EDITORIAL |
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uerido leitor e leitora, a edição deste mês é muito especial pela festa do jubileu de prata da Folha Diocesana. Todos os artigos despertam o desejo para a reflexão sobre a importância da comunicação na vida de cada pessoa e constituição da sociedade. É importante ressaltar que o jubileu está em torno do título da impressão, pois muitos outros modelos e títulos antecederam a Folha Diocesana, com belíssimas contribuições de comunicação, de modo especial sobre a ação evangelizadora da Igreja na cidade de Guarulhos. Nesta edição não citamos edições anteriores de informativo, boletins, bem como nomes de colaboradores ao longo da história para não sermos injustos com um possível esquecimento de alguém que fez parte das diversas iniciativas de impressos diocesanos. A frente da direção da Folha Diocesana há mais de 10 anos, agradeço aos bispos, clero e comunidades religio-
FOLHA DIOCESANA INSTRUMENTO DE COMUNICAÇÃO sas pela confiança e liberdade na elaboração de cada edição. Todo esse trabalho também conta com a dedicação e profissionalismo dos leigos e leigas, na diagramação; elaboração dos artigos e notícias; registro de imagens e distribuição em cada paróquia. Vale ressaltar que, a manutenção de cada edição é assumida pelo departamento de finanças de cada paróquia e toda a direção e cobertura de eventos é de responsabilidade da pastoral da comunicação da Diocese de Guarulhos. Mesmo em tempos da era digital, de maneira intensa neste período de pandemia, que determinou a edição apenas virtual, a Folha Diocesana impressa, sempre foi um veículo importante de expressão de comunhão e inclusão diocesana, por isso Dom Edmilson Amador Caetano, prevê o retorno da impressão para agosto deste ano e lança um desafio para que cada edição alcance os lugares e pessoas também fora do ambiente da Igreja. Enfim, agradeço a Deus,
ENFOQUE PASTORAL |
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enho aqui comunicar a todos a mudança de nossa programação da Assembleia Diocesana, já anunciada em março deste ano. Em meio a uma pandemia e com todas as adversidades provenientes dela, nossa Diocese celebra este ano quarenta anos na construção do Reino de Deus na Cidade de Guarulhos. Como Maria queremos manifestar a todos: O Senhor fez em nós maravilhas (conf. Lc 1,49). Ao longo desses anos nossa Igreja vem cumprindo sua missão no campo religioso, social e político. Queremos aqui agradecer aos bispos, padres, leigos que colaboraram e colaboram com a ação evangelizadora de nossa amada Diocese de Guarulhos. Neste ano jubilar nosso Bispo Dom Edmilson convocou a XI Assembleia Diocesana a se realizar no dia 12 de março de 2022. A Assembleia é lugar de decisões amplas e de grande animação pastoral para a nossa Diocese
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Pe Marcos Vinícius Clementino Jornalista e Diretor Geral
“O Senhor fez em mim maravilhas” (Lc 1,49)
de Guarulhos. O CODIPA (coordenação diocesana de pastoral) propõe um caminho a ser seguido pelas paróquias, foranias, pastorais e movimentos diocesanos, e organismos diocesanos. Abaixo apresentamos os passos a serem dados durante este ano e no próximo: Primeiro Passo: Realizar a Assembleia Paroquial com os membros do Conselho Paroquial de Pastoral (CPP) ampliado. Deve acontecer no período de maio e agosto de 2021. Segundo Passo: Realização da Assembleia presbiteral: 4 de agosto de 2021 (local proposto: Seminário Diocesano do Lavras). Terceiro Passo: Realizar a Assembleia da Forania com os delegados das paróquias. Deve acontecer no período de setembro e outubro de 2021. Quarto Passo: Realizar a Assembleia das pastorais e movimentos
Folha Diocesana de Guarulhos | Junho 2021
a Virgem da comunicação e cada colaborador, inclusive os leitores, por me permitir exercer minha missão de jornalista através deste lindo serviço a Igreja e me comprometo a cada dia viver intensamente o juramento que fiz no dia que recebi o diploma: “Juro, no exercício das funções de meu grau, assumir meu compromisso com a verdade e com a informação. Juro empenhar todos os meus atos e palavras, meus esforços e meus conhecimentos para a construção de uma nação consciente de sua história e de sua capacidade. Juro, no exercício do meu dever profissional, não omitir, não mentir e não distorcer informações, não manipular dados e, acima de tudo, não subordinar em favor de interesses pessoais o direito do cidadão à informação.
diocesanos. Deve acontecer em novembro de 2021. Quinto Passo: Entrega do instrumento de trabalho para os delegados da assembleia diocesana. A previsão de entrega é 5 de fevereiro de 2022. Sexto Passo: Realização da XI Assembleia Diocesana de Pastoral no dia 12 de março de 2022 das 7h às 18h no CDP. Sétimo Passo: Entrega do documento final da XI Assembleia Diocesana. A previsão de entrega é Abril de 2022. Roguemos a Virgem Maria, Mãe de Deus e nossa, para que inspirados nela, confiemos no Senhor e na sua providência, que nunca falha. Coragem! Padre Marcelo Dias Soares Coordenador Diocesano de Pastoral
EDIÇÃO | JUNHO 2021 03
Voz do Pastor
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Liturgia
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Bíblia
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JUBILEU DE PRATA DA FOLHA DIOCESANA
SACRAMENTO DA EUCARISTIA
A COMUNICAÇÃO COMO PONTE ENTRE DEUS E A HUMANIDADE
Aconteceu
DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS - 2021
ESPECIAL
PALAVRA DO PAPA “VEM E VERÁS.” {JOÃO 1, 46}
Vai Acontecer AGENDA DO BISCO JUNHO DE 2021
EXPEDIENTE Jornalista Responsável PE. MARCOS V. CLEMENTINO MTB 82732 Orientação Pastoral PE. MARCELO DIAS SOARES Editoração Eletrônica LUIZ MARCELO GONÇALVES Tiragem: ON-LINE CÚRIA DIOCESANA DE GUARULHOS Av. Gilberto Dini, 519 - Bom Clima, Guarulhos - 07122-210 | 11 2408-0403 www.diocesedeguarulhos.org.br folhadiocesana@diocesedeguarulhos.org.br
VOZ DO PASTOR
JUBILEU DE PRATA DA FOLHA DIOCESANA
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m maio de 1996 entrava em cena, na diocese de Guarulhos, a FOLHA DIOCESANA. São 25 anos deste instrumento de comunicação, comunhão e participação. Não foi feita uma estatística de quantas pessoas tomaram conhecimento da ação evangelizadora em Guarulhos através da Folha Diocesana. Creio, no entanto, que teríamos os testemunhos mais variados. Quero comemorar este Jubileu de Prata da FOLHA DIOCESANA à luz de alguns pontos significativos da Mensagem do Papa Francisco para o 55º Dia Mundial das Comunicações sociais, texto que já foi refletido pela PASCOM diocesana. Espero – e assim tem acontecido – que a FOLHA DIOCESANA não passe pela crise editorial da qual nos fala o Papa Francisco: “Há já algum tempo que vozes atentas se queixam do risco de um nivelamento em “jornais fotocópia” ou em noticiários de televisão, rádio e websites que são substancialmente iguais...perdem espaço de qualidade em troca duma informação pré-fabricada...cada vez me-
nos consegue interceptar a verdade das coisas e da vida concreta das pessoas...A crise editorial corre o risco de levar a uma informação construída nas redações, diante do computador nos terminais das agências, nas redes sociais, sem nunca sair à rua...” Quero, pois, agradecer aos colaboradores da FOLHA DIOCESANA, que mês a mês elaboram seus artigos, buscando sempre dar o tom e olhar de atualidade. Que continuem sintonizados na realidade e na caminhada evangelizadora da nossa diocese, para que a FOLHA DIOCESANA seja sempre este instrumento de informação, formação e comunhão participativa! O tema da mensagem do Papa Francisco foi “Vinde e vêde” (Jo 1,46). Comunicar encontrando as pessoas onde estão e como são.” “O método “vinde e vede” é o mais simples para se conhecer uma realidade; é a verificação mais honesta de qualquer anúncio, porque, para conhecer, é preciso encontrar, permitir à pessoa que tenho à minha frente que me fale, deixar que o seu testemunho chegue até mim.” Nestes 25 anos a FOLHA DIOCESANA tem procurado ir ao encontro das pessoas. Além das informações e reflexões, tem possibilitado os encontros nos grupos de reflexão através do subsídio da Leitura Orante e outros encontros oportunos. A FOLHA DIOCESANA tem ajudado a tornar visível uma identidade diocesana. No entanto, na mensagem do Papa, uma expressão deixou-me inquieto, não somente no que diz respeito a uma crise editorial, mas também com relação a saber o que pensam as pessoas e se a FOLHA DIOCESANA está atingindo aquelas pessoas que estão fora das nossas comunidades e, até mesmo, pessoas que não são católicas. A expressão que inquietou-me foi: “...sem nunca sair à rua, sem ‘gastar a sola dos sapatos’” Por isso
lanço um desafio neste momento jubilar da FOLHA DIOCESANA: Nós, articulistas da FOLHA DIOCESANA, a quem escutamos quando elaboramos nossos artigos? A distribuição da FOLHA DIOCESANA tem-se limitado à entrega nas portas das igrejas ou se tem “gastado a sola dos sapatos” entregando-a nos semáforos, no comércio, às pessoas que não participam da comunidade ou até mesmo não são católicas? Será que os exemplares que às vezes sobram nas paróquias não denotam a falta de “gastar a sola dos sapatos”? Os Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística, preocupam-se em levar aos enfermos o nosso informativo para que também eles se sintam parte da comunidade diocesana? Os nossos catequizandos têm conhecimento da FOLHA DIOCESANA? É verdade que há mais de um ano a FOLHA DIOCESANA, em virtude da pandemia, está sendo publicada virtualmente. Mesmo assim é possível “gastar a sola dos sapatos”, explicando às pessoas como se faz para baixar o aplicativo da diocese de Guarulhos. Lá as pessoas têm contato não somente com a FOLHA DIOCESANA, mas também com os encontros da Leitura Orante, novenas, reflexões, vídeos etc. O download do aplicativo é gratuito.
É importante sentirmo-nos desafiados nestes novos tempos. Oxalá, dando continuidade a este precioso trabalho, após 25 anos, possamos também viver um novo aprimoramento.
Dom Edmilson A. Caetano, O. Cist. Bispo Diocesano de Guarulhos
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VIDA PRESBITERAL | SACERDOTE: COMUNICADOR E COMUNICAÇÃO
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alvez, nem todos os sacerdotes tenham a coragem de se colocarem diante de uma câmera, alegando não terem carisma para isto. Mas é preciso dizer que todo sacerdote é homem da comunicação. O que comunica e como comunica é o que veremos nestas linhas que se seguem. Não em profundidade, evidente, pois são poucas linhas para um assunto tão vasto. Poderíamos afirmar, sem sombras de dúvidas, que o sacerdote é homem da comunicação com Deus e também da comunicação de Deus com os irmãos. Alguns trechos da Carta aos Hebreus podem nos ajudar a compreender. “Porquanto, todo sumo sacerdote, sendo escolhido dentre os homens, é designado para representá-los em questões relacionadas com Deus, a favor da humanidade, a fim de oferecer tanto dons quanto sacrifícios pelos pecados” (5,1); “Pois todo sumo sacerdote é constituído para apresentar ofertas e sacrifícios; por essa razão, era imprescindível que este Sumo Sacerdote fizesse a sua oferta pessoal” (8,3). É um homem que Deus escolheu e o cons-
tituiu representante de Cristo. Constituído sacramentalmente para comunicar o Sacerdócio eterno de Cristo e mesmo que o sacerdote não tenha habilidades de comunicador mas, pela graça que recebeu no sacramento da ordem, esta comunicação se realiza. Pois não se trata simplesmente de características humanas mas, antes é uma graça comunicada pelo próprio Senhor. É homem da comunicação com Deus porque recebe dEle a sua graça que o constitui seu servidor, seu representante. E também porque deve viver uma íntima comunhão de amor com o Senhor que lhe revela, através da vida de oração, o caminho por onde deve guiar o povo confiado a ele. Como pastor zeloso, comunica ao povo o dito por Jesus. Nunca comunica si próprio mas, comunica Cristo Jesus. Apascenta com a verdade pois sabe que a única comunicação que liberta é a comunicação de Cristo. “Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14, 6). Esta comunicação nos leva à comunhão. Lembremo-nos do testemunho eficaz da Comunidade dos Atos dos Apóstolos: a comunicação por meio de atos. É interessante
como, muitas vezes, reduzimos a comunicação à fala ou às imagens. A comunicação tem várias expressões. Lembro-me de São Francisco de Assis que, certa vez, chamou um dos seus confrades e disse: vamos às ruas, vamos pregar. Caminharam e voltaram. O seu confrade disse: mas não íamos pregar? São Francisco respondeu: da próxima, se necessário for, vamos usar a palavra. Uma comunicação eficaz vinda dos sacerdotes nem sempre é resultado de uma pregação e sim de um testemunho. Aqui não estamos menosprezando a pregação, jamais. Mas há pessoas que só conseguem compreender a vida do sacerdote se ele for um exímio pregador. Deus nos conceda sempre sacerdotes que não exitem em comunicar a graça de Deus. Que não se neguem a ser a mais bela mensagem de Deus num mundo cheio de mensagens feias e ineficazes.
Pe. Cristiano Souza
Representante dos Presbíteros
FALANDO DA VIDA | COMO ESTAMOS NOS COMUNICANDO?
Precisamos aprender e praticar a Comunicação não Violenta.
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esde os tempos mais antigos o ser humano aprendeu a se comunicar. Dos grunhidos e gestos do homem primitivo, até a escrita formal do homem moderno, muita coisa mudou; contudo, a base permanece a mesma, ou seja, comunicamo-nos sempre com ênfase na violência. O avanço da tecnologia trouxe um dinamismo que revolucionou a forma de comunicação – a internet, e as notícias em tempo real, formaram um
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Folha Diocesana de Guarulhos | Junho 2021
mundo globalizado. Por outro lado, tanta capacidade na arte de comunicar não garantiu a paz, haja vista as guerras que sempre ocorreram no decorrer da história. Nações se aparelham com armas sofisticadas para comunicar poder, e até os tempos de paz são sustentados pela ameaça implícita de violência. Através das mídias sociais gangs, milícias e tráfico se organizam e praticam a violência na guerra urbana. Numa análise mais profunda, veremos que até a educação infantil tanto em casa como na escola é impregnada de linguagem ameaçadora com ênfase na punição. Isso impede o desenvolvimento de atitudes de empatia que permitiria a livre doação. Resumindo: na maior parte do tempo, usamos a forma de comunicação violenta. Por outro lado, existe uma abordagem criada pelo Psicólogo americano Marshall Rosemberg, chamada de Comunicação não Violenta (CNV), que ensina uma maneira de falar empaticamente. O princípio é simples: fale com clareza e sinceridade sobre você mesmo, comunicando as suas necessidades sem julgar, nem criticar. Ela se estrutura em quatro bases: sepa-
rar fatos de julgamentos; reconhecer as emoções desconfortáveis; revelar necessidades que não estão sendo atendidas; e firmar um acordo que viabilize a convivência futura. Por que, em vez de comunicar nossos sentimentos e necessidades no contato com o próximo, passamos a julgar com base no que está certo ou errado? Para que um diálogo produtivo ocorra, é preciso estabelecer uma conexão de alma que só é possível com atitudes de humildade, gentileza e compaixão. A história nos revela que as grandes transformações da humanidade foram feitas por homens que usaram como armas a Comunicação não violenta: Jesus Cristo, o Buda e mais recentemente Ghandi, Luther King e Dalai Lama. Faça algo pela paz. Pesquise na internet, leia, aprenda e pratique a CNV no seu meio. Isso pode não mudar o mundo, mas a sua vida e os seus relacionamentos, certamente, vão mudar para melhor.
Romildo R. Almeida Psicólogo Clínico
LITURGIA | SACRAMENTO DA EUCARISTIA de todo culto e da vida cristã, por ele é significada e se realiza a unidade do povo de Deus, e se completa a construção do Corpo de Cristo. Os outros sacramentos e todas as obras de apostolado da Igreja se relacionam intimamente com a santíssima Eucaristia e a ela se ordenam”. Cân. 897 Podemos com muita determinação dizer então que não há maior tesouro para e na Igreja Católica Apostólica Romana que a Eucaristia. A Eucaristia é o sacramento dos sacramentos. Sem a eu“ ugustíssimo Sacramento é a San- caristia, nenhum sacramento faz sentido. tíssima Eucaristia, na qual se contém, se A Eucaristia é a presença real do corpo, oferece e se recebe o próprio Cristo Se- sangue, alma e divindade de Nosso Senhor e pela qual continuamente vive e nhor Jesus Cristo. E aqui precisamos dar cresce a Igreja. O Sacrifício eucarístico, uma ênfase especial: o Pão e o Vinho, dememorial da morte e ressurreição do Se- pois de consagrados pelo sacerdote, se nhor, em que se perpetua pelos séculos transformam verdadeiramente no próprio o Sacrifício da Cruz, é o ápice e a fonte corpo e sangue de Cristo. Não é um sím-
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bolo, não é uma representação ou um faz de conta, É REAL. Jesus se faz presente, da mesma forma que esteve presente junto aos apóstolos. Da mesma forma que os apóstolos podiam tocar na humanidade de Cristo; através desse sacramento podemos tocar na humanidade de Jesus. Ele, não se dando por satisfeito com a sua humilhação na Cruz, se rebaixa mais ainda e Se faz pequeno, um pedaço de pão, e o faz por amor. A Eucaristia é o memorial perene da Paixão de nosso Senhor Jesus Cristo, o cumprimento perfeito das figuras da Antiga Aliança. É ainda singular conforto que Cristo deixou para os que se entristecem com sua ausência. Pe. Francisco G. Veloso Jr. Comissão Diocesana de Liturgia
DIREITO E FAMÍLIA | 25 ANOS DE FORMAÇÃO, PARTICIPAÇÃO E DIÁLOGO
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esse mês, nossa Diocese celebra o Jubileu de Prata da Folha Diocesana. É gratificante notar como nós, leigos, há muito, nos apropriamos desse importante veículo de comunicação, no sentido de fazer dele parte de nossa vida e alimento na caminhada cristã. Tamanha a importância de a Igreja utilizar-se adequadamente dos meios de comunicação, que o Papa João Paulo II já nos ensinava que “nos meios da comunicação a Igreja encontra um apoio precioso para difundir o Evangelho e os valores religiosos, para promover o diálogo e a cooperação ecumênica e inter-religiosa, assim como para difundir aqueles princípios sólidos que são indispensáveis para construir uma sociedade respeitadora da dignidade da pessoa humana e atenta ao bem comum” (da Carta Apostólica “O Rápido desenvolvimento”). Gostaria de destacar, a partir desse Magistério, três campos nos quais a Folha Diocesana tem se mostrado fundamental: formação, participação e diálogo. Em primeiro lugar, é urgente que,
cada vez mais, nós, católicos, tenhamos nossos princípios bem solidificados na doutrina da Santa Igreja Católica, Mãe e Mestra. Com toda certeza, o primeiro passo está na conversão dos corações de nossas famílias ao Evangelho de Jesus. Mas é preciso também formar as mentes nos valores coerentes com os padrões morais que Deus revelou nas escrituras. Depois, como família, somos chamados a nos colocarmos em caminho de conversão, consciente dos valores cristãos, e de que encontraremos inúmeros desafios práticos para responder ao chamado “ide e evangelizai”, chamado este que lhe dá uma dimensão missionária. E, devemos recordar nossa vocação, como ser humano criado à imagem e semelhança de Deus, para receber a revelação divina e para estabelecer um diálogo de amor com Ele e com nossos irmãos e irmãs. A formação oferecida pela Folha Diocesana tem abrangido não apenas temas relacionados aos dogmas e práticas da fé católica, mas também a questões sociais e morais enfrentadas no dia-a-dia de nossas famílias; ao mesmo tempo, tem fomentado
a participação dos religiosos e leigos nas iniciativas de nossa Diocese relacionadas ao culto e à liturgia, mas também em outras ações da sociedade civil, em defesa dos valores cristãos; e, ainda, essa diretriz têm fomentado um maior diálogo e parceria entre as diversas realidades de nossa Diocese. Nós, que nessa editoria tratamos dos desafios da família moderna, em especial quando estes se relacionam com as características da sociedade na qual estão inseridas, com o próprio Estado e com o Direito, contar com um veículo de comunicação que une a religiosos e leigos, em prol da implementação do Reino, é uma graça pela qual bendizemos a Deus em cada edição. Confiamos todos os coordenadores e colaboradores da Folha Diocesana às mãos de Maria, que nos deu o Verbo da vida. Que ela nos ajude a comunicar com todos os meios a beleza e a alegria da vida em Cristo nosso Salvador.
Marcos Antônio Favaro
Procurador Jurídico, Pós-Graduado em Teologia, Mestre em Direito na PUC-SP
Junho 2021 | Folha Diocesana de Guarulhos
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PASTORAL DA BÍBLIA
A COMUNICAÇÃO COMO PONTE ENTRE DEUS E A HUMANIDADE
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e há um sentimento de gratidão para as pessoas que acreditam que o Amor verdadeiro e pleno veio fazer morada entre nós, é esse de que algum dia na História, a revelação de Deus – que é Pai e Mãe - se fez compreender no amago da fragilidade humana. Ele se faz entender na linguagem humana! E este fato muda radicalmente a história de um povo que, a posteriori – se identifica como o Povo de Deus a caminho. Na narrativa do Livro do Êxodo 24, 3-4 encontramos alguns verbos que despertam a atenção para a comunicação de Deus na história: “Moisés veio e transmitiu todas as palavras do Senhor e todos os decretos”, “o povo respondeu”, “Então Moisés escreveu todas as palavras do Senhor.”. Interessante perceber neste pequeno trecho os verbos: transmitiu, respondeu, escreveu. Para compreender os planos de Deus há exigência de abertura e renúncias. Ou do contrário como compreender os planos d’Aquele que da sua existência na eternidade, na sua amorosidade e no seu encantamento pela criação, quer se fazer presente na história, na vida e nas relações humanas. Deus comunica à mulheres e homens conforme pode ser lido nos relatos do Antigo Testamento. Ele quer que cada pessoa seja protagonista do Seu projeto de Salvação. A história de quase dois mil anos antes de Cristo, remete a um Deus que não desiste da humanidade, tendo em vista, todas as vezes em que a voz de Deus não foi ouvida pela boca de profetizas e profetas. Um importante testemunho pode ser lido no Livro da profecia de Isaias. Assim disse o profeta: “O Senhor Javé me deu a capacidade de falar como discípulo, para que eu saiba ajudar os desanimados com uma palavra de coragem. Toda manhã ele faz meus ouvidos ficar atentos para que eu possa ouvir como discípulo. ” (cf. Is 50,4). Deus fala e nos quer de ouvidos atentos, e ainda nos dá a capacidade de falar. Essa comunicação perfeita leva-nos a compreender que cremos em Deus que escuta
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Folha Diocesana de Guarulhos | Junho 2021
nossas dores, medos e lamentos, nossas alegrias e conquistas. É um Deus dialogante. Na Trindade Santa – o Pai, o Filho e o Espirito Santo – também chamado de Divina Ruah, não há silêncio, nem julgamentos, nem preconceitos. Há derramamento de Amor que circula nesta comunidade perfeita de amor, e nos ensina a viver na mesma dinâmica comunitária. Na História, Deus mesmo percebeu que Seu povo era (é) um povo de cabeça dura, e nem sempre quis ouvir a voz de Deus. Na plenitude dos tempos, Maria e José, os pais de Jesus cuidam e ensinam com muito amor do Menino, o Verbo de Deus encarnado, que veio para nos comunicar quem é Deus e quais os Seus planos para a humanidade. Entre tantas palavras e ensinamentos de Jesus, a mais bela maneira de comunicar foi com seu testemunho, anunciando o Reino de Deus como sinal de vida em plenitude. Seguiu sua missão em meio à multidão dos doentes, pobres e marginalizados, da sociedade do seu tempo. No movimento de Jesus também participavam Maria e as outras mulheres, e os discípulos (cf. At 1,14). Estes que estavam presentes no nascimento da Igreja. Jesus é a comunicação do Deus-Pai. Ele nos comunica Sua alegria com ternura (cf. Jo 15,11) a fim de que sejamos discípulas e discípulos missionários de Jesus Cristo, neste mundo tão marcado pela indiferença, pelo egoísmo e contradições. Aos fariseus que ficavam nas praças gritando aos quatro cantos o nome de Deus, disse Jesus a eles: “Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no reino dos céus, mas o que põe em prática a vontade de meu Pai que está nos céus. ” (cf. Mt 7,21). A plenitude da comunicação de Jesus se realiza na Sua Hora de Cruz. A cruz como sinal de vitória da morte sobre a Vida; como ponte que nos ensina a “comunicar encontrando as pessoas onde estão e como são” (Papa Francisco). Jesus veio para que todas as pessoas tenham vida, sem distinção. Também o cuidado com toda a Criação
– a Casa comum, é sagrado! Os apóstolos queriam saber a notícia em primeira mão. Quem não quer ser a primeira, o primeiro a receber uma notícia para compartilhar? E Jesus responde: “Não cabe a vocês saber os tempos e as datas que o Pai reservou à sua própria autoridade. Mas o Espírito Santo descerá sobre vocês, e dele receberão força para serem as minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria, e até os extremos da terra.”. O que dizer disso? Que não nos cabe saber a notícia para “dar spoiler”, mas o que Ele nos comunicou/ensinou deverá sempre, sempre ser lembrado – e Ele nos promete que o Espírito Santo nos fará lembrar – para, e aqui está o mais importante da Sua mensagem: saber ouvir e dialogar. Um novo jeito para sermos testemunhas de Jesus com a nossa própria vida, na Igreja e na sociedade. O Papa Francisco nos convida a sermos evangelizadoras/es com Espírito: “Jesus quer evangelizadores que anunciem a Boa Nova, não só com palavras, mas sobretudo com uma vida transfigurada pela presença de Deus.” (EG, 259). A sua/nossa comunicação tem contribuído para construir pontes e relações fraternas na Igreja e na sociedade?
Célia Soares de Souza Cristã Leiga e Teóloga
ACONTECEU
DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS – 2021
H á 55 anos, a Igreja Católica comemora o Dia Mundial das Comunicações Sociais. No último domingo (16), dia da Ascensão do Senhor, com início às 11h00 na Paróquia Nossa Senhora de Fátima da Vila Fátima, nossa Diocese refletiu sobre a realidade da comunicação e dos nossos agentes da comunicação durante a missa presidida por Dom Edmilson Amador Caetano que valorizou o tema “Vem e Verás” (do Evangelho de João) e o lema “Comunicar encontrando as pessoas onde estão e como são”. A missa contou com as ilustres presenças do padre da paróquia Nossa Senhora de Fátima da Vila Fátima– Tarcísio Almeida e do padre assessor eclesial da PASCOM de nossa Diocese – Marcos Vinícius, que juntos valorizaram
o papel de todos os agentes e voluntários que estão fazendo da comunicação, durante a pandemia, uma ferramenta valiosa no processo de evangelização das famílias da cidade de Guarulhos. Agentes da PASCOM de muitas comunidades também estiveram presentes trazendo a alegria e a certeza de que o trabalho está apenas começando e voltando para as suas respectivas paróquias levando o compromisso em gastar as solas dos sapatos em busca de uma comunicação séria, respeitosa e verdadeiramente evangelizadora. O Papa Paulo VI foi o primeiro a comemorar o Dia Mundial das Comunicações, no dia 7 de maio de 1967. Desde então, a data vem sendo celebrada em muitos países no domingo que antecede a Festa de Pentecostes e nossa Diocese, com o intuito de suscitar nas
comunidades uma atitude social nova e séria em relação ao uso das tecnologias, continuará promovendo a cultura do diálogo, da amizade e do respeito e também, continuará reforçando um dos fundamentos básicos do exercício da comunicação: “procurar a origem da informação, além de evangelizar as famílias”. “Senhor, ensinai-nos a sair de nós mesmos, e partir à procura da verdade. Ensinai-nos a ir e ver, ensinai-nos a ouvir, a não cultivar preconceitos, a não tirar conclusões precipitadas.” Papa Francisco Pascom – Paróquia Nossa Senhora de Fátima
Junho 2021 | Folha Diocesana de Guarulhos
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PALAVRA DO PAPA
“VEM E VERÁS” (JO 1, 46).
COMUNICAR ENCONTRANDO AS PESSOAS ONDE ESTÃO E COMO SÃO” Aqueles detalhes de crónica no Evangelho
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ueridos irmãos e irmãs!
O convite a «ir e ver», que acompanha os primeiros e comovedores encontros de Jesus com os discípulos, é também o método de toda a comunicação humana autêntica. Para poder contar a verdade da vida que se faz história (cf. Mensagem para o LIV Dia Mundial das Comunicações Sociais, 24 de janeiro de 2020), é necessário sair da presunção cómoda do «já sabido» e mover-se, ir ver, estar com as pessoas, ouvi-las, recolher as sugestões da realidade, que nunca deixará de nos surpreender em algum dos seus aspetos. «Abre, maravilhado, os olhos ao que vires e deixa as tuas mãos cumular-se do vigor da seiva, de tal modo que os outros possam, ao ler-te, tocar com as mãos o milagre palpitante da vida»: aconselhava o Beato Manuel Lozano Garrido aos seus colegas jornalistas. Por isso, este ano, desejo dedicar a Mensagem à chamada a «ir e ver», como sugestão para toda a expressão comunicativa que queira ser transparente e honesta: tanto na redação dum jornal como no mundo da web, tanto na pregação comum da Igreja como na comunicação política ou social. «Vem e verás» foi o modo como a fé cristã se comunicou a partir dos primeiros encontros nas margens do rio Jordão e do lago da Galileia.
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Folha Diocesana de Guarulhos | Junho 2021
Gastar as solas dos sapatos Pensemos no grande tema da informação. Há já algum tempo que vozes atentas se queixam do risco dum nivelamento em «jornais fotocópia» ou em noticiários de televisão, rádio e websites que são substancialmente iguais, onde os géneros da entrevista e da reportagem perdem espaço e qualidade em troca duma informação pré-fabricada, «de palácio», autorreferencial, que cada vez menos consegue intercetar a verdade das coisas e a vida concreta das pessoas, e já não é capaz de individuar os fenómenos sociais mais graves nemas energias positivas que se libertam da base da sociedade. A crise editorial corre o risco de levar a uma informação construída nas redações, diante do computador, nos terminais das agências, nas redes sociais, sem nunca sair à rua, sem «gastar a sola dos sapatos», sem encontrar pessoas para procurar histórias ou verificar com os próprios olhos determinadas situações. Mas, se não nos abrimos ao encontro, permanecemos espectadores externos, apesar das inovações tecnológicas com a capacidade que têm de nos apresentar uma realidade engrandecida onde nos parece estar imersos. Todo o instrumento só é útil e válido, se nos impele a ir e ver coisas que de contrário não chegaríamos a saber, se coloca em rede conhecimentos que de contrário não circulariam, se consente encontro que de contrário não teriam lugar.
Aos primeiros discípulos que querem conhecer Jesus, depois do seu Batismo no rio Jordão, Ele responde: «Vinde e vereis» (Jo 1, 39), convidando-os a permanecer em relação com Ele. Passado mais de meio século, quando João, já muito idoso, escreve o seu Evangelho, recorda alguns detalhes «de crónica» que revelam a sua presença no local e o impacto que teve na sua vida aquela experiência: «era cerca da hora décima», observa ele! Isto é, as quatro horas da tarde (cf. 1, 39). No dia seguinte (narra ainda João), Filipe informa Natanael do encontro com o Messias. O seu amigo, porém, mostra-se cético: «De Nazaré pode vir alguma coisa boa?» Filipe não procura convencê-lo com raciocínios, mas diz-lhe: «vem e verás» (cf. 1, 45-46). Natanael vai e vê, e a partir daquele momento a sua vida muda. A fé cristã começa assim; e comunica-se assim: com um conhecimento direto, nascido da experiência, e não por ouvir dizer. «Já não é pelas tuas palavras que acreditamos; nós próprios ouvimos…»: dizem as pessoas à Samaritana, depois de Jesus Se ter demorado na sua aldeia (cf. Jo 4, 39-42). O método «vem e verás» é o mais simples para se conhecer uma realidade; é a verificação mais honesta de qualquer anúncio, porque, para conhecer, é preciso encontrar, permitir à pessoa que tenho à minha frente que me fale, deixar que o seu testemunho chegue até mim. Agradecimento pela coragem de muitos jornalistas O próprio jornalismo, como exposição da realidade, requer a capacidade de ir aonde mais ninguém vai: mover-se com desejo de ver. Uma curiosidade, uma abertura, uma paixão. Temos que agradecer à coragem e determinação de tantos profissionais (jornalistas, operadores de câmara, editores, cineastas que trabalham muitas vezes sob grandes riscos), se hoje conhecemos, por exemplo, a difícil condição das minorias perseguidas em várias partes do mundo, se muitos abusos e injustiças contra os pobres
e contra a criação foram denunciados, se muitas guerras esquecidas foram noticiadas. Seria uma perda não só para a informação, mas também para toda a sociedade e para a democracia, se faltassem estas vozes: um empobrecimento para a nossa humanidade. Numerosas realidades do planeta – e mais ainda neste tempo de pandemia – dirigem ao mundo da comunicação um convite a «ir e ver». Há o risco de narrar a pandemia ou qualquer outra crise só com os olhos do mundo mais rico, de manter uma «dupla contabilidade». Por exemplo, na questão das vacinas e dos cuidados médicos em geral, pensemos no risco de exclusão que correm as pessoas mais indigentes. Quem nos contará a expetativa de cura nas aldeias mais pobres da Ásia, América Latina e África? Deste modo as diferenças sociais e económicas a nível planetário correm o risco de marcar a ordem da distribuição das vacinas anti-Covid, com os pobres sempre em último lugar; e o direito à saúde para todos, afirmado em linha de princípio, acaba esvaziado da sua valência real. Mas, também no mundo dos mais afortunados, permanece oculto em grande parte o drama social das famílias decaídas rapidamente na pobreza: causam impressão, mas sem merecer grande espaço nas notícias, as pessoas que, vencendo a vergonha, fazem a fila à porta dos centros da Cáritas para receber uma ração de víveres. Oportunidades e insídias na web A rede, com as suas inumeráveis expressões nos social, pode multiplicar a capacidade de relato e partilha: muitos mais olhos abertos sobre o mundo, um fluxo contínuo de imagens e testemunhos. A tecnologia digital dá-nos a possibilidade duma informação em primeira mão e rápida, por vezes muito útil; pensemos nas emergências em que as primeiras notícias e mesmo as primeiras informações de serviço às populações viajam precisamente na web. É um instrumento formidável, que nos responsabiliza a todos como utentes e desfrutadores. Potencialmente, todos podemos tornar-nos testemunhas de acontecimentos que de contrário seriam negligenciados pelos meios de comunicação tradicionais, oferecer a nossa contribuição civil, fazer ressaltar mais histórias, mesmo positivas. Graças à rede, temos a possibilidade de contar o que vemos, o que acontece diante dos nossos olhos, de partilhar testemunhos. Entretanto foram-se tornando evidentes, para
todos, os riscos duma comunicação social não verificável. Há tempo que nos demos conta de como as notícias e até as imagens sejam facilmente manipuláveis, por infinitos motivos, às vezes por um banal narcisismo. Uma tal consciência crítica impele-nos, não a demonizar o instrumento, mas a uma maior capacidade de discernimento e a um sentido de responsabilidade mais maduro, seja quando se difundem seja quando se recebem conteúdos. Todos somos responsáveis pela comunicação que fazemos, pelas informações que damos, pelo controlo que podemos conjuntamente exercer sobre as notícias falsas, desmascarando-as. Todos estamos chamados a ser testemunhas da verdade: a ir, ver e partilhar. Nada substitui o ver pessoalmente Na comunicação, nada pode jamais substituir, de todo, o ver pessoalmente. Algumas coisas só se podem aprender, experimentando-as. Na verdade, não se comunica só com as palavras, mas também com os olhos, o tom da voz, os gestos. O intenso fascínio de Jesus sobre quem O encontrava dependia da verdade da sua pregação, mas a eficácia daquilo que dizia era inseparável do seu olhar, das suas atitudes e até dos seus silêncios. Os discípulos não só ouviam as suas palavras, mas viam-No falar. Com efeito, n’Ele – Logos encarnado – a Palavra ganhou Rosto, o Deus invisível deixou-Se ver, ouvir e tocar, como escreve o próprio João (cf. 1 Jo 1, 1-3). A palavra só é eficaz, se se «vê», se te envolve numa experiência, num diálogo. Por esta razão, o «vem e verás» era e continua a ser essencial. Pensemos na quantidade de eloquência vazia que abunda no nosso tempo, em todas as esferas da vida pública, tanto no comércio como na política. «Fala muito, diz uma infinidade de nadas. As suas razões são dois grãos de trigo perdidos em dois feixes de palha. Têm-se de procurar o dia todo para os achar, e, quando se encontram, não valem a procura». Estas palavras ríspidas do dramaturgo inglês aplicam-se também a nós, comunicadores cristãos. A boa nova do Evangelho difundiu-se pelo mundo, graças a encontros pessoa a pessoa, coração a coração: homens e mulheres que aceitaram o mesmo convite – «vem e verás –, conquistados por um «extra» de humanidade que transparecia brilhou no olhar, na palavra e nos gestos de pessoas que testemunhavam Jesus Cristo. Todos os instrumentos são importantes, e aquele
grande comunicador que se chamava Paulo de Tarso ter-se-ia certamente servido do e-mail e das mensagens eletrónicas; mas foram a sua fé, esperança e caridade que impressionaram os contemporâneos que o ouviram pregar e tiveram a sorte de passar algum tempo com ele, de o ver durante uma assembleia ou numa conversa pessoal. Ao vê-lo agir nos lugares onde se encontrava, verificavam como era verdadeiro e frutuoso para a vida aquele anúncio da salvação de que ele era portador por graça de Deus. E mesmo onde não se podia encontrar pessoalmente este colaborador de Deus, o seu modo de viver em Cristo era testemunhado pelos discípulos que enviava (cf. 1 Cor 4, 17). «Nas nossas mãos, temos os livros; nos nossos olhos, os acontecimentos»: afirmava Santo Agostinho, exortando-nos a verificar na realidade o cumprimento das profecias que se encontram na Sagrada Escritura. Assim, o Evangelho volta a acontecer hoje, sempre que recebemos o testemunho transparente de pessoas cuja vida foi mudada pelo encontro com Jesus. Há mais de dois mil anos que uma corrente de encontros comunica o fascínio da aventura cristã. Por isso, o desafio que nos espera é o de comunicar, encontrando as pessoas onde estão e como são. Senhor, ensinai-nos a sair de nós mesmos, e partir à procura da verdade. Ensinai-nos a ir e ver, ensinai-nos a ouvir, a não cultivar preconceitos, a não tirar conclusões precipitadas. Ensinai-nos a ir aonde não vai ninguém, a reservar tempo para compreender, a prestar atenção ao essencial, a não nos distrairmos com o supérfluo, a distinguir entre a aparência enganadora e a verdade. Concedei-nos a graça de reconhecer as vossas moradas no mundo e a honestidade de contar o que vimos. Roma, em São João de Latrão, na véspera da Memória de São Francisco de Sales, 23 de janeiro de 2021.
Franciscus
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ACONTECEU
NASCE MAIS UMA INTERCESSORA DAS MISSÕES
A
missão em nossa diocese possui diversos protagonistas, entre eles podemos destacar Maria das Graças Mendes, símbolo da missão em diversos aspectos. Desde o início de sua vida Cristã ela se entregou a missão de forma profunda e ativa. Sua própria consagração no Instituto Secular Missionárias Diocesanas de Jesus Sacerdote se deve a prática missionária que as consagradas deste Instituto possuem. Sua disposição missionária chamou atenção de D. João Bergese que a convidou para representar a nossa Diocese nas reuniões do nosso Regional Sul 1 no setor missões. Com D. Luís Gonzaga Bergonzini assumindo como Bispo referencial das missões no Regional Sul 1, Maria das Graças se torna coordenadora do COMIRE (Conselho Regional das Missões). Sendo coordenadora do COMIRE passa a ser reconhecida por todo Estado de São Paulo como referencia na missão do Leigo. Semeou a missão em diversos locais do nosso Estado, animando os COMIDIs (Conselho Missionário Diocesano) e COMIPAs (Conselho Missionário Paroquial). Nesse período em conjunto com Valdélia e Pe Valdoci implantam a Obra da Infância e Adolescência Missionária (IAM) em nossa Diocese.
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Folha Diocesana de Guarulhos | Junho 2021
Obra da qual se torna Coordenadora diocesana, com seu brilho e sua doação Maria das Graças revigora a IAM fazendo com que a Obra se torne reconhecida a nível Estadual como um grande exemplo de organização e empenho para com as crianças e adolescentes. Tão reconhecido foi seu empenho, que foi escolhida para ser coordenadora da IAM a nível Estadual e novamente com seu carisma e dedicação soube semear a missão por todo o nosso Regional. Como ela mesma sempre dizia, nós não perdemos as pessoas quando morrem, nós ganhamos intercessores. Maria das Graças Mendes não é apenas um exemplo de missionária ou consagrada, ela é uma exemplo de Mulher, de Pessoa, de Leiga e animadora. Por onde passava era convidada a animar as formações e reuniões, pois seu carisma e luz inundavam a todos com boas vibrações. Suas músicas sempre nos encorajavam nos encontros e formações a refletir nosso verdadeiro ser missionário. Maria das Graças contribuiu muito com a fundação de Comunidades Católicas na região em que residia e contribui muito com os ensinamentos que nos deixou, sua bondade e comprometimento com a proposta de Cristo é a grande herança que nos temos. Maria das Graças como Consagra-
da Secular, viveu intensamente o carisma do Instituto, foi responsável regional por dois mandatos. Exemplo de mulher orante, dava testemunho que a partir da oração, tudo se torna mais fácil, as decisões, as ações, e podemos confirmar, tudo que Maria das Graças fez e foi, toda sua intensidade se fez pela oração. Fez de sua vida um louvor de glória a Santíssima Trindade e uma doação de caridade na vivencia fraterna com as irmãs do Instituto e a todo povo de Deus que se encontrava com ela. Enfim, Maria das Graças soube como ninguém viver a radicalidade do seguimento de Jesus Cristo, com leveza, serenidade e alegria, a alegria de ser amada por Deus.
VAI ACONTECER Agenda do Bispo | Junho 2021 09h30 – Codipa 02
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14h30 – Atendimento Cúria 19h30 – Missa paróquia Sagrado Coração de Jesus Normandia
03 15h00 – Missa e procissão - Catedral 05
09h30 – Ordenação Diaconal dos seminaristas Bruno Batista e David Clinton – paróquia São Judas Tadeu – Jardim Alice 16h00 – Crisma paróquia NS Bonsucesso 18h30 – Crisma paróquia NS Bonsucesso
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15h00 – Crisma paróquia Santa Luzia – Alvorada 19h00 – Missa paróquia Santo Antonio – Gopoúva 09h30 – Atendimento Cúria 15h00 – visita à Associação Nossa Senhora Rainha da Paz 08-12h – Assembleia dos bispos do Regional Sul 1 – on-line 14h30-17 – Ass. dos bispos do Regional Sul 1 – on-line 08-12h – Assembleia dos bispos do Regional Sul 1 – on-line 14h30 – Atendimento Cúria
11 09-12h – Manhã de Oração do clero 16h30 – Assembleia da Pastoral da Criança on-line
12 19h00 – Missa paróquia Santo Antonio Parque Santo Antonio 13
10h00 – Missa paróquia Santo Antonio – Pimentas 15h00 – Missa paróquia Santo Antonio – Vila Augusta
16 14h30 – Atendimento Cúria
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07h00 – Encontro seminário propedêutico 09h30 – Conselho Deliberativo da Cáritas 09h30 – Atendimento Cúria 15h00 – Encontro seminário Lavras 14-17h – Assembleia Estadual da RCC – on-line 19h00 – Crisma paróquia NS Aparecida – Cocaia 10h00 – Crisma paróquia São Judas – Jardim Alice
20 17h00 – Crisma paróquia NS Aparecida – Cocaia 19h00 – Crisma paróquia NS Aparecida – Cocaia 21 09-12h – Reunião dos bispos da Província Eclesiástica 23
09h30 – Economato 20h00 – Missa paróquia São João Batista
24 09h30 – Conselho de presbíteros 09h30 – Atendimento Cúria
25 20h00 – Promessas perpétuas – Comunidade Shalom paróquia São José 26 27 29 30
17h00 – Crisma paróquia São Roque 19h00 – Crisma paróquia São Roque 11h15 – Missa Catedral 15-18h – Espiritualidade – Escola Diaconal 19h30 – Missa comunidade São Paulo paróquia NS de Fátima – Vila Fátima 14h30 – Atendimento Cúria 20h00– COMISE on-line
Aniversariantes | Junho 2021 Nascimento
Ordenação
01 (1967) Pe. José Wagner Ferrarezi 03 (1988) Pe. Marcio Arielton Maciel Macedo 09 (1986) Pe. Cássio Fernando Araujo Farias 10 (1993) Pe. Alan Christian Pedroso Martins 22 (1947) Pe. Megumi Nagayama 29 (1960) Pe. Pedro Paulo de Jesus
11 (2004) Pe. Edivaldo Medeiros 12 (2016) Pe. Luiz Carlos de Brito 15 (1987) Pe. Antônio Zafani
Que Deus os abençoe muito!
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VAI ACONTECER
PEREGRINAÇÃO DA IMAGEM DA IMACULADA CONCEIÇÃO – 2021
FORANIA APARECIDA 23 a 30/05/2021 - Paróquia São Paulo Apóstolo 30/05 a 06/06/2021 - Paróquia N.Sra Aparecida – Cocaia 06 a 13/06/2021 - Paróquia N.Sra de Fátima – Vila Fátima
FORANIA ROSÁRIO 13 a 20/06/2021 - Paróquia Santa Rosa de Lima 20 a 27/06/2021 - Paróquia Santuário Bom Jesus 27/06 a 04/07/2021 - Paróquia São José 04 a 18/07/2021 - Área Pastoral São Paulo Apóstolo 18 a 25/07/2021 - Paróquia Santa Rita de Cassia 25/07 a 01/08/2021 - Paróquia Santa Mena 01 a 08/08/2021 - Paróquia N.Sra do Rosário
FORANIA IMACULADA 08 a 15/08/2021 - Santuário São Judas Tadeu 15 a 22/08/2021 - Paróquia São Pedro Apóstolo 22 a 29/08/2021 - Paróquia N.Sra Aparecida 29/08 a 05/09/2021 - Paróquia Santo Antônio – Parque 05 a 12/09/2021 - Paróquia Santo Antônio – Gopoúva 12 a 19/09/2021 - Paróquia São Francisco de Assis 19/09 a 03/10/2021 - Paróquia N.Sra de Fátima 03 a 10/10/2021 - Capelania Stella Maris 10 a 24/10/2021 - Paróquia N.Sra de Lourdes 24/10 a 07/11/2021 - Paróquia Santo Antônio – Vila Augusta 07 a 21/11/2021 - Paróquia São Geraldo 21/11 a 05/12/2021 - Paróquia Santo Antônio Maria Claret 05 ou 08/12/2021 - Catedral Imaculada Conceição 12 Folha Diocesana de Guarulhos
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ORAÇÃO E HINO
Oração e Hino Oração do Jubileu de Esmeralda 1981 - 2021
Ó Deus, nosso Pai, nós vos louvamos e bendizemos pelos quarenta anos da Diocese de Guarulhos.
no serviço fraterno, sinal do vosso Reino, sal da terra, luz e fermento.
Vosso Espírito Santo derrama os mais diversos dons sobre nossas comunidades e paróquias, pastorais, movimentos e serviços.
Confirmai na fé e na caridade os discípulos missionários de Jesus Cristo,na entrega generosa pelo vosso Reino: nosso Bispo, sacerdotes, diáconos,consagrados e consagradas, leigos e leigas.
Chamados à comunhão em vosso Filho Jesus, convocados por vossa Palavra, santificados pelos Sacramentos, impulsionados pelo testemunho cristão, formamos o povo da Aliança, que acolhe e vive vossa misericórdia,
Com Maria, a Imaculada Conceição, Mãe da Igreja, em quem realizastes maravilhas, possamos perseverar no seguimento de Cristo, na construção do vosso Reino. Amém.
HINO 40 ANOS – 1981 – 2021 Caetana Cecilia / Pe. Jair Costa / Pe. Éder Monteiro
O Senhor fez em nós maravilhas! Santo, santo é seu nome! Vem e anuncia, canta confiante com muito amor, com grande alegria! Vamos celebrar a nossa história Pelo poder do Santo Espírito E pela graça do Batismo Vamos celebrar a nossa história Desde o início, um desafio E como Igreja peregrina
Louvar a Deus por seu amor Louvar a Deus por seu amor Louvar a Deus por seu amor Buscar na fé um novo ardor! Buscar na fé um novo ardor! Buscar na fé um novo ardor!
Vamos celebrar a nossa história Pela Eucaristia alimentados Sendo uma igreja missionária Vamos celebrar a nossa história A providência guiará A oração nos fortalece
Acreditando em nosso redentor Acreditando em nosso redentor Acreditando em nosso redentor Com Maria, o nosso louvor Com Maria, o nosso louvor Com Maria, o nosso louvor
Vamos celebrar a nossa história Grupos espalhados na cidade Juntos pra formar comunidade Vamos celebrar a nossa história Nos desafios enfrentados Força de uma Igreja mais fraterna
Confiantes em nosso Senhor Confiantes em nosso Senhor Confiantes em nosso Senhor Seguindo Cristo, o bom Pastor Seguindo Cristo, o bom Pastor Seguindo Cristo, o bom Pastor
Vamos celebrar a nossa história Na caminhada de cristãos Ser nossa vida em doação Vamos celebrar a nossa história Numa Igreja viva e solidária Sendo presença na cidade
Louvar a Deus por seu amor Buscar na fé um novo ardor! Confiantes em nosso Senhor Seguindo Cristo, o bom Pastor Acreditando em nosso redentor Com Maria, o nosso louvor
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