Imortalidade e Reencarnação da Alma (excerto)

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da


Título Imortalidade e Reencarnação da Alma – provas científicas das vidas anteriores – Título original L'Immortalité et la Réincarnation Autor Gabriel Delanne Tradutor Eduardo Amarante Coordenação e revisão Dulce Leal Abalada Grafismo, Paginação e Arte final Div'Almeida Atelier Gráfico www.divalmeida.com Ilustração e Técnica da capa Gabriela Marques da Costa Arte Digital / Assemblage Digital A Vida após a Vida – 2010 gabriela.marques.costa@gmail.com www.gabrielamarquescosta.wordpress.com www.facebook.com/home.php?#!/pages/Gabriela-Marques-da-Costa/134735599901538 +351 915960299 Impressão e Acabamento Espaço Gráfico, Lda. www.espacografico.pt Distribuição G.C.E. – Sodilivros Grupo Coimbra Editora, SA comercial@coimbraeditora.pt 1ª edição – Outubro 2010 ISBN 978-989-8447-01-2 Depósito Legal nº 317127/10 ©Apeiron Edições Reservados todos os direitos de reprodução, total ou parcial, por qualquer meio, seja mecânico, electrónico ou fotográfico sem a prévia autorização do editor. Projecto Apeiron, Lda. www.projectoapeiron.blogspot.com apeiron.edicoes@gmail.com


Gabriel Delanne

IMORTALIDADE e REENCARNAÇÃO

da provas científicas das vidas anteriores

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Imortalidade e Reencarnação da Alma

A LINGUAGEM SIMBÓLICA DAS ILUSTRAÇÕES DE IMORTALIDADE E REENCARNAÇÃO DA ALMA

Desta pintura salta-nos à vista um conjunto de imagens que nos confunde. Um rosto delineado na forma de um macaco (babuíno?) ou de um lobo com olhos hipnóticos semi-humanos, representa simbolicamente a passagem da alma do reino animal para o reino humano nas suas formas mais primitivas: a tribal. Daí a representação do índigena (na contracapa) na sua fase primária com a ocultação de uma face, sinal das suas futuras e desconhecidas reencarnações para cumprir o seu destino evolutivo no género humano. Os olhos conferem o carácter misterioso próprio do homem, conPintura de Gabriela Marques da Costa firmando a máxima de que os olhos são o Capa e Contracapa espelho da alma. No centro da fronte encontramos um sinal de onde irradia luz de tonalidades diáfanas e belas que se espalham ao redor do rosto. Muitos se lembrarão desta marca na fronte dos indianos, o tilak, símbolo do olho espiritual ou do terceiro olho ou visão, se bem que nas mulheres indianas, este tilak, mais conhecido como bindi, é utilizado como adorno. Todavia, neste caso esta forma estilizada, como que de um embrião, pretende comunicar-nos o carácter atemporal de uma verdade dos inícios da Humanidade: o centro e a união entre o Macroscosmos (o Universo) de onde viemos – daí as pinturas se enquadrarem num plano de fundo negro com pontos estelares a indicarem este aspecto –, e o Microscosmos (o homem, como extensão em miniatura do universo) onde nos encontramos e procuramos responder às grandes questões que marcam o percurso do nosso destino. As linhas que desse ponto se libertam em luzes multicolores poderão ter vários significados, desde as linhas com que o mendhi capta

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e desenha o destino de cada um, a partir do espaço que nos rodeia, até ao desenvolvimento do nosso processo evolutivo com a activação progressiva e consciente do poder do chacra frontal com cores rosadas, com muito amarelo e azul púrpura culminando no último chacra refulgente, no alto da cabeça, em forma de leque abundante e multicolor de vibrações. A presença de um anel luminoso à volta da Terra induz a filiação estreita e recíproca entre os vários estados evolutivos da Vida que originou o homem, e a evolução própria do planeta que nos acolheu e nos acompanha desde há milhões de anos como portal de realização mútua de dois destinos diferentes, mas complementares. A luz branca saliente na auréola do planeta, em cima da cabeça, simboliza a realização de ambos (Terra e Homem) no Grande Plano Divino.

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ÍNDICE

PREÂMBULO À OBRA – RAÍZES PROFUNDAS DA EVOCAÇÃO DOS ESPÍRITOS. AS TRADIÇÕES ANTIGAS E MODERNAS

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INTRODUÇÃO

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CAPÍTULO I – REVISÃO HISTÓRICA SOBRE A TEORIA DAS VIDAS SUCESSIVAS 1. A Antiguidade da crença nas vidas sucessivas A Índia 2. A Pérsia e a Grécia 3. A Escola Neoplatónica 4. A Judeia 5. Os Romanos 6. O Druidismo 7. A Idade Média 8. Os Tempos Modernos 9. O Inquérito de Calderone

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CAPÍTULO II – AS BASES CIENTÍFICAS DA REENCARNAÇÃO. AS PROPRIEDADES DO CORPO ASTRAL 1. A aparição dos vivos 2. As aparições dos defuntos 3. As aparições provocadas 4. As experiências no Instituto Metapsíquico Internacional 5. A necessidade lógica da existência do corpo astral 6. Onde e como o corpo astral pode adquirir as suas propriedades funcionais

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CAPÍTULO III – A ALMA ANIMAL. EXPOSIÇÃO DA UNIDADE DAS LEIS DA VIDA EM TODA A ESCALA ORGÂNICA 1. A necessidade da encarnação terrestre

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2. A evolução animal 3. A formação e o desenvolvimento gradual do Espírito 4. A passagem do Princípio Inteligente pela série animal CAPÍTULO IV – A INTELIGÊNCIA ANIMAL 1. Os cavalos que fazem cálculo 2. O cão Rolf 3. Lola 4. Zou CAPÍTULO V – AS FACULDADES SUPRANORMAIS DOS ANIMAIS E O SEU PRINCÍPIO INDIVIDUAL 1. Um caso provável de clarividência 2. Fantasmas percebidos colectivamente pelos humanos e pelos animais 3. Visões de fantasmas humanos longe de qualquer coincidência telepática e percebidos colectivamente pelos homens e pelos animais 4. Visual com precedência do animal sobre o homem 5. A aparição de Palladia, visual, auditiva, colectiva 6. Lugares assombrados 7. Da sobrevivência dos animais 8. A aparição de um cão 9. Visão de fantasmas animais produzida fora de qualquer coincidência telepática e percebida colectivamente por animais e homens 10.Um cão fantasma 11.O cão risonho 12.A Aparição de animais em sessões experimentais 13.As Materializações visíveis de formas de animais 14.Os Nœvi CAPÍTULO VI – A MEMÓRIA INTEGRAL 1. A memória integral 2. Outros exemplos de ecmnésia

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História de Luís V. A memória latente A visão da bola de cristal Criptomnésia

CAPÍTULO VII – AS EXPERIÊNCIAS DA LEMBRANÇA 1. Estudo sobre as sessões em que se produzem pretensas revelações sobre as vidas anteriores do paciente ou dos assistentes 2. Revelação imprevista 3. Romance subliminal ou reminiscência 4. A reencarnação na Inglaterra 5. A reencarnação pode ser provada? 6. As vidas sucessivas 7. A médium Helena Smith 8. Despertar do passado durante o transe 9. Uma lembrança do passado 10.Extracto da Conferência sobre a Reencarnação feita no Congresso Espírita de Liège, em 28 de Agosto de 1928, pelo Dr. Torres 11.Uma expiação 12.Resumo

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CAPÍTULO VIII – A HEREDITARIEDADE E AS CRIANÇAS PRODÍGIO 1. As crianças prodígio 2. Os músicos 3. Os pintores 4. Os sábios, os literatos e os poetas 5. Os calculadores

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CAPÍTULO IX – ESTUDOS SOBRE A REMINISCÊNCIA 1. O sentimento do déjà vu (do já visto) 2. Visões de lugares desconhecidos durante o sono da pessoa

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3. As aparições do Espírito dos vivos 4. Reminiscências prováveis das crianças 5. A menina que fala um idioma onde se encontram palavras em francês 6. Reminiscências que parecem provocadas pela visão de certos lugares 7. Visões retrospectivas 8. Um clérigo 9. Curiosa coincidência 10.Reminiscência ou clarividência CAPÍTULO X – AS RECORDAÇÕES DAS VIDAS ANTERIORES 1. O despertar das recordações 2. O caso de Laura Raynaud 2.1. O que a Sra. Raynaud disse em 1911 a Durville 2.2. O testemunho da princesa Fazyl 2.3. Como a Sra. Raynaud encontrou a sua casa 2.4. Em Génova é encontrada a certidão de óbito que era da Sra. Raynaud 2.5. Extracto da certidão de óbito na Paróquia de S. Francisco de Álvaro em Génova 2.6. Uma paciente do Dr. Durville, a Sra. D'Elphes, completa as provas dadas pela Sra. Raynaud CAPÍTULO XI – OUTROS FACTOS QUE IMPLICAM A RECORDAÇÃO DAS VIDAS ANTERIORES CAPÍTULO XII – OS CASOS DE REENCARNAÇÃO ANUNCIADOS ANTECIPADAMENTE 1. Reencarnações anunciadas nas sessões espíritas. Um caso quase pessoal 2. As filhas gémeas do Dr. Samona 3. Alguns reparos

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CAPÍTULO XIII – OBSERVAÇÃO DO CONJUNTO DE ARGUMENTOS QUE MILITAM A FAVOR DA REENCARNAÇÃO 1. A alma é um ser transcendental 2. O corpo astral e as suas propriedades 3. Onde e como o corpo astral pôde adquirir as suas propriedades? 4. A reencarnação humana e a memória integral 5. A hereditariedade e as crianças prodígio 6. As reminiscências 7. As verdadeiras lembranças das vidas anteriores 8. Avisos de futuras reencarnações

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CAPÍTULO XIV – CONCLUSÃO 1. O esquecimento do passado 2. O problema da existência do mal 3. O progresso 4. Consequências morais

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PREÂMBULO À OBRA RAÍZES PROFUNDAS DA EVOCAÇÃO DOS ESPÍRITOS AS TRADIÇÕES ANTIGAS E MODERNAS Muitos de nós pensam que o início e o fim da vida terrestre, o nascimento e a morte, fecham o ciclo humano, ou seja, tudo acaba com o último suspiro. Mas será assim que acontece? Segundo Max Müller as maiores individualidades da humanidade admitiram a reencarnação. E assim é. Senão vejamos. A teoria da imortalidade e reencarnação da alma foi há muitos séculos um dos princípios fundamentais de todas as grandes religiões, excepção ao Islamismo e ao Cristianismo. Ainda que este último tenha tido originariamente esta concepção, o facto é que esta doutrina filosófica secreta apenas era transmitida a poucos, aos que a podiam compreender. Ao vulgo, ou aos não iniciados, apenas era transmitido o ensinamento moral, e a consequência disto levou a uma perda da sua dimensão espiritual. A razão por que a Igreja perdeu esta referência, a lei da imortalidade e da reencarnação, foi devido a uma maioria ignorante que venceu num dos seus concílios os doutores que sustentavam o Gnosticismo. Fazendo fé no que nos diz a Bíblia, sobretudo em Mateus 16, 13-14, S. Marcos 8, 27-28 e S. Lucas 9, 18-19, esta doutrina não é de todo desconhecida pelo mestre do Cristianismo, Jesus, que bastas vezes intercalava os seus discípulos com perguntas e respostas sobre esta verdade. Desde aproximadamente o século VI que a Igreja perdeu de vista as doutrinas que sustentavam a existência imortal do homem e a reencarnação das almas. Esta situação foi consequência da decadência intelectual e moral que assolou a Europa aquando das invasões bárbaras, mergulhando a humanidade no longo sono da Idade das Trevas. Com a civilidade destes bárbaros esta verdade, de que a primitiva Religião Cristã era defensora, ficou enterrada no tempo. Recuando a tempos antigos verificamos que era corrente a ideia da imortalidade e a reencarnação do homem entre as tribos aborígenes do continente americano, os quase extintos Peles Vermelhas. Do Alasca ao Peru, entre esquimós, indígenas (da Austrália e ilhas da Oceânia), e es-

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pecialmente entre os incas esta crença era transmitida pelos sacerdotes aos membros das tribos que a aceitavam e respeitavam. Na Antiguidade vários pensadores falaram a respeito da crença imortal da alma e do seu retorno. Nesta época era comum os filósofos explicarem as respostas dos oráculos – como foram os casos do de Trepózia, de Amon, de Delfos, de Dodona – a partir da intervenção dos espíritos. Segundo Filostrato, Apolónio de Tiana teria passado sete dias na caverna de Trofónio (arquitecto, construtor do oráculo de Delfos) onde o oráculo lhe ditou um livro inteiro. Vespasiano consultava o de Pafos, na ilha de Chipre; Trajano o de Heliópolis na Síria e Juliano o de Delos (a ilha mais pequena de todas as ilhas do Egeu). Lucano, Tácito, Filostrato evocavam os mortos. Sócrates, Apolónio de Tiana, Fílon e Plotino, tinham os seus espíritos familiares com quem comunicavam directamente. Porfírio afirmava que o seu génio tutelar era de uma hierarquia elevada. Segundo os testemunhos dos alexandrinos, um dos principais conselheiros de Juliano, Jâmblico, era famoso na ciência dos demónios e dos deuses, isto é, na arte de invocar os espíritos. Os principais padres da igreja primitiva, Clemente de Alexandria, Orígenes e S. Gregório de Nisa e tantos outros vultos eminentes evocavam-nos. Inclusivamente Orígenes, um dos mais sábios doutores da Igreja primitiva, dizia que a cada um de nós é dada a existência num corpo no qual recebemos a recompensa, ou não, dos procedimentos anteriores. Cícero conta que Ápio comunicava frequentemente com os espíritos e, segundo Plínio, o antigo, ele evocou o espírito de Homero para se informar da sua pátria e família. Pausânias, à semelhança de muitos pensadores gregos e latinos, evocava os mortos e Periandro, um dos sete sábios da Grécia, falava com o espírito da sua mulher. Os platónicos, os pitagóricos e os estóicos comunicavam com os espíritos. Alguns papas da Igreja Romana como Bento IX, Gregório VI e Gregório VII também davam especial dedicação a esta comunicação. Flavius Josephus (judeu romanizado, autor das Antiguidades Judaicas – 37-95 a.C.) na Guerra dos Judeus fala-nos da doutrina da reencarnação adiantando, inclusivamente, que era uma ideia vulgar entre o povo. Entre os Romanos era conhecida e mencionada pelos seus poetas e na Grécia vários eram os filósofos que a defendiam: Homero; Tales de Mileto que não admitia seres mortos; Pitágoras que falava das suas anteriores existências; Empédocles que contava lembrar-se de ter

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sido rapaz e rapariga; Virgílio que a defendia como um facto; Juliano, o apóstata, lembrava-se de ter sido Alexandre da Macedónia, etc. Na antiga religião do Egipto também vamos encontrar esta doutrina, se bem que de forma diferente: o macrocosmos era um ser comparável ao microcosmos humano. Posteriormente, em Alexandria, os neoplatónicos e os gnósticos também se vão debruçar sobre esta doutrina. Os povos nórdicos contam-na nas suas sagas ou lendas e os gauleses difundiram-na nos seus mitos. Entre os Druidas fazia parte das tradições místicas e ainda hoje perdura nos povos de origem celta da Irlanda e da Bretanha a crença do regresso das almas à vida. Lucano (39-65 d.C., poeta romano) fala de uma mágica da Tessália em que Erato, a Amável (musa da poesia lírica e uma das nove musas da mitologia grega, filha de Zeus e de Mnemosine que personifica a memória),”fazia entrar as almas no seu corpo” e foi por ela que Sexto Pompeu soube do desfecho da rivalidade entre seu pai e César. Do mesmo modo, Dante atribui à mesma musa Erato a evocação da alma de Virgílio pouco depois de este ter morrido. Orfeu também evocou o espírito de Eurídice. Ulisses interroga o espírito do adivinho Tirésias, o de sua mãe e outros, por intermédio de Circe. Eneias desce aos infernos para consultar a sombra (o fantasma) de Anquises. Saul visita a pitonisa do Endor para falar com Samuel. O livro escrito por Hermas – escritor cristão e Padre da Igreja – o Livro do Pastor (escrito entre 88 e 97 d.C. ) contém instruções precisas e muito claras a serem seguidas nas reuniões dos primeiros cristãos, que não deixam de ser muito semelhantes às actuais sessões de espiritismo. Nesse sentido S. Justino apresenta como argumento decisivo em prol da imortalidade da alma a possibilidade de se poder evocar os mortos. S. Irineu e Tertuliano afirmam a realidade destes fenómenos e o próprio S. Jerónimo pronuncia-se também a favor da possível comunicação com os mortos. Do mesmo modo pensa S. Tomás de Aquino. Na Idade Média vamos encontrar afamados nomes que defenderam a imortalidade da alma e a comunicação com o além. É o caso de Roger Bacon, acusado de magia; Giordano Bruno, que acreditava nesta doutrina e por isso foi queimado como sendo herético; Joana d‟Arc, acusada e queimada por ouvir vozes misteriosas. Na época moderna do pensamento encontramos Kant que escreve um livro, pouco comum nos meios filosóficos, Sonhos de um vidente de espíritos explicados pelos sonhos da Metafísica, relacionado com a doutrina que posteriormente nasceu em França nos meados do século XIX. No

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campo das artes verificamos que o teatro de Shakespeare é povoado de fantasmas: Hamlet e Macbeth disso são testemunho; a obra Fausto de Goethe, poema esotérico inspirado nos prodígios de um taumaturgo do século XV; Lessing, Victor Hugo, Lamartine, Tolstoi, etc. não tiveram qualquer problema em afirmar nas suas obras a realidade do mundo invisível e a sua contínua acção no mundo visível. Mas foi sem dúvida na Índia que esta doutrina mais alcançou popularidade e ainda hoje exerce a sua maior influência. No mundo civilizado a doutrina da Imortalidade e Reencarnação da alma tomou novos contornos quando no século XIX surgiu o espiritismo (o contacto com os mortos) com o francês Hippolyte Léon Denizard Rivail (Alan Kardec). Esta corrente apenas actualiza uma prática comum, mas esquecida, dos antigos anais religiosos, dos antigos santuários, das criptas dos Himalaias aos hipogeus egípcios, das catacumbas de Roma que a comunicação com os mortos era a base de toda a liturgia. Inclusive os magos caldeus (como em épocas mais recentes com os cátaros) que levavam uma vida de pureza de oração a fim de poderem comunicar com os espíritos de uma elevada hierarquia. Os druidas evocavam os espíritos nas florestas: os elementais da natureza. Em épocas mais recentes encontramos mencionada a reencarnação em autores como Goethe, Fichte, Schelling, Lessing, Kipling e o empirista David Hume refere que a Doutrina da Reencarnação representava o único aspecto sob o que o filósofo podia ocupar-se da Imortalidade da Alma. Foi então que alguns cientistas aceitaram em estudar os fenómenos pensando poderem desmascarar qualquer indício de fraude ou superstição. Neste contexto surge Reencarnação e Imortalidade – Provas Científicas das Vidas Anteriores de Gabriel Delanne. Caracteriza-se por se desenvolver em torno das experiências realizadas pelo autor nos inícios do século XX através do método da hipnose. A sua pesquisa incide sobre casos de fantasmagoria, aparições ou visões no leito da morte, testemunhos sobre a continuidade da personalidade após a morte (no sentido de a pessoa manter a sua forma de ser), do registo de memória que algumas crianças tinham das suas vidas passadas, o mesmo acontecendo em adultos, e que o autor comprova indo ao local indicado, identificando a casa e os familiares, etc. Actualmente, estas concepções já são bem aceites no meio científico. Um caso singular é o de Ian P. Stevenson (1918-2007), médico psiquiatra canadiano que ao pesquisar também nesta área chega às mesmas conclusões de Delanne, porém, sem recorrer ao método

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hipnótico, pois os casos que analisava eram com crianças entre os dois e os quatro anos – que guardavam lembranças muito precisas e claras do modo como morreram, sobretudo quando a morte ocorria de forma violenta –, uma vez que as recordações atenuavam-se e desapareciam nas idades mais tardias. Mas o que ficou foram os seus testemunhos, os registos médicos que continham elementos e evidências físicas (como defeitos de nascimento, sinais de nascença, etc.) que reforçavam a teoria da reencarnação. Inclusive, o astrofísico e bem conhecido homem de ciência Carl Sagan afirmou que o trabalho de Ian era um dos poucos estudos, na área do paranormal, que merecia ser investigado. Que esta obra contribua de modo a conferir à doutrina da Imortalidade e da Reencarnação da Alma uma base indestrutível demonstrando, por conseguinte, que é uma parte importante na Grande Lei da Criação ao realizar a reeducação e a evolução das almas ao longo do seu caminho evolutivo. O editor

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“Bem depressa, e o tempo é próximo, se chegará a demonstrar que a alma humana pode viver, desde esta existência terrena, em comunicação estreita e indissolúvel com as entidades imateriais do mundo dos Espíritos. Será compreendido e demonstrado que este mundo age, sem dúvida, sobre o nosso e comunica-lhe influências profundas de que o homem actual não tem consciência, mas que mais tarde reconhecerá. Aqueles que gratuitamente se dão o nome e o realce de sábios riem-se de tudo o que, inexplicável para o sábio como para o ignorante, coloca ambos ao mesmo nível. É o que faz com que as histórias de fantasmas sejam escutadas e bem acolhidas na intimidade, mas impiedosamente condenadas em público.” Kant

“Se numa discussão, um dos muitos que gostaria de saber tudo, mas se recusa a aprender qualquer coisa, perguntar-nos a respeito da continuação da vida após a morte, a resposta mais adequada e mais correcta é: „Após a morte você será o que era antes de nascer.‟” Artur Schopenhauer

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INTRODUÇÃO A imortalidade – disse Pascal – interessa-nos a tal ponto, e toca-nos tão profundamente, que é preciso ter perdido todo o senso comum para ficar indiferente ao seu conhecimento. A necessidade de perscrutar o nosso destino tem sido a preocupação de inúmeras gerações, pois as grandes revoluções que transformaram as sociedades foram feitas por chefes religiosos. Entretanto, nos nossos dias reina a incerteza na maioria dos nossos contemporâneos, a respeito de tão importante assunto, porque a Religião perdeu grande parte da sua autoridade moral e viu diminuir o seu poder sugestivo. Com os filósofos espiritualistas, a alma, ávida de verdade, erra, atónita, nos obscuros labirintos de uma metafísica abstracta, muitas vezes contraditória e por vezes incompreensível. O último século foi notável pelo extraordinário desenvolvimento das pesquisas psíquicas em todos os ramos da Ciência. Os novos conhecimentos que adquirimos revolucionaram as nossas condições de existência e melhoraram a nossa vida material, em proporções que pareceriam inverosímeis aos nossos antepassados. Contudo, acusou-se a Ciência de ter iludido todas as nossas esperanças porque, se ela triunfa no domínio da matéria, fica voluntariamente alheia ao que mais nos importa saber, isto é, se temos, por um lado, uma alma imortal e, em caso afirmativo, em que se tornará ela depois da morte e, por outro lado, se a alma existe antes do nascimento. As descobertas da Astronomia, da Geologia e da Antropologia levantaram o véu sobre as nossas origens e, à luz dessas grandiosas revelações naturais, as ficções religiosas sobre a origem da Terra e do homem desvaneceram-se, como aconteceu com as lendas, face à História. Por outro lado, a crítica intensa dos exegetas retirou à Bíblia o seu carácter de revelação divina, de modo que muitos espíritos sinceros recusam submeter-se, neste momento, à sua autoridade. Essa ruína da fé resulta também do antagonismo que existe entre o ensino religioso e a Razão. As antigas concepções do Céu e do Inferno caducaram, porque já não se compreende a eternidade do sofrimento como punição de uma existência que, em relação à imensidade do tempo, é menos de um segundo, assim como não se concebe a felicidade ociosa e beata, cuja eterna monotonia seria um verdadeiro suplício.

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Para trazer uma nova luz a tão controverso assunto, como o da existência da alma, é preciso pôr de parte, resolutamente, o terreno das estéreis discussões filosóficas que, na maioria dos casos, chegam apenas a soluções contraditórias, e recorrer, então, à observação e à experiência. A alma existe substancialmente. Se é, de facto, diferente do corpo, deve ser possível encontrar, nas suas manifestações, provas da sua independência em relação ao organismo. Ora, essas provas existem e é fácil ficarmos convencidos, se estudarmos imparcialmente os factos hoje classificados sob as denominações de clarividência, telepatia, premonição, exteriorização da sensibilidade ou da motricidade e desdobramento do ser humano. Durante muito tempo, a Ciência permaneceu céptica em relação aos fenómenos em que não acreditava, e foram necessários esforços perseverantes dos espíritas, há mais de 70 anos, para orientar, em tão recentes vias, os pesquisadores independentes. Soou, por fim, a hora da justiça, quando o Prof. Charles Richet depôs na mesa dos trabalhos da Academia das Ciências, no mês de Março de 1922, o seu Tratado de Metapsíquica, que é um reconhecimento formal da indiscutível realidade dos fenómenos de que falámos mais acima. Se o célebre fisiologista se conserva, ainda, numa posição oposta à teoria espírita dos factos, é apenas timidamente que combate essa explicação. Muitos sábios ilustres não tiveram tais escrúpulos, visto Crookes, Alfred Russel Wallace, Myers, Sir Oliver Lodge, Lombroso e tantos outros aceitarem, plenamente, a teoria espírita para explicar os mesmos factos, que é a única que a eles se poderá adaptar. A Sociedade Inglesa de Pesquisas Psíquicas, composta por homens de ciência de primeira grandeza e de psicólogos eminentes, tem feito, desde 1882, milhares de observações, tem instituído experiências inquestionáveis e, graças à vulgarização dos processos hipnóticos, o público letrado começa a familiarizar-se com esses casos, que revelam em nós a presença da alma humana. Não basta, porém, afirmar que o ser pensante é uma realidade; é necessário também provar que a sua individualidade sobrevive à morte. Os espíritas responderam a essa expectativa, mostrando que as relações entre os vivos e os mortos realizam-se sob formas diversificadas de escrita, de tiptologia1, de vidência, de audição, etc. Eles empregam a fotografia, a balança, as impressões e as moldagens para estabelecer a objec-

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Nota do Tradutor – Do grego túpto, bater + logia (estudo) que significa a comunicação dos espíritos por meio de pancadas (In Dicionário Priberam da Língua Portuguesa).

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tividade dos fantasmas, que aparecem nas sessões de materialização, e a corporeidade temporária dessas aparições é irrecusável, desde que todos aqueles documentos subsistam após os fantasmas se terem desvanecido. As objecções de fraudes, alucinações e outras foram refutadas perante as reiteradas investigações empreendidas em todo o mundo pelos sábios mais qualificados. E, face à quantidade de provas acumuladas, pode-se, agora, afirmar que a materialidade dos factos já não é mais contestável. Temos como irrefutável que a alma humana possui uma existência durante a vida, que sobrevive à desagregação do corpo e que leva para o Além as faculdades e os poderes que possuía aqui. Impõe-se, agora, saber se ela existe antes do nascimento e quais as provas que são possíveis de reunir para apoiar a teoria da preexistência. Elas são de duas espécies:  Os argumentos filosóficos;  As observações científicas. Examinemos, rapidamente, então, estes dois aspectos da questão. A crença na pluralidade das existências foi admitida pelos espíritos mais eminentes da Antiguidade, a princípio, sob formas um tanto obscuras, mas, com o tempo, foram sendo interpretadas de modo mais compreensível. A partir do momento em que o Cristianismo2 repeliu tal teoria, os homens familiarizaram-se pouco com essa ideia eminentemente racional. Veremos que há argumentos irresistíveis a seu favor, se quisermos conciliar as desigualdades intelectuais e morais que existem entre os homens, com uma justiça imanente. Se admitirmos que a alma do homem não vem à Terra pela primeira vez, que a sua aparição não é súbita, seremos levados a supor, remontando até à origem da Humanidade, que ela passou, anteriormente, pelo reino animal, que o percorreu todo, desde a origem da vida no Globo. Veremos que as descobertas da Ciência apoiam fortemente essa opinião, porque é possível verificar, pela filiação dos seres vivos, uma correlação progressivamente crescente entre os organismos materiais e as formas cada vez mais desenvolvidas das faculdades psíquicas. É nesse momento que fazemos intervir as experiências do Espiritismo, buscando dar a essa teoria filosófica uma base experimental, ou seja, procurando fazê-la entrar na Ciência. Eis, ligeiramente resumidos, os pontos mais notáveis dessa demonstração.

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N. do. T. – Após o Concílio de Niceia, em 325 d.C.. Até lá, a reencarnação era crença comum entre os cristãos.

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A experiência mostra-nos que a alma é inseparável de um corpo fluídico, chamado corpo astral. Esse invólucro contém em si todas as leis que presidem à organização e manutenção do corpo material e, ao mesmo tempo, são as que regem o funcionamento psicológico do Espírito. As manifestações dos espíritos fazem ver, objectivamente, esse poder formador e plástico, e fazem-nos supor que aquilo que sucede, momentânea e anormalmente, numa sessão espírita, produz-se, lenta e naturalmente, no instante do nascimento. Desde então, cada ser traz consigo o poder de desenvolvimento, e só a forma, isto é, o tipo estrutural interno e externo é modificado pelas leis da hereditariedade, que lhe podem perturbar, mais ou menos, o funcionamento. Tentei um esboço dessa demonstração há 30 anos, no meu livro A Evolução Anímica, e numa memória apresentada em 1898 ao Congresso Espiritualista de Londres. Se os factos precedentes forem exactos, deveremos encontrar na série animal os mesmos fenómenos que no ser humano e poderemos estudá-los experimentalmente. Exporei as provas fisiológicas e psicológicas que possuímos a esse respeito e ver-se-á que, se os documentos ainda não são em número suficiente para impor uma convicção absoluta, possuem, no entanto, bastante valor para obrigar-nos a tê-los em grande conta. Uma outra série de argumentos poderá ser retirada do testemunho dos espíritos, e terei o máximo cuidado em não esquecer essa fonte de informações, fazendo as necessárias reservas sobre o valor que devemos atribuir às afirmações dessa natureza. Existem, com efeito, divergências assaz notórias sobre este ponto, entre os espíritos que se manifestam nas diferentes partes do mundo. Os seres desencarnados dos países latinos ensinam, quase unanimemente, as vidas sucessivas; graças a eles Allan Kardec adoptou esta teoria que anteriormente se opunha. Nos países saxónios, pelo contrário, a maioria dos espíritos rejeita essa hipótese. Não nos espantemos com esse desacordo, porque, assim no Espaço como na Terra, as opiniões sobre as grandes leis da Natureza estão divididas, e entre os espíritos, como entre nós, não são os mais instruídos, ou os mais evoluídos, que acabam por demonstrar o bom fundamento das suas ideias. Verifica-se, agora, que a reencarnação vem sendo admitida por grande número de espíritos, na Inglaterra e nos Estados Unidos, e daí concluirmos que essa teoria foi outrora posta de lado pelos guias espirituais, para não chocar rudemente as crenças antigas e comprometer, por isso, o desenvolvimento do espiritismo.

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Imortalidade e Reencarnação da Alma

Hoje, cada vez mais a teoria das vidas sucessivas ganha terreno. Pode-se encontrar nas comunicações espíritas duas espécies de provas da reencarnação:  As que provêm dos espíritos que afirmam lembrar-se das suas vidas anteriores;  Aquelas em que os espíritos anunciam, de antemão, quais serão as suas reencarnações aqui, com a especificação do sexo e dos caracteres particulares pelos quais poderão ser reconhecidos. Discutiremos, cuidadosamente, esses documentos e ver-se-á que muitos resistem a todas as críticas. Há, ainda, duas séries de provas referentes às vidas sucessivas: são, por um lado, as fornecidas pelos homens que se lembram de ter vivido na Terra. Nessa matéria, uma comparação entre esses fenómenos e a paramnésia3 permitir-nos-á conservar apenas os documentos inatacáveis. Seguem-se as que se deduzem da existência dos meninos prodígio. A hereditariedade psíquica é inadmissível, visto sabermos que a alma não é fabricada pelos pais. Assim, a reencarnação é a única explicação lógica das anomalias aparentes. Esses factos, tão negligenciados, até agora, pelos filósofos, têm uma importância capital: se os quisermos examinar atentamente e daí deduzir as consequências, chegaremos a uma quase certeza da teoria das vidas sucessivas e compreenderemos a grandiosa evolução da alma humana, desde as formas inferiores até aos graus mais elevados da vida normal e moral. Essa doutrina tem um alcance filosófico e social de grande importância para o futuro da Humanidade, porque estabelece as bases de uma psicologia integral, que se adapta maravilhosamente a todas as ciências contemporâneas, nas suas mais altas concepções. Estudemo-la, pois, com imparcialidade, e veremos que ela não é apenas uma teoria científica, mas uma verdade imponente, irrefutável.

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N. do T. – Perturbação mental que faz esquecer a significação das palavras que se ouvem ou lêem (In Dicionário Priberam da Língua Portuguesa).

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Gabriel Delanne

- CAPÍTULO I REVISÃO HISTÓRICA SOBRE A TEORIA DAS VIDAS SUCESSIVAS A Antiguidade da crença nas vidas sucessivas. – A Índia. – A Pérsia. – O Egipto. – A Grécia. – A Judeia. – A Escola Neoplatónica de Alexandria. – Os romanos. – Os druidas. – A Idade Média. – Nos tempos modernos: Pensadores e filósofos que admitiram essa doutrina. – Um inquérito sobre o assunto pelo Dr. Calderone.

A Antiguidade da crença nas vidas sucessivas 1. A Índia A doutrina das vidas sucessivas ou reencarnação é também chamada Palingenesia, composta de duas palavras gregas: Palin, de novo – genesis, nascimento4. O que aqui há de notável é que, desde os alvores da civilização, ela foi formulada na Índia, com uma precisão que o estado intelectual dessa época longínqua não fazia prever. Com efeito, desde a mais alta Antiguidade, os povos da Ásia e da Grécia acreditavam na imortalidade da alma, e mais ainda, muitos procuravam saber se essa alma era criada no momento do nascimento ou se existia antes. Recordarei, sucintamente, as opiniões dos autores que estudaram a questão. A Índia é muito provavelmente o berço intelectual da Humanidade e é interessante que se encontrem nos Vedas e no Bhagavad-Gitâ passagens como a que se segue: “A alma nunca nasce nem morre; ela não nasceu outrora nem deve renascer; sem nascimento, sem fim, eterna, antiga, não morre quando se mata o corpo. “Como poderia aquele que a sabe imperecível, eterna, sem nascimento e sem fim, matar ou fazer matar alguém?

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Para a parte histórica, consulte-se a muito bem feita obra de André Pezzani, intitulada A Pluralidade das Existências. Veja-se, igualmente, o livro do Dr. Pascal A Evolução Humana, A Palingenesia, de Charles Bonnet e o Ensaio de Palingenesia Social, de Ballanche.

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