Folha Diocesana - 293

Page 1


EDITORIAL | O SENHOR FEZ EM NÓS MARAVILHAS! O encerramento

das comemorações do jubileu de 40 anos da Diocese de Guarulhos celebrado na solenidade de Cristo Rei de 2021, é o ápice de uma longa caminhada que teve início no dia 05 de abril de 2019 com previsão para o término de 05 de abril de 2020, porém uma triste situação surpreendeu a todos e de modo especial a equipe organizadora das comemorações do jubileu, o surgimento da pandemia Covid-19. A programação foi totalmente alterada e novas ações foram inseridas. A abertura em 2019 foi realizada no Centro Diocesano de Pastoral com a ilustre presença de Dom Emílio Pignoli, bispo emérito de Campo Limpo, que no contexto do nascimento da diocese era o bispo da Diocese de Mogi das Cruzes. Neste mesmo dia foram lançados o brasão da Diocese e o brasão

do Bispo Dom Edmilson Amador Caetano, que se tornaram frutos permanentes como identidade visual e unidade diocesana. Na missa dos Santos Óleos do mesmo ano, foram apresentadas as vestes personalizadas do bispo, sacerdotes e diáconos que também se tornaram sinais visíveis de unidade. A peregrinação da Imagem da Imaculada Conceição, padroeira diocesana, percorreu todas as paróquias mesmo em tempos de pandemia, demonstrando a força da esperança de superação de toda dor promovida pelo isolamento social. Dom Edmilson Amador Caetano, mesmo abatido por ter que ver as Igrejas fechadas, jamais desistiu de celebrar o jubileu, realizou a romaria diocesana ao Santuário de Aparecida, somente com o clero, e propôs inserir novas ações como sinais de comemoração: o desenvolvimento do proces-

ENFOQUE PASTORAL | Amados

diocesanos nos aproximamos do fim do ano e neste mês em que celebraremos o término do ano litúrgico na Solenidade de Jesus Cristo Rei do Universo em 21 de novembro, somos todos convocados a celebrar o encerramento dos festejos do jubileu de 40 anos de nossa Diocese. E também celebramos o dia do leigo e a JMJ (Jornada Mundial da Juventude) diocesana. Muitas graças e alegrias o Senhor tem reservado para nós no término de mais um ano. Neste dia teremos a presença de todos os padres, religiosos e religiosas e leigos representando as paroquias. Será uma grande ação de graças ao Senhor que ao longo deste anos tem realizado maravilhas em nossa cidade de Guarulhos.

2

so da Assembleia Diocesana; a ordenação do primeiro diácono permanente da Diocese de Guarulhos e o lançamento do Hinário Louvai. Creio que diante de todos os imprevistos e desafios, devemos cantar com mais força o refrão do hino do jubileu: “O Senhor fez em nós maravilhas! Santo, santo é seu nome! Vem e anuncia, canta confiante com muito amor, com grande alegria!” Agradeço a Dom Edmilson Amador Caetano e aos membros da coordenação diocesana de pastoral pela confiança em mim para liderar e motivar a comissão organizadora do jubileu, constituída por pessoas capacitadas com dons diferentes a serviço da Igreja de Jesus Cristo e que juntos realizaram maravilhas. Pe. Marcos Vinícius Clementino

Folha Diocesana de Guarulhos | Novembro 2021

03

rito Santo. Tendo consciência que estamos ainda vivendo a pandemia do Covid-19, retomamos as atividades com todos os cuidados necessários. E sabemos que constantemente somos chamados a permanecer fiéis ao chamado do Senhor: “Ide por todo o mundo, proclamai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15). E a conservar a nossa fé no amor de Deus que nos conserva. Em nosso batismo fomos “alcançados por Cristo Jesus” (Fl 3, 12). O Seu Amor nos sustenta e impele. Roguemos a Virgem Maria, Mãe de Deus e nossa, para que inspirados Nele, confiemos no Senhor e na sua providência, que nunca falha. Coragem! Pe. Marcelo Dias Soares Coordenador Diocesano de Pastoral

Voz do Pastor

SÍNODO DOS BISPOS 2023 FASE DIOCESANA

04 Liturgia O ADVENTO: SIGNIFICADO E SUA IMPORTÂNCIA

06

Por uma Igreja Sinodal:

COMUNHÃO PARTICIPAÇÃO E MISSÃO

07 Bíblia REZAR PELOS MORTOS?

HÁ FUNDAMENTAÇÃO BÍBLICA?

08

Aconteceu

13

Mensagem do Papa

Jornalista e Diretor Geral

“CONSERVAI-VOS NO AMOR DE DEUS” (JD 1,21)

Em enfoque pastoral coloco também a atualização do clero, o inicio do processo de escuta na diocese de Guarulhos do Sínodo do Bispos, o lançamento da Novena de Natal, o lançamento e ensaios do novo Louvai, as atividades pastorais das paróquias e na diocese que vão aos poucos retomando seu ritmo. Neste mês também iremos celebrar o dia mundial dos pobres, que foi instituído em toda a Igreja pelo Papa Francisco, em 2016, ao final do Jubileu da Misericórdia. A data é celebrada anualmente no penúltimo domingo do ano litúrgico (XXXIII Domingo do Tempo Comum), que em 2021 será 14 de novembro. Bendito seja Deus! Cheios de esperança e confiança no Senhor, caminhamos animados pelo Espí-

EDIÇÃO | NOVEMBRO 2021

PEREGRINAÇÃO DA IMAGEM N. SENHORA DA CONCEIÇÃO

MENSAGEM DO PAPA PARA A XXXVI JMJ 2023

EXPEDIENTE Jornalista Responsável PE. MARCOS V. CLEMENTINO MTB 82732 Orientação Pastoral PE. MARCELO DIAS SOARES Editoração Eletrônica DENIS SAVIANI FILGUEIRAS Tiragem: ON-LINE CÚRIA DIOCESANA DE GUARULHOS Av. Gilberto Dini, 519 - Bom Clima, Guarulhos - 07122-210 | 11 2408-0403 www.diocesedeguarulhos.org.br folhadiocesana@diocesedeguarulhos.org.br


VOZ DO PASTOR FASE DIOCESANA - SÍNODO DOS BISPOS 2023:

“PARA UMA IGREJA SINODAL:COMUNHÃO, PARTICIPAÇÃO E MISSÃO” 32) Por conseguinte todos os batizados, participantes da função sacerdotal, profética e real de Cristo, no exercício da multiforme e ordenada riqueza dos seus carismas, das suas vocações, dos seus ministérios são sujeitos ativos de evangelização, quer individualmente quer como totalidade.

N

o último dia 17 de outubro tivemos a abertura da fase diocesana do Sínodo dos bispos de 2023. No meu artigo, mês passado, já expliquei o porquê disso tudo. Entretanto, muitos questionamentos podem surgir diante deste evento – fase diocesana de um Sínodo dos bispos, com uma ampla consulta ao Povo de Deus. Será que falar de uma Igreja constitutivamente sinodal é uma novidade tal, que trairia a doutrina da Igreja, a Tradição e a própria Revelação contida nas Escrituras? Vejamos primeiramente como se fundamenta doutrinalmente esta sinodalidade da Igreja. Alguns pontos do Concílio Vaticano II que, como sabemos, se arraiga na sadia Tradição da Igreja, fundamentam esta constituição sinodal, seja nas suas considerações e disposições doutrinais como nas indicações pastorais. Assim nos recorda o Documento Preparatório do Sínodo 12: “...aprouve a Deus salvar e santificar os homens, não individual, excluída qualquer ligação entre eles, mas formando com eles um povo, que o conhecesse na verdade e o servisse na santidade (LG 9). Os membros do Povo de Deus irmanados pelo batismo e ‘ainda que por vontade de Deus, alguns são constituídos como doutores, administradores dos mistérios e pastores para os outros, reina afinal entre todos verdadeira igualdade no que respeita à dignidade e quanto à atuação comum a todos os fiéis para a edificação do corpo de Cristo. (LG

Assim sendo, o fundamento principal é a dignidade e igualdade com a qual fazemos parte do Povo de Deus: o nosso Batismo. Somente como membros de Cristo, seus discípulos, buscando ter os mesmos sentimentos que Ele, é que podemos “caminhar juntos”. Colocando em relevo o que foi dito acima, esta igualdade e dignidade não anula os carismas e vocações de cada um dentro da Igreja. Não se pode, por exemplo, pensar numa Igreja constitutivamente sinodal sem o carisma dos pastores ( Constituição hierárquica da Igreja, Lumen Gentium, capítulo III): a pregação dos bispos, como sucessores dos Apóstolos (cf. DV 8), o próprio colégio episcopal sob presidência do sucessor do Apóstolo Pedro e a ação do Espírito Santo gerando a concordância entre pastores e fiéis (cf. DV 10). Outro ponto doutrinal importante a ser considerado é o chamado “sensus fidei” sentido da fé, expresso no “sensus fidelium”, sentido da fé expresso pelo conjunto dos fiéis. “A totalidade dos fiéis , que receberam a unção que vem do Espírito Santo, não pode enganar-se na fé, e manifesta esta sua propriedade característica através do sentido sobrenatural da fé do povo inteiro, quando desde os bispos até aos últimos dos fiéis leigos, exprime o seu consenso universal a respeito das verdade da fé e costumes.” (LG 12) É preciso estar atento, entretanto, que se trata de um “caminhar juntos”, não por imposição, mas por comunhão na Palavra de Deus, na unção do Espírito Santo e num verdadeiro espírito de conversão e unidade.

Este “todos em escuta” não assume os dinamismos da democracia centrados no princípio do que quer a maioria, simplesmente. Aqui tudo deve estar centrado na “paixão” pela fidelidade à Igreja que tem por missão neste mundo continuar a obra redentora de Nosso Senhor Jesus Cristo. Concluo esta minha proposta de reflexão com as palavras do Documento Preparatório 15: “O sentido do caminho ao qual todos somos chamados consiste, antes de mais nada em descobrir o rosto e a forma de uma Igreja Sinodal, em que cada um tem algo a aprender. Povo fiel, colégio episcopal, bispo de Roma: um à escuta dos outros e todos à escuta do Espírito Santo, o Espírito da Verdade para conhecer aquilo que Ele diz às Igrejas. O bispo de Roma, como princípio e fundamento da unidade da Igreja, pede que todos os bispos e todas as Igrejas particulares, nas quais e a partir das quais existe a Igreja Católica una e única, entrem com confiança e coragem no caminho da sinodalidade...Uma Igreja sinodal é um sinal profético sobretudo para uma comunidade de nações, incapaz de propor um projeto partilhado, através do qual perseguir o bem todos; praticar a sinodalidade é hoje para a Igreja, uma maneira mais evidente de ser “sacramento universal de salvação” e sinal e instrumento de união com Deus e unidade de todo o gênero humano (Cf. LG 1) Bem, irmãos e irmãs, desde os inícios de novembro será disponibilizado nas redes sociais da diocese o questionário da escuta. Poderá, sim, ser respondido individualmente, mas que seja preferencialmente respondido em grupo, conforme a organização das paróquias. Por que? Para que aprendamos a escutar o outro. Não só escutar, mas perscrutar o que o outro sente e deseja. Mais que isso, perscrutar o que o Espírito Santo possa estar dizendo através do outro.

Dom Edmilson A. Caetano, O. Cist. Bispo Diocesano de Guarulhos

Novembro 2021 | Folha Diocesana de Guarulhos

3


LITURGIA | O ADVENTO

A

dvento não significa espera, como poderia se supor, mas é a tradução da palavra grega parusia, que significa presença, ou melhor, chegada, quer dizer, presença começada. Nos tempos antigos era habitual para mencionar a presença de um rei ou senhor. O Advento significa a presença começada do próprio Deus. A presença do Cristo no mundo como Salvador. Advento, a vinda do Senhor, já começada. Para levar o cristão a não ficar preso àquilo que passou, mas Àquele que virá. Nosso olhar deve estar voltado para o Senhor que vem.

Somos recordados de duas coisas neste tempo cheio de esperança: primeiro, que a presença de Deus no mundo já começou, e que ele já está presente de uma maneira oculta; em segundo lugar, que essa presença de Deus acaba de começar, ainda que não seja total, mas está em processo de crescimento e amadurecimento. Sua presença já começou, e somos nós, os crentes, que, por sua vontade, devemos fazê-lo presente no mundo. O tempo do Advento tem duração de quatro semanas. Ele se encerra na tarde de 24 de dezembro, quando começa o Tempo de Natal. O Advento se divide em dois períodos: Primeiro Período: do primeiro domingo do Advento até 16 de dezembro, a Igreja nos orienta na esperança da vinda gloriosa de Cristo em todos os seus aspectos: sua vinda há dois mil anos, sua vinda agora, a cada dia, e sua vinda no fim dos tempos. Segundo Período: do dia 16 até o dia 24 de dezembro somos orientados mais diretamente à preparação para o Natal e convidados a viver com mais alegria, porque já está próximo o cumprimento da promessa salvífica de

Deus. Neste período, os Evangelhos nos preparam para o nascimento de Jesus. Nessas quatro semanas, cada domingo é um novo marco preparatório para o advento de Jesus.

Primeiro Domingo: Vigilância na espera do Senhor Segundo Domingo: Conversão Terceiro Domingo: O sim de Maria Quarto Domingo: O anúncio do nascimento de Jesus a José e Maria. E por fim podemos afirmar que pela nossa fé, esperança e amor que Ele quer fazer brilhar a luz continuamente na noite do mundo. De modo que as luzes que acendamos nas noites escuras deste tempo sejam ao mesmo tempo consolo e advertência.

Pe. Francisco G. Veloso Jr. Comissão Diocesana de Liturgia

FALANDO DA VIDA | INIMIGO DE SÍ MESMO PORQUE É TÃO DIFÍCIL PERDOAR-SE? às vezes vem da infância e está relacionada e autopunitiva pode ser substituída por uma ao processo de educação a que fomos sub- postura autocompassiva que compreende e considera a nossa história e os traumas que metidos. vivemos no passado, sob a perspectiva do Indivíduos que na infância sofreram não julgamento. traumas, repressões de afetos, que não foNinguém erra porque quer, a naturam encorajados a tomar decisões, desen- volvem complexos de inferioridade que os reza humana pressupõe o erro. A regra de impedem de ir adiante, pois consideram que ouro diz: “Faça para os outros aquilo que qualquer tentativa de protagonismo deve gostaria que eles fizessem para você”. Essa ser evitada. O que no começo era apenas regra pressupõe que queremos o nosso uma defesa, passa a ser uma norma que irá próprio bem, mas nem sempre isso é verdareger o confronto do sujeito com o seu am- deiro, por isso, às vezes projetamos no ou“Não sou bom o bastante, biente. Isso explica porque, na maioria das tro aquilo que não aceitamos em nós mesfaço tudo errado”. vezes, temos pessoas que tentam sempre mos. Como podemos olhar para o próximo Já repararam como perseguimos a um lugar melhor na vida, enquanto outras de maneira benevolente e gentil se não fazemos o mesmo conosco? Precisamos nós mesmos com frases pessimistas que en- se fecham e permanecem paralisadas. compartilhar nossa humanidade e perceber, fatizam fracassos, auto cobrança e autopu- Aqui não se trata de sorte ou azar, de que seja na alegria ou no sofrimento, não nição? De maneira geral não somos auto- compassivos e o nosso piloto automático inteligência ou burrice, mas sim da habilida- estamos sós neste mundo, pois em última tem a tendência de nos direcionar para o de psicológica para lidar com os pensamen- análise, somos todos um. lado negativo da vida. São esses pensa- tos. Quando temos autocompaixão aceitamentos que, levados a sério, podem condu- mos nossos erros e falhas e aproveitamos zir o indivíduo à depressão. Essa maneira de para recomeçar com um olhar menos severo Romildo R. Almeida enxergar a si mesmo como um fracassado, em relação a nós mesmos. A atitude crítica Psicólogo Clínico

4

Folha Diocesana de Guarulhos | Novembro 2021


VIDA PRESBITERAL | A PANDEMIA E OS SACERDOTES...

H

á quase dois anos estamos enfrentando essa terrível pandemia que trouxe, não somente a morte, mas também, enfermidades que vão demorar a sarar. Ela interrompeu a nossa rotina e desestabilizou nossos planejamentos. Quem, antes da pandemia, não tinha um esquema fechado de como iria caminhar nos próximos anos? E quem, no começo da pandemia, não achou que seria o fim? Me recordo de como as pessoas correram aos supermercados. De como se fecharam em suas casas. Suspenderam as visitas. Alguns proibiram até os filhos de irem às suas casas e de levarem seus netos. Muitos filhos, para cuidarem de seus pais, resolveram, por eles mesmos, não mais frequentar as casas de seus pais. De verdade, parecia ser o fim de tudo…

suas respostas podem não só ajudar os sacerdotes, mas também a outros que ainda hoje sofrem sem saber como caminhar. A primeira luz vem de uma conferência do santo padre aos sacerdotes do Colégio São Luiz dos Franceses (08/06/2021), disse ele que os sacerdotes devem assumir suas fragilidades como “lugares teológicos”. O que são lugares teológicos? São os sistemas de fontes que nos dão referência quando o assunto é fé. Pois é, ali nas fragilidades e das fragilidades próprias, o sacerdote pode se lançar ao encontro com Deus. E, nesta pandemia, mais do que nunca, teve que fazer isso. Sim, o padre é um homem e, consequentemente, frágil.

A verdade de que não é possível vencer as consequências da pandemia sozinhos ficou expressa. O fechamento gerou enfermidades psicológicas. O afastamento social gerou solidões não habitadas. E não adianta os sacerdotes acharem que, sozinhos, conseguirão dar conta de superarem este momento. Aliás, a fraternidade presbiteral é uma das maneiras mais eficazes de se vencer este e outros difíceis momentos. O santo padre disse ainda que os sacerdotes E, em meio a este caos, como devem evitar “a tentação de serem superficaram os sacerdotes? Esta pergunta e homens”. É preciso se sentar com outros

irmãos sacerdotes e partilhar e sofrer e chorar juntos. O que vou fazer sem o meu povo? questionaram muitos padres. A pandemia exigiu a redescoberta da beleza da vida comunitária, dos momentos de encontros, da troca de sorrisos e, até mesmo, dos conflitos próprios da convivência. Em meio a todas essas angústias, juntaramse outras. E como vamos honrar nossas dívidas? Sim, a economia também é uma preocupação da vida sacerdotal. Como vamos pagar as contas de água, de luz, os funcionários? Pois é, também isso trouxe sofrimento para os sacerdotes. Mas, aos poucos foram percebendo que a providência de Deus foi surpreendente. Sofreu ao ver seus paroquianos e até familiares morrendo. E, muitas vezes, teve que consolar quando, na verdade, queria ser consolado. E foi, às vezes, incompreendido porque não pôde ir nos velórios. Nas decisões tomadas na paróquia, durante a pandemia, foi julgado: “Nossa, fechou a Igreja! Como pode?” E, quando abriu a Igreja, escutou: “Que irresponsável! Como pode colocar a vida das pessoas em risco?”. Enfim, teve que fazer malabarismos para não enlouquecer. Hoje, um pouco mais tranquilizados com a situação, podemos assumir para a nossa vida a certeza de que: “Para tudo há um momento e um tempo certo para cada coisa debaixo do céu” (Ecl 3,1). Assumir que “trazemos tesouros em vasos de barro” (2 Cor, 4,7). Pe. Cristiano Sousa

Representante dos Presbíteros

Novembro 2021 | Folha Diocesana de Guarulhos

5


SÍNODO DOS BISPOS 2023 POR UMA IGREJA SINODAL: COMUNHÃO, PARTICIPAÇÃO E MISSÃO

A

Igreja na América Latina e Caribe, é chamada pelo papa Francisco, a viver um momento de escuta. Toda escuta é exigente, e a proposta sugerida para este tempo de Assembleia Eclesial é que a Igreja possa ouvir todas as pessoas as que estão inseridas na caminhada de fé das comunidades eclesiais e, especialmente, as pessoas afastadas da comunidade, ou ainda que não se sentem acolhidas, para levar à Igreja a viver com profundidade sua dimensão maternal, serviçal, samaritana e acolhedora. À Luz do Concílio Ecumênico Vaticano II, o Sínodo dos Bispos irá retomar a Eclesiologia de comunhão e a sinodalidade (que quer dizer: caminhar juntos) com o tema: Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão. O importante tema da sinodalidade não deve ser considerado com um slogan, mas um estilo e uma forma de ser pela qual a Igreja vive sua missão no mundo. É um estilo exigente, todavia porque coloca a Igreja em missão, num caminho em conjunto, com o respeito e acolhida à todas as pessoas e a cada vocação, cada uma e cada um a desempenhar o seu papel com maturidade e corresponsabilidade.

A Igreja Comunhão acontece na unidade com Cristo-Cabeça. Ela é o Corpo místico de Cristo, Ele a Cabeça e nós os membros. Portanto, não há diferença, mas deve haver dignidade entre todas e todos. Na Igreja-Comunhão, se vive o Cristo como centro da nossa fé, e não o clericalismo. É urgente concretizar esta verdade como prática da nossa fé, no nosso agir pastoral e social. O chamado à Participação implica em “um chamamento ao envolvimento de todos os que pertencem ao Povo de Deus para se empenharem no exercício de uma escuta profunda e respeitosa uns dos outros. Esta escuta cria espaço para ouvirmos juntos o Espírito Santo e guia as nossas aspirações para a Igreja do Terceiro Milênio. A participação fundamenta-se no fato de que todos os fiéis estarem capacitados e serem chamados a colocar ao serviço uns dos outros os dons que cada um recebeu do Espírito Santo. […]”. Importante mencionar que quase 70.000 participaram do processo de escuta, 65% das quais são mulheres. Este é o retrato da maioria nas nossas comunidades eclesiais, no entanto, ainda falta na Igreja e na sociedade uma plena participação das mulheres.

Deus revelado por Jesus – Reino de paz e de justiça. Formar e animar todo o Povo de Deus para que, fortalecidos na fé, possam atuar cada qual no seu ambiente familiar, na comunidade, no trabalho, no campo, junto às pessoas vulneráveis, sofridas e tão necessitadas do imenso amor de Deus. A Assembleia Eclesial na Igreja da América Latina e Caribe deixará seu legado se, todo o Povo de Deus – cristãos leigos e leigas, religiosas/os e ministros consagrados – deixar-se despertar, corajosa e profeticamente, pelos dons da Divina Ruah (Santo Espírito de Deus) que nos convida um caminho novo de abertura e de acolhimento, sem medo de reconstruir a Igreja, como disse São Francisco. O laicato brasileiro terá uma importante participação na Assembleia Eclesial da América Latina e Caribe. Das diversas vagas para delegados, 100 delas foram distribuídas aos representantes dos Regionais e Comissões do Conselho Nacional de cristãos leigos e leigas. Conto com sua oração pela feliz oportunidade de participar como representante do CNLB Regional Sul 1 – estado de São Paulo.

A Igreja não existe para si mesma. Sua Missão primeira é anunciar o Reino de

ORAÇÃO DO SÍNODO

Célia Soares de Souza

Cristã Leiga e Teóloga

Espírito Santo! Eis-nos aqui, diante de Vós, reunidos em vosso Nome. Nosso defensor, vinde, ficai conosco; tomai posse do nosso coração. Mostrai-nos o destino, caminhai connosco, conservando-nos em comunhão. Ai de nós, pecadores, se cairmos na confusão! Não o permitais. Iluminai a nossa ignorância, libertai-nos da parcialidade. Senhor que dais a vida, em Vós, a unidade, convosco, a verdade e a justiça; em marcha até à vida sem ocaso: nós vos suplicamos. Vós que soprais onde e como desejais, a todos dando a possibilidade de passar, com Jesus, ao Pai: nós vos adoramos, agora e sempre. Amém.

6

Folha Diocesana de Guarulhos | Novembro 2021


BÍBLIA | REZAR PELOS MORTOS? HÁ FUNDAMENTAÇÃO BÍBLICA?

N

este mês em que nós rezamos, de modo mais incisivo e universal pelos nossos familiares e parentes mortos, surgem essas questões: rezar pelos falecidos? Por quê? Para quê? Nossos irmãos separados (protestantes) e até alguns católicos criticam a eficácia que a nossa intercessão a favor dos mortos poderia ter. Alguns até dizem ser “superstição”. Mas tentemos, então, buscar na fonte da Palavra alguns ensinamentos a respeito da matéria em discussão. Em 2Mc 12, 38 – 45, Judas Macabeu oferece o “sacrifício pelos mortos”, uma vez que alguns mortos vitimados pela luta contra o paganismo em Jâmnia morreram em situação duvidosa, isto é, sem atestarem sua fidelidade ao Senhor, nas circunstâncias em que foram encontrados seus cadáveres. Nossa Mãe Igreja, crendo na Ressurreição de Cristo e no poder salvífico do sacrifício

da Eucaristia, aplica a prece pelos falecidos como invocação redentora, pela própria pessoa do Cristo nesse mesmo sacrifício, uma vez que o mesmo, ao voltar às moradas eternas do Pai, prometeu preparar-nos “um lugar” (Jo 14, 2 – 4). De fato, a alguns dos textos bíblicos, desde Dn 12, 2 – 3 (e também Mt 25, 31 – 46, Lc 16, 19 – 31, etc) propõem apenas dois fins para a existência humana: o céu (Reino de Deus eterno) ou o inferno, no dizer de Daniel, o opróbrio eterno, de acordo com os “méritos” de cada um. Entretanto, chama-nos a atenção as parábolas de Lc 12, 35 – 48 e Mt 18, 23 – 35 nas quais nós entendemos que há “dívidas” que podem ser pagas mesmo após o julgamento pessoal, isto é, após o “ajuste de contas” com nosso Senhor, a quem servimos. Podemos entender que, mesmo após a morte, muitos falecidos precisam “pagar” suas dívidas com o Senhor, para, enfim, ficarem “livres” e alcançar a glória definitiva. Por isso, nenhuma oração a Igreja encontrou mais eficácia do que a Eucaristia, o próprio sacrifício de Cristo pela salvação de todos, que torna incluído no plano da Divina misericórdia os que, por causa de atos falhos, se excluíram, ainda que provisoriamente, da salvação definitiva. Eles precisam “purgar-se”, isto é, purificar-se, limpar-se de seus

pecados, mesmo após a seu juízo particular com Deus, “até que paguem toda a dívida” devida a Deus e, nesse estado em que se encontram, “levarem poucas chicotadas” para serem punidos de seus erros. Portanto, a doutrina do Purgatório não é invenção da Igreja: iluminada pelo Espírito Santo, a nossa Mãe Igreja viu nos ensinamentos de Cristo não só uma advertência em relação a nossos delitos graves, mas também uma esperança de salvação, mesmo aos que já morreram em algum delito não grave na fé em Cristo Jesus. Daí ser importante rezar, sim pelos mortos, da melhor forma possível. Até porque, um dia, poderá ser algum de nós que necessitará dessa intercessão... Como nos lembra 2Mc 12, 44 – 45, se fazer um sacrifício pelos mortos naquela época era gesto honroso para os fiéis, quanto mais para nós, oferecer o próprio sacrifício de Cristo pelos nossos entes queridos, uma vez que Cristo nos prometeu que “Em verdade, em verdade vos digo: se pedirdes ao Pai alguma coisa em meu nome, ele vo-la concederá” (Jo 16, 23b). Peçamos, portanto, aos nossos entes queridos que já faleceram: “Dai-lhes, Senhor o repouso eterno e brilhe para eles a vossa luz perpétua!”

Pe. Éder Aparecido Monteiro Comissão de Liturgia

DIREITO E FAMÍLIA | ACORDO BRASIL-SANTA SÉ: PRINCIPAIS ASPECTOS Neste nosso terceiro e último artigo sobre o

“Acordo Brasil-Santa Sé”, já tendo anteriormente tratado da importância de tais acordos para nós, cristãos, bem como do contexto em que surgiu esse acordo, queremos nesta edição, como já deixamos antever, abordar brevemente os seus aspectos que tenham maior relevância para nós, católicos, sobretudo para consolidar passos em direção a um ambiente de liberdade religiosa, que favoreça a vivência de nossa fé e o anúncio do Evangelho. O primeiro aspecto foi o reconhecimento expresso do Vaticano como sujeito de Direito Internacional, o que implica ter o mesmo tratamento de qualquer país soberano, podendo celebrar acordos com outros Estados, no mesmo plano de igualdade jurídica. Estabeleceu-se que a Igreja Católica, quando no exercício de uma atividade social e educacional, tem os mesmos benefícios tributários e tratamento de outras entidades filantrópicas reconhecidas pela Lei. Sabemos que, na área caritativa, a igreja é a maior instituição existente no

mundo e foi pioneira na educação do ocidente. O Acordo, neste ponto, procurou dar a mesma liberdade que outras instituições possuem, evitando-se, assim, perseguição ao trabalho de instituições católicas, por meio da exigência de impostos que tenham por finalidade sufocar as suas atividades missionárias assistenciais e educacionais. De grande importância foi o Acordo afirmar a importância do ensino religioso para a formação integral da pessoa, prevendo, de forma mais detalhada do que já previa a Constituição Federal, que o ensino religioso, católico e de outras confissões religiosas, de matrícula facultativa, constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental. O Brasil reconheceu o patrimônio artístico e cultural da Igreja Católica, assim como os documentos custodiados nos seus arquivos e bibliotecas, e comprometeu-se a cooperar para salvaguardar e proteger os seus fruição dos seus bens, e a facilitar o acesso a todos que queiram conhecer, estudar e apreciar este patrimônio. O Acordo, ainda, confirma a atribuição de

efeitos civis ao casamento religioso e, coerentemente, dispõe sobre a eficácia de sentenças eclesiásticas no setor. Ainda de forma mais específica daquela tratada nas leis brasileiras, estabelece o segredo do ofício sacerdotal, especialmente o da confissão sacerdotal. Como se vê, dentre os objetivos do acordo, buscou-se constituir um único instrumento jurídico, reunindo e detalhando normas esparsas existentes, em que se reconhecem direitos e garantias constitucionais, e facilitar a sua aplicação. Somos cidadãos deste mundo, mas antes disso, somos a Igreja, querida e instituída por Cristo Jesus, que deve prosseguir anunciando ao povo brasileiro a Verdade proclamada pelo Salvador, para tanto a importância de conservar seu Patrimônio Cultural, gozando de todos os direitos e garantias que a permitam continuar firmemente a anunciar e a testemunhar o Redentor de todas as gentes.

Marcos Antônio Favaro

Procurador Jurídico, Pós-Graduado em Teologia, Mestre em Direito na PUC-SP

Novembro 2021 | Folha Diocesana de Guarulhos

7


ESPECIAL | PEREGRINAÇÃO DA IMACULADA CONCEIÇÃO

CAPELANIA STELLA MARIS

PARÓQUIA NOSSA SENHORA DE LOURDES - ITAPEGICA

PARÓQUIA SANTO ANTÔNIO - VILA AUGUSTA 8

Folha Diocesana de Guarulhos | Novembro 2021


VAI ACONTECER PEREGRINAÇÃO DA IMAGEM DA IMACULADA – 2021

FORANIA IMACULADA 24/10 a 07/11/2021 - Paróquia Santo Antônio – Vl. Augusta 07 a 21/11/2021 - Paróquia São Geraldo 21/11 a 05/12/2021 - Paróquia S. Antônio Maria Claret 05 ou 08/12/2021 - Catedral Imaculada Conceição

Oração do Jubileu de Esmeralda 1981 - 2021 Ó Deus, nosso Pai, nós vos louvamos e bendizemos pelos quarenta anos da Diocese de Guarulhos.

Vosso Espírito Santo derrama os mais diversos dons sobre nossas comunidades e paróquias, pastorais, movimentos e serviços. Chamados à comunhão em vosso Filho Jesus, convocados por vossa Palavra, santificados pelos Sacramentos, impulsionados pelo testemunho cristão, formamos o povo da Aliança, que acolhe e vive vossa misericórdia, no serviço fraterno, sinal do vosso Reino, sal da terra, luz e fermento.

HINO 40 ANOS

Caetana Cecilia / Pe. Jair Costa / Pe. Éder Monteiro

O Senhor fez em nós maravilhas! Santo, santo é seu nome! Vem e anuncia, canta confiante com muito amor, com grande alegria! Vamos celebrar a nossa história Pelo poder do Santo Espírito E pela graça do Batismo Vamos celebrar a nossa história Desde o início, um desafio E como Igreja peregrina

Louvar a Deus por seu amor Louvar a Deus por seu amor Louvar a Deus por seu amor Buscar na fé um novo ardor! Buscar na fé um novo ardor! Buscar na fé um novo ardor!

Vamos celebrar a nossa história Confiantes em nosso Senhor Grupos espalhados na cidade Confiantes em nosso Senhor Juntos pra formar comunidade Confiantes em nosso Senhor Vamos celebrar a nossa história Seguindo Cristo, o bom Pastor Nos desafios enfrentados Seguindo Cristo, o bom Pastor Força de uma Igreja mais fraterna Seguindo Cristo, o bom Pastor

Confirmai na fé e na caridade os discípulos missionários de Jesus Cristo,na entrega generosa pelo vosso Reino: nosso Bispo, sacerdotes, diáconos,consagrados e consagradas, leigos e leigas.

Vamos celebrar a nossa história Acreditando em nosso redentor Pela Eucaristia alimentados Acreditando em nosso redentor Sendo uma igreja missionária Acreditando em nosso redentor Vamos celebrar a nossa história Com Maria, o nosso louvor A providência guiará Com Maria, o nosso louvor A oração nos fortalece Com Maria, o nosso louvor

Com Maria, a Imaculada Conceição, Mãe da Igreja, em quem realizastes maravilhas, possamos perseverar no seguimento de Cristo, na construção do vosso Reino. Amém.

Vamos celebrar a nossa história Louvar a Deus por seu amor Na caminhada de cristãos Buscar na fé um novo ardor! Ser nossa vida em doação Confiantes em nosso Senhor Vamos celebrar a nossa história Seguindo Cristo, o bom Pastor Numa Igreja viva e solidária Acreditando em nosso redentor Sendo presença na cidade Com Maria, o nosso louvor Novembro 2021 | Folha Diocesana de Guarulhos

9


MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO PARA O V DIA MUNDIAL DOS POBRES

1. “Sempre tereis pobres entre vós” (Mc 14, 7): estas palavras foram pronunciadas por Jesus, alguns dias antes da Páscoa, por ocasião duma refeição em Betânia na casa de Simão chamado “o leproso”. Como narra o evangelista, entrou lá uma mulher com um vaso de alabastro cheio de perfume muito precioso e derramou-o sobre a cabeça de Jesus. Este gesto suscitou grande estupefação e deu origem a duas interpretações diversas. 2. Esta forte “empatia” entre Jesus e a mulher e o modo como Ele interpreta a sua unção, em contraste com a visão escandalizada de Judas e doutros, inauguram um fecundo caminho de reflexão sobre o laço indivisível que existe entre Jesus, os pobres e o anúncio do Evangelho. 3. Jesus não só está do lado dos pobres, mas também partilha com eles a mesma sorte. Isto constitui também um forte ensinamento para os seus discípulos de todos os tempos. As suas palavras – “sempre tereis pobres entre vós” – pretendem indicar também isto: a sua presença no meio de nós é constante, mas não deve induzir àquela habituação que se torna indiferença, mas empenhar numa partilha de vida que não prevê delegações. 4. Por isso precisamos de aderir com plena convicção ao convite do Senhor: “Convertei-vos e acreditai no Evangelho (Mc 1, 15). Esta conversão consiste, primeiro, em abrir o nosso coração para reconhecer as múltiplas expressões de pobreza e, depois, em manifestar o Reino de Deus através dum estilo de vida coerente com a fé que professamos. Com frequência, os pobres são considerados como pessoas aparte, como uma categoria que requer um serviço caritativo especial. Seguir Jesus comporta uma mudança de mentalidade a esse propósito, ou seja, acolher o desafio da partilha e da comparticipação. 5. O Evangelho de Cristo impele a ter uma atenção muito particular para com os pobres e requer que se reconheça as múltiplas, demasiadas, formas de desordem moral

10

e social que sempre geram novas formas de pobreza. Parece ganhar terreno a conceção segundo a qual os pobres não só são responsáveis pela sua condição, mas constituem também um peso intolerável para um sistema económico que coloca no centro o interesse dalgumas categorias privilegiadas. 6. Entretanto permanece de pé uma questão, nada óbvia: Como se pode dar uma resposta palpável aos milhões de pobres que tantas vezes, como resposta, só encontram a indiferença, quando não a aversão? Qual caminho de justiça é necessário percorrer para que as desigualdades sociais possam ser superadas e seja restituída a dignidade humana tão frequentemente espezinhada? Um estilo de vida individualista é cúmplice na geração da pobreza e, muitas vezes, descarrega sobre os pobres toda a responsabilidade da sua condição. Mas a pobreza não é fruto do destino; é consequência do egoísmo. Portanto é decisivo dar vida a processos de desenvolvimento onde se valorizem as capacidades de todos, para que a complementaridade das competências e a diversidade das funções conduzam a um recurso comum de participação. Há muitas pobrezas dos «ricos» que poderiam ser curadas pela riqueza dos “pobres”, bastando para isso encontrarem-se e conhecerem-se. 7. Impõe-se, pois, uma abordagem diferente da pobreza. É um desafio que os governos e as instituições mundiais precisam de perfilhar, com um modelo social clarividente, capaz de enfrentar as novas formas de pobreza que invadem o mundo e marcarão de maneira decisiva as próximas décadas. Se os pobres são colocados à margem, como se fossem os culpados da sua condição, então o próprio conceito de democracia é posto em crise e fracassa toda e qualquer política social. Com grande humildade, temos de confessar que muitas vezes não passamos de incompetentes a respeito dos pobres: fala-se deles em abstrato, fica-se pelas estatísticas e pensa-se sensibilizar com qualquer documentário. 8. “Sempre tereis pobres entre vós” (Mc 14, 7): é um convite a não perder jamais de vista a oportunidade que se nos oferece para fazer o bem. Como pano de fundo, pode-se vislumbrar o antigo mandamento bíblico: «Se houver junto de ti um indigente entre os teus irmãos (…), não endurecerás o teu coração e não fecharás a tua mão ao irmão necessitado. Abre-lhe a tua mão, empresta-lhe sob penhor, de acordo com a sua necessidade, aquilo que lhe faltar. (…) Deves dar-lhe, sem que o teu coração fique pesaroso; porque, em recom-

Folha Diocesana de Guarulhos | Novembro 2021

pensa disso, o Senhor, teu Deus, te abençoará em todas as empresas das tuas mãos. Sem dúvida, nunca faltarão pobres na terra” (Dt 15, 7-8.10-11). E no mesmo cumprimento de onda se coloca o apóstolo Paulo, quando exorta os cristãos das suas comunidades a socorrer os pobres da primeira comunidade de Jerusalém e a fazê-lo “sem tristeza nem constrangimento, pois Deus ama quem dá com alegria” (2 Cor 9, 7). Não se trata de serenar a nossa consciência dando qualquer esmola, mas antes contrastar a cultura da indiferença e da injustiça com que se olha os pobres. 9. É decisivo aumentar a sensibilidade para se compreender as exigências dos pobres, sempre em mutação por força das condições de vida. Com efeito, nas áreas economicamente mais desenvolvidas do mundo, está-se menos predisposto hoje que no passado a confrontar-se com a pobreza. O estado de relativo bem-estar ao qual se habituaram torna mais difícil aceitar sacrifícios e privações. Está-se pronto a tudo só para não ficar privado daquilo que foi fruto de fácil conquista. Deste modo, cai-se em formas de rancor, nervosismo espasmódico, reivindicações que levam ao medo, à angústia e, nalguns casos, à violência. Faço votos de que o Dia Mundial dos Pobres, chegado já à sua quinta celebração, possa radicar-se cada vez mais nas nossas Igrejas locais e abrir-se a um movimento de evangelização que, em primeira instância, encontre os pobres lá onde estão. Não podemos ficar à espera que batam à nossa porta; é urgente ir ter com eles às suas casas, aos hospitais e casas de assistência, à estrada e aos cantos escuros onde, por vezes, se escondem, aos centros de refúgio e de acolhimento… É importante compreender como se sentem, o que estão a passar e quais os desejos que têm no coração. Papa Francisco

GESTO CONCRETO DIA MUNDIAL DOS POBRES

ARRECADAÇÃO DE GARRAFAS DE ÁGUA DE 500 ML DOMINGO DIA 14 DE NOVEMBRO EM TODAS AS PARÓQUIAS DA DIOCESE PARTICIPE!!


ACONTECEU | CONGRESSO DIOCESANO DA PASTORAL DO DÍZIMO Levando em consideração o Doc.106 da

CNBB (O DÍZIMO NA COMUNIDADE DE FÉ), p.36, onde diz: “ A formação dos agentes de pastoral é vista como indispensável. Recomenda-se que se invista com ousadia nessa área” , no sábado dia 09 de outubro, no Centro Diocesano de Pastoral aconteceu o II Congresso Diocesano da Pastoral do Dízimo. Estiveram presentes cerca de 140 representantes da Pastoral do Dízimo de todas as paróquias que integram a Diocese de Guarulhos. Neste dia, de reencontro e formação, os paroquianos puderam aprofundar mais seus conhecimentos sobre essa pastoral que é um dos pilares da Igreja. O palestrante Jean Ricardo Severino da Empresa Dominus Evangelização e Marketing – trabalhou a questão da evangelização como forma de compromisso, pertença e partilha dentro de nossas comunidades. Foi preparado também um estande

onde as paróquias puderam expor seu material enquanto pastoral do dízimo: calendários, fichas, brindes, envelopes partilhando as mais diversas ideias que contribuem a sua maneira na evangelização e na partilha. O Congresso teve início com a Santa Missa, presidida pelo Bispo Diocesano Dom Edmilson e concelebrada pelo Assessor da Pastoral do Dízimo Pe. Italo Sá (Paróquia Santo Antônio – Parque). Dom Edmilson enfatizou o quão importante foi (e está sendo) nesse período de pandemia o compromisso dos dizimistas e que isso só é possível partindo do princípio de um coração verdadeiramente evangelizado e comprometido pondo em prática o que pede a palavra de Deus. A Pastoral Diocesana do Dízimo já prepara o calendário para 2022 mantendo essa proximidade junto às paróquias, formando e preparando os agentes para melhor servir na ação missionária da Igreja.

ACONTECEU | ABERTURA DA FASE DIOCESANA DO SÍNODO DOS BISPOS Celebração marcou a abertura do Sínodo dos Bispos - Fase Diocesana No dia 17 de Outubro, aconteceu no CDP (Centro Diocesano de Pastoral), a celebração de abertura da fase diocesana do Sínodo dos Bispos 2023. Todas as Igrejas do brasil, realizaram de forma pontual, este dia, para a tal abertura deste Sínodo, de suma importância para a Igreja no Mundo. A abertura da fase diocesana marca uma série de eventos que acontecerá entre Novembro de 2021 e Agosto de 2022, onde se encerrará a fase diocesana do Sínodo. O Sínodo tem como tema: “Por uma Igreja Sinodal: comunhão, participação e missão.” A celebração contou com a presença de religiosas e religiosos da diocese, membros de pastorais e movimentos e o clero reunido junto com nosso Bispo, Dom Edmilson, que presidiu a celebração e ressaltou a importância deste fase diocesana neste Sínodo dos Bispos. Novembro 2021 | Folha Diocesana de Guarulhos

11


VAI ACONTECER

CNLB | DIA DO LEIGO 2021 Com o tema deste ano “Testemunhas de Jesus libertador

no compromisso com a vida”, o Conselho Nacional do Laicato do Brasil lança subsídio para vivenciar o dia Nacional do Leigo que é comemorado sempre no último domingo litúrgico, 21 de novembro, festa de Cristo Rei. O tema deste ano por si já nos motiva a pensar a nossa vocação e missão como cristãos leigos e leigas: testemunhar Jesus é ser artífice de seu Reino de amor, justiça, igualdade, solidariedade… e como imitação do Mestre, estar a serviço da vida! Somos iluminados a partir do livro do Êxodo (3,78) “Eu vi a aflição do meu povo e desci para libertá-lo“. Só pode ver a aflição do irmão quem se propõe a abrir o seu coração, as portas e as janelas de sua casa e caminhar rumo às periferias, este é o sentimento e a espiritualidade que precisamos alimentar em nós, a dimensão do serviço do avental que nos faz servidores. Os tempos são desafiadores, nunca foi tão difícil manter a profecia, mas nunca foi tão necessário testemunhar Jesus e seu Projeto em nossa sociedade. O Dia Nacional dos Cristãos Leigos e Leigas é celebrado desde 1991. O CNLB disponibilizou subsídio de reflexão e celebração para os regionais, (arqui) dioceses, paróquias, movimentos pastorais, associações laçais e comunidades assim como todo material visual para download e impressão em sua página na internet. www.cnlb.org.br

12 Folha Diocesana de Guarulhos

| Novembro 2021


MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO PARA A XXXVI JMJ 2023 cional, a luz que transformará radicalmente a vida de Saulo”. “Quem és tu, Senhor?” Perante esta presença misteriosa que o chama pelo nome, Saulo pergunta: ‘Quem és tu, Senhor?’ (At 26, 15). Trata-se duma questão extremamente importante, e todos nós mais cedo ou mais tarde na vida a devemos colocar. Não basta ter ouvido outros a falarem de Cristo; é necessário falar com Ele pessoalmente. No fundo, rezar é isto”. E Francisco mais uma vez explica: “Não pode“Sejam testemunhas junto dos muitos outros jovens que vocês mos presumir que todos conheçam encontram pelos ‘caminhos de Damasco’ do nosso tempo”. Jesus, mesmo na era da internet. São palavras do Papa Francisco na sua Mensagem para a Jornada A pergunta que muitas pessoas diMundial da Juventude diocesana a ser celebrada em 21 de novembro rigem a Jesus e à Igreja é precisanas Dioceses em todo o mundo: “Participem!” pede o Papa. mente esta: ‘Quem és?’. Em toda a narrativa da vocação de São Paulo, Queridos jovens, esta é a única vez que ele fala. E, à Gostaria de tomar-vos pela mão, mais uma vez, para con- sua pergunta, o Senhor responde tinuarmos juntos na peregrinação espiritual que nos conduz rumo prontamente: ‘Eu sou Jesus a quem à Jornada Mundial da Juventude de Lisboa em 2023. tu persegues’ (26, 15). No ano passado, pouco antes de se propagar a pande‘Eu sou Jesus a quem mia, assinava a mensagem cujo tema era «Jovem, Eu te digo, tu persegues!’ levanta-te!» (cf. Lc 7, 14). Na sua providência, o Senhor já queria “Através desta resposta, o Senhor preparar-nos para o desafio duríssimo que estávamos para viver. Jesus revela um grande mistério a Depois de falar da provação sofrida pelas limitações cau- Saulo: que Ele Se identifica com a sadas pela pandemia Francisco consolou: “Mas, graças a Deus, Igreja, com os cristãos”. “Quantas este não é o único lado da moeda. Se a provação pôs a desco- vezes ouvimos dizer: ‘Jesus sim, a berto as nossas fragilidades, fez emergir também as nossas virtu- Igreja não’, como se um pudesse ser des, nomeadamente a predisposição à solidariedade”. alternativa à outra”. E o Papa afirma: “Quando cai um jovem de certo modo cai a humanidade. Mas também é verdade que, quando um jovem se levanta, é como se o mundo inteiro se levantasse. Queridos jovens, que grande potencialidade tendes nas vossas mãos! Que força trazeis nos vossos corações!” Sem os jovens não há recomeço “Por isso, hoje, Deus diz a cada um de vós mais uma vez: “Levanta-te!” Espero de todo o coração que esta mensagem ajude a preparar-nos para tempos novos, para uma página nova na história da humanidade. Mas não há possibilidades de recomeçar sem vós, queridos jovens. Para levantar-se, o mundo precisa da vossa força, do vosso entusiasmo, da vossa paixão”. E explica: “É neste sentido que gostaria de meditar, juntamente convosco, sobre o trecho dos Atos dos Apóstolos onde Jesus diz a Paulo: ‘Levanta-te! Constituo-te testemunha do que viste’ (cf. At 26, 16)”. “Saulo, Saulo!” Ao ser chamado por Jesus pelo próprio nome, “o Senhor faz saber a Saulo que o conhece pessoalmente. É como se lhe dissesse: ‘Sei quem és, sei o que estás a tramar, mas, não obstante isso, é precisamente a ti que estou a falar’. Com efeito, só muda a vida um encontro pessoal, não anônimo, com Cristo”. “Será precisamente esta graça, este amor imerecido e incondi-

“Não se pode conhecer Jesus, se não se conhece a Igreja. Só se pode conhecer Jesus por meio dos irmãos e irmãs da sua comunidade. Ninguém pode dizer-se plenamente cristão, se não viver a dimensão eclesial da fé” Necessidade de se comprometer E neste ponto da mensagem o Papa recorda aos jovens: “O Senhor escolhe alguém que até O persegue, completamente hostil a Ele e aos seus. Mas, para Deus, não há pessoa que seja irrecuperável. Através do encontro pessoal com Ele, é sempre possível recomeçar. Nenhum jovem está fora do alcance da graça e da misericórdia de Deus”. “Quantos jovens sentem a paixão de se opor e ir contra corrente, mas trazem escondida no coração a necessidade de se comprometer, de amar com todas as suas forças, de se identificar com

uma missão! No jovem Saulo, Jesus vê exatamente isto”. Reconhecer a própria cegueira Neste ponto Papa Francisco alerta que às vezes somos muito “convencidos da justeza da nossa posição” e não vemos, somos cegos de algum modo. Mas, quando descobrimos nossas fragilidades, o que sempre acontece, as certezas vacilam e de repente somos frágeis e pequenos. “Esta humildade – consciência da própria limitação – é fundamental. Quem pensa que sabe tudo sobre si mesmo, os outros e até sobre as verdades religiosas, terá dificuldade em encontrar Cristo”. Francisco faz um convite aos jovens: “Levanta-te e testemunha!” “Hoje, o convite de Cristo a Paulo é dirigido a cada um e cada uma de vós, jovens: Levanta-te! Não podes ficar por terra a ‘lamentar-te com pena de ti mesmo’; há uma missão que te espera! Também tu podes ser testemunha das obras que Jesus começou a realizar em ti. Por isso, em nome de Cristo, eu te digo: Levanta-te e testemunha a tua experiência de cego que encontrou a luz, viu o bem e a beleza de Deus em si mesmo, nos outros e na comunhão da Igreja que vence toda a solidão”. “O Senhor, a Igreja, o Papa confiam em vós e constituem-vos testemunhas junto de muitos outros jovens que encontrais pelos ‘caminhos de Damasco’ do nosso tempo” Levantai-vos e celebrai a JMJ nas Igrejas Particulares! Por fim o Papa Francisco reitera o convite à participação: “Renovo a todos vós, jovens do mundo inteiro, o convite a tomar parte nesta peregrinação espiritual que nos levará à celebração da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa no ano de 2023”. “Espero que todos nós possamos viver estas etapas como verdadeiros peregrinos e não como ‘turistas da fé’!” “A Bem-Aventurada Virgem Maria interceda por nós”. Papa Francisco

Novembro 2021 | Folha Diocesana de Guarulhos

13


VAI ACONTECER Agenda do Bispo | Novembro 2021 02

08h00 – Missa Cemitério Picanço

19

09h30 – Atendimento Cúria

03

09h30 – Codipa

19

15h00 – Seminário Lavras

03

14h30 – Atendimento Cúria

20

18h00 – Crisma Paróquia Santa Cruz e NS Aparecida

03

19h30 – Reunião da Equipe diocesana do Sínodo dos Bispos

21

11h15 – Missa Catedral

04

07h00 – Seminário Propedêutico

04

09h30 – Conselho de presbíteros

21

15h00 – Missa do jubileu dos 40 anos da Diocese de Guarulhos Paróquia São Judas – Jd. Alice

04

14h30 – Atendimento Cúria

22

05

09-12h – Presidência do Regional Sul 1

19h30 – Missa Comunidade Santa Cecília (com Crisma) Paróquia São Paulo, Sarutaiá

05

19h30 – Assembleia do CNLB Regional Sul 1 – on-line

23

19h30 – Lançamento do LOUVAI – CDP

06

08h30 – Assembleia do CNLB Regional Sul 1 – on-line

24

09h30 – Atendimento Cúria

06

14h00 – Assembleia do CNLB Regional sul 1 - on-line

24

19h30 – Missa comunidade N. Sra. das Graças Paróquia Sagrado Coração de Jesus – Normandia

06

17h00 – Crisma Paróquia São João Batista

25

09h00 – Comissão Episcopal Representativa – Regional Sul 1

06

19h00 – Crisma Paróquia São João Batista

25

16h00 – Missa Lar Regina Protmann

07

08h00 – Crisma paróquia NS Aparecida – Inocoop

25

20h00 – Missa Paróquia Santo Alberto

07

11h15 – Crisma paróquia São Paulo, Sarutaiá

07

15h00 – Crisma paróquia Sagrada Família – Carmela

26

14h00 – Missa no encerramento no retiro dos diáconos Santuário Aparecida

26

19h30 – Assembleia da Cáritas diocesana

27

10h00 – Crisma paróquia Santo André

08 a • Atualização do Clero em Passa Quatro-MG 11 12

09h30 – Atendimento Cúria

27

17h00 – Crisma paróquia NS Aparecida Inoccop

12

15h00 – Seminário LavraS

27

20h00 – Missa diocesana do ECC – CDP

13

19h00 – Crisma Paróquia São Francisco de Assis – Nações

14

09h00 – Crisma Paróquia N. S. Loreto

28

08h00 – Missa no Congresso Diocesano do Terço dos homens CDP

14

11h15 – Missa Catedral

28

11h15 – Missa Catedral

14

19h00 – Missa Paróquia Santo Alberto

28

19h00 – Crisma paróquia São Roque

15

16h00 – Missa no Retiro da Escola Diaconal S. Lourenço – Lavras

16

09h00 – Reunião dos bispos da Província em Santo André

29

19h30 – Missa Cerco de Jericó – comunidade Santa Luzia Paróquia Sagrado Coração de Jesus – Normandia

17

14h30 – Reunião dos formadores do Seminário – Cúria

30

09h30 – Gravação PASCOM

18

09h30 – Reunião dos formadores da Escola Diaconal – Cúria

18

19h30 – Lançamento da Novena do Natal – CDP

30

18h00 – Missa Seminário Lavras: Instituição no Ministério de Acólito, Admissão à filosofia (discipulado) e teologia (configuração) envio para o ano pastoral

Aniversariantes | Novembro 2021 Nascimento: 05 (1955) Pe. Antônio Zafani 07 (1968) Pe. Eder Aparecido Monteiro 22 (1953) Pe. Jorge Alberto Apró 27 (1961) Pe. Elísio Mello Ordenação: 09 (1986) Pe. José Ferreira Borges 15 (1999) Pe. Éder Aparecido Monteiro 20 (2016) Pe. Fábio Herculano Rios da Silva

14 Folha Diocesana de Guarulhos

| Novembro 2021

Ordenação: 20 (2016) Pe. Renan de Araújo Nunes 20 (2016) Pe. Rodrigo Molina Lovatel 25 (2007) Pe. César Augusto Borges da Silva Santos 25 (2007) Pe. Ednaldo Oliveira Carvalho 26 (2017) Pe. Fabio Eneas de Lima 26 (2017) Pe. Leonardo Henrique da Silva 26 (2017) Pe. Marcio Arielton Maciel Macedo 30 (2014) Pe. Hechilly de Brito Timóteo 30 (2014) Pe. Marcos José Pinto Correia


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.