Revista Ecos nº 41

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gestão

Modelo gerencial fornece dados mais precisos sobre custos dos serviços Por Charles Soveral Jornalista

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pós 15 meses de trabalho entre 2017 e 2018, o Dmae conseguiu elaborar uma modelagem, com a parametrização econômica dos processos de gestão, que fornece com maior precisão os custos dos serviços que oferece. O modelo, construído em parceria com uma empresa de consultoria, permite mensurar de forma detalhada os valores envolvidos nos processos de fornecimento de água e tratamento de esgoto, possibilitando avaliar as diferenças existentes entre os custos dos sistemas de água e esgoto da cidade.

“De fato, existem diferenças significativas nestes custos, em função da heterogeneidade topográfica e socioeconômica do município”, comenta Cristiano Ponzoni Ghinis, economista do Dmae envolvido no projeto. Ele revela que diversos fatores entram na composição dos valores, como a alocação dos recursos humanos, os insumos utilizados na produção e a contratação de serviços. “Chegamos às estimativas de valor do metro cúbico nas diferentes etapas da cadeia produtiva, desde a captação de água bruta, coleta do esgoto, tratamento, monitoramento da qualidade, até o processo de faturamento, além das atividades de apoio e corporativas. Esta metodologia pode subsidiar os gestores na defesa de uma tarifa adequada e justa que, de um lado, permita o serviço de qualidade e, de outro, a sustentabilidade do Dmae.” Ghinis argumenta que a metodologia é inovadora e que poucas cidades no Brasil possuem avaliação semelhante para o saneamento básico. “Os resultados indicam a necessidade de revisão estrutural nas tarifas do Departamento, já que, segundo as estimativas, os

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Revista Ecos #41 • Fevereiro • 2020

custos médios dos serviços de esgotamento sanitário têm superado os de água, e, na composição atual, em contraste, as tarifas de água são mais elevadas do que as de esgoto, inclusive devido à progressividade na cobrança. Tal revisão é vital para atender as exigências sociais e garantir que o Dmae tenha fôlego para investir e cumprir suas metas de universalização, completa ele. Segundo o economista, um elemento importante é o aumento do custo da energia elétrica no tratamento de esgoto. Outro fator de destaque é o aumento da demanda por investimentos em água devido à dinâmica demográfica de Porto Alegre. “Os dados intercensitários do IBGE apontam para a estabilidade populacional do município, porém com forte migração interna para a zona sul da cidade, o que obriga, por conseguinte, maior atração de investimentos do Dmae nesta região. O modelo nos mostra que os custos de levar água e tratar o esgoto nestas localidades têm sido maiores do que se estimava para a média da cidade.”


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