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Abel Viana: Há 50 anos faleceu o grande mestre da arqueologia pág. 13 SEXTA-FEIRA, 14 MARÇO 2014 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXII, N.o 1664 (II Série) | Preço: € 0,90
Politécnicos do interior querem bolsas para seduzir alunos do litoral
Cursos profissionalizantes em risco no próximo ano JOSÉ SERRANO
Entrevista com o presidente do Conselho Coordenador dos Politécnicos nas págs. 6/7
É tempo de silarcas: Todo o sabor é muito todo o cuidado é pouco
Suplemento especial de oito páginas festival
internacional
de teatro do alentejo
Julio César Ramirez "O FITA é uma janela para o mundo"
António Revez “Um projecto desta dimensão só faz sentido se pensarmos nele como projecto de continuidade”
Neste sábado a maçonaria regular inaugura loja em Beja pág. 10
O ano não está a ser grande coisa para apanhar silarcas (amanita ponderosa). Mas este é o tempo exato para apreciar um dos mais concorridos e aguardados petiscos que as terras do Alentejo oferecem. Pelas zonas umbrias dos montados multiplicam-se os apanhadores. Embora as safras não sejam de grande monta, os cogumelos selvagens têm sempre clientela garantida. págs. 16/17 PUB
Crise faz avançar mulheres para o mar de Milfontes reportagem nas págs. 4/5
Municípios receiam ficar excluídos dos apoios comunitários pág. 8
Diário do Alentejo 14 março 2014
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Editorial Jornais
Vice-versa “No próximo ciclo de fundos vai continuar a existir um investimento muito importante em matéria de ensino superior”. Miguel Poiares Maduro, ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional
Paulo Barriga
N
ão há quem goste de saber das notícias que se importe de sujar a ponta dos dedos logo pela manhã com as folhas acabadas de sair do prelo. O jornal, ao contrário do que acontece com os restantes meios noticiosos, carrega dentro de si um mundo inteiro. Mas carrega-o como as grávidas carregam os seus bebés. Fisicamente. Verdadeiramente. Vivamente. Carinhosamente. As rádios, as televisões, os meios eletrónicos dão-nos fotografias do real. Muitas vezes em tempo igualmente real. Imagens sonoras, pedaços de movimento, interação, até. Mas não nos dão a vida. Essa existência de papel que nos tinge os dedos e nos comove no dia-a-dia. Trabalhosa e operária e exigente. O jornal da manhã não vale pelas notícias que traz lá dentro, apenas. Não vale pela atualidade que nos meios mais imediatos está em cada segundo a ser posta à prova. Renovada a todo o instante. Persistentemente. O jornal da manhã, ainda novo na banca, já é velho. Porque cresceu tão rapidamente desde que foi pensado, redigido, paginado, produzido, impresso, distribuído, o jornal nunca teve nem nunca terá tempo para ser jovem de verdade. E, por isso mesmo, as pessoas tanto o respeitam. Pelo menos por algumas horas. O tempo exato que separa a chegada ao quiosque de nova fornada de papéis impressos, untados de notícias e de letras gordas, e a transformação da empolgante manchete de ontem na forra da gaiola do canário ou a reabilitação de uma entrevista exclusiva num amarrotado para limpar os vidros. É ingrata a vida das notícias dos jornais. É ingrata porque é tão naturalmente efémera quanto os dias, os meses e as vidas inteiras o são. E é por ser tão ingrata e veloz a vida das notícias dos jornais que elas nos são tão próximas. Tão íntimas. É com elas que acordamos e à espera delas que nos deitamos. Sem qualquer outro compromisso que não seja o passar dos dias. Um após o outro. Com o tempo que o tempo tem. Simplesmente isso.
“Algumas das principais questões [para acesso aos fundos europeus] que tinham sido colocadas não estavam devidamente acauteladas neste programa. Se não ficarem nesta altura, depois não as vamos ter”. Joaquim Mourato, presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos
Fotonotícia
O mar não está para peixe. O tempo não está de feição para se ir para o mar. Pescar. Anda perigoso de tão danado e retorcido. Os vagalhões que desenha, lá longe para além da barra do porto e das pranchas dos surfistas, são muito bem capazes de virar os barquinhos da faina. Como se fossem feitos de papel dobrado. Pode-se lá morrer sem grande dificuldade. Deixar mulheres de preto a soluçar no areal da praia. Agora é tempo dos homens amanharem os barcos e as redes, de os pintarem e remendarem os fundos, de lhes coserem as pontas soltas. Quando regressarem ao trabalho que lhes sustenta a família, deverá estar tudo como deve de ser, afinadinho. Para que o azar de uma onda manhosa não leve tão facilmente a melhor. Para que os peixes não fujam. Texto e foto de José Serrano
Voz do povo Já reclamou como consumidor(a)? (Dia Mundial dos Direitos dos Consumidores)
José Guerreiro 51 anos, ajudante de ação educativa
Várias vezes. Sou praticamente da reclamação. Em situações de cobranças de preços incorretos, na compra de produtos sem a qualidade anunciada. Convém reclamar. É um direito que nos assiste. Se não o fizermos os nossos direitos correm o risco de não ficarem garantidos. Reclamo porque sinto ter a razão do meu lado. Quando o faço sou por regra atendido nas minhas pretensões.
Armando Borges 64 anos, reformado
Fernanda Matias 60 anos, assistente social
Já fiz uma reclamação. Numa grande superfície comercial. Comprei um quilo de bananas e quando cheguei a casa apercebi-me de que estavam estragadas. Aceitaram de imediato a queixa e resolveram o problema. Sugiro que reclamemos sempre que nos confrontarmos com uma situação incorreta. Os portugueses reclamam pouco. Devíamos fazê-lo mais vezes. É um direito que temos.
Já reclamei por um atendimento que considerei desadequado. No serviço nacional de saúde. Na consulta pretendida não tive da parte dos responsáveis o tratamento minimamente razoável que todos os cidadãos merecem e a que têm direito. Após ter reclamado, a situação foi resolvida. É importante salvaguardar o que nos é devido. Reclamar é um dever de cidadania. Como a liberdade.
Inquérito de José Serrano
Fátima Mestre 38 anos, técnica superior de animação sociocultural
Várias vezes. Sobretudo por preços incorretos e mau atendimento. É importante reclamar quando nos sentimos mal tratados. Se não o fizermos não haverá alterações. Se ao sermos incomodados deixamos passar a situação impune é natural que o mesmo episódio se venha a repetir. Nós portugueses reclamamos bastante. Ainda assim julgo não ser o suficiente. Ainda há muito conformismo.
Rede social DR
Semana passada QUINTA-FEIRA, DIA 6 BEJA DOIS HOMENS CONSTITUÍDOS ARGUIDOS POR FURTO DE BICICLETAS A PSP de Beja anunciou que dois homens, de 28 e 30 anos, foram constituídos arguidos por suspeitas de envolvimento no furto de duas bicicletas desportivas, ocorrido em novembro. Os suspeitos foram constituídos arguidos no âmbito de um processo de investigação relacionado com esse furto. A PSP realizou várias diligências, nomeadamente buscas domiciliárias, em fevereiro e já este mês, as quais permitiram ainda recuperar as duas bicicletas furtadas, num valor global a rondar os cinco mil euros.
SINES BARCO DE PESCA AFUNDA-SE Uma embarcação de pesca com oito tripulantes naufragou quando saía para a faina de pesca pelas 20 e 40 horas, depois de embater nas pedras do molhe norte junto ao cais do porto de Sines. Os tripulantes foram salvos por uma outra embarcação que se encontrava no local, que ainda rebocou um pouco o barco acidentado, acabando porém por se afundar no meio da baía.
SEXTA-FEIRA, DIA 7 SINES IDOSO ENCONTRADO MORTO COM TRÊS TIROS Um homem de 72 anos foi encontrado morto perto de Sines, com três tiros de pistola, estando as investigações a cargo da Polícia Judiciária (PJ), disseram à Lusa fontes policiais.”Todas as hipóteses estão em aberto”, disse à Lusa uma das fontes policiais, salientando que as investigações é que vão determinar se ocorreu algum ilícito criminal ou não. A investigação está a ser desenvolvida pelo serviço de prevenção a homicídios e pelo gabinete de perícia criminalística do Departamento de Investigação Criminal (DIC) de Setúbal da PJ, indicaram as fontes. O cadáver do idoso, aparentemente atingido com dois tiros de pistola no peito e um na cabeça, foi encontrado no Monte do Carial, perto de Sines, referiram as fontes policiais e dos bombeiros.
SEGUNDA-FEIRA, DIA 10 ALMODÔVAR CARNAVAL 2014 FOI “O MELHOR DE SEMPRE” A edição deste ano do Carnaval de Almodôvar “reforçou a sua importância em todo o sul de Portugal, alcançando o maior êxito de sempre, com muitas centenas de pessoas a encherem as ruas da vila, com uma alegria contagiante, cor e ritmos fortes de divertimento”, revelou a câmara, em comunicado de imprensa. Na mesma nota, a autarquia refere que “independentemente da crise e das consequentes dificuldades sociais e económicas que todos sentimos, o cortejo almodovarense reuniu o maior número de participantes e espetadores de sempre”. O corso “integrou 42 grupos a pé, 22 grupos em carros alegóricos e várias dezenas de participantes individuais”. Para o próximo ano, a autarquia “já está a preparar um reforço da criatividade e das inovações que farão do Carnaval de Almodôvar o mais procurado e admirado de sempre”.
TERÇA-FEIRA, DIA 11 MOURA INICIATIVA “CÂMARA ABERTA” DÁ PRIORIDADE À EDUCAÇÃO A Câmara de Moura retomou a iniciativa “Câmara aberta”, desta vez subordinada ao tema “Dar prioridade à educação”. Esta segunda edição da iniciativa de descentralização do Poder Local, que se prolonga até ao dia 18, decorre em Moura e Amareleja, envolvendo a comunidade escolar do concelho. Reuniões com agrupamentos de escolas, associações de estudantes, associações de pais e encarregados de educação, visitas a diversos estabelecimentos de ensino, assinatura de um protocolo com o Instituto Politécnico de Beja e a apresentação do Programa de Revisão da Carta Educativa são algumas das atividades agendadas.
3 perguntas a João Serrão Martins
Vereador na Câmara Municipal de Mértola
Teve início na segunda-feira, 10, mais uma edição da campanha “Cuidados a ter com os pés”, levada a cabo pela Unidade Móvel Médico-Social de Mértola. Quais são os objetivos e a quem se destina?
Esta é uma campanha anual e gratuita, que a autarquia iniciou em 2009. Tem como objetivo principal sensibilizar a população residente no concelho de Mértola para os cuidados a ter com os pés e, simultaneamente, tratar alguns dos problemas diagnosticados. Independentemente do tipo de campanha que a unidade móvel está a organizar, o apoio social e alguns cuidados de enfermagem (avaliação da tensão arterial e controlo da diabetes) são prestados aos utentes sempre que necessário.
Festival do Cogumelo animou Cabeça Gorda No fim de semana a Cabeça Gorda, no concelho de Beja, foi a capital do cogumelo. Passeios micológicos, tertúlias, ateliês para crianças, artesanato, cante, tasquinhas, showcooking. Um festival em torno das silarcas.
Miguel Araújo no Pax Julia Miguel Araújo abriu a sua digressão em Beja com um concerto no Pax Julia Teatro Municipal. O músico desvendou um pouco do que será “Crónicas da Cidade Grande”, o seu segundo álbum de originais. Tudo em vésperas do Dia da Mulher.
Quantas pessoas já foram abrangidas e que tipo de problemas são mais frequentes?
Desde 2009, ano da realização da primeira campanha “Cuidados a ter com os pés”, já foram abrangidas cerca de 3 000 pessoas, com uma média de 600 pessoas por ano. Relativamente às situações mais frequentes, podem indicar-se o pé diabético, calosidades, problemas relacionados com o tipo de calçado ou patologias nas unhas. Durante três anos (de 2011 a 2013) esta campanha contou com a presença de um/uma enfermeiro/a do Centro de Saúde de Mértola para avaliação do pé diabético, situação que este ano se alterou, uma vez que todos/as diabéticos/as do concelho estão devidamente identificados e em observação pelos/as respetivos/as médicos/as de família. Este ano a campanha avança para o terreno apenas com as esteticistas, para um trabalho mais dedicado ao tratamento do pé, cuidados de higiene básicos e observação. Qual é o balanço que faz da campanha?
O balanço realizado é muito positivo. Esta campanha é, a par da campanha da vacinação da gripe, a mais importante e onde se verifica uma maior afluência de participantes. Como curiosidade, inicialmente os utentes desta campanha eram maioritariamente do sexo feminino, atualmente muitos homens recorrem a estes serviços, reconhecendo-o como fundamental para o seu bem-estar. Atendendo às caraterísticas geográficas e sociais do concelho de Mértola, esta unidade móvel de saúde – através das campanhas que promove anualmente na área da saúde e social – tem comprovado que a resposta reside não em criar e concentrar mais serviços, mas antes em estabelecer relações de proximidade com a população e descentralizar este tipo de serviços por todo o concelho. Nélia Pedrosa
Vidigueira passou testemunho da Cidade do Vinho Luís Pestana, vereador da Câmara Municipal de Vidigueira, foi a Barcelos para entregar a bandeira da Cidade do Vinho 2014. A passagem de testemunho marcou a cerimónia. Vidigueira Cidade do Vinho 2013 despede-se assim, em Barcelos.
Mulheres de Mértola no Teatro Tivoli A Câmara Municipal de Mértola, por ocasião do Dia da Mulher, que se assinalou no dia 8, organizou um passeio para as mulheres do concelho. Uma ida a Lisboa para assistir à peça de teatro “Lar doce lar”, com Maria Rueff e Joaquim Monchique.
Dança para mulheres de Sines A Câmara Municipal de Sines preparou um programa de comemorações do Dia Internacional da Mulher. Foram muitos os momentos de convívio e no Centro de Artes de Sines aconteceu uma aula de dança para as mulheres do concelho.
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Diário do Alentejo 14 março 2014
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Tema de capa
As pescadoras de Vila Nova de Milfontes
Crise levou mulheres para o mar
“N
o princípio estava o mar”, como escreveu Gonçalo Cadilhe. Ali, como sempre esteve. Uns dias calmos, outros agitados, mas ali. Para ser contemplado, quanto muito desfrutado. No princípio era só assim. Estava o mar. Depois chegou a crise e foi ela que maioritariamente empurrou as mulheres para a pesca. Maria João Simão, 37 anos feitos, deambula no porto de Vila Nova de Milfontes. Olha o mar, mas desta vez com outros olhos. Está vento e foi o vento que a impediu de sair para navegar. Há três meses que é assim. Os dias praticamente são passados em terra, de volta das redes e com os olhos postos na imensidão azul. Olhos verdes, claros. A pele, embora ainda não tenha chegado a estação quente, está bronzeada. É do frio, é do sol. Tanto faz. A sua profissão é assim. “Dura”, como diz. Sol, muito sol. Bom tempo, mas vento. O suficiente para impedir a saída dos barcos. No mar apenas surfistas que se fazem às ondas. Pescadores e pescadoras no cais. De volta das redes, da mecânica das embarcações que têm o seu nome devidamente legível. Amarrado por uma corda, com alguns dos nós de marinheiro à vista, balança o “Não pode ser”. É este o barco de Maria João. “Foi o meu mestre que lhe meteu o nome”. O seu mestre é também o seu marido. “Normalmente o meu marido, o meu
Em Vila Nova de Milfontes, no concelho de Odemira, há mulheres a fazerem-se ao mar. São pescadoras, com cédula marítima. A crise, a falta de emprego nas suas áreas, levou-as a acompanharem os maridos nos barcos. São, agora, as camaradas dos seus mestres. Iscam e lançam redes e nassas. Vestem fatos de oleado, botas de borracha e saem para navegar. Sempre com os olhos postos no mar. Texto Bruna Soares Fotos José Serrano
mestre, saía para o mar com um camarada, mas depois eu fiquei desempregada e pensámos que poderia perfeitamente tirar a cédula marítima e começar a sair para o mar com ele”. É assim que Maria João explica como chegou à profissão de pescadora. Trabalhava, antes, na hotelaria. “Em terra de praia os empregos para as mulheres maioritariamente são estes. Ou servimos, ou estamos atrás de um balcão ou estamos nas limpezas”. Maria João é prática e não se lamenta. Não lamenta a sua sorte. “A crise ainda vai empurrar mais mulheres para o mar, para outras profissões. Para pescadoras, para pedreiras…”. Maria João, na verdade, queria tanto ir para o mar, precisava tanto de ir para o mar, para a pesca, que tentou encontrar gente
suficiente para organizar um curso que lhe permitisse obter a cédula marítima. Falou com um, com outro, com tantos homens, com tantas mulheres. Ganhou força suficiente e trouxe o curso para Vila Nova de Milfontes. Três meses intensos e já há um ano que anda na pesca. Há um ano que é pescadora. Ela e mais três mulheres tiraram na altura o curso, no ativo estão três. E no porto de Vila Nova de Milfontes estão só duas. “Então não foste ao mar?”. A pergunta é lançada por um dos seus colegas de profissão. Homem alto e esguio, boina afundada na cabeça e uma barba farta. A pele, tal como a de Maria João, está morena. É do frio, é do sol. Tanto faz. A sua profissão é assim: “Dura”. “Desde gaiata que lido com os pescadores
e nunca me tinha passado pela cabeça vir a ser uma deles. Sempre achei que esta não era vida para uma mulher. A bem dizer isto nem fazia parte dos meus pensamentos”, conta, enquanto afasta os óculos de sol que colocou na cabeça, sobre a fita que também lhe segura o cabelo de corte curto. “Isto requer esforço físico. É muito diferente de estar atrás de um balcão ou de fazer a limpeza a uma casa. É puxado, quando falo em esforço físico é mesmo em esforço daquele que custa, que muitas vezes dói”. Antes, garante, nunca tinha empatado um anzol, nunca tinha remendado uma rede ou dado um nó. “Nunca tinha lançado aparelho ou largado umas nassas”. A linguagem de pescadora está-lhe entranhada e flui-lhe como a água que entra no porto. E continua: “O mestre levanta as nassas, com a ajuda do alador, que aquilo é perigoso e é necessário ter muita experiência, e eu largo. O levantar uma rede também não é fácil, é necessário ser feito por alguém que saiba mesmo, e isso ganha-se com experiência. Isco as nassas, bato a isca velha e jogo ao mar”. Maria João tanto trata o seu companheiro de vida, de embarcação, por mestre como por marido. As vidas dividem-nas em casa e no trabalho e também aí tanto faz. Depende do contexto em que esteja a falar. Mas garante: “A relação no barco é, sobretudo, de marido e de mulher. Estamos os dois ao mesmo, a trabalhar para nós, para a
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mesma causa, para o nosso sustento”. “Boa tarde”, ouve-se repetidamente da boca dos que passam em terra por não poderem ir ao mar. “Estás boa Maria João? Também não foste ao mar hoje?”, pergunta um dos homens. Maria João acena negativamente com a cabeça. A rotina, os horários deixou de os ter. Não existem dias certos e horas exatas para nada. “Quando está bom vamos ao mar, quando não está bom não vamos. Dias de folga não existem”. E férias? “Férias? Agora tivemos férias forçadas de quase três meses, porque praticamente não desamarrámos o barco daqui. Mas isto não são férias, estamos sempre à espera do dia seguinte para ver se conseguimos ir”. E quando não se vai ao mar? “Levo os dias a ‘desenlear’, para que se perceba, os anzóis da seda. Ou a arranjar nassas, que muitas vezes se estragam. Há sempre o que fazer. Tudo tem de estar sempre pronto para o dia seguinte”. Dias difíceis, garante, tem muitos. “Quase todos, no verão principalmente. Trabalha-se tanto”. A satisfação, essa, chega, como não poderia deixar de ser, quando apanha um bom peixe, que valha dinheiro, ou uma boa quantidade de pescado. “Gosto de andar ao mar. Gosto”, repete uma e outra vez. Maria João sabe que está numa profissão maioritariamente composta por homens, mas isso também não a incomoda.“É igual. É familiar. Sinto-me em casa. Estamos todos ao mesmo. Há respeito entre nós, há respeito pela nossa profissão, seja exercida por homens, como maioritariamente é, ou por mulheres”. No porto de Vila Nova de Milfontes, para além de Maria João Simão, só há mais uma pescadora a exercer a profissão. Chegou pela mesma altura da sua colega. E ao longe avista-se Sílvia Martins, de chapéu branco e de abas largas, dando um toque feminino ao cais. Nas orelhas destacam-se dois brincos com duas pérolas. O barco de Sílvia Martins também está atracado. Não se fez às ondas a bordo do “Pinga amor”. Um casal ao leme. Sílvia também navega ao lado do seu marido. É ele o mestre. Para já, o “Pinga amor” repousa no cais, à espera do bom tempo. E os surfistas de fato envergado e prancha debaixo do braço continuam a passar fazendo esquecer o inverno. O sol brilha e mais parece primavera. “A partir de agora o tempo vai melhorar, vamos começar a ir para o mar todos os dias”, esperança-se Sílvia, 40 anos, com
Maria João Simão A bordo do “Não pode ser” sai para o mar para acompanhar o marido, o mestre
Sílvia Martins Tem cédula marítima e há um ano que navega a partir de Vila Nova de Milfontes
os olhos postos na água, com o seu chapéu branco, de abas largas envergado. “Esta decisão, a decisão de ser pescadora, foi um bocado maluca”, diz, enquanto deixa safar uma gargalhada farta. Mas não havia alternativa e o sorriso, nesta altura, esmorece. Precisava de sustento, de ganha-pão. “Há dois anos tive um AVC. Desde os 11 anos que trabalhava na restauração, só que o médico proibiu-me completamente de continuar nessa profissão, que é muito stressante. No verão, em Vila Nova de Milfontes, o ritmo, nesta área, é muito acelerado”. Pensou para si: “Seja o que Deus quiser. Vou experimentar”. E se tivesse procurado outro trabalho? “Onde os há para mulheres com esta crise? Tive de juntar-me ao pouco que tínhamos, que era um barco, tive de
ajudar”, responde despachadamente Sílvia Martins. E arruma o assunto. Sílvia apronta-se para preparar as nassas. A tarde será de trabalho no cais, junto ao “Pinga amor”. “Todos os dias aqui são diferentes. Depende da arte a que a gente vá. Se formos largar redes saímos às três da manhã. Depende da lua, depende de tantas coisas. Todos os dias temos um horário diferente. Só no dia antes, praticamente, é que sabemos o que faremos no dia seguinte”, explica. O discurso é interrompido por um arrufo entre um cão e um gato. O cão ladra insistentemente e Sílvia preocupa-se com o gato, que eriça o pelo. Está cada vez mais assanhado, mas encara o perigo de frente, como se nada temesse. Um pescador acode ao animal e
Sílvia prossegue o discurso. O gato está a salvo. O cheiro a isco, junto às casas dos pescadores, é intenso. Será este o paraíso dos gatos? À partida não, contam-se mais cães. Os homens sentam-se em cadeiras de madeira e desenleiam e remendam as redes. Outros puxam cordas com boias laranjas. Sílvia junta-se ao marido e deambula entre autênticas torres de nassas. Que é o mesmo que dizer entre as armadilhas. Uma espécie de cestos, ainda por outras palavras. São estas nassas que Sílvia Martins espera largar ao mar, assim o tempo o permita. “Tem outros dias que vamos ao palangre, mas trabalhamos mais com nassas, para apanhar polvos, navalheiras, por aí. No mar faço um pouco de tudo, isco, puxo, largo, o que for necessário”. Sílvia retira o chapéu branco e na cabeça sobressaem-lhe agora os caracóis do seu cabelo. “Antes de me tornar pescadora o meu marido andava sozinho, com 30 redes, agora, desde que vamos os dois, conseguimos andar com 50 ou 60. Uma pessoa sozinha tem menos artes dentro de água”. E Sílvia anima-se. Em três meses, porém, só conseguiram ir duas vezes ao mar. “Isto é muito complicado. Somos como a formiga, temos de juntar o máximo possível no verão para conseguirmos sobreviver no inverno. E este inverno está a ser tão longo”. Os dias de pescador, os dias pescadora, não são fáceis. “Nunca voltamos satisfeitos de uma ida, podíamos sempre trazer mais qualquer coisa, para conseguirmos mais algum, mais algum dinheiro. Tem vezes que trazemos 15 ou 20 quilos de peixe e não rende nada. Para não falar do desgaste do barco, das artes, do combustível. Tem vezes que o nosso trabalho é praticamente de graça”. Sílvia Martins não sabe se futuramente existirão mais pescadoras em Vila Nova de Milfontes. Mas isso também não a incomoda e não se espanta se tal não vier a acontecer. “É uma vida dura, difícil. Nem toda a gente se adapta. É frio, é chuva, é calor. Andar num barco não é propriamente como andar aqui pela rua. É muito diferente. Só dos balanços que o barco dá parece que ficamos com o corpo maçado. Tem dias que ainda praticamente não comecei a trabalhar e já me dói a coluna dos balanços”. O que Sílvia gostava de fazer não era isto. “O que eu gostava de fazer era o que fazia antes, não isto, mas tem de ser”. Até porque, como escreveu Fernando Pessoa, “Navegar é preciso”.
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Entrevista Segunda–feira, na Guarda, Nuno Crato e Poiares diasantes,JoaquimMourato,presidentedoConselho do interior e apontaram a internalização como uma Maduro, respetivamente ministros da Educação e do Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos das saídas para o problema, mas o também presiDesenvolvimento Regional, no final de uma reunião (Ccisp), em entrevista ao “Diário do Alentejo”, mos- dente do Instituto Politécnico de Portalegre exige com autarcas e dirigentes académicos, reafirmaram trou-se muito apreensivo quanto à possibilidade de outro tipo de medidas para captar alunos, nomeaque uma das saídas para o ensino politécnico no in- esse modelo ser implementado já no próximo ano damente bolsas para que candidatos do litoral posterior do País passa pelos “cursos de técnico superior letivo. Os dois governantes manifestaram-se ainda sam estudar no interior. profissional recentemente criados”. No entanto, três preocupados com a sangria de alunos nas escolas
Texto Aníbal Fernandes
Ensino superior regional aguarda por estratégia nacional
Politécnicos sem condições para iniciar ensino profissionalizante
“É
preciso que o Governo divulgue a encíclica, para que os dirigentes dos politécnicos possam escrever as suas cartas pastorais”. É esta a forma como Joaquim Mourato, presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (Ccisp), e também do Instituto Politécnico de Portalegre, caracteriza a situação do ensino superior em Portugal. Este dirigente, em entrevista ao “Diário do Alentejo”, reclama da parte do Governo uma estratégia global para o ensino superior, para que, depois, as escolas do interior possa delinear as estratégias locais e regionais. Depois das polémicas declarações do ministro da Educação, onde foi colocada em causa a qualidade do ensino politécnico, Nuno Crato apresentou propostas para o setor que também não estão a agradar aos politécnicos…
Em dezembro, o senhor ministro proferiu declarações que, na altura, classifiquei como infelizes. Colocou em dúvida a qualidade das escolas superiores de educação. Foi claramente injusto. Vários especialistas mostraram através de estudos científicos não ser verdade que as escolas superiores de educação tenham qualidade inferior a qualquer outra instituição.
Os próprios indicadores internacionais também demonstram que Portugal conseguiu alcançar resultados bem melhores do que no passado, o que ilustra que o sistema do ensino superior, do qual fazem parte os politécnicos, não está pior, antes pelo contrário, está melhor. O ministro acabou por pedir desculpas de uma forma enviesada…
Acho que devia ter sido mais claro. Acabou por se sair mal, porque deu oportunidade às instituições e designadamente às escolas superiores de educação, para desencadearem um conjunto de ações para promoverem as suas escolas. Portanto, acho que isto acabou por resultar ao contrário daquilo que o senhor ministro pretendia, e numa maior afirmação das escolas superiores de educação. Essa questão ficou arrumada, mas no início deste ano colocou-se a questão dos cursos de técnico superior profissional…
O Governo pretende uma maior diferenciação entre o ensino universitário e o ensino politécnico, e nós não temos nada contra isso. Uma das propostas do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (Ccisp), lançada num documento de
Joaquim Mourato “É preciso uma encíclica do Governo”
2013, é exatamente essa. Já que o país quer um sistema binário, então que se aprofunde a diferenciação. Mas essa diferenciação tem de ser feita com a valorização de ambos os subsistemas e não com a depreciação de um deles. Mas, aparentemente, a proposta do Governo vai no sentido contrário…
Isso é o que podemos retirar das linhas mestras que o
senhor secretário de Estado apresentou. Nós ainda não discutimos essa proposta. O que saiu na imprensa foram apenas três páginas de um documento mais vasto que o secretário de Estado entregou aos presidentes dos politécnicos sob reserva. Mas esse documento empurra o ensino politécnico para um determinado caminho.
O que está em questão é criar
nos politécnicos o nível V, ou seja, os cursos de técnico superior profissional. É proposto que os politécnicos, para além de terem licenciaturas e mestrados, níveis VI e VII, passem também a ministrar o nível V, que é o primeiro nível do ensino superior e que existe em toda a Europa. Não confere grau, mas é um curso superior muito virado para a componente prática.
aplicar no próximo ano letivo?
E isso é uma boa ideia?
Esta nova proposta não irá inflacionar a oferta existente? Por exemplo: na região do Alentejo existem dois politécnicos (Beja e Portalegre) e ambos têm escolas agrárias. Não faria sentido haver apenas uma escola nesta área?
Parece-me uma boa ideia. Aliás, isto não é uma ideia deste governo. É uma ideia que já se vê em toda a Europa há alguns anos, com excelentes práticas e resultados comprovados. Portanto, não me parece que o problema esteja na ideia. O problema esteve e está no modelo e na forma como está a ser introduzido em Portugal e que pode conduzir ao seu fracasso. Continuamos a não ter acesso ao decreto que já foi aprovado em Conselho de Ministros há um mês e que está para ser promulgado. Estamos veementemente contra esta forma de trabalhar. Ou seja, os politécnicos ainda não sabem as linhas com que se vão coser?
O decreto-lei tem de ser publicado, depois tem de ser regulamentado… Quer dizer que não será para
Não estou a ver que este quadro legislativo fique completo antes do final de abril. Não estou a ver as instituições em maio e junho a conseguirem criar cursos, ouvirem um conjunto de instituições, organizar, registar os cursos na Direção-Geral do Ensino Superior, publicitá-los, para que possam estar a funcionar daqui a seis meses. Não me parece possível.
Eu respondo-lhe com uma pergunta: Se, por acaso, fechássemos a escola agrária, em Elvas, acha que a escola agrária de Beja tinha mais alunos? Não tinha! Temos isso exatamente comprovado. Este ano, Portalegre, Évora e Beja fecharam os cursos de engenharia civil. Castelo Branco ficou com zero nesse curso e o Algarve não teve mais alunos por causa disso. Isso é uma ideia que passa bem para a opinião pública naquela trágica semana de setembro quando saem os resultados das candidaturas e em que aparecem vários cursos com zero alunos. Estamos a falar de instituições que estão, algumas, a mais de
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100 quilómetros de distância. Olhando para o Alentejo, temos de 90 em 90 quilómetros uma escola superior. E uma não substitui a outra. As três instituições têm falado sobre isso?
Sim. Uma reorganização da oferta formativa a nível da região deve acontecer, é necessária, mas não é suficiente. É necessária uma estratégia nacional. Primeiro tem que se traçar um rumo para o ensino superior. Que tipo de ensino superior se quer? Quer-se mais estudantes, ou menos? Quer-se um sistema binário, ou unitário? Quer-se ensino superior em todas as regiões do País, ou só no litoral? Queremos uma lógica de especializações em que quem queira estudar uma determinada área tem de ir para um determinado sítio? Bom, mas se isto for assim, o ministério não pode permitir que abra a mesma oferta noutro lado. E não é isso que tem acontecido. Há, portanto, uma estratégia nacional que tem de ser definida. Só depois disso é que fará sentido pensar nas estratégias regionais. Têm existido reuniões nesse sentido?
Beja, Portalegre e Évora, e também Santarém, têm-se reunido e assinámos um acordo de parceria. Por exemplo, aqui em Portalegre temos professores da Universidade de Évora e professores do politécnico a dar aulas em Évora e vamos aprofundar isso ao nível de instalações e equipamentos. Temos uma rede de ciência e tecnologia do Alentejo, temos um Parque de Ciência e Tecnologia, há um sistema regional de transferência de tecnologia a ser desenvolvido em Beja. Há um caminho que está a ser feito. Temos grupos de trabalho a pensar a oferta formativa para a região. O trabalho de casa está feito?
Acreditamos que em termos regionais temos trabalho a fazer, mas o País deve preocupar-se, essencialmente, com o facto de 84 por cento do ensino superior estar concentrado em apenas um terço do País, na faixa litoral, e, não tanto, com os 16 por cento que está nos restantes dois terços do
território. Estes cursos agora propostos exigem uma maior ligação dos politécnicos às empresas. Isso já antes acontecia?
Já existe muita coisa. Ainda agora vim de uma reunião com uma empresa do ramo da aeronáutica que está instalada em Ponte de Sor para criarmos uma parceria. Mas é verdade que o que salta sempre para a opinião pública é que não há muita ligação. Não é verdade. Até porque estas coisas, por serem positivas, não são notícia… Na imprensa regional não é bem assim. Normalmente valoriza-se as coisas positivas.
É verdade. O que acontece é que nós temos cada vez menos recursos. A sangria tem sido tão grande, quer no orçamento, quer no número de alunos, com reflexo nas receitas próprias, que nos obriga a uma contenção orçamental muito forte que se faz sentir, essencialmente, no pessoal. Reduzimos o pessoal para um nível que nos garanta o mínimo de qualidade para a atividade que temos e, portanto, temos menos disponibilidade para o resto.
vamos ter. Por isso alertámos o presidente da CCDR para esse facto e ele disse-nos que ainda iria tentar incluir algumas medidas que achámos decisivas para os próximos anos. Com as notícias de cortes anunciados em termos nacionais, o próximo Quadro Comunitário de Apoio revela-se fundamental?
Há dias fiz essas contas. De 2006 a 2014 tivemos um corte superior a 25 por cento. Para além disso, ficámos a pagar ao Estado 25 por cento para a Caixa Geral de Aposentações, Segurança Social e ADSE. Ou seja, temos um corte real superior a 50 por cento. Em oito anos as instituições do ensino superior recebem menos de metade do Orçamento do Estado. Se a administração pública central, regional e local e as empresas públicas tivessem tido uma redução orçamental do mesmo nível, o País não teria qualquer défice, tinha um superavit. E não é possível aumentar as receitas próprias?
Devo dizer que não me lembro de termos um processo de preparação de um plano de ação regional tão partilhado e tão transparente como este. O presidente da CCDR Alentejo tem muito mérito na forma como chamou os atores da região a participarem na construção deste plano de ação.
Não, antes pelo contrário. As propinas mantêm-se no mesmo valor de há três anos para cá, e acrescem dois problemas. Um é o abandono escolar por dificuldades financeiras; o outro, que é muito grave, é o dos jovens que terminam o secundário e não concorrem, nem estudam, nem trabalham. As instituições que mais sentem o problema são as do interior e, portanto, vemos com bons olhos o programa “Retomar”, que foi anunciado e espero que se concretize, e que visa atribuir uma bolsa aos estudantes que abandonaram.
São boas as perspetivas para o ensino superior?
Qual é a abrangência desse programa?
Fomos ouvidos, participámos. Fiquei muito receoso com o resultado. Na semana passada eu, em conjunto com o presidente do politécnico de Beja, o reitor da Universidade de Évora e o presidente da CCDR estivemos reunidos, e vimos, praticamente, o plano na sua fase final e algumas das principais questões que tinham sido colocadas não estavam devidamente acauteladas neste programa. Ora se não ficarem nesta altura, depois não as
Vamos ver quais são as regras. Defendo que em situações excecionais, como aquela que vivemos, devem existir regras excecionais. O acesso a bolsas de estudo deveriam ter um limite inferior mais baixo. Uma coisa que me aflige é ficarem de fora muitos jovens porque o agregado familiar tem um rendimento per capita que é baixíssimo, à volta do ordenado mínimo, e por isso já não podem beneficiar de apoio. Isso não pode ser. De facto, se o
Já que falamos em financiamento, que perspetivas tem com o Quadro Comunitário de 2014/20?
programa “Retomar” for muito restritivo não vai resolver problema nenhum. Se se quer ajudar, que se ajude efetivamente. Há ainda um outro programa, o “Mais Superior”, que tem como objetivo atribuir bolsas a jovens do litoral que queiram estudar no interior. Como é que irá funcionar esse programa?
Neste momento está a ser regulamentado e espero que esteja pronto a tempo do próximo ano letivo. Portanto, se for possível os politécnicos de Beja e Portalegre e a Universidade de Évora abrirem um conjunto de bolsas para pessoas que estão em Lisboa ou em outro distrito do litoral para virem para cá estudar, nós daremos uma bolsa num determinado valor para compensar a deslocação. Mas muitos dos alunos dos politécnicos alentejanos já vêm de fora da região…
Sim, isso acontecia até há três anos atrás. Desde 2010 as vagas continuaram a aumentar e os candidatos baixaram. Neste momento temos 56 mil vagas para 40 mil candidatos. Uma coisa brutal. Na prática não há numerus clausus. Com uma diferença destas uma larga maioria dos estudantes fica colocada na primeira opção e há a possibilidade de se concretizar o sonho de muitos jovens do interior que é irem para o litoral. Neste momento nem precisam de ter muito boas notas… As pessoas querem sair. Eu pergunto aos alunos do secundário o que é que eles querem fazer e metade diz-me que vai embora, fundamentalmente para Lisboa, e percebe-se. Muitos querem cursar Medicina, Direito, Veterinária, Economia, Arquitetura… Por isso tenho dito, quando me colocam a questão da diferença de colocações, para me permitirem abrir no interior esses cursos que ficamos logo cheios. A nossa oferta formativa não é a primeira opção da larga maioria dos jovens. Mas o que é mais assustador é que metade dos que querem ir embora não sabem o que é que querem estudar. Só saem porque aqui não têm qualquer expetativa. Isto é dramático.
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A nossa oferta formativa não é a primeira opção da larga maioria dos jovens. Mas o que é mais assustador é que metade dos que querem ir embora não sabem o que é que querem estudar. Só saem porque aqui não têm qualquer expetativa. Isto é dramático”.
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PS promove ação “Pelos comboios”
O Partido Socialista de Beja entrega amanhã, sábado, em Lisboa, nas sedes nacionais da CP e da Refer, “cartas dirigidas aos conselhos de administração das duas empresas, com contributos para a melhoria da qualidade de transporte de passageiros de e para o Baixo Alentejo”. De acordo com o presidente da concelhia de Beja do PS, Paulo Arsénio, a carta apresenta “sugestões para a melhoria do serviço ferroviário entre Beja e Lisboa a curto, a médio e a longo prazo”. A deslocação da comitiva a Lisboa, que integra militantes, simpatizantes, órgãos de comunicação e outros, será feita de comboio. A concentração na estação de Beja está agendada para as 9 horas.
Atual
JOSÉ SERRANO
Diário do Alentejo 14 março 2014
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Desenvolvimento regional direcionado ao investimento
Municípios temem ficar de fora dos apoios comunitários Nunca, como no atual período de programação, foram tantas e tão diversas as contribuições para definir os pilares regionais para o quadro comunitário de apoio 2014/2020. Na passada semana, a Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (Cimbal) fez mais uma apresentação pública do Plano Estratégico de Desenvolvimento do Baixo Alentejo (Pedba 2020). E, embora ainda em versão preliminar, as palavras de ordem parecem ser “investir” e “empreender”.
S
egundo João Fermisson, coordenador do plano estratégico promovido pela Cimbal, os desafios que nos próximos anos se colocam à região passam, essencialmente, por posicionar o Baixo Alentejo enquanto “território empreendedor e amigo do investimento”. Uma defini-
ção que vai ao encontro das linhas gerais defendidas por Bruxelas e pelo próprio Governo português para o presente quadro comunitário de apoio. Com os fundos comunitários muito direcionados para as empresas e para os “investimentos em rede”, são os próprios municípios que começam a ter dificuldades em encaixar os seus projetos autónomos no presente quadro de programação. Preocupação que foi publicamente demonstrada por João Rocha ao referir que “os municípios podem não contar dentro deste quadro comunitário de apoio”. Apreensão que o autarca bejense soma à não inclusão de qualquer investimento governamental no recente relatório das infraestruturas de elevado valor acrescentado. Para além do empreendedorismo e do investimento, o Pedba 2020 aponta ainda como medidas fundamentais para travar a desertificação humana e
acelerar o desenvolvimento económico da região, a valorização ambiental do território transformando-o num local de residência apelativo e também a incrementação de projetos em rede entre os diferentes municípios e agentes locais. Tudo isto para inverter as crónicas debilidades regionais, nomeadamente a escassez de massa crítica, a fragilidade da base económica regional, o fraco potencial de negócios ainda existente no setor fundamental da agricultura, o encerramento de serviços coletivos fundamentais e o desequilíbrio geracional daí recorrente. A versão preliminar do Plano Estratégico de Desenvolvimento do Baixo Alentejo não contempla qualquer referência específica à valorização do património histórico edificado ou imaterial, à cultura em geral ou ao turismo. PB
Presidente da câmara discorda com medida governamental
Almodôvar “repudia” fecho das Finanças
O
presidente da Câmara de Almodôvar recusa “qualquer plano do Governo no sentido de encerrar a repartição de Finanças” do concelho. Em comunicado de imprensa, António Bota lembra que nas últimas semanas têm vindo a público “informações que apontam no sentido de o Governo es-
tar a preparar o encerramento de dezenas de repartições de Finanças em todo o País, entre os quais o do concelho de Almodôvar”, sendo que “no distrito de Beja poderão ser encerradas 12 das 14 repartições”. O autarca considera que esta é uma medida “que contraria frontalmente a necessidade de manter a funcionar ser-
viços de proximidade que são essenciais para as populações do nosso concelho”, pelo que manifesta a sua “total discordância com esta pretensão”. A autarquia assume a sua oposição direta a este projeto e torna pública a sua indignação com mais esta tentativa de enfraquecer os territórios do interior.
Azeite é “rei e senhor” este mês em Ferreira do Alentejo O azeite é “rei e senhor”, ao longo deste mês, no concelho de Ferreira do Alentejo, no âmbito de uma iniciativa promovida pela câmara municipal que pretende divulgar e contribuir para dignificar aquele produto. Durante o evento “Março – Mês
A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Beja apela para que na declaração de IRS, Modelo 3, anexo H, quadro 9, campo 901, se marque um x na alínea “Instituições particulares de solidariedade social ou pessoas coletivas de utilidade pública”, escrevendo-se de seguida o número de pessoa coletiva da associação (501 072 357). Em comunicado, os Bombeiros salientam que esta doação não tem quaisquer custos para o contribuinte. É uma “doação de 0,5 por cento do seu IRS sem nada pôr do seu bolso”, reforça a associação, lembrando “as dificuldades financeiras com que lutam diariamente os bombeiros”.
do Azeite”, explicou o município, os restaurantes do concelho vão dedicar especial atenção ao receituário tradicional alentejano, que tem como ingrediente de eleição o azeite. Nas pastelarias, acrescentou a organização, os clientes vão poder degustar, além da doçaria tradicional, torradas regadas com azeite. Um curso de iniciação
Odemira passa para a comarca de Beja
Cimbal “repudia” reforma judiciária A Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (Cimbal) repudiou no início da semana a política de reforma judiciária do Governo e propôs a revisão do conteúdo da lei e a discussão do impacto para as populações do novo mapa judiciário.
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uma tomada de posição do conselho intermunicipal, a Cimbal manifesta “profundo desagrado e repúdio pela política de reforma judiciária” e solidariedade com todos os municípios que perdem tribunais ou veem competências reduzidas, “assistindo assim à desqualificação dos serviços prestados à população”. A Cimbal propõe que “seja revisto o conteúdo” da Lei de Organização do Sistema Judiciário e “seja discutido o exato impacto que o novo quadro judiciário trará para a vida das populações e, em particular, para as regiões de interior”. A lei “necessitava de uma discussão alargada envolvendo todos os órgãos representativos dos municípios e de todos os agentes da Justiça, perspetivando a tão necessária aproximação do Estado aos cidadãos e aos seus representantes”, defende a Cimbal. Segundo a Cimbal, o novo mapa judiciário vem “desqualificar as comarcas atualmente existentes e diminuir em cerca de meia centena os tribunais dispersos pelo território nacional”. No Baixo Alentejo, lamenta, “passa a
existir apenas a comarca de Beja”, concentrando “grande parte dos processos que poderiam decorrer, por exemplo, nos tribunais de Almodôvar, Moura ou Ourique”. O novo mapa judiciário “representa mais um episódio no processo de diminuição de serviços públicos, como vem acontecendo na Educação e na Saúde, e a contínua destruição do processo de democratização de Portugal, muito assente na desconcentração e descentralização de serviços públicos”, lamenta a Cimbal. A nova reforma judiciária trará “dificuldades acrescidas no acesso à Justiça à maioria dos cidadãos e, consequentemente, menos equidade social, cidadania e democracia”, alerta. A extinção de tribunais, a desqualificação de outros e a concentração de serviços nos tribunais de sedes de distrito “torna mais difícil a democratização do sistema judiciário e a confiança na Justiça”. Por outro lado, frisa a Cimbal, “a nova lei vem contribuir para um cada vez mais evidente fenómeno de litoralização do país e o aumento das assimetrias territoriais”. Segundo a nova Lei de Organização do Sistema Judiciário, o País, que tem atualmente 331 tribunais, fica dividido em 23 comarcas, a que correspondem 23 grandes tribunais judiciais, com sede em cada uma das capitais de distrito. Dos 311 tribunais atuais, 264 são convertidos em 218 secções de instância central e em 290 secções de instância local.
Operação “Censos Sénior” da GNR
Beja é o segundo distrito com mais idosos
B
eja é o segundo distrito do País onde a Guarda Nacional Republica sinalizou mais idosos a viver sozinhos ou isolados (3 085), no âmbito da operação “Censos Sénior 2014”, que se realizou a nível nacional entre 15 de janeiro e 15 de fevereiro. A GNR adianta, em comunicado de imprensa, que foram sinalizados em Viseu 3 745 idosos, seguido de Beja (3 085), Portalegre (2 869), Bragança (2 791), Guarda (2 745) e Évora (2 650). A GNR identificou 33 963 idosos a viverem sozinhos ou isolados em todo o País, mais 5 766 do que na operação “Censos Sénior” realizada no ano passado, revelou aquela força de segurança.
Segundo os dados, dos 33 963 idosos sinalizados pela GNR, 21 286 vivem sozinhos, 4 281 residem em locais isolados e 3 026 vivem sozinhos e isolados. Os militares da GNR encontraram também 5 370 idosos a viverem acompanhados, mas que “se encontram numa situação de vulnerabilidade” devido às suas “limitações físicas e psicológicas”. No âmbito da operação “Censos Sénior 2014”, que se realizou em todo o País entre 15 de janeiro e 15 de fevereiro, a GNR registou mais 4 008 idosos a viver sozinhos e mais 1 296 a residir isolados do que em 2013.
às provas de azeite, um passeio à herdade onde está sediado um dos mais emblemáticos lagares do concelho e oficinas sobre como fazer sabão tradicional à base de azeite e biscoitos de azeite são outras das ações previstas. Na promoção do evento, a câmara conta com o apoio dos agentes económicos locais.
Associação empresariais apoiam internacionalização As associações empresariais do Alentejo criaram recentemente três gabinetes de apoio à internacionalização. O projeto surge no âmbito da iniciativa “Alentejo 2015 Exportar +”, da responsabilidade do Nerbe/Aebal – Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral, do NERE – Núcleo Empresarial da Região de Évora e do Nerpor – Núcleo Empresarial da Região de Portalegre. Os gabinetes estão instalados em cada uma das associações.
Aniversário da CPCJ de Ourique No âmbito do oitavo aniversário da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Ourique (CPCJ), terá lugar amanhã, sábado, pelas 9 e 30 horas, com concentração no Quiosque “Tony”, uma caminhada de 10 quilómetros. O programa incluiu ainda a realização de uma sessão comemorativa, que teve lugar ontem, quinta-feira, no auditório da biblioteca de Ourique.
“Celebração da semente” em Corte de Sines Corte de Sines, em pleno Parque Natural do Guadiana, no concelho de Mértola, recebe amanhã, sábado, a “Celebração da semente”, uma iniciativa que tem como objetivo “congregar pessoas e gerar discussão em torno da importância da semente e o seu papel crucial para a nossa existência, num contexto de retorno à tradição e aplicação de conhecimentos contemporâneos para um futuro sustentável”. Para além “da troca de experiências e partilha de projetos, ideias e ações” haverá lugar para uma oficina de recolha e conservação de PUB
09 Diário do Alentejo 14 março 2014
Bombeiros de Beja apelam a doação sem custos para o contribuinte
sementes, degustação de sementes germinadas e almoço com opção vegetariana, entre outras atividades. A “Celebração da semente” conta com a colaboração de associações informais como Círculos de Sementes, Campanha pelas Sementes Livres, Grupo de Cidadãos Eco-Comunidades na Planície e Associação de Agroecologia e Cultura Regenerativa.
Acordos e contratos em Mértola A Câmara Municipal de Mértola celebrou acordos de execução e contratos de delegação de competências com as sete freguesias do concelho. “Gerir e assegurar a manutenção de espaços verdes; assegurar a limpeza das vias e espaços públicos, sarjetas e sumidouros; manter, reparar e substituir o mobiliário urbano instalado no espaço público, com exceção daquele que seja objeto de concessão; gerir e assegurar a manutenção corrente de feiras e mercados; assegurar a realização de pequenas reparações nos estabelecimentos de educação pré-escolar e do primeiro ciclo do ensino básico; promover a manutenção dos espaços envolventes dos estabelecimentos de educação pré-escolar e do primeiro ciclo do ensino básico” foram as competências delegadas.
Liga dos Combatentes promove romagem ao cemitério de Beja O núcleo de Beja da Liga dos Combatentes promove no dia 9 de abril, no âmbito das comemorações do Dia do Combatente, uma romagem ao cemitério de Beja para homenagear os combatentes sepultados no talhão da referida liga. A cerimónia, que conta com a colaboração das entidades militares e civis do distrito, está agendada para as 11 horas.
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SPA reestrutura a sua biblioteca com o nome de Urbano Tavares Rodrigues
A biblioteca da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), agora com o nome de Urbano Tavares Rodrigues, encontra-se em fase de profunda reestruturação, “de molde a servir todos aqueles que a ela queiram ter acesso, designadamente para a realização de trabalhos académicos”. A biblioteca passará a incorporar o acervo bibliográfico proveniente de autarquias de todo o País que têm enviado à SPA as suas edições, a pedido da mesma, e também, entre outros, um “importante núcleo de livros de poesia e outros que integravam a biblioteca do crítico de teatro e escritor Carlos Porto”. A SPA adianta ainda que irá ser valorizada a componente documental da Biblioteca SPA/Urbano Tavares Rodrigues, “que inclui documentos relevantes sobre a história da cultura e das artes em Portugal”.
Município de Vidigueira integra Associação das Rotas dos Vinhos O município de Vidigueira anunciou que vai integrar como associado fundador a Associação das Rotas dos Vinhos de Portugal (ARVP), que será apresentada publicamente hoje, sexta-feira, na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL). Segundo a Câmara de Vidigueira,
Jerónimo de Sousa participa em almoço regional em Aljustrel O secretário-geral do Partido Comunista Português, Jerónimo de Sousa, participa no próximo domingo, 16, em Aljustrel, num almoço regional, realizado no âmbito das comemorações do 93.º aniversário do PCP. O almoço, promovido pela Direção Regional do Alentejo do PCP, terá lugar pelas 13 horas, no Pavilhão de Feiras e Exposições. Na iniciativa, que deverá contar “com a presença de centenas de camaradas e amigos de todos os distritos do Alentejo, participarão também diversos dirigentes regionais e nacionais do partido”, informa a organização. As inscrições poderão ser feitas para os centros de trabalho do PCP ou junto de qualquer ativista.
Câmara de Sines e freguesias mantêm 35 horas de trabalho A Câmara de Sines e as juntas de freguesia da sede de concelho e de Porto Covo vão manter as 35 horas semanais de trabalho para os funcionários, após assinarem acordos coletivos de trabalho com o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL). Os acordos dizem respeito a matérias de duração e organização do tempo de trabalho, sendo a manutenção do período de 35 horas semanais um dos principais pontos. O presidente da câmara, Nuno Mascarenhas (PS), disse esperar que o acordo seja um fator acrescido de motivação dos trabalhadores.
O “DA” errou Na última edição, induzidos pela prestigiosa e amplamente conhecida denominação da empresa bejense criada por José Cândido Chícharo, trocámos o nome do novo provedor da Santa Casa da Misericórdia de Beja, António Chícharo, pelo do seu falecido pai, José Cândido Chícharo. Um erro lamentável pelo qual pedimos agora as nossas mais sinceras desculpas ao nosso entrevistado, à família Chícharo, aos irmãos da Santa Casa da Misericórdia de Beja e a todos os leitores do “DA”. PB PUB
a ARVP, que tem sede estatutária no Museu Rural e do Vinho do Cartaxo, visa promover a viticultura e as relações entre os vários agentes ligados ao setor do vinho dentro do território de influência da associação. Promover o desenvolvimento sustentável do enoturismo e a criação de produtos turísticos e atividades que favoreçam a descoberta e a
interpretação da cultura do vinho são outros dos objetivos da ARVP. De acordo com a autarquia, a ARVP quer também adaptar a oferta vitivinícola ao desenvolvimento enoturístico e às necessidades e exigências do público-alvo e valorizar o património e promover e apoiar iniciativas que visem a defesa e a promoção da cultura do vinho.
Pax Julia a Oriente de Beja é o nome do novo templo
Maçonaria abre loja em Beja A Grande Loja Legal de Portugal (GLLP), a segunda maior obediência maçónica das cinco existentes em território nacional, vai estabelecer o seu primeiro templo em Beja. A inauguração da loja Pax Julia a Oriente de Beja, situada na rua dr. Aresta Branco, junto ao castelo, está agendada para a tarde deste sábado, 15, e contará com a presença do grão-mestre da GLLP, José Francisco Moreno. Texto Paulo Barriga Foto José Serrano
O
antigo governador civil do distrito e ex-deputado do Partido Socialista António Saleiro é um dos grandes obreiros da instalação em Beja deste templo maçónico. O “Diário do Alentejo” sabe que Saleiro não aceitou a nomeação para mestre venerável da loja Pax Julia a Oriente de Beja, mas está disponível para ir a votos em próxima eleição entre os irmãos de todos os graus simbólicos que a vieram a frequentar: aprendizes, companheiros e mestres. Até lá, e por indicação do grão-mestre, permanecerá Emanuel Silva Martins como venerável do novo templo bejense, outro antigo deputado socialista que atualmente preside ao conselho de administração da Fundação O Século.
António Saleiro
“Ao contrário daquilo que as pessoas possam pensar”, referiu António Saleiro, “existem muitos irmãos naturais de Beja e de outras localidades do Alentejo espalhados por diferentes lojas. E esta é uma boa ocasião para os juntar na sua própria terra”. Saleiro, que hoje é mestre venerável da loja Luís António Vernay, refere que “é importante falar com abertura destas
coisas. Não queremos andar escondidos. Somos uma associação de benfeitores”. Uma abertura à sociedade que é reforçada pelo próprio grão-mestre da GLLP. José Francisco Moreno, advogado e antigo assessor de Manuela Ferreira Leite no Ministério das Finanças, em entrevista ao jornal “Sol”, reforçou a ideia de “abertura” porque, às vezes, “fala-se de maçonaria não pelos melhores motivos, devido ao que a sociedade pensa de nós e à opinião que alguns inimigos ou inimigos têm acerca de nós”. É que a GLLP foi criada em 1996, após a “implosão” da Grande Loja Regular de Portugal, no seguimento do escândalo Casa do Sino/Universidade Moderna. A GLLP representa em Portugal a maçonaria tradicional, também designada regular, e é a segunda obediência maçónica logo a seguir ao Grande Oriente Lusitano (GOL), que representa a chamada maçonaria liberal, também dita irregular, no nosso país. Para além destas duas obediências, existem ainda a Grande Loja Feminina de Portugal (que é exclusivamente constituída por mulheres), o Direito Humano (ordem maçónica mista internacional) e a Ordem Maçónica Mundial do Rito Antigo e Primitivo de Memphis Misraim (que se inspira em rituais do antigo Egito).
Vereadores do PS na Câmara de Beja acusam executivo da CDU
“Incumprimento” leva a paragem de obras
O
s vereadores do PS na Câmara Municipal de Beja afirmaram na segunda-feira, 10, em comunicado de imprensa, que “as obras iniciadas no mandato anterior e que estavam já na fase de conclusão”, como são os casos da iluminação do relvado sintético 2 e da cobertura do edifício do Clube Bejense, “estão paradas há meses porque o atual executivo da CDU/PCP desde novembro que não paga aos empreiteiros”. Situação
que levou os empreiteiros a suspenderem os trabalhos, “ameaçando inclusive com retirada de materiais colocados, considerando já a hipótese de avançar com pedidos de indemnização”. No mesmo documento, os eleitos socialistas referem que a nova administração da Empresa Municipal de Água e Saneamento (EMAS) “retirou toda a capacidade de intervenção e dinâmica à empresa, não mostrando sinais de querer
dar continuidade a projetos tão importantes como a renovação das redes águas e requalificação das zonas envolventes, não iniciando obras adjudicadas como a requalificação do reservatório da praça e inclusivamente suspendendo obras em curso como a requalificação do parque operacional, tendo que indemnizar o empreiteiro em milhares de euros e deixando aquele espaço sem condições de trabalho”.
“Commedia Gourmet” é a designação do espetáculo de stand up comedy que vai ter lugar em Grândola, no dia 21, protagonizado pelo humorista, ator e argumentista Eduardo Madeira. O espetáculo, que combina stand up comedy com “música e redução de trufas, servido numa cama de foie gras e boa disposição”, segundo a organização, está em digressão nacional e vai “visitar” o Cine Granadeiro Auditório Municipal, em Grândola. Eduardo Madeira é um dos pioneiros da stand up comedy em Portugal, tendo começado a carreira nas Produções Fictícias. Fez teatro e participou em vários projetos na televisão.
Gabriel, o Pensador abre cartaz de espetáculos da Ovibeja Cabe ao brasileiro Gabriel, o Pensador a abertura do cartaz de espetáculos da 31.º edição da Ovibeja, que decorre entre os dias 30 de abril e 4 de maio numa organização da ACOS – Agricultores do Sul. Gabriel Contino, mais conhecido pelo nome artístico de
Gabriel, o Pensador, é rapper, compositor, escritor e empresário. Iniciou sua carreira musical “ao lançar uma fita demo com a música ‘Tô Feliz’, sendo logo contratado pela Sony Music”, adianta a entidade organizadora. A sua atuação em palco é caracterizada “por uma grande interação com o público que, sendo maioritariamente jovem,
abrange todas as faixas etárias que se identificam com a sua irreverência e alguma sátira em relação aos grandes males da sociedade”. Gabriel, o Pensador “é apenas o primeiro nome do Cartaz Ovibeja 2014 que promete muita energia em palco, muitas surpresas e inesquecíveis ovinoites”, conclui a ACOS.
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Renúncia quaresmal para os mais pobres
Diocese de Beja ajuda fundo de emergência social A Diocese de Beja vai destinar a verba da renúncia quaresmal deste ano ao seu Fundo de Emergência Social, que, através da Caritas, ajuda famílias com dificuldades, e ao seminário da Diocese de Maceió, no nordeste do Brasil.
O
anúncio surge na mensagem do bispo de Beja, António Vitalino Dantas, para a quaresma deste ano, publicada no sítio de Internet da Diocese de Beja. Na mensagem, o bispo refere que o Conselho Presbiteral decidiu partilhar parte do “fruto da generosidade” dos diocesanos de Beja durante a quaresma deste ano com o Fundo de Emergência Social, que é gerido pela Caritas, a qual “continua a não poder socorrer todos os que a ela recorrem e que se encontram em profunda necessidade”. A diocese criou o Fundo de Emergência Social em 2012 para a Caritas de Beja ajudar
Alentejo e Ribatejo na BTL Dezenas de provas, degustações, apresentações de projetos e eventos, demonstrações de artesanato e animações musicais constituem a montra da oferta turística do Alentejo e do Ribatejo, a ser promovida na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), que começou na quarta-feira. A Entidade Regional de Turismo (ERT) e os parceiros dos dois territórios – nomeadamente 29 autarquias e 18 empresas – “promovem, de forma integrada, a excelência do turismo alentejano e ribatejano”, segundo um comunicado da ERT. O desfile de cante alentejano, que “promove a candidatura deste bem a Património Imaterial da Humanidade”, agendado para amanhã, sábado, às 14 horas, é uma das ações em destaque no stand Alentejo e Ribatejo.
Beja marca presença na BTL... O município de Beja marca presença na BTL – Feira Internacional de Turismo de Lisboa, que decorre na FIL (Parque das Nações), até domingo, 16. Na sessão dedicada ao concelho de Beja, a câmara aposta “numa estratégia de comunicação assente nos principais produtos turísticos do território: touring cultural, turismo de natureza e gastronomia e vinhos”. Para o efeito, adianta
famílias com dificuldades a pagarem despesas básicas em atraso, como prestações ou rendas de casa, contas de eletricidade ou mensalidades do infantário dos filhos. Segundo António Vitalino Dantas, a outra parte da renúncia quaresmal será para o seminário da Diocese de Maceió, que, atualmente, é frequentado por 47 seminaristas nos estudos de filosofia e teologia. Por outro lado, o arcebispo da Diocese de Maceió, António Muniz, carmelita que já esteve com o clero de Beja, “está disposto a partilhar padres com as missões, mas não dispõe de meios para formar tantos candidatos”, refere António Vitalino Dantas. “Acredito na generosidade dos diocesanos. A todos confio esta possibilidade de nos enriquecermos com a pobreza, sabendo que tudo o que fizermos aos mais necessitados é ao próprio Cristo, a quem decidimos seguir, que o fazemos”, refere António Vitalino Dantas. a autarquia, serão “apresentados os vídeos promocionais Roteiro do património e Roteiro da natureza, que mostram o melhor deste concelho nas áreas do património construído e do património natural”. “Trata-se de uma importante ferramenta de comunicação que pretende despertar o desejo de visitar e conhecer Beja”, refere o município, acrescentando que, simultaneamente, serão dados a provar os vinhos do concelho (Casa de Santa Vitória, Herdade dos Grous, Herdade da Mingorra, Herdade do Vau, Monte Novo e Figueirinha e Paço do Conde).
... e Alvito também O município de Alvito marca presença na BTL para promover produtos do concelho. A presença do município, com o mote “Alvito Coração do Alentejo”, vai “dar ênfase à hospitalidade e simpatia na forma de receber”, explica a autarquia. Segundo a câmara, em cada um dos dias de promoção do concelho na BTL vão ser oferecidos produtos locais, que destacam a qualidade dos sabores de Alvito, como o pão, os corações da D. Leocádia, pasta de azeitona, nogados, laranjas e azeite. O município vai também dar a provar “paladares em torno dos frutos secos”, que são o mote do festival gastronómico programado para a edição deste ano da Feira dos Santos de Alvito.
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“Commedia Gourmet” servida por Eduardo Madeira em Grândola
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Mário Simões é mandatário distrital de Passos Coelho O presidente da distrital de Beja do PSD é o mandatário distrital da candidatura de Pedro Passos Coelho às eleições diretas para o cargo de presidente do PSD, eleições essas marcadas para amanhã, sábado. Mário Simões considera que este convite “é uma honra” que PUB
Cultura
assume “com a mesma determinação e empenho” com que assumiu “as duas anteriores, hoje com uma dupla responsabilidade”. São ainda mandatários concelhios Ricardo António Monteiro Colaço (Almodôvar), Francisco José D’ Almeida Rato (Aljustrel), Fernando Acácio Vieira de Oliveira (Alvito), João David Rodrigues Araújo (Beja), Rui Duarte
Moreno Nobre da Conceição (Castro Verde), Francisco Barbosa Martins Branco (Ferreira do Alentejo), Humberto Jorge Nixon Ramalho Martins (Moura), Rui Manuel de Brito (Ourique), Carlos Filipe Bernardino da Silva (Odemira), José Luís Mendes da Palma Pires (Serpa) e Maria João Alhinho Caeiro Romana (Vidigueira).
Peça e conferência amanhã em Serpa
Desconstruir o bullying em palco No teatro, ao contrário do que acontece na vida, podemos voltar atrás e mudar o rumo da história, fazendo escolhas, e observando as suas consequências em palco. Ali mesmo, diante dos nossos olhos. É justamente o que propõe a companhia Baal 17 com a sua mais recente produção, “Olhar de novo”. Um espetáculo de teatro fórum sobre bullying e dirigido ao público do ensino secundário, cujo desfecho está nas mãos dos espetadores. Texto Carla Ferreira Foto José Ferrolho
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arolina, Sofia e Alice são três amigas adolescentes. Ninguém diria o contrário. Inseparáveis na escola, fazem o que qualquer rapariga de 15 anos costuma fazer entre amigos. Discutem roupa, acessórios, rapazes, as estrelas pop do momento, e a vida dos outros colegas. Tiram selfies, cospem bolas de papel enquanto a professora escreve no quadro, riem muito, sempre. No limiar do exagero, quase do histerismo, como dita a idade, as implacáveis hormonas. Um dia, tudo muda. Sofia humilha publicamente uma outra colega, chamando-lhe “fufa” de longe, a uma distância segura como convém, e a reação de Carolina e Alice, que consideram a atitude “uma grande má onda”, parece despertar nela um “agressor” latente. Carolina insinua se não será Sofia, também ela, uma “fufa”, confrontando-a com a sua própria acusação, num registo de humilhação que deixará marcas. A vingança não se fará esperar. Sofia retorque como um animal ferido, semeando rumores nas redes sociais que rapidamente se transformam em factos: “A Carolina quer comer a Alice”. Do lado de cá do palco, vemos os ponteiros do relógio a rodar como sempre rodaram, e as rotinas a manterem-se inalteráveis. Mas, claramente, para Carolina a passagem do tempo passou a ser algo penoso. Ir para a escola é agora sinónimo de suspeita, violência psicológica, humilhação, e, pior, de
estar à margem. “Quero estar com vocês”, suplica, fragilizada. E a chantagem declarada é o próximo passo: “Então faz o meu trabalho de História, se não conto a toda a gente que a tua mãe me pede dinheiro emprestado para beber vinho”. As luzes apagam-se. E agora? É assim o teatro fórum, o registo escolhido para este “Olhar de novo”, a nova produção da companhia Baal 17, que se estreou na quarta-feira, 12, e que ainda estará em cena hoje e amanhã, sábado, dando o mote para uma conferência sobre a temática do bullying, a decorrer no Cineteatro Municipal de Serpa. Em cena é colocado um problema e cabe ao público apresentar propostas para uma eventual solução, que serão testadas ali mesmo, em tempo real. Faz-se assim uso da grande vantagem do teatro face à vida – a possibilidade de voltar atrás no tempo, reconstruindo esta ou aquela cena chave – para fazer pensar sobre um fenómeno “difícil de abordar e de travar”, reconhece Filipe Seixas, o encenador e facilitador deste “Olhar de novo”. O espetáculo é dirigido aos jovens do ensino secundário e resulta justamente de um trabalho continuado com esta faixa etária, no contexto da escola, e assente sobretudo em conversas, entrevistas e ateliês de teatro participativo. “Estivemos mais ou menos um mês a ir todos os dias à Escola Secundária de Serpa, o que nos deu um ‘material’ muito bom. Algumas destas cenas trabalhámo-las com os alunos; mostrámos algumas situações e fomos percebendo como é que eles reagiam”, lembra o encenador. O tema, que se sucede a outros já abordados em anteriores trabalhos – igualdade de género, violência doméstica, gravidez na adolescência e envelhecimento ativo – aparece como algo pertinente, não só pelas chamadas de atenção a nível nacional, como também pelo contacto com a realidade local. “Fomos percebendo que o bullying é algo muito presente, em todo o lado, e que há muito pouca capacidade de resposta a
esse fenómeno. É muito difícil perceber e falar sobre isso. Os miúdos não aceitam, nem dizer que são vítimas, nem dizer que são agressores, ou que já viram… A intervenção aqui é muito complicada”, refere Filipe Seixas, apontando o teatro como uma “ferramenta” de trabalho “muito interessante”. A homofobia, em si mesmo um tema complexo e difícil de abordar, surge na trama um “pouco desvanecida” para não ofuscar o verdadeiro objeto da peça. “Esta questão está lá, mas está como podia estar o ter óculos, o ser pobre, o ser gordo”, esclarece Filipe Seixas, apontando para o que verdadeiramente importa. Ou seja, a existência de três perfis – o agressor, a vítima e o observador – e a necessidade de se perceber o papel determinante que este último pode desempenhar no equilíbrio de forças. Dizem os estudiosos do fenómeno que, tendencialmente, “o agressor não muda” e que a vítima de bullying “começa a ficar cada vez mais isolada, cada vez mais sem defesas, e a acreditar menos em si própria”. Só o observador poderá mudar o rumo da história, tomando partido do lado mais fraco, e retirando poder ao mais forte. Entre as várias “soluções” preparadas para representar em palco, é possível que esta não surja como proposta, antecipa Filipe Seixas. Mas se tal não acontecer e “chegarmos a um beco sem saída em que a vítima não consegue dar a volta, então nós próprios vamos sugerir este caminho: e se o observador pudesse fazer alguma coisa diferente?”. “Olhar de novo” é apresentado ainda hoje, sexta-feira, em duas sessões (10 horas e 14 e 30 horas), no Cineteatro Municipal de Serpa. Amanhã, sábado, sobe também ao palco, pelas 14 e 30 horas, desta feita para o público em geral, seguido da conferência “Bullying – Formas e perspetivas de atuação”, moderada pela jornalista Ana Sousa Dias, e com a participação de Luís Fernandes e Tânia Paias, psicólogos e estudiosos do fenómeno, e de Manuel Damas, sexólogo.
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O arqueólogo incansável que deixou boa parte dos seus estudos nas páginas do “DA”
Abel Viana faleceu há 50 anos
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arqueólogo Abel Viana foi uma personalidade incontornável na história e cultura da cidade de Beja nas décadas de 40, 50 e 60 do século passado. Nasceu na bonita cidade minhota de Viana do Castelo a 16 de fevereiro de 1896. Entre fevereiro de 1910 e junho de 1913 trabalhou como empregado de comércio no Rio de Janeiro (o seu pai era natural de São Salvador da Baía). Regressado a Portugal, continuou os estudos do liceu e terminou o curso do Magistério Primário Elementar na Escola Normal Primária de Viana do Castelo, com a classificação final de 17 valores. Exerceu os cargos de professor primário em algumas escolas do Minho e de inspetor e diretor dos distritos escolares de Faro, Setúbal e Beja, entre 1933 e 1939. Foi em Viana do Castelo que elaborou os primeiros estudos etnográficos e arqueológicos. Ao longo dos anos publicou as suas investigações em inúmeras revistas e jornais nacionais e locais, entre os quais se destacam a revista “Arquivo de Beja”, da qual foi seu fundador e diretor desde 1944, e o jornal “Diário do Alentejo”, para o qual escreveu, entre muitos outros, uma série de 233 artigos sob o tema Arqueologia Alentejana. Ainda naquela revista publicou importantes estudos sobre a história, etnografia e arqueologia de Beja. Durante os anos que exerceu o inspetorado primário, Abel Viana nunca deixou de se dedicar à sua grande paixão: os estudos etnográficos e arqueológicos. Desde cedo sentiu falta de uma lei que regulasse a atividade arqueológica; a este
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propósito escreveu um artigo sobre “a necessidade de uma lei reguladora de exploração arqueológica e acauteladora do património arqueológico nacional”. Paralelamente ao exercício da sua atividade profissional, ocupou alguns cargos que o motivaram, ainda mais, para o estudo e defesa do património e da cultura nacional. Assim, foi delegado do Instituto Português de Arqueologia, História e Etnografia em Faro (1933/1939) e em Beja (desde 1939); foi delegado em Beja da Junta Nacional da Educação – Antiguidades, escavações, numismática, desde 1942; e delegado em Beja da Junta Nacional de Educação – Artes plásticas, museus e monumentos, desde 1949. Durante 10 anos exerceu o cargo de catalogador do Museu Regional de Beja (1940 a 1950), instituição da qual foi diretor e distinto investigador. Em 1945 foi nomeado secretário-geral do Centro de Estudos do Baixo Alentejo e foi também equiparado a bolseiro pelo Instituto da Alta Cultura. Na mesma altura, já sem as responsabilidades ligadas à sua profissão de professor, aprofundou e desenvolveu os seus estudos. No Alentejo produziu grande parte das suas investigações históricas e arqueológicas, principalmente na região de Beja, embora nunca tenha perdido o contacto com o Algarve e o seu Minho natal. Os materiais arqueológicos que encontrou foram entregues a museus públicos como o Museu dos Serviços Geológicos em Lisboa, os museus de Elvas, Faro, Lagos, o Museu de Viana do Castelo, o Museu – Biblioteca da Fundação
da Casa de Bragança e o Museu Regional de Beja, cumprindo a promessa de preservação, salvaguarda e divulgação da nossa herança histórica e cultural. O último grande trabalho a que se dedicou foram as escavações arqueológicas do Castro de Nossa Senhora da Cola, no concelho de Ourique. Sob o patrocínio da Fundação Gulbenkian, começou os trabalhos em 1958 baseado nas primeiras referências de André de Resende, D. Frei Manuel do Cenáculo e Leite de Vasconcelos. Colocou a muralha a descoberto, restaurou-a, procedeu à escavação do local e inventariou os materiais aí encontrados. Estudou todo o conjunto da Cola (castelo, fortificações secundárias e respetivas necrópoles) descobrindo o que restou de um monumento megalítico no Barranco da Nora Velha e uma necrópole da Idade do Bronze na Herdade da Atalaia. Neste conjunto encontrou materiais arqueológicos das sucessivas ocupações: neolítico, romano, visigótico e islâmico. Alguns destes importantes achados deram entrada no Museu Regional de Beja. Depois de seis longos anos de trabalho na Cola, fez a última visita ao local em janeiro de 1964, integrado numa visita com o ministro das Obras Públicas. Todo o esforço e empenho que colocou na descoberta, estudo e divulgação das ruínas tinham valido a pena, assim o expressa numa carta enviada a um amigo e discípulo: “Foi grande o dia para Ourique, uma verdadeira data histórica. E para a Senhora da Cola Idem. No ‘Diário do Alentejo’ terás visto aquele passo do ministro no qual assinalou a contribuição
importante que para o património arqueológico do País representa o Castro da Cola que há muito desejava visitar e cuja defesa e valorização eram apoiados com fundamentado interesse pelo Ministério das Obras Públicas. Vê lá tu! E eu com tantas atrapalhações, porque o dinheiro tem sido pouco e pago tão tarde que tenho andado sempre com milhares de escudos adiantados do meu bolso e a incerteza de que mos paguem! Isto é assim mesmo meu velho: temos que nos arriscar e sacrificar muito, até que nos vejam e nos façam justiça. Agora parece que a coisa carrila devidamente. Antes que arrefeça, vou-me desunhar em relatórios, exposições, sugestões, petições, (...).” Não chegou a concretizar este último sonho, faleceu na madrugada de 17 de fevereiro de 1964. Por sua expressa vontade foi sepultado em Beja, a sua amada Pax Julia. Tinha 68 anos. Em 1996 o Museu Regional de Beja organizou uma exposição comemorativa do centésimo aniversário do seu nascimento. Atualmente, numa parceria entre Museu – Biblioteca da Fundação da Casa de Bragança e o Museu Regional de Beja, está patente no castelo de Vila Viçosa a exposição “Abel Viana – Paixão pela Arqueologia”, que homenageia este ilustre arqueólogo, vianense de nascimento e alentejano por adoção. Os seus múltiplos estudos e achados arqueológicos são, ainda hoje, uma referência importante para todos aqueles que investigam nas áreas da história, arqueologia, etnografia ou museologia. Francisco Paixão
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Não é alentejano quem quer. Ser alentejano não é um dote, é um dom. Não se nasce alentejano, é-se alentejano. (…) É a nossa forma de ser, as nossas paisagens, a nossa gastronomia, a nossa música, o nosso cante e o nosso modo de estar na vida, que nos distingue do resto dos portugueses. Somos privilegiados simplesmente por ser quem somos, porque somos alentejanos. Ricardo Colaço, Rádio Pax, 10 de março de 2013
Opinião
Sines: a saga continua Francisco Manuel Sabino Sociólogo
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stá publicado em http://www.ieva.pt/ o documento que contém os projetos prioritários que o governo propõe realizar no período 2014-2020. São trinta projetos que deverão poder beneficiar de financiamentos comunitários, com o objetivo de reduzir o esforço orçamental do Estado e permitir a execução de obra em setores fundamentais das economias regionais com inevitável reflexo na economia nacional. Nesta lista de infraestruturas de elevado valor acrescentado (IEVA), constam oito projetos no setor ferroviário, entre os quais o Corredor Sines / Setúbal / Lisboa – Caia (Lisboa / Setúbal / Sines / Caia + Poceirão / Vendas Novas, Bombel / Casa Branca, Ramal Petrogal Sines); num investimento previsto de mil milhões de euros, e conclusão prevista para depois de 2016, e antes fim QCA. Só que a 25.ª posição em que se encontra posicionado parece não condizer com a importância que este projeto tem assumido, digamos, nos últimos 15 anos, nas manifestações públicas dos sucessivos governantes da República. É um projeto infraestrutural de maior importância que deveriam ser tratados com maior responsabilidade pelos governos, e não abordado ao sabor das agendas políticas da ocasião. Em Espanha esta matéria está a ser levada muito a sério e o plano estratégico ferroviário da Andaluzia por exemplo, está em franco desenvolvimento, podendo provocar danos sérios nas vantagens competitivas do porto de Sines. Em finais de 2013, o Governo voltou a anunciar mais um investimento neste corredor e até com o beneplácito de Bruxelas, pela voz autorizada do Comissário dos Transportes, Siim Kalas, a disponibilizar uma importante fatia comunitária para as obras a iniciar em 2014. Ao longo destes anos têm igualmente sido diversas as abordagens com que se tem procurado incrementar este corredor, consagrando-se agora, ao que parece, a possibilidade de aproveitamento da oportunidade de a via vir a ser construída com recurso à instalação de um terceiro carril, possibilitando assim a utilização polivalente, passageiros e mercadorias, não perdendo a conectividade com a restante rede nacional, e permitindo a ligação a toda a Rede Transeuropeia de Transportes. Este é, no momento atual, o estado da arte desta ligação. Parece haver os fundos necessários em Bruxelas para fazer a obra, e por se tratar de um investimento integrado nos projeto prioritários da RTE-T, esse financiamento pode ir aos 85 por cento. Contudo, porque como pela nossa parte temos andado estes anos a marcar passo e a opinar sobre o supérfluo nesta ligação, em vez de termos determinado uma visão clara sobre o papel que queremos para o porto de Sines, e reforçar-lhe o peso que detém sobre praticamente todo o hinterland ibérico, Bruxelas vai-nos seguramente pedir contrapartidas para libertar as verbas. Talvez por Bruxelas conhecer este comportamento derivativo da nossa política em relação a este empreendimento, não seja de admirar que nos venham agora colocar em cima da mesa alguns pedido “extraordinários” como sejam um prazo para a conclusão da obra, e que a mesma passe por um entendimento de compromisso político supra legislatura, que resista pois ao calendário de um governo em fim de mandato. Parece acertado. Outro aspeto que poderá ser contemplado no caderno de encargos da CE, poderá ser algo que na Extremadura espanhola já foi feito há quase dois anos e que é um estudo de viabilidade económica da ligação ferroviária neste corredor. O estudo lá está feito, e chama-se “Análisis de la demanda de transporte de mercancías existente en el sudoeste europeo que sea susceptible de ser transportada por modo ferroviario a través del eje Sines/Algeciras-Madrid-París y
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No passado mês de fevereiro passaram 50 anos sobre a morte de ABEL VIANA. Para a maioria das pessoas, dos bejenses, não passa de mais um estranho e longínquo nome que apenas existe gravado em azulejos numa das ruas do centro da cidade. Mas Abel Viana foi, por certo, o arqueólogo que mais se interessou pela história do Baixo Alentejo em meados do século passado. Por tudo o que nos legou, hoje o homenageamos no “DA”. PB
Estou alinhado com aqueles que sentem e dizem “Portugal está pior”. A larga maioria dos portugueses está cada vez mais pobre, não há emprego, não vivemos acima das nossas posses pois nem sequer há dinheiro para resolver problemas básicos. A enorme campanha de propaganda que visa encher a cabeça das pessoas choca na dureza do dia-a-dia. Portugal precisa de um novo rumo. José Alberto Fateixa, “Brados do Alentejo”, 6 de março de 2014
la travesía central de los Pirineos”, e foram apresentados os seus resultados operacionais numa iniciativa da CCDR Alentejo, e apadrinhada pela Câmara de Vendas Novas, num evento ali realizado destinado a apresentar as conclusões do estudo. É claro que serão lícitos estes pedidos de compromisso, no entanto, o que nos parece merecer reparo, é a oportunidade com que o zelo de Bruxelas se faz sentir. Este compasso de espera pode dar tempo a Espanha para ajustar melhor os seus calendários, sobretudo no corredor mediterrânico, e retirar competitividade no hinterland ibérico a Sines, relegando-o para uma posição apenas centrada na sua valência oceânica como porto de transhipment, repercutindo-se assim muito pouco ou quase nada do seu produto na economia regional. Na frente interna, essa posição parece favorecer os lóbis que vêm o porto de Sines destinado apenas a ser exectamente uma paltaforma marítima a quem deve ser apenas aumentados os cais de acostagem e espaço para movimento de cargas, favorecendo precisamente esta visão de trasnshipment e de continuado desligamento às economias regionais. É uma visão que em muito se assemlha ao que atualmente ocorre na nossa vida nacional: o porto está bem, mas a região nem por isso. É uma oportunidade que a região tem de fazer ouvir a sua voz, a começar nas opiniões deixadas na plataforma de consulta pública destes projetos, e que, simultânemante publicite essa opinião com voz audível no território e fora dele. Marketing territorial é isso mesmo. Para obras de Santa Engrácia já temos que chegue com o nosso Panteão Nacional.
Fundamentalismos Manuel António Guerreiro do Rosário Padre
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xiste no ser humano a tentação de fazer leituras unívocas e restritivas das palavras, esquecendo que elas podem ser ambivalentes, equívocas, e o seu sentido estrito ser facilmente superado pelo lato. A palavra fundamentalismo, por exemplo, pode ter muitas interpretações, não exclusivamente religiosas, pois existem fundamentalistas em todos os setores, desde o futebol, à política. O que têm de comum entre si, é que todos convivem mal com a diferença, e consideram-se os únicos detentores da verdade. Quem não pensa como eles está no erro e a sua opinião não conta. Quando se entra por este caminho é fácil perder a objetividade, e construir projetos onde só o subjetivismo conta e serve de critério. Quem procura agir objetiva e subjetivamente de forma correta, percebe o perigo aqui subjacente, pois é efetivo o risco de pintar tudo segundo os nossos critérios. Vale tudo: mentir, omitir, falsear dados, estatísticas, etc. Este tipo de processos não deve servir para ninguém, cristãos incluídos. A verdade deveria ser a bússola que norteia a navegação da nossa vida e ninguém está acima dela. O apóstolo e evangelista João, diz que só a verdade liberta e, por isso, só seguindo por ela temos a certeza de percorrer caminhos seguros e autênticos. Verdade e liberdade são, aliás, um binómio que não deveria ser separado, sob pena de nos afundarmos no pântano dos “ismos”: individualismos, relativismos, subjetivismos… Vêm estas palavras a propósito das discriminações e ataques que se têm abatido sobre muitos cristãos, não apenas nos habituais lugares de conflito, mas também em alguns países ocidentais, onde minorias com fortes apoios económicos, institucionais e mediáticos, não olham a meios para atingir os seus fins. Se a Igreja e os cristãos erram, merecem ser criticados e corrigidos, mas não se inventem razões quando elas não existem, em nome, pelo menos, da honestidade intelectual, da liberdade e da verdade.
Militância partidária Manuel Maria Feio Barroso Doutorado em Pedagogia
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erminou mais um congresso partidário, neste caso, do PPD/PSD. De igual forma, há algumas semanas, o CDS/PP reunira-se, também, em congresso, aliás, num ciclo de alguma regularidade de congressos, ou reuniões afins, das várias organizações político-partidárias. Estes são os momentos em que estas organizações decidem grande parte das respetivas estratégias, designadamente quem as representará nos tempos imediatos. De igual forma, sabe-se que é a partir da resultante destes encontros, conjugada com os resultados eleitorais que lhes sucedem, que se determina a configuração básica da gestão política de Portugal, nos mais diferentes tipos. Esta é, inequivocamente, uma das principais fontes da relação entre as forças político-partidárias e os cidadãos. Todavia, este processo parece alimentar um forte equívoco. Por um lado, constata-se um forte alheamento das pessoas face às “militâncias” partidárias, arriscando-me a dizer que este será um traço comum a todas as forças partidárias – umas mais que outras, mas, todas elas, sofrendo de semelhante enfermidade. Por outro, é um facto inquestionável que continua a aumentar a taxa de não participação dos cidadãos nos sucessivos processos eleitorais, de todo o tipo. De forma genérica, poder-se-á considerar que as estratégias utilizadas não têm conseguido inverter o sentido de desmobilização formal dos cidadãos, face à participação cívica comum. Em sentido contrário, evoluem os níveis de desagrado dos cidadãos face ao sistema. É inegável a fortíssima dissonância entre as pessoas e a generalidade da estrutura (e conjunturas) da vida pública – quer no plano nacional, quer em contextos localizados. Quiçá, esta matéria constitua o maior fator de risco do sistema democrático. Tudo isto suscita uma (re)visita a um conceito de enorme importância na vida cívica: - A “militância”! A “militância” não é um conceito reservado à condição de vínculo formal, seja ao que for. Pelo contrário, a “militância” decorre da disponibilidade individual para o exercício integrado num determinado sistema de valores. Eu não sou “militante” formal de nada! Como eu… somos milhões! Todavia, considero-me “militante” de causas. Por isso, aqui estou! Porém, a ideia de “militância” continua a estar associada a um domínio formal, restrito, com parâmetros definidos… todavia, essa é apenas a “militância formal”! Aliás, talvez por isto, parece haver algum pânico ou prudência por parte de organizações político-partidárias, na incorporação de “independentes” nas suas fileiras, onde esses “entes estranhos” poderiam provocar alguma alteração no “status quo”… É a partir dessa “militância formal”, de base político-partidária, que se define a generalidade das decisões sobre o bem comum. Salvo raras exceções, ao universo do cidadão comum ou dos “militantes informais” (conhecidos por “independentes”), onde me incluo, apenas parece estar reservado o cumprimento daquelas decisões, em cuja natureza resida, quiçá, uma das causas básicas para a crescente não participação cidadã na vida coletiva. Tenho consciência da importância dos partidos políticos, aliás, base estrutural e imprescindível da nossa organização democrática. Porém, reservo-me o direito de poder contribuir com a minha vontade e os direitos que me assistem cívica e constitucionalmente no processo de construção das decisões do meu país, sem que, para tal, me seja “exigida” – direta ou indiretamente - qualquer vinculação partidária para o exercício desses direitos. Por tudo isto, considero-me um “militante informal” nas causas cívicas e humanistas.
Os INSTITUTOS POLITÉCNICOS, nomeadamente os do interior do País, como o de Beja e o de Portalegre, continuam na sua incerta caminhada para o abismo. O ministro Nuno Crato já deixou bem claro que quer distinguir com rigor aquilo que é ensino politécnico e ensino universitário. Seja lá isso o que for. Mas a história recente dos politécnicos diz-nos precisamente o contrário. A ambiguidade costuma antever os piores remédios. PB
Votar nas eleições para o Parlamento Europeu
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e é cidadão europeu e reside noutro país da União Europeia, num dos seus 28 Estados membros, tem direito a votar e a apresentar-se como candidato nas eleições para o Parlamento Europeu realizadas nesse país. Se é estrangeiro e tenciona participar nas eleições para o Parlamento Europeu no país onde reside, deve exprimir a sua intenção e pedir para ser inscrito nas listas eleitorais do país em causa. No caso de Portugal, as eleições para o Parlamento Europeu realizam-se este ano a 25 de maio, devendo os cidadãos estrangeiros inscreverem-se nas listas até ao dia 25 de março. Quando se inscrever como eleitor para as eleições para o Parlamento Europeu, terá também de se comprometer a votar uma única vez em cada exercício eleitoral, deixando por isso de o poder fazer no seu país de origem. Enquanto cidadão da UE, poderá votar nas mesmas condições que os cidadãos nacionais do país onde reside. Se, para poderem votar, os nacionais do seu país de acolhimento tiverem de provar que residem no país há algum tempo, esta obrigação aplicar-se-á também a si. Porém, devem ser tidos em conta os períodos passados noutros países da União Europeia, ou seja, países diferentes do seu país de origem.Podem existir regras especiais em países da UE onde mais de 20 por cento do total de eleitores não são nacionais do país. Nesses casos, o país de acolhimento pode exigir um período adicional de residência para lhe permitir participar nas eleições para o Parlamento Europeu. Atualmente, o único país nesta situação é o Luxemburgo. Se o voto nas eleições para o Parlamento Europeu for obrigatório no seu país de acolhimento e se estiver inscrito nas listas eleitorais desse país, é obrigado a votar como os cidadãos desse país.O voto é obrigatório nos seguintes países da UE: Bélgica, Chipre, Grécia e Luxemburgo. Para se apresentar como candidato às eleições para o Parlamento Europeu, terá de fornecer uma declaração que comprove que reúne as condições necessárias e que não se apresentou como candidato noutro país da União Europeia.
Representação em Portugal da Comissão Europeia
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A crise toca a todos. E toca a alguns com feroz intensidade. 15 Como é o caso dos PESCADORES ARTESANAIS do litoral alentejano. Já não bastava a miséria que é paga em lota pelas parcas capturas, ainda apareceu este inverno que impede há três meses a esta parte as saídas para o mar. Sem recursos, nem meios para contratar populações, os mestres das embarcações resolveram o problema recrutando as próprias mulheres. PB
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Cavaco Silva lembro que até 2035 não nos livraremos daquilo a que Paulo Portas designou de estatuto de “protetorado”. Se a média de óbitos nos últimos anos se mantiver isto significa que, daqui até lá, mais de dois milhões de portugueses morrerão antes de Portugal voltar a ser verdadeiramente livre. Nem uma guerra pela independência provocaria tal calamidade. Pedro Tadeu, “Diário de Notícias”, 11 de março de 2014
Cartas ao diretor Sabedoria Os sem abrigo José Ramos Caparica, Almada
O livro de “provérbios” do rei sábio Salomão, termina com um elogio à mulher exemplar ou virtuosa, descrevendo-a como eficiente em todos os labores da vida: “Uma mulher de valor quem a poderá encontrar? Sua virtude é muito superior ao das pérolas. O coração de seu marido nela confia, e jamais lhe falta coisa alguma. Ela proporciona-lhe o bem e nunca o mal, em todos os dias da sua vida, trabalhando de boa vontade com as suas mãos. Estende os braços ao infeliz e abre a mão ao necessitado… fala com sabedoria, tem na língua instruções de bondade. Atende ao bom andamento da sua casa, e não come o pão da ociosidade… a mulher que teme ao Senhor, essa será louvada”. Salomão escreveu também o livro Sabedoria e ainda Eclesiastes. No primeiro dá uma exortação para se praticar a justiça “buscando-a com sinceridade de coração”. Escreve-nos que “a sabedoria não entrará numa alma maligna, nem habitará num homem sujeito ao erro e pecado, afastando-se dos pensamentos insensatos”. Acrescenta que “a sabedoria é um espirito benevolente, mas que não deixará sem castigo os lábios blasfemos”. Avisa: “Abstende-vos, pois, de murmurações inúteis, evitai que a vossa língua se entregue à maledicência, porque a palavra secreta não fica sem efeito, e a boca que calunia dá morte à alma”. O rei sábio acrescenta que a morte não vem de Deus, mas do pecado: “Não procureis a morte com uma vida desregrada (saiam da regra, pratiquem abusos) nem susciteis a vossa perdição com as obras das vossas mãos. Deus tudo criou para a existência, e todas as criaturas têm em si a salvação, não há nelas veneno de morte, nem o poder do hades (inferno) domina na Terra, porque a justiça é imortal”. Noutro capítulo do livro fala-nos da existência dos ímpios (materialistas e ateus) e suas atitudes para com os justos que são fiéis, e não se afastam do bom caminho. Escreve-nos Salomão que haverá um castigo para os ímpios e um prémio para justos “porque a esperança destes estava cheia de imortalidade, vivendo sempre em paz”. A seguir o rei dá um elogio da sabedoria aos governantes, havendo na eternidade mais rigor e responsabilidade aos que mandam do que aos que são mandados. “A sabedoria é para os homens um tesouro inesgotável, sendo recomendáveis a Deus pelos dons da instrução”. Salomão pediu a ele sabedoria e obteve-a. Este livro é um dos 74 livros que compõem a Bíblia Católica, dos frades franciscanos. Merece ser lido, meditado e levado à prática. Não se encontra nas Bíblias Evangélicas.
Edviges Cabrito Beja
Uma associação de 40 anos e com 200 e tal sócios, abrigados (obrigados) em secretária de quatro metros quadrados (quem não chora não mama). Já deixaram de chorar há muito e os pais, se os tiveram, deixaram de existir há alguns anos. Nesse tempo, dizia-se ou cantavase: tanta terra abandonada e eu sem um palmo. Hoje, no vosso jornal, os sócios do Murpi (Associação dos Reformados, Pensionistas e Idosos do Concelho de Beja) poderão ou podem dizer a toda a cidade e não só, que a associação não dispõe de instalações condignas para receber todos os seus sócios, para as suas reuniões e diversas atividades. Terão os decisores de todas as direções conformados (ou acomodados) sem soluções à vista e com tantas casas devolutas e fechadas? No carnaval ninguém leva a mal.
Amianto António Colaço Santiago do Cacém
Nos anos 40 do século passado, andava eu na escola primária, comecei a ouvir falar de um produto chamado lusalite, umas chapas lisas ou onduladas feitas de fibrocimento e que desde então passaram a ser muito utilizadas na cobertura de casas, em substituição da antiquíssima telha mourisca feita de barro. A fábrica onde era produzido este novo material situava-se na Cruz Quebrada, junto à linha ferroviária de LisboaCascais, mas creio que há muito desertou dali ou a firma Lusalite terá mesmo deixado de existir. Sabe-se hoje que o pó que se vai soltando dessas chapas de fibrocimento, o amianto, é altamente cancerígeno. Investigadores e médicos deram o alerta. Em muitos países a utilização das chapas de fibrocimento foi condicionada. Entre nós, como quase sempre acontece, as medidas restritivas ainda em nem sequer foram tomadas. Entretanto, nestes últimos setenta e muitos anos, quantas pessoas perderam a vida devido ao contágio dessa malfadada poeira! Lembremos, entretanto, que já existe, desde 1983, uma diretiva da União Europeia prevenindo contra os perigos do amianto e, em 2003, o Parlamento Europeu foi mais longe e proibiu a colocação no mercado e a utilização de produtos com amianto. Em Portugal, só agora se encarou o perigo. Torna-se por isso necessário que a
opinião pública pressione as autoridades para a solução desta calamidade. Este o porquê desta nota. É que das traseiras da casa onde vivo, na bela cidade de Santiago do Cacém, lobriguei, por acaso, dois ou três prédios – e talvez haja mais fora do meu horizonte visual – da avenida Manuel da Fonseca, edifícios modernos, por sinal, cujos telhados são constituídos por placas de fibrocimento. Não sei se já ali faleceu alguém vítima de cancro. Mas tenho a certeza de que os moradores naqueles edifícios se sentirão mais seguros se estiverem cobertos por telhas de barro. E estou certo de que a câmara municipal não deixará de averiguar a perigosidade do caso, mesmo sabendo-se que não foi ela a responsável da construção dos edifícios.
Relvas José Carlos Albino Messejana
Em 1916, Almada Negreiros, com 23 anos, subindo a mesa de café, declamou o seu Manifesto Anti -Dantas, tendo a partir daí sido um enorme êxito editorial e um préanúncio do Movimento Futurista. Deixo-vos, com as suas palavras iniciais: “Basta Pum Basta! Uma geração, que consente deixar-se representar por um Dantas, é uma Geração que nunca o foi. É um coito d’indigentes, d’indignos e de cegos. É uma resma de charlatões e de vendidos, e só pode parir abaixo de zero. Abaixo a Geração! Morra o Dantas, Morra! PIM!” Não vivi em 1916, mas sei que Dantas era o “culto do regime”, porque proclamava mediocridades e posturas serôdias, servindo ignorância ao povo, conforme vontade do poder. Nós por cá, em 2014, quase cem anos depois, temos um Relvas que, não na cultura, mas na política e economia, mexe os cordelinhos que conduzam à perpetuação do mesmo pessoal nos poderes. Outros Relvas, de várias especialidades e em vários palcos, seguem-lhe o exemplo, com as necessárias adaptações, pois Relvas só há um! Mas o Relvas é bem pior e mais perigoso que o Dantas, pois não é tanto por representar uma geração, é mais como ator-jogador desta época perdida e ser sua imagem, hoje recolocada nos palcos partidários, por chamamento do seu principal dependente – o Passos, primeiro-ministro. Contudo, concluo com uma pergunta a vós caros leitores. Acham que aquele parágrafo do Manifesto Anti -Dantas, pode ser fato para os Relvas de hoje? A resposta deem ao vosso círculo de companheiros.
16 Diário do Alentejo 14 março 2014
Geralmente, tem que chover logo cedo, aí em outubro, e chover bem até dezembro. Se chover mais tarde, os cogumelos já não conseguem rebentar.” José Lampreia
Reportagem
Apanhadores de Cabeça Gorda queixam-se do ano “ruim” mas não desistem
Está aberta a época do cogumelo
O
dia amanheceu radioso. É o primeiro deste inverno a cheirar a primavera e não poderia ter vindo mais a propósito para abençoar o arranque da edição inaugural do Silarca – Festival do Cogumelo. No centro da aldeia de Cabeça Gorda, ultimam-se os preparativos na chamada Tenda Micológica, onde este muito apreciado recurso silvestre terá estatuto de rei durante um fim de semana (o passado, entre 7 e 9). Mas a escassos quilómetros, no Perímetro Florestal, os apanhadores, mais ou menos experimentados, aproveitam os primeiros raios de sol da época para lhe prestarem homenagem ali mesmo, no seu habitat, dando seguimento a uma atividade de gerações. O território é vasto, falamos de cerca de 300 hectares de montado e de um chão bastante acidentado e coberto de arbustos rasteiros, que vão arranhando as pernas à nossa passagem. A tarefa não é fácil, mas o “vício” de alguns é tal que
Uns fazem-no por motivos económicos, como complemento do rendimento familiar, em tempos de desemprego. Mas o cogumelo não é um recurso seguro. Nasce quando o terreno e o tempo são propícios, não obedece ao homem, é livre. A maioria, porém, fá-lo pelo desafio da busca e pelo regresso à natureza, mesmo que até não aprecie especialmente o petisco. E pela tradição. Cabeça Gorda é terra de apanhadores de cogumelos e agora também de um festival dedicado à silarca, que decorreu no último fim de semana. Com os primeiros raios de sol da época, o “DA” foi ao campo, ao encontro destes verdadeiros detetives do montado, e aprendeu como se faz. Texto Carla Ferreira Fotos José Serrano
até pode justificar tirar umas férias no trabalho. 15 dias inteirinhos para apanhar cogumelos. É o que faz religiosamente, todos os anos, António Frieza, funcionário da Base Aérea de Beja. Damos com ele pelo azul escuro da roupa desportiva e do boné, em contraste com o verde seco da paisagem. Caso contrário facilmente se confundiria, tal é a sintonia com os ritmos naturais. Vai devagar, ligeiramente encurvado, olhos postos no solo. Para equipamento, não precisa de mais do que um saco de plástico vulgar e um ferro delgado para escavar. A visão treinada aponta para as rachadelas no solo, os “escarchões”, impercetíveis para qualquer leigo. Com a bota, pressiona o terreno fofo e confirma logo ali que por debaixo rompe um cogumelo. “Gosto de vir. Os meus avós, os meus pais, os meus tios, já vinham e eu também apanhei este bichinho”, confessa, sem tirar os olhos do chão. E não o movem motivos económicos,
Um santuário da silarca em Cabeça Gorda
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nem tão pouco a gula. Encara a atividade como um desporto e também como mais um pretexto para o convívio: “Gosto mais de apanhar do que de comer, na pesca acontece-me o mesmo. É só para consumo da casa, em família, com os amigos, para os petiscos”. No espaço de uma hora, a safra já lhe rendeu “uns 14 ou 15”, um número que fica muito aquém dos “dois ou três sacos cheios” que conseguia levar para casa no ano passado, por esta altura. “Este ano está muito fraco”, lamenta, mas não se dá por vencido, que a manhã ainda não terminou. Noutra parte bem distante do Perímetro Florestal, Manuel Veiga colhe os frutos da sua pouca experiência e também do “ano ruim”. Já há quase uma hora que anda a calcorrear o terreno, de chave de fenda em riste e apenas carrega no saco uns míseros três exemplares. “Choveu mas pouco e a terra já está muito rija. O ano passado, por esta altura, não saía daqui sem levar o saco cheio”, justifica-se, limpando o suor da testa. Tem 51 anos este pedreiro desempregado e só há três é que se estreou na arte de farejar cogumelos debaixo dos pés. Começou a acompanhar os amigos, para ver “como é que eles faziam”, e apanhou-lhe o gosto. A verdade é que não se confessa grande apreciador deste recurso silvestre, gastronomicamente falando, mas gosta desta “entretenga saudável” que o transporta até ao “sossego” do campo, e o ajuda a desviar-se dos vícios nocivos, agora que tem todo o tempo do mundo. “Não vou ao café e fumar também se fuma menos. Ainda só fumei um cigarro desde que estou aqui. A gente anda com a cabeça no chão, a ver, e nem se lembra do tabaco”. A sua escassa experiência em terra de apanhadores veteranos – não se atreve a comparar-se com os que “se batem nisto há muitos anos”, diz – já serve pelo menos para se precaver de uma possível intoxicação com a espécie errada. “Já ouvi falar em mortes mas aqui não, é sempre lá para o Norte, onde há mais qualidades”, adianta, retirando um exemplar do saco, para demonstrar a técnica. “Para mim é fácil. Neste, por exemplo, se eu pressionar com o dedo, ele fica avermelhado, e isso é bom. Depois, há o cheiro: o venenoso não cheira e este cheira mesmo a cogumelo”. Maria Bastidas não é de Cabeça Gorda, nem tão pouco é portuguesa. Mas também se junta agora aos apanhadores da terra, em busca do recurso por que se apaixonou quando chegou à Associação de Defesa do Património de Mértola (ADPM), onde é técnica há seis anos. Cabe-lhe, PUB
Perímetro Florestal de Cabeça Gorda e Salvada é uma espécie de santuário da silarca. São 300 hectares de montado, um terreno virgem onde se podem avistar veados (ainda que por segundos) e, pelo menos, o rasto dos javalis. O portão não dá passagem a automóveis, mas a população pode facilmente entrar, avisada desde logo, à entrada, de que deve respeitar a “mãe” natureza. “Aqui neste espaço, temos as condições ótimas ao crescimento deste fungo. É um recurso natural, nós não queremos controlá-lo e por isso procuramos sensibilizar no sentido da melhor apanha. Tapar o buraco de onde o cogumelo é retirado é um exemplo, além de outras formas de preservação do terreno onde eles crescem para que, no ano seguinte, os tenhamos novamente”, explica Álvaro Nobre, presidente da Junta de Freguesia de Cabeça Gorda, organizadora deste Silarca – Festival do Cogumelo, em parceria com a ADPM. Um dos objetivos do evento é justamente “dar a conhecer” este recurso silvestre junto da população, do comércio e dos restaurantes, para que, de algum modo, “se tire partido dele, apesar de ser escasso”. Porque nasce livremente, sem intervenção do homem, é sempre limitado no seu potencial económico, mas pode ser uma ajuda. “Há muita gente desempregada, sem outras oportunidades, e portanto apostam na apanha do cogumelo como forma de tirar algum rendimento, embora não seja muito”, adianta. E quanto ao seu potencial enquanto atrativo de visitantes, já foi candidatado ao Programa de Desenvolvimento Rural (Proder) um projeto que visa pôr no terreno cinco percursos temáticos, um dos quais dedicado à amanita ponderosa (silarca), que deverá estar em funcionamento “dentro de três, quatro meses”. “Haverá sinalética a indicar e a explicar também a forma mais correta de apanhar e os locais onde é previsível que surjam com mais abundância”, desvenda. CF
no dia seguinte, conduzir um “passeio micológico” no âmbito da programação do festival, do qual a ADPM é parceira, mas de momento está apenas a servir de cicerone aos jornalistas. Chilena e geógrafa de formação, tem feito do desenvolvimento sustentável dos recursos micológicos uma bandeira, tanto que o projeto que lidera foi recentemente distinguido no âmbito da 5.ª edição do Prémio Terre de Femmes, da Fundação Yves Rocher. Maria Bastidas foi a segunda classificada entre as três mulheres que este ano deram nas vistas pelo seu trabalho “de defesa da preservação da natureza”. E quanto ao fascínio que nutre pelo cogumelo, as razões são várias, enumera. A começar
pela sua natureza de “fruto de um fungo, que tem a capacidade de ajudar as árvores, as plantas e a vegetação em geral a aguentar melhor a seca e as condições rigorosas deste tipo de climas” e pelo “papel chave” que desempenha em termos ambientais. Há, por outro lado, toda a componente cultural associada, que se prende “com o convite a passear pelo campo, a ter uma vida mais saudável” e, claro, com os momentos de convívio que gera: “As pessoas gostam de o apanhar mas também de o comer em companhia”. Quando se fala em cogumelos no Baixo Alentejo, estamos a falar sobretudo de duas espécies: a silarca (amanita ponderosa), que dá o nome ao festival, e as túberas, igualmente fruto
de um fungo. A aposta da ADPM é que ambas cheguem e conquistem a “gastronomia gourmet a nível nacional” e constituam tema de circuitos e atividades turísticas – o chamado “micoturismo”. Para tal, há que trabalhar a montante, promovendo o recurso junto da população, como “complemento para as famílias em termos económicos”, mas sem esquecer de “incentivar uma apanha que seja sustentável”, sendo que este é apenas um entre outros fatores – a gestão do território, a forma como se cuida o mato e o montado – que podem assegurar a continuidade dos recursos micológicos, em quantidade e qualidade. As condições climatéricas são a outra parcela da equação a ter em conta, mas quanto a isso nada há a fazer. “Não se consegue prever, é cíclico. A primavera passada foi espetacular, havia montes de cogumelos e túberas, mas a anterior, tal como este ano, foi muito pobre”, lembra Maria Bastidas, que aproveita para chamar a atenção para a confusão que facilmente se pode estabelecer entre a ponderosa e a sua “prima” amanita phalloides, espécie que é mortal. “Ambas têm o mesmo desenvolvimento, primeiro em ovo, antes de começar a criar-se esta espécie de chapéu. E o facto de os cogumelos serem apanhados ainda em ovo dificulta esta identificação e cria problemas de segurança alimentar”, avisa, alertando para os sinais dados pelas cores. A comestível “fica cor-de-rosa ao tato”, a venenosa “é imutavelmente branca”. Lá mais adiante vai José Lampreia, a mesma pose encurvada, a mesma obstinação com o terreno que vai pisando. Motorista já reformado, tem 67 anos e muitas horas no rasto dos cogumelos. Consequência de ter nascido no campo, “num monte na freguesia de Quintos”, explica. Sabe-lhe, por isso, todas as manhas, os sítios onde melhor se dá, “entre mato e arvoredo”, e as condições climatéricas que o fazem romper em abundância. “Geralmente, tem que chover logo cedo, aí em outubro, e chover bem até dezembro. Se chover mais tarde, já não conseguem rebentar”, atira, com precisão científica. Em duas horas de caminho, juntou sete ou oito no saco, nada que se compare à “doidice que foi o ano passado”. “Nunca tinha encontrado tanto cogumelo”, descreve, mas sem mágoa. É que, como todos dizem, a paixão pela apanha está no desafio. “Estou aqui pelo gosto de andar à procura”, conclui. E sem se ter cruzado no campo com António Frieza e Manuel Veiga, os nossos primeiros apanhadores, repete-lhes a máxima: “Até gosto mais de os procurar do que de comê-los”.
Campeões nacionais (atletismo) em Odemira
Diário do Alentejo 14 março 2014
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Desporto
A equipa do Núcleo Desportivo e Cultural de Odemira (NDCO), composta pelos atletas Raul Lourenço, André Santos, Pedro Silva e Nelson Martins, conquistou o título de campeão nacional de estafetas (4x200) no escalão de >35 anos, no Campeonato Nacional de Veteranos em Pista Coberta, realizado em Pombal. Raul Lourenço, Paula Laneiro e Cláudia Lourenço conquistaram também lugares de vice-campeões noutras disciplinas.
32.ª Volta ao Alentejo em Bicicleta Realiza-se entre os próximos dias 26 a 30, a 32.ª Volta ao Alentejo em Bicicleta/Liberty Seguros, prova organizada pela empresa Podium com o apoio da Cimac – Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central e de outras autarquias alentejanas. O percurso será anunciado durante a próxima semana, sendo certo que terminará em Évora, após uma etapa (5.ª e última) que terá início em Montemor-o-Novo.
Moura joga no terreno do Montemor e Almodôvar desce até Lagos
Moura voltou a ceder pontos Pois, o Moura jogou em casa e perdeu. Era a isto que chamávamos as intermitências exibicionais de uma equipa que tinha potencial para andar a discutir a subida de divisão e anda a lutar para não descer.
não foi capaz de virar o resultado. O Desportivo de Almodôvar terá muitas dificuldades para evitar a despromoção, mas se, e, quando caírem, será com honra e dignidade. No domingo vão a Lagos defrontar uma equipa a quem já ganharam esta época e, se
repetirem o triunfo poderão manter acesa a luz da esperança. Resultados da 4.ª jornada: Lagos-Louletano, 1-3; Moura-Cova Piedade, 1-2; Almodôvar-Montemor, 0-1; Quarteirense-Barreirense, 2-1. Classificação: 1.º Montemor, 22 pontos.
2.º Cova Piedade, 20. 3.º Quarteirense, 20. 4.º Moura, 20. 5.º Louletano, 18. 5.º Barreirense, 14. 7.º Lagos, 10. 8.º Almodôvar, sete. Próxima jornada (16/3): Cova Piedade-Quarteirense; Louletano-Barreirense; Lagos-Almodôvar; Montemor-Moura.
E
a derrota caseira com o Cova da Piedade fez a equipa tombar do primeiro para o quarto lugar da tabela, ainda que tenha os mesmos pontos (mas desvantagem no confronto entre si) que as formações do Cova da Piedade e do Quarteirense. No domingo os mourenses jogam no terreno do novo líder, o Montemor, uma equipa com bons argumentos, sobretudo na organização defensiva e que ainda não sofreu golos nestas quatro jornadas da segunda fase. E foi esse União que esteve em Almodôvar há oito dias e venceu tangencialmente, por uma bola a zero, com um tento nos primeiros minutos de jogo. Uma equipa que troca bem a bola, que sai rápido para o seu meio campo ofensivo, onde tem duas torres muito eficazes no jogo aéreo. E quando a equipa almodovarense percebeu o potencial deste Montemor, já estava a perder e
Nacional de Seniores O Montemor marcou cedo e levou os três pontos de Almodôvar
São Marcos venceu em Beja e pode ter assegurado a manutenção
Na hora da despedida...
Campeonato decidido?
C
Distrital de juvenis Série A – 14.ª jornada Serpa-Alvito, 6-0; Despertar-Sto.Aleixo, 17-0; Sp.Cuba- -Desp.Beja, 2-3; Amarelejense-Moura, 1-5. Líder: Despertar, 40 pontos. Série B – 14.ª jornada Milfontes-Odemirense, 1-2; B.ºConceição-Almodôvar, 5-2; Castrense-Ourique, 7-0. Líder: Odemira, 27 pontos. Distrital de iniciados Série A – 14.ª jornada Alvito Bairro da Conceição, 4-0; Ferreirense-Despertar, 1-2; Aldenovense-Serpa, 7-2. Líder: Moura, 34 pontos. Série B – 14.ª jornada Almodôvar-Guadiana, 3-0; Desp.Beja-Milfontes, 0-5. Líder: Aljustrelense, 20 pontos. Distrital infantis 2.ª fase – 3.ª jornada Aljustrelense-Sp.Cuba, 2-5; Despertar-Aldenovense, 2-1; Almodôvar-Despertar A, 2-1. Líder: Despertar A, nove pontos. Próxima jornada (15/3) Sp.Cuba-Despertar A; Aldenovense-Aljustrelense; Despertar B-Almodôvar. Taça Dr. Covas Lima Série A – 3.ª jornada NS Beja-Serpa, 3-1; Desp. Beja-Sto Aleixo, 4-2; Piense-Moura, 1-5. Líder: Moura, sete pontos. Próxima jornada (15/3) Serpa-Piense; Santo Aleixo-NS Beja; Moura-Amarelejense. Série B (Jogo em atraso) Ferreira-Milfontes, 5-2. Líder: Odemirense, seis pontos. Próxima jornada (15/3) Milfontes-São Marcos; Castrense-Odemirense; Ourique-Ferreirense.
Solidariedade em Beja: Desportivo empurrou Despertar para líder umpre-se amanhã a última jornada da 1.ª fase do Campeonato Distrital da 2.ª Divisão, o que significa o fecho da temporada para 11 dos 15 clubes que competiram neste escalão. Com o quadro de equipas apuradas para a segunda fase antecipadamente desenhado, joga-se, na tarde de amanhã, a derradeira jornada desta etapa preliminar da prova. O novo líder recebe o Vasco da Gama e o Amarelejense recebe o Negrilhos, partidas para confirmar quem será o vencedor da série A. Na série B, o Saboia já está seguro como líder, mesmo folgando nesta ronda final. Na jornada anterior surpreendeu o volumoso resultado do Renascente e o triunfo do Desportivo Beja sobre o Amarelejense, oferecendo a liderança ao rival Despertar. Resultados (13.ª jornada): série A: São Domingos-Despertar, 1-1;
Futebol juvenil
Negrilhos-Moura B, 2-3; Desportivo Beja-Amarelejense, 4-3; Vasco Gama B-Beringelense, 1-1. Classificação: 1.º Despertar, 29 pontos. 2.º Amarelejense, 28. 3.º Desportivo Beja, 23. 4.º Moura B, 22. 5.º Vasco Gama B, 19. 6.º São Domingos, 13. 7.º Beringelense, sete. 8.º Negrilhos, quatro. Próxima jornada (15/3): Despertar-Vasco Gama B (13/3, 19,30 horas); Moura B-São Domingos; Amarelejense-São Domingos; Beringelense-Desportivo Beja. Série B: Castrense B-Saboia, 0-1; Aldeia Fernandes-Messejanense, 2-3; Renascente-Sanluizense, 19-1. Classificação: 1.º Saboia, 31. 2.º Renascente, 28. 3.º Messejanense, 21. 4.º Naverredondense, 12. 5.º Castrense B, 11. 6.º Aldeia Fernandes, 10. 7.º Sanluizense, um. Próxima jornada (15/3): Renascente-Naverredondense; Messejanense-Castrense B; Sanluizense-Aldeia Fernandes.FP
V
em por aí mais uma jornada com dérbis, um em Serpa com o vizinho Aldenovense, outro em São Marcos entre os locais e o Castrense. O líder joga outra vez fora de casa, em Odemira, para mais uma partida difícil. Logo ao lado, na Foz do Mira, o Milfontes junta-se ao Guadiana, o Vasco da Gama recebe o Rosairense e o Cabeça Gorda viaja para Pias. O Sporting de Cuba regressa a casa para jogar com o Bairro da Conceição. No rescaldo da última jornada, sobressaiu mais um hino do líder, no palco pelado do Rosário, com letra de Carlos Estebaínha e música de João Nabor, interpretado já nos momentos finais da partida. Destaque para os outros triunfos fora de casa, do Serpa em Mértola, do Milfontes em Castro Verde, do Odemirense no terreno do Aldenovense e, sobretudo, o conseguido pelo São Marcos no Bairro da
Conceição, que pode ter valido a manutenção à equipa de Manuel Simão. Resultados (19.ª jornada): Rosairense-Aljustrelense, 0-2; Aldenovense-Odemirense, 0-2; Guadiana-Serpa, 0-4; Castrense-Milfontes,1-2;BairrodaConceição-São Marcos, 1-2; Cabeça Gorda-Sporting Cuba, 2-1; Vasco Gama-Piense, 4-0. Classificação: 1.º Aljustrelense, 54 pontos. 2.º Vasco Gama, 42. 3.º Castrense, 39. 4º. Milfontes, 38. 5.º Odemirense, 38. 6.º Serpa, 29. 7.º Rosairense, 28. 8.º Cabeça Gorda, 25. 9.º Piense, 21. 10.º Cabeça Gorda, 21. 11.º Guadiana, 18. 12.º São Marcos, 13. 13.º Bairro da Conceição, sete. 14.º Aldenovense, sete. Próxima jornada (16/3): Odemirense-Aljustrelense; Serpa-Aldenovense; Milfontes-Guadiana; SãoMarcos-Castrense;SportingCuba-Bairro Conceição; Piense-Cabeça Gorda; Vasco Gama-Rosairense; Sanluizense-Naverredondense. FP
Liga de benjamins 3.ºMOM – jornada Boavista-Alvorada, 5-1; B.º Conceição-Despertar, 1-0; Renascente-Sanluizense, 8-1; Aldenovense-V.Gama, 6-2; Ferreirense-Castrense, 3-1; Serpa-Alvito,1-2;Cab.Gorda-NS Beja, 3-2; Aljustrelense-Moura B, 3-3; Ourique-Piense, 4-1; Sp.Cuba-Milfontes, 5-2; Almodovâr-CDBeja A, 3-1; Odemira-Ferreira A, 1-10. Próxima jornada (15/3) Alvorada-Renascente; Despertar B-Boavista; Sanluizense-Desp.Beja B; Vasco Gama-Serpa; Castrense-Aldenovense; Alvito Moura A; NS Beja-Piense; M o u r a - C ab e ç a G o r da; Aljustrelense-Ourique; Milfontes-Odemirense; Desp. Beja A-Sp.Cuba; Ferreirense A-Despertar A.
Inatel Futebol do Inatel Agenda 15/16 março Campeonato Distrital 17.ª jornada Grupo B Albernoense-Alvorada; Sta.Vitória-Faro Alentejo; Figueirense-AC Cuba; Mombeja-Vale Figueira. Grupo D Cavaleiro-Amoreiras; Relíquias-Santa Luzia; Luzianes-Soneguense; Longueira-Cercalense.
Começaram em Castro Verde os 14.º Jogos Concelhios, atividade integrada no projeto Atividade com Vida desenvolvimento pelo município local em colaboração com o movimento associativo e escolar do concelho. Os jogos vão dinamizar, ao longo de quatro meses, a prática de 30 diferentes modalidades e integram-se, este ano, na comemoração dos 40 anos da Revolução de Abril.
Canoagem na Mina de São Domingos
O Campeonato Nacional de Esperanças, em canoagem, decorre no domingo, 16, na Tapada Grande da Mina de São Domingos (Mértola), com organização do Clube Náutico de Mértola, Associação de Canoagem do Algarve e Federação Portuguesa de Canoagem. As provas decorrem entre as 10 e as 12 horas, sendo esperados 450 atletas de 33 clubes.
Canoagem em Odemira O município de Odemira e a Federação Portuguesa de Canoagem assinaram um protocolo de cooperação visando “potenciar, afirmar e divulgar as excelentes condições que aquele concelho oferece para a prática da canoagem”. Subjacente a esta cooperação, estão as condições naturais oferecidas pela “conjugação do mar, o rio Mira e a barragem de Santa Clara” e um projeto de investimento em acessibilidades e infraestruturas, orçado em um milhão de euros, para desenvolver nos próximos dois anos.
Treinador do Castrense quer concluir a época com honra e dignidade
“A culpa foi apenas nossa…” O Castrense foi um dos clubes que assumiu a candidatura ao título na presente temporada. Longe dessa meta, e também já eliminado da taça distrito, está em tempo de balanço ao que correu mal durante a época. Texto e foto Firmino Paixão
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a quarta jornada, com duas derrotas, foi buscar David Guerreiro a Almodôvar que deixou o Nacional de Seniores para tentar subir o Castrense. O treinador assume que entrou numa equipa já construída e tentou fazer o melhor possível, mas as coisas não correram muito bem, e confessa: “Não nos podemos queixar da sorte, nem dos árbitros, porque isso não faz parte do jogo, tem sido essencialmente por culpa nossa”. O técnico diz que a equipa tem que entrar em campo sempre com muito espírito competitivo e com a intenção de ganhar. Na corrida para o título, o Castrense já “atirou a toalha ao chão”?
Enquanto for matematicamente possível vamos lutar, já não dependemos de nós, dependemos de terceiros, e muito, porque eles têm uma grande margem de manobra para poderem errar e nós já não temos, já gastámos inúmeras vezes a margem que alguma vez tivemos. Perderam pontos em casa de forma impensável…
Quando não se consegue ganhar com os adversários diretos, com as equipas que, teoricamente, são mais fracas, temos que ganhar sempre, porque as equipas que não são regulares acabam por não conseguir os seus objetivos e é isso que nos está a acontecer. Quais são as fragilidades que impediram o plantel de ter mais sucesso?
Temos um plantel curto e muito jovem, falta-lhe um pouco da experiência que se exige a uma equipa que não pode falhar. Mas os miúdos têm que jogar para ganhar experiência e evoluírem, e é nesse sentido que estamos já a trabalhar este ano. O que se pode esperar do Castrense nos próximos jogos?
Nós, agora, andamos a jogar o jogo pelo jogo, sabemos que os objetivos estão longe e resta-nos dignificar a camisola e defender a nossa dignidade e a nossa honra. É esse Castrense de cara lavada com que podem contar, não andaremos de cabeça baixa, mostraremos o nosso brio profissional, dentro do amadorismo por que nos pautamos. O afastamento da taça distrito foi frustrante, porque seria um segundo objetivo?
Foi uma derrota muito difícil de digerir. Sabíamos que estávamos longe da discussão do campeonato e na taça dependíamos apenas de nós. Falhámos por culpa própria, isto é o futebol que tantas vezes
nos faz sorrir e, às vezes, nos entristece. Temos que esquecer esta época lembrando-nos sempre dela, porque nos dará bagagem para os próximos anos. O plantel será reformulado para o resto da época desportiva?
Quando se assumem compromissos com jogadores é para os assumir. Não os contratamos a prazo, temos que estar com eles, nos bons e nos maus momentos. É isso que a direção fará, mesmo sabendo que alguns não corresponderam às expetativas, mas o Castrense é um clube diferente e manterá a sua estrutura até final. O clube tem estabilidade e condições para competir a outro nível…
É um clube que não pertence ao distrital, não tirando mérito ao nosso campeonato, mas é um clube que, pelo seu historial e pelas condições que oferece, não merece andar neste patamar. Tem que estar sempre de passagem pelo escalão distrital, pensar sempre mais alto, porque tem conões para se manter num campeonato dições ional. nacional. A sua mudança de Almodôvar para a Castro Verde tinha subjacente te a conquista do título com o Castrense? trense?
O objetivo era esse, estávamos na quarta jornada e a equipa tinhaa perdido duas vezes, exatante o mesmo número de dermente as que tive na época passada em rotas modôvar e ganhei o campeonato. Almodôvar
Sabia que a prova deste ano era mais difícil e que a margem era muito curta, mas tentámos, e no início as coisas até nos sorriram bem mas depois acabámos por falhar em alturas em que não podíamos. Teve uma proposta irrecusável para deixar um campeonato nacional e voltar ao futebol distrital?
Não podemos ver as coisas por aí. Acho que fiz um bom trabalho em Almodôvar, mas gosto de desafios, seja em equipas melhores ou piores e o desafio que me foi apresentado era tentar lutar pelo título quando já ninguém o previa, e eu optei por arriscar. Não teve nada a ver com outras questões, inclusive a nível monetário, a proposta foi inferior à de Almodôvar, mas eu não ando no futebol por dinheiro, ando cá por gosto e para tentar evoluir e quis conhecer uma nova realidade. É cedo para lhe perguntar se vai continuar em Castro Verde na próxima época?
Neste momento o que quero é acabar este campeonato com dignidade, quando ele estiver a terminar, certamente, que falaremos sobre o futuro. Mas para existir futuro terão que existir ideias em comum, se assim for haveremos de estar cá para o ano, para colocar o Castrense no lugar onde merece estar.
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Mineiro José Saúde
Segundo rezam as crónicas desportivas, o futebol em Aljustrel terá tido a sua origem no ano de 1923. José Palma, homem da terra, assumiu-se como o principal introdutor da modalidade na vila. No mês de junho desse ano, em conjunto com outros amigos aljustrelenses, Palma fundou o Vitória Football Club. Nesta fase pioneira, José de Sousa surgiu, também, com grande fulgor à frente de um grupo de rapaziada que ganhava gosto pelo jogo da bola. O Vitória estreou-se em desafios com o Glória e Morte, de Beja. Deste período áureo, por iniciativa da câmara municipal, disputou-se a Taça do Concelho. E terá sido este o principal mote que levou Aljustrel a realizar o primeiro campeonato de futebol local. Desse tempo de afirmação existem registos de vários encontros regionais, sendo que o jogo galgou fronteiras e o gosto predominou numa população ardente por uma modalidade que crescia desalmadamente em todos os recantos lusos. Com o evoluir das eras, eis que no dia 25 de maio de 1933 deu à estampa o Sport Clube Mineiro Aljustrelense, cuja filiação na AF Beja se reporta a 2 de abril de 1948. O historial do Mineiro é substancialmente rico. Os “tricolores” são, sem dúvida, um clube onde a sua afeição se mantém inalterável junto a uma população que incessantemente soube apoiar o emblema da sua paixão. Os títulos regionais jorraram ao longo das épocas e o povo, em massa, humildemente aplaudiu. Presentemente, o histórico Mineiro é, por motivos evidentes, o virtual campeão da I Divisão distrital, época 2013/14, do campeonato primodivisionário regional de Beja. Como dado sobejamente adquirido, é tempo dos responsáveis do Mineiro encomendarem as faixas, uma vez que o título já se perfila no horizonte futebolístico bejense. Aljustrel, em apoteose, aguarda pelo ambicionado momento de ovação.
Diário do Alentejo 14 março 2014
Jogos Concelhios de Castro Verde
Atletismo em Castro Verde
Diário do Alentejo 14 março 2014
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O Torneio de Velocidade e Saltos Horizontais e a 5.ª Jornada da Taça de Benjamins, provas do calendário da Associação de Atletismo de Beja, vão realizar-se no próximo domingo, pelas 10 horas, na Pista Municipal Simplificada de Castro Verde. A competição tem o apoio do município local.
Hóquei em patins 3.ª Divisão Nacional (14.ª jornada): Santiago-Cascais, 4-3; Boliqueime-CP Beja, 4-4; Odivelas-Parede, 4-3; Vasco Gama Sines-Castrense, 11-3; Amadora-Benfica B, 0-18. Classificação: 1.º Benfica B, 42 pontos. 2.º Vasco Gama Sines, 34. 3.º Santiago, 23. 6.º CP Beja, 16. 8.º Castrense, 11. A próxima jornada realiza-se apenas no dia 23 de março.
Rally de Portugal no Alentejo
A edição 2014 do Vodafone Rally de Portugal, que se disputa entre 3 e 6 de abril, voltará aos estradões de terra batida do Baixo Alentejo, com troços cronometrados em Ourique, Almodôvar, Santa Clara e Santana da Serra. A prova terá início junto ao Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, e volta a pontuar para o campeonato do mundo.
Basquetebol O Beja Basket Clube concluiu a sua participação no Campeonato Nacional da 1.ª Divisão masculina no 4.º lugar da tabela, com 20 pontos, menos oito que o Imortal Basket de Albufeira, vencedor do Grupo Sul B. Os bejenses venceram seis dos 14 jogos disputados, marcaram 849 pontos e sofreram 998. O grupo foi disputado por oito clubes.
A ambição do coletivo é determinante para o sucesso do Rosairense
Um por todos, todos pelo Rosairense A Associação Desportiva Rosairense disputou, em passado recente, duas finais da Taça Distrito de Beja. Venceu uma delas e ganhou maior visibilidade no quadro desportivo regional.
joguei no Castrense e consegui anular todas as suas qualidades. Mas o mérito é sempre dos jogadores, eu vejo-me mais na pele de um orientador. Embora seja o líder, eles participam e dão opiniões.
Texto e foto Firmino Paixão
Metido entre o Almodôvar, com a equipa no nacional e o Castrense que persegue um lugar nesse patamar, tamar, em que mercado se abastece o Rosairense? irense?
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as as dificuldades são muitas, desde logo a exiguidade do plantel e a falta de apoio em seu redor. O clube debate-se com uma crise diretiva. O treinador João Candeias sublinha a dedicação e o espírito de sacrifício dos seus atletas na concretização do objetivo principal da temporada, a manutenção neste escalão do futebol distrital, onde ocupa o sétimo posto da tabela. O Rosairense está no meio da tabela, é aí que está a virtude?
Em face das condições em que iniciámos esta época, e que ainda se mantêm, o trabalho que os jogadores têm realizado tem sido excelente. Sublinho que este plantel nunca pôde contar com 18 jogadores e está no 7.º lugar com a manutenção garantida. É um trabalho positivo. As dificuldades são inúmeras, mas o grupo preserva a motivação?
No início da época existiu uma crise diretiva no clube e algumas interrogações sobre a manutenção da equipa em competição. Não quero ferir suscetibilidades, mas penso que existe esta equipa do Rosairense porque estão aqui estes jogadores e este treinador. Este ano tem sido assim, um por todos e todos por um, temos tido pouquíssimo apoio, andamos quase sozinhos e fazemos um pouco de diretores. O sucesso deve-se à nossa própria ambição. E os clubes vizinhos levam os jogadores de maior referência…
Temos que saber viver com isso. No início da época foi o William para o Mineiro, esteve connosco três semanas, mas como surgiu um projeto melhor foi embora. Recentemente o José Reis saiu para o Castrense. O pior é que não entrou ninguém para os lugares deles e o plantel tem ficado cada vez mais curto. Temos lesões, castigos e jogadores a trabalhar por turnos, é uma gestão muito difícil. Mesmo assim conseguiram ganhar no terreno do Castrense e deixá-lo fora da corrida pelo título?
O nosso objetivo não passou nunca por afastar o Castrense do título, obviamente, mas foi um jogo em que tive a vantagem de conhecer bem os jogadores adversários,
Há pessoas que criticam o Rosairense por rrinha e recrutar jogadores pegar numa carrinha no Algarve. Mass já se tentou levar essa carrinha a outros lugares, nomeadamente a ores não querem vir jogar no Beja, e os jogadores Rosário, porquee temos um campo pelado. tecer o sacrifício destes joMas quero enaltecer gadores, quatroo vezes por semana a deslocarem-se de tão longe. Temos um jogaois vêm de Faro e outros de dor de Loulé, dois m jovem que vem de Olhão, Albufeira, e um ega a casa à meia-noite e no é estudante, chega ara a escola, quando sai tem outro dia vai para ha à espera. Temos que sua nossa carrinha rífico, mas as pessoas não o blinhar este sacrífico, m lhes dão o apoio que eles reconhecem, nem merecem. O Campo 1.º de Maio é um dos dois pelados existentes neste e campeonato. Não é uma vantagem, como mo as pessoas muitas vezes dizem?
Um pelado não é vantagem para ninguém, ampo que temos. No início mas este é o campo ntar jogar e trocar a bola. optámos por tentar so percurso, temos melhoOlhando o nosso res resultados fora de casa, por isso tivemos que alterar um pouco o modelo de jogo. ma para jogar em casa e ouTemos um sistema tro para jogar noo terreno do adversário, pornseguimos realçar melhor a que é aí que conseguimos ossos jogadores. Em casa tequalidade dos nossos is lutadores, em detrimento mos que ser mais da técnica que a maioria dos nossos jogadores possui. E os adeptos revelam-se evelam-se tão aguerridos quanto a equipa a mostra ser?
Os nossos adeptos eptos são aguerriuipa, dos como a equipa, embora, este a no, não te-n h a mo s s e n-o. tido muito isso. Cr iou-se aquu i uma mística em cesso torno do sucesso do Rosairense na taça mo, nesta distrito e como, época, saímoss logo na natória, as primeira eliminatória, ram-se. Mas pessoas afastaram-se. há competiçãoo para além da taça, para eless seria o primeiro
objetivo, para nós não, e as pessoas já não vêm tanto ao futebol. O Mineiro Aljustrelense será um justo campeão?
Penso que sim. Foi a única equipa que apostou em jogadores de qualidade, mais ninguém o fez. Há equipas bem organizadas e
com boas infraestruturas e disponibilidade financeira, se calhar superiores ao Mineiro, mas a mística e a mentalidade desportiva que envolve o Aljustrelense está a anos de luz dos que o rodeiam. Só por isso merece ser campeão. Foi jogador do Mineiro e parece que ainda o ttem te em no coração…
Toda T To da a gente que me conhece sabe que o meu clube é o Mineiro Aljustrelense. A seguir o Vitória de Setúbal e depois o Sporting. Nunca escondi isso, apesar de ter representado outros clubes, por exemplo adorei jogar no Castrense, mas o meu coração está em Aljustrel.
Zona Azul e Sassoeiros (Lisboa) disputam amanhã, pelas 17 e 30 horas, no Pavilhão de Santa Maria, em Beja, a 3ª Jornada do Nacional da 3.ª Divisão (2.ª fase), depois de os bejenses terem sido derrotados (30/26) em Loures há oito dias. Na fase de manutenção, o CCP Serpa perdeu em Sines (26/19) e amanhã joga em Lagos com o Costa d’Oiro. O AC Sines desloca-se a Vila Real de Santo António para defrontar o Náutico.
Seleções de kayak polo estagiam em Beja As equipas nacionais de kayak polo, nas categorias de seniores e sub/21, realizam este fim de semana, 15 e 16, nas piscinas municipais de Beja, o primeiro estágio da temporada visando a preparação do campeonato do mundo que se disputará em França. João Roque, Pedro Mestre e Luís Parreira, da Pagaia Sul, de Beja, integram a seleção de seniores.
VII Volta ao Concelho de Almodôvar
Realiza-se nos dias próximos 22 e 23 a 7.ª Volta ao Concelho de Almodôvar em Bicicleta, prova com um figurino de três etapas no total de 141,7 quilómetros. No sábado, às 15 horas, disputa-se uma tirada entre Almodôvar e Santa Clara-a-Nova (91,8 quilómetros) e no domingo realiza-se na vila de Almodôvar um contra relógio individual (4,9 quilómetros) e um circuito (10 voltas de 4,5 quilómetros). Estão inscritos cerca de 150 ciclistas de equipas nacionais e da vizinha Espanha.
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Andebol 3.ª Divisão
Super Especial em Beja Os Bombeiros Voluntários de Beja realizam no próximo dia 22, no Estádio Dr. Flávio dos Santos, uma prova motorizada denominada Beja/ /Super Especial. Entre as 10 e as 18 e 30 horas decorrem os treinos livres e mangas de classificação. Às 21 horas será a entrega de prémios. Simultaneamente decorre uma exposição e passeio de automóveis clássicos, com concentração no Nerbe/Aebal.
Atletas O Clube Cuba Aventura associou-se aos bombeiros da sua terra
Velocidade Um pelotão numeroso que deu vivacidade à corrida
Triunfo João Letras e Nuno Almeida chegaram isolados à meta
Mérito O cubense João Letras (CB Almodôvar) venceu na sua terra natal
Uma excelente organização liderada pelo Clube Cuba Aventura
Um triunfo desenhado por Letras O ciclista cubense João Letras, envergando a camisola da Casa do Benfica de Almodôvar/Peçamodovar, foi o vencedor absoluto do 1.º Grandfondo dos Bombeiros Voluntários de Cuba, na extensão de 120 quilómetros. Texto e fotos Firmino Paixão
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ormado no Centro de Ciclismo de Cuba, o jovem ciclista alentejano trocou, no início da presente temporada, as cores do Clube de Ciclismo José Maria Nicolau, do Cartaxo, pelo emblema almodovarense, tendo conseguido na sua terra natal, com forte tradição no ciclismo, a primeira vitória com a camisola da Casa do Benfica de Almodôvar. “Estou muito feliz, ganhar aqui em casa era um dos meus objetivos para esta época, e consegui graças aos meus colegas e a outros dois companheiros que trabalharam comigo para anularmos a fuga”, revelou João Letras no final da prova, acrescentando: “Foi uma boa corrida, em terreno que conheço bem, mais difícil nos últimos 10 quilómetros, quando eu e o Nuno Almeida escapámos ao pelotão e tivemos que trabalhar mais”.
O 1.º Grandfondo dos Bombeiros Voluntários de Cuba foi organizado pelo Clube Cuba Aventura, em parceria com os bombeiros locais e o apoio do município de Cuba. A prova teve uma extensão de 120 quilómetros (que o vencedor cumpriu em 2.51,48 horas), com partida e chegada a Cuba e passagem por Faro do Alentejo, Cuba, Vidigueira, Alcaria da Serra, Marmelar, Alqueva, Portel, Vidigueira, Vila Alva, Vila Ruiva e Cuba, integrando no pelotão cerca de 170 ciclistas oriundos de todo o País. David Maltez, presidente do Clube Cuba Aventura, explicou: “A ideia surgiu no âmbito do desenvolvimento desta modalidade e numa perspetiva de apoio aos Bombeiros Voluntários de Cuba, organizando uma prova de ciclismo que tivesse como objetivo simular uma etapa de uma grande prova por etapas”. E sublinhou também: “Estamos numa terra com grandes tradições velocipédicas. O Centro de Ciclismo de Cuba é o segundo clube no ativo mais antigo do mundo, atrás do Tavira, e quisemos pôr esta iniciativa de pé, porque o ciclismo anda um pouco esquecido em Cuba e, por outro lado, face à dificuldade que os bombeiros têm em arranjar fundos, abraçámos este projeto que todas as en-
tidades envolvidas apoiaram de imediato e que esperamos tenha futuro”. Sobre a qualidade do pelotão, Maltez considerou: “Tivemos aqui alguns ciclistas de equipas que estão a competir em provas nacionais e que vieram fazer a sua preparação”. E recordou: “Tivemos mais de 200 inscrições, mas entendemos que, sendo a primeira edição, não seria de bom-tom fazê-la mal feita e achámos por bem limitar as inscrições para adequarmos a nossa logística, porque queremos deixar uma boa imagem, de acordo com aquilo que é a tradição das nossas organizações”. Outro objetivo, enumerou o representante da organização, “passa por colmatar uma lacuna que existia, gostávamos que esta prova pudesse fomentar outra vez o interesse competitivo pela modalidade, ela nunca morreu, mas a vertente competitiva abrandou muito, por isso queríamos que isto fosse o ponto de partida para fazer renascer o interesse pelo ciclismo competitivo em Cuba e que no próximo ano pudéssemos ter aqui um número ilimitado de bicicletas”. Dando a conhecer um pouco o clube a que preside, David Maltez lembrou que “a génese do Clube Cuba Aventura (CCA) foi o ‘Montabike’,
depois o nome evoluiu para a designação atual numa boa parceria com o Centro de Ciclismo de Cuba, porque quisemos construir um clube de raiz e porque não existe um único atleta no CCA que não faça ciclismo”.
Classificações Absolutos e elites: 1.º João Letras (CB Almodôvar). 2.º Nuno Almeida (CC Cartaxo). 3.º Tiago Oliveira (Xelb). “Masters A”: 1.º Paulo Rosado (Canaviais); 2.º João Portela (CB Almodôvar); 3.º Carlos Cunha (Individual). “Masters B”: 1.º Rui Rodrigues (CB Almodôvar); 2.º Humberto Silva (CB Almodôvar). “Masters C”: 1.º Francisco Romão (Canaviais); 2.º Pedro Oliveira (Bicisport/ /Caldas Rainha); 3.º António Rosado (Tigres Rotunda/Beja). Femininos: 1.ª Orieta Oliveira (Ekoi Team); 2.ª Sílvia Santos (individual); 3.ª Luísa Grosso (Kotas Bike Team).
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Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/Alergologia/ Desabituação tabágica – H. Pulido Valente Dr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de Lisboa Dr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de Beja Dr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de Beja Dr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/Terapia Familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo. Dr. Rogério Guerreiro – Medicina preventiva –Tratamento inovador para deixar de fumar Dr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina Familiar Dr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação Dr. Sérgio Barroso – Especialista em Oncologia – H. de Beja Drª Margarida Loureiro – Endocrinologia/Diabetes/ Obesidade – Instituto Português de Oncologia de Lisboa Dr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias Urinárias – H. Beja Dr. Daniel Barrocas – Psiquiatria – Hospital de Évora Dr.ª Lucília Bravo – Psiquiatria H.Beja , Centro Hospi-talar de Lisboa (H.Júlio de Matos). Dr. Carlos Monteverde – Medicina Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva. Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/Alergologia Respiratória/Apneia do Sono Dr.ª Isabel Santos – Psiquiatria de Infância e Adolescência/ Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo Dr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/Obstetrícia Dr. Luís Mestre – Senologia (doenças da mama) – Hospital da Cuf – Infante Santo Dr. Jorge Araújo – Ecografias Obstétricas Dr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica /Doenças do Sangue – Hospital de Beja Dr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr. Diogo Matos – Dermatologia – Hospital Garcia da Orta. Dr.ª Madalena Espinho – Psicologia da Educação/ Orientação Vocacional Dr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala Dr.º Ricardo Lopes – Consulta de Gastrenterologia e Proctologia - Endoscopia e Colonoscopia Dr.ª Joana Leal – MedicinaTradicional Chinesa/Acupunctura e Tuina. Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira especialista em saúde materna/Cuidados de enfermagem na clínica e ao domicílio/Preparação pré e pós parto/amamentação e cuidados ao recém-nascido/Imagem corporal da mãe – H. de Beja Marcações diárias pelos tels. 284 322 503 Tm. 91 7716528 | Tm. 916203481 Rua Zeca Afonso, nº 6, 1º B, 7800-522 Beja Clinipaxmail@gmail.com www.clinipax.pt
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23 Diário do Alentejo 14 março 2014
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necrologia institucional diversos Baleizão/Cuba PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO
Francisco da Conceição Carocinho N. 10/11/1929 – F. 06.03.2014 Esposa, filho, nora, netas, bisnetos e restante família cumprem o doloroso dever de participar o falecimento do seu ente querido e, na impossibilidade de o fazerem pessoalmente, agradecem por este meio a todas as pessoas que o acompanharam à sua última morada ou que de outra forma manifestaram o seu pesar. Expressam também a sua gratidão à equipa comunitária de Suporte em Cuidados Paliativos, em especial à dra. Cristina Galvão, enfermeira Catarina e enfermeira Isabel, pelo profissionalismo, dedicação, apoio e carinho demonstrados durante a sua doença.
AGRADECIMENTO E MISSA
Joaquina Fialho do Paço Calisto de Almeida 1.º Mês de Eterna Saudade Seus pais e esposo vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que acompanharam e cuidaram da sua ente querida. Um obrigado especial para o dr. Pedro (Hospital de Dia), dr.ª Cristina Galvão (Cuidados Paliativos), a toda a equipa multidisciplinar de Oncologia – Hospital de Dia, Serviço de Urgência, Cirurgia e Medicina do Hospital José Joaquim Fernandes em Beja. Também a todos os amigos/amigas e familiares que estiveram sempre presentes durante a sua doença e no último adeus. Informam que será celebrada missa em homenagem à sua alma no dia 15/03/2014, às 18 e 30 horas, na igreja da Sé, em Beja, agradecendo desde já a todos que nela compareçam.
MISSA
Evangelista Leuquício Marques 2.º Ano de Eterna Saudade Sua esposa, filhas e genros participam a todas as pessoas de suas relações e amizade que será celebrada missa pelo eterno descanso do seu ente querido no dia 15/03/2014, sábado, às 18 e 30 horas, na igreja do Carmo, em Beja, agradecendo desde já a todos os que se dignarem comparecer.
Nossa Senhora das Neves MISSA
Olívia das Dores Mata 5.º Ano de eterna saudade Seus sobrinhos participam que será celebrada missa pelo eterno descanso da sua ente querida no próximo domingo, 16 de março, pelas 11 e 30 horas, na Igreja Paroquial de Nossa Senhora das Neves, agradecendo desde já a todos os que nela participarem.
MISSA
AGRADECIMENTO
Joaquim António Pereira Mendes
Faleceu em 04/03/2014
Faleceu em 16/03/2013 A família comunica que será celebrada missa pelo seu eterno descanso, no 1.º ano do seu falecimento, dia 17 de março, segunda-feira, às 18 e 30 horas, na igreja do Carmo, em Beja, e agradece antecipadamente a todas as pessoas que nela compareçam.
Irmãos e sobrinhos de Joaquim de Brito Coelho Fernandes agradecem reconhecidamente a todos os que se dignaram acompanhar o funeral do seu familiar, bem como a todas as pessoas que demonstraram o seu carinho e amizade.
necrologia institucional diversos
25 Diário do Alentejo 14 março 2014
Diário do Alentejo n.º 1664 de 14/03/2014 Única Publicação
CÂMARA MUNICIPAL DE VIDIGUEIRA
EDITAL Nº 16/2014 Luísa da Conceição Neves de Mira Carocinho 27º Ano de Eterna Saudade
Manuel Luís de Mira Martins 19/03/2013 30 Anos de Profunda Saudade Querido filhinho do meu coração, mas que grande saudade, com apenas 22 anos de idade, amor, foste para a eternidade. Quando nos despedimos de ti, meu filhinho, faz 30 anos meu amor, se pensaste alguns segundos nos paizinhos, naquela hora cruel que o destino te marcou e os pais ficaram no mundo sem te poderem salvar, mas se fosse possível meu filhinho os pais corriam os dois e não te deixavam abalar. O mundo escureceu para nós, parece que enlouquecíamos, já não tínhamos o nosso filhinho querido, que nos deu tanto amor, os pais ainda cá ficaram a sofrer tão grande dor. Tuas palavrinhas não esqueço, tuas roupas e pertenças guardo, que ilusão, todas as noites sonho contigo, mas tudo é recordação. Quando sonho contigo, meu filhinho, parece que te estou a ver, mas depois quando acordo e entro na realidade, fico tão triste, por ver que não é verdade. Quando olho para os teus retratos, levo os dias a chorar, foi o que me deixaste filhinho, para eu poder abraçar. Tenho o cérebro tão cansado que penso não aguentar mais, já me vão faltando as forças de tanto chorar e sofrer, é uma dor tão custosa que mais vale a gente morrer. Que Deus te guarde no Céu, é esta a nossa oração, como bom filhinho que foste te guardamos no coração. Que recordações tão lindas nos deixaste meu amor, desde que nasceste até morrer, chorando por elas meu filhinho, é assim que temos de viver. Os pais querem agradecer, do fundo do coração, a todas as pessoas que nos têm acompanhado neste desgosto tão grande e tamanha solidão. A Mãe escreve o que sofre, a dor é no coração, perder-te meu querido filhinho, é viver na escuridão. Nas minhas orações peço a minha Eternidade, que era ir para junto de ti matar tantas saudades. Peço a Deus Nosso Senhor, te dê o descanso Eterno, como bom que foste nesta vida e para os paizinhos, foste o nosso maior amor. Que a tua alma descanse em paz. Um Adeus cheio de saudade, dos paizinhos, familiares e amigos.
Diário do Alentejo n.º 1664 de 14/03/2014 Única Publicação
Eterna saudade de seu filho, nora, netinha e restante família. Querida mãe, faz 27 anos que te despediste do teu filho, que tu tanto amavas e adoravas na vida, pois essa data para mim jamais será esquecida, nem um só momento. Mas recordo--te com muitas saudades, com muitos beijinhos de todos nós. Adeus e que a tua alma descanse em paz.
Alcaria da Serra AGRADECIMENTO
O Presidente da Câmara Manuel Luís da Rosa Narra
Diário do Alentejo n.º 1664 de 14/03/2014 Única Publicação
MISERICÓRDIA DE NOSSA SENHORA DE ASSUNÇÃO DE MESSEJANA
Luís da Cruz Parreira Nasceu a 05.07.1923 Faleceu a 11.03.2014 Sua família, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, agradece por este meio a to-
CÂMARA MUNICIPAL DE BARRANCOS
EDITAL N.º 8/2014 HASTA PÚBLICA N.º01/2014 ALIENAÇÃO, EM DIREITO PLENO, DA FRAÇÃO AUTÓNOMA B DO PRÉDIO URBANO SITO NO LOTE N.º6 DO LOTEAMENTO DO FERRAGIAL DA RUA DE ANGOLA, EM BARRANCOS Dr. ANTÓNIO PICA TERENO, Presidente da Câmara Municipal de Barrancos: Torna público, em conformidade com a deliberação n.º 10/CM/2014, tomada na reunião da Câmara Municipal, realizada no dia 12 de fevereiro de 2014, no uso da competência prevista na alínea g) do n.º1 do artigo 33.º da Lei n.º75/2013, de 12 de setembro, que vai proceder-se à venda, por Hasta Pública, do imóvel abaixo identificado, propriedade do Município de Barrancos, de acordo com as seguintes condições: 1. Identificação e Localização do Imóvel: Fração Autónoma B: Constituída por 1.º andar, composta por sala, cinco quartos, cozinha, duas I.S., circulação e arrumos. Área total: 179,31m2; Área coberta: 179,31m2; Área bruta privativa: 196,00m2 Do Prédio Urbano, constituído em propriedade horizontal, sito no Bairro do Ferragial da Rua de Angola, lote 6, freguesia e concelho de Barrancos, descrito na conservatória do registo predial de Barrancos sob o n.º 1478, inscrito na matriz predial respetiva sob o artigo n.º 2006, composto por cave, logradouro, rés-do-chão e 1.º andar, destinado a habitação. Área total do terreno: 291,56m2; Área de implantação do edifício: 216,46m2; Área bruta privativa total: 554,56m2; Área integrante das frações: 75,10m2. 2. Valor Base de Licitação: € 66.410,00 (sessenta e seis mil, quatrocentos e dez euros) 3. Impostos e outros encargos e despesas devidos: Será da responsabilidade do adjudicatário o pagamento do Imposto Municipal sobre Transmissões Onerosas de Imóveis e do Imposto de Selo, bem como todas as despesas inerentes à celebração da escritura de compra e venda. 4. Modalidades de Pagamento Admitidas: Cheque ou transferência bancária. 5. Local e data limite para a apresentação de propostas: As propostas podem ser entregues pessoalmente na Câmara Municipal de Barrancos, sita na Praça do Município, n.º2, 7230-030 Barrancos, ou remetidas por correio sob registo e com aviso de receção, para a mesma morada, até às 16h do dia 30 de Abril. 6. Local, data e hora da praça: A praça realizar-se-á no Salão Nobre da Câmara Municipal de Barrancos, sito na Praça do Município, n.º2, no dia 14 de Maio, às 10h00. 7. Programa de procedimento e esclarecimentos: O programa de procedimento pode ser consultado no sítio da Internet do Município de Barrancos – www.cm-barrancos.pt/ Os esclarecimentos pretendidos podem ser obtidos pessoalmente na Câmara Municipal de Barrancos, pelo telefone 285950630, através de Fax 285950638, todos os dias úteis, das 9h30 às 15h00, até ao dia útil anterior ao da data fixada para o envio das propostas. Para constar, publica-se o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares públicos do costume. Paços do Município, 11 de março de 2014 O Presidente Dr. António Pica Tereno
MANUEL LUÍS DA ROSA NARRA, PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE VIDIGUEIRA, TORNA PÚBLICO que, por despacho proferido no dia 11 de março de 2014, está aberto Concurso Público para o ARRENDAMENTO DOS ESPAÇOS COMERCIAIS DAS PISCINAS MUNICIPAIS DE VIDIGUEIRA, pelo prazo de 10 anos a contar da data de assinatura do contrato. Os interessados em apresentar proposta poderão consultar no sítio da internet do Município ou na Unidade Orgânica da Administração Municipal da Câmara Municipal de Vidigueira – Praça da República – 7960 Vidigueira – telefone 284 437 400 – fax 284 436 135, durante as horas normais de funcionamento dos serviços (9,00 horas -12,30 horas e das 14,00 horas – 17.00 horas), as peças do procedimento constituídas pelo Programa de Concurso e Caderno de Encargos, bem como solicitar quaisquer informações e esclarecimentos que entendam. O prazo para apresentação das propostas é até às 17,00 horas do 15º dia contado da data de publicação deste Edital no Diário do Alentejo e em simultâneo no sítio da internet do Município de Vidigueira. O acto público de abertura das propostas terá lugar no dia útil imediato ao termo do prazo para apresentação das propostas, pelas 11,00 horas, na Sala de Sessões da Câmara Municipal de Vidigueira. Para constar se publica este Edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares públicos do costume. E eu, assinatura ilegível, chefe da Divisão de Administração Municipal, o subscrevo. Paços do Concelho de Vidigueira, 11 de março de 2014.
das as pessoas que o acompanharam à sua última morada ou que de outro modo manifestaram o seu pesar.
AGÊNCIA FUNERÁRIA ESPÍRITO SANTO, LDA. Tm.963044570 – Tel. 284441108 | Rua Das Graciosas, 7 | 7960-444 Vila de Frades/Vidigueira
ASSEMBLEIA GERAL Ao abrigo do Artigo 25 dos Estatutos da Irmandade da Misericórdia de Nossa Senhora de Assunção de Messejana, eu Dr. José Duarte Brando Albino, Presidente da Assembleiageral, convoco uma reunião ordinária para o dia 31 de Março de 2014, pelas 19 horas, nas instalações da Misericórdia, com a seguinte ordem de trabalhos: Ponto 1 – Leitura e aprovação da acta da última assembleia geral. Ponto 2 – Discussão e apreciação do relatório de contas do ano 2013. Ponto 3 – Outros assuntos de interesse desta instituição. Se à hora marcada não houver o número de irmãos suficientes, a Assembleia funcionará uma hora depois, com o número de irmãos presentes, de acordo com o artigo 26 - 1° do referido Estatuto. Messejana, 03 de Março 2014. O Presidente da Assembleia-geral Dr. José Duarte Brando Albino
Diário do Alentejo n.º 1664 de 14/03/2014 Única Publicação
AVISO Pelo presente torna-se público que já se encontram afixados nas câmaras municipais, juntas de freguesia e demais locais do estilo os Editais com o tarifário aplicável ao serviço público de fornecimento de água para rega nos seguintes aproveitamentos hidroagrícolas do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva: – Aproveitamento Hidroagrícola do Alvito-Pisão; – Aproveitamento Hidroagrícola do Monte Novo; – Aproveitamento Hidroagrícola do Pisão; – Aproveitamento Hidroagrícola de Serpa; – Aproveitamento Hidroagrícola de Orada-Amoreira, Brinches e Brinches-Enxoé; – Aproveitamento Hidroagrícola de Alfundão; – Aproveitamento Hidroagrícola de Ferreira, Figueirinha e Valbom; – Aproveitamento Hidroagrícola de Ervidel; – Aproveitamento Hidroagrícola de Loureiro-Alvito; – Aproveitamento Hidroagrícola de Pedrógão 1, Pedrógão 3 e Selmes. Os Editais poderão igualmente ser consultados em www.edia.pt
institucional diversos
26 Diário do Alentejo 14 março 2014 Diário do Alentejo n.º 1664 de 14/03/2014 Única Publicação
Diário do Alentejo n.º 1664 de 14/03/2014 Única Publicação
Diário do Alentejo n.º 1664 de 14/03/2014 Única Publicação
SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE VILA DE FRADES
CONVOCATÓRIA Nos termos da alínea c) do artigo 24° do Compromisso da Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Vila de Frades convoco a Assembleia Geral, para uma reunião ordinária, a realizar no dia 29 de Março pelas 14 horas, no edifício do lar, com a seguinte ordem de trabalhos: Ponto 1 - Apresentação e aprovação do Relatório e Contas de Gerência referentes a 2013 Ponto 2 - Outros assuntos. NOTA: A Assembleia Geral reunirá à hora marcada, se estiver presente mais de metade dos associados com direito a voto, ou uma hora depois com qualquer número de presentes (n.°1 do art.° 26.°).
SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE SERPA
Assembleia Geral CONVOCATÓRIA DOMINGOS MANUEL CARRASCO FABELA, na qualidade de Presidente da Assembleia Geral da Santa Casa da Misericórdia de Serpa, usando dos poderes que lhe são conferidos pelo n.° 1 do art.° 27° dos respectivos Estatutos, convoca todos os lrmãos para uma Assembleia Geral Ordinária para o próximo dia 26 de Março de 2014 (quarta-feira), com a seguinte ordem de trabalhos: Ponto um: Apresentação e aprovação do Relatório de Actividades e Contas de Gerência referentes a 2013; Ponto dois: Outros assuútos. A Assembleia Geral realizar-se-á no Lar de S. Francisco, pelas 20.00 horas. Se a essa hora não estiver presente a maioria dos irmãos, a Assembleia funcionará 1 hora mais tarde, pelas 21.00 horas, com qualquer número de Irmãos, conforme o disposto no parágrafo único do art.° 22° dos referidos Estatutos.
Vila de Frades, 7 de Março de 2014. A Presidente da Mesa da Assembleia Geral Domingas Iria Serrano Anacleto Ruivo
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Serpa, 05 de Março de 2014. O Presidente da Assembleia Geral, Domingos Manuel Carrasco Fabela
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IMÓVEIS
Beja
CENTRO DE PARALISIA CEREBRAL DE BEJA
CONVOCATÓRIA Nos termos da lei e dos Estatutos, convoca-se a Assembleia Geral Ordinária do Centro de Paralisia Cerebral de Beja, para o próximo dia 27-03-2014, pelas 17h00 (dezassete horas), na sede do Centro de Paralisia Cerebral de Beja, na Rua Cidade de S. Paulo, com a seguinte ordem de trabalhos: 1. Aprovação do Relatório e Contas do ano 2013. Se às 17h00 (dezassete horas) não estiver presente a maioria dos sócios a Assembleia Geral fica desde já convocada para as 18h00 (dezoito horas) do mesmo dia 27-03-2014, e no mesmo local, funcionando e deliberando com os sócios presentes conforme estabelecido nos estatutos. Beja, 6 de Março de 2014. A Presidente da Assembleia Geral Ana Rosa Soeiro Fernandez da Silva
Diário do Alentejo n.º 1664 de 14/03/2014 Única Publicação
COOPERATIVA AGRÍCOLA DE VIDIGUEIRA, CRL.
CONVOCATÓRlA Nos termos do artigo 23.º parágrafo 2.º dos Estatutos, convoco a Assembleia Geral desta Cooperativa, para reunir em sessão ordinária, na sede desta Cooperativa, sita no Bairro Industrial, para o dia 31 de Março de 2014, pelas 17 e 30 horas, com a seguinte ordem de trabalhos: 1. Apreciar, discutir e votar o Relatório e Contas da Direcção e o Parecer do Conselho Fiscal referentes ao exercício de 2013; 2. Outros assuntos de interesse para a Cooperativa. Vidigueira, 05 de Março de 2014. O Presidente da Mesa da Assembleia-Geral José António Batuca Pereira
CASA DO BENFICA EM BEJA
Assembleia Geral CONVOCATÓRIA Convocam-se os sócios da casa do Benfica em Beja, nos termos do artigo 22º dos Estatutos, para a Assembleia Geral Ordinária, a realizar no dia 31 de Março de 2014, pelas 18h30m, nas instalações da Casa do Benfica, na Rua D. Francisco Alexandre Lobo, nº 1, com a seguinte ordem de trabalhos: 1. Apreciar e votar o parecer do Conselho Fiscal. 2. Apreciar e Votar as contas relativas ao exercício de 2013. 3. Apreciar e votar o plano de actividades e orçamento para 2014. 4. Outros assuntos. A reunião funcionará, em segunda convocatória, trinta minutos depois da hora marcada com qualquer número de membros Beja, 27 de Fevereiro de 2014 O Presidente da Assembleia Geral José Manuel Pinela Coelho Fernandes
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Praceta Rainha D. Leonor, Nº 1 – Apartado 70 - 7801-953 BEJA • Tel 284 310 164 • E-mail publicidade@diariodoalentejo.pt Redacção: Tel 284 310 165 • E-mail jornal@diariodoalentejo.pt
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CONVOCATÓRIA ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA
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tel. 284321014,
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ASSINATURA
Nota: Art.° 26.°, n.° 2 - Se à hora marcada para a reunião, não estiverem presentes a maioria dos cooperadores, a assembleia reunirá, com qualquer número, uma hora depois da indicada.
PRECISA-SE ACTRIZ
Conforme o disposto no artigo 20º - 1 dos Estatutos da Casa do Alentejo, convoco a Assembleia Geral Ordinária, para o dia 28 de Março de 2014, pelas 18:00 horas com a seguinte de ordem de trabalhos: 1- Discussão e aprovação do Relatório e Contas do ano de 2013 2- Diversos Se nos termos do Art.º 20 – 2 dos Estatutos não comparecer o número suficiente de Sócios, a Assembleia reunirá em segunda convocatória, com qualquer número de Sócios presentes, uma hora depois da designada pela primeira convocatória. Lisboa, 12 de Março de 2014 O Presidente da Mesa da Assembleia Geral Manuel Macaísta Malheiros
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institucional diversos Diário do Alentejo n.º 1664 de 14/03/2014 Única Publicação
EDITAL
O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas faz público que, nos termos do art.º 6.º do Regulamento da Lei n.º 2097, de 6 de Junho de 1959, aprovado pelo Decreto n.º 44623, de 10 de Outubro de 1962, O CLUBE DE CAÇADORES DO VALE FANADO, com o NIF 505264838 requereu, pelo prazo de 10 anos, uma concessão de pesca na albufeira da barragem do Monte, ocupando uma área de 0,33 ha, sita na freguesia de S. Marcos da Ataboeira, concelho de Castro Verde. Todas as pessoas singulares ou colectivas que se julguem prejudicadas nos seus direitos devem apresentar a sua reclamação por escrito devidamente justificada, no Departamento de Conservação da Natureza e Florestas do Alentejo – Delegação de Beja – Antiga Estrada de Évora – Rua de S. Sebastião – Apartado 6121, 7801-908 Beja no prazo de 30 dias a contar da data de divulgação deste Edital. Para consulta dos interessados encontra-se nos referidos serviços o projecto de Regulamento, proposto pela entidade requerente para vigorar na área a concessionar.
Diário do Alentejo n.º 1664 de 14/03/2014 Única Publicação
Beja, 02 de Julho de 2013. Director do Departamento de Conservação da Natureza e Florestas do Alentejo Pedro Azenha Rocha
27 Diário do Alentejo 14 março 2014 Diário do Alentejo n.º 1664 de 14/03/2014 Única Publicação
EDITAL
O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas faz público que, nos termos do art.º 6º do Regulamento da Lei n.º 2097, de 6 de Junho de 1959, aprovado pelo Decreto nº 44623, de 10 de Outubro de 1962, O CLUBE DE CAÇADORES DO VALE FANADO, com o NIF 505264838 requereu, pelo prazo de 10 anos, uma concessão de pesca na albufeira da barragem do Laranjo, numa área de 8,43 ha, sita na freguesia de Entradas, concelho de Castro Verde. Todas as pessoas singulares ou colectivas que se julguem prejudicadas nos seus direitos devem apresentar a sua reclamação por escrito devidamente justificada, no Departamento de Conservação da Natureza e Florestas do Alentejo – Delegação de Beja – Antiga Estrada de Évora – Rua de S. Sebastião – Apartado 6121, 7801-908 Beja no prazo de 30 dias a contar da data de divulgação deste Edital. Para consulta dos interessados encontra-se nos referidos serviços o projecto de Regulamento, proposto pela entidade requerente para vigorar na área a concessionar.
Beja, 02 de Julho de 2013. Director do Departamento de Conservação da Natureza e Florestas do Alentejo Pedro Azenha Rocha
Diário do Alentejo n.º 1664 de 14/03/2014 1.ª Publicação
Diário do Alentejo n.º 1664 de 14/03/2014 Única Publicação
CÂMARA MUNICIPAL DE BEJA
MUNICÍPIO DE ALMODÔVAR
EDITAL
EDITAL N.º 43/2014
CENTRO DE APOIO A IDOSOS DE MOREANES
CONVOCATÓRIA ASSEMBLEIA GERAL Convoco, nos termos do art.º 29º nº 2 alínea b) dos Estatutos, os associados do CAIM-Centro de Apoio a Idosos de Moreanes para a Assembleia Geral, a realizar no dia 29 de Março de 2014, pelas 14:30 horas, na sede Social, em Moreanes, com a seguinte: ORDEM DE TRABALHOS Ponto 1. Informações. Ponto 2. Discussão e votação do Relatório e Contas de 2013, bem como do Parecer do Conselho Fiscal. Caso à hora marcada não se encontrem presentes mais de metade dos associados com direito a voto, a Assembleia terá lugar uma hora depois, em conformidade com o disposto no artº 31º, nº 1 dos Estatutos, com qualquer número de associados presentes. Moreanes, 05 de Março de 2014. A Presidente da Mesa da Assembleia Geral Maria José Lourenço Henrique
Diário do Alentejo n.º 1664 de 14/03/2014 Única Publicação
AGRUPAMENTO DE DEFESA SANITÁRIA DOS CRIADORES DE BOVINOS, OVINOS E CAPRINOS DO LITORAL ALENTEJANO
AOS CONSÓCIOS CONVOCATÓRIA DA ASSEMBLEIA GERAL Nos termos do n.º 7 do art.º 13 dos Estatutos, tenho a honra de convocar a Assembleia Geral deste Agrupamento a reunir em sessão ordinária no próximo dia 26 de Março de 2014 (Quarta-feira), pelas 13.30 horas, na sala de reuniões da Associação de Regantes e Beneficiários de Campilhas e Alto Sado, na Estrada Nacional 261/2 – ALVALADE, com a seguinte ordem de trabalhos: 1º Apreciação e votação do Relatório e Contas da Direção e Parecer do Conselho Fiscal do ano de 2013 2º Outros assuntos de interesse para o Agrupamento Se à hora marcada não estiver presente o número legal de associados, funcionará esta Assembleia, em segunda convocatória, nos termos do número 4 do art.º 13 dos Estatutos, no mesmo local, uma hora depois, com qualquer número de sócios. Odemira, 10 de Março de 2014. O Presidente da Mesa da Assembleia Geral António Manuel Claudino Samora
MANUEL FERNANDO NEVES OLIVEIRA, VEREADOR DO PELOURO DO URBANISMO, com competência delegada por despacho do Sr. Presidente da Câmara Municipal de 06 de Novembro de 2013: TORNA PÚBLICO, para efeitos do disposto no artigo 17º, nºs. 1 e 2 da Lei nº 168/99, de 18 de Setembro, na redação conferida pela Lei nº 56/2008, de 4 de Setembro, que aprovou o Código das Expropriações que, por deliberação da Assembleia Municipal de 18 de Novembro de 2013, a pedido da Câmara Municipal, foi declarada a utilidade pública da expropriação do prédio sito na Rua Alferes Malheiro nº 22, freguesia de Santiago Maior (extinta), descrito na Conservatória do Registo Predial de Beja sob o nº 1110, inscrito na matriz predial urbana da referida freguesia sob o artigo 759, constando como proprietárias do mesmo (já falecidas, desconhecendo-se os seus herdeiros). Ana do Carmo Agatão Simenta Tavares, com última residência conhecida na Avenida D. Afonso Henriques, nº 43, r/ ch dto, no Barreiro; Maria Bárbara Agatão Simenta Piairo, com última residência conhecida na Rua Antero de Quental, 2º Esq., Arrifana; A declaração de utilidade pública já foi publicada na 2ª Série do Diário da República, nº 235, de 4 de Dezembro de 2013, sob o Aviso nº 14900/2013. Ainda, a expropriação tem por fim a construção de uma passagem entre a Rua Alferes Malheiro e a muralha do Castelo de Beja, em concretização do Plano de Pormenor da Rua D. Manuel I – Alferes Malheiro, publicado, por sua vez, na 1ª Série-B do Diário da República nº 60, de 12 de Março de 2013 (Resolução de Conselho de Ministros nº 37/2003). Os interessados podem obter informações sobre a referida expropriação a realizar, para a aquisição amigável do referido prédio, nos termos do artigo 35º, nº 1 do Código das Expropriações, constando todos os elementos de facto e de direito, designadamente o relatório do perito com o valor da justa indemnização, do Proc. Nº 6/09- ESPREC, encontrando-se o mesmo disponível para consulta na Divisão de Ordenamento e Obras por Empreitada (DOOE), sita no Edifício dos Serviços Técnicos da Câmara Municipal de Beja, na Rua de Angola nº 5, em Beja. Também, podem ser solicitadas informações através do telefone nº 284311800 ou através do e-mail: geral@cm-beja.pt. Para constar e devidos efeitos se lavrou o presente edital que vai ser afixado nos locais de estilo do município e em dois números seguidos de dois jornais mais lidos na região, sendo um deles de âmbito nacional, nos termos conjugados do artigo 17º, nº 1 e 2 e artigo 11º, nº 4, todos do Código das Expropriações. O presente edital vai ainda ser afixado no prédio e solicitada a sua afixação, também, na sede das juntas de freguesia do Barreiro e da Arrifana. Beja, aos catorze dias do mês de janeiro de 2014. O Vereador do Pelouro do Urbanismo, Manuel Fernando Neves Oliveira
Alteração ao Regulamento do Cartão “Almodôvar Solidário” Aprovação pela Assembleia Municipal Dr. António Manuel Ascenção Mestre Bota, Presidente da Câmara Municipal de Almodôvar: Torna público: Nos termos e para os efeitos do disposto no Artigo 56.º da Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro, na sua atual redação, que a Assembleia Municipal de Almodôvar, em sessão ordinária de 28 de fevereiro de 2014, sob proposta oportunamente aprovada pela Câmara Municipal na sua reunião ordinária de 05 de fevereiro de 2014, deliberou aprovar, no âmbito da competência constante do Artigo 25.º n.º 1 alínea g) da Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro, na sua atual redação, a Alteração ao Regulamento do Cartão “Almodôvar Solidário”, a qual entrará em vigor no dia seguinte após a sua publicação nos termos da Lei. Para que não se alegue desconhecimento, é publicado o presente aviso e afixados editais de igual teor nos lugares públicos do costume, bem como na página eletrónica do Município de Almodôvar – www.cm-almodovar.pt. Município de Almodôvar, aos 05 de março de 2014. O Presidente da Câmara Municipal António Manuel Ascenção Mestre
Diário do Alentejo n.º 1664 de 14/03/2014 Única Publicação
COOPERATIVA DE CONSUMO DE MARMELAR, CRL
CONVOCATÓRIA Nos termos do n°1 do artigo 21°, dos Estatutos, convoco a Assembleia Geral da Cooperativa de Consumo de Marmelar, Crl, em sessão ordinária, no próximo dia 31 de Março de 2014, pelas 21h, na sua sede, com a seguinte ordem de trabalhos: 1. Apreciação e aprovação das contas do exercicio de 2013, bem como o parecer do conselho fiscal. 2. Outros assuntos do interesse da Cooperativa. Se à hora marcada não estiverem presentes mais de metade dos associados com direito a voto, a Assembleia reunirá uma hora depois com qualquer número de associados. Marmelar, 10 de Março de 2014. O Presidente da Mesa da Assembleia Geral José Joaquim Negas Baetas
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Diário do Alentejo 14 março 2014
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Comer Coelho em molho de tomate e pão frito
Boa vida Filatelia Personagens da história e da cultura em novos selos
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o próximo dia 24, os correios põem em circulação uma série de seis selos, que homenageiam outros tantos ilustres portugueses, que se distinguiram nos mais variados aspetos da nossa história e da nossa cultura. Florbela Espanca, no selo de 0,40€, Maria Keil (0,50€), Joaquim Namorado (0,60€), João Hogan (070€), António Dacosta (0,80) e Sebastião e Silva (1,00€) são os personagens que ilustrarão os novos selos. Florbela Espanca nasceu em Vila Viçosa, em 1894, e faleceu em Matosinhos, em 1930, apenas com 36 anos de idade. Considerada por muitos como uma das maiores poetisas portuguesas de todos os tempos, Florbela Espanca deixou-nos quatro livros de poesia, Livro de Mágoas, em 1919, Livro de Soror Saudade, em 1923, Charneca em Flor, em 1930, e Reliquae, título que já foi publicado postumamente. Cartas, As Máscaras do Destino e O Dominó Negro (contos, estes dois últimos títulos) completam a obra que nos deixou. José Régio e Fernando Pessoa foram alguns dos que, muito,
admiravam a sua poesia. Florbela Espanca foi uma das personagens representadas na emissão “Vultos da Cultura”, que entrou em circulação a 21 de fevereiro de 1994. O selo dedicado à poetisa de Vila Viçosa tinha a franquia de 100$00. A pintora Maria Keil, agora representada no selo de 0,50€, também já se encontra representada no filatelia portuguesa, pois um painel de azulejos da pintora foi o motivo do selo de 20$00 da emissão “5 Séculos do Azulejo em Portugal”, emitida entre 1981 e 1985. Esta série dedicada à história do azulejo em Portugal teve 20 emissões; o selo de Maria Keil foi o 18.º a ser emitido. Entrou em circulação em 19 de junho de 1985 e reproduz um pormenor de um painel de azulejos, gigante, na avenida Infante Santo em Lisboa. Como aconteceu com todos os 20 valores da emissão, também o selo de Maria Keil figura em dois blocos filatélicos: um de seis selos emitido na data já referida e, um outro, emitido em 15 de novembro, integrado num conjunto que engloba os quatro últimos selos, (17.º, 18.º, 19.º e 20.º) e que
reproduz um selo de cada um destes grupos. Também António Dacosta, que agora figura no selo de 0,80€, já foi filatelizado. Está representado num selo da emissão, “Pintura Portuguesa do séc. XX”, que se iniciou em 1988 e terminou e 1990. Dacosta figura no selo do 3.º grupo desta série, entrou em circulação em 15 de fevereiro de 1989 e tem a franquia de 29$00. Na mesma data foi emitido um bloco com os três valores da emissão. Um outro bloco, este reunindo os selos do 3.º e 4.º (seis selos) desta emissão, foi emitido juntamente com o 4.º grupo, em 7 de julho de 1989. A em issão “Eu ropa 93 – Açores”, que nesse ano foi dedicada à Arte Contemporânea, foi-lhe dedicada. Entrou em circulação em 5 de maio e é composta de um selo de 90$00 e de um bloco com quatro selos também de 90$00. Quanto aos outros vultos que completam esta emissão, Joaquim Namorado, João Hogan e Sebastião e Silva, ainda não se encontram filatelizados.
Ingredientes 1 coelho; 4 dentes de alho; 1 dl. de azeite; 1 folha de louro; 50 gr. de banha de porco; 2 cebolas; 1 molho de salsa pequeno; 2 dl. de vinho branco; q.b. de água; q.b. de sal grosso; q.b. de pimenta branca moída; q.b. de colorau; q.b. de finas fatias de pão alentejano frito em azeite. Confeção: Corte o coelho aos bocados, lave e tempere com sal e pimenta. Num tacho coloque azeite, banha, cebola picada, alho picado e louro. Faça um refogado até a cebola ficar dourada e junte o coelho. Deixe corar um pouco de todos os lados. Adicione o vinho branco e deixe ferver até evaporar o álcool. Cubra com água e deixe cozer em lume brando com o tacho tapado. Quando estiver cozido junte o colorau e retifique o tempero. Quando terminar a cozedura polvilhe com salsa picada e sirva sobre fatias de pão frito. Bom apetite… Nota: Em vez de coelho pode confecionar esta receita com frango ou peru.
Geada de Sousa
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António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora
Toiros Forcados de Cascais promovem jantar de gala em Beja
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Grupo de Forcados Amadores de Cascais realizou, no passado dia 8 de março, em Beja, o seu jantar de gala, onde foi apresentada a revista “GFA Cascais – Temporada 2013” e reconhecidos os que mais se destacaram nessa temporada. Após ser servido o jantar, ouv iram-se apontamentos de fado, interpretados pelos fadistas Alfredo Guaparrão, Sandra Reis, António Freitas e Francisco Aires, acompanhados por Rogério Mestre e Carlos Franco. O momento alto da noite chegou com a entrega dos Troféus 2013 – GFA Cascais. Assim foram distinguidos: Dedicação I – Arminda Franco. Ded icaç ão II – Dá r io Silva. Dedicação III – Joaquim Faísco. Forc a d o R e ve l a ç ão – António Grade “Bibe”. Forcado do Ano – Paulo Loução. P r e s t í g i o – A nt ó n i o Mor g a d o, a p o d e r a d o d e Joaquim Bastinhas. Carreira – Tito Semedo, pelos 20 anos de alternativa. Vítor Morais Besugo
“Olhares, gestos, silêncios” é o nome da exposição de escultura da autoria de Antonieta Roque Gameiro que será inaugurada amanhã, sábado, pelas 15 horas, no Museu Municipal de Santiago do Cacém. A mostra ficará patente ao público até ao dia 3 de maio.
Fim de semana
Pequenos Concertos de Inverno
Diogo Vida Trio atua no Cineteatro de Castro Verde
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iogo Vida Trio sobe hoje, sexta-feira, ao palco do Cineteatro Municipal de Castro Verde, pelas 21 e 30 horas, no âmbito da II Temporada Pequenos Concertos de Inverno, evento promovido pela câmara municipal local. Diogo Vida iniciou os seus estudos de piano clássico no Conservatório Nacional aos 14 anos. Aos 17 começou a tocar profissionalmente com grupos de música pop e a frequentar jam sessions. Mudou-se mais tarde para o Porto, onde frequentou a licenciatura em jazz, criando o seu próprio grupo, para o qual escreveu composições originais e, em 2007, foi para Barcelona, onde se apresentou em vários clubes de jazz e teatros. Em 2011, de regresso a Portugal, editou o álbum de estreia “Alegria”, eleito um dos melhores discos de jazz portugueses desse ano. Em 2013 editou o álbum “Próxima estação”. O trio inclui, para além de Diogo Vida (piano), João Custódio (contrabaixo) e Jorge Moniz (bateria).
Reggae, hip hop, metal, skate e zumba agitam fim de semana em Grândola O terceiro fim de semana dedicado à juventude do concelho de Grândola arranca hoje, sexta-feira, com ritmos da Jamaica. A festa reggae com a banda Arsha, que terá lugar no Parque de Feiras e Exposições, tem início marcado para as 22 horas. Segue-se a atuação do dj Bob. Durante a tarde de amanhã, sábado, a partir das 14 horas, no skate park, haverá uma demonstração de hip hop e um concerto com as RIMA, Rita e Marina, as vocalistas que querem “agitar a tarde com sons de rap e R&B”. A noite fica reservada aos Grunhidos de Javali – Bailarico Metaleiro, com a presença das bandas Primal Attack, Kapitalistas Podridão, Smash Skulls, Diabolical Mental State e Brutal Brain Damage, no Parque de Feiras e Exposições, a partir das 21 e 30 horas. O programa para o fim de semana reserva ainda a exibição de dois filmes: “O Mascarilha” (hoje, 21 horas, no Espaço Jovem do Carvalhal”, e o galardoado “Gravidade” (domingo, às 15 horas, na Moagem em Melides). O Polidesportivo
do Lousal recebe ainda, na manhã de sábado, uma aula aberta de zumba e o Centro de Ciência Viva promove, nos dias 15 e 16, a atividade “Lousal Geomegalítico”.
“Manus & Arte” no Museu de Vidigueira
Teresa Lopes Vieira apresenta livro em Sines
Inaugurada na semana passada, no âmbito das comemorações do Dia Internacional da Mulher, continua patente ao público, no Museu Municipal de Vidigueira, a exposição “Manus & Arte”, de malas e acessórios em pele, da autoria de Paula Salvador, Bag Designer. A mostra poderá ser vista até ao dia 6 de abril.
A escritora Teresa Lopes Vieira apresenta amanhã, sábado, pelas 17 e 30 horas, na Biblioteca Municipal de Sines, o seu último romance intitulado Albatroz, “um enredo de reencontros, fugas, memórias e colisões familiares inevitáveis, mas também uma história de amizade entre irmãos”. A anteceder a apresentação, a escritora ministrará um workshop de escrita criativa “destinado a todos os que se queiram iniciar no campo da escrita de ficção”, que decorrerá entre as 9 e 30 e as 12 e 30 horas e as 14 e as 17 horas. A participação no workshop requer inscrição. A apresentação do livro é de entrada livre. As iniciativas estão integradas na programação do Mês da Juventude.
Alunos da Sociedade de Belas-Artes expõem em Aljustrel O espaço Oficinas de Formação e Animação Cultural de Aljustrel acolhe a partir de hoje, sexta-feira, a exposição coletiva de pintura dos alunos da Sociedade Nacional de Belas-Artes de Lisboa. A inauguração está agendada para as 18 horas. A mostra, que conta com a colaboração da Sociedade Nacional de Belas-Artes de Lisboa, ficará patente até ao dia 5 de abril.
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Museu de Santiago acolhe escultura de Antonieta Roque Gameiro
Nº 1664 (II Série) | 14 março 2014
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nada mais havendo a acrescentar... Os dois Devíamos morrer os dois no mesmo dia. Depois dos sacrifícios que fizemos e das penas que passámos, merecíamos, tu e eu, partir à mesma hora. Não consigo imaginar um a viver sem o outro. Muito menos tu ires antes de mim e deixares-me sozinho. Que Deus me perdoe, mas se um tiver que ir primeiro que vá eu que sou homem e nem uma açorda sei fazer. Como eu sei que não aguento dor nenhuma, muito menos o luto, o melhor era irmos os dois ao mesmo tempo. Esperávamos que arrumasses a cozinha e lavasses o corredor e eu desse comida ao cão e regasse a horta e depois desaparecíamos como quem se apaga de repente deste mundo e ninguém dá por nós.
Há já tanto tempo que nos temos um ao outro. Fazendo companhia, cuidando, ouvindo, desabafando. Apesar das arrelias e das zangas, sempre nos demos bem. Eu respeitei-te e tu respeitaste-me. Deste-me filhos e um lar. Isto para mim é o amor. Talvez tenha sido pouco para ti, mas tu sabes que eu cá nunca fui muito de beijos. Tenho tantas saudades do que éramos. Agora estamos aqui sentados vendo televisão e medindo os dias pelos comprimidos que tomamos. Até parece mentira como o tempo passa. Devíamos chegar ao fim no mesmo dia. Uma só cova chegava. Afinal somos só os dois. Vítor Encarnação
quadro de honra É licenciada em Línguas e Literaturas Modernas e mestre em Ensino do Português e das Línguas Clássicas. Tem uma pós-graduação em Gestão de Recursos Humanos. Colaborou no “DnJovem”, suplemento do “Diário de Notícias”. Participou com outros colaboradores do suplemento no site na-cama.com e jotalinks. Foi 3.º prémio do concurso literário “Lisboa à Letra” em 2004. Foi selecionada no 4.º concurso de Mini-Contos do IST Taguspark. Irá publicar, no Brasil, na coletânea “Livros” da Editora Estronho.
Contos Breves marcou a sua estreia a solo
Olinda P. Gil prepara-se para publicar novo livro de contos
O
Contos Breves, publicado em finais de 2013, é o seu primeiro livro a solo. Por que é que só agora decidiu, nas suas palavras, “sair da gaveta”?
As pessoas que me são mais próximas insistiam comigo para que desse a conhecer os meus escritos, entre os quais estava PUB PUB
Contos Breves, mas eu não tive pressa. Estes textos tinham sido escritos há alguns anos, muitos deles tinham sido publicados no “DNJovem”, suplemento extinto do “Diário de Notícias”. Teve de haver primeiro um trabalho de seleção dos textos deste período (entre 1999 e 2007), posteriormente de revisão e até mesmo de alteração de algumas passagens. Depois houve todo o trabalho da edição do livro, pois foi uma edição de autor, em que surgiu a oportunidade de trabalhar com a ilustradora Cláudia Banza. A edição de autor dá mais trabalho, dá muito mais gozo, mas infelizmente não é tão considerada pelo público como uma edição por uma editora. Apesar de tudo consegui chegar a muitas pessoas. Em primeiro lugar consegui um batalhão de leitores através das redes sociais que leram o livro e me ajudaram a fazer publicidade sem que lhes tivesse pedido nada em troca. As suas apreciações foram muito positivas, e foi bom, tendo em conta que lhes pedi uma opinião sincera. Isso ajudou, sem dúvida, a que as pessoas prestassem atenção ao livro e ajudou ao trabalho posterior, de divulgação junto dos
As previsões para hoje, sexta-feira, apontam para céu limpo, com temperaturas entre os cinco e os 19 graus centígrados. O céu deverá manter-se limpo durante os dias de amanhã e domingo.
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Aljustrel debate desafios da cidadania e da inovação territorial
Olinda P. Gil, 31 anos, natural de Beja
linda P. Gil lançou em novembro de 2013 um conjunto de micronarrativas intitulado Contos Breves, uma edição de autor que marca a sua estreia a solo. A obra apresenta textos que tinham sido publicados, entre 1999 e 2007, no “DNJovem”, suplemento extinto do “Diário de Notícias”. Dentro de semanas irá lançar a obra Sudoeste. A escritora, que tem textos publicados nas revistas “Ao Sul de Nenhum Norte”, “Bang!”, “Nanozine”, “Revista Literária Sítio” e “InComunidade” e nas coletâneas “Ocultos Buracos”, “Beijos de Bicos” e “Poesia sem Gavetas”, gostaria de ter entre as suas “principais influências Sophia de Mello Breyner Andresen, Hélia Correia, Ana Teresa Pereira e a belga Amelie Nothomb”, mas não tem a certeza se o consegue.
www.diariodoalentejo.pt
media e junto de entidades onde pudesse realizar apresentações do livro.
Pacheco Pereira, Miguel Sousa Tavares, António Saraiva, Jorge Malheiros, João Ferrão e Artur Rosa Pires são alguns dos nomes que compõem o painel de palestrantes que irão participar, nos dias 4 e 5 de abril, nas Conferências de Aljustrel, da responsabilidade da câmara local. Esta primeira edição vai estruturar-se em torno das temáticas “Os desafios do desenvolvimento: da crise demográfica e territorial” e “Políticas & programas para o desenvolvimento integrado”. Simultaneamente integrará um “fórum de projetos & iniciativas”, que “permitirá acolher novas e interessantes abordagens aos desafios da inovação e do desenvolvimento territorial”. O evento “afirma-se como um espaço e um tempo de cruzamento, reflexão e partilha de ideias, pistas, iniciativas e projetos, partindo de interventores de diversas competências e temáticas, para debates abertos de clarificações e questionamentos sobre os desafios estruturantes do nosso desenvolvimento: cidadania, inovação & território”, conclui a câmara.
Que outros projetos literários tem em mãos? E em que registo é que se sente mais à vontade?
PCP homenageia João Honrado
Eu perco a conta aos meus projetos! Para além daquilo que tenho terminado e pronto a sair, daquilo que estou a trabalhar neste momento, tenho dezenas de ideias, das quais uma boa meia dúzia está projetada. Há prosa e poesia, mas o registo para o qual tenho mais tendência é a prosa, em especial o conto. Não elejo o conto por nada de especial, simplesmente a maioria das histórias que imagino são concisas e com poucas personagens. Mas há romance no meio disto tudo também.
O resistente antifascista e militante comunista João Honrado vai ser homenageado pela Direção da Organização Regional de Beja (Dorbe) do Partido Comunista Português no próximo dia 22, data em que se assinala o primeiro aniversário da sua morte. A sessão, que terá lugar na Biblioteca Municipal José Saramago, em Beja, pelas 16 horas, inclui intervenções de camaradas seus, música, poesia e uma exposição. Intitulada “Alentejano e Comunista”, a mostra fotográfica e documental ficará patente ao público, na cafetaria da biblioteca, até ao final do mês. A sessão evocativa de homenagem a João Honrado, aberta ao público, enquadra-se nas comemorações em Beja, pelo PCP, dos 40 anos da Revolução de Abril. João Honrado morreu a 22 de março de 2013, aos 84 anos, em Beja. Natural de Ferreira do Alentejo, “foi um destacado resistente antifascista e militante comunista que, pela sua atividade patriótica, conheceu a tortura e as prisões da ditadura salazarista, tendo estado preso quase 13 anos”, lembra a Dorbe. Depois do 25 de Abril de 1974, foi deputado à Assembleia Constituinte, autarca, jornalista, editor e publicista, tendo fundado e dinamizado coletividades culturais, cooperativas e jornais.
Recentemente recebeu uma proposta de uma editora para a publicação de um outro texto. Pode revelar do que se trata?
Irei dentro de semanas publicar a obra Sudoeste, contos fortemente inspirados no sudoeste alentejano. A este respeito surgirão novidades em breve. Nélia Pedrosa
festival
internacional
de teatro do alentejo
Julio César Ramirez "O FITA é uma janela para o mundo"
António Revez “Um projecto desta dimensão só faz sentido se pensarmos nele como projecto de continuidade”
Este suplemento, da responsabilidade da Companhia de Teatro “Lêndias d’Encantar”, é parte integrante da edição n.º 1664 do “Diário do Alentejo” e não pode ser vendido separadamente
entrevista ´ a antonio revez
editorial O FITA nasce como parte integrante de um projecto que resulta da parceria da LdE com a SOIR – Sociedade de Instrução e Recreio Joaquim António de Aguiar e com o Cine Clube da Universidade de Évora - o IMAGI RIOS AO SUL. Este agrega além do FITA, o FIKE (Festival Internacional de Curtas Metragens) e o Raízes do Som (Festival Internacional de Música Tradicional). Todos estes festivais terão lugar em simultâneo nas cidades de Beja e Évora. Para esta primeira edição contamos com cinco companhias internacionais que vêm da Galiza, Colômbia, Brasil, Cuba e Uruguai e sete estruturas nacionais. Vamos respirar teatro durante duas semanas com espectáculos como “El ano”, “ on uijote”, “ inossauros”, “A 20 de ovembro”, “Inverno”, “Senhor Imaginário” e tantos outrosǥ. Teremos companhias nacionais como Artistas Unidos, O Bando, Art’Imagem, A Bruxa Teatro entre outrosǥ Vamos também respirar música com a programação paralela de cafés-concerto no Espaço Os Infantes. São oito espectáculos, uns de nomes mais sonantes como JP Simões e Márcia, outros de projectos da região como o Pó da Alma e a Nau e outros, mas todos com um ponto em comum: a qualidade artística que nos garante uma noite muito bem passada, em convívio com artistas e público. ue este seja o primeiro de muitos FITA, porque Beja merece festas como esta.
António Revez é o director artístico do FITA – Festival Internacional de Teatro do Alentejo e da Lendias d’ Encantar, a companhia de teatro que promove o festival cuja primeira edição decorrerá entre os dias 19 e 29 de Março em Beja.
Como surge a ideia do FITA? E em que contexto? A Lendias sempre teve o objectivo de promover um festival de teatro, mas este tipo de iniciativas precisa de apoios, de espaços disponíveis e fundamentalmente de gente interessada. A região onde a LdE desenvolve o seu trabalho, tem poucas estruturas a trabalhar e começamos, naturalmente a sentir algum isolamento. Além de que é urgente criar público. Habituar as populações a ir ao teatro, criar massa crítica, até para que sejam mais exigentes com os programadores culturais e com os criadores. O FITA está inserido no Imaginários ao Sul, um projecto aprovado pelo Inalentejo e é por isso é possível levá-lo adiante. É de frisar também os apoios que temos vindo a conseguir junto de entidades já parceiras da LdE e de outras que se aliam a este projecto em especíƤco. ão podemos ter ilusões: um projecto destes gera dinheiro, gera dinâmica e vida, mas exige meios logísticos e Ƥnanceiros. Uma das nossas preocupações era a de que os espectáculos fossem acessíveis à população, daí o preço quase simbólico dos bilhetes, mas só é possível porque há apoios que garantem as despesas associadas à deslocação dos grupos a Beja. Há público em Beja para tantos espectáculos de teatro? Em Beja há muito mais público
potencial do que aquele que realmente existe. O FITA vem também nesse sentido: uma injecção massiva de espectáculos durante quinze dias. ão se criam públicos se não se criar necessidade. ão há desenvolvimento cultural se não houver uma massa crítica que sistematicamente te exija mais. A LdE quer crescer e quer que se lhe exija mais. aturalmente que no íntimo de cada um de nós há o desejo e a esperança de ver o Pax Julia e o espaço Os Infantes cheios a cada espectáculo, mas sabemos que um projecto destes leva tempo até conquistar o seu público. Há uma ideia de continuidade para o FITA? aturalmente. Um projecto desta dimensão só faz sentido se pensarmos nele como um projecto de continuidade. O estabelecimento de relações, a criação de hábitos de que falava há pouco, a dinâmica cultural de uma cidade viva só é conseguida com trabalho de continuidade, não com eventos efémeros. Quais foram os critérios de escolha das companhias e dos espectáculos? E porquê esta opção pelas companhias América Latina? O critério que esteve presente na hora de escolher as companhias desta primeira edição do FITA foi, sem dúvida, o da qualidade. uando programamos e seleccionamos companhias para um Festival temos de apostar em propostas estéticas diversiƤcadas e na qualidade. A opção a nível internacional este ano recaiu sobre a América Latina, porque quisemos centrar a nossa escolha numa latitude onde há muitas propostas interessantes. É muito provável que na próxima edição a aposta seja noutros pontos geográƤcos. Com muita pena deixámos algumas propostas de fora, mas por outro lado temos já uma série de espectáculos que provavelmente farão parte do cartaz do próximo ano.
lendias d´encantar em 2014 O FITA é naturalmente o destaque do ano para a LdE no âmbito das actividades de programação cultural. Mas é mais que isso: é programação, é criação de hábitos de fruição cultural, é criação de públicos, é dinamização cultural do centro histórico, é promoção de encontros e estabelecimento de parcerias e relações com outras estruturas proƤssionais de teatroǥ é um projecto que agrega tanto e tantos e tantas e que já conta com – pelo menos - 8 meses de trabalho e ainda não começou. Garantido está que, dia 29 de Março, começamos a pensar na segunda edição. Há vida para além do FITA, das Ƥtas, das serpentinas e dos confetis. A Lendias continua a pensar o seu trabalho como estrutura criadora de espectáculos de teatro. E 2014 vai ser um ano de bons espectáculos! O Espantalhadas, a produção para a infância deste ano, já estreou e vai regressar aos palcos em breve. Está naturalmente prevista digressão pelo país, junto das escolas e dos espaços culturais municipais. O Júlio Cesar Ramirez, nosso companheiro há tantos anos, o cubano mais alentejano do mundo, vai Ƥcar connosco depois do FITA para encenar e dirigir o nosso novo espectáculo para o público em geral, que estreará em meados de Junho.
Até ao fim do ano, está prevista a estreia do Memórias do Alentejo, um projecto que abrange o universo da narração oral, das histórias, das lendas e tradições da nossa região – matéria que merece honras de museu, mas que, se nos distraímos, desaparece. Para o nosso espaço, Os Infantes, estão previstas diversas actividades, algumas que vamos repensar e voltar a desenvolver – como os Ciclos de Cinema - outras vão ter continuidade como os ConcertosVersáteis que já trouxeram o Manuel JoãoVieira, o Sebastião Antunes ou o António Zambujo; os Concertos daTerra, que porque têm o apoio das Uniões de Freguesia de Santiago Maior e São João Batista e Salvador e Santa Maria, já nos permitiram assistir gratuitamente aos concertos do Cantigas do Baú, do Paulo Colaço e doTiago Bento. Continuamos a ter o espaço disponível para acolher espectáculos de teatro, performances, exposições de pintura, artes gráficas, escultura ou qualquer outra coisa, desde que tenhamos espaço! Mas agora é altura de viver o FITA em pleno. É fundamental que a cidade acolha o projecto e tenha os braços abertos para esta meia centena de artistas que nos vão visitar. Mas isso é o que Beja e os bejenses fazem melhor, por isso este parágrafo podia ser resumido por: “Beja sê tu mesma, que eles voltam cá de certeza!” Vamos fazer do FITA a festa doTeatro no Alentejo. Lendias d’Encantar
Júlio Cesar Ramirez é actor e encenador, fundador do Teatro D’Dos que apresenta “La Edad de La Ciruela” no dia 29 de Março no auditório do Pax Julia Teatro Municipal. Vem de Havana e é uma presença assídua nas produções da Lendias d’Encantar.
entrevista ´ a julio cesar ramirez
Como surgiu o convite para participar no FITA? Em primeiro lugar, quero mostrar a imensa satisfação com a realização do FITA, sem dúvida que é um projecto com um papel importante no desenvolvimento do teatro na região do Alentejo. É uma janela para o mundo. O convite ao Teatro D’Dos deve-se à estreita relação de trabalho e amizade que há já dez anos nos tem unido à Lendias d’Encantar. As razões são muitas, mas penso que é sobretudo porque temos linhas de trabalho que convergem nalguns pontos e também porque temos uma ƤlosoƤa muito semelhante na forma de ver o mundo. Há algo muito especial que não posso deixar passar em claro, e penso que os organizadores do FITA o tiveram em conta na hora de me dirigir este convite: o meu amor por Beja. É uma cidade que adoro e acredito que pode alcançar um desenvolvimento cultural muito sólido e de grande impacto social, não tenho dúvidas que o teatro nesta cidade pode ter um grande crescimento.
que a origem de tudo foi a participação da Lendias no Festival de Teatro de Havana de 2003. O António Revez participava no festival com um monólogo, viu o nosso espectáculo e sentiu-se, de alguma forma, identiƤcado connosco. Acho que, logo na primeira vez que nos encontrámos, intuímos que a amizade ia ƪorescer entre nós. É difícil encontrar amigos, amigos de verdade e é muito mais difícil cultivar uma amizade duradoura. E foi isso que aconteceu. A cumplicidade cresceu e esta é uma das particularidades do teatro: as pessoas encontram-se e criam-se cumplicidades. Essa cumplicidade leva-nos sempre a resultados positivos, a obras de arte. Bom, desde então organizamos projectos em parceria. Já montei sete obras em Portugal, a Lendias já viajou até Havana e fez digressão por várias províncias cubanas. Nestes dez anos deu-se um verdadeiro e frutífero intercâmbio cultural. Em conjunto participámos no Festival Internacional de Teatro da Nicarágua, há dois anos, com um texto meu onde dirigi o António Revez - “Vueltas”e estivemos na Feira de San Sebastian com “Frijoles Colorados”.
Que importância pode ter um Festival como o FITA? Um dos grandes entraves ao desenvolvimento do teatro é que muitas vezes não vemos o que o outro faz ou por que caminho anda - também é um mal social, mas estamos a falar de teatro. Penso nso que quando actores e encenadores podem passar ssar o dia a ver espectáculos e a conversar sobre os processos criativos de cada um, se produz um intercâmbio único, um encontro onde a experiência xperiência se converte sempre num novo vo ponto de partida. Por outro lado, um festival cria novos públicos. Muitas zes subestimamos o espectador, vezes mass sabemos que sem espectadores, o há teatro. O público de hoje em não dia está saturado com informação, m afazeres, com o instinto de com brevivência - tudo isto ocupa muito sobrevivência paço nas suas vidas. Por isso, o teatro espaço m de produzir sinais diferentes e um tem al chave é um festival. O FITA pode ser sinal um novo caminho para que o espectador do entejo se deixe seduzir pela arte do palco. Alentejo eatro vai mais além do que qualquer outra O teatro e, o teatro é o comportamento humano ao arte, o em cima de um palco, é a oportunidade vivo ca que o espectador tem de partilhar um única o artístico de magnitude vital, onde estão acto das as emoções presentes e também todas todas deias - o teatro é a montra para a diversias ideias de do pensamento. dade
Com a sua experiências em Portugal, que semelhanças ou diferenças encontra entre as duas realidades teatrais? O teatro é o mesmo em todos os lugares. Quero dizer, o acto teatral, a vida orgânica de um grupo de teatro terá sempre semelhanças porque responde à necessidade
mo e quando surgiu a parceria com a Como E? LdE? Foi no longínquo ano de 2004, ão a fazer dez anos. A minha estão Ƥlhaa abriela, que tinha ͠ os, é já uma actriz proƤsanos, nal, frequenta a Escola sional, cional de Teatro e Nacional ompanha-me com acompanha-me estaa produção “La ad de la Ciruela”. Edad Estaa foi a primeira peça que uxemos a trouxemos rtugal… sem Portugal… vida que dúvida o somos não assim im tão ens! jovens! nso Penso
de nos apropriamos de outras vidas e de as traduzir em imagens aos espectadores. Quero dizer, a comunicação de emoções, sensações, estados anímicos é a função da arte do actor e este responde de igual forma no Caribe, em África ou na Europa. A diferença está nos sistemas de produção, em como o teatro interessa aos produtores e receptores, e isso depende de muitas coisas, entre elas: das instituições, dos governos, das políticas culturais que cada país segue. Não conheço muito do teatro que se faz em Portugal, participei no Festival Internacional de Teatro de Almada em 200͠ onde pude assistir a alguns espectáculos portugueses, uns bons, outros não tanto, mas isso também acontece em Cuba. Num e noutro país o teatro é muito diverso e as tendências abrem um leque de possibilidades muito atractivas. (…) Se tivesse de comparar o teatro que conheço de Portugal e o de Cuba, podia dizer de maneira categórica que existe um ponto em comum: o desejo de quem faz o teatro, quer dizer, os actores, os encenadores, de manter esta proƤssão apesar de qualquer crise, contratempo, constrangimento económico, acredito que o teatro vai viver e viverá.
Julio César Ramirez Ojito nasce em Sanctí-spiritus, Cuba, em 1965. É um dos mais conceituados actores e encenadores cubanos. Fundou e dirige o
rupo Teatro D’Dos e é actualmente o director do Teatro Raquel Revuelta. Dirigiu já cerca de 50 encenações tendo recebido quinze prémios de melhor encenação. Participou enquanto actor e encenador em 23 festivais de teatro em países como Cuba, Venezuela, Argentina, Brasil, México, Espanha e Portugal (participação no Festival Internacional de Teatro de Almada em 200͠, com o espectáculo La Casa Vieja e com La Balsa de Piedra no Festival Internacional de Teatro da Póvoa de Varzim). Para além do seu trabalho enquanto actor e encenador, é professor no Instituto Superior de Arte e chefe do departamento de representação da faculdade de Artes Cénicas, é também o representante em Havana da Red de Promotores Culturales de América Latina y el Caribe. Tem vindo a trabalhar com a companhia de teatro Lendias d’Encantar, como encenador em peças como: Frijoles Colorados, Catarinas de Baleizão, La Balsa de Piedra, Sangue Pisado, Zoo Story, Duas Irmãs e O Jantar das Feras.
Companhias Nacionais
Quinta.20
Artistas unidos (Lisboa) | A 20 de Novembro | sala estúdio | pax julia - teatro municipal
A 20 de Novembro de 2006, Sebastian Bosse atirou sobr e alunos e professores do seu antigo liceu antes de se suicidar. A partir do seu diário íntimo publicado na Net, Lars Norén escreve um texto intenso, frio e clínico. Sozinho no palco, o actor expõe os mecanismos de humilhação que levaram o adolescente à vingança e ao suicídio e interroga a nossa responsabilidade.
sexta.21
~ fc produçoes teatrais | monstros s.a. | 21h30 auditório | pax julia - teatro municipal
Desta vez os Monstros estão Sem Abrigo, vítimas da crise, e vivem debaixo da Ponte 25 de Abril. Mas, apesar da crise, os Monstros não deixam de manter os seus diálogos Ƥlos×Ƥcos, absurdos e c×micos, sobre o Teatro, a Música e a Vida, recordando velhos tempos e mantendo a mesma máximaǣ “n×s não tentamos ter graça, limitamo-nos a ser inteligentes e a encarnar a estupidez da nossa época”.
terca.25 ,
art´imagem (porto) | as veias abertas da humanidade | 21h30 Auditório | pax julia - teatro municipal É um espectáculo baseado na obra do multifacetado escritor, jornalista e pensador uruguaio Eduardo Galeano autor de “As Veias Abertas da América Latina”, uma voz singular da actual literatura e do pensamento latino-americano. Privilegiou-se no trabalho dos actores, o compromisso entre jogo dramático e oralidade, confrontando-os/dialogando com outras narrativas em cena (imagem, sons, música) num palco “em branco” e praticamente despojado de adereços e cenários.
quarta.26 A Bruxa Teatro (Évora) | Inverno |f 21h30 sala estúdio | pax julia - teatro municipal Um banco na rua. Um quarto de hotel . Uma mulher, um homem. Uma peça sobre o amor que Fosse enaltece com uma linguagem minimalista e musical. “Inverno” metáfora dum tempo que Ƥnda e dum tempo cujo futuro se desconhece. Duas pessoas, social e proƤssionalmente separadas poderão aspirar a quê? Mais do que um teatro do quotidiano, mais do que um ‘fait-divers’, um teatro social, logo político.
teatro infanto/juvenil sexta.28
acert (tondela) | 20 dizer | 14h30 e 23h00 sala estúdio| pax julia - teatro municipal e espaço os infantes
´ sabado.22 teatro o bando (palmela) | o senhor imaginário | 16hoo sala estúdio | pax julia - teatro municipal
quarta.19
sala estúdio| pax julia - teatro municipal limiar teatro (espanha) | don quijote | 1oh30 e 14h30 Alonso, cozinheiro, não consegue esconder a pai ão que sente pelo engenhoso Ƥdalgo ( om Quixote) e acaba contando a sua história com tudo o que encontra na sua cozinha. O espectáculo combina a narração oral, manipulação de objectos, cozinha em directo, interacção com o público e grandes doses de humor e loucura.
O Senhor Imaginário pretende reinventar o universo dos contos de Vergílio Ferreira através da personagem Jeremias. Por uma vez queremos fazer parte da família desse oleiro a que Vergílio Ferreira chamou Imaginário, queremos parodiar um ridículo reduto de resistência interposto entre nós próprios, enquanto Imaginários insubmissos, e uma nação ocupada, vendida a retalho por mercadores sem escrúpulos. Se não damos mais voz às minorias vamos seguir sempre o mesmo rumo. Portanto gritamos, que o que está em causa é a defesa da soberania de um país emancipado.
Se é certo que não há coisa sem nome, também é certo que há recantos da vida que não se podem traduzir por palavras. Mas até esses têm uma – indizível. É a palavra que gera convergências e conƪitos, lágrimas, sorrisos e gargalhadas, abraços e adversidades. Não terão [as palavras] as suas próprias fronteiras? É que a palavra também não tem pátria. É, ela própria, pátria; uma das muitas pátrias dos nossos afectos. É verdade que as palavras às vezes (tantas vezes…) cansam. Quando nos vêm só falar. E nada nos vêm dizer…
sabado.29 baal 17 (serpa) | clean play clown | 16hoo sala estúdio | pax julia - teatro municipal Em “Clean PLAY Clown”, três personagens recriam um divertido jogo de computador onde as Energias Renováveis e as Não-Renováveis se enfrentam em sucessivas provas de “alta-tensão”! Quem vai ganhar? Porquê? Inspirado nos jogos de computador que as crianças mais gostam, o espectáculo revela algumas das vantagens das Energias Renováveis (como a solar e a eólica), em relação às Não -Renováveis e poluentes.
Companhias internacionais
sexta.28
grupo cena (brasil) | dinossauros | 21h30 auditório| pax julia - teatro municipal m banco, uma luz e dois actores. sso é o suƤciente para criar a atmos era do espect culo. Os actores encarnam dois solit rios desconhecidos ue, na madrugada de uma grande cidade, se encontram e aos poucos estabelecem uma relação ue vai do medo ao companheirismo, chegando subtilmente a uma situação de intimidade entre si e com o público.
quarta.19
teatro tierra (colômbia) |El enano | 21h30 auditório| pax julia - teatro municipal É uma versão livre sobre a novela homónima de Par Lagerkvist, escritor sueco, prémio Nobel em 1951. Em “El Enano” (O Anão) o autor concebe um monstro de 65 cm de altura, dotado de uma apurada capacidade de exercer a destruição numa corte medieval. É uma exploração dos labirintos do ser humano, uma reƪexão dram tica sobre os conƪitos ue a ectam o mundo desde h séculos, ou talvez desde sempre.
sabado.22 ´
el mura (uruguai) | El vuelo | 21h30 auditório| pax julia - teatro municipal “El Vuelo - O Voo” é um projecto/laboratório. “El Vuelo” de ine-se comoǣ eatro doc- icção. eatro da não-representação. ma orma de laboratório; um Biodrama. Boa noite. Gostaria de propor-lhes um pacto para esta noite. Um pacto sincero. Queria propor-lhes que esta noite não façamos o que fazemos sempre. Quero libertá-los – pelo menos por uma noite – do papel de público e permitam-me que me liberte então do papel da representação. Estão de acordo?
sabado.29 ´
teatro d´dos (cuba) | la edad de la ciruela | 21h30 auditório| pax julia - teatro municipal Duas personagens partilham com o público o tempo da sua in ncia. A “La Edad de La iruela” é um espect culo ue se distingue pela sua clara concepção “minimal” de espaço de representação, plenamente justiƤcado pelo valor das palavras. Duas mulheres prontas para dormir tentam desesperadamente agarrar-se aos restos de vida ue as preenchem, ue as distinguem e lhes permitem ser o ue são para os outros e para si mesmas.
concertos quarta.19 ~
concerto | Jp sim2oes | 23hoo sala preta | espaço os infantes Depois dos Pop dell Arte, banda com a qual colaborou ainda muito jovem e depois de uma breve experiência como jornalista, fundou, em Coimbra, os Belle Chase Hotel e o Quinteto Tati. Findas as bandas, iniciou-se numa prolÀƤca produ o a solo na qual j editou quatro discos: 1970 (2007), Boato (de 2009), Onde Mora o Mundo (2010 com Afonso Pais) e Roma (2013).
quinta.20
´ sabado.22
quinta.26
concerto | pó da alma | 23hoo sala preta | espaço os infantes
concerto | nuno do ó | 23hoo sala preta | espaço os infantes
concerto | nau | 23hoo sala preta | espaço os infantes
“Canções, valsas, marchinhas, fados turvos, modas e lonjuras…” constituem a base do universo musical deste espectáculo, que resulta da cumplicidade artística entre Paulo Ribeiro e Jorge Moniz. Durante o concerto, serão interpretados temas originais já editados, mas também inéditos e ainda canções de outros autores, que fazem questão de partilhar com o público.
Um espectáculo de homenagem aos cantautores e à revolução de Abril, aos que a cantaram, aos que a procuraram, através da canção, feita arma. Pretende-se homenagear, revisitar e recantar autores tão importantes para a história da música portuguesa, como José Afonso, José Mário Branco, Adriano ou Fausto, entre outros, lembrando desta forma, aquela madrugada, a do nosso alvorecer. Um espectáculo sóbrio e intimista.
É um grupo acústico onde predominam sobretudo os arranjos vocais. Pretende divulgar a “Universalidade” da cultura Portuguesa, através de uma “viagem” pelas inƪu²ncias partilhadas com as diversas culturas, com as quais Portugal assimilou e partilhou, ao longo de toda a sua história. Realçamos também a inƪu²ncia do “cante alentejano” que reforça a nossa identidade.
quinta.27
concerto | eroscópio | 23hoo sala preta | espaço os infantes Surge em Beja em 2004 como resultado da cumplicidade artística entre Paulo Ribeiro e António Revez. Jorge de Sena, Natália Correia, Al Berto, Nuno Júdice, José Luís Peixoto e Manuel Alegre, entre muitos outros, fazem parte do roteiro arty do Eroscópio, onde o amor e o erotismo convergem para a elaboração de um universo poético de alma portuguesa.
sexta.21
concerto | márcia | 23hoo sala preta | espaço os infantes Casulo sucede ao aclamado lbum de estreia D . ditado ori inalmente em ovembro de 2010, D teve uma nova edi o em ovembro de 2011, na qual, ao alinhamento ori inal, se juntou o tema “A pele que há em mim (quando o dia entardeceu)” em dueto com JP imÙes. Casulo promete se uir-lhe os passos com excelentes críticas da imprensa e aceita o do pïblico.
Raizes do Som