Boletim Informativo da Paróquia Nossa Senhora das Graças - Vicente de Carvalho, Guarujá - Julho / Agosto de 2015 - Ano XIV - nº 85
Editorial
Nós nascemos com alguma habilidade e/ou aptidão mais acentuadas do que as outras. Podem ser heranças dos nossos pais ou coisas aprendidas e desenvolvidas junto à família. Isso, numa abordagem rasa, pode explicar as vocações. Porém o tema é mais complexo e abrangente. Mas o que nos diferencia dos outros seres vivos, além de tudo, é a nossa capacidade de amar e de nos colocarmos no lugar do outro, num exercício de empatia. É dessa consciência (única no reino animal) que nasce o sentimento de compaixão e misericórdia para o qual chamamos a atenção neste bimestre. É esse olhar que temos de ter em relação à nossa mãe Terra, como recomenda a Encíclica do Papa Francisco “Laudato Si Mi Signore”. Pensemos nos que hão de vir. Se não agirmos agora, a vida na Terra pode perecer. Aliás, são as tomadas de atitude que fazem as coisas acontecerem. Em nosso âmbito paroquial ocorrerão seis encontros organizados pela Coordenação Pastoral Diocesana, objetivando novos rumos e preparando terreno para a Assembleia Paroquial Diocesana. Procurar manter-se informado é uma das principais atitudes para encontrar soluções. Boa leitura! Miguel Rubido
A
palavra VOCAÇÃO nos lembra um sacerdote e suas vestes e esquecemos que este “CHAMADO” direciona-se também a todo cristão, para que seja “sal da terra e luz do mundo”, baseado no AMOR ao próximo. Esta vocação pode ser vivida de modos diferentes, porém sempre com o objetivo da construção do Reino de Deus através de seu testemunho, no âmbito familiar e na sociedade. Para isso Deus nos possibilita a opção do SIM ou do NÃO. Diante desse diálogo que ocorre entre a absoluta liberdade de Deus que CHAMA e a liberdade humana que responde, nos são ofertados diversos caminhos para o Amor, tais como: - VOCAÇÃO DO LEIGO, cristãos são chamados a agirem sob a luz da fé e da Palavra de Deus, movidos pelo amor, a infundir o espírito evangélico em todos os segmentos
da sociedade. Um desses segmentos é a família através do matrimônio, onde, homem e mulher são chamados a construir uma comunidade de vida e de amor. Fundamentados sobre a rocha firme que é Jesus Cristo, o matrimônio cristão é indissolúvel, porque a aliança de Cristo conosco é eterna. - VOCAÇÃO RELIGIOSA, cristãos são chamados para seguir a Jesus, consagrando-se a Ele através dos votos religiosos de pobreza, castidade e obediência, além de outros específicos de cada congregação reli-
giosa. Através do voto o religioso faz uma oferenda de si mesmo a Deus. O fundamento evangélico da vida consagrada está na relação que Jesus estabeleceu com alguns de seus discípulos, convidando-os a colocarem sua existência a serviço do Reino, deixando tudo e imitando mais de perto a sua forma de vida. - VOCAÇÃO SACERDOTAL, O sacerdote é tirado do meio do povo e consagrado por Deus para o serviço deste mesmo povo nas coisas que se referem a Deus. Seu papel é dar continuidade à missão de Jesus Cristo, Cabeça da Igreja. Além de celebrar a missa e ministrar os sacramentos (como o Batismo, a Confissão), cabe a ele fazer crescer o amor nas comunidades, nas famílias, no coração das pessoas. Não esqueçamos que todas as vocações são importantes. Fomos todos chamados para essa missão. Toda vocação está ligada à doação sem reservas por causa de Cristo, para construir o seu Reino.
Alexandre Dziegeleuski
Bem-aventurados os misericordiosos (Mt 5,7)
Papa Francisco surpreende o mundo com posições originais e desafiadoras. Desta vez é uma carta sobre a importância da misericórdia para os problemas mundiais. Diz o Papa: “Quanto desejo que os anos futuros sejam permeados de misericórdia para ir ao encontro de todas as pessoas, levando-lhes a bondade e a ternura de Deus! A todos, crentes e afastados, possa chegar o bálsamo da misericórdia como sinal do Reino de Deus já presente no meio de nós”. Diferente de muitos, que põem fé nas medidas coercitivas como a redução da maioridade penal e o aumento das punições para alguns tipos de delitos, o Papa crê que a Igreja Católica e a sociedade devem confiar mais no convite à prática da misericórdia, a força que tudo vence. “Deixar de lado o ressentimento, a
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raiva, a violência e a vingança são condições necessárias para se viver feliz”. (ORM,9) No pensamento do Papa, usar de misericórdia não significa recolher as armas e eliminar os instrumentos de agressão, porém desarmar os ânimos e converter os corações. A primeira a sentir-se interpelada pelo Papa é a Igreja Católica, pois é convidada a dedicar um ano inteiro (Ano Santo) à pregação sobre o assunto e ao testemunho concreto das virtudes que são características das pessoas misericordiosas. Nem a Igreja, nem ninguém pode colocar limites ao amor de Deus que perdoa. Nem mesmo os sacerdotes que atendem confissões. Pelo contrário, a eles incumbe, em modo especial, o dever de ser verdadeiros sinais da misericórdia do Pai. Com eles, também as paróquias, as comunidades, as
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associações e os movimentos devem brilhar sempre como “oásis” de misericórdia. O apelo não podia deixar fora os criminosos e os corruptos. O Papa diz a eles que o estrago que eles fazem é enorme e que todo mundo ora e espera confiante que eles abandonem suas práticas delitivas e se convertam, como os demais, à atitude da piedade. Finalmente, uma palavra de ânimo vai também para os membros das diferentes religiões. “Possa este Ano Jubilar sobre a Misericórdia favorecer o encontro (dos católicos) com estas religiões e com as outras nobres tradições religiosas; que ele (o Ano Santo) nos torne mais abertos ao diálogo, para melhor nos conhecermos e compreendermos”. A carta do Papa termina assim: “Deus nunca se cansa de escancarar a porta do seu cora-
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Vocação: chamado que aguarda resposta
ção para repetir que nos ama e deseja partilhar conosco a sua vida. A Igreja sente a urgência de anunciar a misericórdia de Deus... Que ela nunca se canse de oferecer perdão, apoio, ajuda, amor”. Aí está uma preciosa dica para todos nós.
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