À Procura de um Sonho
I NO SILÊNCIO DA NOITE Vinhas sempre de noite entravas devagarinho nos meus sonhos pé ante pé, como os anjinhos trazias contigo o apetite desviavas a almofada mandavas embora o meu sono despertavas a minha veia de safada ocupavas o meu corpo como se fosse um trono tinhas em ti um amor oculto que te arrastava até à minha cama uma paixão que me tomava de assalto incendiada pelo teu desejo que me chama então quando a escuridão era iluminada por toda a tua sedução quando o meu sono se rendia ao teu amor no instante em que os nossos corpos aqueciam abandonados neste ninho com tanto calor quando os nossos pontos de prazer cediam o meu coração acelerava o teu corpo arrepiava os nossos desejos perdiam-se no tempo consumidos por uma imensa paixão a noite jamais seria o nosso contratempo somente deixaria as roupas espalhadas pelo chão dois corpos saciados no seu prazer e o desejo que a noite volte de novo para tudo voltar a acontecer.
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Ângela Caboz
II PAIXÃO Toquei na tua pele senti a textura do veludo a suavidade da seda num gesto tão profundo mas tão fugaz como uma labareda onde há pouco estivera o linho habitava agora o meu carinho num corpo de cetim coberto por um lençol de algodão onde me perdi assim despida de qualquer emoção aquecida pela tuas mãos delicadas como o vestido de cambraia que me tinhas agora tirado depois de voltarmos da praia com o cabelo todo despenteado parecendo uma pequena catraia com um olhar apaixonado perdida nos contornos desse corpo numa visão que me despe a alma fazendo de mim um farpo que me consome a calma já não tecidos entre os nossos beijos sobram os nossos corpos e os desejos cobertos pelo leve véu da paixão agasalhados nos prazeres do coração.
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