DJ Mag Brasil Avenida Embaixador Abelardo Bueno 600, Bloco Indic, Sala 303 Barra da Tijuca Rio de Janeiro, RJ
LATINOAMERICA
MAT.JOE NA DJ MAG BRASIL PARTY, EM MIAMI - Imagem: YOHAN AUGUSTO
A edição da DJ Mag Brasil que você está lendo agora é mais uma em que o conteúdo é quase inteiramente focado nos players brasileiros. Já passamos do momento de elogiar, neste editorial, o bom trabalho que os nossos profissionais vêm fazendo e o crescimento imensurável pelo qual passa todo o ecossistema produtivo do nosso cenário, de agentes a DJs, de produtores de eventos a profissionais de marketing. Noticiar com patriotismo virou realidade, naturalidade e virou, principalmente, uma missão. O momento para se destacar trabalhando com dance music no Brasil é não outro sem ser o agora, então esta edição é um convite para explorar diversos aspectos do mercado. Podemos começar destacando uma participação que esperávamos há algum tempo: Gustavo Mota, destaque nas pistas de todo o Brasil e, ultimamente, do mundo, contando em detalhes os aspectos que o fizeram chegar onde chegou. Nos impressionou a forma humilde como o artista lida com as coisas, fazendo questão de nos pedir um quadro de agradecimentos em sua matéria de capa e demonstrando extrema gratidão também ao longo de sua entrevista. E por falar em agradecimentos, temos muitos “participantes” desta edição a quem agradecer: os coletivos underground independentes de Norte a Sul, que inovam a cada evento; os DJs consolidados ou emergentes, cada dia mais organizados e sérios com seu trabalho e com seus objetivos; os pioneiros da dance music no Brasil, que contribuem com nosso cenário há décadas; os fotógrafos, que registram as memórias que os nossos olhos não podem registrar; as agências, que fazem suas apostas e nadam corajosamente no mar de incertezas que o mercado da música costuma apresentar; os profissionais da cena psicodélica, que hoje lotam fazendas tanto quanto astros do rock lotam ginásios; os nossos clubs, que estão mais uma vez entre os maiores do mundo; os festivais, novatos ou veteranos, que crescem em qualidade de produção na mesma medida que crescem seus públicos. Apreciamos também a oportunidade de realizar nosso próprio encontro da dance music nos EUA, no meio da verdadeira odisseia que é o Miami Music Week. O significado para nós é maior do que apenas festejar: é a proposta de comemorar com música o reencontro com os amigos, parceiros e demais peças que tornam nosso trabalho possível. Por fim, agradecemos pelo trabalho da equipe de colaboradores, por estarem conosco nesta jornada, pelos diretores por manterem a roda girando e, não menos importante, por aquele que nos deixou muito cedo e que homenageamos nesta edição: Avicii, cuja marca na música eletrônica vai ficar para sempre.
RODRIGO AIRAF THE BOREAL AGENCY
Líder de projeto: BAN Diretor Internacional: Nicolas Barlaro Editor Internacional: Hernan Pandelo - hernanp@djmagla.com
BRASIL DIRETORIA Publisher: Rodrigo Vieira - rodrigovieira@djmagbr.com Diretor de Operações e Eventos: Kryssiam Lauria - kryssiam@djmagbr.com Diretor de Marketing e New Business: Raphael Caracas - raphaelcaracas@djmagbr.com EDITORIAL THE BOREAL AGENCY - www.theboreal.agency Editor: Rodrigo Airaf - rodrigoairaf@theborealagency.com Colaboradores: Alexandre Albini, Amanda Nakao, Ana Luíza Cavalcante, Carolina Schubert, Chico Cornejo, Gabriela Loschi, João Anzolin, Nazen Carneiro, Pollyanna Assumpção, Raphael Caracas, Renan Fernandes e Tiago Melchior MARKETING Assistente de Marketing: Ana Cavalcante - analuiza@djmagbr.com JURÍDICO MSDA Advogados ARTE Diretor: Alejandro Ramos - aleramos@djmagla.com Layout: Sergio Aguirre Arte Brasil: Bruno Monteiro - brunomonteiro@bmdesign.art REPRESENTANTES INTERNACIONAIS Rodrigo Barreto / Rod B. (Miami, Estados Unidos) Hugo Ribeiro (Porto, Portugal)
Contents
58 GUSTAVO MOTA Humildade, Carisma e Sucesso
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Features
08 Backstage
38 A RUA COBRA, A PISTA
Opiniões dos bastidores
DEVOLVE EM DOBRO
Os coletivos independentes do cenário underground
42 TRANCE MUSIC BRASIL
Com fortes batidas e cores, uma cena que só cresce
47 ILLUSIONIZE
50 perguntas para o super DJ
50 VELHAS MEMÓRIAS
Meme, Marky, Anderson Noise e Gui Boratto
54 RECONDITE
10 Quickies Uma breve leitura de “pequenas grandes” noticias.
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BRMC, Agência Creative, Fläkke, Tr3nds Agency, Alan Maciel, Fractall x Rocksted, WAO, Breaking Beattz, Maz, The Otherz, Guti, Jopin
74 On The Floor
Flowers Festival, Passeios e festas da DJ Mag em Miami
Entendendo sua arte
56 O MUNDO SEGUNDO OS DJS Vá para Ibiza com Mark Ursa
64 UM ANO SEM AVICII Sentimos saudades!
68 TOP 100 CLUBS
Relembre os vencedores da votação
84 MELHOR QUE NUNCA A noite brasileira em fotos
91 Beatdrops Nossas recomendações musicais
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Backstage Opiniões de profissionais do cenário brasileiro TEMA DESTA EDIÇÃO:
A DANCE MUSIC NO BRASIL PARA ARTISTAS E EVENTOS Por RODRIGO AIRAF
BRUNA CALEGARI
como Kolombo podem levar mais de 5.000 pessoas para clubes antes considerados conceituais, como o Warung Beach Club. Já grandes eventos como Kaballah, Tribaltech, entre outros, têm em nomes nacionais como Vintage Culture, Gabe, Dashdot e Devochka os grandes ticket sellers. “Gringos” ficaram mais raros, por conta do dólar, e viraram itens de posicionamento. É mais fácil ver nomes de peso médio fazendo pequenas turnês de três ou quatro datas em clubes e festas que compartilham o mesmo estilo. As festas estão surgindo e mudando de estilo o tempo todo. É difícil acompanhar o hype — é preciso estar muito ligado ou conhecer um bom manager para servir de guia! Se um evento estrangeiro quisesse conquistar o público brasileiro, o que ele devia fazer?
Diretora Criativa do Festival Subtropikal, curadora do BRMC, editora do Anuário BRMC e CEO da Hot Content Mídia e Conteúdo.
Como você enxerga o cenário de eventos de música eletrônica no Brasil hoje? Quais são as particularidades mais evidentes? O mercado nacional está muito mais plural, com certeza! Se antes alguns headliners de peso poderiam fazer um sucesso estrondoso em todas as regiões (a exemplo de David Guetta, Solomun e Fatboy Slim), agora o mercado acabou ficando mais específico. Por exemplo: nomes
Primeiramente, ser verdadeiro. Dentre tantos que vieram pro Brasil, o Dekmantel foi um dos eventos que se conectaram verdadeiramente com o público e a classe artística em São Paulo — não à toa provocou um bafafá quando não anunciou nenhum artista paulistano na edição holandesa, na hora da troca. O caso de amor acabou mal — somos passionais. Conquistar o público na superfície parece fácil, mas o coração latino é mais complexo do que se imagina. Amor e ódio estão muito perto um do outro. Então eu não indicaria para nenhum evento “conquistar” o público, mas pensar estrategicamente com muito afinco, ter claro o que é o seu conceito, se aliar a bons pares e amargar sem reclamar os primeiros anos. Porque estamos cansados de ver eventos vindo pra cá e morrendo após a “síndrome dos 2 anos”: de Sónar a Tomorrowland, passando pelo próprio Dekmantel. Não é fácil fazer evento no Brasil, mas quem se estabelece tem grandes chances de ter um mercado interessante para explorar. Como gostamos de dizer: o Brasil não é para principiantes.
MAURICIO SOARES Como você enxerga o cenário de eventos de música eletrônica no Brasil hoje? Quais são as particularidades mais evidentes? Vejo o mercado hoje em um contexto de amadurecimento. A relação ofertademanda está mais saudável do que já esteve em um passado recente e não tenho observado tantas inundações de cortesias. Contudo, ainda há pouca diferenciação em termos de formatos e estéticas — o que significa também que ainda há grandes oportunidades a serem exploradas. De forma geral, creio que ainda há muito o que se evoluir na parte criativa dos eventos, mas isso também depende do desenvolvimento da cadeia de valor como um todo. Tendo como referência episódios recentes, é também o momento para os organizadores de eventos estarem mais atentos do que nunca à questão das drogas ilícitas e todos os problemas decorrentes do abuso das mesmas. É possível observar que há uma tendência de maior conservadorismo em curso, com amplo apoio de boa parte da população, e isso se reflete tanto na atuação da polícia como na forma como a imprensa aborda determinados assuntos. Se um evento estrangeiro quisesse conquistar o público brasileiro, o que ele devia fazer? O primeiro passo é buscar conhecer o seu segmento de público no Brasil. As preferências e características comportamentais de um mesmo grupo demográfico variam sensivelmente de um país para o outro e não reconhecer isso pode levar a erros fatais. A seguir, é recomendável que se adote um modelo de governança que ofereça ao organizador local um bom grau de autonomia para tomada de decisões, desde que as características essenciais da marca e da dinâmica
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Sócio-fundador da Alma Music Group, sócio-fundador do espaço ARCA e proprietário da agência de consultoria estratégica Mauhaus
do evento sejam preservadas. O “micro-management” é um veneno para o relacionamento entre as equipes e prejudica a eficiência dos processos. É preciso também tropicalizar a comunicação e a proposta de valor. Isso significa comunicar-se em português na maior medida do possível, fazendo-se entender pelo público, e ajustar coisas como cardápio de bebidas e alimentos, lineup e estratégia de venda de ingressos para o gosto e comportamento locais.
Backstage
FELIPPE SENNE Muita gente aponta de forma negativa que o Brasil é uma espécie de “ilha” culturamente, já que os gêneros que bombam por aqui não necessariamente refletem a realidade do exterior. Porém, ao mesmo tempo que isso pode ser verdade, gêneros como o EDM/Big Room, que ditaram tendência por anos, em paralelo perderam influência tanto aqui, quanto no mundo. Portanto, uma particularidade que começa a perceber é de que essa ilha começa a atrair a atenção dos artistas, promoters e gravadoras gringas, querendo fazer parte do movimento “brazilian bass”, inclusive assinando artistas em grandes gravadoras como Spinnin’ e Armada, além de criar playlists com o som brasileiro. Se um artista estrangeiro quisesse conquistar o público brasileiro, o que ele devia fazer? Basta inverter a lógica que nós brasileiros sempre estivemos acostumados a fazer: ao invés de nós corrermos atrás de collabs e parcerias comerciais com artistas, gravadoras e agências gringas, é o momento dos gringos virem atrás de nós. Sempre tivemos ótimas agências de bookings por aqui, o que facilita muito todo o processo para trazer os shows dos gringos pra cá, porém hoje em dia temos também gravadoras que podem estabelecer parcerias para viabilizar collabs e/ou popularizar a música dos gringos entre os DJs e o público brasileiro, como fazemos com a HUB Records. Fundador e professor do curso online Make Music Now, sócio e A&R da gravadora HUB Records, sócio e diretor-artístico da Nova Bookings e Boost Mgmt e curador do evento itinerante Sonzeira. Como você enxerga o cenário de música eletrônica no Brasil hoje? Quais são as particularidades mais evidentes? Desde 2015, na minha opinião, o Brasil viveu uma revolução em relação à influência dos artistas brasileiros dentro do próprio Brasil. Anteriormente, para conseguir grandes públicos em eventos eletrônicos era necessário importar o talento gringo. Hoje em dia temos artistas como Vintage Culture, Cat Dealers, Alok, Illusionize, KVSH, entre outros, esgotando ingressos de grandes eventos.
Como você enxerga o cenário de música eletrônica no Brasil hoje? Quais são as particularidades mais evidentes?
Também é possível fazer uma espécie de intercâmbio entre agências de management, por exemplo: nós da Boost Mgmt poderíamos cuidar da carreira de um gringo com a intenção de fazer com que o mesmo cresça no Brasil, e em contrapartida levar um dos nossos talentos para a região de influência do manager do artista internacional. Claro que é necessário que o artista que quer estourar no Brasil faça um tipo de som familiar para o nosso público — atualmente os gêneros mais em alta são o próprio brazilian bass, além de tech house e techno. Hoje o Brasil é um mercado completo, com grandes eventos, ótimos profissionais, mídia especializada, artistas influentes, gravadoras e agências competentes, é só uma questão de iniciar um diálogo e trabalhar de forma que renda frutos para ambos os lados.
GABRIELA LOSCHI
Uma das maiores discussões em torno da cena brasileira sempre foi o fato de que a grande maioria da música eletrônica consumida e produzida aqui era um espelho dos estilos importados dos Estados Unidos e da Europa, onde o gênero e suas nuances se desenvolveram primeiro. Apesar de não ser de hoje que nossos ótimos artistas ganham projeção internacional, a exemplo de Marky, Anderson Noise e Renato Cohen no início dos anos 2000, muito se falava em como seria um som eletrônico genuinamente brasileiro, com as misturas rítimicas que temos por aqui ou algo que nos diferenciasse do que é feito nos demais países. Esse dia chegou. Quer alguns gostem ou não, fato é que as batidas de bass fortes e grooveadas (incluindo o “brazilian bass” e seus derivados) que o brasileiro sempre gostou hoje são reconhecidas mundialmente. Seu alcance foi potencializado pelo forte trabalho de marketing desenvolvido por seus capitães dentro e fora da cena. Mas engana-se quem pensa que só esta cena quem está em evidência. Temos um underground e um mainstream brasileiros bem desenvolvidos, coexistindo, exportando artistas para os principais clubs e selos de techno, house e eletrônico-pop mundiais e atraindo milhares de fãs mês a mês. O Brasil hoje tem seu som eletrônico próprio e o mundo já percebeu. Alguns dos principais clubs mundiais estão aqui e as festas não deixam a desejar em nada para as europeias. Com o amadurecimento e o respeito do mercado, embora ainda exista politicagem, protecionismo e picuinhas de gêneros, agências e eventos, isso se enfraquece à medida em que novos e importantes players impõem novas regras, começando a fazer surgir, ainda que timidamente, um jogo um pouco mais horizontal, onde o intercâmbio de artistas entre eventos e a urgência pela cooperação crescem. Pois não adianta termos uma cena bem desenvolvida se a mentalidade e as atitudes não acompanharem esse progresso. Se um artista estrangeiro quisesse conquistar o público brasileiro, o que ele devia fazer? Primeiro entender bem em que cena está pisando e suas particularidades. De um modo geral, o país dava mais espaço aos artistas internacionais, hoje alguns locais são mais valorizados pois construíram uma sólida base tupiniquim. O Brasil é o segundo maior mercado de música eletrônica do mundo, atrás somente dos Estados Unidos, então há
Co-fundadora da agência de marketing digital e assessoria de imprensa The BOREAL Agency muita oportunidade para artistas internacionais que desejam se conectar melhor com a nossa cultura ou atrair mais fãs por aqui. De techno a tech house, psytrance a brazilian bass, o Brasil possui públicos maduros em diversas vertentes. Traçar as estratégias certas para atingir a audiência desejável para sua música é essencial. Saber de quais regiões são, que eventos frequenta, que artistas admiram, quais agências e bookers contatar. Turnês e lançamentos devem ser utilizados para se promover por aqui. Quando desenvolvemos uma campanha de divulgação em território nacional — ou adicionando outros países da América Latina — na BOREAL, nós estabelecemos o objetivo e mapeamos veículos, páginas e influenciadores relevantes para gerar o melhor resultado possível para a imagem do artista ou evento. E também costumamos indicar (e muitas vezes incluir o profissional em) conferências como o Brazil Music Conference, lugar ideal para ser visto e se conectar com os players certos. Profissionais locais costumam ser bem receptivos com quem vem de fora e demonstra respeito e conhecimento do mercado. Em um mercado cada vez mais maduro, o profissionalismo não é só fundamental, é exigência para quem quer se manter relevante. djmagbr.com
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Quickies Por ALEXANDRE ALBINI
NEW DANCE ORDER: A CASA DA E-MUSIC NO ROCK IN RIO O Rock in Rio sempre esteve à frente do tempo e em 2019 contará com uma área diferente de tudo que já aconteceu no festival. O New Dance Order promete ser um grande atrativo para todo o público, que vai conferir apresentações de Alesso, Tropkillaz, Vintage Culture, Nervo, The Martinez Brothers, Claptone, Robin Schulz, entre outros. Nesta edição, a pista abrirá às 16h e seguirá até às 4h — uma ampliação de seis horas na programação do espaço. Ao todo, contará com 64 atrações nos sete dias de evento.
Imagem: JONAS KÖKSAL
O MATO 2019
Imagem: JONAS KÖKSAL
O MATO é um coletivo alemão/brasileiro que cria uma experiência imersiva sustentável para uma comunidade global em plena Floresta Amazônica. Com um programa de 10 dias musicalmente e culturalmente diversificado, que vai desde acampamentos em cachoeiras e visitas a comunidades ribeirinhas e workshops até a programação musical que este ano conta com Riccardo, Ney Faustini, Carrot Green, Pensanuvem, Koolt, Eva Luzia, Lemoan, Patrick Poitz e outros ainda não anunciados, o festival, que foi considerado pela Amuse, da Vice, um dos 5 melhores do mundo para curtir em 2019, apresentará entre 6 e 16 de setembro atividades que garantem excelentes intercâmbios culturais e liberdade. Os ingressos (de 5 ou 10 dias) para esta experiência são ultra-limitados. Mais informações no site: o-mato.com
Imagem: GUSTAVO REMOR
TRIBALTECH DÁ LUGAR AO SOME FESTIVAL EM 2019 A próxima edição de um dos maiores festivais genuinamente brasileiros, a TribalTech, acontecerá apenas em 2020. Isso porque a organização somará forças com o Club Vibe e o D-EDGE para lançar o SOME Festival. Será realizado na Usina 5, complexo de galpões que foi revitalizado e se tornou um espaço para eventos culturais alternativos. O line-up ainda não foi divulgado, mas será dividido em três palcos e apresentará artistas internacionais de renome para diferentes segmentos da música eletrônica.
Imagem: IMAGE DEALERS
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XXXPERIENCE 150 EDIÇÕES
RAVING RIOT
A XXXPerience, maior festival nacional de música eletrônica — iniciado em novembro de 1996 e que já passou por Maresias, Brasília, Goiânia, Rio de Janeiro e Curitiba — chega a sua edição de número 150 em 2019. Para comemorar essa marca expressiva, a No Limits, agência organizadora, lançou no final de maio a data do evento. Com o tema ‘Mystical’, inspirado na cultura asiática e encerrando a trilogia ‘Nonsense Journey’, acontecerá no dia 21 de setembro na Arena Maeda, em Itu, interior de São Paulo.
Dirigido por Stepan Polivanov, o filme Raving Riot promete ser um registro fiel do que ocorreu em Tblisi, ano de 2018, e teve o club Bassiani como ponto central, envolvendo desde as circunstâncias que levaram clubbers a formarem uma resistência nas ruas da capital da Geórgia, até os resultados concretos alcançados. Com estreia em 5 de junho no Beat Festival, oferece uma visão daquilo que ocorre quando uma tradição local repressiva é desafiada por uma abordagem global caracteristicamente liberadora.
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Quickies
HOT SINCE 82 ANUNCIA EVEN DEEPER BRASIL Com presença constante em festivais importantes pelo mundo, Hot Since 82 veio ao Brasil durante o Carnaval e aproveitou para gravar um documentário. O curta é o terceiro da série “Even Deeper”, na qual o artista inglês mergulha nas nuances da cultura local. Com mais de dois milhões de visualizações nos episódios gravados no México e Japão, é baseada no conceito ‘slow touring’, mostrando que há muito mais alternativas além dos vários eventos em que o DJ costuma se apresentar nos fins de semana.
ELLA DE VUONO CRIA PROJETO AUDIOVISUAL
KRAFTWERK PELA 1° VEZ EM IBIZA
A DJ e produtora Ella De Vuono acaba de criar o projeto audiovisual “Ello”. Baseado em unir em cada episódio a discotecagem com arte, estreia apresentando a relação das sonoridades eletrônicas com a pintura corporal, além da representatividade feminina e foco em transmitir o que a música carrega. Para o primeiro episódio, fora a apresentação da DJ, a convidada foi Silvia Campi, artista italiana multi talentosa que, há dois anos, é a responsável pelas maquiagens artísticas com as quais a DJ se apresenta.
O Ushuaïa Ibiza revelou recentemente a comemoração dos 20 anos da Cocoon, de Sven Väth. Em 13 de setembro o Kraftwerk trará a inimitável performance 3D pela primeira vez à ilha espanhola para celebrar a data. Destaque na música desde meados dos anos 70, o grupo alemão alcançou reconhecimento internacional pelas composições que usam técnicas inovadoras, vozes sintéticas e ritmos computadorizados, que continuam exercendo influência em diversos gêneros: do electro ao hip hop, do techno ao synthpop.
NOISE MUSIC COMPLETA 20 ANOS Capitaneada por Anderson Noise, artista com 30 anos de carreira e uma das maiores referências da música eletrônica nacional, a gravadora surgiu em um momento em que a cena era um “culto” ao DJ, já que naquela época havia poucos produtores e muitos excelentes pesquisadores. Mesmo com diversas barreiras, como a transição do vinil para o MP3, Noise persistiu e acreditou no sucesso da empreitada. Fruto disso são nomes como Paco Osuna, Jamie Anderson, Victor Ruiz e outros que fazem parte do selo.
SWEDISH HOUSE MAFIA PROMOVE EXPOSIÇÃO A exposição Purgatorium, realizada entre 30 de abril e 5 de maio no centro de fotografia contemporânea de Estocolmo, narra a jornada do trio sueco através de doze fotos e um filme projetado nas paredes. Em outras palavras, interpreta visualmente o estado mental e as emoções dos artistas entre o período do show “One Last Tour” em 2013 até a reunião em 2018 — ambos no festival Ultra. A exposição foi aberta antes dos shows de regresso ao público na Tele2 Arena, em Estocolmo, nos dias 2, 3 e 4 de maio. djmagbr.com
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Quickies
TINDER LANÇA MODO FESTIVAL Disponível desde maio, o Modo Festival permite que os usuários adicionem aos seus perfis os eventos que desejam participar, três semanas antes de acontecerem. Por enquanto, a plataforma selecionou um total de 12 em diferentes partes dos EUA e do Reino Unido, com destaque para EDC Las Vegas, Lovebox, Hangout, Firefly, Hard Summer e The Governors. O lançamento não é ao acaso. A ideia surgiu após estatísticas do Tinder detectarem o aumento de uso durante a temporada de festivais europeus em 2018.
IMS BUSINESS REPORT 2019 A International Music Summit, principal plataforma para negócios, cultura e educação em música eletrônica no mundo divulgou no final de maio o relatório anual IMS Business Report, um estudo econômico aprofundado que cobre todos os aspectos do gênero em questão e fornece estatísticas de como a indústria do entretenimento mudou ao longo do ano. Umas das constatações mais importantes é o declínio nas casas noturnas que está se acelerando, com uma série de fechamentos de grande visibilidade em todo o mundo nos últimos meses. O estudo coloca também um foco importante no problema de saúde mental. 73% dos músicos independentes experimentaram emoções negativas, impulsionadas pelo medo do fracasso e muitos outros fatores. Paralelamente, foi identificado que a música eletrônica é o terceiro gênero mais popular, com cerca de 1,5 bilhão de ouvintes. Pop e rock foram os mais consumidos na pesquisa, que foi enviada para pessoas de 16 a 64 anos em 18 países diferentes.
NASCE A BOX TALENTS Victor Sornas e Luis Claudio Boka, profissionais extremamente reconhecidos no mercado, se juntam a Artist Factory para criar uma nova empresa, a Box Talents. Illuzionize, Pic Schmitz, Soldera e Santti são alguns dos nomes que se juntam a Alok, Bhaskar, Dre Guazzelli, Rivas e Sevenn. Com essa expansão, a Artist Factory, que em 2019 comemora dois anos de atividade, reafirma seu crescimento e reforça o posicionamento na área de management com gerenciamento de carreiras e produção de eventos. 12
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SOUNDCLOUD SE INTEGRA AO TRAKTOR O SoundCloud disponibilizou em maio um software para DJs em colaboração com a Native Instruments, que permitirá escolher, tocar e mixar músicas ao vivo. Isso significa que os usuários das duas plataformas agora podem acessar uma biblioteca de 200 milhões de faixas por 20 milhões de criadores. DJs em qualquer nível poderão utilizar esse material via streaming com a curadoria de artistas através do TRAKTOR DJ 2, ou para praticar suas técnicas de combinação de tempo, seleção de repertório e estilo.
SOUNDSCAPE, O CERCLE BRASILEIRO
O Soundscape nasceu da vontade de levar música eletrônica para fora do ambiente dos clubs e das raves. Inspirado nos canais Cercle e Street Player, consolida a tendência desse formato de vídeo como uma excelente ferramenta de divulgação. Apesar de funcionar de modo autônomo, já gravou em locais deslumbrantes e com artistas consagrados, tendo apoio e parceria do canal europeu Dance Television. No final de maio as Cataratas do Iguaçu foram o cenário para o episódio mais recente, com Gabe.
Quickies Imagem: CHRIS CARDWELL
DJ MAG TOP 50 FESTIVALS Ao longo dos anos nós fizemos dessas pesquisas uma especialidade da DJ Mag. Mais de 1.2 milhões de pessoas votaram no Top 100 DJs em 2018 e 600 mil tiveram sua opinião levada em consideração na lista dos 100 melhores clubes neste ano de 2019. Então, para celebrar o começo de uma nova temporada de festivais repleta de eventos incríveis, nós pensamos que seria divertido conferir qual festival é o melhor. Em vez de perguntar ao público, desta vez nós fizemos diferente: questionamos os próprios DJs do Top 100, do Top 100 Alternativo (lista que ocorreu pela primeira vez no ano passado em parceria com o Beatport) e uma enorme lista de artistas que atuam dentro do espectro da dance music — do house ao techno, drum & bass ao hardstyle — para ter certeza que a lista fosse a mais fiel possível. Além disso, mantemos as respostas no anonimato para que os DJs respondessem da forma mais honesta possível. Confira a lista completa: 1- Tomorrowland 2- Glastonbury 3- Ultra Music Festival 4- Awakenings 5- Sónar 6- Edc Las Vegas 7- Exit 8- Untold 9- Coachella 10- Dekmantel 11- Burning Man 12- Timewarp 13- Creamfields 14- Movement 15- Parookaville 16- World Club Dome 17- Love International 18- Outlook 19- Fusion 20- Dour 21- Lollapalooza 22- Mysteryland 23- Boomtown 24- Dimensions 25- Sziget
26- Melt! 27- Sunburn 28- 51st State 29- Parklife 30- Kappa Futurfestival 31- Junction 2 32- Shambhala 33- Sonus 34- Rock In Rio 35- Dreambeach 36- Lost Village 37- Defected Croatia 38- Houghton 39- Suncébeat 40- Sw4 41- Electric Zoo 42- Let It Roll 43- Balaton Sound 44- Unsound 45- Primavera 46- We Are Fstvl 47- Sunandbass 48- Bpm 49- Hospitality In The Park 50- Dominator
DJ MAG NORTH AMERICA AWARDS 2019 Tendo em vista que a dance music é um fenômeno global, não há como negar a influência que a América do Norte exerce na cultura mundial. Alguns dos maiores eventos do mundo acontecem nos EUA, Canadá ou México, e servem como parâmetro para muitos outros. Em razão disso, a pesquisa anual do prêmio Best of North America Awards da DJ Mag oferece aos leitores a oportunidade de mostrar seu amor aos DJs, produtores, selos, clubes e festivais favoritos do continente. Este ano, a única categoria não-pública, Contribuição Extraordinária – escolhida pela equipe da DJ Mag– vai para a lenda do techno Richie Hawtin, cuja carreira de quase três décadas o ajudou a moldar e agitar o mundo da tecnologia de DJ. Abaixo, você pode conferir a lista completa dos vencedores deste ano, dividida em 16 categorias: Contribuição Extraordinária: Richie Hawtin Melhor DJ: Honey Dijon Melhor produtor: Zeds Dead Hall da fama: Armand van Helden Melhor live act: Griz Melhor selo: Mad Decent Selo revelação: 100% Silk Artista revelação: ATTLAS Produtor revelação: J.Worra Melhor álbum: Rezz, “Certain Kind of Magic” (Mau5trap) Melhor faixa: Claude VonStroke, “Maharaja” (Dirtybird) Melhor remix: Sophie LLoyd feat. Dames Brown, “Calling Out” (Floorplan Extended Club Remix) Melhor club/Event series: Piknik Électronik Montréal, Canadá Melhor superclube: Echostage Washington, EUA Melhor club pequeno: Coda, Toronto, Canadá Melhor festival: Shambhala, Canadá Melhor festival boutique: Bass Coast, Canadá djmagbr.com
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BRMC TEM NOVIDADES
PARA A TEMPORADA DE 2019
Imagem: BEATRIZ YOSHIZAWA
Por JOÃO ANZOLIN
CONFERÊNCIA SE TORNA PLATAFORMA ANUAL DE CONTEÚDOS E FOCA NO CONCEITO DA TRANSVERSALIDADE
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018 foi um ano de grandes mudanças para o Rio Music Conference: após nove edições no Rio de Janeiro e diversos encontros regionais por diversos estados brasileiros, o evento apresentou uma mudança significativa em sua estrutura e tornou-se Brazil Music Conference (BRMC). Estabelecendo-se de forma definitiva em São Paulo, a conferência reuniu mais de duas mil pessoas em quase cem atividades distribuídas nos sete espaços do Unibes Cultural ao longo de três dias. As novidades do ano passado, entretanto, pareciam apenas anunciar outras, ainda maiores, para a temporada de 2019. Este ano o BRMC apresenta uma série de mudanças que já estão em curso. A ideia central é se transformar em uma plataforma anual voltada para a música (não apenas eletrônica) e o entretenimento em toda sua amplitude, e que contemple não apenas eventos como diversos conteúdos. A chegada de uma nova sócia no projeto, a Dream Factory (responsável por eventos como Rock In Rio) é decisiva no novo momento da marca. “Estamos muito felizes em ter o BRMC no nosso portfólio de eventos proprietários, sabemos como a música é relevante para as pessoas e para os mais diversos mercados e setores. Queremos ser o centro dessa conversa”, conta Claudio Romano, CEO da empresa. Um dos principais nortes das mudanças é o conceito dos “beats transversais”. Ele se baseia no entendimento de que a cultura eletrônica extrapolou antigas barreiras, não apenas dos estilos musicais, mas dos nichos culturais onde 14
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tradicionalmente esteve inserida, e que as sonoridades fluem com naturalidade entre gêneros musicais há tempos. Não só rock e pop incorporam as batidas e sintetizadores, mas a música regional, popular, clássica. Todas dependem de técnicas e profissionais que são, por excelência, produtores de música eletrônica. Toda uma cadeia profissional que atua em torno das pistas ultrapassou e muito os limites delas: design, relações públicas, gerenciamento de carreira, artes visuais, produção de eventos, desenvolvimento de softwares e aplicativos, cenografia, iluminação, performance e comunicação são algumas das áreas criativas que movimentam o meio em quantidade considerável. A cultura das pistas espalhou sua influência de tal forma que os comportamentos típicos das pistas se difundiram e popularizaram na cultura pop. “Já não é de hoje que a música eletrônica lidera as inovações no universo musical, integrando gêneros e conectando outras indústrias – apresentando também o que há de vanguarda em códigos e tipos de comportamento. As pessoas, empresas e negócios estão cada vez mais transversais e multidisciplinares. O BRMC 2019 vai ampliar o debate e apresentar os novos caminhos, inovações e indústrias que a música impacta e gera valor, e onde estará no futuro”, diz Claudio da Rocha Miranda Filho, co-fundador e Diretor Geral do BRMC. Ao longo do ano, o BRMC 2019 volta a apresentar eventos regionais pelo Brasil em novo formato. O BRMC Diálogos, que teve sua primeira edição em São Paulo em abril, traz uma versão dinâmica de encontro onde sessões de
pitching se alternam com debates e palestras. A segunda edição acontece em Belo Horizonte em junho e outras capitais devem receber seus Diálogos até o fim do ano. A plataforma também funcionará como uma porta-voz do mercado, produzindo e compartilhando gratuitamente Reports bimestrais com conteúdos autorais, tendências, análises e estatísticas. O Report 001 foi lançado durante a Diálogos São Paulo, e a segunda edição já está sendo produzida. Além do Diálogos e do Report, o BRMC Connections é outra novidade. Garantindo a presença da marca nos melhores eventos internacionais, a iniciativa documenta e compartilha ao vivo o que acontece de mais importante em conferências com foco criativo. Além disso, serão mantidas iniciativas já consagradas no mercado: o Anuário de Mercado BRMC, em sua 8ª edição, e a premiação BRMC Heads of Industry, parte da conferência anual internacional. O evento principal também terá mudanças, a começar pela divisão da programação. Executivos e lideranças poderão acompanhar as tendências e rumos da música e do entretenimento no BRMC Expert. Para quem está dando os primeiros passos no mercado, o BRMC Academy irá oferecer um encontro com grandes nomes do ramo. Já o BRMC Suave pensará na democratização da música eletrônica, por meio de palestras gratuitas que colocarão em pauta temas como a ocupação de espaços públicos. Outra novidade é a data do evento, que acontecerá de 30 de outubro a 2 de novembro, no Unibes Cultural, nos Jardins, São Paulo. n
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WE ARE CREATIVE! Com quase dois anos de atuação no mercado de bookings, tendo um casting completo com DJs de diversos gêneros, a agência Creative tem se destacado no Sul do Brasil atendendo alguns dos principais clubs da cena nacional, além de apresentar soluções para eventos sociais e corporativos. Para os DJs, a agência é especializada na gestão de carreira artística, com proposta de serviço 360 graus personalizado. Desenvolvemos um plano de carreira conforme a necessidade de cada artista para que o mesmo explore todo seu potencial e amplie seu talento. Também possuímos um departamento exclusivo para a confecção, venda e execução de label parties.
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ALINE Aline, residente do Café De La Musique em Jurerê, nunca para. É reconhecida em palcos de todo o Brasil, já tocou no exterior, no navio mais cobiçado do Brasil, o Chilli Mob Cruise, e no Reveillón do Green Valley, eleito quatro vezes o melhor club do mundo. Com um estilo original e personalidade musical dentro da house music, Aline conquistou seu espaço através de muito trabalho, garra e criatividade: “Eu me permito criar, produzir, errar, mas acima de tudo, imprimir minha identidade e ser feliz com o que faço!”, conta Aline, que no mês de abril lançou um remix oficial para a música “Complicado”, da cantora Brenda Band. A música surpreendeu com engajamento orgânico e espontâneo do público que a divulga intensamente nas redes sociais. @djalinerocha /alinerochadj
A LIGA Uma brincadeira que acabou ficando séria, no bom sentido. Amigos que decidiram subir no palco apenas pela diversão e acabaram cativando multidões pelo Brasil. Um dos integrantes comenta: “foi tudo surgindo de uma maneira muito espontânea e o público nos acolheu demais”. O projeto A LIGA surgiu como novidade no mercado nacional, algo totalmente diferente do que vinha sendo feito, trazendo além da música as performances e interações com o público. Para muitos jovens que sonhavam em subir no palco, A LIGA virou referência. Foram convidados a se apresentar na tour da artista americana Miley Cyrus e em um dos maiores festivais do país, o Rock in Rio. Além disso, outras apresentações memoráveis fazem parte de sua história: Green Valley, P12, Anzu, Privilege e Pacha. @aligaofficial /aligaoficial
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GHOSTT Com mais de 20 milhões de plays no Spotify, Ghostt é um dos maiores hitmakers da atualidade. Recentemente assinou um remix oficial da música “Shape of You”, de Ed Sheeran, além de ter músicas em parceria com Vintage Culture, Radiomatik, Jetlag e outros grandes nomes da cena. O projeto que tem pouco mais de 2 anos é presença confirmada nos quatro cantos do Brasil. @ghosttmusic /ghosttmusic
TOM Muito mais do que técnica, o DJ Tom tem no sangue a habilidade e o talento. Desde muito cedo esteve envolvido com músicas de diversos estilos, em especial as vertentes do hip-hop, R&B, jazz, soul, funk, rap e eletrônica. A sua evolução no mercado musical tornou seu um estilo autêntico, tornando-o um profissional versátil, reconhecido e requisitado nacionalmente como um dos maiores DJs do país. Atualmente Tom tem produções com MC Sapão, Naldo Benny, 1kilo, Flora Matos, além de um lançamento agendado para julho deste ano com um rapper americano. @djtom /djtombrasil
Saiba mais sobre a agência Creative Site: grupocreative.art.br Instagram: @creativeentretenimento Informações: contato@grupocreative.art.br
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A VISÃO DE FLAKKË CONHEÇA O PAULISTANO QUE “CHEGOU CHEGANDO” NA CENA NACIONAL Por POLLYANNA ASSUMPÇÃO
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enso de humor é o que define o Flakkë. Não necessariamente um senso de humor dos mais tradicionais, mas ainda assim é algo que chama a atenção. Um breve passeio em suas redes sociais torna perceptível que Flakkë não é apenas mais um DJ como todos os outros que tentam copiar os mais famosos de sua geração, assim como ouvir suas produções em parceria com produtores com carreiras já consolidadas no mercado nacional. Isso tudo nos faz pensar: quem é esse rapaz que chegou rapidamente e já tem músicas lançadas com Cat Dealers, KVSH, Beowülf e Repow pela HUB Records? Flakkë iniciou a sua carreira em 2012 e acredita que começou tarde na música eletrônica se comparado aos outros DJs que estão por aí na cena atualmente. Mas não significa que ele começou tarde na música em geral. Com formação em violão erudito no Conservatório de Música, o rapaz enxerga na música clássica e na música étnica — em especial a indiana e a egípcia — grande parte da sua inspiração, assim como de um dos seus grandes ídolos, o DJ e produtor californiano KSHMR. Ao ser perguntado como classifica seu próprio som, Flakkë é categórico: “sempre foi difícil pra mim definir meu som, mas eu tento passar uma atmosfera mágica em cada música, uma vibe fantasiosa dentro do house”.
FLAKKË E CAT DEALERS - por BRUNO FEITOSA
Por ter raízes na música clássica e até os 20 anos ter se dedicado a tocar em bandas, o DJ acredita que isso traz uma sonoridade diferente às suas produções. Uma delas é “Apache”, co-produzida com o duo Cat Dealers, que remete aos clássicos de main stage de festival ao mesmo tempo que parece saída de uma trilha sonora de um filme de faroeste. Se o som do Flakkë é algo que não dá para definir, não podemos dizer o mesmo sobre o seu processo de criação, embora ele seja um tanto modesto. “Eu não tenho uma fórmula pronta pra criar tracks, mas como tenho essa proposta de fazer música étnica, normalmente tenho pesquisado muitos instrumentos de alguma região do mundo, estudado um pouco a cultura de cada povo, as escalas que eles usam e tentando encaixar isso com a batida do house”. Sua parceria com KVSH e Beowülf, “Me Gusta”, nos leva à latinidade, com batidas para as quais o brasileiro ama dançar, mostrando que os artistas conhecem bem o público com que estão lidando. Os próximos passos do Flakkë incluem uma parceria com outro duo muito querido do público brasileiro, o Dubdogz, além de um set baseado em músicas autorais e com uma projeção audiovisual que o DJ define como “cremosa”. Ele acredita que a cena brasileira está atravessando um ótimo momento e o público finalmente está aberto a sons diferentes na pista, o que para um artista que foge do som lugar-comum e que tem como proposta criar uma experiência mística, é algo maravilhoso. n
KVSH, FLAKKË E BEOWÜLF - por JOAO PAULO PINHEIRO djmagbr.com
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ANICIO E RÖDE
SÃO AS PROMESSAS DA TR3NDS AGENCY Artistas fazem parte do casting da agência que inaugurou no final de 2018 Por ANA LUIZA CAVALCANTE
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TR3NDS Agency, agência de bookings de Belo Horizonte, surgiu de uma necessidade de dar oportunidades a novos produtores da cena eletrônica no Brasil. Para Romeo Marques, CEO da agência, há uma leva de artistas de grande qualidade mas que, por inúmeras razões, não tiveram um suporte para dar impulso às suas carreiras. Baseada nisso, a agência oferece toda a parte de management de carreira de alguns produtores. As grandes apostas da vez são os talentos Anicio e Röde.
ANICIO
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nicio começou a ter contato com a música desde pequeno. Seu pai lhe presenteou com um CD que tinha umas músicas eletrônicas antigas e desde então ele procurou aperfeiçoar-se para aprender a tocar bateria, seu instrumento preferido. Aos 17 anos, ele começou a frequentar festas e clubs de música eletrônica, a fim de conhecer mais sobre o estilo e conhecer pessoas da cena. Foi aí que surgiu o convite para se apresentar no club Deputamadre. Versátil e carismático no palco, Anicio tocou pela segunda vez no Flowers Festival, no fim de abril, como um dos comandantes do main stage. “Estava muito feliz e ansioso ao mesmo tempo; no ano passado eu me apresentei no palco de house e esse ano estive no main stage ao lado de grandes artistas nacionais e internacionais. Foi incrível e foi a realização de mais um sonho” afirma Anicio. Tendo recebido suporte de vários artistas, como Tiësto, Vintage Culture, Gabriel Boni, Dubdogz, Liu, JØRD e Future Class, Anicio confessa que geralmente manda suas tracks para os amigos
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testarem para assim ter uma ideia de como será a aceitação da pista. No seu processo criativo, inicia por um vocal para saber qual “vibe” seguir e depois parte para o drop e finalização da produção. O estilo com o qual Anicio se identifica é o deep house, passando pelo nu disco e a house music. Com o lançamento do remix oficial do hit “Wild Kidz”, de Vintage Culture e Ricci, Anicio ganhou grande destaque na cena, seguido de um remix de “Tempo Perdido”, um dos clássicos da banda Legião Urbana, ultrapassando 12 milhões de visualizações no Youtube. Seus lançamentos foram pelos selos Só Track Boa, Mix Feed, Fire Music e Deepink. Para Anicio, a música eletrônica nunca viveu um momento tão bom, com grandes nomes no topo das paradas musicais e até mesmo na Billboard. Ele acredita que a cena precisa de uma certa inovação, mas não pode reclamar que todo o reconhecimento que vem acontecendo para artistas grandes e pequenos é devido ao mainstream, que nunca esteve tão forte tanto aqui no Brasil, quanto fora.
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RÖDE
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öde é o projeto assinado pelo DJ e produtor Rodrigo Cabañero. Tendo sua carreira de produtor iniciada em meados de 2011, formou-se em 2013 como DJ pela Aimec, além de vários cursos como o Make Music Now, onde, logo no início, foi apelidado como “hitmaker” pelo próprio Felippe Senne. Röde participou de um desafio chamado “Plano B”, do Make Music Now, que consistia basicamente em criar um projeto do zero, fazer um estilo diferente do que você estava fazendo e sair da sua zona de conforto. Foi a partir daí que ele criou o seu o projeto atual, Röde, e produziu a música “Where Am I”. “O primeiro estilo que produzi foi progressive house, mas já produzi de tudo um pouco, desde hip-hop, brazilian bass e low bass até deep house. Eu estava bem perdido em relação ao que produzir. Nada me dava aquela sensação de ‘é isso que eu quero fazer’. Na época eu escutava muito tech house, pois frequentava festas que tocavam esse estilo. Até cheguei a produzir uma ou duas músicas, mas achava muito diferente do meu estilo naquele momento e não enxergava uma maneira de lançá-las no meu projeto antigo”, conta Röde. Ele acabou ficando entre os 10 finalistas do desafio e recebeu vários feedbacks positivos. Röde chamou a atenção logo nos seus primeiros lançamentos, que saíram em grandes selos, como Hub Records e Deepink, além de uma collab com Evokings que saiu pelo Sonzeira. Com uma pegada tech house, é um dos precursores do movimento do “Nu House” no Brasil junto ao Evokings, com quem já produziu a faixa “My Feelings”. Suas tracks “Oh My Gosh” e “Set Me Free” já acumulam mais de 100 mil plays cada uma. Para Röde, a música eletrônica nunca esteve tão forte no Brasil, não sendo muito difícil encontrar alguém que não tenha pelo menos uma ou duas tracks eletrônicas em suas playlists pessoais, independente de essa pessoa ser da cena ou não. Com grandes artistas se apresentando em festivais dentro e fora do Brasil, como Alok, Vintage Culture e Cat Dealers, o sucesso do cenário ficou mais evidente. “Apesar de muitos acharem que há saturação neste mercado, esse reconhecimento é muito importante e inevitável. Quando um estilo ou DJ começa a ficar popular, é natural que outros produtores acabem aderindo àquele estilo. Isso é uma oportunidade para inovar e ser diferente.“ Röde confessa que escuta muitas coisas diferentes e se inspira em artistas de diversos gêneros. Suas influências musicais atualmente são Chris Lake, Fisher, Claude Vonstroke, Volkoder, Jack Back,
Mason Maynard, Camelphat, Sonny Fodera, Mark Knight e Gorgon City. O processo criativo de Röde depende muito da track: às vezes começa com um vocal, às vezes um build up, muitas vezes pelo drop. O que ele prioriza é sempre achar novas referências e tentar colocar algo que tenha a sua identidade na música. Quando ele está sem ideias, ele procura escutar músicas diferentes, de estilos diferentes e imaginar como elas seriam se ele ou algum produtor de tech house as produzisse, embora não espere a inspiração bater para começar a produzir. A inspiração vai aparecendo enquanto se está com a mão na massa. Hoje, com quase um ano de projeto, Röde já acumula 12 músicas com mais de meio milhão de streams e mais de 70 mil ouvintes mensais no Spotify, além de 210 mil streams e 4,5 seguidores no Soundcloud. Seu próximo lançamento será o single “Lady Back”, pela HUB Lab, e depois será a vez da faixa “Addicted”, parceria com Mikalyn e Xtro a ser lançada pelo selo Reven. Para fechar a trinca de lançamentos, a track “Go”, collab com seu grande amigo Hostin, vai sair pela HUB Lab. Röde já marcou presença na Rádio Atlântida, no programa Sonzeira Radio Show, fez parte do lineup da primeira edição do Festival Sonzeira, no Rio de Janeiro, e se apresentou também no Flowers Festival. Ansioso para se apresentar ao lado de diversos artistas de peso da cena nacional e internacional, como Boris Brejcha, Vini Vici, Eli Iwasa, Gabe, Gui Boratto e Felguk, em menos de um ano de projeto ele está chocado com a força que ganhou em tão pouco tempo. Seu maior sonho como DJ e produtor é se apresentar em grandes festivais, ter suas músicas reconhecidas e reproduzidas ao redor do mundo. Além, é claro, de viajar o mundo e disseminar sua música para diversas pistas! n djmagbr.com
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ALAN
MACIEL Talento de fora para dentro, e de dentro para fora. Por RODRIGO AIRAF
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companhando a ebulição cada vez mais acalorada dos sons eletrônicos com assinatura brasileira, Alan Maciel entra nesta equação como uma das mais recentes promessas do cenário nacional. Carioca radicado em Recife, o jovem DJ começou pelo caminho inverso: entregou-se às referências gringas e fez seu nome na América do Norte, para depois “expandir” para o Brasil. Entre suas aparições estão eventos em Orlando e Miami, em clubs conhecidos, como o Nikki Beach e o 5th. Considerado eclético e com boa leitura de pista, transita entre as nuances do deep house e a explosividade do movimento brazilian bass. Tudo isso foi consolidado com sua participação na festa da DJ Mag Brasil, durante o Miami Music Week. Conversamos com o artista sobre suas visões de mundo e, claro, de cena. Oi Alan, como vai? O que te faz retornar ao Brasil? O objetivo da viagem ao Canadá foi um intercâmbio cultural e lá acabei descobrindo
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minha paixão pela música eletrônica. Tive muitas oportunidades de me mudar e manter residência fixa, no entanto, a saudade da família e o desejo de me desenvolver no Brasil foram maiores. Além disso, eu sabia que, com o apoio do meu pai e a presença dele por perto, seria mais prazeroso trabalhar para conquistar o mercado que eu passei a almejar. Desde sempre eu gostei de música eletrônica e frequentava todas as festas que eu podia. Lá no Canadá veio a decisão. Eu disse a mim mesmo: “Alan, é isso que você gosta? É isso que faz você feliz? Então você é um DJ”. Na época minhas maiores referências eram Hardwell, Avicii e Alok. Sempre escutava os três a todo momento.
Qual é o seu processo criativo no estúdio?
Na sua visão, o que faz de um DJ um grande DJ?
Com quem você sonha em fazer uma collab um dia e por quê?
A habilidade técnica é muito importante, mas acredito que fazer tudo com muito foco, trabalho e sentimento é tão importante quanto. A sensibilidade com a pista e o feedback do público alavancam a carreira de qualquer DJ. No meu caso, eu adoro interagir com todos. Tenho certeza que essas características me ajudam nessa caminhada.
Os três nomes que passam pela minha cabeça hoje seriam Vintage Culture, deadmau5 e Eric Prydz. Para mim, esses caras são gênios no estúdio e isso me traria um aprendizado sem igual. Admiro muito o que eles conquistaram até hoje e tenho certeza que os trabalhos deles estarão para sempre entre nós. Tenho outros nomes também, como KVSH, Calvin Harris e Alesso. Eu poderia ficar aqui até amanhã falando, todos são muito bons.
Você se tornou conhecido independentemente de onde estava... em Recife, no Canadá. Como foi se adaptar a vários lugares e como conquistar mercados tão diferentes? Cada público tem suas particularidades. Fazer sua música, sua verdade, conta muito. Mas é muito importante fazer um show pro espectador e não pra mim. Ou seja, saber qual é a vibe da galera que está no evento e tocar pra ela. Quais as principais diferenças, na sua opinião, entre a cena norte-americana e a brasileira? Gosto muito das duas cenas, mas tem uma diferença musical ainda muito grande entre as duas. A cena norte-americana ainda tem muito do EDM, um som com muito agudo e médio. Já sinto que a cena brasileira é totalmente o contrário. Sua carreira envolve apresentações ao lado de grandes nomes, como Vintage Culture, Cat Dealers e até mesmo gigantes fora da dance music, como Claudia Leitte, Wesley Safadão, Barão Vermelho e Capital Inicial. Quais são os aspectos fundamentais para alguém desenvolver uma carreira consistente? Não existe fórmula. Senão, todo mundo seria o melhor do mundo na sua área. Concorda? Mas falando da minha carreira, acredito que todo DJ tem que produzir boa música, estar por dentro do mercado e das pessoas sobre o que estão consumindo. Ficar atento também no que os outros DJs estão tocando e produzindo.
Meu processo criativo no estúdio é muito simples: eu sempre gosto de escutar músicas antes para me inspirar e assim ter ideias. Depois, faço uma simples base do que eu acredito que pode funcionar e sempre tento pedir opinião dos amigos próximos, da minha equipe e das pessoas que eu confio, sejam elas do meio ou não. Em seguida eu chego em uma base que verdadeiramente me agrada, produzo todo o acabamento e dou os meus toques secretos. Acredito que toda música conta uma história que te faz esquecer de qualquer problema. Música é sentimento, é alma.
Boatos de que seu Carnaval foi intenso! Conte um pouco como foi sua maratona por aqui. Verdade. Meu Carnaval esse ano foi o mais corrido e agitado que já tive. Foram seis festas, todas muito especiais com uma vibe incrível. Começamos com a Carvalheira Fantasy, um evento à fantasia feito por uma das maiores produtoras de festas do Brasil. Teve também o Camarote “Seu Boteco”, no coração do Carnaval de Recife. O domingo foi um dos dias mais especiais para minha carreira até hoje: mais uma vez a convite do selo Carvalheira, me apresentei no Carvalheira na Ladeira, em Olinda. Lá, dividi palco com Steve Aoki e já vou adiantando que não é nada fácil tocar depois dele (risos). A terça, último dia de Carnaval, foi o dia mais corrido, com três festas, encerrando esta minha turnê de Carnaval tocando às sete horas da manhã. O que você prepara para sua audiência no restante deste ano? O que posso dizer no momento é que tenho muitas novidades vindo por aí. Algumas grandes parcerias e shows em novas praças, novos mercados. Estou com várias tracks novas que serão lançadas e acredito que todos vão gostar muito delas. Tudo pode ser acompanhado pelas minhas redes sociais. Aproveito e convido a todos a acompanharem meu perfil @alanmacieloficial no Instagram. Lá estou sempre postando as novidades e tudo o que estou fazendo. Esse ano de 2019 já começou incrível e espero que com a ajuda de vocês ele possa seguir ainda melhor. n
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AMIZADE PRODUTIVA COMO FRACTALL E ROCKSTED
SE CONVERGEM MUSICALMENTE DENTRO DA CENA BRASILEIRA
Por AMANDA NAKAO Imagem: BETO SANTANA
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Imagem: BILL RANIER Imagem: BETO SANTANA
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migos de longa data, FractaLL e Rocksted sempre tiveram um gosto muito parecido. A amizade que surgiu em uma lan house no mesmo bairro onde moravam resultou em um projeto colaborativo, um selo musical e mais de uma década de irmandade juntos. Lucian Castro e Leandro Rocksted não iniciaram a carreira com os nomes artísticos pelos quais todos os conhecem hoje em dia. O projeto Fractal System começou em meados de 2008, quando o electro house rolava por São Paulo e era o gênero que os dois mais curtiam naquele momento. Porém, em 2011, o duo deu uma pausa no projeto e, anos depois, com algumas ideias diferentes, resolveram seguir carreira solo cada um com sua própria identidade musical. Como Fractal System, Lucian conseguiu ganhar o seu espaço e consolidar o seu nome no cenário eletrônico brasileiro com sua abordagem única entre o house e o techno. Em 2016, o nome do projeto ficou apenas “FractaLL” e, desde então, Lucian conquistou um gigantesco bagageiro de festivais renomados como Tomorrowland Brasil e Electric Zoo, além de se apresentar em clubes prestigiados como o D-Edge e o Green Valley. Já Leandro, desde que se tornou Rocksted, soube cativar seu público com produções envolventes e colaborações chamativas. Com uma assinatura única em seus sons, seu projeto solo decolou e desde então se tornou uma das grandes referências de um som “fora da caixa”. E, não muito diferente que FractaLL, Leandro está marcando presença em
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Imagem: BILL RANIER
diversos clubes do Brasil, sempre com o intuito de despertar diferentes sensações no seu público através de seus sets. Mesmo com projetos solo, FractaLL e Rocksted sempre mantiveram a amizade e continuaram produzindo juntos. Tal parceria resultou no lançamento da gravadora Klandestine em 2017, para apoiar novos talentos e sonoridades que visam fugir das “receitas de bolo”.
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QUEREMOS DESPERTAR O INTERESSE DO PÚBLICO QUE AINDA NÃO CONHECE A HOUSE MUSIC, O TECH HOUSE, PROGRESSIVE, E TAMBÉM ALIMENTAR O PÚBLICO QUE JÁ É FÃ DE CARTEIRINHA DESSES GÊNEROS.
”
Em estúdio, a sinergia dos dois artistas sempre foi algo em evidência. Complementando sempre o trabalho do outro, os dois admitem que sempre vão revezando durante as produções de uma track e sentam juntos apenas para fazer os ajustes finais e finalizar a faixa, já que usam o mesmo estúdio. Uma coisa que os dois enfatizam é que “FractaLL tem um pouco de Rocksted, assim como Rocksted tem um pouco de FractaLL”.
Lucian e Leandro expandiram o Klandestine para a realização de festas, acreditando que este é um pilar essencial para difundir melhor a música e conseguir maiores feedbacks. Nomes como Billy Kenny, Sirus Hood, Tim Baresko, Sidney Charles, Steve Lawler e Popof já estiveram em seus lineups, tornando o selo cada vez mais forte no cenário e, claro, inevitável um B2B entre os dois.
“
APENAS LANÇAR MÚSICA NÃO É SUFICIENTE. PRECISÁVAMOS DE ALGO A MAIS, ENTÃO CHEGAMOS A CONCLUSÃO QUE PARA DIFUNDIR MELHOR A MÚSICA ERA NECESSÁRIO 3 PILARES: LANÇAMENTO DE MÚSICAS, DJS TOCANDO ESSAS MÚSICAS E A REALIZAÇÃO DAS FESTAS, ONDE TUDO SE REÚNE E A MAGIA ACONTECE.
”
Em 2018, FractaLL e Rocksted começaram a tocar juntos em ocasiões especiais, o que agradou bastante os fãs de ambos, transformando o B2B em uma peça fundamental quando eles tocavam nos mesmos eventos. Por serem amigos de longa data, a sinergia no palco e nas produções começaram a chamar atenção de diversas pessoas e tornou isso “natural” para eles.
“
NÓS DOIS TEMOS UMA LONGA HISTÓRIA DE AMIZADE, DIZEMOS QUE SOMOS IRMÃOS QUE A VIDA FORMOU. CONSEGUIMOS TRANSFORMAR ISSO EM MÚSICA QUANDO ESTAMOS JUNTOS, E O PÚBLICO PARECE SENTIR TANTO NAS MÚSICAS, QUANTO NAS APRESENTAÇÕES, QUE TEM ALGO BOM NESSA JUNÇÃO.
”
Um dos grandes marcos na carreira de ambos rolou no final do ano passado, quando FractaLL, Rocksted e Barja foram convidados para abrir os shows da turnê brasileira da banda New Order, em São Paulo. Um dos grandes destaques daquela noite com certeza foi o B2B de Lucian e Leandro, mostrando que são uma dupla promissora nas pistas e no estúdio. Desde então, as oportunidades de tocarem juntos não pararam por aí. Agora são presenças confirmadas em festas e festivais importantes, como, por exemplo, tocar no Rock in Rio no dia 6 de outubro, no palco New Dance Order. Com a ansiedade gritando mais alto, FractaLL e Rocksted já estão começando os preparativos para essa apresentação que marcará sua carreira para sempre. Com novas tracks à caminho, Lucian e Leandro estão focados em trabalhar juntos, além de investir cada vez mais em expandir o seu selo para cada canto do país. n djmagbr.com
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Por CAROLINA SCHUBERT Imagens: EDGAR RAPHAEL
O 2019 DO WAO
Produtor acaba de lançar o selo ASIGLA e dá 5 dicas de plugins para trabalho com vocais
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oje, conhecido como WAO, Victor Costa soma mais de 15 anos de carreira, e é de se imaginar que ele não começou do mesmo lugar, certo? Inclusive, optou pela mudança de nome para adequá-lo a uma fase profissional mais madura dentro do cenário musical. Em 2006, o produtor fazia sucesso com seu projeto de psytrance que estava entre os mais reconhecidos do país, o 220V. De lá pra cá, diante de tantos estilos, acabou impactado por novas influências até chegar à formatação atual de trabalho. “Senti a necessidade de explorar mais desafios como produtor musical e, então, comecei a variar as vertentes das minhas produções e também de produções para outros artistas”, relembra. Um exemplo de grande sucesso assinado pelo Victor? “Acordando o Prédio”, o hit, que na voz de Luan Santana ganhou o prêmio de música mais ouvida do ano, foi produzido por Victor Costa. Já falando em música eletrônica, a faixa “In My Soul”, em parceria com Cá Mattos, é outro sucesso que faz parte dos lançamentos do cara, com aproximadamente três milhões de plays no Spotify. Há quem diga que os melhores profissionais são aqueles que buscam constantemente por informação. Aliás, tal afirmação faz juz ao trabalho de WAO. Autodidata, Victor aprendeu a produzir por conta própria. “Sou uma pessoa que estuda bastante e está sempre buscando por novas
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informações em vários meios diferentes. No início foi bastante difícil, mas fui aprimorando minha técnica, confiando no meu ouvido”. WAO também destaca outro ponto importante que está relacionado ao conhecimento sobre produção que adquiriu ao longo da carreira. “Trocar referências com outros produtores e músicos é extremamente rico. Sentar e conversar a respeito do assunto, de técnicas faz muita diferença na evolução do trabalho como um todo”. Além da produção, WAO também compõe e canta. “Por muitos anos, especializei-me em música eletrônica e, na maioria das vezes, recebia os vocais já escritos pelos artistas colaboradores ou até mesmo acapellas. Aos poucos, fui incentivado a compor, gravar e até cantar, e foi aí que comecei a obter resultados que nunca imaginei com a minha própria voz”, revela o artista. Outra parceria de WAO a se destacar é a ASIGLA. Trata-se de um selo independente de artistas e conteúdos, idealizado pelo WAO ao lado de Allan Brum, o DJ Long, que produziu o coletivo de rap 1Kilo, e o empresário Anderson Rago, que gerencia carreiras de artistas há quase duas décadas. ASIGLA chegou ao mercado no último dia 5 de abril, com a proposta de criar um catálogo musical coerente e único. Formada por artistas de sonoridades diferenciadas, o selo traz a ideia de conectar influências para criar a própria identidade.
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TOP 5 DE PLUGINS QUE AUXILIAM (E MUITO) NO PROCESSO: 1. Celemony Melodyne “O Melodyne é uma ferramenta indispensável. Muitas vezes, finalizo vocais sem usar o Melodyne, mas ainda não ouvi nenhum plugin de alterar pitch com qualidade superior à do Melodyne”.
2. Waves Desser Com lançamentos nacionais e internacionais, ASIGLA também é uma editora que aposta na filosofia de trabalho independente. A ideia é que os artistas tenham um acervo organizado e registrado com maior liberdade e que seja possível firmar parcerias com outras gravadoras e artistas, eliminando assim aquela exclusividade que deixa o processo muito mais burocrático, prejudicando a criação e o produto final. “O foco é desenvolver novos artistas até seu máximo potencial, dar oportunidade para centenas de talentos que existem mundo afora e ter um sentimento colaborativo entre os envolvidos para que a arte possa fluir naturalmente. Nossas produções não se prendem a um gênero musical, pelo contrário, misturamos todos com o melhor que cada artista e vertente pode dar, seja rap, trap, pop, eletrônico, funk, samba ou mpb”, afirma WAO. O conteúdo produzido pela ASIGLA vai além da música em si. A empresa também se dedica à produção de clipes, material de marketing e redes sociais, assessoria de imprensa, arte gráfica. Literalmente um gerenciamento artístico completo. ASIGLA compromete-se ainda em produzir shows a partir de cada lançamento. Eventos que serão assinados pela ASIGLA como uma forma de chancela de qualidade. Tudo para que o artista, além de ouvir sua música tocando em
diversas plataformas, tenha total suporte e possa falar com o público da melhor maneira. Entre os releases já agendados para o primeiro semestre de 2019 estão envolvidos nomes como Lucas e Orelha, Tom Rezende, MC Cabelinho, MZ (1Kilo), Pelé Milflows (1Kilo), Latino, Detonautas, o português Diego Miranda e uma das principais bandas de Portugal, a DAMA. DICAS DE PRODUTOR Ainda falando sobre as produções da ASIGLA, WAO destaca que a qualidade desejada pelo selo é possível somente com muito trabalho vocal. “No meu procedimento de mixar voz, o primeiro passo é verificar quanta edição será necessária. Começo colocando o vocal no tempo com a música, e em seguida, tiro quaisquer características que incomodam como cliques e pops”, explica WAO. Feito isso, é chegado o momento de aumentar bem o volume e buscar frequências ressonantes que podem atrapalhar nas fases finais da mix. “Seguindo esses primeiros passos à risca, consigo deixar de perder muito tempo finalizando a música, pois sei que qualquer imperfeição veio de algum processamento que posso facilmente desfazer”, conta o produtor, que listou outras cinco dicas que formam um Top 5 de plugins que auxiliam (e muito) no processo.
“O uso do Desser é essencial, principalmente no pop, pois para o vocal traduzir bem na mix é preciso bastante processamento, como a compressão e até distorção em alguns casos, e isso naturalmente traz a sibilância em evidência. Esse ótimo plugin da Waves consegue resolver meu problema ainda mantendo a transparência necessária”.
3. Waves Rvox “Esse compressor da Waves é impressionante. Gosto de mixar todos os vocais e, ao fim de tudo, aplico ele em cada grupo, ajudando a trazer os vocais pra cima na mix, sem ficarem muito altos”.
4. Valhalla Vintage Verb “Ótimo plugin para ambiência. Brincando com o predelay, é possível atingir o equilíbrio perfeito entre a ambiência de fundo e a presença na frente da mix, que todo vocal principal precisa”.
5. Waves H Delay “Excelente plugin de delay. Gosto muito de jogar ele em uma auxiliar, e faço automações de acordo com o que a música pede”. n
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DE MINAS PARA O MUNDO Breaking Beattz trilha o caminho para se tornar o próximo maior duo do Brasil Por POLLYANNA ASSUMPÇÃO
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ais um duo que surge das terras mineiras, o novo berço da música eletrônica brasileira, o Breaking Beattz é formado por Lauro Viotti e Rafael Zocrato. Depois de um tempo tocando solo por aí, se encontrando nos lineups das festas e compartilhando momentos juntos de pura diversão, ambos notaram que tinham muitas similaridades e pensaram que seria uma excelente ideia parar de se encontrar apenas por acaso e começar - por que não? - uma carreira juntos. E assim nasceu o projeto cheio de personalidade proveniente de dois caminhos distintos que finalmente se cruzaram para a alegria do público brasileiro. Produzir juntos não é das tarefas mais fáceis quando se trabalha em dupla. A dificuldade de unir ideias é sempre um dos temas mais comentados por produtores e músicos em entrevistas quando se trata do processo de criação, mas quando se tem o mesmo objetivo, como é o caso de Lauro e Rafael, faz as coisas parecerem além de mais fáceis, muito mais divertidas. Para os DJs, o que importa é “amar a música, a vontade de passar algo para as pessoas através do som e colocar nele suas ideias e identidades”, pois acreditam que para o DJ não existe sensação mais indescritível que transmitir tudo isso na pista pra galera. Com influências de deep house, tech house, techno, gangsta house, bass house, hip hop e
internacionalmente e realizando assim um dos maiores sonhos de qualquer DJ brasileiro. Quando se trata de festa, a dupla já passou pelos maiores palcos do Brasil: Laroc Club, Green Valley, Kaballah, El Fortin, Park Art, Belvedere Beach Club, Tribe BH e ainda estão por vir esse ano grandes participações na XXXperience e no Rock in Rio. Além disso, são responsáveis pela própria label party, a Beattz, onde são os astros principais e convidam outros DJ parceiros que acreditam ter a mesma vibe de som e identidade para completar o lineup. Para os artistas, o papel do DJ é “colocar a galera pra dançar, além de apresentar sonoridades diferentes para o público, proporcionando uma experiência marcante na vida das pessoas”. Nada melhor que criar a própria festa com total liberdade para experimentar novos sons e criar grandes experiências para o público. Ser DJ não é fácil em lugar nenhum do mundo, e no Brasil a profissão pode vir cercada de muito preconceito. Lauro e Rafael, durante muito tempo, fizeram dupla jornada - o emprego fixo para manter as contas e as gigs para realizar o sonho - e durante esse tempo puderam contar com o apoio da família, dos amigos e das namoradas. Mesmo com certo receio, eles tiveram ao seu redor uma rede de apoio, inclusive da galera de Minas
Imagem: GABRIEL SUZUKI
black music em geral, eles não definem seu som, fugindo de rótulos e afirmando que esse é apenas o som do Breaking Beattz. E parece que o amor pela pista e pela produção é também responsável pela evolução da carreira dos rapazes, afinal tudo o que você faz com carinho anda mais rápido. Os últimos anos foram repletos de momentos incríveis tanto em parcerias quanto em shows. Abrindo qualquer aplicativo de música, encontramos lançamentos da dupla com grandes nomes da cena eletrônica brasileira e internacional, como Chemical Surf, Sharam Jey, JØRD, Mochakk, Hot Bullet, Gabriel Boni, Malive, KVSH, FractaLL, Rocksted e Felix Jaehn. Parcerias feitas através de muito bom relacionamento e trabalho reconhecido. A última faixa, lançada em parceria com Felix Jaehn, sai pela Universal Music de Berlim, expandindo a carreira do Breaking Beattz
Gerais. Cada dia mais surgem DJs mineiros explodindo pelo Brasil, e Rafael e Lauro contam que rola até uma reunião mensal entre a galera pra dividir as experiências e combinar parcerias. Assim fica explicado o porquê de, a cada dia mais, a cena mineira crescer. O futuro do Breaking Beattz promete muito, e muita água já rolou desde que eles começaram o projeto lá em 2015. Ainda existem muitos sonhos, como parcerias com Chris Lake, Amine Edge & Dance, Kyle Watson, Chris Lorenzo e participação em festivais ao redor do mundo. Em junho, aliás, eles fazem seu primeiro show fora do Brasil. Em busca dos seus objetivos, e considerando o público brasileiro o mais animado do mundo, o duo se cerca de pessoas competentes e focadas na missão de transformar o Breaking Beattz em uma das próximas febres da música eletrônica brasileira. n djmagbr.com
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MAZ ESTÁ
DEMAIS
A ascensão do DJ e produtor que hoje figura nos principais eventos do país Por AMANDA NAKAO
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Imagem: PEDRO PINI
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Imagem: ADALBERTO GARCIA
019 anda sendo um ano intenso, no sentido positivo, para Thomaz Prado — nome por trás do projeto Maz. Sua história como DJ começou através de sua ida ao Universo Paralello, onde o carioca foi hipnotizado pela vibe do festival. “No final de 2013, eu tinha acabado de falir com uma “start-up” que tinha com alguns amigos. Estava desamparado e sem saber muito o que fazer da vida. Eis que fui para o Universo Paralello. Voltei tendo a certeza de que teria que, pelo menos, tentar me aventurar nessa empreitada”. Desde então, Thomaz resolveu se arriscar e entrar de cabeça na música eletrônica — e mal sabia que anos depois o seu trabalho estaria decolando tão rápido, de uma forma inesperada. Sua primeira apresentação foi em 2015 e, apesar de pouco tempo de projeto, Maz começou a ganhar espaço com sua simpatia e produções chamativas que transitam do techno para o tech House. “Sempre fui fanático por música em geral, música eletrônica inclusive. Mas nunca tinha pensado em fazer dela um trabalho”, confessa o produtor que atualmente é uma das grandes apostas do cenário atual e que conta com suportes de artistas do calibre de Marco Carola, Joseph Capriati, Luciano e Gabe. Com uma aceitação muito positiva do público às suas apresentações e suas tracks, o DJ e produtor de 26 anos conta que artistas como Camelphat, Tinlicker, Eli & Fur e Township Rebellion possuem uma influência muito grande no seu som. Recentemente, Maz lançou um remix para o duo Cat Dealers, além de tocar um B2B mega especial com o KVSH no Privilège Juiz de Fora. Thomaz conta que isso foi algo inesperado e que apesar de seguirem sonoridades diferentes, foi uma noite inesquecível na carreira de ambos. “Se a música for boa e for o momento certo para ela, vai fluir, independente do gênero”, deixando claro que no after “pode tudo”. Quem o acompanha nas redes sociais sabe que o Maz adora curtir uma praia e surfar. O carioca ainda
ressalta a importância de uma boa qualidade de vida e como ela é fundamental para sua profissão: “Como pessoa, tento buscar o equilíbrio da minha qualidade de vida com o meu trabalho, que exige bastante da saúde. Dormir bem, fazer esportes/ exercícios durante a semana é fundamental. Muitos DJs e produtores acabam deixando isso de lado, muitas vezes por falta de tempo. Mas sempre reservo as primeiras horas do dia pra isso! O trabalho acaba rendendo muito mais também”. Sua última apresentação no festival Flowers, em Belo Horizonte, também deu no que falar. Maz segurou a pista cheia durante três horas e meia e tornou-se instantaneamente um dos grandes destaques do evento. E uma coisa é fato: toda sua dedicação e trabalho estão colocando Maz em outros patamares. Não é a toa que, este ano, o carioca estava presente no lineup do Lollapalooza Brasil, a pista Perry. Em um batepapo exclusivo com a DJ Mag, Maz diz: “Acho que até hoje ainda não digeri os fatos 100% (risos). Foi numa sexta-feira ao meio dia. A galera
ainda estava chegando, mas todos presentes estavam com uma energia e uma vibe sem igual”. Não são só esses os highlights do ano para Maz. Além de ter sido aclamado no main stage do Green Valley, o carioca, que é parte do cast da Nova Bookings, vai se apresentar no palco New Dance Order do Rock in Rio em outubro, e suas expectativas são as melhores possíveis por estar tocando em casa. “A ficha ainda não caiu direito. É um festival que frequento há anos, na minha cidade natal, e estar voltando agora podendo colaborar com um pouco do meu trabalho é um privilégio e tanto!”. Além de Maz, artistas como Claptone, Kolombo, Dennis Ferrer, Gabe, FractaLL e Rocksted estarão encerrando o festival. Com novas tracks a caminho, um dos seus maiores objetivos é tocar nas cidades brasileiras onde ainda não teve oportunidade de tocar, como também encerrar o ano tocando no lugar onde tudo começou: Universo Paralello. n djmagbr.com
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Comin’ up
Por ANA LUIZA CAVALCANTE
THE OTHERZ
UN ANO DE ESCALADA AO SUCESSO Minas Gerais ainda vai dominar o mundo!
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ssinado pelos mineiros Guido Santana e Matheus Ballesteros, o projeto The Otherz chegou agitando a cena eletrônica nacional há pouco mais de um ano. Separadamente os dois artistas têm mais de 10 anos de carreira na discotecagem: Matheus carrega uma bagagem de festas de electro e full on, onde despertou-se o interesse pela produção musical. Já Guido iniciou sua carreira tocando hip-hop nos clubes de Belo Horizonte até dar início aos estudos de produção. Ambos já se apresentaram de Norte a Sul do Brasil e somam mais de 10 milhões de streams nas plataformas digitais. O single “Blaze”, lançado em abril de 2018, logo alcançou o topo das paradas musicais, além de fazer parte da programação do MTV Hits na televisão. Há também o remix da track “Jackie Chan”, de Tiësto e Post Malone, com o qual o duo conseguiu atingir as principais rádios do Brasil e o suporte de vários artistas da cena, como Vintage Culture, KVSH e FTampa. Guido e Matheus acreditam que a cena está crescendo e passando por um período de mudanças, onde novas sonoridades estão surgindo e o nível de produções
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brasileiras vem crescendo bastante também, além da tendência que o público brasileiro tem de prestar cada vez mais atenção na dance music tanto quanto outros gêneros mais populares. Entre as influências musicais dos artistas estão Don Diablo, R3hab, Cid e Calvin Harris. Eles afirmam que também buscam referências em outros gêneros, que os permitem mesclar estilos e ter uma saída para a criação de novos sons. As produções do The Otherz são sempre desenvolvidas em conjunto; Guido e Matheus não possuem uma fórmula específica, afirmam que “tem música que surge através do drop, outras com um vocal ou melodia”. Antes de criar o projeto, Guido e Matheus se apresentaram em diversos clubes, festas e festivais pelo Brasil. Os mais marcantes para os dois foram o Federal Music, Festival Planeta Brasil, Go Hardwell, BH Dance Festival, Anzu e Pacha. A ideia do projeto é conectar com o mundo através do seu som, podendo conhecer várias pessoas e várias culturas. Sobre os próximos lançamentos, Guido e Matheus mandam um recado: vem lançamento aí com o hitmaker KVSH! n
Comin’ up Por HERNAN PANDELO
NO LADO SAUDÁVEL
DA LOUCURA
O argentino Guti publicou “The Year of The Conga”, seu primeiro álbum pelo selo Cuttin Headz, do The Martinez Brothers
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onsolidado e consciente do lugar que ocupa na indústria, Guti é uma das principais figuras que ostentam a cena eletrônica argentina na atualidade. Como guardião fiel do som latino em uma cena cosmopolita que devora influências de todo o mundo com uma constância avassaladora, Guti engenhou-se para retornar a este característico feeling percussivo com seu flamejante disco de estúdio “The Year of The Conga”.
“Sou muito amigo dos Martinez e temos uma visão parecida do que nós gostamos e dos ritmos latinos. Eu queria ser o primeiro álbum da gravadora e eles queriam que eu fosse. Foi em família!”, diz Guti sobre seu recente lançamento. “Eles tocam muito minha música, aquela música que também ajudou a formar o som do Cuttin Headz. É um feedback mútuo e constante”. O novo álbum de Guti devolveu esse ritmo latino às suas produções com a pista em mente, “Era tempo de voltar à pista e de me reinventar. De me conectar com o Guti vintage e trazer todas essas ideias e ritmos em 2019”, assegura sobre o porquê de seu novo disco, o qual começou a gravar no Japão, seguido da República Dominicana por duas semanas, em um estúdio que fez na casa de seu amigo Francisco, e terminou de retocá-lo em todo o mundo, dando-lhe um ponto final em Barcelona, no estúdio de seu amigo Martin Buttrich.
“É uma foto de uma época”, o argentino explica por que esse tipo de formato está sendo lançado. “Ouvi-lo é ver tudo o que está acontecendo com você ou aconteceu com você em sua vida. Aquela namorada, aquela casa, seus amigos “, diz ele e mostra que essa foto é uma que ele quer guardar para sempre. “A vida é dura e você tenta se agarrar a coisas bonitas. Me mudei para Portugal e estou muito apaixonado. Tudo se soma e constrói esse novo presente. Vida saudável... tenho semanas melhores e piores. Eu gosto de me divertir muito. Eu sempre tento estar do lado saudável da loucura.” O álbum, lançado pela Cuttin Headz em 29 de março, viaja livremente pelo mundo virtual e soa em qualquer lugar do mundo sem que o criador possa seguir a trilha. E não é que ele se importe muito. “Eu dou importância ao processo e não tanto ao que acontece a seguir. Eu amei escrever o álbum. Compor e misturar. Agora já não é mais meu. Está por aí e você tem que aproveitar”. Tendo ganhado um lugar na cena, Guti tem o luxo de disparar sua munição e nem mesmo ver se atinge o alvo. Embora ele sempre adivinhe...
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JOPIN É A APOSTA
MUSICAL ELETRÔNICA DA UNIVERSAL MUSIC BRASIL O pernambucano promete ser o próximo entre os grandes nomes da cena nacional Por ANA LUIZA CAVALCANTE
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opin é o projeto assinado pelo pernambucano José Pinteiro, que começou a tocar por hobby nas festas dos amigos e praticando em casa quando adquiriu seu primeiro CDJ e mixer. Então, surgiu a sua primeira contratação profissional e daí não parou de fazer shows Brasil afora. Seu primeiro lançamento foi o single “Somewhere In Between”, que possui mais de 800 mil plays nas plataformas digitais. Mas foi com o remix oficial do clássico “Anunciação”, de Alceu Valença, que o artista se consolidou e deixou marcas positivas no seu ano de 2018. Ainda no final do ano passado, Jopin assinou contrato com a maior gravadora da indústria fonográfica no mundo, a Universal Music, ganhando ainda mais relevância no meio musical. Seus lançamentos são cuidadosamente programados para a cada 45 dias. No final de abril, os fãs de Jopin puderam conferir o lançamento de “Light” e, depois, o remix de um clássico da música nacional. Arrisca um palpite? Com uma agenda lotada de shows de Norte a Sul, Jopin conta que um dos shows mais marcantes na carreira da sua carreira foi no festival Tomorrowland Brasil, em 2015, e na abertura da apresentação de David Guetta em uma de suas turnês pelo país. Não são apenas os mega shows que são marcantes, afirma Jopin. “Shows e festas menores também são bem legais e deixam ótimas lembranças, como foi no Camarote Salvador, Garota VIP, Garota White, Patrão, Helvétia, Villa Mix, entre outros”.
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Jopin admite ser super fã do cantor Alceu Valença. A ideia do remix oficial da música “Anunciação” surgiu depois que ele tocou a faixa no violão, em seu studio, e produziu o primeiro arranjo com a sua própria voz. Logo depois, ele convidou Alceu para regravar seus vocais no remix e assim dar a pitada de originalidade ao hit que bombou no ano passado. Rapidamente, a faixa ganhou destaque nas plataformas digitais e hoje ultrapassa 2,5 milhões de streams. Somando todos os seus lançamentos, Jopin já alcançou mais de 2 milhões de streams nas plataformas digitais, ganhando visibilidade em uma das principais playlists do Spotify, a Mint BR, de música eletrônica. Nas redes sociais, Jopin possui 33 mil seguidores no Instagram e em média 700 mil ouvintes mensais no Spotify. Seu maior sonho é ser reconhecido pelo trabalho que vem fazendo, ter suas músicas autorais nas principais plataformas, rádios e, claro, outros artistas da cena. Jopin divide residência entre São Paulo e Recife, sua cidade natal, e faz parte da Luan Promoções, agência responsável por nomes como Wesley Safadão e Marcelo Falcão, ex-vocalista da banda O Rappa. “O crescimento da música eletrônica no Brasil e principalmente no Nordeste é muito gratificante. Acredito que hoje esse som atinge regiões que eu nunca imaginei que seriam atingidas, e isso é muito legal”. n
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A RUA
COBRA
E A PISTA DEVOLVE EM OBRO Por CHICO CORNEJO
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e há um aspecto que acabou por definir esta década em sua totalidade com relação à vida noturna em áreas metropolitanas foi a transformação que varreu o tecido urbano de cidades inteiras, trazida à tona por festas independentes e um afã transgressivo do tipo que não poderia ser abrigado no ambiente corporativo favorecido pelos clubs de nossos dias. Foi um processo, como ocorre com a maioria desses fenômenos, que englobou diversos elementos que estavam latentes num momento muito particular daquele contexto, fundiu-os no fogo das inquietações políticas atuais e forjou algo que poderia tanto cortar através das ansiedades e atiçar novas esperanças para entretenimento e oportunidades para mudança social numa só liga. Estes acontecimentos se deram de forma suficientemente coesa e inovadora para caracterizar um movimento inteiro que, inicialmente, teve a reclamação dos espaços públicos como sua proposta central e certa extrapolação das temporalidades carnavalescas como uma de suas premissas principais. A força seminal foi a VoodooHop, uma festa imbuída com o tipo e surrealismo temático, ecletismo musical e permissividade comportamental férteis o suficiente para criar a fagulha ignitora desse cenário assim como poderosa o suficiente para gerar crias a partir de sua própria diversidade interna, resultando nos eventos que prenunciaram o auge dessa era. Basicamente, naqueles tempos, tudo de que você precisava era uma estética específica e uma edificação decadente, uma ideia e um local para materializá-la. Então um tipo bem peculiar de público, cansado da experiência dos clubs e ávido por uma nova realidade dançante, lhe injetaria vida e faria dele algo único. Assim, surgiu a Capslock com seu hedonismo militante centrado no techno, a ODD e seu franco vanguardismo visual e sonoro, Mamba Negra e sua pista de dança liberadora e a Gop Tun, apelando a uma galera mais sofisticada e bem-informada. Claro que não surgiu de uma tabula rasa de acontecimentos similares. E, entre eles, houve o pioneirismo do Dubversão sound system que levou a cultura caribenha dos graves às periferias de São Paulo, Soul.Set com sua proposta houseira vespertina aos domingos, Sounds In The City e suas oferendas musicais gratuitas por toda Floripa e muitas outras pelo país que batalharam para sustentar culturas musicais locais através desta década que finda. Neste momento, no rescaldo dessa onda inicial, novos agentes chegaram, trazendo com eles conceitos e sonoridades novos e, claro, novos horizontes de possibilidades e terrenos a serem explorados. Agora de uma maneira mais ampla em termos de paisagens urbanas e sonoras, os opulentos prospectos desta segunda geração se tornaram evidentes. Exibindo um maior alcance geográfico, um ethos mais inclusivo e uma identidade estética mais fluida, esta segunda onda está dando novo alento a um momento em que a vida noturna brasileira já havia se estabelecido como uma das mais refrescantes em tempos recentes. Este é um pequeno levantamento que, longe de pretender ser exaustivo, apenas procura oferecer uma justa, ainda que breve, coleção da diversidade e criatividade que fazem destes tempos tão vívidos.
XAMA Não tanto o tipo de iniciativa que é usualmente associada com estas empreitadas, mas este festival de fim de ano concebido pelos coletivos Gop Tun e Selvagem pode ser muito bem incluído nesta amostragem porque seu mote curatorial é tão simples quanto eficiente: congregar a nata entre muitas festas oriundas do Sul e Sudeste que tiveram papel central na renovação da vida dançante de suas cidades. Assim, o que se viu foi o talento dos anfitriões representando São Paulo; DOMply, Climão e RARA fazendo o mesmo com o Rio; Alter Disco e Discoteca Odara de Curitiba; NEUE de Porto Alegre e 101Ø de Belo Horizonte compondo o colorido lineup. Todos trazendo um pouco de suas cenas locais para um paradisíaco pedaço de costa baiana e materializando algo único que, por quase uma semana, proveu uma mostra concentrada de alguns dos mais marcantes projetos que compõem o objeto desta matéria. Membros: Caio T, Nascii, Gui Scott, TYV, Millos Kaiser, Trepanado Imagem: FRANCISCO COSTA
Desde: 2018
CALDO Autonomia tem muitos significados e, quando seu ponto de partida mira um caminho que já fora pavimentado por esforços pioneiros numa cena já relativamente independente, as apostas naturalmente se elevam. Não obstante, a Caldo conseguiu criar e manter uma identidade ousada e sólida, baseada quase que somente nos talentos de seus convidados e residentes — a maioria novatos que logo em seguida estariam ocupado seu merecido lugar em eventos mais antigos e estabelecidos — e na abertura de um público jovem e ávido por novidades sônicas. O resultado? Uma presença marcante e diversa bem como seu nome sugere. Membros: Ivan Franco (Fallcoz), Samuel Malbon (bad_mix), Rodolfo (Rod), Vic Ortiz and Lynna Lorrany (Annyl Lynna) Since: 2016
REVÉRSE Recife é uma das cidades mais antigas das Américas, antigamente um porto que fora privilegiado pelos europeus por sua proximidade com relação ao Velho Mundo e lar da primeira colônia judaico-holandesa deste lado do Atlântico. Ainda que não tenha se tornado célebre por sua associação com a música eletrônica dançante, esta metrópole nordestina sempre se mostrou propensa a abrigar ocupações musicais urbanas festivas e este grupo quer nutrir a vocação de sua cidade com eventos que são tão inclusivos quanto inovadores, criando lugares seguros para qualquer pessoa que queira apenas ser ela mesma ao curtir a música, de membros de comunidades marginalizadas a hedonistas de todas as partes. Membros: João Vitor de Sá (JV), Pedro de Renor (D’Renor), Raquel Alves e Henrique Xavier Imagem: FHUGO SANTOS
Desde: 2016
GRETA Dizer que este grupo de bravas gaúchas simboliza a noção mesma de ‘girl power’ seria minimizar as coisas mais valiosas que trazem para a cena em termos de diversidade num cenário de extrema uniformidade em sua cidade natal de Porto Alegre. Este conjunto de talentos femininos se reuniu em torno de interesses comuns que emergiram da necessidade de terem seu próprio espaço num contexto por muitas vezes hostil. Mesmo assim, elas continuam a exibir o tipo de resiliência que enseja mudança e traz à tona o mesmo tipo de novidade que alimenta transformações duradouras, tudo que sua cidade necessita. Membros: Fernanda Rizzo, Marê Viscaíno, Paula Vargas, Kika Lopes e Marini Bataglin Desde: 2018 djmagbr.com
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REDOMA Curitiba é estimada por muitos motivos entre aficionados da música eletrônica e independente em geral: conceitual, eclética, confiável, até mesmo agitada, mas ‘transgressora’ dificilmente entraria na lista. Ainda assim, esta foi exatamente a lacuna que este colorido e excêntrico projeto quis preencher, seja nos eventos ou através de seu selo Gold Dome de música e moda, para transmitir uma mensagem liberadora e empolgante para todos que queiram seguir seus apetites, compartilhar seus interesses e apreciar suas ofertas mais básicas em quaisquer de suas poderosas aparições. Membros: Sob a liderança de Lourene Nicola, 16 membros atuam e criam no projeto Imagem: HELFENSTEIN
Desde: 2015 (Redoma)/2013 (Gold Dome)
NAMÍBIA Resistência pode assumir muitas formas, mas raramente uma mais profícua e catártica do que quando ocupa uma pista de dança. Este é o valor central que propeliu nossa cultura como um (relativamente coeso) todo e fez dela abrigo para muito da criatividade afro-brasileira que não encontrou seu lugar no mainstream. Este coletivo surgiu da necessidade de lidar com um cenário atual de disparidade e alheamento das populações negras das cabines e, de modo mais amplo, das pistas eletrônicas. Cada evento se torna uma celebração dos povos da diáspora que, ao fim e ao cabo, nos legaram esta cena inteira desde seus princípios. Membros: Euvira, Ana Giselle, Adalu, Aretha Sadick, Dany Bany, Miuccia, Guedes Jaca, Max Underson, MC Dellacroix, Guillerrmo, Alberto Neto Desde: 2017
TORMENTA Um dos esforços mais arrojados e divertidos a surgir de um já pujante cenário de militância e hedonismo que se tornou o predominante na noite independente paulistana, este coletivo prima pela originalidade musical, preza a autenticidade cultural e se orgulha de não dar muita importância para o tipo de seriedade tão vetusta que muitas vezes informa esses projetos. Criado por um grupo de famintos exploradores musicais e inquietos dançarinos, ele é mantido principalmente por seu comprometimento a um forte senso de identidade em torno de princípios não-binários e anti-conformismo. Membros: Pininga, Sarah Blue e DJ Whey Desde: 2016
101Ø Belo Horizonte se tornou célebre por sua vocação cultural e mundialmente conhecida por sua herança neste âmbito, mas a última década viu a cidade enfrentar um período de parca diversidade musical e escassez de opções de entretenimento noturno que não envolvessem atividades privilegiadas por bares. Agora no auge de uma recém-reconquistada vitalidade energizada por projetos como este, com sua abordagem temática vale-tudo e uma forte inclinação para percorrer a cenografia urbana da cidade com a mesma facilidade que seus residentes vagam por gêneros e convenções a cada edição. Membros: Omoloko, Arthur Cobat, Barbara Egídio, Izabela Egídio, Matheus Novy, Diego Guedes, Clara Moretz e Jota Januzzi Imagem: LUCAS CHAGAS
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Desde: 2015
TROOP Aquele tipo muito especial de festa que consegue manter uma pista intensa mergulhada naquela delicada mistura de devotos conhecedores e festeiros despojados que garantem altos níveis de inflamabilidade, a Troop é uma empreitada digna de nota simplesmente porque injeta o tipo de preciosismo musical do qual cidades como Florianópolis usualmente carecem. Aqui podem ser encontrados novatos e dançarinos experientes se jogando ao som de lendas da house e do techno e, quando se nota o quão maravilhoso é o cenário, vê-lo hospedar esse tipo de energia tão genuína parece algo celestial. Membros: Caetano, Lucas e Mateus Imagem: JEAN PSYCHIO
Desde: 2013
KODE Já que falamos do paradoxo entre belas praias e a falta de seriedade musical que por vezes assola os litorais, para o melhor e para o pior, o caso da nossa Cidade Maravilhosa aparece como um estridente e revoltante caso de desperdício tanto de uma população que ama se divertir como de um cenário idílico que poderia abrigar (e de fato abrigou outrora) algumas das melhores festas do mundo. Mas, mesmo que esta não seja a regra, às vezes elas rolam e a maioria delas são frutos do esforço de coletivos como este, profundamente devotado ao som (neste caso, o techno e suas vertentes) e ferozmente engajado em fazer sua marca na cidade ao reconquistar seu lugar devido entre as metrópoles que energizam a vida noturna global. Membros: Ananda Nobre, Felipe BIttencourt, Gabriela Machado Imagem: VICTOR CURI
Desde: 2016
SINTRAFM Brasília, a capital modernista do país, possui uma contribuição relativamente controversa para o cânone musical nacional, tendo sido a origem de muito do que deu à música jovem dos oitenta uma péssima reputação. Entretanto, através da década seguinte e adiante, ela batalhou para se manter como uma fonte de talentos diversa e lar para um grupo de artistas bastante militante. O resultado, ainda que esparso, foi coeso o suficiente para informar e inspirar gerações de dançarinos e amantes da música que tocaram tudo até recentemente, quando este grupo que se reuniu ao redor de uma profícua webradio decidiu levar seus esforços para a pista e, contra qualquer revés (ou ranço) cultural ou logístico que insulasse região, conquistou um espaço significativo no panteão nacional de festas independentes de sucesso que têm este papel fundamental de redefinir nossos espaços de respiro, vivência, dança e imaginação em ambientes urbanos.
Imagem: JEAN PSYCHIO
Membros: Arthur Biage, Diones Penteado, Guilherme Hang, Graziela Paes, Hugo Coimbra, Larissa Gomes, Lucas Las-Casas, Rayssa Coimbra e Thalita Neves Desde: 2013
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A CENA QUE FAZ ACONTECER POR CONTA PRÓPRIA Por RENAN FERNANDES
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raias, carnaval e futebol são assuntos que movimentam multidões de brasileiros. E a trance music tem provocado um efeito parecido em terras tupiniquins. Com eventos comerciais e underground, quem integra a cena faz acontecer por conta própria. É uma amostra de como é crescente a demanda pelo trance no Brasil. Hoje existe organização, desde a produtora de eventos até as gravadoras e os artistas. O gênero
ganhou espaço e consequentemente impulsionou carreiras. As características de belas paisagens naturais, diversidade cultural como nenhum outro povo do mundo — o Brasil conta com ritmos da África, o misticismo dos povos indígenas e a diversidade dos imigrantes europeus e orientais — além do clima tropical do país são fatores que agregam na cultura trance e lembram primórdios das festas em Goa, na Índia.
_MUNDO DE OZ
Imagem: GREICY OLIVEIRA
A idade do público é variada, o que demonstra aceitação dos mais jovens e fidelidade dos mais antigos, contribuindo para os festivais que se mantêm por aqui há mais de uma década e novos eventos que começaram a surgir nos últimos cinco anos. “No trance existem dois tipos de eventos: o comercial e o mais cultural e alternativo. Quando se fala em popularização, creio que é melhor ainda para o segundo grupo. Isso deixa a produção executiva mais prazerosa porque, na minha opinião, contribui para a descoberta de novos artistas, novos talentos e novas tendências”, destaca Francisco Cavalcante, produtor cultural que trabalha no Universo Paralello. Nazen Carneiro, Relações Públicas da agência de entretenimento especializada em música eletrônica NZPR, justifica o bom momento do psytrance no Brasil como parte de um ciclo. “A nova ascensão do gênero por aqui contribuiu positivamente para todos os envolvidos e todos se beneficiam, principalmente os DJs, produtores e agências de artistas”, pontua. O público vem de vários cantos do país e poucos se prendem à própria região. São pessoas que costumam ir para festivais em locais bem afastados da cidade, lugares deslumbrantes por natureza. O objetivo é encontrar novas experiências positivas e inesquecíveis, a partir da natureza e do estímulo sensorial aliado à tecnologia.
_MANDALLAH
Imagem: RENAN FERNANDES
_PULSAR
Imagem: LUCAS CAPARROZ
Casos como de Evandro Fernandes, 26 anos, são comuns. De Campinas, uma cidade que fica a 100km de São Paulo, ele viajou para o Amazonas em 2018 para curtir o réveillon no Jacundá Festival. Foram 7 dias de um evento no meio da floresta. Para chegar no local foi preciso ir de avião e ônibus. São mais de 4 mil quilômetros de distância entre as duas cidades. “A ida para o Jacundá surgiu de uma brincadeira sem pretensões. Não era ano de Universo Paralello, o pessoal estava planejando para onde ir. Na brincadeira um amigo sugeriu o festival no meio da Floresta Amazônica. A gente pesquisou os valores, vimos que era possível e as coisas foram acontecendo naturalmente”, disse Evandro. “Foi uma experiência e tanto. Fiquei surpreso com a diversidade do público. Conheci pessoas de todo lugar do Brasil e alguns vindo da Inglaterra, Portugal e Espanha”. Este é o clássico comportamento trancer Brasil adentro, já que o país possui dimensões continentais. As celebrações de música, arte e cultura se destacam no Brasil inteiro. São festas com público fiel e com investimento crescente em estrutura. No Sul do país, por exemplo, Adhana, Orion e Terra Azul são três estilos distintos de eventos, mas com público semelhante. Dessa mesma forma, DJs e Produtores da região também alcançaram sucesso expressivo nos últimos anos, entre eles Vegas e Element . djmagbr.com
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MANDALLAH
Com características de rave o Mandallah Festival está há 13 anos na cena brasileira. Na última edição em outubro de 2018 trouxe grandes nomes como Vini Vici, Astrix, Zen Mechanics, Liquid Soul, Major 7, Phaxe, Querox, Pspiralife, entre outros. Neste ano existe uma expectativa com relação ao um novo local para a festa depois de marcar época no Clube Rio Branco, em Andradas-MG.
Quando: Outubro/2019 Onde: Minas Gerais Imagem: CUROL RIBEIRO
Imagem: JONATAS LARANJEIRA
ADHANA FESTIVAL
O festival mantém um equilíbrio entre underground e comercial. O lineup apresenta essa variedade enquanto que as outras áreas do festival possuem diversas atividades culturais e de expansão da consciência. A estrutura da última edição em 2018/2019 demonstrou a criatividade da produção e deu o tom da proporção que é a festa. O público elogiou bastante.
Evento: Adhana Festival Quando: Dezembro e janeiro todos os anos Onde: Rio Negrinho-SC
SOLARIS FESTIVAL
MUNDO DE OZ
Um dos eventos de maior credibilidade desta cena, o Mundo de Oz vai celebrar uma edição especial de 10 dias. O festival possui um local próprio, a Aldeia Outro Mundo passa atualmente por uma grande reforma para dobrar de tamanho. Segundo o dono, Fábio Défo, “é o maior investimento que a cena trance no Brasil já viu”. O novo local onde será a pista principal, por exemplo, é inspirado numa concha acústica. E foram além: anunciaram manter o preço dos ingressos da edição passada, isto é, um festival de 10 dias a custo de 4. Tem valores mais em conta para quem pretende ficar 5 ou 3 dias. Além disso, chilenos, mexicanos, franceses e amazonenses podem entrar de graça no festival mediante comprovação de naturalidade.
Em 2019 também tem uma nova edição do Solaris, com o tema “Despertar da Consciência”. É uma nova era para o festival, com celebrações culturais, preservação do meio ambiente, grandes artistas, união e respeito ao próximo. Além disso a organização garantiu que o camping será em meio a uma plantação de eucaliptos. Isso agradou muito o público na edição de 2017.
Quando: 19 a 24/06/2019 Onde: Dourado-SP
Quando: 26 de abril até 5 de maio/2019 Onde: Lagoinha-SP
TRIBE FESTIVAL Imagem: LUCAS CAPARROZ
PULSAR
Um festival consideravelmente novo com respeito e credibilidade de gente grande. Reinventando-se a cada ano, o Pulsar conta com uma cachoeira de 100 metros de altura. Outros pontos que atraem o público são o som noturno e o investimento que fazem em psicodelia. “São pontos que envolvem a galera ao ambiente e conceito do festival. Tudo se soma para se tornar algo especial”, argumenta a produção do evento. Este ano o Pulsar completa 5 edições, momento em que a organização promete inovar mais uma vez e garante que será a melhor e mais completa edição do festival.
Quando: 19 a 24 de junho/2019 Onde: Itabira-MG
A Tribe é considerada um evento mainstream, no entanto tem raízes na cena underground. Fez muito sucesso na década passada e agora retoma o espaço na cena. Techno e deep entram em sua proposta musical. O tradicional palco Solaris é quem se dedica ao psytrance.
Quando: 27/04/2019 Onde: Pirapora do Bom Jesus-SP
XXXPERIENCE
XXXPerience: XXXPerience faz parte do grupo de eventos pioneiros na cena trance aqui no Brasil. A festa atravessou todos os momentos que o mercado artístico proporcionou ao longo de três décadas. Desde o ínicio, muitas transformações ocorreram no conceito, que levaram a festa do patamar de rave para festival.
Imagem: RENAN FERNANDES
UNIVERSO PARALELLO
Festival pioneiro da cena nacional e um dos principais eventos de contracultura em todo o mundo. A festa atrai gente de vários lugares do planeta e acontece durante a virada de ano na praia de Pratigi, na Bahia. A cidade conta com cerca de 30 mil habitantes e o evento movimenta a economia local de maneira massiva. Swarup e Ekanta, pais do famoso DJ e produtor Alok, são os responsáveis pelo festival, que é considerado uma porta aberta para descobrir, entender, aprender e conhecer um contexto completamente diferente daquilo que estamos acostumados no dia-a-dia. É um grande evento que prega mais que tudo a verdadeira igualdade, liberdade e respeito.
Quando: Bienalmente no réveillon Onde: Pratigi-BA
Quando: Itinerante Onde: Itinerante
A região Sudeste possui algumas das festas mais tradicionais do país. Hoje os eventos mais antigos dividem espaço com as novas festas e é a região com maior concentração de eventos. Em 2019 a expectativa do público está enorme. Só no Estado de São Paulo, vemos ao longo deste ano o retorno do Soulvision, Mundo de Oz — em comemoração de 10 anos — Solaris e Tribe. Em Minas Gerais, o Pulsar, o Samsara Festival e a Mandallah permanecem fortes. Por outro lado, Xyryry Kuaray, 44
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Nomad e Mundo de Aslam ganham cada vez mais tração. O Norte do país conta com festivais paradisíacos na Bahia, como Terra em Transe e Universo Paralello. Esses eventos se revezam ano após ano durante o réveillon. No Recife a Liquid Sky possui tradição para o público da região. E não para por aí: no interior do Amazonas, o Jacundá leva o trance psicodélico para regiões indígenas e pouco habitadas. Chegar até lá é uma aventura por si só.
O MERCADO BRASILEIRO A profissionalização deste mercado atingiu tanto a área comercial quanto as produções underground. No entanto, neste segundo segmento ainda existe carência de patrocínios. Por outro lado, nos últimos 10 anos surgiram agências, demanda por fotografia e vídeo de alta qualidade, assim como prestadores de serviços técnicos e estruturais evoluíram e os recursos humanos aprimoraram-se. A cenografia, os equipamentos utilizados pela produção, as redes sociais, tudo isso ajuda a melhorar o trance no Brasil. No início dos anos 2000 as festas eram pequenas ou de médio porte. “Os eventos eram produzidos na emoção e com preferências pessoais, desde lineup a datas e outros detalhes”, explica Nazen. Hoje a profissionalização atingiu todas as etapas. Se no passado era preciso repetir artistas no lineup em um pequeno espaço de tempo ou local, atualmente a cena trance no Brasil permite festivais mais elaborados e agora é preciso dividir bem o espaço e os horários das pistas para que não haja choque de grandes atrações ou ter problemas com logística. Fabiano (Mandallah) Ribeiro conta que atualmente é fácil fechar parcerias com grandes nomes e marcas, mas em outros tempos era complicado ver grandes atrações no Brasil. “São pessoas nas quais eu me espelhava. Agora tem gente que me procura”, disse em tom de positividade. Hoje ele trabalha com 8 eventos por ano em média, entre eles Nomad, Soulvision, MUV, Mandallah e Balikali. Todos são do próprio Fabiano, sem parceria com outros núcleos. Ele também falou que a média de público nos eventos que produz é de 17 mil pessoas. “Hoje grandes nomes querem tocar no meu evento, quando notei isso foi um divisor de águas”, disse. Francisco Cavalcante, 47 anos de vida e 20 só com produção de eventos trance, destaca que “o Universo Paralello evoluiu na questão do bem-estar das pessoas e estrutura técnica”. Em 2002 ele foi convidado pelo dono, Juarez Petrillo, para integrar a equipe de produção do evento. “A cada edição aumentamos o investimento na infraestrutura dos banheiros, duchas, campings, portaria e na área de segurança. Esses itens e outros de cenografia, etc, serão melhorados ainda mais para a próxima edição”, pontua o produtor cultural. E é assim, ano após ano, que bons produtores de eventos ganham reconhecimento pelo trabalho desenvolvido com a equipe de staff. Hoje referência na cena nacional, o Mundo de Oz teve a primeira edição em 2009. Naquela época eles se inspiraram
_UNIVERSO PARALELLO
Imagem: RENAN FERNANDES
_MUNDO DE OZ
Imagem: SILVIO SATO
no Universo Paralello. Para o dono do Mundo de OZ, Défo, a credibilidade existe porque a organização fala e faz. “Não existe isso de ‘agora tá bom pra gente’. Eu acho que dá para perceber pela evolução da aldeia e por tudo que a gente vem fazendo, sempre buscamos atingir um grau de excelência maior, uma alegria maior do público”. A organização do Oz conseguiu de maneira criativa, responsável e sustentável unir um grande público em prol do trance e gerar consequências positivas a partir disso, como educação gratuita para crianças da cidade, plantio de mudas e bioconstruções. Mesmo assim, Défo conta que encontra dificuldades em obter patrocínios. Mais recentemente, nos últimos cinco anos, a marca Pulsar, que atua na mesma linha do Mundo de Oz, encontrou espaço na cena. Os ingressos sempre esgotam em poucos dias. “As pessoas sabem que estão pagando um valor que vai ser compensado durante seus dias de festival. Vivenciamos um amadurecimento exponencial a cada edição. Isso acontece com muitos outros núcleos no Brasil o tempo todo e o resultado é um mercado mais maduro” disseram. Os grandes obstáculos foram superados por toda a galera que fez e faz acontecer até hoje. Por outro lado, pequenos desafios precisam ser ultrapassados constantemente. Para Francisco, “a dificuldade colocada por parte de órgãos públicos em alguns Estados do Brasil, impostos cobrados, preconceito por parte das autoridades, sociedade e imprensa” ainda atrapalham. Nazen Carneiro lembra que atualmente a indústria da música eletrônica “movimenta mais de 7 bilhões de dólares anualmente em todo mundo”. Um verdadeiro contraste com a década passada e a primeira metade da atual. Mundo de Oz, por exemplo, fez 7 edições até alcançar o retorno financeiro com o festival. “As melhorias que estão sendo feitas vêm do lucro que conseguimos a partir da sétima edição. Antes disso era só investimentos”, explica Défo. “Existe um propósito na cena underground aqui no Brasil, por isso não desistimos no passado”, finaliza. A equipe do Pulsar Festival fez uma ponderação parecida: “O maior desafio é acreditar no conceito até o fim, independente de como anda o mercado. Andar na contramão gera insegurança e o medo de não dar certo te assombra durante o processo, mas é justamente esse medo de fazer diferente que tornou o Pulsar Festival o que é hoje”.
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_PULSAR
Imagem: LUCAS CAPARROZ
PRODUÇÃO ARTÍSTICA
_SOLARIS FESTIVAL
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Imagem: BRUNO CAMARGO
A profissionalização do setor atingiu outras áreas das festas, inclusive a artística. Hoje são várias vertentes que fazem sucesso pelo Brasil, no entanto o público busca algo além do som. Isso é possível graças à criatividade dos produtores em estimular o sistema sensorial da galera a partir do ambiente e tecnologia que dispomos atualmente. Mesmo assim, parte do público atribui importância maior para o lineup, contrariando a ideia de explorar além da música. Défo explica que isso é um tipo de restrição que a pessoa impõe a si mesma. “O line deixa a festa maravilhosa e acho que isso tem que ser valorizado, porém valorizam tanto que o público esquece de outras coisas legais. Isso é resquício do sistema”. As outras coisas às quais Défo se refere são atividades como yoga, meditação, artesanato, plantio de mudas, adquirir conhecimento em redução de danos, entre outras coisas que Mundo de Oz oferece, assim como o Soulvision, Solaris, Pulsar e festivais do gênero. A pirotecnia é um tipo de intervenção artística que ocorre nas festas trance. Demanda cuidado e preparo para que a apresentação flua com segurança, por isso é feita por profissionais. É um tipo de intervenção que o Fabiano conta nos eventos quesitos desde 2009. Para ele, se tornou algo essencial porque é “parte do conjunto, e na noite tem que ter, a magia tem que rolar solta”, afirma o produtor. Além disso, ele conta que está em diferentes eventos, portanto, “nesse meio de produção x público, com frequência capto o que está em alta e coloco em prática”. A produção artística do Solaris também acompanha “o pedido do público”, conforme destacou Nazen Carneiro, responsável por essa parte do evento. “Desde que alinhado com a proposta, a temática do evento”, concluiu. Tudo se soma para formar algo especial, além das artes separadas e a galera que produz o Pulsar garante que “as intervenções e a decoração trabalham a visão, enquanto a música trabalha a audição. Com isso a gente estimula mais de um sentido e alcança a sensação de sinestesia”.
50 perguntas
Por RODRIGO AIRAF
Illusionize
AGREGADOR DE TODA UMA COMUNIDADE DE FÃS, ILLUSIONIZE FOI UM DOS PRECURSORES DA ASSINATURA SÔNICA BRASILEIRA QUE CONTRIBUIU PARA GERAR O ESCOPO DA CENA QUE TEMOS HOJE. PRESENTE EM LITERALMENTE TODOS OS PRINCIPAIS FESTIVAIS E CLUBS BRASILEIROS, O DJ E PRODUTOR GOIANO LANÇOU RECENTEMENTE SEU NOVO ÁLBUM, “X”, REAFIRMANDO SUA CRIATIVIDADE, IDENTIDADE MUSICAL E RESPONSABILIDADE COMO UM DOS LÍDERES DA MÚSICA ELETRÔNICA BRASILEIRA ATUAL. CONVIDAMOS ILLUSIONIZE PARA NOSSA COLUNA DE 50 PERGUNTAS.
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Onde você está agora? No meu studio respondendo vocês (risos).
E festivais? XXXPerience, Lollapalooza, Tomorrowland e Mysteryland.
Qual é a coisa mais legal que você tem em casa? Meu studio.
Festas ou festivais? Festivais.
Seu signo? Leão com ascendente em Libra.
Um gênero musical que você não curte ouvir? Sertanejo.
Se você fosse capaz de voltar para qualquer lugar agora, qual seria? Lollapalooza.
Filme favorito? Frequencies.
Pior coisa que aconteceu com você durante uma gig? O som parar. Melhor experiência como DJ? Me sentir conectado com todos.
Ficar em casa ou ir a um bar? Um pouco de cada.
Pedido mais estranho que você já recebeu? Deixo em off... haha.
Rede social favorita? Não sou viciado em nenhuma, mas curto bastante o Instagram.
Collabs dos sonhos? Chris Lake, Claude VonStroke, Tujamo.
Praia ou campo? Os dois.
Track favorita do momento? “This Is My Flow”.
Studio ou cabine de DJ? Os dois.
Maior inspiração? Deus.
House ou disco? House.
Primeiro disco que você comprou? Não comprei discos ainda :/
Techno ou tech house? Tech house.
Bebida favorita? Água.
Tocar durante o dia ou à noite? Ambos têm seu toque especial.
Dois itens que não podem faltar no seu camarim? Água e frutas.
Um lugar que você amaria visitar? Bali.
Uma coisa que você não consegue sair de casa sem? Meus pen drives.
Lugar favorito em que já esteve? Machu Picchu.
Se você pudesse escolher somente um tipo de comida para comer pelo resto da eternidade, qual seria? Saladas em geral.
Sabe tocar algum instrumento? Sei fazer música com qualquer coisa que você me der… Agora, tocar de fato um instrumento, não manjo muito.
Trabalho dos sonhos quando era criança? Atendente de lan house. Já usou drogas? Sim... até meus 18 anos. Fumou? Maconha, sim. Tocou bêbado? Várias vezes, hoje não. Clubes favoritos onde já tocou? Amazon, Privilège, Laroc.
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Tem animais de estimação? Apenas eu mesmo (risos).
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Uma coisa para aprender antes de morrer? Viver. Estação do ano favorita? Todas. Série favorita? Game of Thrones. O maior objetivo da sua carreira? Levar minha mensagem para o mundo. Algum arrependimento? Nenhum.
Algum conselho para seu eu mais novo? Siga seu coração, pois Deus está falando com você através dele. Músicas favoritas que você produziu? “This Is My Flow”, “Bubblebath”, “Down”. Se você fosse capaz de mudar qualquer coisa na sua vida, o que seria? Nada. Já pensou em outros nomes antes de Illusionize? Tinha uma lista, mas no final das contas “O Illusionista” me pegou. Do que você mais gosta no Brasil? A resposta está na pergunta. Eu gosto do Brasil de uma forma geral, menos da corrupção, é claro, mas o país em si é maravilhoso! O que você faz nos seus dias de folga? Música, viajo, cozinho... faço amor... Um hobby além da música? Cozinhar. Tem alguma tatuagem? Não encontrei um significado pra fazer uma ainda. Pessoa favorita do mundo? Minha mãe. Algo a acrescentar? Tanto pra dizer, mas apenas agradecer, pois acredito que a vida tem sido muito boa comigo e eu farei de tudo pra dar o devido valor a essa oportunidade.
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VELHAS MEMÓRIAS O PASSADO DE ALGUNS DOS PRINCIPAIS ARTISTAS DA DANCE MUSIC NACIONAL Por RODRIGO AIRAF
MEME Qual era seu trabalho antes de ser DJ? Comecei a tocar aos 11 anos, portanto nunca houve outro trabalho antes. Aos 15 eu já estava regularmente recebendo para isso. O que te fez se apaixonar pela cena eletrônica de quando você começou? Não havia nem ‘cena’ e nem ‘eletrônica’! Estamos falando de 1976 (Nem “I Feel Love” existia ainda) e o que havia para apaixonar-se era a própria música, e por ela estou aqui até hoje. Gosto de ver o rosto das pessoas quando a música as afeta. Conte-nos uma história engraçada ou peripécia que aconteceu durante sua jornada como DJ. Asiáticos são atípicos aos nossos olhos. Uma vez, em Bali, na inauguração do W Hotel, eu topei descer de helicóptero no meio da festa, saindo dali igual ao Papai Noel, direto pra cabine de som em meio a urros e aplausos. Um mico glamouroso a se pagar.
MEME TOCANDO AOS 15 ANOS
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MEME TOCANDO NO BAROKKO
Qual foi sua melhor experiência como DJ? É difícil escolher uma só, mas hoje valerá a semana no ADE em Amsterdam, nos anos em que eu era parte da DEF MIX, a agência mais icônica de DJs da House Music, junto com Frankie Knuckles, David Morales e Hector Romero. Estávamos lá para celebrar os 25 anos da agência com diversas entrevistas e uma festa fantástica onde tocamos nós quatro, com a presença ilustre de Ultra Naté e Inaya Day “jamming” no microfone conosco. Quem esteve lá, fala nessa noite até hoje — eu tenho tudo gravado. Qual foi sua pior experiência como DJ? Qualquer uma onde a gente chegue e o rider não seja cumprido. Quais eram os sons que você mais curtia quando começou a tocar? Até os 10 anos de idade eu curtia os discos de Jazz, Bossa Nova e MPB dos meus pais. Toda essa harmonia e
melodia vinda desses discos influenciou-me diretamente, e quando chegou a hora de escolher a minha própria música, o ouvido apontou-me uma única direção a um caminho sem volta: a disco music, que em 1986 evoluiria eletronicamente dando vida à house music. Por fim, do que você sente saudade entre seus early years? Absolutamente nada. De verdade. A vida artística não é fácil, pois é uma timeline em constante evolução, que exige atenção, foco, criatividade e aprendizado frequentes, porém é justamente isso que me mantém atraído e interessado. Desistir e bradar as memórias do passado como se fosse tudo melhor é o caminho mais fácil, mas graças aos céus eu passo batido e não vi motivos para isso. Eu morreria de tédio e amargura. Estou bem aqui no futuro, obrigado.
DJ MARKY Qual era seu trabalho antes de ser DJ? Tive diversos trabalhos como mecânico, consertando máquinas de escrever, também em fábrica de abajures, Bovespa e, finalmente, loja de discos, onde trabalhei durante muitos anos e inclusive tive a minha própria loja em parceria com o meu amigo DJ Edu Brown. O que te fez se apaixonar pela cena eletrônica de quando você começou? Acredito que foram os breaks (trechos de bateria) sampleados de clássicos do funk, soul, jazz. A house music da época não me atraía muito como no começo do acid house. Só com a inclusão dos breaks que voltei a gostar de house. Mas o que me fez apaixonar por música eletrônica foi o movimento rave da Inglaterra! Altern8, Shades Of Rhythm, N’Joi, Bizarre Inc, The Prodigy, Future Sound Of London, os projetos do belga Patrick De Meyer (T99), Frank De Wulf, entre outros. Fascinante! Conte-nos uma história engraçada ou peripécia que aconteceu durante sua jornada como DJ. Putz… difícil….tenho muitas histórias. Acredito que a mais engraçada foi quando fui tocar pela primeira vez na Parada da Paz e estava com uma mala cheia de discos exclusivos, pois na época eu era residente do Lov.e Club e quando a galera me viu foi uma loucura. Mais de 5.000 pessoas aglomeraram-se pedindo autógrafos e, nesse momento, senti a mala esvaziando. Meu amigo Adriano Lagosta saía perseguindo a galera e pegando os discos de volta! Foi a maior loucura! Qual foi sua melhor experiência como DJ? Foram vários momentos também, mas, para mim, o momento mais marcante foi o lançamento do meu disco “DJ Marky Influences” no Mirante 9 de Julho. A festa foi free, com os DJs Angelo Leuzzi, Elohim Barros, Leonardo Ruas e DJ Vadão. Quando estava tocando, meu filho Gabriel veio na cabine dançar comigo! Foi o momento mais incrível como disc-jockey, pai e tudo mais. Um
momento único que levarei no meu coração para o resto da minha vida! Qual foi sua pior experiência como DJ? Minha pior experiência é sempre quando alguém vem pedir música na cabine. É grosseiro uma pessoa achar que você é escravo dela e você tem que tocar o que ela quiser. Sou um DJ de verdade e não uma jukebox. Sou uma pessoa que quer passar conhecimento, diversão e educação musical para as pessoas. Esse é o trabalho do verdadeiro discjockey: mostrar para pessoas novas músicas, o que está acontecendo no mundo. Pesquisamos para isso, entende? Não tenho mais de 25.000 discos à toa! Toco no mundo inteiro e ninguém me pede músicas, só aqui no Brasil! Se você quer ouvir a música que você escuta a semana inteira no rádio ou no seu telefone, escute em casa, não desrespeite o meu trabalho, pois não dou palpite no trabalho de ninguém! Abra a sua mente, saia da mesmice e descubra o que o DJ tem a oferecer! Quais eram os sons que você mais curtia quando começou a tocar? Ahhhhh, aí ferrou. É muita música. Funkadelic - Knee Deep, Change - Got To Get Up, Mtume - Tie Me Up, Whodini - Five Minutes Of Funk, Kurtis Blow - Do The Do, Raw Silk - Do It To The Music, Keni Burke - Let Somebody Love You, Michael Jackson - Wanna Be Startin’ Somethin’, Malcolm Mclaren World Famous, Beatmasters - Who’s In The House, T99 - To Nice To Be Real, Tyree - Turn Up The Bass… difícil, muita música. Comecei muito novo, essa é a minha vantagem (risos)! Por fim, do que você sente saudade entre seus early years? Sinto saudades de quando as pessoas saíam para dançar e se jogar! As pessoas tinham prazer de ir ao club e reverenciar o verdadeiro disc-jockey, não iam atrás de likes e quantidade de followers. Quando eu era residente do Lov.e, às quintas-feiras, a noite mais cheia era quando eu chegava de viagem carregado de discos novos. As pessoas queriam ouvir, queriam estar conectadas, saber o que acontecia no mundo. Tínhamos uma cena que não deixava a desejar a nenhum lugar do mundo.
Imagem: CHELONE WOLF
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ANDERSON NOISE Qual era seu trabalho antes de ser DJ? Eu comecei a trabalhar aos 7 anos, pintando paredes com meu pai para ganhar uns trocados para comprar meus discos. Depois, fui entregar remédios em uma farmácia, dali fui ser captador de imóveis, juntei uma grana e fui para o Rio comprar roupas para revender em BH. Tomei muitos canos e desisti. Como eu gostava de moda, fui ser vendedor em um multimarcas, mas não demorei muito para trabalhar na Vide Bula, onde fiquei dos meus 16 aos 24 anos. Lá eu comecei a gravar sets em fitas cassete e foi onde as pessoas me conheceram e comecei a tocar fora do terreiro de casa. O que te fez se apaixonar pela cena eletrônica de quando você começou? Sem dúvidas, todo o movimento e as músicas da acid house. Aquilo tudo era mágico e muito novo para um adolescente de Belo Horizonte. Conte-nos uma história engraçada ou peripécia que aconteceu durante sua jornada como DJ. No início dos anos 2000, eu o Renato Cohen estávamos em Londres e tínhamos acabado de sair da Eukatech Records com a case cheia de novos discos. Daí, pegamos um ônibus daqueles antigos, com piso de madeira e porta na traseira. O ônibus arrancou e a case foi se revirando e espalhando os discos na avenida Tottenham Court. Pode ser uma história não muito engraçada, mas o desespero e toda a situação até hoje são lembrados com muitas risadas.
ANDERSON NOISE, MAIS JOVEM, DISCOTECÁRIO
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ANDERSON NOISE QUANDO CRIANÇA
Qual foi sua melhor experiência como DJ? É muito difícil falar apenas de uma melhor experiência nestes 30 anos de carreira, mas gostaria de relembrar 3 momentos incríveis: minha primeira apresentação em Tóquio, no Womb, o encerramento do Skol Beats 2003, no sambódromo do Anhembi, e o concerto João Carlos Martins & Anderson Noise In Concert com a fantástica Orquestra Filarmônica Bachiana em maio de 2009, na Sala São Paulo. Qual foi sua pior experiência como DJ? Em 1989, em um bar na estrada de Nova Lima, em um evento fechado onde os donos da festa insistiram em me pedir para tocar Rolling Stones. Eu recusei e o final da história não foi nada bom. Quais eram os sons que você mais curtia quando começou a tocar? Estes são os artistas que eu sempre procurava e cujos lançamentos eu sempre tocava: Bomb The Bass, New Order, M.a.r.r.s, 808 State, The Shamen, The Future Sound of London, The Orb, Adonis, Moby, LFO e Da Phuture. Por fim, do que você sente saudade entre seus early years? Com certeza, de quando só existiam vinis e fitas cassetes.
GUI BORATTO Qual era seu trabalho antes de ser DJ? Na verdade as pessoas sabem que eu não sou DJ, mas produtor. Sempre fui nerd de estúdio. Comecei aos 14 anos quando ganhei meu primeiro sequenciador — aquele aparelho que foi substituído pelo computador. Desde lá não parei mais. Houve um momento em minha vida, logo após finalizar o colegial, que resolvi ser arquiteto. Era arquiteto por formação e músico por hobby. Mas hoje a música é minha área de atuação principal e a arquitetura um hobby :-) O que te fez se apaixonar pela cena eletrônica de quando você começou? Eu comecei a tocar guitarra aos 9 anos. Gostava de rock. Mas alguns anos depois, quando estava um pouco farto daquela formação básica de baixo, guitarra e bateria, comecei a escutar The Cure, Sisters Of Mercy, Bauhaus, New Order, Depeche, entre outros. Foi quando me apaixonei por essa combinação do rock com sintetizadores, samplers, etc. Eu literalmente pirei. Cheguei a abandonar a guitarra por alguns anos e me dedicar aos sintetizadores. Tinha aquela coisa de não ter que depender mais de músicos. Ou seja, eu usava os sequenciadores para “tocar” esses elementos, como bateria eletrônica, baixo, leads, enfim, todos os elementos da música.
Conte-nos uma história engraçada ou peripécia que aconteceu durante sua jornada como DJ. Acho que a mais engraçada foi quando fui tocar no Wire Festival, em Yokohama, Tóquio, e os DJs tinham 40 minutos para tocar. Live, no meu caso, apenas 20 minutos. No ano em que toquei finalmente tinham dobrado esse tempo. DJs tinham 80 minutos e lives 40 minutos. Achei maravilhoso. Na mesa onde nós colocávamos o equipamento para tocar tinha um relógio digital de mesa com o “timer”. O engraçado foi o “tapinha” a cada 5 minutos, me avisavam quanto tempo restava. Isso dava uma aflição enorme (risos). Qual foi sua melhor experiência como DJ? Estava indo de Barcelona para Paris e resolvi despachar minha mala de equipamentos. Quando estava já dentro do avião, pude observar as malas sendo colocadas no porão. Quando fechou as portas e o avião começou a taxiar (dar ré) vi minha mala caída no chão. Fiquei desesperado. Chamei a comissária de bordo e pedi para pararem o avião. Ela disse que não podia fazer nada. Conclusão, minha mala não foi, claro. Não consegui minha mala de volta nos próximos 2 dias. Não consegui tocar naquela noite. Foi até tragicômico :-) Qual foi sua pior experiência como DJ? Não tive experiências muito ruins, mas acho que a pior foi quando estava tocando no Dance Valley anos atrás. Vi as pessoas me avisando de algo estranho. Olhei para trás e no telão estava escrito o nome de outro DJ, não o meu. Meu produtor foi correndo resolver e só corrigiram isso na metade do meu set. Pelo menos as pessoas sabiam que quem tocava era o Gui Boratto, não o nome daquele outro artista estampado no telão. Quais eram os sons que você mais curtia quando começou a tocar? Quando comecei, minha música mais importante era “Arquipélago” e “Like You”. Ainda toco com prazer ambas. As pessoas continuam adorando. Ambas funcionam muito bem na pista e soam muito atuais. Por fim, do que você sente saudade entre seus early years? Sinto saudade dos aeroportos mais vazios e tranquilos.
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RECONDITE E A SENSIBILIDADE EM SE MANTER AUTÊNTICO CONVERSAMOS COM O ARTISTA ALEMÃO ALGUNS DIAS ANTES DE SUA SEGUNDA APRESENTAÇÃO NO DGTL SÃO PAULO Por GABRIELA LOSCHI
E
xistem artistas cujas conversas e filosofias sobre o ser e o estar poderiam se alongar além da vida. Esta é a razão deste bate-papo por e-mail com o alemão Lorenz Brunner: pautar-se em questões humanas e inquietações artísticas nem sempre exploradas ao longo deste corre-corre diário em que nos embaralhamos. Não poderia ser diferente. Sendo tão contemplativo em suas composições, a extensão dos seus próprios sentimentos se traduz em faixas que despertam emoções em diversos estágios e níveis de intensidade. Música toca as pessoas de formas diferentes em suas buscas e descobertas pessoais desde os primórdios da humanidade, mas, conforme avança o capitalismo, vemos cada vez mais artistas tentarem se encaixar em padrões estabelecidos pelo mercado, por pressão, por necessidade, por dificuldade de se conectarem com suas próprias motivações ou porque simplesmente esses padrões realmente lhe cabem. Mas em grande parte das vezes é como se a sensibilidade fosse engolida por um mar de fórmulas.
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Sair desse sistema significa dar voz à sua verdade. Há 12 anos Lorenz parou de só reproduzir tracks de outros artistas e passou a buscar o som da sua autenticidade. A cada track e álbum lançado, passando por labels como Innervisions, Dystopian, Hotflush e o seu próprio Plangent Records, Recondite provou que a construção minimalista poderosa não necessita de infinitos elementos para conduzir uma pista progressivamente à sua máxima potência emocional, com cada camada de baixo e melodias se encaixando perfeitamente nos corpos em transe, um por um. Presente também na edição de 2017, Recondite nos conduziu novamente por sua viagem intimista diluída em sons orgânicos e batidas de techno, acid e deep na terceira edição do DGTL São Paulo, em maio. Sua passagem pelo Brasil também contou com apresentações na Vibe, em Curitiba, e na Rio.Me, no Rio de Janeiro. Após nos conduzir musicalmente na pista, ele nos conduz pelos seus pensamentos nesta entrevista exclusiva.
Recondite no DGTL São Paulo 2019
Imagem: JORGE ALEXANDRE Oi Lorenz. Obrigada por essa entrevista. Uma vez você disse que a melhor parte de fazer música é não pensar nisso como um trabalho. Você já se sentiu pressionado nesse caminho da produção? Eu já me senti pressionado em fazer música antes, mas eu definitivamente não gostei dessa sensação. Desde então, tento evitar isso. Às vezes você não consegue ou não pode evitar a pressão externa (prazos ou expectativas) mas, como você realmente não pode controlar esse tipo de coisa, é questão de não se importar. O que importa é a pressão e a expectativa que você coloca sobre você mesmo, e isso eu tento ignorar completamente. Eu tento conduzir minha música sem amarras e o mais livremente possível, e se eu me pego “tentando duro demais”, eu faço uma pausa. Comecei com essa pergunta porque sabemos que muitos artistas sentem algum tipo de pressão e você parece muito livre, único. Você compartilharia conosco algumas das suas questões internas e pensamentos com os quais você lutou ao longo do caminho como artista para alcançar este estágio? Essas questões são provavelmente muito ligadas a toda uma vida que você vive — não apenas à vida que envolve arte e criatividade. Eu acho que é uma luta para muitas pessoas identificarem expectativas externas e especialmente expectativas internas enganosas. Na maioria das vezes, a pressão só mata a criatividade, porque é como ser algemado. Na vida existem regras e no melhor dos casos você se habitua a viver com elas, dentro de uma zona razoável — mas a música e a arte precisam ser livres, na minha concepção. Autenticidade não é fácil de alcançar. Para você parece algo natural. Por que você acha que muitos artistas lutam para encontrar seu valor único, mas poucos conseguem — e foi sempre assim natural para você? Em primeiro lugar, obrigado :) Para ser honesto, acho que muitas pessoas estão se tornando mais ocupadas, cheias de si mesmas, conforme a carreira delas cresce. Elas começam a levar o seu “sucesso” muito a sério, e tudo o que as rodeia e a sua carreira torna-se muuuuuito importante, e quanto mais elas se esforçam (viagens malucas, agendas lotadas, gigs prolongadas, afterparties, estresses no corpo como álcool e drogas) mais elas se sentem sendo o centro do mundo, porque estão “doando muito”. É aí que elas começam a construir uma nova personalidade para si dentro dessa nova vida. Elas acabam nesse círculo vicioso onde, de um lado, sentem que precisam de toda a atenção, porque sentem que se sacrificam muito e, do outro lado, sentem-se mal porque a vida antiga se foi. Eu acho que é importante não deixar a nova vida assumir completamente o controle, mesmo que isso signifique dizer não a certas
Imagem: FERNANDO SIGMA oportunidades. Quanto mais rápido sua carreira sobe, mais importante é ficar de olho nas mudanças de sua própria personalidade e estar muito consciente de se manter um pouco ancorado, com os pés no chão — mesmo que você gaste muito tempo em aviões.
época. Eu realmente senti que todos os cabos, todos os botões, todos os complicados manuais de destruição do cérebro, todos os problemas de midi sync, essas coisas, estavam desperdiçando meu tempo e não me levando a ser mais criativo.
Quando você toca ao redor do mundo, existem alguns lugares especiais onde você pode realmente experimentar coisas novas?
Como falamos aqui, se manter verdadeiro a si mesmo é algo que parece muito fácil para você, vendo de fora, mas sabemos que não é uma coisa fácil. Você sente que você pode ser 100% você mesmo? E, para finalizar dentro deste tema, o que você diria a outros artistas que estão tentando alcançar essa verdade em suas carreiras?
Eu não poderia dizer um lugar específico, para ser honesto. Se eu sentir vontade de experimentar coisas novas, eu farei isso de qualquer maneira em qualquer lugar. O que aguça a sua criatividade e o que, vamos dizer, pode matar sua capacidade criativa quando está produzindo? Pressão e expectativa matam criatividade, na minha opinião. Como eu disse, especialmente as expectativas “caseiras” (internas) são realmente um obstáculo em um processo criativo. Esta é a razão pela qual, para a maioria dos artistas, as primeiras obras são as mais interessantes — porque tinham uma abordagem descompromissada. Também não sinto que seja útil para mim quando estou envolvido em muito material técnico para cuidar enquanto trabalho com música. Nesses casos eu me sinto mais um tipo de produtor “dentro da caixa”, eu acredito. Pode ser uma pergunta idiota conhecendo a cidade, mas quando você se mudou para Berlim, você já sabia em que queria entrar e o que alcançar? Plangent Records já era um plano? O que você estava pensando naquele tempo? Quando me mudei para Berlim, a primeira coisa que fiz foi tentar conseguir um emprego como personal trainer. Eu não tinha planos concretos de lançar músicas ou mesmo de criar um selo. Colecionar e produzir música era um hobby completo naquela época. Eu tinha um monte de amigos morando em Berlim e precisava de uma mudança da zona rural da Bavária, de onde eu vim. Quando eu visitava meus amigos, sempre me sentia bem em Berlim. Além disso, eu queria estar mais perto da cena clubber de lá. Mas eu realmente não visualizei tudo isso acontecendo, eu definitivamente não enxergava uma carreira musical dessa forma pra mim naquela época. Eu nem sequer considerei isso seriamente. Com relação ao seu estúdio, com que frequência você sente a necessidade de incrementá-lo com novos equipamentos? Ok, sinto que posso parecer um pouco mal-humorado ou algo assim, mas minha resposta honesta à esta pergunta é: nunca. Eu comprei um monte de equipamentos no período em que aprendi a produzir música, mas antes do meu primeiro lançamento eu já me livrei de cada peça de equipamento que eu tinha na
Isso é algo que estou tentando, na verdade. Em primeiro lugar, encontrar o meu próprio eu completamente. Eu acho que esta é uma tarefa da vida para todos, na real. Acredito que isso é ser reflexivo. Saber por quê você é o que você é, e estar ciente do que você será depois de fazer o que você faz. Agora uma pergunta pessoal do meu lado: eu realmente amo muitas das suas músicas. Algumas delas até escuto no repeat, mas eu gostaria de saber de você, se você tem uma favorita ou algumas produções suas favoritas? Humm… eu não posso realmente apontar uma música favorita, porque a maioria delas tem uma abordagem diferente para uma vibe diferente. Eu tenho algumas favoritas em diferentes momentos e mindsets, talvez: “Phalanx”, para clubes “Drgn2”, para festivais “Tie In”, para momentos relaxantes no sofá “Levo”, para sets ao pôr do sol “Channel”, para warehouses industriais e escuros “Beiz”, para um passeio na floresta Agora, a pergunta que não pode faltar: você está retornando ao Brasil. Você já teve tempo para conhecer algo sobre o país ou nossos artistas? Está animado para as gigs, especialmente para o DGTL São Paulo? Sim, estarei em Curitiba, São Paulo e Rio. É sempre muito exótico para mim estar no Brasil — mas no bom sentido. Espero ter algum tempo para passear pelas ruas um pouco. É um país muito interessante do qual eu não vi muito ainda, infelizmente. Eu conheço bem o DJ brasileiro Davis — ele está na mesma agência que eu — e espero que ele esteja no Brasil quando eu estiver lá para poder vê-lo. E, claro, o DGTL é sempre muito bom — estou realmente ansioso por esse momento. O que podemos esperar de você nos próximos meses? Algum novo projeto que você gostaria de compartilhar? Sim, eu lançarei um novo álbum no outono, mas eu não posso dizer mais ainda :) n djmagbr.com
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O MUNDO SEGUNDO OS DJS A CADA EDIÇÃO, UMA JORNADA DIFERENTE EM ALGUM LUGAR DO MUNDO, CONTADA POR UM ARTISTA DO CENÁRIO NACIONAL OU INTERNACIONAL. DESTA VEZ, MARK URSA, BELGA DE NASCIMENTO, ESPANHOL E BRASILEIRO DE ALMA, QUE COM LONGA CARREIRA NO CENÁRIO MUNDIAL ESCOLHEU IBIZA COMO UM DE SEUS LARES, NOS DÁ ALGUMAS DICAS GASTRONÔMICAS E DE VIDA NOTURNA DA FAMOSA PÉROLA DAS ILHAS BALEARES.
IBIZA TOWN
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empre que chego em Ibiza tenho um sentimento de felicidade, tipo quando você volta a um lugar que você ama. Já fazem 23 anos que eu passo cada verão europeu nessa ilha mágica e, mesmo ficando 6 meses por ano nela, eu não me canso. Nos últimos anos, eu trabalhei como DJ e produtor de festas nos melhores clubes da ilha, como a Space, Pacha, Blue Marlin, Nikki Beach, Privilege, Ushuaia e Amnesia, e esse ano vou atrás de um novo desafio: cuidar da festa “Electrico Romantico”, com Bob Sinclar, todas as segundas-feiras de julho e agosto no club Heart Ibiza, a boate criada pelo famoso Cirque du Soleil. Esse club está localizado no coração da ilha, Ibiza Town, ao lado do Casino e do club mais antigo e conhecido da ilha, a Pacha Ibiza. Os dois restaurantes mais chiques de Ibiza se encontram também nesse bairro: o Heart é provavelmente a melhor experiência culinária da ilha, já que é comandado pelos irmãos Albert e Ferran Adrià. Imagine um restaurante com entretenimento artístico e cultural no estilo conhecido do Cirque du Soleil. Mesmo com valor fixo de 150 euros por pessoa (700 reais, mais ou menos) o restaurante está lotado todos os dias e você precisa reservar uma mesa com muita antecedência em pleno verão se você quiser experimentar esse lugar único. A 400 metros do Heart, você pode encontrar o LIO, um restaurante com shows e animações. Durante o verão, você precisa também reservar
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com muita antecedência e tem que prever no mínimo 500 reais por pessoa. Se você gosta de uma experiência culinária diferente, você tem que conhecer pelo menos um desses dois lugares citados, sendo minha preferência a Dinner Experience do Heart. Antes de sair para dançar, é recomendado passar pelo porto de Ibiza, que foi totalmente renovado em 2017. Você verá os mais belos iates do mundo, muitos bares e restaurantes, desfiles de clubes com seus dançarinos e drag queens, o distrito histórico com o forte de Ibiza e o distrito LGBTQI+. Eu aconselho você a se aventurar pelas pequenas ruas estreitas para encontrar lojas exclusivas e ruas típicas de Ibiza. Alguns dos meus restaurantes favoritos desconhecidos pelos turistas e a preços razoáveis estão ali: Sa Cova para cozinha mediterrânea, El Carnicero para rodízio de carnes, Bebel para cozinha italiana, Cositasricas para cozinha espanhola, e Nibiru para cozinha asiática — este último foi aberto pelo DJ brasileiro Lipous e é o lugar perfeito para comer sushi e assistir aos jogos da seleção brasileira. Foi ali que eu assisti a Bélgica vencer o Brasil na copa do mundo (risos). Se você passar pelo porto de Ibiza durante o dia, eu sugiro que você vá almoçar ou tomar um café na Plaza Del Parque e depois dar um passeio no forte de ibiza. Não se esqueça que na Espanha a maioria das lojas fecha entre 14h e 17h, mas nas áreas turísticas de Ibiza também fecham entre 22h e meia-noite.
PLAYA D'EN BOSSA
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laya d’en Bossa é o lugar mais popular em Ibiza, lar de clubes famosos e com a praia mais extensa da ilha, repleta de bares de praia, incluindo o famoso Bora Bora. À noite, Playa d’en Bossa torna-se o foco da multidão de baladas da ilha. Os superclubes Ushuaïa e Hï Ibiza (melhor club em 2018, na minha opinião) são alguns dos locais mais populares da ilha e atraem DJs de primeira linha todas as noites. Se você está procurando uma atmosfera mais underground, Sankeys é uma visita obrigatória. Ele foi comprado por um novo grupo recentemente, então não sabemos ainda qual vai ser a programação deste verão. Mas já posso contar um segredo: o Steve Lawler vai estar lá todos os domingos do verão.
No Nibiru Sushi bar com Lipous, Bob Sinclar e amigos
Playa d’en Bossa tem muitos bares para desfrutar de um coquetel antes do club. Meu bar favorito é o Tantra Ibiza. Eles fazem pre-parties de qualidade, com DJs como Bob Sinclar, Maceo Plex, Little Louie Veja, Barbara Tucker e Prok & Fitch. Há também um all-inclusive de 30 euros (140 reais) para ficar bêbado antes de sair, já que as bebidas dentro das baladas são muito caras, cerca de 45 reais para uma água e 140 reais para uma vodka com energético. Eu toco uma vez por semana nesse bar para a pré-festa do Bob Sinclar e aos domingos para meu próprio conceito de festa. Caminhar na praia é um tanto diferente do usual, pois o topless está autorizado na ilha. Para aqueles que procuram calma e isolamento, Playa d’en Bossa claramente não é o destino certo. Em comparação com o resto da ilha de Ibiza, os preços de lá são bastante vantajosos. Mesmo com um orçamento limitado, você pode celebrar a decadência até o final da noite. Não há lojas interessantes e também não há muitos restaurantes “top”.
Com Black Coffee, que está no comando da maior festa da Hï Ibiza
Os melhores restaurantes chiques se encontram dentro do Ushuaia Hotel e do Hard Rock Hotel. Os que eu recomendo são o Sissy’s, para carnes, onde eu fui muito com Dimitri Vegas, Like Mike, Yves V, Nervo; a Dolce Vite, de comida italiana, onde você pode encontrar alguns dos DJs underground como Marco Carola, e La Cabana Ibiza, que serve comida espanhola na rua Pablo Picasso, perto do Sankeys e da minha casa :D. Todos os anos, ao final do mês de maio, a indústria da dance music se reúne no Hard Rock Café em Playa d’en Bossa para a International Music Summit (IMS) para discutir todos os aspectos da indústria da música que define suas vidas.n
Na cabine da Pacha Ibiza com Felix Da Housecat Eu sendo tatuado pela Olivia Nervo no camarim da Ushuaia
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CARISMA, HUMILDADE E SUCESSO Por GABRIELA LOSCHI Imagem: FABRIZIO PEPE
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xistem aqueles que sonham e existem aqueles que realizam. No sentido etimológico da palavra, realização define a vida de Gustavo Mota. Ele foi lá, acreditou, arregaçou as mangas e fez. Concretizou as ambições do desejo. Não a poucas penas. Precisou desistir de uma carreira em hotelaria/turismo — que já lhe trazia bons frutos, como a contratação em uma rede de hotéis grande e respeitada — e mergulhou de cabeça nesse universo cativante e incerto que é a música eletrônica. Já há uns bons anos esse paulista nascido em Assis vem se preparando para o que hoje ele colhe: o sucesso.
Basta olhar para os significados do seu nome, Gustavo, e entender que não havia outro destino que não fosse: dar certo. Olhe os números do seu Spotify e verá tracks com mais de 2 milhões de plays, de sucessos como “Like Dis”, “Toccata” e “Meu Vício”. Olhe os números dos seus shows e verá um público fiel — construir uma comunidade apaixonada em torno do seu trabalho é um dos maiores desafios de qualquer artista — a exemplo das suas redes sociais, onde acumula mais de 1 milhão de fãs. Uma construção sólida e crescente que o permite continuar vivendo o sonho e transmitindo sua mensagem para o mundo.
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Mota é um dos principais DJs do país e mesmo assim procura se manter simples, humilde, acessível e sensível. É leve lidar com ele. Talvez esse, junto com seu talento em administrar uma marca de sucesso, seja um dos seus principais segredos. Na conversa com a DJ Mag Brasil, Mota relembra momentos marcantes e divertidos da sua trajetória, fala sobre sua label Muzenga, sucesso na África do Sul, desafios e compartilha outras histórias que inspiram, divertem e emocionam. Você se formou em hotelaria/turismo, morou nos EUA, trabalhou em cassino, em hotel e hoje viaja o mundo como DJ. É perceptível que uma das coisas que você mais ama na vida é viajar. Você já sabia que a profissão de DJ lhe proporcionaria conhecer o mundo? Tudo aconteceu da forma que você esperava? Nunca imaginei viajar o mundo. Aliás, isso é bem recente ainda na minha carreira de DJ. Na verdade eu comecei a produzir antes de me tornar DJ. Quando fui morar nos EUA, eu já era apaixonado por música eletrônica e sempre tive interesse em aprender como se fazia esse tipo de música. Assim que voltei ao Brasil há 12 anos, a primeira coisa que fiz foi procurar um curso de produção musical. Até então não tinha planos de seguir a carreira, apenas de aprender. Quando soltei as primeiras músicas na Internet, começaram a me chamar para tocar em algumas festas. Seis meses após meu retorno, eu larguei a profissão em hotelaria e entrei de cabeça na música eletrônica. Eu sempre soube que não seria fácil, sempre tive os pés no chão em relação a esse sonho. Mas eu corria atrás com todas as minhas forças. Varei diversas madrugadas produzindo, aprendi a fazer minhas artes, aprendi a editar vídeo, entrava em contato com contratantes. Eu praticamente criei uma agência sem ninguém saber que era tudo eu que fazia. Então dizer que aconteceu da forma que eu esperava, digo não. Mas sempre acreditei que poderia dar certo.
SENSATION EM CURITIBA, COM OS VOCALISTAS GRACE GREY E HEC
Imagem: MURILLO RIBEIRO
Tomar uma decisão dessas não deve ter sido fácil, ainda mais sendo de uma cidade pequena do interior. O quão desafiador foi esse início? Eu entrei de cabeça na música eletrônica em 2008. Conversei com meus pais sobre minha decisão, que para eles e para muitos parecia loucura. Eu já tinha me formado na faculdade, morei fora pra aprender inglês, trabalhei em vários empregos e, de repente, com 25 anos resolvi abandonar tudo. Mas na verdade era uma tentativa de fazer o que eu realmente gostava. Todo começo é difícil. Eu não conhecia ninguém em São Paulo, tinha morado três anos fora, estava totalmente perdido, sem saber por onde começar. Então gravei CDs com minhas músicas e comecei a frequentar alguns clubs em SP, fazendo amizade com os DJs. O diferencial que eu tive no começo foi que eu optei por aprender a fazer minhas próprias músicas antes de começar a tocar. Na época pouquíssimos DJs eram produtores no país, apenas os gringos produziam. Isso despertou o interesse de alguns donos de festas e DJs.
ANIVERSÁRIO NO EL FORTIN
Imagem: MURILLO RIBEIRO
Logo no início você já sentiu as coisas acontecendo? Nessa época os DJs nacionais tinham pouquíssimo espaço na cena, apenas gringos eram valorizados. Então eu corria atrás de todas as formas, tocando em aniversários, churrascos de amigos, casamentos, e quando tinha oportunidade pra tocar em algum club era de graça. Mas cada oportunidade que eu tinha eu tentava aproveitar ao máximo. Sempre levava um amigo pra filmar e tirar fotos, fazia contato com o máximo de pessoas, mostrava meu trabalho. E assim foi por três anos... apenas procurando um espaço. Mas sou brasileiro e não desisto nunca, sempre tive muita fé que as coisas iam acontecer. Em 2012 fui convidado pela primeira vez a fazer parte de uma agência de DJs. Era pequena, mas assim meu trabalho como DJ começava a ficar mais profissional. 60
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CARNAVAL EM OURO PRETO
Imagem: CUROL RIBEIRO
Comecei a viajar para outros Estados, expandir meu trabalho, sempre estudando mais para melhorar a qualidade das músicas. De 2012 para 2014 foi um tempo importantíssimo para a música eletrônica, pois foi o período em que os DJs nacionais começaram a ter espaço em grandes eventos junto aos gringos e os donos das festas começaram a perceber que não precisavam mais gastar uma fortuna num DJ gringo pra sua festa lotar, pois os nacionais estavam evoluindo. Comecei a ter mais oportunidades também, e em 2015 fui convidado para fazer parte da agência Entourage. A MUZENGA REC veio também logo no início da sua carreira. Como foi decidir ter um label antes mesmo de conseguir tocar propriamente dito? Quais foram suas motivações na época e como é hoje? Eu recebi o convite para entrar de sócio no selo em 2009. Peguei o restinho da grana que guardei dos EUA e investi nisso, pois ter minha própria gravadora seria uma ponte para poder lançar minhas músicas sem depender de ninguém. A Muzenga foi umas das primeiras labels nacionais, e das labels que existiam há 10 anos foi umas das únicas que deram certo até hoje. Aliás, a Muzenga Records está em constante evolução e se tornou uma gravadora mundialmente conhecida. Sou muito orgulhoso disso. Mas conforme o artista começa a crescer vem a necessidade de ter uma equipe ao seu lado. Com o crescimento da marca Gustavo Mota, ficou impossível cuidar de tudo sozinho. Hoje todo o trabalho da gravadora é feito por uma equipe fenomenal e com muita vontade de crescer. O Bruno Mattos, além de ser um DJ em ascensão, cuida de todo comercial da label, contato com artistas, distribuidora, redes sociais. A Anna Puga, que também é DJ, é minha designer pessoal e cuida desta parte na Muzenga também. Criamos a agência Muzenga, que foca no direcionamento de novos produtores que vemos, são muitos talentos. A produção te iniciou na carreira. Como está o seu estúdio hoje? Praticamente comecei os estudos de trás pra frente. A produção veio por curiosidade de aprender a fazer psytrance, gênero que me fez me apaixonar pela música eletrônica. Artistas como Eskimo, Skazi, Wrecked Machines (Gabe) e Astrix me inspiravam demais. Eu ouvia até pra pegar no sono (risos). Então a produção despertou meu interesse em ser DJ. Mas em todos esse anos eu não consegui montar o estúdio que sempre quis, pois mudo de casa e de cidade sempre. Agora eu estava montando no meu apartamento em Mogi o estúdio que sempre quis, até que no meio do caminho achei que seria pequeno. Agora estamos na construção do estúdio novamente, e ficará pronto em breve. Mas isso é apenas um sonho, qualquer um pode produzir num home studio. Com boa acústica, bons monitores, computador e placa de audio, e o principal, estudo e conhecimento, você pode chegar aonde quiser. Sua última apresentação na África do Sul deu sold out e você possui muitos fãs sul-africanos. Como foi essa experiência pra você? Fui dois anos seguidos pra África do Sul e a conexão que rolou com as pessoas e com o país foi surreal. Na primeira vez que fui, em 2018, muita gente não conhecia meu trabalho, mas tudo rolou tão perfeito que tivemos esse sold out, além de fãs me esperando no show com bandeiras feitas por eles mesmos. Foi animal e logo pediram meu retorno. E esse ano foi uma das maiores emoções da minha carreira ver aquela estrutura enorme, foi a maior edição da
festa e com sold out com mais de 6 mil pessoas. O melhor de tudo, fizemos grandes amigos e nos falamos sempre. Por falar em fãs, o quão próximo você se sente deles? Poucos artistas literalmente “se jogam” na pista como você... Eu sempre fui uma pessoa calorosa e atenciosa com todos, valorizo isso desde sempre e é algo que aprendi em casa, com meus pais, muito antes de ser DJ. Isso se tornou mais forte quando comecei a receber um carinho muito grande dos fãs, pessoas fazendo tanto por mim sem ao menos me conhecerem. Então eu retribuo ao máximo, nem que seja um pequeno momento, um abraço, uma conversa rápida, uma foto, um sinal… qualquer coisa eu sinto que é importante pra pessoa que foi lá te ver. Sempre que posso, me jogo lá na frente com eles, curto um pouco, faço quantas fotos forem necessárias, converso. Quem me conhece sabe que sou assim todos os dias. Que conselho essencial o Gustavo de 2019 daria pro Gustavo de 10 anos atrás? Acho que o ideal seria o Gustavo de 10 anos atrás vir me dar uns conselhos, viu (risos). Pensando aqui, se eu chegasse há 10 anos para me dar conselho, e com esse conselho fizesse algo diferente, talvez não estaria dando certo. Com certeza errei muito nesses anos, mas são os erros que nos fazem aprender, crescer e evoluir. Gosto da forma como tudo aconteceu. Hoje eu vejo que tinha muitos atalhos que eu poderia ter pegado, coisas com as quais poderia ter evoluído mais rápido, mas se eu tivesse oportunidade de mudar algo, não mudaria. Se o psytrance te cativou no início, como muitos naquela época, como você define seu som hoje? Eu ainda estava na faculdade. Fui numa Xxxpericence e, logo de cara, me apaixonei não só pela música, mas pela festa, estrutura dos palcos, o público diferente das baladas que eu estava acostumado a frequentar. Comecei a pesquisar e baixar músicas, frequentar mais festas. Logo após isso fui morar fora e perdi um pouco do contato com as festas. Nos três anos que morei fora continuei baixando músicas e tocando nas CDJs que comprei com meus primeiros salários. Quando voltei, em 2007, fiz meu primeiro curso de produção e conheci o electro house, que chegava ao Brasil com força total. Eu sempre mantive meu estilo de som entre 125 e 128 BPM, passando por diversos gêneros. Hoje eu acho muito difícil definir o gênero de alguém, pois a maioria usa influências de diversos gêneros. Por exemplo: gosto muito das basslines do deep house misturadas ao electro house, gosto dos elementos de percussão do tech house, gosto bastante de vocal gangsta, mas tenho usado vários vocais em português também. Falando assim parece que meu som não tem personalidade mas, na prática, quando ouvem uma track minha a maioria já sabe que que foi produzida por mim. Podemos dizer que um grande ponto de virada na sua carreira foi a track “Boy”. Seu nome apareceu, a Entourage te chamou pra integrar o casting deles. O que mudou no planejamento da sua carreira nessa época? Em todos esses anos de carreira eu nunca tive um momento em que tudo mudou drasticamente. As coisas foram acontecendo e evoluindo aos poucos. Antes da “Boy”, teve uma track chamada “Jagger’s Gangstar”, foi através dessa track que conheci o Alok quando ele começou a aparecer na cena. Ele começou a tocar essa track nos sets dele e chegou até a fazer um remix dela em 2012. Conheci o Vintage quando ele ainda era o DJ Lukas Ruiz djmagbr.com
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e postava tracks nas comunidades do Orkut. Na mesma época conheci o Boni numa festa em Londrina, que também estava naquele momento de início de carreira, mas todos já estavam falando dele. A Groove Delight, quando começou a soltar suas produções, ainda era a primeira produtora mulher no Brasil daqueles anos. O Gabe já era o Wrecked Machines e demorou alguns anos pra eu descobrir que ele era brasileiro! É muito legal citar isso, pois foram esses produtores nacionais que começaram a evoluir a cena eletrônica no Brasil, e olha onde essa “molecada” chegou. E não posso deixar de falar do Felguk, que pra mim, junto ao Gabe, foram os primeiros fenômenos nacionais que surgiram. Acabei desviando um pouco o contexto da pergunta, mas citei tudo isso pois nunca imaginaríamos que hoje um DJ teria uma equipe de 10, 20, 30 pessoas cuidando da sua carreira, às vezes até mais. Foi uma evolução muito positiva, e a estrutura do show de um DJ grande atualmente é surreal. Por isso cada vez mais surgem fãs de festas eletrônicas. Agora voltando um pouco à pergunta, a “Boy” e a Entourage foram essenciais para minha carreira começar a dar certo. E tanto o crescimento dos DJs da Entourage como da agência foram juntos, e assim ela chegou ao posto de maior agência do país. Conte algumas curiosidades sobre sua carreira que poucas pessoas sabem. Em 2008 conheci o produtor Fernando Lima, que assinava como Fernandinho ZzZ. Foi ele que criou a Muzenga Rec. Começamos a nos falar pela Internet, pois eu tinha algumas produções prontas e gostaria de lançá-las pra venda. O Beatport estava nascendo ainda. Os maiores eram Trackitdown, Juno, acho que o iTunes estava começando também. Ele lançou pela Muzenga, mas logo depois me ofereceu 50% da gravadora. Achei bem interessante ter uma label onde eu pudesse lançar minhas músicas sem precisar depender de aprovação de ninguém. Então peguei minha poupança que trouxe dos EUA e comprei na época por 8 mil reais, os 50%. No começo nós mesmos fazíamos as artes e também todo o trabalho de distribuição. O retorno era baixíssimo, mas o objetivo era termos músicas lançadas e assim conseguir boas gigs. Depois de um tempo acabei pegando 100% da label pra poder cuidar de tudo do meu jeito. Foi aí que surgiu a tal curiosidade que deu certo por muito tempo até eu entrar na Entourage. Vamos lá: eu criei um booker chamado Henrique, que no caso é meu nome do meio, Gustavo Henrique Mota. Comecei a fazer contatos com clubs e festas como Henrique, booker do Gustavo Mota. Por que isso? Porque eu não tinha agência na época e o artista tentar se vender não fica profissional. Então o mestre “Henrique” (hahaha) começou a fazer esse trabalho, e posso dizer que deu muito certo! Eu mesmo me vendia, fazia minhas artes, editava minhas fotos, logística, respondia todos os e-mails, e quando chegava pra tocar os produtores do evento ainda elogiavam o tal booker! Está aí um segredo que muitos não sabiam. Você sempre investiu em séries e vídeos. Quais são os planos do seu canal no YouTube e como ele se integra com suas outras redes sociais? Nós temos três séries que sempre postamos. A primeira a ser criada foi o MOTA TV, onde postamos todo o caminho percorrido durante 1 ano e já lançamos 5 episódios. Depois criamos o Mota Minute, que se encaixava melhor no Instagram, pois eram vídeos mostrando todos os bastidores, viagens, festas, tudo em apenas 1 minuto. Lançamos 13 episódios do Mota Minute. E agora estamos com o É DALE, que tem um formato mais de bastidores do que de festas, são vídeos de 5 a 7 minutos mostrando o período de um mês de trabalho. Lançamos 5 episódios e será mais voltado para o YouTube. 62
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Imagem: FABRIZIO PEPE
O lançamento do clipe de “A Força”, que já está com quase 200 mil visualizações no YouTube até o fechamento desta matéria, mostrou uma outra face do Gustavo Mota, lutando por uma causa muito importante hoje em dia e sempre. Você já presenciou situações onde mulheres ao seu redor sofreram alguma agressão verbal ou física em decorrência do machismo de outros homens? Como nasceu a ideia desta música e todas essas pessoas envolvidas? Não presenciei, mas vejo todos os dias na TV e tem histórias de amigas. A própria Grace Grey, que participa da música, tem relatos bem fortes que emocionam. E quando ela e o Fernando Lima me apresentaram à letra, que foi escrita pela Anamari (que também participa citando seu poema) eu logo resolvi abraçar a causa e assim desenvolvemos a música e o clipe. Seu crescimento tem sido sólido e gradativo. Que dicas você dá para quem está começando e quer chegar onde você chegou?
AGRADECIMENTOS E EQUIPE Gostaria de deixar um agradecimento a todas as pessoas que já trabalharam comigo e às que trabalham atualmente. Temos uma equipe bem compacta desde o começo, com pouquíssimas mudanças, e com ela todos foram aprendendo e evoluindo juntos. Marcel Koti, nosso tour manager e produtor. Faz um trabalho excelente desde o início. Ele fazia transfers de DJs e hoje cuida dos shows e organiza todos os outros setores. Bruno Mattos, quem cuida de todos os lançamentos da Muzenga Records e da agência Muzenga Bookings. Agora começamos a organizar eventos da nossa label, a MZ SESSIONS. Anna Puga é nossa designer há muitos anos, desenvolve todas as artes da Muzenga Rec, toda a parte visual das minhas redes sociais e desenvolve a nossa coleção de roupas e bonés. A marca se chama MOTA COLLECTION.
Nunca parar de buscar conhecimento, estar atento à evolução da música e da cena, e procurar se atualizar e se reinventar constantemente, pois tudo muda muito rápido. Da mesma forma que você pode crescer rápido, você pode cair na mesma velocidade, então saibam que o difícil não é entrar no mercado e sim se manter nele. E pra isso você sempre tem que manter os pés no chão, com humildade e respeito. Assim você ganhará um lugar sólido na cena.
Rafael Oliveira é o nosso VJ e produtor de todas as projeções visuais dos shows.
Há alguma participação importante, um convite irrecusável, uma gig em um lugar emblemático ou até mesmo alguma conquista pessoal que te deixaria ainda mais com sensação de “dever cumprido” se acontecesse nos próximos anos?
Grace Grey, Hector Mosteiro, Karime, G-Meyer e Mariana Coelho, são grandes cantores com quem tive o prazer de gravar algumas collabs, e nos acompanham nos maiores shows para apresentações live.
Não costumo almejar uma conquista ou algum evento. Eu gosto de ir trabalhando dia a dia e aproveitar oportunidades que me levem a ter alguma conquista. Mas as participações em eventos internacionais como o Lollapalooza e Ultra Music Festival foram momentos bem marcantes pra mim. Quando tive a notícia da confirmação no Rock in Rio 2019, a sensação foi de uma grande conquista. O que de mais importante aconteceu na sua carreira nos últimos meses e o que você está planejando para o futuro? Nos últimos meses vêm surgindo bastantes convites para tocar fora do Brasil, que pra mim é o próximo passo na minha carreira. Em 2019 já passei pelos EUA, pela África do Sul e Bolívia, e já temos mais alguns países confirmados. Vocês vão perceber que minha linha de som vem mudando aos poucos, mas sem perder minha identidade e essência do que costumo produzir. Acho muito importante o DJ ter a cabeça aberta para a evolução constante da música eletrônica, mas nunca deixar de colocar sua identidade nas suas produções.
Já trabalhamos com muitos fotógrafos e videomakers. Tenho que agradecer muito a todos pelos trabalhos desenvolvidos. Ótimos profissionais, como Murillo Ribeiro (filmmaker e fotógrafo), Vinicius Miranda (Fotógrafo), Vitor Alves (Filmmaker), empresas como Image Dealers e SIGMA (fotos), e atualmente estamos desenvolvendo um novo trabalho com Christiano Wagner, filmmaker que tem um talento incrível.
Entourage, a agência onde trabalho há 5 anos, que contribuiu muito para o meu crescimento na cena. Liderada pelos empresários Guga Trevisani, Marcelo Arditti e Rodrigo Moita, a Entourage se tornou a maior agência de DJs do país e uma das maiores do mundo. Sou muito grato por todo o trabalho que desenvolvemos juntos. Os fãs sempre terão um agradecimento especial por todos os momentos que me proporcionam, é o carinho mais puro que o artista pode sentir. Sem vocês nada seria possível. Agradeço muito pela parceria com as marcas La Mafia (roupas) e DJP (óculos), que sempre acreditaram no meu trabalho. Pra finalizar, as pessoas mais importantes da minha vida e responsáveis por eu ter desenvolvido um caráter honesto e trabalhador. Tatiana Misse (Esposa), Jose Mota (Pai) Donaide Mota (Mãe) Debora Mota (Irmã), obrigado por sempre acreditarem e apoiarem esse sonho. AMO VOCÊS.
Por fim, como você enxerga a cena brasileira hoje em dia? O mercado está bom ou já foi melhor? Acredito que a cena nacional está vivendo seu melhor momento, estamos conquistando cada vez mais espaço no Brasil e fora dele. Hoje o mundo olha para os DJs nacionais com respeito e o crescimento tem sido constante. Nunca tivemos tantos produtores brasileiros com tracks entre as melhores do mundo, mais ouvidas, top 100, etc. E a cada ano aparecem cada vez mais DJs nacionais, super talentosos e ganhando seu espaço em diversas vertentes. Me sinto muito orgulhoso por fazer parte desse crescimento e da história que estamos escrevendo dentro da música eletrônica. n djmagbr.com
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UM ANO SEM AVICII O AUGE E A QUEDA DE UMA DAS MAIS IMPORTANTES FIGURAS DA DANCE MUSIC COMO A CONHECEMOS HOJE Por AMANDA NAKAO
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ste mês de abril completa um ano do falecimento do Avicii. Tim Bergling, nome por trás do projeto, foi o DJ, produtor musical e artista sueco que marcou os ouvidos e corações das pessoas em escala global, acumulando mais de 800 apresentações, diversos hits e prêmios durante sua carreira, deixando um legado incomparável para a dance music internacional. Tim era apenas um rapaz tímido de Estocolmo que gostava de produzir música. Aos 16 anos começou a produzir e aos 18 já fazia os seus primeiros shows. Seus amigos o descreviam como uma pessoa “trabalhadora e muito esforçada”, e foi através de seu single “Levels” que sua carreira começou a atingir patamares inesperados. Considerado como um dos grandes pioneiros da proclamada EDM, seu impacto foi muito além dos grandes números que hits como “Levels”, “Wake Me Up”, “Hey Brother”, “I Could Be The 64
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Imagem: SEAN ERIKSOON
One” e “Waiting For Love” trouxeram — e continuam trazendo. Sua completa entrega à música e ao seu trabalho resultou em dois álbuns — “True” e “Stories” — e na visibilidade da música eletrônica em lugares e grupos até então difíceis de conquistar. Suas produções tornaram-se uma verdadeira trilha sonora na vida das pessoas. Meio clichê, né? Mas é a pura verdade. Não é à toa que Tim acabou atraindo colaborações com artistas como Nile Rodgers, Chris Martin (Coldplay), Rita Ora, Aluna George, Madonna, e muitos outros. Avicii conseguiu cativar todos os tipos de público com sua música alegre, melódica e pulsante, tornando-se impossível não admirá-lo. Gênio. Com produções únicas e atraentes, Tim uniu uma legião de fãs e ditou tendências no mercado de maneira natural. Assim como o trio Swedish House Magia, protagonizou a entrada maciça do público pop à música eletrônica, o que o levou a ser um dos DJs
Imagem: JACOB SCHULMAN
“ELE QUERIA ENCONTRAR A PAZ”
Imagem: JACOB SCHULMAN
mais bem pagos do mundo, além de ser considerado um dos melhores DJs do cenário também. Em depoimento no seu documentário “True Stories”, lançado em 2017 e dirigido por Levan Tsikurishvili, Tim comentava que, quando estava em palco, se sentia especial e conectado com público. Apesar de muito jovem, Avicii começou a viajar o mundo e marcar presença nos principais festivais de música eletrônica, vivendo o sonho de qualquer DJ e produtor. Com toda essa rotina frenética, com viagens e shows non-stop, Tim queixava-se de que não tinha tempo para “viver” e que, em algum momento, tudo aquilo começou a se tornar cansativo, pois ele nunca parava. Neste processo, o álcool tornou-se parte ativa em sua vida, atuando como um “refúgio” para sua exaustão e, de certa forma, energia e sociabilidade. Porém, o que ele não poderia imaginar é que tudo aquilo resultaria em uma pancreatite aguda — inflamação no pâncreas cuja uma das causas é, frequentemente, o consumo excessivo de álcool. Impossibilitado de fazer algumas apresentações, Tim dizia que sentia-se como se estivesse levando facadas em seu pâncreas, e que muitas vezes ele preferia não comer ou beber água para não sentir dor. Os remédios, que deveriam ajudálo, acabavam fazendo mal também. Tim, porém, buscava cumprir com seus compromissos. Em 2014, Avicii afastou-se dos palcos e cancelou uma série de shows, decisão necessária para se recuperar de cirurgias. Nesse tempo, entretanto, cuidar de si acabou não sendo tão proveitoso. Tim relatava que, mesmo fora de turnê, sua ansiedade não o permitia relaxar. O pensamento de que aquilo acabaria em breve e ele teria que voltar aos palcos novamente realmente o incomodava. Diferente de muitos artistas, Tim nunca gostou de ser o centro das atenções. Ele só queria produzir sua música, tal como muitos DJs pelo mundo. Todos esses holofotes agravaram sua condição. Em depoimento, ainda em seu documentário, Avicii disse: “eu não posso fazer isso durante toda a minha vida”. Até que, enfim, em 2016, decidiu abandonar os palcos e dedicar-se apenas à produção musical. Em 2017, Avicii surpreendeu a todos com o lançamento do EP “AVICII (01)”, demostrando que, mesmo aposentado, estava ali, presente, focado na música, sua verdadeira paixão. Os números de streamings foram expressivos e, como sempre, Tim brincava com os ouvidos das pessoas de uma forma cativante. Seu intuito era continuar fazendo isso até os últimos dias de sua vida. No dia 20 de Abril de 2018, fomos pegos de surpresa com a notícia do seu falecimento. Tim foi encontrado morto em um resort em Mascate, em Omã. Não houve sinais de atividade criminosa no local, como também não foi imediatamente revelada a causa mortis. Mais tarde, em depoimento para a imprensa, fãs e amigos, a família Bergling comunicou que “Tim era um explorador, que procurava por respostas para questões existenciais. [...] Tim não foi feito para a máquina de negócios onde ele se encontrava. [...] Ele não podia mais continuar. Ele queria encontrar a paz”, dando o possível entender sobre suicídio. Sua morte comoveu não somente os profissionais do cenário, fãs, amigos e familiares, como diversos artistas que o admiravam. Tim foi homenageado em inúmeros lugares, por colegas de trabalho, festivais importantes, igrejas e, claro, em praça pública na Suécia. Avicii foi vítima das demandas do mercado, das demandas sobre si e da lenta destruição de sua saúde mental. Com apenas 28 anos de idade, Tim deu fim a uma rotina insustentável, juntamente com os “poréns” que uma vida de fama pode acarretar. “Uma frágil alma artística”, foi como os familiares o descreveram.
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DJS NÃO SÃO MÁQUINAS As pessoas enxergam os profissionais da discotecagem como máquinas sobre-humanas. Porém, máquinas uma hora pifam. Os artistas que trabalham com isso, acima de tudo, são seres humanos. A vida na estrada não é fácil como pensamos, e não se trata somente do sonho que aparece nas imagens e vídeos que vemos nas redes sociais pós-shows — isto é só a ponta do iceberg. É claro que o seu artista favorito quer tocar em sua cidade e levar música até você. Entretanto, em determinado momento da carreira, a agenda de shows desses artistas pode se transformar em uma logística maçante, dias estressantes e muitas noites sem dormir e até sem se alimentar direito. Os quartos de hotel são como prisões, dizem. Há um nome para isso: Síndrome de Burnout, algo muito presente na vida dos DJs. De acordo com o Ministério da Saúde, “a Síndrome de Burnout é um estado físico, emocional e mental de exaustão extrema, resultado do acúmulo excessivo em situações de trabalho que são emocionalmente exigentes e/ou estressantes”. Os momentos obscuros não estiveram presentes somente na vida do Tim. Nomes como Nicky Romero, Hardwell e Laidback Luke já comentaram abertamente sobre o assunto. Uma coisa que temos que colocar em mente é que tudo em excesso traz consequências — principalmente quando se vive para trabalhar. Para quem está na estrada consolidando uma carreira internacional, muitas vezes não há um botão para pausa, resultando em sintomas psicossomáticos. Nos anos atuais, ainda vemos muitas pessoas evitarem a procura de ajuda profissional de psicólogos ou psiquiatras. Pensando nisso, ao final de março a família de Avicii fez um comunicado oficial sobre a criação de uma fundação de caridade, a Tim Bergling Foundation, que busca trabalhar com empresas e profissionais da área da saúde com o enfoque na saúde mental e prevenção ao suicídio. De acordo com a família Bergling, a fundação em seu nome será uma maneira de honrar sua memória e continuar a agir em seu espírito, ajudando outras pessoas que passam por momentos difíceis a obterem ajuda e apoio. A Tim Bergling Foundation também possui planos de expansão para futuramente incluir iniciativas referentes às mudanças climáticas, proteção de espécies ameaçadas e conservação da natureza, sempre com o objetivo de fazer a diferença — assim como Avicii fez durante a vida.
AVICII EM CASA, TOCANDO VIOLÃO
TIM NA PREMIAÇÃO IHEARTRADIO MUSIC AWARDS
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NOVO ÁLBUM A CAMINHO Abril acabou nos trazendo uma novidade que deixou ainda mais saudades do Tim: um novo vídeo no canal do YouTube do Avicii: “A história por trás do álbum TIM”. Segundo Per Sundin, presidente da Universal Music da Suécia, no dia em que Tim chegou em Omã, ele havia feito uma conferência por telefone com a gravadora, onde apresentou 16 novas músicas que estavam quase finalizadas. Por ser um material importante, a família Bergling decidiu que essas 16 músicas fossem divulgadas para seus fãs e lançadas em um novo álbum chamado “Tim”. O álbum, com lançamento previsto para o dia 6 de junho, terá seus lucros revertidos para a fundação e conta com a colaboração de outros produtores que já estavam trabalhando com Avicii. Per Sundin ressalta que as músicas foram finalizadas do jeito mais próximo possível de como Tim queria. Além do anúncio do álbum, foi lançado no dia 11 de abril o novo single de Avicii, “SOS”, contando com a participação de Aloe Blacc — o famoso vocal de “Wake Me Up”. A letra da música retrata a história de uma pessoa com uma vida conturbada pedindo ajuda para a pessoa amada: “Can you hear me? S.O.S / Help me put my mind to rest” (Você pode me ouvir? S.O.S / Me ajude a relaxar a minha mente). Os fãs, admiradores e colegas de Tim acreditam que as músicas escritas possam ser alguma mensagem que Avicii queria deixar ou até mesmo um desabafo pessoal, instigando mais ainda a curiosidade sobre o que está por vir. Tim deixou um legado importante e sua existência contribuiu positivamente não somente com suas músicas e genialidade, mas sendo uma pessoa única. Mesmo não estando mais presente, ele continuará impactando a indústria musical, servindo de referência e inspiração para muitos produtores e DJs. Suas músicas sempre o manterão vivo e lendas como o Avicii nunca morrem, ficam para sempre. Então, mais do que nunca: obrigado Tim! Você jamais será esquecido. u
Imagem: ALEX WESSELY djmagbr.com
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MOVIMENTO GLOBAL A enquete Top 100 Clubs, da DJ Mag, apoiada pela cerveja Miller, está de volta! Você, o público, votou em massa para celebrar seus lugares favoritos para festejar. Mas será que seu point noturno favorito entrou, saiu, subiu, desceu ou, crucialmente, chegou ao primeiro lugar? Leia e descubra.
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82%
A ÁSIA TEVE
20%
DOS CLUBS NORTE-AMERICANOS SUBIRAM OU ENTRARAM PELA PRIMEIRA VEZ
75% DOS CLUBS DE LAS
VEGAS CAÍRAM POSIÇÕES
TOP 100 CLUBS
DE AUMENTO NOS CLUBS PRESENTES EM RELAÇÃO A 2018 UM NOVO CLUB DE LONDRES ENTRA NO TOP 10
QUAL CLUB DE AMSTERDAM ESCALOU MAIS EM 2019?
UM NOVO CLUB DA COREIA DO SUL ENTROU NA ENQUETE EM SEU PRIMEIRO ANO ESTE CLUB FAVORITO DE BUENOS AIRES É A ESTREIA MAIS ALTA DA AMÉRICA DO SUL QUAL CLUB LIBANÊS FEZ SUA ESTREIA NO TOP 100? QUAL CLUB DE ZRCE BEACH PERMANECEU FORTE?
O NOVO CLUB ASIÁTICO COM POSIÇÃO MAIS ALTA ESTÁ EM 58
ESTE CLUB DE SYDNEY NÃO VAI DEIXAR DE CRESCER POR CAUSA DAS LEIS SECAS NA AUSTRÁLIA
DIVISÃO ENTRE OS CONTINENTES
600 MIL
VOTOS REALIZADOS CLUBS — das cavernas raveiras mais sombrias aos palácios festeiros mais chiques, nós os amamos! Diga o que quiser dos longos festivais trazendo mais DJs que a quantidade de jantares quentes que você tem, o coração e a alma disso que chamamos dance music está na cena clubber. É onde a música toma vida; onde os raveiros se concentram, suando em frente aos melhores sound systems do mundo, compartilhando momentos mágicos e comunais, e fazendo novos amigos e novas memórias que podem durar pelo resto da vida. E, aparentemente, vocês também amam os clubs tanto quanto nós. Esse ano, nossa enquete anual Top 100 Clubs viu um número recorde de votantes de todos os cantos do globo. Mais uma vez ficamos agradavelmente surpresos em ver uma leva de novos nightspots entrarem na lista — 15 no total. Então, o que exatamente vem rolando no mundo dos clubs esse ano? Bom, as cenas da América do Norte e da Ásia estão em evidência novamente, com quatro e seis novas
EUROPA: 48 clubs ÁSIA: 24 clubs AMÉRICA DO NORTE: 17 clubs AMÉRICA DO SUL: 9 clubs OCEANIA: 2 clubs entradas de cada um, respectivamente. Os EUA têm as maiores entradas para um país, com 12 clubs na enquete — o que é três vezes menos do que no ano passado, talvez em parte graças à decadência contínua de Las Vegas. Os clubs da Cidade do Pecado caíram posições de novo e DJs estelares como Calvin Harris anunciaram mudança de volta para Ibiza neste verão após muitos anos em Nevada. Entretanto, nem tudo é negativo, já que a perda de um país é ganho para a diversidade. 36 nações aparecem na enquete este ano, em vez de 31 do ano passado. Esta mudança está mais detectável na América do Sul; embora ainda dominada pela cena brasileira, há dois novos países da região este ano: o Chile e a Argentina. Outros novatos estão na Irlanda, Líbano e Vietnã — sejam bem-vindos! A Europa ainda está no topo em termos de farra continental, embora tenha dois clubs a menos que em 2018. O continente possui 27 clubs com aumento de posição, mais duas novas entradas e três posições intactas. Ibiza
A ÁSIA TEM A MAIOR QUANTIDADE DE NOVAS ENTRADAS, 6 DE 15 não parece se decidir, com três clubs subindo e três descendo. Agora apenas um punhado de clubs da ilha entraram no top 10 e, pela primeira vez em nove anos, não há clubs de Ibiza entre os dois primeiros lugares! Já no Reino Unido e na Alemanha há só mudanças, já que ambos veem novos clubs bem ranqueados este ano, com novas entradas no top 10. Sem querermos parecer um disco arranhado, mas a cena clubber da Ásia continuou a explodir esse ano, representada como a região que mais colocou novos clubs na enquete. 75% dos clubs asiáticos são novos ou aumentaram posições, indicando a popularidade crescente do continente. O que isso significa? Bom, primeiro que o mundo dos clubs não vai a lugar algum tão cedo! Alguns clubs caem, novos clubs emergem, às vezes em lugares que você nem sabia terem cena eletrônica. Pelo mundo, DJs e frequentadores estão se unindo para celebrar e compartilhar amor — muitas vezes contra autoridades severas — e isso é tudo o que sempre esperamos. djmagbr.com
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01 GREEN VALLEY CAMBORIÚ-SC CAPACIDADE: 12,000 greenvalleybr.com
SANTA CATARINA, no Sul do Brasil, tem sido um Estado de grandeza nos últimos 20 anos. Sua mistura de belas praias, ilhas paradisíacas, vegetação exuberante e novos arranha-céus estilo Dubai tornaram-no um destino turístico de primeira linha e, é claro, os jovens da região — residentes ou visitantes — querem algo para fazer de uma noite. Em 2007, alguns empreendedores decidiram jogar uma rave no meio da selva — bem, um vale, para ser preciso. Um verde. Procurando oferecer “uma experiência única em um local único”, eles reservaram ninguém menos que Carl Cox para o primeiro evento. Tudo correu tão bem e criou um burburinho que eles começaram a reservar outros top DJs, como Tiësto, e criar uma infra-estrutura para tornar o local mais permanente. Dentro de três anos, o Green Valley entrou na enquete Top 100 Clubs no número 27 e, em outros três anos, foi o número 1 do mundo. Uma ascensão meteórica! Mantendo-se no top 3 durante toda a década, conquistou o primeiro lugar no ano passado e 70
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manteve o título em 2019. Por isso, parabéns a todos do Green Valley, um lugar incrível para festejar. Subindo a colina de um estacionamento, é inicialmente como entrar em uma floresta encantada. Um grande armário de troféus exibe todos os prêmios que eles ganharam enquanto você se dirige para a arena principal, e o GV até tem sua própria loja de souvenires vendendo todo tipo de merchan - de camisas a óculos e bonés, todos com seu distinto logotipo de borboleta. Assim que você começa a perambular, você fica impressionado com a forma como o Green Valley é mais como um boutique festival do que um club tradicional — povoado por pessoas bonitas. A arena principal é uma enorme estrutura permanente coberta por tendas pesadas e acolhe uma carga de nomes internacionais durante os meses de verão. Martin Garrix, Fatboy Slim, Claptone, Markus Schulz, Steve Angello e a estrela de capa da DJ Mag do Reino Unido no último mês Fisher são apenas alguns dos grandes nomes que abalaram o palco principal nos últimos 12
meses, e quando você tem superstars locais como Alok e Vintage Culture como residentes — ambos Top 100 DJs por mérito próprio — você sabe que está em um club vencedor. De fato, o alcance do Green Valley tem sido fundamental para catapultar esses dois DJs (e outros) para o ranking internacional nos últimos tempos. Um incrível sound system é aumentado por várias paredes de LED transmitindo visuais de ponta acionados pelos vários VJs internos, e quando você adiciona canhões de CO2, lasers e outros efeitos especiais, você obtém uma experiência incrível, imersiva e festiva aqui. Andando pelo local, passando pelo lindo lago, você chega ao palco Underline — onde DJs mais underground tocam. Com os residentes Fabricio Peçanha, San Schwartz, Full Duplex e às vezes a lenda da música eletrônica brasileira Rodrigo Vieira — quando ele não está no palco principal — atendendo aos mais exigentes fãs de house e techno, esta área também é um ótimo lugar para se divertir. Ela também recebeu uma reformulação no backstage nos últimos 12 meses.
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Mais para fora e para cima do lugar você vem para o Lagoon Stage, que também se assemelha a um palco de festival. Aqui é predominantemente onde os artistas de bass apresentam-se, e quando está aberto, o club está em plena capacidade. Com bares variados, áreas de chill-out e mais em torno do local, é realmente como um mini-festival no paraíso. Impulsionado por seu reconhecimento internacional, o Green Valley levou a marca em turnê nos últimos anos — para a Ásia, Europa e além — para dar às pessoas em outras partes do mundo um vislumbre da experiência do club. Durante o período de votação do Top 100 Clubs, seu apoio foi impulsionado novamente este ano pelo jogador brasileiro Neymar — um fã do club — colocando o GV no Instagram para os seus 112 milhões de seguidores. Green Valley é realmente um lugar fantástico para curtir. Parece que eles não podem errar. Eles vão comemorar sua vitória número 1 em puro estilo brasileiro em breve — mas será que eles conseguirão segurar o tranco em 2020? Só o tempo irá dizer... djmagbr.com
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23 EL FORTIN
02. ECHOSTAGE 03. USHUAIA IBIZA clubbers capazes de dançar em ambientes fechados e ao ar livre a uma mistura de importantes DJs brasileiros e artistas internacionais.
PORTO BELO-SC Capacidade: 6,000 elfortin.art.br
S
ituada nos arredores do resort de Porto Belo, na costa catarinense do Brasil, o local a céu aberto El Fortin tornou-se uma espécie de instituição brasileira de clubbing desde que abriu suas portas em 2006 — embora isso explique apenas parcialmente as frequentes aparições do local
em direção ao topo de pesquisas como esta. Se você passasse pelo El Fortin durante o dia, não pensaria que fosse outra coisa senão uma coleção de prédios antigos em uma encosta de morro de árvores. No entanto, à noite, o local ganha vida, com até 6.000
O maior cartão de visitas do clube é, sem dúvida, a sua exclusiva pista principal “gangster house, nu disco e techno brasileiro”: uma gigantesca cabana de praia de madeira equipada com um sound system de peso Funktion-One e uma cabine no nível do solo que garante a máxima interação entre headliners e a multidão na frente deles. Acrescente dois outros espaços de dança alternativos — um dedicado ao trance em todas as suas formas e uma área ao ar livre onde os ritmos são visivelmente mais lentos e menos intensos — e é fácil entender por que El Fortin se tornou um dos clubes de destino genuínos do Brasil. É certamente um lugar mágico para dançar a noite toda sob as estrelas.
04. HI IBIZA 05. ZOUK SINGAPORE 06. PAPAYA 07. OCTAGON 08. BOOTSHAUS COLOGNE 09. PRINTWORKS LONDON 10. BERGHAIN 11. MOTION & MARBLE FACTORY 12. PACHA IBIZA 13. ZOUK KUALA LUMPUR 14. AMNESIA 15. FABRIC LONDON 16. WHITE DUBAI 17. EXCHANGE LA 18. GUABA BEACH BAR 19. AQUARIUS 20. ELROW 21. DC-10 22. NOA BEACH CLUB 23. EL FORTIN 24. OUTPUT 25. LAROC 26. THE WAREHOUSE PROJECT 27. MINISTRY OF SOUND
25 LAROC
28. WARUNG BEACH CLUB começarem cedo e tocarem enquanto o sol se põe nas colinas. Isso obviamente faz alguns momentos bem especiais, como no ano passado em que tocaram artistas internacionais como Kölsch, Armin van Buuren e Solomun, Elrow rolou na cidade com sua produção colorida, e superstars brasileiros como o Alok e o Vintage Culture tiveram destaque.
VALINHOS-SP Capacidade: 5,000 www.laroc.club
O
LAROC Club está situado nas colinas verdes de Valinhos, a cerca de uma hora de São Paulo. É um local deslumbrante ao ar livre com uma vasta piscina, uma bela arquitetura (o design é modificado regularmente, com novas luzes adicionadas nos
últimos 12 meses) e possui uma vista incrível. Tem apenas um palco principal, um sistema acústico de alta qualidade e hospeda 5.000 pessoas. Parte do apelo do clube é que ele dá início à festa no meio da tarde e convida os DJs a
“Nós fazemos festas apenas uma vez por mês, então todas as estreias são especiais”, diz o dono do club, Mario Sergio Albuquerque. “Mas nossas noites mais importantes são o carnaval e nosso aniversário em outubro”. Agora com quatro anos de idade, o club se orgulha dos residentes Cajun e Viktor Mora, que realmente conhecem a multidão e podem abrir, fechar ou tocar no meio das atrações, e sempre servem ao público — apenas mais uma razão pela qual o Laroc é tão reverenciado.
29. BARBARELLA 30. AVALLON HOLLYWOOD 31. TOBACCO DOCK 32. CULTURE CLUB REVELIN 33. ILLUZION 34. FABRIK 35. LOST BEACH CLUB 36. PRIVILEGE 37. OMNIA NIGHTCLUB 38. BEACHCLUB MONTREAL 39. HAKKASAN LAS VEGAS 40. VERSUZ 41. REX CLUB 42. WATERGATE 43. CONCRETE 44. CAVO PARADISO 45 .DUEL 46. MARQUEE NIGHTCLUB & DAYCLUB 47. WOMB 48. YALTA CLUB 49. XOYO 50. RAZZMATAZZ
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51. BAUM CLUB 52. ACADEMY LA 53. SPACE PLUS 54. EGG LDN 55. PANAMA 56. KALYPSO BEACH CLUB 57. DE SCHOOL 58. COVE MANILA 59. SKY GARDEN 60. ONE THIRD 61. TRESOR BERLIN 62. OQTAGON 63. CROBAR 64. EDEN 65. SOS CLUB 66. DIGITAL 67. D-EDGE 68. 1900 LE THEATRE 69. MAD CLUB 70. GUENDALINA 71. ONYX CLUB 72. MYST 73. CLUB CHROMA 74. ENCORE BEACH CLUB
S
e você está procurando uma experiência única de balada na América do Sul, não procure mais além do Warung Beach Club. Localizado em Santa Catarina, na costa atlântica do Brasil, o Warung foi fundado em 2002 com uma das mentalidades mais singulares do mundo da música eletrônica. Cercado pela floresta tropical intocada e construído quase totalmente de “madeira e palha, com apenas o banheiro e a cozinha construídos em alvenaria”, o apreço e respeito da equipe Warung pelo ambiente natural cria um local e uma atmosfera incomparáveis na vida noturna. Mas não deixe que os aspectos ecológicos do clube distorçam seu pensamento. Warung é um espaço de eventos de duas camadas, eventos top-ofthe-line hospedando alguns dos maiores DJs e eventos do mundo. Desde o Warung
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28 WARUNG BEACH CLUB ITAJAÍ-SC
Capacidade: 2,500 warungclub.com.br
Day Festival, na Pedreira Paulo Leminski — com headliners como ANNA, Joris Voorn, Lee Foss e Pig & Dan — até colaborações com o Fabric, BPM e outras marcas de música eletrônica bem estabelecidas, o mega-clube brasileiro é nada menos que de
classe mundial. Com uma vibe imperdível, inclusiva e terrena que é inegavelmente especial em um mundo de superclubs de concreto, Warung conquistou sua colocação consistente na pesquisa dos 100 melhores clubes.
75. GALAME 76. HALCYON 77. CATWALK 78. CHINESE LAUNDRY 79. ELSEWHERE 80. ENVY 81. CODA 82. LUX FRAGIL 83. PROPAGANDA 84. ELEMENTS 85. ESTUDIO 338 86. GOA CLUB 87. CLUB SPACE 88. CE LA VI 89. LA FERIA 90. PHONOX 91. HOUSE OF YES 92. STEREO MONTREAL 93. DISTRICT 8 94. WILDE RENATE 95. AGEHA 96. OCTAVA 97. COLOSSEUM 98. HOME THE VENUE 99. THE GRAND FACTORY
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uando o D-Edge abriu pouco depois da virada do milênio, deu à expansiva cidade brasileira de São Paulo — e na verdade a todo o país — uma injeção bem-vinda de uma visão futurista de clubbing. Adornado com painéis de LED em todos os lugares, rapidamente se tornou uma visita obrigatória para os DJs de house e techno underground internacionais (além de ajudar a incubar a próspera cena brasileira) e, como o prédio expandiu nos últimos anos para acomodar espaço adicional, permaneceu assim. Criado pelo DJ e produtor Renato Ratier, ele continua sendo um dos clubs mais significativos e adorados do Brasil — como mostra o ranking dos 100 melhores clubes deste
67 D-EDGE
SÃO PAULO-SP
Capacidade: 1,000 d-edge.com.br
ano. Uma festa de 20 anos da Fabric acabou de acontecer — com Craig Richards e Ben UFO — e isso dá uma ideia da estima em que o clube ainda é mantido. Ou se você ainda não estiver convencido, a lista de 2018 define os melhores
talentos: festas regulares incluem Mothership (trazendo Roman Poncet, I Hate Models e Jonas Kopp), Moving (Len Faki, Floyd Lavine, Priku), Freak Chic (&ME, Roland Leesker, Traumer) e a noite ocasional da lenda local de drum & bass DJ Marky.
100. SUB CLUB djmagbr.com
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BELO HORIZONTE, BRASIL
ON THE FLOOR
Por ANA LUIZA CAVALCANTE e RAPHAEL CARACAS
Imagens: CUROL RIBEIRO
FLOWERS FESTIVAL: 14 ANOS DE HISTÓRIA EM BELO HORIZONTE Tivemos a oportunidade de participar ativamente do festival de dance music mais importante da cidade
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primeira edição da Flowers aconteceu há 14 anos, em 2006. A ideia era fazer um evento de música eletrônica que tivesse como prioridades a decoração, o local e o lineup. Desde então, a Flowers foi realizada em vários formatos e abordando temáticas diversas: Flores, Zodíaco, 3D, Índia, Budismo e mais. Hoje o festival é considerado o evento mais antigo de música eletrônica em atividade em Minas Gerais, tendo passado mais de 150 mil pessoas pelas suas pistas de dança. No último dia 27 de abril, o festival recebeu um lineup que há muito tempo não se via em Belo Horizonte. Entre os nomes que marcaram presença no festival estavam Felguk, Vini Vici, Beowülf, Illusionize, Gui Boratto, Eli Iwasa, Maz e Boris Brejcha. Nesta edição, o conceito abordado pelo festival foi baseado no universo, onde o passado, presente e o futuro se encontram.
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Um momento para a celebração daquilo que o universo nos presenteou: a vida. O festival teve início ainda à noite, mas foi ao amanhecer que a vibe ficou ainda mais incrível. A já tradicional abertura do palco principal ocorreu por volta das 4 da manhã, um verdadeiro espetáculo. A estrutura do evento estava bem legal, com bares e banheiros bem distribuídos por todo o evento e área VIP de camarotes com visibilidade diferenciada para o palco principal. A cenografia dos palcos estava imponente: como o tema do festival era o espaço, os palcos eram bem high-tech. No quesito ativação de marca, Burn e Itaipava Go Draft chamaram a atenção. Destaque também para o DJ Mag Brasil Stage, assinado junto à Burn. Além de assinar um dos palcos, a DJ Mag Brasil fez a cobertura exclusiva dos conteúdos do festival em seu site e nas redes sociais.
On the Floor
Entre os momentos mais marcantes estão os shows do lllusionize, Beowülf e Rqtnz, todos no palco DJ Mag Brasil. Já no main stage, Vini Vici fez um set com os seus sons mais clássicos, além de Felguk e Mandragora, que também deixaram sua marca por ali. Boris Brejcha era um dos artistas mais aguardados do festival e se apresentou no palco techno, atrás do main stage. Com um set para lá de animado, o DJ e produtor enlouqueceu o público quando entrou no palco com a máscara de um fã que estava no front da pista, já que a sua máscara ficou no avião. Mais dois sets muito bons, sem dúvidas, foram da Eli Iwasa e do Maz. Muita classe e excelência dos dois artistas. Grandiosa em todos os sentidos, a décima segunda edição da Flowers reafirmou a sua importância para o público mineiro - público este que também é fiel à marca e aos sons tocados ali. n djmagbr.com
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On the Floor Imagem: ALIVE COVERAGE
MIAMI DIARIES
Por HERNÁN PANDELO - Tradução: RODRIGO AIRAF
UMA INTENSA JORNADA PELA MIAMI MUSIC WEEK ESPAÇOS E IDEIAS Como sempre, Miami nos acolheu com uma temperatura agradável. A emoção estava presente em nós, misturada com alguma incerteza. Este ano, o Ultra teve que enfrentar o armamento de sua produção monstruosa em um novo local depois de ter lutado com a cidade e seus vizinhos para ficar no Bayfront Park. Mas, para isso faltava muito… Depois de alguns almoços e reuniões com os colegas e de relaxar um pouco nas praias tranquilas de Midbeach durante o fim de semana, era hora de conhecer outra das grandes esperanças que tivemos este ano: o retorno da Winter Music Conference. Desde terça-feira, 26 de março, o prédio do Faena Forum seria a sede da indústria eletrônica interessada em agregar conhecimento e aprender com quem mais sabe. Um ponto de encontro cheio de condimentos que, de alguma forma, voltaram a fazer parte de Miami, o lugar onde a conferência nasceu nos anos oitenta. Com o sol acima de nós, caminhamos alguns quarteirões até a entrada dos credenciamentos, onde receberíamos nossas credenciais após alguns minutos de filas. Dividido em três pisos, o Faena preparava-se para 4 dias em que centenas de artistas e figuras influentes do cenário passariam 76
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por suas instalações para falar em detalhes sobre uma cena que continua a crescer. Com a cor predominantemente branca e detalhes em vermelho e preto, o edifício inteiro parecia estar em sintonia com o que estava por vir. Naquele primeiro dia, entramos em uma conversa que nos interessava demais, onde Nik Kinloch e Kevin Lewandowski, diretores da renomada plataforma Discogs, se uniram com Bill Kelly, da organização do WMC, para falar sobre o presente do vinil em um dos cinco espaços que o prédio abrigava. Nós nos perdemos na conversa e o tempo voou. A oferta foi tão imbatível, com centenas de painéis e demonstrações ao vivo, que os amantes da dance music se sentiram na Disneylândia. Depois de nos carregar de informações e viver em carne e osso a ressurreição de uma das mais importantes marcas da música eletrônica, começamos a parte mais jovial da semana. O destino era o hotel Delano. Precisamente, a piscina que está por trás de seu gigantesco prédio. Lá, a produtora experiente Diskolab apresentou a marca Do Not Sit On The Furniture em sua versão pool party com Damian Lazarus como protagonista e vários talentos de renome que deram o pontapé inicial para uma semana promissora. A decoração, simples e inteligente, acabou por colocar o espaço em sintonia, entre as cadeiras penduradas no palco e os apanhadores de sonhos ao longo
de toda a pista. Com Behrouz, a noite se fazia presente e nos agrupamos mais perto da cabine, esperando por Lazarus. Com boné e túnica — um detalhe que tinha dois elefantes de frente um para o outro — o cabeça da Crosstown nos fez dançar ao ritmo do house mais puro por um longo tempo, quando os vocais de “The Lord”, de Dirty Channels, nos mergulharam na noite de Miami. Atrás dele, os artistas do lineup desfrutavam de sua performance enquanto olhavam para uma platéia que parecia entender o que o britânico fazia, acompanhando os drops com as mãos erguidas quase que constantemente. Lá para as 22 horas, Lazarus deixou o fechamento nas mãos de Francesca Lombardo, que rapidamente eliminou os vocais houseiros e acelerou o tempo para uma última hora muito mais combativa. O primeiro dos nossos dias na Music Week foi um sucesso. A quarta-feira nos custou um pouco mais, depois de uma jornada mais do que movimentada. Passamos pelo Faena Forum no início de suas operações para não perder nada. O segundo dia de painéis ofereceu uma oferta variada e nos sentamos para ouvir a interessante conversa entre Dani Deahl, Matt Aimonetti, Jonathan Bailey e Taishi Fukuyama sobre inteligência artificial na indústria da música. Assim a conferência seria cada vez que procurássemos
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MIAMI
RESISTANCE ISLAND ARRIVAL STAGE
algo interessante para ouvir em seu extenso programa e nos perdêssemos por horas no oceano de informações, enquanto desfrutávamos de alguns lanches que estavam na área dedicada à recreação, onde estava a segunda edição da DJ Mag ASIA, junto com grandes números como as edições britânica e americana da DJ Mag, nos deixando orgulhosos do crescimento que estamos experimentando. A NOITE É UMA CRIANÇA Apesar de todas as atividades que tínhamos feito na quarta-feira à noite (como dançar muito na pool party da DJ Mag no Kimpton Surfcomber Hotel) era hora de comemorar no E11even, espaço renomado no centro de Miami, a chegada da DJ Mag ASIA, combinando um lineup de DJs renomados e os melhores do circuito mainstream da Ásia. Benny Benassi, Deorro, GTA, Laidback Luke e Wax na comissão de frente, os talentos asiáticos 2Wasted, Ares Carter, Corsak, Hanabi, Mad Fox, Raiden e S2 comemoravam seu sucesso com música em um dos clubes mais exuberantes do país norte-americano. A potência asiática pisou em Miami e estávamos na área VIP assistindo do lado de fora como o público local se rendeu à força do meio e pretende ser a voz que não deixa passar o crescimento de toda uma região. Na quinta-feira, o descanso era obrigatório. O conforto do hotel flertou conosco, mas Miami é mais sedutora. Combinamos um momento de praia com uma boa porção de informações no Faena Forum. Às 16 horas, ouvimos o painel interessante entre Danny Howard, MK e Louie Vega para logo chegarmos ao final da WMC, onde
o ex-jogador de basquete Shaquille O’Neal, que é agora também DJ e produtor, contava junto com sua equipe como ele havia se tornado DJ Diesel. E foi isso, voltamos para o hotel porque, no dia seguinte, a odisseia começaria.
Lá, usando espaços como o Miami Marine Stadium e o Historic Virginia Key Beach Park, o Ultra expôs toda a sua produção, apresentando oito palcos cheios de talentos e, na sexta-feira, fomos ao ônibus de imprensa no Arsht Center para viver essa nova aventura.
ULTRA MUSIC FESTIVAL Tendo perdido seu espaço tradicional no Bayfront Park no centro da cidade, onde havia realizado a maioria de suas edições anteriores, o Ultra Music Festival aconteceu em Virginia Key, um lugar bonito localizado entre as cidades de Miami e Key Biscayne, uma das ilhas mais conhecidas de Miami, que só pode ser acessada por uma estrada com duas faixas de ida e duas de volta.
Por volta das cinco da tarde, as pessoas tiveram que esperar cerca de 40 minutos para entrar no ônibus que o festival havia espalhado em três pontos da cidade, mas tudo parecia funcionar como planejado. Nós, depois de meia hora no ônibus, chegamos à propriedade, onde tivemos que caminhar mais quinze minutos para chegar à área de imprensa, passando pelo imenso palco principal.
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On the Floor
DEADMAU5 CUBE 3.0
O arranjo dos cenários era novo, é claro, e demorou um pouco para nos acomodarmos. As já famosas pistas Live Stage, UMF Radio e Ultra Worldwide estavam acontecendo enquanto caminhávamos no local, com o palco principal ao fundo fechando a distribuição da parte localizada no Marine Stadium. Para chegar à Resistance Island, a odisseia começou: cerca de 2 quilômetros de caminhada dividiram esse espaço com o Historic Virginia Key Beach Park.
pista. A oferta na ilha foi incrível e, ao mesmo tempo, Luigi Madonna fazia sua parte no Arrival e Adam Beyer tocava sozinho na Megaestrutura, depois que seu compatriota Eric Prydz teve que cancelar suas apresentações em Miami devido a problemas de saúde. Nosso primeiro dia estava mais que completo e, depois da meia-noite, nós estávamos caminhando fora à procura de um shuttle para nos tirar de lá o quanto antes.
A proposta em ambos os espaços, como esperávamos, era luxuosa e, na sexta-feira, ficamos na área da Resistance com os pés dormentes e com o desejo de ver alguns nomes interessantes do mundo do house e do techno. Marco Bailey e a incrível produção do Arrival Stage ficaram com a nossa atenção. O sol, tímido, começou a sair e a dimensão real do que estava vindo começou a despertar em nós. Substituindo o Arcadia Spider dos anos anteriores, este foi o cenário em que o fogo desempenhou um papel de liderança. O lendário DJ parecia curtir seu set ao pôr-do-sol e o público ficou surpreso com uma nova pista que prometia ser uma fonte de alegria durante todo o final de semana.
No sábado, as notícias sobre os conflitos na saída do evento explodiram e a preocupação pôde ser sentida em todas as áreas. Os rumores corriam como água e uma mea culpa do Ultra deixava claro que os esforços seriam multiplicados pelos dois dias restantes. A partida de milhares de pessoas no final do evento terminou em caos e muitos tiveram que caminhar cerca de 6 quilômetros da propriedade até a entrada da cidade de Miami. Nós tínhamos saído a tempo...
A caminhada não terminou por ali e outros 800 metros eram precisos para chegar à diva da Resistance Island, a famosa Megastructure. Lá, Loco Dice já disparava seus beats perante seus fãs e o clássico “The Age Of Love”, com seus vocais e um jogo de lasers em tons avermelhados, nos obrigou a prestar atenção. A noite tomou a terra e nós queríamos continuar investigando. Voltamos nossos passos para ver o começo de Sven Väth na última das pistas que faziam parte da ilha, Reflector. No meio de uma estrutura semelhante à Megastructure, mas muito menor, o alemão mixava seus vinis diante de uma platéia que estava espalhada na 78
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MAIS UMA CHANCE Depois de um bom descanso e várias sessões de alongamento, um almoço saudável e um pouco de sol, partimos para uma nova aventura. Desta vez, decidimos caminhar alguns quarteirões até o ônibus mais ao Sul de todos, localizado em Vizcaya. Uma fila com centenas de pessoas progrediu sem problemas e depois de pouco mais de meia hora estávamos em um ônibus com os participantes que tinham comprado o seu bilhete. Infelizmente, uma das medidas que os organizadores tinham tomado era liberar pistas da rodovia para a entrada de táxis e ubers e o trânsito no caminho acabou por ser um pouco mais caótico e não chegaríamos até após 9 da noite, cansados e um pouco zangados.
Em vez de desfrutar da Resistance Island, decidimos andar no Marine Stadium e encontramos o final do Tchami no palco principal, seguido pela apresentação vigorosa de Armin Van Buuren. Diante de uma multidão, o holandês começou sua performance com a sua característica “A” nas telas em tons azuis e uma presença especial: David Lee Roth, vocalista do Van Halen, que acompanhou o DJ e produtor ao jogar o remix de Armin para o super-clássico “Jump”. Ambos, de pé em cima da mesa onde os equipamentos estavam, levantaram as pessoas e todos nós entendemos que uma apresentação memorável estava chegando. À medida que o set progredia, Armin disparou munição pesada, com canções como “High Tribe”, “Don’t Give Up On Me” e “Show Me Love”, brincando com seu vasto repertório e nos fazendo dançar a suas batidas e estrutura que, cheia de telas, nos estimulou constantemente. Mas nessa área do festival havia outros espaços e, apesar de termos que passar por eles, tivemos que garantir um lugar no encerramento mágico do deadmau5 e a estreia do seu Cube 3.0. Então, com o início do Zedd no mainstage, nós já estávamos indo para a Live Arena para encontrar um lugar e poder aproveitar o show relativamente confortáveis. Depois de desfrutar de um tempo de Illenium, a emoção de ver o rato nos tomava. Seu progressivo característico foi combinado de uma maneira excelente com toda a produção que seu show teve e a conexão com as pessoas fez notar que elas esperaram por ele há muito tempo. Os gritos das pessoas foram ensurdecedores e nós estávamos perdidos em seu show singular, com o famoso cubo como protagonista, embora o medo de caminhar 6 quilômetros para retornar ao nosso
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MIAMI
MEGASTRUCTURE - Imagem:ALIVE COVERAGE
hotel nos tenha levado a renunciar meia hora de seu show e sair para o transporte mais próximo em busca de traslado. Longe de ir dormir, tínhamos um encontro marcado em um lugar muito longe das instalações do Ultra. Um Uber nos levou por cerca de 40 minutos e chegamos ao Lemon City Studios, um prédio no meio do caminho que hospedava a Get Lost pelo segundo ano consecutivo. Chegamos com a sensação de ter perdido tudo, mas, rapidamente, Get Lost nos deu a entender que nada disso era verdade. O palco Lemuria estava cheio e, para nossa surpresa, o convidado surpresa que estava tocando era Maceo Plex. A tenda tinha um teto alto e o conforto era uma das principais características que encontramos. Um tempo lá e nós já entendemos por que o festival foi chamado assim. Não havia mais lineups para ver ou artistas para desfrutar, a percepção do presente era tudo o que importava e as pessoas entendiam isso. Completamente perdidos, começamos a andar um pouco e encontramos o palco MU atuando como palco principal e com um rosto familiar comandando a pista. O líder supremo Damian Lazarus se encontra disparando sua música enigmática e introvertida na frente de uma platéia que combina novatos com alguns que parecem ter chegado há mais de 20 horas — o festival dura 24 horas. Depois de seu set incrível, muito bem acompanhado por um palco cinematográfico, nós fizemos a decisão sábia de ir em busca do Audiofly para terminar com um sábado dos mais cansativos
que tivemos, dando voltas em todos os lugares, mas isso nos mostrou novamente o prazer intenso oferecido por Miami durante os últimos dias de março. No domingo, com a notícia de que o Ultra conseguiu melhorar todos os serviços para que seus participantes retornassem de forma ordenada, ficamos felizes e, com a nostalgia
já nos invadindo, decidimos aproveitar o dia e ir cedo para o local. Por volta das 17h já estávamos dentro e escolhemos que o ônibus nos deixasse diretamente na Resistance Island, nos salvando de uma caminhada. M.A.N.D.Y. tocava sua música sensual no palco Arrival em plena luz do dia e, aparentemente, todos haviam decidido, como nós, chegar um pouco mais cedo. Relaxados, passamos por aqueles lugares onde não havíamos parado, observando os jovens que curtiam o festival com cores estridentes e roupas estranhas.
Um pouco mais tarde, depois de ouvir por um tempo Tale of Us na Megaestrutura com suas melodias sombrias, a noite começou e decidimos fazer um último esforço e enfrentar o caminho para voltar para a área de mainstream. Às 8 horas da noite, Justin Mylo fez o seu nome na UMF Radio, onde o selo de Martin Garrix havia curado a lista completa de artistas. Muitas das colaborações de Mylo soaram, incluindo “Not Afraid”, com Trevor Guthrie e “Groovy George”, com Mike Williams. Foi seguido pelo ascendente Lost Frequencies, que nos encantava com suas melodias e nos fez perder um pouco do show de Jeffrey Sutorius no Mainstage. Mas nada importava muito. A experiência do Ultra já estava completa e, desde então, tudo o que restou foi um presente. O clima, o som e a maneira como as coisas se alinharam fizeram tudo valer a pena. Depois de curtir um pouco de Rezz e David Guetta, com os pés dormentes, nos deixamos levar pelo que ditou o nosso coração e, assim, um GET LOST novo Music Week chegou ao fim. n djmagbr.com
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On the Floor ARMIN VAN BUUREN
Por ANA LUIZA CAVALCANTE - Colaboração: HERNÁN PANDELO e RODRIGO AIRAF - Imagens: GEMMA PARKER
DJ MAG POOLSIDE SESSION
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a noite de quarta-feira do Miami Music Week, visitamos nossos amigos da DJ Mag britânica, que, como todos os anos, realizava a Poolside Session no Kimpton Surfcomber Hotel, combinando artistas do mundo underground e mainstream com total normalidade: Alok, DJ Tennis, Dennis Ferrer, Magdalena, Don Diablo, Nicky Romero, tINI e grandes surpresas. No momento em que chegamos, DJ Tennis estava pesando a mão no tech house e aquecendo a pista para a lenda da house music Dennis Ferrer, que trouxe um set cheio de groove e hits que marcaram época. Logo em seguida foi a vez da primeira surpresa do dia, o cara do momento, FISHER. Sempre muito carismático e animado além da conta, o DJ ferveu a pista com os sucessos “Ya Kidding” e “Losing”. Quando o underground já tinha feito a coisa acontecer era a vez de Don Diablo, que parecia ter encantado o público como um encantador de serpentes e tinha todos eles prestando atenção. O clima acompanhava e o dia não podia ser melhor. No entanto, esse “não poderia ser melhor” foi deixado para trás quando soubemos que o convidado surpresa era ninguém menos que Armin Van Buuren. Não é todo dia que você pode desfrutar do chefe da Armada em
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um espaço tão íntimo quanto este. Usando uma jaqueta de seu próprio merchandising com muitos “A” em vermelho, a noite se fazia presente enquanto misturava canções como a sua própria “Another You” e o clássico “Rapture”, de IIO, todas em código EDM para um público espantado. O fechamento estava nas mãos de Alok, que mostrou por que ele continua a crescer no mundo da música eletrônica, começando com sua colaboração com Bhaskar, “Fuego”, mostrando que ele veio com grande força para colocar o seu próprio nome e deixar todo mundo feliz. Surpresos com a força do cenário brasileiro, ficamos para estudar a reação das pessoas com sua performance para entender a razão de seu tremendo sucesso. No backstage, conversamos um pouco com Alok, que naquele dia estava marcado para se apresentar em três festas diferentes, incluindo esta onde acabara de tocar e, em seguida, uma festa da Spinnin’ Records onde tocaria seu novo single com Steve Aoki, “Do It Again”, uma versão dos Chemical Brothers. O DJ brasileiro mais internacionalmente projetado do mundo nos contou sobre o que significa a votação Top 100 da DJ Mag na sua carreira e sobre a percepção do seu público sobre seu trabalho.
“A votação é importante sim. Hoje eu fico muito feliz do caminho que eu trilhei até aqui mas sei que fui e ainda sou julgado pelas pessoas. A maioria delas não entendem muito bem o que eu estou fazendo e ficar explicando para essas pessoas que eu amo a música eletrônica, mas que eu tenho que saber me encaixar em todos os mercados, talvez não seja o que eu quero mais. Eu parei de julgar o mundo por me julgarem. Sou mais feliz agora do que antes. Hoje, quando leio alguma crítica sobre o meu trabalho, eu não ligo muito, porque o resultado está aí. Eu acabei de ser anunciado no Rock In Rio e isso é muito gratificante.”
ALOK
Ao ser perguntado sobre o seu hit que mais marcou sua vida até o momento, Alok foi categórico em sua mensagem e demonstrou, mesmo em um contexto de festa, nenhum empecilho em falar sobre assuntos de certa profundidade, como o que diz a sua faixa “Ocean”. “Essa música trata de um assunto muito forte e do qual eu tenho muito medo: a morte. E uma teoria muito bonita que eu me inspirei para criar a letra da música é que o rio, quando vai de encontro com o oceano, treme a base de medo porque sabe que, quando encontrar o oceano, vai
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MIAMI
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ALOK
ALOK
desaparecer para sempre. Ele sabe o quanto foi difícil chegar até ali e ele não quer desaparecer, mas também não pode voltar. O caminho é só de ida e para a frente. Eu acredito que todos nós somos rios a caminho do oceano. E o oceano reflete para mim, apesar de cada um ter suas crenças, o horizonte sem fim, a vida após a morte, o que vem depois daqui.”
Confirmado para se apresentar no dia 6 de outubro no palco New Dance Order, no Rock in Rio, Dennis relembrou o quanto o público brasileiro tem uma incrível energia. Quando se apresentou no Skol Sensation, em 2012, disse ter ficado impressionado com a quantidade de pessoas - 40 mil pessoas - que estavam na festa.
Durante a pool party também pudemos conversar com Dennis Ferrer e a poderosíssima Magdalena, do selo Diynamic. Dennis estava em êxtase, pois tinha acabado de finalizar seu set e elogiou muito o feedback da pista durante a sua apresentação.
“O Brasil consome a música de outra forma que outros lugares do mundo. O público não mede esforços para estar ali pelos artistas, isso é muito incrível, ainda mais no nosso mercado, que tem uma parcela de jovens que desde muito cedo adquirem bagagem musical e experiências em diversos festivais ao redor do mundo.”
O DJ e produtor americano nos contou um pouco sobre a sua relação com a DJ Mag e sua experiência em se apresentar na pool party durante o Miami Music Week. Dennis acredita que seu trabalho é entreter as pessoas e não ser um DJ mecânico feito só para tocar. Garantiu que gosta de sentir o público e a partir daí ir criando o seu set. “Se você olhar para mim no palco e achar que de alguma forma eu estou louco, pode ter certeza que você também vai estar, pois é essa a proposta e a troca daquele momento.”
DENNIS FERRER
DENNIS FERRER
Dennis nos contou que suas influências musicais vão desde Sergio Mendes até sons africanos, e que escuta de tudo um pouco para abrir a mente e buscar inovar suas produções. Sobre a Defected Records, Dennis disse que é um casamento de longa data e que ele tem muito carinho pelo label que abriu várias portas para construir não só o seu nome no mercado, mas a cena da house music no mundo.
Foi um prazer também conhecer Magdalena, DJ e produtora que faz parte do poderoso label Diynamic, além de possuir sua própria label party, Shadows, que retorna ao Blue Marlin em Ibiza nesse verão. Sua relação com a Diynamic vem de longa data. Magdalena nos contou que antes de tudo começou a produzir algumas festas do selo e ficava vidrada vendo os DJs se apresentarem. Um dia ela precisou substituir uma pessoa que se atrasou e acabou conquistando a pista. Foi então que ela resolveu estudar e levar a profissão a sério, não só como um hobby. Magdalena se apresentou no ano passado no Laroc Club, durante o Diynamic Festival, e disse que ficou encantada com a recepção do público e carinho durante a sua apresentação. “Não imaginava que seria tão bem recepcionada. A estrela da noite era o Solomun, mas vimos que durante todo o show o público estava cada vez mais animado e isso foi se transformando num mar de boas vibrações.”
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por ANA CAVALCANTE e RODRIGO VIEIRA - Imagens YOHAN AUGUSTO
DJ MAG BRASIL
SHOWCASE
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a quinta-feira da semana da dance music de Miami, véspera do Ultra Music Festival, realizamos a nossa primeira festa internacional, a DJ Mag Showcase, nossa party label que em breve estará no Brasil. O local escolhido foi o club 5thMia, em Wynwood, um club underground com uma vibe mais intimista e lá apresentamos um lineup com vários colegas de cena que respeitamos: Mat.Joe, Tim Baresko, Mark Ursa, Dave Lambert, Alan Maciel, Beto Giovanetti, Christian Paes, Fabrício Moraes, Fractall, Rocksted, JuLee, Rodrigo Vieira, Rod B., Silvio Rodrigues, Sebastian H e o saxofonista Leon Morley. Uma mistura entre DJs brasileiros em ascensão, DJs consolidados e super-participações internacionais. Quem abriu a festa foi a dupla de Brasileiros radicados em Miami, Christian
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Paes e Fabrício Moraes. Na sequência, a DJ brasileira radicada em Boston JuLee, seguida por Alan Maciel, artista revelação que é nosso parceiro e está de volta ao Brasil depois de uma temporada no Canadá. Depois de uma maratona de 6 shows durante o carnaval, Alan afirma que 2019 será um ano de muitas parcerias, novos mercados a serem conquistados e claro, muita música. Mais um brasileiro a comandar o som, Beto Giovanetti, que conquistou residências nas principais baladas e hotéis de South Beach, como SLS e Delano, veio com uma pegada tech house para entregar a pista no ponto para nosso Publisher e veterano residente da Green Valley Rodrigo Vieira, que seguiu no gênero. Já Silvio Rodrigues, em B2B com Sebastian H, ambos residentes de Miami, se uniram a
um dos saxofonistas mais requisitados da cena eletrônica da cidade, Leon Morley, nos brindando com uma sonoridade tech e cheia de groove. Fechando o bloco dos brazucas, Fractall e Rocksted mostraram por que são alguns dos artistas em maior ascensão na nossa cena, dobrando a qualidade em seu B2B. Pra fechar a noite, nossos convidados internacionais nos presentearam com sets de tech house muito especiais: os belgas e parceiros Mark Ursa e Dave Lambert com sua levada enérgica, a dupla de alemães Mat.Joe, que deixaram muito claro seu amor pelo Brasil e, fechando a noite com chave de ouro, outro conhecido nosso, o francês Tim Baresko, que nos mostrou algumas das suas novas e excelentes faixas, as quais em breve chegarão por aqui. n
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Noite Brasileira em Fotos
FELGUK EM FORMATURA DA USP - por RENAN PIVA 84
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MACEO PLEX NO TIME WARP BRASIL - por FERNANDO SIGMA
BEOWÃœLF NO FESTIVAL SONZEIRA - por JOAO PAULO PINHEIRO
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SHOW DO VINTAGE CULTURE NO BELVEDERE BEACH CLUB - por DIEGO LUIS JARSCHEL
GABE NO WARUNG BEACH CLUB - por EBRAIM MARTINI 86
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XAMA - por LUCAS NEVES
DIXON NO CAOS - por IMAGE DEALERS djmagbr.com
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ADHANA FESTIVAL - por CUROL RIBEIRO djmagbr.com
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DGTL SÃO PAULO - por FERNANDO SIGMA
D-NOX NO AME - por ALISSON DEMETRIO 90
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Beatdrops | Mainstream Por: TIAGO MELCHIOR
VINTAGE CULTURE & PIMPO GAMA YESTERDAY Spinnin’ Records
“Yesterday” é uma aventura íntima, com summer vibes e uma beleza singular. Mixando elementos da natureza com basslines groovadas, ela nos faz sentir como se estivéssemos num lugar lindo e remoto. A faixa levou quase cinco anos para ficar pronta, já que os produtores são realmente meticulosos e queriam deixála perfeita. Acho que conseguiram.
STEVE AOKI & ALOK - DO IT AGAIN Ultra Records / Spinnin’ Records
Talvez uma das maiores collabs da música eletrônica mainstream que nossa cena já viu. A parceria do Alok com o japonês mais louco da EDM é inusitada e tem um resultado, digamos, surpreendente. Com um drop poderoso, que muito mais flerta com a sonoridade que revelou nosso maior representante nacional anos atrás, “Do It Again” é algo que esperamos ver Alok fazendo de novo.
DRAKE - PASSIONFRUIT (ZERKY REMIX) REVEN
O bootleg do Zerky para o hit do Drake mistura vibes progressivas do house com future e deep house para entregar uma track intimista e suave. O produtor coleciona muitas colaborações com grandes nomes como Vintage Culture e é uma grande promessa para este ano.
FUTURE CLASS X DENNIS LLOYD - NEVERMIND (BOOTLEG) Lançamento Independente
“Nevermind”, do músico multi-instrumentista israelense Dennis Lloyd, é uma escolha inusitada e bem-vinda dos meninos do Future Class, que fizeram uma maratona lançando bootlegs toda semana de abril a maio. Com um drop cheio de classe e muito grave, o resultado é uma música gostosa de ouvir, ao mesmo tempo que é uma verdadeira bomba para as pistas. djmagbr.com
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Beatdrops | Mainstream
MAPEI - DON’T WAIT (NUZB BOOTLEG) LE MUSIQUE
Está preparado para conhecer um dos produtores mais inovadores da nova geração da dance music brasileira? NUZB não tem medo de experimentar para encontrar novas sonoridades. Ele traz tech, future e electro house juntos em um mix fantástico. Em sua versão da música “Don’t Wait”, do Mapei, NUZB cria uma atmosfera agradável que culmina em um drop inesperado.
JØRD, DAN K - PUMP UP Hub Records
É hype que você quer? Juntamente ao Dan K, JØRD transformou uma faixa que é um clássico das “músicas de academia” em algo cool e atual. Enquanto o break tem trechos da faixa original, o drop é intenso e poderoso, com batidas sincopadas e um bass shot massivo.
KVSH, BEOWÜLF E FLÄKKE - ME GUSTA Hub Records
Com personalidade, sons latinos e drop potente, “Me Gusta” é o resultado de uma colaboração dos sonhos. Alguns dos principais produtores brasileiros da atualidade fizeram essa faixa explosiva que tem tudo para tocar em todos os clubs que você for.
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FELIX JAEHN, BREAKING BEATTZ, BROTHER LEO - LIITA Collection GmbH / Universal Music GmbH
Parece que o DJ alemão gostou mesmo dos brasileiros, hein? Após uma collab com Alok, agora é a vez de apostar nas pistas com uma track muito mais pegada com ninguém menos que os mineiros do Breaking Beattz.
Beatdrops | Mainstream
CLOCKTAPE, RIGON - ALRIGHT
Youth Energy
Um bass house muito provavelmente inspirado na sonoridade de nomes como Tchami e seu respeitado selo Confession. Fresh, com muito groove, um bass “rasgado” e um lead com altas doses de detune, a música deixa claro o potencial de ambos os produtores – dois nomes para ficar de olho.
VINNE & MARY MESK - DON’T DO THIS (FEAT. DECOY)
Kause Records
Provavelmente você já percebeu que uma nova leva de Bass House veio com tudo em nossa cena de uns tempos para cá. “Don’t Do This” é prova viva disso. Irônica e imponente, a música tem uma atmosfera dark, estourando num drop cheio de energia e que traz uma sensação de urgência e libertação.
BALMA - SEAT BELT
Warner Music / DJ Sound
Uma track diferente de todas as outras já produzidas pelo DJ e produtor mineiro, “Seat Belt” não possui vocais e é bem voltada para as pistas. Criativa, ela brinca com o alarme sonoro de quando o cinto de segurança não está ativado. Ou seja: melhor apertá-lo bem que lá vem pedrada.
ROOFTIME - IT’S ALL ABOUT Austro
Este trio, que já “chegou chegando” no cenário — seu primeiro lançamento foi ao lado de Vintage Culture na apoteótica “I Will Find” — apostou em uma atmosfera misteriosa e envolvente para “It’s All About”, com cada elemento em sua devida medida, das batidas aos vocais. Dá gosto de ouvir nas pistas e dá gosto de ouvir em casa.
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Beatdrops | Mainstream
WOLSH & SUNROI - WE ROLLING
RIVAS (BR), DANNE FEAT. JUARES DE MIRA - 16 TONELADAS (HOUSE MIX)
Heldeep Records
Hub Lab Dois experientes produtores com projetos novos promissores que colaboraram para criar uma verdadeira bomba para as pistas. Tanto é que eles chamaram a atenção da Heldeep Records, selo do Oliver Heldens. A track foi lançada entre outras de DJs que o Heldens adora, como La Fuente e Oomloud.
“Este é o famoso 16 toneladas”. O que era um clássico do samba, virou um clássico da nossa cena quando Rivas e Danne se reuniram para fazer sua primeira versão há três anos. É fácil justificar por que ela está de volta repaginada: nesse meio tempo, muita coisa mudou – e ela certamente foi a música que mais fez a diferença na carreira dos dois. 16 toneladas de peso viraram 16 toneladas de groove.
CAT DEALERS & ARTELAX - SO SEXY Hub Records
Mais um exemplo de Bass House para pôr a noite em chamas. O “charme” da nova do Cat Dealers com os mexicanos do Artelax fica por conta da estranheza do lead bem agudo em contraste com um sub bass intenso e, obviamente, grave. Mas grave mesmo: daqueles de tremer o club inteiro.
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BHASKAR & PONTIFEXX FEAT. OTIS PARKER - TEMPUS
Austro/Som Livre
Uma canção de amor doce e viciante, “Tempus” é pura arte. Unindo pela primeira vez dois dos mais sensíveis produtores do Brasil e a incrível voz de Otis Parker, a track é linda - e até mesmo meditativa. Bhaskar está vivendo a fase mais pop de sua carreira e Pontifexx também vive um grande momento, tocando em grandes eventos como o Lollapalooza.
Beatdrops | International Por: GABRIELA LOSCHI e NAZEN CARNEIRO
CHEMICAL BROTHERS - NO GEOGRAPHY Virgin EMI Records
Três décadas depois de formado o duo de Manchester apresenta seu nono álbum, arrancando elogios de críticos diversos, por ser talvez o trabalho recente mais divertido da dupla. Por isso mesmo, suas batidas continuam expansivas, mas é como se eles resgatassem seu passado repleto de elementos diversificados e enlaçassem os antigos fãs no presente.
FLYING LOTUS - FLAMAGRA
Warp
Transportar-nos por jornadas emocionantes é a especialidade deste artista norte-americano de talento único - adjetivo que cabe a poucos. Em 27 músicas ele passeia por diferentes gêneros que o definiram ao longo da carreira. Ellison conta em 67 minutos uma das histórias mais acessíveis que já produziu, sem perder a genialidade.
COSMIC TONE - UNLIMITED
Iono Music
Um psytrance com aquela pegada do nascer do Sol, um full on clássico como há tempos não se via nas grandes pistas. Terceira de um álbum com 9 faixas - lançado em fevereiro deste ano pela Iono Music Unlimited é trance de primeira para dançar e viajar na pista. Carregada de emoção. Acid trip total.
MINDBENDERZ - HUMAN FORM
Iono Music
Profunda e cativante, “Human Form” é o som da dupla suíço-alemã Mindbenderz, composta por Philip Guillaume e Matthias Sperlich, trazendo à tona sons épicos, vocais celestiais e enigmáticos que se fundem em um campo harmônico e alienígena, seguindo a pegada do último álbum, “Tribalism”, que caracteriza Mindbenderz.
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Beatdrops | Underground Por: RODRIGO AIRAF
KULTRA - COSMIC DAWN AIA
Com 9 faixas marcantes, o álbum “Cosmic Dawn”, do duo Kultra, demonstra musicalmente aquele momento em que as primeiras estrelas foram formadas no universo. Tracks como “Dither” e “Current Relief” ditam a jornada atmosférica pela qual passa o álbum, com picos e vales melódicos de dar o gosto para quem curte ouvir uma história ao invés de apenas um álbum.
BLANCAH - INSTANTES
Sprout Music
Não dá para encontrar um lançamento da BLANCAh que não se destaque, dada a identidade profunda da catarinense e sua completa entrega à arte. Esta paixão BLANCAh, recém-assinada pela Renaissance, pôde mostrar na Sprout, selo do D-Nox, com a faixa “Instantes”, que faz parte do VA “Passion” - e se pararmos para pensar, o nome da compilação e a presença de BLANCAh nele fazem todo o sentido. 96
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CLAUDIA ASSEF - CUIDE DE VOCÊ
Get Physical
Claudia Assef assina esta faixa na compilação “Cocada: The Second Season”, do subselo da Get Physical. “Cuide de Você” não poderia ser outra coisa a não ser uma mistura de referências de alguém que estuda a fundo e abraça as particularidades do cenário há pelo menos duas décadas, mas vai além: tem techno, tem jazz também, e tem sussurros com uma simples mensagem que convém a todos nós.
ANDRE SALATA - FREE FLY EP
Nin92wo
O EP de estreia do produtor Andre Salata neste selo é um passeio intenso pelo techno, pelas mãos de quem sabe o que faz e com a perfeita temperatura entre atmosferas obscuras e batidas pulsantes. Com camadas sônicas que traduzem sua técnica e dinamismo, o caminho que Andre trilha é uma experiência qualitativa para as pistas.
Beatdrops | Underground
JADEN THOMPSON, DUB CLAP FREAK GROOVE
Emerald City
Ao lago do colega inglês Jaden Thompson no EP “Alright”, o brasileiro Dub Clap focou nas características psicodélicas do acid house e na simplicidade do tech house para criar um som com groove e personalidade. O resultado disso foi ter sido o primeiro brasileiro a lançar pelo selo do Jamie Jones, o Emerald City.
MUMBAATA - HARMONY
Ekord
Sintetizadores “molhados” e um sutil fluxo progressivo dão o tom deste lançamento do Mumbaata pela Ekord. O duo mantém firme sua posição como um dos mais proeminentes produtores musicais do nosso universo underground e nos deixa ansiosos para o que está por vir.
BINARYH - HECATE
Nin92wo
Passando por um 2019 de grandes conquistas, como o suporte do Tale of Us para a track “Hydra” e uma turnê na China, este duo fez um desenvolvimento ainda mais estonteante do que o costume com o EP “Ophidian”, que inclui esta track, apresentando uma faceta mais techno clubber e ainda assim mantendo o som “apocalíptico” no maior estilo Binaryh.
MALIFOO & SANTTI FEAT KELLI-LEIGH TOUCH ME (SOLDERA REMIX) Armada
Carregando na bagagem um rico repertório musical, Soldera estreia na gigante Armada trazendo sua visão grooveada e alegre desta faixa que já nasceu com a roupagem classuda. Residente do Anzuclub por quase uma década e criador da PistinhaMeuAmor, o paulista deixa ainda mais claro suas raízes na house music com seus novos lançamentos e projetos este ano - sendo “Touch Me” uma extensão de anos de melodia na pista. djmagbr.com
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OBRIGADO SÃO PAULO
HOJE
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