MATÉRIA DE CAPA
A luta pela vida, os medos, as angústias e o alívio depois de sentir na pele o que é conviver com o tão temido coronavírus
Karina Schueler com a família. A médica foi o primeiro caso confirmado em Macaé e enfrentou a doença poucos dias após o nascimento de seu filho Enzo
ELES VENCERAM A COVID-19!
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o fim de fevereiro, o Brasil assistia o que, até então era realidade somente no exterior, começar a fazer parte da vida dos brasileiros, com a confirmação do primeiro caso de coronavírus no país. De lá para cá, o vírus literalmente se espalhou por todo o território nacional. Em março, Macaé entrou nas estatísticas e começou o enfrentamento contra essa doença, que mudou a vida de todos para sempre. Apesar de várias vidas perdidas, encontramos histórias positivas de superação e de vitória contra a Covid-19 para compartilhar com vocês. O alívio de ter vencido e superado esta nova doença, se mescla aos sentimentos de incerteza diante do desconhecido e uma nova forma de ver a vida. Assim, Karina Schueler, Chef Russo, Marcela Borges, Luiz Geraldo e Gleison Guimarães dividiram conosco suas histórias.
Karina Schueler: o estigma do primeiro caso confirmado em Macaé
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O ano de 2020 ficaria marcado para sempre na memória de Karina Schueler, a princípio, por ser o ano do nascimento de seu segundo filho, o Enzo. Mas, quando lembrar de 2020,
Por: Juliana Carvalho / Fotos: Alle Tavares
Karina também irá pensar nele como um dos mais difíceis de sua vida. Em março, ela ficou marcada por ser o primeiro caso notificado de Covid em Macaé. Com o agravante de ter um bebê de apenas 13 dias e estar vivendo o turbilhão de emoções do pós-parto. “Logo após o nascimento do Enzo, eu e meu marido apresentamos sintomas de gripe. Ele se recuperou, mas eu não. Comecei a me sentir muito fraca e como essa questão do coronavírus ainda era muito nova, eu não podia imaginar que, de fato, estivesse com a doença”, relembra Karina que é médica ginecologista e mastologista. Karina foi orientada por médicos infectologistas, mas com a piora de seu quadro e a confirmação de uma pneumonia, a internação foi inevitável. “No momento que eu soube que eu poderia estar com Covid e precisei ser internada, o sentimento que mais me rodeava era o medo. Medo da morte, de não saber o que iria acontecer comigo. Fiquei três dias internada, em isolamento e com um bebê recém-nascido, que eu queria amamentar, em casa”. Após o período de internação, Karina manteve o isolamento domiciliar, mas o pesadelo estava longe de terminar, já que seus pais também foram diagnosticados com Covid. Atualmente, com a família toda recuperada, Karina