Folha Diocesana - 173

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ANO XIV - Nº 173 - DEZEMBRO DE 2010 E JANEIRO DE 2011

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

“A Palavra de Deus é Viva e Eficaz.” Hb 4,12

Edição Especial de Comemoração dos

450 anos da Cidade de Guarulhos

De Aldeia a Diocese 450 anos de uma História de Evangelização


2 liturgia O

Mistério da fé celebrado na Missa é o Memorial da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo (cf. 1Cor 11,26), pela ação ritual da partilha da Palavra, do pão e do vinho, sinais sensíveis e reais da presença de Cristo na comunidade reunida, que também deve, à exemplo do mestre, repetir a caminhada do lava-pés, da doação, do serviço, da entrega total. Ele celebra a aliança de Deus com seu povo (Liturgia da Palavra), plenificada em Jesus Cristo e ratificada no banquete dos amigos do Senhor (Eucaristia – comer do pão, beber do cálice em comunidade – o banquete da Nova Aliança, do qual brota um relacionamento, um compromisso com Deus). É Memorial – torna presente o Mistério de Cristo, unindo nossos esforços por uma vida melhor à causa e luta de Jesus. É também Sacramento – presença real de Cristo no meio da comunidade, “carinho de Deus” em nós, na caminhada do povo. Ele não é só Divino ou só humano – é os dois. Quanto mais o divino se aproxima do humano mais Ele se desvela,

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“Eis o Mistério da Fé”

se apresenta e torna-se presente na vida da comunidade. Ele é grande, imenso... não podemos explicar nem compreender por inteiro. Não somos “donos” Dele, que se revela porque quer, para quem quer...” O RITO

Olhando atentamente o rito, percebemos que as palavras “memória” ou “memorial” dão todo sentido a este trecho: “Celebrando a memória da paixão e ressurreição de vosso Filho, nós vos oferecemos ó Pai, o pão da vida e o cálice da salvação, e vos agradecemos...” Fazer memória, neste caso, não é simplesmente recordar um fato do passado. É tornar este fato presente, atualizar o sacrifício de Cristo com nosso esforço, viver a graça do Reino de Deus em nossa realidade. Quando a assembléia aclama Anunciamos, Senhor, a vossa morte, e proclamamos a vossa ressurreição. Vinde, Senhor Jesus!”, estamos assumindo um compromisso: “Anunciar a morte do Senhor ‘até que ele venha’ inclui, para os que participam da eucaristia, o compromisso de transfor-

marem a vida, de tal forma que esta se torne, de certo modo, ‘eucarística’. São precisamente este fruto de transfiguração da existência e o empenho de transformar o mundo segundo o evangelho que fazem brilhar a tensão escatológica da celebração eucarística e de toda a vida cristã: ‘Vinde, Senhor Jesus!’ (cf. Ap 22,20).” (João Paulo II, Ecclesia de Eucharistia, n. 20). Foi a partir deste ponto principal, que aprofundamos no retiro diocesano da pastoral litúrgica que aconteceu dia 15 de novembro na Santa Fé. Aprofundamos o sentido dos vários momentos do ritual da celebração Eucarística: Ritos Iniciais, Liturgia da Palavra, Liturgia Eucarística, Ritos Finais. Sempre trilhando o mesmo caminho: partindo do rito, passando pela teologia, chegando à espiritualidade. Porque não basta saber como fazer, é preciso aprender fazendo. Percebemos que não precisamos criar caminhos novos, mas tornar novo o mesmo caminho. E quando descobrimos o que é mais importante na Liturgia, este sim é o grande “O

Mistério da Fé”. Para esta descoberta, fizemos o seguinte percurso: partimos do Rito em si, para descobrir sua Teologia, e então aprofundar sua Espiritualidade. Em primeiro lugar, “mistério” é o que não se pode compreender totalmente, mas o que de alguma maneira experimentamos, toca nossa vida e faz a vida brilhar, realizando a comunhão entre as pessoas humanas e a Trindade. Mistério também é toda a vida e toda a criação, se as vemos como um presente de Deus que deve ser preservado. O “mistério da fé” é a vida, paixão e morte de Jesus; é o Cristo Ressuscitado e sua presença na história, na Igreja e no mundo. Pela eucaristia, assimila-se, por assim dizer, o ‘segredo’ da ressurreição’ (João Paulo II, Ecclesia de Eucharistia, 18). Que possamos como o cego Bartimeu ter, a partir do encontro com Jesus uma visão sensível e apurada da vida, para ajudar também os irmãos e irmãs de nossas comunidades a celebrar a vida na liturgia e a liturgia na vida. Pe Jair Costa Fernando Neves de Jesus

carta de natal

Estou Feliz!

Estamos próximos do Natal...Imagine se José, resolvesse escrever uma carta para Zacarias e Isabel, contando tudo o que aquela linda família viveu... Talvez ele escrevesse uma carta mais ou menos assim... “Queridos Isabel e Zacarias: Espero que vocês estejam bem e que o Joãozinho siga crescendo com saúde e forte, como vimos antes de partir .Nós estamos bem. Não é nada fácil lhes escrever estas linhas, já que cada palavra dispara novamente a emoção vivida e as lágrimas ofuscam o papel e aceleram o coração. É indescritível a alegria que nos transpassa aos dois e o que significa o bebê dormindo, com uma paz que o inunda todo. Maria o beija continuamente e aperta maternalmente sobre seu peito, até parece que sempre houvera tido um bebezinho em seus braços. Minhas mãos de carpinteiro, pesadas ao mo-

mento de escrever e que se esforçam para acariciar de boa maneira, tremem, ao mesmo tempo em que uma agradável sensação percorre todo meu ser. Estou feliz! Amo a minha esposa e o bebê é um punhado de sensações de vida que nunca antes eu tinha sentido. Já ficou para trás o cansaço da viagem, que foi longa e me permitiu conversar muito com Maria e nos darmos conta de todo o amor que cobriu o tempo de espera, bem como, do que significa este início do caminho juntos, a vida que se abre diante de nós, doce e desafiante, com todas as ganas e sonhos de construir uma linda família. Belém segue sendo um lindo povoado, embora me surpreendesse sua falta de hospitalidade. A passagem pela grande cidade de Jerusalém me deslumbrou. Olhei admirado e me dei conta de que já não a conhecia mais. Ao atravessar, de passagem para meu povoado, invadiu-me uma profunda sensação de temor, de querer passar por ali o mais rápido possível, com pressentimentos muito contraditórios ao esperançoso tempo de espera da nova vida que Maria carregava em seu ventre e em ambos no coração. Quando eu era menino, ir até Jerusalém era um belíssimo sonho, que se fazia realidade uma ou duas vezes por ano. Entretanto, agora a sensação era de sair

d’ali o mais rápido possível. Já chegou aqui em casa um casal amigo, que está de passagem e levará para vocês estas rápidas linhas. Enfim, estamos bem, os três vivemos este tempo com a companhia de nosso bom Deus e o lugar que temos agora, apesar de precário, está tomado pelo calor de um lar. Não é o melhor que sonhamos para que nascesse um bebezinho, porém, através da janela podemos ver um céu semeado de estrelas e uma delas é muito grande e reluzente, com uma longa cauda, Até parece que veio se colocar justamente ali, no marco da janela. É uma bela imagem deste maravilhoso mundo que nosso bom Deus criou. Agora já está chegando muita gente para nos cumprimentar e trazer presentes para o neném. Não quero deixar Maria sozinha por mais tempo. Teremos outras oportunidades de conversar e vocês nem imaginam como é incrível tudo o que temos para lhes contar. É maravilhoso demais! Nosso Deus e Criador dê paz e abençoe vocês até que voltemos a nos ver novamente. Com carinho José. Edilson Peixoto Rodrigues Paróquia Santa Mena


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Confiança na O

jornal “Estado de São Paulo” em sua edição do dia 18 de novembro de 2010 publica, com base em pesquisa realizada pela Escola de Direito da Fundação Getulio Vargas (Direito GV) que a credibilidade da Igreja deu um salto, passando do 7º lugar para 2º lugar, após as eleições. Na avaliação de Luciana Gross Cunha, professora de Direito da GV, coordenadora do Índice de Confiança na Justiça (ICJ), esse salto de confiança deve-se à luta contra o aborto, promovido pelo Bispo de Guarulhos em defesa da Vida e contra o Aborto. Não faltaram aqueles que criticaram a luta da Igreja e de seus pastores por essa clara e categórica posição da Igreja, alegando mesmo

voz do pastor

Igreja

que o aborto era “questão de saúde pública” e como tal, pertencia ao Estado, a tomada de posição. O Santo Padre, em discurso no encerramento da Visita “Ad limina” do Regional Nordeste 5 da CNBB lembra que nos sucessivos encontros com os Bispos do Brasil, assim se expressou: “... a Igreja na sua missão de fecundar e fermentar a sociedade humana com o evangelho, ensina o homem a sua dignidade de Filho de Deus...”... o dever imediato de trabalhar por uma ordem justa é próprio dos fieis leigos. Entretanto “ o vosso dever como Bispo junto ao nosso rebanho é mediato...”, quando porem os direitos fundamentais da pessoa ou da salvação das almas o exigirem os pastores têm o dever de

emitir um juízo moral, mesmo em matérias políticas (cfr GS, 76). Como Bispo Diocesano e primeiro responsável pela defesa da fé e moral na porção do povo de Deus a Nós confiada, dirigimo-nos não somente aos irmãos no sacerdócio, nossos zelosos colaboradores, no anuncio em defesa do Evangelho, como também a todos diocesanos – que atendam primeiro ao Evangelho, palavra de Deus, e não a palavras de homens, independentemente da autoridade de que gozam, lembrados que toda autoridade vem de Deus e nenhuma autoridade

poderá legislar contra a Lei de Deus. Sejamos fieis a Deus e o Evangelho de Jesus Cristo, Verbo de Deus enviado aos homens. + Dom Luiz Gonzaga Bergonzini Bispo de Guarulhos

Um menino nos foi dado

nascia o Rei dos Reis, o Senhor dos Senhores, o Deus feito homem: Jesus de Nazaré. É Natal. É nesse contexto que devemos descobrir o sentido do nascimento de Cristo. Veio para “evangelizar os pobres, proclamar a remissão aos presos e a cegos a re cuperação da vista, restioda história da salvação tuir a liberdade aos oprimidos....” (Lc tem como o Verbo Incarnado, o Cris- 4, 18). to Jesus. A celebração do Natal deve nos O Antigo Testamento tem lembrar a todos o significado do nascomo fio condutor o estabelecimento cimento de Cristo. Nasceu para morna terra do Reino de Deus, com a vin- rer e por sua morte dar-nos a vida. da, enviado por Deus, do Messias que Assim, a celebração do Natal seria o libertador do povo de Israel, deve despertar em nós sentimentos então sujeito ao Império Romano. de: 01) Gratidão e reconhecimento “Quando chegou a plenitude do infinito amor de Deus, que se faz dos tempos, Deus enviou o seu Fil- homem, padece e morre por amor aos ho, nascido de uma mulher....” (Gal homens, resgatando a todos com sua 4,4). Pois bem, o Messias prometido Paixão e Morte. já chegou. Há dois mil anos, na po- 02) Comprometimento com Cristo, breza de um gruta em Belém de Judá, seu Evangelho e sua doutrina, apli-

T

editorial

3

cando a nós, os infinitos méritos de sua Paixão, Morte e Ressurreição, fazendo com que toda sua obra redentora não seja em vão para nós. Lembremo-nos do que diz Santo Agostinho: “Deus que nos criou sozinho , não nos quer salvar sozinho”. É necessário a nossa colaboração, que consiste precisamente em tornar presente em nossas vidas, a Vida de Cristo, sua Paixão, Morte e Ressurreição para que possamos dizer com São Paulo: “Não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim.” (Gal 2,20). Por certo, isso é uma tarefa difícil. Exige boa vontade, empenho, e acima de tudo um verdadeiro amor a Cristo e seu Evangelho, sua Igreja, apesar de nossas limitações, franquezas e até pecados. O seguimento de Cristo é exigente e somente o conseguem aqueles que colocam acima de seus interesses pessoais, inclinações, desejos, etc., a fidelidade ao Evangelho. O próprio Jesus não prometeu facilidades aos seus discípulos. Ao contrário, foi categórico: “Se alguém

quiser ser meu discípulo, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e sigame” (MT 16,24). Infelizmente, nem todos os cristãos celebram o Natal com esses sentimentos. Muitos há temporeduzem as celebrações natalinas a comemorações meramente sociais: Troca de presente de cumprimentos, encontros de confraternização. Ás vezes nem mesmo é lembrado o aniversariante que é Jesus, Menino Deus, nascido em Belém. Desejo a todos os meus prezados diocesanos, um Santo e Feliz Natal, em que o Menino Jesus seja o centro de todas as celebrações natalinas e que o motivo de sua vinda esteja claramente presente em nossas mentes e finalmente que este Natal seja a oportunidade de ma maior comprometimento de nossa vida com o Evangelho, carta de amor, que Ele nos deixou. + Dom Luiz Gonzaga Bergonzini Bispo de Guarulhos


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aconteceu diocese

Folha Diocesana de Guarulhos | Dezembro de 2010 e Janeiro de 2011 Pastoral do Batismo

Retiro Diocesano dos Agentes da Pastoral Litúrgica

Aconteceu em 15 de novembro o Retiro com as lideranças de Liturgia da nossa Diocese, no Centro de Pastoral Santa Fé, em Perus – São Paulo. A maioria das paróquias esteve representada, com muita animação e entusiasmo. Se por um lado todos os agentes têm muitas atividades pastorais e profissionais (o que é constatado pelas dificuldades das equipes em articular

os trabalhos), existe também uma preocupação em fazer uma liturgia atenta ao essencial do Mistério, e também sintonizada com a realidade das comunidades. O tema escolhido foi uma reflexão e vivência do mistério da fé. Após as vivências celebramos na Eucaristia o “Mistério da Fé”, e agradecemos a Deus um dia tão especial de comunhão e partilha, onde nos sentimos não um grupo de representantes paroquiais, mas uma grande comunidade de celebrantes. Agradecemos a todos que participaram deste dia tão especial, e a equipe de organização, pelo carinho e empenho. Fernando Neves de Jesus, Equipe Diocesana de Liturgia

Caros irmãos em Cristo , e com grande pra-

zer que venho enviar a voces para ser divulgada na folha de diocesana; O evento da Pastoral do Batismo. Evento esse que se realizou no dia 07 de novembro de 2010 com uma Missa em ação de Graça pelo ano de caminhada da Pastoral do Batismo. Agradecemos a todos os agentes da Pastoral pela participação e também pelo empenho e caminhada em missão de evangelização durante todo este ano de 2010. Que Deus sempre abençoe e ilumine a todos e mantenha a Fé e a perseverança de procurar criar um mundo melhor atraves da evangelização. Pastoral do Batismo Equipe Diocesana

vai acontecer diocese Missa de Ação de Graças da Juventude Dia 12/12/2010 às 14:00 Santuário São Judas Tadeu Rua da Verdade, 269 Torres Tibagi - Guarulhos

“Cantos e contos de nossa história” Um show de música, teatro e dança da Igreja Católica. Com ousadia, competência e talento artístico este grupo da diocese apresenta o caminho histórico que levou Guarulhos de aldeia a se tornar uma grande cidade e destaca o papel e a missão da Igreja Católica neste processo.

Dia 07 DE DEZEMBRO às 20:00 Local: Adamastor Centro

Assembléia Diocesana - Pastoral da Juventude Dia 19/12/2010 das 09:00 às 13:00

A Pj Diocesana convida um coordenador paroquial e um coordenador de cada grupo de base para participar da Assembléia Diocesana de 2010.

Tema: Equipe Diocesana 2011 e Calendáio 2011 Local: Paróquia São José - Rua Bosque, 07 - Jd. Paulista - Guarulhos Traga a avaliação do seu grupo das atividades da PJ e as sugestões para 2011 e faça sua inscrição até 12/12 através do email: pjdiocesedeguarulhos@gmail.com

Elenco do Espetáculo

Atenção: Retirar ingressos com 1 hora de antecedência


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encarte especial

de aldeia a

Diocese

“ Permaneçamos firmes nesta cidade para que se renove, aqui em Guarulhos, o anúncio do Ressuscitado.”

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6 encarte especial

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Na aldeia uma igreja se faz presente

Catedral - 1903

E essa gente que iremos

A presença da Igreja em

falar do Evangelho, quem é?

Nascidos livres, amavam a

cente, no Planalto de Piratininga, e

liberdade e assim pretendiam viver

não seria diferente em Conceição...

tranquilos ao lado de suas mulheres,

Entretanto, foram tantas as atitudes

filhos e companheiros - caçando,

carinhosas, os agrados, a com-

pescando, para um manso e perfeito

preensão, a paciência demonstrada

desfrute da terra que cultivavam à

pelo

sua maneira. Os Guarus possuíam

conhecedor dos hábitos dos indí-

temperamento dócil e pacífico.

genas e assimilador inigualável dos

Tinham seu Deus maior - o Tupã,

seus usos e costumes, que aqueles

tinham suas lendas, histórias imagi-

modestos silvícolas, afastados da

nosas de raríssimas belezas mas

reserva inicial, foram devagar,

com respeito, amor e fé inquebran-

timidamente, ariscos se aproxi-

tável abraçaram o Cristianismo.

mando do aldeamento improvisado.

A postura frente ao

Padre Manuel - profundo

Com o correr dos anos, uma con-

nossa região deve-se à Companhia

Essa gente primitiva que

de Jesus (os Jesuítas) que desen-

se destacou com a ereção de uma

volveu intensa ação missionária na

singela capela, era segundo emi-

Na verdade, nada fácil foi

do jesuíta em obter uma freqüência

América Latina - e Guarulhos, é

nentes historiadores: feios, despro-

ao padre Manuel de Paiva, notável

amiudada dos guaianases na Casa

prova inconteste desse feito, bem

porcionais e barrigudinhos - mas

jesuíta que, acatando às ordens da

Grande, edificada no alto do ou-

como, no Extremo Oriente. Os

para nós, guarulhenses; “quem

organização, contatar os poucos

teiro, onde de tudo havia um pou-

primeiros jesuítas chegaram ao Bra-

ama o feio bonito lhe parece”, - é a

indígenas acampados à margem di-

co: comida, roupas, ferramentas,

sil em 1549, com o padre Manuel

nossa origem, ainda que desprovi-

reita do Anhemby e trazê-los depois

pousada, medicamentos caseiros,

de Nóbrega.

dos de beleza aparente - os Gua-

ao convívio da cristandade. Bastan-

tratamento para as feridas causa-

A Vila de São Paulo foi, sem

rus, amantes da paz, da natureza e

te desconfiados, os Guarus, ainda

das pelas

dúvida, um dos principais pontos de

da liberdade. E, Manuel da Paiva

que por índole acessíveis, não viam

mosquitos e, evidente, a catequese.

irradiação da obra missioária. Com

escreve ao Rei: “Achei a gente nua

com bons olhos,

missões,

batismos,

como na primeira infância, man-

nem

casamentos e criação de pequenas

sas e pacíficas no alto da planura,

acreditavam

escolas, os jesuítas, liderados pelos

a qual

EPERÊ...”.

propósitos amigos

padres, Nóbrega e Paiva, foram aos

Diz Plínio Airoza, citado pelo

dos homens bran-

poucos exercendo o seu papel,

inesquecível Ranali que: “Os Gua-

cos que já haviam

reafirmando com isso, a conquista e

rulhos eram ameríndios habitantes

causados males ir-

a posse das terras descobertas - Gua-

de São Paulo na época da coloni-

remediáveis à sua

rulhos, principalmente,onde havia

zação. Em 1560 encontravam-se

gente, suas mulhe-

pequena aldeia dos índios Guarus,

reunidos em uma aldeia, no local

res, filhos e seus

fugidos ou trazidos da Paulicéia.

que ainda conserva o seu nome”.

bens, em São Vi-

convenções,

batizaram

Anúncio dos Jesuítas

vivência pacífica foi-se estabelecendo, tornando mais fácil a tarefa

picadas dos terríveis

tampouco nos

Capela do Rosário - 1928


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Catedral Nossa Sra da Conceição - 1930

Por qual motivo erigir uma Igreja dedicada a Nossa Senhora da Conceição dos Guarulhos.

Se o velho lema dos reis portugueses era “dilatar a Fé e o Império”, conclui-se que a fé, ou seja, a religião, notadamente para os heróicos missionários daqueles velhos tempos, deveria presidir a marcha da civilização colonizadora. Assim se deu com a maioria das antigas do Brasil-Colônia. Guarulhos, povoação iniciada por um jesuita, certamente não poderia fazer exceção. Por isso mesmo é quase unânime a aceitação do ano de 1560 como da sua fundação,

e se nesse ano foi

construída a capela inaugural, sernos-á mais fácil apontar o mês e dia 8 de dezembro. Segundo atestam velhos moradores do Município nunca, em tempo algum, o 8 de dezembro deixou de ser dia Santo de Guarda - tradicionalmente respeitado pelos

munícipes e camponeses. Afirmam igualmente que, até o século passado a festa da Conceição foi mais popular e brilhante que a de Bonsucesso. O afluxo de crentes era enorme e havia fogos, leilões, procissão e muito churrasco. Ao redor da igreja cresce uma cidade

Auxiliados

pelos

Guarulhos, pelo padre, portugueses

índios

e alguns

providenciaram

a

construção de pequena Capela e uma rústica cruz de madeira, simbolizando a fé cristã e posse de montanha guarulhense. Curiosos, imitando todos os gestos dos portugueses, do padre e de alguns meninos - os Guarus assistiram a missa primeira. A cena foi emocionante, conforme relata Paiva escrevendo ao Rei: “E,quando nos pusemos de joelhos, eles se puseram assim todos, como nós estávamos, e em tal maneira sossegados, que, certifico e Vossa Alteza, me fez muita devoção”. De tal sorte, Guarulhos

encarte especial

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fundou-se sob a égide do Catoli-

instalou-se um ferreiro,

cismo, no momento em que os je-

e do lado direito do

suítas aqui plantaram a sua primeira

Portal da Matriz,

semente. De maneira incontestável,

direção de quem vai

o Catolicismo Romano é a religião

entrar nesse templo construíram um

predominante no Município. A

belo casarão de taipa, onde residiu

Paróquia de N. Sra. da Conceição

um grande amigo de Guarulhos -

foi criada em 8 de maio de 1685,

o padre Valadão. A poucos metros

mas a primitiva Capela foi o ponto

dessa Casa Grande, morou e foi

de partida - o centro criador e po-

proprietário José esperança da Con-

larizador da aldeia e, mais tarde,

ceição, obreiro laborioso de nossa

a povoação e depois freguesia de

igreja e relator da maioria desses

Guarulhos, cujo papel histórico foi

acontecimentos.

continuado pela atual Igreja Matriz - base da ação civilizadora cristã.

na

A solitária Aldeia,

foi

devagar sofrendo modificações es-

Motivo de ufania para

plendorosas: ganhou um simpático

qualquer vila antiga da Grande São

coreto, uma animada bandinha, um

Paulo, era mostrar aos forasteiros a

botequim, empório de secos e

sua igreja Matriz. Quanto orgulho!

molhados, posto policial, um médi-

Local de fé e respeito, costumavam

co, colégio, cinema, uma faculdade

os moradores transformá-lo, após

e, por aí foi... Na vetusta e na re-

as missas, em ponto de reunião

moçada Igreja, tudo mudou devido

de todas as classes sociais da ci-

a inúmeras reformas - menos vós,

dade. Fora quermesses, batizados,

Imaculada Conceição, sempre pre-

casamentos, festas do santo de de-

sente e infensa às maldades e in-

voção...

justiça do tempo, maternal âncora Inicialmente, ao redor da

de nossa firmeza na fé, do nosso

pequena ermida, foram construí-

labor continuado pela prosperidade

das casinhas sem pintura, todas de

da indiática aldeia dos Guarus.

pau a pique, chão batido e cobertas de mato sapé. Não havia padres residentes,

porém

visitavam-na

periódicamente os sacerdotes de

Lineu Roque Aceiro, 69, acadêmico efetivo da Academia Guarulhense de Letras, formado em direito mestrado na PUC-SP.

São Paulo, quase sempre jesuítas. De tudo faziam indios e religiosos - surgiu acanhada uma vendinha, um preto velho, por migalhas, cortava cabelos, havia uma tenda que negociava doces, mel, ervas - um mestiço curava doenças, mal-estar e incômodos. À esquerda da Capela

Igreja Matriz - dezembro de 1960


8 encarte especial

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Dioceses e Bispos Antes de se tornar ela mesma diocese Guarulhos fez parte das dioceses de: Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo e Mogi das Cruzes.

Festa de Corpus Christi - Igreja do Rosário

De 1560, quando Pe. Manoel de Paiva

celebrou a primeira Santa Missa e fundou nestes rincões a aldeia de Guarulhos, até 1575 Guarulhos pertenceu à diocese de Salvador (a primeira criada no Brasil e atual sede primazial). De 1575 até 1745 Guarulhos fez parte antes da prelazia e a partir de 1676 da diocese de S. Sebastião do Rio de Janeiro. Foi nesta época, exatamente em 1685, que foi criada a primeira paróquia, depois matriz e agora paróquia catedral, dedicada a Nossa Senhora da Conceiçao. Aliás o pimeiro nome da aldeia e depois feguesia da nos-

sa futura cidade foi “Conceição dos Guarulhos”, eliminando-se o nome religioso de “Conceição” com a criação da primeira República (1889), que chegou até a tirar o nome de Deus da Constituição. De 1745 até 1962 Guarulhos pertenceu à diocese de São Paulo. Em 1950 foi criada a segunda paróquia, N. Sra. de Bonsucesso e em seguida S. Pedro da V. Galvão (1954). Em 1957 foram criadas as duas paróquias de S. Francisco de Gopoúva e de S. Geraldo, que fireram parte das 25 paróquias criadas para homenagear, naquele ano, os 25 anos de ordenação episcopal do Cardeal Carmelo de Vasconcelos Mota. Em 1960 foram criadas mais duas paróquias: S. Antônio Maria Claret e S. Antônio da V.Augusta, chegando-se assim a um total de 07 paróquias. Em dezembro de 1962, encerrada a Iª Sessão do Concílio Vaticano IIº, foi instalada a diocese de Mogi das Cruzes, à qual Guarulhos pertenceu durante 19 anos até ser criada em fevereiro de 1981 a Diocese de Guarulhos. Pe. Berardo Graz

GUARULHOS em poucas palavas Guarulhos foi fundada em 8 de dezem-

bro de 1560 pelo Padre Jesuíta Manuel de Paiva, com o nome de Nossa Senhora da Conceição, em um local até então habitado pelos índios Guarus, da tribo dos Guaianases. Em 1590 foram descobertas minas de ouro, na região onde atualmente é o bairro de Lavras. No Brasil Colônia, durante os séculos XVII e XVIII, foram delimitadas sesmarias organizando a ocupação da região. Os sesmeiros se dedicaram à agricultura e à mineração e, como atividade de apoio, criavam gado. Mais tarde houve produção de álcool e aguardente. O trabalho era realizado principalmente por escravos negros de origem sudanesa. Segundo consta em documentos de 1817, registraram-se 183 escravos na Freguesia da Conceição dos Guarulhos.

Em 1880, Guarulhos se emancipou de São Paulo, com o nome de Nossa Senhora da Conceição dos Guarulhos. O nome atual só foi adotado após a promulgação da Lei nº 1.021, de 6 de novembro de 1906, quando Guarulhos recebeu a denominação de cidade. Em 1915 Guarulhos recebe o Ramal Guapyra - Guarulhos, da estrada de ferro da Cantareira, possibilitando o escoamento de madeira, pedra e tijolos. A cidade ganhou cinco estações. Nos anos 50 a inauguração das rodovias Presidente Dutra e Fernão Dias aproxima pessoas e mercadorias da cidade gerando, portanto, um impulso para instalação de indústrias nos trechos das rodovias que passam pelo município. A fase dos anos 1960/1970, é marcada

Arcebispos e Bispos

que pastorearam a Região de Guarulhos nos últimos 100 anos Arquidiocese de São Paulo Dom Duarte Leopoldo e Silva 1910 a 1938 Dom José Gaspar d´Afonseca e Silva 1938 a 1943 Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta - 1944 a 1962

Diocese de Mogi das Cruzes Dom Paulo Rolim Loureiro 1963 a 1975 Dom Emílio Pignoli 1976 a 1981

Diocese de Guarulhos Dom João Bergese 1981 a 1991 Dom Luiz Gonzaga Bergonzini 1992

pela estruturação de atividades industriais que em grande medida pautaram o destino da cidade e os caminhos da migração para o Estado de São Paulo. Em 1985 foi inaugurado o aeroporto de Cumbica, o maior da América do Sul. Guarulhos é o segundo maior município paulista em população, com mais de 1.299.283 habitantes segundo estimativa do IBGE (2009). Localizada na Região Metropolitana de São Paulo, a cidade tem uma área de 318,01 km2.

Fonte: Site da Prefeitura de Guarulhos


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encarte especial

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A ação dos religiosos na dinâmica da vila 2002). No ano de 1883, dois vigários figuram como principais líderes religiosos de Guarulhos: José dos Santos e Francisco Pitlacoras. No ano seguinte, o padre italiano Miguel Éboli tornouse pároco de Guarulhos, permanecendo até 1898. Depois vieram os padres Paulo Mastaldi e o Franciscano Manuel Garcia Mathei (Guarulhos, Cidade Símbolo). É evidente que cada um desses religiosos teve importância na transformação da aldeia à vila e, posteriormente, em município. Mas um padre que, segundo João Ranali, teve importância crucial para Guarulhos no início do século 20 – de 1912 a 1916 – foi o português Celestino formação da aldeia até sua atual constituição.

Jesuítas catequizando os índios

De acordo com o livro “Guarulhos, espaço de muitos povos”, a data de fundação e até mesmo o nome do padre fundador de Guarulhos são alvos de polêmica. Apenas 27 anos atrás, em 1983, a Câmara Municipal tornou oficial o nome do Padre Manuel de Paiva como o fundador de Guarulhos. Para o pesquisador Benedito Prezia, a aldeia teria sido fundada, provavelmente, em 1606, tendo como superior o Padre Manoel Viegas. Segundo

Gasparino José Romão

e

Adolfo de Vasconcelos Noronha, não houve padres residentes em Guarulhos até a criação da Paróquia Nossa Senhora da Conceição dos Guarulhos no ano de 1685. “Em 1680, a vida religiosa de Guarulhos estava sob os cuidados do Padre Bernardo Sanches” (Guarulhos, Cidade Símbolo). Depois disso, entretanto, é preciso reconhecer a importância dos religiosos na trans-

Romão e Noronha citam como párocos guarulhenses nos séculos 17, 18 e 19 os seguintes sacerdotes: Gaspar Cuba Ferreira, Francisco Ribeiro Barros, José Correa, José Joaquim Leite Penteado, Ignácio Correa de Barros, Francisco de Souza Leite, Francisco Joaquim das Dores, José Custódio de Siqueira Bueno e João Vicente Valadão. Cada qual com sua contribuição na vida dos guarulhenses da época. Este último, que se tornou conhecido como Cônego Valadão, teria sido vigário de Guarulhos cerca de 40 anos (1843 a 1883). O nome dele se eternizou na cidade, pois sua importância na história da cidade vai além das práticas religiosas. Cônego Valadão foi deputado provincial em São Paulo e, segundo o memorialista João Ranali, teve atuação decisiva na emancipação de Guarulhos, concretizada em março de 1880 (Jornal Olho Vivo, 7 e 8 de dezembro de

Gomes D’Oliveira Figueiredo, o padre Celestino, cujo nome batiza uma rua na região central. Logo que assumiu o cargo, padre Celestino percebeu a falta de livros contendo as informações mais importantes da vida religiosa e civil da cidade. Os registros feitos pela Igreja, desde o descobrimento até o Estado se tornar laico, eram os únicos arquivos históricos. Segundo Ranali, padre Celestino reconstituiu o livro número 1 do Tombo, resgatando preciosos detalhes sobre a vida e os costumes do povo que habitava a cidade a partir de 1688 (Jornal Olho Vivo, 7 e 8 de dezembro de 2002). Ranali contou também que padre Celestino montou um cinema na Casa Paroquial e o dinheiro cobrado do público durante as projeções era revertido para a reforma da igreja. Como a idéia de Celestino logo ganhou concorrência privada, a arrecadação da Casa Paroquial foi inviabilizada. Por Renata Moreira


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Cabuçu Santuário Bom Jesus da Cabeça Seguindo

uma ordem cronológica, estamos aproximadamente em 1840, mas precisamente na Fazenda Cabuçu de propriedade da Dona Joaquina Fortes de Rendon de Toledo, pertencente à conhecida e ilustre família Fortes e Rendon da capital paulista, Santuário Bom Jesus da Cabeça - Cabuçu sendo esta senhora muito religiosa e acometida de fortes dores de cabeça que não tinha explicação, fez uma promessa, alcançando a graça fez em sua casa um oratório particular com a imagem da cabeça de Jesus Cristo. Com a morte de D. Joaquina, que passou a imagem, relíquias, nome e terras para o preto crioulo Raimundo Fortes (ex-escravo e pajem da fazendeira), onde em 1850 construiu uma capela de pau–a-pique (técnica que utiliza barro e madeira na construção) para abrigar a imagem que recebeu o nome de Capela Bom Jesus da Cabeça, sendo considerada a terceira igreja mais antiga de Guarulhos, passou há alvenaria em 1922, onde começou a ter missa celebrada pelo Padre Tito, que vinha de Gopouva a cavalo até o Cabuçu.

nou Santuário Bom Jesus da Cabeça, com missa presidida pelo nosso Bispo Dom Luiz Gonzaga Bergonzini; tendo como primeiro Reitor o Padre Francisco Veloso Junior e atualmente o Padre Francisco Gomes dos Santos; ano também em que nossa Capela Bom Jesus da Cabeça completou 157 anos de história. A festa acontece na primeira semana de Agosto, sendo comemorado no dia 06 o dia do padroeiro, tradicionalmente acontece o tríduo de Bom Jesus da Cabeça, com procissão, missas solenes, o bolo do padroeiro e quermesse. A Capela Bom Jesus da Cabeça, pertence ao Santuário Bom Jesus da Cabeça localizada no km 18 da Estrada do Cabuçu, n°58. Foi tombada pelo Decreto Municipal de n° 21.143 de 28 de Dezembro 2000, este tombamento trata da capela e de seu entorno Daniele Marques

A capela ficou sendo cuidada pelos moradores até Agosto de 1985, onde as Irmãs Servas do Sagrado Coração de Jesus Agonizante, chegaram no Cabuçu e começaram a administrar até os dias de hoje (completando este ano jubileu de prata em nossa comunidade). Igreja Bom Jesus da Cabeça - 1984

Em 25 de março de 2007, nossa comunidade se tor-


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Bonsucesso A

conhecida Capela de Nossa Senhora do Bonsucesso, desde 1950 elevada a Igreja Matriz e Sede da segunda Paróquia do Município de Guarulhos, constitui-se historicamente, antes de tudo, como um importante marco de sobrevivência e preservação de tradições culturais e religiosas de caráter popular, que resistiram e continuam resistindo em meio à chamada “modernidade”. Afinal, a Capela não surge como uma “paróquia pronta”, uma vez que, diferentemente da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição dos Guarulhos, não é construída por iniciativa da Igreja, através de alguma Ordem Religiosa ou mandato episcopal. Em 1670, a primeira Capela de Nossa Senhora do Bonsucesso é apenas mais uma capela de fazenda, de caráter particular. Não é construída, portanto, na perspectiva de tornar-se sede de paróquia com sua administração e atividades pastorais, mas como expressão da devoção tradicional de uma família católica de origem portuguesa (a família do bandeirante Francisco Cubas), que passa a ocupar nessa época a chamada “Sesmaria de Ururaí”. Sesmaria essa que, importa ressaltar, pertenceu anteriormente ao antigo Aldeamento de São Miguel, fundado em 1580, e que não estava diretamente ligada ao núcleo original de Guarulhos. As definições posteriores dos limites da paróquia, vila e município de Guarulhos, é que passarão a englobar a região de Bonsucesso. Tais definições de fronteiras, pertenças e nomenclaturas são feitas conforme interesses políticos, relações de

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PRESENÇA DA TRADIÇÃO RELIGIOSA POPULAR

poder e necessidades administrativas, e portanto não são “naturais”. Sendo assim, Bonsucesso e suas tradições não “pertencem” naturalmente ao Município ou à Diocese de Guarulhos, mas foram neles inseridas e conformadas historicamente. As origens de Bonsucesso são anteriores a essas realidades e categorias geográficas, políticoadministrativas ou eclesiásticas atuais. Indígenas escravizados e

e da cultura de origem africana: das Folias de Reis, das Congadas, das Catiras e das Rezas acompanhadas de viola caipira, ainda que, já no início do Século XX, o Vigário de Guarulhos, Padre Celestino Gomes de Oliveira Figueiredo, se empenhasse em “acabar e extinguir esse abuso, essa cantilena monótona desse povo roceiro, acostumado aos costumes selvagens” (Livro de Tombo da Matriz de Guarulhos 1912). Mas apesar da indignação

Capela N. Sra do Bonsucesso -1982

Paróquia N. Sra do Bonsucesso - 2010

“catolicizados”, caboclos, brancos pobres e, posteriormente, escravos de origem africana é que “deram o tom” ao tipo de religiosidade que se vivenciou na Capela de Bonsucesso e seu entorno. Longe dos centros de irradiação da “cultura dominante” e das práticas religiosas oficiais, Bonsucesso desde que surgiu é palco da fé popular, que é manifestada, ensinada e experimentada com ou sem a presença dos representantes oficias da Igreja, ou mesmo apesar deles. Ali foi e continua sendo o lugar próprio das tradições religiosas sincréticas e mestiças, que misturam elementos da cultura cristã-européia com elementos da cultura indígena

do Padre Celestino, que afinal era um homem de seu tempo, e representante oficial da mentalidade da Igreja Católica em seu tempo, essas manifestações resistiram e continuaram, também modificadas e adaptadas às mudanças, e foram enfim acolhidas pela Igreja, que hoje respeita e valoriza as manifestações da tradição religiosa popular. E a principal dessas tradições, em Bonsucesso, é a Festa da Carpição, na qual se manifesta a devoção à “terra que cura”. Romeiros e moradores locais, católicos, batizados, mantém vivo o ritual “católico-indígenacaboclo” que se repete anualmente, de tocar a terra, carregá-la junto à

parte doente (ou já curada) do corpo, para buscar e agradecer a cura e as graças da Santa através desse elemento simbólico, cheio de significados para quem dele vive e necessita - a terra que, em vários sentidos, gera e sustenta a vida. Ora, o “Ritual da Carpição” não faz parte dos Ritos Oficiais da Igreja Católica. Tal ritual é herdeiro das antigas tradições dos primeiros donos da terra de Bonsucesso e de toda essa terra que chamamos de Brasil, dos povos indígenas que divinizavam e cultuavam os elementos da natureza, entre eles a terra. A “Bênção sobre a Terra”, dada pelo padre na primeira segunda-feira de Agosto, é um ato pelo qual a Igreja acolhe e reinterpreta para os fiéis esse rito, que, embora não instituído nem incentivado originalmente pela Igreja, surge espontaneamente, do simples ato de carpir (capinar) o entorno da Capela para que se realize a Festa da Padroeira. O saquinho de terra retirada aos pés da Santa, do entorno de seu Santuário, torna-se o “canal material” da Graça Divina para o crente, em um belíssimo ritual que expressa uma autêntica experiência existencial e geradora de sentido para tantas pessoas, que de geração em geração, por séculos, se torna verdadeiro patrimônio cultural. Esta é, então, a riqueza que Bonsucesso oferece para a história e para a experiência da Igreja Católica em Guarulhos: “deixandose” pertencer à cidade e à Diocese, oferece-lhes toda a grandeza e mistério da religiosidade popular. Washington Macedo


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Como se chegou a criação da Diocese de Guarulhos

Catedral de Mogi das Cruzes - 2010

Criada

a Diocese de Mogi das Cruzes a 30/12/1962, a cidade de Guarulhos, nos 19 anos em que fez parte desta nova diocese, conheceu um enorme crescimento populacional, devido a intensa industrialização do seu território. De uma população de 50.000 habitantes nos anos 50 se passou a 540.000 habitantes no censo de ’80. Nos anos ’60 Guarulhos crsecia em população 9% ao ano, um record de crescimento. Na diocese de Mogi, dividida em 5 regiões pastorais, Guarulhos integrava a região 2, mas somente com a parte mais povoada e mais industrializada do seu território. De fato todo o território da paróquia de Bonsucesso, do Parque CECAP até a divisa com Aruja, integrava junto com Arujá, S. Isabel e Igaratá a região pastoral 3 com

características prevalentemente rurais. Em direta continuação com a periferia norte de S. Paulo, acompanhando o pujante crescimento da metrópole, Guarulhos se tornava sempre mais um centro industrial enquanto o resto da diocese de Mogi permanecia com características rurais e interioranas, principalmente a própria cidade de Mogi, sede do Bispado. Isto já era evidente na época do Iº bispo diocesano de Mogi, Dom Paulo Rolim Loureiro, quando a região pastoral 2 sozinha já correspondia à metade de toda a população do diocese. Nesta época, nos anos ’60 e ’70, a Igrja toda, e Guarulhos também, estava vivendo o fervor das inovações introduzidas na vida eclesial pelo Concílio Vaticano IIº. A introdução da lingua vernácula na liturgia, que passou a ser mais participativa; a participação dos leigos nas várias atividades pasto-

rais, não mais campo exclusivo do clero, a criação de instâncias participativas, como os Conselhos Paroquiais de Pastoral, tudo isto começou a ser vivido nas paróquias de Guarulhos, que também aumentaram de número, passando em 19 anos de 07 a 17. A recém criada diocese de Mogi, por outro lado, conheceu também a época mais aguda da crise de vocações sacerdotais, que aconteceu logo após o Concílio, talvez porque este estava exigindo dos padres novas posturas pastorais no relacionamento com os leigos e com o mundo, posturas para as quais nem todos os membros do clero estavam preparados. Vários padres abandonaram o ministério. Na cidade de Mogi, nos anos ’70, havia 10 padres fiéis ao ministério e outros 10 que haviam abandonado. Para enfrentar esta dificuldade de falta de vocações (vários seminários no Brasil todo foram fechados nesta época) Dom Paulo Rolim acolheu padres de várias nacionalidades, diocesanos “Fidei Donum”ou seja de outras dioceses, principalmente do estrangeiro, e religiosos. Na época dele a diocese de Mogi contava com padres de 13 nacionalidades diferentes. Esta era também a caraterística do clero de Guarulhos, embora nossa cidade, em comparação com Mogi, tenha conhecido poucos casos de abandono do ministério. Em 1981, quando Guarulhos se tornou diocese, havia na cidade 22 padres, a maioria deles estrangeiros. Dentre os padres estrangeiros “Fidei Donum” atuantes em Guarulhos, importante foi a atuação, em nível de renovação pastoral segundo o espírito do Concílio, dos padres canadenses de lingua francesa, do Quebec.


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O mérito prinicpal dos padres canadenses foi ter recolocado no centro da liturgia e das atividades pastorais o mistério pascal de Cristo, antes deixado como que em segundo plano pela religiosidade popular e pelas devoções aos santos. Nos primeiros anos, porém, esta renovação, tão importante e necessária, nem sempre foi realizada de modo gradual e precedida por uma adequada catequese, de maneira que certas retiradas bruscas das igrejas das estatuas dos santos deixaram cicatrizes junto aos fiéis menos preparados. Entre os padres canadenses é bom lembrar a atuaçaõ do Pe. Raimundo Forget, pároco da Vila Fátima e coordenador de pastoral de toda a diocese de Mogi. Mérito dele foi a introdução na diocese da pastoral de conjunto, auxiliado nesta tarefa pela irmãs da Caridade de Ottawa. Em agôsto de 1975 Dom Paulo Rolim já havia comprado a passagem de navio para se dirigir a Roma para a Iª “Visita ad limina” após o Concílio. Vista importante porque faria o ponto sobre a introdução da renovação conciliar nas várias dioceses. Da

bagagem de Dom Paulo fazia parte também o pedido e a documentação para a criação da nova diocese de Guarulhos, pois era necessário que a nossa cidade se tornasse sede de diocese, devido ao intenso crescimento e às características urbanas diferentes das características prevalentemente rurais do resto da diocese de Mogi. Infelizmente um violento acidente de automóvel, nas ruas de S. Paulo, truncou a vida de Dom Paulo, poucos dias antes de sua viagem a Roma. Após 11 meses de sede vacante, em julho de 1976 tomou posse, como segundo bispo da diocese de Mogi das Cruzes, Dom Emílio Pignoli. Pelas normas do direito canônico, somente depois de cinco anos da posse de um novo bispo é que se pode proceder ao desmembramento de uma diocese para criar uma nova. Foi o que aconteceu com a diocese de Guarulhos, que de fato foi criada cinco anos depois da posse do novo bispo. Dom Emílio não somente renovou a documentaçao para a criação da nova diocese, como também, criou a cúria regional em Guarulhos, na rua Washington Luiz, no Jd. S. Francisca, para decentralizar vários

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serviços administrativos e dar maior autonômia canônica a Guarulhos. Foi nesta cúria regional da R. Washigton Luiz que no dia 11 de Fevereiro de 1981, na presença de vários padres previamente convocados, foi aberta a correspondência sigilosa, vinda de Roma, contendo a bula de criação da nova diocese e a nomeaçao do novo bispo, Dom João Bergese. Pe. Berardo Graz

Catedral de Guarulhos - 2010

Em 1981, aos 11 de fevereiro é criada a Diocese de Guarulhos. Havia em Guarulhos 22 padres e 09 Congregações Religiosas Femininas e 01 Masculina atuando na Diocese para uma população de mais de 500.000 habitantes. Nestes 30 anos Guarulhos cresceu: as Paróquias passaram de 17 para 36, mais uma Paróquia de Rito Maronita; as Comunidades com suas Capelas saltaram de 48 para 165; os padres de 22 para 50; as Congregações Religiosas femininas de 09 para 14 mais o Instituto Secular das Missionárias Diocesanas e a Congregação Religiosa masculina dos padres Teatinos; o número dos habitantes cresceu muito: de meio milhão para 1.300.000. A nossa Igreja de Guarulhos pode contar com quase 11.000 agentes de pastoral que desempenham um grande serviço à evangelização nesta cidade.


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“ Chamados a Comunhão” - Dom João o 1º Bispo Ciente

que todo bispo recebe um chamado, o de viver em comunhão com a Igreja que lhe é confiada, Dom João Bergese, 1º pastor de nossa diocese, foi bispo em Guarulhos por 10 anos. A frase do evangelho que dá o titulo a esta página foi o lema episcopal de Dom João Bergese, o primeiro Bispo de nossa Diocese e diz bem quem foi Dom João para nós de Guarulhos. Dom João Bergese, nascido em Savigliano (Cúneo), Itália, a 13 de setembro de 1935, entrou no seminário diocesano de Saluzzo em 09 de outubro de 1953, onde concluiu o 2º grau e o curso de Filosofia. O zelo missionário trouxeo, ainda estudante de Teologia, para o Brasil, onde passou a atuar na Arquidiocese de Ribeirão Preto (SP), acolhido pelo sempre lembrado Dom Luiz do Amaral Mousinho. Recebeu a unção sacerdotal em 1º de dezembro de 1963 pelas mãos de Dom Agnello Rossi, na ocasião Cardeal Arcebispo de São Paulo. Iniciou sua atividade pastoral no Seminário Arquidiocesano de Ribeirão Preto, onde trabalhou intensamente por cinco anos. Em seguida trabalhou em várias paróquias da periferia daquela cidade. Uma das marcas de seu trabalho pastoral foi sem dúvida, o zelo com o trabalho em prol das vocações, da promoção humana e da evangelização. Eu o conheci no ano de 1981, ano em que entrei no Seminário Diocesano em Mogi das Cruzes. No mês de março daquele ano, os seminaristas vindos de Guaru-lhos receberam a visita do Pe. João Bergese, que acabava de nomeado bispo da nova diocese de Guarulhos recém criada.

Naquele encontro, o Pe. gregações religiosas femininas e João Bergese se mostrou bem uma população estimada na época simples e atencioso no trato conos- de 500 mil habitantes. co e despertou bastante esperança, No convívio humano e de um frutuoso trabalho à frente da pastoral do dia a dia, Dom João nova diocese que surgia. sempre demonstrou um jeito simNos foi também comu- ples de ser; muito próximo dos nicado que, quem quisesse, podia seminaristas e dos padres e muito optar de passar para a nova dio- preocupado com a pastoral urbana, cese. Quem optou por Guarulhos evangelizar na grande cidade. foram naquela época, além de No dia 08 de Maio de mim: Pe, Valdocir, Pe. Aparecido, 1991, foi nomeado Arcebispo de Pe. José Fernando e Pe. Gildarte. Pouso Alegre- MG, tomando posA Diocese foi instalada no se no dia 22 de Junho de 1991. mesmo dia da Ordenação EpiscoTive a graça de visita-lo pal de Dom em Pouso João, no dia Alegre onde 05 de Abril fui acolhido de 1981, no com muito campo de carinho e futebol do amor de pai, Hospital Pe. pois fui orBento, pois denado presnaquele ano bítero por ele. a Campanha Quanda Fraternido de sua dade versava cirurgia no sobre Saúde intestino fui para Todos. visita-lo em Eu como uma segunda seminarista, feira, ele esDom João Bergese tive a honra e tava abatido e graça de participar da celebração; preocupado com a visita do Núnao lado do então seminarista José cio Apostólico que teria vindo na Fernando, seguramos as velas da quinta feira seguinte para inaugucelebração. Quem presidiu a ce- rar o novo seminário diocesano lebração foi o núncio apostólico de Pouso Alegre. Depois fiquei da época D. Carmine Rocco, tendo sabendo que, apesar da saúde fracomo Bispos concelebrantes D. gilizada, foi à inauguração, mas Emílio Pignoli – bispo de Mogi sentiu-se mal. Internado prontadas Cruzes e D. Angélico S. Ber- mente no hospital da cidade, veio nardino – na época Bispo Auxi- a falecer no dia 21 de março de liar da Arquidiocese de São Paulo, 1996. e ambos colegas de seminário de Dom João. Segundo jornais da éCom saudade! poca tivemos ali reunidos mais de Pe. Renato Bernardes Duarte cinco mil pessoas. Presbítero Diocesano Dom João encontrou na época de sua posse em Guarulhos: 17 paróquias, 22 padres, 09 con-

Palavras de Dom João extraídas da sua Carta Testamento datada de 18 de abril de 1993 (quase três anos antes de seu falecimento): “(...) Agradeço a Deus, por ter-me chamado ao serviço episcopal: durante 10 anos na Igreja Particular de Guarulhos, como o 1º bispo dio-cesano, e agora desde o dia 02 de junho de 1991, como Arcebispo da Arquidiocese de Pouso Alegre. Nestes 13 anos aprendi mais ainda o despojamento, o serviço da Caridade pastoral, a doação plena e total aos irmãos menores e esquecidos. Sempre senti a ‘terrível’ responsabilidade de ser bispo hoje, mas nunca faltou-me a graça de Deus que sustenta o Pastor. A Providência foi generosa e nunca faltou o necessário. Agradeço a todos os diocesanos, presbíteros, religiosos e religiosas, seminaristas, leigos e leigas, a aceitação dessa pobre pessoa e a generosa colaboração que sempre deram para o crescimento do Reino de Deus (...)”. “ É mal menor, errar agindo do que nada fazer – As lutas são vencidas por aqueles que lutam, não por aqueles que criticam”- Esta última frase foi acrescentada mais tarde e escrita a mão no lado superior esquerdo da carta testamento.


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“ É necessário que Ele cresça” - Dom Luiz o 2º Bispo

Ordenação de Dom Luiz - 1959

T

odos os que ouviram a notícia ficavam pensando: “Que vai ser este menino?” De fato, a mão do Senhor estava com ele (Lucas 1,66) S. João da Boa Vista, cidade localizada a 223 km de S. Paulo, é a terra natal de D. Luiz Gonzaga Bergonzini, aí nascido aos 20 de maio de 1936, terceiro de quatro filhos. Seus pais, Luiz Bergonzini, sapateiro, e Aristea Bruscato Bergonzini, dona-de-casa, também eles sãojoanenses, souberam dar ao pequeno Luiz e às suas irmãs uma sólida formação humana e cristã, na simplicidade e no trabalho intenso. Quem esteve na celebração do batismo do pequeno Luiz, aos 02 de agosto de 1936, na Igreja Matriz de S. João Batista, talvez não imaginasse que aquele garoto seria o futuro Padre Luizinho, o qual haveria de exercer naquele mesma Igreja o seu ministério sacerdotal por mais de três décadas. Tendo constantemente diante de si o exemplo de São João Batista, padroeiro de sua cidade e da paróquia, o Pe. Luiz soube fazer de seu ministério um serviço para que Cristo cresça, realidades expressas nos lemas de seu sacerdócio (“Ministro de Deus na Igreja de Jesus Cristo para a salvação dos homens.”) e episcopado (“Oportet lllum Crescere” - É necessário que Ele cresça - Jo.3,30). Aos 29 de junho de 1959, a partir da casa da Família Bergonzini, formou-se uma procissão com as associações religiosas (Apostolado da Oração, Congregação Mariana,

Filhas de Maria entre outras), e muitíssimos fiéis. Tinham ido “escoltar” o jovem Diácono Luiz Gonzaga Bergonzini, ilustre filho da cidade, que rumava de sua casa paterna para a Igreja Paroquial de S. João Batista, padroeiro da cidade, onde seria ordenado sacerdote – a mesma Igreja em que renascera pelas sagradas águas batismais, aos 02 de agosto de 1936. Ali também recebera o Sacramento da Confirmação, em 07 de setembro de 1940; onde, pela primeira vez fizera a Santa Confissão, em 21 de outubro de 1944, para, no dia seguinte, com o coração puro e a alma iluminada, receber a Santa Eucaristia pela primeira vez. Nunca passaria um dia sem o Santíssimo Sacramento... Datas tão significativas que foram cuidadosamente anotadas nos registros pessoais e em sua memória. Enquanto a procissão, entre cantos e orações, dirigia-se à Igreja, o coração do Diácono Luiz Gonzaga certamente exultava de santa alegria, recordando-se da vida simples com sua família, dos primeiros contatos com a vida da Igreja, ao mesmo tempo em que acalentava esperanças e sonhos, que haveria de realizar mediante tão sublime ministério que estava para lhe ser concedido pelo Senhor. Quantas orações e santos desejos o haviam acompanhado durante aqueles doze anos de Seminário! Quantos desafios enfrentados e vencidos! Quantos sacrifícios assumidos! O menino simples, que tão cedo ingressara no Seminário, após longo período de intensa preparação humana, espiritual e intelectual, agora entrava na Igreja para dali sair sacerdote do Senhor. Através do ministério sacerdotal, é o próprio Cristo que está presente em sua Igreja, como Cabeça do seu corpo, Pastor do seu rebanho, Sumo-Sacerdote do sacrifício redentor, mestre da verdade.

Ao ser nomeado bispo, D. Luiz reflete sobre seu chamado vocacional e os inícios de seu ministério: “Sentindo grande entusiasmo pelo sacerdócio, ainda criança, entrei para o Seminário onde pouco a pouco o germe da vocação foi desenvolvendo, chegando à maturidade e à minha consagração total a Deus, por Cristo, na Igreja, para a Salvação dos Homens.” Em 2009, quando comemoramos o sesquicentenário da morte de S. João Maria Vianney, padroeiro dos sacerdotes, tivemos a alegria de celebrar o cinqüentenário da ordenação sacerdotal de D. Luiz, que contou, indubitavelmente, com o exemplo e a intercessão de tão grande sacerdote. Às vésperas de completar 20 anos de episcopado, transcorridos à frente de nossa Diocese, é prazeroso agradecer ao Senhor por nos ter concedido pastor completamente doado a Cristo e à sua igreja. Sempre disponível, sem medir sacrifícios, nem buscar ganhos pessoais, empenhou-se em viver os propósitos que fizera e aquilo que a Igreja espera de seus pastores. Jamais queixou-se de seus sofrimentos, transformando-os em fonte de bênçãos para sua amada Diocese. Pastor zeloso, entregou sua vida pelo rebanho de Cristo. À simplicidade que lhe é característica soube aliar a sabedoria, o discernimento, a profecia. As limitações próprias de nossa fragilidade humana, soube convertê-las em testemunho de que a obra é do Senhor. Todo esse empenho somente lhe é possível pois alicerçado numa vida espiritual intensa e constante, próprios de um coração que confia no Senhor. Obrigado, D. Luiz, nosso querido bispo!

Palavras de Dom Luiz Em sua primeira carta pastoral, Dom Luiz assim se expressava: “Temos consciência que a tarefa é árdua, espinhosa, difícil. Temos consciência de que somos limitados e fracos, mas anima-nos o saber que a tarefa não é nossa, mas também e principalmente d´Ele. O grande Apóstolo das Gentes, São Paulo, tinha consciência disso, quando afirmava, confiança na graça de Deus “Tudo posso naquele que me dá forças” (Flp. 4,13). O próprio Cristo nos alerta para essas dificuldades quando diz aos Apóstolos “No mundo tereis aflições...” mas acrescentava:”... tende confiança,Eu venci o mundo” (Jo 16,33). Se estivermos realmente preocupados em “estar” com Ele, em “conviver” com o Cristo, em fazer a “sua” vontade, em “viver a sua vida”, Ele estará conosco, viverá em nós e então, participaremos também da “sua vitória”. Seria desastroso se, em nossa atividade pastoral procurássemos a “nossa” glória, a “nossa promoção” a “nossa vitória”. Se dispensarmos o Cristo e sua graça, confiando unicamente em nossas forças, recursos e capacidades pessoais, ficaremos sozinhos e a derrota será total: pois além de não vencermos, estaríamos impedindo a Cristo de lutar ao nosso lado e vencer juntamente conosco.”

Dom Luiz Gonzaga Bergozini


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Seminário Diocesano Imaculada Conceição A história de formação do Seminário Diocesano remonta ao ano de 1978, quando Guarulhos ainda pertencia à Diocese de Mogi das Cruzes e reflete o crescimento da própria Igreja de Guarulhos: desde suas origens já formou dezenas de sacerdotes, além de possibilitar o discernimento vocacional de muitas centenas de jovens. No bairro das Lavras, Guarulhos, antigo local de extração de ouro como o próprio topônimo evidencia, num terreno de 30.030 m2, dos quais cerca de 70 % tomados por mata atlântica remanescente, adquirido por D. Luiz Gonzaga Bergonzini, 2º. Bispo de Guarulhos, impulsionado pelo amor à Igreja, a fim de que “Cristo cresça”, erguese majestoso o conjunto arquitetônico que sedia o Seminário Diocesano Imaculada Conceição, formado pela Igreja dedicada a São João Maria Vianney, padroeiro dos sacerdotes, e pelas amplas acomodações destinadas principalmente à formação dos candidatos ao sacerdócio. A imponente arquitetura, feliz mescla de elementos coloniais e modernos, rivaliza em altura e beleza com as árvores do local: estas, criaturas naturais do Senhor; aquela, resultado do encontro da graça divina com o gênio criativo do ser humano. Todo o conjunto – natureza e monumentos – testemunha muda e eloqüente de uma Igreja que obedeceu à ordem de Jesus: “Pedi, pois, ao Senhor da colheita que envie trabalhadores para sua colheita! A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos.”(Mateus 9,37-38) . A pequenina e singela Capela de Nossa Senhora das Vocações, construída em agosto de 1998 nos jardins do Seminário, impregna de ternura materna todo o ambiente, convertendo-se em expressão de amor à Virgem Maria, Mãe de Cristo sacerdote, que toma pela mão cada jovem que procura o Seminário a fim de discernir o chamado o Senhor. Desse terreno fecundo, que num passado longínquo forneceu ouro, a Igreja espera cultivar e colher uma outra riqueza: as vocações sacerdotais, para que o Pão da Palavra e o Pão da Eucaristia jamais faltem ao rebanho de Jesus.

“Onde está o teu tesouro, aí fruto da graça de Deus e da colaboraestão o teu coração” (Mateus 6,21). ção do homem; por isso é necessário Com alegria, podemos dizer que aí nos- ter muita paciência, discernimento e sa amada Diocese de Guarulhos empe- firmeza, para que o Espírito de Deus nhou seus preciosos materiais e huma- possa agir e construir.” Padres, religionos, porque o Seminário é o coração de sas e leigos foram aos poucos envolviuma diocese. A paz que se experimenta dos e corresponsabilizados na formação no ambiente é sinal de que tal obra é dos seminaristas, segundo as diretrizes expressão de fé na Providência e amor da Igreja. ao Evangelho e ao povo de Deus. Em 1989, a Casa São Carlos A história de formação do foi transferida para a Paróquia de Santa Seminário Diocesano remonta, porém, Cruz, Taboão. Em 1991, assumiu a reiao ano de 1978, aos 04 de novembro, toria o P. Aparecido Gonçalves, sucequando Guarulhos ainda pertencia à dido pelo P. Pedro Paulo de Jesus, até Diocese de Mogi das Cruzes. Com o então reitor da Casa Nossa Senhora de nome de Casa São Carlos, nossa futura Lourdes (Filosofia). O ano de 1993 marDiocese iniciava seu Seminário, desti- cou a aquisição do atual terreno, onde nado aos estudantes de teologia, insta- se construíram acomodações integralando-o num das àquelas antigo conjá exisvento, o qual tentes, que pensava-se passaram a pertencer abrigar os à Diocese, seminarisconforme tas a partir documentado dia 28 ção da época. de julho. As O P. Jacques novas instaLegault foi lações foram nomeado abençoadas primeiro por D. Luiz reitor; senGonzaga do três os Bergonzini, primeiros aos 04 de seminarisagosto, festa tas. A casa do santo hospedava Cura D´Ars, Seminarista com Dom Luiz Gonzaga Bergozini também vários ocasião em que seminaristas de outras dioceses. o Seminário recebeu o nome atual. Em 1985, D. João Bergese, Em 1993, o P. Antonio Bosprimeiro bispo, criou a equipe de Pas- co da Silva assumiu a direção da casa toral Vocacional, cuja missão era refle- de Filosofia, sucedendo ao P. Ivanil tir, avaliar e sentir toda a caminhada Pereira. Em 1996, na Casa N.S. de da pastoral vocacional, no tocante à Lourdes, iniciou-se a experiência do formação dos futuros padres. Diante da ano propedêutico, que seguiu posteriorpossibilidade de dividir o Seminário em mente um caminho próprio, até ganhar pequenas casas de formação, a Diocese sua sede definitiva aos 04 de abril de decidiu, contrariando as tendências da 2010. época, confirmar a Casa São Carlos Em janeiro de 1997, as casas e ainda abrir o Seminário de Filoso- de Filosofia e Teologia foram reunidas fia, instalado junto à Paróquia N.S. no mesmo Seminário, cuja direção foi de Lourdes (Itapegica), tendo como confiada ao P. Antonio Bosco da Silva. primeiro reitor o P. Berardo Graz, até Por impulso de D. Luiz, as ampliações então diretor espiritual. e reformas foram implementadas, até Em 1986, a direção da Casa que, em 22 de maio de 1998, lançouSão Carlos foi assumida pelo Pe. José se a pedra fundamental da atual Igreja Dalmasso, que registrou profeticamente do Seminário. Em agosto do mesmo no livro-tombo histórico: “a vocação é ano, iniciou-se o apostolado com as ca-

pelinhas peregrinas de Nossa Senhora das Vocações e foi instituído o grupo Amigos do Seminário. Também foram acolhidas solenemente as relíquias de São João Maria Vianney, trazidas da França. O reitor e os seminaristas passaram a visitar as comunidades, pedindo oração pelas vocações. No final do ano, procedeu-se à terraplanagem para construção das novas alas. Surgiu, em 1999, o informativo “O Chamado”, para divulgar a caminhada do Seminário. Essas iniciativas envolveram ainda mais as comunidades no trabalho vocacional: o número de seminaristas cresceu muito, ocupando quase todo o Seminário, tendência que se mantém até hoje, o que atesta que as vocações são uma resposta de um Deus amante a uma comunidade orante. O ano 2000, jubileu do nascimento do Senhor Jesus, possibilitou a visita de milhares de pessoas à Igreja do Seminário, elevada a Santuário durante o ano jubilar. No início de 2003, assumiu como reitor o P. Francisco Gonçalves Veloso Jr, até então formador do Seminário Propedêutico; permaneceria na função até 2010, sucedido pelo P. Pelegrino Rosa Neto. As obras de construção conheceram momentos mais ou menos intensos, sem jamais serem interrompidas: uma experiência sensível da Providência Divina. Ao longo de tantos anos, as exigências do trabalho formativo foram tornando-se mais intensas e complexas; o número crescente de vocacionados e seminaristas é sinal da bênção e aprovação do Senhor para nossa Diocese. O Seminário – considerando tudo o que representa - reflete o crescimento da própria Igreja de Guarulhos: desde suas origens já formou dezenas de sacerdotes, além de possibilitar o discernimento vocacional de muitas centenas de jovens. O Seminário é uma escola do Evangelho; tem a missão de formar pastores segundo o coração de Cristo. P. Antonio Bosco da Silva Vigário Geral


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encarte especial

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A cidade, seus clamores e a missão presbiteral Guarulhos,

como toda grande cidade, enfrenta os inúmeros problemas de nosso tempo, principalmente porque vivemos em mudança de época, muito mais do que uma época de mudanças. Como presbítero, coloco uma questão fundamental: qual a missão do presbítero na cidade? Indubitavelmente, não é uma resposta simples de ser dada, mas também não podemos ceder à falta de coragem de buscar e de nos abrir ao Espírito para novas e necessárias respostas. Na realidade, por vezes árida e sórdida, da cidade é missão do presbítero primeiramente construir comunidades verdadeiramente eucarísticas, que se nutram do Pão da Palavra e da Eucaristia, o que consequentemente possibilitará que ele e todos façam uma profunda experiência de comunhão e amizade com o Senhor, em intimidade e apaixonamento visível pela Palavra que anuncia e denuncia, pelos exemplos, sinais no mundo de vitalidade e profecia. O encontro com o Senhor não é apenas o conhecimento dele e de suas ideias, mas a configuração da vida a Ele e ao conteúdo de seu ensinamento e vivência, alcançando a maturidade paulina: “Eu vivo, mas já não sou eu que vivo, pois é Cristo que vive em mim.” (Gal 2,20), e ainda: “Tenham em vocês os mesmos sentimentos que havia em Jesus Cristo.” (Fl 2,5). Em decorrência desta espiritualidade eucarística, o presbítero ajudará a comunidade no processo de santificação e de solidificação da família, a fim de que esta seja como uma escola dos valores cristãos, dos valores humanos e universais, e nela se formem excelentes cristãos e também excelentes cidadãos. Colocando-se solidariamente ao lado dos mais empobrecidos, em alegre acolhida do outro, em constante processo de conversão pessoal, comunitária e social, o presbítero não deve se restringir aos espaços internos da coPresbíteros Diocesanos

munidade, pois a evangelização desconhece limites e fronteiras. Neste sentido, não pode ele se omitir no anúncio do Verbo nos diversos meios de comunicação social, rádio TV, jornal, Internet, enfim, nos novos areópagos, como já nos exortou o papa Bento XVI. Numa cidade, muitas vezes marcada pelo sofrimento, com famintos, dependentes químicos, moradores de rua, prostituição infantil, vítimas do tráfico e da violência, falta de condição digna de moradia... Diante de tantos rostos empalidecidos, com rugas precoces pelo sofrimento, o presbítero deve ser aquele que com a comunidade, em frutuosa pastoral de conjunto e em comunhão com toda a Igreja, faz resplandecer o rosto de Cristo. O presbítero deve contribuir para que a comunidade, uma vez saciada a sede pela água cristalina da Palavra, nutrida pelo pão eucarístico e inebriada pelo vinho novo da Eucaristia, viva a nova e eterna aliança sendo um “oásis no deserto da cidade”, não como refúgio do bom combate da fé (2Tm 4), mas como lugar de revigoramento, favorecendo atitudes de serviço, anúncio, diálogo e testemunho de que o Reino de Deus se encontra em nosso meio. Sem a pretensão de esgotar as respostas, vejo o presbítero na cidade como aquele que realiza a missão pelo amor que é Cristo Jesus. E, na estreita relação de amor com Ele, tornará a Igreja mais crível e um novo mundo, mais do que desejável, possível. Um mundo marcado pela verdade e abundância de vida, porque fundado em relações de amor e justiça que faz brotar a paz. Celebrando 450 anos de História, é nossa missão não permitir que a sordidez da cidade devore o rebanho, colocando nossa vida totalmente a serviço dele, tornando mais bela a cidade, até que um dia possamos entrar na Cidade Celestial. Padre Otacílio F. Lacerda

Paróquias por ano de criação 01 - N. Sra. da Conceição - Centro (1685) 02 - N. Sra. do Bonsucesso - Bonsucesso (1950) 03 - São Pedro Apóstolo - Vila Galvão (1954) 04 - São Geraldo - Ponte Grande (1957) 05 - São Francisco de Assis - Gopoúva (1957) 06 - Sto. Antonio Mª Claret - Jd. Munhoz (1960) 07 - Santo Antônio - Vila Augusta (1960) 08 - N. Sra. Aparecida - Jd. V. Galvão (1964) 09 - N.Sra. Aparecida - Cocaia (1964) 10 - N.Sra. de Fátima - Vila Fátima (1964) 11 - N. Sra. de Lourdes - Itapegica (1968) 12 - Sto. Antônio - Parque Santo Antonio (1968) 13 - N. Sra. de Fátima - Tranquilidade (1970) 14 - N. Sra. do Rosário - Vila Rosália (1970) 15 - Sant. São Judas Tadeu - Torre Tibagi (1970) 16 - Santo Antonio - Gopoúva (1977) 17 - Santa Mena - Picanço (1981) 18 - Santa Terezinha - Cumbica (1981) 19 - São Roque - Cecap (1984) 20 - Santa Rita de Cássia - Jd. Palmira (1984) 21 - Santo Alberto - Jd. São João (1986) 22 - São José - Jd. Paulista (1987) 23 - Santo Antônio - Pimentas (1988) 24 - Santa Cruz - Taboão (1988) 25 - São Francisco de Assis - Uirapuru (1990) 26 - São João Batista - Jd. Adriana (1995) 27 - São Francisco de Assis - Nações (1996) 28 - Santa Cruz - Jd. Presidente Dutra (1996) 29 - N. Sra. Aparecida - Jd. Pres. Dutra (1996) 30 - Santa Rita de Cássia - Jd. Cumbica (1997) 31 - São Vicente de Paulo - Soberana (1999) 32 - N. Sra. de Fátima - Aracília (1999) 33 - N. Sra. de Loreto - Jd. N. Cumbica (1999) 35 - Santa Luzia - Parque Mikail (2002) 36 - Santa Luzia - Parque Alvorada (2003) 35 - São Judas Tadeu - Jd.. Maria Alice (2007) 36 - São Charbel - Vila Irís (2005) 37 - Sant. Bom Jesus da Cabeça - Cabuçu (2007)


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A Igreja apresenta seus planos Instalada como Diocese em

como de uma melhor organização das equipes

falecido em 2009) e da Cúria Diocesana no

05 de abril de 1981, a até então

de pastoral. Na terceira Assembléia, norteada

Bom Clima, apontou a formação dos agentes

Região Pastoral 2 da Diocese de Mogi das

pelas indicações da Conferência de Puebla,

leigos para o serviço específico no mundo, o

Cruzes, constituída pela cidade de Guarulhos,

procurou-se o caminho para evangelizar em

trabalho para melhores condições de vida para

começava sua caminhada pastoral própria.

meio às transformações sócio-econômicas

o povo e o acompanhamento das famílias como

Pesquisando os arquivos da Diocese, Livros de

e culturais que estavam avançando junto ao

campos prioritários da ação pastoral. Entretan-

Tombo, Informativos diocesanos e paroquiais,

fim da ditadura. Os cinco anos de criação da

to houve uma reorganização da estrutura da

bem como as Atas do Conselho Diocesano de

Diocese, em 1986, foram celebrados com sa-

Coordenação Diocesana de Pastoral para um

Pastoral de Conselho de Presbíteros percebe-

tisfação pelas alegrias e vitórias colhidas neste

maior envolvimento dos coordenadores das 3

se quanto é rica a nossa história eclesial e pas-

tempo. O Bispo Dom João findando a quarta

Regiões Pastorais em que estava organizada a

toral. Muito se fez, muito se construiu nestes

Assembléia Diocesana resumiu muito bem es-

Diocese.

30 anos. Cada paróquia tem sua história de

ses primeiros passos da nossa Igreja: “Agra-

projetos e realizações. Mas talvez o que mais

decemos a Deus a imagem de Igreja Evangé-

tenha marcado todo este caminho sejam as 09

lica que aqui, pela força do Reino de Deus,

Assembléias Diocesanas que nortearam o tra-

está sendo construída por meio dos seus fiéis

balho pastoral desenvolvido nesses anos.

e das suas 75 comunidades, sobretudo no trabalho evangelizador nas periferias. Surgiram

A nova diocese busca

28 Centros Comunitários, surgiram serviços

definir seu rosto

de promoção social voltados para o menor

Poucos meses depois da instalação da Diocese foi convocada a 1ª Assembléia Diocesana com a meta de escolher um objetivo pastoral que orientasse o rumo da nova Diocese: o anúncio de Jesus Cristo libertador através da participação comunitária e fidelidade ao povo oprimido priorizando a pastoral voca-

carente, para os idosos, famílias necessitadas e presos. Surgiram as vocações sacerdotais e religiosas, pessoas dispostas a assumir os desafios da evangelização hoje”. Novas estruturas e novos espaços para a pastoral

Mudança de Bispo A realização da 6ª Assembléia, prevista para maio de 1991, foi suspensa devido a nomeação de Dom João Bergese como Bispo de Pouso Alegre (MG) e aguardando a chegada do novo Bispo Diocesano, Dom Luiz Gonzaga Bergonzini. Em setembro de 1992, na carta de convocação para a 6ª Assembléia, Dom Luiz escreveu: “Um trabalho muito sério há longo tempo vem sendo realizado para que desta Assembléia surja um Plano de Pastoral capaz de responder aos desafios que a realidade de nossa cidade suscita”. A evangelização estava sendo de fato

cional. a catequese e as pastorais sociais. No

A 5ª Assembléia, em 1987, marcada

desafiada pela questão da modernidade e das

ano seguinte, 1982, percebeu-se a necessidade

pela inauguração do Centro Diocesano de Pas-

mudanças sociais e culturais que começavam

de uma maior formação das lideranças bem

toral (hoje dedicado ao Pe. Jean Roch Forgette,

a despontar na realidade urbana. Tornava-se


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Precisa avançar para

Aparecida em 2007, adiou-se a 9ª

águas mais profundas

Assembléia para o ano seguinte. A

O novo milênio chegou e o Papa João Paulo II convidou todos os cristãos a “avançar para águas mais profundas” no mar da evangelização. Atendendo ao chamado necessária uma maior participação da Igreja na sociedade, no mundo do trabalho, na questão ética entre outras prioridades. A Diocese apostou na formação, sempre necessária, na comunicação e na comunhão eclesial por meio da Pastoral de Conjunto. Vem chegando um novo tempo “Rumo ao Novo Milênio” foi o documento que marcou o seguimento do caminho pastoral de nossa Diocese que se preparou para mais uma Assembléia (a 7ª, realizada em fevereiro de 1997) sob as orientações da Coordenação Diocesana de Pastoral, da Comissão do Jubileu e iluminada pela cartilha das Pastorais Sociais “A Guarulhos que queremos e... amamos”. Foi elaborado um Plano de Evangelização da Diocese e Guarulhos que, escreveu Dom Luiz, “tem por meta realizar um grande mutirão de evangelização rumo ao Novo Milênio”.

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do Santo Padre preparou-se a 8ª Assembléia articulada em 3 etapas ao longo do ano de 2001. As novidades propostas por esta convocação diocesana foram, entre outras, a de criar um projeto missionário diocesano para atingir a cidade de Guarulhos nas diversas realidades; a de criar vigários e conselhos regionais responsáveis para cada uma das 3 Regiões Pastorais; a de utilizar mais a comunicação eletrônica e ter o Coordenador Diocesano de Pastoral liberado. Apresentando as conclusões, Dom Luiz escreveu: “A 8ª Assembléia Diocesana estabeleceu eixos fundamentais para a vida de nossa Igreja tais como: Missionariedade, Unidade, Espiritualidade, Transformação Social, Formação de todo o povo de Deus e propôs uma transformação das estruturas internas da Igreja...”. “Permanecei na cidade” À espera da V Conferência dos Bispos da America Latina, que aconteceu em

urgência de uma renovação missionária e de uma conversão pastoral foi o maior destaque do Documento de Aparecida e foi o norte também para escolher as nossas diretrizes pastorais diocesanas. Depois de ampla avaliação do caminho pastoral nas comunidades e equipes pastorais e aco-lhendo as sugestões da própria Assembléia Diocesana a Coordenação de Pastoral elaborou o Plano Pastoral Diocesano “Permanecei na cidade” onde são apontados 6 caminhos pastorais prioritários: conversão pastoral das pessoas e das comunidades; atenção à família; fortalecimento da catequese; compromisso com os pobres; aprimoramento da comunicação e desenvolvimento de uma melhor acolhida de todos em nossas comunidades. O Plano Pastoral visa, pois, a realização aqui na cidade da Missão Continental, isto é uma renovada e firme ação missionária de evangelização junto ao povo que está em busca do encontro com Cristo e para que n´Ele todos tenham mais vida. Coordenação Diocesana de Pastoral

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Escola Diocesana de Ministérios - PADRE JOSÉ FERNANDO DE BRITO A

origem da Escola Diocesana de Ministérios Pe. José Fernando de Brito encontra-se na 5ª Assembléia Diocesana da Igreja Particular de Guarulhos – realizada em 31 de maio de 1987, quando, num grande clamor, o Povo de Deus ali reunido pediu mais FORMAÇÃO. Diante disso, aquela Assembléia, propôs a cada Região Pastoral que organizasse um projeto de formação bíblicoteológica para os Agentes de Pastoral. Foram várias as iniciativas que se deram nas diversas Regiões Pastorais da Diocese. A iniciativa que se solidificou foi a da Região Pastoral I que, após várias experiências, seus padres organizaram, em 1992, um Curso Básico de Teologia, realizado de forma rotativa. Havia um projeto de aulas para quatro anos em apenas uma sala de aula; todos os anos ingressavam novos alunos na escola, independentemente do estágio

em que as aulas estivessem, e o aluno deveria freqüentar a escola por quatro anos até cumprir o ciclo. O local de funcionamento da escola era o Colégio Virgo Potens - localizado no Centro de Guarulhos e os pioneiros desse projeto foram os padres Luiz Carlos Kalef, Lazaro Nunes, Antonio Carlos Frizzo, José Fernando de Brito, Lauro Luiz Vizioli e outros. Essa metodologia tornou-se ineficaz quando o número de alunos começou a crescer. O Colégio Virgo Potens não podia disponibilizar mais salas de aula e por isso, em 1998 as aulas foram transferidas para o Colégio Nove de Julho que disponibilizou quatro salas de aula para o funcionamento do Curso. Em 1999, por diversos motivos, o funcionamento da Escola de Ministérios foi transferido para o Colégio Progresso, que diante da solicitação feita por Dom Luiz Gonzaga Bergonzini foi prontamente e graciosamente cedido o uso de quatro salas pelo seu diretor -

Professor Naim (de saudosa memória). No Colégio Progresso, situado na Av. Esperança – Centro de Guarulhos, a escola funcionou até o final do ano de 2003. Em 27 de fevereiro de 2004, Dom Luiz Gonzaga Bergonzini inaugurou a Sede Própria da Escola na Av. Vênus, 155 – Itapegica - Guarulhos - SP. Aos treze dias do mês de novembro de 1999, na missa de sétimo dia do falecimento do padre José Fernando de Brito, Dom Luiz Gonzaga Bergonzini anunciou que a assim chamada Escola de Ministérios, passaria, a partir daquela data, a se chamar Escola Diocesana de Ministérios Padre José Fernando de Brito, homenageando assim aquele seu grande e dedicado Professor e co-fundador. Atualmente freqüentam a nossa Escola de Teologia 200 alunos, sendo 74 no primeiro ano, 55 no segundo ano, 39 no terceiro ano e 36 no quarto ano. As disciplina, ali lecionadas são:

Pscologia e Antropologia, Introdução ao Antigo Testamento, Pentateuco, Livros Históricos, Profetas, Livros Sapienciais, Evangelhos, Cristologia, Atos dos Apóstolos e Cartas Apostólicas, História da Igreja, Mariologia, Eclesiologia, Liturgia, Doutrina Social da Igreja, Direito Canônico e Escatologia. O atual quadro de professores está assim composto: Prfª Célia Soares de Souza, Pe. Antonio Carlos Frizzo, Pe. Lazaro Nunes, Pe. Renato Bernardes Duarte, Pe. Weber Galvani, Pe. Marcelo Dias, Pe.Paulo Afonso A. Sobrinho, Pe. Pedro Paulo de Jesus, Pe. Antonio Bosco da Silva, Pe. Edson Roberto dos Santos. O quadro adminstrativo é assim constituído: Dom Luiz Gonzaga Bergonzini (grão chanceler), Pe. Pedro Paulo de Jesus (diretor), Francis.A.Santos (secretário).

Escola Diocesana de Música - UMA EXPERIÊNCIA DE MUSICALIZAÇÃO

Odara - Aluna de Violão e Técnica Vocal

P

or muitos anos trabalhando com comunidades católicas em Guarulhos-SP, nos deparamos com muita gente que canta e toca instrumentos nas comunidades, mas que não tem noção alguma de leitura de partituras e técnicas de canto ou de instrumento. Por esta razão, e também por insistência dessas pessoas que por vezes nos questionavam nos encontros diocesanos de canto pastoral, o que fazer para aprofundar sua musicalidade e seus dons a fim de servir melhor sua comunidade?

Foi então que surgiu em 2001 a idéia de criar o projeto da Escola Diocesana de Música (EDM), como resposta a quem não tinha recursos nem oportunidade de fazer um curso teórico-prático em música. Com a ajuda do Pe. Jair Oliveira Costa e um grupo de músicos recémformados no Conservatório Municipal de Guarulhos formamos uma equipe de reflexão para verificar possibilidade de fazer um curso sistemático de teoria e prática musical diocesano. Após aprovação da proposta pela coordenação diocesana de pastoral e um período de pelo menos seis meses de troca de experiências, informações e amadurecimento de conceitos, iniciou-se em agosto/2001 a primeira turma com trezentos alunos divididos entre os cursos de violão, bateria, canto e teclado, com duração de dois anos. O perfil dos alunos da Escola Diocesana de Música é bastante eclético. Vindos das mais variadas regiões do centro e da periferia com idade entre 09 e 75 anos e, muitas vezes, com dificuldades para chegar, os alunos tem muitas realidades sociais e pessoais diferentes. A escola contempla o diálogo interreligioso entre várias igrejas tais como: Presbiteriana, Metodista, Assembléia

de Deus, Verbo da vida, Batista, Pentecostal família de Jesus Cristo, Adventista, Edificando em Cristo, Ministério Recomeçar, Comunidade Evangélica Vida Eterna, Marchando para o céu, Almas Restauradas para Cristo, Igreja Pentecostal Rosa de Saron, entre outras denominações como Congregações Religiosas Femininas e Comunidades Espíritas e ainda alunos vindos de cidades vizinhas como: Itaquaquecetuba, e Nazaré Paulista. A metodologia teórico-prática ajudou os alunos a se familiarizarem com o universo da leitura e a escrita musical. Desmistificou o aprendizado teórico em que muitos acreditavam que era privilégio somente de alguns favorecendo ainda a prática e a qualidade no relacionamento e interação humana. A partir da experiência musical vivida na escola, muitos grupos se formaram, comunidades iniciaram ou organizaram sua animação litúrgica musical. Estimulados por suas capacidades, muitos alunos foram convidados a participar de eventos religiosos e sociais formando bandas para casamentos e festas e ainda participar de festivais. Alguns continuaram seus estudos em conservatórios e faculdades de música e musicoterapia. No final de cada ano acontecem as

A Direção.

audições e a prática de conjunto com apresentações dos alunos de todos os cursos integrados entre si em espaços públicos da cidade e com convidados especiais: família, amigos e a comunidade em geral. A cada apresentação os alunos vibram numa experiência única valorizando tudo que aprenderam. A metodologia da EDM é basicamente o ensino coletivo, pois esta prática tem vantagens que o tradicionalismo do ensino individual não contempla. O ensino em grupo desenvolve o senso crítico dos alunos, aprendem a ouvir, prestar atenção e respeitar o desenvolvimento de cada um. Como diz o escritor Rubem Alves: “As escolas, portanto, devem aprender a trabalhar o indivíduo no grupo e o grupo com o indivíduo, para criar a consciência do coletivo, o senso de ética e a experiência amorosa que vai interferir na criação de uma sociedade de paz”. EDM 2010 – Hoje contamos com cerca de 400 alunos e um grupo de profissionais com 6 professores de violão, 01 de flauta doce, 01 de bateria e percussão, 02 de teclado, 01 de técnica vocal, 02 fonoaudiólogas e 01 fisioterapeuta e dois secretários no atendimento. Caetana Cecilia


Folha Diocesana de Guarulhos | Dezembro de 2010 e Janeiro de 2011 Par. Sto Antônio - Vila Augusta

Em 12 de outubro, durante a Missa em honra

a Nossa Senhora Aparecida, na Paróquia de Santo Antonio, a comunidade teve a oportunidade de assistir à instituição dos novos Ministros da Eucaristia. Depois de mais de um ano de formação, agora eles estarão a serviço da comunidade nas celebrações realizadas durante a semana e nos finais de semana. No mês de novembro, a Paróquia de Santo Antônio realizou sua Assembléia Paroquial. Com a presença de coordenadores e agentes de todas as pastorais da comunidade, na casa de oração Regina Protman, foi feita a reflexão do tema “Missão e Liderança na Vida da Igreja” e do lema “50 anos de missão na Vila Augusta”. No sábado, 6, e no domingo, 7, a comunidade participou do momento Mariano do Terço, palestras do Padre Edson, do Padre Frizzo, de Marcio e Solange da Oficina de Oração, da psicóloga Maria Tereza, e da equipe de Liturgia da Diocese, Caetana e Padre Jair, terminando com a celebração da Santa Missa pelo Padre Edson e o seminarista Luiz. Foi um momento inesquecível de interagir com outras pastorais e de pensar no melhor para as pastorais e a comunidade.

Paróquia N. Sra. de Fátima Jd. Tranquilidade

N

o último dia 23 de Outubro tivemos a 1° Vigília Missionária Paroquial organizada pelo COMIPA (Conselho Missionário Paroquial) juntamente com a Juventude Missionária. Tivemos um momento de Formação com o catequista de crisma Kleber (Binho) que nos falou sobre Missão, para completar nosso momento de oração tivemos também um belíssimo testemunho de um jovem (Rafael) da Juventude Missionária sobre a experiência vivida no Cabuçu em Setembro. Ao término nosso pároco Pe. Edivaldo fez a bênção Batismal e a bênção de Envio Missionário. No dia 31/10 foi realizada a missa de Encerramento do Mês Missionário preparada pelos jovens da Juventude Missionária, contamos com a presença do Diego - Coordenador Diocesano da JM, Cícero - Assessor Diocesano e os Jovens da Comunidade Santa Cruz - Taboão e Paróquia São Pedro. Foi um momento para agradecermos a Deus pelo mês Missionário vivenciado em nossa paróquia e mostrar a alegria de sermos Jovens Missionários.

Pe. Edson

Paróquia N. Sra. de Fátima - Vila Fátima A Paróquia Nossa Senhora de Fátima - Vila Fátima, esteve reunida durante a semana de 16 a 19 de Novembro para refletir sobre Espiritualidade Bíblica. Pe. Frizzo e Célia foram nossos mediadores durante esta semana. Os trechos bíblicos lidos nos ajudaram a entender a missão de acolher os humildes e necessitados, pois assim estaremos evangelizando em comunhão com Deus, que a exemplo de Jesus, devemos praticar uma catequese de atitude.

região imaculada

Alegremente, agradecemos ao Pe. Frizzo pela sua espontaneidade cativante, à Célia por sua dedicação à Palavra e ao Pe. Tarcisio que está sempre nos animando e nos instruindo a sermos missionários guiados pela palavra de Deus! “Pelo batismo somos missionários por natureza, se missionário é transmitir alegria, ser alegre é praticar uma catequese de atitude refletida pelas parábolas de Jesus Cristo.” PASCOM Com. N. Sra de Fátima

Fernanda

Ministério de Dança | Juventude Missionária

Par. N. Sra de Fátima - Jd. Tranquilidade

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Par. Sto Antônio Maria Claret - Jd. Munhoz

A Paróquia Santo Antonio Maria Claret do Jardim Munhoz comemorou nos dias 23 e 24 de outubro, junto com o dia do padroeiro, os cinquenta anos de criação da Paóquia (1960 - 2010). No sábado dia 23, durante a celebração da missa, três casais da comunidade receberam o Sacramento do Matrimônio, ligitimando sua união conjugal. Já é tradição na Festa do Padroeiro oferecer aos casais essa oportunidade. Após a missa tivemos a quermesse com a animação da Orquestra Sanfônica de São Paulo. No domingo, dia 24, um almoço festivo com animação da dupla sertaneja Sodré e Alexandre, marcou o momento de confraternização da comunidade. Depois do delicioso churrasco, todos foram para casa se preparar para o encerramento dos festejos às 19:00, quando nosso bispo Dom Luiz veio presidir a Missa do Padroeiro. Além do momento especial da Crisma, queremos destacar a carta: “ O Evangelho da Vida foi o Grande Vencedor”, que nosso bispo destinou a todos os seus diocesanos. Nosso pároco P. Kalef procedeu a leitura da carta logo após a proclamação do Evangelho. Dom Luiz, presente, foi aplaudido de pé por nossa comunidade, que entendeu e se uniu a ele em defesa da vida. Equipe de Festas

região aparecida Paróquia Santa Luzia - Mikail Festa da Padroeira - Santa Luzia 2010 Programação de Missas e Celebrações 05/12 às 19:30 - Pe. Paulo Leandro 06/12 às 19:30 - Pe. Antônio Zafani 07/12 às 19:30 - Pe. Otacílio Lacerda 08/12 às 19:30 - Diácono Salvador 09/12 às 19:30 - Pe. Francisco Gomes 10/12 às 19:30 - Pe. Cleber Leandro 11/12 às 19:30 - Pe. Pelegrino da Rosa 12/12 às 19:30 - Pe. Welson Oliveira 13/12 às 09:00 / 15:00 / 17:00 / 19:30 Pe. Marcos Vinícius Não deixe de participar, você e sua família fazem parte dessa festa!


22 região bonsucesso

Folha Diocesana de Guarulhos | Dezembro de 2010 e Janeiro de 2011

Paróquia N. Sra. do Bonsucesso

Paróquia Santa Teresinha - Cumbica

o dia 24 de outubro, na capela Nossa Senhora do Bonsucesso, aconteceu o retiro com os crismandos das capelas Sagrada Família e Nossa Senhora de Guadalupe. Foi um dia maravilhoso, com a colaboração do seminarista José Aílson, em que refletimos o tema Missão e o compromisso após receberem o sacramento do Crisma. Também tivemos a realização de uma gincana onde todos participaram e puderam se divertir. Ao final do retiro, todos participaram da missa presidida pelo padre César Augusto que veio especialmente da Paróquia Santo Alberto Magno para mais um momento de ação de graças pelos 60 anos da paróquia. A coordenação da catequese agradece o empenho e colaboração dos catequistas e o apoio da senhora Cleire e da irmã Iria Guarda Lara que também estiveram presentes e nos auxiliaram.

o último dia 06/11 aconteceu no teatro Nelson Rodrigues (Vila Galvão), um encontro com todos os ministérios de dança de nossa diocese e o grupo de teatro de Nova Aliança de Itaim Paulista, promovido pelo Night Cristo da paróquia Santa Teresinha de Cumbica Os jovens do ministério Soldados de Maria acolheram a todos com uma bandeira - no centro Jesus, o centro de todas as coisas – com o dizer... Foi por você... em homenagem aos ministérios Anjos divinos, Cristo Luz do Mundo, Consagrados pelo Amor, Dançando para Cristo, DNA, Jovens Dançarinos de Cristo, LAR, Movidos a louvor, NEOQAV, (Teatro) Nova aliança, Soldados de Maria, Seja Luz, (Teatro) UPJ. Parabéns a todos que participaram e que Deus continue abençoando os jovens de nossa diocese, para ter esse espaço e liberdade para transmitir esta alegria não só aos jovens cristãos mas a todos, e que possam buscá-los através das artes .

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Nilsa / Rosária / Ailton Coordenação da Catequese - Capela Sagrada Família

Paróquia São Vicente de Paulo - Soberana

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ós da Comunidade Nossa Senhora de Guadalupe - Jardim For-

taleza (Paróquia São Vicente de Paulo Soberana) estamos muito felizes por que finalmente conseguimos retornar ao prédio de nossa igreja. Nosso retorno aconteceu no dia 10/10/2010, porém comemoraremos este momento com uma festa em louvor a Nossa Senhora de Guadalupe no dia 11/12/2010, a partir das 19 horas. Entre outras atrações contaremos com o grandioso bingo com as seguintes premiações: Cesta de café com garrafa térmica, cafeteira elétrica (20xícaras), Torradeira Elétricae uma TV LCD 32”.

A igreja ainda está em fase de acabamento, temos inúmeras coisas para fazer, mas é muito bom saber que em um ano e alguns meses conseguimos através de campanhas, dízimo e doações realizar nossa meta de retornar para uma casa mais ampla e aconchegante e principalmente receptiva a todos os fiéis da nossa comunidade e paróquia. Não podemos deixar de agradecer a Deus pela força e empenho da comunidade que trabalhou, fez festas, campanhas, bingos, feijoadas e princi-

palmente, nosso amado Padre Aparecido que esteve todo o tempo ao nosso lado e nos motivou quando o desânimo tentava nos abater. Enfim, conseguimos fazer o que nossa Senhora havia nos pedido: “Em Guadalupe, a Juanito pediu um templo bonito para receber quem sofria, Agora esta igreja é vossa. Oh! Vinde Senhora nossa, Ser Mãe da gente ó Maria!!!” Elisângela Viana de Oliveira Agente de Pastoral

região fátima Paróquia São Judas Tadeu - Jd. Nova Bonsucesso

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oi com muita alegria, que no dia, 02 de novembro de 2010, foi realizado um retiro para todos os agentes de pastorais da Paróquia São Judas Tadeu - Jd Nova Bonsucesso.. O retiro iniciou-se pela manhã com a Santa Missa realizada na Paróquia São Judas Tadeu ministrada pelo Pároco Pe.Megumi Nagayama, e deu continuidade na Casa de Repouso Ikoi- No- Sono no mesmo município. O tema principal foi: “O Ser Huma-

no, um ser essencialmente espiritual, comunidade discípula missionária de Jesus Cristo, que anuncia o Reino de Deus para toda a humanidade”, o qual foi abordado com muita bravura e dedicação aprofundando-se e dando continuidade aos trabalhos do reino de Deus. Os agentes de pastoral são servidores de Cristo e trabalham para que o projeto de Deus seja conhecido e vivido com todos os irmãos. Só Deus pode fazer a verdadeira justiça, pois só ele conhece a totalidade e profundidade do homem, para além das aparências e interesses da face da terra. A participação do Diácono Salvador Rodrigues e do Seminarista Ismael Almeida fez com que esse retiro fosse concretizado trazendo uma grande convicção da realidade, mostrando-nos que devemos

ter tempo para tudo, e principalmente tempo para Deus, devemos associar a nossa vida pessoal para com a igreja, sabendo administrar as nossas decisões, como verdadeiros discípulos missionários do reino de Deus. Não sabemos, se a vida é curta ou longa demais para nós, mas sabemos que nada do que vivemos tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas. Muitas vezes basta ser: Braço que envolve; Palavra que conforta; Silêncio que respeita; Alegria que contagia, e isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida, é o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira, pura... enquanto durar. Anderson Rocha e Valdenir Valério Coord. da Juventude Missionária

Paróquia São Francisco de Assis

A

conteceu nos dias 26 a 29 de Outubro de 2010 na Paróquia São Francisco de Assis e suas respectivas comunidades o primeiro tríduo da Pastoral do Batismo. Os encontros foram todos iniciados pela Santa Missa presidida pelo Pe. Daniel. Foi para todos uma grande oportunidade de encontro,aprendizagem e espiritualidade para nos fortalecer e conscientizar da importância que todos têm em propagar o evangelho de Jesus Cristo e servir o nosso próximo. Rosana Lucas Paróquia São Francisco de Assis


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Folha Diocesana de Guarulhos | Dezembro de 2010 e Janeiro de 2011

Coleta Missionária calendário diocesano - dezembro de 2010 Data

Horário

Organização

Atividade

Local

01 02 02 03 04 04 05 05 08 11 11 11 12 12 13 15 19 19

09:30 20:00 09:30 22:00 15:00 15:00 08:00 - 17:00 09:00 15:00 09:00 - 17:00 15:00 14:00 14:30 14:00 20:00 20:00

CODIPA Esc. de Ministérios CP RCC CDDV COMIDI Sobriedade RCC

Coord. Diocesana Missa de encerramento Conselho de Presbíteros Vigília Reunião de Agentes Reunião Mensal Retiro/confraternização Encontro de Pregadores 450 anos de Guarulhos Confraternização Comitium Reunião Mensal Reunião de Agentes Reunião Mensal Reunião Mensal Encontro de Agentes Missa e Confraternização Reunião

Cúria Itapegica Cúria Catedral Catedral CDP a definir Sede RCC Catedral Sítio CDP Catedral CDP Sede RCC CDP a definir

15:00

Setor Juventude Legião de Maria Pastoral Carcerária Pastoral da Saúde RCC PASCOM CEB´s Juv.Missionária CENPLAFAM

agenda do bispo dezembro de 2010 Dia 01___09:30___Coord. Diocesana de Pastoral – Cúria 17:00___Missa e encontro com Propedeutas 20:00___Crismas – Sant. Bom Jesus da Cabeça Dia 02___09:30___Reunião do Conselho de Presbíteros. Dia 03___20:00___Crismas - Paróquia Santa Mena Dia 04___18:00___Crismas – Paróquia N. Sra. de Fátima Tranquilidade Dia 05___08:30___Posse Pe. José Miguel da Silva Filho 10:30___Crismas – Par. Sta Cruz – Pres. Dutra 16:30___Crismas – Paróquia Santa Terezinha Cumbica Dia 06___19:30___Visita Pastoral – Paróquia Santa Luzia Dia 08___08:00___Missa Aniversário de Guarulhos 15:00___Ordenação Presbiteral Diácono Joaquim Rodrigues Missa dos 450 anos de Guarulhos Dia 09___20:00___Encerramento do Ano – Teol. Leigos Itapegica Dia 11___16:00___Crismas – Par. Sto Antônio Vila Augusta 19:00___Missa N. Sra. do Loreto - Uirapuru Dia 12___10:00___Missa da Padroeira Sta. Luzia Pq. Alvorada 17:45___ Mis. Pastoral Pessoa Idosa Par. N. Sra. de Fátima Dia 20___12:00___Encontro de Natal com o Clero ATENÇÃO COLABORADORES: Favor enviar as matérias até o dia 15 de cada mês. Os textos devem conter no máximo 30 linhas, com corpo 14. Caso a matéria venha com maior quantidade de linhas, faremos a redução proporcional, sem descaracterizar o conteúdo da matéria.

CDP

aniversariantes Dezembro 2010 03 - Pe. José Alexandre (O) 03 - Pe. Welson Oliveira (O) 05 - Pe. Francisco Veloso (O) 08 - Pe. Cleber Leandro (O) 08 - Pe. Francisco Antunes (O) 17 - Pe. César Augusto (N) 21 - Pe. Ednaldo Oliveira (N) 25 - Pe. Antonio Carlos Frizzo (N)

Janeiro 2011 01 Pe. Eduardo Wieczorek (N) 09 Pe. Savério Lipori (N) 16 Pe. Antonio Testa (O) 17 Pe. Antonio Bosco (N) 18 Pe. Paulo Leandro (N) 27 Pe. Giovanni Banchio (N) O - Ordenação e N - Nascimento

PARÓQUIAS 01-CATEDRAL 02-N.SRA.DO BONSUCESSO 03-SÃO PEDRO 04-SÃO GERALDO 05-S.FRANCISCO - GOPOUVA 06-S.ANT.MARIA CLARET 07-S.ANTONIO - V.AUGUSTA 08-N.S.APARECIDA - J.V.GALVÃO 09-N.S.APARECIDA - COCAIA 10-N.S.FÁTIMA - V.FÁTIMA 11-N.S.LOURDES - ITAPEGICA 12-S.ANTONIO - PARQUE 13-N.S.FÁTIMA - TRANQUILIDADE 14-N.S.ROSÁRIO - V.ROSALIA 15-S.JUDAS TADEU - TIBAGY 16-S.ANTONIO - GOPOUVA 17-SANTA MENA 18-S.TEREZINHA - CUMBICA 19-SÃO ROQUE - CECAP 20-S.RITA DE CÁSSIA - PALMIRA 21-SANTO ALBERTO 22-SÃO JOSÉ - J.PAULISTA. 23-S.ANTONIO - PIMENTAS 24-S.CRUZ - TABOÃO 25-S.FRANCISCO - UIRAPURU 26-S.JOÃO BATISTA 27-S.FRANCISCO ASSIS - NAÇÕES 28-S.CRUZ –N.S.APARECIDA - P.DUTRA 29-S.RITA DE CÁSSIA – J.CUMBICA 30-S.VICENTE DE PAULO 31-N.S.FÁTIMA – ARACILIA 32-N.S.LORETO 33-SANTA LUZIA – MIKAIL 34-SANTA LUZIA – ALVORADA 35-SANTUÁRIO BOM JESUS 36-S.JUDAS – JD.ALICE 37-SÃO CHARBEL OUTROS

VALOR R$ 1.969,00 R$ 2.906,35 R$ 2.033,00 R$ 1.525,00 R$ 662,52 R$ 654,00 R$ 1.500,00 R$ 977,00 R$ 3.100,00 R$ 2.233,20 R$ 1.696,70 R$ 679,75 R$ 614,65 R$ 1.740,00 R$ 1.375,60 R$ 2.560,00 R$ 695,00 R$ 1.012,30 R$ 1.756,00 R$ 3.034,20 R$ 1.051,65 R$ 1.120,00 R$ 2.900,00 R$ 815,00 R$ 3.044,20 R$ 1.107,00 R$ 2.800,00 R$ 600,00 R$ 4.363,00 R$ 570,00 R$ 584,00 R$ 1.742,25 R$ 400,00 R$ 500,00 R$ 745,65 R$200,00

TOTAL

R$55.267,02

Folha Diocesana de Guarulhos Responsável: Pe.Giovanni Banchio - coordenacao@diocesedeguarulhos.org.br Jornalista Resp.: D. Luiz Gonzaga - MTB. 123 - domluiz@diocesedeguarulhos.org.br Secretária: Caetana Cecília Filha Revisão: Pe. Antônio Zafani Editoração Eletrônica: Luiz Gonçalves - 11 9134-6144 - luizmarcelus@gmail.com Impressão: NEO GRAF - Indústria Gráfica e Editora Ltda - Fone: 11 3333-2474 Redação: Cúria Diocesana - Av. Gilberto Dini, 519 - Bom Clima - Cep: 07122-210 - Contato: 11 2408-0403 11 2468-8902 - Fax: 11 2440-0177 - Tiragem: 29.000 exemplares - Site: www.diocesedeguarulhos.org.br


Folha Diocesana de Guarulhos 24 Campanha para a Evangelização

| Dezembro de 2010 e Janeiro de 2011

“Em Cristo somos novas criaturas” Este é o lema da Campanha para a Evangelização de 2010 que começou no domingo 21 de novembro, em todas as dioceses do Brasil. A Campanha tem como objetivo arrecadar fundos para a sustentação do trabalho de evangelização da Igreja no Brasil. A Campanha é realizada durante o advento e termina no dia 12 de dezembro. Nas celebrações deste dia é feita uma coleta em todas as paróquias e comunidades eclesiais. “A Campanha para a evangelização, além de estar em perfeita harmonia com o espírito do tempo do Advento, também tem a finalidade de angariar fundos que garantam a continuidade da obra evangelizadora em nosso país, e a deste ano, visa despertar nos fiéis a relação entre fé e vida, através da conscientização sobre a responsabilidade diante da vida no planeta”, explica o presidente da Comissão da CNBB responsável pela Campanha, dom Raymundo Damasceno Assis. A Coleta da Campanha para a Evangelização A Campanha para a Evangelização, tendo também a finalidade de angariar fundos que garantam a continuidade da obra evangelizadora em nosso país, propõe todo ano a Coleta, que será realizada no 3º Domingo do Advento. O valor recolhido com a coleta constitui o Fundo para a Evangelização, e é destinado a apoiar as atividades evangelizadoras em nível diocesano, regional e nacional.

“O que te ofereceremos, ó Cristo, por te haveres mostrado sobre a terra como homem? Cada uma das criaturas por ti criada oferece-te a sua gratidão: os anjos, o cântico; os céus, a estrela; os Magos, os dons; os pastores, a sua admiração; a terra, uma gruta; o deserto, um presépio;

Destinação da Coleta

mas nós, uma Mãe Virgem!

Para as Dioceses: 45% do total arrecadado Para os Regionais da CNBB: 20% do total arrecadado Para a CNBB Nacional: 35% do total arrecadado O valor de 45% do total arrecadado que fica para a diocese, é destinado para o Fundo Diocesano para a Pastoral e é destinado para custear o trabalho pastoral diocesano: materiais de evangelização, impressos e cartazes para divulgar eventos e a realização das próprias atividades diocesanas, congressos e reuniões regionais e nacionais, entre outros.

Oh! Deus, existente antes dos séculos,

11 e 12 de dezembro COLETA NACIONAL PARA A EVANGELIZAÇÃO Participe com generosidade na sua comunidade!

tem piedade de nós!”

Um santo e abençoado Natal a todos os leitores!

Escola Diocesana de Música PERÍODO DE INSCRIÇÃO/2011: As inscrições poderão ser feitas na Escola Diocesana de Música – Av. Gilberto Dini, 519 – Bom Clima – Guarulhos nos seguintes dias do mês de janeiro/2011: 13; 20 e 27 (quinta-feira) das 19:00 às 22:00 e dias: 15 e 22 (sábado) das 9:30 às 12:00. Para maiores informações ligue: 11 24080403 - Cúria Diocesana

IMPRESSO ESPECIAL

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CORREIOS

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Av. Gilberto Dini, 519 Bom Clima - Guarulhos - SP - CEP: 07122-210


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