Boletim "De Mãos Dadas" n° 101

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BOLETIM INFORMATIVO DA PARÓQUIA NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS VICENTE DE CARVALHO - GUARUJÁ - MARÇO / ABRIL DE 2018 - ANO XVII - Nº 101

Editorial O evento da Páscoa é o assunto mais relevante nesta edição. Todos os anos a Igreja repercute esse tão importante tema para nós, os Cristãos. Como sempre dissemos, Páscoa significa mudança. Que é a sugestão do Bispo D. Tarcísio, também repercutindo o Vaticano na sua Carta Pastoral, para o nosso corpo de laicato. Está mais do que na hora de a Igreja romper a cerca e buscar (re)plantar a mensagem do Evangelho no coração das pessoas. Essas pessoas que precisamos cativar e arrebatar, oferecendo-lhes oportunidades de

crescimento alicerçado na Palavra, para que possam assessorar nossos sacerdotes e ajudar-lhes a carregar a responsabilidade que lhes pesa sobre os ombros. Queremos parabenizar a mais nova paróquia da Baixada Santista, a São José, nossa filha que ganhou autonomia, agora sob os cuidados da Diocese de Santos e muito bem liderada pelo Pe. Silvio Luiz dos Santos. Queremos lembrar que somos duas paróquias e um único povo, unido pela fé em Deus e pelo comum amor ao próximo. Miguel Rubido

Celebremos o Cristo vivo em nossas vidas “E esta é a promessa que ele nos fez: a vida eterna.” João 2:25

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ia 1º de abril celebraremos a Páscoa do Senhor, um dos momentos mais importantes nos quais se baseia a nossa fé Cristã. Cristo vive! A palavra Páscoa vem do hebraico. “Pessach”, que significa, passagem. Ao longo de nossas vidas como cristãos no século 21, somos encaminhados a várias “passagens”. Seja a difícil e complexa manobra para equilibrar vida pessoal, profissional, e religiosa, seja a passagem por momentos conturbados, onde nossa fé é testada, o rito de passagem sempre guarda a promessa de um horizonte melhor e mais brilhante. É preciso ter fé.

Cristo “passou” a morte de seu corpo, redimindo nossos pecados, e encontrou a vida eterna ao lado do Pai Celestial. Ele nos mostrou o caminho. Neste início de abril, somos convidados a passar por nossas atribulações, cotidianas, com muita fé e esperança. Passemos pelos vícios, pelos pecados – os grandes e os pequenos – pelos desvios e atalhos que nos afastam de nosso objetivo central, e renasçamos na fé e no amor de Deus, para uma vida serena, e dedicada a tornar o mundo um lugar mais justo, e pacífico. Que celebremos e vivamos o amor puro e incondicional do Cristo Vivo em nosso dia a dia. Thainá Rocha (Matriz)

Uma igreja fora da igreja

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oje em dia fala-se tanto da Igreja em saída, que se tornou normal falar também da Igreja fora da igreja. É este o assunto que iremos tratar neste breve artigo. Quem nos dá o motivo é a Comunidade católica São Francisco de Assis, do Bairro Novo Parque Estuário, especialmente do núcleo habitacional que existe atrás do cemitério municipal. No início de março, essa comunidade decidiu sair das quatro paredes da própria capela e fazer uma experiência concreta da “Igreja em saída”. Seu objetivo era o de misturar-se com o povo simples que vive nas redondezas e sentir na própria carne as angústias e as alegrias que as famílias enfrentam no seu dia a dia. O primeiro impacto foi quando os “missionários” se depararam com uma senhora idosa que estava precisando urgentemente de assistência médica, mas que não tinha nenhum familiar que pudesse tomar as providências necessárias. Coube à “Igreja em saída” cumprir essa primeira obra de misericórdia. A segunda experiência impactante deu-se quando os representantes da Igreja católica se encontraram com uma criança, aparentemente com menos de dois anos de idade, a qual fazia gestos com uma mãozinha como para convidá-los

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a entrar num barraco em que estavam reunidas cinco pessoas adultas. Entrar e passar minutos de pura alegria foi uma coisa só. Todos os participantes da experiência de saída da igreja declararam-se surpreendidos e admirados pelo respeito e pela cordialidade com que foram tratados pelas pessoas pertencentes a outras religiões. Deu para perceber que as diferenças religiosas têm pouca importância quando não existe proselitismo e quando se trata de resolver problemas comuns a todos. Uma constatação menos positiva, mas muito importante, foi a que se refere a uma centena de mães que levam seus filhinhos à sede da capela para receberem a ajuda da Pastoral da Criança, mas que não recebem nenhum outro auxílio de caráter cívico e espiritual. A constatação gerou um compromisso: os coordenadores da capela verão qual é a melhor forma de preencher essa lacuna. Foram estes os principais elementos que emergiram no momento da avaliação da experiência missionária. Por poucos que sejam, nenhum deles teria aparecido se a comunidade tivesse permanecido fechada dentro das paredes da própria capela.

Pe. Rovílio Guizzardi CS

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Notícias e vida Jovens Sarados Missa de Cinzas Somos pó e ao pó vamos voltar.

Envio dos catequistas

Em 25 de fevereiro, na missa das 9h na Matriz, deu-se o que chamamos o Envio dos Catequistas. ”Ser catequista é uma vocação de serviço na igreja, que se recebeu como dom do Senhor para ser transmitido aos demais”, disse o Papa Francisco.

Bingo

Em 11 de março, em prol da reforma da igreja, aconteceu um bingo

no Salão Paroquial.

A JUVES (Juventude Escalabriniana) da Paroquia Nossa Senhora das Graças, partindo do Projeto Pastoral Paroquial da mesma, decidiu, em 2016, implantar um grupo de jovens em uma outra comunidade. Em um evento da juventude ocorrido na Comunidade São João, a missão Jovens Sarados (JS) que já haviam tido diálogo com os padres, impelidos pelo Espirito Santo, resolveram vestir a camisa e formar um grupo na distinta comunidade.

Passaram-se alguns meses de contato e, quando a missão JS considerou oportuno, submeteram os jovens da capela que vinham acompanhando, a uma formação intensa de três meses. Em 25 de fevereiro, com o aval dos padres, foi oficialmente dada a abertura da primeira missão de Jovens Sarados da cidade de Guarujá, com dia de louvor chamado Kairós e contando com a presença de 300 jovens.

Jantar dançante da Catequese

Em 28 de abril às 20h30, no Salão Paroquial, a Catequese organiza um Jantar Dançante com animação do Duo Sob Medida. Convite a R$ 30,00, bebidas e sobremesas à parte e crianças a partir dos 9 anos pagam o convite. Venham participar e convidem seus amigos.

Que Deus acompanhe!

Em 24 de março às 19h30 na Matriz, um grupo de Ciclistas recebe as bênçãos para seguirem viagem de peregrinação até a Basílica de N.Sra Aparecida.

Bem vindos à Missão

A missa das 9h do dia 18 de março, além de celebrar o batismo para crianças da comunidade, também foi a oportunidade para dar graças pelos 12 anos de existência da Pastoral do Surdo, além do envio de 192 crismandos na missão

Campanha da Fraternidade

Pastoral da Saúde

Boletim Informativo Bimestral da Paróquia Nossa Senhora das Graças Rua Padre Anchieta, 107 Vicente de Carvalho - Guarujá - SP CEP 11450-170 Telefone: (13) 3352.1218 e-mail: de.maos.dadas@uol.com.br Produção: Equipe Pastoral da Comunicação Jornalista Responsável: Luis Miguel Rubido Projeto Gráfico e Diagramação: Diego Rubido Impressão: Diário do Litoral - Tel. 3307.2601 Tiragem: 5.000 exemplares

Expediente da Secretaria: das 8h às 12h; das 14 às 18h (todos os dias, exceto às quartas e domingos) Missas dominicais: 7h, 9h e 19h30 Missas semanais: 19h30 (Às quartas-feiras não há missa na Matriz) Quartas-feiras: Grupo de Oração às 19h30 Batizados para bebês até 7 anos de idade: 1º e 3º domingo de cada mês Curso de Noivos: 3 e 4 de fevereiro e 5 e 6 de maio, às 19h30

Na tarde de seis de março, no Salão Paroquial da Matriz, o Pe. Lucas Silva, camiliano, ministrou uma formação para os agentes da Pastoral da Saúde da região. O papel da pastoral na Igreja, e também na sociedade de hoje, foi o tema discutido pelos 56 participantes. Ser sal e luz do mundo, além de realizar um trabalho sem recompensa, é o que se espera dos leigos engajados.

Acólitos

Na missa do dia 18 de fevereiro os coroinhas celebraram 16 anos de atividades e estrearam o novo vestuário. Parabéns!

RAINHA DA PAZ

Na tarde do sábado, 17 de fevereiro, no salão Paroquial da Matriz, transcorreu o Encontro Regional da Campanha da Fraternidade, que este ano traz como tema “Fraternidade e Superação da Violência” e como lema “Vós Sois Todos irmãos”. Após alguns depoimentos e palestras os participantes foram convidados a formar grupos para debate sobre a violência doméstica, de onde surgiram performances e manifestações que abrilhantaram o encontro.


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Miguel Rubido

Grupo de Jovens

O grupo de Jovens da Comunidade Aparecida, “Juventude Renovada” celebrou, no dia 18 de fevereiro, na missa das 19h30, 17 anos de atividades. Parabéns a todos pela perseverança.

Cleusa e Paulo Pacheco Paulo Roberto Pacheco e Cleusa Maria de Almeida Pacheco, são um casal que construiu uma união e uma família sob a humildade, a união, a fé e, principalmente, a perseverança ao enfrentar as dificuldades. Ambos mineiros, conheceram-se em Cubatão onde casaram em 1976, ela com 17 ele com 26 anos. Em 1982 vieram para Vicente de Carvalho e Cleusa entrou no grupo do Apostolado da Oração da Matriz. Hoje eles têm três filhos, duas noras, um genro e três netos. Frequentavam a Igreja eventualmente, mas sem engajamento pastoral. -“Foi uma época difícil para nós porque o Paulo era viciado em bebida alcoólica, além do cigarro”; eu clamava a Deus pela cura do meu marido e promovia grupos de oração em casa com o mesmo objetivo. Senti que apoiada na fé em Deus e com um trabalho de paciência alcançaria a vitória. E ela veio em 1987, quando, de um dia para outro, Paulo decidiu não mais ingerir álcool. Anos mais tarde, exatamente em 9/9/1999, fumou o seu último ci-

garro. Desde então, nunca mais bebeu e nem fumou. Para nossa felicidade”, exclama Cleusa. Os dois frequentaram o movimento do Encontro dos Casais com Cristo, onde inclusive trabalharam nos eventos. Desde 2003 trabalham na Sociedade São Vicente de Paula; exerceram, durante anos, o Ministério da Eucaristia; frequentaram cursos de formação e, em 1999, acompanharam reconstrução da Capela São Judas Tadeu, onde depois Paulo foi tesoureiro por algumas ocasiões, inclusive agora. Quando a Paróquia montou a Rádio Comunitária Gênesis, Paulo participou ativamente da experiência. Hoje os dois são Agentes de Batismo na nova Paróquia São José. -“Posso afirmar que sou um apaixonado pela mensagem de Jesus Cristo”, afirma emocionado Pacheco. “As palavras de Timóteo, em 4,6-11 me motivam e incentivam”, revela “Quero destacar também que, a meu ver, ser Vicentino sintetiza tudo aquilo que Jesus Cristo espera de nós”, conclui. Miguel Rubido

Jovens Crismandos na missa do Envio

Comunidade São José

Em 18 de março, na missa das 10h30, concelebrada pelo bispo D. Tarcísio Scaramussa, transcorreu a cerimônia de elevação da ex-quase Paróquia São José à condição de Paróquia, efetivamente, e também à efetivação do primeiro Pároco, o Pe. Silvio Luis dos Santos, que vem participando do processo desde o início.

Festa de São José

A comunidade São José, realizou novena, terço e quermesse, todos os dias que antecederam a festa do seu padroeiro. No dia 18 de março a imagem seguiu em carreata até a Comunidade Sagrado Coração de Jesus, voltando dia 19 em procissão para celebração da missa e confraternização.


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O Ano do laicato nunca termina

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om Tarcísio Scaramussa, SDB, bispo diocesano de Santos, elaborou e distribuiu uma Carta Pastoral destacando o atual Ano do Laicato. O documento é rico e traz diversas citações, entre elas a do Papa Bento XVI: “Nossa maior ameaça é o medíocre pragmatismo da vida cotidiana da Igreja na qual, aparentemente, tudo procede com normalidade, mas na verdade a fé vai se desgastando e degenerando em mesquinhez”. O Bispo nos exorta a “continuar a missão de Jesus”. Afinal, dentro da evangelização encontramos a presença do Leigo que recebe e ensina. Lembremos que Jesus escolheu os doze apóstolos entre o povo, para que aprendessem e pudessem ensinar e viver o ser missionário. Escolheu pessoas com defeitos e qualidades; poderia ter feito diferente, mas era preciso, por isso houve conflito, medo, dúvida, traição, tristeza, confiança, alegria, fé, trabalho, amor, dedicação e evangelização. Nos dias de hoje, em nossas comunidades, Jesus continua convidando apóstolos leigos para aprender e depois ensinar. Assim, como naquela época, há os que trabalham com fé, contudo também encontramos o Judas, que trai, que promove a desunião, que fica feliz com a destruição, e sem noção do que vai lhe acontecer. Dentro dessa realidade humana, pois somos santos e pecadores, no ano dedicado ao compromisso evangelizador encontramos o cristão leigo, que é convidado por Cristo para ser Sal da Terra e Luz do Mundo; indo aos ambientes de trevas, de pecado, de injustiça e violência, levando a esperança do

Reino de Deus. Recebemos no batismo a missão de evangelizar, divulgar, levar e promover a paz. Às vezes agimos como se a paz fosse algo distante, porém promovemos a paz evitando o conflito, não alimentando picuinhas na comunidade e na família... simples assim! Devemos nos perguntar se o assunto, ou fato, vai acrescentar algo na vida das pessoas, ou pode gerar conflito. Evangelizar é evitar o ódio, a destruição, o rancor, a fofoca, o mal para o próximo. Em alguns momentos pensamos na paz que os outros teriam a obrigação de nos proporcionar. Esquecemos que em muitos momentos podemos iniciar uma guerra com as nossas palavras e ações. Ser leigo é um desafio; lembremos sempre dos Apóstolos e de seus conflitos e acertos. Evangelizar é viver o sentido da Gratidão e encontrar a alegria da rotina do nosso dia-a-dia na comunidade e na família. É na simplicidade da vida, nos erros e acertos, que encontramos Jesus. Ele quando nos escolheu, sabia das nossas qualidades e defeitos. Jesus não busca pessoas perfeitas, pois escolheu até Judas naquele tempo e hoje também. Ser leigo é um constante aprender e ensinar. É ter a capacidade de se converter; não queremos Judas enforcado, queremos convertido, acertando o passo e plantando sementes de amor. O Sal dá gosto e tempero e a Luz ilumina o caminho. É neste Jesus que é caminho, verdade e vida, que nós seguimos confiantes e tendo a certeza da ressurreição.

São características de pessoas espiritualizadas: Aproximar-se de Deus buscando sentir em toda natureza os Seus sinais e Sua ação, Sua grandeza, onipotência e maravilha, fazer o que ele faria se estivesse em meu lugar; o que se concretiza na prática do amor ao próximo. Respeito à dignidade da pessoa humana, em todas suas dimensões. Facilidade da adequação aos tempos e ausência de preconceitos. Clima de apro-

Para refletir

Paulo Wilson de Caldas Bráz

ximação, tolerância, capacidade de diálogo, cordialidade e alegria, acompanhados de simplicidade, mútua aceitação, união e amizade. Espírito generoso, que inclui um nobre desejo de superação pessoal e sensibilidade diante dos problemas dos outros. Empatia e serviço à comunidade. Deus não faz coisas por nós, mas conosco. Ele sempre coopera com nossos bons ideais, só temos que permitir isso. Fonte-Revista do Amor Exigente

O padre também é humano Entre o ano de 2017 e 2018 tivemos morte suicida de 17 padres no Brasil. Podemos perguntar qual o porquê?

O psicólogo Willian Castilho, autor do livro “Sofrimentos Psíquicos dos Presbíteros” destaca que “...o grau de exigência da Igreja é muito grande. Espera-se que o padre seja, no mínimo, modelo de virtude e de santidade. Qualquer deslize, por menor que seja, vira algo de crítica e julgamento. Por medo, culpa ou vergonha, muitos preferem se matar a pedir ajuda”. Caro leitor, a vida religiosa não dá superpoderes aos padres, pelo contrário, eles são tão falíveis quanto qualquer leigo. Em alguns casos a fé não é forte o suficiente para superar os conflitos internos, comunitários e pastorais. Um dos fatores estressantes da vida religiosa é a falta de privacidade. Não interessa se os padres estão tristes, doentes, cansados... o padre é visto como aquele que não sente “dor”, e deve estar à disposição 24 horas por dia. Outro fator conhecido é a Síndrome de “Burnout” nos presbíteros, o que ocasiona um esgotamento físico, psíquico e emocional, ou também chamada de “Síndrome do Bom Samaritano desiludido pela compaixão”. Isso acontece quando o padre está submetido com uma sobrecarga burocrática e repetitiva, aliada às frustrações pastorais, incompreensões e de convivência. Segundo autor, a síndrome do desgaste psíquico-afetivo remonta ao antigo testamento, em Ex 18,16-23, onde ilustra que Moisés experimentou a crise de Burnout. Ele fez terapia com seu sogro, Jetro, e aprendeu a lidar de modo diferente com as coisas. Sejamos também um “JETRO” como leigo na vida do padre. Estamos no ano laical, procuremos cuidar do padre HUMANO, porque ele é humano demais, se difere na opção que fez da maioria. Diante dos conflitos, sempre o diálogo é o melhor caminho para não causar feridas mais profundas. Pe. José Renato Vendrúsculo


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