Revista São José

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“Uma vida sem desafios não vale a pena ser vivida”. Sócrates

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Índice

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Editorial Momento história Momento modernização Artigo de Luiz Henrique da Silveira Momento Nova Gestão Prestação de Contas Nova Marca Conselho Deliberativo do Hospital São José

Editora Mercado Brasil

Expediente

www.editoramercadobrasil.com.br

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Redação: Paula Guimarães Revisão: Inacio Carreira e Rita Pellis Editoração: Marcio E. Ochner Projeto Gráfico: CMC Central de Marketing de Comunicação www.cmcmarketing.com.br Fotografia: Raphael Günther, Ueta e Jeferson Baldo/SECOM Impressão: Impressul

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Editorial

Um projeto de muitas mãos

“A combinação de esforços entre o Conselho Deliberativo e a Comissão de Construção resultou em um conjunto de obras não só modernas, mas, sobretudo, funcionais.”

Após oito anos, entre os entendimentos com a Sociedade Divina Providência, a formalização da parceria, a elaboração do Plano Diretor, a execução das obras e o ajuste na gestão, podemos comemorar o cumprimento de etapas que vão dar um norte seguro ao Hospital São José. Uma forte combinação de esforços marcou a execução do Termo de Cooperação formalizado entre a Sociedade Divina Providência e a Associação Empresarial de Jaraguá do Sul. O trabalho reuniu lideranças empresariais, comunitárias e políticas e resultou no comprometimento do poder público, tanto do Estado de Santa Catarina, quanto do Município de Jaraguá do Sul que, de mãos dadas com a sociedade organizada, firmaram um verdadeiro pacto, assegurando os recursos financeiros necessários. Além da reforma e da reestruturação física, que deixaram o hospital em condições dignas de atendimento à população, procedemos a sua ampliação, incorporando um moderno centro de internações de 5.675,3m² de área, dotado inclusive de heliporto. Investimos 34,7 milhões de reais, com uma participação dos empresários no valor de 19,7 milhões, do governo estadual de 10 milhões e do município de Jaraguá do Sul de 5 milhões. Com a criação do Conselho Deliberativo, introduzimos uma gestão profissionalizada e transparente, cujas ações têm, necessariamente, que buscar resultados positivos. Nossa maior meta era tornar o hospital sustentável, mesmo com atendimento predominante do Sistema Único de Saúde - SUS. Hoje já podemos comemorar o cumprimento também deste desafio. Ao delegarmos atribuições, as forças se multiplicaram e, assim, reduzimos o tempo de resposta de cada envolvido no processo, principalmente no quesito atendimento. Para isso, investimos em treinamento, alcançando um índice de satisfação de 94%. A combinação de esforços entre o Conselho Deliberativo e a Comissão de Construção resultou em um conjunto de obras não só modernas, mas, sobretudo, funcionais. A primeira etapa foi cumprida, com a participação de profissionais e voluntários que se doaram e deram as mãos na busca do melhor para a comunidade. Agora que a Sociedade Divina Providência - SDP - está deixando o hospital é fundamental que a nova entidade, ora criada para sucedê-la, esteja comprometida com a manutenção de um hospital voltado ao atendimento social, garantindo-se, assim, as premissas para o qual foi criado. Paulo Luiz da Silva Mattos, Presidente do Conselho Deliberativo.

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Momento histรณria

No comeรงo, nรฃo havia nada.

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Momento hist贸ria

Ou melhor, havia tudo: o esp铆rito associativo e a generosidade dos pioneiros. 07

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Momento história

O associativismo faz parte da cultura de

Missa campal de inauguração

ntes mesmo de Jaraguá do Sul ser emanci-

A

vernantes e tampouco concorria para o recebimento

pada de Joinville, foram dados os primeiros

de verbas. O que não foi empecilho para os fundado-

passos para a construção do Hospital e Materni-

res da entidade, os chamados “chauffeurs”, taxistas da

dade São José. Como ainda não tinha status de

época.

cidade, a colônia Jaraguá não era visada pelos go-

A campanha pelo hospital começou em agosto de

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Momento história

Jaraguá do Sul 1926, quando os motoris-

“Os chauffeurs tinham um certo poder monetário e

tas fundaram a sociedade

perceberam que o povoado sentia necessidade de

“Chauffeurs de Jaraguá”. O

um apoio para a saúde”, conta Dietrich Hufenüssler,

terreno, onde fica o atual

Presidente do Conselho de Administração da em-

Hospital Jaraguá, havia sido

presa Duas Rodas Industrial Ltda.

doado à sociedade pelo

De acordo com a pesquisadora do Arquivo Munici-

presidente da Comunida-

pal, Silvia Toassi Kita, a saúde de Jaraguá foi cons-

de Evangélica, Jorge Czer-

truída graças ao voluntarismo dos moradores, que

niewicz, um dos maiores

se associavam em prol das causas prioritárias. “O as-

incentivadores e defensores

sociativismo sempre esteve arraigado na cultura da

da emancipação política da

nossa cidade. Uma característica dos povos euro-

cidade. Atualmente, a rua

peus que nos colonizaram”, afirma a pesquisadora.

do antigo hospital tem o seu nome.

União

Faltava desenhar o projeto,

Segundo a historiadora, o povoado era formado

um desafio assumido pela

por comunidades católicas e evangélicas, que se

associação de chauffeurs,

uniram para a arrecadação dos recursos. Todo o

que no mesmo mês de cria-

empenho era para acabar com o sofrimento dos

ção da sociedade, iniciou a

cerca de 10 mil moradores, que não tinham ne-

jornada em busca de recur-

nhuma assistência à saúde. Quando precisavam de

sos, promovendo a primeira

atendimento, tinham que viajar até Joinville, para

festa beneficente: futebol

serem atendidos no Hospital Dona Helena. Uma

e churrasco durante o dia

viagem que, na época, poderia levar até quatro

e baile à noite. Esse foi só o

horas. “Eram poucos os horários de trem, por isso, a

início da longa empreitada

viagem era de carroça ou de carro, que trafegavam

que seguiu com as chama-

em estrada precária. Quase ninguém tinha carro, os

das domingueiras, bailes e

mais abastados contratavam o serviço dos chau-

bingos.

ffeurs”, lembra.

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Momento história

A comunidade católica abraça a causa uando a cidade é enfim emancipada, em 1934, a

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homem muito dedicado às causas sociais. Ele cons-

sociedade dos chauffeurs consegue uma verba

truiu uma casa para o médico ao lado do hospital”,

do Estado para ajudar a erguer o hospital. Mas, segun-

descreve.

do a historiadora, Silvia Toassi Kita, a sociedade esta-

Depois de 14 anos, as Irmãs Franciscanas e o médi-

va se desintegrando, os chauffeurs não conseguiam mais administrar o próprio trabalho e, ao mesmo tempo, as demandas do hospital. Em conversa com as duas comunidades religiosas, a católica aceitou o desafio de continuar. “Os católicos tinham mais estrutura, devido à vivência de construção e manutenção de hospitais em outras comunidades”, explica a pesquisadora do Arquivo Municipal. Em agosto de 1935, a sociedade doa seus bens para a Mitra Diocesana de Joinville. O Padre Alberto Jacobs é quem fica responsável por, construir o Hospital. “As duas comunidades ajudaram, mas o padre ficou à frente, ele era mais dinâmico, mais novo”, explica a historiadora. Sob a proteção de São José, o hospital foi inaugurado em 22 de novembro de 1936, quando a população já somava mais de 20 mil habitantes. No mesmo ano, a administração foi entregue às Irmãs Franciscanas. Dietrich Hufenüssler, relata que, na época, os profis-

co deixaram de atuar na administração do hospital. “Faltavam profissionais para a renovação do quadro de religiosas”, relata a pesquisadora. Quem ficou no comando foi o Padre Alberto Jacobs. A distância entre a igreja, residência do padre, até o hospital começou a dificultar a administração. “O padre supervisionava as atividades, era chamado às pressas a qualquer horário, inclusive de madrugada”, relata. Foi então que surgiu a ideia de construir um novo hospital, maior e mais próximo da igreja. A necessidade é relatada num depoimento do padre, em 1953, registrado no livro “Tombo da Paróquia São Sebastião”. “O novo hospital é necessário devido à distância da Matriz, à dificuldade máxima de ampliar, alargar e à falta de enfermeiras religiosas”, explica o pároco. O hospital antigo foi doado por um valor simbólico à comunidade luterana, que de início também havia ajudado, com a doação do terreno.

sionais foram recrutados em outras cidades. “Jaraguá do Sul era uma vila rica em empreendimentos agrícolas, industriais, mas pobre em medicina. Não tínhamos médicos, enfermeiros”, destaca. A historiadora conta que o médico George Richter, o primeiro diretor do hospital, foi convidado a trabalhar por um morador de Jaraguá que havia sido bem atendido por ele, em Blumenau. “O morador era o senhor Arnoldo Leonardo Schmitt, proprietário do Curtume Schmitt, uma das empresas pioneiras da cidade, um

Toda a comunidade de Jaraguá do Sul abraçou a causa do hospital

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Momento história

ta muita coisa para terminar. E foi neste período que faltou dinheiro, então resolveu-se suspender todas as obras”, lamenta. O padre lembra que um grupo formado por católicos e evangélicos convocou uma reunião para a continuidade das obras e se comprometeu a ajudar. “Resolvemos fazer um empréstimo sem juros mediante entrega de apólices numeradas. Pagamos os fornecedores do hospital e recomeçamos as obras, com grande alegria e satisfação Benção do hospital

da população”, conta o padre. No mesmo ano, o padre foi para a capital pedir

A batalha para erguer o novo hospital

auxílio para a Legião Brasileira de Assistência. Na

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m 1950, iniciam as obras para a construção do

rumar logo, pois o povo estava pedindo. Mas, elas

novo hospital. Mas terminá-lo não foi tarefa fá-

só viriam depois que o hospital novo estivesse

mesma viagem, ele visitou as Irmãs da Divina Providência e reafirmou o pedido de liberação de religiosas para a administração do hospital. Segundo ele, as irmãs já estavam prometidas desde o começo de 58. “A Madre prometeu arrumar irmãs somente para o ano de 1960. Pedi muito para ar-

cil. Em 1958, o Padre Donato

em condições de funcionar”,

Viegers assume a paróquia

relata.

e a administração, no lugar

“A necessidade é a artesã de

do Padre Alberto Jacobs. Em depoimento no livro “Tombo da Paróquia São Sebastião”, ele relata sua primeira impressão. “O hospital funciona

A necessidade é a artesã de tudo Dietrich Hufenüssler

tudo”, afirma Dietrich Hufenüssler, ao lembrar-se das dificuldades. Ele participou das mobilizações para a construção do hospital e depois veio

com bastante movimento.

a ser presidente do Conselho

Logo notei que, sob a direto-

de Administração. Conta que o

ria de Inês Zabotti, está em boas mãos. Com muito

novo prédio foi construído e mantido por meio de

tino ela tem levado a direção e, assim, sempre con-

verbas do Ministério da Saúde e, principalmente,

seguiram uma boa economia para a continuação do

de recursos das indústrias, do comércio e de mo-

hospital novo”, relata o padre.

radores. “O projeto de construção era bastante

A falta de recursos para terminar a construção do

caro. Conseguimos recursos para terminá-lo à

novo hospital levou à suspensão das obras. “As

base de festas beneficentes e de uma porção de

obras continuaram até estar coberto, mas ainda fal-

manobras”, revela.

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Momento história

Enfim, a inauguração epois de muita luta, em 1959, o novo hospital,

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novo hospital. Só os casos mais graves foram levados

muito maior do que o antigo, é inaugurado sob

de ambulância”, conta a pesquisadora do Arquivo Mu-

a direção da enfermeira Inês Zabotti e de um conselho

nicipal, Silvia Toassi Kita.

de administração. “Depois de muitas lutas consegui-

“A diretora Inês Zabotti foi uma heroína”, afirma

mos concluir a construção do novo hospital. Já não

Dietrich Hufenüssler, que atuou ao lado da diretora,

era possível continuar no velho, devido à sua preca-

quando foi presidente do Conselho de Administração.

riedade. E no dia 19 de abril de 1959 foi inaugurado

Ele revela que não tinha experiência na área hospita-

oficialmente, com grandes festejos populares e missa

lar, “mas tinha o bom senso de ver as necessidades”.

campal”, relata o Padre Donato Viegers, no livro “Tom-

Explica ainda que servia de intermediário entre a ad-

bo da Paróquia São Sebastião”.

ministração e os empresários, em busca de doações.

Mas, só depois de cinco meses da inauguração oficial

“Fizemos campanhas para comprar os primeiros apa-

é que o hospital começa a funcionar. “Por motivos

relhos de ar-condicionado. Os médicos levantavam as

diversos, o funcionamento foi protelado. Em 3 de se-

necessidades e a gente ia comprando”, conta.

tembro foi feita a transferência definitiva para o novo

O pai de Dietrich, Rodolph Hufenüssler, também

hospital”, explica o padre.

atuou na administração do hospital e um dos direto-

O espírito do voluntarismo também marcou esse mo-

res da sua empresa, Ewaldo Boss, na época chamada

mento de transição, dessa vez de uma maneira nada

Indústrias Reunidas Jaraguá S.A, foi liberado para aju-

convencional. “Todo mundo que tinha carro se reu-

dar na parte burocrática do hospital. “Ele se revezava

niu para ajudar na transferência dos pacientes para o

entre a empresa e a entidade”, lembra.

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Inauguração ocorreu em 19 de abril de 1959

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Momento história

Tempos em que a anestesia geral era com éter

“F

oi amor à primeira vista”, afirma o obstetra Fernando Springmann ao justificar a escolha pela cidade. Impressão diferente da que teve ao conhecer o Hospital São José, em 1952. Depois de trabalhar no Rio de Janeiro, o médico ficou surpreso com a estrutura primitiva do hospital. “O éter era usado como anestesia, Dr. Fernando Springmann a mesa de cirurgia era a mesma utilizada em exames e a lâmpada era uma campânula de alumínio”, lembra. Segundo o especialista, não havia Raio-X no hospital e, tampouco, laboratório na cidade. “O exame era feito por meio da apalpação e do histórico do paciente”, afirma. O único equipamento que surgiu depois de alguns anos era para localizar fraturas. Eram 30 leitos e apenas dois médicos para atender a cidade e toda a região, o que fazia Springmann atuar em outras áreas, além da sua especialidade. Ele fazia todos os tipos de cirurgia e também atendia como clínico. “Mesmo com os poucos recursos, tenho saudades daquele tempo. Se fazia tudo e não tinha uma infecção”, revela. Sem Pronto-Socorro, os primeiros atendimentos eram feitos na casa do médico e depois encaminhados para o hospital. “Era uma fila, e não tinha hora, eles apareciam na madrugada, no final de semana”, conta.

Padre mestre-de-obras Certo dia, o Padre Alberto Jacobs chamou o médico para ver a obra do novo hospital. “A obra ainda estava no alicerce, mas achei muito complicada”, lembra. Intrigado, Springmann pediu para ver a planta. Descobriu que o padre era o mestrede-obras e a planta, tirada de um livro, era de um hospital naval, nos EUA. “A obra não estava saindo certo. Não oferecia funcionalidade. Então ajudei a modificar”, revela.

A abnegada Inês Zabotti Ela não integrava nenhuma congregação, mas era tão desprendida e abnegada quanto uma freira. Assim é lembrada a enfermeira Inês Zabotti, que administrou o hospital por vários anos. Enfermeira-chefe, parteira, auxiliar de cirurgia e administradora, Inês acumulava os ofícios e mesmo assim não demonstrava cansaço. “Trabalhava dia e noite e nunca fazia cara feia”, lembra Dr. Springmann. A mulher do médico também não a esquece. “Essa mulher merecia uma estátua”, afirma Yara Fischer Springmann. Como não havia enfermeiras na cidade, meninas do interior eram recrutadas para a missão e o refeitório virava sala de aula. “Ela ensinava como se comportar, como dar uma injeção”, lembra.

Inês Zabotti com o filho do médico no colo

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Momento história

A vez das Irmãs da Divina Providência

Inauguração do Pronto-Socorro

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m 1960, depois de muitos apelos dos moradores, as Irmãs da Sociedade Divina Providência assumem a administração do Hospital e Maternidade São José. “Eram poucas Irmãs na Congregação das Franciscanas, elas já não estavam dando conta do outro hospital e com o novo, ainda maior, não quiseram continuar”, afirma a pesquisadora, Silvia Toassi Kita. De acordo com a historiadora, a escolha levou em consideração a proximidade da Congregação, que mantinha, desde a década de 40, um colégio ao lado do hospital. “As meninas que estudavam no internato começaram a ser treinadas para trabalhar no hospital”, explica a historiadora. Em 1965, o hospital foi doado oficialmente para a Congregação. Irmã Enedina Sacheti, que morava na sede da Sociedade Divida Providência, em Florianópolis, conta que visitava periodicamente o hospital para supervisionar as atividades. “Eram outros tempos, uma estrutura muito simples. Era uma ficha para anotar tudo”, lembra.

Hospital cresce com a cidade O acelerado desenvolvimento industrial, delineado a partir do final dos anos 60, levou a uma mudança

rápida no padrão de crescimento da cidade e, por consequência, da atração de mão-de-obra. Da década de 60 até 80, a população mais que duplicou: pulou de 23.197 para 48.534 habitantes. Coube à nova gestão se adaptar às mudanças e iniciar a ampliação do hospital. Seguiram-se, então, várias construções e reformas. Em 1967 é construída a ala da Maternidade e, em 1979, a ala da Clínica Médica, o Pronto-Socorro, os serviços de Ortopedia, de Fisioterapia e de Radiologia. “Em 1968 temos registro de recebimento de verbas do Estado por meio de uma subvenção”, informa a pesquisadora. As décadas de 70 e de 80 foram marcadas pelas construções do Pronto-Socorro e da Clínica Médica. No mesmo período, ocorreu o aumento do Corpo Clínico em diversas especialidades, bem como o aperfeiçoamento dos profissionais da área de Enfermagem.

Referência em tratamento intensivo Na década de 90, foi inaugurada a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), com nove leitos, especializada em tratamento de adulto, a única da região. Também foi construído o prédio para instalação do Hemocentro e reformado o prédio para a Hemodiálise. O aumento da população da cidade, que já somava quase 80 mil habitantes, e a crescente demanda de pacientes vindos de toda região, exigiram a ampliação das áreas de atendimento de emergência. Em julho de 1998 foi inaugurada a nova instalação do Pronto-Socorro e restaurada parte do prédio do hospital, para a instalação do Centro de Diagnóstico por Imagem.

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Momento história

A saída para não fechar as portas

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epois de 31 anos de administração das Irmãs da Sociedade Divina Providência, em 1991 o hospital volta a ser administrado por um Conselho Deliberativo formado pela comunidade, médicos, Secretaria de Saúde e Sociedade Divina Providência (SDP). O empresário Décio da Silva foi o primeiro a presidir o Conselho, depois do mandato como presidente da Associação Empresarial de Jaraguá do Sul (ACIJS). Segundo ele, 95% dos atendimentos eram feitos pelo SUS, que não cobria os custos e ainda atrasava os pagamentos. “Jaraguá do Sul vivia um descompasso entre a densidade econômica e as condições para dar apoio à saúde”, afirma. Mais um presidente passou pelo Conselho, antes que ele fosse desfeito em meados de 2000. As altas taxas de juros dos empréstimos tornaram impossível a administração. Irmã Enedina Sacheti conta que as dificuldades para manter o hospital foram muitas, as dívidas se acumulavam. “Nosso desafio era buscar receita para remunerar procedimentos, cujos preços apresentavam-se muito defasados”, afirma. Segundo a irmã, a entidade sozinha não conseguiria vencer as dificuldades, devido ao número reduzido de novas religiosas e ao alto custo de vida no município. “O SUS cobre o mesmo valor pelos procedimentos, independente do custo de vida”, destaca.

Assumi a presidência do Conselho do Hospital São José em um momento em que o foco era buscar recursos para honrar o pagamento dos funcionários e fornecedores. Contudo, ainda pudemos viabilizar uma pequena reforma na cozinha do Hospital, graças aos recursos obtidos junto aos empresários e alguma contribuição dos órgãos públicos. Declara o empresário Décio da Silva

Em busca de autonomia A comunidade foi chamada para a luta, desta vez em busca de uma solução que impulsionasse a entidade a ganhar autonomia. “Para não ter que, mais uma vez, recorrer aos bancos ou fechar as portas”, revela a irmã. Independente da administração, o hospital sempre teve a característica de se transformar a partir do envolvimento comunitário. “Uns doavam grandes quantias e outros traziam tudo o que podiam, desde colchões, cobertores, até detergentes”, lembra a irmã. Diante da trajetória de altos e baixos, os novos tempos trouxeram à tona a necessidade da mudança. Mais do que ganhar o peixe, era preciso saber pescar. E foi diante da crise que a congregação recorreu, mais uma vez, à ACIJS. “A SDP procurou a ACIJS em busca de soluções, sob dois aspectos: para ajudar na busca de investimentos ou para formar parceria”, afirma o atual presidente do Conselho, o advogado Paulo Mattos.

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Um novo momento, movido pela busca da inovação e pautado pelo respeito ao passado. Revista_Sao_jose .indd 14

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Momento modernização

Compromisso com a comunidade O ESPÍRITO DE SOLIDARIEDADE CONTINUA FORTE E SE RENOVA A CADA DIA não assustaram o presidente do Conselho Deliberativo, que uniu profissionais das mais diversas áreas para pensar um novo modelo de hospital. O argumento de que a junção de esforços levaria à renovação daquela estrutura motivou toda a comunidade a participar. “Focamos o trabalho na execução do desejo da comunidade, de ter um hospital com boa resolutividade, atendimento digno e ambiente acolhedor”, afirma.

Espírito solidário

Grande passo: hospital começa uma era de expansão

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esde 2004, o hospital vive uma nova fase, de reconstrução, de reformulação, no limiar de um horizonte de autonomia. Participar ativamente desta transformação tem sido rotina na vida do advogado Paulo Luiz da Silva Mattos. Quando ainda presidente da Associação Empresarial de Jaraguá do Sul (ACIJS), na gestão 2002/2003, não hesitou em assumir o compromisso de reerguer a entidade e tomar à frente na empreitada de convencer apoiadores de que era possível fazer diferente. “Identificamos a necessidade da comunidade e estimulamos os diversos parceiros para participar”, explica. Déficits financeiros, dificuldades de gerenciar material humano e estrutura precária, fantasmas que

Um compromisso de transformar o hospital e refazê-lo sob a égide do profissionalismo, do comprometimento profissional, de uma estrutura eficiente, mas sem esquecer a razão que o ergueu: o compromisso com a comunidade. Segundo o presidente, de tudo que ficou para trás, a única coisa que nunca estará defasada é o espírito de solidariedade que motivou os precursores. “O sentimento não se perdeu, pelo contrário, foi renovado. O atendimento humano, igualitário, é o ponto de partida que deve guiar todas as ações do hospital”, define. Para o presidente, o compromisso não termina com a entrega das obras, o laço deve ser mantido para que o projeto seja levado adiante. “Esse é um passo para outras pessoas assumirem. Tem mais trabalho pela frente, uma missão dessas não se faz sozinho. Como o projeto é da comunidade, nós precisamos que mais pessoas se envolvam”, finaliza.

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Momento modernização

Hospital São José de Jaraguá do Sul

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ara quem faz política a sério, de forma republicana e honesta, a única retribuição é ver seus sonhos tornados realidade e perceber nos olhos dos beneficiários o agradecimento, o reconhecimento sincero. Neste dia 22 de novembro, quando, depois de seis anos, vemos concluída a última etapa do Hospital São José de Jaraguá do Sul, certamente estarei sentindo essa gratificante sensação do dever cumprido. O projeto, inicialmente, parecia impossível, pois consumiria R$ 34.700.000,00. No entanto, a parceria do Governo do Estado, que participou com R$ 10.000.000,00, com a comunidade empresarial, que logrou reunir outros R$ 19.700.000,00, e com a Prefeitura, que agregou R$ 5.000.000,00, permitiu a construção de um hospital moderno e completamente equipado para o atendimento de alta complexidade em Traumatologia, Neurocirurgia e Oncologia. No exercício do Governo do Estado de Santa Catarina, em diferentes e diversos momentos, recebi a comitiva de abnegados empreendedores de Jaraguá do Sul, que movidos pelo elevado espírito voluntário, postula-

vam a necessidade de participação do Estado na reconstrução do Hospital São José. Fiel às premissas do nosso Governo em combater a ”ambulancioterapia”, não exitamos em nos comprometer com as soluções que nos foram apresentadas e, com essa decisão, ganhou a comunidade e também o Estado com um hospital moderno e adequado ao atendimento de sua gente. Fiel à tradição empreendedora de Jaraguá do Sul, a ênfase na gestão hospitalar permitiu que uma crítica situação deficitária se transformasse, hoje, em um balanço superavitário, mesmo com 75% dos atendimentos pelo SUS. O índice de satisfação de 94% é a maior prova da qualidade da gestão. Fico honrado em poder colaborar para a concretização deste sonho. E, principalmente, por ter a certeza de que ele não será dilapidado, ao contrário, pois conheço a capacidade e a seriedade dos jaraguaenses. Luiz Henrique da Silveira, Ex-governador de Santa Catarina e Senador Eleito.

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Momento modernização

A formação do Conselho

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oram dois anos de discussões, até que a parceria fosse firmada. Em busca de modelos bemsucedidos, representantes da Associação Empresarial de Jaraguá do Sul (ACIJS) visitaram hospitais em São Paulo, que também contavam com a participação da comunidade. “Tínhamos a certeza de que era necessária uma nova dinâmica”, afirma o empresário Leonardo Zipf, que atuou na concepção do projeto de parceria. Em 26 de julho de 2004, foi firmada a parceria entre a entidade e a Sociedade Divina Providência (SDP), para a criação de um Conselho Deliberativo, formado por sete integrantes, dois representantes da

1º Conselho Deliberativo 2005/2007 Titulares: Paulo Luiz da Silva Mattos – Presidente Ir. Sandra Judite Roares – Vice-presidente Rodolfo Francisco Hufenüssler – Secretário Amaro Ximenes Irineu Pasold Niura Sandra Demarchi dos Santos Ir. Noeli Friedrich Membros Suplentes: Alidor Lueders Airton Weber Eduardo Ferreira Horn Ir. Enedina Sachet

Membros Suplentes: Gertrudes Alberton Jober Teixeira Bastos

1ª Comissão de Construção Vicente Donini – Presidente Athomos Benigno Galastri Ir. Jacira Maria dos Santos Paulo André Hufenüssler Reinhard Matthias Conrads

ACIJS, dois da SDP, dois do Estado e um do Município. “Essa foi a saída para não deixar a comunidade desassistida”, afirma a Irmã Nazarita Rafael, ex-diretora do hospital. “Nossa exigência na assinatura foi a de que o hospital continuasse caritativo. Que primasse pelo princípio da universalidade, um preceito constitucional”, lembra o presidente do Conselho Deliberativo, Paulo Luiz da Silva Mattos. Um estudo das necessidades, base do Plano Diretor, apontou os principais projetos de melhorias. “Identificamos as necessidades emergenciais e de futuro. Construímos um modelo referencial de competência no segmento da saúde”, afirma Zipf. O segundo passo foi mapear os parceiros que investiriam nos projetos. “As melhorias significavam a redenção, no combate ao deslocamento dos moradores da região para outros centros”, enfatiza Mattos. Com foco na sustentabilidade, a proposta visava redirecionar o modelo de gestão. Era preciso encontrar um administrador que pudesse atender às novas exigências propostas pelo Conselho. “Uma gestão pautada pela excelência na qualidade dos serviços e pela satisfação dos clientes”, afirma Mattos.

De porta em porta O primeiro parceiro a ser chamado para a empreitada foi o então governador Luiz Henrique da Silveira, que prometeu o recurso solicitado, sob a condição do Conselho conseguir o mesmo valor com o Município e também com o empresariado. O desafio foi aceito e atingido. Numa segunda fase de projetos, o Conselho recorreu novamente ao governador, que lançou o mesmo desafio. Era hora de bater, mais uma vez, de porta em porta. E o resultado do esforço ultrapassou o estipulado. “Com a adesão de mais parceiros e, como consequência, um incremento no volume de doações, as melhorias efetuadas foram bem além daquelas previstas inicialmente”, afirma o presidente.

Reconstrução de 822,29m2, com 10 leitos mais 2 salas de isolamento.

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UTI

CLÍNICA CIRÚRGICA ALA SANTO ANTÔNIO

MAI/05

OUT/05

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Revitalização de área de 405,60m2, compreendendo reformas e modernização. Reequipada com 32 leitos.

PRONTO-SOCORRO

Ampliação da área física em 473,16m², reforma física de 470,08m² = 943,24m² e seu completo reequipamento.

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Momento modernização

O plano diretor Ampliação do atendimento Atrair uma nova clientela passava por aumentar o número de leitos e qualificar o serviço. Focado nesse desafio, o plano teve como eixo central a ampliação do atendimento e propôs a criação de 100 novos leitos. Na inauguração do prédio, em 1959, eram 64 leitos para 23 mil habitantes. Depois de 45 anos, os habitantes saltaram para

U

m guia que diagnosticou as necessidades e

120 mil, mas o hospital, com apenas 100 leitos,

apontou os melhores caminhos a seguir. Assim

não havia acompanhado o ritmo de crescimen-

pode ser definido o Plano Diretor 2005, que projetou

to da cidade. “Não estávamos atendendo dig-

os cinco anos futuros do hospital. Pelo Plano Diretor

namente as pessoas”, declara o presidente.

derivaram todos os 18 projetos de reformas, amplia-

“As atuais instalações do Hospital São José são

ções, reequipamento, modernização, atualização tec-

absolutamente incompatíveis com a pujança da

nológica e reurbanização.

economia e a modernidade da atual sociedade

Mais que ampliar, o plano previa a renovação do

de Jaraguá do Sul”, apontou o plano, propos-

ambiente hospitalar. “Promovendo adequações de

to pelo arquiteto Heitor Madrigano. O estudo

acordo com os mais modernos conceitos de funcio-

constatou a falta de padronização das unidades

namento para transformar a entidade num centro de

de internação, inadequada política de mobilida-

excelência em saúde”, afirma o presidente do Conse-

de interna e estrutura predial obsoleta.

lho Deliberativo, Paulo Mattos.

Para além de modernizar, mudanças se faziam

Pautado por aspectos econômicos, o plano foi ela-

urgentes para atingir os padrões mínimos de

borado para reduzir as limitações e dependência fi-

infraestrutura hospitalar, adequados às normas

nanceira em relação ao custeio da entidade e inves-

nacionais reguladoras dessas instituições. “O

timentos comuns a um hospital. “Era preciso crescer

hospital precisa estar aparelhado para que os

de forma sustentável, através da geração de novas

profissionais realizem seu trabalho com segu-

riquezas. E a solução era atrair uma nova clientela”,

rança”, afirma Mattos.

destaca Mattos.

ENERGIA ELÉTRICA MAI/06

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Área edificada de 97,29m², para nova casa de medição, duas centrais de medição e dois grupos geradores.

SETOR INDUSTRIAL JUN/06

Edificação de área física com 594,00m² destinada à rouparia, oficinas, almoxarifado e lavanderia.

DESCARTE HOSPITALAR JUN/06

Edificação para depósito classificado de materiais usados/contaminados, para destinação seletiva. 21

5/11/2010 08:47:43


Momento modernização

A grande obra

aquilo que fora previsto”, afirma o presidente da Comissão de Construção. Para Donini, seria difícil conviver com instalações que sofreriam intervenções ou se formariam novas, ao lado de áreas precárias remanescentes. “As instalações ficariam fragilizadas. Decidimos refazer 100% do hospital”, relata. O presidente explica que o grande desafio foi criar logísticas para que as grandes obras acontecessem sem que o hospital precisasse interromper suas atividades cotidianas. Para não interferir no atendimento, obras foram seccionadas e setores remanejados. “Foi preciso trabalhar com o máximo de proteção da área para minimizar o desconforto causado pelo pó e pelo e ruído aos pacientes e funcionários”, revela o presidente.

Uma nova mobilidade “Uma fração de segundos é vital para a preservação de vidas”, afirma Donini, para justificar a importância

“TRABALHAMOS INTENSAMENTE O PLANO DIRETOR, RESPEITANDO-O NA SUA EXECUÇÃO, DO CONTRÁRIO, NÃO TERÍAMOS COMO DOMINAR A LÓGICA DO TODO”, AFIRMA VICENTE DONINI.

da transformação na mobilidade interna do hospital, missão mais complexa de toda a obra. No formato de estrela, do projeto original, convergiam fluxos de todas as pontas para a torre central, que fazia a distribuição dos fluxos. “A arquitetura fazia sentido para as percepções da época. Nos dias atuais já não oferecia a melhor mobilidade”, explica. O projeto propôs novos fluxos, respeitou a hierarquia

om as doações acima do inicialmente esperado,

C

de circulações e criou uma nova lógica de mobilida-

a modéstia dos projetos iniciais deu lugar à am-

de. As áreas foram interligadas por caminhos diretos,

bição de mudar por completo a estrutura do hospital.

propondo vias alternativas para acessar os diferentes

Mais do que uma simples reforma, era preciso ree-

setores. “A harmonização da arquitetura e a viabiliza-

quipar, reestruturar, ampliar o hospital. “Encontramos

ção da mobilidade interna foram concebidas pelos

forte receptividade, tivemos segurança para exceder

arquitetos com maestria”, destaca o presidente.

COLETA DE SANGUE 22

SET/07

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Reforma de 101,84m² e ampliação em 41,03m², com capacidade para três coletas simultâneas e reur- INTERNAÇÃO + CANTINA banização. NOV/07

Construção de edifício com 5.675,27m² com 130 leitos, administração e áreas de apoio.

FARMÁCIA

Reconstrução de 270m² e novas instalações para farmácia/manipulação de medicamentos.

NOV/07

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Momento modernização

Planejamento dinâmico “PLANO DIRETOR CEDEU ESPAÇO À CRIATIVIDADE E À DINÂMICA DE NOVAS IDEIAS”, ENFATIZA REINHARD MATTHIAS CONRADS.

U

ma orientação dinâmica, assim pode ser definido o Plano Diretor, segundo o arquiteto Reinhard Mathias Conrads, coordenador executivo da Comissão de Construção. O plano orientou os rumos dos projetos, mas não foi definitivo: algumas alterações ocorreram no caminho, como a inclusão das obras da Oncologia e da Maternidade. “O ritmo de trabalho era forte. Uma obra se encaixava na outra, enquanto se fazia uma já se discutia os detalhes da seguinte”, revela o coordenador. Como desafio, estava a necessidade de preservar as fachadas, fiel à arquitetura original. “A junção entre o novo e o antigo traz alguns conflitos. Seria mais barato demolir e fazer um novo hospital”, revela o arquiteto. Mas, segundo Conrads, o hospital precisava ser refeito e, ao mesmo tempo, estar em funcionamento. Segundo ele, a falta de praticidade do octógono levou à necessidade do encontro dos corredores no primeiro andar. Com a mudança, foi preciso reduzir a Capela, que funcionava no andar superior, e refazer a cúpula. O coordenador explica que todas as obras deveriam usar a mesma linguagem e respeitar a premissa de humanização. A Ala Santo Antônio, por exemplo, sofreu uma grande modificação. “As instalações eram precaríssimas, houve um salto de qualidade”, enfatiza.

Reconstrução de 231m², expansão de 99m² e renovação das COZINHA INDUSTRIAL instalações. NOV/07

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Unidade de Tratamento Oncológico foi modernizada

Complexidade Para o coordenador, a Unidade de Tratamento Oncológico foi a obra mais complexa, que exigiu trabalho minucioso. A construção levou um ano e precisou de aprovação do Conselho Nacional de Energia Nuclear (CNEN), por conter material radioativo. Uma sala de 10m² foi destinada ao tratamento radiológico, com paredes de concreto de um metro e meio de espessura. Conforme Conrads, 40 toneladas de aço foram aplicadas nas paredes para a proteção da área. “Fazer uma estrutura que aguente uma concretagem contínua desta magnitude não é fácil”, afirma. A máquina de radioterapia fica disposta no centro da sala, com um eixo que gira em torno do paciente, para tratá-lo. O aparelho é ligado ao tomógrafo, que analisa onde está o problema e transmite a informação via sistema para a máquina. “É muita tecnologia, para que a radioatividade chegue milimetricamente na profundidade, na dose certa e no lugar exato”, explica Conrads.

Reconstrução de 206m² e reequipamento da área. CAPELA

HALL DE ENTRADA

NOV/07

NOV/07

Reconstrução e readequação, com proteção nas laterais e instalação de recepção.

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Momento modernização

“AO LONGO DE 30 ANOS DE TRABALHO, ESTE FOI O PROCESSO DE AMPLIAÇÃO E MODERNIZAÇÃO MAIS BEMSUCEDIDO”, ORGULHA-SE O ARQUITETO HEITOR MADRIGANO. Projeto introduziu conceitos arquitetônicos contemporâneos

A graça do legado arquitetônico unido à modernidade

D

e acordo com o profissional, a reconstrução foi um sucesso em todos os aspectos, graças à orientação das ações pelo Plano Diretor. “A administração teve visão suficiente para aplicar a cultura do planejamento”, afirma o arquiteto. A herança arquitetônica deixada pelo padre austríaco, da década de 50, já não conferia funcionalidade e muito menos modernidade. Era preciso renovar, introduzir conceitos contemporâneos. “Encontramos o hospital com uma estrutura arcaica, do século XIX”, afirma o arquiteto Heitor Madrigano. Madrigano explica que o formato radial do prédio causava um problema gravíssimo de mobilidade, pois todo o fluxo convergia para um único ponto. A necessidade de modernizar, no entanto, teria que estar aliada à preservação da arquitetura original. “Não poderíamos destruir uma arquitetura de valor histórico único”, afirma o profissional. Segundo Madrigano, o legado arquitetônico foi a razão pela qual o prédio não foi demolido. O arquiteto revela que pensar a junção da estrutura antiga com a nova não foi tarefa fácil. “Mas a graça

ONCOLOGIA 24

NOV/08

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Edificação de 967,80m² para tratamento de câncer, por quimioterapia e radioterapia.

MATERNIDADE NOV/08

do novo hospital acabou sendo essa junção do legado antigo com a modernidade”, revela.

O novo conceito de hospital: hotelaria O São José é o primeiro hospital do Estado a aderir ao conceito internacional de hotelaria. O tradicional termo “internação” cede lugar ao inovador “hotelaria”. Como o próprio nome diz, a ideia é que os pacientes se sintam como se estivessem num hotel. “A visão de que o hospital é o local que promove a saúde e não que cura doenças”, destaca o arquiteto, que vê o enfoque hoteleiro como o aspecto mais importante das mudanças. O conceito de hotelaria hospitalar requer uma estrutura moderna, que hoje o São José tem. “Não seria possível a aplicação dos conceitos numa estrutura clássica, quase prisional”, afirma. O arquiteto explica que todas as obras obedeceram a este conceito, inclusive no aspecto ambiental, relacionado à entrada de luz e à revitalização dos pátios, que conferem ao novo hospital uma arquitetura humanizada. “Ficou muito rico pela mistura de espaços arquitetônicos, que propiciou a luz necessária para a humanização dos ambientes”, destaca.

Reforma e adequação de área de 1.043,6m² para maternidade e centro obstétrico, com aquisição de equipamentos.

CENTRO CIRÚRGICO

Reconstrução de 978,1m² do Centro Cirúrgico com seis salas para cirurgias.

AGO/09

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Momento modernização

Clínica cirúrgica - Ala Santo Antônio

Unidade teve ampliação do espaço físico e maior qualidade dos serviços

L

embrar da antiga Ala Santo Antônio é como resgatar o local mais precário do hospital. O espaço, antes destinado a pacientes diversos, hoje recebe somente casos pós-cirúrgicos. O novo nome, “Clínica Cirúrgica”, carrega o peso da grande transformação ocorrida na estrutura. “A diferença do que era para o que se encontra hoje é muito grande”, afirma o arquiteto Reinhard Matthias Conrads, integrante da comissão de construção. Segundo ele, a qualidade do setor reflete o novo momento vivido pelo hospital.

Mais feliz A enfermeira responsável, Cenira Inês Prauchner, que trabalha há 17 anos no setor, enumera as mudanças. A Ala Santo Antônio tinha um ar de tristeza pela escuridão e pa-

CLÍNICA CIRÚRGICA ALA SANTO ANTÔNIO JUN/09

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Revitalização com reestruturação física e instalações sanitárias, com 27 leitos.

redes frágeis, que conferiam um aspecto de velho e sujo. O teto de madeira já estava tomado pelo cupim, um perigo para infecções hospitalares. Segundo a profissional, houve uma diminuição no número de leitos, de 39 para 27, para ampliação do espaço e maior qualidade dos serviços. Hoje os quartos são maiores e cada um conta com um banheiro, diferente da antiga estrutura, com apenas dois banheiros coletivos para atender todos os pacientes. “Antes os leitos eram muito próximos, o que dificultava qualquer procedimento”, revela. O painel instalado na cabeceira de cada leito trouxe uma nova dinâmica ao trabalho dos profissionais. Conforme a enfermeira, o painel consiste num conjunto de instrumentos para facilitar o atendimento. Nele estão entrada para oxigênio, ar comprimido, campainhas, nebulização, lâmpada auxiliar para clarear procedimentos, controle para ligar televisão e ventilador. Além de tomada para, em situação de emergência, ligar carrinho de aparelhos. O suporte do soro se encontra acima do painel, o que também caracteriza mais qualidade. “Não fica mais ao lado da cama e torna o quarto mais espaçoso”, afirma. Outro diferencial é a identificação, próxima ao painel, do paciente e da religião, para facilitar a comunicação e o respeito à espiritualidade. “Os pacientes se sentem mais valorizados e para nós, profissionais, ficou tudo mais prático, mais ao nosso alcance”, afirma. A obra só foi possível graças aos recursos destinados pelo Governo de Santa Catarina, Malwee Malhas e Família Wandér Weege.

Adequação de área de 208,9m², com seis leitos, área de recreação e refeitório para CONFORTO ONCOLÓGICO pacientes de outros municípios. AGO/10

HOSPITAL-DIA SET/10

Reconstrução de 384,52m², dotada de leitos e salas cirúrgicas com ar-condicionado central. 25

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Momento modernização

Pronto-Socorro e Pronto-Atendimento

U

ma nova modalidade de atendimento foi implantada com a reformulação do Pronto-So-

corro. Além de atendimentos emergenciais, o bloco do novo PS conta com um setor anexo, destinado a casos ambulatoriais, o Pronto-Atendimento (PA). Os setores foram integrados em um único bloco, sendo que as unidades de observação e repouso e o posto de enfermagem estão situados na área de intersecção. Em uma estrutura nova, o PS foi totalmente reformulado, com salas de traumo-ortopedia e cardiologia. De acordo com o presidente do Conselho Deliberativo, Paulo Mattos, a ampliação e renovação da estrutura devem resultar em mais agilidade e qualidade aos atendimentos emergenciais. A obra só foi possível graças aos recursos destinados pela Malwee Malhas e Família Wandér Weege.

ESTACIONAMENTO E PORTARIA 26

OUT/10

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Duas portarias e moderno e amplo estacionamento com 197 vagas. URBANIZAÇÃO OUT/10

SETE MIL ATENDIMENTOS MÊS “O novo Pronto-Socorro oferece toda estrutura e instrumentos para fazer um bom atendimento de qualquer caso de emergência”, afirma o médico plantonista, Fernando Benkendorf. Além do plantão clínico de 24 horas, o PS conta também com um ortopedista, no horário comercial. O médico explica que, com os novos equipamentos, como monitores e respiradores, é possível manter no local pacientes graves, que necessitam de tratamento intensivo, como de UTI. Mais de 7 mil atendimentos são feitos por mês no local. A priorização dos casos se dá pela gravidade, diagnosticada pelo sistema de acolhimento.

Completa Urbanização de área de 13.667,27m² e ajardinamento do entorno.

Ampliação da UTI, com 154m², com sete leitos e salas de apoio. AMPLIAÇÃO UTI - FASE 2 OUT/10

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Momento modernização

Unidade de Tratamento Intensivo

“A

nova Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) tem tudo que um moderno centro precisa”, afirma o arquiteto Reinhard Matthias Conrads, integrante da Comissão de Construção. Completamente reequipada com instrumentos de última geração e mais espaçosa, a nova unidade possui dois elevadores para transporte de macas e ar-condicionado central, que permite a renovação de ar filtrado e no-break independente. Com a sua ampliação, o número de leitos foi elevado para 18. Em um amplo salão, leitos convencionais e dois dispostos em quartos de isolamento envidraçados, com monitoramento de câmeras. Em uma sala anexa, estão mais seis leitos, sendo um de isolamento. Os leitos contam com toda a infraestrutura de gases, fluídos, eletricidade e iluminação, além de cortinas, que asseguram privacidade aos pacientes. No centro do salão fica o posto de enfermagem, dimensionado conforme solicitação do Corpo Clínico. O conforto aos familiares também foi levado em conta, com uma sala privativa para atendimento particularizado.

Posto de Enfermagem da UTI foi dimensionado conforme solicitação do Corpo Clínico

As obras só foram possíveis graças aos recursos destinados pelo Governo de Santa Catarina, WEG, Família Eggon João da Silva, Marisol, Família Décio da Silva, Município de Jaraguá do Sul e Câmara de Vereadores.

RAZÃO DA MODERNIZAÇÃO Chamar o paciente pelo nome, explicar o procedimento e se dispor para ajudar: ações que parecem simples, mas que, para a enfermeira-chefe, são a razão de toda a modernização. “É preciso cultivar ações de humanização para que não caiam na rotina. Um treinamento diário e constante”, afirma Márcia Lemos de Mattos, 29 anos. Ela está há mais de dois anos na unidade e desde então participa das ações inovadoras. “A saúde é uma área que está sempre evoluindo ao lado da tecnologia”, afirma. Para acompanhar as constantes transformações, Márcia participa de congressos e seminários voltados ao funcionamento de UTIs. O aprendizado é repassado para os demais funcionários. “Busco sempre trazer ideias novas e aplicá-las. O hospital nos dá essa liberdade de inovar”, revela.

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Momento modernização

Unidade de tratamento oncológico

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Momento modernização

“A

humanização foi o ponto chave da Oncologia”, afirma o grande apoiador do projeto, Gerd Edgar Baumer, vice-presidente da WEG Participações. E de humanização o empresário entende, tanto que não só aceitou apoiar as melhorias, como exigiu que, entre elas, estivesse a criação do Setor de Oncologia e do Conforto. A preocupação com os moradores da cidade, principalmente os mais carentes, que precisavam se deslocar para outros centros, motivou a iniciativa. Uma ação que vai ao encontro do pedido feito pela esposa, Marli Baumer, já falecida devido à doença. “Se puderes fazer alguma coisa para amenizar o sofrimento dos outros, faça”. Segundo Baumer, o cuidado com a humanização é

tamanho, que o portador, ao deitar na máquina de radioterapia, pode contemplar árvores, graças à cobertura translúcida. “Isso já é 50% da cura, saber que alguém se preocupa”, acredita o empresário. Para atender à exigência de destinar um espaço para Oncologia seria necessário reformular os setores e promover mudanças também na Maternidade. Mas Baumer não hesitou em acreditar no novo projeto. “A emoção de se curar de um câncer e de ver um filho nascer é a mesma. A esperança da vida se renova”, afirma ele.

A obra só foi possível graças aos recursos destinados pelo empresário Gerd Edgar Baumer.

TRATAMENTO COM AMOR E ENERGIA POSITIVA “Esse espaço foi construído com muito amor, a gente sente uma energia muito boa”, afirma a voluntária da Sociedade Sem Câncer, Maria do Carmo da Silva Reis. A voluntária viu de perto a realidade dos pacientes que precisam se deslocar para outras cidades, em busca de tratamento. Maria foi portadora de câncer de mama e fazia o tratamento na capital. Emocionada, ela conta que saía às 4 horas da manhã e não tinha hora para voltar. Muitas vezes sem dinheiro para fazer as refeições. “Tinha muita gente nessa situação. O Conforto é um sonho realizado, uma vitória na luta pelos direitos do portador”, emociona-se.

Alderico Souza da Luz, 56 anos, é um guerreiro que não se abate com a doença. “Eu tenho um problema e vou resolver. Doente é quem fica só na cama”, afirma. Morador de São Bento do Sul, ele precisa viajar cerca de 60 quilômetros para fazer o tratamento. Usuário do Conforto, o aposentado conta que não precisa mais gastar com almoço e lanches. “Eu fico descansando no sofá. As voluntárias tratam a gente com muito carinho”, afirma.

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Momento modernização

Hospital foi planejado sob conceito de

Estrutura moderna garante conforto e bem-estar no padrão de hotelaria hospitalar

A

s poltronas dispostas em forma de sala de estar

para pouso de helicóptero, o heliporto. “Um

na área central dos andares de internação sina-

diferencial para receber com maior rapidez

lizam a mudança proposta pelo novo conceito, que

pacientes em situação de risco”, afirma o presi-

deu nome à nova unidade: “hotelaria”. Um prédio

dente do Conselho Deliberativo, Paulo Mattos.

com quatro pavimentos foi construído para atender

Divididos nos três andares superiores, os 130

à estrutura hoteleira.

leitos são dotados de moderna estrutura para

No piso superior do bloco foi implantada estrutura

assegurar conforto e bem-estar, no padrão de

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Momento modernização

hotelaria hotelaria hospitalar. Cada andar conta com uma cozinha, onde as refeições são preparadas com acompanhamento de uma nutricionista. Com uma arquitetura diferenciada, os andares estão projetados na forma de anel, com um lo-

bby interior na área central. A luz natural proveniente das aberturas superiores espalha-se por todo o ambiente. No térreo, destinado ao novo acesso do hospital, estão as áreas voltadas a informações, procedimentos administrativos de internação e alta de pacientes, cafeteria e conveniências. O edifício possui dois elevadores para o transporte de macas e duas amplas escadas de escapes emergenciais, inclusive para macas. Um dos elevadores é direcionado ao público, enquanto o outro, para transporte interno de pacientes e materiais.

CONFORTO E ACOLHIMENTO Os elogios de pacientes e visitantes são muitos, revela a enfermeira responsável pelo setor, Janete Borille. “Eles comparam o setor a um hotel cinco estrelas”, conta. Segundo a profissional, com o novo prédio, cada apartamento conta com um banheiro e chuveiro, diferente da estrutura antiga, onde 32 pacientes tinham que usar três banheiros coletivos. “Mudou não só a estrutura como toda a visão hospitalar”, garante. Logo quando as obras começaram, Giovane Marcos Sanson trabalhou na parte de instalações elétricas. Hoje ele está internado no hospital com insuficiência renal. Para ele, o ambiente renovado, aliado ao bom atendimento dos profissionais faz toda a diferença na sua recuperação. “O ambiente é bem arejado, a troca de roupa de cama é feita todos os dias, a alimentação é de acordo com cada caso. Parece que a gente está num hotel”, afirma. O paciente revela que se sente confortado pela equipe de enfermagem. “Esses dias fiquei um pouco deprimido, mas logo fui acolhido e me senti melhor”, revela.

As obras só foram possíveis graças aos recursos destinados pela WEG, Marisol, Duas Rodas, Governo de Santa Catarina e Município de Jaraguá do Sul. Quartos oferecem todo o conforto e comodidade

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Momento modernização

Unidade de coleta de sangue

Inauguração da nova unidade que funciona em parceria com o Hemosc

D

oadores da cidade não precisam mais se deslocar para doar sangue em Joinville. Depois de um inter-

valo de dois anos, Jaraguá do Sul volta a contar com uma nova unidade de Coleta de Sangue. A obra contou com reforma e ampliação do espaço, além de reurbanização do entorno. A unidade tem capacidade para três coletas simultâneas e pode atender até 50 doações por dia. Para o gerente de Enfermagem, Marcos Vinícius Brasil, a unidade representa uma vitória para o hospital, que precisava fretar ônibus e transportar voluntários para atender à demanda de transfusões. “Até mesmo funcionários eram recrutados para a missão”, revela o profissional. O banco de coleta funciona em parceria com o Hemocentro de Santa Catarina (Hemosc), que faz o processamento e a distribuição do sangue e que atende a 95%

Capacidade da nova unidade é de até 50 doações por dia

da rede pública do Estado. “O espaço atende à coleta de sangue dentro de padrões internacionais”, garantiu, na inauguração, a então diretora geral da Secretaria de

A obra só foi possível graças aos recursos destinados pela Família Zanotti.

Estado da Saúde, Carmem Zanotto.

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Momento modernização

ROTINA DE SOLIDARIEDADE A rotina de doar sangue já faz parte da vida do casal Luciane Apolinário, 32 anos, e Robson Alexandre Leoni, 25. Incentivado pela WEG, empresa em que trabalha, o doador assíduo convenceu a namorada a tornar-se uma voluntária. Juntos eles ajudam a aumentar o estoque de sangue do hospital e salvam vidas. “Eu sempre preguei o voluntariado, mas tinha medo de doar. Hoje em dia eu passei a praticar essa filosofia”, afirma Luciane. Luciane vivenciou a falta de uma unidade de coleta na cidade. Em 2007, precisou viajar em um ônibus fretado para doar sangue em Joinville. A missão levava família, amigos e até o Secretário Municipal de Saúde, para salvar a vida de sua mãe. A mãe da jovem não conseguiu resistir até a chegada do sangue, mas para Luciane ficou a lição. “Alguém sempre está precisando e não tem tempo para esperar”, afirma a jovem. A escriturária Fabiane Vegini, 31 anos, há 11 no hospital, também se uniu à caravana de doadores que viajavam até Joinville para levar esperança aos necessitados de Jaraguá do Sul e região. A profissional conta que seguia em um micro-ônibus, com 30 a 40 pessoas, até o Hemosc, onde passava quase o dia todo, até que o último doador fosse atendido. “Recebia pedidos para doar e quando sabia que alguém precisava também me dispunha a ajudar”, conta. Fabiane revela que seu pai e sua irmã já precisaram receber sangue e que o gesto de outros doadores ajudou a sua família. “A gente nunca sabe quando vai precisar. É um ato que não dói, não prejudica e não custa nada”, afirma a doadora.

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Momento modernização

Centro Cirúrgico

M

ais conforto e segurança aos pacientes que

Equipamentos modernos atendem ao aumento da

passam por procedimentos cirúrgicos. A

complexidade de cirurgias, graças ao credencia-

área do Centro Cirúrgico foi reconstruída para ofe-

mento do hospital nas especialidades de Ortope-

recer totais condições de trabalho aos profissio-

dia, Neurologia e Oncologia.

nais e confiança aos pacientes. O número de aten-

O Centro conta ainda com uma sala de recupera-

dimentos foi ampliado, de 10 para 33 cirurgias por

ção para crianças que passam por cirurgias, nas es-

dia, devido ao aumento de salas cirúrgicas, que

pecialidades de Ortopedia e Otorrinolaringologia.

passaram de quatro para seis. Novidade da unidade, as salas pré-cirúrgicas evitam o encontro desconfortável de clientes que se preparam para o procedimento com aqueles que

A obra só foi possível graças aos recursos destinados pelo Governo de Santa Catarina, Sistema FIESC e Família Pedro Donini.

já passaram por ele.

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Momento modernização

SALTO DE QUALIDADE Há quase cinco anos no hospital, a enfermeira responsável pelo setor, Daniela Vieira, 27, afirma que as mudanças não são só estruturais, e sim de visão, com o incentivo a cirurgias de alta complexidade. Para a profissional, as salas pré-cirúrgicas representam um salto de qualidade no atendimento. “Muitas vezes as cirurgias eram suspensas porque os pacientes ficavam nervosos de ver a situação dos que voltavam do procedimento”, conta.

“Além de espaçoso, é um local mais arejado, bem iluminado e bonito. A gente se sente mais motivada para trabalhar”, afirma a técnica em enfermagem Veneranda Fossiele, 47. Com 21 anos no hospital, 12 só no Centro Cirúrgico, ela revela que antes não havia leitos suficientes para suprir a demanda, hoje seis cirurgias podem ser realizadas ao mesmo tempo e com mais agilidade. “Quando termina uma cirurgia, já começa outra”, afirma.

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Momento modernização

Farmácia

Capela

O

espaço destinado à espiritualidade e à oração também foi reformulado. A Capela passou

por uma reconstrução, teve a cobertura de madeira substituída por uma estrutura metálica, sofreu aplicação do conceito de arquitetura sacra e reequipamento da área. A Irmã Olívia Prim conta que o espaço ficou mais aconchegante, com bancos grandes e nova decoração. Segundo a freira, o forro antigo era de madeira

U

ma área foi reconstruída para abrigar as novas

e já estava tomado pelo cupim. A Irmã explica que

instalações da farmácia, setor de estocagem,

a decoração sacra conta com novas ilustrações da

manipulação e dispensação de medicamentos. Com

via sacra. “São maiores e mais bonitas. Um espaço

a obra, a cobertura de madeira foi substituída por

muito mais agradável”, destaca.

uma estrutura metálica. No local é feito o controle

Outro destaque é a estátua da Nossa Senhora das

dos medicamentos, que são diluídos e encaminha-

Dores, exposta bem na frente do altar. A Irmã ex-

dos já prontos e na quantidade exata para os seto-

plica que muitos pacientes e acompanhantes uti-

res. “Hoje a estrutura é maior e mais adequada para

lizam o espaço para buscar a cura espiritual. “Um

realizar um bom trabalho”, garante a coordenadora

local mais reservado e que conforta os necessita-

do setor, Ivanna Fischer Hasse.

dos”, define.

Segundo a profissional, no setor estão estocados 1.021 itens e são feitas, em média, 80 mil diluições por mês. Ivanna explica que uma Farmácia Satélite foi instalada no Centro Cirúrgico, com cerca de 500 itens estocados. Conforme ela, a Farmácia Satélite dá suporte com materiais e medicamentos a todas as cirurgias feitas no hospital. A coordenadora adianta que uma nova unidade deve ser aberta no Pronto-Socorro, onde serão estocados cerca de 300 itens. “As farmácias satélites foram criadas para um melhor controle de estoque”, afirma a farmacêutica. Essa obra só foi possível graças aos recursos destinados pela rede de Postos Mime.

Essas obras só foram possíveis graças aos recursos destinados pela família Urbano Franzner e empresa Urbano Agroindustrial.

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Momento modernização

Cozinha industrial gurança aos alimentos e evita o desperdício”, afirma. Segundo a profissional, a ampliação propiciou espaços individuais para manipulação de carnes, saladas e pães. O que resulta em maior higienização e evita a contaminação dos alimentos, que antes eram manipulados no mesmo local. Uma tubulação de exaustão também foi instalada, para evitar que o cheiro da comida invada os outros setores.

Torre Central e Hall de entrada

M

elhor equipada e espaçosa, a nova cozinha industrial oferece mais funcionalidade aos profissionais e qualidade aos usuários. Em média, 650 refeições são feitas por dia, para atender pacientes, acompanhantes e funcionários. Segundo a nutricionista Cátia Andreatta, entre os novos equipamentos estão um forno combinado que assa, cozinha e frita; uma máquina de lavar louças e câmaras frias. O refeitório ganhou mais espaço e uma estrutura de bufê. Cátia lembra que, na estrutura anterior, a refeição era exposta nas panelas. A nutricionista explica que as câmaras frias são importantes para o armazenamento de carne, de saladas e resfriamento de sobremesas. Segundo ela, antes os alimentos eram armazenados juntos numa mesma geladeira. “A câmara fria possibilita maior se-

Reconstrução e readequação de área de 204,14 m² com proteção nas laterais, placas de vidro e instalação de recepção.

Essas obras só foram possíveis graças aos investimentos destinados pela família Urbano Franzner e empresa Urbano Agroindustrial.

PARTE DA VIDA Com 30 anos de São José, a telefonista Iria Hein, 57, é a funcionária mais antiga do hospital. Ela é testemunha de toda a transformação que ocorreu nessas três décadas. “Isso aqui está um hospital cinco estrelas, coisa de primeiro mundo”, afirma. Com as mudanças, a demanda de trabalho aumentou: Iria chega a atender 200 ligações por dia. Mesmo assim, a telefonista se diz realizada e, já em condições de se aposentar, não pensa em parar. “Quero fechar 50 anos aqui. O hospital faz parte da minha vida”, afirma.

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Momento modernização

Maternidade com Centro Obstétrico estrutura foi possível um parto humanizado. “Muitas pacientes se descontrolavam. Hoje elas se sentem tranquilas, colaboram mais, porque o marido conforta”, afirma. A obra só foi possível graças aos recursos destinados pelo empresário Gerd Edgar Baumer.

VÍNCULO AFETIVO

M

amães mais seguras ao lado de papais participativos. A implantação do Centro Obstétrico humanizou a unidade mais alegre do hospital. Clientes não precisam mais ter o desconforto de dar à luz no Centro Cirúrgico, ao lado de casos graves. “Maternidade não é doença. Não é correto ir para o Centro Cirúrgico dar à luz ao filho”, afirmou o vice-presidente da WEG Participações, Gerd Edgar Baumer, principal apoiador da nova estrutura. A presença do companheiro durante o parto também é um diferencial que deixa as mães mais tranquilas e confortáveis para a chegada do bebê. Até 15 partos podem ser realizados por dia, na Maternidade. A unidade conta com leitos materno-infantil, quatro incubadoras, berçário, unidade pré-parto e recuperação, além de toda a estrutura necessária para a realização de partos e exames. Maria Giacomini, técnica em enfermagem, já tem dez anos de maternidade e disse que só com a nova

Quem agradeceu pela oportunidade de ver o primeiro filho nascer foi o papai coruja Klaus Franzner Sell, 22 anos. “É muito boa essa proximidade, fortalece o vínculo e torna a relação mais afetiva”, afirma o pai. Sem largar por um segundo do pequeno Nicolas, ele falou da felicidade de dar o primeiro banho e trocar a fralda do filho. “Isso só foi possível com a ajuda das profissionais da enfermagem, sem elas seria muito difícil”, revela. “Antes os pais eram deixados de lado, agora já entram no clima”, revela feliz a mãe de Nicolas, Ana Raquel dos Santos, 23.

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Momento modernização

Hospital-Dia

O

novo diferencial do São José é o espaço chamado de Hospital-Dia, onde o cliente deve fi-

car por, no máximo, 12 horas. O setor é destinado

BEM-ESTAR

a casos de cirurgias que envolvem menos comple-

O gerente de en-

xidade e por isso não requerem internação. Proce-

fermagem Mar-

dimentos estéticos, como implante de próteses de

cos Vinícius Bra-

mama, ou de saúde menos invasivos, como cirurgias

sil garante que,

de varizes, podem ser realizados no local.

mesmo voltado

Cerca de 300 cirurgias poderão ser realizadas por

a

mês no Hospital-Dia. A estrutura é composta por

tos mais simples,

três salas cirúrgicas, uma delas de isolamento ra-

o

diológico para Raio-X, uma sala de recuperação

possui

pós-anestésica com quatro leitos e posto de enfer-

ra

procedimenHospital-Dia estrutu-

equivalente

magem. Uma das salas cirúrgicas possui piso com

a um centro cirúrgico de grande por-

isolante térmico, que permite a descarga da energia

te. “Oferece a segurança em termos de

no próprio local.

equipamentos, iguais a de um centro cirúrgico”, afirma. Segundo o profissional, a ideia do Hospital-Dia é que não haja cruzamento do bem-estar de procedimentos simples com o trauma de cirurgias complexas. O local oferece mais comodidade aos clientes, que não precisam mais passar pelo desconforto de ficar no Centro Cirúrgico, ao lado de pacientes graves. “É como um centro cirúrgico ambulatorial”, define.

A obra só foi possível graças aos recursos destinados pelo Governo de Santa Catarina, Município de Jaraguá do Sul, WEG, Eggon João da Silva Administradora e Participações.

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Momento modernização

Setor industrial

Energia elétrica Para o serviço de energia elétrica foi destinada uma estrutura nova, com casa de medição, duas centrais de distribuição e dois grupos geradores de energia, além de

m espaço totalmente novo, chama-

novo cabeamento subterrâneo.

do de Setor Industrial, foi destinado

As instalações possibilitam ge-

à manutenção e apoio logístico. No local,

ração de energia própria, como

estão concentrados os serviços de Almo-

fontes alternativas. “Em fração

xarifado, Oficinas Mecânica e Elétrica, Pin-

de segundos a energia é resta-

tura e Lavanderia. O setor representa um

belecida sem que haja prejuízo

apoio à área de serviços em geral, explica

para as atividades hospitala-

o Presidente da Comissão de Construção,

res”, explica Donini.

U

Vicente Donini. “É uma área vital, para que o hospital tenha continuidade, aconteça o que acontecer”, afirma. Segundo ele, o setor funcionava numa área precária, sem instalações adequadas. Donini garante que o setor industrial oferece os recursos necessários para que haja manutenções preventivas e corretivas. “Dotamos uma área própria para manter o hospital em absoluta conformidade”, afirma.

Descarte hospitalar Uma nova área foi construída especialmente para o setor de Descarte Hospitalar. No local, é feito o depósito de materiais usados, contaminados e a destinação seletiva do lixo. Donini afirma que o correto descarte de resíduos hospitalares é de fundamental importância para a prevenção e controle das infecções hospitalares. “Além de contribuir para a preservação do meio ambiente”, destaca.

As obras só foram possíveis graças aos recursos destinados pela WEG, Marisol, Duas Rodas, Município de Jaraguá do Sul e Governo de Santa Catarina.

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Momento modernização

PARCEIROS: “Sendo um hospital de referência, o São José mostra que tem um corpo médico, administrativo e de enfermagem capacitado e bem estruturado. As instalações físicas são adequadas para atender e tratar os pacientes. Isso nos orgulha e dá mais segurança à população. Com certeza a modernização só foi possível graças à parceria entre a sociedade, a iniciativa privada e o poder público”. O município de Jaraguá do Sul investiu nos projetos da hotelaria, da UTI e do Hospital-Dia. Cecília Konell, Prefeita de Jaraguá do Sul

“O Rotary Club de Jaraguá do Sul congregou esforços de seus membros para apoiar a iniciativa de expansão e modernização do hospital. Obtivemos doações de duas empresárias de Jaraguá do Sul, da participação financeira de seis Rotary Clubes do Canadá e da Fundação Rotária (EUA) que nos possibilitaram, depois de dois anos de trabalho, comprar uma mesa de cirurgia com rádio transparência, um sistema de anestesia e diversos instrumentos cirúrgicos, que foram entregues oficialmente ao São José em 21 de outubro de 2008, na Gestão do Presidente Carl Heinz Muller. Entendemos que o projeto do hospital está alinhado com nossos objetivos de ajudar projetos que atendam ao maior número possível de pessoas, como é o caso do Hospital São José, que, majoritariamente, presta serviços pelo SUS (Sistema Único de Saúde)”. O Rotary investiu na compra de equipamentos para o Centro Cirúrgico. Custódio Vieira da Costa, Presidente do Rotary Club de Jaraguá do Sul

“Eu sinto uma ligação muito forte com o hospital, por ter trabalhado nos dois anos que fui presidente do Conselho Deliberativo. Fico muito contente com a nova estrutura. Visitei o mais moderno hospital do País, o Albert Einstein, e lembrei do São José. Existem poucos hospitais do mesmo nível do que temos aqui”. Décio da Silva/Eggon João da Silva e WEG S.A. investiram nos projetos da Hotelaria, da UTI e do Hospital-Dia. Décio da Silva, Presidente do Conselho de Adiministração da WEG

“Hoje o hospital está de primeiro mundo. Só tenho que estar satisfeito com essas melhorias, já fui atendido no hospital e gostei muito do resultado. A cidade cresceu muito e os sucessores ajudaram. Essa parceria demonstra que todos temos um papel na comunidade. Não fui nenhum herói, se não tivesse feito alguém iria fazer”. A Duas Rodas investiu no projeto da Hotelaria. Dietrich Hufenüssler, Presidente do Conselho de Administração da empresa DUAS RODAS

“Tem sido característica marcante o envolvimento da classe empresarial com setores da comunidade, para a busca de melhorias em várias áreas que possam refletir no bem-estar e na qualidade de vida da população. A trajetória da entidade demonstra que o sentido de responsabilidade social sempre foi marcante não apenas nas empresas, mas de modo geral na comunidade. A ACIJS entende que a qualificação dos serviços de saúde traz resultados para toda a região, e desta maneira este atributo de qualidade da comunidade se torna mais efetivo”. A Acijs atuou na elaboração dos projetos e captação de recursos, além de direcionar a nova gestão. Durval Marcatto Jr., Presidente da ACIJS e Vice-Presidente do Sistema FIESC para o Vale do Itapocu

“Quando a ACIJS assumiu mudou tudo. Hoje o hospital é uma empresa que dá resultados. Nossa parceria vai além da saúde, ela também está voltada à assistência social, como no caso do conforto oncológico, que oferece refeições e descanso aos pacientes. Um benefício que não distingue classe social, pelo contrário, é voltado para os mais necessitados”. O empresário investiu nos projetos da unidade de Oncologia, do Conforto Oncológico, da Maternidade e nas compras do arco-cirúrgico e simulador para radioterapia. Gerd Baumer, Vice-Presidente da WEG Participações

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Momento modernização

“Nós, da família Urbano Franzner e da empresa Urbano Agroindustrial, disponibilizamos recursos financeiros para a reforma do Hospital São José. Acreditamos que com estas instalações modernizadas o hospital terá condições de proporcionar, à população de Jaraguá do Sul e região, um melhor atendimento técnico, com o humanismo que a saúde requer, respeitando o cidadão que ali aporta”. A Família Franzner e a Urbano Agroindustrial investiram no projeto da Capela. Jaime Franzner, Presidente da URBANO AGROINDUSTRIAL

“A tradição do São José está sendo resgatada de maneira moderna, sob o ponto de vista das parcerias público privadas. Este novo referencial, sob o signo da modernidade de gestão, resultará em melhorias para a saúde regional. O Governo do Estado será sempre parceiro no que se refere ao bem-estar do cidadão”. O Governo do Estado investiu nos projetos da Hotelaria, UTI, Centro Cirúrgico e Hospital-Dia. Leonel Pavan, Governador de Santa Catarina

“O modelo de gestão e as parcerias firmadas para a modernização dos hospitais de Jaraguá do Sul e região servem de referência para todo o Estado. E o governo de Santa Catarina, através da Secretaria de Desenvolvimento Regional, se orgulha de investir na reforma e ampliação do São José, tornando essa instituição um modelo de hospital bem equipado, moderno e preparado para bem atender a comunidade”. Lio Tironi, Secretário de Desenvolvimento Regional de Jaraguá do Sul

“O empresariado da nossa cidade é um forte aliado na melhoria da qualidade de vida da população. Acho justo que o poder público dê uma contrapartida e faça o repasse de verbas, pois embora estes hospitais sejam privados, eles têm convênios e garantem o atendimento a todas as esferas da população com a mesma presteza e qualidade”. A Câmara Municipal aprovou os projetos em que o município investiu. Natália Lúcia Petry, Presidenta da Câmara de Vereadores

“A saúde é necessidade básica de toda população, por isso o hospital tem que estar aparelhado. E hoje ele está! As obras superaram as expectativas. É maravilhoso ver a qualidade do atendimento. Este é um belo exemplo de parceria! Nós vivemos em comunidade, se todos fizerem a sua parte seremos mais felizes”. O empresário Paulo Chiodini, através da Rede de Postos Mime, investiu no projeto da Farmácia. Paulo Chiodini, Diretor dos POSTOS MIME

“A participação de nossa comunidade pela causa social é muito forte e louvável e, na área da Saúde, esta iniciativa de alguns empresários, tendo o aval da ACIJS, não poderia ser diferente. Creio que este modelo vencedor de gestão adotado para o Hospital São José servirá de referência para muitas unidades hospitalares, e ganha toda a comunidade da região que, agora, podemos nos orgulhar de ter uma excelência no serviço hospitalar em nossa cidade”. A ACIJS atuou na elaboração dos projetos e captação de recursos, além de direcionar a nova gestão. Paulo Obenaus, empresário e ex-presidente da ACIJS

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Momento modernização

“Quando todos ajudam tudo é possível! Graças ao voto de confiança da Sociedade Divina Providência à ACIJS, e esta, por sua vez, confiando-nos tal desafio, foi possível ampliá-lo, modernizá-lo e reequipá-lo, criando as condições estruturais para tornar o HSJ sustentável. Hoje, o hospital está totalmente remodelado, comparável com os melhores do País. Daqui para frente, tem todas as condições de gerar seus próprios recursos para mantê-lo tecnologicamente atualizado”. A Marisol investiu nos projetos da UTI e da Hotelaria. Vicente Donini, Presidente do Conselho de Administração da MARISOL

“Sentimo-nos gratificados em poder apoiar o projeto que é de suma necessidade para a saúde em Jaraguá do Sul. Conseguimos visualizar a cada dia os benefícios gerados, seja através de aparelhos, ambientes adequados ou atendimento qualificado, ficando nossa missão social comunitária registrada para o bem de todos”. A Família Wandér Weege e a Malwee Malhas investiram nos projetos da Ala Santo Antônio, do Pronto-Socorro, e Pronto-Atendimento. Wandér Weege, Presidente da MALWEE

“Ao tomar conhecimento do projeto objetivando minimizar a angústia de tantas pessoas que necessitam, não tive dúvidas em participar e colaborar com a concretização do Banco de Sangue. É um ganho significativo para a comunidade e fiquei muito satisfeito e feliz em poder contribuir. Cada um de nós pode praticar um gesto de solidariedade. Posso dizer que, como está ficando o hospital São José, é um estímulo para outras causas sociais”. A Família Zanotti e a Zanotti Elásticos investiram na Unidade de Coleta de Sangue. Waldemar Zanotti, Diretor presidente da ZANOTTI ELÁSTICOS

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Momento nova gestão

A nova visão

contas absolutamente em dia, com uma condição de negociação com os fornecedores muito mais favorável, não tendo mais que pagar pelos elevados custos dos atrasos. Com foco na gestão, passou a investir fortemente nas pessoas, proporcionando um atendimento digno e humanizado. “Guardando compatibilidade com a aspiração da nossa gente”, sublinha o presidente do Conselho Deliberativo, Paulo Luiz da Silva Mattos. Segundo ele, a decisão de implantar o programa de gestão por excelência é fruto da necessidade de introduzir uma sistemática gerencial capaz de fazer jus à junção de esforços dos parceiros. “E de todos que dedicaram seu precioso tempo para impulsionar a qualidade do atendimento na área da Saúde”, destaca.

MISSÃO “Promover assistência à saúde com responsabilidade social de forma inovadora e sustentável.”

P

aralelamente à execução do projeto de reformulação da estrutura física, foi colocada em execução uma completa reorganização da gestão, com a introdução de ferramentas para a tomada de decisões. A formação de um conselho de gestão, denominado Conselho Deliberativo, com poderes de decisão, foi a principal guia transformadora, estabelecendo-se uma sincronia entre o gestor e a sociedade. O hospital experimentou outra era, alcançando a sustentabilidade, mesmo tendo a maior parte do atendimento voltado ao SUS – Sistema Único de Saúde. O hospital, que sistematicamente amargava resultados negativos, foi se reequilibrando e hoje tem suas

VISÃO 2014 “Ser reconhecido pela sociedade nas regiões norte e nordeste de Santa Catarina, pela excelência da gestão e dos serviços prestados na assistência à saúde.”

VALORES “Ética, Profissionalismo, Credibilidade, Trabalho em equipe, Respeito ao ser humano.”

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Momento nova gestão

Uma gestão por excelência A inovação do hospital não está só na modernidade de seus centros, ela abrange também uma nova maneira de pensar, que passa pelo estabelecimento de estratégias na busca por excelência. “Mais do que política da qualidade, a gestão por excelência trabalha as pessoas, capacita as rotinas e a cabeça da organização como um todo”, afirma o consultor José Luiz Alvarenga. O especialista explica que a gestão por excelência ocorre por meio de três pilares: capital humano, processos e estratégia. Segundo ele, muitas empresas fecham suas portas por avaliar seu desempenho somente por indicadores financeiros.

Gestão estratégica “A estratégia determina a execução das ações”, afirma Alvarenga. Missão, visão e valores foram redefinidos para seguir os direcionamentos estratégicos. Com a mudança, foi estabelecido um prazo de quatro anos para a visão ser atingida. “Muitas empresas definem sua visão, mas não estabelecem um prazo, então os funcionários não se inserem”, destaca Alvarenga.

Gestão do capital humano A gestão do capital humano propõe a reestruturação organizacional e a revisão do organograma. Ações que passam pela implantação do plano de carreira, com regras transparentes de contratação e ascensão profissional. Também serão estabelecidos padrões para a escolha de capacitação profissional. “Para que o funcionário saiba a carreira que pode trilhar no hospital”, destaca o consultor.

Gestão de processos Todos os processos foram mapeados para a definição de rotinas padronizadas de trabalho. Com o

levantamento, foram estabelecidos 180 protocolos, que orientam como o funcionário deve agir nas rotinas hospitalares mais críticas. “São orientações de como proceder, por exemplo, no caso, de assistência para captação de órgãos”, exemplifica. Definir metas por processos e não por setores é a proposta da gestão de processos. “Estabelecer metas por setor fragiliza os resultados que são buscados em detrimento de outras áreas”, garante o consultor.

Selo máximo de qualidade A gestão por excelência tem como desafio conquistar a acreditação hospitalar, selo conferido pela Organização Nacional de Acreditação, que utiliza critérios internacionais de qualidade. Somente duas instituições de saúde do Estado já receberam o selo. São três categorias e no final de 2011, o hospital deve concorrer pela Bronze. Mas o grande desafio é alcançar a categoria Ouro, de excelência, em 2014. “É o maior reconhecimento pelos resultados alcançados com o uso da gestão por excelência”, destaca Alvarenga.

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Momento nova gestão

Associação Hospitalar São José de Jaraguá do Sul

O

novo momento do Hospital São José é marcado também pela mudança da entidade mantenedora. A Associação Hospitalar São José de Jaraguá do Sul, uma entidade filantrópica e sem fins lucrativos, assume o hospital no lugar da Sociedade Divina Providência. A associação foi fundada em 13 de outubro de 2010 por representantes da Associação Empresarial de Jaraguá do Sul (ACIJS). Segundo o presidente do Conselho Deliberativo, Paulo Mattos, a intenção é que o hospital mantenha o viés de atendimento comunitário, conveniado ao Sistema Único de Saúde (SUS), e atenda também aos demais convênios e particulares. “A entidade não visa distribuir lucros, todo o resultado será revertido em investimentos para o hospital”, afirma. Mattos explica que o hospital continua com o modelo gerencial implantado há seis anos, desde que representantes da ACIJS assumiram a gestão. “As diretrizes de gestão continuam as mesmas, o que muda é a sua estrutura jurídica”, explica. De acordo com o presidente, a nova entidade também terá um Conselho Deliberativo. A diferença é que este será formado por cinco membros, ao invés de sete, como era composto anteriormente, e contará também com um Conselho Fiscal. A adaptação da nova entidade e a

transição devem ocorrer num período de um ano. “Porém, gostaríamos de manter os princípios idealizados pelas Irmãs”, revela Mattos. Ao final das obras e da mudança da entidade mantenedora, o hospital vive um momento histórico, que para o presidente do Conselho é só o começo de um novo desafio, na busca de novas especialidades. “Teremos mais trabalho pela frente. É um passo para, em um futuro próximo, outras pessoas assumirem e levarem adiante. Surgirão novas necessidades, teremos que estar prontos para novas soluções”, finaliza.

Conselho Deliberativo TITULARES Presidente: Paulo Luiz da Silva Mattos Vice-presidente: Vicente Donini Secretário: Gerd Edgar Baumer Tesoureiro: Mauro Kock Membro: Jaime Franzner CONSELHO FISCAL Alidor Lüeders SUPLENTES Devanir Danna Durval Marcatto Junior João Bisato Paulo César Chiodini Aldo Salai Hilário Bruch Moacir Luiz Fock

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Momento nova gestão

O hospital referência no caminho da autonomia Convite à humanização

Diretor Maurício Souto Maior

H

oje o Hospital São José é referência em atendimentos de alta complexidade nas áreas de Ortopedia, Oncologia e Neurocirurgia. Nestas especialidades, além de atender às cidades vizinhas, é referência também nas regiões do Centro-Norte e Planalto Norte. A área de atendimento abrange cerca de 350 mil habitantes. Graças a essa demanda de pacientes de alta complexidade e de serviços melhores remunerados foi possível alcançar um sonho antigo da administração: o equilíbrio entre as receitas e as despesas. Além de equacionar a balança da sustentabilidade, o hospital avança na conquista de resultados financeiros positivos, ainda que tímidos, para novos investimentos. Além do aumento na clientela, para o diretor Maurício Souto Maior, a conquista da autonomia também é resultado da nova política de gestão, focada na eficiência dos colaboradores, redução de custos e otimização dos recursos. Esse momento promissor, porém não abandona a preocupação com a sustentabilidade. Dos atendimentos, 75% são feitos pelo SUS, convênio que repassa o menor valor pelos serviços. “O grande desafio é diminuir o déficit do custeio do SUS e planos de saúde”, afirma.

Outra característica que agrega valor à gestão é a nova proposta de oferecer mais conforto e acolhimento, sob a ótica de um tratamento cada vez mais humanizado. Colocar-se no lugar do outro, fazer mais do que ele precisa, ações que para a Irmã Elza do Amaral definem humanização. A diretora acredita que as novas instalações facilitam o trabalho de humanização. “Está tudo novo, bonito. O ambiente convida à humanização”, afirma a diretora. Para que a humanização esteja cada vez mais presente na rotina hospitalar são feitos treinamentos constantes. “Primeiro eu preciso me humanizar para depois querer que o outro seja humano”, reflete a irmã. A diretora acredita que a humanização auxilia na recuperação dos pacientes. “Tocar, se aproximar mais, dispensar mais atenção, essas ações fazem a diferença Irmã Elza Amaral no tratamento”, afirma.

Hospital em números De 2004 para 2010 o número de colaboradores mais que dobrou, passou de 248 para 508. O número de leitos também dobrou, de 100 para 200. Atendimentos emergenciais avançaram de 62.285 para 86.780. As internações passaram de 7.593 para 10.500. Os procedimentos cirúrgicos de 4.679 para 7.200.

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Prestação de Contas

Obras do Hospital São José

I

ntervenção em área de 21.207,67 m² do terreno, contemplando 15.019,11 m² de área construída total e, desta, resultaram 5.111,19 m² de reformas, 1.029,71 m² de ampliações e 7.946,38 m² de edificações novas. Somente 931,83 m² da área construída total não sofreram intervenções. A área construída ocupa 7.539,95 m² do solo. E, ainda, 6.460,75 m² de área pavimentada para estacionamento e circulação, 2.157,45 m² de calçadas e 5.049,52 m² de jardins, totalizando 13.667,72 m² de área urbanizada. O valor total das citadas obras, adicionados dos valores aplicados em instalações, móveis, equipamentos e utensílios hospitalares, demandaram investimentos de R$ 34.775.661,90 (trinta e quatro milhões, setecentos e setenta e cinco mil, seiscentos e sessenta e um reais e noventa centavos), em valores correntes.

As obras de modernização e ampliação do complexo hospitalar se subordinaram, durante todo o período – 1.480 dias úteis de trabalho - à garantia da continuidade ininterrupta das atividades operacionais do hospital: afinal, havia muitas vidas a serem preservadas. As instalações originais – rede elétrica, lógica e telecomunicações, gases medicinais, água e esgoto, sistemas de combate a incêndio e sinalizações de emergência – dado a sua precariedade, foram totalmente substituídas, haja vista que, se um ou outro recurso ainda oferecia alguma vida útil, encontrava-se tecnologicamente desatualizados. Assim, as conexões transitórias do antigo com o novo, durante a execução das obras, requereram redobrados cuidados, pois nenhuma atividade operacional do hospital poderia ser afetada.

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Prestação de Contas

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Nova marca

A flor da vida

S

ímbolo milenar, a “Flor da Vida” foi a inspiração para a nova marca do Hospital São José. Cientistas do mundo todo estudaram o símbolo, por acreditar que nele está contido o código da vida. A forma perfeita em proporção e harmonia, parte da geometria sagrada, foi encontrada em vários templos, em cerca de 20 países. O escrito mais antigo foi descoberto no Egito. “O símbolo transmite a força que construiu o novo hospital”, afirma o criador da marca, Everson Buzzi. O publicitário revela a surpresa em encontrar na arquitetura original do hospital a geometria da Flor da Vida. “O símbolo se revela ao traçar uma linha contínua ao redor das seis alas, que estão em torno de um centro”, explica Buzzi O envolvimento da comunidade com o hospital foi o pilar que indicou a direção da nova identidade. “Se pudesse definir a marca do hospital em uma palavra, seria “compromisso”. O compromisso assumido por tantas pessoas que fizeram e fazem a história do São José”, afirma. O publicitário explica que as linhas da marca são feitas com traço de caneta bico-de-pena, em forma de assinatura. “A flor, símbolo de vida, é o resultado da integração desses elementos. Uma forma simples, porém que traduz tudo aquilo que o São José é e faz”, afirma.

Nada mais valioso para o Hospital São José que a sua marca represente exatamente aquilo que reuniu tantas pessoas em torno dessa causa: o compromisso com a vida. Everson Buzzi, criador do logotipo

A flor da vida Usado em muitas religiões e crenças do mundo, o símbolo estudado por Leonardo da Vinci tem tido diferentes significados ao longo da história. Em seus escritos, o cientista catalogou que a Flor da Vida ultrapassa 6 mil anos. “Através do tempo e da história, filósofos, artistas e arquitetos de todo mundo têm sabido que a flor da vida tem uma forma perfeita em proporção e harmonia. Este símbolo é considerado parte da geometría sagrada e, de acordo com o e esoterismo, contém um valor antigo e religioso que mostra as formas fundamentais do espaço e tempo. Neste sentido, é uma expressão visual das conexões que a vida tem com todos os seres humanos, pelo que alguns acham que contém algum tipo de informação básica sobre todos os seres viventes”. Fonte: http://pt.wikilingue.com/es/Flor_da_Vida

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Conselho Deliberativo TITULARES Paulo Luiz da Silva Mattos – Presidente Ir. Enedina Sacheti – Vice-Presidente Álvaro Leitholdt – Secretário Francisco Garcia Lio Tironi Ir. Nazarita Rafael Rogério Luiz da Silva SUPLENTES Ir. Elza do Amaral Ir. Enedir Terezinha Marchi Ismar Lombardi Leonardo Fausto Zipf Marina Fernandes Nanci Zimmermann Ricardo Cidade

Comissão de Obras Vicente Donini – Presidente Athomos Benigno Galastri Ir. Elza do Amaral Mauricio Souto Maior Paulo Luiz da Silva Mattos Reinhard Mathias Conrads

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