Ediçao Nº 1560

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A empresa de estudos de mercado GFK tem estado no centro da polémica das audiências após ter divulgado relatórios que davam maus resultados à RTP: supostamente, durante largos períodos de tempo, ninguém via os canais da TV do Estado. O “Diário do Alentejo” também encomendou estudos que apresentam resultados duvidosos, como o facto de ninguém ter lido a página de necrologia do jornal – que está para alguns leitores como O Livro de Pantagruel está para Maria de Lurdes Modesto. Outros resultados, esses mais próximos da realidade, revelam que a Não confirmo, nem desminto foi considerada a página com mais piada do jornal logo a seguir à secção de filatelia e às receitas do chefe Nobre.

31 Diário do Alentejo 16 março 2012

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Inquérito Agora que estão a cortar no transporte de doentes, como vai para consultas/ /tratamentos?

HÉLDER ALGÁLIA, 92 ANOS Pessoa que é presidente do clube de fãs do dr. Eduardo Barroso, do dr. House, do dr. Oz e do dr. Strangelove

Empresas que organizaram Beja Wine Night processam Câmara de Beja por esta não devolver vasilhame As empresas Essência do Vinho e Comunicar Essência decidiram processar a Câmara Municipal de Beja por dívidas relativas aos eventos Beja Wine Night e Vinipax, mas o nosso enviado Godofredo Antão Vaz descobriu as verdadeiras razões pelas quais a autarquia foi posta em tribunal. Fonte de vinho de mesa ligada ao processo afirmou que grande parte do prejuízo tem a ver com o facto de a câmara não ter devolvido o vasilhame utilizado. As empresas suspeitam que a autarquia está a reutilizar as garrafas para exames à urina dos

Alunos de Erasmus escolheram Beja porque sempre quiseram saber como era viver num país do 3.º mundo São aproximadamente 40 os alunos estrangeiros que escolheram o Instituto Politécnico de Beja (IPB) para prosseguirem os seus estudos no ensino superior. Consta que a maioria destes jovens escolheu a capital do Baixo Alentejo recorrendo à velha técnica científica de “fechar os olhos e apontar ao calhas para um mapa”. A chegada destes novos alunos encheu de satisfação os alunos do IPB, em particular os homens, que ficaram entusiasmados por verem uma loira no contigente estrangeiro, já que por estas paragens é quase tão raro encontrar uma loira como um emprego para a vida. Estivemos à conversa com alguns alunos, como é o caso de Josef Kandowski, aluno A desilusão foi grande quando polaco: “Escolhi o IPB porque é o instituto se descobriu que afinal a aluna loira era um estudante com da Europa onde os curricula mais se aproproblemas de identidade ximam do curso de decorador de interiores do Second Life que estou a tirar em Varsóvia. Portugal foi o mais parecido que arranjei a um país do 3.º mundo na UE. Pelo que já percebi, vocês pagam impostos ao nível dos países nórdicos, mas vivem como na Tunísia de há 30 anos. Em mais nenhum sítio encontraria um local para viver uma experiência tão radical! Ouvi dizer que há pessoas aqui que preferem beber café nas áreas de serviço. Isso é verdade? Depois bebem um shot de sem chumbo 95 como digestivo, não? LOL Malucos, pá!”.

Quando vou fazer hemodiálise só quero paz e sossego. Já estou cansado de viajar em ambulâncias de 1954… Da última vez tive que ir segurando no alternador para a viatura funcionar. Agora só vou de rappel ou slide para o hospital, uma coisinha mais sossegada. Afinal de contas, já não tenho 86 anos, quando ainda estava na força da vida! Há que ter calma, que a prótese de titânio que tenho na anca não dura para sempre.

seus funcionários – para rastreio de “células do PCP no organismo” – e a vendê-las para reciclagem de modo a obter mais receitas. A câmara, todavia, já veio desmentir tais alegações: “De facto, ainda não devolvemos o vasilhame utilizado, mas tal deve-se apenas a problemas de tesouraria… Ainda não conseguimos arranjar dinheiro para pagar aos pombos-correio que ficaram de efetuar o transporte. Até já tentámos razoar com eles, mas o seu sindicato exige cinco euros em alpista”. LEILA SERINGA, 75 ANOS Pessoa que toma um xarope para a tosse quando tem uma fratura exposta

Museu Regional de Beja vai rodar na Cimbal à experiência e afirma ser da instituição “desde pequenino” Envolto em polémicas de gestão, o Museu Regional de Beja admitiu na sua página do Facebook “estar farto de não ter dinheiro” e de se “sentir rejeitado pela autarquia bejense”. No seguimento de tais afirmações, e segundo apurámos, medidas estão já a ser tomadas. O empresário do museu está a negociar, como se de um jogador de futebol se tratasse, da transferência, à experiência, do museu para as mãos da Cimbal. Farto de ser posto de lado, o Museu Regional de Beja declarou, em exclusivo à nossa página, e já a falar na terceira pessoa como qualquer futebolista: “O museu pode não ter o encanto daquela mariquice do borboletário, mas merece mais respeito pelo que fez por esta cidade! Borboletário? O que é que vem a seguir? Um museu dedicado aos ácaros? O Museu do Relógio de Serpa expandese para Évora… E o Museu de Beja nem chega à Boavista? Uma tristeza... O museu espera dignificar a camisola da Cimbal, já que sempre foi da Cimbal desde pequenino. Até a Mariana Alcoforado tinha um poster da Cimbal na parede da cela...”.

Eu costumava ir ao Centro de Saúde de Moura de teleférico, mas acabaram com o serviço, como acabaram com o teletransporte. “Ah! Não sei quê, que era caro...”. Agora, só de táxi. É verdade que gasto metade do dinheiro da reforma com o taxista, mas veja lá que eu moro em Santo Amador e para ir ao hospital de Beja, ele, coitado, dá-se ao trabalho de fazer o desvio por Grândola. É uma joia! Enquanto houver pessoas assim o mundo é um sítio muito melhor...

CLARINDA SORO FISIOLÓGICO, 79 ANOS Pessoa que acha que uma embolia é uma “ambulância pequenina” Eu ainda vou com os bombeiros, mas não está fácil para eles. Outro dia a ambulância ficou sem gasolina e eu tive de ajudar a empurrá-la serra do Mendro acima… Só foi chato ter coincidido com um traumatismo craniano que tive. No verão passado até os ajudei com um incêndio ao pé de Vidigueira: ainda salvei a vida a dois bombeiros e resgatei um gatinho do alto de um eucalipto, apesar de ter regressado de um transplante hepático. Sempre fui muito rebiteza!


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