Editorial
S
A Campanha da Fraternidade-2019 usa seu lema fraterno de direito e de justiça, para um engajamento nas Políticas Públicas. Estas, se não forem implementadas sob aquele lema, não poderão ser assim denominadas. É preciso cooptar o cidadão a participar dessas políticas, com direito e justiça. Esse é um dos maiores desafios e requer ações conjuntas
de vários segmentos sociais, num trabalho despojado de influências partidárias, mas eivado de humanidade e de justiça, com medidas e atitudes sãs e sensatas nas áreas da educação, da saúde, dos direitos do cidadão que ofereçam oportunidades a todos. Nossa Paróquia também sofre o reflexo de políticas pouco efetivas ao se ressentir com a
falta de recursos financeiros e humanos. Nossas finanças têm declinado e nos forçado a clamar por contribuições mais generosas ao Dízimo, além de fomentar eventos que possam nos acrescentar alguns trocados para as necessidades diárias. Não fosse a fé em Deus e na Santíssima Trindade, tirante a complexidade do tema, como explica o
Pe. Rovílio, poderíamos estar pior ainda. O Pe. Luiz Batistel é um dos exemplos de tenacidade e trabalho movidos pela fé. Ele está com sua malinha pronta para atravessar o Estuário e se reinstalar na Capela Santa Edwiges, de onde atenderá também a de Nossa Senhora dos Navegantes, ambas em Santos. Para o lugar dele vamos receber, de braços bem abertos, o Pe. Leo-
nir. Outro missionário com extenso currículo de trabalhos e atuações sob o carisma Scalabriniano. Boa leitura. E que possamos disfrutar deste recém iniciado ano com melhores e mais efetivas políticas públicas. Vamos nos envolver, participar, argumentar e agir para que o Feliz Ano Novo se realize. Miguel Rubido
Deus é misterioso, mas fascinante
abemos pouco de Deus. Ocorre que é grande demais para que possamos fazê-lo caber dentro da nossa cabeça. Conta-se que Santo Agostinho, às voltas com o mistério da Santíssima Trindade, caminhando na praia, interrogou uma criança que buscava água no mar para despejar em um buraco na areia. - “Quero ver se a água do mar cabe dentro deste buraco”, teria dito o menino. - “Impossível”, retrucou Santo Agostinho. Você não vê que o oceano é imenso para caber nesse poço? -“Também os mistérios de Deus não cabem no raciocínio lógico do ser humano”, teria sido a resposta do menino-anjo que desapareceu. Deus permanecerá sempre um grande mistério para todos. No entanto, o pouco que sabemos dele é de suma importância. Suficiente para dar sentido às nossas vidas e para tornar-nos felizes. Recordemos até onde chega o conhecimento natural de Deus. Certas noções a respeito do Ser Supremo, embora vagas, as obtemos contemplando a natureza. “Desde a criação do mundo, as perfeições invisíveis de Deus podem ser contempladas, através da inteligência, nas obras que ele realizou” (Rom 1,20). O próprio Jesus recomendava: “Olhai os lírios do campo...; olhai as
aves do céu” (Mt 6,26-30). Ainda no Antigo Testamento existia a convicção de que o universo criado é como um livro aberto que fala de Deus: “Os céus narram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra de suas mãos” (Salmo 19,1). Podemos dizer também que a pessoa humana tem dentro de si mesma uma espécie de instinto de Deus, uma percepção espontânea dele, que a faz sentir que Deus é AMOR. Esse instinto natural, quando reforçado pelo dom da fé, dá origem a vários tipos de experiências místicas. Neste sentido, não é muito acertado dizer que a pessoa humana conhece a Deus. Mais acertado seria dizer que ela “faz a experiência de Deus”. O conhecimento que temos de Deus, porém, não se reduz a essas noções e experiências naturais e místicas. Na sua infinita misericórdia, Deus tomou a decisão de revelar ao gênero humano parte dos seus segredos de forma insuspeitada e milagrosa. “Muitas vezes e de muitos modos, Deus falou outrora aos nossos pais, pelos profetas. Nestes dias, falou-nos por meio do Filho” (Heb 1,1). “Ninguém jamais viu a Deus; quem nos revelou Deus foi o seu filho único” (Jo 1,18). Jesus Cristo é, portanto, o grande revelador de Deus. Mas a Jesus podemos associar, como fontes secundárias
da revelação, também a História do Povo de Deus, o anúncio dos Profetas e o testemunho dos Apóstolos e dos Evangelistas. Todas essas fontes encontram-se fielmente registradas na Bíblia, que é a Palavra de Deus por excelência. O pouco espaço não nos permite citar aqui senão alguns exemplos dos mistérios revelados por Deus. Recordamos especialmente a Santíssima Trindade, a encarnação de Jesus, a nossa adoção como filhos de Deus e o privilégio de sermos chamados, devido à nossa profunda união com Cristo, a viver para sempre em comunhão de amor com a Santíssima Trindade. A título de comentário permito-me recordar um episódio: No início da década de 1970, estava na Inglaterra aprendendo a dar assistência religiosa a profissionais embarcados. Encontrei-me com um muçulmano que me disse à queima-roupa: “Vocês católicos são muito estranhos e contraditórios. Por um lado, dizem que existe um só Deus; mas, logo em seguida, afirmam que os deuses são três: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Não entendo como vocês acreditam em coisas tão opostas? ” Não foi fácil explicar, em poucas palavras, um mistério tão bonito, porém difícil de ser entendido racionalmente. Ainda lembro da explicação
improvisada. Disse ao marinheiro Islamita que os cristãos não creem na Santíssima Trindade só porque descobriram que ela é um fato, mas porque Deus revelou que ela existe. Depois enfatizei ser mentira afirmar que os católicos creiam num só Deus e, ao mesmo tempo, ensinem que existem três deuses. O que ensinamos é que há um só Deus, mas que nesse Deus único se distinguem três pessoas divinas, as quais não rompem a unidade substancial da divindade. A fé católica é inconfundivelmente monoteísta. Argumentei que, admitindo a existência do Pai, do Filho e do Espírito Santo, fica fácil para nós católicos entender como Deus é, desde sempre e para sempre, um mistério de AMOR. O amor verdadeiro exige alguma distinção entre a pessoa que ama e a pessoa que é amada, do contrário o amor de Deus seria um eterno narcisismo. O Pai, o Filho e o Espírito Santo vivem desde toda a eternidade, unidos num infinito relacionamento de amor. A segunda coisa maravilhosa que passamos a entender diz respeito às nossas
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pessoas e ao nosso destino eterno. Quando aprouve a Deus criar o universo, não somente criou o homem e a mulher à sua imagem e semelhança, mas deu-lhes também o privilégio de se tornar Filhos de Deus e, em virtude da profunda união deles com Jesus Cristo, ofereceu-lhes igualmente a graça de serem admitidos a participar eternamente do inefável intercâmbio de amor que existe entre as três pessoas divinas. Está aqui a essência do paraíso que esperamos. “Que eles sejam um como nós somos um: Eu neles e tu em mim. Para que sejam perfeitos na unidade...; para que o amor com que me amaste esteja neles e eu mesmo esteja neles” (Jo 17,22,23,26).
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