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Marisa Sousa: A única mulher entre os árbitros pág. 20 SEXTA-FEIRA, 7 MARÇO 2014 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXII, N.o 1663 (II Série) | Preço: € 0,90
Países do centro e norte da Europa são os mais procurados mas também há quem emigre para África
Jovens alentejanos obrigados a refazer a vida no estrangeiro JOSÉ FERROLHO
Reportagem nas páginas 4/6
Somincor é a maior empresa da região pág. 7
Eleições polémicas na Misericórdia de Beja pág. 9
Quando a música gosta dela própria PUB
Dia da Mulher: É bom não esquecer Editorial e pág. 30
Chama-se Tiago Pereira. É realizador de cinema. Mas anda a correr o País de lés-a-lés em busca dos últimos resquícios do cancioneiro tradicional. Tem um projeto chamado “A Música Portuguesa a Gostar Dela Própria”, que é uma espécie de biblioteca fílmica da música “tal como ela é”. O “DA” acompanhou a gravação do volume 896. Autor: Paulo Colaço. Local: Entradas. págs. 16/17
Diário do Alentejo 7 março 2014
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Editorial Mulher
Vice-versa “Em respeito pela tradição” o executivo da Câmara de Beja decidiu dar tolerância de ponto aos funcionários na terça-feira de Carnaval. Vítor Picado, vereador da CDU na Câmara Municipal de Beja
Paulo Barriga
A
manhã, que é sábado, celebra-se o Dia Internacional da Mulher. Com o século XXI avançado na idade, como começa a estar, esta parece ser das efemérides mais anacrónicas e embaraçosas do programa das festas da Organização das Nações Unidas. Dia Internacional da Mulher. Mas por que carga de água deverá a mulher ter um dia seu e só seu? Por que raio haveremos de marcar a palavra “mulher” num quadrado do calendário? Isso faz algum sentido? Hoje? Infelizmente, sim, faz! Faz todo o sentido. Ainda na última semana foi publicado um estudo que revela que as mulheres portuguesas, no trabalho, são pior remuneradas que os homens. Há empresas, muito honradas e muito bem cotadas na bolsa de valores, que solidificam receitas rejeitando emprego a mulheres, nomeadamente àquelas que estão em idade reprodutiva. Naquela idade ótima para certos patrões exercerem o ainda tão sorridentemente aceitável e compreensível assédio sexual. Fora de casa, a mulher continua a contar muito menos que o homem. E dentro de casa? Na suposta segurança do lar? Ainda pior! Os relatórios das instituições de proteção à vítima são unanimes quando apontam para um aumento desenfreado dos casos de violência doméstica. Nesta matéria, as estatísticas são ultrajantes. Existem mulheres que, durante anos a fio, foram e são sistematicamente ameaçadas pelos seus parceiros, humilhadas, agredidas, violentadas, assassinadas. Tudo isto debaixo de uma cândida cumplicidade social, num País onde a passionalidade rima com permissividade. E na política? E nos cargos de chefia? Onde está a tão famigerada e badalada paridade? Nas segundas linhas, salvo raras exceções. Muito raras, aliás. E é por tudo o que se disse e por tudo o mais que ficou por dizer que é embaraçoso e anacrónico celebrar o Dia Internacional da Mulher em pleno século XXI. A melhor homenagem que podemos prestar à mulher acontecerá quando nos esquecermos dela a 8 de março. Sinal que, de facto, alguma coisa mudou. Para melhor. Para muito melhor.
O primeiro-ministro anunciou que o Governo não dará tolerância de ponto aos funcionários públicos no Carnaval, argumentando que “ninguém perceberia” que tal acontecesse numa altura em que o Executivo se propõe acabar com feriados. Passos Coelho, citado pelo “Diário de Notícias”, 3 de fevereiro de 2014
Fotonotícia
Carnaval em Cuba e em Vidigueira. Em Cuba, e também em Vidigueira, o Carnaval transformou-se num caso sério. Apesar da proximidade entre as duas vilas, as respetivas autarquias souberam dividir entre si os dias dos cortejos e, com essa cumplicidade, acabaram por concentrar naquele eixo as maiores celebrações carnavalescas do Baixo Alentejo interior. Na última terça-feira, em Cuba, perto de um milhar de foliões desfilaram pelas principais artérias da localidade sob o olhar satisfeito de largos milhares de pessoas. Numa festa animada, cada vez mais participada, e que começa a trazer verdadeiros benefícios para aquele concelho. Pelo menos a julgar pela fila integral de automóveis que separava Cuba e Beja no final do desfile. PB Foto de ArtisAna Artesanato
Voz do povo Quedireitostêmasmulheresaconquistar?(8demarço,éDiainternacionaldaMulher)
Inquérito de José Serrano
Luísa Amado 66 anos, jurista aposentada
Etelvina Alves 44 anos, doméstica
Cândida Gonçalves 46 anos, desempregada
Maria Damião 46 anos, secretária
A igualdade perante os homens. E não me refiro aos direitos de beber, de fumar, de andar por aí. Como normalmente os homens, na sua vida mais livre, fazem. Refiro-me sim à igualdade de direitos no trabalho. Conquistaram-se já muitas vitórias nessa área, mas existe ainda muita descriminação. Há mulheres que não conseguem emprego pela sua condição de ser ou poder vir a ser mãe.
A maior parte dos direitos pelos quais lutaram estão já conseguidos, equilibrados. No nosso País as mulheres estão presentes na maior parte das profissões. Ocupam cargos relevantes. No parlamento, no Governo. A grande diferença que ainda encontro é em relação aos vencimentos salariais. Muitas vezes, com as mesmas funções, as mulheres ganham menos que os homens.
O que é que poderá haver mais para conquistar? Em relação aos homens, os direitos das mulheres são já mais ou menos os mesmos. Está tudo equilibrado. Avançou-se muito. Falo, claro, da nossa realidade. Porque há países que as mulheres…Coitadas. Eu sou contra estas datas comemorativas fixas. Tal como o Dia da Mulher. Que não costumo comemorar. O nosso dia são todos os dias.
Em Portugal poucos. Os direitos que temos são equitativos em relação aqueles que têm os homens. No dia-a-dia, quer na minha vida pessoal, quer no meu trabalho, não encontro diferenças nenhumas entre uns e outros. Um longo caminho foi percorrido até aqui. A mentalidade da geração da minha mãe era muito diferente. Em relação ao trabalho, aos estudos, à afirmação pessoal.
Rede social DR
Semana passada QUINTA-FEIRA, DIA 27
OURIQUE OBRA DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA AVANÇA Foi assinado o contrato de empreitada para a construção do sistema de abastecimento de água à vila de Ourique, a partir da barragem do Monte da Rocha, obra que arrancará em abril próximo, num investimento de 2,8 milhões de euros. A intervenção resulta de uma parceria entre a Câmara de Ourique e a empresa Águas Públicas do Alentejo (AgdA), representando um “sonho antigo” da população, já que permite satisfazer “uma necessidade premente no fornecimento de água com qualidade e regularidade” à vila, explicou a autarquia. Com conclusão prevista em abril de 2015, a obra “é mais um passo na reestruturação e modernização do fornecimento de água no concelho de Ourique”, adiantou o município, lembrando que estão em execução outras empreitadas no âmbito da parceria entre a autarquia e a Águas Públicas do Alentejo. Nomeadamente as obras de requalificação do depósito de Garvão, de construção do depósito de Panoias, de reabilitação e ampliação da Estação de Tratamento de Águas (ETA) do Monte da Rocha e de construção da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Ourique e da adução a Panoias e a Garvão a partir daquela barragem.
QUARTA-FEIRA, DIA 5 ODEMIRA PALESTRA SOBRE “POLUIÇÃO NOS OCEANOS” O município de Odemira promoveu uma palestra sobre a temática “Poluição nos Oceanos”, no âmbito da programação da campanha Bandeira Azul 2014. A sensibilização dos pescadores e da comunidade em geral para o problema da poluição marinha e da necessidade de adoção de comportamentos corretos que a evitem foram os objetivos desta iniciativa, que decorreu na biblioteca municipal. A palestra teve como oradora Isabel Palma, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, entidade parceira na organização do evento.
FERREIRA DO ALENTEJO HOMEM MORRE EM COLISÃO NA ESTRADA Um homem de 57 anos morreu na sequência da colisão do automóvel que conduzia com um pesado de mercadorias, na zona de Ferreira do Alentejo, segundo fontes da GNR e dos bombeiros. À Lusa, o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Beja adiantou que o alerta foi dado às 10 e 44 horas e que o acidente ocorreu no Itinerário Principal (IP) 8, perto do cruzamento para Peroguarda, no concelho de Ferreira do Alentejo. As operações de socorro mobilizaram 13 bombeiros das corporações de Beja e Ferreira do Alentejo, apoiados por cinco veículos, além da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do Hospital de Beja e da GNR.
Como surgiu a ideia da iniciativa “Azeite Solidário”?
Aquando do lançamento, a 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos, da campanha da Caritas Internationalis, “Uma só família humana, alimentos para todos”, a Caritas Diocesana de Beja, no quadro da sua atividade, planificou para 2014 a campanha “Azeite Solidário, uma gota de esperança”. A Caritas Diocesana de Beja dispõe de um refeitório social que é direcionado a indivíduos/famílias carenciadas economicamente e/ou em situação de emergência social. Para responder ao aumento significativo de refeições que foram servidas em 2013, cerca de 61 155, surgiu esta campanha que, ao contrário de outras, é direcionada para os empresários agrícolas da nossa região.
No Ateliê do Queijo em Serpa Aprender os rudimentos da arte de fazer queijo. Eis um dos momentos da programação da 13.ª Feira do Queijo do Alentejo, que encheu o Parque de Feiras e Exposições de Serpa no último fim de semana. Uma experiência divertida, e pedagógica, para os mais novos. DR
Presidente da Caritas Diocesana de Beja
Espetáculo natural na Lagoa de Santo André Perante uma audiência de representantes oficiais e largas centenas de curiosos, a Lagoa de Santo André foi aberta ao mar, no passado dia 28. Um momento do calendário anual da região que ninguém quer perder, tal é a sua beleza e espetacularidade. DR
SEXTA-FEIRA, DIA 28
4 perguntas a Teresa Chaves
Qual o destino para a totalidade de azeite angariado? De que forma?
O azeite angariado é destinado para a confeção das refeições servidas no refeitório e cantina social, bem como para as restantes respostas sociais de que a Caritas Diocesana de Beja dispõe. Qual o balanço que faz até ao momento desta campanha?
José e Solange Mata recebidos na Câmara de Beja Campeões nacionais de danças latinas, foram recentemente recebidos no salão nobre da Câmara de Beja. O reconhecimento do executivo face ao feito dos dançarinos da Sociedade Filarmónica Capricho Bejense que irão, em breve, aos campeonatos da Europa e do Mundo representar Portugal. DR
Trabalhadores da administração local da região de Beja entregaram ao Governo um ofício a questionar a falta de publicação dos acordos para a manutenção das 35 horas de trabalho semanal. Os trabalhadores concentraram-se frente ao Ministério das Finanças, em Lisboa, para criticar a falta de publicação dos Acordos Coletivos de Entidade Empregadora Pública (Aceep). O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), Francisco Brás, estimou que tenham estado no local cerca de centena e meia de trabalhadores e disse que a delegação não encontrou dificuldades para entregar o ofício no gabinete do secretário de Estado da Administração Pública. “Receberam com urbanidade a delegação e do gabinete deixaram de levantar dificuldades. Correu razoavelmente bem”, comentou.
O balanço da campanha é extremamente positivo, não só pela generosidade dos empresários e marcas aderentes – até ao momento 10 marcas/empresários aderiram à campanha –, bem como pela aceitação que esta tem tido nas empresas, naquilo que é a responsabilidade social, individual e coletiva de cada um. Odemira entregou prémios do 8.º Concurso de BD Já estão pensados projetos futuros dentro do mesmo género?
A Cáritas Diocesana de Beja procurará sempre dar resposta às necessidades das pessoas e neste quadro em que as famílias portuguesas passam por grandes dificuldades, refletindo-se no aumento de pedidos de ajuda e apoio junto das respostas sociais da Caritas, procuraremos com criatividade, e ao mesmo tempo com respeito pela dignidade humana, apelar e envolver a sociedade civil em campanhas e projetos de âmbito social. Existem condições para que, de forma integrada, possamos realizar outras campanhas em prol do bem comum. Gonçalo Farinho
Tiago Pinto, do Cacém, venceu, com “A Oferenda”, o 8.º Concurso de Banda Desenhada de Odemira, cujos prémios foram entregues no sábado, dia 1. Em segundo lugar ficou Francisco Sousa Lobo e, em terceiro, César Évora. DR
BEJA EM LISBOA CONTRA NÃO PUBLICAÇÃO DE ACORDOS PARA AS 35 HORAS
Carnaval “em rede” e entre gerações Estava animado o baile de Carnaval da Rede Social do Concelho de Beja. Que o digam estas quatro “irmãs metralha”, maquilhadas à maneira. Porque o gosto pela folia não é uma questão de idade.
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Diário do Alentejo 7 março 2014
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Tema de capa
São jovens, qualificados e saíram da região e do País
Os novos emigrantes Os que partiram. De malas cheias, com capacidade para se aguentarem
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icardo Fonseca, 25 anos, arrumou a mala com roupa suficiente para ficar fora de Portugal por muitos anos. A bordo do seu automóvel percorreu 2400 quilómetros. Partiu em outubro, deixando Colos, no concelho de Odemira, para trás. Aventurou-se numa viagem, para já, só de ida até à Suíça. “Decidi emigrar quando vi que não havia mais condições para sobreviver em Portugal”. Ricardo é pragmático. E as suas respostas são curtas e diretas. Tão cruas como a realidade. Ricardo pertence à geração de novos emigrantes. Pertence à soma daqueles que partiram em busca de uma vida melhor, de um emprego, de novas oportunidades. Ricardo foi mais um dos que saiu do País, da região. E sem data de regresso anunciada. Lá, onde estacionou o carro, garante que encontrou “um país com condições de trabalho, onde não se tomam decisões sem se pedir o voto do povo”. E nem o facto de os suíços terem votado recentemente a favor da imposição de barreiras a emigrantes da União Europeia o desanima. Está a trabalhar numa fábrica de produtos farmacêuticos. A sua área, porém, é outra. Era segurança e sempre gostou do que fazia. Acontece que na Suíça o ordenado que leva para casa ao fim do mês também é outro. Bem melhor, por sinal. “As horas extra também são bem pagas”, completa. “Vejo Portugal, infelizmente, muito distante de um país como a Suíça. O Alentejo é magnífico, mas para viver, falando a nível profissional, nem pensar. A vida é muito cara para aquilo que se ganha”. Antes já tinha experimentado viver no norte de Portugal. Esteve por lá oito anos. A conversa volta ao início, à sua partida, e Ricardo confessa: “Nunca pensei, não queria emigrar”. Regressar? “Se não me conseguir aguentar a nível emocional terei de voltar”, responde com toda a sinceridade. Consciente de que a sua estadia no país ainda é demasiado curta para se sentir totalmente seguro da sua decisão. Para já, está a aguentar-se. “Sinto saudades da família, dos amigos e isso dói muito. Sinto falta do meu cão. Da comida”.
fora do País e da região por muitos anos. Na bagagem o desejo de uma vida melhor, de um emprego, de melhores condições para si, para os seus. Os que emigraram, com um bilhete de ida, sem data de regresso. Jovens, qualificados e com perspetivas maiores do que as fronteiras do Alentejo, de Portugal. Os que tiveram de ir, com a saudade entranhada na mesma proporção do sonho. Os novos emigrantes. Texto Bruna Soares
Contrato assinado e alojamento garantido Ana
Horta, 31 anos, natural de Beja, quando embarcou no avião que a levou para longe foi já com um contrato assinado e alojamento garantido. Motivos mais do que suficientes para acreditar que tudo iria dar certo. E até agora deu. Ana também optou por partir para a Suíça. Mas o leque de opções, antes da ida, foi mais alargado. Aconteceu ter chegado da Suíça a primeira resposta ao envio dos seus currículos. Enviou candidaturas para França e Bélgica. “Quando a primeira resposta positiva chegou não pensei duas vezes. Parti com a certeza
Suíça Ricardo Fonseca saiu de Colos e conduziu 2400 quilómetros até ao país que o acolheu
de que estava a fazer a escolha certa, tendo em conta o panorama que se adivinhava a nível de emprego, e bastante entusiasmada com a oportunidade que surgia”. Foi em 2011 que a ideia de emigrar ganhou força. A crise instalou-se e acabou por precipitar a ideia que Ana já tinha em mente: “Procurar um país mais apelativo para viver, para organizar a vida”. Consigo, para além de roupa e dos documentos, levou livros para ocupar os tempos livres. O computador foi o meio que encontrou para ter a família e os amigos mais próximos de si. “Parti sentindo que, se corresse bem, a Suíça ir-me-ia acolher por alguns anos, mas sem prazo definido”. O discurso pessimista, esse, deixou para os outros. “Fiz o curso superior [Psicologia Clínica] a ouvir que era complicado arranjar emprego, sempre me disseram que acabava o curso e ficava no desemprego”. Mas afinal o discurso fatalista teve o seu lado positivo: “Inconscientemente preparei-me para um cenário complicado e mentalizei-me que poderia ter que sair da zona de Beja para arranjar emprego. As mudanças nunca me assustaram”. Já antes tinha saído do Alentejo e rumado até aos Açores. Esteve por lá dois anos. Regressou, mas a experiência permitiu-lhe dar o salto para o estrangeiro, quando a vida se complicou. Hoje, na Suíça, mais concretamente em Morges, trabalha numa escola privada com crianças e jovens com autismo e não consegue fazer planos a longo prazo, nunca conseguiu, mas não pensa voltar. Já perdeu casamentos, nascimentos, momentos em família, com os amigos, e é do lá de cá que ouve: “Oh, faltas cá tu”. Ana sabe que falta, sente-o mais do que ninguém. E é nestes momentos, quase sempre, que a saudade mais dói. Ou não fosse essa saudade um sentimento tão português. Esse fado que se entranha. Há quase um ano que não visita Portugal. “Até do calor e do cheiro do Alentejo sinto falta”, dispara. Mas não se arrepende de ter partido. Com 28 anos, na altura, queria ter um salário certo ao fim do mês, para poder fazer todos os planos que se fazem com 28 anos. Queria apostar na vida pessoal, progredir profissionalmente. “Não foi uma escolha fácil, mas olhando para trás foi a melhor que fiz”. Ao longe, à distância do espaço que separa a Suíça do Alentejo, Ana Horta verbaliza o que sente. “Pertenço à geração a quem o curso superior não garantiu emprego gratificante e estabilidade. Muitos dos emigrantes dos dias de hoje têm formação superior, com perspetiva de um trabalho qualificado no estrangeiro. Há alguns anos, quando se emigrava era com intuito de juntar algum dinheiro e voltar para Portugal.
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Ana Horta A crise levou-a a deixar Beja e a instalar-se em Morges, Suíça
Hoje em dia a ideia talvez seja, não tanto o juntar dinheiro, tendo em vista o regresso, mas sim o organizar a vida e aproveitá-la no país onde se está”. E é também de lá, da Suíça, que chega a confirmação do seu ânimo: “Não saí amargurada, mas sim com entusiasmo, com o entusiasmo de quem vai tentar mudar para melhor”. As amarguras, essas, sente-as, sim, mas nos momentos das despedidas. “Não há como nos habituarmos a elas”. No país onde há muito por fazer e ensinar A viagem continua até à República do Congo, porque é lá que se encontra Ana Lourenço, natural de Bicos, concelho de Odemira. Foi em 2012 que decidiu emigrar. Primeiro licenciou-se em Geografia e Planeamento Regional e depois enriqueceu ainda mais o seu currículo com uma pós-graduação em Gestão do Território, com uma especialização em SIG e Deteção Remota. Viu um anúncio de emprego para a República do Congo e não hesitou. Concorreu para o lugar oferecido por uma empresa israelita. Depois de uma entrevista em Portugal e muitas mais via Skype foi para o Congo, Brazzaville. Na mala levou, sobretudo, repelente para insetos e muitos medicamentos. Mas houve espaço para mais. Roupa e livros. E o que encontrou? “Uma oportunidade para assumir mais responsabilidades profissionais do que em Portugal”, assegura Ana Lourenço, com 30 anos feitos. A evolução profissional era uma das suas prioridades e esta foi uma boa forma de a atingir mais rapidamente. Como consequência, acredita, ganhou “mais conhecimento e experiência”. Ana Lourenço garante que “se adaptou muito bem” à sua nova realidade. “Fui bem acolhida, tanto pela empresa como pela população local”. E, para já, não pensa em regressar a Portugal. “Mais tarde logo se verá, até porque dependerá muitos das oportunidades que surjam”. Na República do Congo encontrou, diz, “uma realidade muito diferente” da que estava habituada. “Há muito por fazer e ensinar”. Mas PUB
para aprender, para explorar e não só para ganhar dinheiro. É certo, no entanto, que as condições económicas em Portugal também ajudaram a aumentar a emigração”. A família que partiu depois de esgotar todas as tentativas de ficar José Balça, 30 anos, e Ana
Ana Lourenço Um anúncio de emprego de uma empresa israelita levou-a até à República do Congo
Suécia José, Ana e Pedro no jogo de futebol para o apuramento para o Campeonato do Mundo 2014
encara esta saída do Alentejo, do País, sobretudo como “uma oportunidade”. A distância é suficiente para Ana Lourenço enxergar o Alentejo a partir de África. A suficiente para Ana explanar com clareza o que vê e sente. “A região está cada vez mais envelhecida
e menos apetecível a jovens ativos”. Ainda assim, admite: “Mas está sempre no meu coração. As saudades da casa são muitas”. Relativamente aos novos emigrantes que estão a surgir, não tem dúvidas: “Esta vaga é mais flexível e muito mais qualificada. A maioria sai
Oliveira, 32 anos completos, decidiram partir quando acharam que tinham esgotado todas as tentativas de ficar. Por outras palavras: quando acharam que deixaram de ter meios para continuar a viver em Portugal, porque ambos estavam desempregados. Escolheram a Escandinávia. Queriam ficar na Europa, mas também porque lá, de uma maneira geral, ainda não se sentiam os efeitos da crise financeira e também porque se encontram fora da zona euro. “Para além disso, tínhamos a ideia de que os países nórdicos eram mais eficazes do ponto de vista da distribuição da riqueza, socialmente mais justos e essa era uma forma de estar e de pensar que queríamos vivenciar”. Deixaram Beja para trás e optaram pela Suécia. Consigo levaram o máximo possível, com a certeza de que nos próximos anos não voltariam a Portugal. José Balça, Ana Oliveira e o filho Pedro foram embora sem estabelecerem uma meta em termos de tempo. Sempre pensaram no estrangeiro na perspetiva do viajante, do visitante. Não pensavam, por isso, emigrar. “Até uma certa altura fomos felizes em Portugal, sentíamo-nos realizados com o que fazíamos e tínhamos a perspetiva de um futuro que sempre se adivinhou árduo, mas possível”. Perderam essa perspetiva e tiveram de ir. José é engenheiro informático e está a trabalhar como engenheiro de software numa empresa que desenvolve soluções de comércio eletrónico. Ana é formada em Psicologia e Teatro e na Suécia está a dar aulas de música e de teatro numa escola internacional. Lá encontraram a possibilidade de trabalhar naquilo de que gostam e com horários equilibrados e salários justos. “Sentimos que o nosso trabalho é valorizado e reconhecido. Algo completamente oposto à precariedade que vivíamos e em que muitos amigos e familiares continuam a viver em Portugal”.
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Maria Teixeira Trocou Castro Verde por Dublin na Irlanda PUB
Sentem, sobretudo, falta da família, da comida, do tempo, do sol e da espontaneidade das pessoas. Mas, neste momento, não existem condições para regressar. “É difícil fazer uma previsão em relação a um eventual regresso. Por outro lado, também queremos aproveitar a oportunidade de já estarmos fora do País para conhecermos uma nova realidade e ter outras experiências internacionais”. Tanto José como Ana saíram amargurados. “Desde cedo que estou ligado ao ativismo no movimento estudantil, associativo e em diversos movimentos sociais. Sempre tentei ter uma postura interventiva, crítica e construtiva sobre a realidade que me rodeava. Foi por isso com muita revolta que saí. Revoltado por todo o retrocesso social e económico que assola o País. Nunca tinha pensando emigrar. Foi uma decisão difícil, mas a mais racional possível”, afirma José Balça. Enquanto Ana Oliveira completa: “Saí muito revoltada por ter de sair. Foi uma escolha, mas uma escolha no limite, uma escolha entre ficar e sujeitar-me ao que quer que fosse a nível profissional e sair e procurar longe a realização profissional”. Na Suécia o inverno é muito rigoroso, “escuro e longo”, como dizem, onde no limite só têm cinco horas de luz por dia. Faz tanto frio na Suécia. Mas depois “existe um monumental sentido daquilo que é público: o dinheiro, os serviços, os direitos, os deveres. Há muito respeito pela comunidade, pelas pessoas e pelas instituições. Na escola ensina-se a viver em democracia desde muito cedo e as pessoas crescem a saber que têm uma voz e que a sua voz será ouvida tanto como outra qualquer. A cultura de responsabilidade é enorme”. Mas há mais. Quando regressam à sua casa de sempre, à sua paisagem, à sua comida e às suas gentes, quando regressam a Portugal, percebem que o País “está a atravessar uma carga muito pesada para as pessoas” e sentemno nas conversas, especialmente quando chegam de férias. “O desânimo é aterrador”. E por isso não é de estranhar que quando questionados sobre esta nova vaga de emigrantes respondam: “Há muito pouca informação rigorosa, especialmente no que toca à faixa etária e qualificações. No entanto, sabe-se que é a maior vaga de emigração desde os anos 60. É assustador pensar que estamos atualmente a equiparar uma fase tão negra da história de Portugal onde os que emigravam faziam-no para fugir à pobreza extrema, à guerra colonial e à falta de liberdade”. Há algo, contudo, que não é comparável, em sua opinião. “O mundo hoje encontra-se mais globalizado e a tecnologia muito mais desenvolvida, tornando muito mais fácil as pessoas movimentarem-se e comunicarem. Esses fatores acabam por ajudar na adaptação a uma nova realidade para os que ficam e para os que partem”.
“Há muito pouca informação rigorosa, especialmente no que toca à faixa etária e qualificações. No entanto, sabe-se que é a maior vaga de emigração desde os anos 60”.
Ir para a Irlanda Maria Teixeira teve de sair
de Castro Verde. O seu namorado alentejano, David, trabalhava a uns bons quilómetros de distância do Campo Branco. Os gastos estavam a tornar-se incomportáveis e as deslocações, essas, eram constantes. Os ordenados de ambos não eram altos e as despesas, pelo contrário, eram grandes. David partiu primeiro. Maria seguiu-lhe o rumo. A Irlanda foi a primeira opção. “Não viemos ao desconhecido. O David já tinha estado no País antes e isso facilitou o nosso processo de adaptação”. Ainda mais a Irlanda começava, até, pela palavra que dava asas ao seu desejo: Ir. Ir só podia ser sinónimo de Irlanda. “Trouxe uma mala carregada, sobretudo, de muita vontade de arriscar. Sempre achei que ir era uma situação controlável. Parti com o pensamento que a qualquer altura poderia regressar e isso fez-me ir feliz”, conta Maria. Maria nunca pensou ter de emigrar, mas sempre pensou que seria bom ter uma experiência fora do seu País. “Emigrar significa ter de partir por obrigação, sair para procurar sustento”. Antes estudou Design de Comunicação, ainda trabalhou na sua área em Portugal, mas as condições não eram as que mais desejava para si. Atualmente está em Dublin e trabalha numa seguradora. “Estou a trabalhar
fora da minha área de estudo, mas sem qualquer constrangimento”. Até porque, em contrapartida, ganhou “um nível de vida bastante superior ao que tinha em Portugal, nomeadamente em termos financeiros”. Ainda assim a saudade é inevitável. “Vejo Portugal e o Alentejo como o sítio para onde sonho diariamente voltar. Não há dia em que não pense que um dia vou voltar”. Lembra-se do pensamento que tinha Maria quando partiu? Do poder voltar quando quisesse, a qualquer momento? Esse, garante, “desmoronou-se por completo”. “Percebi que o País onde nasci não tem espaço para tantos como eu”. A esperança, porém, ninguém lha arranca, nem a destrói. E não tem dúvidas: “Trabalho e projeto muito o meu futuro em Portugal. Se pudesse regressaria já amanhã”. A luz do Alentejo faz-lhe tanta falta. Também faz tanto frio em Dublin. “Não me queria expressar assim, mas é inevitável dizer que só sentimos falta, ou só damos realmente importância às coisas, quando as deixamos de ter à mão. E, por isso, sim, tenho muitas saudades da família, dos amigos, dos cheiros, de tudo”. Maria Teixeira apenas queria ter uma experiência fora do seu País, mas agora, à distância, percebe que o facto de não poder voltar com a facilidade com que saiu a entristece. Uma pergunta inevitável: Portugal afinal assemelha-se à Irlanda? “Por muito que tentem comparar a Irlanda é um país de gente prática, menos materialista e onde ainda existem oportunidades mesmo para os estrangeiros”. Maria não se atreve a comparar esta vaga de emigrantes com a de outros tempos. Nunca teve muitos exemplos na família, nunca tinha conhecido esta realidade de próximo. Mas há algo de que não se esquece e que lhe foi transmitido numa das primeiras vezes que regressou ao País, ao Alentejo, para umas férias. “Um senhor viu-me a comer as nossas comidas com grande alegria e entusiasmo e até com alguma emoção e disse-me: ‘Coma à vontade menina que eu sei que lá fora é tudo à base de enlatados para não se gastar muito dinheiro’”. Maria engoliu em seco.
Atual
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por cento das empresas a operar nos três distritos (Beja, Évora e Portalegre) são micro ou pequenas. São também as resposnáveis por mais de 80 por cento dos postos de trabalho da região. é o número das empresas com sede no distrito de Beja que integramo ranking das 100 maiores empresas do Alentejo elaborado pela Dun & Bradstreet.
Pequenas e micro empresas garante mais de 80 por cento dos postos de trabalho
Somincor é a maior empresa do Alentejo A Somincor é a maior empresa privada dos distritos de Beja, Évora e Portalegre, quer nos resultados líquidos e exportações, quer em número de empregados. No ranking das “100 Maiores Empresas de Portugal por Distrito”, publicado na semana passada pelo “Correio da Manhã”, o Baixo Alentejo aparece referenciado 21 vezes, com o setor mineiro em destaque.
N
os dados referentes aos distritos alentejanos, é sem surpresa que os três primeiros lugares são ocupados pela Somincor (setor mineiro), Manuel Rui Azinhais Nabeiro, Lda. (holding) e Amorim Florestal, SA (cortiça). O quarto lugar volta a ser ocupado por uma companhia do Baixo Alentejo, a Almina – Minas do Alentejo, SA, com atividade em Aljustrel, sendo ainda referenciadas mais três companhias ligadas ao setor mineiro na primeira metade da tabela: a Empresa de Perfuração e Desenvolvimento Mineiro, SA, no 15.º lugar, a Hy-Tech Drilling, Lda (31.º), e a José Dias Faustino, SA (50.º). A Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (Ulsba), uma Entidade Pública Empresarial (EPE), surge em 6.º lugar, sendo, dentro desta lista de 100 empresas, o maior empregador com 1723 funcionários declarados. No entanto, o resultado líquido apresentado é de -7 706 249,85 euros, o mais negativo de todos os apresentados e perdendo na comparação da sua congénere do Alto Alentejo que, sensivelmente com o mesmo volume de vendas e de empregados, apresenta um resultado positivo de 888 897,51 euros. PUB
1 Somincor – Sociedade Mineira de Neves Corvo, SA Beja 2 Manuel Rui Azinhais Nabeiro, Lda Portalegre 3 Amorim Florestal, SA Portalegre 4 Almina – Minas do Alentejo, SA Beja 5 Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano, EPE Portalegre 6 Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo Beja 11 Amper – Central Solar, SA Beja 15 EPDM Empresa de Perfuração e Desenvolvimento Mineiro Beja 16 AGC – Minas de Portugal, Unipessoal, Lda Beja 19 Lusomorango Beja 22 Iberian Salads Agricultura, SA Beja 23 Sapju Carnes, SA Beja 29 De Prado Portugal, SA Beja 30 Superbeja – Supermercados Beja 31 Hy Tech Drilling 2006, Unipessoal, Lda Beja 39 EDIA, SA Beja 49 Carlos Baltazar Furtado Ribeiro, Lda Beja 50 José Dias Faustino, SA Beja 65 AGDA – Águas Públicas do Alentejo, SA Beja 68 Manuel Pires Guerreiro, Lda Beja 81 Rui & Candeias, Lda Beja 86 Distriserpa – Supermercados, SA Beja 88 A. Cano, Associados, SA Beja 97 Sodimoura – Supermercados, Lda Beja
Para além do setor mineiro e dos serviços de saúde, a Amper – Central Solar, SA, de Moura, também aparece num lugar de relevo (11.º), mas as empresas do setor agroalimentar, bem como as de distribuição (supermercados), também marcam presença significativa. A lista das “100 Maiores Empresas de Portugal por Distrito” foi elaborada pela
Vendas (em euros)
Resultado Líquido (€)
Exportações (€)
Empreg.
362 162 409,00 195 876 599,43 97 852 062,02 83 284 053,71 80 381 893,32
72 624 187,00 625 076,36 5 236 181,81 9 692 013,84 888 897,51
361 829 028,03 2 942 410,88 2 831 180,54 83 284 053,71 -
1008 999 401 292 1695
79 937 797,40 35 107 016,50 27 807 711,57 27 101 030,55 24 503 625,08 21 255 230,00 21 199 579,42 17 830 926,29 17 452 453,76 16 816 993,65 14 806 103,00 11 410 396,35 11 341 727,60 9 677 166,00 9 409 644,46 8 289 846,90 8 122 611,95 7 973 419,19 7 634 303,55
-7 706 249,85 9 592 293,39 8 573 776,44 1 878 679,44 16 162,21 -1 050 352,17 -3 184 300,78 282 692,31 137 464,04 5 048 251,98 8 559 040,00 227 015,57 1 993 027,72 54 982,00 -467 465,28 452 035,54 156 555,53 166 969,51 105 405,52
23 375 284,00 7 459 379,32 1 582 416,70 14 263 592,23 488 070,85 8 509 148,38 70 567,99 -
1723 2 218 28 7 254 80 71 76 80 189 23 96 124 25 11 50 10 41
Dun & Bradstreet, uma empresa de informação comercial a operar em Portugal desde 1906. Segundo o estudo desenvolvido para o “Correio da Manhã”, mais de 99 por cento das empresas a operar nos três distritos são pequenas ou micro e são também as responsáveis pela maior parte do emprego (81,2 por centro).
Neste momento as indústrias transformadoras dão emprego a 18,4 por cento do universo de trabalhadores no ativo, enquanto os setores da agricultura, pecuária pesca e caça asseguram trabalho a 15,8 por cento. Em 2013 as empresas dos três distritos foram responsáveis por 1,9 por cento das exportações portuguesas, no valor de 1099 milhões de euros.
Aprovada criação de Comissão Eventual de Saúde em Beja
Foi aprovada, na terça-feira, 25, a criação de uma Comissão Eventual de Saúde, no âmbito da Assembleia Municipal de Beja. A proposta foi lançada pelos eleitos do PS, e aprovada por maioria, contando com as abstenções dos deputados municipais da coligação “Mais Beja” (PSD/CDS-PP). “A necessidade da criação desta comissão, pelo período de tempo que se entenda justificável, está diretamente relacionada com os crescentes problemas em torno deste setor na capital de distrito, e na forma como os mesmos têm afetado utentes e profissionais da área”, explicam os socialistas em comunicado. A comissão integrará representantes de todos os partidos, coligações e grupos de cidadãos com representação na Assembleia Municipal de Beja, encarregando-se “de manter contactos regulares com os vários agentes e atores do setor da Saúde”.
JOSÉ FERROLHO
Diário do Alentejo 7 março 2014
08
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Caritas de Beja lança campanha
Azeite solidário A Caritas de Beja apresentou na quinta-feira, dia 27, uma campanha solidária com o objetivo de angariar 3 000 litros de azeite para serem usados na confeção de refeições que a instituição fornece diariamente a pessoas e famílias carenciadas.
A
través da campanha “Azeite solidário, uma gota de esperança”, a Caritas de Beja pretende angariar, junto de produtores do distrito, pelo menos, 3 000 litros de azeite, a quantidade gasta por ano pela instituição na confeção de refeições, disse em conferência de imprensa a presidente da instituição, Teresa Chaves. As refeições são servidas no refeitório e na cantina social da Caritas de Beja ou fornecidas para consumo em casa a pessoas e famílias carenciadas
ou em situação de exclusão social, explicou Teresa Chaves, referindo que em 2013 a instituição serviu 61 173 refeições no refeitório e na cantina. Seg u ndo Teresa Chaves, a Segurança Social financia 100 refeições servidas na cantina social, mas a Caritas de Beja serve “muitas mais” e, por isso, “precisa do apoio da comunidade” para poder continuar a servir as que não são financiadas pelo Estado e são custeadas pela instituição. Se a Caritas de Beja conseguir angariar mais de 3 000 litros de azeite, a quantidade necessária para confecionar refeições durante um ano, o excedente será distribuído pelas famílias carenciadas às quais a instituição fornece géneros alimentares, disse Teresa Chaves. Através da campanha, que arrancou no início deste ano, a Caritas de Beja tem vindo a contactar os
produtores do distrito de Beja para saber se estão disponíveis para doar azeite à instituição. A campanha tem tido “um excelente acolhimento”, frisou, referindo que, até hoje, 10 produtores já se associaram à campanha e vão doar azeite à Caritas de Beja. Segundo Teresa Chaves, a campanha, a qual a Caritas de Beja pretende que seja anual e tenha continuidade nos próximos anos, “marcará, pela positiva, os destinatários”, ou seja, as pessoas e famílias carenciadas que a instituição serve. A iniciativa também “marcará, pela positiva, os parceiros envolvidos”, que irão ver a sua responsabilidade social reconhecida e associada a uma campanha de causas nobres e sociais, “num quadro de grandes dificuldades para as famílias portuguesas”, frisou.
Presidentes de câmara debatem Portugal 2020
Governo passa a bola para o lado das autarquias
A
programação dos fundos europeus para os próximos sete anos está a ser trabalhada de norte a sul do País. Uma das fases em debate é a sub-regional, que compreende as comunidades intermunicipais, e que originou o convite, por parte de Manuel Castro Almeida, secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, para debater o desenvolvimento da região nos próximos sete anos com os presidentes de câmara do Baixo Alentejo. Segundo o secretário de Estado, “no sistema de programação montado são os presidentes de câmara do Baixo Alentejo que têm de identificar as oportunidades de desenvolvimento e a perspetiva e visão de futuro que têm para a região, onde exercem
os seus mandatos. Confiamos nas iniciativas locais, confiamos no valor da proximidade. Quem está mais apto a tomar as decisões é quem está mais próximo dos problemas a resolver, e é também por isso que o Governo está em contacto com todas as comunidades intermunicipais”. Manuel Castro Almeida revela ainda que “as comunidades intermunicipais podem vir a assinar pactos para o desenvolvimento e coesão territorial desde que os municípios adotem estratégias comuns para desenvolver ações de âmbito supramunicipal”. “Há matérias que interessam a mais do que um município e que não podem ser tratadas por um só presidente de câmara mas do que não têm dimensão nacional para serem tratadas por um
ministro ou secretário de Estado, logo, a dimensão adequada é a intermunicipal ou supramunicipal”, adianta o governante. O programa regional para o Alentejo está a ser construído sobre a responsabilidade da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, que, por sua vez, está em contacto com os autarcas de toda a região. Além disso, “os autarcas de cada comunidade intermunicipal têm a possibilidade, a partir de agora, de apresentar propostas de nível supramunicipal, ao nível da comunidade intermunicipal para programas de desenvolvimento específicos dentro da região, para os quais poderão ser acordados pacotes de investimentos de nível intermunicipal”, conclui o secretário de Estado. Gonçalo Farinho
A Câmara de Odemira vai atribuir apoios financeiros extraordinários aos bombeiros do concelho, sendo 45 mil euros para a corporação de Odemira e 15 mil euros para a de Vila Nova de Milfontes. Segundo a autarquia, os apoios extraordinários vão permitir às corporações enfrentarem as dificuldades financeiras que atravessam, devido à redução significativa de transportes de doentes desde 2011 na respetiva comparticipação pelo Estado. Os apoios extraordinários surgem a par da atribuição do subsídio anual de 150 mil euros à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Odemira e 60 mil euros à de Vila Nova de Milfontes para despesas com equipamentos e outras inerentes ao bom funcionamento do serviço público prestado, refere a autarquia.
09 Diário do Alentejo 7 março 2014
Câmara de Odemira reforça apoio aos bombeiros
Assembleia Municipal de Beja “repudia” relatório IEVA
José Cândido Chícharo continua na presidência
Eleições polémicas na Misericórdia de Beja A Santa Casa da Misericórdia de Beja (SCMB) tem nova mesa administrativa desde a passada segunda-feira. De entre um universo de cerca de duas centenas de “irmãos” eleitores, apenas 40 participaram nestas eleições intercalares para o órgão executivo da Santa Casa. Sendo que mais de um terço dos votantes anulou o boletim de voto, como forma de protesto em relação ao processo que conduziu ao presente ato eleitoral. Texto Paulo Barriga Foto José Ferrolho
É
o próprio empresário bejense José Cândido Chícharo, que permanece como presidente da SCMB a reconhecer que “esta foi a primeira vez que houve um movimento contrário à mesa administrativa”. Um órgão que, desde junho de 2013, perdeu cinco dos sete elementos consagrados no Compromisso da Irmandade (estatutos) o que, supostamente, deveria conduzir a eleições antecipadas. Essas eleições chegaram mesmo a ser anunciadas internamente no final de 2013, o que levou à criação de uma lista alternativa encabeçada pela docente universitária Ana Paula Figueira. Mas a 16 de janeiro último, em reunião extraordinária da assembleia geral, órgão presidido pelo empresário João Paulo Ramôa, é decidido avançar para a elaboração e
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votação de uma proposta de regulamento eleitoral que permite à mesa administrativa substituir por auto proposta os elementos que renunciem ao cargo. Foi ao abrigo deste documento que decorreu a reunião da última segunda-feira. O novo regulamento eleitoral motivou diversas observações e cartas aos órgãos da SCMB e ao bispo, documentos a que o “Diário do Alentejo” teve acesso, mas acabou por ser aprovado a 4 de fevereiro, já com os votos de 54 novos “irmãos” que foram aceites na instituição pela mesa administrativa, de uma só vez, a 21 de janeiro. Ana Paula Figueira fala em “falta de transparência” em todo o processo que antecedeu “um ato que tem mais a ver com nomeações do que com eleições”. A situação foi comunicada por diversos irmãos ao bispo de Beja, que é a entidade a quem cabe a última palavra no que respeita às misericórdias, sem que este se “mostrasse disponível para intervir na organização interna da instituição”. O passado da SCMB, que foi fundada em 1500 no reinado de D. Manuel I, está intimamente ligado à história do Hospital Grande de Nossa Senhora da Piedade (Hospital Velho). Com a construção, na década de 1960, do hospital José Joaquim Fernandes, esta unidade veio perdendo relevância ao nível dos serviços de saúde e deixou de receber doentes nos finais dos anos 1970.
O edifício do Hospital Velho passou mais tarde a albergar as instalações da Universidade Moderna e do Instituto Superior de Serviço Social. Um longo período em que a SCMB deixou de ter protagonismo e visibilidade na cidade e na região. Há seis anos a esta parte, esta instituição particular de solidariedade social voltou a dar sinais de vida com a obra de restauro do Hospital Velho e com a abertura deste monumento nacional à população em geral e também com a criação de um centro infantil. Num relatório de análise interna, datado de dezembro de 2013, os três relatores reconhecem que a SCMB “possui um património muito extenso e valioso” que passa não apenas pelo edifício do Hospital Velho e pelas instalações do centro infantil, mas também por várias propriedades rústicas na região de Évora e de Beja e também pela posse dos terrenos dos bairros dos Moinhos e do Refúgio, ambos em Beja. Os novos elementos propostos e votados para a mesa administrativa tomam posse nos próximos dias. José Cândido Chícharo prestará novas declarações sobre o processo eleitoral após a tomada de posse, não deixando de afirmar que “não foi cometida nenhuma ilegalidade” e que a contestação interna da SCMB é o “exemplo acabado da raça humana a funcionar e da sua constante necessidade de protagonismo”.
A Assembleia Municipal de Beja aprovou recentemente, por unanimidade, uma moção em que manifesta “repúdio” pelo relatório Investimento em Infraestruturas de Elevado Valor Acrescentado (IEVA), no qual o distrito de Beja “não é, mais uma vez, prioridade de intervenção”. O documento, apresentado pelo grupo da CDU e aprovado no último dia 25, afirma que, no relatório encomendado pelo Governo, “não é dada qualquer importância às ligações com o Porto de Sines, nem com o aeroporto de Beja, nem com Espanha”, o que significa que “nada do que tem sido considerado como estruturante ou projeto estratégico para a região surge como prioritário ou relevante neste relatório”. A moção aponta, por exemplo, o facto de não haver referências ao IP2, nem ao IC27, “ficando o IP8 reduzido a uma via sem qualquer importância estratégica”. Pretende, por isso, “evitar que estas conclusões de um grupo de trabalho venham a ser aceites e postas em prática por este ou qualquer Governo”.
Castro Verde exige A26 e conclusão imediata do IP2 A Assembleia Municipal de Castro Verde aprovou por maioria, no último dia 27, uma moção em defesa da A26 e pelo “reinício imediato” das obras do IP2. O documento, apresentado pelos eleitos do PS, foi aprovado com sete abstenções da CDU e uma do PSD. No que diz respeito à autoestrada Sines/Beja (A26), a moção rejeita “veementemente a proposta inaceitável” do Governo, que não quer retomar as obras. Já no que concerne ao IP2, considerado “uma via fundamental” para o concelho de Castro Verde e toda a região, o documento aprovado exige “que as obras sejam reiniciadas com a maior urgência em benefício das populações, do desenvolvimento económico e da coesão territorial”. “No caso da A26, o abandono é total e vergonhoso! E como se não bastasse, o recente Relatório do Grupo de Trabalho das Infraestruturas de Elevado Valor Acrescentado, encomendado pelo Governo, vem determinar que esta obra fundamental para o futuro do Baixo Alentejo não seja retomada”, pode ler-se ainda no documento. A moção assinala também que o IP2, que serve aquele concelho, “encontra-se num estado lastimável”.
Diário do Alentejo 7 março 2014
10
Assembleia Municipal de Serpa contra extinção de freguesias
A Assembleia Municipal de Serpa aprovou por unanimidade, a 27 de fevereiro, uma moção onde expressa a sua “total oposição” em relação ao novo mapa territorial autárquico. Os eleitos serpenses consideram mesmo que a Lei 75/2013 é “um projeto político de destruição do poder local democrático” e temem que depois das freguesias venha a extinção dos municípios. E, por isso mesmo, pedem a “revogação imediata” de um diploma que não responde “minimamente às necessidades das populações e à prestação de um melhor serviço público”.
Governo quer privatizar Águas de Portugal Quem o denuncia são os vereadores do PS na Câmara Municipal de Beja que, em comunicado, alertam para um pacote de alterações legislativas que “visam tirar poder aos municípios na fixação das tarifas” de água. A oposição socialista propõe assim ao
executivo CDU uma “tomada de posição pública” contra a privatização da Empresa Geral do Fomento, que é responsável pela gestão dos resíduos sólidos urbanos, no seguimento da posição que a Associação nacional de Municípios Portugueses tomou no seu último congresso.
CM SANTIAGO DO CACÉM
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Só depois das férias do verão
Costa de Santo André vai ser requalificada A requalificação da praia da Costa de Santo André, no concelho de Santiago do Cacém, deverá avançar em setembro deste ano, pondo fim a vários anos de espera, revelou o presidente do município.
S
egundo Álvaro Beijinha, trata-se de um projeto desejado “há muito” e que foi sendo adiado devido a um litígio de “mais de duas décadas” entre o Estado e os proprietários de quatro edifícios localizados junto à praia. A intervenção nesta zona foi incluída, recentemente, no programa Polis Litoral Sudoeste, apesar de este abranger apenas os concelhos a sul de Santiago do Cacém (Sines e Odemira, no Alentejo, e Aljezur e Vila do Bispo, no Algarve). “Por insistência nossa, abriu-se aqui uma exceção”, frisou o autarca, esclarecendo que, ao contrário dos restantes, o município de Santiago do Cacém não faz parte da Sociedade Polis Litoral Sudoeste, responsável pelo programa. No entanto, a câmara terá de
“assumir f inanceiramente uma parte da obra”, que poderá chegar aos 150 mil euros, referiu Álvaro Beijinha à Lusa. A intervenção, orçada em 680 mil euros e comparticipada por fundos comunitários, visa a “recuperação e salvaguarda dos ecossistemas lagunares e dunares”, bem como o “controlo e disciplina da atividade balnear pelos veraneantes”, segundo o município. O projeto apresentado em Brescos, na freguesia de Santo André, inclui a instalação de passadiços de madeira para definir os acessos dos veraneantes às zonas balneares, de oceano e da lagoa de Santo André, “com condições de conforto e pontos de descanso”. O parque de estacionamento vai ser também alvo de intervenção, estando ainda prevista a renovação e o enterramento das infraestruturas elétricas. Para Álvaro Beijinha, este projeto, cujas obras deverão iniciar-se na segunda quinzena de setembro, após a época balnear, “é um passo muito significativo do ponto de vista
do ordenamento do território”. O autarca lembrou que a zona pertence a uma área de jurisdição da administração central e que a Câmara Municipal de Santiago do Cacém “não tinha obrigação de entrar financeiramente para este projeto”. O presidente do município assumiu também que esta era “uma das poucas” praias da região que ainda não tinha sido alvo de requalificação. “Perderam-se estes anos todos, com prejuízo para o território, para as pessoas que lá vivem e para as pessoas que utilizam aquela zona”, lamentou Álvaro Beijinha, recordando que, “muitas vezes”, a autarquia foi responsabilizada pela situação. Lembre-se que a Lagoa de Santo André (ver página 3) foi na passada sexta-feira aberta ao mar de forma a permitir a renovação das águas e da fauna existente no ecossistema. A tradição secular de ligação das águas que era antigamente realizado à força de braços e com a ajuda de animais, é há vários anos realizado com o recurso a máquinas.
11
A Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo está a preparar a sua participação na próxima edição da Ovibeja. Segundo o presidente da autarquia, Aníbal Reis Costa, a aposta da autarquia vai recair na divulgação do turismo naquele concelho, uma vez que o número de camas teve um “crescimento muito significativo nos últimos três anos”, e do azeite, que continua a ser uma indústria em grande crescimento em Ferreira do Alentejo.
Presidente de Odemira vai a São Martinho das Amoreiras Chama-se “Sentir Odemira”, a iniciativa que leva o executivo municipal da Odemira a visitar as freguesias rurais do concelho. Entre hoje e amanhã, José Alberto Guerreiro estará em São Martinho das Amoreiras e nas demais aldeias daquela freguesia para escutar os eleitos, os empresários e associações locais. A freguesia
Diário do Alentejo 7 março 2014
Turismo e azeite traz Ferreira à Ovibeja
de São Martinho das Amoreiras tem 1 006 habitantes (Censos 2011) e uma área de 144,2 quilómetros quadrados, numa paisagem marcadamente serrana onde a floresta e sobretudo o eucalipto são nota dominante. Para além da produção florestal, a atividade económica da freguesia passa pela agricultura, pecuária, apicultura, olivicultura e extração de cortiça.
JOSÉ FERROLHO
Grândola contra reforma do mapa judiciário
Feira realiza-se entre 30 de abril e 4 de maio
Inovação e agronegócios serão tema da 31.ª Ovibeja A 31.ª Ovibeja, que se realiza entre os próximos dias 30 de abril e 4 de maio, terá como tema central a inovação agrícola e os agronegócios, patente na exposição “Terra Fértil”, visitável no Pavilhão Sabor Alentejo e com recurso a meios audiovisuais e multimédia.
O
espaço expositivo, como revela a organização, da ACOS – Agricultores do Sul, “está a ser concebido com uma forte componente de design gráfico e de ambientes, cruzando elementos gráficos com elementos do campo e da natureza que transportem o visitante ao contexto em que as inovações decorrem”.
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Transversais a toda a feira, “a inovação agrícola e os agronegócios vão criar pontos de contacto em diferentes espaços, de entre os quais se destaca a alameda principal e o campo da feira, uma zona de demonstração do que de melhor se faz a nível produtivo, de investigação e de equipamentos agrícolas”, adianta a ACOS. Outras formas de a mostra “Terra Fértil” ir ao encontro dos visitantes são a apresentação de projetos, demonstração e degustação de produtos, e os debates e workshops, sendo que “os projetos inovadores vão ser submetidos, através de concurso, à apreciação dos visitantes que poderão votar nos da sua eleição”. Ainda segundo a organização, os projetos apresentados em “Terra Fértil” relacionam-se
com a reconversão agrícola operada por via do regadio de Alqueva, “mas não só”. “A inovação agrícola e o agrobusiness vão ao encontro da valorização e aperfeiçoamento de toda a cadeia de valor dos produtos e serviços agroalimentares, que começa nas pessoas que fazem da agricultura o seu modo de vida, também enquanto guardiões da natureza, e termina na melhoria da comunicação de todo o processo ao público em geral e ao consumidor”, conclui. O projeto “Terra Fértil” tem o apoio de vários parceiros, entre os quais se realçam o Centro de Biotecnologia Agrícola e Agroalimentar do Alentejo, o Instituto Politécnico de Beja e o Centro Operativo e Tecnologia de Regadio.
O município de Grândola aprovou, no último dia 27, em reunião de câmara, uma moção onde se opõe veemente à reforma do mapa judiciário de Portugal, que prevê a conversão do Tribunal de Grândola em Secção de Instância Local, com competência cível, quando o valor seja inferior a 50 mil euros, e crime, para delitos com penas inferiores a cinco anos. No documento, aprovado por unanimidade, o município refere a importância vital de serviços públicos como os tribunais “para a fixação de empresas e para o alargamento do tecido económico e, consequentemente, social dos territórios e das comunidades”. E lembra o papel decisivo do concelho de Grândola e do Alentejo Litoral para o crescimento do setor do turismo em Portugal que, no ano passado, apresentou o melhor resultado de sempre. “Numa fase em que estão previstos importantes investimentos privados, que vêm alargar e complementar a oferta já existente e que são essenciais para a consolidação deste destino, a supressão de serviços que constituem um garante de estabilidade e de segurança das entidades e das populações pode colocar em causa o processo de desenvolvimento e comprometer o futuro desta região e do País”, sustenta a autarquia. O município de Grândola garante que “vai utilizar todos os meios ao seu alcance para exigir ao Governo uma política contrária à que tem vindo a ser implementada” e apela também à ministra da Justiça para que receba em audiência os autarcas da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral (Cimal), “para que estes possam expor as razões que os levam a rejeitar este novo mapa judiciário”.
Estrada Moura-Sobral da Adiça arranca em março As obras de requalificação da Estrada Nacional (EN) 255-1, que liga Moura a Sobral da Adiça, arrancam já este mês, anunciou o município, congratulando-se com a empreitada, que irá beneficiar utentes e as ligações rodoviárias do concelho. A “garantia” relativa ao arranque da obra foi dada ao presidente da Câmara de Moura, Santiago Macias, pelo coordenador regional de Beja da empresa Estradas de Portugal, Luís Pinelo, explica a autarquia em comunicado. A obra, da responsabilidade da Estradas de Portugal, irá durar cerca de seis meses.
Câmara e associações de Aljustrel comemoram 25 de Abril em conjunto
“Variadíssimas atividades de cariz político, cultural, desportivo e musical estão a ser planeadas” para as comemorações, em Aljustrel, dos 40 anos da Revolução de Abril, programa a ser apresentado “dentro em breve” e que une os esforços do município e do movimento associativo do concelho, informou a câmara municipal. “À semelhança dos anos anteriores, o executivo municipal convidou os representantes das coletividades e associações do concelho para,
em conjunto, delinearem um programa que irá abarcar todas as iniciativas a levar a cabo no próximo mês de abril”, adiantou a autarquia. Nesse sentido, já foram promovidas reuniões, quer com os representantes associativos, quer com os presidentes das juntas de freguesia do concelho. “40 anos depois da Revolução dos Cravos, o povo de Aljustrel continua a comemorar a data e a demonstrar que os ideais de Abril continuam bem vivos”, declara o município.
DR
Diário do Alentejo 7 março 2014
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Fundação Yves Rocher premeia técnica da ADPM A chilena Maria José Bastidas, que trabalha na Associação de Defesa do Património de Mértola (ADPM), promovendo o desenvolvimento sustentável dos recursos micológicos, foi a segunda classificada no âmbito da 5.ª edição do prémio Terra de Femmes, da Fundação Yves Rocher, entregue na quinta-feira, dia 27. O galardão, que pretende distinguir “ecomulheres que agem em defesa da preservação da natureza”, já recompensou mais de 300 mulheres em 15 países, sendo que a vencedora nacional vai representar o País na cerimónia internacional, habilitando-se a um prémio adicional. Em Mértola há seis anos, Maria José Bastidas, geógrafa de formação, debruça-se sobre o estudo do potencial dos recursos naturais como motores de desenvolvimento dos territórios, debruçando-se sobre o desenvolvimento sustentável dos recursos micológicos. “Os fungos são incríveis, são uma parte do ecossistema superinteressante. Apaixonei-me pelos cogumelos em específico. São um vício. Quem gosta como eu gosta de tudo o que os envolve, desde a apanha até às refeições que se podem fazer com eles”, confessa a técnica. Nesse sentido, o projeto que lidera na ADPM tem como objetivo primordial “promover a conservação dos recursos micológicos no sul do Alentejo”, sendo que o Baixo Alentejo “é uma zona com aptidões únicas para o desenvolvimento de uma exploração micológica de carácter turístico e educativo”. Em 2013, foi organizado o I Encontro Nacional de Recursos Micológicos, tendo também sido implementados diversos espaços de exploração micológica sustentável. A aposta “na utilização deste tipo de cogumelos na gastronomia portuguesa tem sido um dos principais focos do projeto”. Este ano, o prémio Terre de Femmes distinguiu também Isabel Soares, que luta contra o desperdício alimentar promovendo o consumo de “fruta feia”, e Lanka Horstink, uma holandesa que vive em Portugal há 20 anos, e que promove uma campanha pela defesa da livre produção, troca e venda de sementes. PUB
Festival Silarca, entre hoje e domingo
Cabeça Gorda, capital do cogumelo Passeios micológicos, tertúlias em torno do cogumelo, ateliês para crianças, showcooking de cogumelos, cante alentejano, artesanato, tasquinhas de petiscos, demonstração de produção de cogumelos e lota micológica. É o que propõe, a partir de hoje e até domingo, 9, o Silarca – Festival do Cogumelo, uma organização da Junta de Freguesia de Cabeça Gorda, em parceria com a Associação de Defesa do Património de Mértola (ADPM).
A
inauguração é hoje, a partir das 17 e 30 horas, estando agendado, meia hora mais tarde, a apresentação do Manual de Boas Práticas de Colheita e Consumo de Cogumelos Silvestres – Projeto Promover os Recursos Micológicos. O serão é animado pelo grupo coral Os Bubedanas e haverá baile com o Duo Sensações, a partir das 22 ho-
ras. No programa de amanhã, sábado, destacam-se, pelas 10 e 30 horas, um passeio micológico conduzido pela especialista Maria Bastidas e, pelas 17 horas, o showcooking “Sabores da nossa terra”, com o chefe Pedro Soudo. A noite, dedicada à mulher, fica a cargo dos Sonido Andaluz e do DJ Stá, com participação das Just Kolors Dance. O festival encerra no domingo com
a atuação, pelas 22 horas, dos grupos corais da Freguesia de Cabeça Gorda e Moços da Aldeia, depois de um dia marcado pelo ateliê “Os pequenos micológicos”, pela Rota dos Petiscos Micológicos, que percorrerá as tascas e os restaurante da aldeia, e por uma sessão de animação com marionetas ao ar livre, organizada pelo Teatro Jodicus. O Festival do Cogumelo, como explica a Junta de Freguesia de Cabeça Gorda, “pretende ser um evento de cultura local e pela defesa dos recursos naturais em torno de elementos que caracterizam a nossa identidade criando um sentimento de pertença e desta forma dinamizando a economia à escala local”.
António Zambujo anima festa da olaria
Sabores do Barro em Beringel
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freguesia de Beringel vai acolher a primeira edição da iniciativa Sabores do Barro, entre os próximos dias 29 e 30, um evento que terá como embaixador o fadista António Zambujo. Organizada pela Junta de Freguesia de Beringel, a iniciativa, com entrada livre, “pretende promover o território,
associando a tradição da olaria à gastronomia e ao cante alentejano”, área em que “António Zambujo colaborará, definindo a programação para os dois dias do certame, e onde terá parte ativa ao acompanhar o Rancho de Cantadores de Aldeia Nova de São Bento, no dia 29, e Moda Mãe, no dia 30”, informa a autarquia local. Ao
longo do fim de semana, haverá um espaço expositivo para os artesãos e comerciantes dos artigos relacionados com o barro, a olaria e os seus derivados, e estará em funcionamento uma tenda dedicada à gastronomia, com diversas tasquinhas para refeições e petiscos, valorizando os “comeres do barro”.
13 Diรกrio do Alentejo 7 marรงo 2014 PUB
Diário do Alentejo 7 março 2014
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Grande parte das câmaras municipais do País decidiram contrariar o Governo, atribuindo tolerância de ponto na terça-feira de CARNAVAL. Um gesto aparentemente inócuo e até risível, não fosse ele grandemente sério para passar em claro. É que esta verdadeira batalha de flores da política revelou um País por inteiro contra as decisões do pode central. O que não é bom sinal. Lembram-se por que razão caiu Cavaco em desgraça? PB
São ridículos os que pensam, falam e servem esta terra [Moura], da forma que sabem e podem. Mas mais ridículos são os que não pensam, não falam e não obram, por medo, inépcia ou obstipação encefálica. Manuel Correia, “A Planície”, 1 de março de 2014
Opinião
Ménage à Trois em 8 milímetros Bruno Ferreira Humorista
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ntes mesmo de comprar umas valentes sacas de milho para passar a noite dos Óscares, dei comigo a pensar naquela sacramental questão: qual o filme da minha vida -não que isso tenha algum tipo de interesse para o meu apreciado leitor, mas vou fazer de conta que tem e aproveitar para lhe impingir a minha opinião. A verdade nua e crua é que não consigo ser fiel apenas a um filme. Por isso vou pôr de lado a monogamia cinéfila e assumir publicamente os meus pecados carnais com as fitas de oito milímetros. Aliás, já agora, aproveito o embalo e vou ainda mais longe: para escolher os filmes da minha vida proponho realizar a famosa prática francesa ménage à trois, utilizada para designar envolvimentos amorosos a três. Pelo menos. Neste caso vou envolver-me com os três filmes da minha vida. É aquilo a que o Mário Augusto poderia chamar de uma orgia cinéfila. Destapemos os lençóis de cetim. Casablanca: Um épico de 1942, de Michael Curtis. Um marcante Humphrey Bogart é Rick Blaine que dirige a principal casa noturna da cidade marroquina. No Café do Rick cruzam-se espiões, bandidos, nazis e aliados (o género de local onde se poderiam cruzar, por exemplo, Isaltino Morais, Vale e Azevedo e Valentim Loureiro. Evidentemente nenhum deles é espião, nazi ou aliado). Sempre sob o olhar agridoce de Rick, o desconfiado americano (visão genérica dos americanos curiosamente partilhada por Francisco Louçã), muitos refugiados europeus tentam sair rumo a Lisboa, uma capital neutral no íntimo da segunda grande guerra (Salazar iniciava o País como destino turístico, querendo captar ao mesmo tempo ingleses e alemães de terceira idade). Um dos refugiados a querer sair é Victor Laszlo, o líder da Resistência Checa. O problema é que Laszlo é casado com Ilsa Lund (Ingrid Bergman), antigo amor de Blaine. Caberá a Rick, o implacável charmoso e rude calculista, definir o destino de ambos. Tensão e muita intenção nas brilhantes interpretações de Ingrid e Bogart, diálogos fortes num clima perigosamente romântico são os maiores atributos desta ode ao cinema. Blow Up: foi levado à tela em 1966 pela objetiva de Michelangelo Antonioni. A história relata a vida de Thomas, um fotógrafo de moda interpretado por um sedutor David Hemmings, numa Londres em plena revolução sexual, numa frenética agitação de festas, amor livre, rock’n’ Roll (saborosa banda sonora de Herbie Hancocke) e muitos excessos. Para se perceber melhor, era o típico ambiente no qual Santana Lopes colocaria a sua fita na testa e dançaria em cima de uma coluna ao lado de José Castelo Branco. Por tudo isso o filme desnorteou a conservadora Hollywood. O enredo prende-se com uma fotografia acidental que revela um assassinato perpetrado por uma manipuladora e sensual Vanessa Redgrave, na pele de Jane. Com uma imagem fotográfica quente e sofisticada, às vezes angustiante, outras excitante e erótico, o filme conta com uma cena considerada como o momento mais sexy da história do cinema. Daí se esculpiu o cartaz promocional. Vale a pena pesquisar no Google. Cinema Paraíso: Estávamos em 1988 quando Giuseppe Tornatore trouxe para o grande ecrã a narrativa da paixão pelo cinema acima de todas as outras artes (de frisar que a parte da narrativa só surgiu dado que não falo em José Sócrates há muito tempo). Esta é a história de um projecionista de uma pequena vila Siciliana do pós-guerra, o generoso Alfredo (Philippe Noiret) que nos revela o íntimo da sala de cinema, e do acanhado espaço de projeção. É desses momentos que se recorda Salvatore, quando era o pequeno
O Festival Terras sem Sombra representa, desde há uma década, um valioso contributo, vindo complementar o conhecimento e a divulgação da música sacra no Alentejo. Neste Ano Internacional da Agricultura Familiar, promove uma ligação ao tema e coloca o seu prestígio e a sua popularidade ao serviço de uma melhor gestão dos recursos naturais, da proteção do ambiente, do desenvolvimento rural sustentável e da biodiversidade. José Manuel Durão Barroso, “Notícias de Beja”, 27 de fevereiro de 2014
ajudante de Alfredo, tendo a sala escura como central elemento comunitário da época, onde se começavam namoros, se faziam negócios e teciam conspirações. E onde muitas vezes o escuro abafava solapadas cenas de sexo, dignas de um verdadeiro Tomás Taveira. Mas Salvatore cresce e deixa de ser essa criança. Vive em Roma, onde se tornou um realizador de sucesso. É lá que recebe a notícia da morte do seu amigo Alfredo, regressando a Giancaldo para um final poético. Esta é uma película melancólica e apaixonante que, embalada pela banda sonora de Ennio Morricone, se torna incapaz de sustar a lágrima mais inflexível. Nisto batem-nos à porta. Era o Feios, Porcos e Maus, de Ettore Scola. Vinham nus e crus, despenteados e barulhentos - quase mais exauridos e depauperados do que um punhado de professores em manifestação pelos seus direitos. Mas infelizmente já não havia lugar para mais fitas por entre os lençóis. Fica para a próxima.
O Governo de Sancho Pança
de contas - a que o eleito devia obrigar-se algumas vezes durante o seu mandato, e não apenas no fim, quando os resultados que apresenta já se destinam ao próximo produto eleitoral. Sancho Pança preferiu prestar contas junto do poder do duque que ficava. Virou costas aos governados e limpos com a sua verdade pública. E não deu mais satisfações: até porque não querer o favor do povo, ou não precisar da vida pública, comprime as margens do futuro do político – ou será que, como dizia, “quem vai nu governou como um anjo”?
Alentejo do “inconseguimento” Marcos Aguiar Licenciado em Psicologia
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Jaime da Silva Lopes Investigador em Ciência Política
ontam muito os interesses do cidadão, para termos efetiva democracia. Do governo, tanto culpam os que governam como os governados. Cervantes deu-nos o caso do Governo de Sancho Pança (leitura que recomendo), onde o poder não deixa de ser avaliado. O povo, levantando problemáticas, tentava perceber o que se podia esperar do líder iniciado. Hoje, com o plano mediático, fazem-se muitas perguntas, mas raramente as perguntas encontram as respostas difíceis. Como agora, o governador Sancho Pança não quis saber a quem respondia nem as consequências do que queria dizer. Apenas queria governar contra os enganos, defendendo a sua verdade da vida pública. Atualmente, o que quer ser o novo poder traz consigo a verdade que denuncia como nos andaram a enganar. A nova verdade é a intenção do poder, uma condição desmedida, justificando portanto o tempo que se dá para que se afastem da realidade donde vêm. Parece que o poder deve clarificar os limites da realidade que o legitima. Ou, nas instituições políticas, o problema de adaptação será um custo político para os cidadãos. Aqui encontramos um dos desafios à representação: tentar uma afirmação de poder, com a transformação do candidato em eleito a reger-se pela sua responsabilidade de se libertar. Trata-se de enriquecer as condições do escrutínio seguinte, recusando o álibi da desresponsabilização ou vitimização. A condição da partida será então diferente da condição de chegada. De eleito até político. No entanto, pode haver um desnível entre a responsabilidade pessoal e a legitimidade da governança, com efeitos autoritários, ou outros de inação consensual. Sabemos também que as políticas, atentas e recetivas, desenhadas no balcão das reclamações, costumam confundir democratização com a politização da sociedade. O poder, flexível e adaptado, tem o seu tempo no relógio dos outros. Senão é um poder de mando, com as suas armas, e não um poder moderno de influência, com as suas ferramentas. Desta forma, os que não se adaptam com o poder político, fiéis a origens e momentos prévios, acabam sempre por recuar, por abandonar, por não terminar, porque o cognome não rima com o nome que trouxeram, ou a missão de fazer não é mais importante que o próprio ser. Como aconteceu com o Governo de Sancho Pança, que retomou o seu terra a terra. Antes de partir, porém, fizeram-lhe o pedido de prestação
á dias, foi tornado público pelo Governo o relatório final do grupo de trabalho para as infraestruturas de elevado valor acrescentado. O documento estratégico define um total de três dezenas de projetos prioritários de norte a sul do País, num investimento global de 5.103 milhões de euros. Dos 30 projetos, 18 concentram-se no setor marítimo, oito dizem respeito ao setor ferroviário, dois ao rodoviário e outros dois ao aeroportuário. Ao tentar encaixar o Baixo Alentejo neste plano, uma palavra martelou-me repetidamente o sentido - “inconseguimento”. Sim, esse mesmo! O vocábulo filho do devaneio semântico da nossa presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves. Não existirá, em todos os dicionários já publicados em Língua Portuguesa (ou em qualquer outro idioma), melhor palavra para o definir. Este é o plano do “inconseguimento”, no que diz respeito ao Baixo Alentejo. O documento atira para depois de 2016 o “conseguimento” do IP8. Para depois de 2020 (depois de esgotado o dinheiro do atual Quadro Comunitário) o “conseguimento” da eletrificação da Linha do Alentejo. Relativamente ao aeroporto de Beja o relatório não prevê qualquer “conseguimento”. Limita-se a adiantar o que até o gato da minha vizinha já sabe - que a infraestrutura deve ser dinamizada. Não acrescentando como, quando ou com que recursos. Um “inconseguimento” total, portanto! Este é, também, o plano que atesta o “inconseguimento” da ação do deputado eleito por Beja, Mário Simões, e do atual secretário de estado adjunto do primeiro-ministro, o bejense Carlos Moedas (eleito deputado por Beja em 2011). Eu diria mais: este é o plano que concretiza o “inconseguimento” de todos os que acreditaram que os dois iriam representar, de alguma forma, os nossos interesses, seja na Assembleia da República, seja no Governo. Simões, porque, eventualmente, não terá capacidade política para o fazer; Moedas, porque, claramente, se está borrifando para as suas origens e para as expetativas e promessas que deixou na terra-mãe. Mas o pior de tudo (e volto a socorrer-me da criatividade semântica de Assunsão Esteves) é que este é o plano do “conseguimento” do “Soft power” (poder brando) do PSD dos nossos dias, que concretiza aquilo que não é formalmente assumido na agenda política de quem diz que nos governa. Este é o programa ideológico, mais ou menos assumido, que conspira para acentuar a já brutal centralização e litoralização do investimento público e privado. Este é o desígnio furtivo que contribui para o crescimento selvagem das assimetrias territoriais em benefício dos poderosos e em prejuízo das regiões mais desfavorecidas e das suas populações. Em suma, o “conseguimento” do “soft power” desta gente significa um Alentejo “inconseguido” para todos nós. E isto é, de facto, completamente “frustracional”.
Pela primeira vez na história da Santa Casa da MISERICÓRDIA DE BEJA, instituição que existe desde 1500, um ato eleitoral foi alvo de viva contestação por parte de vários “irmãos”. Numa entidade que costuma primar pelo recato e pelo consenso, é de estranhar tais manifestações públicas de desagrado. E pela importância que esta agremiação católica tem em Beja talvez não fosse descabido o senhor bispo vir a público pôr água na fervura. PB
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15 Que País é este que prescinde dos seus jovens, dos seus quadros qualificados, dos seus cérebros, em troca de um plano macabro que nos afunda a cada dia que passa? Dizem as estatísticas que há mais de 50 anos que não se via em Portugal uma VAGA MIGRATÓRIA como a que agora está a acontecer. E o mais grave é que as histórias de hoje são de abalar e muitas delas de não voltar. PB
Diário do Alentejo 7 março 2014
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Em minha opinião, é sem dúvida o pior executivo que alguma vez governou a câmara de Beja, sem ideias, completamente submisso à vontade de um presidente que tudo sabe, tudo gere à sua maneira e sem a menor noção da realidade do concelho onde exerce a função de presidente. Tenho bastantes dúvidas que conheça o concelho e os seus principais problemas. Manifesto as minhas preocupação e apreensão pelos factos atrás enumerados porque sou de Beja sempre cá vivi e trabalhei e não quero mudar de cidade. José Barriga, Rádio Pax, 6 de março de 2014
Há 50 anos Laranjas de Beja vítimas da Câmara
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á pouco mais de quatro anos, o PS, mancomunado com o PSD, ganhou inesperadamente a maioria na Câmara de Beja. Foi a primeira e única vez, desde a criação do Poder Local Democrático, que os comunistas e seus aliados (coligados primeiro na FEPU, depois na APU e hoje na CDU) não venceram as eleições autárquicas na capital do distrito. Em 29 de setembro do ano passado, a ordem natural das coisas foi reposta e, depois desse mandato de má memória (2009-2013), a CDU voltou a conquistar nas urnas a câmara, a assembleia municipal e a maior parte das freguesias do concelho de Beja. Pensava que, com a derrota do PS, os seus autarcas, agora devolvidos à oposição, parassem de fazer declarações ridículas, acusando os comunistas de todos os males possíveis e imaginários (incluindo o de serem responsáveis pela iminente derrocada da secular torre de menagem do castelo de Beja – a qual, felizmente, continua de pé). Erro meu: quase todas as semanas, leio na imprensa regional novos disparates produzidos pelos vereadores minoritários, investindo contra a maioria CDU na Câmara de Beja. Como os ataques não primam pela imaginação, aqui deixo, como sugestão que pode inspirar a já desacreditada oposição municipal, a crítica a uma decisão camarária de há meio século. Trata-se de um pequeno artigo sobre a venda laranjas, assunto tão pertinente como qualquer outro para uma oposição sem ideias. Eis o texto, da autoria do jornalista Melo Garrido, no “Diário do Alentejo” de 29 de fevereiro de 1964: “As laranjas das árvores da Estrada da Estação constituem, em grande parte do ano, um motivo de sugestivo ‘ornamento’ daquela importante e concorrida artéria citadina, despertando o interesse e o agrado de quem por ali transita. É, portanto, de recomendar que elas se mantenham durante o maior espaço de tempo possível, não sendo colhidas prematuramente. Já tivemos ensejo de, por mais de uma vez, manifestarmos este ponto de vista, o que hoje voltamos a fazer, embora tarde de mais. E isto porque as laranjas já dali desapareceram por completo, ‘vítimas’ de uma transacção comercial que a Câmara entendeu efectuar com elas. O facto mereceu desfavoráveis comentários e, quanto a nós, justificados. A função decorativa que as sacrificadas laranjas desempenhavam compensava bem as centenas de escudos que a sua venda possa ter levado para o cofre municipal. Não se entendeu, porém, assim e foi pena.” Carlos Lopes Pereira
Cartas ao diretor Meus amigos, quem é que receia A maior uma lei de criminalização do enriilícito? A resposta não burla da nossa quecimento é muito difícil, pois não? Têm a palavra os senhores deputados eleitos história pelo povo. José Fernando Batista Aljustrel
A pergunta que todos fazem é: os violentos sacrifícios impostos aos portugueses serviram para quê? E não vamos ficar por aqui, pois já se anunciam outros. O País dos indicadores positivos vê a dívida a atingir números assustadores, o desemprego a empurrar milhares para a emigração e programas ocupacionais, o que impede que se atinjam valores absolutamente obscenos. Este País, que dizem à boca cheia, estar no bom caminho vai pagar este ano qualquer coisa como 7 000 milhões de euros só em juros, respeitante a uma dívida que não vamos conseguir pagar. Neste País à beira mar plantado, e agora também dos milagres económicos, assistimos à destruição do aparelho produtivo, com a entrega das suas alavancas a interesses privados, assim como de serviços públicos essenciais à vida de todos nós. Se o País estivesse mesmo a melhorar, como o Governo apregoa, seria necessário a continuação dos roubos nos salários e pensões, a negarse tratamentos a doentes como ouvimos quase todos os dias? Chega ao cúmulo de deixarem em casa alunos portadores de deficiência por falta de meios. É dramático o que está a acontecer neste País que se sujeita a uma das maiores burlas da sua história contada e concretizada pelo Governo e a sua maioria. E o que dizer com a corrupção, um flagelo que mina e destrói o estado de direito? Encolhemos os ombros, resignados, com a tímida resposta da justiça à maior parte dos grandes casos. Surpreendemo-nos com as pequenas vitórias, como os resultados até agora conhecidos da investigação no Serviço Nacional de Saúde: 250 milhões de euros! Uma triste vergonha. Como foi possíveis algumas centenas de médicos ter este comportamento vergonhoso, esta falta de ética pelo comércio ilegal? Estas e outras fraudes são o resultado da impunidade que reinou em Portugal durante muitos anos. Cada caso de corrupção que fica impune é uma dose de veneno que o País engole – e andamos nisto há tanto tempo que toleramos colheradas cada vez maiores.
Represália? José Francisco Raminhos Cabaça Cuba
Vou fazer 76 anos e tinha uma consulta marcada no Centro de Saúde de Cuba, com a minha médica de família, doutora Isabel Madruga para o dia 10 de janeiro de 2014, às 11 e 30 horas, marcação feita no dia 30 de outubro do ano passado. No dia da consulta cheguei ao centro de saúde de Cuba às 11 horas, dirigi-me à funcionária Custódia que me disse para aguardar para a consulta, a referida funcionária ausentou-se do balcão, quando regressou dirigi-me novamente à senhora Custódia, às 11 e 35 horas, perguntando-lhe quando ia tirar a tensão arterial, tendo ela respondido: “Eu não disse para dizer à Teresa Cano”, e eu respondi-lhe: “Você disse-me para aguardar pela consulta”. Às 13 horas, disse à enfermeira Maria dos Anjos, que integra a equipa da doutora Isabel Madruga, quando me tirava a tensão arterial, enfermeira que não me deu qualquer resposta, sem a minha tensão arterial tirada às 13 e 10 horas chamaram-me à sala das urgências, sendo a minha tensão arterial tirada pela enfermeira Maria Manuela, quando foi sempre tirada no gabinete da enfermeira Maria dos Anjos. Às 13 e 30 horas entrou a funcionária Mariete, assegurou o lugar da funcionária Custódia, dirigi-me e perguntei-lhe quando era consultado, a senhora Mariete depois de ver a ordem dos utentes para consulta, disse-me que ainda havia duas utentes à minha frente. Da forma como fui atendido e por passarem duas horas do horário da consulta pedi o livro de reclamações. Ainda à funcionária Mariete pedi-lhe a marcação da consulta, tendo a senhora Mariete não autorizado. Saliente-se que o senhor Serrano, com consulta marcada para as 12 horas, foi atendido pela doutora Isabel Madruga antes de eu começar a preencher o livro de reclamações. Qual não é o meu espanto, no momento em que estava a preencher o citado livro, quando o senhor Serrano ao passar por mim afirmou que já tinha sido consultado e quando eu escrevia
fui chamado para a consulta quando havia duas utentes à minha frente, tendo-lhes respondido que estava a preencher o livro de reclamações. Às 14 e 10 fui finalmente atendido na consulta da doutora Isabel Madruga, ocupando o lugar da senhora Fátima, que estava à minha frente que tinha chegado ao Centro de Saúde de Cuba, às 13 e 15 horas. Pergunto se a minha consulta atrasada 2 e 40 horas foi por causa do meu filho ter apresentado recentemente uma reclamação no Centro de Saúde de Cuba, também entre outras, com a funcionária Custódia e a doutora Isabel Madruga, por ter sido enganado. ND – Por motivos que lamentamos, esta carta, que nos foi remetida, há alguns meses atrás, acabou por se extraviar. Pelo que pedimos desculpas ao leitor.
Há na Cabeça Gorda uma rainha Manuel Dias Horta Beja
Chama-se Maria do Monte, nunca foi a nenhum baile de debutante. Lá nos campos em manhãs de grossa orvalheira, cedo começou Maria a saltar regatos e barrancos, percorrer veredas e caminhos e a exalar o doce perfume do rosmaninho, que se desprendia do alto dos montes Em tempos que já lá vão ouvi Maria do Monte contar a lenda das rosas e do pão, a que eu acrescentarei que El-Rei D. Dinis não teria sido, de todo devotado àquela princesa de Aragão e visitaria algumas damas nobres da região de Odivelas. A rainha ao ter conhecimento da pequena traição a El-Rei teria respondido: Ide vê-las Senhor. De acordo com a tradição popular, uma corruptela de Ide vê-las teria originado o moderno topónimo Odivelas. Maria do Monte apaixonou-se pela condição de Santa Milagreira, plantou na soleira da sua porta uma roseira, que lindas, lindas rosas brotavam daquela roseira! Quando o vento a abanava cobria-se de pétalas a aldeia inteira. Diz, agora quem passa junto à linda roseira que esta se levanta e se baixa, em sinal de graça. Maria do Monte em alguns dias veste os trajos de rainha, põe coroa na cabeça e acompanhada pelo séquito passeia nalgumas ruas da aldeia. Bendita terra que tais filhos cria!
Diário do Alentejo 7 março 2014
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Reportagem
Realizador Tiago Pereira percorre o País a registar a tradição oral
Há mais de uma década a mostrar a música portuguesa “tal como ela é”
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ara quem está habituado a gravar projetos musicais em locais inusitados como telhados, falésias ou cromeleques, uma manhã gelada e ventosa, sob ameaça constante de chuva – como a do último sábado –, ao invés de ser encarada como um obstáculo, pode representar uma oportunidade única. Para cenário do mais recente vídeo gravado no Baixo Alentejo, no âmbito do projeto “A Música Portuguesa a Gostar Dela Própria” (plataforma musical com centenas de vídeos com artistas portugueses, do pop rock ao tradicional), o seu mentor, o realizador e visualista Tiago Pereira, escolheu um campo de trigo nas imediações da praça Zeca Afonso, na vila de Entradas. O intérprete é Paulo Colaço, que tem um novo projeto a solo de divulgação da viola campaniça, intitulado “Por um par de meias solas” (ver caixa). A reduzida equipa de filmagens é composta por Tiago Pereira e Sofia Matias, atual produtora do projeto. Enquanto o realizador e a produtora instalam o equipamento de vídeo, testam o som e procuram o melhor plano, Paulo Colaço ocupa o seu lugar num pequeno banco de madeira pedido de empréstimo às Ceifeiras de Entradas e dedilha uns acordes de “Moda Faca”, uma “música cómica, uma coisa mesmo divertida”, nas palavras do realizador, e que se arrisca a transformar-se num verdadeiro “hit”. Tiago Pereira dá algumas indicações ao tocador de viola campaniça. Pede-lhe que assuma uma postura descontraída. Que se abstraia do frio e do vento e que cante em direção ao microfone. Ao quarto take – após pequenos ajustes de som e enquadramento – o vídeo fica pronto. Meia hora depois está disponível on line. “Tem um grande som, o plano é muito bom, é limpo, tem o trigo todo a mexer por causa do vento, o que cria pontos de fuga, permitindo olhar para outras coisas, sentir outros sons”, diz o realizador no final da gravação, justificando a preferência por “cenários invulgares” com a necessidade de mostrar os músicos em locais para além das usuais salas de espetáculos e de tirar partido de toda uma diversidade de sons presentes no exterior. A ideia de gravar “Por um par de meias solas” surgiu por mero acaso na véspera, à mesa da Adega, o espaço gerido pelo grupo Coral Feminino Ceifeiras de Entradas durante o Festival Entrudanças, certame que abriu precisamente com a projeção de um filme da autoria de Tiago Pereira, “Com a Memória na Rima”, encomendado pela
Três anos após a criação do projeto “A Música Portuguesa a Gostar Dela Própria”, uma “enorme biblioteca digital interativa, interdisciplinar”, o realizador Tiago Pereira continua a percorrer o País, de norte a sul, passando pelas ilhas, a registar a música portuguesa dos dias de hoje, sem excluir géneros ou formações musicais. Um espólio que disponibiliza no portal amusicaportuguesaagostardelapropria.org, para que possa “ser conhecido e remisturado”. O “Diário do Alentejo” acompanhou no último sábado, em Entradas, a gravação do projeto n.º 896, que tem como protagonista o tocador de viola campaniça Paulo Colaço. Texto Nélia Pedrosa Fotos José Ferrolho
Câmara de Castro Verde para assinalar os 40 anos do 25 de Abril. O projeto e associação “A Música Portuguesa a Gostar Dela Própria”, que Tiago Pereira define como “uma enorme biblioteca digital interativa, interdisciplinar”, nasceu em janeiro de 2011 no seguimento “de todo um percurso a fazer recolhas e documentários no sentido de trazer a música para a rua”, percurso esse que começou a dar os primeiros passos em 1998, “com a gravação de um senhor, em Odeceixe, a cantar à soleira de uma porta”. No fundo, explica o realizador, a ideia era criar um canal de vídeos que reunisse as mais variadas recolhas de música portuguesa, numa abordagem contemporânea, “da velhinha ao pop, passando pelo
rock ou pelo heavy metal”. Um espólio visitável através da Internet, que pudesse ser usado e “remisturado” por quem assim o entendesse. “Cada vez mais nós vemos que a ‘portugalidade’ está na moda, mas de uma forma muito parecida com a de António Ferro [escritor e jornalista], que é uma ‘portugalidade’ mastigada, uma ‘portugalidade’ vista para os urbanos, para a cidade, e eu quero mostrar as coisas como elas são, mas percebendo que já há contemporâneo aqui. A tradição não é estanque, a de hoje não é a de há 40 anos, o que eu gravo não é o que o [etnomusicólogo] Giacometti gravou, não é possível, agora há outra coisa”, esclarece. No primeiro ano foram gravados 370 projetos, “mais do que um diferente por
dia”. “Tínhamos muitos realizadores, muita gente”, recorda o visualista. Mas aos poucos as pessoas foram abandonando o projeto, o que obrigou alguns ajustes. Se nos primeiros tempos havia o cuidado de distribuir de modo uniforme o número de vídeos de música popular e urbana, “atualmente isso foi ultrapassado”: “Obviamente que a ‘Música Portuguesa a Gostar Dela Própria’ é muito mais a música popular local de todas as partes do que música das cidades, agora isso é uma evidência”. E a justificação, acrescenta Tiago Pereira, está no facto de “haver toda uma música popular que não se conhece”. Mas o realizador assegura que, ao contrário “dos músicos a seguir ao 25 de Abril”, não o faz por “missão”, por querer “salvar a música portuguesa”, “longe disso”. “O objetivo é divulgar porque a música tem que se conhecer, da mesma maneira que tenho um programa de rádio [na Antena 1, com o título ‘O povo que ainda canta’] em que os convidados falam sobre os temas da música popular local”. A maior parte das pessoas, continua Tiago Pereira, “não sabe todos os cordofones tradicionais, não sabe todos os instrumentos tradicionais, e isso é importante”. O visualista defende, por isso, que a divulgação da música tradicional portuguesa deve, primeiro que tudo, “começar nas escolas”. A exemplo do que se tem vindo a fazer no concelho de Castro Verde, “onde todas as gerações estão ligadas ao cante: a campaniça na creche, o cante alentejano na escola primária, a construção das campaniças no liceu, depois os grupos de cante”. “Mas isso há no Alentejo e pouco mais. O conservatório de Beja, por exemplo, continua a não ter viola campaniça, o de Castelo Branco não tem beiroa, o de Braga não tem braguesa, e por aí adiante. Há todo um trabalho para fazer que começa nas escolas e aí é que se pode começar a falar desta grande memória coletiva que é de facto conhecer o País”. A par da divulgação da música tradicional portuguesa, o projeto pretende igualmente quebrar os preconceitos ainda existentes em relação “à cultura popular e muito mais à musical”. O associar o tradicional ao rural, ao campo, à pobreza de espírito. Tiago Pereira lamenta que o campo seja usado “de uma forma exótica”, como se vê constantemente em anúncios publicitários, “como se fossemos ao campo para ver bichos”. Pouco mais de três anos volvidos sobre a criação da plataforma, e milhares de quilómetros percorridos, de norte a sul, passando
“É um privilégio trabalhar com Tiago Pereira”
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pelas ilhas, o realizador garante que está constantemente “a ser surpreendido”, a “descobrir coisas novas”, o que lhe permite também, ao longo de todo o percurso, quebrar os seus próprios preconceitos. Filho do músico Júlio Pereira, o jovem visualista passou grande parte da infância “rodeado de músicos”, principalmente “no período forte do Processo Revolucionário em Curso (PREC), a seguir ao 25 de Abril, até aos anos 80, quando havia uma cultura muito forte da música e de todos os movimentos de cultura popular”. “Eu nasci na música PUB
tradicional portuguesa, obviamente que aos 15 anos odiava esse tipo de música, então eu próprio estou sempre a quebrar os meus preconceitos”, refere, acrescentando que os projetos musicais chegam ao seu conhecimento de variadíssimas formas: através de informadores que vai “angariando” pelo País fora, por mero acaso como aconteceu com o projeto de Paulo Colaço ou por contactos via email ou Facebook. “O primeiro critério é não ter critério, mas isso acaba por ser mentira porque não vamos gravar 10 projetos em inglês. A verdade é que
as coisas vão acontecendo, o critério é a própria vida, é óbvio que têm de ser coisas autorais, diferentes, que venham do músico em si ou então a música popular local que ninguém conhece, a velhinha perdida no meio do nada que diz trava línguas, sempre dar a conhecer o que normalmente não é conhecido”, continua o realizador. E contrariamente “à ideia de certa forma generalizada de que já não há mais nada para gravar a seguir ao Giacometti”, Tiago Pereira assegura que há matéria-prima que nunca mais acaba. Por isso imagina-se “velhinho a gravar música”. “Isto não tem fim, não pode ter. E acho que não andamos a desiludir ninguém. Se ‘A Música Portuguesa a Gostar Dela Própria’ no Natal tinha 32 mil likes (gostos) no Facebook e agora tem 55 mil, se de repente sobe vinte e tal mil likes em tão curto espaço de tempo, é porque as pessoas gostam e cada vez aderem mais. Não posso dizer que isto corre mal. Fazemos o que podemos, como podemos. O que importa é não parar”, conclui. Entretanto a associação “A Música Portuguesa a Gostar Dela Própria” tem em mãos a produção de uma série de 12 documentários com o título “O povo que ainda canta” (o nome do programa de rádio de Tiago Pereira e uma alusão ao programa que Giacometti teve na RTP na década de 70), uma série que reunirá gravações de cantadores e tocadores amadores e profissionais de várias regiões do País. O primeiro episódio, intitulado “Quem manda aqui sou eu!”, sobre música popular do Algarve, foi editado recentemente. Em preparação está o segundo documentário, “Cantam as filhas da Rosa”, que aborda a viola campaniça, instrumento tradicional do Alentejo. Mais recentemente o realizador criou outros dois projetos, à semelhança do “A Música Portuguesa a Gostar Dela Própria”: “A Comida Portuguesa a Gostar Dela Própria” e “A Dança Portuguesa A Gostar Dela Própria”, este último em parceria com a associação PédeXumbo. No ano passado foi ainda o curador do disco “Deem-me duas velhinhas, eu dou-vos o universo”, um álbum editado pela Optimus Discos que reúne mais de 20 canções, escolhidas entre as centenas de horas de recolhas de música tradicional portuguesa. Vencedor do prémio Megafone em 2010, na categoria “missão”, Tiago Pereira é ainda autor de filmes como “11 burros caem no estômago vazio”, “Quem canta seus males espanta”, “Sinfonia Imaterial”, “Vamos tocar todos juntos para ouvirmos melhor” e “Não me importava morrer se houvesse guitarras no céu”.
ara o músico Paulo Colaço a participação nos projetos de Tiago Pereira – o último, gravado no sábado em Entradas, é já o terceiro – “é um enorme privilégio”. Primeiro porque há anos que é “fã do trabalho” do realizador, depois porque se trata de um projeto “que vai ficar para a história”. “Acho importantíssimo o facto de o projeto estar a disponibilizar um canal para os músicos fazerem o seu trabalho no local onde a matéria-prima está em bruto, na sua forma mais pura. No Alentejo nós cantamos no campo. Na verdade está a fazer-se história”, diz. “Por um par de meias solas”, que foi apresentado publicamente há cerca de duas semanas no Pax Julia, em Beja, pretende dar a conhecer a viola campaniça, para que “volte a ser um instrumento popular”, presente “em todas as casas alentejanas”. “Trata-se da viola campaniça a precisar de umas meias solas para correr pelo mundo. Com a ajuda da gravação do Tiago vai correr o mundo através da Internet, pelo menos uma meia sola já tem, agora precisa da outra meia sola para ser conhecida”, esclarece. O projeto compreende 24 músicas, entre instrumentais, inéditos de Paulo Colaço e versões de Tom Jobim ou Zena Afonso. “É a viola campaniça a tocar músicas do mundo”, adianta o músico, acrescentando que até ao final do ano irá “correr todas as freguesias do concelho de Beja”, promovendo workshops de viola campaniça, à semelhança do trabalho que tem vindo a desenvolver na Casa da Cultura. Para breve está previsto o lançamento de um site com o mesmo nome do projeto. No próximo ano “Por um par de meias solas” deverá dar lugar a um livro com CD ou DVD.
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Taça de Honra da 2.ª Divisão
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O Estádio Municipal D. Afonso Henriques, em Ourique, recebe no próximo dia 22 (pelas 15 horas), a final da Taça de Honra da 2.ª Divisão da AF Beja, entre as equipas do Despertar e o Saboia.
Desporto
Campeonato Distrital de Seniores Femininos
A sexta jornada do Campeonato Distrital de Seniores Femininos, da AF Beja, realiza-se na tarde de amanhã, com os seguintes jogos: São Domingos-Castrense; Vasco da Gama-Serpa; Ferreirense-Odemirense.
Campeonato Distrital de Futsal (18.ª jornada): Almodovarense-IP Beja, 4-6; CB CastroVerde-Ourique, 6-6; CD Beja-NS Moura, 3-2; Leões-Alcoforado, 2-9; Alvito-Ferreirense, 3-5; VNSão Bento-Vasco Gama, 6-2. Líder: NS Moura, 41 pontos. Próxima jornada (7/3): CB Castro Verde-Almodovarense; Ourique-CD Beja; Alcoforado-Alvito; Ferreirense-VNSão Bento; Vasco Gama-Luzerna; NS Moura-Leões.
Um domingo gordo de Carnaval e muito gordo em golos no “distritalão”
E os despromovidos são... O que resta deste campeonato? Oito jornadas, 24 pontos e a palavra matematicamente. A matemática, aliada da utopia, na hipotética, remota e absurda hipótese de Vasco Gama e Castrense serem campeões. Texto e foto Firmino Paixão
C
omo? Se ganharem os restantes oitos jogos e o Aljustrelense os perder todos. Caso contrário, va-
mos até ao fim, em mero e formal cumprimento de calendário. No próximo domingo, com o Milfontes em Castro Verde e o Piense em Vidigueira; com o Aljustrelense no Rosário e o Odemirense em Vila Nova de São Bento; com o Serpa em Mértola e o Cuba na Cabeça Gorda. Depois, e aí está a única réstia de interesse, a fuga aos lugares de despromoção, ou seja, a partida entre o Bairro da Conceição e o São Marcos (empate a zero na 1.ª volta) que pode decidir al-
Serpa Futebol Clube perdeu em tempo de compensação
guma coisa. Na jornada anterior, para além do triunfo do Castrense, em Serpa, e do Vasco da Gama, em Cuba (os dois antecipados), sobra a resma de golos que a jornada produziu (31). Resultados da 18.ª jornada: Aljustrelense-Aldenovense; Odem i rense- Guad ia na , 4 -1; Ser pa- C a st ren s e , 2-3; M i l fonte s-B a i r ro Conceição, 7-1; São Marcos-Cabeça G ord a , 0 - 0 ; Sp or t i ng Cuba-Va sco Ga ma, 1-3; Piense-Rosa irense, 1- 0. Classificação: 1.º Aljustrelense, 51 pon-
tos. 2.º Vasco Gama, 39. 3.º Castrense, 39. 4.º Milfontes, 35. 5.º Odemirense, 35. 6.º Rosairense, 28. 7.º Serpa, 26. 8.º Cabeça Gorda, 22. 9.º Piense, 21. 10.º Sporting Cuba, 21. 11.º Guadiana, 18. 12.º São Marcos. 13.º Bairro Conceição, 7. 14.º Aldenovense, 7. Próxima jornada (9/3): Rosairense-Aljustrelense; Aldenovense-Odemirense; Guadiana-Serpa; Castrense-Mi lfontes; Bairro Conceição-São Marcos; Vasco Gama-Piense.
Pias O brasileiro Rubenilson (Rosairense) controla a bola mas o Piense venceu a partida
Está definido o lote de equipas que lutará pelo título e pela promoção
Moura trouxe pontos do Barreiro; Almodôvar derrotado na Cova da Piedade
Quarteto de luxo na luta pelo título
As intermitências do líder
A
gora tornou-se oficial e definitivo o que há muito aqui vínhamos perspetivando, mais pela evidência dos resultados do que pela existência de faculdades inspiradas em ciências de esoterismo. O Amarelejense e o Despertar são as equipas da Série A apuradas para a 2.ª fase do campeonato, acompanhadas do Saboia e do Renascente, qualificados na Série B. A única dúvida, se é que existia, foi dissipada com o triunfo tangencial do Renascente em Messejana. Mas faltam duas jornadas para cumprir o calendário da prova. Resultados (12.ª jornada) – Série A: DespertarNegrilhos, 9-0; Moura B-Desportivo Beja, 0-3; Amarelejense-Beringelense, 1-0; São Domingos-Vasco Gama B, 1-2. Classificação: 1.º Amarelejense, 28 pontos.
2.º Despertar, 28 pontos. 3.º Desportivo Beja, 20. 4.º Moura B, 19. 5.º Vasco Gama B, 18. 6.º São Domingos, 17. 7.º Beringelense, 6. 8.º Negrilhos, 4. Próxima jornada (8/3): São Domingos-Despertar; Negrilhos-Moura B; Desportivo Beja-Amarelejense; Vasco Gama B-Beringelense. Série B: SaboiaAldeia Fernandes, 7-0; MessejanenseR e n a s c e n t e , 0 -1; S a n l u i z e n s e Naverredondense, 1-4. Folgou o Castrense B. Classificação: 1.º Saboia, 28 pontos. 2.º Renascente, 25. 3.º Messejanense, 18. 4.º Naverredondense, 12. 5.º Castrense B, 11. 6.º Aldeia Fernandes, 10. 7.º Sanluizense, 1. Próxima jornada (8/3): Castrense B-Saboia; Aldeia Fernandes-Messejanense; Renascente-Sanluizense. Folgará o Naverredondense.FP
A
s equipas do Moura e do Desportivo de Almodôvar voltam no domingo a casa, para receberem as formações do Cova da Piedade e do Montemor. Os mourenses são favoritos, os almodovarenses nem por isso. Mas o favoritismo é uma teoria abstrata, especulativa, quanto baste, associada ao jogo em que não são ponderadas variáveis como as intermitências exibicionais das equipas. O Moura é um bom exemplo. Conseguiu uma boa exibição no Barreiro e ganhou três importantes a um adversário que afundou na tabela. O que não conseguiu fazer oito dias antes, em casa, com a equipa de Quarteira. Perguntar-se-á se, com o complexo de atuar junto do seu público, será capaz de vencer o Cova da
Piedade e manter a liderança da série. O Almodôvar veio derrotado da Cova da Piedade, os níveis de motivação começam a escassear, e terá pela frente o União de Montemor, segundo classificado e interessado em pontuar para, também ele, escapar ao efeito das já requentadas caldeiradas à algarvia, que nestas alturas são recorrentes. Resultados (3.ª jornada): U.MontemorLagos, 1-0; Louletano-Quarteirense, 2-2; Cova Piedade-Almodôvar, 2-1. Barreirense-Moura, 1-2. Classificação: 1.º Moura, 20 pontos. 2.º U.Montemor, 19. 3.º Quarteirense, 17. 4.º Cova Piedade, 17. 5.º Louletano, 15. 6.º Barreirense, 14. 7.º Lagos, 10. 8.º Almodôvar, 7. Próxima jornada (9/3): Lagos-Louletano; Moura-Cova Piedade; Almodôvar-U. Montemor; Quarteirense-Barreirense. FP
(13.ª jornada): CP Beja-Santiago, 5-5; Parede-Boliqueime, 2-2; Benfica B-Odivelas, 11-3; Cascais-Vasco Gama (adiado 16/3); Castrense-Amadora, 6-6. Líder Benfica B, 39 pontos. Próxima jornada (9/3): Santiago-Cascais; Boliqueime-CP Beja; Odivelas-Parede; Vasco Gama-Castrense; Amadora-Benfica B.
Futebol juvenil Distrital de Juvenis Série A – 13.ª jornada Santo Aleixo-Serpa, 4-9; Desp.Beja-Desper tar, 0-1; Moura-Sp.Cuba, 3-0; Alvito-Amareleja, 3-4. Líder: Despertar, 37 pts. Próxima jornada (9/3) Serpa-Alvito; Desper tar-Santo Aleixo; Sp.Cuba-Desp.Beja; Amaralejense-Moura. Série B – 13.ª jornada O d e m i r a - A l j u s t r e l 4 -2 ; A l m o d ô v a r-Milfontes, 1-2; Ourique-B.º Conceição, 4-4. Líder: Odemirense, 24 pts. Próxima jornada (9/3) Milfontes-Odemirense; B.º Conceição-Almodôvar; Castrense-Ourique. Distrital de Iniciados Série A – 13.ª jornada B.º Conceição-Moura, 1-6; Despertar-Alvito, 10-0; Serpa-Ferreirense, 2-2. Líder: Moura, 34 pts. Próxima jornada (9/3) A l v i t o - B .º C o n c e i ç ã o; F e r r e i r e n s e -Despertar; Aldenovense-Serpa. Série B – 13.ª jornada Guadiana-Castrense, 3-1; Milfontes-Almodôvar, 2-0. Líder: Aljustrelense, 20 pts. Próxima jornada (9/3) Almodôvar- Guadiana; Desp.Beja-Milfontes. Distrital de Infantis 2.ª Fase – 2.ª jornada Sp.Cuba-Desper tar B, 11; Almodôvar-Aldenovense, 3-0; Despertar A-Aljustrel, 7-0. Líder: Despertar A, 6 pts. Próxima jornada (8/3) A l j u s t r e l e n s e -S p . C u b a ; D e s p e r t a r B-Aldenovense; Almodôvar-Despertar A.
Mulheres no desporto Bárbara Sebastião trabalha há 26 anos na AF Beja
Maria Bárbara Sebastião trabalha há 26 anos na Associação Futebol Beja
Uma vida ao serviço do futebol Maria Bárbara Sebastião já viveu mais de metade da sua vida como funcionária da Associação de Futebol de Beja. Conheceu quatro sedes, centenas de dirigentes e, seguramente, milhares de inscrições de atletas. Texto e foto Firmino Paixão
U
m programa de ocupação temporária, por contingências do desemprego, projetou Bárbara Sebastião no final da década de 80 para o, então desconhecido, mundo do futebol. Sofreu pressões e esteve quase a abandonar um palco dominado pelos homens, mas conseguiu ser suficientemente autodidata, para vencer esses preconceitos. Hoje domina a modalidade e até já arbitrou jogos de futebol, mas mostra a sua sensibilidade de mulher, lembrando um miúdo odemirense que chorou e a fez chorar quando, na sua função de juiz, lhe deu ordem de expulsão. Uma recordação que ainda a emociona.
colaboradora mais antiga. Recorda todos os colegas com quem trabalhou, entre eles o Arnaldo Aguiar …
Sou a funcionária mais antiga. Tenho boas recordações de todos os colegas com quem tenho trabalhado. Comecei a trabalhar numa altura de mudança de instalações da rua de Mértola, o Arnaldo Aguiar ainda ficou na praça da República e só nos juntámos mais tarde. Tenho vivido várias mudanças de sede, desde a praça da República, rua de Mértola, rua Pablo Neruda e agora na Eça de Queiroz, onde julgo que vamos ficar definitivamente. Hoje já tem um conhecimento muito profundo do futebol?
Nunca sabemos tudo, a legislação muda quase todos os dias. Surgem novos conceitos e atualizações, obrigamo-nos a leituras frequentes para acompanharmos as situações, porque o sistema informático também tem evoluído bastante. As minhas áreas são as inscrições e a tesouraria, mas gostava de trabalhar também a arbitragem, gosto muito dessa área.
Ainda se lembra do dia em que começou a trabalhar na Associação de Futebol de Beja?
Tem testemunhado o nascimento e, seguramente, o desaparecimento de muitos clubes?
Entrei em 1988. Estavam cá o senhor Rosa e o senhor Curva, comecei a trabalhar, mas não sabia fazer nada. Todos os dias o senhor Rosa me mandava para casa, porque achava que isto era trabalho de homens. A pressão era tanta que eu ia para casa todos os dias sem saber se no outro dia voltava.
Tenho acompanhado muitos processos de novas filiações e muitas saídas de clubes. Muitos estão no Inatel e nunca mais voltaram ao futebol federado, ainda conheço e recordo muitos dos seus dirigentes, alguns terão mesmo desaparecido, mas também têm entrado alguns clubes novos.
Na verdade não estava identificada com o futebol?
Sente-se realizada com o trabalho que faz no futebol distrital?
Eu não percebia nada de futebol, sentia-me um pouco deslocada e como ele não me ensinava nada, durante a sua ausência na hora de almoço ia espreitar o trabalho dele para tentar aprender alguma coisinha.
No fundo, eu não escolhi este caminho de estar sentada numa secretária agarrada a papéis. Gosto muito de movimento, sou muito ativa e gostava de um trabalho mais ativo. Não é o trabalho com que sonhei, mas é aquele que tenho e cá estou há tantos anos. E tenho que me dar por feliz por ter esta ocupação e ter um posto de trabalho em face
Venceu essa luta desigual e agora é a
do desemprego que existe por aí. Gosta de futebol ou olha para ele como a sua obrigação profissional?
Habituei-me a gostar de futebol. Tem sido a minha vida há 26 anos. Gosto do que faço, gosto das pessoas e do mundo do futebol. Sinto-me bem. Também tirou o curso de arbitragem e andou a dirigir jogos por esses campos fora …
Foi por influência dos dirigentes Mário Alves e Mário Burrica. Lançaram-me esse repto e eu aceitei, depois desafiaram-me a não guardar apenas o diploma, mas ir para os campos dirigir jogos. E lá andei sete anos, altura em que também fui cronometrista de futsal nos quadros da Federação. Depois, como trabalhava aqui e na área da arbitragem, surgiram incompatibilidades legais com as normas da Federação. Está num palco que lhe dá legitimidade para avaliar o processo evolutivo do futebol. Que opinião tem?
O futebol tem evoluído muito, sobretudo ao nível da formação. Também a classe dirigente está diferente para melhor. Lidei com muitas pessoas que tinham alguma dificuldade em gerir as situações, mas hoje existe mais conhecimento. Houve um rejuvenescimento na classe dirigente. Recorda algum episódio que a tenha marcado e queira partilhar?
Quando aqui cheguei, embora inexperiente mostrava disponibilidade para atender os dirigentes dos clubes. Um certo dia, um disse-me isto: “não quero ser atendido por si, você não percebe nada disso”. Ficou à espera de outro colega e eu passei à frente. Cansou-se de esperar enquanto via o meu desempenho, até que me disse: “vá lá, em todo o caso atenda-me lá”. Mas teve mesmo que esperar, porque eu já não aceitei atendê-lo.
Taça Dr. Covas Lima Série A – 2.ª jornada Serpa-Desp.Beja, 2-7; Moura-NS Beja, 2-2; Amarelejense-Piense, 5-2. Líder: Amarelejense, 4 pts. Próxima jornada (8/3) NS Beja-Serpa; Desp.Beja-Santo Aleixo; Piense-Moura. Série B – 2.ª jornada S. Marcos- Castrense, 0 -8; Ourique-Odemirense, 0-6. Líder: Odemirense, 6 pts. Próxima jornada (8/3) Ferreirense-Milfontes. Liga de Benjamins 3.º MOM. – 2.ª jornada Alvorada-BºConceição, 0-3; Sanluizense-Boavista, 0-25; Desp.Beja-Renascente, 8-0; V. Gama-Ferreira B, 1-1; Alvito-Aldenovense, 2-1; Moura-Serpa, 1-3; NS Beja-Aljustrelense, 0-2; Ourique-Moura, 6-4; Piense-Cab. Gorda, 5-1; Milfontes-Almodôvar, 0-4; Ferreira A-Sp.Cuba, 5-1; Despertar A-Odemira, 5-1. Próxima jornada (8/3) B o av i s t a - A l vo r a d a; B .º Co n c e i ç ã o -Despertar B; Renascente-Sanluizense; Aldenovense-Vasco Gama; Ferreirense-Castrense; Serpa-Alvito; Cabeça Gorda-NS Beja; Aljustrelense-Moura B; Ourique-Piense; Sp.Cuba-Milfontes; Almodôvar-Desp.Beja A; Odemirense-Ferreirense.
Inatel Troféu de Honra 1.ª Eliminatória 1/março Salvadense-Alcariense, 2-0; Sta. Luzia-Cercalense, 1-4; Mombeja-Pereirense, 1-0; Vale d’Oca-S. Vitória, 1-0; F. Alentejo-AC Cuba, 3- 0; Luzianes-Relíquias, 2- 0; Figueirense-Amoreiras, 2-0; V. Figueira-Barrancos, 2-1; Sete-Albernoense, 0-0; Trindade-Soneguense, 4-2; Santaclarense-Bemposta; Brinches-Longueira, 1-2; Sanjoanense -P.Gordo, 0 - 4; Quintos-Serrano, 0-2 *; Alvorada-Louredense, 1-4. * Não se conclui por agressão ao árbitro Vitalino Paixão Agenda 8 e 9 março Troféu de Honra 1.ª Eliminatória 8/março Serpense-Almodovarense Árbitro: Orlando Caracol Campeonato Distrital Jogos em Atraso: Bemposta-Sta Clara-a-Nova; Alvorada-AC Cuba.
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Hóquei em Patins 3.ª Divisão
Andebol 3.ª Divisão 2.ª Fase
Diário do Alentejo 7 março 2014
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(1.ª jornada) – Sassoeiros-Almada, 20-32; Olhanenses-Oriental, 12-25; Zona Azul-Lagoa, 21-20. Líder: Oriental, 3 pontos. Próxima jornada (8/3): Almada-Oriental; Sassoeiros-Bairro Janeiro; Lagoa-Olhanenses; Loures-Zona Azul. A “poule” de manutenção inicia-se amanhã, com os jogos Costa d’Oiro-Náutico e Sines-CCP Serpa.
Grande Prémio Entrudanças Ana Catarina Dias e Pedro Poeira, atletas do Núcleo Desportivo e Cultural de Odemira, venceram as provas de seniores masculinos e femininos do Grande Prémio Entrudanças, organizado pela Sociedade Recreativa e Desportiva Entradense, competição que reuniu cerca de uma centena de atletas na vila de Entradas. O Beja Atlético Clube venceu coletivamente.
Marisa Sousa, uma árbitra bem-sucedida tem largos objetivos pela frente
O sonho comanda a vida... Marisa Alexandra Sousa nasceu em São Matias, freguesia do concelho de Beja, no dia 7 de março de 1989. Faz hoje 25 anos. Licenciou-se em Educação Física e tirou o curso de Arbitragem de Futebol. Texto e foto Firmino Paixão
H
oje é a única árbitra de futebol do distrito de Beja e integra os quadros nacionais do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol. A vida profissional levou a que se fixasse em Évora, atualmente é instrutora de cardiofitness, professora de natação e treinadora adjunta de uma equipa de futebol de petizes e traquinas num clube privado de lazer naquela cidade alentejana. Tem ambições, sonhos largos, e não hesita em mostrar o cartão vermelho aos preconceitos, gosta do que faz, porque faz tudo com muito gosto. Parabéns Marisa… Com está a sua carreira na arbitragem?
Nesta altura posso afirmar que estou bastante bem. Comecei a época um pouco mais tarde, mas consegui recuperar e tenho feito jogos todos os fins de semana. Também é um sinal de confiança no meu trabalho e no empenho que tenho demonstrado desde o início da época. E esse reconhecimento vai de encontro aos objetivos que persegue?
Estabeleci os meus objetivos tendo em conta a época passada. O ano passado foi um tempo para habituação ao campeonato feminino de Futebol de 11 que é totalmente diferente do nosso. E para este ano estipulei metas mais ambiciosas, como conseguir a melhor classificação possível, para poder evoluir todos os anos. A boa notícia é que a Marisa se mantém nos quadros nacionais?
É verdade e esperemos que assim continue a ser, estou a trabalhar nesse sentido, tudo está a correr bem, vamos esperar pelo final desta época, mas isto exige muito trabalho, muita dedicação e termos pessoas boas à nossa volta a quem possamos mostrar que queremos chegar sempre mais longe e evoluir na arbitragem feminina. O sonho comanda a vida e eu estou a lutar por ele. Quais são as principais dificuldades com que se debate nesta sua opção desportiva?
Talvez a situação geográfica. O distrito de Beja não tem muita gente na arbitragem a nível nacional, principalmente na Liga profissional, nem nas Ligas que estão abaixo e isso seria importante. Mas alguém terá que ser a primeira, se não for eu, alguém será um dia. Tem sido difícil ser árbitra de futebol, rodeada de preconceitos e numa modalidade dominada pelos homens?
No distrito de Beja, atualmente, sou a única árbitra
de futebol, sei que outras raparigas têm tirado os cursos mas não continuaram nesta atividade. O que eu posso fazer será incentivá-las para perceberem que isto é um mundo ainda pouco desenvolvido no nosso distrito, mas que temos muita margem de progressão e, se quisermos, podemos chegar onde todos os outros chegam. Os agentes desportivos deste distrito já se habituaram a ver a Marisa Sousa como juiz de futebol?
Esta é a sétima época que estou nos quadros de arbitragem da Associação de Futebol de Beja, por isso também já me vou dando um pouco a conhecer. Mas também prefiro que me vejam aos poubalho para ser ter visibilidade nem cos, não trabalho hecida, trabalho para que as pessoas para ser conhecida, reconheçam que trabalho com empenho e faço o melhorr que posso. Como se define ine como árbitra de futebol? Assume os seus eus erros?
Sou uma pessoa ssoa bastante tranquila que ão por aquilo que faz e tento mostra paixão ca, tanto quanto possível, porser pedagógica, que também temos que perceber que, se alas acontecem, a culpa também gumas coisas ssa. Nós fazemos a gestão do pode ser nossa. jogo com a ajuda dos jogadores, os que conduzir o mas nós temos rminadas majogo de determinadas incipal meio neiras. O principal orarmos é para melhorarmos assumirmos os erros. ue muiMais do que us coletos dos meus gas, sei o quee é senmos e tir que erramos quanto isso pesa nscina nossa conscim está ência. Quem de fora julga sem saber, mas os nteerros aconterdo cem de acordo com certas circunstânciass e
variáveis do jogo. O mesmo jogo, dirigido por dois árbitros distintos, correria de maneira diferente. Quais são os seus objetivos na arbitragem? Tem o sonho de atingir o topo da carreira?
Sou nova, tenho muita margem de progressão e tenho muito para aprender. Dentro de cinco a seis anos, acredito que posso lá chegar. Se nós evoluirmos na exata medida em que está a evoluir o futebol feminino, temos todas as condições para irmos em frente. Na verdade, espero estar no princípio de uma longa e bonita carreira. Tenho essa esperança. Faz hoje 25 anos. Que prenda gostaria de receber por este aniversário?
As melhores prendas que posso ter são, exatamente, aquelas que eu posso oferecer a mim própria, que é fazer o que gosto, como todo o empenho e dedicação, sempre a pensar que posso ir um pouco mais além. Neste momento estou satisfeita com o que tenho, faço o que gosto e gosto do que faço.
Taça Distrito de Beja O sorteio das meias-finais (4.ª eliminatória) da Taça Distrito de Beja, em Seniores, determinou os seguintes jogos: Odemirense-Renascente e Piense-Vasco da Gama. A jornada está marcada para o dia 23 de março (pelas 15 horas).
BTT em Odemira A 9.ª Maratona de BTT “A caminho da primavera”, competição organizada pelo Clube de BTT de Odemira, vai realizar-se no próximo domingo, dia 9, com percursos de 45 e 70 quilómetros e início pelas 9 horas, junto ao Complexo Desportivo Municipal de Odemira. A prova integra este ano o calendário da Taça Concelhia de BTT.
Jogos tradicionais em Baleizão Reviver velhos tempos, através da reposição de jogos tradicionais, é a proposta do projeto Oficinas de Partilha que a Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo e a Casa do Povo de Baleizão estão a propor à população daquele freguesia. A atividade vai realizar-se quinzenalmente, a partir de dia 10, no espaço exterior da Casa do Povo, local onde as inscrições se efetuam.
Pesca desportiva em Barrancos O Clube de Amadores de Pesca Desportiva de Barrancos organiza no próximo domingo, 9, o 5.º Open de Pesca Desportiva, competição que vai decorrer entre as 9 e as 13 horas na Barragem das Russianas e já conta com a inscrição de mais de meia centena de pescadores. As inscrições terminam no final do dia de hoje.
Atletismo em Castro Verde A Associação de Atletismo de Beja promove amanhã, na Pista Municipal Simplificada de Castro Verde, a realização do Triatlo Técnico Jovem Distrital e a 4ª Jornada da Taça de Benjamins. As competições são destinadas aos escalões de Benjamins, Infantis, Iniciados e Juvenis e terão início às 14 e 30 horas.
institucional diversos Diário do Alentejo n.º 1663 de 07/03/2014 Única Publicação
Associação de Mulheres Do Concelho de Moura
Diário do Alentejo n.º 1663 de 07/03/2014 Única Publicação
EDITAL
CONVOCATÓRIA
ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA
CONVOCATÓRIA Ao abrigo do art. 28º dos Estatutos desta Associação, convocam – se todas as associadas, para reunirem em Assembleia Geral, que se realizará na Sede da Associação, dia 25 de Março de 2014, pelas 20.00h. Ordem de trabalhos: 1. Apreciação e aprovação do relatório de contas do ano de 2013; 2. Outros assuntos de Interesse da Associação. Moura, 25/02/2014. A Presidente da Mesa da Assembleia Geral Vânia Susete dos Santos Marujo
Diário do Alentejo n.º 1663 de 07/03/2014 Única Publicação
ASSOCIAÇAO HUMANITÁRIA DE BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE BEJA
ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA
EDITAL Para cumprimento do estabelecido na alínea c) do n°. 2, do art°. 41° dos Estatutos, convoco a reunião da Assembleia Ordinária, para o dia 17 de Março de 2014, Segunda-Feira, pelas vinte horas e trinta minutos, na sede da nossa Associação, na Av. Fialho de Almeida, n°.30, nesta cidade com a seguinte ORDEM DE TRABALHOS: 1. Apresentação e votação do Relatório e Contas de Gerência respeitantes ao ano de 2013 e Parecer do Conselho Fiscal; 2. Discussão e votação do Regulamento de Condecorações; 3. Outros Assuntos de Interesse para a Associação. Não comparecendo número legal de sócios à hora marcada, a Assembleia funcionará com qualquer número de sócios, MEIA HORA DEPOIS como determina o n°. 1 do art°. 43°. dos mesmos estatutos. Beja, 17 de Fevereiro de 2014. O Presidente da Mesa da Assembleia Geral José António Jacinto Parrinha
Diário do Alentejo n.º 1663 de 07/03/2014 Única Publicação
Ao abrigo e no cumprimento do disposto nos artigos 12º n.º1, 13º nºs 1 e 2, convoca-se a Assembleia Geral desta Associação, e todos os seus associados no pleno gozo dos seus direitos, para comparecerem nas instalações da Associação de Beneficência de Pedrógão do Alentejo -ABPA, no dia 15 de Março de 2014, (Sábado) pelas 09 horas com a seguinte ordem de trabalhos: Período antes da ordem do dia Assuntos relacionados com o funcionamento da ABPADiversos Ordem do Dia PONTO UM: Apreciação e votação da Conta de Gerência do ano 2013. PONTO DOIS: Apreciação e votação da proposta de alteração aos estatutos da Associação (alteração do artigo 3º e revogação do artigo 24º), ao abrigo do disposto na sua al.e) do artigo 11º. PONTO TRÊS: Marcação da data do ato eleitoral para o triénio 2014-2017. PONTO QUATRO: Aprovação das deliberações em minuta. Nota: Se há hora marcada não estiverem presentes a maioria dos sócios a assembleia iniciar-se-á às 10 horas. Pedrógão do Alentejo, 27 de Fevereiro de 2014. O Presidente da Mesa da Assembleia Geral josé mâncio rosa soeiro
Diário do Alentejo n.º 1663 de 07/03/2014 Única Publicação
SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE VILA ALVA
CONVOCATÓRIA Convocam-se os sócios da Associação para o Estudo e Defesa do Património Natural e Cultural do Concelho de Mértola, para a Assembleia Geral, a realizar no dia 28 de março de 2014, pelas 18:30 horas, na sede da ADPM, com a seguinte ordem de trabalhos: 1 – Apreciação e votação do Plano de Actividades para 2014 2 – Outros assuntos de interesse para a Associação A Assembleia Geral terá carácter deliberativo, em segunda convocatória, 30 minutos após a hora para que havia sido convocada inicialmente, qualquer que seja o número de sócios presentes (cap. VII, art.º 17º) Mértola, 28 de fevereiro de 2014. A Presidente da Assembleia Geral Maria Madalena Lança Marques
CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DE FERREIRA DO ALENTEJO, C.R.L.
Convocatória da Assembleia Geral Ordinária Em conformidade com o disposto no Artigo 24.° dos Estatutos da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Ferreira do Alentejo, C.R.L. pessoa colectiva nº 501057188, matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Ferreira do Alentejo, sob o n°1, com sede na Avenida General Humberto Delgado, N°.40, em Ferreira do Alentejo, convoco todos os associados desta CCAM, que se encontrem no pleno gozo dos seus direitos, a reunirem-se em Assembleia Geral Ordinária a realizar no dia 26 de Março de 2014, quarta-feira, pelas 16.00 Horas, na sua sede social, com a seguinte ordem de trabalhos: 1. Discussão e votação do Relatório, Balanço e Contas do Exercício de 2013; 2. Apreciação e votação da Proposta de Aplicação de Resultados: 3. Apresentação do relatório com os resultados da avaliação anual das políticas de remuneração praticadas na Caixa Agrícola; 4. Apreciação e votação dos pedidos de exoneração dos associados; 5. Outros assuntos de interesse para a CCAM. Se, à hora marcada para a reunião não estiverem presentes mais de metade dos associados, a Assembleia reunirá, com qualquer número, uma hora mais tarde. Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Ferreira do Alentejo, aos 27 de Fevereiro de 2014. O Presidente da Assembleia Geral Joaquim Pedro Gonçalves Grosso de Oliveira
Diário do Alentejo n.º 1663 de 07/03/2014 Única Publicação
CONVOCATÓRIA Convocam-se todos os membros da Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Vila Alva, para uma Assembleia Geral Ordinária, a realizar no próximo dia 28 de Março de 2014, nelas 20:30, no edifício do Centro Cultural de Vila Alva, com a seguinte ordem de trabalhos: Período antes da ordem do dia: 1. Apresentação e discussão do Relatório e Contas do ano de 2013 seguido de votação: 2. Outros Assuntos do Interesse para a Misericórdia; Se à hora marcada não estiverem presentes mais de metade dos irmãos, a Assembleia reunirá meia hora depois, em segunda convocatória desde que estejam presentes pelo menos um quarto dos irmãos. Vila Alva, 3 de Março de 2014. O Presidente da Mesa da Assembleia Geral João Maria Estevens dos Santos
Diário do Alentejo n.º 1663 de 07/03/2014 Única Publicação
ASSOCIAÇÃO PARA O ESTUDO E DEFESA DO PATRIMÓNIO NATURAL E CULTURAL DO CONCELHO DE MÉRTOLA
Diário do Alentejo n.º 1663 de 07/03/2014 Única Publicação
ASSOCIAÇÃO DE BENEFICÊNCIA DE PEDRÓGÃO DO ALENTEJO –ABPA
ASSOCIAÇÃO DE MULHERES DO CONCELHO DE MOURA
ASSEMBLEIA GERAL
21 Diário do Alentejo 7 março 2014
ASSOCIAÇÃO PARA O ESTUDO E DEFESA DO PATRIMÓNIO NATURAL E CULTURAL DO CONCELHO DE MÉRTOLA
CONVOCATÓRIA Convocam-se os sócios da Associação para o Estudo e Defesa do Património Natural e Cultural do Concelho de Mértola, para a Assembleia Geral, a realizar no 28 de março de 2014, pelas 17:30 horas, na sede da ADPM, com a seguinte ordem de trabalhos: 1 – Apreciação e votação dos relatórios de actividades e contas de 2013; 2 – Outros assuntos de interesse para a Associação. A Assembleia Geral terá carácter deliberativo, em segunda convocatória, 30 minutos após a hora para que havia sido convocada inicialmente, qualquer que seja o número de sócios presentes (cap. VII, art.º 17º) Mértola, 28 de fevereiro de 2014. A Presidente da Assembleia Geral Maria Madalena Lança Marques
CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DE SÃO TEOTÓNIO CRL
Convocatória da Assembleia Geral Nos termos da Legislação em vigor e dos Estatutos da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de São Teotónio CRL, pessoa colectiva nº 501145370 matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Odemira sob o mesmo número, com o Capital Social realizado de 17 475 470 € (variável), convoco os Associados da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de S. Teotónio, no pleno gozo dos seus direitos, a reunirem-se, em Assembleia Geral, no dia 22 de Março de 2014, pelas 09h30m, na Sede desta Instituição, sita na Rua 25 de Abril, em São Teotónio, para discutir e votar as matérias da seguinte: Ordem de Trabalhos 1. Apreciação e Votação do Relatório, do Balanço e das Contas do Exercício de 2013 e respectivo Parecer do Conselho Fiscal. 2. Apresentação e Apreciação do Relatório com os resultados da Avaliação Anual das políticas de remuneração praticadas na Caixa Agrícola. 3. Outros assuntos São Teotónio, 27 de Fevereiro de 2014. A Presidente da Mesa da Assembleia Geral Ana Paula Lopes António Vasques Notas: 1- Nos 15 dias anteriores à Assembleia Geral, encontram-se à disposição dos Associados, nas Agências da CCAM, o Relatório e Contas bem como o Parecer do Conselho Fiscal e a Certificação Legal das Contas e o Relatório da Avaliação Anual das Políticas de Remuneração da CCAM. 2 - Se à hora marcada, não estiver presente a maioria dos Associados, a Assembleia reunirá, com qualquer número, uma hora depois, nos termos do estabelecido no art° 25° dos nossos Estatutos.
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22 Diário do Alentejo 7 março 2014
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MÉDICO ESPECIALISTA EM CLÍNICA GERAL/ MEDICINA FAMILIAR Marcações a partir das 14 horas Tel. 284322503
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Rua António Sardinha, 23-25 7800-477 Beja Tel. 284 321 517
Doenças dos Rins, Bexiga, Próstata Andrologia
Avenida dos Bombeiros Voluntários, n.º 15 7860-107 Moura Tel. 285 252 944
Consultas Clinibeja Rua António Sardinha, 23, 7800-447 Beja Tel: 284 321 517 Tlm: 961 341 105 www.clinibeja.com clinibeja@gmail.com
MOURA: MRP Centro de Medicina Física e Recuperação de Moura
SANTIAGO DO CACÉM: Centro Clínico de Santiago do Cacém Avenida Manuel da Fonseca, 37 7540-105 Santiago do Cacém Tel. 269 086 900 Tm. 917 637 440
ÉVORA: CDI Praça Dr. Rosado da Fonseca, 8, Urb. Horta dos Telhais 7000749 Évora Tel. 266 749 740
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saúde
Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/Alergologia/ Desabituação tabágica – H. Pulido Valente Dr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de Lisboa Dr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de Beja Dr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de Beja Dr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/Terapia Familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo. Dr. Rogério Guerreiro – Medicina preventiva –Tratamento inovador para deixar de fumar Dr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina Familiar Dr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação Dr. Sérgio Barroso – Especialista em Oncologia – H. de Beja Drª Margarida Loureiro – Endocrinologia/Diabetes/ Obesidade – Instituto Português de Oncologia de Lisboa Dr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias Urinárias – H. Beja Dr. Daniel Barrocas – Psiquiatria – Hospital de Évora Dr.ª Lucília Bravo – Psiquiatria H.Beja , Centro Hospi-talar de Lisboa (H.Júlio de Matos). Dr. Carlos Monteverde – Medicina Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva. Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/Alergologia Respiratória/Apneia do Sono Dr.ª Isabel Santos – Psiquiatria de Infância e Adolescência/ Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo Dr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/Obstetrícia Dr. Luís Mestre – Senologia (doenças da mama) – Hospital da Cuf – Infante Santo Dr. Jorge Araújo – Ecografias Obstétricas Dr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica /Doenças do Sangue – Hospital de Beja Dr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr. Diogo Matos – Dermatologia – Hospital Garcia da Orta. Dr.ª Madalena Espinho – Psicologia da Educação/ Orientação Vocacional Dr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala Dr.º Ricardo Lopes – Consulta de Gastrenterologia e Proctologia - Endoscopia e Colonoscopia Dr.ª Joana Leal – MedicinaTradicional Chinesa/Acupunctura e Tuina. Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira especialista em saúde materna/Cuidados de enfermagem na clínica e ao domicílio/Preparação pré e pós parto/amamentação e cuidados ao recém-nascido/Imagem corporal da mãe – H. de Beja Marcações diárias pelos tels. 284 322 503 Tm. 91 7716528 | Tm. 916203481 Rua Zeca Afonso, nº 6, 1º B, 7800-522 Beja Clinipaxmail@gmail.com www.clinipax.pt
CENTRO DE IMAGIOLOGIA DO BAIXO ALENTEJO Clínica Médico-Dentária de S. FRANCISCO, LDA. Gerência de Fernanda Faustino Acordos: SAMS, ADMG, PSP, A.D.M.E., Portugal Telecom e Advancecare Rua General Morais Sarmento, nº 18, r/chão; TEL. 284327260 7800-064 BEJA
Medicina dentária
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Hematologia Clínica ▼
HEMATOLOGIA CLÍNICA
Luís Payne Pereira
Doenças do Sangue
Médico Dentista
ANA MONTALVÃO Assistente Hospitalar
Consultas em Beja Clínica do Jardim Praça Diogo Fernandes, nº11 – 2º Tel. 284329975
Marcações de 2ª a 6ª feira, das 15 às 19 horas Terreiro dos Valentes, 4-1ºA 7800-523 BEJA Tel. 284325861 Tm. 964522313
TOMOGRAFIA COMPUTORIZADA (TAC) ECOGRAFIA MAMOGRAFIA ECO DOPPLER RADIOLOGIA DENTÁRIA Médicos Radiologistas António Lopes / Aurora Alves Helena Martelo / Montes Palma Médica Neuroradiologista Alda Jacinto Médica Angiologista Helena Manso Convenções:
ULSBA (SNS) ADSE, ACS-PT, SAD-GNR, CGD, MEDIS, SSMJ, SAD-PSP, SAMS, SAMS QUADROS, ADMS, MULTICARE, ADVANCE CARE Marcações: Tel. 284318490 Tms. 960284030 ou 915529387 Horário: de 2ª a 6ª feira, das 8 às 19 horas e aos sábados, das 8 às 13 horas Av. Fialho de Almeida, nº 2 7800 BEJA
23 Diário do Alentejo 7 março 2014
24 Diário do Alentejo 7 março 2014
necrologia Vidigueira AGRADECIMENTO
Vila de Frades AGRADECIMENTO
José Maria Aniceto Seus filhos, noras, netos e restante família cumprem o doloroso dever de participar o falecimento do seu familiar ocorrido no dia 02/03/2014 e, na impossibilidade de o fazerem individualmente, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que acompanharam o seu ente querido à sua última morada ou que de outra forma lhes testemunharam o seu pesar.
AGÊNCIA FUNERÁRIA VIDIGUEIRENSE TEL. 284 434 238 TM 965 052 404
PARTICIPAÇÃO E MISSA DE 7.º DIA
No próximo dia 10 de março de 2014 celebra-se na igreja da Sé, em Beja, pelas 18 e 30 horas, missa de sétimo dia por alma de Natércia Maria Ramos Pereira Martins. Nesta ocasião a família não pode deixar de exaltar a “Alma maior” desta sua ente querida, marcada pela humildade, bondade e caridade, que Deus quis agora para junto de si. Paz à sua alma!
MISSA
Carlos da Silva Sousa 2.º Ano de Eterna Saudade Sua esposa, filhas, genros e netos participam a todas as pessoas de suas relações e amizade que será celebrada missa pelo eterno descanso do seu ente querido no dia 09/03/2014, domingo, pelas 18 e 30 horas, na igreja da Sé, em Beja, agradecendo desde já a todas as pessoas que se dignarem assistir ao piedoso ato.
Maria Jacinta Leal Pereira Sales Madeira Nasceu a 10.08.1934 Faleceu a 03.03.2014 Sua família, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, agradece por este meio a todas as pessoas que a acompanharam à sua última morada ou que de outro modo manifestaram o seu pesar.
AGÊNCIA FUNERÁRIA ESPÍRITO SANTO, LDA. Tm.963044570 – Tel. 284441108 | Rua Das Graciosas, 7 | 7960-444 Vila de Frades/Vidigueira
institucional diversos Diário do Alentejo n.º 1663 de 07/03/2014 Única Publicação
Diário do Alentejo n.º 1663 de 07/03/2014 Única Publicação
CARTÓRIO NOTARIAL EM ALBUFEIRA (ALGARVE)
CARTÓRIO NOTARIAL DE MÉRTOLA
MARCO ALBERTO BRANCO PIRES NOTÁRIO
Conservador em substituição: Alexandre José da Silva Santos
CERTIDÃO
CERTIDÃO NARRATIVA
Certifico para efeitos de publicação, que no dia dez de Fevereiro de dois mil e catorze, foi exarada de folhas 94 a folhas 97 do livro número 133-A, de notas para escrituras diversas deste Cartório Notarial em Albufeira, a cargo do notário Marco Alberto Branco Pires, foi exarada uma escritura de justificação notarial, na qual, A) ALZIRA MARIA LOUÇÃ PÁSCOA que também usa ALZIRA MARIA LOUÇÃ ou ALZIRA MARIA LOUÇÃO, NIF 112 501 737, viúva, natural da freguesia de São Marcos da Serra, concelho de Silves, residente em Pereiras-Gare, na freguesia de Santa Clara-a-Velha, concelho de Odemira; B) MARIA IVONE LOUÇÃ PÁSCOA, NIF 163 471 487, natural da referida freguesia de Santa Clara-a-Velha, casada com Joaquim António Ferro Costa, NIF 156 756 552, sob o regime de comunhão de adquiridos, residente na Rua José Januário do Sacramento, n.° 18 A, em Queijas; e C) JOÃO PAULO PÁSCOA, NIF 189 806 877, natural da dita freguesia de Santa Clara-a-Velha, solteiro, maior, residente na Quinta Larga Vista, Caixa Postal 51, Lote 56B, no sítio de Foral, Algoz, declararam que são donos e legítimos possuidores do prédio urbano, sito em Pereiras, na atual freguesia de Santa Clara-a-Velha (extinta freguesia de Pereiras-Gare), composto de casas de rés-do-chão e primeiro andar com dependências e logradouro, com a área coberta de trezentos e quarenta e cinco metros quadrados e a descoberta de quatrocentos e doze metros quadrados, descrito na Conservatória do Registo Predial de Odemira, sob o número mil cento e noventa e seis, da freguesia de Santa Clara-a-Velha, nela registada aquisição a favor de João Silvestre Páscoa e da outorgante Alzira Maria Loução, casados um com o outro no regime de comunhão geral, pela inscrição Apresentação um, de nove de Dezembro de mil novecentos e sessenta e nove, inscrito na respectiva matriz predial actualmente sob o artigo 1248, da freguesia de Santa-Clara-a-Velha, que proveio do artigo 538 da extinta freguesia de Pereiras-Gare, que por sua vez resultou dos artigos 171, 378, 379 e 380, da extinta freguesia de Pereiras-Gare, tendo o mencionado artigo 171, provindo do artigo 641 da primitiva freguesia de Santa Clara-a-Velha, com o valor patrimonial de oitenta e nove mil seiscentos e setenta euros; Que o referido prédio foi comprado por João Silvestre Páscoa, pai da outorgante mulher identificada em B) e do outorgante identificado em C) e marido da outorgante identificada em A), por escritura de compra e venda, outorgada aos vinte e quatro de Setembro de mil novecentos e sessenta e nove, exarada a folhas trinta e três e seguintes do livro de notas para escrituras diversas número Cento e Trinta e Um-B, do extinto cartório Notarial de Odemira, falecido, quando a outorgante mulher identificada em B) ainda se encontrava no estado de solteira, no dia nove de Setembro de mil novecentos e oitenta e seis, com última residência habitual na freguesia de Pereiras-Gare, no concelho de Odemira, onde faleceu, no estado de casado, sob o regime de comunhão geral, com a outorgante identificada em A), conforme consta da escritura de Habilitação de Herdeiros lavrada aos dezasseis de Outubro de dois mil e um, a folhas cem do livro de notas para escrituras diversas número 113-D, do extinto Cartório Notarial de Odemira. Que o prédio se encontra descrito na Conservatória da área, apenas com a área coberta de cento e quarenta e cinco metros quadrados, o que não corresponde à verdade, em virtude do mesmo, por um lado, ter um logradouro e por outro ter uma área coberta de trezentos e quarenta e cinco metros quadrados, sendo que o logradouro tem a área de quatrocentos e doze metros quadrados, pelo que o prédio tem a área total de setecentos e cinquenta e sete metros quadrados, verifi cando -se, portanto, uma desconformidade entre as tábuas e a realidade, em virtude da área indicada na mencionada escritura e a inscrição matricial que a instruiu se encontrar errada por consequência de erro de medição e por omissão da existência de um logradouro, sendo que a área correta e que resultou de um levantamento topográfico rigoroso feito posteriormente é a mencionada área total setecentos e cinquenta e sete metros quadrados, com a área coberta de trezentos e quarenta e cinco metros quadrados que iram averbar na mencionada descrição predial com o levantamento topográfico e um logradouro de quatrocentos e doze metros quadrados, logradouro este que JUSTIFICAM pela presente escritura, e a que atribuem para efeitos deste acto o valor de mil euros, sendo que o prédio já existia com esta área total de setecentos e cinquenta e sete metros quadrados aquando da mencionada escritura de compra e venda. Que, pelo menos desde aquela data, vinte e quatro de Setembro de mil novecentos e sessenta e nove, bem assim há mais de vinte anos, o prédio mantém a mesma área e configuração, incluindo obviamente o logradouro, pelo que a primeira outorgante identificada em A) e o mencionado João Silvestre Páscoa e depois do falecimento deste, os seus herdeiros e a sua viúva ainda como meeira, sempre possuíram o aludido logradouro em nome próprio e sem oposição de ninguém, reiterada e ininterruptamente, na convicção de não lesarem quaisquer direitos de outrem e ainda convencidos de serem titulares do respectivo direito de propriedade e assim o julgando as demais pessoas, possuíram aquele logradouro, habitando-o, pagando os respectivos impostos, pelo que tendo em consideração as referidas características de tal posse, adquiriram o indicado logradouro na sua efectiva configuração, por USUCAPIÃO e em comum sem determinação de parte ou direito, por óbito do mencionado João Silvestre Páscoa. Está conforme. Cartório Notarial de Albufeira, aos dez de Fevereiro de dois mil e catorze. A Colaboradora, no uso da autorização conferida, pelo referido Notário nos termos do artigo 8.º, DL 26/2004 de 4 de Fevereiro e publicada aos 31/12/2013, no sítio da Ordem dos Notários, www.notarios.pt Maria da Ascensão Lopes Pereira
25 Diário do Alentejo 7 março 2014 Diário do Alentejo n.º 1663 de 07/03/2014 Única Publicação
CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA DE BEJA E MÉRTOLA, C.R.L.,
(Conforme Art.° 100 do Código do Notariado)
Alexandre José da Silva Santos, Conservador em substituição do Cartório Notarial de Mértola, certifica: Que, para efeitos de publicação foi lavrada em vinte e quatro de Fevereiro de dois mil e catorze neste Cartório Notarial e exarada a partir de folhas cento e seis e seguintes do livro de notas para escrituras diversas número trinta – D, uma Escritura de Justificação Notarial, na qual: António Manuel Ruivo Tomé, NIF 199.384.053 casado com Ana Rita Lopes Lampreia segundo o regime da comunhão de adquiridos natural ele da freguesia de Santana de Cambas, concelho de Mértola e ela de freguesia e concelho de Mértola, residentes aos Alves, caixa postal 2625, portadores dos cartões de cidadão números 12379192 8zz9 válido até 28-03-2016 e 13449055 0zz2 válido até 24-07-2014 ambos emitidos pela República Portuguesa. E, pelo primeiro outorgante varão foi declarado: Que, é dono e legítimo possuidor, com exclusão de outrem dos seguintes prédios: Um: Urbano, localizado em Alves, freguesia de Santana de Cambas, concelho de Mértola, composto de edifício de um compartimento, com a superfície coberta de quarenta metros quadrados e descoberta de vinte e dois, a confinar do norte e nascente com via pública, de sul com José Jacinto e de poente com António Manuel Ruivo Tomé inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 2188 em nome do ora justificante varão com o valor patrimonial e atribuído correspondente de 4.550,00 €. Dois: Urbano, localizado em Alves, freguesia de Santana de Cambas, concelho de Mértola, composto de edifício de dois compartimentos, com a área de vinte metros quadrados, a confinar do norte com José Marques Brissos, de sul com José Jacinto, de nascente com Celestino Rodrigues e de poente com via pública, inscrito na matriz predial urbana, em nome do ora justificante varão, no ano de mil novecentos e trinta e sete sob o artigo 1678 com o valor patrimonial e atribuído correspondente de 2.370,00€. Que, os prédios não se encontram registados na Conservatória do Registo Predial de Mértola. Que, os referidos prédios vieram à posse do ora justificante varão António Manuel Ruivo Tomé, por os haver adquirido, por doação verbal de seu pai António Costa Tomé, viúvo e residente em Alves, freguesia de Santana de Cambas, concelho de Mértola, corria o ano de mil novecentos e oitenta e dois. Que, porém desde o ano de mil novecentos e oitenta e dois e sem interrupção, pelo que, continuadamente e em permanência o justificante entrou na posse e fruição dos prédios, usufruindo de todas as utilidades por eles proporcionadas e suportando os respectivos encargos, contribuições e impostos e com ânimo de quem exercita direito próprio, ignorando lesar direito alheio, à vista e com conhecimento de todos, sendo reconhecido como seu dono. Que, habitou e melhorou a casa, usufruindo dela as utilidades a que se destinam, pagando as respectivas contribuições e impostos tendo portanto adquirido os referidos prédios e, sem qualquer interrupção mantido a sua posse ostensivamente sem a oposição de quem quer que fosse e com conhecimento de toda a gente, agindo sempre por forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, sendo por isso uma posse própria, pública, porque à vista de todos e sem a menor oposição de quem quer que seja, pacífica, porque exercida sem violência, contínua, porque mantida ao longo de todos estes anos e de boa-fé, a qual dura há mais de vinte anos, pelo que se verificam todos os requisitos legais para a aquisição dos referidos prédios invocando para tanto a usucapião. Que, dado o modo de aquisição, sem documento algum que titule suficientemente o seu direito e lhe permita para efeitos de registo predial, fazer prova do seu direito de propriedade dos aludidos prédios justifica a aquisição dos mesmos no presente acto por usucapião. É extracto certificado da escritura e vai conforme o original, declarando que, da parte omitida nada consta que altere, prejudique, modifique ou condicione a parte transcrita. Mértola, vinte e quatro de Fevereiro de dois mil e catorze. O Conservador, em substituição Alexandre José da Silva Santos
IMÓVEIS
Beja Vendem-se ou alugam-se. Bem situados. Contactar pelo tel. 284321014, das 10 às 12 horas
CONVOCATÓRIA De harmonia com a Lei e os Estatutos da Caixa de Crédito Agrícola de Beja e Mértola, C.R.L., pessoa colectiva nº 501064800, com sede em Largo Eng.º Duarte Pacheco, nº 12, em Beja, matriculada sob o nº 501064800 na Conservatória do Registo Comercial de Beja, convoco os associados, no pleno gozo dos seus direitos, a reunirem-se em Assembleia Geral em sessão ordinária, no dia 26 de Março de 2014, na agência de Beringel da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Beja e Mértola, CRL, sito na Praça Dr. Carlos Moreira, nº 14, em Beringel, pelas 16:00 horas, com a seguinte ordem de trabalhos: Ordem de Trabalhos 1. Deliberar sobre o relatório de gestão e as contas do exercício relativos ao ano 2013, com o parecer do Conselho Fiscal e a Certificação Legal de Contas; 2. Deliberar sobre a proposta de aplicação de resultados do exercício de 2013; 3. Proceder à apreciação geral da Administração e Fiscalização da Caixa Agrícola; 4. Deliberar sobre os pedidos de exoneração de Sócios; 5. Outros Assuntos de interesse para a Assembleia. Os elementos e documentos a que se refere o artigo 289º do Código das Sociedades Comerciais devem ser facultados à consulta dos sócios, na sede da Caixa Agrícola, durante os 15 dias anteriores à data da Assembleia Geral. Se à hora marcada não estiverem presentes mais de metade dos Associados, a Assembleia reunirá uma hora depois, com qualquer número de sócios presentes. A Assembleia reunirá fora da sede social da Caixa devido à inexistência de sala com condições para a realização desta Assembleia. Beja, 5 de Março de 2014 O Presidente da Mesa da Assembleia-Geral Dr. Rui Manuel Veríssimo C Conduto
Conversa com Jesus Cristo Converse com Nosso Senhor Jesus Cristo todos os dias, sempre que esteja só, durante nove dias rezar esta oração para alcançar a graça que tanto precisa. Meu Deus Nosso Senhor Jesus Cristo, em Vós deposito toda a minha confiança, porque vós sabeis de tudo. Pai e Senhor do universo, Vós fizeste o paralítico andar, o leproso sarar, o morto voltar a viver. Vós que vedes minhas angústias bem sabes divino amigo como preciso alcançar de Vós esta grande graça (pede-se a graça com fé). A minha oração convosco, Meu Senhor Jesus Cristo, dá-me ânimo e fé para viver. Só de Vós espero com fé e confiança esta graça (pedir a graça com fé). Fazei Divino Jesus Cristo, que antes de terminar esta conversa que terei convosco durante nove dias, eu alcance esta graça que peço com fé. Com gratidão mandarei publicar esta oração para que outras pessoas que precisam de Vós aprendam a Ter fé, confiança na Vossa compaixão, guiai os meus passos e iluminai o meu caminho assim como o Sol ilumina o amanhecer. Rezar um Pai Nosso e Ave Maria. M.A.F.
OFICINA z
RECTIFICAÇÕES DE CABEÇAS E DE BLOCOS (Novos preços)
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TESTAGENS
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SERVIÇO DE TORNO
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SOLDADURAS EM ALUMÍNIO
Encamisar blocos orçamentos com ou sem material PREÇOS SEM CONCORRÊNCIA
CASADINHO Sítio Horta de St. António Caixa postal 2601 BEJA Tm. 967318516
Equivalenza comemora 1.º aniversário
Diário do Alentejo 7 março 2014
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Empresas
Entre hoje e amanhã, sábado, a Equivalenza, em Beja, como forma de comemorar o seu primeiro aniversário, convida toda a população a comprar um perfume de 50 ml e a receber um roll on de 10 ml com um perfume à escolha. As pessoas “ficarão, sem dúvida, surpreendidas”, garante o responsável pelo espaço comercial, que dispõe de mais de 180 referências diferentes de fragâncias para mulher, homem e criança, bem como aromas para o lar e cosmética.
BejaParque Hotel comemora Dia da Mulher O BejaParque Hotel convida todas as mulheres a desfrutarem de uma noite “caliente” ao som dos ritmos latinos. Dia 8 de março, data em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, para além de toda a animação existente, a noite será ainda acompanhada de um menu especial preparado para este dia. O preço por pessoa é de 17,50 euros, incluindo bebidas. Para mais informação deverá contatar 284 310 500.
Herdade do Esporão adere à Restaurant Week
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A maior comercializadora de peixe fresco em Portugal
Oceanic cria nova unidade industrial em Sines Fundada no final do verão de 2011 em Ermidas do Sado, a Oceanic trabalha por mês cerca de 800 toneladas de peixe. Em 2013 vendeu 10 mil toneladas e obteve uma faturação na ordem dos 30 milhões de euros. Em setembro próximo abrirá portas a uma nova unidade industrial em Sines. Publirreportagem Sandra Sanches
O
segredo para o sucesso desta empresa assenta apenas na honestidade e na dedicação que os responsáveis, Miguel Segundo e Pedro Estevão, garantem depositar no seu trabalho. Para a Oceanic, o seu maior e grande cliente, o Pingo Doce, é também, e sem dúvida, o grande reforço que contribui para o crescimento da empresa, dia após dia. Com três f iliais em Portugal – Matosinhos, Sines e Portimão – e uma em Tanger (Marrocos), a empresa conta atualmente com 55 funcionários que, diariamente, preparam a viagem do peixe até Espanha, Itália e França. Setenta por cento do trabalho é destinado à distribuição nacional. No entanto, e face à crise económica que o País atravessa, a empresa, líder de mercado do setor de peixe fresco, revela-se “saudável e recomenda-se”, refere Miguel Segundo.
O produto chega de vários pontos do mundo: Portugal, Espanha, França, Itália, Croácia, Grécia, Turquia, Noruega, Dinamarca, Marrocos, Mauritânia, Senegal, Gâmbia, Africa do Sul, Estados Unidos, Canadá e Argentina. São mais de 150 as referências de peixe destinadas ao mercado: carapau, cavala, pargo, pescada, tamboril, linguado, peixe-galo, mero, cherne, peixeespada, filete de sardinha, cantaril, garaz, atum, choco e safio, entre muitos outros. Destacam-se, como produtos estrela da empresa, a sardinha e a garoupa. O peixe fresco é o principal negócio da Oceanic, mas a empresa também já fornece congelados a alguns clientes, nomeadamente sardinha, carapau, choco e polvo. Atualmente, e porque os espaços físicos já se tornaram pequenos para o volume que a companhia transaciona, a nova unidade, que irá contar com uma área de 1 800 metros quadrados, deverá estar pronta e a operacionalizar em Sines em setembro próximo, sendo criados perto de 20 postos de trabalho. Esta nova unidade irá permitir à Oceanic expandir o negócio, desde logo com a instalação de uma “pequena” unidade de congelação. Para além de ser uma questão de “necessidade”, a distribuição das unidades pertencentes à Oceanic são também uma “estratégia”, pois facilita a compra do pescado
nas lotas e a importação, que representa aproximadamente 40 por cento da atividade da empresa. E porque a empresa “cresceu muito rápido e agora tem que criar infraestruturas para dar resposta à demanda dos clientes é às normas de segurança alimentar, para assim estar sempre na frente do setor”, a nova unidade será “adequada às necessidades” e deverá ser desenvolvida em duas fases distintas. Com um investimento a rondar os dois milhões de euros, a primeira fase, prestes a operacionalizar, assentará no trabalho de congelados. Já numa segunda fase, prevista para 2016, projeta-se a criação de outro tipo de congelação e a instalação de câmaras frigoríficas de 20 graus negativos, que, segundo adianta o responsável, “servirá para fazermos a nossa embalagem e congelarmos o nosso próprio peixe”. Outros projetos estão em estudo mas o responsável garante “ser surpresa”. Porque a principal missão da Oceanic para com o cliente é a “seriedade e honestidade”, esta nova unidade industrial trará, sem dúvida, mais qualidade ao produto e maior satisfação ao cliente. Miguel Segundo refere ainda o facto de serem quem são, “graças ao nosso grande parceiro de trabalho que nos apoia a 100 por cento nesta nossa viagem”, o Pingo Doce.
Esta é a primeira vez que o restaurante da herdade do Esporão, situado em Reguengos de Monsaraz, participa na Restaurant Week, evento gastronómico nacional que decorre até ao próximo dia 9, e um dos mais aguardados do ano. A Restaurant Week oferece a oportunidade única de desfrutar dos melhores restaurantes do País a um preço convidativo. Para esta iniciativa foi pensado um menu especial que alia a experiência gastronómica, inspirada nos saberes ricos da região, à experiência vínica em pleno berço dos vinhos do Esporão. De salientar que parte das receitas é destinada a instituições de solidariedade. A herdade do Esporão abre portas a todos os visitantes com a promessa de uma experiência enogastronómica memorável.
MO abre mais oito lojas com novo conceito Depois de em 2013 se ter assistido ao rebranding da marca e ao lançamento de um novo conceito de loja, completamente novo e diferenciador, implementado em quatro lojas no último trimestre, em 2014 a MO aposta num plano agressivo de remodelações do seu parque de lojas com novo conceito. Beja, Tomar, Portalegre, Vila Real, Évora, Chaves, Torres Vedras e Amarante foram os locais selecionados para a implementação deste conceito. A nova loja MO reforça o novo posicionamento da marca, uma marca alegre e segura onde o cliente está no centro. A simplicidade da organização do espaço facilita a circulação na loja e o acesso aos diferentes segmentos de produto. Este novo conceito passará a ser implementado em todas as aberturas em Portugal e no estrangeiro.
Olivae cria sabonete artesanal Com o cuidado dos métodos artesanais, a Olivae, empresa nascida em 2011 e com sede em Évora, produz a partir de azeite virgem, leite de cabra da raça serpentina, cera de abelha e óleos essenciais biológicos, sabonetes naturais de elevada qualidade, que asseguram uma profunda limpeza e hidratação da pele, onde se privilegia a utilização de matérias primas autóctones, por forma a contribuir para a valorização dos recursos naturais e das economias locais. Os sabonetes artesanais Olivae estão disponíveis em quatro aromas: alecrim, tomilho, bela-luz, rosmaninho e sem aroma, em embalagens de 100 gramas e de 25 gramas. Por encomenda, poderão ainda ser produzidos sabonetes personalizados com diferentes aromas, formas, dimensões ou embalagens. Este ano a Olivae pretende reforçar a rede de parceiros para a comercialização no mercado português, mas também dar os primeiros passos na internacionalização. Um projeto de Elza Neto e Carla Janeiro, que pretendem, acima de tudo, contribuir para a sustentabilidade ambiental e para a economia local.
É já no próximo domingo, dia 9, que arranca mais uma edição dos Jogos Concelhios de Castro Verde, que promete “pôr o concelho a mexer” até ao final de junho. A festa de abertura tem lugar pelas 14 e 30 horas, na praça da República, estando programados uma caminhada, corrida e passeio de bicicleta, demonstrações de ginástica rítmica e acrobática e de hip hop, numa iniciativa onde não faltarão insufláveis para os mais pequenos. Para esta 14.ª edição,
a Otis, mascote oficial do jogos concelhios, elegeu o ténis como modalidade representativa, mantendo, no entanto, a aposta na dinamização de um conjunto variado de cerca de 30 modalidades/atividades desportivas, como ténis de areia, canoagem, dominó, futebol de areia, entre muitas outras. O projeto é dinamizado no âmbito do programa Atividade Com’Vida, do município, em colaboração com as escolas, associações, coletividades e juntas de freguesia do concelho.
À solta Um destes dias ao viajarmos pela net descobrimos um blogue em que os pais tinham oferecido ao filho como prenda de Natal uma casa toda feita de cartão. Não, eles não compraram, fizeram-na durante a noite para surpreender o pequenote. Este é um de muitos exemplos de que as crianças não precisam de muito para serem felizes. Ficam aqui algumas ideias para os pais ou mesmo tu colocares em prática.
Páginas tantas Apesar de não ser um livro recente não quisemos deixar de o trazer para aqui. Editado pela Bags of Books, com a assinatura de Loreto Salinas Retamal, A menina sem sombra conta a história de Amália, uma rapariga que vive num lugar desconhecido e que tem a particularidade de viver sem sombra. Vivia escoltada por três cavaleiros negros de chapéus pontiagudos que cuidavam dela carinhosamente. Até que um dia Amália decidiu partir à procura da sua sombra... Salinas é chilena e nascida em 1977. Apesar de ser licenciada em Arquitectura, tem-se dedicado à ilustração desde 2006. http://www.loretosalinas.com
Dica da semana Bara Skinny é uma marionetista checa, que faz as suas personagens em madeira de tília pintada à mão e com detalhes têxteis. Bonecos simples, com cores alegres manuseados através de um pau que une o boneco no seu todo. Bara organiza ainda oficinas para crianças. Podes segui-la no blogue http://brichopas.blogspot.co.uk/
27 Diário do Alentejo 7 março 2014
Jogos Concelhios de Castro Verde arrancam no domingo
28 Diário do Alentejo 7 março 2014
Letras A porta para a liberdade
Q
Boa vida Comer Feijoada de pato com salsa Ingredientes para 4 a 5 pessoas: 1 kg. de feijão branco (demolhado em 24 horas); 1 pato médio; 2 cenouras; 2 cebolas; 4 dentes de alho; 1 dl. de azeite; 1 molho de salsa; 1 folha de louro; 500 gr. de tomate maduro sem pele e sem grainhas; 4 dl. de vinho branco; q.b. de sal; q.b. de pimenta; q.b. de piripiri. Confeção: Coza o feijão em água com um pouco de sal e reserve. Corte o pato em pedaços e tempere com sal e pimenta. Leve a corar numa frigideira para retirar o excesso de gordura que contêm. Entretanto num tacho faça um refogado com o azeite, cebola picada, alho picado e a folha de louro. Junte o pato corado, o vinho e leve ao lume até o vinho evaporar o álcool. Adicione água, as cenouras cortadas ás rodelas, o tomate aos bocados e deixe cozer tudo lentamente. Quando o pato estiver cozido, junte o feijão com pouco de caldo da cozedura do feijão. Deixe cozer em lume brando e retifique os temperos. No final adicione um pouco de piripiri e salsa picada. Nota: Corar o pato na frigideira é para retirar o excesso de gordura que esta ave contem. Se conseguir adquirir um pato fresco, esta receita resulta melhor. Pode comprar feijão enlatado, que existe nos supermercados de boa qualidade.
António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora
Jazz Diogo Vida “Próxima Estação”
E
m 2011, Diogo Vida deu nas vistas com um disco de estreia muito recomendável. Dois anos após “Alegria”, em quarteto, o pianista reduziu o efetivo para trio e não se limitou a confirmar os predicados atestados, antes ampliou-os, consolidando a sua posição, por direito próprio, na primeira linha do pianismo jazzístico nacional. Dissecando o primeiro disco, escrevi que perante peças como “2nd Sight”, timbricamente frondosa, seria natural que a evolução fosse no sentido da aposta na escrita para formações mais alargadas. Pois foi precisamente o contrário que se veio a verificar, com o pianista a empreender uma manobra de redução ao essencial. Em “Próxima Estação”, segundo disco na condição de líder, Vida prescinde de todo e qualquer instrumento de sopro e entrega-se à pitagórica geometria do trio piano-contrabaixo-bateria, que, amiúde – talvez mais até do que o solo – funciona como “tira-teimas” da relevância artística de um pianista de jazz. O músico lisboeta – mas com Diogo Vida – parte substancial da sua for“Próxima Estação” mação feita no Porto – é acomDiogo Vida (piano), João panhado por João Custódio no Custódio (contrabaixo) e Jorge Moniz (bateria) + contrabaixo e Jorge Moniz na Selma Uamusse (voz). bateria, ressaltando evidente Editora: Sintoma Records a ligação a traço grosso que Ano: 2013 se estabelece entre os três vértices deste triângulo sonoro, vertida em altos níveis de empatia e interação. O pianismo, bem nutrido em termos técnicos e solidamente fundado na tradição jazzística, destila um virtuosismo consequente e hábil na reciclagem criativa dessas referências. Custódio é um contrabaixista sólido e afirmativo, que sabe agir e reagir em conformidade. Baterista de vastos recursos, Moniz é garante de propulsão adequada, eficiente a expor-se e a guardar recato. O trio revela química na partilha de processos e deixa clara a sua compacidade. Apesar do pianista exibir, mais uma vez, uma escrita permeável a outras músicas, o formato parece fazê-lo recentrar atenções no cânone, reservando alguns dos filões explorados no disco anterior. Por exemplo, muita da “portugalidade” que algumas peças exalavam não encontra aqui paralelo, exceção feita a “Madragoa”, banhada por uma reconfortante luz atlântica. O disco abre com o dinamismo frenético de “Próxima Estación Prosperidad” (onde dá azo à sua notável mão esquerda) que encontra coerente prolongamento no vibrante “Aeroport”. “Quarta e Quinta” denota uma abordagem mais angulosa e “Punchline” é um exercício de travo fortemente “monkiano”. Um dos cumes de interesse do disco atinge-se em “Sombras”, com a sua belíssima, mas nada óbvia, melodia. A convidada especial Selma Uamusse empresta brilho a “Estaciones”. “Ending Song” é a pérola de dois minutos que encerra o disco da melhor maneira. Resta-nos aguardar pela “próxima estação” na linha de um músico cujo talento justifica fasquia alta. António Branco
ue importância teve a fuga de Álvaro Cunhal do Forte de Peniche, a 3 de janeiro de 1960, na história do Partido Comunista Português e, sobretudo, na história de Portugal? Se um guarda, Jorge Alves, não tivesse arriscado tudo e, sobretudo, tido a coragem e o sangue frio para viabilizar uma fuga coletiva de 10 presos, que teria sido diferente na “grande história”? Com uma escrita viva e fluída, Pedro Prostes da Fonseca conta, neste que é um livro de história composto com rigor, a história do guarda Jorge Alves e da sua família direta cruzando-a com a da vida na clandestinidade durante o Estado Novo. Na sequência do auxílio que Alves deu aos prisioneiros a Roménia foi o destino possível para o exílio de quem tudo perdeu do pouco que tinha no Portugal de Salazar. Órfão de pai aos cinco anos, muito ligado ao avô paterno, guarda fiscal, que morre durante a sua adolescência, cedo se terá revoltado contra um estado que responsabiliza por não melhorar a vida dos pobres no seu País. Também cedo se distinguiu com atos de seriedade e coragem: uma carteira com dinheiro encontrada e devolvida; o salvamento de uma lavadeira. Alves soçobrou, porém, à vida na Roménia, à qual nunca se habituou. “Uma história vista a partir de baixo” assim a caracteriza Irene Pimentel no prefácio. É esta perspetiva que permite reconstituir, com interesse acrescido, a história de uma derrota da PIDE, a de uma enorme vitória do PCP, por via da história de uma família separada e destroçada pelo contributo determinante de Jorge Alves. Maria do Carmo Piçarra
Pedro Prostes da Fonseca Matéria-prima edições 248 págs. 16 euros
Toiros I Fim de Semana Taurino de Beringel
A
junta de Freguesia de Beringel rea lizou dura nte os dias 22 e 23 de fevereiro o I Fim de Semana Taurino de Beringel. No primeiro dia rea lizou-se um passeio de ca mpo, até à Herdade dos Outeiros, em Vila Nova de S. Bento, onde pasta a ganadaria Varela Crujo, e onde a meia centena de visitantes pode assistir ao dia a dia da campinagem, e assistir ainda a um treino dos forcados de Casca is. A ma n hã terminou com um almoço/convívio no local. E como os fadistas vão aos toiros, e os toureiros vão ouvir fado, o dia terminou com uma noite de fados com casa cheia. No domi ngo, os a lu nos da Escola de Toureio da Moita do R ibatejo, orientada pelo maestro Luís Vital “Procuna”, f i zera m pela ma n hã u ma demonst ração de tou reio apeado, onde most rar a m p or menore s de enc her o ol ho. Pela tarde, os grupos de forcados amadores de Cascais e Beja realizaram uma demonstração de pegas, onde os elementos mais novos destes grupos tivera m oportunidade de mostrar a sua valentia. Os lucros obtidos, no I Fim de Semana Taurino de Beringel, rondaram os mil euros e reverterão para a aquisição de uma viatura de nove lugares para esta freguesia. Foi, na opinião de muitos, um sucesso e ficou a vontade de repetir em 2015. Vítor Morais Besugo
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Diário do Alentejo 7 março 2014
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Filatelia A Sfaac edita novo catálogo
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Secção Filatélica da Associação Académica de Coimbra (Sfaac) acaba de apresentar uma nova edição do seu catálogo de carimbos comemorativos (CC). Esta é já a 4.ª atualização do catálogo que é, já há mais de vinte anos, o único em Portugal que se dedica a esta classe filatélica, a Marcofilia Comemorativa. A sua 1.ª edição veio a público em 1982 e referia-se aos CC emitidos de 1977 a 1981. A 2.ª edição apresentava os carimbos de 1982 a 1998. A 3.ª os carimbos de 1999 a 2004. A atual edição contém todos os emitidos de 2005 a 2013. Tal como aconteceu com as edições anteriores, esta também aparece melhorada através da introdução de novos capítulos, lista cronológica, lista por localidade, estatísticas, notas aos gráficos, conteúdos extra, conclusão e, por fim, a apresentação de todas as suas edições bibliográficas. A edição e apresentação do catálogo foi um dos atos das celebrações do 49.º aniversário da Sfaac, que decorreram no Mini-Auditório Salgado Zenha do edifício da AAC e que se completaram com uma visita à feira de velharias e colecionismo na praça Velha, o almoço de confraternização, ao qual se seguiu a tertúlia, A caminho dos 50 e uma sessão de troca de selos. Esta secção filatélica tem, em si, um outro clube, fundado em 1977, que é o Clube de Colecionadores de Carimbos Comemorativos (CCCC). Este clube tem um serviço, o único existente presentemente em Portugal, de apoio aos seus associados, fornecendo-lhes, ao preço de custo, todas peças filatélicas com CC, emitidas pelos vários agrupamentos filatélicos do País. O CCCC possui, em reserva, o maior conjunto do País, de CC, posterior a 1977, estando apto a satisfazer a maioria dos pedidos que lhe cheguem. No campo editorial da Marcofilia Comemorativa, para além dos catálogos já referidos, o CCCC editou, no ano passado, o livro Carimbos Comemorativos de Coimbra. Nesta extensa obra de marcofilia são reproduzidos todos os carimbos deste tipo, que foram usados em Coimbra, sendo que cada um deles foi acompanhado de um texto justificativo da sua emissão. Tal como os seus catálogos de carimbos, esta obra é, não só útil a todos os filatelistas, mas também indispensável a todos os que se interessam pela história postal da cidade. O seu antigo boletim filatélico, criado em 1967, deu lugar em 1982, à Cábula Filatélica, a qual já vai no seu 25.º número. O primeiro grande evento que realizou foi a Effeu – Exposição Filatélica e Filumenística aberta apenas à participação de estudantes universitários de Portugal Continental, insular e ultramarino e que se realizou de 12 a 19 de março de 1967. Desde então foram muitos os eventos Facto curioso e interessante para uma temática de história de Portugal é o registo do cinquentenário da Crise Académica de 1962 que abalou o Estado Novo. O facto foi assinalado com a emissão, em 24 de março de 2012, do bilhete-postal Dia do Estudante. Na ocasião, foi usado um CC em Coimbra e outro em Lisboa. Os interessados em seguir as atividades da Sfaac podem fazê-lo através dos blogues: http://sfaac-filatelia.blogspot.pt/ e http://filatelica.aac.uc.pt/historia.php e o catálogo pode ser pedido por email para: filatélica@academica.pt Geada de Sousa
Livros e filmes, música e passeios, exposições e debates, flores e poesia. Autarquias e coletividades, cada qual à sua maneira, prepararam programações para lembrar o papel primordial da mulher no seu dia mundial, que se assinala amanhã, sábado.
Diário do Alentejo 7 março 2014
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Fim de semana Aljustrel Amanhã, sábado, serão distribuídos poemas e flores a todas as mulheres que se passearem pelo mercado municipal, a partir das 10 horas. A iniciativa comemorativa é da responsabilidade do município local, que, no mesmo dia, pelas 15 e 30 horas, promove, na biblioteca municipal, a apresentação ao público dos livros Caleidoscópio 11212 e Sem-óculos-cor-de-rosa, ambos de Ana Paula Figueira. A efeméride é ainda assinalada, por todo o concelho, com uma sessão de cinema em São João de Negrilhos e Messejana, um chá cultural, com momento de poesia e animação musical por Sandra Lança, e uma exposição de fotografia e tertúlia sobre “Igualdade”, também em Messejana. Em Ervidel, há matiné dançante e, em Montes Velhos, será apresentado o livro Stories do Alentejo, com a presença de uma das autoras.
Alvito Para assinalar o Dia da Mulher, a Câmara de Alvito promove amanhã, pelas 15 horas, na biblioteca municipal, a exibição do filme “A Gaiola Dourada”, uma comédia sobre uma família de emigrantes portugueses em Paris. No dia 10, segunda-feira, segue-se, pelas 9 e 30 horas, na praça, uma aula aberta de aeróbica, seguida de um almoço-convívio, aberto aos funcionários da autarquia, sob o mote “Alvito, concelho onde homens e mulheres são iguais”.
Barrancos As mulheres barranquenhas rumam hoje, sexta-feira, até Cáceres, na vizinha Extremadura espanhola, para um passeio organizado pela câmara municipal local. Amanhã, sábado, já recompostas de museus, igrejas e santuários, juntam-se pelas 11 horas na vila raiana, para a ação de rua “Uma mulher…um poema”.
Castro Verde É com um serão de fados, hoje, e um jantar-convívio, amanhã, sábado, que a União de Freguesias de Castro Verde e Casével assinala a efeméride, procurando, deste modo, “consciencializar para o papel da mulher na sociedade e para o seu valor enquanto pessoa, contestando e revendo restrições
que durante anos lhe foram impostas”. A noite de fados tem lugar no Fórum Municipal, pelas 21 e 30 horas, contando com os contributos de Maria dos Santos, Patrícia Leal, Edgar Baleizão, Ana Valadas e Luís Saturnino. O jantar-convívio tem início pelas 20 horas, no refeitório da EB2,3 Dr. António Francisco Colaço, e terá animação musical a cargo de Tânia Patrícia.
Moura A Câmara Municipal de Moura, à semelhança dos anos anteriores, assinala o Dia Internacional da Mulher com um conjunto de iniciativas, entre elas um passeio, um espetáculo musical com baile e um lanche convívio na Herdade da Contenda, agendados para amanhã, sábado. Haverá também, para todas as mulheres do concelho, informa o município, a oferta de vouchers para uma entrada gratuita na piscina coberta e no cinema. Ainda sob o signo da mulher, tem lugar, no próximo dia 21, uma ação de sensibilização sobre a “Violência no Namoro”, na Escola Secundária de Moura, e com organização a cargo da Moura-Salúquia – Associação de Mulheres do Concelho de Moura.
na segunda-feira, 10, pelas 14 e 30 horas, o fórum comunitário “Igualdade de género – O papel das gerações”, a ter lugar na Biblioteca Municipal Abade Correia da Serra, com organização da Academia Sénior de Serpa.
Sines Como é habitual, o ponto alto do programa é o lanche-convívio para todas as mulheres de Sines, este ano marcado para amanhã, sábado, a partir das 15 e 30 horas, numa tenda montada no Parque Desportivo João Martins. O lanche será animado por David Rosa e é antecedido por uma conversa com um conjunto de personalidades femininas de Sines, acerca da evolução dos direitos das mulheres e sua contribuição para a comunidade. Também no dia 8, pelas 11 horas, realiza-se no Centro de Artes de Sines uma aula de dança para mulheres, seguindo-se, no domingo, 9, uma caminhada comemorativa, com partida pelas 9 horas, do Pavilhão Municipal dos Desportos. Um percurso de cinco quilómetros, aberto a homens e mulheres.
Vidigueira Lisboa A propósito dos 40 anos do 25 de Abril,, a Casa do Alentejo preparou uma programação comemorativa rdinada ao tema “A mulher subordinada ejana na Revolução de Abril” alentejana ontempla amanhã, sábado, a que contempla partirr das 15 e 30 horas, a abertura ma exposição de fotografia, a de uma ão de um grupo coral feminino atuação emunhos de várias mulheres. e testemunhos mínia Vicente, Leonor Xavier, Hermínia Rita Magrinho, Graciett Vaz e Rosa Dias contam as suas experiências s, em áreas como a Reforma várias, Agrária, ria, o sindicalismo, o poder local, a escrita e o cante.
Serpa pa O dia comemorativo arranca em a, pelas 10 horas, com uma Serpa, na lúdica sobre flores de feltro, oficina a ter lugar ugar no Lar de São Bento, em Vila Nova de São Bento. Pelas 18 horas,, o Cineteatro Municipal de Serpaa acolhe o espetáculo “A casa de Bernarda Alba”, rcia Lorca, numa de Garcia ução do grupo produção na (escola EnCena secundária). ndária). Segue-se e-se
A começar hoje, sexta-feira, e prolongando-se até dia 24, o programa das comemorações do Dia da Mulher em Vidigueira, promovido pelo município local, contempla todas as freguesias do concelho. E inclui um leque diversificado de atividades, que vão desde um passeio a Troia a momentos de música e teatro, passando pela exposição “Manus & Arte”, de malas e acessórios em pele, pela apresentação do livro Deixa-me entrar na tua vida, de Margarida Fonseca Santos, e ainda por sessões de pilates, culinária, yoga, dança e de informação na área da saúde. Entre hoje e amanhã, sábado, “diversos estabelecimentos de cabeleireiro e estética vão efetuar descontos às mulheres do concelho que utilizem os seus serviços”, informa ainda a autarquia.
Concerto no Pax Julia insere-se nas comemorações do Dia da Mulher
Miguel Araújo abre digressão em Beja
É
em Beja, na véspera de mais um Dia Internacional da Mulher, que Miguel Araújo, reconhecido como “um dos artistas mais completos da nova geração da música portuguesa”, inaugura a sua digressão nacional de 2014. O espetáculo está agendado para as 21 e 30 horas de hoje, sexta-feira, no auditório do Pax Julia Teatro Municipal, e promete desvendar um pouco do que será “Crónicas da Cidade Grande”, o seu segundo álbum de originais, cujo primeiro single, “Balada Astral”, já toca nas rádios e com grande sucesso. O segundo disco, que deverá chegar às lojas antes do próximo verão, sucede a “Cinco dias e meio”, a estreia a solo que deu à música portuguesa temas tão emblemáticos como “Fizz Limão”, “Capitão Fantástico” e, claro, “Os maridos das outras”, hit mais do que oportuno para um concerto comemorativo do Dia da Mulher. Vindo da banda portuense Azeitonas, o cantor, músico e compositor tem dado nas vistas e vindo a conquistar fãs, tanto em nome próprio como na assinatura de temas para outros. Já lhe chamaram, e as palavras são de Samuel Úria, “provavelmente, o melhor fazedor de melodias em Portugal”.
31 Diário do Alentejo 7 março 2014
Cacilheiro de Joana Vasconcelos chega esta semana ao Alentejo onde fará quatro ligações diárias entre a praia de Quintos e o Pulo do Lobo. Putin convoca reservas militares e ameaça invadir Portugal se os Trio Odemira regressarem ao ativo.
facebook.com/naoconfirmonemdesminto
Politécnicos queixam-se que vivem de uma mesada do Estado e que o Governo ainda lhes crava dinheiro para tabaco O presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, em entrevista ao “Público”, veio queixar-se do facto daquelas instituições estarem a sobreviver com uma “mesada do Governo” e que o dinheiro mal dava para as despesas. A nossa página, numa investigação conjunta com o politécnico de Vales Mortos e o politécnico de Viana do Alentejo, apurou que a situação nestas instituições é crítica, havendo dificuldade para abastecer as cantinas, comprar papel higiénico e pagar o fornecimento de oxigénio. “Neste momento nem sequer temos Internet na escola. Se quisermos mandar um correio eletrónico para um colega, tem de ser através de pombo-correio com uma mensagem na patinha, o que é uma chatice porque depois também não há dinheiro para a comida dos animais”, declarou fonte do politécnico da Póvoa de São Miguel. “Este governo é como um pai arruaceiro que nos dá uma mesada e depois vem cravar dinheiro antes do final do mês para tabaco, quando esturrou tudo em bejecas, petiscos, telemóveis para o Relvas e CD do Quinzinho de Portugal!”, disse um professor do politécnico de Corte Vicentes Anes que se preparava para dar uma aula com sombras chinesas porque o retroprojetor tinha sido vendido para pagar a luz.
Oposição socialista critica gestão autárquica bejense e culpa executivo pela extinção dos dinossauros Na semana passada a oposição socialista à Câmara de Beja fez duras críticas à gestão de João Rocha. Foi um PS invulgarmente violento aquele que nos explicou o porquê de críticas tão duras. “Se isto continua assim, Beja vai regredir para níveis de vida equivalentes ao que existiam no século III a.C. Sabe o que é que isso implica? Significa viver numa cidade sem ‘meia laranja’ nas Portas de Mértola e com um Luiz da Rocha que só serve empadas a partir das 15 horas! É isso que queremos? E digo-lhe mais! Este executivo é responsável pelo degelo dos glaciares, pelo desaparecimento de D. Sebastião e pela extinção dos dinossauros. Em relação a este último aspeto, é particularmente grave! Hoje podíamos ter um parque jurássico com todas as condições, com local para os dinossauros poderem dormir, reproduzir-se e ligar para os discos pedidos da Castrense, e em vez disso temos um parque da cidade com osgas no verão, ratos mortos no inverno e um bando de patos psicopatas o ano todo! Mas isto admite-se?”, explicou elemento ligado ao PS que ia começar a ver o espaço de comentário de Sócrates para se acalmar.
Inquérito Como celebrou o Carnaval?
TEODORO SERPENTINA, 48 ANOS Pessoa que diz “tolerância de ponte” em vez de tolerância de ponto
Este ano foi um bocadinho fraco. Com a proibição de comprar bombinhas, parece não ter tanta piada. Antigamente ainda se podiam comprar estalidos, raspas, granadas de mão e minas terrestres. Agora, nada! Como o dinheiro não abunda, decidi mascararme de contribuinte – basta usar uma camisa amarrotada, sangue a fingir na boca, um olho negro e um ar cabisbaixo para parecer que saí da repartição das finanças. Por este andar, para o ano mascaro-me de sem abrigo…
NATÉRCIA FOLIONA, 60 ANOS Pessoa que se mascara de Tonicha desde 1973
Zeca Mendonça, assessor do PSD que pontapeou fotógrafo, começa a ser assessorado por Bruno Alves Zeca Mendonça, o assessor do PSD que está no partido desde sempre, protagonizou um momento infeliz quando pontapeou um fotógrafo. Esta ação do assessor criou grande alvoroço nos media mas também foi vista como uma possibilidade de dar uma nova carreira a Zeca Mendonça. Segundo apurámos, o assessor do PSD vai começar a ser assessorado pelo especialista mundial em en-
tradas a pés juntos, cotoveladas nas costas e fraturas expostas, o jogador de futebol Bruno Alves. O central da seleção ganhou o concurso para assessorar o assessor do PSD a Maxi Pereira, jogador do Benfica, e especialista mundial em sarrafadas, cabeçadas e em evitar cartões amarelos. Zeca “Motherfucking” Mendonça também está na calha para entrar na UFC (Ultimate Fighting Championship) onde disputará combates corpo a corpo com os melhores lutadores mundiais, ostentando alcunhas como “o esmagador de fotógrafos”, “o triturador de socialistas” e o “esmaga comentadores do Eixo do Mal”.
Mas com este frio e esta chuva, alguém consegue fazer alguma coisa? Isto deve ser mais uma exigência da troika e o Governo não faz nada – obrigar-nos a celebrar o Carnaval no inverno é desumano! E ainda por cima o Carnaval coincidiu com a cerimónia dos Óscares que foi outra vergonha! Só dão o prémio a atores que interpretam travestis que tinham sida ou que tiveram de perder muito peso. Isso quer dizer que se o Fernando Mendes colocar uma banda gástrica e mudar o nome para Michelle Clarisse, tem hipóteses de ganhar um?
SESINANDO ENTRUDO, 75 ANOS Pessoa que sonha secretamente mascarar-se de Paula Bobone
Não percebo como é que dão tanta importância ao Carnaval! É só tipos vestidos de matrafonas e medleys de música brasileira a tocar em megafones comprados nas lojas dos chineses. E as mulheres, obrigadas a desfilar em cuecas com um frio destes, sujeitas a apanhar uma pneumonia! E algumas delas bem gorditas! A determinada altura não percebia se estava no Carnaval ou na Feira dos Enchidos de Monchique!
Nº 1663 (II Série) | 7 março 2014
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nada mais havendo a acrescentar... Ausência Dantes, a tua ausência era mesmo a tua ausência. Quando não estavas perto de mim, quando te afastavas do alcance das minhas mãos, sentia uma falta imensa de ti. Sentia falta do teu peito forte onde eu descansava a minha vida e da tua voz a murmurar-me coisas ao ouvido. Lembro-me tão bem das coisas que me dizias ao ouvido. Tantos anos depois eu sou ainda capaz de as repetir uma a uma. Às vezes, imagina tu, ainda as repito uma a uma em frente ao espelho. De mãos dadas à memória das tuas mãos, digo-as baixinho para parecer que és tu. Dantes, quando não estavas, fazias-me tanta falta. Agora quando não estás, a televisão dá os mesmos programas que
daria se tu estivesses e nem sequer acho que te demoras, nem sequer penso como era bom vires mais cedo, antes de eu adormecer, lida e abandonada a um canto como uma revista antiga. Sabes, a gente habitua-se. Pareço a minha mãe. E tantas vezes eu me zanguei com ela por aceitar tão facilmente o desmoronamento das ilusões. Dei por tu chegares. Não sei que horas eram. Se eu me importasse talvez já fosse tarde. Se eu me importasse talvez te tivesse dito que já estava em cuidados. Antes de adormeceres tentaste em vão desabotoar-me a noite Vítor Encarnação comprida com que eu cobrira o corpo.
quadro de honra
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Finalmente o bom tempo. Hoje e amanhã, a região será brindada com céu limpo e temperaturas máximas de 20 graus. No domingo, o céu enche-se de nuvens, mas não se prevê que chova, e o termómetro desde um grau.
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10.º Prémio Nacional do Conto
Nelson Banza, 37 anos, natural de Beja Nasceu em Beja, filho de naturais de Entradas, cresceu em Colos e vive em Santiago do Cacém. É um alentejano dos quatro costados e, enquanto profissional da cozinha, interessam-lhe particularmente as “tradições, origens, costumes e história” da gastronomia da região, que partilha com os leitores no blogue “Alentejanamente Comendo”. Um espaço onde também sugere inovações, mas sempre fiel aos ingredientes originais, sem os quais, defende, as receitas tradicionais perdem a sua identidade.
Cozinheiro e autor do blogue “Alentejanamente Comendo”
Cozinha alentejana com história
E
ntrou para a cozinha pela porta do exército e descobriu uma vocação. Hoje é profissional da área, ao serviço da Escola do Serviço de Saúde Militar (ESSM), em Lisboa, e como chefe na Quinta das Tílias, em Santiago do Cacém, e mantém o blogue “Alentejanamente Comendo”, onde divulga as raízes históricas dos comeres da região. Foi no Exército que descobriu que queria ser cozinheiro. Como foi esse processo de descoberta?
Não tinha ainda bem definido o que queria seguir profissionalmente e então, aos 18 anos, decidi ingressar como voluntário para o exército. Uma vez lá dentro, comecei a explorar as várias portas que poderia abrir para a minha carreira profissional. E a que mais me despertou a atenção foi a cozinha; sempre tive um fraquinho e um fascínio pela cozinha. Pedi para fazer um curso de cozinha, e ao fim de duas semanas estava a caminho da Escola Prática de Administração Militar, na Póvoa de Varzim. Ainda na tropa, deram-me um estágio de três meses num hotel de 4* em Santarém, a respetiva carteira profissional de cozinheiro e depois fui para a Messe de Oficiais em Caxias. Onde está a grande diferença entre PUB PUB
cozinhar no meio militar e no civil?
Está na diversidade das ementas, no racionamento dos géneros e sobretudo na linha que temos que seguir quando elaboramos um determinado prato. Não po} demos inventar muito nem fugir muito, temos que fazer mesmo aquilo que está na ementa com os géneros que nos dão. Tudo se torna muito repetitivo, as ementas rodam e os pratos são sempre os mesmos. Ao contrário, no meio civil, podemos dar asas à criatividade sem pedirmos autorizações. Quando e com que propósito surgiu o blogue “Alentejanamente Comendo”?
Surgiu em 2012 com o propósito de promover, divulgar e partilhar a nossa rica cozinha alentejana que, sem dúvida, é um dos grandes potenciais valores da região. É um investigador das origens e da história da cozinha alentejana. Que contributos ficaram dos vários povos que por cá estiveram?
É muito importante “desenterrar” da história as origens desta tão fascinante cozinha; é muito importante dar a conhecer a todos, sobretudo aos mais novos, as raízes da cozinha alentejana, a grande influência dos muçulmanos. Por exemplo, saber a história da tão afamada sopa de
beldroegas, da nossa açorda alentejana, da sopa de tomate, entre tantas outras deixadas pelos árabes; saber como era a nossa cozinha na época da expansão; e também como era vista a cozinha durante o Império Romano. Tudo isto é importante e não se deve perder – o Alentejo é um herdeiro afortunado da prestigiada influência árabe. É possível modernizar o nosso modo tradicional de comer sem lhe retirar identidade?
Sim, é possível modernizar o nosso modo tradicional de comer sem lhe retirar a tradição. Ainda hoje existem lugares onde se cozinha conforme a tradição e a receita árabe. Lembro-me, por exemplo, do ensopado de borrego feito ao sabor das brasas e com os ingredientes idênticos aos da época. Atualmente não é muito usual, mas podemos continuar a fazer uma boa sopa de feijão frade no nosso fogão a gás mantendo o método tradicional! É possível usar os nossos produtos tradicionais com as nossas receitas regionais dandolhes um ar mais moderno e inovador, sem -lhes retirar a identidade. Quando se alteram os ingredientes de uma receita tradicional, então esta deixa de ser uma receita tradicional! Podemos alterar o método de confeção mas não a receita. Carla Ferreira
A Câmara Municipal de Santiago do Cacém promove mais uma edição, a 10.ª, do Prémio Nacional do Conto Manuel da Fonseca, cujo prazo de entrega dos trabalhos decorre até ao próximo dia 30 de abril. O concurso bienal “distingue uma coletânea de contos originais, escritos em língua portuguesa, por autor maior de idade e natural de qualquer país que integre a comunidade lusófona”, informa o município. Segundo o regulamento, a atribuição do prémio, com o valor de quatro mil euros, pressupõe a edição da obra, sendo o vencedor conhecido em outubro próximo.
Feira do Porco Alentejano Feita de espetáculos, tasquinhas, gastronomia, colóquios, concursos e sessões de showcooking, a Feira do Porco Alentejano arranca em Ourique, já no próximo dia 21, para mais uma edição, que se prolonga até 23. A organização, da câmara municipal local, propõe este ano, como cabeças de cartaz, Berg, que atua no dia de inauguração, Rita Guerra, que sobe ao palco no sábado, 22, e, para encerrar, no domingo, o grupo de música popular Adiafa. Outros dos pontos altos são a inauguração do Centro Interpretativo do Porco Alentejano, pelas 15 horas de sábado, a anteceder o espetáculo comemorativo dos 30 anos da Rádio Pax. Na tarde de domingo, a feira acolhe o palco e os artistas do programa “Somos Portugal”, da TVI, e cumpre os concursos Miss Piggy e de Grunhidos.
Exposição sobre Abel Viana O castelo de Vila Viçosa abre hoje portas, a partir das 17 e 30 horas, à exposição “Abel Viana – Paixão pela Arqueologia”, numa iniciativa do Museu Biblioteca da Casa de Bragança, em parceria com o Museu Regional de Beja. A mostra pretende homenagear o arqueólogo (1896-1964), volvidos 50 anos sobre o seu falecimento, e o seu contributo em termos de produção científica e bibliográfica. “Personalidade marcante e figura incontornável da arqueologia portuguesa, os seus trabalhos extrapolaram em muitos os limites geográficos do seu Minho natal, nos quais se destacam as investigações realizadas na região do Algarve e Alentejo”, lembra o museu regional.