VOZ ATIVA
1
‘’Todas as pessoas têm suas limitações, uns mais que outros, mas não impede de sermos felizes, conquistar e realizar sonhos’’ Keuly Hebert - Repórter Nossa equipe de reportagem entrevistou a estudante do primeiro semestre de Arquitetura, Mariane de Sousa, 20 anos que falou um pouco sobre as dificuldades que enfrenta no seu cotidiano. VOZ ATIVA: Quais as maiores dificuldades que você encontra ao sair de casa? MARIANE: São muitas as dificuldades. Pra começar as calçadas do bairro onde moro, em sua maioria, são desniveladas e eu acabo tendo que andar pela rua, fora da calçada. Mesmo em uma das avenidas mais conhecidas de nossa cidade, como a Washington Soares, tive dificuldades. Fui participar do trote dos calouros da instituição onde estudo e quase não encontrei rampas de acesso às calçadas.
V O Z AT I VA : E m r e l a ç ã o a o transporte público, qual a sua opinião. Houve algum avenço? MARIANE: Apesar de atualmente não ser usuária do transporte público, já usei alguns anos atrás e tenho amigos que são usuários. O número de ônibus adaptados hoje é maior do que durante minha infância, mas ainda não é o ideal. Meus amigos reclamam que os ônibus nem sempre param quando estão fora dos terminais, pois para que o cadeirante entre no ônibus, ele fica parado de cinco a dez minutos. Isso quando o equipamento não emperra.
VOZ ATIVA: Mariane, em nosso país há leis que lhe garantem, por exemplo, vagas especiais em estacionamentos. Gostaríamos de saber, se mesmo com essas leis especificas, você encontra alguma dificuldade em ter seu direito respeitado? MARIANE: As leis com certeza nos ajudam, mas acredite! Uma boa parte das pessoas simplesmente ignora isso. Mesmo com placas de avisos e chão devidamente sinalizado, muitos dos veículos estacionados nesses locais, não são ou transportam deficientes. VOZ ATIVA: Em sua opinião, o que poderia ser feito para que haja melhorias nesse sentido? MARIANE: Talvez campanhas de conscientização da população, que quase não vejo. Mais fiscalização para que as leis sejam cumpridas. Mas sei que em nosso país quase não saem do papel. Triste, mas é a realidade. Precisamos ser ouvidos e respeitados.
VOZ ATIVA: Mariane, contenos como era na época do colégio. A interação com o os colegas, estrutura da escola etc. MARIANE: Sempre fui extrovertida e não tive dificuldades de fazer amizades. Os colegas eram bem legais comigo e se fosse preciso eles me ajudavam. Já na estrutura da escola, posso dizer que não estava preparada para receber pessoas com dificuldade de locomoção. Havia muitas escadas e quase nenhuma rampa. Na verdade, acho que as escolas são feitas pensando somente nos outros alunos, não em uma minoria como nós. As pessoas parecem só enxergar quando passam pela mesma situação.