Revista Ecos nº36

Page 1

Revista Quadrimestral de Saneamento Ambiental • No 36 • Ano 21 • Junho 2015

2003

1993

2014

ECOS chega à maioridade: 21 anos divulgando e incentivando o saneamento ambiental no Brasil


Vanessa Silva / PMPA

ESPECIAL 21 ANOS

2


ESPECIAL 21 ANOS

Duas décadas sem perder a atualidade Algo absolutamente extraordinário ocorre quando se releem artigos, reportagens e matérias jornalísticas publicadas pela Revista Ecos em duas décadas de circulação: nada parece ter envelhecido, todos os temas abordados são atuais e seguem na pauta do dia a dia de engenheiros, pesquisadores, ambientalistas e profissionais do saneamento. Na edição inaugural, em dezembro de 1993, o tema era a recuperação do Guaíba, naquele momento ainda envolto no debate de ser um lago ou um rio. Já em suas páginas iniciais a revista reportava a relação direta entre água, saúde, higiene, ambiente protegido e, claro, qualidade de vida. Essa relação, que permeou as duas décadas da publicação, é o que você vai constatar nesta edição especial, onde diversas capas estão sendo reproduzidas e na qual o leitor encontrará também o depoimento de algumas pessoas que foram muito importantes na construção da revista. A Ecos é também um extraordinário fenômeno de longevidade. Falo isto especialmente por se tratar de uma publicação direcionada a um público muito específico e segmentado, que é o do saneamento ambiental e, principalmente, por se tratar de uma publicação custeada com recursos públicos. Nestes 21 anos de existência, a revista foi compreendida, aceita e estimulada por todas as diretorias e gestões do Dmae e da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. E entre tantos registros feitos pela Ecos não posso deixar de destacar que ela, assim como Porto Alegre, evoluiu, transformou-se, ajustou o espaço necessário aos artigos resultantes da pesquisa e da inovação que encontraram seu lugar no encarte técnico conhecido como Ecos Técnica. São 21 anos que projetam mais 20 anos. E a revista não para. Nesta edição especial, o leitor poderá observar algumas atualizações de visual, a começar pela logomarca, que recebeu retoques mais afinados com os tempos atuais sem perder a identidade histórica. A todos os que nos acompanharam nesta jornada, como leitores ou mesmo como colaboradores, deixo aqui meu mais profundo agradecimento. Vocês nos ajudaram a vencer esta primeira fase, conto com vocês para seguirmos por mais 20 anos. Maria de Lourdes da Cunha Wolff Jornalista – Editora da Revista Ecos

3


ESPECIAL 21 ANOS O te t xt xto o qu q e se segu eg gu ue fo f i pu pub blliccad ado o em m dez ezem embr bro o de d 199 993 na n edi diçã ççãão in inaugu au ugu gural ral da Rev ra evis isstaa Eco cos. s s. F i el Fo e aab bor orad aad d do op pe elo tal elo alen entoso en ento to oso s esccri r to or, r edi d to ori rial alis al isstaa e méd édic ico co sa sani niitaarist n riist staa Mo Moac acir ac ir Scl clia iaar,, que iar, ue fale fa le ece c u pr prec ecoc ec ocem emen em e te en te em 20 2011 1111. As pal a av vraas de Scl clia iaar sãão ab iar abso so olu luta taame tame en ntte at atua u is ua i .

Recuperando o sonho Porto Alegre é banhada pelo Rio Guaíba, diziam-nos no primário – mas a vida vai além do curso primário. Como em muitas outras situações fomos descobrindo que a simplicidade desta sentença não resume toda a verdade. Afora aquela discussão de se o Guaíba é mesmo um rio, não se pode dizer que uma cidade é simplesmente banhada por um curso d’água, seja este mar, um lago, ou um rio. Entre terras e águas há uma relação íntima, tão íntima que, como conta a Bíblia, foi preciso o poder divino para separá-las. Desta pretérita união resultou, contudo, uma espécie de secreta ânsia: longe da água a terra torna-se seca, sáfara; longe da terra, as águas tornam-se inquieta imensidão. Mas não é, certamente, por esta mítica razão que os homens constroem as cidades o mais perto possível da água; fatores práticos intervêm, a começar pelo transporte: na verdade, é pelo rio ou pelo mar que muitas vezes chegam os povoadores. Em relação à natureza o ser humano é, frequentemente, um ingrato. O rio lhe dá a água para beber, lhe dá o peixe para comer, lhe dá a via fluvial pela qual riquezas vêm e vão. E como o homem retribuiu? Transformando o pobre rio numa lixeira líquida. Para o rio vai o esgoto, o detrito, os restos. Logo a água está saturada de substâncias químicas, as praias cheias de resíduos da chamada civilização. O rio resiste como pode, mas a natureza também tem o seu limite. E um dia, quando os moradores da cidade finalmente se dão conta, o rio está morto. Seria este um castigo merecido, mas a natureza às vezes é tolerante e dá aos humanos uma segunda chance. Porque o rio se renova incessantemente e, ao se renovar, permite que os erros do passado sejam corrigidos. O que não é, obviamente, uma empresa fácil. É preciso muito esforço, muita dedicação – e também muito dinheiro – para remediar o mal. Mas justamente porque o esforço, a dedicação e o dinheiro são necessários, este empreendimento torna-se uma medida indireta do grau de civilização de uma cidade. Quando o primeiro peixe reapareceu no Tâmisa – um rio que a poluição tornara incompatível com a vida – a população de Londres celebrou o evento como se fosse uma vitória nacional. E era; de fato, era uma vitória do povo inglês. Porto Alegre lançou-se numa empreitada semelhante. E para aqueles que, como eu, passaram parte de sua infância no Guaíba, para aqueles que ali nadaram e pescaram, para aqueles que acamparam às suas margens, a recuperação do Guaíba não é apenas uma medida fundamental do ponto de vista da preservação ecológica ou da defesa da saúde pública. O que vemos recuperar é nosso passado perdido, o nosso senso de comunidade, a nossa infância. A infância daqueles que, no curso primário, ouviram a professora dizer que Porto Alegre é banhada pelo Rio Guaíba – e adormeciam à noite sonhando com peixes, barcos e sereias. Moacir Scliar

4


5

Joel Vargas / PMPA

ESPECIAL 21 ANOS


Cristine Rochol / PMPA

ESPECIAL 21 ANOS

6


ESPECIAL 21 ANOS

Porto Alegre está preparada para os desafios futuros A capital do Rio Grande do Sul se orgulha de ser referência nacional e internacional em saneamento. Essa condição é fruto de constantes investimentos que buscam oferecer mais qualidade de vida para seus habitantes.

7


Porto Alegre está preparada para os desafios futuros Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, está preparada para enfrentar as demandas de saneamento atuais e futuras e se orgulha de ser referência nacional em qualidade de serviços públicos de água e esgotamento sanitário. A opinião é de José Fortunati, eleito duas vezes vice-prefeito (1996 e 2008) e que desde 2010 é o chefe do Executivo Municipal da capital gaúcha. O prefeito Fortunati explica que hoje, em decorrência de fatores como a recente crise hídrica na Região Sudeste do Brasil, a população está mais atenta ao tema água e saneamento, antes restrito aos educadores e pessoas que trabalham no setor. “Essa consciência ambiental vem crescendo. Infelizmente temos que viver grandes crises para que as pessoas se convençam de algumas coisas básicas. Entre elas a de que a água é um bem sagrado.” Ao lembrar que a Revista Ecos, desde a sua criação em 1993, exerce um papel cultural e educativo importante para o saneamento básico, Fortunati diz que sente muito orgulho do trabalho desenvolvido pelo Dmae. “Se compararmos com outras cidades brasileiras, veremos que aqui fazemos um excelente trabalho. Às vezes não nos damos conta disso porque estamos acostumados a ter em nossas torneiras água de qualidade. Já faz parte de nossa rotina, mas este benefício é fruto de muito trabalho, decisão política, investimentos e qualidade técnica de nossos servidores.” O prefeito lembra que essa condição de Porto Alegre foi construída ao longo do tempo e que é o resultado da decisão política da cidade, de ter o seu próprio departamento dedicado ao saneamento: “O fato do Dmae ser uma instituição municipal permitiu que ela pudesse focar no saneamento e isto nos deu

8

uma condição diferenciada. Lembro que na época da Constituinte Estadual um dos grandes temas do grupo que coordenei foi a municipalização dos serviços de água e esgoto. Não tenho dúvidas em afirmar que esta decisão política nos beneficiou. Isto permitiu que Porto Alegre se preparasse de forma adequada para enfrentar os desafios que existem de forma permanente. Não podemos esquecer que a cidade vai crescendo e se transformando, e cabe ao poder público acompanhar da forma mais ágil possível”. Fortunati relata que Porto Alegre cresceu não somente em termos populacionais, mas em extensão territorial. Ele ressalta que nas regiões mais afastadas das áreas centrais ou dos bairros mais tradicionais as condições são muito adversas: “Cada novo loteamento que surge, na região do extremo sul, por exemplo, implica uma série de ações da Prefeitura, como água, esgoto, transporte coletivo, educação básica e saúde pública. Toda uma série de investimentos que precisam acompanhar. Naturalmente o município tem limitações para que isto aconteça na velocidade que se gostaria. Mas no que diz respeito à qualidade da água, felizmente a gente tem conseguido responder à altura graças à capacidade de investimento que o Dmae ao longo do tempo conseguiu manter”. O prefeito assinala que Porto Alegre é pioneira também em decisões que em outros lugares são polêmicas mas que na cidade foram resolvidas de forma incisiva. Ele se refere ao fato de que a Prefeitura tem tomado a decisão de levar o saneamento não apenas para as áreas regulares, mas também para aquelas áreas onde existe grande concentração populacional, mas que ainda não estão regularizadas do ponto de vista legal. “Em todo o Brasil não ocorre um acordo com o Ministério Público nem com o


ESPECIAL 21 ANOS

Poder Judiciário sobre esta questão e nós aqui estamos conseguindo dar condições para que as populações carentes que moram em vilas irregulares possam ter acesso a uma água de qualidade. É algo que nos diferencia também. São ações pioneiras como estas que mudam a qualidade de vida das pessoas. Diz respeito à saúde pública e à qualidade de vida das pessoas independente de sua condição econômica ou se mora em um bairro nobre ou na periferia da cidade ou ainda em algum loteamento irregular.”

Não podemos esquecer que a cidade vai crescendo e se transformando, e cabe ao poder público acompanhar da forma mais ágil possível.

No que diz respeito ao tratamento de esgoto, o prefeito da capital gaúcha assinala que Porto Alegre é a cidade brasileira que mais investimento fez em saneamento nos últimos anos. Ele lembra as obras para novas estações de tratamento no Sarandi e do conjunto de obras do Projeto Integrado Socioambiental (PISA) e dos investimentos em drenagem entre outros projetos: “Ainda temos aspectos em aberto, como esta disputa com a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) que revelam o caminho difícil e complexo que a cidade e o Dmae enfrentam. Este é um legado que a cidade terá da administração. Estamos caminhando de um patamar de 27% do esgoto cloacal tratado, que é a média geral do país, para mais de 80%. É algo que vai marcar profundamente o presente e o futuro da história de Porto Alegre. Isto terá como resultado final a devolução da balneabilidade do Lago Guaíba, não de todo, mas principalmente da região sul do lago. E, além disso,

Cristine Rochol / PMPA

Viaduto Jorge Alberto Mendes Ribeiro, na rótula da Av. Carlos Gomes.

9


Joel Vargas / PMPA

ESPECIAL 21 ANOS

Viaduto da Av. Júlio de Castilhos.

Eu bebo um copo de água direto da torneira sem qualquer receio, pois sei que ali tem qualidade. poderemos captar água com mais qualidade e reduzir os custos operacionais para o tratamento, pois a água captada sendo mais limpa exige menos tratamento químico e isto também é uma economia para o Dmae e para a cidade.” Conforme o prefeito, a cidade está organizada para enfrentar o futuro e os desdobramentos naturais do crescimento. Ele cita mais um avanço que deve se consolidar neste ano de 2015, o Conselho Municipal de Saneamento Básico, que terá representação paritária da sociedade e dos diversos órgãos da administração municipal afetos ao tema: “Eu percebia que até algum tempo atrás havia uma certa dificuldade de estabelecermos uma

10

relação transversal entre o Dmae, o DEP, o DMLU, a Saúde, enfim secretarias que têm a finalidade de desenvolver uma melhor política pública em questões de saneamento, ambiente e saúde pública. Esta dificuldade estava explícita na falta de diálogo entre elas. Hoje estamos trabalhando para a implantação do Conselho Municipal de Saneamento Básico, que dará um outro rumo para isto. No conselho a transversalidade do saneamento será abordada de um lado pela ampla representatividade, e por outro pelo conjunto de sugestões técnicas que nos permitirão tomar as melhores decisões para a cidade”. Para Fortunati o resultado do esforço de todos os envolvidos no setor de saneamento de Porto Alegre pode ser resumido em um simples ato: “Eu bebo um copo de água direto da torneira sem qualquer receio, pois sei que ali tem qualidade, trabalho de muita gente especializada e, principalmente, saúde e dignidade para a população”, conclui ele.


ESPECIAL 21 ANOS

11

Joel Vargas / PMPA

Corredor da Av. Padre Cacique.


ESPECIAL 21 ANOS

Dmae está pronto para consolidar o Plano Municipal de Saneamento Porto Alegre avança em sua política pública constituindo um conselho municipal dedicado ao tema saneamento. A cidade agora passa a contar com mais um mecanismo de participação direta da sociedade civil organizada.

12


13

Luciano Lanes / PMPA

ESPECIAL 21 ANOS


Guilherme Santos / PMPA

ESPECIAL 21 ANOS

Obras do emissário subaquático do PISA.

Dmae está pronto para consolidar o Plano Municipal de Saneamento A Revista Ecos tem reconhecida importância para o setor de saneamento do Rio Grande do Sul e do Brasil. Ao falar sobre isso, o novo diretor-geral do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), Antônio Elisandro de Oliveira, destaca que o Departamento tem uma tarefa fundamental no ano de 2015: consolidar o Plano Municipal de Saneamento, que integra, além do tema água e esgoto, drenagem e manejo das águas pluviais, limpeza urbana e gestão de resíduos sólidos. Nesse sentido será importante também apoiar a instalação do Conselho

14

Municipal de Saneamento Básico, que será o grande fiscalizador do plano. O Conselho Municipal de Saneamento Básico foi criado pela lei complementar 749, de 30 de dezembro de 2014. Será presidido por uma pessoa indicada pelo Executivo Municipal e somará 16 representantes que, de forma paritária (governo e sociedade civil organizada), terão a responsabilidade de orientar as ações públicas na cidade de Porto Alegre com vistas a atender a chamada Lei Nacional do Saneamento (Lei 11.445/2007). De parte do poder municipal, participam do Conselho, além do representante do Executivo,


ESPECIAL 21 ANOS

Porto Alegre sempre esteve à frente no cenário nacional e vai demonstrar novamente sua capacidade de liderança. o Dmae, o Departamento de Esgotos Pluviais (DEP), o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam), a Secretaria Municipal de Urbanismo (Smurb) e o Serviço de Proteção de Direitos do Consumidor (Procon). Pela sociedade civil organizada, o conselho terá representantes do Conselho Deliberativo do Dmae, do DMLU, do Conselho do Orçamento Participativo (COP), do Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e Ambiental (CMDUA), do Comitê da Bacia Hidrográfica do Lago Guaíba, do Conselho Municipal de Proteção e Defesa do Consumidor (Condecon), do Conselho Municipal do Meio Ambiente (Comam) e de um representante do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Gravataí. “Esta representatividade tem por objetivo orientar as ações do Poder Executivo à luz da Política Nacional de Saneamento, em sintonia com os interesses e demandas da população”, explica Oliveira. O diretor-geral do Dmae ressalta que o Conselho precisa estar instalado até 30 de junho deste ano para cumprir os prazos legais. Além disso, para consolidar o Plano Municipal de Saneamento, que estabelece as prioridades e metas do saneamento básico para os próximos 20 anos, é preciso compatibilizar os Planos Diretores do Dmae nas modalidades Água e Esgoto com as metas estipuladas pelo município em planos de drenagem e manejo das águas pluviais, bem como de limpeza urbana e gestão dos resíduos sólidos. “Estamos preparados para este desafio, Porto Alegre sempre esteve à frente no cenário nacio-

nal e vai demonstrar novamente sua capacidade de liderança”, completa Oliveira. Após a implantação do Conselho e a consolidação do Plano Municipal de Saneamento, deverão ser estabelecidos alguns espaços para debate público sobre as metas de saneamento em Porto Alegre. Na fase de divulgação do processo será possível a realização de audiências públicas, além da utilização de outros canais que permitam à população interagir e contribuir com críticas e sugestões. “É importante registrar que a proposta de obras e ações prevista no Plano Municipal deverá ser apresentada ao Conselho de Saneamento Básico. Por sua vez, a existência de Plano de Saneamento Básico, após 31 de dezembro de 2015, está prevista como condição para o acesso a recursos orçamentários da União quando destinados a serviços de saneamento básico”, lembra o diretor-geral do Dmae. Oliveira observa ainda que, apesar do conceito legal de saneamento básico, o Dmae e os demais órgãos da Prefeitura de Porto Alegre já adotam um conceito mais amplo, que é o de saneamento ambiental, o mesmo defendido editorialmente pela Revista Ecos e que estabelece uma relação com todas as áreas que acabam por repercutir na saúde e na qualidade de vida da população. “Temos a visão de que tudo está integrado e faz parte de uma mesma questão. Daí a importância de ações conjuntas balizando-se nesta percepção global do tema saneamento.” Diante das novas exigências legais, Antônio Elisandro de Oliveira relata que o Dmae, por meio de seu corpo de profissionais, possui todas as condições para atender as exigências do Plano Municipal de Saneamento. “Historicamente o Dmae faz além do que está sendo proposto. Em termos de água, por exemplo, estamos praticamente dentro da meta de universalização. Neste sentido, novas obras irão ampliar ainda mais nossa capacidade de abastecimento nos próximos anos, tais como a ampliação do Sistema de Abastecimento de Água (SAA) Loureiro da Silva, no Menino

15


ESPECIAL 21 ANOS

Guilherme Santos / PMPA

Chaminé de Equilíbrio da Estação de Bombeamento de Esgoto da Ponta de Cadeia.

16


ESPECIAL 21 ANOS

Deus, e a construção do SAA Ponta do Arado, em Belém Novo. Temos um cronograma de obras planejado para a ampliação de redes de distribuição, que segue o crescimento ou a migração populacional da cidade, e a substituição das redes antigas por novas, com tecnologias de menor manutenção e mais eficiência”, explica Oliveira. No que se refere ao esgotamento sanitário, o diretor-geral ressalta que o Programa Integrado Socioambiental (PISA), com a construção das Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) da Serraria e do Sarandi ampliou muito a capacidade instalada para tratamento. O desafio agora, segundo ele, é concluir as últimas obras complementares do PISA, que são as redes coletoras em andamento nos Sistemas de Esgoto Sanitário do Sarandi e dos arroios Salso, Capivara e Espírito Santo, na Zona Sul da cidade: “Também estamos trabalhando para fechar 2015 com média de 56,5% de esgoto tratado em Porto Alegre, que é o percentual assumido como meta no contrato de gestão assinado com o Prefeito Municipal”. Ele lembra ainda que as obras do PISA foram planejadas para chegar a 80% de tratamento de esgoto na cidade e que, quando se chegar a este número efetivamente, haverá um reflexo positivo na qualidade da água e na própria balneabilidade em alguns pontos do Lago Guaíba, entre outros aspectos benéficos para a vida da população esperados

“Chegar na idade equivalente à maioridade, mantendo foco no tema, bem como alto nível de qualidade e reconhecimento é motivo para ser comemorado com orgulho. Desde os primeiros dias que cheguei no Dmae, tive contato com a equipe da Revista Ecos, que demonstrou todo o zelo com esta publicação. Por isso, registro meu desejo de vida longa à revista e que continue pautando o debate sobre saneamento ambiental em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul e no Brasil.” Antônio Elisandro de Oliveira Diretor-geral do Dmae

há muito tempo. “Precisamos avançar na expansão das redes coletoras, coletores troncos e interceptores, tanto as redes mais finas quanto as de maior diâmetro. Esse é o grande desafio atual, para que possamos, dentro dos prazos estabelecidos no Plano Municipal de Saneamento Básico, eliminar todas as redes mistas e trabalhar com 100% de separação entre as redes cloacal e pluvial, bem como universalizar o serviço de esgotamento sanitário em todas as regiões da cidade”, conclui Oliveira.

Divulgação / Dmae

Estação de Tratamento de Esgoto da Serraria.

17


ESPECIAL 21 ANOS

Uma questão de identidade A Revista Ecos ganhou, ao longo de sua existência, uma grande identificação com o Dmae, passando a ser uma das imagens mais reconhecidas da instituição, graças à qualidade técnica e jornalística da publicação.

18


19

Cristine Rochol / PMPA

ESPECIAL 21 ANOS


Uma questão de identidade “Quando alguém fala ou pensa na Revista Ecos imediatamente esta pessoa recebe a imagem do Dmae, a experiência do Dmae em sua mente. Pode-se dizer que a revista é uma das identidades do Departamento assim como a marca e a qualidade dos serviços que presta.” A opinião é do engenheiro Flávio Presser, presidente da Companhia Estadual de Saneamento (Corsan), que por mais de uma década respondeu pela direção-geral do Dmae. Segundo Presser, a revista sempre se comportou de maneira séria e foi idealizada para promover as ações do Dmae, os trabalhos desenvolvi-

Luciano Lanes / PMPA

Mirante da Estação de Bombeamento de Esgoto do Cristal.

20

dos, sem cair no marketing político ou na promoção de pessoas ou administrações. Para ele, esta talvez seja uma das explicações para a longevidade da revista, especialmente em se tratando de uma publicação financiada por órgão público. “Isto quer dizer que pelo menos cinco administrações passaram e a revista se manteve. São 21 anos de um meio de divulgação que não foi afetado pela ideologia de quem esteve à frente do Dmae ou da Prefeitura de Porto Alegre. A revista é a expressão de um corpo técnico qualificado que encontrou ali um espaço para divulgar uma atividade de pesquisa, de tecno-


ESPECIAL 21 ANOS

logia, de inovação, de gestão e de desenvolvimento de ações sociais da empresa”, explica o presidente da Corsan. Uma característica ressaltada por Presser está no fato de que a pauta da publicação se transformou em uma oportunidade de expor para outras empresas de saneamento as experiências do Dmae e com isto estabelecer uma troca de conhecimentos no setor. “O que é algo muito importante para um setor onde as pessoas necessitam conhecer as soluções e os desenvolvimentos de outras empresas e instituições. Saneamento e conhecimento atualizado são uma rotina deste setor”, garante ele. Um aspecto muito valorizado por Presser está no fato de a Revista Ecos estar sempre afastada de divulgação marqueteira, de caráter político eleitoral ou de simples promoção de quem quer que seja. “A Revista Ecos tem como grande preocupação e foco a comunicação com a sociedade e com os setores interessados na questão da água, do esgoto e do saneamento de forma geral”, completa. Um aspecto muito interessante da publicação, observado por Presser, é que ela passou a ter um encarte onde há uma concentração de estudos e pesquisas no que se convencionou chamar de “caderno técnico” que visa a publicar os trabalhos elaborados pelo quadro funcional de todas as áreas do Dmae que apresentem soluções inovadoras. O presidente da Corsan lembra que a área de saneamento, por sua vez, possui diversas externalidades, e um dos méritos da Revista Ecos foi estabelecer de forma clara a relação destes aspectos com os segmentos correlatos, como meio ambiente, saúde, vigilância sanitária e limpeza urbana entre outros. A proposta, relembra ele, foi sempre de dar foco nas ações que o município de Porto Alegre desenvolveu neste sentido relacionando tudo com o saneamento. Outra questão destacada por Presser é que, a cada edição, a revista destaca um tema. Ele relaciona alguns desses temas: sistemas de localização geográfica e cadastro técnico, os planos nacionais

A Revista Ecos tem como grande preocupação e foco a comunicação com a sociedade e com os setores interessados na questão da água, do esgoto e do saneamento de forma geral.

estaduais e municipais de saneamento, a questão da regulação e as novas obras que revolucionaram o saneamento em Porto Alegre. Neste aspecto, lembra Presser, a revista foi acompanhando nos últimos anos a evolução da cidade e os temas nacionais do saneamento. “Em 21 anos mudaram muito os serviços de saneamento e suas relações na cidade. A revista acompanhou, fazendo o registro das coisas mais significativas, além de trazer toda a evolução tecnológica. Privatizar ou não, integração regional, cada quadro conjuntural, técnico ou político deste período teve alguma repercussão na publicação e sempre dentro daquele foco informativo.” O engenheiro conclui observando que o saneamento, hoje, conforme a Revista Ecos antecipou neste anos todos, está muito centrado na questão da gestão, no aprimoramento tecnológico dos prestadores de serviço, e isto está relacionado ao público cada vez mais exigente. “O mundo moderno exige soluções rápidas e eficientes. E esta é a preocupação. O serviço, quando interrompido por alguma razão, não pode ficar muito tempo sem ser reestabelecido. Para que isto seja rápido o que é preciso? É preciso tecnologia, gestão, eficiência. É esta é a resposta que a população, que o consumidor quer. Desculpas ou demoras não servem mais. Não serviam no passado e muito menos agora”, finaliza Presser.

21


Ricardo Giusti / PMPA

ESPECIAL 21 ANOS

22


ESPECIAL 21 ANOS

Gestão integrada de resíduos e tecnologia para atender melhor no serviço de limpeza urbana A responsabilidade ambiental entrou no vocabulário do porto-alegrense, e a capital dos gaúchos dá o exemplo com as coletas seletiva e automatizada. A Revista Ecos mostrou que o tema está ligado diretamente ao saneamento.

23


Gestão integrada de resíduos e tecnologia para atender melhor no serviço de limpeza urbana Nas duas últimas décadas, período coberto pelas reportagens da Revista Ecos, a cidade de Porto Alegre obteve importantes avanços no manejo de resíduos sólidos, cerca de 2.200 toneladas por dia. Para fazer frente ao crescente número de descartes orgânicos e recicláveis, o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) recorreu a modernas técnicas de gestão e passou a ter uma visão de integração com outros serviços essenciais como água, esgoto, saúde e meio ambiente. “Os resíduos não são mais problemas isolados. Estão integrados às demais ações do Município, e ao mudar este foco passamos a ser mais eficientes no serviço prestado à comunidade”, explica André Carús, diretor-geral do DMLU. Carús assinala que, apesar de ter iniciado há 25 anos, foi nas duas últimas décadas que a coleta seletiva de Porto Alegre – a segunda a ser implantada no país, logo após Curitiba – consolidou-se, gerando emprego e renda. “Temos hoje 100% das áreas da cidade cobertas pelo serviço de coleta seletiva, o que permite o recolhimento de todos aqueles materiais que têm a possibilidade de reaproveitamento industrial. São cerca de 120 toneladas recicladas diariamente”, diz.

Plástico, madeira, papel e diversos outros materiais que estariam prejudicando o meio ambiente passam a ser a principal fonte de renda de famílias.

24

A cidade tem 18 galpões de reciclagem, que são unidades de triagem onde este resíduo é selecionado e preparado para a venda, com o objetivo de retornar à indústria. “Plástico, madeira, papel e diversos outros materiais, que estariam prejudicando o meio ambiente, passam a ser a principal fonte de renda de famílias, de trabalhadores organizados em associações e em cooperativas para fazer este trabalho importante para a sociedade e para o meio ambiente.” Além da Coleta Seletiva, a capital gaúcha conta, desde de 2011, com um moderno sistema de coleta de resíduos domiciliares: a Coleta Automatizada. Ao todo, 1.200 contêineres estão localizados na Região Central e nas áreas de maior concentração populacional, dando a possibilidade de a população atendida descartar resíduos orgânicos a qualquer hora do dia, sete dias na semana. “Nestas áreas, dispensou-se o uso diário dos caminhões da coleta domiciliar automatizada. Isso tem impacto positivo não apenas para o tráfego da região como também questões ambientais, como a redução da emissão de gases do efeito estufa. Esta redução de emissão é importante, pois a Região Central não conta com grandes áreas verdes e a densidade urbana impede o plantio de muitas árvores.” Carús avalia que, após um primeiro ano de adaptação da população à Coleta Automatizada, o serviço hoje está consolidado e deve ser ampliado para outros bairros da cidade. “Hoje atendemos 11 bairros com a Coleta Automatizada e vamos passar, ainda este ano, para 19 bairros, agregando a este serviço mais 1.200 novos contêineres.” Ao lembrar que a Revista Ecos está sempre atenta a questões de resíduos


ESPECIAL 21 ANOS

sólidos, o diretor-geral do DMLU ressalta que a publicação deu especial importância para a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010), retratada em diversas edições. “Desde a promulgação da lei até o cumprimento dos prazos por parte do Poder Municipal, a revista mostrou-se atenta a estas alterações”, diz. Ele ressalta que o município de Porto Alegre está se adaptando à Política Nacional de Resíduos Sólidos. Cita a atualização, em 2013, do Código Municipal de Limpeza Urbana, por meio da aprovação da Lei Complementar 728, que visa, entre outros avanços, a orientação da população e também dos geradores de resíduos sobre o destino final destes materiais. Também traz diretrizes para a implentação da logística reversa, atendendo ao Plano Nacional, que aponta ser do fabricante e do gerador de resíduos a responsabilidade sobre o seu destino final. Carús explica que o município de Porto Alegre, por meio do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, já está preparado para a nova legislação, mas lembra que ainda é

preciso avançar muito, especialmente criando os mecanismos que permitam à população fazer este caminho inverso do resíduo especial. “Estamos trabalhando atualmente com incremento da fiscalização para que possamos fazer a lei ser respeitada e compreendida pelos diferentes agentes. E, através da Assessoria Comunitária e Socioambiental, estabelecer um amplo canal de comunicação com as populações mais periféricas, para que tenham mais acesso à informação e que precisam de mais orientação, auxílio e subsídios para se adequarem à legislação”, conclui Carús.

Temos hoje 100% de áreas da cidade cobertas pelo serviço de coleta seletiva. São 120 toneladas recicladas diariamente.

25

Divulgação / DMLU

Coleta Seletiva na área central de Porto Alegre.


Edu Andrade / PMPA

ESPECIAL 21 ANOS

26


ESPECIAL 21 ANOS

21 anos: Porto Alegre entre as cidades que mais investem em drenagem O passado de alagamentos deixou marcas e serviu de lição. A cidade foi em busca de soluções criativas e de investimentos para uma área urbana cada vez mais impermeabilizada e densamente povoada.

27


21 anos: Porto Alegre entre as cidades que mais investem em drenagem “Nestes 21 anos em que a Revista Ecos acompanha o saneamento da capital gaúcha, a cidade teve um salto, um avanço extraordinário no que se refere à drenagem urbana. O que não se fez em quase um século, foi feito neste período.” A opinião é de Tarso Boelter, diretor-geral do Departamento de

Obra do conduto forçado Álvaro Chaves.

28

Esgotos Pluviais (DEP). Ele lembra que Porto Alegre é a única das grandes capitais brasileiras que possui há mais de 40 anos um departamento com status de secretaria dedicado exclusivamente ao tema. Boelter explica que a capital dos gaúchos está entre as melhores no quesito drenagem ur-


ESPECIAL 21 ANOS

Nestes 21 anos, a cidade teve um salto, um avanço extraordinário no que se refere à drenagem urbana. O que não se fez em quase um século, foi feito neste período. com a limpeza preventiva e corretiva, e a Operação Arroio Limpo, que atua na dragagem e limpeza de valas e arroios. “Nisto é preciso destacar

Ricardo Giusti / PMPA

bana. “Isto não é por acaso. Está aí todo um trabalho do DEP e de uma visão integrada de saneamento.” Ele considera como um destaque deste período o Plano Diretor de Drenagem Urbana, recentemente concluído, que passa a ser a principal ferramenta do DEP. Trata-se de um plano de intervenções que o município vai fazer para assegurar que a drenagem atenderá as necessidades de crescimento da cidade. O diretor-geral do DEP lembra que esse departamento dedica especial atenção à prevenção de alagamentos. Ele cita a criação do Programa DEP em Ação, que consiste em duas frentes de trabalho: a Operação Boca de Lobo,

29


ESPECIAL 21 ANOS

É necessário uma previsão dos impactos para grandes chuvas ou concentração de água, induzindo a nova construção a respeitar as características ambientais do local. cal.

que, nestes anos todos, enfrentamos uma batalha de conscientização para que as pessoas não descartem o lixo de qualquer maneira na cidade. O alagamento nunca é o resultado de uma causa só. São causas combinadas, como impermeabilização do solo, ocupações irregulares, moradias em áreas de risco, crescimento desordenado e este descarte irregular do lixo”, conta ele. A diretora da Divisão de Obras e Projetos do DEP, Daniela Bemfica, diz que o plano de obras desse departamento avalia as condições em cada sub-bacia hidrográfica da Capital e propõe a solução adequada de cada caso. “Este plano observa toda a necessidade diante do crescimento populacional e busca a solução de menor impacto no meio ambiente.” Ela destaca que nestes 21 anos houve uma mudança importante no conceito de drenagem. Segundo ela, a visão higienista que se contentava com uma solução provisória do tipo afastamento do alagamento do local com problema foi superada pela busca de uma solução mais efetiva de caráter compensatório. “A ideia deste princípio que passou a ser adotado por nós é que – ao provocar alguma alteração que venha, por exemplo, aumentar a impermeabilização em determinada área da cidade – será necessário fazer no local obras ou dispositivos que venham a amortecer, a absorver esta redução na permeabilidade do solo”, explica ela.

30

A diretora Daniela Bemfica esclarece que estes dispositivos incluem sistemas de infiltração ou detenção das águas, de forma que com o tempo a água vá sendo liberada lentamente sem causar o impacto do alagamento. E também que um dos conceitos adotados pelo DEP é o de desenvolvimento urbano de baixo impacto, que além das medidas compensatórias agrega um estudo mais aprofundado da área que abrigará novos empreendimentos. “É necessário uma previsão dos impactos para grandes chuvas ou concentração de água, induzindo a nova construção a respeitar as características ambientais do local”, conclui ela. O diretor-geral Tarso Boelter ressalta que além destas mudanças conceituais a cidade se destacou nestes últimos anos por preparar e iniciar uma série de projetos que darão um novo perfil à drenagem de Porto Alegre. “Graças aos estudos do Plano Diretor de Drenagem, captamos junto ao Governo Federal R$ 237 milhões em verbas destinadas para a drenagem no programa de Aceleração do Crescimento (PAC Prevenção). Porto Alegre foi a cidade que mais conseguiu recursos por ter estudo técnico e projeto pronto. Isto é um diferencial”, garante. Esses projetos, como relatado na Revista Ecos de no 35, de maio de 2013, pela jornalista Adriana Nascimento Machado, da assessoria do DEP, foram escolhidos por apresentarem soluções contra alagamentos, especialmente em áreas de risco. Os recursos, disponibilizados a fundo perdido (sem necessidade de pagamento por parte do Município), provêm de verbas destinadas ao Plano Nacional de Gestão de Risco e Resposta a Desastres Naturais e serão investidos em obras de drenagem em cinco bacias hidrográficas de Porto Alegre onde existem pontos críticos de alagamentos. As ações devem contemplar as bacias dos arroios Moinho, Areias, Guabiroba e Manecão. “A cidade terá um novo ciclo de obras estruturais que dão respaldo para o seu crescimento”, finaliza Boelter.


ESPECIAL 21 ANOS

31

Ricardo Giusti / PMPA

Principal galeria do conduto forรงado ร lvaro Chaves, na Cel. Bordini.


Cristine Rochol / PMPA

ESPECIAL 21 ANOS

32


ESPECIAL 21 ANOS

Em 21 anos o reflexo de uma cidade e sua gente Novas tecnologias, muitas transformações e uma população cada vez mais exigente fizeram Porto Alegre se modernizar para melhor enfrentar os desafios que foram surgindo em uma cidade que cresce todos os dias.

33


Em 21 anos o reflexo de uma cidade e sua gente Vinte e um anos: este número, que marca a existência da Revista Ecos, é também um período de grandes mudanças na cidade de Porto Alegre. A população manteve-se no mesmo patamar de 1,3 milhão de pessoas, mas a cidade, seus bairros, seus equipamentos e infraestrutura sofreram profundas transformações. Porto Alegre evoluiu nas duas últimas décadas na velocidade de um mundo que viu surgir com toda a força a internet, as redes sociais, as novas tecnologias de comunicação e de materiais. O Brasil, redemocratizado, consolidou o voto como instrumento de escolha de seus governantes e viu a população ser mais exigente, muito mais exigente. A população se tornou parte da gestão com o Orçamento Participativo. O povo, elegendo prioridades que ajudaram a revitalizar ruas, avenidas, praças e parques. Neste período, o desafio de levar água potável em busca da universalização virou uma maratona de novas obras, como estações de tratamento, milhares de quilômetros de novas tu-

bulações e uma série de novas técnicas para a limpeza e tratamento do esgoto. Ligados ao mundo pelas redes sociais, os porto-alegrenses hoje comparam os serviços de sua cidade com os de outras capitais, e esse conhecimento gerou pressão por melhorias, por mais espaços urbanos para o lazer, que oferecem hoje novas opções além dos tradicionais parques Farroupilha, Moinhos de Vento e Marinha do Brasil. Ciclovias cortando a cidade em vários pontos deram um novo contorno ao horizonte desenhado pelo asfalto e pelas edificações. Pontos tradicionais do Centro Histórico e das margens do Guaíba deixaram o famoso pôr do sol ainda mais bonito. O burburinho da Rua da Praia de dia ou da Rua Padre Chagas à noite já virou marca registrada de uma cidade vibrante em sintonia com a população, sempre ávida de novas soluções e cada vez mais exigente com os serviços públicos oferecidos pelo poder municipal. Em duas décadas Porto Alegre saiu de menos de 30% de esgoto tratado para conquistar uma

1995

1994

1993

34

1994


ESPECIAL 21 ANOS

“A Revista se antecipou ao futuro e foi pioneira em abrir espaço para outros temas na área do saneamento básico e ambiental, do meio ambiente, da habitação. Demonstrou sua visão sistêmica, holística e integrada. Ecos ganhou repercussão internacional ao trazer ao nosso convívio opiniões e pensamentos de vários defensores da causa pública, como Maude Barlow, Leonardo Boff, David Hall, Yves Cabannes, Oscar Olivera, Sônia Parra, dentre outros. Hoje os ecos da revista são ouvidos e lidos pela comunidade científica e por gestores públicos atuantes na área do saneamento ambiental.” Dieter Wartchow Professor do IPH da Ufrgs e ex-diretor-geral do Dmae

capacidade instalada de tratamento de 80% no Programa Integrado Socioambiental (PISA) que se tornou um modelo para o Brasil. Na edição especial dedicada ao PISA a Revista Ecos revelou que o Dmae aplicou cerca de

R$ 400 milhões de um total de mais de R$ 586 milhões investidos pelo Município no sistema. Desta forma, a cidade ganhou em qualidade ambiental, pois o Dmae passou a tratar 145 mil metros cúbicos de esgoto, poupando o Lago Guaíba e reduzindo a aplicação de produtos químicos utilizados na água captada para posterior uso da população. “De um lado, mais pessoas passam a contar com o serviço de esgoto sanitário em suas residências. De outro, o Lago Guaíba recebe muito menos dejetos, fazendo com que o tratamento seja mais rápido e com menor custo financeiro e ambiental”, lembra o prefeito José Fortunati. As obras transformaram a geografia da Capital Gaúcha e ajudaram na cidadania e também na saúde dos porto-alegrenses com redução nas doenças de veiculação hídrica, associadas, quase sempre, às comunidades mais periféricas e carentes de nossa sociedade. “A cidade foi fazendo exigências, e nos coube a tarefa de atender as demandas de uma população que não pode esperar por uma atendimento. Tudo tem que ser muito rápido, muito eficiente. Hoje o cidadão sabe como são as coisas por todo o mundo e exige que façamos o mesmo por aqui”, observa o ex-diretor-geral do Dmae, Flávio Presser. “As soluções de saneamento não são mais projetos experimentais. Temos que estar atentos

35

Ricardo Stricher / PMPA

Bacia de detenção de cheias do Parque Marinha do Brasil.


ESPECIAL 21 ANOS

Maria de Lourdes Wolff / Dmae

Estação de Tratamento de Esgoto do Sarandi.

36


ESPECIAL 21 ANOS

ao que existe de mais avançado, e é fundamental que haja disposição política de fazer as obras. Hoje, o certo é termos uma solução integrada que pense na sustentabilidade e no conjunto da cidade com foco na qualidade de vida das pessoas, dos seus habitantes.” Essa é opinião do professor Carlos Eduardo Morelli Tucci, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), que é consultor de recursos hídricos para empresas e instituições no Brasil e no Exterior. Ele ressalta que a Revista Ecos, em seus 21 anos, soube bem refletir estes anseios e modernidades. O Lago Guaíba, fonte de diversas matérias e artigos, é a inspiração de uma luta ambiental que tenta devolver a este recurso hídrico toda a sua potencialidade ambiental. A matéria da edição inaugural da Revista Ecos, em dezembro de 1993, já se preocupava com a balneabilidade e as medidas de redução no impacto ambiental deste manancial ameaçado por tantas agressões do homem e seus dejetos. Nesta edição inaugural, um dos destaques foi a matéria do então diretor-geral, professor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Ufrgs, Dieter Wartchow, que sobre o saneamento do Balneário do Lami argumentava que por detrás desta opção de lazer dos cidadãos existia um planejamento de ações integradas com vistas ao saneamento e à recuperação gradual da qualidade hídrica dos mananciais.

1995

Cianobactérias e mexilhões-dourados um desafio inesperado Em 2007, na edição de no 26, a Revista Ecos publicou uma reportagem especial sobre o esforço do Dmae para garantir qualidade para a água da população. A cidade viu surgir duas novas ameaças, resultantes de alterações ambientais imprevistas. Os mexilhões-dourados, moluscos que se multiplicaram, bloqueando as tubulações e comprometendo a captação e o abastecimento, e as cianobactérias decorrentes da floração de algas, que provocaram alteração na cor do Lago Guaíba e odor na água tratada e distribuída. “Passamos a monitorar, avaliar e estudar os problemas, percorrendo todos os níveis de conhecimento técnico atrás de uma solução que pudesse atender as demandas da população sem causar forte repercussão na tarifa”, declarou o químico Renato Rossi, da Divisão de Tratamento do Dmae. No caso dos mexilhões-dourados – moluscos de origem asiática que não encontraram resistência nem predador no ambiente do Lago Guaíba – a multiplicação desordenada, em determinado momento, complicou o funcionamento das tubulações de captação, que ficaram quase completamente obstruídas. Em 2006, por exemplo, uma tubulação

1996

1995

1996

37


ESPECIAL 21 ANOS

da Estação Menino Deus chegou a ter 80% de sua área tomada por mexilhões-dourados, o que exigiu trabalho de equipes nas 24 horas do dia por cerca de três meses, apenas para desobstruir. “Equipes de mergulhadores munidos de picaretas se revezavam na tarefa de tentar remover os moluscos que, aos milhares, estavam fixados como cola nas paredes”, lembra Rossi. A solução veio com a aplicação do dióxido de cloro, que ataca o mexilhão-dourado ainda em sua fase larvária, impedindo o desenvolvimento da espécie dentro das tubulações, cortando o mal pela raiz antes que os moluscos pudessem alcançar a fase adulta e, consequentemente, provocar entupimentos na tubulação. Rossi lembra que este foi um marco na história do Departamento e revelou a capacidade de seu corpo técnico diante de uma dificuldade que surgiu e se estabeleceu de uma hora para outra. O problema, lembra o químico, estava relacionado a diversos fatores ambientais, como poluição, estiagem sobre o Lago Guaíba, sucessivos verões muito quentes com maior tempo de incidência solar, baixa turbulência e pouca incidência de ventos, fatores que permitiram a rápida multiplicação dos micro-organismos. “De 2005 para cá, começamos a fazer uma série de experimentos voltados a avaliar a situação. Fizemos mudanças no sistema de captação e passamos a combinar soluções como

1996

Resíduos sólidos e inovação com a Coleta Seletiva Uma das características mais marcantes da Revista Ecos está no fato de sempre fazer conexões entre a água, o descarte inadequado de resíduos sólidos e o crescimento desordenado da população, como ficou evidenciado na edição de número 2, onde

1997

1997

38

um pré-tratamento já na captação e a aplicação de carvão ativado em pó junto à estação de tratamento de água bruta (Ebab) o que exigiu inclusive a construção de uma unidade física de aplicação de carvão ativado na Ebab do Menino Deus.” Para obter o resultado desejado no combate ao efeito provocado pelas algas, dando cor e odor à água, ainda foi preciso aprimorar outros processo já na fase de tratamento da água captada no Guaíba. Com o pré-tratamento, a água passou a chegar na estação em melhores condições para o chamado polimento, que, na linguagem técnica, é a aplicação de tecnologias oxidantes. Estas tecnologias permitem a desinfecção da água, após o que são aplicados produtos químicos, como o coagulante primário (cloreto de polialumínio – PAC) e o dióxido e o peróxido de hidrogênio. Estes dois últimos, agindo sobre as moléculas causadoras do gosto de terra, revertem a maior parte dos efeitos indesejáveis.

1997


ESPECIAL 21 ANOS

39

Luciano Lanes / PMPA

Coleta de resíduo na Praia de Ipanema, orla do Guaíba.


ESPECIAL 21 ANOS

Ricardo Stricher / PMPA

Parque da Redenção.

40


ESPECIAL 21 ANOS

o tema principal foi o tratamento do lixo urbano. Na época, o editorial afirmava que apenas 23% do lixo urbano coletado no Brasil recebia tratamento adequado. Um problema que se agravou muito em todo o país e que recebeu especial atenção dos administradores de Porto Alegre nas duas últimas décadas. Em maio de 1998, na edição de número 12, o jornalista André Pereira já fazia a pergunta: “Enchentes: onde está a solução?”. A complexa resposta foi esboçada no artigo publicado naquela edição em que ele argumentava que “a construção desordenada das cidades rouba os caminhos das águas, deixando-as sem alternativas para retornar aos arroios, córregos, rios e mares”, escreveu ele. O secretário municipal de meio ambiente, ambientalista Cláudio Dilda, faz uma análise mais ampla e lembra que os resíduos sólidos são decorrentes de um consumo maior, de uma indústria que produz novos materiais e muitas embalagens. Além disso, ressalta Dilda, “uma série de fatores conjugados tornam a vida de um gestor público um verdadeiro desafio, uma tarefa de engenharia e de estratégia para tentar, de alguma forma, antecipar-se aos problemas ambientais que as grandes metrópoles, como Porto Alegre, vivenciam. Os resíduos sólidos só aumentam, e é preciso que se ataque em várias frentes, desde a educação até a própria indústria, que deve fazer a sua parte na logística reversa.

“A Ecos traduz o Dmae. Se confunde mesmo com a identidade da instituição. Tem vida longa porque é um produto de qualidade, admirado por funcionários, técnicos, especialistas, professores, estudantes e gestores do setor de saneamento.” Flávio Presser Diretor-presidente da Corsan e ex-diretor-geral do Dmae

Em busca de soluções, a capital gaúcha procurou na Coleta Seletiva dos resíduos sólidos, instituída há 25 anos, uma alternativa a este desafio crescente. O diretor-geral do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), André Carús diz que isso foi um marco, uma grande transformação que serviu de modelo para muitas cidades no Brasil. “Especialmente porque esta solução trouxe benefícios para a população em geral e ainda promoveu emprego e renda para milhares de pessoas organizadas em associações e cooperativas, que passaram a retirar do lixo reciclável o seu sustento.” Gerar emprego e renda do lixo passou a ser uma opção do Município pelo desenvolvimento social de Porto Alegre. Na edição de no 24, de

1998

1998

1999

1999

41


ESPECIAL 21 ANOS

2004, em reportagem da jornalista Maria Inês Mello, do DMLU, surgia a notícia de mais uma inovação: a cidade criava uma central para a venda de materiais recicláveis. A primeira Central Regional de Comercialização de Resíduos Recicláveis havia sido inaugurada na Estrada Antônio Severino, no Bairro Rubem Berta, no mesmo terreno onde funciona a Unidade de Triagem Wenceslau Fontoura. A Central surgiu da negociação entre o DMLU, a Associação de Reciclagem Ecológica Rubem Berta e a Secretaria Municipal de Produção, Indústria e Comércio (Smic). Pelo sistema criado, os catadores recolhem os resíduos nas ruas e os vendem na Associação Rubem Berta. A vantagem desse procedimento é que os preços pagos pelos recicláveis são maiores que os praticados pelo mercado além de aumentar a quantidade de resíduos a serem triados na unidade. A experiência bem-sucedida passou a ser replicada em outras regiões, dando mais segurança e renda aos milhares de cidadãos que fazem desta atividade seu o sustento e o de suas famílias.

Ambiente presente em todas as edições O tema ambiental está presente em todas as edições da Ecos, destaca a jornalista Maria de

Lourdes Wolff, uma das mentoras da publicação e responsável pela edição da revista nestas duas décadas. Trata-se de uma “editoria constante da publicação”. O assunto ambiente foi capa em muitas edições. Na edição de no 1 estava lá “Biodiversidade: um caminho para a preservação do meio ambiente”. Destaque para o artigo do professor Ludwig Buckup, da Ufrgs, que já alertava, na época, que apesar da incomparável diversidade biológica do Brasil, nosso país era uma das regiões mais críticas do mundo com relação à conservação da biodiversidade. Ele lembrava as perdas promovidas pelo desmatamento, que levou à extinção inúmeras espécies de animais e plantas, especialmente nas regiões de Mata Atlântica que tiveram redução dramática com o avanço das áreas urbanas brasileiras. Também foi o assunto maior na edição de no 8 (“A proteção ambiental do planeta depende de uma nova postura do cidadão”), cujo editorial tratava do famoso Relatório Brundtland (Nosso Futuro Comum) prevendo, em 1987, que no futuro a população do planeta seria predominantemente urbana e haveria preocupações ambientais imediatas da maioria das pessoas. O texto perguntava “Como construir um ambiente urbano saudável? Como conciliar a vida das cidades com o futuro do próprio planeta?”. No editorial, surgia a resposta para estas questões, que era

2001

2000

1999

42

2000


ESPECIAL 21 ANOS

43

Joel Vargas / PMPA

Reserva Biológica do Lami José Lutzenberger.


Joel Vargas / PMPA

ESPECIAL 21 ANOS

Gincana Ambiental nos jardins da Estação Moinhos de Vento.

44


ESPECIAL 21 ANOS

como imaginar uma solução dos problemas sem participação ativa e informada dos cidadãos. A Revista Ecos lembrava que as causas profundas da degradação ambiental estavam mais na forma das relações entre as pessoas do que na forma das relações com a natureza. A Ecos publicou naquela edição um artigo do inglês Peter Bunyard, que veio a Porto Alegre para participar da Semana do Meio Ambiente e que se tornara um crítico da Agenda 21, que não estava aberta para a uma participação popular mais ampla. O assunto voltou na edição de no 15, quando a chamada de capa clamava por uma “América Latina unida por um ambiente melhor”, retratando as ações desenvolvidas nos países vizinhos, tendo como perspectiva maior qualidade de vida, inclusive para as camadas menos favorecidas da população. Na edição de no 22, a manchete dizia: “Em jogo a sustentabilidade do planeta”. E na edição de no 29, a manchete anunciava: “A educação ambiental na pauta do saneamento”. A educação ambiental foi outro destes aspectos abordados com frequência pela revista. A publicação, apesar de não ter como público-alvo os estudantes, se tornou ao longo destes 21 anos uma importante referência para estudos sobre o meio ambiente na Capital Gaúcha. “A publicação é usada como uma ferramenta de consulta para estudantes, professores e todos aqueles que possam usar a experiência de um órgão publico e de seus técnicos para disseminar

2001

conhecimento. Fizemos este papel também, que é muito importante, especialmente na formação de novos cidadãos, das novas gerações”, completa a jornalista Maria de Lourdes Wolff.

Pesquisa está na filosofia do Dmae A preocupação do Dmae em registrar seus trabalhos e pesquisas científicas sempre foi uma característica do corpo técnico do Departamento. Foi no ano de 1971 que surgiu a primeira publicação neste sentido, conhecida como “Publicações Técnicas do Dmae”. Em formato semelhante ao de um polígrafo, os estudos eram editados, resumidos e explicados para que mais pessoas, além dos pesquisadores, pudessem ter acesso à informação. “Eu costumo dizer que a pesquisa está relacionada à história de nossa instituição. Lá atrás, ainda no tempo das máquinas de escrever e das calculadoras de mesa, estávamos juntando dados e informações para montar relatórios que nos permitissem ter uma informação mais confiável sobre nossos sistemas de água e esgoto”, explica a química Iara Morandi, que por mais de duas décadas atuou como diretora da antiga Divisão de Pesquisa, hoje Gerência de Gestão Ambiental e Tratamento de Esgoto do Dmae (Gate).

2002

2002

2003

45


ESPECIAL 21 ANOS

“Toda a equipe da Revista Ecos está de parabéns pelo brilhante trabalho que desenvolve, especialmente porque trata de um assunto de grande importância, mas que é restrito a um público específico. A revista tem a qualidade que o Dmae traz em todas as coisas que faz.” Tarso Boelter Diretor-geral do Departamento de Esgotos Pluviais de Porto Alegre (DEP)

Iara lembra que a Gate já foi conhecida por Grupo de Avaliação da Poluição e, depois, Centro de Estudos de Saneamento Básico. “Os nomes mudaram e foram se adaptando às novas políticas gerenciais do Departamento, mas o princípio sempre foi o mesmo: manter um banco de dados e informações que pudesse municiar nossos técnicos e profissionais da área de operação com soluções para problemas e melhorias nos serviços de abastecimento de água e tratamento de esgoto”, observa ela. Iara Morandi, que se aposentou no final de 2014, após 38 anos de serviços prestados ao Departamento, ressalta que outra tradição do Dmae foi a de participar de eventos do setor de saneamento em busca de informações e novas tecno-

logias. “E esta característica sempre fomentou o trabalho de nossas pesquisas, pois a partir das experiências adquiridas desenvolvíamos as nossas soluções com base na nossa realidade.” O principal resultado desta preocupação, relata a química, é o de oferecer ao cliente do Dmae, o morador de Porto Alegre, um serviço de qualidade que é reconhecido pela comunidade. “Para não perdermos a tradição, em 1997, quando a antiga Divisão de Pesquisa completou 20 anos, reunimos em material digital as 70 edições dos Estudos Técnicos. Depois, então, com a criação da Revista Ecos, passamos a publicar estes estudos no encarte que ficou conhecido como Ecos Técnica. A primeira edição da Ecos Técnica, toda ela dedicada a um estudo de saneamento da Praia de Ipanema, visava a atender uma necessidade da nova Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) que o Dmae estava inaugurando lá. É um estudo válido até os dias atuais, pois persiste a preocupação com a balneabilidade, e não temos ainda resolvida a questão da poluição do Guaíba”, completa Iara. Segundo ela, um dos aspectos mais importantes e relevantes – tanto da Ecos Técnica como da Revista Ecos, que agora completa 21 anos – está no fato de ser a publicação um canal direto de comunicação com os diversos públicos do Dmae, além de um registro histórico do trabalho feito. “Nos últimos anos, o encarte, que foi ampliado e recebeu

2008

2006

2004

46

2007


ESPECIAL 21 ANOS

Carlos Alberto Farias / Dmae

Estação de Tratamento de Esgoto da Serraria.

47


ESPECIAL 21 ANOS

Ieda Pezzi / Dmae

Treinamento na metodologia On The Job Training, com servidores do Dmae.

48


ESPECIAL 21 ANOS

nova diagramação, mais atraente, passou a incluir outras áreas de conhecimento e não apenas a área de pesquisa diretamente ligada ao objetivo do Departamento, que é água e esgoto. Assim, tornou-se mais justa, especialmente com outros setores fundamentais, que não tinham um canal adequado para relatar os avanços obtidos, como os das áreas administrativas, por exemplo.” Para Iara Morandi, o aspecto mais marcante do novo formato do encarte técnico, já na fase da Ecos Técnica, foi o fato de a publicação abrir a participação para todos os servidores do Dmae. “Isto tem um caráter de democratização do conhecimento, da colaboração, que vai desde a iniciativa de contribuir com uma imagem, uma foto que está ao alcance de qualquer servidor, mesmo o mais humilde, até o estudo mais elaborado de outras áreas, mais distantes da atividade fim. Temos excelentes trabalhos que nos revelam os ganhos do Departamento na gestão de recursos financeiros e humanos, na inovação tecnológica e na relação da instituição, suas práticas e o meio ambiente de Porto Alegre.” A química confirma que a sua experiência pessoal com a Revista Ecos sempre foi positiva, sendo a publicação um excelente canal de comunicação, chegando mesmo a representar com muita fidelidade a qualidade dos profissionais que trabalham no Departamento. “Muitos dos nossos

2008

colegas e colaboradores, ao participarem de um evento nacional ou mesmo internacional, são reconhecidos por colegas de outras instituições que já leram algum trabalho publicado na revista. Então, a Ecos realmente cumpre um papel importante na história da instituição, ampliando esta relação com a comunidade científica e de pesquisa no campo do saneamento ambiental”, finaliza ela.

Ecos Técnica se transformou em espaço para revelar competências Retratar o desenvolvimento de novas tecnologias e soluções técnicas, apresentar os conteúdos de forma coerente, consistente e de forma a que todos possam perceber o alcance do trabalho, mostrar ineditismo e também a aplicabilidade daquilo que se está propondo: estes são alguns dos critérios de escolha dos trabalhos que passaram a vigorar dentro do encarte Ecos Técnica, que tem como objetivo maior revelar as competências do Dmae no universo das empresas de saneamento ambiental. Nádia Maria Lorini, coordenadora-geral da Universidade Corporativa do Dmae (UniDmae), explica que o atual formato de publicação e de apresentação dos trabalhos foi definido em 2008,

2010

2009

2011

49


ESPECIAL 21 ANOS

ano em que foi publicada a primeira edição da atual versão do projeto. Naquele ano, lembra Nádia, foi criado um grupo de trabalho que passou a representar todo o Departamento. “O Ecos Técnica começou neste formato em 2008. Antes os artigos faziam parte do corpo da Revista Ecos. A ideia foi privilegiar e destacar o material técnico em relação ao material jornalístico. O encarte passou a ter também uma nova visibilidade, um destaque mesmo diante da produção jornalística que tinha um propósito mais geral e não de interesse tão especializado”, explica Nádia. A coordenadora-geral do UniDmae ressalta que a comissão, constituída por onze membros de todas as áreas do Departamento, é que faz o acompanhamento mais próximo dos pesquisadores. “A ideia é sempre pautar o servidor com os pontos-chave para a escolha de um artigo que precisa ser muito bem escrito, ter a clareza necessária que o faça ser compreendido e que dê a verdadeira dimensão do trabalho que está sendo retratado. Sempre dentro daqueles critérios básicos que asseguram serem os dados coerentes, reais e dentro dos atuais parâmetros de gestão.” Nádia lembra que um dos grandes méritos do novo modelo de encarte, surgido em 2008, foi o de ampliar o campo de estudo que antes estava muito focado nas áreas operacionais de água e esgoto, porque sua origem era a Divisão de Pesquisa

(DVP). “O mérito maior foi de inicialmente permitir que segmentos importantes e que dão suporte aos processos que atendem mais diretamente aos consumidores do Dmae pudessem ser contemplados. As áreas administrativas – também muito ricas em novos processos de gestão, de qualidade e de capacidade de atendimento – ganharam finalmente a oportunidade de tornar público o trabalho desenvolvido”, relata Nádia. A coordenadora-geral do UniDmae valoriza um novo aspecto que foi incorporado à produção dos novos encartes da Revista Ecos: ela se refere à escolha de registros fotográficos do dia a dia feito pelos próprios servidores. “Isto ampliou a participação para todos que tivessem a sensibilidade de perceber o valor e a beleza de suas atividades, locais de trabalho ou mesmo rotina. A imagem feita por qualquer um dos servidores deu também este caráter mais universal e democrático à publicação”, reforça Nádia. Sobre o fluxo de trabalhos Nádia diz que depende da época e do período do ano. Como se trata de um trabalho voluntário, cai um pouco nos tempos de maior atividade para os servidores, normalmente sobrecarregados. “Mas as colaborações são constantes e tendem a se ampliar com a renovação de nossos quadros. O jovem servidor já entra no Departamento com este espírito de colaborar. Já tem a cultura da leitura mais técnica que ele traz

2014

2013

2012

50

2014


ESPECIAL 21 ANOS

51

Vera Petersen / Dmae

Laboratรณrio de Controle de Qualidade da ร gua.


ESPECIAL 21 ANOS

Paula Fiori / PMPA

Inspeção no conduto forçado Álvaro Chaves.

52


ESPECIAL 21 ANOS

do mestrado, do doutorado ou mesmo da especialização. Isto já faz parte da cultura do novo servidor e que vai se ampliando.” Nádia lembra que uma força de incentivo que se traduz em ótimos trabalhos técnicos está no fato de o Dmae custear cursos de especialização. “Esse pessoal é quem mais procura a publicação para relatar o que está fazendo ou pesquisando”, observa. Além do público interno, que a partir da publicação tem a oportunidade de conhecer alguns dos trabalhos desenvolvidos, a Ecos Técnica tem a característica de servir de consulta para estudantes e pesquisadores de fora do Departamento. “Trata-se de uma publicação muito reconhecida pelas empresas coirmãs, da área e do setor de sa-

“Esta publicação tem especial importância para nós, do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), pois em muitas edições trouxe informações sobre os resíduos sólidos e sua relação com a cidade, revelando o trabalho que é feito aqui.” André Carús Diretor-geral do Departamento Municipal de Limpeza Urbana

1999

neamento, pois tem este caráter prático de apresentar soluções para problemas quer atingem a realidade de muitos municípios”, destaca Nádia. Já para o público acadêmico, Nádia acredita que a publicação é, ainda, pouco difundida e poderia ter mais penetração junto aos estudantes. “Creio que seja pelo fato de ser uma publicação mais técnica do que científica e naturalmente chama mais a atenção de quem procura soluções para problemas reais. Nosso leitor mais fiel é aquele que vivencia o mercado de trabalho”, conclui ela.

Nova legislação força mudança cultural Em duas décadas, mudou muita coisa na legislação nacional, estadual e municipal relativa ao saneamento, e a revista não deixou nada de fora. O Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab) foi o principal foco da edição de no 32, de maio de 2012. A Lei no 11.445/07, trouxe de forma oficial o conceito amplo de saneamento básico, que passou a ser “o conjunto de serviços, infraestruturas e instalações de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem de águas pluviais urbanas”. A lei definiu também as competências quanto à coordenação e atuação dos diversos agentes

2000

1999

2000

53


ESPECIAL 21 ANOS

envolvidos no planejamento e execução da política federal de saneamento básico no país. Em seu artigo 52, a lei atribui ao Governo Federal, sob a coordenação do Ministério das Cidades, a responsabilidade pela elaboração do Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab). A Revista Ecos foi ouvir especialistas no assunto. Conversou com o professor Léo Heller, do Departamento de Engenharia Sanitária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), um dos técnicos que colaboraram na elaboração do Plansab. “O maior mérito do Plansab” – ressalta o professor Heller – “é o de estabelecer o planejamento estratégico que tem o grande desafio de pensar o futuro. E o futuro é algo que não é dado, algo de que não se tem jamais uma certeza de como ocorrerá. A gente costuma dizer que o planejador não tem uma bola de cristal na sua frente. Então o plano estratégico é no sentido de se pensar cenários, não um futuro único, mas futuros prováveis e desejáveis. Pensou-se em três cenários e se planejou tendo em vista um deles, que foi o cenário de referência. Então, o lado estratégico do Plansab é o de monitorar, de forma sistemática, a ocorrência destes cenários.” Heller disse ainda que o Plano projetou 20 anos para frente com um país mais adaptado a políticas públicas estáveis, com melhor relacionamento entre os entes públicos (municípios, esta-

dos e União) e a estrita observância de um marco regulatório. Além de retratar todos os ajustes promovidos pela nova legislação, a Revista Ecos aproveitou aquela edição para mostrar a experiência do Dmae, que desde 1961, ano de sua fundação, sempre trabalhou com planejamento. É de 1966 o primeiro Plano de Esgotos de Porto Alegre (PDE), acompanhado anos mais tarde, em 1982, pelo Plano de Água (PDA). Semelhante ao Plansab, o Dmae fixou a plena universalização de serviços no ano de 2030, sempre atualizando as projeções em função das novas demandas da cidade, decorrentes do seu crescimento. A regulação decorrente da nova legislação foi abordada em detalhes na edição de no 33 de maio de 2013. O depoimento do procurador municipal de Porto Alegre, Jorge Luiz Neves Saraiva, salientou o significado de um setor controlado por uma legislação moderna. Segundo ele, a regulação é um sistema que leva à eficiência na prestação e no cumprimento das metas estabelecidas nos planos de saneamentos, tanto no que se refere à garantia de direitos dos usuários quanto à qualidade de prestação dos serviços. A legislação sobre resíduos sólidos, motivo de diversas reportagens, também esteve na pauta da Revista Ecos. A Lei 12.305 de 2010, que estabeleceu a Política Nacional de Resíduos Só-

2002

2001

54

2003


ESPECIAL 21 ANOS

55

Luciana Turela / Dmae

Obra do Emiissรกrio Subaquรกtico do PISA.


ESPECIAL 21 ANOS

Vera Petersen / Dmae

Sistema de Supervisão e Aquisição de Dados para web do Dmae.

56


ESPECIAL 21 ANOS

lidos, foi o foco de muitas reportagens e debateu as implicações de um sistema que passou a maior responsabilidade das ações para uma articulação que começa no município, passa pelas comunidades e chega até a industria e os grandes geradores de resíduos. Uma matéria do jornalista Rodolfo Rospide Júnior, publicada na edição no 35, de 2014, trouxe detalhes sobre o novo Código Municipal de Limpeza Urbana. A Lei Complementar 728/2014 tem por princípio e objetivo manter a cidade mais limpa para todos e se baseia no descarte correto de cada tipo de resíduo. O teor das novas regras ainda não foi completamente assimilado pela população, mas o poder público, representado pelo DMLU, entrou em ação e a revista acompanhou. Em seis meses foram registradas mais de 2 mil denúncias de descarte irregular e 70% delas foram de imediato atendidas pelo DMLU. Além de multas, a Prefeitura intensificou a panfletagem educacional, com vistas a esclarecer e educar a população desinformada sobre o tema.

Tecnologia e melhor gestão na mira da Revista Todos os avanços tecnológicos em equipamentos, softwares e sistemas de gestão aplica-

dos no Dmae foram relatados pela revista. Quando a publicação começou, nos anos 90, diversos equipamentos e programas de computação hoje consagrados eram apenas promessas ou estavam em estágio inicial. A Revista Ecos foi acompanhando os experimentos tecnológicos adotados pelo Dmae. Nestes 21 anos, a tecnologia transformou o sistema de operação do Dmae e a Revista Ecos mostrou tudo. Na edição comemorativa do aniversário de 40 anos do Dmae (no 20, de 2001) e na edição comemorativa dos 50 anos (no 31, de 2011), os avanços tecnológicos foram destaques, apontando sempre para uma melhoria nos serviços prestados à população da capital gaúcha. Fazem parte deste período de mudanças e investimentos: postos de atendimento informatizados, serviço de atendimento pela Central Telefônica 156 (antigo 115), coletor eletrônico para emissão de contas instantâneas, sistema de radiofrequência, medidores ou hidrômetros mais precisos, novos materiais para tubulações, novos processos químicos de tratamento da água, sistema de informações geográficas e pacotes de programas de computação voltados para a gestão de informações e recursos humanos. Na recente edição de no 35, que trata do cadastro de clientes, por exemplo, a Revista Ecos fez uma ampla matéria sobre o Sistema de Infor-

2009

2008

2010

57


ESPECIAL 21 ANOS

mações Geográficas (SIG). Esta tecnologia está alterando muito uma rotina estabelecida em todas as décadas anteriores. Historicamente, o Dmae possuía diferentes cadastros comerciais e de operação, arquivados e organizados em sistemas próprios que não tinham uma interface e uma interligação, nem estavam digitalizados. Isto muitas vezes gerava demora nas respostas, e também retrabalho. Uma das inovações mais comemoradas nos últimos anos foi a informatização destes dados, que passaram para meios digitais, além de contar com tecnologias que agregam imagens ao sistema, permitindo precisão e agilidade nos dados arquivados. Fernando André Neuwald, engenheiro da Gerência de Arrecadação da Área Comercial do Dmae, diz que o Sistema de Informações Geográficas (SIG) em fase de implantação mudou rotinas, aperfeiçoou o controle sobre os clientes e tornou o Departamento muito mais eficiente e ágil nas respostas à comunidade. “A cada mês, o Departamento aumenta sua arrecadação e identifica com precisão a categoria de cada cliente, reduzindo injustiças sociais e aplicando a tarifa exata de consumo que cabe a todos”, assinala ele. O engenheiro diz que o SIG é um marco na história do Dmae, porque dá início a um processo de integração entre as diferentes áreas, recupera

informações perdidas nos antigos arquivos e estabelece os parâmetros para o controle do serviço prestado aos consumidores. “Com as informações georreferenciadas, passamos a ter um dado mais preciso, mais exato, não apenas para a cobrança, mas também para acompanhar a evolução da cidade e os projetos que nela se desenvolvem, como dimensionar futuras redes e como trabalhar com segurança nelas.” No cadastro comercial do Dmae estão relatadas mais de 300 mil ligações dos usuários com as redes de água e esgoto. Sem os recursos das geotecnologias, não seria possível fazer o estudo e acompanhar, analisar e se certificar de que todas estão corretas, dentro das normais legais, enquadradas no tarifário certo, e ainda poder avaliar os dados de consumo. Toda a tecnologia colocada à disposição dos servidores do Dmae não seria suficiente se o Departamento não investisse no treinamento de seus profissionais e se a instituição não oportunizasse que cada um pudesse dar a sua colaboração para aperfeiçoar o serviço de todos. Assim, em 2007, o Dmae montou a Universidade Corporativa (UniDmae) que anualmente proporciona qualificação de alto nível para todos os seus servidores, oferecendo formação em educação continuada; capacitação técnica; divulgação do sistema de gestão do Departamento; desen-

2012

2014

2013

58


ESPECIAL 21 ANOS

59

Ieda Pezzi / Dmae

Coleta de dados para emissรฃo de conta de รกgua e esgoto.


ESPECIAL 21 ANOS

volvimento de equipes e sensibilização em segurança do trabalho. A Ecos relatou todas as etapas deste trabalho. A coordenadora da UniDmae, Nádia Maria Lorini, relatou na publicação todo o esforço da instituição para se aproximar e motivar a participação dos trabalhadores do Departamento. “A Revista é nossa parceira desde a criação. Através dela, divulgamos nossos trabalhos, e o corpo de profissionais da instituição é o grande beneficiado desta publicação”, comenta ela.

Participantes do Seminário de Comprometimento do CMC.

60

Além disso, a Revista Ecos acompanhou as diversas etapas do processo interno de qualidade total que foi implantado no Dmae. O Circuito da Melhoria Contínua (CMC), uma inovação na gestão do Departamento com os modernos recursos da informática e de práticas reconhecidas internacionalmente, recebeu destaque na edição de no 35, de 2014. “Regulado por instrução interna, o CMC procura a implementação de soluções para problemas a partir de uma metodologia reconhecida mundialmente pelos


ESPECIAL 21 ANOS

“A Revista Ecos é atual e preocupada com as questões da atualidade, sempre tendo como horizonte o saneamento e suas implicações no meio ambiente e na qualidade de vida das pessoas.” Carlos Eduardo Morelli Tucci Professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), consultor de recursos hídricos

Andrea Menezes / Dmae

bons resultados. Esta metodologia, baseada na ferramenta Método de Análise e Solução de Problemas (MASP), incentiva a formação de equipes constituídas voluntariamente por servidores do Dmae. Estas equipes, seguindo passos bem definidos e metodologia, identificam, observam e analisam problemas, situações, rotinas e procedimentos que precisam ser melhorados e oferecem soluções criativas”, garante a responsável pela Equipe de Qualidade do Dmae, Elisete Silva dos Santos.

61


Ivo Gonรงalves / PMPA

ESPECIAL 21 ANOS

62


ESPECIAL 21 ANOS

Quando o saneamento básico encontrou seu eco Informar, conscientizar, divulgar: estes verbos precisam ser constantemente conjugados para que o saneamento conquiste o espaço que merece nas políticas públicas e passe também a ser uma exigência da população. A Revista Ecos buscou este compromisso em cada uma de suas edições.

63


Quando o saneamento básico encontrou seu eco Em 1855, quando o médico John Snow conseguiu provar que a epidemia de cólera que assolava a capital inglesa era veiculada pela água que abastecia o bairro de Soho, contaminada por esgoto, estava começando a era moderna do saneamento básico. A partir daí, as políticas públicas de saúde passaram a ser indissociáveis dos serviços de saneamento: abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, coleta e disposição de resíduos sólidos, drenagem das águas pluviais e controle dos vetores de doenças transmissíveis. A pesquisa científica, o desenvolvimento tecnológico e a implantação de equipamentos e serviços de saneamento progrediram ao longo dos anos, mas nem sempre o conhecimento de suas características e o reconhecimento de sua importância acompanhou esses avanços. Um exemplo bem conhecido, e dramático, na área médica, é o da resistência da população do Rio de Janeiro à vacinação contra a febre amarela em 1904, o que provocou uma verdadeira crise política. Mais duradouro e invisível, entretanto, é a ignorância por parte da maioria da população e o descaso por parte de governantes sobre a necessidade de priorizar investimentos na área de saneamento básico. Uma rede de abastecimento que traz água às casas é sempre bem-vinda pela comodidade que proporciona, mas dificilmente é reconhecida como fator de melhoria na saúde das pessoas. Com relação aos esgotos e aos resíduos sólidos, em geral o que se quer é que sejam afastados das proximidades, pelos inconvenientes sensoriais de odor e visão, mas quase nunca pelos danos sanitários. O controle de cheias e inundações urbanas é reivindicado porque atinge a vida urbana, mas não é associado a riscos de doenças de veiculação hí-

64

drica. Em suma, o saneamento básico deixou de ser considerado um instrumento fundamental da saúde pública e passou a ser um mero componente do conforto urbano, indispensável apenas nas áreas ditas mais nobres das cidades. Nos últimos anos do século passado, acrescenta-se mais um elemento que vem reforçar essa importância: a crise ambiental, provocada pelo incremento de atividades humanas das mais variada ordens, diante de um ambiente natural que não pode mais ser considerado inesgotável, gera o reconhecimento de que os serviços de saneamento básico não apenas são essenciais para a saúde individual, mas também para a recuperação e manutenção da sanidade ambiental. Amplia-se, hoje, o conceito de saneamento básico para saneamento ambiental. Quanto a esse aspecto, também o reconhecimento social é escasso. Pensa-se, muitas vezes, em ambientalismo como proteção da fauna e da flora, preservação dos ambientes naturais, mas é facilmente esquecido que a gestão dos recursos hídricos, o tratamento dos esgotos, a disposição adequada dos resíduos sólidos, o manejo da drenagem urbana, são todos componentes fundamentais da política ambiental. Essa situação de desconhecimento ou ignorância do papel do saneamento básico e ambiental com relação à saúde e ao ambiente, que felizmente está em mudança, mostra a necessidade de investir e aperfeiçoar meios de comunicação que contribuam para que a sociedade reconheça a importância do saneamento básico e exija que ele seja prioridade nas políticas públicas. Neste quadro é que se insere a iniciativa já histórica e vitoriosa da Revista


Estação de Tratamento de Água dos Moinhos de Vento.

Uma rede de abastecimento é sempre bem-vinda pela comodidade que proporciona, mas dificilmente é reconhecida como fator de melhoria na saúde das pessoas. Ecos, do Dmae. Ao longo desses 21 anos, mais do que ser uma vitrine das iniciativas, ações, obras e serviços do Departamento, a revista vem sendo um veículo de conhecimento, divulgação e reflexão sobre os mais diversos aspectos do sanea-

mento básico e ambiental, não só em Porto Alegre, mas no mais vasto âmbito. Ao longo desse período, a Revista Ecos acompanhou muitas histórias, desvelou muitas iniciativas e esclareceu inúmeros aspectos do saneamento. E não apenas nos aspectos estritamente técnicos, mas abordando aspectos sociais, econômicos e culturais, conseguindo linguagens mais amplas e atingindo público bem diversificado. Como profissional e como cidadão que, ao longo dos anos, acompanhou a trajetória da Revista Ecos, congratulo-me com seus editores pelo aniversário e desejo que essa publicação continue por muitos anos a desempenhar esse importante papel. Luiz Antonio Timm Grassi Membro do Conselho Técnico Consultivo do Senge-RS

65

Renato Rossi

ESPECIAL 21 ANOS


Ivo Gonçalves / PMPA

ESPECIAL 21 ANOS

“É muito bom compartilhar através da Revista Ecos as práticas de gestão implantadas no Departamento e os resultados gerados a partir dos esforços de todos os servidores para qualificar cada vez os serviços prestados à população porto-alegrense.” Elisete Silva dos Santos Líder da Equipe da Qualidade

66


ESPECIAL 21 ANOS

“Quando ingressei no Dmae, em 2000, ainda não conhecia a Revista Ecos. Mas logo tive contato com a publicação e fiquei muito interessado na leitura dos artigos técnicos elaborados pelos servidores do Departamento. A Revista Ecos tem uma apresentação de qualidade, sendo sempre atraente. Coleciono exemplares da revista e gosto de reler textos que considero referências científicas importantes ainda nos dias de hoje. As matérias abordam temas de relevância para o saneamento com grande atualidade. Desejo que a Revista Ecos continue a trilhar o caminho do sucesso, que se mantenha como um veículo de divulgação do conhecimento dos técnicos do Dmae e de informação sobre o nosso setor. Parabenizo os profissionais que trabalham criativamente para a sua elaboração e continuidade.” Evandro Ricardo da Costa Colares Gerente de Gestão Ambiental e Tratamento de Esgoto do Dmae

67


ESPECIAL 21 ANOS

“A Revista Ecos cumpre importante papel de informação e é um exemplo de sucesso no setor público como uma revista de qualidade que alerta para temas atuais do saneamento ambiental.” Cláudio Dilda Secretário Municipal de Meio Ambiente de Porto Alegre

68


ESPECIAL 21 ANOS

“O fato de uma publicação técnica com foco no saneamento e no meio ambiente, como a Revista Ecos, completar 21 anos é para ser destacado e comemorado. A sua existência trouxe a possibilidade da divulgação de estudos e pesquisas dos profissionais do Dmae, assim como de técnicos de universidades e outras entidades afins, preenchendo uma lacuna em assuntos de tão grande importância. Trago, então, meus cumprimentos a todos do Departamento que participaram de sua criação – sob a batuta do ex-diretor-geral Dieter Wartchow – e que a mantiveram ao longo de todo estes anos, ao mesmo tempo em que expresso o meu desejo de que a sua vitalidade permaneça por muitas décadas mais.” Guilherme Barbosa

69

Sérgio Louruz / Smam

Ex-diretor-geral do Dmae


ESPECIAL 21 ANOS

“Participar do conselho editorial da Ecos e colaborar com a produção de matérias de interesse ambiental é uma satisfação, visto o alto nível desta publicação. Além de material e diagramação de alta qualidade, gosto de ser surpreendida a cada nova edição com matérias aprofundadas e de bom nível técnico e educativo. Vida longa ao jornalismo construtivo. Parabéns Ecos! Parabéns a todos os que se dedicam às boas notícias!” Cibele Carneiro

Evandro Oliveira / PMPA

Conselheira da Revista Ecos, representando o DMLU

70


ESPECIAL 21 ANOS

“Há 21 anos, a Revista Ecos vem trazendo temas importantes, relativos ao saneamento ambiental. Isso propicia conhecimento e conscientização à população sobre a importância das obras de tratamento de esgotos, de fornecimento de água potável, de drenagem urbana para o controle de alagamentos e muito mais. O “saneamento”, embora de grande importância para a saúde pública e para a qualidade de vida da população, ainda é um conteúdo pouco explorado na imprensa, muitas vezes por se tratar de feitos em que as obras ficam escondidas, no subsolo, sem um produto visível inicialmente. A equipe da Unidade de Comunicação Social do Dmae está de parabéns por conseguir o feito de alcançar esta longevidade com uma publicação técnica de extrema relevância, esclarecendo sobre assuntos que não têm grande espaço na mídia tradicional. Desejo que a Revista Ecos continue por muitos anos com esta publicação que é referência em saneamento ambiental no Brasil.” Adriana Nascimento Machado Conselheira da Revista Ecos, representando o DEP

71


João Fiorin / PMPA

ESPECIAL 21 ANOS

“Há 21 anos, a partir da proposta, da disposição e da coragem da Unidade de Comunicação Social, o Dmae lançava uma inovadora publicação técnica, voltada à área de saneamento ambiental. Como minha trajetória no Dmae iniciou-se cerca de um ano depois, vivenciei todo este período, no qual o Departamento firmou-se cada vez mais como uma referência na prestação de serviço público de saneamento. Ao mesmo tempo, a Revista Ecos tornou-se – para a comunidade envolvida nas questões integradas do saneamento (técnicos, estudiosos, pesquisadores etc.) – uma fonte de informações, qualificada e abrangente, fomentando o debate a cerca deste tema tão importante, no âmbito de nossa cidade, do nosso estado e do nosso país. Sempre foi com grande satisfação que acompanhei as reportagens focadas nas questões técnicas que norteiam o trabalho do qualificado corpo funcional do Departamento. Pelo esforço deste corpo técnico, o Dmae realizou fantásticos investimentos nestes 21 anos, dando um salto gigantesco em sua capacidade de tratamento de esgoto, com grande destaque para as obras do Programa Integrado Socioambiental (PISA) e do SES Sarandi, mas que neste período também efetivou a construção das ETEs Navegantes, Belém Novo e Ipanema. Foram incontáveis ações na melhoria de nossas unidades operacionais integrantes dos sistemas de abastecimento, com a construção de duas novas Estações de Bombeamento de Água Bruta, EBAB São João e EBAB Tristeza, assim como ampliação da capacidade e melhorias nos processos de várias de nossas ETAs, ampliação e construção de novas EBATs e novos reservatórios, extensões e substituição de redes e adutoras. Através da Revista Ecos, em especial no suplemento Ecostécnica, foi possível ter acesso à publicação de trabalhos técnicos produzidos por nossos servidores, mostrando sua elevada capacitação e grau de comprometimento com suas atividades e com o Departamento. Certamente esta grande qualificação funcional e engajamento foram fundamentais na demonstração da viabilidade de que o serviço de abastecimento seja mantido sob responsabilidade do Poder Público, em um período que muito se discutiu a questão da privatização no setor de saneamento. Parabéns Revista Ecos e parabéns a todos os servidores que têm tornado esta revista uma realidade nestes 21 anos. Que cada vez mais demonstremos o quanto é importante esta publicação e o quanto é importante discutirmos e mostrarmos alternativas e soluções para a gestão ambiental.” Marco Antonio Gil Faccin Gerente de Projetos e Obras do Dmae

72


ESPECIAL 21 ANOS “Chegar à maioridade dos 21 anos é um marco importante para a Revista Ecos, como importante tem sido para mim participar do conselho editorial desta publicação, representando a Associação Rio-grandense de Imprensa (ARI). Graças a isso, venho acompanhando, de forma gratificante e prazerosa, inúmeras realizações no campo socioambiental, ligadas à atividade fim do nosso Dmae, que muito contribuem para o crescimento e modernização de Porto Alegre.” Antônio Goulart Conselheiro da Revista Ecos, representando a ARI

73


Paulo Luz / Dmae

ESPECIAL 21 ANOS “Atualmente o tema saneamento ambiental é amplamente divulgado e debatido. Porém, em dezembro de 1993, momento da primeira publicação da Revista Ecos, este assunto dificilmente era lembrado, ficando relegado a um segundo plano. Como uma força precursora a Revista Ecos possibilitou que as questões relativas ao saneamento ambiental encontrassem um meio para serem debatidas e compartilhadas; e isto, de forma gratuita. Nós nos orgulhamos em pertencer a uma instituição pública com o Dmae, que é capaz de criar a manter uma publicação com este nível de seriedade e qualidade ao longo de mais de duas décadas, na qual técnicos como nós podem adquirir e divulgar conhecimentos, bem como evidenciar as boas práticas, desenvolvidas nas atividades e esforços da rotina profissional. Ao parabenizarmos a Revista Ecos pelos seus 21 anos de existência, ficamos desejosos de que este tema também atinja esta maioridade nos debates e ações de nossa sociedade, dada a sua importância para a sustentabilidade do planeta. “

Flávio Machado Gerente de Distribuição e Coleta do Dmae

74


ESPECIAL 21 ANOS

“Ultrapassar duas décadas divulgando uma área ainda tão distante do reconhecimento de quão importante é, como o saneamento, significa muito. Como marco de grandeza, premia seus criadores e colaboradores. Reinventar-se para assumir papel de protagonista, entendo ser o desafio para esta terceira década que está iniciando. Parabéns, Revista Ecos.” Valdir Flores Coordenador das Obras de Saneamento do Dmae do Projeto Integrado Socioambiental (PISA)

75


Maria de Lourdes Wolff / Dmae

ESPECIAL 21 ANOS

“É com muita satisfação que represento a Abes-RS no conselho editorial da Revista Ecos. As reuniões deste conselho, que agrega técnicos do Dmae e de entidades atuantes da área do saneamento, nos permitem discutir as diferentes visões de um mesmo tema para a definição da pauta das edições. Já pelas matérias de capa das edições anteriores da Revista Ecos é possível fazer uma retrospectiva da evolução do setor de saneamento no Brasil (atualmente voltado para a gestão dos serviços), da evolução das pesquisas desenvolvidas pelo Dmae através do seu quadro técnico e dos desafios enfrentados pelo Dmae ao longo dos anos na busca da universalização no abastecimento de água e no esgotamento sanitário. Um dos grandes projetos cujo desenvolvimento acompanhamos foi a implementação do Programa Integrado Socioambiental (PISA). Com orgulho, participamos da edição especial da Revista Ecos sobre o PISA, em março de 2014, que registrou essa grande conquista para o município de Porto Alegre. Parabenizamos a equipe da Revista Ecos e esperamos continuar contribuindo para o sucesso de ferramentas cada vez importantes para alavancar as ações em saneamento – a comunicação e mobilização social.” Deisy Maria Andrade Batista Conselheira da Revista Ecos, representando a Abes-RS

76


ESPECIAL 21 ANOS

“A Revista Ecos, disponibilizada ao nosso público através de parceria com o Dmae, traz matérias importantes relativas à área de saneamento ambiental e representa excelente material de estudo e pesquisa, além de propiciar ao cidadão informações essenciais para o cuidado com o meio ambiente. Parabenizamos a toda a equipe pelo aniversário e desejamos que este periódico tenha uma longa e duradoura existência, dada a sua importância.” Morgana Marcon Diretora da Biblioteca Pública do Estado do Rio Grande do Sul

77


ESPECIAL 21 ANOS

“Os 21 anos da Revista Ecos devem ser motivo de muito orgulho para nós, servidores desta autarquia, e devem ser muito bem comemorados. Graças às edições da revista, conseguimos visibilidade para temas da área de saneamento e alcançamos o reconhecimento da importância que esta pauta tem para uma sociedade em constante evolução. Esta visão elevou nosso Departamento a um patamar de credibilidade e respeito no cenário nacional que poucas companhias de saneamento conseguem alcançar. Com este instrumento de comunicação, hoje podemos compartilhar conhecimento e informações com nossos profissionais e com profissionais de outras empresas que nos ajudam a construir políticas públicas voltadas ao bem-estar da sociedade. Portanto, nada mais justo do que desejar muito sucesso e vida longa a este editorial, parabéns a todos.” Magda Cristina Granata

Guilherme Santos / PMPA

Gerente da Distrital Centro do Dmae

78


ESPECIAL 21 ANOS

“A Revista Ecos nasceu em 1993 com o intuito de preencher uma lacuna existente na comunicação do Dmae com a sociedade gaúcha sobre a temática meio ambiente e saneamento. De lá pra cá se passaram 21 anos, e a Ecos – sempre com entrevistas, artigos técnicos e reportagens de amplo interesse social – perpassou esse tempo, enfrentando algumas adversidades. Agora aí está, madura e sempre atual, graças à perseverança e à qualidade de sua equipe de profissionais do jornalismo ambiental. Parabéns à Revista Ecos e sua equipe que ao atingir essa maioridade continua cumprindo com o seu propósito de nos manter sempre atualizados e informados.” Adinaldo Soares de Fraga Coordenação de Manutenção de Adutoras do Dmae

79


Maria de Lourdes Wolff / Dmae

ESPECIAL 21 ANOS

80


ESPECIAL 21 ANOS

Ecos e sua trajetória Uma maioridade que chega para a publicação que tem por base e princípio o compromisso com a melhor prática de jornalismo em defesa da sociedade e também do ambiente. A revista contrói sua história com a colaboração de muitos e sendo respeitada por todos os gestores da cidade.

81


Ecos e sua trajetória Em 15 de dezembro de 2014, a Revista Ecos completou 21 anos. Ou seja, chegou à maioridade. Para marcar essa trajetória, elaboramos uma edição comemorativa que resgata reportagens publicadas no período e projeta as expectativas dos leitores e colaboradores dos mais diversos segmentos da sociedade gaúcha em relação ao saneamento ambiental. A Revista Ecos surgiu em 1993 para suprir a carência de publicações especializadas na área do saneamento ambiental e servir como canal para a divulgação de trabalhos de pesquisa desenvolvidos pelos técnicos do Departamento Municipal de Água e Esgotos. Com esse trabalho, universidades, professores, pesquisadores e profissionais de diversas áreas ganharam um veículo de expressão. A revista é distribuída gratuitamente para três mil assinantes em todo o território nacional e no Exterior. A cada edição, a Revista Ecos traz artigos, reportagens e entrevistas com personalidades nacionais ou estrangeiras, além de abordar temas em evidência no setor. Isto faz com que a publicação esteja sempre na vanguarda dos conhecimentos. Ao abordar o saneamento de forma integrada ao ambiente, a publicação procura chamar atenção para os aspectos de interdependência de qualquer ação nessa área. A ideia é acabar com a visão fragmentada sobre o saneamento ambiental. Assim, a revista exige um padrão de qualidade em seus textos e busca constantemente assuntos diversificados, que traduzam a efervescência do momento. O reconhecimento desse trabalho, que agora chega à sua 28a edição, mostra a capacidade das instituições públicas para desenvolver projetos

82

dessa envergadura, fomentando assim o desenvolvimento científico e tecnológico.

Prêmios Em março de 1996, a Revista Ecos recebeu o Prêmio Jornalístico Maurício Sirotsky Sobrinho, oferecido pela Câmara Municipal de Porto Alegre. Em julgamento feito pela Associação Rio-grandense de Imprensa (ARI), a revista do Dmae foi escolhida a melhor de Porto Alegre na categoria de reportagem fotográfica, com a capa da terceira edição, intitulada “Arroio Dilúvio”, de Leonid Streliaev. Destacamos, ainda, a conquista do prêmio de melhor revista externa da Região Sul, conferido pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), em 1997.

Projeto Ecos O Projeto Ecos, que foi implantado em 1995, visa a promover palestras, simpósios, seminários e debates na área do saneamento ambiental, para aproximar o homem do meio ambiente, incentivando a troca de informações e orientando para uma nova postura. Este trabalho amplia os horizontes da revista, partindo da qualificação dos profissionais do setor. A Revista Ecos tem assumido o dever social de promover eventos que esclareçam o cidadão, não só quanto às questões de saneamento, mas também do ambiente. O projeto já realizou vários eventos. Em dezembro de 2003, quando a revista completou 10 anos, foram realizadas várias atividades e foi criada uma logomarca comemorativa.


ESPECIAL 21 ANOS

Suplemento Técnico

Encarte Técnico

Em julho de 1999, durante a 28a Assembleia Nacional da Assemae (Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento), realizada em Porto Alegre, foi lançado o suplemento técnico da Revista Ecos, intitulado Ecos Pesquisa. Essa publicação surgiu a partir da necessidade de criar um novo canal que possibilitasse a troca de informações na área técnico-científica do saneamento ambiental. O suplemento técnico deixou de ser editado, em 2008, em substituição ao encarte técnico denominado Ecos Técnica.

Para marcar os 15 anos da Revista Ecos, foi lançado, em dezembro de 2008, o encarte técnico denominado Ecos Técnica, que passou a circular junto com a 28a edição da revista. Essa publicação objetiva divulgar trabalhos técnicos que são produzidos pelos funcionários com aplicabilidade no Departamento. A Ecos Técnica é elaborada em parceria com a Unidmae e tem um conselho editorial técnico formado por funcionários do Departamento.

Cristine Rochol / PMPA

Praça da Alfândega durante a Feira do Livro de Porto Alegre.

83


Ao longo de 21 anos, a Revista Ecos elegeu temas de grande interesse para destaque em suas edições. Aqui apresentamos reportagens que nos dão uma visão genérica da diversidade de temas que foram escolhidos nesta trajetória.

84


ESPECIAL 21 ANOS

85


ESPECIAL 21 ANOS

86


ESPECIAL 21 ANOS

87


ESPECIAL 21 ANOS

88


ESPECIAL 21 ANOS

89


Revista Quadrimestral de Saneamento Ambiental

Prefeitura Municipal de Porto Alegre Departamento Municipal de Água e Esgotos Gabinete de Comunicação Social Conselho Editorial Adriana Nascimento Machado (DEP) Antônio Elisandro de Oliveira (Dmae) Antônio Goulart (ARI) Cibele Carneiro (DMLU) Deisy Maria Andrade Batista (Abes-RS) Gerti Weber Brun (Pucrs) Luiz Fernando Cybis (Ufrgs) Magda Cristina Granata (Dmae) Nádia Maria Lorini (Unidmae) Coordenadora-geral da Unidade de Comunicação Social Aline Antunes Coelho Coordenador de Jornalismo Roberto d’ Azevedo (Mtb 4012) Edição Maria de Lourdes da Cunha Wolff (Mtb 6535) Projeto Gráfico e Diagramação Imagine Design Textos Charles Soveral (Mtb 5736) Revisão Ademar Vargas de Freitas (Mtb 3225) Impressão Quatro Estações Indústria Gráfica Ltda. Tiragem 3.000 exemplares

Notas da Redação Envie sua colaboração para a redação Unidade Técnica do Dmae, Rua 24 de Outubro, 200 CEP 90.510-000 – Porto Alegre (RS) Fone: (51) 3289-9724 Fax: (51) 3289-9286 E-mail: ecos@dmae.prefpoa.com.br

A Revista Ecos é uma publicação quadrimestral do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), com circulação nacional e distribuição gratuita, registrada sob o no 775.831 no Cartório de Registro Especial, Comarca de Porto Alegre (RS) – ISSN 0104-5261.


Agradecimento: A Revista Ecos chegou à maioridade porque muitos contribuiram na construção desta história. A equipe da revista agradece a cada um dos que, com seu talento, habilidade, ideia, sentimento e emoção, fizeram e fazem deste projeto uma vitória a cada edição.

91

Carla Leão / Dmae

ESPECIAL 21 ANOS


Departamento Municipal de Água e Esgotos de Porto Alegre – Dmae Rua 24 de Outubro, 200 Moinhos de Vento | CEP 90510-000 ecos@dmae.prefpoa.com.br www.dmae.rs.gov.br


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.