Directarts #03

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índice exposição 10 Edgar Martins – Vencedor da 5ª edição do Prémio BES PHOTO

entrevista 20 Mário Mandacaru – Presidente do CCP

passaporte 26 Susana Soares – Quando o Design de Produto ajuda na detecção de doenças

portfólio 32 Hélder Oliveira – “Aproveitar o melhor de cada mundo e fazer com que resulte” 44 Luís Bacharel – No desenho está a sua base para tudo

artigo 54 Portfólio, YES! 56 Pedro Ferreira & Judite Mota – “As minhas bookmarks”

62 A História do Design em Portugal #4 70 Luís Taklim – “Infografia: uma Arte e Ciência emergente” 76 IP Solutions: Propriedade Intelectual

tutorial

78 Photoshop: Megapixel, por Alberto Plácido

novos talentos

84 Design: Catarina Antunes 88 Fotografia: Nuno Oliveira 92 Ilustração: Vanessa Teodoro

Capa – Hélder Oliveira “Eu tento que o meu trabalho para os clientes seja também um projecto pessoal. Gosto de me sentir orgulhoso daquilo que faço.”

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editorial

Propriedade CMAD – CENTRO DE MEDIA ARTE E DESIGN, LDA. Rua da Boavista, Nº102 – 2º Piso 1200-069 Lisboa, Portugal Telefone: 932 530 139 Ext.508 Direcção Editorial/Criativa Carlos Duarte carlos_duarte@directarts.com.pt

Bem-vindos ao Verão, bem-vindos à directarts. Um dos aspectos mais gratificantes do meu trabalho como director desta publicação é poder explorar e descobrir novos talentos em todas as áreas das artes aplicadas. Alguns deles por vezes passam despercebidos, portanto, tem sido uma das nossas metas falar com artistas (nem sempre devidamente reconhecidos) de uma variedade de disciplinas. Assim, com a nossa habitual aposta em imagens e artigos interessantes, decidimos falar de uma arte que frequentemente passa despercebida. Eu pessoalmente não estava formalmente ciente de Infografia; e o que é irónico é que, na maioria dos jornais, revistas e livros que li e ainda leio, é a Infografia que capta a minha atenção. O incrível pormenor da ilustração, a pertinência e clareza com que as legendas e texto descrevem os detalhes, não é nada menos que cativante. Quando esta arte chamou a minha atenção comecei a investigar vários artistas de todo o mundo. Luís Taklim, que surge neste número, na minha opinião é um mestre desta arte e, evidentemente, é português. Os seus trabalhos da Quinta da Regaleira e Mosteiro Jerónimo da Penha Longa apresentados nesta edição são absolutamente magníficos. A Infografia envolve o espectador em diferentes níveis; na área da estética, informação e imaginação, especialmente nas duas peças que menciono acima. Por todo o lado nestas imagens encontramos pequenas surpresas. Que óptima forma de aprender. Também mostramos o trabalho conceptual de Edgar Martins, vencedor do 5º Prémio BES Photo, e tentámos captar a essência do Design de Produto de Susana Soares. E, nesta edição, temos outra surpresa. Os nossos amigos da Young & Rubicam Pedro Ferreira e Judite Mota (directores criativos) juntaram-se à nossa equipa de colaboradores. Eles exploram a auto-estrada criativa que é o WWW e trazem até si uma fonte inesgotável de sites inspiradores para explorar. Para quem quer manter-se a par das novas ideias e conceitos e expandir a sua visão criativa, as bookmarks do Pedro e da Judite irão certamente levá-lo um passo adiante. Então, aqui está ela, a sua leitura de Verão. Desfrute a directarts junto ao mar, na piscina, na esplanada ou na longa viagem de avião para o seu destino preferido. Quando voltar de férias já estaremos a preparar o nosso primeiro número de aniversário. O tempo criativo de facto voa.

Carlos Duarte

Direcção Adjunta Editorial/Criativa Lia Ramos lia_ramos@directarts.com.pt Direcção Financeira Vasco Costa Direcção Marketing/Comercial Paula Ramos paula_ramos@directarts.com.pt Edição/Jornalismo Catarina Vilar Paginação Pedro Álvares Cabral Impressão Fernandes & Terceiro, S.A. Rua Nossa Sra. da Conceição, 7 2794-014 Carnaxide Tel.: +351 21 425 92 00 Fax: +351 21 425 92 01 www.f3@fterceiro.pt e-mail: f3@fterceiro.pt Distribuidora Logista Distribuição Edifício Logista, Expansão da área Industrial do Passil Lote 1 A - Palhavã, 2894 - 002 Alcochete Telm.: +351 91 725 04 91 Telef.: +351 21 926 78 00 Fax: +351 21 926 78 10 www.logista.pt Tiragem: 7000 exemplares Preço (IVA incluido): € 6,95 Periodicidade: Trimestral Registo de Publicação: nº 436566

www.directarts.com.pt info@directarts.com.pt anunciantes@directarts.com.pt

RMD

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fórum

POR NÓS, PARA NÓS. É designer, fotógrafo, criativo de qualquer uma das áreas que encontra na directarts?

Então temos uma proposta a fazer. Que tal uma visita ao nosso site para deixar comentários, opiniões ou críticas (nós aguentamos!). Está a dar os primeiros passos na profissão? Esperamos pelo portfólio. Somos uma revista que pretende divulgar os trabalhos dos leitores e talentos, os novos e os já estabelecidos.

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Contacte-nos em: www.directarts.com.pt ou info@directarts.com.pt

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exposição Edgar Martins

“ESTOU À PROCURA DE UM MAIOR EQUILÍBRIO ENTRE AS VÁRIAS FACETAS DA MINHA PRÁTICA ARTÍSTICA E AINDA ENTRE ESTA E A MINHA VIDA PESSOAL.”

02) Sem título, da série The Rehearsal of space, 2006 Prova por revelação cromogénea, colada sobre alumínio 98 x 127cm Edição de 5 © Edgar Martins (www.edgarmartins.com)

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ideias e pesquisas do arquitecto Rem Koolhas

absoluta, ele é fluido, relacional e migratório.

trativos. Estou à procura de um maior equilíbrio entre as várias facetas

foi o que mais reconhecimento teve no estrangeiro, até à data. Venceu

e dos críticos culturais Jean Baudrillard, Hen-

Como gere o seu tempo?

da minha prática artística e ainda entre esta e a minha vida pessoal.

o New York Photography Award, e os prémios SONY World Photogra-

ry Lefebvre, Marc Augé, entre outros. Nestas

Eu consigo dedicar-me a dois ou três projec-

Já em 2009 teve duas exposições em Portugal, no Museu do

phy e Terry O’Neil. As imagens de The Accidental Theorist não são

tão diversas literaturas, os terrains vagues são

tos ao mesmo tempo, mas há sempre um foco

Oriente e a do BES Photo, um prémio que foi o fotógrafo mais

bem um conjunto de fotografias, mas uma série de momentos que se

tidos como lugares sem histórias, sem identi-

principal. Por exemplo, há oito anos que estou

novo a vencer. Que trabalhos trouxe?

tornaram independentes da sua causa ou função. Assemelham-se a um

dade e sem um espaço público para além de

a trabalhar na série litográfica, também exposta

A exposição do Museu do Oriente foi baseada na monografia que a

conjunto de location shots de cenários desertos para filmes que não

estradas e aeroportos. De facto, Koolhas ques-

como parte do prémio BES Photo, que é muito

editora Aperture publicou o ano passado. Intitula-se Topologias e in-

se fizeram. Estas imagens sugerem uma turbulência organizada, são

tiona se a cidade genérica não será sinónimo

experimental. No entanto, durante esta altura

cluiu os quatro projectos mais marcantes, que produzi entre 2004 e

repletas de quietude e silêncio, mas assombradas pela mobilidade, pela

do aeroporto contemporâneo. Para ele, “a sua

produzi vários outros trabalhos. Muitos dos

2007. Dois dos projectos foram apresentados como dípticos, o trabalho

intangibilidade e incerteza, marcadas pela noção de que as coisas serão

principal atracção é a sua anomia”. When Li-

meus projectos têm um período de gestação

Paisagens do Além: O Problema da Objectividade, que lida com as

para sempre inalcançáveis, nunca atingidas.

ght Casts No Shadow mostra-nos que tudo é

muito longo. Por vezes há um longo processo

paisagens glaciares da Islândia e a série O Ensaio do Espaço, que lida

O que apresentou na BES Photo?

contínuo, todas as fronteiras são provisórias,

de pesquisa e preparação que lhes antecede.

com os fogos florestais portugueses. Há uma mensagem ambiental que

Esta exposição comportou obras de três corpos de trabalho distintos. O

todos os espaços são penetráveis – a mise-

Durante esta altura procuro sempre ir explo-

não se pode dissociar destes dois trabalhos. Eles têm uma linguagem

projecto The Accidental Teorist (praias nocturnas) e When Light Casts

en-scène para a deslocação espacial e tempo-

rando outras ideias visuais, talvez associadas

pictórica mais convencional, que faz alusão à fotografia topográfica do

no Shadow (aeroportos) foram estruturados em torno uma abordagem

ral. Aqui estamos perante uma paisagem de

a outros projectos. No entanto, e tal como já

séc. XIX ou à pintura arcadiana e romântica. Todavia, enquanto que as

bastante simples: as longas exposições. Lidam com a ideia de teatro,

incerteza, de fluxos, transições e oposições

referi, há uma ligação muito interessante entre

obras de arte enraizadas nestas correntes artísticas celebravam a vida e

de performance, dos terrenos insípidos da contemporaneidade. Quanto

permanentes. Os espaços estão imbuídos de

todos os projectos, não há um corte abrupto a

a natureza, estes trabalhos anunciam algo mais sinistro: a morte física

ao projecto Where Light Casts no Shadow (obras litográficas), este foi

um objectivo, mas ainda assim são marginais,

nível ideológico ou estético. Mas, para minha

da paisagem e a morte da paisagem como tema pictórico. Para além

uma peça bastante mais experimental, com um período de gestação

fragmentados e dispersos. Nestas imagens, o

grande frustração, devo confessar que muito

destes trabalhos expus também a série Aproximações, encomendada

de quase 8 anos. Apesar das peças expostas terem sido produzidas em

espaço não pode ser entendido na sua forma

do meu tempo é dedicado a assuntos adminis-

pela ANA, em 2006, e o trabalho o Teórico Acidental. Este projecto

2008, estas só se materializaram, face a um processo de pesquisa, ex-

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