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Ano VII - número 32 março 2013 – Distribuição gratuita nos postos de pedágio da Concepa

CONVERSA

a BOSSA DA FOSSA

A PORTO ALEGRE DE ERICO VERISSIMO


Do Iberê aos muros da Mauá, dos shopping centers ao Brique da Redençcão, do pôr-do-sol do Guaíba às manhãs no Parcão. Porto Alegre é como a GetNet: simplesmente completa.

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A GetNet tem um orgulho imenso de fazer parte dessa cidade que celebra 241 anos de progresso e tradição. Central de Relacionamento com o Cliente 4002.4000 / 4003.4000 (Capitais e Regiões Metropolitanas)

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Editada sob concessão da

Concessionária da Rodovia Osório-Porto Alegre S.A. Rua Voluntários da Pátria, 4813 Porto Alegre - RS CEP: 90230-011 Informações: 0800 647 2000 www.concepa.com.br www.triunfoconcepa.com.br Edição e Comercialização

OBRIGADO MAMÃE... Permitam-me que eu lhes peça que se juntem a nós em um obsequioso muito obrigado à minha mãe. Eu explico: Dona Lucila, ex-professora de piano da UFRGS (conhecida também por sua elegância), tem um hábito que, no caso desta edição, fez toda a diferença! Ela simplesmente passou a vida inteira guardando tudo! Raridades! E agora, de uns tempos pra cá, resolveu presentear ou devolver aos filhos coisas dessas guardadas por cinquenta, sessenta anos a fio. Um dia desses, para minha alegria, ela me deu de presente de aniversário o primeiro jornalzinho que eu, então com dez anos, fiz na vida. “O Furo”,

Rua Felipe Neri, 312/5º andar Fone/Fax: (51) 3012-2412 CEP 90440-150 - Porto Alegre - RS

datilografado numa velha Remington, tem “um exemplar e quatro cadernos” e

Publisher Fernando di Primio fernando@diprimio.com.br (Reg. Prof. 4089/RS)

estar perguntando “o que é que isso tem a ver com esta edição?” Ora, como

Editora Executiva Luísa Abreu

Dona Lucila surge num final de semana com um pequeno livreto, editado pela

Redação Maiana Antunes

Com 64 páginas e recheado de fotos e dados estatísticos (Porto Alegre tinha

Nossa capa Aquarela de Paulo Amaral Colaboram nesta edição Alexandre Sharin, Antônio Goulart, Leonid Streliaev, Renato Silveira Departamento Administrativo Roberto Athayde

eu já disse, tudo! É que em meio às devoluções (coleção inteira da Revista Placar da década de 70; edições raras da Fairplay e por aí afora), eis que a lendária Editora Globo, em 1960, com o título “Lembrança de Porto Alegre”. 563 mil habitantes, 19 hospitais, 14 jornais e 31 revistas!), o livro é uma peça única e traz um belo texto de ninguém mais, ninguém menos do que o nosso grande Erico Verissimo. Para a alegria de todos, publicamos, em cinco páginas, trechos e fotos do livro na matéria principal desta edição - com a qual sempre homenageamos o aniversário de Porto Alegre. Entenderam por que temos que agradecer a Dona Lucila? Se ela não tivesse guardado o livretinho, não teríamos como ler este texto encantador do Erico. Pois então? Todos juntos: Obrigado, Mamãe!!! Fernando di Primio Publisher

Comercialização Celso Martins k.brito@diprimio.com.br Di Primio Comunicação Corporativa

(51) 3012-2412

freeway@diprimio.com.br SUPERVISÃO E ASSESSORIA MidiaMix — Comunicação Dirigida midiamix@midiamix.net Distribuição nos postos de pedágio da CONCEPA A revista FreeWay não se responsabiliza por opiniões emitidas em artigos assinados, que não refletem, necessaria­mente, a opinião da CONCEPA. É permitida a reprodução parcial ou total de reportagens e textos, desde que expressamente citada a fonte.

O artista de nossa capa é o bageense Paulo Amaral, pintor, escritor, crítico de arte e curador. Presidiu o Museu de Arte do Rio Grande do Sul duas vezes e é membro da Academia Brasileira de Belas Artes, sentando-se na cadeira que foi de Di Cavalcanti. Possui extensa trajetória, com mais de trinta exposições individuais e setenta mostras coletivas realizadas em galerias e museus no Brasil e no exterior. Atualmente pesquisa um tema ao qual denominou “Cidades Vazias”, produzindo obras de grandes dimensões na técnica de tinta acrílica sobre tela, como a obra sobre Porto Alegre que ilustra magistralmente nossa capa.

FOTO: TONICO ALVARES

Editoração/Arte Luiza Wolff Mariana Muniz

hoje está devidamente emoldurado na parede da minha sala. Mas vocês devem


Filmes

Oz - Mágico e Poderoso Dirigido por Sam Raimi, “Oz - The Great and Powerful” é um prelúdio da Disney para o clássico O Mágico de Oz. No filme, o mágico de circo Oscar Diggs (James Franco), acha que tirou a sorte grande quando chega à Terra de Oz, mas as bruxas Theodora (Mila Kunis), Evanora (Rachel Weisz) e Glinda (Michelle Williams) não estão convencidas de que ele é o grande feiticeiro que todos imaginam. Relutantemente tragado pelos épicos problemas em que a Terra de Oz e seus habitantes estão enfrentando, Oscar tem que descobrir quem é bom e quem é mau, antes que seja tarde demais. N a aventura Oscar se transforma não apenas no grande e poderoso Mágico de Oz, mas em um homem melhor.

MAX STEEL é a nova estrela do Cartoon Network

Música

Um dos super-heróis mais conhecidos pelos garotos no Brasil, MAX STEEL ganha vida na tela do Cartoon Network em março. O canal estreia a série homônima sobre esse personagem incrível que surge do encontro entre um adolescente superpoderoso e um robô alienígena. Juntos, eles irão combater uma série de criaturas terríveis que pretendem aterrorizar o planeta. Animada em computação gráfica, a primeira temporada da série terá 26 episódios de trinta minutos cada e será exibida às sextas-feiras, sempre às 12h30.

Bajofondo “Presente” é o nome do novo álbum de estúdio do grupo argentino-uruguaio Bajofondo, anteriormente conhecido como Bajo Fondo Tango Club. Lançado no dia 5 de março, o quarto disco da banda é composto por 22 faixas e conta com uma versão em português disponível no endereço www.bajofondomusic.com/br

Eric Clapton LANÇA novo álbum Com lançamento previsto para o próximo dia 12, “Old Sock” é o novo disco de Eric Clapton, que traz duas faixas inéditas e dez covers de músicas favoritas do músico. A canção “Gotta Get Over” já caiu na rede. Ouça em soundcloud. com/bushbranch-surfdog/eric-clapton-gotta-get-over. Assinado pelo seu próprio selo, Bushbranch, o disco conta com participações especiais de Sir Paul McCartney, JJ Cale, Chaka Khan e Steve Winwood.


Processo Susep: 15414.001197/2004-41. O registro deste plano na Susep não implica, por parte da autarquia, incentivo ou recomendação à sua comercialização.

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Livros

Shakespeare em quadrinhos Escrita no século XVI, a tragédia Hamlet continua sendo encenada em todo o mundo e já foi adaptada para diferentes formatos e mídias, ganhando agora uma fiel versão em quadrinhos. Com tradução e roteirização de Wellington Srbek, desenhos e cores de Alex Shibao, o álbum Hamlet de William Shakespeare (Editora Nemo) está à venda por R$ 42,00. Conheça a versão em quadrinhos desta tragédia fantástica, em que o angustiado príncipe Hamlet desafia os limites da razão em uma busca obstinada por verdade e justiça, em meio a intrigas palacianas, traições e incidentes.

O papa é culpado? Em 2011, a L&PM Editores lançou o polêmico livro O papa é culpado?, do jornalista britânico Geoffrey Robertson. Com a renúncia do Papa Bento XVI, a obra voltou à mídia, pois explica por que crimes sexuais não apenas se perpetuaram até nossos dias como se disseminam cada vez mais. Para o autor, a principal razão é a ampla impunidade assegurada pelo direito canônico, código legal exclusivo da Igreja, que rege com punições ínfimas tais crimes, considerados pelo Vaticano como meros pecados. O livro de 280 páginas está à venda por R$ 44,00.

na nuvem Que tal um livro sem capa nem páginas? E se os textos forem acompanhados de música? Assim é a obra do advogado e escritor Léo Lolovitch, um livro totalmente virtual com 52 crônicas acompanhadas por composições de Ray Charles, Elvis Presley, John Lennon, Santana entre outros. O material inédito está disponível na íntegra em www.olivronanuvem.com.br. O leitor pode se cadastrar no site para receber um texto por semana. Legal, né?

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CRISE FINANCEIRA INTERNACIONAL A crise financeira internacional – Origens, desdobramentos e perspectivas (Editora Unesp), organizado por Fernando Ferrari Filho e Luiz Fernando de Paula, permite que o leitor compreenda as origens e as consequências da crise deflagrada em 2007. Com artigos de 35 autores brasileiros e estrangeiros, a obra ancora a crise nas questões de superprodução, subconsumo, depredação dos recursos naturais e finanças especulativas. À venda em www.editoraunesp.com.br


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Erico

aos olhos de

Verissimo

Imagine fazer um passeio pela capital gaúcha guiado pelo ilustre Erico Verissimo, um dos principais escritores brasileiros e um dos mais populares do século XX. Pois é o que você vai fazer nestas páginas, através de trechos do texto “Porto Alegre por Erico Verissimo”, publicado no livreto “Lembrança de Pôrto Alegre”, editado, em primeira edição, em 1954, pela lendária Editora Globo. Como não poderia deixar de ser, o texto é brilhante e atual. Além de impressões pessoais, Erico traz um pouco de história e cultura e aborda as particularidades da cidade e de nossa gente na década de cinquenta. Saboreie a nossa homenagem a Porto Alegre, que completa 241 anos no dia 26 de março. [...] A primeira coisa que trato de descobrir, quando chego a uma cidade desconhecida, é o gênero a que ela pertence. Chicago pareceu-me um burgo masculino – um sólido homem de negócios com a camisa tisnada de fuligem; já Nova Orleans se me afigurou uma lânguida morena de olhos claros, uma créole cercada duma atmosfera recendente a magnólia e pecan. O Rio de Janeiro possui também encantos femininos, e o mesmo se pode dizer de Salvador da Bahia. São Paulo, entretanto, com sua atividade agressiva e tentacular, é iniludìvelmente uma metrópole máscula. Muitas vezes tenho perguntado a mim mesmo a que sexo pertence a cidade onde vivo, sem jamais chegar a uma conclusão definitiva, pois, à maneira daquela fantástica personagem de Virgínia Woolf, que mudava de sexo através dos séculos, a capital do Estado do Rio Grande do Sul ora se me apresenta com doçuras femininas ora 8

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com asperezas de homem. No momento em que escrevo (é abril e o outono anda a pintar de ouro e lilás o ar, as casas, as árvores e as gentes) Porto Alegre me parece uma bela e repousada mulher recém-entrada na idade balzaquiana. No entanto, no verão que passou eu a senti com brutalidade de homem, e homem mal-educado; e sei também que homem ela tornará a ser (um sujeito áspero, frio, enrolado num poncho cinzento como o dos gaúchos) quando o inverno chegar, sem que isso no entanto a impeça de voltar a ser feminina – rapariga caprichosa, imprevisível e apaixonada – quando retornar a escabelada primavera com seus ventos irritantes, seus aguaceiros inesperados e suas alternativas de luz e sombra. [...] Que é, então, Porto Alegre? Que possui ela de notável ou típico? Com que outra localidade se pode comparar? Como são suas ruas, seus hábitos, suas

FOTO: LEONID STRELIAEV

PortoAlegre


Largo dos Medeiros na Rua dos Andradas

gentes? Para principiar, devemos ter em mente que, ao tempo em que Salvador da Bahia e S. Sebastião do Rio de Janeiro já eram cidades quase bicentenárias – nos vales, colinas e prados onde se assenta hoje a cidade de Porto Alegre passeavam ainda índios melancólicos em suas andanças de caça e pesca e em outras atividades individuais ou tribais. Nos lugares onde hoje se empinam arranha-céus, na primeira metade do século XVIII erguiam-se apenas as ocas de palha dos bugres da tribo tape-minuano. Em meados do século XVIII, como a vida andasse um pouco dura para os habitantes das ilhas que formam o arquipélago dos Açôres, El Rei Dom João de Portugal acenou para eles com a possibilidade de se transportarem à custa de sua Real Fazenda para as terras do sul do Brasil, [...]. [...] Chegados às terras de São Paulo os sobreviventes em sua maioria se estabeleceram no Rio Grande, onde havia um presidio. Alguns deles, porém, por não quererem viver numa localidade de

regime militar, resolveram subir a grande lagoa, indo estabelecer-se num lugar chamado Capela Grande. (Segundo a lenda, os açoritas que subiam ao cimo dum cerro, nas proximidades da Capela Grande, avistavam de lá um lago, o Guaíba, no qual desaguavam cinco rios que eram como os dedos da mão. Ao voltarem para a planície, diziam invariavelmente: “Vi a mão”, razão por que a Capela Grande acabou tomando o nome de Viamão, que conserva até hoje.) Dentro em pouco a comunidade açoriana estabeleceu às margens do Guaíba o seu porto – o Porto dos Casais, origem da cidade de Porto Alegre. Situada sobre uma série de colinas e vales, às margens do chamado rio Guaíba – que na realidade é um lago – e com o seu centro comercial a avançar águas a dentro numa espécie de promontório, a cidade de Porto Alegre tem sido comparada às mais diversas localidades do mundo. Um turco, que a ela chegou de vapor, exclamou ao FreeWay - Março 2013

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avistá-la de longe: “Istambul!” Um homem de negócios norte-americano me assegurou que Porto Alegre se assemelha assombrosamente a Seattle, Washington. Quanto a mim, estou disposto a jurar que, vista do alto do Morro do Menino Deus, minha cidade lembra San Francisco da Califórnia tal qual vislumbra quem, vindo do Marin Country, entra na ponte do Golden Gate. E um londrino, ao ver dum automóvel em movimento as colinas que cercam a cidade, com suas linhas suaves e sua vegetação dum verde de mate e musgo, murmurou comovido que elas lhe lembravam os outeiros da Inglaterra rural. Claro, talvez o turista ache que falta à nossa paisagem a imponência da Baía de Guanabara...

Nesse instante, então, eu entro em cena, acerco-me do desconhecido, digo-lhe o meu nome e ofereço-me para ser seu cicerone. Mas que culpa temos nós se Deus resolveu pintar o Rio de Janeiro com tinta a óleo, nas cores mais ricas e vivas, decidindo que Porto Alegre fosse apenas uma simples aquarela?[...] [...] Observe que postura têm as porto-alegrenses, que saúde, que beleza de traços fisionômicos. E que diversidade de tipos. Escute, aquela adolescente esbelta de cabelos de linho e olhos de água-marinha não lhe parece uma norueguesa? Pois tem bisavós alemães e é psicologicamente uma brasileira. Está vendo aquela moça de cabelos e olhos escuros, pele tostada e cintura fina? Pois saiba que naquelas veias corre muito bom sangue índio misturado com alemão e italiano. E, meu caro forasteiro, não se esqueça de contemplar esta rua num dia de outono ou inverno, à hora do crepúsculo vespertino; mas fique com os olhos voltados para o poente, onde a rua começa. Lá estará o horizonte do anoitecer com o seu tênue e límpido verde de vidro, cor que jamais encontrei em outro céu. É a hora em que começam a acender-se os combustores e os anúncios coloridos de neônio. É o momento em que as mulheres ficam mais belas e a multidão perde o que possa ter de assustador ou inquie10

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Os prédios da Prefeitura Municipal


tante. É uma hora macia, de mágico lusco-fusco. E nesse instante breve e raro você compreenderá por que eu amo esta cidade à primeira vista tão destituída de encantos [...]. [...] As pessoas passam. O forasteiro (suponhamos que não fale a língua dos nativos) está perplexo, sem saber que pensar nem para onde ir.

Mas que culpa temos nós se Deus resolveu pintar o Rio de Janeiro com tinta a óleo, nas cores mais ricas e vivas, decidindo que Porto Alegre fôsse apenas uma simples aquarela?[...] Nesse instante, então, eu entro em cena, acerco-me do desconhecido, digo-lhe o meu nome e ofereço-me para ser seu cicerone. Ele aceita, entre surpreendido e grato. Tomo-lhe do braço e arrasto-o para uma das ruas mais curiosas de que tenho notícia. Deram-lhe oficialmente o nome duma família de grande importância na História do Brasil – os Andradas – mas o povo a conhece pelo nome antigo: Rua da Praia. São três horas da tarde e as calçadas, numa extensão de pelo menos cinco quadras, acham-se completamente tomadas por uma multidão que se agita num vaivém de formigas diligentes. O centro da rua também está completamente atestado de gente. O forasteiro quer saber se hoje é dia de festa nacional. Respondo que não, que é um dia como os outros [...]. [...] Asseguro a meu companheiro que ele nada tem a temer e, de braços dados, vamos furando a multidão. O forasteiro declara-se admirado antes a quantidade de gente loura que o cerca. Explico-lhe que aos descendentes dos casais açorianos – muitos dos quais tinham nas veias sangue flamengo – juntaram-se aqui mais tarde imigrantes FreeWay - Março 2013

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alemães e italianos em número, isso sem contar a contribuição menor de outros países europeus para o melting pot gaúcho. O resultado da mistura aqui está, visível e palpável [...]. Esta é a Rua da Margem (Rua João Alfredo). Foi aqui, à beira do rio, que a cidade começou. Para essas meias-águas de telha vã sem platibandas, de fachadas nuas e caiadas, o povo tem um nome pitoresco: “cachorros sentados”. Vejo nelas a marca dos açorianos.

Vista aérea do Parque da Redenção

Lá no alto da colina, na Rua Duque de Caxias, antiga Rua da Igreja, morava a burguesia apatacada dos tempos coloniais; lá estão ainda algumas de nossas mansões mais tradicionais, com seus por-

Praça XV e o Mercado Público

Correios e Telégrafos na Praça da Alfândega

Vista da cidade ao largo do Guaíba

tões pesados e imponentes, seus azulejos, seus jardins com estátuas, seus móveis vetustos e seus fantasmas. Naquela rua fica o Palácio do Governo, a casa da Assembleia dos Representantes, a Catedral... Os descendentes de alemães que enriqueceram e hoje são os pilares do alto comércio e da indústria, elementos integrantes da nossa classe média alta, habitam as residências do bairro chamado Moinhos de Vento, onde, no fundo de jardins em que brincam gnomos de barro pintado, veem-se casarões com torres góticas e telhados de bico, numa espécie de nostalgia das neves germânicas. A classe média baixa de origem alemã – pequenos comerciantes e industriais, artesãos, funcionários públicos, empregados do comércio – vive em geral lá em baixo, perto do rio, no sopé da colina principal dos Moinhos de Vento, num bairro chamado Floresta. Para além da Floresta estendem-se os bairros operários de São João e dos Navegantes, ambos a perlongar a curva do Guaíba – uma zona de casas geralmente baixas, eriçadas de chaminés de fábricas [...].


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[...] Meu amigo sacode a cabeça apreciativamente e eu continuo a falar. Digo-lhe que pessoas vindas de outros Estados do Brasil queixam-se de que os gaúchos – os porto-alegrenses em particular – não são acolhedores e expansivos como os cariocas ou os nortistas. Talvez tenham razão em afirmar isso. Esta cidade parece sofrer ainda a influência da desconfiança dos ilhéus que a afundaram e da reserva do imigrante que nunca sabia onde ou como ia ser recebido. Essas marcas de certo modo ficaram. Ou então tudo não passa de mera suposição minha e o fenômeno tem outra explicação. Ou na realidade não existe... [...]

[...] Dum modo geral, porém, podemos afirmar que nosso verão é tão rigoroso como o pior verão de Washington, Miami ou Rio. E que nosso inverno leva a temperatura abaixo de zero e em certos dias o famoso vento minuano, vindo dos Andes, sopra, cortante como uma navalha, sob um céu limpo, seco e rútilo . [...] A primavera é aqui uma doida estação de céu sujo, ainda um tanto fria, em que o vento constante nos irrita a ponto de nos fazer esquecer a beleza da brotação que veste a paisagem de verdes novos. E agora, meu amigo, permita que lhe conte algo do outono, que é a estação que melhor caracteriza Porto Alegre. De abril a junho o vento cessa, o céu fica mais alto e andam no ar calmo, que sabe a mel, uns tons de ouro e violeta. A luz do sol ganha uma tonalidade madura e entre os seres humanos e a natureza parece ter-se firmado um acordo de paz docemente definitivo. E por toda a cidade centenas de paineiras rebentam em flores rosadas. E, meu caro turista, aqui me despeço, pedindo-lhe que conte às gentes que encontrar em seu caminho que, neste extremo sul do Brasil, existe uma cidade amorável, nem grande nem pequena, nem veloz nem lenta, nem muito rica nem muito pobre; uma cidade, enfim, que tem a mostrar a quem visita as mais belas mulheres e os mais fabulosos crepúsculos.

FOTOS DE FUNDO: SXC.HU

A luz do sol ganha uma tonalidade madura e entre os seres humanos e a natureza parece ter-se firmado um acordo de paz docemente definitivo.

Praça Otávio Rocha Este texto e as fotos que ilustram a matéria foram originalmente publicados no livro “Lembrança de Pôrto Alegre”, publicado pela Editora Globo (Porto Alegre, 2a edição, 1960) e patrocinado pelo então Sulbanco. As fotografias são de Antônio Ronek e do Estúdio Rembrandt. A foto de capa é de Rubem Mylius. © by herdeiros de Erico Verissimo

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FreeWay - Março 2013


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nesta segunda matéria da série “dirija melhor” que a revista freeway e o sindeg-RS oferecem aos seus leitores, o piloto joão santanna nos traz orientações de como enfrentar uma situação de capotamento de carro na estrada.

O M CO

R A T N E R F N E

Pra começo de conversa, é óbvio que você deve fazer de tudo para evitar situações de risco ao dirigir seu carro. Esse “tudo” inicia com medidas básicas de segurança que incluem manutenção do carro, pneus em bom estado, uso do cinto de segurança, manutenção das distâncias regulamentares em relação aos outros veículos, não falar ao celular e mantê-lo no silencioso, velocidade adequada, etc. É importante observar que todos esses cuidados devem ser contínuos. De nada vale cuidar de uma coisa e descuidar da outra. A regra básica quando for dirigir é ser cuidadoso! Bem, mas digamos que você cuidou de tudo mas, por um motivo fortuito qualquer, acontece um acidente. Um animal na pista, um outro veículo que sai da sua faixa, estrada molhada... De repente você perde o controle e o seu carro sai da estrada e capota. O que fazer?

Em primeiro lugar, antes disso ter acontecido, é importante que você tenha “treinado” mentalmente para o que pode acontecer. Na maioria das vezes as pessoas sempre acham

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FreeWay - Fevereiro 2013

que “isso não vai acontecer comigo”. Mas aconteceu, e agora? O carro está de cabeça de baixo, mas você está bem, embora meio zonzo. A primeira providência é manter-se calmo. Isso pode fazer toda a diferença. Em seguida, desligue a ignição para cortar a corrente elétrica e minimizar a possibilidade de um incêndio. Depois, tente contro-


E D ÕES

Ç A U T I S

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lar a situação. Se estiver com outras pessoas procure rapidamente ver a situação em que elas se encontram. Em seguida, solte com cuidado o seu cinto de segurança, pois um ato mais brusco, de cabeça para baixo, pode levá-lo a bater com a cabeça no teto do carro.

Se ele estiver na faixa, a providência urgente é sinalizar o acidente para os outros veículos. Com um galho, uma blusa ou mesmo com o tradicional triângulo e o pisca alerta caso o fluxo de trânsito assim o permita. A seguir, se houver, ajude os demais passageiros (dependendo da situação em que se encontrarem) a sair do carro. E se afaste do veículo, sempre com calma. Caso haja feridos com maior gravidade evite socorrê-los você mesmo e espere pela ajuda de socorristas profissionais, que você pode chamar pelo telefone da estrada ou Polícia Rodoviária ao comunicar o acidente. Nossa ideia é continuarmos com outras hipóteses nas edições seguintes. Casos como incêndio no veículo, queda em açudes e outras possibilidades. Por enquanto, fica outra recomendação básica: jamais em qualquer situação pare na faixa de rodagem das estradas. Sendo absolutamente necessário, pare sempre no acostamento ou nos recuos. E, tendo que sair do carro prefira sempre a porta da direita, do carona. É muito mais seguro.

O próximo passo é sair do carro. Se for possível abra a porta. Se não, saia pelo vidro. Em seguida procure descobrir qual a posição de seu carro em relação à estrada e aos outros veículos.

TELEFONES ÚTEIS NAS NOSSAS ESTRADAS ALÔ FREEWAY: 0800 6472000 POLÍCIA RODOVIÁRIA: 191 EMERGÊNCIA BRIGADA MILITAR: 190 EMERGÊNCIA BOMBEIROS: 193


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CARTAZES para sair

DA FOSSA

Aos vinte e dois anos, a designer gráfica porto-alegrense LANNA COLLARES encontrou uma maneira bem irreverente de curar a dor de uma desilusão amorosa. No endereço 180cartazesprasairdafossa.tumblr.com, ela publicou até agora mais de 100 cartazes, em que letras de músicas que falam de amor embalam os corações de quem está na fossa.

“Minha mãe disse e de-

pois li em algum livro: são necessários cerca de seis meses pra curar uma dor de amor. Um cartaz pra cada dia que passa pra fazer passar.” 18

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Pela maestria nos seus cartazes deve trabalhar com arte. Qual é sua atividade profissional? Eu me formei em Artes Visuais com habilitação em Design Gráfico no final de 2011. Sou designer e trabalho na W3Haus, em Porto Alegre.

Qual a inspiração para fazer os cartazes? A ideia dos 180 cartazes surgiu depois de uma fossa amorosa mesmo. Escrevo desde criança. Mantinha um blog, curava as minhas ressacas amorosas escrevendo e dessa vez eu resolvi colocar a trabalho era uma terapia pra mim mesma. Hoje em dia os cartazes ajudam aos outros também. Recebo muitas mensagens de pessoas agradecendo e dizendo que o tumblr as tem ajudado. Isso é incrível!


Depois de tantos cartazes, você finalmente saiu da fossa? Sim, saí da fossa, foi uma terapia e tanto. Talvez não só por causa deles, mas levar na brincadeira ajudou e muito!

Você já percebeu alguma repercussão do seu trabalho? A repercussão do trabalho foi demais! Virou notícia em revistas como Super Interessante, Gloss e em vários em sites, como o do jornal O Globo. O mais legal de tudo é ver as pessoas compartilhando e espalhando mensagens de amor por aí e agradecendo pela “força”.

Profissionalmente, esta ideia já rendeu algum convite interessante? Sim, já rolaram alguns convites para exposições, pra fazer camisetas, mas ainda não sei o que será concretizado mesmo. 20

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O

P de Japuir

Leia um trecho do romance O Pé de Japuir (Editora Planeta), do escritor espanhol Javier Moro, estruturado a partir de uma história real. Em 1982, um terrível acidente prendeu para sempre o jovem francês Christophe Roux a uma cadeira de rodas levando-o a uma clínica de reabilitação no sul da França. Lá, ele conhece o cambojano Song Tak, cuja infância fora roubada pelo Khmer Vermelho. A amizade entre os dois, marcada por superações, é o mote do livro.

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Carneiro ao molho de hortelã

Lamb Mint Típica do norte da Índia, esta receita é calórica e condimentada e possui um sabor incrível realçado pelo curry e a hortelã. O prato casa perfeitamente com arroz jasmin, mas também pode ser servido com pão. Confira a receita para duas pessoas!

Apadrinhado por uma família de indianos quando adolescente, o chef Alexandre Sharin é autodidata e comanda o restaurante Sharin, em Porto Alegre. www.sharin.com.br

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Ingredientes Duas colheres de azeite de soja ou oliva 250 gramas de carneiro cortados em lascas (pernil ou carré) Duas cebolas picadas finas Um ramo de hortelã verde Alho e gengibre Duas latas de creme de leite magro Curry a gosto Vinho branco seco de boa qualidade Sal a gosto ou caldo de galinha

Modo de preparo Aqueça o óleo em uma frigideira e adicione a cebola picada, o alho, o gengibre e o curry. Quando a cebola ficar transparente, adicione a hortelã e o carneiro e deixe dourar. Vá acrescentando o vinho branco até flamar o carneiro. Em seguida, adicione o creme de leite. Acerte o tempero com o caldo de galinha e o curry (caso queira que seu prato fique mais condimentado).

Foto: Felipe Ramalho/ Haluz Photo Studio


BELEZAS DE SANTA

Beto Conte já percorreu 125 países no mundo todo. Em janeiro, esteve na Costa de Santa Catarina e fez questão de compartilhar conosco suas impressões daquelas belas praias.

Ao pensarmos em férias, a primeira imagem que criamos é de um cenário de mar azul e belas praias. É natural. Com oito mil km de costa, temos no Brasil praias para todos os gostos e bolsos. Com nosso clima tropical, a experiência de “veranear” faz parte da nossa história. Por isso é que nos sentimos em casa quando estamos em praias nos mais diversos pontos do planeta. O mundo praiano – sol, ondas e bar na areia - é sempre familiar. Lembro que há um tempo atrás, na Tailândia, apesar de todo o exotismo do Oriente, era só cair numa ilha que já me sentia em “minha praia”-

um local que eu conhecia muito bem. Afinal, correr na areia, mergulhar, matar a sede com uma água de coco gelada ou tomar um drink no pôr-do-sol é prazeroso em qualquer um dos sete mares. Ao longo de meus anos de praia já conheci lugares muito legais – alguns bem batidos como San Diego na Califórnia ou Bondi Beach em Sydney ou pouco conhecidos, como Hikaduwa, no Sri Lanka ou Sunzal, em El Salvador; destinos do desejo como Bora Bora, na Polinésia Francesa, ou Koh Pee Pee, na Tailândia e até alguns inusitados como “The bulgarian beach”, na Líbia, e China Beach no Vietnã.

Praia do Siriú


Praia do Silveira

Praia de Garopaba Aqui no sul as minhas prediletas são as praias no entorno de Garopaba – as dunas do Siriú e as ondas do Silveira. Na primeira vez que fui a Santa Catarina fiquei em Garopaba – onde me encanta o canto sul com a Igreja Matriz e a vila dos pescadores, que resiste às transformações do movimentado balneário. Apesar do grande numero de hotéis, pousadas, campings, bares e restaurantes para todos os gostos, a legislação municipal garante a paisagem de praia de antigamente, não permitindo a construção de prédios superiores a dois andares. Este ano fiquei na Praia da Silveira, vizinha ao sul da Praia de Garopaba. Rica em vegetação, esta praia quase nativa compõe um cenário único. Rodeada de montanhas verdejantes e protegida por seus moradores, consegue se manter livre da urbanização desenfreada que acontece em todos os “paraísos descobertos”.

Famosa por suas ondas perfeitas, ela é considerada uma das melhores praias para a prática do surfe em função do tamanho e formação de suas ondas. A Silveira recebe também os amantes de pesca de peixes nobres como o robalo e a garoupa, entre outros. No lado norte de Garopaba ainda tem o Siriú, que integra o Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, uma área de preservação permanente que proporciona uma maravilhosa caminhada nas suas areias entre o mar e as dunas, com as colinas verdes ao fundo. Por tudo isso que sempre digo que somos super privilegiados de termos alguns dos recantos junto ao mar mais belos do mundo, aqui do ladinho da gente. Sigo agora as Ilhas Mauricius, onde vou mergulhar no meio do Oceano Índico.

Beto Conte é diretor do STB - Student Travel Bureau, agência de viagens que comemora 25 anos de atuação no RS. Confira suas viagens pelo mundo no www.betonomundo.wordpress.com

FreeWay - Março 2013

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PATCHWORK NA PRAIA A quarta edição do Patchwork na Praia ocorre de 21 a 23 de março na praia Balneário Camboriú, em Santa Catarina. O evento promove uma feira de 500m² com espaços para a comercialização de produtos e serviços relacionados ao patchwork, mostras de quilts nacionais e três salas de aulas com uma intensa programação de cursos e oficinas. O ingresso custa R$ 12,00 e o estacionamento, R$ 5,00. Inscreva-se e informe-se no site www.patchworknapraia.com.br

Para os amantes da dança O Dança Porto Alegre está chegando a sua terceira edição e tem o objetivo de incentivar o crescimento da dança de salão no Estado e contribuir para que cada vez mais pessoas desfrutem dos benefícios que a dança oferece. Há muitas atrações, como bailes, workshops e espetáculos, além de mais de sessenta horas de dança. Quem gosta não pode perder! O evento ocorre na Paróquia da Pompéia (Rua Dr. Barros Cassal, 220). Para saber mais, acesse www.dancaportoalegre.com.br.

Nando Reis no Opinião

Invasão De bandas gringas

Nando Reis & Os Infernais estrearão a turnê do inédito “Sei” no dia 21 de março, no Opinião (Rua José do Patrocínio, 834). O repertório do show será composto por músicas do novo disco e também por sucessos já conhecidos, como All Star e Relicário. Garanta o seu ingresso nas Lojas Multisom ou pelo site opiniaoingressos.com.br.

A banda sueca The Hives e os australianos do The Temper Trap farão um show no Opinião no dia 1º de abril. O The Hives apresenta seu quinto disco de estúdio, Lex Hives. Conhecidos depois de figurarem na trilha do filme (500) Dias com Ela, de 2009, os australianos do Temper Trap também apresentarão seu novo álbum. Saiba mais no site www.opiniao.com.br.


Comemore o aniver de Poa correndo A 10ª corrida de aniversário de Porto Alegre será no dia 24 de março, com percursos de 5 e 10km, revezamento de duplas para a categoria adulto e 2km para categorias infantil e caminhada. A prova contará com sorteio de brindes e muitas atrações. Mais informações podem ser obtidas pelos telefones (51) 3289-4866 ou 3289-4873, de segunda a sexta, e pelo e-mail eventos@sme.prefpoa.com.br. Inscreva-se até o dia 15 nos sites www.esportif.com.br, www.corpa.esp.br e www.lojawin.com.br.

RS Contemporâneo Focado na arte emergente, o projeto RS Contemporâneo tem como diferencial o diálogo entre jovens artistas sul-rio-grandenses e curadores de outras regiões do Brasil, convidados a acompanhar e a discutir o processo criativo dos primeiros. A iniciativa propõe um espaço de encontro e intercâmbio, além de dar uma oportunidade a artistas em início de carreira. Nathalia García expõe, com a curadoria de Marcio Pizarro Noronha, dos dias 26/03 a 28/04 no térreo do Santander Cultural (Rua Sete de Setembro, 1028). Ao longo do ano, mais artistas e curadores participarão do projeto. Fique de olho!

40 ANOS DA FREE WAY Ainda dá tempo de conferir a exposição que comemora os quarenta anos da Free way! É só dar uma paradinha no Boulevard que fica à direita, no sentido Porto Alegre-Litoral, logo depois do posto de pedágio de Santo Antônio da Patrulha. Veja fotos, jornais e revistas dando destaque à inauguração, em 1973, da “primeira free way do Brasil” e leia histórias da construção e outras coisas legais que marcaram estas quatro décadas. A exposição está aberta para visitação diariamente das 6h às 22hs, até o dia 31 de março.

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Jethro Tull em Poa Celebrando 42 anos de carreira, o cantor, compositor, guitarrista e flautista Ian Anderson, da banda Jethro Tull, está fazendo uma turnê pela América do Sul com o álbum “Thick as a Brick”. Em Porto Alegre, o show é no dia 12 de março, às 21hs, no Oi apresenta Araújo Vianna. Junto de Anderson, sobem ao palco os músicos Florian Opahle (guitarra), Scott Hammond (bateria), David Goodier (baixo), John O’Hara (teclados) e Ryan O’Donnell (vocal).

expo temporária no Iberê

Hermes e Renato de volta a MTV

Desde o dia 7 de março, a obra do artista sul-africano William Kentridge está exposta na Fundação Iberê Camargo até o dia 26 de maio. Toda a sua produção – que abrange desenho, escultura, gravura, teatro, ópera, e filme – entrelaça o político e o poético e é marcada pela paisagem e memória social de seu país, evocando o processo sul-africano de reconciliação, parte da herança do apartheid. Saiba mais em iberecamargo.org.br.

Com estreia prevista para abril, a nova temporada de Hermes e Renato terá 12 episódios, sendo 10 inéditos e dois com os melhores momentos. Fausto Fanti, Marco Antônio Alves, Adriano Silva e Felipe Torres fazem parte do elenco e prometem novos personagens e quadros como “Os 3 Carecas”, uma sátira no melhor estilo “3 Patetas” só que com três neo nazistas de uma grande metrópole que sempre se dão mal no final. A audiência já pode esperar a volta de Boça, Padre Gato, Palhaço Gozo e Joselito!

Erramos! O Passatempo da edição 30 (janeiro 2013), que falava sobre as regras da bocha, estava com alguns erros. Consultamos Renato Silveira, da Federação Gaúcha de Bocha, e retificamos o texto. As correções seguem abaixo. Pedimos desculpas aos nossos leitores pelo equívoco! Grama e areia são as superfícies ideais para jogar. A cancha oficial de bocha mede 24 a 26,5 metros de comprimento por 4 metros de largura. Os jogadores podem ser divididos em duas equipes de um, dois ou três jogadores. Em jogos individuais (1x1), cada jogador tem quatro bochas; em duplas e trios, cada jogador tem duas bochas. As bochas podem encostar no bolim. E por fim, o jogo termina quando uma equipe atinja o placar de 15 pontos.


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Xixi elétrico O carnaval já passou, mas a ideia serve para inspirar os organizadores das edições do ano que vem. Como o principal objetivo de reduzir o desagradável hábiro do “xixi na rua”, a agência JWT em parceria com o trio elétrico AfroReaggae desenvolveram este ano no Rio de Janeiro um projeto que foi uma sensação no carnaval carioca: um trio elétrico movido a xixi! Funcionou assim: um mictório especial foi instalado no posto 9 de Ipanema, transformando a urina dos foliões em energia elétrica e mantendo o trio do AfroReaggae ligado durante seu desfile. O fluxo da urina movimenta um dínamo e produz energia, que é armazenada em uma bateria ligada ao trio elétrico, em processo similar ao de uma usina elétrica. De acordo com os organizadores da iniciativa, há ainda muito caminho a ser percorrido, mas a ideia de provocar e comunicar foi alcançada com sucesso.

O ponto turístico mais recomendado do mundo Uma parceria da Unesco com o site Tripadvisor divulgou os lugares reconhecidos como Patrimônio da Humanidade mais recomendados por viajantes em todo o mundo. E sabe qual está no topo de recomendações? O Conjunto Histórico do Palácio de Potala, que fica em Lhasa, na China. A pesquisa foi baseada em mais de 1 milhão de formulários preenchidos por usuários do site. Veja a lista completa em www.tripadvisor.com.br.

Cientista incentiva o soltar de gases nos aviões Nada menos educado do que soltar gases em locais cheios de gente, não é mesmo? Pode até ser feio, mas o gastroenterologista dinamarquês Jacob Rosenberg faz campanha para que os passageiros de aviões libertem os gases sem dó. Segundo ele, os problemas de flatulência a bordo parecem ser causados pelas mudanças de pressão no sistema digestivo e não soltá-los faz mal à saúde, podendo causar dor, inchaço, indigestão e até estresse. As cadeiras de aviões já absorvem parte do odor, mas Rosenberg e seu grupo de pesquisa aconselham as companhias aéreas a melhorar o sistema de absorção, além de oferecer cobertores e calças aos passageiros para minimizar os efeitos dos gases no avião. Ah, se a moda pega... 32


CONCEPA


antonio goulart

Nem era preciso, mas foi Mário Quintana quem

Rua Clara (João Manoel), Rua da Alegria (General

chamou a atenção para uma realidade, quando

Vitorino), Rua do Arvoredo (Fernando Machado),

escreveu que, antigamente, “um passeio pelas ruas

Rua Formosa (Duque de Caxias), Rua da Aurora

de Porto Alegre era um passeio poético”. Tanto pela

(Barros Cassal) Rua da Varzinha (Demétrio Ribeiro),

paisagem como pelos nomes fixados nas placas.

Rua de Belas (General Auto), Rua da Concórdia

Hoje, está tudo mudado. Burocratizaram o mapa

(José do Patrocínio), Travessa do Paraíso (José

da cidade. As designações criativas e pitorescas

Montauri), Rua do Imperador (República), Chácara

das ruas deram lugar às que evocam a memória de

da Harmonia (Luiz Afonso/Alberto Torres) e Areal

ilustres personalidades, algumas nem tão ilustres.

da Baronesa (Baronesa de Gravataí e imediações).

Sabem como era chamado o beco “mais encan-

Tivemos também alguns nomes bizarros, como

tador da cidade”, segundo um cronista do século

Beco do Pau Fincado, Rua do Nabos a Doze, Beco

19? Beco Ajuda-me a Viver. E não se tratava de

do Fanha, Rua dos Pretos Forros e Rua dos Pe-

um pedido de socorro. Ficava ao lado do Beco dos

cados Mortais, cujas justificativas exigiriam aqui

Coqueiros, nas proximidades da Rua da Margem

espaço bem maior.

(hoje João Alfredo), contemporâneo, entre outros,

Na década de 60, o cronista e vereador Ary

do Beco do Vintém, Beco da Marcela, Beco do Céu

Veiga Sanhudo chegou a apresentar uma

e do Beco do Curral das Éguas.

proposta de lei, que chamou de Projeto

A atual Barão do Amazonas, antes de 1936, cha-

da Saudade, com o objetivo de restabe-

mava-se Rua Esmeralda. A tradicional Praça 15 de

lecer oficialmente a antiga nomenclatura

Novembro era conhecida como Largo do Paraíso.

de inúmeros logradouros públicos de

A General Vitorino já foi a Rua do Arco da Velha,

Porto Alegre. Não obteve êxito. Para

que se prolongava até a Rua da Misericórdia, em

desgosto daqueles que ainda sonham

frente à Santa Casa. A nossa Rua da Praia, uma

percorrer, com os olhos do

exceção que convive com o nome oficial de Rua

nosso poeta maior, as ruas

dos Andradas, no seu trecho final mudava para Rua da Graça, que terminava junto ao Largo da Caridade (hoje Praça Dom Feliciano). Houve época em que a geografia porto-alegrense era repleta de nomes mais sonoros e mais sugestivos:

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FreeWay - Março 2013

da cidade.


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Quem sai de Porto Alegre, não vê a hora de voltar. Parabéns pelos 241 anos da cidade que mora no coração dos gaúchos.


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