Editorial
Separados pelas mãos e unidos pela oração. Deus e seu povo, em especial aos ritos e devoções.
safio da história da Pascom. A receptividade desse trabalho tem sido positiva. Fico imaginando A Pascom é a pas- como seria sem a intertoral do se fazer comu- net, como estaríamos lenhão, do estar em comu- vando a Palavra de Deus nidade, portanto, por trás até as pessoas. Convido de cada transmissão ao você a rezar por todos os vivo, estão membros des- nossos irmãos “pasconeiueridos leitores, SU- sa pastoral que se dedi- ros” que nos ajudam a esPERAÇÃO é a palavra que cam e se colocam em ris- tar mais perto de nossas descreve este momento co para levar a Missa até Paróquias e dos nossos de pandemia, o clero e os nossos lares. padres. Irmãos estamos os integrantes das pasto“separados pelas mãos e rais de Comunicação das Está sendo um unidos pela oração”. paróquias se desdobram desafio gigante. Apesar para transformar os ca- da tristeza do momento, Fernando Gomes nais on-line em elo entre vejo como o maior dePASCOM
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Enfoque Pastoral
Pe. Marcelo Dias Soares Coord. Diocesano de Pastoral
À vossa proteção, recorremos, Santa Mãe de Deus!
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odos sabemos, que a nossa Igreja dedica o mês de maio à Nossa Senhora e às devoções marianas. É um tempo especial, de graças, para nós que a temos como nossa advogada e intercessora fiel diante de Deus. Nesse mês dedicado a Maria, também celebramos a cada uma de nossas mães no segundo domingo de maio. Como discípulos fiéis acolhemos Maria como nossa mãe e modelo de ser Igreja. Com a Cheia de Graça, somos renovados na Páscoa de Nosso Senhor Jesus Cristo, que nos envia como Igreja a sermos no mundo testemunhas do Reino. Santo Afonso de Ligório afirma: “Deus quer que, pelas mãos de Maria, cheguem a nós todas as graças”. Por intermédio de sua intercessão, possamos obter os dons do Espírito Santo, que faz a Igreja crescer e cumprir sua missão no mundo. Este ano em que somos tomados pelo medo e angús-
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tias geradas pela Pandemia da COVID-19, somos todos, como Igreja, convocados pelo Papa Francisco a reforçar a tradição de rezar o Terço em família no mês de maio. O papa nos revela: um “segredo”: “sozinho ou em companhia, o importante é rezar com simplicidade”. E que através do Santo rosário podemos “contemplar juntos a face de Cristo com o coração de Maria, nossa Mãe, nos tornará ainda mais unidos como família espiritual e nos ajudará a superar esta provação. Eu rezarei por vocês, especialmente pelos mais sofredores, e vocês, por favor, rezem por mim. Eu lhes agradeço e os abençoo de coração. Nossa Mãe nos ajudará a enfrentar com mais fé e esperança o tempo de provação que estamos atravessando”. Acolhamos com alegria as palavras e testemunho São João Paulo II, que nos convida a rezar com entusiasmo e alegria os mistérios contemplados no Rosário: “Esta oração tem assumido
Folha Diocesana de Guarulhos
Nesta Edição 03 04 05 06 11 12
Voz do Pastor
Igreja e vivência cristã na quarentena
Vida Presbiteral Valentes Sacerdotes
Falando da Vida E depois do Coronavírus?
CNBB
Em defesa da vida: é tempo de cuidar
Especial
1º de Maio Dia do Trabalho
Mensagem do Papa Carta para todos os fiés - Maio 2020
Expediente um papel importante na minha vida espiritual desde a minha infância e juventude. A oração do Rosário tem me acompanhado nos momentos de alegria e de provação. Muitas preocupações entreguei nesta oração e, por meio dela, sempre experienciei fortalecimento e consolação”. Alegremo-nos com a presença de Nossa Senhora em nossa diocese, que cuida do seu povo e continua a interceder por nós, junto ao seu Filho. Que as alegrias do Cristo ressuscitado ilumine e fortaleça a todos nós.
Coragem!
Jornalista Responsável PE. MARCOS V. CLEMENTINO MTB 82732
Orientação Pastoral PE. MARCELO DIAS SOARES Editoração Eletrônica LUIZ MARCELO GONÇALVES Impressão GRÁFICA MARMAR - 11 99961-4414 Tiragem: ON-LINE CÚRIA DIOCESANA DE GUARULHOS Av. Gilberto Dini, 519 - Bom Clima, Guarulhos CEP: 07122-210 | 11 2408-0403
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Maio de 2020
Voz do Pastor
+Edmilson Amador Caetano, O.Cist. Bispo diocesano
Igreja e vivência cristã na quarentena
Vamos refletir o que podemos aprender e continuar aprendendo com esta situação
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stávamos todos programados. Nossas agendas fechadas. Para alguns viagens, férias, festas programadas. De repente aparece a pandemia. De repente é decretada a quarentena e o isolamento social. Nossos avós, bisavós e tataravós talvez tenham vivido algo semelhante. Nós sequer imaginávamos como seria e como será. Quero aqui, em termos de Igreja e vivência cristã, refletir o que podemos aprender e continuar aprendendo com esta situação. 1 - Estamos aprendendo a vivenciar o que fortemente significa a “comunhão dos santos”. Não podemos, por enquanto, estar em nossas assembleias litúrgicas, tão expressivas, tão alegres e, no entanto, estamos experimentando comunhão ao rezarmos uns pelos outros, ao rezarmos e celebrarmos juntos através dos meios de comunicação. Não é a mesma coisa comungar o Corpo do Senhor na Eucaristia e vivenciar somente a comunhão espiritual. Não é a mesma coisa que a presença física, mas experimenta-se a comunhão. 2 - Por outro lado, estamos aprendendo que, por mais comunhão espiritual e comunhão dos santos que possamos experimentar, a participação física nos Sacramentos é essencial para uma vivência cristã. Estamos aprendendo, de fato, que a Igreja Católica continua a missão Redentora de Jesus Cristo na força da Palavra e dos Sacramentos. Não são somente a Palavra e belas e fortes pregações, estudos bíblicos e outros que sustentam a nossa vida cristã, mas precisamos dos Sacramentos. Precisamos da presença dos ministros ordenados em nossas comunidades. 3 - Dentro desta mesma perspectiva, estamos redescobrindo que na vida cristã o lugar do culto não é somente o templo feito de pedras, mas o templo onde se realiza o verdadeiro culto a Deus, é o corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo, no qual somos enxertados pelo batismo e, portanto, em nosso corpo realiza-se o verdadeiro culto. Somos o
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templo de Deus, habitação do Espírito Santo. Redescobrimos a profundidade das palavras do Apóstolo Paulo: “Exorto-vos, portanto, pela misericórdia de Deus, a que ofereçais vossos corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus: este é o vosso culto espiritual. E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos, renovando a vossa mente, a fim de poderdes discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, agradável e perfeito.” (Rm 12,1-2) Estamos reaprendendo a valorizar a vivência da busca verdadeira de Deus e que não pode haver um divórcio entre fé e vida. Entre aquilo que de maravilhoso celebramos em nossas liturgias e que o vivemos em nosso cotidiano: lex orandi, lex credendi. 4 - O dom da fé que nos foi dado tem sido fundamental para a vivermos este momento. Sem as graças infusas de Deus podemos entrar no desespero. No entanto, experimentamos que a nossa fé vence o mundo. 5 - Estamos redescobrindo a nossa família como Igreja doméstica e a grandeza do evangelho da família, como nos ensina o Papa Francisco na “Amoris laetitia”. Mesmo que na mesma família estejam pessoas de comunidades cristãs não católicas e católicas, ou até mesmo de religiões não cristãs, estamos reaprendendo, ou aprendendo mesmo, o que é o espírito ecumênico e o diálogo inter-religioso. 6 - O que disse na mensagem de Páscoa, continua sendo válido: “Deus não nos está castigando, mas nos chamando à conversão. Está nos chamando à vida. Nós que vivemos na tibieza da nossa entrega ao Senhor. Nós que não valorizamos a vida presente na natureza, no pobre, no sofredor, naquele que está ao nosso lado na lida diária. Nosso Senhor Jesus Cristo que passou da morte para a vida porque seu amor é mais forte do que a morte, nos está chamando nesta Páscoa a focarmos no essencial. Estamos sendo quase que obrigados a pensar no outro, a olhar para o outro, a cuidar do outro.”
7 - A Igreja imediatamente lembrou-se da opção preferencial pelos pobres. Em nossa diocese e em tantos lugares, uma das primeiras providências a serem tomadas, mesmo com as igrejas fechadas, foi como atender aos assistidos da paróquia e às pessoas que, com a crise econômica, virão também procurar auxílio, bem como aos irmãos e irmãs acolhidos e assistidos pela Pastoral do povo de rua. 8 - Estamos vendo como o ser humano pode ser solidário e como nossa sociedade pode desenvolver uma economia solidária. Estamos vendo como nossos governantes, com boa vontade, vontade de fazer o bem, podem articular a disponibilização de recursos. Oxalá não precisemos de novas pandemias para que isso continue. 9 - Por outro lado, estamos aprendendo como vivemos uma doente democracia, onde na realidade quem manda é poder econômico. Tantas manifestações que parecem dizer que se deva privilegiar a economia e não a vida humana. Estamos vendo como temos uma mídia que influencia e domina a opinião pública. Estamos vendo como opções políticas aproveitam do momento para espalharem suas ideologias, sejam de direita, esquerda, centro ou do lado que for. Como estamos aprendendo a buscar o discernimento na escuta da Palavra de Deus para não nos deixarmos guiar pelas polarizações políticas e ideológicas neste momento! 10 - Quem sabe no próximo mês poderei continuar falando das comunidades eclesiais missionárias que ordinariamente fazem presente a Igreja. Por enquanto, vamos experimentando que falta nos faz viver em comunidade. O isolamento social pode nos fazer perceber o individualismo que assola nossa sociedade e como nossas comunidades eclesiais são um dom. 11 - Cada um pode acrescentar a esta lista o que tem aprendido. O importante que este aprendizado nos transforme. Nosso Deus fala na história. A Palavra do nosso Deus se concretiza na história. O poder da ressurreição de Jesus se faz presente no hoje da nossa história.
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Liturgia
Padre Francisco G. Veloso Jr Comissão Diocesana de Liturgia
Vigília de Pentecostes
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“A vinda do Espírito manifesta a riqueza da vida nova do Ressuscitado”
Espírito Santo que distribui as sementes do Verbo. Vigília é a ação de não dormir durante a noite. Normalmente esta privação do sono consiste num ato voluntário, praticado principalmente na véspera de datas festivas, em especial de cunho religioso, como a Páscoa, por exemplo. No âmbito bíblico, como dito, as vigílias costumam acontecer antes de festas litúrgicas importantes, como exemplo a Ressurreição de Jesus Cristo. Pentecostes era uma das grandes festas judaicas em que muitos israelitas peregrinavam a caminho da Cidade Santa para adorarem a Deus no Templo. A princípio, celebrava o fim do tempo das colheitas, com cerimônias de ação de graças e oferecimento das primícias; posteriormente, acrescentou-se a
recordação da promulgação da Lei, dada a Moisés no Sinai. Comemorava-se cinquenta dias após a Páscoa. Hoje em dia comemoramos a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos reunidos no Cenáculo, com a manifestação pública da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo. A Solenidade de Pentecostes celebra um acontecimento capital para a Igreja: a sua apresentação ao mundo, nascimento oficial com o batismo no Espírito. Complemento da Páscoa, a vinda do Espírito sobre os discípulos manifesta a riqueza da vida nova do Ressuscitado no coração e nas atividades dos discípulos; início da expansão da Igreja e princípio de sua fecundidade, ela se renova misteriosamente hoje para nós, como em toda assembleia eucarística sacramental, e, de múltiplas formas, na vida das pessoas e dos grupos até o fim dos tempos.
Vida Presbiteral
Que sejamos capazes de manifestar nossa gratidão a Deus pelo seu grande testemunho de amor que abarca a grande família da Igreja desde o dia de Pentecostes.
Padre Cristiano Aparecido de Souza Representante dos Presbíteros
Valentes Sacerdotes
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“Morrendo ou vivendo, nossa missão consiste em amar Cristo”
a Quinta-Feira, 9 de Abril, nossa Igreja Católica celebrou a instituição da Santíssima Eucaristia e também a do Sacerdócio. Em meio ao caos instalado pela pandemia do Covid 19, ausentes dos fiéis, os sacerdotes se esmeraram na transmissão da Santa Missa, prática esta que se arrastou desde o 5º Domingo da Quaresma. Muitos sacerdotes, sem prática nenhuma em transmissão pelos meios de comunicação, tiveram que aprender que, em todas as situações, por mais difíceis que sejam, o nome de Jesus precisa ser anunciado. Valentes esses homens! Enquanto alguns procuravam se entrosar com os novos instrumentos de evangelização, no desejo de dar a vida, outros o faziam lutando em seus países contra a pandemia. O salmo da Quinta-Feira Santa revelava o que acontecia interiormente. “É
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sentida por demais pelo Senhor a morte dos seus santos, seus amigos.” (Sl 115). De uma coisa jamais nos esqueceremos: “...quem perde a sua vida por mim, a encontrará.” (Mt 16,25). Até o dia de hoje, muitas pessoas trazem questionamentos acerca da entrega dos sacerdotes. Porque são capazes de tanto sacrifício? A resposta não é complicada, diga-se de passagem, é simples até demais: eles descobriram que a vida só tem sentido em Cristo Jesus. Em meio à esta pandemia, a Igreja chora pelos amigos do Senhor: muitos sacerdotes mortos por esta doença. Mas também, ela se alegra pelo testemunho, tão eloquente, destes tão grandiosos homens que combateram o bom combate, que guardaram a fé e que agora, com toda a certeza, receberão a coroa da Glória (cf. 2Tm 4,7).
Quem sabe o testemunho deles não inspire outros tantos jovens a viverem a graça do sacerdócio, respondendo aos apelos de Deus. Podemos entender agora aquela charge que diz: meu herói não usa capa, mas batina. Sacerdotes... Morrendo ou vivendo, nossa missão consiste em amar Cristo e falar dEle oportuna e inoportunamente, mesmo que, para isso, precisemos lutar contra uma doença ou contra os poderes deste mundo. Mesmo que, para isso, tenhamos que aprender a como fazer uma Live.
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Falando da Vida
Romildo R. Almeida Psicólogo Clínico
E depois do Coranavírus?
O mundo precisa de Humildade, Compaixão e Fraternidade.
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xistem acontecimentos que marcam de tal forma a história da humanidade que, no futuro, passam a ser referenciados como antes e depois deles. Foi assim com as guerras mundiais tanto na primeira como na segunda, em que morreram milhões de pessoas. As catástrofes têm o potencial de devastar vidas, mas produzem efeitos positivos, que transformam a sociedade. Não podemos jamais cultuar a violência, mas também não podemos negar que o Japão não seria o mesmo se não tivesse ocorrido a tragédia de Hiroshima. Tudo isso nos faz crer que alguma mudança deverá ocorrer na humanidade depois que passarmos pela pandemia do coronavírus. A primeira lição tem a ver com humildade. Somos seres inteligentes capazes de enviar naves ao espaço, mas ao mesmo tempo somos frágeis; um simples vírus pode matar pessoas e abalar a economia do plane-
ta. Precisamos ser humildes, pois desafiar a natureza é flertar com a morte; vejam quantos jovens que nunca tiveram problemas de saúde estão morrendo. Outra lição da pandemia é o respeito à natureza principalmente com o ar que respiramos; aprendemos que a mesma porta pela qual entra a vida, pode entrar também a morte na forma de micropartículas que nos infectam. Precisamos aprender a respirar com gratidão e proteger mais o meio ambiente que é o nosso lar comum. Talvez, quando tudo passar, possamos ter uma opinião diferente diante de temas que envolvam questões climáticas e preservação do meio ambiente. O isolamento social nos permite conhecer o outro mais profundamente e conhecendo, poder conviver e perdoar fazendo uma experiência religiosa concreta. A maior lição, entretanto é sobre espiritualidade. As religiões se esforçam para nos ensinar sobre caridade e compaixão, mas precisou vir um
Dízimo
vírus para nos sensibilizar. É animador ver as pessoas compartilhando e se ajudando mutuamente; é emocionante ver a bondade estampada no semblante de quem dá e, ao mesmo tempo, a alegria no sorriso de quem recebe. Por fim aprendemos de maneira implacável que a vida é um dom de Deus que depende da saúde, mas a saúde não pode ser um bem de poucos e sim um bem comum, pois habitamos o mesmo planeta e respiramos o mesmo ar. Concluindo, não existe vida segura e sadia sem que haja justiça e fraternidade.
Padre Ítalo Sá Assessor Diocesano da Pastoral do Dízimo
Partilha e Providência
Todos os fieis batizados são responsáveis pela manutenção da paróquia
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aros irmãos e irmãs em Cristo, a paz do Ressuscitado esteja convosco. Estamos vivendo um tempo singular na história da humanidade, compreendemos que a sociedade como um todo está passando por um período de crise, seja na área da saúde, existencial, bem como econômica. Sabemos que a gravidade da pandemia exige de nós o isolamento social para contermos e ajudarmos junto a área de saúde a fim de que não haja uma superlotação nos hospitais e os médicos tenham que “escolher” a quem será beneficiado pelos equipamentos hospitalares. Por conta da pandemia, as paróquias estão com suas atividades suspensas, e a Santa Missa tem acontecido de modo privado e os fieis estão acompanhando pelas
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redes sociais, e isto tem alimentado a vida espiritual do povo de Deus. Acompanhe as celebrações e as orações que sua comunidade tem realizado a fim de que esteja unido a ela e possa nutrir e fortalecer sua fé. Todos os fieis batizados são responsáveis pela manutenção da paróquia. E queremos contar com a colaboração de todos os dizimistas, que tornam possível a evangelização e a continuidade da missão que a Igreja é chamada a desempenhar: “anunciar o Evangelho a toda a criatura” (Mc 16,15). Cada paróquia de nossa diocese tem adotado medidas para a arrecadação do dízimo e ofertas neste tempo de pandemia. Entre em contato com sua comunidade paroquial e verifique os meios pelos quais você poderá realizar sua partilha. Confiemos na providência de nosso Deus. Ele não nos deixará faltar o necessário.
Partilhar, contribuir com nossa comunidade é sinal de fidelidade a Deus, sinal de nossa pertença na Igreja de Cristo. Apesar das dificuldades enfrentadas, tenhamos a certeza que não estamos sozinhos, Deus caminha com seu povo, Ele é nosso sustento, nosso auxílio. Que Cristo Ressuscitado renove nosso viver, e que o Espírito do Senhor repouse sobre nós. Que a Santíssima Virgem, nossa Mãe, cuide de vossos filhos. Assim seja!
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CNBB
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nalidade – ADI 5581 –, que versa sobre a nota é uma resposta ao fato de o Su- liberação do aborto em caso de Zika vírus. premo Tribunal Federal (STF) ter agendado O julgamento tinha sido adiado em maio para o próximo dia 24 de abril o julgamen- do ano passado após pressão de diverto da Ação Direta de Inconstitucionalidade sos movimentos pró-vida. A votação está – ADI 5581 –, que versa sobre a liberação prevista para acontecer de forma virtual. do aborto em caso de Zika vírus. EM DEFESA DA VIDA: Brasília.
mete, de modo inarredável, na defesa da vida, em todas as suas etapas, desde a fecundação até seu fim natural. Este compromisso de fé é também um compromisso cidadão, em respeito à Carta Magna que rege o Estado e a Sociedade Brasileira, como no seu Art 5º, quando reza sobre a inviolabilidade do direito à vida.
A presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, porta-voz da Igreja Católica na sociedade brasileira, escreveu uma nota com o título “Em defesa da vida: É tempo de cuidar”. O documento, em sintonia com segmentos, instituições, homens e mulheres de boa vontade, convoca todos a defenderem a vida, contra o aborto, e se dirige publicamente, como o faz em carta pessoal, aos ministros do Supremo Tribunal Federal, para que eles defendam o dom inviolável da vida.
2. Preocupa-nos e nos causa perplexida-
A nota é uma resposta ao fato de o Supremo Tribunal Federal (STF) ter agendado para o próximo dia 24 de abril o julgamento da Ação Direta de Inconstitucio-
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É TEMPO DE CUIDAR
A Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, porta-voz da Igreja Católica na sociedade brasileira, em sintonia com segmentos, instituições, homens e mulheres de boa vontade, convoca a todos pelo empenho em defesa da vida, contra o aborto, e se dirige, publicamente, como o faz em carta pessoal, aos Senhores e Senhoras Ministros do Supremo Tribunal Federal para dizer, compartilhar e ponderar argumentações, e considerar, seriamente, pelo dom inviolável da vida, o quanto segue:
1. “É tempo de cuidar”, a vida é dom e
compromisso! A fé cristã nos compro-
des, no grave momento de luta sanitária pela vida, neste tempo de pandemia do COVID-19, desafiados a cuidar e amparar muitos pobres e empobrecidos pelo agravamento da crise econômico-financeira, saber que o Supremo Tribunal Federal pauta para este dia 24 de abril 2020, em sessão virtual, o tratamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADI 5581, ajuizada pela Associação Nacional dos Defensores Públicos – ANADEP, requerendo a declaração de inconstitucionalidade de alguns dispositivos da Lei 13.301/2016 e a interpretação conforme a Constituição de outros dispositivos do mesmo diploma legal. Maio de 2020
CNBB 3. Há de se examinar juridicamente a legi- 13.985/2020). Desta forma, parece-nos timidade ativa desta Associação de Defensores Públicos, como bem destacado nas manifestações realizadas nos autos pela Presidência da República, Presidência do Congresso Nacional, Advocacia Geral da União e Procuradoria Geral da República, pois nos parece, também, que a referida Associação não é legitimada para propor a presente ADI, tendo bem presente que a Lei 13.985/2020 trouxe suporte e apoio para as famílias que foram afetadas pelo Zika vírus, instituindo uma pensão vitalícia às crianças com Síndrome Congênita como consequência.
4. A Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil-CNBB, reitera sua imutável e comprometida posição em defesa da vida humana com toda a sua integralidade, inviolabilidade e dignidade, desde a sua fecundação até a morte natural comprometida com a verdade moral intocável de que o direito à vida é incondicional, deve ser respeitado e defendido, em qualquer etapa ou condição em que se encontre a pessoa humana. Não compete a nenhuma autoridade pública reconhecer seletivamente o direito à vida, assegurando-o a alguns e negando-o a outros. Essa discriminação é iníqua e excludente; “causa horror só o pensar que haja crianças que não poderão jamais ver a luz, vítimas do aborto”. São imorais leis que imponham aos profissionais da saúde a obrigação de agir contra a sua consciência, cooperando, direta ou indiretamente, na prática do aborto.
ainda que o objeto da ação foi superado, não servindo a ação para declarar a inconstitucionalidade de outra lei que não a inicialmente combatida.
6. A CNBB requer, portanto, que, acaso
Esperamos e contamos que a Suprema Corte, pautada no respeito à inviolabilidade da vida, no horizonte da fidelidade moral e profissional jurídica, finalize esta inquietante pauta, fazendo valer a vida como dom e compromisso, na negação e criminalização do aborto, contribuindo ainda mais decisivamente nesta reconstrução da sociedade brasileira sobre os alicerces da justiça, do respeito incondicional à dignidade humana e na reorganização da vivência na Casa Comum, segundos os princípios e parâmetros da solidariedade.
seja superada a preliminar de ilegitimidade ativa suscitada por todas as autoridades públicas que se manifestaram, e não seja extinta a ADI pela perda do objeto, no mérito não sejam acolhidos quaisquer dos pedidos formulados para autorizar, de qualquer forma, o aborto de crianças cujas mães sejam diagnosticadas com o Cordialmente, Zika vírus durante a gestação.
7. Reafirmamos, fiéis ao Evangelho de Brasília, 19 de abril de 2020
Jesus Cristo, nosso repúdio ao aborto e Domingo da Misericórdia quaisquer iniciativas que atentam contra Dom Walmor Oliveira de Azevedo a vida, particularmente, as que se aproPresidente veitam das situações de fragilidade que atingem as famílias. São atitudes que utiDom Jaime Spengler lizam os mais vulneráveis para colocar em 1º Vice-presidente prática interesses de grupos que mosDom Mário Antônio da Silva tram desprezo pela integridade da vida 2º Vice-presidente humana. (S. João Paulo II, Carta Encíclica Dom Joel Portella Amado Evangelium Vitae, 58) Secretário-geral
5. A Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil insta destacar que o combatido artigo 18 da referida Lei 13.301/2016, cuja ADI pretendia a declaração de inconstitucionalidade de alguns dispositivos, foi completamente revogado pela MP 894 de 2019, convertida em Lei em 2020 (L. Maio de 2020
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Aconteceu
Missa dos Santos Óleos
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o dia 09 de abril às 10h, Dom Edmilson Amador Caetano, presidiu a Missa dos Santo Óleos, também conhecida como a Missa da Unidade, na Capela do Seminário Diocesano Imaculada Conceição – Lavras. Devido a situação de isolamento social provocado pela pandemia do COVID-19, a participação na missa foi restrita aos sacerdotes, diácono e seminaristas, seguindo as devidas orientações de segurança e prevenção. Durante esta celebração, se abençoa o óleo dos catecúmenos e dos enfermos e se
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consagra o óleo do Santo Crisma. Após o término do rito, os padres voltam para suas comunidades e levam a porção dos óleos para que possa ocorrer a prática dos sacramentos dos seus fiéis. Nela também se renovam as promessas sacerdotais pronunciadas no dia da ordenação, expressando a comunhão diocesana em torno do Mistério Pascal de Cristo, constituindo um momento forte de comunhão eclesial, de participação intensa das comunidades e de valorização dos sacramentos da vida da Igreja.
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Aconteceu
A Fé no Ressuscitado multiplica a Solidariedade nas ruas durante a Pandemia S olidariedade nunca teve tanto sentido como em tempos de pandemia. No início da situação de isolamento social, a preocupação dos agentes da Pastoral de Rua era como seria possível continuar com os trabalhos, se as doações vinham em sua maioria através dos participantes das missas em nossas comunidades. Tendo sido suspensas as missas, não chegariam as doações. Aí ecoou a SOLIDARIEDADE, surgiu a ideia de pedir doações pelas redes sociais e as pessoas abraçaram a proposta de amor aos irmãos de rua e aqueles que não ajudavam passaram a colaborar, o que era apenas virtual se tornou real. É lindo ver o quanto a solidariedade está viva em nossas Igrejas, as doações surgem de todas as partes da Diocese e desta forma podemos continuar a distribuição de refeições normalmente todas
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as noites, sábado e domingo aos irmãos de rua. O que distribuímos é mais do que marmitas de alimentos, são verdadeiras Marmitas cheias de amor e esperança, porém, ainda falta algo que é uma marca fundamental da Pastoral de Rua, que é a convivência com os irmãos que acontece através: do abraço; do não ter pressa; do brincar; com aqueles que encontramos pelas ruas. Dia 19 de abril, domingo da misericórdia, realizamos a ação de banho e corte de cabelo e um dos assistidos após este ato tão simples, disse: “Padre que delícia poder tomar um banho”. Em cada foto publicada é possível perceber o amor, a fé e a esperança como essência do Cristo ressuscitado nas ruas. Padre Paulo Leandro
Assessor Diocesano da Pastoral de Rua
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Seminário
Padre Edson Roberto dos Santos Reitor do Seminário Propedêutico Santo Antônio
A Pandemia e a vida no Seminário
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s conseqüências da pandemia do Covid19 atingiram o ambiente religioso. Por uma questão sanitária, bom senso e preocupação com a vida, nossas igrejas estão fechadas desde a terceira semana de março, quando foi publicado decreto do nosso bispo diocesano com orientações em tempo de pandemia. De lá para cá, ficamos sem celebrações e encontros presenciais. Apesar das igrejas abertas para visitação pessoal e individual, as ações evangelizadoras passaram a acontecer de maneira digital. Aconteceu em todo o mundo, um “boom” de transmissões de missas e outros momentos pelas mídias e redes sociais. Até mesmo quem não gostava de “aparecer na rede” foi obrigado a se lançar no universo virtual. A mudança na sociedade foi além das questões médicas e sanitárias, que aliás é um problema a ser vencido e ainda não resolvido e pavimentou uma nova cultura que atingiu nossas igrejas e também o nossos seminários. O que mudou em nossos seminários nestes tempos de pandemia? Em nossa diocese de Guarulhos, conforme orientação do nosso bispo e colégio dos formadores, para preservar a saúde de nossos seminaristas, eles foram dispensados do estágio pastoral aos finais de semana. Desde o início, estamos confinados no seminário e só saímos para algo realmente essencial. Foram tomadas
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medidas para prevenção e higiene dentro de nossas casas formativas para todos: padres, formandos e funcionários. Mas a grande mudança não foi o ficar “isolado”, mas a tecnológica. Os seminaristas tiveram que adaptar seus processos de estudos tradicionais para um esquema “hight-tech”. Aulas passaram a ser virtuais e os estudos dirigidos à distância pelos professores. Seja no propedêutico ou no seminário maior, nossos seminaristas permanecerem com o ritmo de estudo. Para isto foi necessário as adaptações, uso de novas tecnologias e aplicativos, que antes estavam presentes, mas não de maneira tão vital. O momento também forçou a experiências com as tão conhecidas “lives” e transmissões de missas para o contato com todos os amigos do seminário. Neste ano, aconteceu pela primeira vez, exatamente no dia 19, o nosso primeiro encontro vocacional totalmente virtual. Tão acostumados com os encontros na forma de retiro, desta vez aconteceu pelo aplicativo Zoom e pelo facebook. Os jovens vocacionados não tiveram nenhuma dificuldade com este método, pois são filhos da chamada “Geração Z”. Essa cultura digital forçada pela pandemia do coronavirus, mostrou a importância da Igreja como um todo a se adequar aos novos meios de comunicação e tecnologias. Ela nos pegou de sur-
presa para nos fazer pensar que é preciso investir em materiais e equipamentos, formação técnica e qualificação para a comunicação e marketing religioso. Nesta nova cultura, o uso dos recursos tecnológicos será uma obrigatoriedade, até mesmo nos ambientes mais vulneráveis e pobres. O padre do futuro deverá ter “cheiro de ovelha” como ensina o Papa Francisco, ter todas as qualidades próprias para a vivência do sacerdócio, mas precisará saber fazer das tecnologias e mídias sociais uma aliada. Cabe aos formadores e faculdades preverem formação adequada para esta chamada “Pastoral da Comunicação”. Além da mudança na forma dos estudos, confinados nas duas residências, o Seminário Maior do Lavras e a Casa Propedêutica, nossos seminaristas tiveram a oportunidade de vivenciar a semana santa de maneira diferente e intensa. Ela foi vivida em comunidade, com os “irmãos da casa”. Esta experiência foi única e nos permitiu aprofundar as relações e vida de oração comunitárias. Na prática, a rotina de oração foi mantida, como de costume e até mais intensificada pelo contexto. E seguimos aguardando o desenrolar da história. De qualquer modo este tempo, por mais dramático que seja, está causando profundas mudanças positivas também em nossa vida. Maio de 2020
Especial
Mensagem aos Trabalhadores e Trabalhadoras Grande é a dignidade do trabalho, pois honra os trabalhadores.
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esse primeiro de maio queremos nos dirigir a todos os trabalhadores e trabalhadoras de nossa cidade de Guarulhos. O trabalho é o centro, tanto na vida de cada pessoa, de cada família, como na organização e funcionamento de toda a sociedade. Ele ocupa a maioria do tempo e determina, em grande parte, a vida das pessoas. No livro do Gênesis nós encontramos a chave de leitura do valor do trabalho. Deus criou o ser humano, “homem e mulher”, à sua imagem e semelhança e disse: “Crescei e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a cf Gn 1,27.28. Essas palavras indicam a vocação de todo ser humano no mundo: transformá-lo em lugar aprazível para nele viver e louvar o Criador. Essa atividade transformadora do mundo reflete a própria ação do Criador. Diante disso o mundo do trabalho não deve ser fonte de lucro ou de capital acumulado às custas da miséria dos trabalhadores. O planeta terra deve ser nossa casa comum de igualdade e fraternidade para todos os seres humanos, onde não haja exploração do homem sobre o homem. Muitos direitos trabalhistas foram tirados da legislação, direitos que para conquistá-los houve muita luta e resistência de trabalhadores, muitos ficaram pelo caminho, na busca de vida mais digna. Em 2017 foi promovida uma reforma trabalhista, prometendo uma redução significativa do desemprego que estava em torno
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de 12,3 milhões de pessoas. Foram alterados dispositivos da CLT – consolidação das leis trabalhistas, que facilitou o teletrabalho, o trabalho intermitente, a terceirização de serviços, facilidade na contratação de autônomos. Dois anos depois em novembro de 2019 o quadro do desemprego não alterou significativamente como foi propagado. E iniciamos 2020 com uma taxa de 11,9 milhões de desempregados. E no governo atual desde que assumiu em 2019, os trabalhadores continuam sofrendo fortes retrocessos em seus direitos e garantias, pois sua política econômica defende somente os interesses do mercado financeiro especulativo. Em março de 2020 enfrentamos o início de uma terrível pandemia do Coronavírus, fato que trouxe à tona muitos problemas na área da saúde, problemas sociais e econômicos, com fortes reflexos negativos no mundo do trabalho. Estas alterações trabalhistas como: facilidades para precarização do trabalho, redução da renda familiar, e trabalhos informais foram sentidas fortemente neste tempo de pandemia. Precisamos reconhecer e valorizar cada vez mais as organizações sociais e sindicais, que organizam e defendem os direitos dos trabalhadores, para que retomem seu papel histórico de organização da classe trabalhadora, para assim enfrentar os desafios da conjuntura social agravada pela crise sanitária causada pelo coranavírus, que mais uma
vez recairá nas costas dos trabalhadores. É necessário retomar o desenvolvimento econômico com distribuição de renda, que valorize a pessoa humana, fortalecer a pequena e média indústria assim como o pequeno comércio que são geradores de emprego e contribuem diretamente com o fortalecimento da economia local. Dia 1º de maio é dia de lançar um grito de solidariedade, um grito pela vida. Que haja uma solidariedade fraterna entre os trabalhadores, e para com os trabalhadores, principalmente com aqueles que estão sem emprego. O trabalhador está em todo tecido social, é hora de se levantar, sejamos solidários, sejamos humanos. Santo Atanásio escreveu: “O cristão é convocado a trabalhar não só para conseguir o pão, mas também por solicitude para com o próximo mais pobre, ao qual o Senhor ordena dar de comer, de beber, de vestir e atenção”. Também nos diz o Papa Francisco: “Hoje não é apenas a dignidade do empregado que está em jogo, mas a dignidade do trabalho de todos, e da casa de todos a, nossa mãe terra”. Que São José operário rogue por todos os trabalhadores e trabalhadoras, para que não lhes faltem trabalho, e que seus direitos sejam reconhecidos e garantidos. Comissão Diocesana das Pastorais Sociais
Maio de 2020
Mensagem do Papa Carta do Papa Francisco a todos os fiéis para o Mês de Maio de 2020
Queridos irmãos e irmãs!
J
á está próximo o Mês de Maio, no qual o povo de Deus manifesta de forma particularmente intensa o seu amor e devoção à Virgem Maria. Neste mês, é tradição rezar o Terço em casa, com a família; dimensão esta – a doméstica –, que as restrições da pandemia nos «forçaram» a valorizar, inclusive do ponto de vista espiritual. Por isso, pensei propor-vos a todos que volteis a descobrir a beleza de rezar o Terço em casa, no mês de maio. Podeis fazê-lo juntos ou individualmente: decidi vós de acordo com as situações, valorizando ambas as possibilidades. Seja como for, há um segredo para bem o fazer: a simplicidade; e é fácil encontrar, mesmo na internet, bons esquemas para seguir na sua recitação. Além disso, ofereço-vos os textos de duas orações a Nossa Senhora, que podereis rezar no fim do Terço; eu mesmo as rezarei no Mês de Maio, unido espiritualmente convosco. Junto-as a esta Carta, para que assim fiquem à disposição de todos. Queridos irmãos e irmãs, a contemplação do rosto de Cristo, juntamente com o coração de Maria, nossa Mãe, tornar-nos-á ainda mais unidos como família espiritual e ajudar-nos-á a superar esta prova. Eu rezarei por vós, especialmente pelos que mais sofrem, e vós, por favor, rezai por mim. Agradeço-vos e de coração vos abençoo. Roma, São João de Latrão, na Festa de São Marcos Evangelista, 25 de abril de 2020. Francisco
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Folha Diocesana de Guarulhos
Oração a Maria «À vossa proteção, recorremos, Santa Mãe de Deus». Na dramática situação atual, carregada de sofrimentos e angústias que oprimem o mundo inteiro, recorremos a Vós, Mãe de Deus e nossa Mãe, refugiando-nos sob a vossa proteção. Ó Virgem Maria, volvei para nós os vossos olhos misericordiosos nesta pandemia do coronavírus e confortai a quantos se sentem perdidos e choram pelos seus familiares mortos e, por vezes, sepultados duma maneira que fere a alma. Sustentai aqueles que estão angustiados por pessoas enfermas de quem não se podem aproximar, para impedir o contágio. Infundi confiança em quem vive ansioso com o futuro incerto e as consequências sobre a economia e o trabalho. Mãe de Deus e nossa Mãe, alcançai-nos de Deus, Pai de misericórdia, que esta dura prova termine e volte um horizonte de esperança e paz. Como em Caná, intervinde junto do vosso Divino Filho, pedindo-Lhe que conforte as famílias dos doentes e das vítimas e abra o seu coração à confiança. Protegei os médicos, os enfermeiros, os agentes de saúde, os voluntários que, neste período de emergência, estão na vanguarda arriscando a própria vida para salvar outras vidas. Acompanhai a sua fadiga heróica e dai-lhes força, bondade e saúde. Permanecei junto daqueles que assistem noite e dia os doentes, e dos sacerdotes que procuram ajudar e apoiar a todos, com solicitude pastoral e dedicação evangélica. Virgem Santa, iluminai as mentes dos homens e mulheres de ciência, a fim de encontrarem as soluções justas para vencer este vírus. Assisti os Responsáveis das nações, para que atuem com sabedoria, solicitude e generosidade, socorrendo aqueles que não têm o necessário para viver, programando soluções sociais e económicas com clarividência e espírito de solidariedade.
Maria Santíssima tocai as consciências para que as somas enormes usadas para aumentar e aperfeiçoar os armamentos sejam, antes, destinadas a promover estudos adequados para prevenir catástrofes do género no futuro. Mãe amadíssima, fazei crescer no mundo o sentido de pertença a uma única grande família, na certeza do vínculo que une a todos, para acudirmos, com espírito fraterno e solidário, a tanta pobreza e inúmeras situações de miséria. Encorajai a firmeza na fé, a perseverança no serviço, a constância na oração. Ó Maria, Consoladora dos aflitos, abraçai todos os vossos filhos atribulados e alcançai-nos a graça que Deus intervenha com a sua mão omnipotente para nos libertar desta terrível epidemia, de modo que a vida possa retomar com serenidade o seu curso normal. Confiamo-nos a Vós, que resplandeceis sobre o nosso caminho como sinal de salvação e de esperança, ó clemente, ó piedosa, ó doce Virgem Maria. Amém.
Maio de 2020