Artigo científico - Representação visual de marcas para eventos esportivos.

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REPRESENTAÇÃO VISUAL DE MARCAS PARA EVENTOS ESPORTIVOS: Criação de marca e identidade visual para Aldostock Taco Championship

BRANDS FOR VISUAL REPRESENTATION OF SPORT EVENTS: Brand creation and visual identity for Aldostock Taco Championship Diogo Bernez Gustavo D’Amaral Pereira Granja Russo

Resumo

Atualmente os assuntos referentes à marca e identidade visual estão bastante difundidos, porém pouco explorados quando o foco é evento esportivo. Este artigo apresenta o estudo de marca, identidade visual, elementos de linguagem visual, evento e esporte, abordando desde os contextos históricos até suas respectivas definições. Como método de pesquisa utilizou-se a pesquisa qualitativa do tipo descritiva para descobrir como representar uma marca e identidade visual de eventos esportivos. Servindo então de embasamento para o projeto de criação da marca e identidade visual de um campeonato de taco, esporte que faz parte da cultura regional do Estado de Santa Catarina, idealizado na cidade de Gaspar. Palavras Chave: marca; identidade visual; esporte; evento; taco.

Abstract

Currently matters relating to brand and visual identity are rather widespread, but little explored when the focus is on sporting events. This paper presents the study of brands, visual identity, visual language elements, event and sport, approaching from the historical contexts to their particular definitions. Using the research concepts of describing to figure out how to represent a brand and visual identity of sporting events. This is serving as a basis for the creation project of the brand and visual identity of a taco championship, sport that is part of the regional culture of the State of Santa Catarina, created in the city of Gaspar. Keywords: brand; visual identity; sport, event; taco.

1 INTRODUÇÃO

Este artigo aborda um estudo sobre a representação visual das marcas de eventos esportivos, realizado na conclusão do Curso de Design Gráfico, que em síntese, é a área responsável por planejar e ordenar a forma em que se faz a comunicação visual. Este tendo seu surgimento ainda na pré-história com pinturas em cavernas para retratar cenas do cotidiano da humanidade e comunicar-se com o meio social onde viviam.


Logo, o primeiro esporte a ser praticado teve registro em pintura datado de 2.197 antes de Cristo e ocorreu na China, denominado Tsu Chu, que em tradução seria algo como “chutar a bola”, tendo ligação direta com o popular futebol que conhecemos hoje (PIVATO, 2011).

No entanto, o marco inicial na história dos eventos é datado praticamente após um século e meio, em 776 a.C, com os primeiros Jogos Olímpicos da Era Antiga sendo realizados na Grécia (GODOY, 1996).

Figura1: Linha do tempo Fonte: Elaborado pelo autor (2015)

Tendo então aproximadamente quatro séculos de existência na humanidade, a prática esportiva vem aumentando gradativamente na sociedade com o passar dos anos. Segundo divulgação do Ministério da Saúde (2014) sobre esta modalidade de exercício, “Nos últimos cinco anos, a quantidade de brasileiros que pratica algum tipo de atividade física regularmente subiu 12,6%” (GAZETA DO TRIÂNGULO, 2014). E na última década a prática de esportes não convencionais no país tem crescido consideravelmente.

O estado de Santa Catarina possui uma cultura bastante rica e valorizada, contando com diversos eventos culturais em seu calendário anual, passando 2


por eventos tradicionalistas como a Festa da Cultura Açoriana de Santa Catarina, feiras agropecuárias, feiras de vinho, eventos esportivos como o tradicional Bolão, e eventos de cavalgada, possuindo também vários grupos folclóricos (TURISMO, 2015).

De acordo com Channel (2015), a mesorregião do Vale do Itajaí é formada por 54 municípios e compreende uma vasta gama de esportes praticados por sua população, sendo um deles o tradicional taco, como é conhecido no sul do país. Trata-se de um esporte que se assemelha ao críquete e ao baseball, onde utiliza dois tacos e duas casinhas de madeira, e uma bolinha de tênis, e é disputado entre duas duplas.

Em 2011 surgiu na cidade de Gaspar, um campeonato de taco denominado Aldostock Taco Championship, com a proposta de resgatar a diversão do passado reunindo amigos para fortalecer uma cultura regional que por um bom tempo esteve muito mais presente, e mobilizar os participantes para a solidariedade, arrecadando alimentos para um abrigo de crianças carentes e revertendo parte do lucro do evento para esta entidade.

Figura 2: Aldostock Taco Championship Fonte: Moretto (2015)

Em entrevista com os fundadores do campeonato de taco, o nome do evento é uma homenagem ao avô de seus idealizadores, Vô Aldo. O público do evento compreende a faixa etária de 5 a 85 anos, porém o público alvo do projeto serão os jogadores com idade que varia dos 16 aos 40 anos de gênero masculino (73%) e feminino (27%), possuindo hábitos que envolvem a prática 3


de exercícios físicos, valorização da cultura local, frequentam eventos culturais e valorizam o companheirismo e amizade, com renda estimada entre 1 a 3 salário mínimo em sua maioria.

O mercado para esta proposta é bastante favorável, contando com um crescimento de aproximadamente 175% no número de participantes incluindo expectadores, jogadores e apoiadores durante os quatro anos de existência e suas cinco edições realizadas, possuindo também veiculações na televisão e internet de matérias sobre o evento. O crescimento de esportes não convencionais é outro fator que mostra a existência considerável de um espaço de mercado e público para o projeto, dando-lhe total viabilidade.

Atualmente existem outros eventos semelhantes, porém dois deles se destacam pelo seu porte, e um principalmente pelo seu histórico, Taco Bola que acontece na cidade de Governador Celso Ramos desde 2002 e tem como conceito central a diversão na praia, e a Copa Mundial de Taco realizada em Florianópolis, tendo como conceito a vibe urbana do esporte. Ambos não ameaçam o evento pelo fato da distância relativa, e familiaridade que o público regional já tem pelo Aldostock, e também por não possuírem uma forte marca e identidade visual.

Para que o evento Aldostock tenha mais reconhecimento e destaque perante seus concorrentes, é necessário criar e fortalecer sua marca, sendo assim, esta pesquisa tem por objetivo conhecer a representação de uma marca e identidade visual para um evento esportivo. Para que isto aconteça, será preciso objetivar mais especificamente, ou seja, pesquisar as conceituações sobre design gráfico, marca, identidade visual, elementos de linguagem visual, eventos e esporte, bem como sua história; apresentar os elementos de linguagem visual; demonstrar como eventos regionais e globais apresentam suas assinaturas visuais; identificar semelhanças visuais entre as marcas de eventos atuais; compreender o mercado atual e o público alvo.

O tema deste projeto é bastante difundido atualmente, porém para a área de eventos ainda é pouco explorado. A pesquisa é essencial para ter um bom 4


embasamento teórico sobre identidade visual e eventos, necessário para a criação da marca e identidade visual do Aldostock, buscando um excelente resultado para o projeto, fortalecendo e tornando a marca possuidora de grande valor e reconhecimento, ao passo que estes fatores justificam este trabalho, somando se ao caso de que beneficiará as relações sociais na região pelo incentivo e fortalecimento da cultura local, aumentando a interação entre as pessoas, bem como em longo prazo, uma maior valorização das riquezas ambientais que cercam a localidade.

Sendo assim, para esta situação, como seriam as principais características para representar uma marca e identidade visual para um evento esportivo?

A seguir serão apresentados os procedimentos metodológicos da presente pesquisa; os conceitos históricos e as definições sobre o contexto de marca, identidade visual, elementos de linguagem visual, eventos e esporte, pesquisa sincrônica e diacrônica, bem como o evento Aldostock Taco Championship, sendo assuntos essenciais para o desenvolvimento do estudo.

2 METODOLOGIA

Inicialmente esta pesquisa é de natureza aplicada, qualitativa do tipo descritiva, onde para fazer o levantamento está sendo utilizado o método hipotéticodedutivo segundo Popper (1977 apud MARCONI; LAKATOS 2003, p. 95), em que resumidamente, os momentos do processo investigatório podem ser descritos da seguinte forma: 1. Problema, que surge, em geral, de conflitos ante, expectativas e teorias existentes; 2. Solução proposta consistindo numa conjectura (nova teoria); dedução de consequências na forma de proposições passíveis de teste; 3. Testes de falseamento: tentativas de refutação, entre outros meios, pela observação e experimentação.

A partir desta metodologia, iniciou-se um processo de adaptação onde ela foi formulada em três etapas (informação, criação e execução), sendo a etapa de informação fragmentada em outras três subdivisões, onde se inicia com uma 5


pesquisa bibliográfica, além disso, como técnica de coleta de dados aplicou-se um questionário com o potencial público alvo no mês de setembro de 2015, através de uma rede social, por fim, partiu-se para a análise e discussão dos resultados e posteriormente obtendo-se uma conclusão.

As etapas de pesquisa foram aplicadas conforme cronograma a seguir: Tabela 1: cronograma de atividades

Fonte: Elaborado pelo autor (2015)

A metodologia projetual utilizada foi uma adaptação do método de Frascara (1998), sendo este, apresentado com mais detalhes no memorial descritivo.

3 DESENVOLVIMENTO

Esta pesquisa e projeto abrange a área do design gráfico, bem como a de eventos e esportes, onde as definições mais importantes dentro destes temas são bastante conhecidas. Sobre design gráfico, Dondis (1997, p. 206) comenta: De modo como conhecemos hoje, o design gráfico só surgiu durante a verdadeira Revolução Industrial do século XIX, quando a sofisticação das técnicas de impressão e de confecção de papéis permitiu a criação de efeitos decorativos mais criativos na manipulação do texto e das ilustrações.

Design gráfico pode ser compreendido como o profissionalismo em utilizar conhecimento para ordenar esteticamente e formalmente os elementos que

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compõem os produtos gráficos destinados a reprodução com o objetivo de comunicar (VILLAS-BOAS, 2003). Sendo então uma área de atuação que vem ganhando cada vez mais destaque no mercado pela necessidade de comunicação entre produtos e consumidores, o design gráfico também pode ser abordado conforme Strunk (2001) como um composto de técnicas e teorias com a finalidade de ordenar a maneira de fazer a comunicação visual, permitindo-nos administrar o modo pelo qual o entendimento das imagens se realiza.

Onde se entende que design gráfico significa representar visualmente e de forma ordenada a maneira em que se faz a comunicação. Já algumas de suas outras áreas de estudo como marca, identidade visual entre outros, serão tratadas no decorrer deste artigo.

3.1 Marca O exato momento em que a humanidade passou a marcar suas propriedades não se tem conhecimento, porém segundo Tavares (1998, p. 2) “Já no antigo Egito, os fabricantes de tijolos colocavam símbolos em seu produto para identificá-lo.” Sendo assim, a função inicial da marca era apenas distinguir a origem e propriedade dos produtos.

Assim como esta ideia pode ser reforçada por Strunk (2001), onde brand é o significado de marca em inglês. Esta denominação foi inicialmente usada para a ação de uma pessoa marcar o seu gado, formalizando a sua posse. Contudo isso também significava que o proprietário tinha a responsabilidade de cuidar e alimentar ele. Portanto, desde o início existia uma relação direta entre propriedade e responsabilidade, assim como ocorre com os produtos e serviços que, ao possuírem uma marca, transmitem aos seus donos toda uma bagagem de direitos e deveres.

Partindo para uma contextualização contemporânea, marca é hoje considerada o maior bem de uma empresa, é um patrimônio intangível que deve ser muito bem estruturado e planejado para ter sucesso e resistir perante as diversas 7


outras concorrentes que surgem em número crescente e possam ser vistas como ameaça, pois Ries (2006) destaca que uma marca bem sucedida é a que domina uma marca ainda em crescimento e depois se torna cada vez mais bem-sucedida, a medida em que a marca por si se expande para impedir que a luz solar alcance as marcas próximas.

Existem vários estudos sobre este assunto com uma vasta gama de conceitos, e a maioria deles leva a definição de um sinal visual que identifica um produto, e segundo Wheeler (2008, p.12) "A marca é a promessa, a grande ideia e as expectativas que residem na mente de cada consumidor a respeito de um produto, de um serviço ou de uma empresa”. Neste mesmo contexto, Tavares (1998) afirma que marca é uma expressão, nome, signo, símbolo ou design, separado ou reunido com o propósito de identificar a promessa de benefícios, associado a serviços ou bens, que dão mais valor a um produto além de sua finalidade funcional, tendo um benefício distinto sustentável.

Seguindo esta mesma linha de raciocínio, sobre uma ótica de marketing, Aaker (1998, p. 7) define que: [...] uma marca é um nome diferenciado e/ou símbolo (tal como um logotipo, marca registrada ou desenho de embalagem) destinado a identificar os bens ou serviços de um vendedor ou de um grupo de vendedores e a diferenciar esses bens e serviços dos concorrentes. Assim uma marca sinaliza ao consumidor a origem do produto e protege tanto o consumidor quanto o fabricante dos concorrentes que oferecem produtos que pareçam idênticos.

Ambos tratam a marca praticamente como “uma coisa que faz outra coisa”, já o designer gráfico Gilberto Strunk tem uma visão mais humanizada sobre este assunto, assemelhando a como um ser. Possuidora de sua própria personalidade, onde a formação das qualidades emocionais que ela carregará é a parte mais sensível em sua estruturação. A emoção é essencial para a saúde da marca, e dentre as 360 emoções humanas, a parte mais delicada é encontrar qual delas intensifica a grandeza da marca (STRUNK, 2001). Já para Vásquez (2007, p. 202) "A marca não é só um logotipo, uma etiqueta ou um

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slogan; a verdadeira essência radica em seu significado, um meio de vida, uma atitude, um conjunto de valores, uma expressão, um conceito".

Portanto, a marca necessita cada vez mais se relacionar com seus consumidores de uma forma onde sejam criados vínculos afetivos entre as partes, cativando-o, onde ambos sintam-se beneficiados e valorizados. "O objetivo é, naturalmente, fazer com que a interação seja positiva – tratar o consumidor

como

qualquer

pessoa

gostaria

de

ser

tratada:

com

respeito." (AAKER, 1998, p. 7).

Sendo assim, na construção da marca levando em consideração seus consumidores, é essencial planejar o aspecto emocional, pois "No processo de formação da marca, a emoção atua na gênese do desejo. A emoção mobiliza e valoriza a marca, o intelecto analisa e avalia se o desejo – sentido deve ser realizado." (CARDOZO, 2004, p. 68). Reforçando esta linha de pensamento, “O consumidor, por seu lado, entende que o diferencial relevante da marca são suas características emocionais. ” (MARTINS, 1999, p. 20).

No sentido de relacionar-se com o público, é necessário evidenciar o seu conceito, "O espírito da marca é sua força motriz. É sua essência e sintetiza seu significado." (CARDOZO, 2004, p. 68), pois a partir dele a marca será projetada. Para acentuar ainda mais a marca, é preciso destacar um de seus ativos, que tratam das várias lembranças que vêm à mente do consumidor quando se pensa na marca. Elas são responsáveis por moldar a imagem desta na memória das pessoas (SAMPAIO; TRINDADE, 2015).

Ativo este que se trata das associações de marca, sendo acompanhado de outros quatro e formando o brand equity, que de acordo com Aaker (1998) é um composto de ativos e passivos adjuntos a uma marca, seu nome e seu símbolo, que se somam ou se subtraem da reputação proporcionada por um produto ou serviço para uma empresa. Para que alguns ativos e passivos definam o brand equity, precisam estar ligados ao símbolo ou nome da marca, porém se um deles for modificado, alguns ou todos os ativos poderão ser

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afetados ou perdidos. Eles podem ser agrupados em lealdade à marca; conhecimento do nome; qualidade percebida; associações à marca em acréscimo à qualidade percebida; e outros ativos do dono da marca como patentes, trademarks, relações com os caminhos de distribuições, etc.

Seguindo esta mesma linha de raciocínio, Strunk (2001, p. 17) comenta que: Brand equity é a resultante de todas as qualidades e atributos relacionados a uma marca. 0 poder que ela tem (isolada das características do produto ou serviço) para convencer um consumidor a escolhê-la em meio a concorrência, ou seja, tudo de tangível ou intangível que uma marca possui, que contribua para seu crescimento e lucratividade. O brand equity tem como base a memória do consumidor a partir do conhecimento de uma marca.

Uma marca que possui todos os ativos de marca vistos anteriormente e os termos abordados neste capítulo torna-se uma marca extremamente forte, atraindo novos clientes, fortalecendo a relação com os já existentes e conquistando seu lugar no mercado.

3.2 Identidade visual A identidade visual está associada ao contexto de marca, pois foi a partir do surgimento das marcas que se formou a necessidade de transmitir a proposta da mesma para com seu público em forma de imagem, sendo assim, criando uma personalidade icônica para a marca em forma de elementos visuais. Pode ser definida como elementos gráficos em sincronia com o objetivo de padronizar a personalidade individual de um produto, serviço, ideia ou nome (STRUNK, 2001).

Este mesmo tema em definição pode ser visto de forma semelhante, segundo Wheeler (2008, p. 14) "A identidade é a expressão visual e verbal de uma marca. A identidade dá apoio, expressão, comunicação, sintetiza e visualiza a marca." De acordo com Vásquez (2006, p. 202) “A identidade visual é um sistema de signos criado, organizado e disposto segundo critérios e princípios que visam representar, caracterizar e comunicar a identidade conceitual da

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marca”. Referindo a identidade conceitual da marca, o projeto de identidade precisa explicitar o conceito por meio de cores e formas (STRUNK, 2001).

Seguindo esta linha de pensamento, Fascioni (2010) destaca que identidade visual é um sistema que traduz a identidade da empresa em termos visuais definindo usos para todos os elementos de linguagem visual, sendo cor, símbolo, tipografia, forma, formato, textura, ilustração e grid, para identificar visualmente a empresa. Assim como define Peón (2001, p. 11) “ a identidade visual é o que singulariza visualmente um dado objeto; é o que o diferencia dos demais por seus elementos visuais”. Portanto como afirmam os autores, em síntese podemos dizer que identidade visual é um conjunto de características imagéticas que dão individualidade a marca e transmitem o seu conceito.

Na parte de criação da identidade visual, faz se necessário a elaboração de um conjunto de elementos que estejam em harmonia com o conceito da marca, portanto Vásquez (2007, p. 203) comenta que: [...] tanto os elementos internos (identidade conceitual) como externos (identidade visual) devem atuar em conjunto na construção de uma imagem sólida e unificada. Deste modo, a identidade de marca, tanto da empresa como do produto, baseia-se neste relacionamento conceitual-visual.

Sendo assim, a ligação entre a parte conceitual e a visual formará uma marca forte e única, diferenciada de todos os concorrentes. Tal qual essa diferenciação de valor de marca entre as várias outras no mercado para com seus consumidores é o principal objetivo de um projeto de identidade visual. Os ícones criados, símbolo e logotipo, sintetizam e transferem para serviços e produtos toda a informação ou experiência que tenhamos tido com eles (STRUNK, 2001).

Nesta outra visão com um enquadramento semelhante, Vásquez (2007) afirma que a identidade visual reúne as funções de identificar, diferenciar, associar e reforçar a marca. Durante o processo de elaboração da identidade visual, é preciso deixar bem claro qual o posicionamento da marca, que assim como afirmam Aaker e Joachimsthaler (2000), o posicionamento da marca pode 11


assessorar a priorizar e enfocar a identidade da marca através da definição dos objetivos de comunicação que auxiliarão no descobrimento de qual mensagem melhor diferenciará a marca e atrairá os segmentos alvo. Logo, descobrir qual a mensagem central da marca, é fundamental para aí então poder transmiti-la na criação de seus elementos visuais.

Por conseguinte pode-se compreender que uma identidade visual bem estruturada é aquela que diferencia a marca perante as outras, transmite claramente sua essência para seus consumidores, em muitas vezes cria um forte elo entre eles, fazendo desta um grande diferencial competitivo no mercado.

3.3 Elementos de linguagem visual

A visão é um dos sentidos humanos que mais recebe estímulos, ela segue constantemente deparando-se com um mundo repleto de imagens compostas pelas mais diversas características visuais, e ela também é utilizada há séculos como uma grandiosa ferramenta de comunicação. A partir dela, tem utilizadose a linguagem como meio de guardar e transmitir informações, canal para a troca de ideias e também para que a mente humana tenha a eficácia de conceituar (DONDIS, 1997).

Os elementos de linguagem visual formam a substância básica daquilo que vemos e são instrumentos da identidade visual utilizados para reforçar ainda mais a essência e a mensagem a ser transmitida pela marca para atingir seu público alvo. É através deles que a inteligência visual obtém sua matéria prima, que são planejadas e expressas as mais variadas manifestações visuais, experiências, objetos e ambientes (DONDIS, 1997).

De acordo com Dondis (1997), é essencial destacar que a escolha dos elementos visuais a serem ressaltados bem como sua manipulação, considerando o efeito pretendido, está sob responsabilidade do designer, pois é ele o idealizador. Para entender e investigar toda a estrutura de uma linguagem visual é pertinente concentrar-se em cada um dos elementos visuais 12


e suas características, sendo eles o ponto, linha, forma, direção, tom, cor, textura, escala, dimensão e movimento.

Partindo para conceituação dos elementos de linguagem visual, iniciamos com o ponto, sendo a menor e mais simples unidade de comunicação visual, e também a mais comum encontrada na natureza. Qualquer ponto tem grande poder de atração visual sobre o olho, seja de existência natural ou tenha sido colocado pelo homem em resposta algum propósito. Os pontos são capazes de guiar o olhar, e também de criar ilusão de tom ou de cor, como observa-se nos meios de reprodução mecânicos (DONDIS, 1997).

A junção dos pontos de forma tão próxima em nível de se tornar impossível sua identificação cria outro elemento visual denominado linha. Que também pode ser definida como um ponto em movimento ou como a história de seu deslocamento, e tem em sua própria natureza uma grande energia. É o elemento visual inquieto e inquiridor do esboço e nunca é estática. Instrumento essencial da pré-visualização, a forma de apresentar aquilo que existe apenas na imaginação. A liberdade de experimentação é reforçada por sua natureza linear e fluida. A linha pode assumir diversas formas para expressar uma grande variedade de estados de espírito (DONDIS, 1997).

A linha tem a capacidade de desenvolver a complexidade de uma forma. Existem três formas básicas e cada uma possui características específicas. O quadrado expressa enfado, esmero, retidão e honestidade; o triângulo transmite ação, tensão e conflito; já o círculo, proteção, eternidade e calidez. Através das combinações e variações dessas formas básicas, derivamos todas as formas físicas da natureza e da mente humana (DONDIS, 1997).

Segundo Dondis (1997), todas as três formas básicas manifestam três direções visuais primordiais e relevantes: o quadrado, a direção horizontal e vertical, constitui a referência primária do homem em termos de bem estar, maneabilidade e também traduz a estabilidade em todas as questões visuais; o círculo expressa a curva, esta força direcional está associada à repetição,

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abrangência e calidez; já o triângulo remete a diagonal, a força direcional mais instável e a formulação visual mais provocadora.

A presença ou ausência de luz forma outro elemento denominado tom, que é formado com a intensidade da claridade ou obscuridade de qualquer coisa visualizada, vemos o que é escuro pela sua proximidade ou por que se sobrepõe ao claro, e assim reciprocamente, e partindo do preto ao branco, encontra-se treze gradações na escala tonal utilizada nas artes gráficas. O tom é um dos melhores artefatos para expressar a tridimensionalidade (DONDIS, 1997).

Outro elemento muito importante é a cor, ela está diretamente associada com as emoções humanas. “A cor está, de fato, impregnada de informação, e é uma das mais penetrantes experiências visuais que temos todos em comum.” (DONDIS, 1997, p. 64). A cor tem significado simbólico e muitas pessoas associam, sem dúvida, o vermelho ao amor e à paixão; azul é visto como reverente, com anseio, tristeza ou melancolia; amarelo simboliza a alegria; preto representa o sofrimento e branco a pureza e inocência; possuindo outras associações. Mas o que as cores representam muda entre as culturas (BERGSTRÖM, 2009). Seguindo este mesmo pensamento, Dondis (1997) comenta que as cores possuem diversos significados associativos e simbólicos, oferecendo um vocabulário imenso e de grande utilidade para o alfabetismo visual.

As cores possuem três dimensões. Matiz ou croma, é a cor em si, e existem três matizes primarias: o amarelo é a cor mais próxima da luz e do calor, o vermelho é a mais ativa e emocional, e o azul é passivo e suave. A segunda dimensão da cor é a saturação, sendo a pureza relativa de uma cor, do matiz ao cinza, quanto mais intensa ou saturada for a coloração, mais carregado de expressão e emoção. A terceira dimensão da cor é a acromática, é o brilho relativo, do claro ao escuro, das gradações tonais ou de valor (DONDIS, 1997).

De acordo com Bergström (2009), as cores devem ter uma finalidade comunicativa, atrair por meio de sua força, criar atmosfera com a ajuda de 14


cores quentes ou frias; informar, como em um hospital, onde o verde indica esterilização; organizar, como em uma revista, onde as seções são identificadas com cores; ensinar, como por exemplo, imagens brilhantes ou tons decorativos que encorajam a leitura.

Um dos mais ricos sentidos é o tato, e é a partir dele que temos a capacidade de sentir a textura, que é outro elemento de linguagem visual e também pode ser estimulado visualmente, substituindo as qualidades do tato, pois em um mundo cada vez mais plástico, a maior parte de nossa experiência com a textura é ótica (DONDIS, 1997).

Todos os elementos visuais tem a capacidade de se remodelar e se delimitar uns aos outros. O processo constitui o elemento daquilo que denominamos escala. Ela pode ser estabelecida não só através do tamanho relativo das pistas visuais, mas também a partir das relações com o campo ou com o ambiente. A escala é muito usada nos projetos arquitetônicos para representar uma medida proporcional real. Aprender a relacionar o tamanho com o objetivo e o significado é essencial na estruturação da mensagem visual (DONDIS, 1997).

Outro importante elemento é a dimensão, Dondis (1997) menciona que sua representação em formatos visuais bidimensionais também depende da ilusão, pois ela existe no mundo real, e em nenhuma das representações bidimensionais da realidade, como o desenho, fotografia, vídeo ou pintura existe uma dimensão real, ela é apenas implícita. A melhor maneira de simulála é utilizando a técnica da perspectiva, que pode ser intensificada pela manipulação tonal com aplicação de luz e sombra.

O movimento é outro elemento visual que se encontra mais frequentemente implícito do que explícito no modo visual, ele não se localiza no meio de comunicação, mas no olho do espectador, assim como, a definição de Dondis (1997, p. 80), onde menciona que:

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A sugestão de movimento nas manifestações visuais estáticas é mais difícil de conseguir sem que ao mesmo tempo se distorça a realidade, mas está implícita em tudo aquilo que vemos, e deriva de nossa experiência completa de movimento na vida. Em parte, essa ação implícita se projeta, tanto psicológica quanto sinestesicamente, na informação visual estática.

Em uma contextualização atual, Bergström (2009) comenta que a tipografia é outro elemento muito importante, ela refere-se à forma, composição e uso das letras. Elas transmitem sentimentos, pensamentos, alertas e esperanças, tudo reunido em mensagens do emissor para o receptor.

A variação de espaços que o designer pode usar para posteriormente fortalecer a mensagem é o elemento denominado formato, ele refere-se a moldura da peça, como exemplo temos os formatos mais utilizados: paisagem, retrato e quadrado. Porém pode-se explorar outros formatos como o círculo, triângulo entre outros (BERGSTRÖM, 2009).

A grade ou grid, é outro elemento bastante comum, também conhecido como diagrama, são linhas invisíveis que dividem a área a ser trabalhada. São uma espécie de estacionamento bem organizado que possibilita a consistência e uniformidade (BERGSTRÖM, 2009).

Todos estes elementos são itens essenciais dos meios visuais. São ingredientes básicos com os quais contamos para o desenvolvimento do pensamento e da comunicação visual. A linguagem idioma separa a sociedade, já a linguagem visual unifica. A linguagem idioma é complexa e difícil, já a visual é muito rápida, e pode expressar imediatamente ideias, sensações e uma infinidade de informações.

Com os conhecimentos vistos anteriormente sobre marca, identidade visual e elementos de linguagem visual, tem-se informações necessárias para partir para o próximo tema que visa compreender as origens e definições de eventos e esporte.

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4 OS EVENTOS E O ESPORTE

O ser humano tem em sua natureza, a característica de viver em sociedade (ALARIO, 2009). Dentro deste aspecto, há uma necessidade de reunir-se em grupos pelos mais diversos motivos: seja um torneio de futebol entre os bairros da cidade, um almoço em família, um passeio no parque, reunião de condomínio,

desde

coisas

corriqueiras

do

cotidiano,

até

grandes

acontecimentos como a Copa do Mundo (MARTIN, 2003).

Desse modo, foi assim que se originou o primeiro evento de que se tem conhecimento, os Jogos Olímpicos de 776 a.C. realizados na Grécia. “A palavra olimpíada significava espaço de tempo: quatro anos consecutivos entre as realizações de Jogos Olímpicos”. (GODOY, 1996, p. 56). Existem outros registros de eventos ainda durante a idade antiga, como as Festas Saturnálias em 500 a.C., da quais deriva o carnaval, o primeiro congresso em 377 a.C, realizado em Corinto, já o último evento da idade antiga foi a Conferência de Luca, em 56 a.C. na Itália.

Para compreender melhor a definição de eventos, é necessário conceituá-lo. De acordo com Matias (2001), é a atuação do profissional mediante planejamento, pesquisa, coordenação, organização, controle e implantação de um projeto, com o objetivo de atingir seu público alvo com resultados projetados e medidas concretas. Seguindo este mesmo conceito Zita (2007, p. 17) menciona que: Todo evento parte de uma "fantasia", inicialmente, chegando-se à idealização na implantação das ideias e projetos, buscando atrair a atenção do público, sensibilizando-o a partir de um plano de ações articuladas que, se bem programadas por meio de uma comunicação aproximativa, poderá trazer resultados favoráveis e sucesso absoluto. Importante enfatizar que cada evento tem sua própria característica. Eles se diferenciam na organização pelos seus objetivos, público alvo, programação e abrangência.

Outro exemplo de conceituação dentro desta mesma ótica pode ser encontrado na definição de Brito e Fontes (1997 apud MARTIN, 2003, p. 37) onde eventos são todos os acontecimentos planejados, organizados e coordenados com o

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objetivo de reunir a maior quantidade de público em um mesmo ambiente físico e atemporal, com medidas, informações e projetos sobre uma ideia, produto ou ação, apresentando os diagnósticos de resultados e dos meios mais eficientes para atingir certo resultado.

Já para Neto (1999, p. 20-21 apud MARTIN, 2003, p. 37), “[...] o evento é uma promessa de entretenimento e lazer, uma expectativa de sucesso e uma certeza de vivências emotivas. O público busca distração, sucesso, emoção, beleza e novidade”. Sendo assim, em síntese, pode-se dizer que evento é um acontecimento planejado com o objetivo de reunir pessoas e para diversos fins, desde lazer, entretenimento até assuntos políticos e profissionais.

E os eventos abordam os mais variados temas, e são classificados conforme sua área de interesse: artístico, científico, cultural, cívico, desportivo, folclórico, lazer, promocional, religioso e turístico (Matias, 2001). A saber que esta pesquisa tem o propósito de reunir fundamentação para um projeto de criação de marca e identidade visual de um evento esportivo que valoriza a cultura regional, vale destacar a definição destes segmentos. De acordo com Matias (2001) um evento cultural destaca as características de determinada cultura para conhecimentos geral ou promocional, já o evento desportivo está ligado a qualquer tipo de evento do setor esportivo, independente da sua modalidade. Eventos esportivos sempre ganharam muito destaque e atraíram a atenção de milhares de pessoas no mundo, um dos motivos certamente é, então como menciona Godoy (1996), os eventos esportivos tocam sensíveis fibras do ser humano, em todas as raças, nacionalidades ou culturas.

Em relação ao esporte, ele está presente em praticamente todas as sociedades, sendo esportes mundialmente conhecidos, ou até pequenas manifestações regionais pouco convencionais. Suas modalidades vão de simples atividades físicas como a caminhada, até as competições em grandes arenas de futebol transmitidas mundialmente pela mídia.

Vem ganhando cada vez mais adeptos, e como destaca Melo e Bittencourt (2013), deve-se considerar a força do fenômeno esportivo na sociedade 18


brasileira. O que era singular no final do século XIX e cresceu no decorrer do XX teve mais relevância na primeira década do XXI, não só em função de o esporte ter se tornado um dos principais produtos dos meios de comunicação e da indústria de entretenimento como um todo, como também devido ao país, na estreia de seu crescimento econômico e do aumento de sua visibilidade no cenário internacional, sediara os dois maiores eventos esportivos mundiais, a Copa do Mundo de futebol e os Jogos Olímpicos de Verão.

Sua história será abordada no capítulo seguinte, porém sobre sua conceituação: [...] o termo esporte pode ser definido como qualquer forma de atividade física que confronta o talento de alguém contra um oponente. Como produto, o esporte não é diferente de qualquer outro produto de consumo, já que possui tanto aspectos tangíveis (produto principal) como intangíveis (emoções e experiências geradas pelo esporte). (POZZI, 1998, p. 89).

Complementando esta contextualização, na definição de Barbanti (2006 apud PORTAL EDUCAÇÃO, 2014), esporte é uma atividade que envolve esforço físico vigoroso ou o uso complexo de habilidades motoras, por indivíduos em que a prática é motivada por um conjunto de fatores internos ou externos.

Sendo assim, consideramos que esporte é qualquer prática que envolva atividade ou habilidade física e ou motora, praticada entre oponentes ou de forma intrapessoal, nas mais variadas modalidades.

5 PESQUISA DIACRÔNICA E SINCRÔNICA DE ESPORTE E EVENTOS ESPORTIVOS

Na pesquisa histórica realizada constatou-se que o esporte surgiu a mais de quatro mil anos atrás na China, era uma modalidade semelhante ao que conhecemos hoje como futebol, e era denominado Tsu Chu. Após cerca de mil e quinhentos anos, foi realizado na Grécia, em 776 a.C. o primeiro evento da Idade Antiga, e durante os próximos dois séculos foram criados vários esportes, sendo em sua maioria praticado em equipes e com a utilização de

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bola, tendo como alguns exemplos o surgimento do cricket na Europa em 1600, e a formação da Liga Nacional De Baseball nos Estados Unidos em 1876 (WOOD, 2012).

Já o primeiro evento esportivo da Era Moderna foi o Torneio de Tênis de Wimbledon, realizado em 1877 na Inglaterra. E em 1995 foi o último grande marco na linha do tempo esportiva, com o nascimento do X Games também nos E.U.A, trata-se de o primeiro evento multi-esportivo, formado pelo segmento de esportes radicais (WOOD, 2012).

Analisando a linha do tempo, tudo indica que os eventos que envolvem esportes radicas terão mais destaque no futuro, devido ao advento das câmeras de ação e o aumento do número de praticantes em todo o mundo. Porém, retrocedendo dos anos oitenta até o início do marco na história do esporte e dos eventos, pode-se concluir que os esportes envolvendo bola e praticados em equipe, sempre tiveram mais destaque e concentraram o maior número de participantes, incluindo praticantes e expectadores. Oque leva a crer que esportes que envolvem adrenalina, remetem ao passado e são praticados

em

equipe

tem

e

terão

sempre

grande

destaque.

Quanto ao estado do design das mais relevantes marcas de eventos em suas principais categorias, enfatizando a de evento esportivo, pode-se analisar que os elementos de linguagem visual mais utilizados, possuem ponto centralizado; linha flexível, experimental, nítida e ondulada; forma plana, orgânica, geométrica quadrada e triangular; direção horizontal, vertical e diagonal; tom homogêneo sem reprodução de sombra ou luz para criar volume; cores complementares (cores quentes e frias) de matizes primárias, com saturação próxima a pureza relativa e brilho intermediário; textura lisa; escala variável; dimensão visual bidimensional; movimento diagonal, horizontal e vertical; tipografia sem serifa de caixa alta e baixa , grid centralizado; formato quadrado e triangular; e ilustração representativa. Importante ressaltar que ambos elementos podem sofrer variações, sendo possível notá-las

mesmo em

marcas de sucesso.

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A partir deste conhecimento adquirido sobre a linha do tempo dos esportes e como comportam-se visualmente os eventos esportivos atuais, se pode seguir em uma discussão mais detalhada sobre as informações obtidas.

6 ANÁLISE E DISCUSSÃO DA PESQUISA

Durante o processo de pesquisa e fundamentação teórica para o projeto, foi constatada a importância de obedecer ordenadamente cada etapa, atingindo um bom embasamento para a concepção e realização do mesmo. Iniciando com a metodologia de pesquisa pode-se ter a compreensão das definições sobre design gráfico, marca, identidade visual, elementos de linguagem visual, eventos e esporte, conhecer a origem de ambos e perceber a ligação entre eles, e principalmente como construir esta conexão.

Ao estudar os exemplos visuais de eventos, que se trata do ato de planejar a reunião pessoas em um único lugar para discorrer de um determinado assunto em comum; observou-se uma grande variação de categorias, sendo esta resultante da vasta gama de costumes e comportamentos da sociedade mundial.

Observando o passado histórico dos eventos esportivos, foco do projeto, podese verificar um grande destaque para os esportes praticados em equipe, muito provavelmente pela necessidade primitiva do ser humano de viver em conjunto. No entanto as últimas três décadas tiveram um surgimento considerável de eventos voltados aos esportes que exigem habilidades extremas e em sua maioria praticados de forma individual, possivelmente resultado do advento da tecnologia e a exploração de novos materiais e inovação de produtos, possibilitando ao homem explorar ambientes e habilidades inimagináveis em outros tempos.

A pesquisa sincrônica utilizou marcas de diversas categorias de eventos para seu estudo, onde comprovou concomitância na maioria de seus elementos de linguagem visual, principalmente na utilização de cor quente em marcas de eventos esportivos, mas podendo apresentar variações neste aspecto, bem 21


como em tipografias e no volume da forma com aplicações de gradientes, característica esta que possivelmente expresse o objetivo de querer diferenciar-se de seus concorrentes. A maioria dos eventos expressou elementos de sua natureza nas suas marcas, talvez para criar um elo emocional para com seus consumidores.

O mercado apresenta crescimento considerável nos últimos anos, certamente pelo surgimento deste segmento de evento esportivo valorizando a cultura regional “uma necessidade percebida na sociedade”, e pela repercussão na mídia em relação a esportes não convencionais. Atualmente o público do evento é praticamente composto por indivíduos do Vale do Itajaí, porém observa-se a realização de outros eventos deste segmento em diferentes cidades

catarinenses,

podendo

então

esse

público

futuramente

ter

conhecimento do Aldostock, e certamente se interessar pelo evento, principalmente se e este possuir uma marca forte. Quanto aos jogadores de todas as edições já realizadas, observa-se um público 73% masculino e 27% feminino, talvez pelo fato de no passado o jogo de taco ser uma brincadeira mais comum entre os meninos.

O cliente por sua vez, denominado Aldostock Taco Championship, já existe a quatro anos, porém ainda não possui sua marca bem como identidade visual. Durante os eventos são confeccionados várias peças, dentre elas estão camisetas, adesivos, tacos, bandeira, cartaz, troféus e medalhas, assim como a utilização de rede social para sua divulgação.

Em relação aos concorrentes, ambos apresentam uma essência diferente do Aldostock, apesar de sua natureza ser a de um jogo de taco, são praticados em regiões diferentes, o Taco Bola é praticado na areia da praia, e a Copa Mundial de Taco é jogada em piso de concreto, os dois possuem algumas regras distintas, oque leva a crer que não ameaçam o evento gasparense, e que mesmo assim existe a possibilidade de uma parcela deste público ser atingida. E talvez futuramente uma interação entre estes públicos, pois são eventos que acontecem em diferentes épocas do ano.

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Quanto ao público, é formado praticamente por membros de todas as idades, porém a coletividade mais ativa compreende a faixa entre os 16 à 40 anos, provavelmente porque na atualidade esta é uma porção da população que pratica mais exercícios, os mais jovens tem curiosidade pelo esporte, e os mais experientes tem saudades de outros tempos quando praticavam o taco na infância.

A essência extraída do evento em relação à mensagem que irá transmitir para seu público será a nostalgia, justamente devido à faixa etária da grande maioria dos participantes. Sendo assim a marca e sua identidade visual devem ser construídas com base nas principais diretrizes de linguagem visual que seguem o estado do design e compreendem os elementos de formato retangular, cores análogas com leve contraste complementar, tipografias sem serifa, textura lisa e acetinada, grid centralizado com leve deslocamento a direita, forma plana e ilustração figurativa bidimensional. Considerando que todas podem sofrer pequenas alterações e foram elaboradas para guiar o projeto.

Referente a pesquisa de campo realizada com o público alvo possuindo objetivo de compreender a idade, região onde residem, detalhes sobre o esporte e ou jogo de taco entre outros, encontra-se no memorial descritivo o questionário e os resultados necessários para dar segmento a parte de criação.

7 CONCLUSÃO

O objetivo inicial de conhecer a representação de uma marca e identidade visual para um evento esportivo foi atingido. Compreendendo a as definições de eventos e esporte, assim como seu histórico e como se desenvolveram. Partindo para uma linha do tempo de eventos esportivos, observa-se os desdobramentos mais importantes até o presente momento e quais as modalidades que mais tiveram destaque.

Adquirindo os conhecimentos fundamentais sobre marca e sua importância para representar uma ideia de produto ou negócio dentro dos mais diversos ramos de atividade, e esta acompanhada de uma identidade visual que 23


transmita sua essência para com os seus consumidores, ambas elaboradas com o conhecimento fundamental sobre quais são os elementos de linguagem visual, marca e identidade visual tornam-se indiscutivelmente artefatos perfeitos para que a ideia ganhe vida, fortaleça e perpetue ao ser inserida no mercado.

O segmento esportivo do evento é bastante conhecido no território de Santa Catarina e já faz parte da cultura regional, abrangendo várias cidades que o promovem, apresentando total viabilidade à proposta. Sendo assim, a pesquisa teve embasamento suficiente para compreender o mercado atual e o público alvo, identificar as semelhanças visuais entre as marcas de eventos atuais, demonstrar como eventos regionais e globais apresentam suas assinaturas visuais, e dar início à próxima etapa do projeto. Mostrando os elementos de linguagem visual e utilizando os para planejar a marca, com vistas nos pontos de contato utilizados pelo cliente, enfatizando o conceito do evento, aplicando elementos nostálgicos e deixando assim implícito que o evento possui vínculos com o jogo de taco no modo tradicional da região. 8 REFERÊNCIAS AAKER, David A.; JOACHIMSTHALER, Erich. Como construir marcas líderes. São Paulo: Futura, 2000. AAKER, David A. Marcas Brand Equity: gerenciando o valor da marca. São Paulo: Negócio, 1998. ALARIO, Raphael. O homem é um animal social – Aristóteles. 2009. Disponível em: <http://projetophronesis.com/2009/01/10/o-homem-e-umanimal-social-aristoteles/>. Acesso em: 20 ago. 2015. BERGSTRÖM, Bo. Fundamentos da comunicação visual. São Paulo: Rosari, 2009. CARDOZO, Missila Loures. A CONSTRUÇÃO EMOCIONAL DAS MARCAS: O USO DE ARQUÉTIPOS E ESTEREÓTIPOS.Revista Imes, São Caetano do Sul, Sp, v. 13, n. 5, p.68-76, dez. 2004. Semestral. CHANNEL, Brasil. Santa Catarina: Municípios da mesorregião do Vale do Itajaí. 2015. Disponível em: <http://brasilchannel.com.br/municipios/index.asp?nome=Santa+Catarina®iao=I tajai>. Acesso em: 02 set. 2015. 24


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