BOLETIM INFORMATIVO DA PARÓQUIA NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS VICENTE DE CARVALHO - GUARUJÁ - SETEMBRO / OUTUBRO DE 2018 - ANO XVII - Nº 104
Editorial
Atendendo ao caráter evangelizador deste nosso modesto veículo de comunicação, estamos dando início, a partir desta edição, à publicação de artigos sobre a fé cristã/católica, de formas que possam contribuir para incentivar a prática religiosa e ajudem a esclarecer dúvidas que eventualmente surjam em nosso cotidiano. É bom que o cristão esteja seguro a respeito da mensagem de Jesus Cristo, para assim escolher melhor seus representantes na política. Representantes que não abandonem os pobres, os mais carentes, os desfavorecidos... aqueles que somente são lembrados em épocas de votação. Que Nossa Senhora das Graças nos ajude a acertar na melhor escolha eleitoral deste segundo turno. E que possamos enaltecer com fervor, na Festa da Padroeira, a importância de Nossa Senhora nas nossas vidas. Boa leitura!
Por que há gente que não acredita em Deus?
Miguel Rubido
A O
Olho vivo
utra vez somos chamados a eleger, num segundo turno, um presidente para o País e um governador para nosso Estado de São Paulo. Embora as opções agora sejam menores é preciso decidir. Num segundo momento, após a posse dos eleitos, é imprescindível um acompanhamento crítico das atividades dos novos mandatários. É primordial saber como vão se portar no exercício das suas funções. Cuidarão dos recursos arrecadados (às custas dos nossos sacrifícios) com honestidade e sabedoria? Os ocupantes de cargos executivos saberão levar a cabo as árduas funções para as quais disseram estar preparados?
Uma boa parte dos eleitores está desanimada e não acredita no processo representativo. Isso é tudo o que o mau político quer. Que percamos as esperanças, que achemos que sempre foi assim e sempre será. Nossa resposta de cidadão consciente deve se dar na fiscalização da lisura do mandato. Na cobrança das boas promessas de campanha e na crítica a eventuais propostas que não visem o bem da população. Enfim, checar cada passo do político eleito, fazendo com que ele perceba que a sociedade está de olho. Bom segundo turno. Boas eleições! Miguel Rubido
partir deste número do jornalzinho “De Mãos Dadas”, publicaremos sempre um breve artigo de cultura religiosa, que sirva como uma espécie de Catecismo para os adultos que desejam aumentar o conhecimento da própria fé. Não serão artigos soltos, sem nexo entre si. Pelo contrário, obedecerão a uma ordem sistemática, de modo que o artigo seguinte complemente o conteúdo do artigo anterior e lhe acrescente novos elementos que façam avançar no conhecimento das coisas de Deus e da Igreja. Começamos tentando responder de forma simples a esta pergunta: “Por que existem tantas pessoas que não acreditam em Deus?” – De modo geral, a resposta é a seguinte: Deus é como um sol que brilha intensamente e ilumina todas as coisas, especialmente as pessoas humanas. Mas há pessoas que, por interesses pessoais ou por falta de docilidade mental, fecham as portas e as janelas do próprio coração e não se deixam iluminar. São aquelas pessoas que - como a
Bíblia diz - “não têm olhos para ver nem ouvidos para ouvir”. A falha é delas, não de Deus. Normalmente os ateus de pouca cultura dizem: “Eu não acredito em Deus porque jamais ninguém viu a Deus. Além do mais, ninguém voltou do outro mundo para dizer-nos se existe realmente a vida eterna”. A Bíblia chama essas pessoas de “insensatas” (Sal. 14,1) e diz que elas têm o coração tão fechado que, “mesmo que um morto ressuscitasse, elas não trocariam seu modo de pensar” (Lc 16.31). Outros, ainda, não acreditam em Deus por causa da existência do mal no mundo. - Aqui é necessário distinguir entre o mal como limitação e dor e o mal como pecado. O mal como limitação e dor faz parte da natureza física e humana, que é limitada, conflitiva e em evolução; o mal como pecado tem sua raiz na liberdade do homem e dos demais seres espirituais. Os homens e as mulheres que não acreditam em Deus baseadas em seus conhecimentos científicos e dizem que o universo não
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precisa da existência de Deus para se justificar, se esquecem de que as ciências só podem alcançar uma parte do universo possível, não sendo capazes de dizer nada sobre o mundo sobrenatural e divino. São Paulo diz que “as coisas que vêm do Espírito de Deus são loucura para a sabedoria humana” (1Cor 3,9), e que “a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus” (idem, 1,19). Que belo é ler esta passagem de Santo Agostinho: “Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei. Eis que estavas dentro e eu fora. E te procurava e lançava-me, nada belo, ante a beleza que tu criaste. Estavas comigo e eu não contigo. Seguravam-me longe de ti as coisas que não existiriam se não existissem em ti. Chamaste, clamaste e rompeste minha surdez; brilhaste, resplandeceste e afugentaste minha cegueira. Exalaste perfume e respirei. Agora anelo por ti. Provei-te, e tenho fome e sede. Tocaste-me, e ardi por tua paz” (Confissões).
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