo, quatro decidiram continuar a formação específica no mesmo local. No ano passado, dos 10 internos acolhidos, metade continuaram ligados à Ulsba, para fazer a sua formação específica. É consensual que para se conseguir a fixação de médicos especialistas em Beja é preciso garantir as autorizações de capacidade formativa da Ordem dos Médicos. Na entrevista dada ao “DA” em dezembro de 2013, José Robalo, presidente da Administração Regional de Saúde do Alentejo (ARSA), destacou a importância de “alargar o número de internos da especialidade no Alentejo, porque são esses internos que, provavelmente, vão cá ficar”.
os utentes que, assim, podem contar com o “acompanhamento familiar” durante a recuperação e a “diminuição das listas de espera”. O objetivo para 2014 é “manter o reforço da atividade ambulatória, nomeadamente no serviço de oftalmologia, e consolidar a produção das restantes especialidades”, lê-se na nota de serviço. O CA decidiu criar, no 3.º piso do hospital, o serviço de especialidades médicas, com 12 camas, seis das quais “alocadas ao tratamento de doentes de AVC” e duas para cada uma das outras especialidades: neurologia, pneumologia e hematologia. De acordo com opiniões recolhidas pelo “DA”, esta questão não é pacífica entre os profissionais de saúde da Ulsba. Alguns consideram que “a separação dos doentes por género é um dos pressupostos para um tratamento de qualidade”, o que não estará assegurado com esta política de “tudo ao molho”. As mesmas fontes assinalam que “enfermarias mistas” é uma situação que “nunca tinha acontecido” no Hospital de Beja. Uma das razões apontadas no documento para a junção da unidade de AVC a este novo serviço é “a falta de médicos para constituir uma equipa própria dedicada a este setor” que tem um “número significativo de doentes em fase aguda internados nos serviços de medicina”. Apesar disso, o CA garante que “o hospital continua a dispor de capacidade de tratamento dos doentes com AVC considerando que mantém um sistema de organização de cuidados prestados a estes doentes numa área geograficamente bem definida”.
Eusébio vai dar nome a rua em Beja
Diário do Alentejo 17 janeiro 2014
10
A Câmara de Beja decidiu, na reunião do executivo de dia 8, atribuir o nome do ex-futebolista português Eusébio da Silva Ferreira, considerado “o rei” do futebol e falecido no domingo, 5, a uma rua da cidade. Segundo o presidente do município, João Rocha, em declarações à Lusa, a decisão de atribuir a uma rua da cidade o nome de Eusébio, “ilustre figura do futebol nacional e verdadeiro embaixador de Portugal”, foi aprovada, por unanimidade. A
Município de Almodôvar e EDP atribuem bolsas de estudo O município de Almodôvar e a EDP Renováveis atribuíram, no último dia 27 de dezembro, cinco bolsas de estudo a alunos do concelho, com um valor total de cinco mil euros. O apoio insere-se no projeto Green Education Portugal 2013 e a seleção dos candidatos
proposta foi apresentada pelos três vereadores da oposição PS e foi votada favoravelmente pelos quatro eleitos da maioria CDU. Trata-se de uma “simbólica homenagem”, que “representa o reconhecimento” de Eusébio enquanto “personalidade ímpar e incontornável da história do desporto português e mundial e ser humano”, disse João Rocha, frisando que todos os amantes de futebol e os portugueses ficaram “mais pobres” com a morte do ex-futebolista.
foi da responsabilidade do Departamento de Recursos Humanos da EDP Renováveis e de um comité interno de seleção da empresa. António Bota, presidente da Câmara de Almodôvar, enalteceu a parceria entre a EDP Renováveis e o município, referindo que iniciativas deste género “são sempre bem-vindas, tendo em conta a necessidade cada vez
maior dos estudantes e encarregados de educação” e que o executivo que dirige “não poupará esforços para encontrar soluções de ajuda e apoio a quem precisa”. No âmbito deste protocolo, foram atribuídas duas bolsas no valor de 500 euros (ensino básico), duas bolsas de mil euros (ensino secundário) e uma bolsa de dois mil euros (ensino superior).
Nova administração continua a afirmar que se devem dois milhões
Acordo entre a EMAS e a Águas do Alentejo afinal é de 1,18 milhões de euros O valor global do acordo de pagamentos celebrado entre a Empresa Municipal de Águas e Saneamento de Beja (EMAS) e a Águas Públicas do Alentejo (AGDA) é de 1, 18 milhões de euros e não de dois milhões, como informou na passada semana a nova administração desta empresa bejense. O “Diário do Alentejo” acedeu a parte do contrato firmado entre as duas entidades e confirmou que o plano de pagamentos envolve 48 prestações mensais, terminando em junho de 2016 e não daqui a 15 anos.
R
ui Marreiros, anterior administrador executivo da EMAS fala agora da “forma leviana como se criaram manobras de diversão política” e “encenações” com “base na mentira” em torno da “suposta dívida” à AGDA. Marreiros volta a sublinhar que a EMAS “não tem qualquer dívida em atraso” e que estamos a falar de um plano de pagamentos que a empresa “tem PUB
Tabela Livre ADSE ADMG PSP
plena capacidade para cumprir”. O atraso no pagamento das prestações à AGDA, segundo Rui Marreiros, deveu-se ao facto de “a anterior administração ter deixado a empresa numa situação económica muito difícil”. Os valores em causa “são relativos ao fornecimento de alguns serviços ocorridos entre
agosto de 2011 e maio de 2012”. Marreiros relembra ainda que o contrato inicial com a Águas Públicas do Alentejo, “com todas as valias e encargos que dele decorrem foi assinado pelo executivo liderado pelo dr. Francisco Santos [CDU]”. E adianta ainda que “foi exatamente nesse momento que
se comprometeram para o futuro os ónus e os encargos em que incorreriam as entidades pertencentes à parceria”. Foi na altura da celebração desse contrato, prossegue Rui Marreiros, “que teria sido o momento oportuno para acautelar e defender o peso e o posicionamento estratégico da EMAS neste sistema”.
Francisco Caixinha, atual diretor executivo da EMAS, prefere não comentar este assunto enquanto o novo conselho de administração da empresa não se pronunciar, mas não deixou de assumir que a verba acordada com a AGDA é mesmo de dois milhões de euros, relativos a uma dívida de 1,18 milhões de euros e a outra de mais de 800 mil euros. E que o prazo para liquidar este montante é mesmo de 15 anos. Rui Marreiros diz que estes números “não têm ponta por onde se lhe pegue” e que “distorcem a realidade”. Marreiros exige mesmo que a nova administração da EMAS “faça prova pública documental dos valores que teima em publicitar”. No fecho desta edição do “Diário do Alentejo”, recebemos uma nota da empresa Águas Públicas do Alentejo que refere que “na realidade o que existe é um acordo de transação, assinado em julho de 2012, para o pagamento de uma dívida no valor de 1 180 847,07 euros, a efetuar em 48 prestações mensais, ou seja, em quatro anos e não em 15”.
A 13.ª edição da Feira do Queijo do Alentejo, anunciada pelo município de Serpa para os próximos dias 28 de fevereiro, 1 e 2 de março, tem suscitado uma procura de expositores que “excede a expetativas” da organização. “Um maior número de inscrições de expositores revela o grande interesse que este evento suscita, tanto a nível local como regional”, revela a autarquia local em nota de imprensa, adiantando que o Pavilhão de Feiras e Exposições já tem “lotação esgotada e vários
Ovibeja já abriu inscrições para a 31.ª edição A 31.ª edição da Ovibeja, que tem já data marcada para o período entre 30 de abril a 4 de maio, “já está em marcha”, divulga a organização, a ACOS – Agricultores do Sul, informando que as inscrições para os expositores já estão abertas e que “já há muitos interessados em participar”. Sendo uma feira que “projeta
pedidos em lista de espera”. Ao todo, receberá mais de 100 expositores, cerca de metade dos quais de queijo de diversas proveniências: Serpa, da Serra, Terrincho, Azeitão, Vila Velha de Rodão, Nisa, Évora, da Ilha, Fundão. Ao queijo, que será rei por esses dias, juntar-se-ão o artesanato, os produtos regionais, as tasquinhas com gastronomia típica e outras atividades ligadas ao mundo rural, além da animação, garantida pela música popular e pelos grupos corais em desfile.
todos os sectores de atividade”, com especial ênfase na agricultura, a Ovibeja “é um investimento”, apelam os organizadores, lembrando os “largos milhares de visitantes” que acolhe todos os anos, entre os quais se incluem as “visitas empresariais”, o que “permite a muitos expositores criarem na Ovibeja excelentes carteiras de negócios.” Entre os produtos agroalimentares
11 Diário do Alentejo 17 janeiro 2014
Pavilhão de exposições esgotado para a Feira do Queijo em Serpa
promovidos, “o azeite é um dos que mais tem contribuído para marcar pontos cá dentro e lá fora”, sustenta a ACOS que, para potenciar a aposta cada vez maior na qualidade do azeite português, se junta à Casa do Azeite – Associação do Azeite de Portugal no lançamento da 4.ª edição do Concurso Internacional de Azeite Virgem Extra – Prémio Ovibeja, que já está a receber inscrições. PUB
“A minha escola” mostra como era uma sala de aula no século XX
Escola de Almeirim acolhe novo núcleo do Museu da Ruralidade Através do mobiliário ou dos manuais escolares, o visitante vai poder recuar no tempo até aos 60, data a partir da qual começou a funcionar a escola de Almeirim, no concelho de Castro Verde. Um edifício construído no âmbito de um plano de construção de salas de aula pensado pelo Estado Novo em 1941.
O
Museu da Ruralidade, em Entradas, Castro Verde, vai ter um novo núcleo a inaugurar no próximo dia 23, em Almeirim, sob a designação “A minha escola”. O projeto, avança o município local, “procura mostrar como era uma sala de aula no século XX, tanto na compo-
nente do mobiliário como na dos recursos didáticos, mas sobretudo nos programas curriculares que aqui aparecem bem representados na importante coleção de manuais escolares já depositados naquele espaço”. Recorde-se que a escola de Almeirim foi construída entre 1958 e 1959, substituindo a habitação número 7 da atual rua 25 de abril daquela localidade. Iniciou a sua atividade no ano letivo de 1959/1960 com a professora Felicidade Santiago Algarvio, residente em Entradas e funcionou até ao ano de letivo de 2005/2006, tendo como último docente Carolina Cabaça. Construída na última fase do Plano dos Centenários, a escola de Almeirim é fruto de um plano de construção
de salas de aula pensado pelo Estado Novo em 1941, mas apenas iniciado em torno dos anos de 1946/1947. Este plano, que pretendia construir cerca de 11 458 salas de aula, sofreu vários e profundos atrasos pelas mudanças de estratégia do regime salazarista, sendo reformulado no âmbito das ações para a educação com o Plano de Educação Popular que, em 1952, pretendia aumentar a taxa de escolaridade, entre várias ações. Entre outras medidas, alargando a escolaridade obrigatória para quatro anos (em 1956, para os rapazes, e em 1960, para as raparigas). O novo núcleo museológico será inaugurado pelas 17 e 30 horas, integrando o programa do I Encontro da Rede de Museus do Distrito de Beja.
Câmara de Moura apresentou novo projeto
Clima social e de trabalho saudável
A
Câmara de Moura apresentou na terça-feira, 14, o projeto “Prevenção do consumo de álcool e de outras substâncias psicoativas”, que consiste “num conjunto de linhas de intervenção que preveem o apoio a trabalhadores e, em certos casos, às suas famílias, com problemas que afetam o desempenho profissional”. Promover “hábitos de vida saudável; prevenir e intervir em dependências de tabaco, álcool e outras substâncias;
modificar atitudes, comportamentos e fatores de risco; diminuir o consumo de álcool, tabaco e outras substâncias; e promover a criação de um clima social e de trabalho saudável” são alguns dos objetivos do projeto, que conta com a colaboração do centro de saúde local. O projeto, que terá a duração de seis meses, inclui iniciativas como a entrega de questionários, e sua posterior análise, aos trabalhadores da câmara “por forma a entender o seu conhecimento
sobre os temas do álcool e das substâncias psicoativas”, uma formação de formadores e ações de sensibilização. No dia 9 de junho será realizada uma avaliação do projeto. A vereadora Maria do Céu Rato destaca a importância do projeto, “uma vez que esta foi uma problemática detetada aquando do início de atividade do novo executivo”. “Trata-se, no essencial, de prevenir e ajudar os trabalhadores nesta matéria”, conclui a autarquia.
Grandes nomes do desenho descem à Vila Morena
Ilustração em Grândola
T
rabalhos de Afonso Cruz, André Letria, Danuta W. e Margarida Botelho, entre outros grandes nomes da ilustração em Portugal, estão patentes na Biblioteca Municipal de Grândola, através da exposição itinerante “Histórias da Ajudaris’ 12”, que pode ser visitada até 8 de fevereiro. A
mostra reúne as ilustrações que integraram o livro homónimo, fruto de um projeto de solidariedade em que participaram 500 crianças de 41 escolas de vários pontos do País e cerca de 80 ilustradores, tendo como tema “Os Avós”. O projeto edita, desde há quatro anos, uma obra coletiva que reúne histórias escritas por
crianças e ilustradas por vários artistas. Todas as verbas obtidas com a venda dos livros revertem a favor de crianças e famílias carenciadas, informa o município de Grândola. A mostra pode ser visitada às segundas-feiras, das 13 às 19 horas; de terça a sexta-feira, entre as 9 e as 19 horas; e, ao sábado, das 10 às 13 horas.
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Diário do Alentejo 17 janeiro 2014
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Primeiras jornadas decorrem no próximo dia 1 de fevereiro
Património imaterial do Alentejo discutido em Alandroal O cante alentejano, a viola campaniça, o dialeto barranquenho, os bonecos de Santo Aleixo, as alcunhas e a medicina popular são, entre outras, algumas das temáticas a ser debatidas neste primeiro encontro regional em torno das expressões culturais imateriais.
O
Fórum Cultural Transfronteiriço de Alandroal recebe, já no próximo dia 1 de fevereiro, as I Jornadas para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial do Alentejo. O evento, organizado pela Associação Portuguesa para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial, com o apoio da Câmara Municipal de Alandroal e da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, constitui, segundo a organização, “uma excelente oportunidade, quer para propagar a importância do património cultural imaterial, quer so-
bretudo para promover e valorizar à escala local as mais diversificadas e singulares expressões culturais imateriais que os indivíduos, os grupos ou as comunidades protagonizam e que dão sentido à própria identidade do País”. Na sessão de abertura, pelas 9 e 30 horas, marcam presença Mariana Chilra, presidente do município local, António Ceia da Silva, presidente da Turismo do Alentejo, Luís Marques, presidente da Associação Portuguesa para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial, e Ana Paula Amendoeira, diretora regional de Cultura do Alentejo. Destacam-se do programa, logo no primeiro painel, que arranca pelas 10 e 15 horas, três comunicações sobre o “Cante alentejano” (Paulo Lima, diretor da Casa do Cante, em Serpa), “Viola campaniça e improviso no Alentejo” (Pedro Mestre, professor, investigador e divulgador) e “Transmissão do património cultural imaterial: o cante alentejano,
projeto pedagógico em Castro Verde” (Miguel Rego, coordenador do Museu da Ruralidade, e Paulo Nascimento, vereador da Cultura do município de Castro Verde). Os famosos bonecos de Santo Aleixo, as alcunhas, a medicina e a religiosidade populares, assim como o dialeto barranquenho, serão também temáticas debatidas ao longo do dia nestas jornadas regionais, que “se que pretendem efetuar por todo o território nacional”. E cujos destinatários são o movimento associativo de defesa do património cultural, investigadores, docentes e estudantes de ciências sociais, técnicos autárquicos e de instituições diversas, membros de confrarias e personalidades e grupos artístico-culturais. Depois da sessão de encerramento, prevê-se, pelas 18 e 30 horas, o apontamento musical “Modas do Cancioneiro Tradicional do Baixo Alentejo”, duas vozes acompanhadas à viola campaniça, a cargo de Pedro Mestre e David Pereira.
I Encontro realiza-se em Castro Verde
Rede de museus homenageia Cláudio Torres
A
Rede de Museus do Distrito de Beja realiza na próxima quinta-feira, dia 23, o seu primeiro encontro, num evento que decorre no Cineteatro Municipal de Castro Verde, a partir das 9 e 30 horas. A sessão de abertura está a cargo de Artur Martins, técnico responsável pelos museus do concelho de Aljustrel, em representação da coordenação da Rede de Museus do Distrito de Beja, que organiza o encontro em parceria com a Câmara de Castro Verde e o seu Museu da Ruralidade. Segue-se uma sessão de homenagem ao profes-
sor Cláudio Torres, arqueólogo e investigador, “pelo importante trabalho desenvolvido nas áreas da arqueologia, museologia e conservação do património”, a quem cabe apresentar o tema “Olhares sobre a museologia de ontem e de hoje”. Ainda durante a manhã, pelas 11 horas, coloca-se em cima da mesa “As redes de museus em debate – experiências e caminhos (novos e velhos)”, um tema introduzido pelos especialistas Lígia Rafael, José Gameiro, Maria de Jesus Monge e Clara Camacho. Da parte da tarde, abre-se, pelas 14 e 30 horas, a mesa-re-
donda “Formas de representação e novos diálogos museológicos – confronto material/imaterial”, com moderação de Susana Correia, técnica da Direção Regional de Cultura, e a participação de Paula Amendoeira (presidente do Icomos), Maria João Lança (diretora do Museu da Luz), Paulo Lima (diretor da Casa do Cante) e Paulo Costa (diretor do Departamento do Património Imaterial da Direção Geral do Património Cultural). Para encerrar, a partir das 17 e 30 horas, será inaugurado o núcleo museológico de Almeirim, “A minha escola”.
12.ª Jornada: Alvito-CD Beja, 3-1; Ferreirense-Ourique, 7-3; VNS Bento-CB Castro Verde, 4-3; Luzerna-IP Beja, 4-3; Vasco Gama-Almodovarense, 7-4; Alcoforado-NS Moura, 2-3. Líder: NS Moura, 32 pontos. Próxima Jornada (17/1): Os Leões-Alvito; Almodovarense-Ferreirense; CB Castro Verde-Luzerna; Ourique-Alcoforado; CD Beja-VNS Bento; IP Beja-Vasco Gama.
Futebol juvenil
Desporto
Disputa Filipe Venâncio e Ari lutam pela posse da bola
Ataque Ari deu muito trabalho à defesa almodovarense
O Almodôvar perdeu em casa e o Moura triunfou na Cova da Piedade
Impossível não será, mas... O Moura tem, no próximo domingo, a primeira de duas importantes finais, que terá que superar para poder manter o sonho de chegar aos primeiros dois lugares da tabela. Mas não depende, apenas, de si próprio. Texto e foto Firmino Paixão
D
epois do surpreendente triunfo na Cova da Piedade, por expressivos 3-1, números que não aceitam dúvidas sobre a qualidade da partida que a turma de Joaquim Mendes realizou
na margem sul, terá este domingo uma tarefa igualmente difícil, ante a equipa do Quarteirense, que ocupa o quinto lugar da tabela, com menos quatro pontos que os mourenses. O último jogo da primeira fase
será em Lagos, acessível à conquista dos três pontos, mas ainda que vençam estas duas partidas, teria o Ferreiras que perder quatro pontos nos seus próximos dois compromissos (em casa, com o Lagos, e no Barreiro). É matematicamente possível, mas nada provável. O Almodôvar recebeu o Pinhalnovense, líder da série, perdeu por duas bolas a zero, mas deixou boas indicações de poder entrar bem na segunda fase. Nuno
Gomes, o melhor marcador da série H, marcou dois golos em cinco minutos e matou as esperanças almodovarenses de manter o ciclo dos jogos a pontuar. Na próxima jornada deslocam-se ao terreno do União de Montemor, para mais uma tarefa muito complicada. Lidera o Pinhalnovense com 34 pontos seguido do Ferreiras, com 30, e do Moura, com 26. O Almodôvar é o último, com 10 pontos.
V. Gama e Rosairense vencem
Vitória sobre o Amarelejense
Um brinde à Vila dos Gamas
O Negrilhos surpreendeu
O
ra brindemos ao Vasco da Gama, primeira equipa a derrotar o todo poderoso Mineiro Aljustrelense e logo no seu próprio terreno. E o campeonato recuperou competitividade, até com a derrota do Castrense. Afinal Pratas levou para Aljustrel a sua melhor reserva, um Vasco da Gama capaz de descobrir o caminho para a vitória, ali mesmo no reduto do adversário, ainda que através de uma grande penalidade. E o campeonato ficou relançado. O Rosairense foi a Castro Verde e também surpreendeu a turma local. Goleada em Milfontes, empate precioso do Piense no difícil campo do Odemirense, e o Aldenovense empatou o Cabeça Gorda e somou mais um ponto. Os pontos dividiram-se entre o Serpa e o Cuba, e o Guadiana segue a confirmar excelentes performances.
Resultados (13.ª jornada): Milfontes-São Marcos, 8-0; Serpa-Sporting Cuba, 1-1; Odemirense-Piense, 2-2; Aljustrelense-Vasco da Gama, 0-1; Aldenovense-Cabeça Gorda, 0-0; Guadiana-Bairro Conceição, 2-0; Castrense-Rosairense, 0-1. Classificação: 1.º Aljustrelense, 36 pontos. 2.º Vasco da Gama, 34. 3.º Castrense, 27. 4.º Milfontes, 25. 5.º Odemirense, 23. 6.º Rosairense, 20. 7.º Cabeça Gorda, 18. 8.º Sporting Cuba, 17. 9.º Serpa, 16. 10.º Guadiana, 15. 11.º Piense, 11. 12.º Bairro Conceição, 7. 13.º São Marcos, 5. 14.º Aldenovense, 4. Próxima jornada (26/1): Guadiana-Castrense; Aldenovense-Bº Conceição; Aljustrelense-Cabeça Gorda; Odemirense-Vasco da Gama; Serpa-Piense; Milfontes-Sporting Cuba; São Marcos-Rosairense.FP
S
urpreendente triunfo da equipa de Negrilhos sobre o Amarelejense, que perdeu a liderança para o Despertar. Confirmou-se a afirmação do Renascente como líder isolado, após o triunfo em Nave Redonda. A inesperada derrota do Amarelejense colocou o Despertar no primeiro lugar da Série A, devido, também, ao mérito do seu triunfo na Vidigueira. Moura B e Desportivo espreitam uma vaga nos dois degraus da frente. Na Série B ficou por concluir a partida entre o Castrense e o Messejanense, interrompida por insuficiência de atletas locais após expulsões. O Renascente venceu em Nave Redonda e isolou-se. Série A (7.ª jornada): Vasco Gama B-Despertar, 1-3; São Domingos-Moura B, 1-1; Negrilhos-Amarelejense, 2-1;
Desportivo Beja-Beringelense, 5-1. Classificação: 1.º Despertar, 16 pontos. 2.º Amarelejense, 15. 3.º Moura B, 12. 4.º Desportivo Beja, 12. 5.º Vasco Gama B, 11. 6.º São Domingos, 5. 7.º Beringelense, 5. 8.º Negrilhos, 3. Próxima jornada (25/1): Despertar-Moura B; São Domingos-Amarelejense; Negrilhos-Beringelense; Vasco Gama B-Desportivo Beja. Série B (7.ª jornada): Castrense B-Messejanense, 2-2 (interrompido); Aldeia Fernandes-Sanluizense, 3-2; Naverredondense-Renascente, 1-4. Classificação: 1.º Renascente, 16 pontos. 2.º Saboia, 13. 3.º Castrense B, 10. 4.º Messejanense, 9. 5.º Aldeia Fernandes, 9. 6.º Naverredondense, 3. 7.º Sanluizense, 1. Próxima jornada (25/1): Saboia-Messejanense; Castrense B-Sanluizense; Aldeia Fernandes-Naverredondense. FP
6.ª Jornada Série A Serpa-Santo Aleixo, 7-0; Despertar-Desp.Beja, 5-1; Sporting Cuba-Moura, 1-4; Amarelejense-Alvito, 5-3. Líder: Despertar, 16 pontos. Próxima jornada (19/1) Alvito-Serpa; Santo Aleixo-Despertar; Desp. Beja-Sp. Cuba; Moura-Amarelejense. Série B Aljustrel-Odemirense, 0-0; Milfontes-Almodôvar, 1-2; Bº Conceição-Ourique, 5-2. Líder: Castrense, 12 pontos. Próxima jornada (19/1) Odemirense-Milfontes; Almodôvar-BºConceição; Ourique-Castrense. Distrital de Iniciados 6.ª Jornada Série A Moura-Bº Conceição, 16-0; Alvito-Despertar, 0-3; Ferreirense-Serpa, 2-1. Líder: Moura, 18 pontos. Próxima jornada (19/1) Bº Conceição-Alvito; Despertar-Ferreirense; Serpa-Aldenovense. Série B Castrense-Guadiana, 1-1; Almodôvar-Milfontes, 3-1. Líder: Almodôvar, 10 pontos. Próxima jornada (19/1) Guadiana-Almodôvar; Milfontes-Desp.Beja. Distrital de Infantis 11.ª Jornada Série A NS Beja-Despertar A, 0-7; Ferreirense-Guadiana, 8-1; Desp.Beja-Operário, 6-1. Líder: Operário, 24 pontos. Próxima jornada (18/1) Despertar A-Sp.Cuba; Guadiana-NS Beja; OperárioFerreirense. Série B Despertar B-Serpa, 3-1; Aldenovense-Piense, 6-3; Vasco Gama-Sto Aleixo, 4-3; Amarelejense-Moura, 3-3. Líder: Despertar B, 30 pontos. Próxima jornada (18/1) Serpa-Amarelejense; Piense-Despertar B; Sto Aleixo-Aldenovense; Moura-Vasco Gama. Série C Castrense-Ourique, 9-1; Milfontes-Aljustrelense, 4-4; Odemirense-São Marcos, 12-0; Renascente-Almodôvar, 3-6.Líder: Almodôvar, 33 pontos. Próxima jornada (18/1) Ourique-Renascente; Aljustrelense-Castrense; São Marcos-Milfontes; Almodôvar-Odemirense. Liga de Benjamins 2.º MOM - 3.ª Jornada Moura A-Ferreira A, 0-4; Desp.Beja B-Despertar A, 0-13; Serpa-Sporting Cuba, 1-1; Ferreira B-Vasco Gama, 0-0; NS Beja-Alvito, 0-4; Alvorada-Desp. Beja A, 2-6; BºConceição-Moura B, 3-3; Cab.Gorda-Aldenovense, 2-4; Despertar B-Amareleja, 1-3; Milfontes-Almodôvar, 3-2; Odemirense-Castrense, 4-3; Sanluizense-Renascente, 2-4; Ourique-Juv. Boavista, 3-2. Próxima jornada (18/1) Ferreirense A-Sp.Cuba; Despertar A-Moura A; Desp.Beja B-Serpa; Vasco Gama-Alvorada; Alvito-Ferreirense B; Desp. Beja A-Piense; Moura B-Amarelejense; Aldenovense-BºConceição; Cab. Gorda-Despertar B.
Inatel 11.ª Jornada Grupo A Salvadense-Barrancos, 2-1; Quintos-Serpense, 1-2; Brinches-Trindade, 4-1; Louredense-Pen.Gordo, 1-1. Líder: Pen.Gordo, 28 pontos. Próxima jornada (18/1) Quintos-Salvadense; Trindade-Barrancos; Serpense-Louredense; Penedo Gordo-Brinches. Grupo B V.Figueira-F.Alentejo, 3-1; Albernoense-Mombeja, 2-0; ACCuba-Vale d’Oca, 3-1; Alvorada-Sta.Vitória, 0-0. Líder: Vale d’Oca, 23 pontos. Próxima jornada (18/1) Mombeja-Figueirense; Faro Alentejo-AC Cuba; Santa Vitória-Albernoense; Vale d’Oca-Alvorada. Grupo C Sanjoanense-Alcariense, 4-1; Sete-Serrano, 0-1; S.C.Nova-Santaclarense, 0-3; Bemposta-Almodovarense (não se realizou).Líder: Santaclarense, 30 pontos. Próxima jornada (18/1) Alcariense-Santaclarense; Serrano-Sanjoanense; Almodovarense-Sete; Bemposta-Sta Clara-a-Nova. Grupo D Cavaleiro-Longueira, 0-1; Amoreiras-Relíquias, 2-3; Cercalense-Santa Luzia, 0-0; Soneguense-Pereirense, 2-1. Líder: Relíquias, 22 pontos. Próxima jornada (19/1) Longueira-Luzianes; Santa Luzia-Soneguense; Relíquias-Cavaleiro; Pereirense-Amoreiras.
13 Diário do Alentejo 17 janeiro 2014
Campeonato Distrital de Futsal
Nacional de Juniores Despertar no Barreiro
Diário do Alentejo 17 janeiro 2014
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O Despertar desloca-se na tarde de amanhã ao terreno do Barreirense para cumprir a 27.ª jornada do Campeonato Nacional de Juniores, depois de na jornada anterior ter derrotado, em Beja, a formação do Redondense por 4-0 subindo ao penúltimo lugar.
Taça Distrito de Beja Seniores Masculinos (2.ª eliminatória): Negrilhos-Naverredondense; Renascente-São Domingos; Cabeça Gorda-Saboia; Vasco Gama-Milfontes; Bº Conceição-Piense; Aldenovense-Castrense; Sporting Cuba-Guadiana; Odemirense-Aljustrelense. Jogos marcados para domingo, 19 de janeiro, pelas 15 horas.
Nacional de Iniciados Terminou a 1.ª fase
Terminou a 1.º fase do Campeonato Nacional de Iniciados com uma jornada em que o Despertar venceu o Esperança de Lagos por 1-0 e o Odemirense empatou a uma bola em Vila Real. A equipa bejense classificou-se 5.º lugar, com 25 pontos e o Odemirense foi 9.º, com 10, numa série ganha pelo Olhanense, com 41 pontos.
Taça Distrito de Beja Seniores Femininos: Disputa-se amanhã a sexta e última jornada da Taça Distrito de Beja em Seniores Femininos, competição já ganha pela equipa do Castrense. Os jogos desta última ronda serão: Ferreirense-São Domingos; Vasco Gama-Castrense; Odemirense-Serpa. O Campeonato Distrital terá início a 25 de janeiro.
Vencedoras Equipa de Seniores Femininos do FC Castrense venceu o primeiro troféu da época
A equipa feminina do FC Castrense conquistou o primeiro troféu de época
Não matem o sonho das atletas A Taça Distrito de Beja em Seniores Femininos só ficará concluída na tarde de amanhã, mas a equipa do Futebol Clube Castrense já assegurou a posse do troféu. O primeiro da presente época desportiva na AF Beja. Texto e foto Firmino Paixão
V
encer o Odemirense, no passado domingo, era quanto bastava ao Castrense para ganhar o troféu. E assim aconteceu. O jogo durou apenas 32 minutos (ficaram em campo apenas quatro atletas odemirenses) mas os 4-0 que o marcador registava eram suficientes. O técnico vencedor, Gonçalo Nunes, lamentou a ocorrência, numa partida que decidia a posse da Taça, e abriu um polémico dossiê sobre o futuro do futebol feminino. Um bom princípio para este novo projeto desportivo do Castrense?
Foi um bom início, mas lamentável também. Não era o desfecho que queríamos para um jogo que era tão importante, e que acabámos por vencer. Mas foi algo que vai ter que fazer muita gente refletir sobre o que se passa no futebol feminino e da falta de apoio que existe nesta modalidade. Mas estou satisfeito pela vitória, foi um bom presente que demos ao Castrense, pela sua aposta nesta equipa. Quem é que não acarinha o futebol
feminino?
além dos tons da camisola?
O problema, às vezes, começa por cima, não são só os clubes que têm dificuldade em recrutar jogadoras, mas a lei que a FPF impõe, por diretivas europeias, da UEFA, obviamente, que restringe os escalões femininos, ou melhor, adequa-os à realidade masculina. É toda errada e está a acabar com o futebol feminino nos distritos onde tem menos expressão, que é o nosso caso.
Os tons da camisola agradam-me muito mais, graças ao meu sportinguismo. São projetos diferentes, embora nos mesmos padrões de interesse, a competição, a vitória, e a formação, porque nós, mais do que ninguém, também conseguimos formar e conseguimos levar quatro jogadoras às seleções nacionais, o que foi fantástico. O projeto é diferente, a começar por toda a estrutura do clube, as pessoas, o apoio e toda a logística que temos ao nosso dispor.
A Taça era a primeira meta, a segunda é o campeonato?
A equipa tem muito caráter, joga bom futebol e, obviamente, as miúdas querem vencer o campeonato, porque muitas delas já foram campeãs. Será um objetivo para gerir jogo a jogo, lutando pela vitória, temos que os encarar todos com seriedade. Perdeu a Ana, manteve a Carolina e a Jessica. Ainda ficou uma equipa de grande qualidade?
Vou corrigir, não perdi a Ana Capeta, entregámo-la de muito bom grado para uma nova aventura que, seguramente, lhe dará o primeiro passo para a profissionalização que ela tanto almeja. Não foi uma perda de todo, não estamos mais fracos por isso, sempre disse que só contava com quem estivesse e ela, para mim, está cá, não está é a jogar. Que diferenças há entre o projeto que deixou na Casa do Benfica de Castro Verde e o que iniciou no Castrense,
Um projeto com garantias de longevidade?
A longevidade deste projeto advém da longevidade que a associação queira dar ao campeonato de futebol. Infelizmente já existem passos para acabar com o campeonato, espero que não aconteça, será ridículo deixar morrer este campeonato. Por muito curto que seja, é algo que temos que é bom, pior será não ter o campeonato ou algo oficioso, que aos olhos da Federação será inexistente, e que impediria, por exemplo, a Carolina Silva de voltar às seleções nacionais. Espero que pensem nisto e que não brinquem com o trabalho que nós fazemos e com o esforço da atleta. A Associação de Futebol de Beja quer acabar com o campeonato?
Não é a associação que quer acabar. Houve uma reunião preliminar sobre coisas que podem vir a acontecer.
Muita gente se mostrou interessada em pressionar a federação, mas o nosso futebol tem tão pouca expressão que não vai resultar em nada, nem podemos ir contra leis que estão instituídas. Não saíram deliberações, mas saíram indicações de quererem fazer um campeonato oficioso, em vez de uma prova oficial. Vão matar o sonho da Carolina Silva e de outras atletas que querem chegar à seleção, porque se o campeonato for oficioso, a federação não o reconhecerá. Espera fazer chegar mais atletas às seleções nacionais?
Claro que sim! Tenho muita esperança que a Isabel Peixeiro consiga chegar lá, dentro um ano, ano e meio, tem apenas 13 anos, mas tem um grande futuro e os responsáveis da federação já a conhecem. Mas também gostava de ver outras atletas nos estágios, como a Carona e a Jeka, e, principalmente, ver a Ana Rita Batista na Seleção A, porque ela tem muita qualidade, só lhe falta ter essa oportunidade. Qualquer treinador desta sua equipa arrisca-se a ser campeão, como um dia Mário Wilson disse do Benfica …
Qualquer pessoa que pegasse nesta equipa habilitava-se a ser campeão, agora tem que se fazer por isso, os jogos não são todos fáceis, se não houver esforço não conseguiremos ganhar. Mas ter um grupo fantástico como este é meio caminho andado para o sucesso.
Ciclismo José Saúde
A dedicação ao maravilhoso mundo de pedalar vem de longe. O ciclismo é uma modalidade que há muito impera numa sociedade desportiva que conheceu excelentes corredores ao longo da sua existência. Os seus primórdios não terão sido fáceis. O material de ponta, leia-se, bicicletas, custavam e custam um exorbitante dinheiro. Os mais folgados sempre investiram nas últimas novidades. Proponho-vos uma viagem nas asas da saudade virtual e permitam-me trazer à estampa outros tempos. Tempos que são relatados em pequenos textos que companheiros de outrora gentilmente nos legaram. Olho para uma imagem de 1904 e lá estão um grupo de ciclistas e de elementos de júri, que participaram numa prova na então novel pista de ciclismo em Cuba. A vila de Cuba foi, aliás, pioneira numa interessante rendição ao fator velocipédico regional e nacional. Evidencie-se que a pista em terra batida construída nesse longínquo ano esteve fora da jurisdição da União Velocipédica Portuguesa, atual Federação de Ciclismo. As agruras do tempo foram sucessivamente adulterando a essência de um passado que abriu novas janelas para a prática de um ciclismo em toda a sua dimensão. Hoje, não é só o profissionalismo de atletas de elite que dão brilho, som e cor a uma modalidade que se estende a outras vertentes amadoras. E é nesse amadorismo que visualizo, com justiça, grupos que sumariamente fazem da estrada, ou de caminhos íngremes, uma forma clara para uma prática desportiva salutar. Desde as pequenas concentrações de grupos de amigos, ou meros passeios de plena liberdade, onde o tempo gasto no percurso não conta para os pecúlios dos aventureiros, aos BTT, passando pela diversidade de provas particulares de que temos conhecimento, concluímos que na primeira linha dos desejos, surge, inevitavelmente, a peculiar paixão pela agilidade de bem pedalar.
A Zona Azul venceu o Costa d’Oiro (28-24) e já é líder do Nacional da 3.ª Divisão em Seniores Masculinos (Zona 5). Na mesma ronda (10.ª), o CCP Serpa bateu o Sines por 20-15. Amanhã a equipa bejense desloca-se a Lagoa e o Serpa jogará em Lagos. O Sines joga em casa com os Olhanenses. Em Beja realizam-se os jogos entre os Infantis da Zona Azul e do Redondo (11 horas) e os Iniciados da Zona Azul e Évora AC (15 horas), ambos no Pavilhão de Santa Maria.
Atletismo em Castro Verde A Associação de Atletismo de Beja realiza amanhã, na Pista Simplificada de Castro Verde, o Torneio de Velocidade e Lançamentos (17.º Torneio de Lançamentos Carlos Gradiz) e a 2.ª Jornada da Taça de Benjamins. O evento tem o apoio do Município de Castro Verde e o programa competitivo terá início às 14 e 30 horas.
Andebol Juvenis de Serpa recebem Torrense
O Centro de Cultura Popular de Serpa recebe amanhã, no Pavilhão Carlos Pinhão (15 horas), a formação do Torrense, em jogo a contar para a 16.ª e última da primeira fase do Campeonato Nacional de Juvenis da 1.ª Divisão. O Serpa ocupa o 6.º lugar com 31 pontos, mais um que a equipa de Torre da Marinha (30).
15 Diário do Alentejo 17 janeiro 2014
Zona Azul lidera 3.ª Divisão
CP Beja recebe o Benfica Disputa-se no próximo domingo a 8.ª Jornada do Nacional da 3.ª Divisão de Hóquei em Patins, com os jogos: Santiago Cacém-Vasco Gama Sines; Odivelas-Castrense; BoliqueimeAmadora; Parede-Cascais e C.P.Beja-Benfica B (17 horas, no Pavilhão João Serra Magalhães, em Beja).
Henrique Revés Diretor Desportivo da Equipa de Ciclismo da CB Almodôvar
Casa do Benfica Campeonato Nacional de Masters disputa-se em Almodôvar
António Bota O presidente da autarquia de Almodôvar reafirmou o apoio ao projeto
Equipa Os defensores das cores da CBde Almodôvar
O ciclismo e o concelho de Almodôvar voam nas asas da águia do Benfica
Uma equipa para os almodovarenses Com os olhos postos na conquista do Campeonato Nacional de Masters (Veteranos), os ciclistas da Casa do Benfica de Almodôvar/Peçamodovar, querem promover o concelho e preservar a tradição nesta modalidade. Texto e fotos Firmino Paixão
A
tradição do ciclismo está, há muito, enraizada nas gentes almodovarenses, mas o seu mais recente, e notável, projeto velocipédico está, há sete anos, ancorado à Casa do Benfica local. Com sucesso e com o reconhecimento da população e das forças vivas da terra. A equipa para a temporada 2014 foi apresentada no Convento de Nossa Senhora da Conceição, e ali mesmo reveladas as metas ambiciosas de um grupo reforçado para tentar superar os excelentes resultados da época passada. “Pomos sempre a fasquia muito alta”, revelou Henrique Revés, diretor desportivo da
equipa, reconhecendo que “já atingimos o topo do ciclismo amador, mas para darmos o passo seguinte, para o profissionalismo, há condicionantes muito grandes, estamos a falar de uma diferença de 30 para 200 mil euros, por isso vamos continuar a apostar no ciclismo ao nível de ‘Masters’ para divulgarmos Almodôvar, o Alentejo e a modalidade e para mantermos viva esta tradição”. A excelência de resultados conseguidos em 2013 (destaca-se o título nacional de contrarrelógio conquistado por Humberto Silva), não inibe o sprint de novos sonhos, por isso o dirigente assume que “2013 foi o expoente máximo do nosso sucesso desportivo mas, este ano, vamos apostar no Campeonato Nacional, que será disputado aqui em Almodôvar e até costumo dizer que temos quatro ou cinco atletas para um só poleiro”. Marcada para o próximo mês de maio, esta prova nacional terá como palco um concelho que Henrique Revés afirma ter “características únicas não só para o ciclismo, como
para outras modalidades, com a planície e a zona serrana, será uma prova muito bonita, mas apostaremos também em ter o campeão nacional aqui no nosso Alentejo e com as nossas cores”. Antes, a 22 e 23 de março disputar-se-á a 7.ª Volta ao Concelho de Almodôvar, que o dirigente revelou ser “a única prova em Portugal desta categoria que se disputa em dois dias, até nisso o nosso concelho conseguiu evidenciar-se. Tida como a prova de abertura da época, quando toda a gente está com vontade de competir, certamente que nos trará aqui um bom pelotão, porque cada vez tem vindo cá mais gente, temos notado um acréscimo de equipas estrangeiras e é essa promoção que nos enche de orgulho”. Com uma equipa reforçada e com a imediata preocupação de “preservar aquela união que temos tido ao longo dos anos, porque isso é que tem sido a base dos nossos bons resultados”, Henrique Revés enumera os diversos compromissos do coletivo benfiquista “além do campeonato nacional, teremos o campeonato
ibérico, penso que será em Trás-os-Montes, tem sido disputado em Espanha e o nosso ciclista Humberto Silva venceu no ano passado, vamos apostar também nos grandes fundos do Gerês, porque dá uma projeção muito grande ao Alentejo e ao concelho, as Serras Míticas de Portugal, além de todas as outras provas do calendário nacional de ‘Masters’ e algumas provas na vizinha Extremadura espanhola, que também nos dão grande visibilidade”. Uma grande responsabilidade para esta equipa que tem a tarefa de bem representar a Casa do Benfica e especialmente o concelho de Almodôvar, como pediu o autarca António Bota, revelando que “estaremos sempre ao lado daqueles que nos ajudam a ir mais longe”.
Equipa de Ciclismo da CB Almodôvar Bruno Sousa, Rui Rodrigues, David Garrido, João Portela, Humberto Silva, João Letras, Hélder Pereira e Gualdin Carvalho. Equipa técnica: Francisco Camacho e Tiago Camacho (adjunto). Diretores desportivos: Henrique Revés e Domingos Ramos.
Diário do Alentejo 17 janeiro 2014
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Reportagem O Comando Territorial de Beja da GNR registou, em 2013, “255 queixas por furtos em explorações agrícolas”, mais sete que em 2012. Os agricultores falam em grupos de crime organizado e defendem o aumento de patrulhamento, assim como legislação mais restritiva para o comércio de metais não preciosos, nomeadamente do cobre. A GNR, que vem alertando os proprietários “para a necessidade de se colocarem alarmes e de se resguardarem certos utensílios nas explorações”, afirma que “é efetuado um patrulhamento de uma forma descontinuada pois, como se deve perceber, é-nos impossível realizar todas as patrulhas e
Vila Alva José Arvanas diz que o combate a este fenómeno criminal passa por “uma mudança de estratégia por parte da GNR”
vigilâncias que as ‘pessoas de bem’
Comando Territorial de Beja da GNR registou 255 queixas em 2013
pretendem”. Para tal “seria necessá-
Agricultores desesperam com furtos em explorações
rio termos meios muito acima da realidade e necessidade atuais”. Texto Nélia Pedrosa Fotos José Serrano
J
osé Arvanas não esconde o desespero. A propriedade agrícola que detém na freguesia de Vila Alva, Cuba, foi mais uma vez assaltada, a poucos dias do Natal. Nas duas primeiras incursões, ocorridas há ano e meio, foram furtadas “bombas de gerador, gasóleo agrícola e conjuntos de chaves” e provocados danos “significativos” na pequena casa que albergava o gerador. Em dezembro último, foi furtado todo o cobre de um sistema elétrico montado recentemente e ainda por estrear, várias torneiras de regra em latão, que se encontravam distribuídas pela vinha de seis hectares, e o cobre de dois cabos, de 80 metros cada, de um furo de água. Danificaram ainda portas e paredes de um casão e de um anexo. “O que não levaram, vandalizaram”, diz o vitivinicultor. Os prejuízos dos primeiros furtos rondaram “uns bons milhares de euros”; do último deverão andar, “no mínimo, pelos 10 mil euros”, estima o proprietário. A danificação do sistema elétrico, e o atraso na sua reposição, poderão vir ainda a ter repercussões “incalculáveis” na “próxima produção de uva”: “Era
suposto começarmos agora a testar a eletrificação e o sistema de rega, para termos tudo pronto em maio, para começarmos a regar. Se não conseguir fazer com que a vinha produza como é que vou fazer face às despesas, como é que torno isto viável?”. Mas mais significativo do que os prejuízos materiais, salienta José Arvanas, é a “mágoa que fica” e que o perseguirá “toda a vida”: “O material furtado, mal ou bem, vou conseguindo repor, é para isso que trabalho todos os dias, agora o ato em si marca, magoa, a forma como é feito, vê-se que é com agressividade”. O vitivinicultor garante que existem fortes indícios de que os dois primeiros furtos tenham sido efetuados por “elementos de etnia cigana”, porque “ficaram no local os dejetos dos cavalos e as marcas das patas, e nesta zona já ninguém tem cavalos a não ser eles”. Relativamente ao furto de dezembro último, embora não tenha provas, acredita que tenha sido da responsabilidade de um grupo organizado, “com o envolvimento da etnia cigana”. “Um dos técnicos da EDP disse-me que o corte [dos cabos elétricos] foi feito por um profissional, por quem sabe”,
adianta, frisando que não restam dúvidas de que os autores dos furtos conhecem a sua propriedade e suas rotinas diárias: “Sabem que sou enfermeiro e que trabalho em Beja, sabem tudo. Quando dizem que é pessoal de leste que faz isto, é mentira, porque esse não sonha com uma propriedade encravada num sítio escondido como este”. O Comando Territorial de Beja da GNR registou, no ano passado, “255 queixas por furtos em explorações agrícolas”, mais sete que em 2012, segundo dados divulgados ao “Diário do Alentejo”. Nos primeiros 10 dias deste ano foram recebidas “quatro queixas por esse tipo de crime”, adianta o oficial de relação públicas do comando, tenente-coronel José Rosa, acrescentando que, “como é óbvio, no Alentejo, os furtos em explorações agrícolas acontecem com alguma frequência”, sendo que as queixas têm lugar, “não com uma periodicidade certa, mas são reportadas a determinados períodos, dias da semana, horas, etc., os quais estão referenciados” tanto pela GNR, como pelos proprietários das explorações, permitindo “realizar as vigilâncias necessárias para que os furtos não
aconteçam com demasiada frequência”. De acordo com as queixas recebidas pelo comando, a maior parte dos bens furtados são “metais não preciosos, fios de cobre, artefactos agrícolas e pivôs de regra, entre outros,” e ainda animais. A estes números acrescem os casos que não chegam a ser denunciados à GNR, por receio de “represálias” ou porque os proprietários consideram “que não vale a pena”. Para José Arvanas, que tem denunciado sempre os furtos de que tem sido alvo, o combate a este fenómeno criminal passa por uma “mudança de estratégia por parte da GNR, que deve zelar pelos interesses dos cidadãos”. E diz que não aceita como justificação para “a atual falta de patrulhamento” das explorações agrícolas a escassez de meios materiais e humanos, até porque os “sítios de maior incidência”, que “é onde são feitos investimentos”, estão identificados e por isso “é fácil patrulhá-los”. “Já pedi à GNR para me ajudar a vigiar a minha propriedade, porque não há outra forma, mas não obtive resposta. Já tentei alertar as forças locais para este problema, vou tentar
Francisco Palma defende “leis mais restritivas”
O
presidente da Associação de Agricultores do Baixo Alentejo lamenta “que o Parlamento português não faça leis mais restritivas para o comércio de certos metais, nomeadamente do cobre, como existe em outros países”. “Se restringíssemos um pouco mais esse comércio se calhar as coisas tornavam-se mais difíceis e menos atrativas para serem roubadas”, diz. Francisco Palma considera também fundamental melhorar “o sistema de comunicações, a rede móvel” nas explorações agrícolas, para que os agricultores possam “montar sistemas para dissuadir furtos, seja através de alarmes ou de videovigilância”. “Os furtos são uma coisa quase normal, não são uma novidade, e com a expansão do regadio, à medida que as explorações vão fazendo mais investimento, nomeadamente na parte elétrica, nos sistemas de rega, obviamente que há mais coisas no terreno para serem furtadas”, refere ainda o responsável, acrescentando que os furtos causam “grandes prejuízos” aos agricultores: “Não é só o prejuízo do furto em si, como também o restabelecimento do que foi furtado. E se tivermos culturas em curso, e nomeadamente no pico do verão em que têm de se regar todos os dias, a impossibilidade de regar, por exemplo, durante uma semana, pode levar à perda total, ou parcial, de uma cultura”.
Trindade Pedro Fialho, gestor da herdade da Matosa, defende uma forte atuação “ao nível da recetação” de material furtado
falar pessoalmente com o senhor comandante da GNR. Agora vou reparar isto, mas quem é que me dá garantias de que daqui a 15 dias o mesmo grupo não regressa? Já atingi os limites. Se a GNR não vier patrulhar, patrulho eu”, garante o vitivinicultor, que pondera ainda instalar um sistema de alarme na propriedade. Nas “inúmeras ações de sensibilização que acontecem durante todo o ano”, esclarece o tenente-coronel José Rosa, a GNR “vem alertando para a necessidade de se colocarem alarmes e de se resguardarem certos utensílios nas explorações, pois há atuações que, se tomadas por parte dos proprietários, declinarão o número de furtos”. E “algumas das vezes”, adianta, a GNR “tem sido compreendida e ajudada pelos proprietários”. Exemplo disso foi a detenção, no último sábado, de “um indivíduo do sexo masculino, na sequência da prática de um crime de furto qualificado, na forma tentada, e de danos no cobre de um pivot de rega” numa herdade em São Matias, Beja. A situação “foi despoletada pelo proprietário da herdade que, após ter recebido o sinal de alerta que se encontra instalado no pivô, contactou um indivíduo que reside próximo do local da ocorrência e os postos da GNR de Beja e Cuba”. O vizinho do lesado “avistou três indivíduos, intercetou um deles, tendo os outros dois conseguido escapar”, adianta o oficial de relações públicas, salientando que “ao cobre que se encontra no pivô foi atribuído o valor de 2 500 euros, enquanto o dano provocado no mesmo foi avaliado em 600 euros pelo seu proprietário. “Neste caso foram atendidas todas as recomendações feitas pela Guarda”, afirma.
Quanto à falta de patrulhamento apontada, José Rosa diz que “é efetuado um patrulhamento de uma forma descontinuada pois, como se deve perceber, é-nos impossível realizar todas as patrulhas e vigilâncias que as ‘pessoas de bem’ pretendem”. Para tal “seria necessário termos meios muito acima da realidade e necessidade atuais”, conclui. A instalação de um sistema de alarme foi uma das medidas de segurança adotadas pela Expo-Matosa – Sociedade Agropecuária, após os furtos, em maio do ano passado, com uma semana de intervalo, de dois postos de transformação (PT) de eletricidade da herdade da Matosa, na freguesia de Trindade, Beja. “Desmontam o PT para retirar o cobre, que atingiu valores altíssimos. Segundo me disseram, o cobre que está dentro de um PT pode ser vendido por três mil euros”, conta o gestor da herdade, Pedro Fialho, que defende uma forte atuação “ao nível da recetação” de material furtado: “Se não houvesse recetação isto não tinha interesse nenhum”. Na mesma ocasião foi feita ainda uma terceira tentativa de furto, que acabaria por ser travada “por uns disparos para o ar”, efetuados por um funcionário de uma empresa de segurança privada contratado pela sociedade para vigiar a propriedade. Os prejuízos dos furtos dos PT rondaram os 26 mil euros, a que acresceram “uns milhares de euros gastos em gasóleo e no aluguer de geradores”, uma vez que os furtos ocorreram “em plena campanha de rega do milho”, diz Pedro Fialho. “Após o primeiro furto abri um rasgo no terreno para impedir que os carros chegassem ao PT, porque
“É efetuado um patrulhamento de uma forma descontinuada pois, como se deve perceber, é-nos impossível realizar todas as patrulhas e vigilâncias que as ‘pessoas de bem’ pretendem”. Tenente-coronel José Rosa
não se consegue deitar o PT abaixo do poste se não se levar um veículo qualquer, mas os sujeitos construíram uma ponte com paletes e paus de vedação, atravessaram e roubaram o segundo PT”, acrescenta o gestor. Pedro Fialho acredita que os responsáveis são “pessoas que conhecem as herdades da região, as rotinas de quem lá trabalha”: “Isto não aconteceu só aqui, aconteceu há um mês na propriedade aqui vizinha, há três ou quatro meses numa outra propriedade próxima, na zona da Salvada tem acontecido frequentemente, é alguém que conhece isto bem”. Mesmo com o sistema de alarme instalado, o gestor teme novas investidas, porque o sistema “não é infalível”. E os seus receios estendem-se à habitação existente na
Diário do Alentejo 17 janeiro 2014
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herdade, que também já foi alvo de uma tentativa de assalto, pouco tempo antes dos furtos dos PT: “Estamos a fazer obras para fechar o monte, porque as pessoas que vivem aqui não têm segurança”. Da propriedade de Alberto Serrano, também em Vila Alva, já foram furtadas “ferramentas, baldes, regadores, mangueiras de rega e produtos agrícolas”. A porta de uma pequena casa que tem na exploração “foi tantas vezes arrombada”, que já desistiu “de a fechar”, para “evitar prejuízos maiores”. Também já não fecha a cadeado o portão da exploração, porque “estava sempre a comprar um”. “Algumas pessoas atribuem os furtos na minha propriedade, e em outras na freguesia, a pessoas de etnia cigana, mas julgo que não são, porque no verão roubaram grande parte dos melões que tinha no meloal, e os melões não foram arrancados mas sim cortados como se faz quando se pensa em comercializá-los”, diz. Há cerca de uma semana demoliram os pilares que sustentam uma nora centenária que tem na propriedade. Após “o furto de duas noras em explorações vizinhas”, Alberto Serrano aguarda agora que a sua nora “seja transportada por uma carrinha de caixa aberta ou por veículo semelhante”. O agricultor atribui “parte dos furtos à conjuntura económica enfrentada pelas famílias, ao desemprego, à procura de uma fonte extra de rendimento”, sendo que as suas suspeitas recaem “sobre quem faz negócio a vender o cobre e o ferro e que acaba por levar outras coisas”. À semelhança “do que acontece com muitas pessoas”, nunca apresentou “queixa formal” dos furtos de que foi vítima porque considera “que não vale a pena”. Apenas deu conhecimento às autoridades, diz, adiantando que se notou “uma maior atividade dos ‘amigos do alheio’ após o encerramento de alguns postos da GNR, tendo ficado uma área geográfica muito grande para o número de militares de serviço”. Apesar disso, salienta, “os militares que estão no terreno são excelentes profissionais”, que têm dado sempre resposta às suas solicitações. “Nos últimos anos os furtos em explorações têm sido uma constante, existindo alturas de maior atividade, intercalando com períodos de calmia. Os proprietários vão-se queixando, em conversas de café, mas acabam por se resignar com o sucedido. Outros abandonam os terrenos. Um vizinho meu abandonou um olival após lhe terem roubado o equipamento de cobre do equipamento de rega”, reforça. No que toca a prejuízos, para além dos “financeiros”, o proprietário menciona “os emocionais”: “Trabalha-se e fica-se sem os produtos que se cultivam, isto no caso das hortas familiares. E as noras, por exemplo, são peças que sendo decorativas, pois já não são utilizadas, são um elo de ligação com os nossos antepassados”. As “soluções [para este tipo de criminalidade] passam pelo aumento do número de efetivos das forças de segurança no terreno e por uma maior fiscalização das casas que compram cobre e ferro velho, controlando a sua proveniência”, conclui.
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É este o tempo português. Um tempo interessante. Um tempo em que até a morte de Eusébio, e a dimensão da dor, perturbaram um certo tipo de “intelectuais”. Que gostam de Guerra Junqueiro e de Aquilino Ribeiro. Que só agora, e por ser Património Mundial, descobriram o fado. (…) São aqueles que em outros tempos gostariam de ter visto a Coreia do Norte a derrotar Portugal! O problema foi, então, de Eusébio. Ontem como hoje! Fernando Seara, “Diário de Notícias”, 13 de janeiro de 2013
Opinião
Umas tantas perguntas a propósito de proposição papal Martinho Marques Professor aposentado
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sta economia mata”, disse o papa Francisco. A não ser que se aceite que matar não é crime, não seria de julgar esta economia? Ou melhor: não seria de julgar a Excelentíssima Senhora D. Economia? Ou a Senhora D. Economia não possui personalidade jurídica? Ou possui, de maneira que atrás dela se possam ocultar alguns animais ferozes, entre os quais o homo homini lupus? Ou entende-se que o justo é aceitar que, ao invés, é à Senhora D. Economia que compete julgar o Direito? Melhor ainda: não era preferível que o Direito, todo ele, fosse feito por esta Senhora D. Economia? Esta Senhora D. Economia possui conselho de administração? Se possui, quem preside ao conselho de administração desta Senhora D. Economia? Será que os batedores de palmas a esta Senhora D. Economia também apoiam a Declaração Universal dos Direitos do Homem? Serão confiáveis os apostadores pragmáticos nesta Senhora D. Economia de Hoje? E será que este concreto Hoje é capaz de chegar a Amanhã? Tantas perguntas! Quem quiser respostas pergunte ao papa Francisco.
A(s) gramática(s) da política Maria José do Rosário Professora
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gnorar o significado do poder energético das palavras e as suas consequências mobilizadoras de ações, positivas ou negativas, individuais e coletivas é sinal de uma falha inadmissível no estádio atual do conhecimento existente. Mais que inadmissível é inaceitável pensar que aos políticos, ou aos que assim se intitulam, se possa sequer atribuir esse desconhecimento. Ouvir e ler a narrativa política atual conduz à descoberta de uma semântica cuja polissemia dissonante dá vida a uma ‘gramática’ apenas formada de sujeitos nulos, muito em sintonia com a vigente gramática portuguesa. É o bem comum que abrangendo todos, serve as singulares necessidades de cada indivíduo, que deveria ser axial no discurso político. Isto é, a seriedade que a governação implica deve traduzir uma responsabilidade política e um compromisso legal e real com o Estado de Direito que só pode estar na génese do projeto de alguns cidadãos e que os fez enveredar e assumir a atividade e a militância política no governo, no parlamento, nas estruturas partidárias, autárquicas e que, por isso, se espera que se expresse de forma consciente e responsável nos múltiplos sentidos dos discursos políticos. Porque é de cidadãos comprometidos com a esfera pública e com o governo de assuntos públicos, comuns a todos os outros cidadãos de quem são representantes, que se trata,
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O Museu Regional de Beja, cuja posse e gestão pertence à anacrónica Assembleia Distrital de Beja pode ter um novo alento com a indicação de SANTIAGO MACIAS para a presidência desta instituição. Macias, que também preside ao município de Moura, é não apenas um notável arqueólogo e historiador, como um experimentado especialista em museus. Pelo que a sua chegada vem carregadinha de expetativas e de esperança. PB
A troika, ou outro peixe grande, não deixará de rondar este cardume de 10 milhões de peixes miúdos enquanto neste oceano existirem euros para cobrar a juros elevadíssimos. Paula Nobre de Deus, “Diário do Sul”, 13 de janeiro de 2013
que se exige respeito pelas funções exercidas e não jogos de malabarismos com as palavras que atribuindo ‘novos’ ou pseudo sentidos a significados lexicais parecem contribuir para escamotear a semântica, numa reconstrução gramatical que não é neutra, política nem ideologicamente, e tem implicações e consequências nas dinâmicas sociais. Quando parece que se brinca com a gramática desadequando termos (Recalibrar…) e distorcendo sentidos (Requalificar…) introduzindo, com aparência de neutralidade, siglas e acrónimos (CES, SWAT…) também parece que se irá distrair das consequências práticas, isto é, dos resultados, toda a população sobre quem cairá o ónus da interpretação que certamente assumirá múltiplos significados, todos eles derivados da conotação no nível da qualidade de vida real presente e futura. Por isso e porque não se formalizaram ainda rankings para a qualidade de cidadão, cabe a qualquer pessoa perceber-se e consciencializar-se, no seu potencial, como um ser humano integral, capacitado para descodificar os sentidos dos significados dos discursos políticos aos quais deve pedir contas. Porque quando cada um exigir o imperativo, para si, do respeito pela sua condição humana e social, por uma vida digna e decente no quadro dos princípios e direitos humanos, esses sim referentes fundamentais da medida de grandeza e menoridade de cada ser humano e das suas circunstâncias, estará no seu processo de individuação a pugnar pelo bem de todos, incluindo os cidadãos com funções políticas a quem parece ser indiferente os efeitos e as consequências da sua gramática.
No panteão Ruy Ventura Poeta e ensaísta
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Sem ser benfiquista nem adepto ferrenho de futebol, assisti sentido às manifestações verdadeiras pela morte de Eusébio (as interesseiras pu-las na borda do prato do meu olhar). Logo na hora do enterro, falou-se muito na sua trasladação para o Panteão Nacional. Não me repugna, sou sincero. Defendo, contudo, que estas decisões – bem como a consagração toponímica de um cidadão nem que seja numa aldeia – deveriam ser tomadas após um significativo período de reflexão. Só se destila o vinho bom depois de assentes as borras... Seria fácil pôr isto na letra da lei. Penso que se poderia alterar a legislação de modo a serem os cidadãos a decidirem, após proposta aprovada pela Assembleia da República, em referendo coincidente com data de eleições. Só iria para o Panteão quem tivesse pelo menos dois terços dos votos validamente expressos. E seria obrigatória a passagem de pelo menos 25 anos sobre a morte. Mas será isto possível num país cuja maioria da classe política teme a opinião popular, que no fundo despreza? 2. Aprendi há muito: ser conhecido e influente (em vida ou depois de morto) não é o mesmo que ser importante. Dito isto, parece-me prematura a ida de Sophia de Mello Breyner para o Panteão Nacional. Enquanto outros poetas – cuja mestria se eleva a patamares bem diferentes daquele que ocupa o talento da poetisa – não estiverem naquele lugar, não me parece justo que ela ocupe uma das “gloriosas tumbas”. Refiro-me, por exemplo, a Cesário Verde (onde estarão os seus ossos?), Antero de Quental, Mário de Sá-Carneiro, Camilo Pessanha, José Régio, Teixeira de Pascoaes, Fiama Hasse Pais Brandão, Ruy Belo, Cesariny, etc., etc. Mas, afinal, não será o Panteão de Santa Engrácia um lugar mal frequentado, com gente do calibre de Carmona em pé de igualdade com heróis como Humberto Delgado? É bem o retrato do país incoerente, que mede tudo pela mesma rasoira, sempre
com meias tintas e falinhas mansas... Lembro agora com satisfação: Camões, Herculano e Pessoa estão no mosteiro dos Jerónimos, não nas vizinhanças da Feira da Ladra. Parece que é aí o lugar dos poetas. Dos importantes.
Beja a perder Jorge Barnabé Empresário
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arece que em Beja a gestão política das dívidas do município é a arma de arremesso preferida do executivo e da oposição para intensificarem acusações mútuas e confusas. Aliás, bem vistas as coisas, a única coisa em que estão de acordo, parecendo não estar. Foi assim na governação de Pulido Valente em relação à governação comunista de Francisco Santos, é assim agora com a governação de João Rocha contra a gestão de Pulido Valente. E ainda sobre o endividamento do município de Serpa, que João Rocha deixou para a posteridade. Uma pérola de ironia da vida que demonstra bem que em política mais valem as ideias e as alternativas do que atirar pedras para o ar com telhados de vidro em casa. Infelizmente as acusações mútuas, em que se destacam as mudanças de posições dos acusadores e acusados em apenas três meses, reflete o vazio político e o descrédito das respetivas capacidades. Mas importa perceber o seguinte: a escolha de cada um para o exercício de cargos políticos nasce da sua própria disponibilidade. É uma escolha pessoal de quem se sente capaz de exercer o cargo. E exercer o cargo implica compromisso e competência para resolver problemas. Todos os problemas. Os que se lhe criam à frente e os que vêm de trás. Ou seja, a desculpa com os erros dos outros é uma fundamentação incompreensível, que apenas releva a incompetência e a incapacidade para exercer o cargo. O mesmo é dizer que reduz o prestígio da política e a indignifica. E nestas coisas da política e do seu prestígio a responsabilidade recai tanto para os do poder como para os da oposição. A ética política não tem função. Tem valor, para quem o sabe reconhecer. E exercer, claro. Dito isto, seria muito mais interessante e credível que quer executivo quer oposição (e também os seus indefetíveis) percebessem que este jogo que alguém apelidou, e bem, de “dívidonovela” apenas serve para intoxicar, dividir e confundir. E o que se lhes exige, no limite das responsabilidades de cada um, é que criem soluções e resolvam problemas. Não quero com isto passar a ideia que a dívida é irrelevante. Não é! O que é irrelevante, fútil até, é que apenas discutam a sua natureza, sem que na discussão não apontem soluções. Lamentavelmente as dívidas das autarquias são como uma doença crónica da maioria das câmaras no País. E as dívidas dos serviços ou empresas municipais às águas públicas de gestão da água em alta também o são. Mas é preciso esclarecer os eleitores que a dívida das autarquias é, na generalidade, necessária de ser contraída, sob pena de estagnar as atividades e o desenvolvimento. E que desde que controlada e gerida com rigor é a única solução de financiamento das autarquias. Contudo parece que o que importa não é o caminho adequado, sério e construtivo. Mais custoso politicamente é certo. Não! O que parece importar é a facilidade da acusação. A futilidade do disparate. E neste caso – como em muitos outros – Beja continua muito mal servida de políticos! Continua a perder! Os artigos de Jorge Barnabé são publicados simultaneamente em www.alentejoemlinha.pt e “Diário do Alentejo”.
A RTP passou recentemente uma interessante reportagem sobre a utilização do AEROPORTO DE BEJA por aviões privados. Uma realidade que passa ao lado do comum dos cidadãos mas que, pelos vistos, tem um peso considerável, especialmente para o turismo cinegético de alto luxo. Uma das questões levantadas no filme prende-se com o preço excessivo cobrado para o uso da pista. Não deveria ser precisamente o contrário? PB
Há 50 anos Coníferas chinesas na praça da República
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m 1964, o “Diário do Alentejo” publicava regularmente áridos relatos das reuniões da Câmara Municipal de Beja. Da edição de 17 de janeiro, eis um trecho de prosa sobre o arranque e a plantação de árvores na praça da República, no centro da cidade: “(…) A pedido de alguns dos srs. vereadores, o sr. presidente disse que o arranque das árvores que se encontravam na Praça da República se impunha, por serem já velhas e nada embelezarem o local, passando a dar alguns dados informativos sobre as que foram plantadas em sua substituição: trata-se da ‘Metasequóia’, uma conífera de folha caduca, oriunda de regiões fronteiriças da China, onde as condições climáticas são bastante parecidas com as da Europa Central; não tem grandes exigências quanto à natureza do solo; e é de grande vigor vegetativo e muito resistente às geadas do Inverno. (…)” Na véspera, o jornal dava destaque, na primeira página, à situação no Panamá, onde cresciam os sentimentos contra os Estados Unidos. Um certo R. de S. assinava um artigo de opinião intitulado “Coisas que o dinheiro não compra…”: “(…) A tensão anti-americana persiste e, ainda que sem atitudes de violência assinalada, manifesta-se. Parece mesmo que a resolução dos nacionalistas panamianos foi gerarem uma curiosa ‘segregação’ racial, pois os ‘gringos’ (yankees) são avisados por letreiros de que a sua entrada é proibida em certos bares e ‘cabarets’ da cidade. Nos dólares-nota, cuja circulação é livre só no Panamá, lêem-se inscrições a vermelho do género: ‘Yankees, vão-se embora’. A animosidade é tal que muitos jornalistas americanos consideram mais seguro fazerem-se passar por ingleses, canadianos e até por franceses.” O articulista explicava depois as razões da animosidade anti-americana: “A independência do Panamá data de há sessenta anos e motivou-a uma revolta contra a Colômbia (a que o território devia soberania), auxiliada pela marinha de guerra americana. Os americanos nunca perderam o ensejo de fazer um ‘favor’ em troca de ‘dois favores’ (ou, como se diz no nosso Alentejo, de ‘dar uma linguiça a quem der um porco gordo’) e não tardou a assinar-se um tratado – o tal que é uma das razões do diferendo (…)”. O autor do artigo de opinião, corajoso, criticava no final os Estados Unidos: “Habituados (mal habituados) como estão a satisfazer interesses de toda a espécie com o abundante saco dos dólares, os americanos esquecem, porém, que, às vezes, há coisas que o dinheiro não paga. O são patriotismo, por exemplo. (…) Os americanos têm ainda muito que aprender – e há-de ser à sua custa.” Carlos Lopes Pereira
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O tema não é novo, mas recentemente tornou à ordem do 19 dia com apreciável intensidade. O ROUBO de cabos de COBRE nas explorações agrícolas, nomeadamente de postos de transformação elétricos, tem-se intensificado nos últimos tempos. Crimes que, normalmente, são protagonizados por grupos fortemente organizados e muito difíceis de monitorizar pelas autoridades policiais. PB
Diário do Alentejo 17 janeiro 2014
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O nosso Alentejo continua a sangrar população, a perder massa crítica, a perder eleitores, empresas, associações. Em síntese, o processo de desertificação do Alentejo, que nunca foi verdadeiramente estancado mas que nos períodos de governação socialista teve notório alívio, tem-se agravado muito desde que o atual governo de direita iniciou o seu programa de empobrecimento do País. Carlos Zorrinho, na edição de inverno da “Revista Alentejo”
Cartas ao diretor Morreu o rei, viva o rei José Fernando Batista Aljustrel
Fiquei sem palavras quando no domingo, ainda estava na cama, fui despertado pela mensagem do meu amigo Leal, leão dos sete costados, a quem chamei um dia de talibã por ser um antibenfiquista primário. “Nesta hora triste para o desporto português e mundial e em particular para a nação benfiquista vai o meu abraço solidário. Que o imortal Eusébio de todos nós descanse em paz”. Era este o teor da mensagem. Quis o destino que, passado um mês da morte de Mandela, se lhe juntasse outro homem bom, que não nasceu quase príncipe, mas que se tornou quase mártir, de tantos pontapés que levou, e que morreu rei. Como Mandela, havia também nele a genuinidade do homem africano, a mesma genuinidade que fez de Eusébio das poucas figuras admiradas por todo o mundo nos dias de hoje. Explodiu no Mundial em 1966, já em direto na TV, apesar das imagens a preto e branco. Mas os grandes testemunhos do fenómeno Eusébio foram transmitidos pela força das fotos. Recordo-me bem no jornal desportivo que desde sempre comprei, “A Bola”, das suas fotos e imaginava-o, esquivo, driblando adversários, a correr, aterrorizando os defesas e guarda-redes e a rematar e a fazer golos. Como se durante a voragem de um jogo fosse possível, no captar numa imagem, ver a alma do futebol. Poucos jogadores na história têm esse poder. O remate, bailado de técnica e força, suspenso no ar, o corpo curvado para a frente, gesto técnico perfeito e olhar felino de goleador, no momento em que a bola acabara de sair do seu pé em direção à baliza do Milan, no final Taça dos Campeões de 1963. São fotos que falam na objetiva do saudoso Nuno Ferrari, um dos melhores amigos do rei. A comoção nacional que o anúncio da sua morte causou espantou-me sobremaneira, porque grande parte dos portugueses que o foram homenagear nunca o viram jogar ao vivo. Apenas receberam dos seus pais e avós o testemunho das suas façanhas, com imagens de fraca qualidade – mesmo assim elucidativas para eternizarem a potência dos seus remates, a energia que transmitia para fora do relvado e, para finalizar, um raro sentido de fair-play e camaradagem, mesmo nos duros momentos da derrota. Este meu desabafo
é o tributo a um homem que graças ao talento, esforço e trabalho conseguiu unir o País em seu redor. Um homem que com a sua arte e determinação estilhaçou barreiras, uniu gerações e conseguiu guindar-se a um patamar acima das rivalidades clubísticas. Um homem cujo nome foi repetido e homenageado em todo o mundo. Um homem assim morre mas não desaparece – apenas reforça o seu estatuto de lenda. E sendo assim, de Eusébio não me quero despedir, só quero agradecer. Obrigado rei, nunca mais ninguém será como tu.
Quem não se sente... Luciano Caetano da Rosa Beja
Defendi em tempos no “DA” uma região Alentejo (está escrito e, portanto, como já diziam os latinos – verba volant, scripta manent!) – tendo nesses anos piamente acreditado na “teoria” (que não é teoria nenhuma e daí as minhas aspas) do polinucleado (avançada por dirigentes de então do partido em que milito!), segundo a qual numa região Alentejo os órgãos regionais se distribuiriam pelas três capitais de distrito e por aí adiante. Com o passar dos anos, verifiquei que se deu, em dado momento, um rebuçado a Beja (a Região de Turismo) para abafar eventuais vozes críticas na regressão da categoria da cidade. Embora seguisse o processo muito de longe, pois trabalhava no estrangeiro, só vindo a Portugal nas férias, verifiquei que mesmo sem se haver decidido nem aprovado nenhuma regionalização no País, esta começou a fazer-se, com pezinhos de lã, no Alentejo, a partir do centralismo eborense. Hoje verif icamos que tanto Portalegre como Beja têm sido esvaziadas de serviços e perdido importância a favor do robustecimento de Évora. Évora desenvolve-se cada vez mais à custa do recuo no desenvolvimento de Portalegre e de Beja. Esta “regionalização” é ótima para Évora e um puro logro, uma esparrela para Beja e para Portalegre. Parece indesmentível que tem havido, no nosso caso mais a Sul, um apagamento crescente, mas seguro, do Baixo Alentejo a favor de um panalentejanismo balofo, sem vantagens nenhumas para o Baixo Alentejo e que só beneficia Évora. Que modelo de desenvolvimento é este em que para uns serem mais qualquer coisa, outros sejam obrigados a perder o pouco que ainda tinham? Não começa a ser altura de dizer Basta! a este processo? O Baixo Alentejo tem condições para ser uma região próspera. Sim, porque tanto o Baixo Alentejo atual, com Odemira,
como uma região Baixo Alentejo normal integrando o Baixo Alentejo litoral correspondem a um ordenamento territorial baseado na cultura profunda, no cante e no baldão, na divisão eclesiástica, no termo histórico de Beja que vai do mar à raia espanhola, numa identidade própria que não se revê na alteridade, por vezes longínqua, que é o Alto Alentejo ou noutra qualquer região do País. Uma região Baixo Alentejo estruturada em proximidades e nas sinergias de seis intermunicipalidades poderia inverter o curso atual rumo ao crescimento económico e ao emprego, à resolução do grave problema demográfico, com uma boa rede viária e reposição de ferrovia, com um porto de águas profundas e um aeroporto internacional, além de uma universidade politécnica com autonomia científica e polos de especialidade em várias localidades, assim como a exploração dos recursos endógenos. As seis intermunicipalidades poderiam, a título de exemplo, ser constituídas da seguinte forma: Beja-Aljustrel-Mértola; Castro Verde-Ourique-Almodôvar; Odemira-Sines-Santiago do Cacém; Ferreira do Alentejo- Grândola-Alcácer do Sal; Alvito-Vidigueira-Cuba; Serpa-Moura-Barrancos. Num território com solos dos melhores do mundo, água e sol com fartura, uma rica biodiversidade, um património cultural invejável, que falta a esta harmoniosa região – quase diria natural – para definitivamente enveredar pelas vias do progresso? Contra mim falo, portanto, ao ter erradamente alinhado em certa altura numa ideia absurda de uma região Alentejo. Gosto tanto do Alentejo que um só não me chega e quero mais do que um! Tudo o que ponha o Baixo Alentejo em causa deve ser considerado suspeito, pois arrisca-se a dar força a desígnios inconfessados que fazem do Baixo Alentejo uma colónia. Ainda há pouco lia num artigo do “DA” que a saúde vai ser centralizada em Évora e que Beja vai perder 26 camas, etc. Então, notícias deste teor deixamnos anestesiados e não fazem soar sineta nenhuma entre nós? É no mínimo estranho! Tem que haver uma ambição proporcional ao potencial de Beja e da sua região e acabar com as intromissões de Évora no nosso território, nas nossas instituições, na nossa vida. Já lá vai o tempo em que o arcebispo de Évora carregava com o dízimo e com riquezas infindas do termo de Beja para a sua cidade. Beja não tem cá nada de Évora. Mas Évora tem lá muito de Beja, desde as bibliotecas aos achados arqueológicos desta região que Cenáculo indevidamente para lá levou. Só acabo de começar!
Diário do Alentejo 17 janeiro 2014
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Nesta cidade havia na altura três jornais de razoável circulação, mas nenhum julgou pertinente entrevistar um dirigente da Anes/Cardo ou fazer uma reportagem sobre tal empresa.
Pois é. Em parte. Porque… o ambiente político nacional era… bom, não dá para descrever. Era a época da ressaca da incipiente Revolução dos Cravos e a hora de cada grupo apanhar os restos que pudesse para ganhar corpo e depois ter veleidades de oposição credível. Portanto, imperava um fanatismo empedernido”.
“O Cardo” floresce no outono José Pires Campaniço Jurista
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ubitamente, (no estertor) do verão passado (*), o letárgico carmelejo, numa espécie de cerimónia do adeus consoladora de Penélopes tecedoras de miragens estúrdias, surpreende-nos com um fenómeno estarrecedor e uma coincidência tocante: por breves instantes, renasce uma Fénix cactácea (*) e eu, que, há décadas, devotadamente lhe fiz dádiva da água que pedia a minha sede, estive ausente nessa semana. Aturdido por memórias imperecíveis, apressei-me a congratular o autor de tão singular prodígio – o admirável poeta Martinho Marques –, mormente porque a sua evocação das acontecências dessa época exaltante e conturbada faz jus ao mais exigente predicado de fidelidade factual e imparcialidade descritiva, e por isso mesmo também lhe comuniquei que não tencionava ceder à tentação da redundância; e rendo agora aqui as minhas homenagens aos atuais dirigentes do “Diário do Alentejo”, por terem acarinhado tal desiderato, quando, in illo tempore, por todos fomos votados ao ostracismo. Registe-se o merecido aplauso.
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O que vai à horta e o que fica à porta Refletindo no nobre e enobrecedor gesto deste jornal, acabei por retificar a minha primeva intenção e considerar que talvez esse infausto projeto encerre uma lição útil às gerações seguintes, porque o complexo edipiano dos novos escritores e os adamastores e velhos do Restelo que defendem a sua plácida quinta são fenómenos ciclicamente renovados e imanentes à matriz da vida social – e é portanto sob esse aspeto que ouso tecer algumas considerações sobre as vicissitudes (fúnebres) da Anes/Cardo. Antes, porém, gostaria de fazer um pequeno aditamento formal a uma asserção desse texto. É-me atribuída a paternidade dessa iniciativa, e reconheço que a má ideia, com tantos viventes neste mundo, logo tinha de desassossegar a minha cabecinha, mas tenha-se em conta que a ANES/CARDO nunca foi, mesmo quando a flama do espírito santo desceu sobre mim, um projeto pessoal, mas sim, sempre, desde a primeira hora, um sonho coletivo, para avançar ou recuar conforme a passada geral, porque, como atenuante desse meu delito, entendi bem cedo e logo à primeira a prudente advertência de Manuel da Fonseca: um homem só não vale nada e o mais que planta são searas de vento para colher tempestades que o trucidam. Deste modo, todas as outras más ideias que vieram atrás da primeira antes de as pôr em prática fazia-as sempre passar pelo crivo ponderado do Martinho e, depois, também do ilustre poeta António Linhaça. É certo que, se eu propunha mata!, eles não diziam esfola!, mas diziam ámen, ou pelo menos acenavam beatificamente. Portanto, cá para mim, são tão responsáveis como eu, ou seja, falando lhanamente, se eu ia à horta, eles ficavam à porta, logo, numa perspetiva jurídica, são coautores e, para que justiça plena seja feita, quando os Goebbels sacarem das pistolas, como já sacaram na altura, por ouvirem falar de cultura, alvejem-nos também a eles, que as merecem tanto como eu. Ou mais. Que, eu cá, não me arrependo de nada! Ufff, assim fico muito mais aliviado, com tudo nos conformes.
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Sonho de uma noite de verão (quente) Recapitulando, temos que, nesses famosos e exasperantes anos de brasa, um aspirante a escritor, com três ou quatro títulos publicados e uma breve passagem por dois diários da capital, ainda no tempo da outra senhora, deparando com imensas dificuldades em se fazer ouvir, lembra-se de pôr o carro à frente dos bois e fundar um jornal literário e disso dá conta a outros camaradas de desventuras e decidem conjugar esforço para romperem o cerco dos instalados na vida que os asfixia. Aconteceu connosco, nos idos tempos, nos tempos antigos de 70-80, e depois aconteceu com outros e voltará a acontecer no futuro. É um evento trivial e repetitivo. Por isso mesmo, e como disse mais atrás, a ascensão e queda da Anes/Cardo pode ter ensinamentos para os rebeldes sem causa que nos seguirem. Episodicamente fazendo de cangalheiro, quando tenho mais inclinação para advogado do diabo, e usando a mesma enxada com que nos enterraram, vou então discorrer sobre os funerais grandes da mamã Anes. Bom, vejamos, é mais ou menos líquido que um jornal custa dinheiro. Primeiro a quem o edita. Logo, ou o editor tem fundos ou terá de arranjar patrocínios. Ora, no nosso caso, fundos, só os das algibeiras, onde somente havia cotão. Quanto aos patrocínios… realmente, neste ponto, as minhas previsões deram completamente com os machinhos na água! Fiz sempre conta com o apoio de diversa natureza, desde logo das chamadas forças vivas da cidade, mas não só nos recusaram o mais ínfimo apoio como, ainda por cima, as ditas forças entraram numa espécie de conjura tácita para destruírem o nosso sonho. Não é este o local adequado para lavrar o respetivo responso – fá-lo-ei, um dia, noutro sítio e à minha maneira desassombrada, como graciosamente diz o Martinho – pelo que vou relatar, por alto, apenas dois pormenores significativos: (i) nesta cidade havia na altura três jornais de razoável circulação, mas nenhum julgou pertinente entrevistar um dirigente da Anes/Cardo ou fazer uma reportagem sobre tal empresa;
(ii) ainda cheirando a tinta do stencil, entreguei um molho do n.º zero de “O Cardo” numa certa livraria (já falecida, graças a Deus!) que era apêndice de uma empresa lisboeta afeta a um partido político, e, num ápice, vendeu uns quantos exemplares, mas, à tarde, quando por lá passei para renovar o stock, responderam-me que o artigo foi retirado da circulação porque só podiam vender produtos da casa (não é preciso ser-se um Einstein para se adivinhar o que se passou). E da sede que nos fartámos de mendigar em vão e dos subsídios (já referidos pelo Martinho) que nunca vimos, vamos passar adiante. Claro, se na própria cidade onde estamos sedeados (num apartado dos correios) não acreditam em nós (o mal é que acreditavam até demais!), muito menos podíamos esperar que acreditassem os de longe, e assim se apertou o garrote.
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Mortos sem sepultura Mas por que é que nos puseram no índex e no pelourinho? Uma associação de jovens escritores e um jornal literário… é estranho… Pois é. Em parte. Porque… o ambiente político nacional era… bom, não dá para descrever. Era a época da ressaca da incipiente Revolução dos Cravos e a hora de cada grupo apanhar os restos que pudesse para ganhar corpo e depois ter veleidades de oposição credível. Portanto, imperava um fanatismo empedernido. E como alguns membros da Anes/Cardo eram ativistas políticos, todos nos consideraram suspeitos, considerando, à cautela, que o escritor bom é o escritor morto – de modo nenhum o que tem uma trombeta e ainda por cima é jovem e com força para bradar de rijo! Chegados a este ponto, apercebi-me que a Anes/Cardo, sem os apoios com que fiz conta antecipadamente, e explicitamente ostracizada, tinha os dias contados. Para agravar a minha mágoa e desilusão, apareceram uns rapazolas, que nem sequer eram aspirantes a escritores, a contestar o rumo neutral que, como franco-atirador, procurei imprimir a esse projeto coletivo, e, aí, bom, saltou-me a tampa e, pronto, tomem lá os comandos e despenhem-se gloriosamente. Em resumo, “O Cardo”, que, durante algum tempo foi o único jornal literário de expansão nacional, foi uma coisa lindíssima, de que um dia, quando a poeira assentar, esta cidade ainda se vai orgulhar, e arrepender-se de nos ter partido as pernas, e tinha fortes hipóteses de sobreviver, se tivéssemos obtido os apoios esperados – e porque atrás desses vinham outros e até chegaríamos mais longe (fiquei com muita pena de não ter tido oportunidade de descobrir e dar voz aos inúmeros poetas populares que existem nesta província mais larga que um mar) –, mas as circunstâncias de tempo e espaço eram funestas e calhou-nos ser o homem errado, no sítio errado e à hora errada. Esta a lição que podem e devem levar em conta nos novos escritores que um dia barafustem contra as proverbiais amarras do status quo. Não cometam os mesmos erros, pelo menos de… avaliação das circunstâncias. A finalizar, tenha-se também em conta, a quem possa interessar, que não há notícia de uma lápide sob a qual “O Cardo” requiescat in pace e, para mais, os ex novos, quando envelhecem, refinam as más ideias; não digo que as destilam melhor (infelizmente já não posso falar assim), mas que as refinam, já diz o provérbio, quanto mais velho mais sendeiro… Enfim, o pior é acordar o fantasma, tenham cuidado, digo-vos eu, que não vos quero mal nenhum. (*) Aproveito o ensejo para prestar homenagem a uns quantos autores da minha afeição.
Pagar impostos residindo noutro país
S Poemário Sei cantar Aleixo dos Santos, “O Poeta Destemido”
Mote Sou poeta sei cantar, Letras que ninguém cantou, Se faço não vou roubar, Não deixo de ser quem sou. I Sou poeta retratado, Nesta linha vertical, Não gosto de dizer mal, Mas disso sou acusado, Sou poeta dedicado, Que gostam de censurar, Por lindos versos sonhar, E cantar o lindo sonho, Eu nunca me envergonho, Sou poeta sei cantar.
II Sou poeta por sentir, Alguma inspiração, E também sou por paixão, De ver o mundo sorrir, Sou poeta para seguir, Aquilo que me calhou, Deixar de ser já não dou, É assim a minha sorte, Vou cantar até à morte, Letras que ninguém cantou. III Sou poeta podem crer, Mesmo que digam que não, Quem disto tiver noção, Saberá compreender, Sou poeta por dever,
Este caminho trilhar, Porque já posso passar, Onde passam os valores, Fiquem sabendo senhores, Se faço não vou roubar. IV Sou poeta certamente, Deixar de ser não desejo, Talvez porque assim vejo, Até julgo ser decente, Sou poeta transparente, Que neste mundo brotou, Sem saber como vingou, Sofrer e ter alegria, Com esta filosofia, Não deixo de ser quem sou.
O meu lindo Portugal com tantos filhos sem pão Maria dos Santos Agostinho
I O meu lindo Portugal Tu és a nossa nação Precisamos de trabalho Tão bem precisas de pão
IV Pra quê tanta falsidade Pra quê tanto desespero Ó Portugal pequenino Nós já não temos governo
VII Também o Passos Coelho Anda todo sorridente Vê lá não caias no fundo Diante de tanta gente
II Meu Portugal não chores Precisas de muita atenção Ó meu lindo Portugal Nós vamos te dar a mão
V Nós já não temos governo É uma desilusão São tantos pais a chorar Com os seus filhos sem pão
VIII Diante de tanta gente Tu tens mesmo de cair Tiras daqui pões além Pois andas sempre a mentir
III Nós vamos te dar a mão Com firmeza e lealdade O meu lindo Portugal Pra quê tanta falsidade
VI Com tantos filhos sem pão Pensava não ser assim Era só o que faltava Era o Alberto João Jardim
IX Também o Cavaco Silva É um grande camarada Diz sempre que fazem tudo No fim nunca fazem nada
Sinto-me alegre e destroçada, Sinto-me a dormir e acordada, Sinto-me mal e lindamente, Sinto-me sã e tão doente.
Vejo mas estou cega, Falo, mas muda fiquei; Corro mesmo sem pernas, P´rá meta, onde já cheguei.
Vejo-te com o coração, E sinto-te com o olhar, Toco-te e queimo a mão, Beijo-te… e acordo a chorar.
Sinto a dor e sinto a esperança; Pressinto o bem e sinto o mal, Tenho uma moleza que cansa, Sou uma pessoa irracional.
Dói-me a ferida e não a sinto, Mato-me, mas volto a viver, Estou no mundo, estou sozinha, Estou no mundo p’ra te ver.
Lágrimas amargas meus olhos choram. Lágrimas de tristeza me afundam o coração; Lágrimas pesadas carrego comigo, Lágrimas valiosas, lágrimas de latão.
Contrários Rita Nascimento
e decidir residir noutro país e aí pagar impostos deve ser tratado da mesma forma que os cidadãos nacionais. Não existe legislação a nível da UE que estabeleça o método de tributação das pessoas que vão viver para outro país da UE. Apenas existem leis nacionais e acordos fiscais bilaterais entre países. Os acordos fiscais variam significativamente e não preveem todas as possibilidades. Por exemplo, os impostos sobre o rendimento e o património estão, normalmente, abrangidos pelo âmbito desses acordos, mas poucos abordam os impostos sucessórios. No entanto, existem alguns princípios básicos que se aplicam na maioria dos casos às pessoas que vivem noutros países da UE que não o seu país de origem. Caso permaneça mais de seis meses por ano noutro país da UE, poderá ser considerado residente fiscal nesse país. Se for esse o caso, poderá ter que pagar impostos nesse país sobre a totalidade dos seus rendimentos obtidos no mundo inteiro (sobre a sua pensão e sobre outros rendimentos provenientes de qualquer fonte dentro ou fora do país). Se passar menos de seis meses por ano noutro país, só o rendimento aí gerado (como uma pensão, por exemplo) será, regra geral, tributado nesse mesmo país, dado que continuará a ser residente fiscal no seu país de origem ou no país onde normalmente vive. Mas há aqui uma exceção: as pensões do setor público são sempre tributadas no país da administração empregadora. Antes de partir para o estrangeiro, obtenha aconselhamento personalizado e algumas informações relativas ao imposto sobre o rendimento no país onde pretende instalar-se. Se, num determinado país da UE, os impostos forem mais elevados para os contribuintes não residentes, esse país poderá estar a violar a legislação da UE. Caso se sinta discriminado, pode procurar aconselhamento personalizado. Informe-se sobre que país será o da sua residência fiscal, sobretudo se dividir o seu tempo entre vários países. Alguns países têm um sistema de primeira/segunda residência. Obtenha também informações sobre as taxas de imposto e deduções fiscais. Pode informar-se numa repartição de finanças ou com um conselheiro de emprego Eures. Caso se reforme no estrangeiro e seja considerado residente fiscal nesse país, deve ser tributado da mesma forma que os cidadãos nacionais. Enquanto residente não nacional, deve, regra geral, usufruir das mesmas deduções fiscais que os cidadãos desse país. Além disso, sob determinadas condições, quaisquer contribuições para a segurança social que paga no seu país de origem devem ser dedutíveis para efeitos fiscais no novo país de residência. Caso se sinta discriminado, pode procurar aconselhamento personalizado. Todas as informações em http://europa.eu/youreurope/.
Representação em Portugal da Comissão Europeia
Diário do Alentejo 17 janeiro 2014
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saúde
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Análises Clínicas
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Medicina dentária
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Psicologia
Fisioterapia
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Centro de Fisioterapia S. João Batista Laboratório de Análises Clínicas de Beja, Lda.
Fisiatria Dr. Carlos Machado Drª Ana Teresa Gaspar Psicologia Educacional Drª Elsa Silvestre Psicologia Clínica Drª M. Carmo Gonçalves
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(Diplomada pela Escola Superior de Medicina Dentária de Lisboa)
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RUI MIGUEL CONDUTO Cardiologista - Assistente de Cardiologia do Hospital SAMS CONSULTAS 5ªs feiras CARDIOLUXOR Clínica Cardiológica Av. República, 101, 2ºA-C-D Edifício Luxor, 1050-190 Lisboa Tel. 217993338 www.cardioluxor.com Sábados R. Heróis de Dadrá, nº 5 Telef. 284/327175 – BEJA MARCAÇÕES das 17 às 19.30 horas pelo tel. 284322973 ou tm. 914874486
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Clínica dentária
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Dr. José Loff Urgências Prótese fixa e removível Estética dentária Cirurgia oral /Implantologia Aparelhos fixos e removíveis
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Luís Payne Pereira Médico Dentista Consultas em Beja Clínica do Jardim Praça Diogo Fernandes, nº11 – 2º Tel. 284329975
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FRANCISCO FINO CORREIA
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Prótese/Ortodontia
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Otorrinolaringologista Ouvidos,Nariz, Garganta
Exames da audição
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saúde
Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/Alergologia/ Desabituação tabágica – H. Pulido Valente Dr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de Lisboa Dr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de Beja Dr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de Beja Dr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/Terapia Familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo. Dr. Rogério Guerreiro – Medicina preventiva –Tratamento inovador para deixar de fumar Dr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina Familiar Dr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação Dr. Sérgio Barroso – Especialista em Oncologia – H. de Beja Drª Margarida Loureiro – Endocrinologia/Diabetes/ Obesidade – Instituto Português de Oncologia de Lisboa Dr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias Urinárias – H. Beja Dr. Daniel Barrocas – Psiquiatria – Hospital de Évora Dr.ª Lucília Bravo – Psiquiatria H.Beja , Centro Hospi-talar de Lisboa (H.Júlio de Matos). Dr. Carlos Monteverde – Medicina Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva. Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/Alergologia Respiratória/Apneia do Sono Dr.ª Isabel Santos – Psiquiatria de Infância e Adolescência/ Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo Dr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/Obstetrícia Dr. Luís Mestre – Senologia (doenças da mama) – Hospital da Cuf – Infante Santo Dr. Jorge Araújo – Ecografias Obstétricas Dr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica /Doenças do Sangue – Hospital de Beja Dr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr. Diogo Matos – Dermatologia – Hospital Garcia da Orta. Dr.ª Madalena Espinho – Psicologia da Educação/ Orientação Vocacional Dr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala Dr.º Ricardo Lopes – Consulta de Gastrenterologia e Proctologia - Endoscopia e Colonoscopia Dr.ª Joana Leal – MedicinaTradicional Chinesa/Acupunctura e Tuina. Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira especialista em saúde materna/Cuidados de enfermagem na clínica e ao domicílio/Preparação pré e pós parto/amamentação e cuidados ao recém-nascido/Imagem corporal da mãe – H. de Beja Marcações diárias pelos tels. 284 322 503 Tm. 91 7716528 | Tm. 916203481 Rua Zeca Afonso, nº 6, 1º B, 7800-522 Beja Clinipaxmail@gmail.com www.clinipax.pt
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necrologia diversos
24 Diário do Alentejo 17 janeiro 2014
Ervidel PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO
Manuel Micaela Bagulho N: 24-01-1933 F: 06-01-2014 Esposa, filho, nora e netos cumprem o doloroso dever de participar o falecimento do seu ente querido e, na impossibilidade de o fazerem individualmente, agradecem por este meio a todas as pessoas que o acompanharam à sua última morada ou que de outra forma lhes manifestaram o seu pesar.
Castro Verde AGRADECIMENTO
Miquelina Jesus Pardal Prazeres N. a 19-02-1929 F. a 27-12-2013 Casada com Adelino Inácio Prazeres, mãe de António Jesus Pardal Prazeres. Ambos agradecem a todas as pessoas que a trataram durante os anos do seu grande sofrimento e também às pessoas que a acompanharam até à sua última morada.
MISSA MISSA
Florinda Afonso Baltazar Maria Matilde de Brito Baía Gomes Barão 3.º Ano de Eterna Saudade A sua família participa a todas as pessoas de suas relações e amizade que será celebrada missa pela sua ente querida no dia 22/01/2014, quartafeira, pelas 9 horas, na capela do Convento das Carmelitas, em Beja, agradecendo desde já a todos os que nela participarem.
7.º Ano de Eterna Saudade Faz sete anos no dia 19 de janeiro que partiste para a eternidade para junto de Deus Pai. Seu marido, filhos, netos e restante família mandam rezar missa pela sua alma, no dia 19/01/2014, domingo, às 18 e 30 horas, na igreja da Sé, em Beja, e convidam todas as pessoas de suas relações e amizade a assistirem ao ato religioso, agradecendo desde já a quem comparecer.
PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO
Diário do Alentejo n.º 1656 de 17/01/2014 Única Publicação
CENTRO DE APOIO A IDOSOS DE MOREANES
CONVOCATÓRIA João Baião Palminha Cheira Faleceu em 12/01/2014 Sua esposa, filhos e nora cumprem o doloroso dever de participar o falecimento do seu ente querido e, na impossibilidade de o fazerem individualmente, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que o acompanharam à sua última morada. Participam que será celebrada missa do 7.º dia, na igreja do Carmo, em Beja, dia 18 de janeiro de 2014, sábado, às 18 e 30 horas.
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ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA Convoco, nos termos do ponto 3 do art.º 29 dos estatutos desta IPSS, uma Assembleia Geral Extraordinária, a realizar dia 08 de Fevereiro de 2014, a partir das 15:00h, no edifício da Escola Primária de Moreanes, com a seguinte ordem de trabalhos: ORDEM DE TRABALHOS Ponto 1. Informações; Ponto 2. Aquisição onerosa de bens imóveis (alínea d) do art.º 28 dos estatutos); Ponto 3. Alteração dos estatutos. Caso à hora marcada não se encontrem presentes mais de metade dos associados com direito a voto, a Assembleia terá lugar uma hora depois, em conformidade com o disposto no art.º 31.º, n.º 1 dos Estatutos, com qualquer número de associados presentes. Moreanes, 10 de Janeiro de 2014. O Presidente da Mesa da Assembleia Geral Dra. Mª José Lourenço Henrique
institucional diversos Diário do Alentejo n.º 1656 de 17/01/2014 Única Publicação
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Diário do Alentejo n.º 1656 de 17/01/2014 Única Publicação
Maria Teresa Martins Revês Administradora Insolvência
Recrutamento de 2 Técnicos de Contabilidade (Gabinete de Beja e Gabinete de Aljustrel)
RECEBEM-SE PROPOSTAS Falência “José Alberto Marques Rodrigues e requeridos António Peixeiro Lourenço” Tribunal Judicial da Comarca de Ourique Proc. nº 151/1999 ATÉ AO PRÓXIMO DIA 20 de Fevereiro de 2014 Vai a liquidatária judicial da falência acima indicada, receber propostas em carta fechada para a venda: Direito a 12,5% indivisa do prédio urbano sito em Castro Verde – Rua D. Afonso I, 22, morada de casas com dois quartos ,sala, cozinha,casa de banho, marquise e quintal, com a área coberta de 81,36m2 e descoberta de 120 m2., descritio na Conservatória do Registo Preduial de Castro Verde, freguesia de Castro Verde sob o nr. 489/19880513, inscrito na matriz urbana 2779, da referida freguesia, com o valor patrimonial: 18.130,00€. Valor Mínimo: 750,00€. As propostas, deverão vir devidamente identificadas com nome, número de contribuinte, telefone, fax, morada e respectivo montante por extenso, a enviar, dentro de outro sobrescrito, por correio registado, para a Liquidatária Judicial da Massa Falida “José Alberto Marques Rodrigues e requeridos António Peixeiro Lourenço”, Estrada de Benfica, nº. 388 – Atelier - 1500-101 Lisboa, até ao dia acima indicado. A Liquidatária Judicial reserva o direito de não entregar caso o valor seja inferior ao valor mínimo acima indicado. O comprador, logo que notificado, entregará o montante correspondente a 30% em cheque, emitido à ordem da “Massa Falida Antonio Peixeiro Lourenço”, sendo o restante, 70%, entregue no acto da escritura. As propostas serão abertas no dia 24 de Fevereiro de 2014, pelas 9H , no escritório da administradora da insolvência sito na Estrada de Benfica, 388 Atelier, 1500 101 Lisboa, podendo estar presentes todos os interessados e demais intervenientes, não sendo impeditivo à concretização do ato da venda a ausência dos mesmos. Os bens são vendidos no estado físico e jurídico em que se encontram, livre de ónus ou encargos, sendo da responsabilidade do (s) proponente (s) comprador (es) todos os custos inerentes à compra , nomeadamente impostos respectivos. O imóvel será mostrado em dia a combinar previamente com a Liquidatártia Judicial. Maria Teresa Martins Revês - Estrada de Benfica, 388 – Atelier - 1500-101 Lisboa - Tel./Fax – 217743622
Diário do Alentejo n.º 1656 de 17/01/2014 Única Publicação
VOZ DA PLANÍCIE – COOPERATIVA CULTURAL DE ANIMAÇÃO RADIOFÓNICA, CRL
CONVOCATÓRIA ASSEMBLEIA-GERAL ORDINÁRIA Sede da Cooperativa Dia 30 de janeiro de 2014, pelas 20:30 Horas Em conformidade com o estipulado nos termos do n.º 2. do art.º 20.º dos Estatutos da Voz da Planície – Cooperativa Cultural de Animação Radiofónica, CRL, convoco V. Exa. para a Assembleia-Geral Ordinária que se realizará no próximo dia 30 de janeiro, quinta-feira, pelas 20:30 Horas, na Sede desta Cooperativa, e que terá a seguinte Ordem de Trabalhos: 1. Apreciação e Votação do Plano de Atividades e Orçamento para o ano de 2014; 2. Outros Assuntos de Interesse para a Cooperativa. Beja, 13 de janeiro de 2014. O Presidente da Assembleia-Geral, Manuel Fernando Vicente Silva NOTA: Passados 30 minutos sobre a hora marcada, a Assembleia realizar-se-á com qualquer número de cooperantes, que estejam presentes, conforme determinam os estatutos da Cooperativa. Diário do Alentejo n.º 1656 de 17/01/2014 Única Publicação
ASSOCIAÇÃO DE MUNICÍPIOS DO BAIXO ALENTEJO E ALENTEJO LITORAL
CENTRO SOCIAL DOS MONTES ALTOS
CONVOCATÓRIA
EDITAL
Em conformidade com a alínea b) do artigo 29 dos estatutos, convoco os associados do Centro Social dos Montes Altos, a reunirem em Assembleia-geral ordinária, no dia 22 de Março de 2014, pelas 14:00 horas, na sede da Instituição, a qual terá a seguinte ordem de trabalhos: 1. Apreciação, discussão e votação do balanço de contas e relatório da direcção e parecer do conselho fiscal, referentes ao ano de 2013. 2. Diversos. Informações: Não comparecendo o número legal de sócios efectuar-se-á a Assembleia pelas 15:00 horas com qualquer número de sócios. O Presidente da Assembleia-geral José Candeias Madeira
Marcelo David Coelho Guerreiro, Presidente da Mesa da Assembleia Intermunicipal da Associação de Municípios do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral, faz saber, nos termos do artº. 91º da Lei nº. 169/99, que em reunião de 13 de janeiro de 2014, foram aprovados os seguintes documentos: – Grandes Opções do Plano para 2014; – Plano Plurianual de Investimentos; – Orçamento para 2014; Os documentos em causa, podem ser consultados no serviço de Secretariado da Administração das 9 h às 12h30m e das 14h às 17h30m, de segunda-feira a sextafeira nos dias úteis. Para constar, se publica o presente que vai ser afixado nos lugares públicos do costume. Beja, 15 de Janeiro de 2014. O Presidente da Mesa da Assembleia Intermunicipal da CIMBAL Marcelo David Coelho Guerreiro
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AGRADECIMENTO Como mais vale tarde que nunca, este agradecimento destina-se a todos os profissionais do hospital de Beja que prestaram serviço no piso-2, antiga cirurgia 2-B, no período de 27 de setembro de 2011 a 11 de julho de 2012, sem exclusão de qualquer classe profissional. A vossa dedicação, prontidão, paciência e amizade, não tiveram limites. Aceitem portanto, embora tardiamente pelo que peço desculpa, a minha eterna gratidão e amizade. José Alexandre Pacheco Covas Lima
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Trinta e seis projetos de investimento promovidos por microempresas do Alentejo foram aprovados pela Autoridade de Gestão do Inalentejo, no âmbito do Sistema de Incentivos às Microempresas do Interior. O investimento total é de 1,5 milhões de euros, com um incentivo Feder associado de 782 mil euros, o que vai permitir a criação de mais de 49 postos de trabalho. A
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo refere que “os projetos agora aprovados correspondem à V e última fase do Sistema de Incentivos às Microempresas do Interior” e abrangem “diversos concelhos da região Alentejo e enquadram-se em setores de atividade diversificados que passam pelo turismo, comércio, indústria e serviços”.
Empresas
Terminou o concurso Quero ser Magro Challenge 2013 Após dois meses de treino intensivo, o que equivaleu a oito semanas de treino, num total de 32 sessões mais trabalhos de casa e outros tantos treinos extras, o concurso Quero ser Magro Challenge 2013 chegou ao fim. O Brutal Fitness, mentor desta iniciativa, não deixa de agradecer a todos os concorrentes que por ali passaram, incluindo os que não conseguiram chegar à meta final mas que, dado o esforço, empenho, dedicação e espírito de sacrifício, conseguem agora ultrapassar as suas antigas dificuldades diárias. Como só um pôde sair vencedor, Sandra Piçarra, residente em Beja, alcançou a vitória com um total de peso perdido de 9, 2 quilos. O Brutal Fitness espera que, neste novo ano, os concorrentes consigam manter e melhorar os hábitos de vida saudáveis, entre uma vida mais ativa e uma alimentação equilibrada, pois segundo os treinadores, Ricardo Xavier e Tiago Vargas, “este será o caminho a seguir, caso contrário tudo voltará ao antigo normal”.
Empr Em preessa lííd deer er de meerccado m aad do no no contin nente t e ililha haass,, é uma en nti t daade de vo occaaccio iona naad daa eexxcl c ussiv ivaam men entee p par ara ra a fo orm maç açãão o pro ofiissio onaal naas ár áreass de saúdee e educ educ ed ucaçção. ãão o. É p piio on neirra no ccur no urs ur rso de Té Técnico é o Au A uxxiili illiiar iar a d dee Fa Farmácia ia.
Cursos profissionais são uma alternativa de sucesso
MA – Mente Avançada é escola de referência A MA – Mente Avançada, escola de formação técnica especializada nas áreas de saúde e educação, é uma entidade vocacionada exclusivamente para a formação profissional. A formar profissionais de norte a sul do País, incluindo ilhas, os seus cursos são uma alternativa de sucesso para muitos dos seus formandos. Publirreportagem Sandra Sanches
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ediada em São Domingos de Rana, a MA está no mercado há sensivelmente 11 anos. Conta com cerca de uma centena de profissionais afetos ao quadro e os cursos que promove parecem ser vistos como alternativas de sucesso para muitos, visto que na grande maioria a saída para o mercado de trabalho é direta. Dos cursos, cuja periodicidade é distinta, destacam-se os de Técnico Auxiliar de Farmácia, Técnico Auxiliar de Fisioterapia, Auxiliar Técnico de Ação Educativa, Técnico Auxiliar de Veterinária, Massagem Desportiva e de Reabilitação, Auxiliar de Ação Médica e Técnico de Intervenção em Psicologia Social e Comunitária. Todos eles, segundo nos revela a diretora, Mafalda Pinto, “são cursos com estágio garantido”. Aqui os formandos podem contar com uma forte componente prática, onde
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Inalentejo apoia mais de 49 postos de trabalho
se privilegia a formação em contexto de trabalho e a realização de atividades integradas. Ao longo do percurso, vive-se sem dúvida um ambiente de estudo de grande qualidade e de profissionalismo. A periodicidade dos cursos, assim como os respetivos valores, variam consoante as distintas áreas mas, até à data, tem sido uma das melhores alternativas para muitos, comparativamente a outras vias profissionalizantes. Com uma oferta formativa diversificada, a MA afirma-se como a única escola especialista nestas áreas de formação, onde se cruzam saberes e competências em equipas multidisciplinares para uma futura inserção no mercado de trabalho. Segundo Mafalda Pinto, os índices de empregabilidade “estão um pouco mais abaixo relativamente a anos anteriores”, sendo que, no entanto, “continuam bastante elevados”. A responsável adianta também que chegou a ter “turmas com 80 por cento de empregabilidade”. Sendo da opinião que a formação profissional é sem dúvida uma mais-valia na candidatura a um novo emprego, Mafalda Pinto garante que o “saber fazer e ter um curso que especializa o formando na área à qual se candidata, certamente fará diferença”. Concorrência é palavra que não ameaça esta empresa, pois, segundo a diretora, “nenhuma
outra escola tem a qualidade que temos a todos os níveis para dotar os formandos para o mercado de trabalho”. Na MA os formadores que lecionam os diversos cursos são licenciados e possuem Certificação de Competências Pedagógicas (CAP), sendo que a grande maioria são pós-graduados e mestres. Numa altura em que se fala de crise e de desemprego, uma coisa é certa: a MA está muito atenta à conjuntura económica nacional e internacional, analisando e avaliando as necessidades e as solicitações do mundo empresarial, bem como as flutuações do mercado de trabalho, estando também atenta à realidade local e à conjuntura económica das regiões onde se insere. Acertar na escolha de uma entidade formativa por vezes não é tarefa fácil, mas Mafalda Pinto deixa algumas dicas do que deverá o formando ter em conta aquando da sua escolha: analisar o reconhecimento da entidade formadora por parte das empresas; o facto de os cursos terem ou não estágio; o grau de competências dos formadores e o grau de empregabilidade. Uma escola que pretende acima de tudo responder de forma adequada às necessidades e às novas exigências do mercado de trabalho e que pode ser visitada on line em www.formacaotma.net. De salientar que as inscrições para os respetivos cursos encontram-se abertas.
Aljustrel cria centro de interpretação de hortícolas e ervas aromáticas A Câmara Municipal de Aljustrel já iniciou as obras para a criação do Centro de Interpretação de Produtos Hortícolas e Ervas Aromáticas e de Apoio às Hortas Comunitárias. O centro surge no âmbito do projeto de regeneração urbana e ambiental do Carregueiro, financiado pelo Inalentejo, fazendo também parte a construção de uma horta pedagógica que permitirá ao centro de investigação apoiar os agricultores através de atividades que conciliam produção e sustentabilidade ambiental. Promover o desenvolvimento de ações de sensibilização e de formação destinadas a diferentes públicos, valorizar a produção das ervas aromáticas e desenvolver e executar projetos de investigação científica são alguns dos objetivos deste centro.
Porto de Sines cria prémio de Gestão e Economia A Administração do Porto de Sines (APS) criou um prémio anual para distinguir trabalhos de ensaio sobre a atividade portuária. A intenção da iniciativa é “incentivar a produção de trabalhos académicos ou de investigação relacionados com a atividade portuária”, refere Eduardo Bandeira, administrador da empresa pública. Todos os anos, o prémio Ensaio do Porto de Sines irá distinguir autores nas áreas da Gestão e da Economia, do Direito e da História. Segundo a APS, o prémio será atribuído “rotativamente” a cada uma destas três matérias, sendo que o tema deste ano é a Gestão e a Economia portuárias. O prazo para a entrega dos trabalhos termina no final de julho e o vencedor e eventuais menções honrosas serão conhecidos até 31 de outubro. O primeiro prémio tem o valor de cinco mil euros.
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Boa vida Comer Frango com presunto e poejos Ingredientes para 4 pessoas: 1 frango; 4 dentes de alho; 2 dl. de vinho branco; 100 g de banha de porco alentejano; 2 cebolas; 1 molho de poejos; 1 folha de louro; 200 gr. de presunto; q.b. de pimenta branca moída; q.b. de sal grosso; q.b. de água. Confeção: Corte o frango aos bocados e tempere com os alhos picados, pimenta, louro, vinho branco e sal. Deixe nesta marinada de um dia para o outro. Leve ao lume um tacho com a banha de porco, cebola picada, cubinhos de presunto. Quando a cebola começar a ficar dourada junte o frango e deixe refogar. Adicione a marinada e cubra com água. Tape o tacho e deixe cozer lentamente. Quando estiver quase cozinhado junte os poejos e retifique o tempero. Acompanhe com arroz branco e salada. Bom apetite…
António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora
Filatelia Os selos para 2014
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ste ano os Correios vão pôr em circulação 24 novas emissões de selos. Este número inclui a emissão de uma carteira de selos, já emitidos individualmente, sobre temas alusivos ao arquipélago da Madeira (estes selos serão autoadesivos) e de duas emissões de Etiquetas de Impressão de Franquia Automática (EIFA). A listagem que se segue não traduz, de forma alguma, a ordem das datas pela qual os selos serão emitidos: 40 Anos do 25 de Abril; 150 Anos do Instituto Geofísico de Lisboa; Vultos da História e da Cultura; Emissão Conjunta Portugal/Bélgica – 500 Anos do Nascimento de Andreias Vesalius; 800 Anos da Língua Portuguesa; 800 Anos do Notariado em Portugal; Jardins e Miradouros de Portugal; Tapeçarias de Portalegre (1.º grupo); Grandes Prémios de Arquitetura Portugueses; Patrimónios Mundiais da Humanidade; Ano Internacional da Cristalografia; Aviões que os Açores Conhecem; Correio Escolar; Rota das Catedrais (3.º e último grupo); 400 Anos da 1.ª edição da Peregrinação de Fernão Mendes Pinto; 500 Anos da Embaixada de D. Manuel I ao Papa Leão X; As Coleções do Instituto de Investigação Científica e Tropical (1.ª série, será dedicada ao Café e em data futura será editado um livro que incluirá as várias emissões previstas); Campeonato do Mundo de Futebol – 2014; 500 Anos da Diocese do Funchal; Emissão Europa 2014 – Instrumentos Musicais (nacionais); Desportos Radicais (emissão base); Ano Europeu da Saúde Mental e do Cérebro (EIFA); Ano Europeu da Reconciliação do Trabalho com a Vida Familiar (EIFA). A emissão Vultos da Cultura evoca o centenário do nascimento de João Hogan (mestre de gravadores e pintor notável do século XX); António Dacosta: (poeta, pintor e crítico de arte); Sebastião e Silva (professor catedrático e um dos maiores matemáticos portugueses de sempre); Maria Keil (pintora modernista portuguesa). Serão ainda evocados os 120 anos do nascimento da poetisa Florbela Espanca e os 500 anos do nascimento de D. Frei Bartolomeu dos Mártires, clérigo que se distinguiu no Concílio de Trento, que foi uma das três grandes medidas para combater o movimento da Reforma, que se iniciou no século XVI e que retirou à obediência da Igreja grande parte da Europa. Frei Bartolomeu dos Mártires foi beatificado pelo papa João Paulo II, em 2002. A emissão Grandes Prémios de Arquitetura Portugueses distinguirá os arquitetos Ribeiro Telles, Siza Vieira e Souto de Moura. A emissão evoca os três grandes prémios da arquitetura lusos: os dois prémios Priztker e o prémio Jellicoe (arquitetura paisagística). A exemplo do que já aconteceu por várias vezes, é provável que este plano venha a ser alterado, de forma a contemplar uma eventual emissão dedicada a quaisquer acontecimentos extraordinários, como por exemplo a morte de Eusébio e até (porque não?) uma outra alusiva aos “Bolas de Ouro” portugueses, Eusébio, Figo e Ronaldo. Ilustração: os selos reproduzidos são os da emissão base Desportos Radicais (1.º grupo). É seu autor o Ateliê João Machado, do ilustrador/designer com o mesmo nome. Geada de Sousa
Toiros “Diário do Alentejo” – um ano a contar histórias toureiras
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az esta semana um ano que comecei a minha aventura de escrever crónicas para o “Diário do Alentejo”. A convite do meu amigo Paulo Barriga, aceitei este desafio de escrever algumas linhas semanais sobre o mundo do toiros, no jornal de maior prestígio do distrito, com uma tiragem semanal de cinco mil exemplares, para além dos muitas visitas online na sua pagina da Internet, o que à partida se tornaria aliciante, mas tarefa de muita responsabilidade. Mas como os toiros são para se pegar de caras, fui em frente e sugeri ao diretor do jornal escrever principalmente sobre factos e personalidades ligadas à tauromaquia bejense. Assim, com um trabalho à base da pesquisa e da preciosa ajuda de muitos amigos do meio taurino tentei dar a conhecer aos nossos leitores um pouco mais sobre a nossa história taurina. Comecei por recordar os enormes José Francisco Varela Crujo e Francisco Mendes. Dei a conhecer a romântica história de vida do maestro José Trincheira. As ganadarias de maior prestigio não foram aqui esquecidas, como foi o caso de Condessa de Sobral, Varela Crujo e Brito Paes. Dos cavaleiros Amado de Aguilar, Tito Semedo e Luís da Cruz ficámos a saber mais um pouco. Forcados como Francisco Cano, José Pedro Faro, Pedro Caixinha, e os grupos de Évora, Cascais, Moura e Beja também passaram pelas crónicas do “Diário do Alentejo”. Fui procurar pessoas de afición extrema para relatar as suas histórias, como aconteceu com o engenheiro Carrusca, a saudosa D. Maria de Fátima Brito Paes, o professor Sebastião Valente de Beringel e o António Carriço. Ainda falta contar muitas histórias, que prometo que não ficarão por contar… Vítor Morais Besugo
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Os Segredos dos Dragões na biblioteca de Aljustrel
A Biblioteca Municipal de Aljustrel, no âmbito da Hora do Conto, vai explorar “Histórias salteadas, uma história por mês”. Até março, e de terça a sexta-feira, às 10 horas, vamos mergulhar no universo de António Mota. Janeiro inaugura com o livro Os Segredos dos Dragões, com ilustrações de Rute Reimão. Após a leitura abre-se um leque de atividades de acordo com as diferentes faixas etárias.
Dica da semana
Pais Não tarda nada e temos o Carnaval à porta. Provavelmente os mais crescidos já sonham com máscaras dos seus super heróis preferidos, mas o que dizer dos mais pequeninos? Deixamos aos pais algumas sugestões, pequenos detalhes que podem alegrar ainda mais o dia.
Há bem pouco tempo trouxemos o livro Sombras, de Marta Monteiro, para a tua página e também já falámos aqui de outro ilustrador que se chama André da Loba. Hoje trazemos-te uma notícia que deixa todos os portugueses felizes: ambos os ilustradores foram premiados com a medalha de ouro pela norte-americana Society of Illustrators, em duas categorias. Marta Monteiro na categoria “Uncomissioned”, com uma série inédita de ilustrações que dão pelo nome de “Little people”, e André da Loba recebe a medalha de ouro na categoria “Moving Image”, com o filme “Tuttodunpezzo”. Estas obras integram a exposição “Illustrators 56” que foi inaugurada esta semana em Nova Iorque. Podes visualizar o filme de André da Loba a partir deste link: http://vimeo.com/78389117
A páginas tantas... Provavelmente já leste livros que te ajudaram a vencer medos, ao ponto de te tornares quase invencível, mas o mesmo não se passa com o protagonista de Uma Onda Pequenina. O menino deste livro nada tranquilamente no mar até ao momento em que é perturbado por uma palavra assustadora, daquelas que nos fazem recuar. Impõe-se uma série de perguntas. E agora, o que vai acontecer? Agora que o menino não quer voltar ao mar, será que existe um leitor por aí pronto a judá-lo? Será que a coragem é uma coisa que passa das personagens como exemplo para os meninos de carne e osso ou o inverso também acontece? Vais mesmo ter de ler esta história escrita por Isabel Minhós Martins e ilustrada por Yara Kono e, claro, editada pela Planeta Tangerina.
O duo bejense Tango Paris é o convidado da próxima sessão do ciclo Pequenos Concertos de Inverno, que cumpre a sua segunda temporada promovido pela Câmara Municipal de Castro Verde. Alexandre Catarino, nas guitarras e melódica, e Tiago Catarino, na bateria, oferecem as suas criações exclusivamente instrumentais, e aqui e ali
Fim de semana
com recurso ao vídeo, hoje mesmo, a partir das 21 e 30 horas, no cineteatro municipal da vila. Bandas sonoras para um imaginário que vai “das longas planícies alentejanas, queimadas pelo sol, até aos clubes de tango da capital francesa”, nas palavras dos músicos, que têm no western rock, no blues, no tango e no fado as suas grandes referências.
História do jazz no espaço Oficinas Arranca hoje, sexta-feira, no espaço Oficinas, em Aljustrel, o curso livre de iniciação à história do jazz “Jazz de A a Z”. A ação, que decorrerá até 4 de maio estruturada em oito sessões, sempre às sextas-feiras, é ministrada por António Branco, dinamizador do Clube de Jazz do Conservatório Regional do Baixo Alentejo. A primeira sessão, pelas 21 e 30 horas, abordará o tema “Dos campos de algodão a Nova Orleães”.
Exposição patente em Mértola até 28
Calvet homenageia Jorge Vieira em “Fotossíntese”
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epois de ter celebrado, em 2013, a obra do escultor que lhe dá o nome na perspetiva dos mais novos e da forma como estes a interpretam, o Museu Jorge Vieira, em Beja, prossegue com o ciclo de exposições que pretende “dar voz” a outros artistas que, de várias formas, se ligam ao universo do autor de “Homem-Sol” (Parque das Nações), entre muitas outras obras emblemáticas. E inaugura 2014 em Mértola, com uma mostra individual do fotógrafo Nuno Calvet, intitulada “Fotossíntese – 20 Ficções Oníricas”, que vai permanecer patente na Casa das Artes Mário Elias até ao próximo dia 28, depois de ter passado pela capital de distrito, e pelos municípios de Castro Verde, Cuba, Ferreira do Alentejo, Almodôvar e Montemor-o-Novo. Não sendo uma exposição de fotografia, como o próprio artista assume, “Fotossíntese” resulta sim da “manipulação das suas fotografias com reproduções dos grandes mestres da pintura, da escultura, da escrita e da música, a quem Nuno Calvet presta o seu tributo”, revela a coordenadora da exposição, a escultora Noémia Cruz. Entre os grandes mestres mundiais homenageados, podemos encontrar nomes como Caravaggio ou Miguel Ângelo, Leonardo Da Vinci ou Van Gogh, Bach ou Júlio Verne e também o do português Jorge Vieira, a quem dedica “duas belíssimas ficções oníricas”, como destaca Noémia Cruz. “ ‘Fotossíntese’ é uma exposição de fotossínteses”, resume o autor, que com esta coleção inaugura uma nova fase da sua vida artística. A exposição, cuja entra é gratuita, pode ser visitada de terça a sábado, das 9 às 12 e 30 horas, e das 14 às 17 e 30 horas.
Professores do Conservatório em Concerto de Janeiras
Olinda Gil apresenta Contos Breves em Odemira
Os professores do Conservatório Regional do Baixo Alentejo (CRBA) vão ser os protagonistas do Concerto de Janeiras que já hoje, sexta-feira, sobe ao palco do Teatro Municipal Pax Julia, a partir das 21 e 30 horas. Os docentes, que hoje estarão sob os holofotes, são Ana Orelhas e Cláudia Silva, nas teclas; Halina Berezowska, Filipa Soares, Luís Rufo e João Nunes, nas cordas; Elsa Marques, Marisa Cavaco, Hernâni Moura e Joaquim Simões, nas madeiras; André Dourado, Hélio Ramalho, Jorge Barradas e Nuno Lopes, nos metais; e Pedro Fernandes, na percussão.
Olinda Gil, natural de Beja e residente em Aljustrel, ruma amanhã, sábado, até Odemira para uma apresentação do livro Contos Breves, que terá lugar na biblioteca municipal da vila, a partir das 16 horas. A obra reúne uma seleção de textos, criados entre 1999 e 2007, publicados no suplemento “DN Jovem”, do “Diário de Notícias”. As ilustrações são da autoria de Cláudia Banza. Além de vários outros projetos em preparação, nomeadamente dois romances, a escritora, licenciada em Línguas e Literaturas Modernas e mestre em Ensino do Português e das Línguas Clássicas, tem ainda três livros prontos a sair: um de poesia, outro de prosa poética e outro de contos.
Passeios na Natureza com passagem pelas Neves Os Passeios na Natureza, promovidos pela Câmara Municipal de Beja, vão passar amanhã, sábado, pela freguesia de Nossa Senhora das Neves. O mote do périplo, com oito quilómetros previstos, é “Por entre montes e hortas”, devendo os interessados comparecer junto à piscina coberta da cidade, pelas 8 e 30 horas, o ponto de encontro escolhido pela organização.
A Ordem de São Paulo e o cante alentejano A Casa do Cante, em Serpa, recebe amanhã, sábado, a conferência “Sentimento religioso e património cultural imaterial”, em torno da Ordem de São Paulo,
primeira eremita em Serpa, e do cante alentejano. Além da própria Casa do Cante/Câmara Municipal de Serpa, integram a organização da iniciativa a Santa Casa da Misericórdia e o Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa, com o apoio da União de Freguesias de Salvador e Santa Maria.
A lusofonia e a revista “Nova Águia” A Biblioteca Municipal de Beja recebe hoje, no âmbito do ciclo Sextas com Livros, a apresentação do livro A Lusofonia: Desígnio para o Século XXI. O papel da revista “Nova Águia”. A sessão está marcada para as 21 e 30 horas, contando com a presença dos autores, Renato Epifânio, professor de semiótica no IADE, e Maria Luísa Francisco, investigadora de Sociologia Rural, ambos elementos da direção da “Nova Águia”. Recorde-se que “A Águia” foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal, com colaboradores da craveira de Teixeira de Pascoaes, Jaime Cortesão, Fernando Pessoa ou Agostinho da Silva. Na “Nova Águia”, editada desde 2008, lembram os autores, também “as mais relevantes figuras da nossa cultura são chamadas a refletir sobre temas do pensamento português”.
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Tango Paris atuam hoje em Castro Verde
Nº 1656 (II Série) | 17 janeiro 2014
9 771646 923008
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nada mais havendo a acrescentar... Exumação Quando entramos em casa esvaziamos os rostos tal como eu esvazio os bolsos e tu a tua mala de mão. Colocamos os nossos sorrisos em cima da mesa do corredor junto da chave de casa e dos trocos. Não precisamos de nenhum deles porque já nunca jantamos fora e os pijamas não têm algibeiras que aguentem tanto peso. De manhã eu mudo de calças e tu de mala, saímos para o trabalho e lembramo-nos de levar a chave de casa e os trocos, mas os rostos ainda não deram por falta de nada. Fomos emagrecendo o desejo até toda a carne cair a nossos pés e foi então que descobri que não é possível escrever poesia só com os ossos. E perante as razões inequívocas do aborrecimento e
antes da consumação final do tédio, ainda espalhámos entre nós um rumor de retorno. Por entre as fotografias do casamento a notícia correu célere de boca em boca. Mas quando o boato morreu nas molduras, sentámo-nos novamente a jogar ao egoísmo e, peça a peça, completámos o silêncio. A melancolia tem dias e outros piores ainda em que para além de não haver nada também há enfado. Sabias que a melancolia é inoxidável por causa das lágrimas? Quando morrermos, não morreremos ao mesmo tempo. Haverá um que fica e exumará a nossa existência para tentar saber do que não vivemos. Vítor Encarnação
quadro de honra Residiu e estudou em Moura até ao ano passado. Nadou no clube H2O, da cidade natal, até aos 12 anos de idade, altura em que passa a treinar em Évora, representando o clube local de natação, o Aminata. Ao longo desses quatro anos, foi campeã regional por diversas vezes e obteve mínimos de acesso aos campeonatos nacionais. Está há quatro meses no Sporting Clube de Portugal e pelo novo emblema já arrecadou, em dezembro último, o título de campeã nacional de juniores.
Nadadora de Moura é campeã nacional de juniores pelo Sporting
A vida de peixe de Cláudia
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Como reage a este título de campeã nacional de natação (juniores), alcançado em dezembro último, em Felgueiras: surpresa, alívio, orgulho, sensação de dever cumprido?
É um conjunto de todas essas sensações. O título alcançado foi de estafeta e foi um bom começo no Sporting! Fiquei surpreendida, pois não estava à espera de os resultados serem tão imediatos. Em três meses conseguir um título de campeã nacional foi uma surpresa, mas por outro lado PUB
sei o trabalho que tive para alcançar esse objetivo. É de Moura e vive em Lisboa, em virtude do desporto que pratica, representando agora o Sporting Clube de Portugal. Como é ver-se afastada, tão nova ainda, do seu ambiente familiar? Até que ponto está disposta a fazer sacrifícios pela natação?
Sim, eu vim para Lisboa este ano por causa da natação. Vivo com a minha irmã mas por vezes sinto falta do carinho dos pais ao fim do dia. Mas creio que é uma forma de crescer e de ganhar autonomia e responsabilidade. A natação, como a maioria dos desportos, tem limites de idade. Quanto mais novo se começar melhor, e eu estou a entrar na idade em que é agora ou nunca. Por isso é preciso arriscar e fazer tudo o que for possível. Como é a sua rotina atualmente, entre a escola, os treinos e outras atividades que possa ter?
Tudo começa com o primeiro treino as 6 e 30 horas da manhã e até às 8 horas. É um treino simples, que só
Entre hoje e amanhã esperam-se aguaceiros para toda a região e temperaturas entre os três e os 11 graus. Domingo será um dia mais risonho, apresentando-se com céu pouco nublado e uma ligeira subida da temperatura mínima.
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Agricultores do Campo Branco celebram 25 anos com colóquio
Cláudia Semião, 16 anos, natural de Moura
láudia Semião tem o que se poderia chamar de “vida de peixe”. Entra na água ainda o dia não raiou e só de lá sai já noite feita. Pelo meio, frequenta o ensino secundário em Lisboa, cidade para onde se mudou há meses, vinda de Moura, para representar o Sporting Clube de Portugal. Recém-chegada, já teve o retorno do seu esforço e dedicação: o título de campeã nacional de juniores. Nadar é o que mais “prazer e satisfação” lhe dá, diz, confessando a ambição de um dia chegar aos Olímpicos.
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envolve treino de água. Às 8 e 15 horas entro na escola e saio às 16 ou às 17 e 40 horas, mas há dois dias em que não tenho aulas de tarde. O segundo treino do dia começa às 17 e 30 horas no ginásio, onde fazemos uma hora de preparação física. Às 18 e 30 horas, vamos para a água e esse treino, sim, é muito intenso – demora entre duas horas e duas horas e meia. Não há tempo para outras atividades, e para estudar é preciso aproveitar muito bem o fim de semana e algumas horas noturnas. O que sente quando nada? E que sonhos tem para o futuro?
Nadar é sem dúvida o que me dá mais prazer e satisfação; aquele sentimento de fadiga no fim do dia, do dever cumprido, deixa-me muito feliz e realizada. Num futuro próximo, quero alcançar um título de campeã nacional numa prova individual e um recorde nacional. Para um futuro mais distante gostava de fazer parte da seleção nacional e representar Portugal nos europeus, mundiais ou jogos olímpicos. Carla Ferreira
A Associação de Agricultores do Campo Branco (AACB) promove, no próximo dia 31, no Cineteatro Municipal de Castro Verde, um colóquio que se insere nas comemorações dos seus 25 anos de vida. Os trabalhos, que têm início pelas 14 horas, dividem-se em dois painéis, estando agendado, para as 20 horas, um jantar comemorativo do aniversário. A sessão de encerramento, pelas 18 horas, prevê a presença do secretário de Estado da Agricultura, José Diogo Albuquerque.
Atalaia promove concurso de artes Estão abertas, até ao próximo dia 11 de abril, as candidaturas ao concurso e festival Artes Performativas (Residências de Criação), promovido pela Associação dos Amigos da Cultura e das Artes (Atalaia), em parceria com a Câmara de Ourique e as universidades de Lisboa, Évora e Algarve. O concurso está aberto a “criadores e estudantes das artes contemporâneas performativas”, entre dança, teatro, performance, música, artes plásticas e multimédia, tendo os projetos selecionados direito a “bolsa de apoio, meios técnicos e logísticos, acompanhamento inicial no contacto com as infraestruturas/ comunidade do território – Ourique, Grandaços, Panóias e Castro Verde – que podem ser envolvidos e utilizáveis em apresentações de arte contemporânea”.
Chás e ervas do mundo em maio O II Festival de Chás e Ervas do Mundo, promovido pela Associação de Defesa do Património de Mértola (ADPM), já tem data marcada. Será entre 26 de maio e 1 de junho e, mais uma vez, o que se prevê é “juntar produtos, produtores e promotores das diferentes espécies de ervas e chás, e de distintas regiões e países”. Quem visitar o certame, cujo programa contempla conferências, workshops, animações, atividades escolares e provas gastronómicas, vai também poder encontrar “as ervas autóctones cujo valor medicinal as tornavam companheiras indispensáveis das comunidades locais, e cuja produção envolve atualmente tantos jovens agricultores”, desvenda a ADPM.