Feira da Cei: da eira à beira

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trabalho final de graduação universidade de brasília faculdade de arquitetura e urbanismo

PROJETO PARTICIPATIVO DE REQUALIFICAÇÃO PARA A FEIRA CENTRAL DE CEILÂNDIA E ÁREAS PÚBLICAS ADJACENTES

autoria daniel melo orientação liza andrade banca examinadora caio silva | gabriela tenório brasília julho de 2017

#CEILÂNDIA #REQUALIFICAÇÃO #MERCADO #FEIRA #FEIRA PERMANENTE #PROJETO PARTICIPATIVO #URBANISMO TÁTICO

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eira

Do latim area - superfície, área, pedaço de terra. Espaço plano de

chão batido, cimentado ou lajeado, ao lado das casas do Portugal do século XVI, onde os cereais e legumes costumavam ser malhados e peneirados depois de colhidos. O termo remonta ao advento da agricultura, tempo em que se desenvolveram técnicas, ferramentas e instalações específicas do que hoje é o primeiro setor da economia.

Em contexto brasileiro, eira, durante o período colonial, correspon-

dia a um elemento que compunha as casas das famílias ricas de origem portuguesa - o que hoje se costuma chamar de marquise. As eiras também indicavam um lugar onde podiam acontecer cerimônias ou eventos de teor público, como bailes ou missas.

Eira pode ser, ainda: quintal ou pátio interno; área em que se

acumula o sal, ao lado das marinhas; pátio de algumas fábricas de tecido; ou depósito de canas, anexo às fábricas de açúcar.

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beira Beira (ou beiral) é o prolongamento do telhado, que avança além das paredes externas e as protege da chuva e do sol. Beira é também sinônimo de: extremo, margem, extremidade, beirada, cercadura e borda.

“Sem eira nem beira” é uma antiga expressão popular, perpetuada até hoje, utilizada para caracterizar uma pessoa sem posses, que, à época, não tinha um pátio interno ou uma marcação, no telhado de sua morada — eira ou beira. Define também algo que acontece ao acaso, de modo repentino ou que não faz sentido.

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1 o projeto feira da cei da eira Ă beira

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O PROJETO

O presente trabalho tem por tema a

popular e no circuito turístico e cultural da metrópole

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requalificação espacial do centro urbano de

Brasília.

Ceilândia, IX Região Administrativa (R.A.) do

Distrito Federal - em específico, da Feira Cen-

na periferia do Distrito Federal, à beira do Plano Piloto

tral de Ceilândia e dos espaços públicos em

— cidade planejada para ser a capital do país. Ceilândia

seu entorno imediato. Busca-se investigar o

nasceu cidade-satélite sob o estigma de sua órbita,

potencial expressivo do lugar, tendo em vista

quando da remoção das vilas dos operários localizadas

sua posição central no conjunto urbano, a vo-

ao redor do Plano Piloto, coordenada pela Campanha

cação de mercado regional que a Feira Central

de Erradicação de Invasões, iniciada em 1971, a qual as

emana e o tombamento do monumento que

destinou para “não-lugares” desprovidos de quaisquer

representa a cidade — a Caixa d’Água.

infra-estruturas.

O objetivo é reunir, evidenciar e inte-

Trata-se, aqui, de um núcleo urbano disposto

Entretanto, esse quadro estigmatizado tem se

grar os valores históricos e simbólicos presen-

alterado nas últimas duas décadas. A Ceilândia de hoje

tes no centro e transformar a cena da cidade,

já não é uma cidade-dormitório dependente do Plano

ressignificando o lugar e conferindo-lhe iden-

Piloto ou de sua vizinha Taguatinga.

tidade e valor de memória arquitetônica — da

eira à beira, do pátio à cobertura, da edificação

astro-rei” Plano Piloto: a cidade planejada somente

ao espaço público — a inserir-se no imaginário

para “amparar” os pioneiros que trabalhavam na área

Ceilândia cresceu e foi capaz de superar “seu

central cresceu, se desenvolveu e, hoje, é toda a região do Distrito Federal que dela depende. Com mais de 450 mil habitantes, a cidade de 46 anos emprega mais da metade de sua população economicamente ativa

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(P.E.A.), tem mais de 12 mil estabelecimentos comerciais

canteiros centrais das avenidas.

(dentre os quais, a Feira Central) e é responsável por

1/4 do Imposto sobre Circulação de Mercadoria (ICMS)

cerne à identidade local e ao resgate desses

recolhido pelo Governo de Brasília.

“símbolos perdidos”, reflete na carência de es-

Nesse contexto, a Feira Central, originada em

paços públicos de qualidade e, em consequên-

1971, e a Caixa d’Água, inaugurada em 1977, são o

cia, nos dados socioeconômicos da cidade.

coração da cidade - seu cerne, seu âmago, sua essên-

A transformação desses espaços simbólicos

cia maior - sua eira. São, juntas, o pedaço da terra que

e historicamente importantes para a cidade

representa um pátio na cidade; que corresponde ao

podem melhorar o estilo de vida de quem

centro não somente físico, mas também de significa-

mora na Ceilândia e melhorar a experiência

dos regionais, históricos e culturais desde sua origem;

de quem visita a cidade, no que concerne à

depósito de mercadorias e reservatório de água que

paisagem, ao conforto físico e à segurança.

são também memória e cultura.

Ativar o uso noturno da zona central, promover

A Feira Central consta entre as dez feiras do

espaços públicos confortáveis e condizentes

Distrito Federal pesquisadas pela Superintendência do

às pessoas e atividades do lugar e reinventar

IPHAN-DF consideradas espaços capazes de reunir sig-

a imagem do centro, colocando a cidade no

nificados e serem espaços de grande sociabilidade. O

circuito regional - e até mesmo nacional - são

edifício que a abriga hoje, no entanto, não é capaz de

estratégias experienciadas com sucesso em

expressar, fisicamente, tamanha referência cultural.

diversas partes do mundo.

Por sua vez, a Caixa d’Água, em 2013, foi reco-

A importância do tema, no que con-

Para tanto, o trabalho tem por guia al-

nhecida como Patrimônio Histórico do Distrito Federal.

gumas metodologias, dentre as quais: a análise

Ainda que seja considerada o cartão postal da cidade, o

de dimensões morfológicas do espaço; a lin-

monumento, hoje, se encontra enclausurado por grades

guagem de padrões de desenho, desenvolvida

no terreno particular pertencente à CAESB: a comuni-

por Christopher Alexander; e a participação

dade não tem acesso ao seu maior símbolo, que acaba

popular no processo de concepção do projeto.

por se perder de vista entre as copas das árvores dos

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PROCESSO

O processo deste trabalho envolve métodos técnicos e participativos. A partir da identificação do problema, desenvolveram-se as análises do lugar nas escalas urbana e arquitetônica com base nas dimensões morfológicas (DIMPU). Em paralelo, foram realizadas atividades para envolver a comunidade local no projeto, utilizando-se da metodologia de padrões de projeto (ALEXANDER e ANDRADE) e princípios do urbanismo tático.

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AGRADECIMENTOS

Até aqui, foram sete intensos anos de graduação. Um tempo fantástico e singular em que muito aprendi e me entendi como ser humano; em que sonhos foram alcançados — enquanto outros nasciam e passavam a ser compartilhados. Tempo de deliciosos (ou, por vezes, desesperadores) tempos vividos no Darcy Ribeiro. Tempo de reuniões do CASAS e de organizar e participar de encontros da FeNEA. Tempo de experimentar meio mundo viajando. Um tempo de questionar e enxergar as possibilidades do arquiteto urbanista. Tempo que agregou para a posteridade (auto)conhecimento, parceiros de trabalho, amigos de vida e momentos incríveis eternizados na memória.

Por essa jornada, sou pura gratidão.

A Deus, pela vida, pela saúde e por toda a sorte

Às amigas de juventude, pela jornada de crescimento,

de amor e generosidade até aqui.

torcida e inspiração (e pelos rolês também, é claro).

À minha família _ seja ela avós, padrinhos, mãe,

Aos amigos de Periférico, pela empatia, pela simpatia,

pai, irmã, tias, tios, primas, primos e agregados,

pelo caráter de retribuição social e pela motivação em

pela confiança e incondicional apoio.

buscar cidades melhores e mais democráticas.

À minha orientadora e amiga, pelo enorme

Aos amigos de FAU, CASAS e ComOrgs, pelos aperreios

aprendizado multidisciplinar, pela compreensão

vencidos, pelos trabalhos bem feitos e pelas constantes

e por tornar o processo leve e gostoso.

alegrias.

Aos mestres membros da banca examinadora,

Alle sorelle e al fratello de intercâmbio, pelas “humi-

pela atenção e direcionamento.

lhações” superadas juntos e pelas gargalhadas maravilhosas.

Aos supervisores e amigos de estágio, pelas oportunidades de evolução profissional e pela

Aos amores, por tornar a vida mais doce.

confiança. Aos colaboradores deste trabalho _ moradores e freÀ minha companheira de Da Cei Eu Sei, pelas

quentadores de Ceilândia, feirantes, ambulantes, lo-

aventuras e por “segurar a marimba” junto no

jistas, coletivos, músicos, artistas visuais, modelos e

caminho do urbanismo participativo.

articuladores culturais, pela participação e pelo interesse em transformar a cidade de modo coletivo.

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A maior riqueza do homem é a sua incompletude. Nesse ponto sou abastado. Palavras que me aceitam como sou - eu não aceito. Não agüento ser apenas um sujeito que abre portas, que puxa válvulas, que olha o relógio, que compra pão às 6 horas da tarde, que vai lá fora, que aponta lápis, que vê a uva etc. etc. Perdoai! Mas eu preciso ser Outros. Eu penso renovar o homem usando borboletas. MANOEL DE BARROS

MARIA VIEIRA DA SILVA . ANTÔNIO JOÃO VIEIRA . IZABEL FERREIRA DE MELO . JOSEFINO DE MELO . IVONE REIS (in memorian). MOYSÉS REIS . ODILIA MARIA VIEIRA DA SILVA . REINALDO MARTINS DE MELO . THAINÁ VIEIRA DE MELO . FAMÍLIA VIEIRA E SILVA . FAMÍLIA MELO . KARINY NERY . DÉBORA DE BONI . CAIO FIUZA . PEDRO ERNESTO CHAVES BARBOSA . LARA PITA . EDUARDA AUN . CAIO MONTEIRO . NARA CUNHA . NATÁLIA MAGALDI . CAMILA MAIA . SELLEN ALEXANDRE . MANUELLA COELHO . LUIZ FERREIRA . MARIANA FERNANDA AMARAL . AMANDA SICCA . EDUARDO DUARTE . RAFAEL DE ASSIS . BATIDA CARDÍACA . HUMBERTO BRUNO . ALESSANDRO ROSA . NOIZQCEI . ANDRÉ KELEVRA . ART GARAGEM . NATHÁLYA BRUM . ALEKSANDER SILVA . CESAR AUGUSTO . DOUGLAS . PLÁSTICO BOLHA . MC DUDU MANO . JOÃO HENRIQUE SENNA . ART. 042 . PROJETO MORRO . BATERIA NOTA SHOW . MESTRE WAGNER . MULEKE ABU . PAULINHO . ALEXANDRE CIDADE . CLAUDIO VAGAREZA . TIÃO DO PANDEIRO . JÚLIO OLIVEIRA . MILSINHO . ALEX MAGALHÃES . VINÍCIUS REMER . LAÍLA SANTOS . MINA BAKANA STORE . MARCELE . DUDA MEDEIROS MULTIMARCAS . ANDREIA . REGATA MANIA . MONALISA . KOME IN PÉ . NALDO . BANCA DE QUEIJO DO JONAS . KATLEN VALÉRIO . JÉSSICA MELLO . MADU KRASNY . JANINE DIAS . NAYANE . REDE URBANA DE AÇÕES SOCIOCULTURAIS — RUAS . JOVEM DE EXPRESSÃO . ANTÔNIO DE PÁDUA . RAYANE SOARES . JOÃO AUGUSTO PEREIRA . ALESSIO GALLIZIO . LUIZ EDUARDO SARMENTO . LUCÉLIA DUDA . SANDRA MARINHO . ARTHUR LEDINE . CLENO COUTO . ALAN ALVARINHO . ALEF BRITO . EVERALDO JÚNIO . LUIZA VERAS . KARIN GALL . THAIS FIGUEIREDO . YASMIN OLIVEIRA . HENRIQUE SOUSA . NATÁLIA PINHEIRO . LARA BORETES . ANNA ANGÉLICA BENTO . GABRIELA LAMOUNIER . EVELIN RAQUEL ALIMANDRO . JOSÉ HENRIQUE FREITAS . DESIRÉE SALVATORE . PEDRO RODOLPHO . HUDSON MACIEL . FERNANDA MORAES . VALDENI SODRÉ . ELIONORA CARDOSO . LANNA OLIVER . LAUDIENE . VALDEGLACIA . LUIZA . JONATHAN . FRANCISCO . VERÔNICA . NALVA ARAÚJO . JEANNY MAYARA . ALDEONES ALBUQUERQUE . FRANCISCO FERREIRA . FLO DE ANIS . MARIANO DOS SANTOS . FRANCISCO ARNALDO SOUZA . JOYCE HELLEN . JOANA DARC . ERINÉA SANTIAGO . RAFAELLA BORGES . FRANCILENE . ROBERTO DIMAS . SUSAN ALVES . JOSE ALDY . MARIA EDUARDA . ISABELLE . PATRÍCIA DE JESUS . FRANCISCO WAGNER . JHONATHA LACERDA . REGINALDO DE SOUZA . ATHILIO . JONATHAN . BRENDA BRUNELLI . ADANAYRA DIAS . MAX FERREIRA . JOSÉ CARLOS ALMEIDA . FRAN . MARIA DENILZA DE LIMA . MARIA . RAYANE . SIMONE .

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A suntuosa Brasília, a esquálida Ceilândia contemplam-se. Qual delas falará primeiro? Quem tem a dizer ou a esconder uma em face da outra? Que mágoas, que ressentimentos prestes a saltar da goela coletiva e não se exprimem? Por que Ceilândia fere o majestoso orgulho da flórea Capital? Por que Brasília resplandece ante a pobreza exposta dos casebres de Ceilândia, filhos da majestade de Brasília? E pensam-se, remiram-se em silêncio as gêmeas criações do gênio brasileiro.

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

Águas Emendadas Ceilândia... lândia dos filhos das aves de arribação Que pousaram no Planalto conscientes da missão De plantar no Centro-Oeste do Brasil em construção Aço e pedra, de tal forma que, pela obra da mão Do cerrado, se fizesse construir um coração Que palpitasse bem forte no peito desta nação Dia e noite, noite e dia, soca paçoca pilão!

Pioneiros operários Ceilândia... lândia dos filhos das aves de arribação Que, já no imenso planalto, sob o sol da solidão No mesmo dia aprenderam sua nova profissão Areia, cimento e brita, seu novo nome peão Das obras que eles faziam sem saber pra qual patrão Como abelhas operárias sem rainha e sem zangão Dia e noite, noite e dia, soca paçoca pilão!

ANTONIO GARCIA MURALHA

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2 cenĂĄrio & enredo feira da cei da eira Ă beira

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2 cenário & enredo

Sob a alcunha de um barril de pólvora, associada a seu desenho urbanístico, que lembra um barril, a “land” dos candangos pioneiros foi, desde a gênese, alvo de discriminação e depreciação sociocultural (JEVAN, 2007). O intuito desta seção é aproximar o olhar sobre o lugar de estudo e intervenção propostos, apresentando o território de Ceilândia e de sua gente por meio de caráteres geográficos, econômicos, históricos e socioculturais.

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APROXIMANDO O OLHAR

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LINHA DO TEMPO

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METAMORFOSES

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CONTEXTO HISTÓRICO

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PATRIMÔNIO E MEMÓRIA

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APROXIMANDO O OLHAR

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APROXIMANDO O OLHAR

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A

Distrito Federal

Ceilândia no contexto urbano em relação ao Plano Piloto

SETOR DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

SETOR O

EXPANSÃO DO SETOR O

SETOR DE INDÚSTRIA QNR

PRIVÊ

QNQ P NORTE SETOR N

SOL NASCENTE

SETOR M

P SUL

PÔR DO SOL Setores de Ceilândia e indicação da área de intervenção no contexto urbano de Ceilândia

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E ÁR

N

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3

ÃO Ç N

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VE R E

NT

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4

É H IDA

TE A R

P

EN V A

5

7 6 9 8

1 Comércio local 2 Delegacia de Polícia Civil 3 Comércio regional 4 Feira Central de Ceilândial

10

5 CAESB 6 Caixa d’Água 7 Posto de abastecimento combustível 8 Agências bancárias 9 Restaurante comunitário 10 Fórum 11 Shopping Popular de Ceilândia

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APROXIMANDO O OLHAR

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Ceilândia hoje possui uma área urbana de 29,10 km

situada a oeste de Brasília, distante trinta e oito quilômetros da rodoviária do Plano Piloto. A região Administrativa IX Ceilândia foi criada pela lei No 49/89 e pelo Decreto 11.921/89.

Inicialmente Ceilândia era composta pelos setores

Ceilândia Centro, Ceilândia Norte, Ceilândia Sul e parte da Guariroba, integrantes do “barril” projetado pelo arquiteto Ney Gabriel de Souza. Posteriormente foram constituídos os setores Expansão, Setor O, P Norte, P Sul, QNR, QNQ, Setor Privê, Setor de Indústrias e Materiais de Construção, Pôr do Sol e Sol Nascente e parte das áreas do INCRA.

A Feira Central de Ceilândia localiza-se no centro, no

Setor M, CNM 02.

A renda per capita mensal em Ceilândia, segundo

pesquisa da CODEPLAN realizada em 2004 é de 1,2 salários mínimos enquanto a média no Distrito Federal é o dobro, 2,4 salários mínimos (Companhia de Planejamento do Distrito Federal, 2013). A naturalidade dos habitantes de Ceilândia é formada por 51,73% do próprio Distrito Federal e 48,27% de nascimentos constituídos por imigrantes. Do total de imigrantes, 66,43% são naturais do Nordeste, 16,91% do Sudeste e 13,37% do Centro-Oeste.

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LINHA DO TEMPO 1956-60

1971

1977

DE BRASÍLIA

DAS REMOÇÕES

DA CAIXA D’ÁGUA

CONSTRUÇÃO

INAUGURAÇÃO

INÍCIO

ORIGEM DOS ASSENTAMENTOS PIONEIROS

NO LOCAL DA PEDRA FUNDAMENTAL

CAMPANHA DE ERRADICAÇÃO DE INVASÕES (C.E.I.)

50

70

anos

anos

60

80

anos

1969

CRIAÇÃO DE CEILÂNDIA

anos

1971-84

1984

DE BARRACAS

DA FEIRA CENTRAL

AGLOMERAÇÃO EM 3 PONTOS DA CIDADE

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INAUGURAÇÃO

E DA PRIMEIRA ESTRUTURA VIÁRIA DA AVENIDA HÉLIO PRATES


2006

2012

2015

DE AMBULANTES

DOS BOXES DE FEIRAS PERMANENTES POR 15 ANOS E HEREDITÁRIA

NAS FACHADAS DA FEIRA

REMOÇÃO

LEI DE PERMISSÃO DE USO

DE FEIRA LIVRE DA PRAÇA E OBRAS DE PAVIMENTAÇÃO (PISO INTERTRAVADO E CANTEIROS)

PINTURA E GRAFITE

90

10até hoje

anos

anos anos

00

2007-10

2013

REMOÇÃO DA TELHA DE FIBROCIMENTO E INSTALAÇÃO DE TELHA E MARQUISE METÁLICAS NA FEIRA

RECAPEAMENTO DOS ESTACIONAMENTOS E REGULARIZAÇÃO DE RAMPAS

REFORMA DA COBERTURA

REFORMA DA PRAÇA

2017

REFORMULAÇÃO DE LETREIROS DA FEIRA E REFORMA DO ESTACIONAMENTO

REFORMA NA FEIRA CONSTRUÇÃO DA SEDE DA ADMINISTRAÇÃO DA FEIRA E REFORMA DOS BANHEIROS

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METAMORFOSES

CAIXA D’ÁGUA Nos primeiros anos após sua inauguração, a Caixa D’Água de Ceilândia era um monumento de livre acesso público.

Há aproximadamente três décadas, porém, passou a ser cercado nos limites do lote da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal — CAESB.

A área pública à frente do lote era ocupada com quiosques e feiras livres (bem como a praça da Feira Central), até o decreto governamental que determinou sua remoção. De 2006 até a presente data, foi transformada em estacionamento.

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FEIRA CENTRAL Em seus primórdios, à época da inauguração de Ceilândia, a Feira funcionava de modo efêmero, sem estrutura fixa, em três locais distintos da cidade — o principal deles sendo a o da sua localização atual.

Na década de 80, foi oficialmente inaugurada com estrutura de aço, vedações de tijolo cozido e cobertura de fibrocimento.

As últimas grandes metamorfoses na edificação aconteceram de 2007 a 2013: a cobertura foi trocada por uma nova, metálica, que se extende para uma marquise em que se dispoem banners; e a sede da administração da feira e da Associação dos Feirantes de Ceilândia (ASFEC) foi construída em um novo pavimento, localizando-se sobre os banheiros (os quais foram reformados).

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PRINCIPAIS FEIRAS DO DF

1 Feira Central de Ceilândia 2 Shopping Popular de Ceilândia 3 Feira da Guariroba 4 Feira do Produtor e Atacadista 5 Feira Permanente do P Norte 6 Feira Permanente do Setor O 7 Feira Permanente da M Norte 8 Feira dos Goianos de Taguatinga 9 Feira Permanente de Taguatinga 10 Feira Livre da QN 427 11 Feira Livre da EQ 110/111 12 Feira dos Goianos do Gama 13 Feira Permanente do Gama 14 Feira Galpão Central - Gama 15 Feira do Produtor 16 Feira do Guará 17 Feira Permanente do Núcleo Bandeirante 18 Mercado do Núcleo Bandeirante 19 Feira dos Importados de Brasília 20 Feira do Cruzeiro 21 Feira Shopping Popular de Brasília 22 Feira de Artesanato - Torre de TV 23 Feira do Paranoá 24 Feira de Sobradinho II 25 Feira Permanente de Sobradinho 26 Feira Hortifruti de Planaltina 27 Feira de Planaltina

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A lei 235-92 publicada na DODF de 17/01/92

que regulamenta as feiras-livres e permanentes no DF considera que feiras livres e permanentes comercializam: produtos hortifrutigranjeiros, cereais, produtos de artesanato, pescados, aves, flores, plantas, doces, laticínios, carne de sol, lanches e confecções.

A presença das feiras nas cidades satélites é

notável desde os primórdios de suas origens como locais de comercialização, principalmente, de produtos alimentares. Segundo o Governo do Distrito Federal (2011) Brasília possui cerca de 70 feiras livres e permanentes. “As livres são as que funcionam apenas nos sábados ou domingos. Já as permanentes são as que possuem estrutura fixa, como a Feira Central de Ceilândia, que tem 463 boxes” (GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL, 2011). As principais feiras do DF estão indicadas na imagem ao lado.

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558 Av. Recanto das Emas ­ Google Maps

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558 Av. Recanto das Emas

Captura da imagem: set 2016

© 2017 Google

Distrito Federal Street View - set 2016

https://www.google.com.br/maps/@­15.9041747,­48.0663016,3a,90y,353.2h,104.99t/data=!3m6!1e1!3m4!1szwqvzVjfpniXKre9kXPUlA!2e0!7i13312!8i6656

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1 Feira Central de Ceilândia 2 Shopping Popular de Ceilândia 3 Feira da Guariroba 4 Feira do Produtor e Atacadista 5 Feira Permanente do P Norte 6 Feira Permanente do Setor O 7 Feira Permanente da M Norte 8 Feira dos Goianos de Taguatinga 9 Feira Permanente de Taguatinga 10 Feira Livre da QN 427 11 Feira Livre da EQ 110/111 12 Feira dos Goianos do Gama 13 Feira Permanente do Gama 14 Feira Galpão Central - Gama

15 Feira do Produtor 16 Feira do Guará 17 Feira Permanente do Núcleo Bandeirante 18 Mercado do Núcleo Bandeirante 19 Feira dos Importados de Brasília 20 Feira do Cruzeiro 21 Feira Shopping Popular de Brasília 22 Feira de Artesanato - Torre de TV 23 Feira do Paranoá 24 Feira de Sobradinho II 25 Feira Permanente de Sobradinho 26 Feira Hortifruti de Planaltina 27 Feira de Planaltina

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PATRIMÔNIO E MEMÓRIA

A Caixa D’Água

Nos seus primeiros anos, Cei-

empregos e que fugiram da seca que afligia a região na década

lândia não tinha saneamento básico,

de 1950, para vivenciar uma realidade talvez pior a apenas 35

iluminação pública e água encanada,

km da capital federal. A solução para a distribuição de água na

sendo este último um dos problemas

cidade começava a tomar forma em 1973, quando começaram

que mais demorou a ser resolvido.

as obras do Reservatório Elevado de Ceilândia ou Elevatória

Houve uma significativa redução na

Cruzeiro, mais conhecida como Caixa d’água de Ceilândia.

renda das famílias recém-chegadas,

pois a distância da Ceilândia ao Plano

só começou a funcionar em 1977 (RESENDE, 1985). Com um

Piloto aumentou e o custo do trans-

projeto modernista realizado pelo arquiteto paranaense Gerhard

porte impossibilitava que as mulhe-

Leo Linzmeyer, a elevatória de 27 metros de altura tomou uma

res e os filhos menores ajudassem na

forma diferente de tudo que se tinha visto até então na cidade,

composição da renda familiar. As mu-

o design arrojado da Caixa d’água dava asas à imaginação da

lheres trabalhavam geralmente como

população: uns dizem que se parece com uma nave espacial,

lavadeiras, mas como a Ceilândia não

outros com uma flor e até mesmo um troféu. Esta última analogia

tinha serviço de água encanada e o

se encaixa perfeitamente para o que a Caixa d’água representa

mesmo demorou a ser implantado,

para o cidadão ceilandense: uma vitória depois de tantos anos

essa atividade não poderia ser reali-

de lutas para conseguir condições mínimas de vida, para uma

zada (GOUVÊA, 1995).

população que desde o início da história do Distrito Federal foi

abandonada e leva em seu nome, derivação da sigla C.E.I., a

Os moradores de Ceilândia re-

cebiam água por meio de caminhões adaptados mandados pelo Serviço de Abastecimento, que passava na cidade de oito em oito dias (TAVARES, 2005). Essa escassez fazia a população passar por situações degradantes, como conta em depoimento uma moradora: “A água que lavava o arroz, a gente juntava para lavar as crianças” (AMMANN, 1987, p. 25). Esta situação se tornou uma cruel ironia para os pioneiros de Brasília, que foram ao Planalto Central em busca de

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As obras foram concluídas em 1975, mas o reservatório

marca de invasora da cidade que ela ajudou a construir.


A Caixa d’água de Ceilândia tornou-se o considerado cartão postal da cidade, não só pelo design, mas

por se localizar na região central da cidade, por onde o ceilandense passa diariamente, seja para trabalhar, fazer compras ou por lazer. A cidade passou por diversas modificações desde então, a Feira do Rolo que funcionava todos os domingos em frente a Caixa d’água mudou-se para a Expansão do Setor “O”, os cinemas que funcionavam em volta já não existem mais, a Praça do Encontro foi substituída pelo Restaurante Comunitário, mas o seu símbolo maior permanece em funcionamento até os dias de hoje.

Em 2011, na ocasião do quadragésimo aniversário da cidade, alguns grupos culturais locais se reuniram

no chamado Fórum de Cultura da Ceilândia, e emitiram um documento com o pedido de tombamento da Caixa d’água para a Secretaria de Cultura. Teve início o processo de pesquisa histórica, e, em 18 de novembro de 2013 a Caixa d’água de Ceilândia foi reconhecida como Patrimônio Histórico do Distrito Federal, pelo Decreto nº 34.845/2013. A Caixa d’água é símbolo de vários estabelecimentos comerciais, grupos culturais, está estampada em diversos livros e discos, está presente no hino de Ceilândia e no escudo do Ceilândia Esporte Clube. Apesar de toda essa identificação e reconhecimento por parte da população, não existem visitações ao bem, diferente do que acontece com a maioria dos bens tombados no DF. Como a Caixa d’água é propriedade da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal, a mesma é cercada por muros e cercas elétricas.

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PATRIMÔNIO E MEMÓRIA

A Feira Central A Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional do Distrito Federal iniciou ações na área do patrimônio imaterial com a execução do Inventário Nacional de Referências Culturais das Feiras Permanentes do Distrito Federal em 2005 por considera-las espaços capazes de reunir significados e serem espaços de grande sociabilidade (INSTITUTO DO PATRIMONIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL, 2014). Vale ressaltar que o projeto foi iniciado, porém não concluído.

A Casa Viva da Memória Candanga Manoel Jevan Gomes, 47 anos, criou e mantém em sua residência, no P Sul, o Museu da Memória Viva dos Candangos Incansáveis da Ceilândia. O professor reúne objetos dos pioneiros, artefatos, fotos dos primeiros anos da cidade e publicações.

Na defesa pela memória dos candangos, Manoel Jevan diz que a verdadeira Candangolândia é a Ceilândia. Prega que, em lugar do significado real do nome, formado pela sigla Cei, de Campanha de Erradicação de Invasões, a abreviatura deveria significar Candangos Esquecidos Incansáveis. “As famílias não eram invasoras, foram convidadas para construir Brasília e, depois da cidade inaugurada, passaram a representar um estorvo para as autoridades”, reclama.

A tarefa que tomou para si é de preservar a memória da cidade. E faz isso movido por motivações pessoais, em memória do pai, e sociais, como reconhecimento aos construtores de Brasília. O museu funciona hoje em sua residência, na QNN 40, conjunto J, casa 3.

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3 vida cotidiana

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3 vida cotidiana

O capítulo a seguir consiste na percepção por imersão no lugar, a fim de compreender o modo de vida e as características de ocupação do espaço,isto é, os padrões de acontecimento e quais seus reflexos potenciais para o projeto.

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PRÁTICAS COMUNS

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APETRECHOS MÓVEIS

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REDES POLÍTICAS

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PRÁTICAS COMUNS

Durante a etapa de observação, foram percebidas peculiaridades de ocupação do espaço, as quais se repetem com frequência. Por não serem características eventuais, esses padrões de acontecimento revelam a identidade local, a qual deve ser agregada no processo projetual.

Mapeamento das práticas comuns

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1. VENDER E COMPRAR (AMBULANTE)

2. EXPOR ALÉM DO BOX

3. BRINCAR

4. LUTAR CAPOEIRA

5. EXPOR E VENDER

6. FRETAR TRANSPORTE

8. USAR BICICLETA

9. JOGAR DOMINÓ

10. SENTAR-SE EM TAMBORETES

ESPERAR ÔNIBUS

CELEBRAR O ANIVERSÁRIO DA CIDADE

BEBER E COMER

ALMOÇAR NA RUA

COMER CACHORRO-QUENTE

EXPOR NA CALÇADA

APRESENTAR E ASSISTIR CULTURA

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APETRECHOS MÓVEIS

A infraestrutura de mobiliário urbano fixo disponível não supre a demanda de modo satisfatório. O uso de dispositivos móveis se mostra habitual e faz parte da paisagem do lugar.

Mapeamento dos apetrechos móveis

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1. DISPLAY EM GRADE

2. CAMA ELÁSTICA

3. MESA SANFONADA

4. MESA COM GUARDA-SOL

5. CARRINHO REFRIGERADOR

6. VARAL EXPOSITIVO

7. ISOPOR

8. MESA E CADEIRA DE PLÁSTICO

9. CARRINHO MONTA-CARGA

10.CARRINHO DE SOM

11. TENDA DE LONA

12. PRANCHA DE ISOPOR

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REDES POLÍTICAS

PRESIDENTE ASFEC

FEIRANTES

AMBULANTES

AGEFIS

LOJISTAS

FREGUESES

Relação Positiva Relação Negativa

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Para entender melhor o contexto, para além da observação,

bro de 2016) da Associação dos Feirantes

algumas conversas casuais aconteceram. Nesses diálogos

de Ceilândia - ASFEC, o qual se encontrava

com os atores da vida local, foram percebidas as interrela-

no poder havia aproximadamente dez anos.

ções políticas entre eles e potenciais diretrizes de projeto.

A controvérsia se explica pelo fato de que a presidência da se dá por meio de eleições,

Os ambulantes reinvidicam seu espaço e, ao contrário

das quais participam os feirantes que estão

do que se pensa à primeira vista, mantêm boas rela-

em dia com as taxas da permissão de uso dos

ções comerciais com a “concorrência”, além de terem

boxes: poucos votam quando a maior parte é

freguesia.

inadimplente. Nas últimas eleições (dezembro de 2016), outro candidato venceu.

Durante o processo, foi percebida grande rejeição, por parte dos feirantes, ao então presidente (até dezem-

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4 configuração física

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4 configuração física

Este tópico consiste na caracterização e no diagnóstico dos aspectos físicos da área, com base nas dimensões morfológicas do espaço.

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IMPLANTAÇÃO

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FLUXOS E ACESSOS

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LEGISLAÇÃO

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ATIVIDADES

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PANORAMA

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CONDICIONANTES NATURAIS

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INFRA-ESTRUTURA

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IMPLANTAÇÃO

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A Feira Central de Ceilândia ocupa um terreno de 104 x 76 metros, no centro de Ceilândia. A praça da Feira, ao lado, tem uma área de 5.000m2.

A Caixa D’Água está implantada no ponto mais alto da cidade, a partir de onde o terreno desce em declividade suave.

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IMPLANTAÇÃO

AS BUILT

Térreo (+0.0) Escala 1:500

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IMPLANTAÇÃO

AS BUILT

Pavimento superior (+3.0) Escala 1:500

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IMPLANTAÇÃO

AS BUILT

Cobertura Escala 1:500

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FLUXOS E ACESSOS

BR 070

29 KM

IO AV. HÉL

PRATES

27 KM O AV. ELM

32 KM

SEREJO

PRINCIPAIS ACESSOS - 3 VIAS (TRANSPORTE PÚBLICO)

via sobrecarregada (linhas de ônibus)

ciclovia única na área central metrô próximo (1.7km)

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LEGISLAÇÃO

Os lotes ocupados hoje seguem as diretrizes do plano de ordenação original de Ceilândia

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ATIVIDADES

BOXES DA FEIRA CENTRAL (PRODUTOS E SERVIÇOS)

TEMPEROS

LANCHES

HORTIFRUTI

EMBALAGENS

CALÇADOS

AVES VIVAS

BOLSAS E ACESSÓRIOS

ARTIGOS DE VIAGENS

UTENSÍLIOS

TABACARIA

PEIXARIA

AVES RESFRIADAS

ALIMENTAÇÃO E BEBIDA

QUEIJOS E DOCES

CONFECÇÕES

AÇOUGUE

BRINQUEDOS

CAMA, MESA E BANHO

PERFUMARIA

SECOS E CERAIS

A Feira Central funciona de quarta a domingo, das 8h às 18h, e conta hoje com mais de 480 boxes, os quais trabalham com vendas de produtos e serviços das mais diversas categorias. Observando o mapeamento por tipo de produto, infere-se que a feira tem setores claros: o grande centro de confecções, o núcleo admínistrativo/banheiros, a ala de calçados (a sudoeste), a ala de comidas e bebidas (a nordeste e com vistas para a praça) e a ala de hortifrutigranjeiros (a noroeste). A setorização existente contribui para a orientabilidade do lugar e deve ser considerada na modulação de projeto proposto.

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feira da cei da eira Ă beira

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PANORAMA

ACESSO PELA AVENIDA HÉLIO PRATES (DESDE O PLANO PILOTO)

VISTA DA PRAÇA DA FEIRA 62

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VISTA DA PRAÇA DA FEIRA

VISTA DA CAIXA D’ÁGUA feira da cei da eira à beira

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PANORAMA

FACHADA NORDESTE DA FEIRA

FACHADA NOROESTE DA FEIRA

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INFRAESTRUTURA

MOBILIÁRIO FIXO

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O mobiliário supre a demanda emergente, mas não tem manutenção ou conforto. A infraestrutura é a mínima possível.

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INFRAESTRUTURA

ACESSIBILIDADE: DEGRADAÇÃO PODO-TÁTIL

PAVIMENTAÇÃO INTERNA E EXTERNA: ESTADO PREJUDICADO

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BOLSÕES DE ESTACIONAMENTO + ESTACIONAMENTOS AO LONGO DAS VIAS:

PERMEABILIDADE DO SOLO QUASE NULA + DESCONFORTO VISUAL E ESTÉTICO

ILUMINAÇÃO EXTERNA: 3 POSTES NA PRAÇA CENTRAL + MARQUISE DA FEIRA

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INFRAESTRUTURA

DESCARTE: POLUIÇÃO E DESPERDÍCIO COBERTURA BAIXA (DESCONFORTO TÉRMICO) E DEGRADADA INSTALAÇÕES FRÁGEIS E AUSÊNCIA PREDOMINANTE DE ILUMINAÇÃO INTERNA

(ILUMINAÇÃO E VENTILAÇÃO NATURAIS INSUFICIENTES)

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PÁTIO INTERNO: ÚNICA ÁREA DESCOBERTA (PROPORÇÃO MÍNIMA) FACHADAS: AUSÊNCIA DE IDENTIDADE

+ PRESENÇA CONSTANTE DE AUTOMÓVEIS CAIXA D’ÁGUA: OCULTADA PELAS COPAS DAS ÁRVORES

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5 processo participativo feira da cei da eira Ă beira

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5 processo participativo

“Participar é completar um esquema proposto” (BORRIAUD, 2002). A fim de definir e entender o espaço no sentido da coletividade, esta seção envolve o início do processo de projeto envolvendo a participação comunitária.

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DA CEI EU SEI

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BORA PARTICIPAR?

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SAMBA DA CEI

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JOGO DE PADRÕES

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DA CEI EU SEI

Para dar início ao processo participa-

seus direitos à cidade com participação ativa em seus espaços. A

tivo, foi criada uma página na rede

participação é uma atitude voluntária, que significa tomar partido

facebook — em parceria com Kariny

em discussões e em decisões, desde o momento em que o problema

Nery, também moradora de Ceilân-

se apresenta até aquele de pôr em prática as soluções encontradas.

dia, cujo trabalho final de gradua-

Ninguém melhor para pensar e fazer o espaço que quem o vivencia.

ção em arquitetura e urbanismo tem como temática o urbanismo tático na

Da Cei Eu Sei compreende dois trabalhos de conclusão de curso

Praça do Trabalhador, em Ceilândia.

da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília os quais propõem transformar o espaço público por meio do

O intuito da página Da Cei Eu Sei (fa-

urbanismo tático e da participação comunitária na Ceilândia. A

cebook.com/daceieusei) é promover

página nasce com a intenção de ser uma ferramenta de apoio para

a participação comunitária na cons-

apresentar e conectar os trabalhos e a comunidade ceilandense.

trução da cidade, educar sobre ur-

‘Praça do Estudante – Um rolezinho na Cei’ é um trabalho que,

banismo tático e desenvolver a rede

considerando aspectos sociais, culturais, físicos e urbanísticos da

de coletivos que atua em Ceilândia.

Ceilândia e sua notável população jovem, possui como finalidade

Abaixo, um texto explicativo sobre a

propor intervenções urbanas na atual Praça do Trabalhador, por

missão do coletivo:

meio de estruturas temporárias, plantio de mudas, pintura e criação de mobiliário, pintura de muros com arte de rua entre outros.

“Da Cei quem sabe sou eu: eu, você,

‘Feira da Cei – Da eira à beira’ propõe a requalificação da Feira

nós e os nossos – antes de brasilienses,

Central de Ceilândia e de seu entorno imediato, buscando reunir,

ceilandenses. Há quem nasça em uma

evidenciar e integrar os valores históricos e simbólicos do centro

cidade dada: o ceilandense, antes de o

e transformar a cena da cidade, ressignificando o lugar e confe-

ser, fez Brasília nascer. As Vilas do IAPI,

rindo-lhe identidade e valor de memória arquitetônica – da eira à

Tenório, Esperança, Bernardo Sayão

beira, do pátio à cobertura –, a inserir-se no imaginário popular e

e Colombo; os morros do Querosene

no circuito turístico e cultural da metrópole Brasília.”

e do Urubu; o Curral das Éguas e a Placa das Mercedes* tornaram-se Ceilândia. Inaugurada em 1971, Ceilândia foi o berço dos construtores da capital brasileira, que aqui criaram raízes e tiveram seus filhos.

Esta página visa ativar a conscientização da população em relação aos

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feira da cei da eira Ă beira

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BORA PARTICIPAR?

Após as primeiras visitas e conversas casuais para se aproximar do público local, foi aplicado um questionário — Bora Participar?, em versões digital (na página Da Cei Eu Sei) e física, formulado a partir das análises morfológicas e nas diretrizes por ela geradas. A aplicação do questionário aconteceu da semana de 7 a 16 de setembro de 2016, com o objetivo de confirmar as demandas percebidas, descobrir outras eventuais e, principalmente, mostrar possibilidades, educando cidadãos leigos sobre urbanismo e qualidade de espaços públicos.

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BORA PARTICIPAR? APLICAÇÃO

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BORA PARTICIPAR? RESULTADOS O questionário confirmou as demandas e a maior parte das diretrizes de projeto propostas tiveram aceitação do público participante (47 pessoas).

TOTAL DE PARTICIPANTES: 47

(FEIRANTES, AMBULANTES, COMERCIANTES E FREQUENTADORES) 30/47 (63%) MORADORES DE CEILÂNDIA

SOBRE ESPAÇO FIXO PARA AMBULANTES:

TRANQUILIDADE EM RELAÇÃO À FISCALIZAÇÃO E CIDADE MAIS ORGANIZADA CAIXA D’ÁGUA E FEIRA CENTRAL: MAIORES SÍMBOLOS DE CEILÂNDIA POR SEREM REFERÊNCIA TOPOCEPTIVA + IDENTIDADE E HISTÓRIA DA CIDADE + TURISMO

+ CULINÁRIA A FEIRA AGRADA POR:

VARIEDADE DE PRODUTOS (11/42) COMIDA TÍPICA (9/42)

ENCONTROS/AMIZADES (8/42) PODE MELHORAR:

SEGURANÇA + INFRAESTRUTURA + CHEIRO FORTE

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PRINCIPAL MEIO DE TRANSPORTE:

ADEQUAÇÃO DO ESTACIONAMENTO:

AVALIAÇÃO DO CONFORTO (MÉDIA 1-10):

6.7 5/45=1

4.1

4.2

5.2

5.4

5.0

5.1

16/45=1

16/45=1

15/40=1

15/45=1

17/45=1

14/45=1

ACEITAÇÃO DAS DIRETRIZES DE PROJETO:

50%

77%

43%

68%

68%

54%

31% feira da cei da eira à beira

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JOGO DE PADRÕES

Paralelamente ao questionário, foram realizadas dinâmicas para mapear os padrões de projeto extraídos das análises e observações e, novamente, descobrir eventuais demandas. No Jogo de Padrões, os participantes pregam os cartões ilustrativos dos padrões no local que julgarem adequados; Se quiserem adicionar algo que os padrões não contemplam, escrevem ou desenham em post-its. A dinâmica aconteceu duas vezes: no dia 23 de setembro de 2016 na Feira Central (o Cuscuz com Café, cujo convite foi feito durante a aplicação do questionário duas semanas antes) e durante um evento colaborativo realizado pelo Da Cei Eu Sei em parceria com coletivos da Ceilândia — o Piquinique da Cei, realizado em 25 de setembro de 2016 na Praça do Trabalhador.

Foram selecionados 38 de 54 padrões levantados tanto para as áreas públicas externas quanto para a área interna da Feira Central.

Cuscuz com Café: Participação de 12 pessoas (feirantes e frequentadores)

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Cuscuz com CafĂŠ: Mapa final

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JOGO DE PADRÕES

Piquinique da Cei: Participação de 20 pessoas (comunidade de Ceilândia)

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Piquinique da Cei: Mapa final

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SAMBA DA CEI

Em novembro de 2016, Da Cei Eu Sei

com a restrição do tráfego, afirmando que isso prejudicaria o

realizou mais um evento, o Samba da

comércio, e uma forte chuva, que impossibilitou o som de con-

Cei — na Praça da Feira Central. Em

tinuar ligado por mais que duas horas de evento e o espaço da

formato de festa/dia de lazer, com

praça (descoberto) de ser utilizado.

articulação de coletivos e artistas locais, o evento foi planejado para ter

Ainda assim, o evento foi um sucesso. A apresentação de rap

música, dança, desfile de modas com

abriu as apresentações musicais, atraindo olhares e presenças.

as roupas vendidas nas bancas da

Em seguida, a roda de samba animou o lugar — até mesmo de-

feira e uma dinâmico em grupo para

baixo de chuva. O desfile de modas aconteceu, em um formato

o desenvolvimento do projeto: tudo

de photoshoot, dentro da Feira Central, do qual participaram as

isso com as vias da praça fechadas

responsáveis por três bancas de roupas femininas: Mina Bakana

para automóveis, para que a comu-

Store, Duda Medeiros e Regata Mania. Por fim, os candidatos à

nidade tivesse a vivência, àquele dia,

presidência da ASFEC tiveram a oportunidade de debater pro-

de ter um espaço que priorizasse o

postas de gestão (porém somente um candidato, o qual acabou

pedestre em detrimento do transpor-

por vencer, participou).

te individual. Como resultado, apreendeu-se o potencial que a Feira Central

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feira da cei da eira à beira

Dois incidentes atrapalharam essa

emana para que essa categoria de evento aconteça sempre, seja

programação: a indisposição da Ad-

com um desfile de modas, seja com música ao vivo ou qualquer

ministração Regional em colaborar

outra atividade cultural.


feira da cei da eira Ă beira

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JOGO DE PADRÕES

A partir das atividades realizadas com a participação da comunidade local, os padrões de projeto foram sintetizados no mapa da área, direcionando o projeto de intervenção.

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feira da cei da eira Ă beira

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A Feira da Ceilândia te oferece o que quiser comprar: Peixe, sapato, retrato, colar pra te enfeitar E o cinto da moda Sinto vontade, grande necessidade de comprar Roupa xadrez, meia longa, bota preta pra arrasar Estilo colegial, brega, veste mal, vamos parar [...] Mas o que você precisa mais, na feira não se pode encontrar: Razão, consciência, senso, inteligência Uma cabeça pra pensar Isso só no shopping lá do centro você vai achar Se tiver dinheiro pra comprar Boa aparência pra entrar Não tenho dinheiro pra comprar Hoje eu vou voltar pra feira Pra feira da Ceilândia Hoje eu vou voltar pra Feira Lá tem pastel e tem caldo de cana

ELLEN OLÉRIA

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6 feira da cei _da eira Ă beira feira da cei da eira Ă beira

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6 feira da cei da eira à beira

Esta seção é dedicada ao projeto e seus detalhes. A intervenção compreende seis espaços dentro da área proposta — a Feira da Cei, a Praça da Feira, a Agrofloresta, o Calçadão e o Largo das Águas.

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A INTERVENÇÃO

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O LARGO DAS ÁGUAS

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O CALÇADÃO

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A AGROFLORESTA

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A PRAÇA DA FEIRA

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A FEIRA DA CEI

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PROGRAMAÇÃO VISUAL

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PAINEL DE REFERÊNCIAS

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A INTERVENÇÃO

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A INTERVENÇÃO

O LARGO DAS ÁGUAS

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O CALÇADÃO

A AGROFLORESTA

A FEIRA DA CEI

A PRAÇA DA FEIRA

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O LARGO DAS ÁGUAS

SITUAÇÃO ATUAL

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PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

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A PRAÇA DA FEIRA

SITUAÇÃO ATUAL

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PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

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A FEIRA DA CEI

INTERVENÇÃO Térreo (+0.0) Escala 1:500

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A FEIRA DA CEI

INTERVENÇÃO

Mezanino (+5.0) Escala 1:500

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A FEIRA DA CEI

INTERVENÇÃO Cobertura Escala 1:500

0 110

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A FEIRA DA CEI

INTERVENÇÃO

Seção Longitudinal

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A FEIRA DA CEI

INTERVENÇÃO

Seção Transversal

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A FEIRA DA CEI

SITUAÇÃO ATUAL

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PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

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A FEIRA DA CEI

SITUAÇÃO ATUAL

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PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

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PROGRAMAÇÃO VISUAL MARCA O traçado regulador da estrutura de aço do projeto gera a modulação quadrada adotada para a programação visual da Feira da Cei. Este grid regular, quadrado, possibilita uma linguagem gráfica contemporânea baseada na linha. A partir disso, podem ser criadas variações do logo e pictogramas (módulo 11 x 11) para a sinalização e para a comunicação visual geral baseados nas formas arquitetônicas do lugar. A expressão “da eira à beira”, criada para este trabalho, pode ser suprimida ou substituída por outra expressão, com número de caracteres aproximado.

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PALETA DE CORES A paleta de cores escolhida tem inspiração na multiplicidade de produtos expostos na Feira da Cei e também na vida cotidiana dos arredores da Feira da Cei, variando, na mesma escala, dos tons pas-

CMYK 85 / 40 / 90 / 20

CMYK 0 / 90 / 90 / 0

CMYK 0 / 0 / 0 / 60

CMYK 0 / 40 / 90 / 10

CMYK 50 / 15 / 15 / 0

CMYK 90 / 0 / 75 / 0

CMYK 0 / 85 / 60 / 0

CMYK 0 / 0 / 0 / 95

CMYK 0 / 40 / 100 / 0

CMYK 75 / 50 / 0 / 0

CMYK 80 / 0 / 45 / 0

CMYK 0 / 95 / 10 / 0

CMYK 0 / 0 / 0 / 100

CMYK 0 / 75 / 100 / 0

CMYK 60 / 70 / 0 / 0

teis aos mais vibrantes. A escala de cinzas baseia-se na cor preta da estrutura em aço proposta no projeto de arquitetura.

TIPOGRAFIA A Motiva Sans é uma família tipográfica sem serifa criada por Rodrigo Saiani em 2009. Foi

MOTIVA SANS regular

escolhida por apresentar semelhança à em-

MOTIVA SANS light

pregada nos banners existentes até 2017: uma

MOTIVA SANS regular italic

reinvenção contemporânea da linguagem a

MOTIVA SANS bold

partir da existente.

MOTIVA SANS black

MOTIVA SANS black italic Aleo, desenhada em 2013 por Alessio Laiso,

ALEO regular

é uma família de fontes serifadas cheias de

ALEO light

personalidade. Foi escolhida por suas serifas,

ALEO regular italic

que fazem remontar à época em que a Feira

ALEO bold

da Cei nasceu, além de se equilibrar bem com a outra família tipográfica aplicada.

feira da cei da eira à beira

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BIBLIOGRAFIA

ALEXANDER, C.; ISHIKAWA, S.; SILVERSTEIN, M. Uma linguagem de padrões. Tradução de A. Salvaterra. Porto Alegre: Bookman, 2013.

ANDRADE, Liza Maria Souza de. Conexão dos padrões espaciais dos ecossistemas urbanos: a construção de um método com enfoque transdisciplinar para o processo de desenho urbano sensível à água no nível da comunidade e da paisagem. 2014. 544 f., il. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo)—Universidade de Brasília, Brasília, 2014.

CODEPLAN. Dados socieconômicos retirados do portal Brasília em números. Disponível em: <http://brasiliaemnumeros.codeplan.df.gov.br/>. Acesso em: 26 jul. 2017.

GEHL, Jan. Cidades para pessoas. São Paulo. Editora Perspectiva, 2013.

LEITE, Daniela Carvalho Bezerra. Feiras como espaço de hospitalidade e identidade coletiva: Feira permanente da Ceilândia/DF. 2015. 165 f., il. Dissertação (Mestrado Profissional em Turismo)—Universidade de Brasília, Brasília, 2015.

LIMA, Emanuel; JEVAN, Manoel. A Ceilândia hoje: uma Cidade feita de Cidades. Brasília, 2016.

MADEIRA, Angélica. A cidade e suas feiras: um estudo sobre as feiras permanentes de Brasília / Angélica Madeira, Mariza Veloso. — Brasília, DF: IPHAN / 15ª Superintendência Regional, 2007.

MICRÓPOLIS. Circuito Silva Lobo - Propostas de intervenção urbana e identidade visual. Disponível em: <https://issuu.com/mach11/docs/fm316_-_etapa_3_junto_-_web_-_issu2>. Acesso em: 26 jul. 2017.

PEREIRA, Vinicius Carvalho. A Caixa D’água da Ceilândia e o reconhecimento da memória dos construtores de Brasília. Brasília, 2013. Disponível em: <http://seminariosmemoriasocial.pro.br/wp-content/uploads/2016/03/ C007-VINICIUS-CARVALHO-PEREIRA-normalizado.pdf>. Acesso em: 26 jul. 2017.

PEREIRA, Vinicius Carvalho. A Casa da Memória Viva da Ceilândia (1997-2010): uma análise á luz da Nova Museologia. Brasília, 2013. 151f. : il. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Museologia)—Uni-

7 referências versidade de Brasília, 2013.

The social life of small urban spaces. Direção: William H. Whyte, 1988. Documentário (58 minutos).

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LISTA DE IMAGENS * Fotografias ou criações gráficas próprias do autor não estão incluídas na listagem abaixo. IMAGENS DE SATÉLITE SEGETH/DF <http://siturb.segeth.gov.br> CENTRO DE CEILÂNDIA (p.00) < h t t p : / / r a i o x d f. c o m . b r / w p - c o n t e n t / u p l o a d s / 2 0 1 6 / 0 3 / 11111111111111111111Cei.jpg> FEIRAS DO DF (p.00-00) + Google Street View Samambaia: < http://2.bp.blogspot.com/-hBMGFcHEZSw/UapuYnrKkYI/AAAAAAAIwM/fY_9_FWgMA8/s1600/FEIRA+421-ABR-2013+(4).JPG> Vicente Pires: <https://www.flickr.com/photos/agenciabrasilia/17872423216/> Guará: <https://destemperados.s3.amazonaws.com/arquivos/ckeditor/CqWKMqnDnXN88JJsmRr/feira_do_guara_02.jpg> Núcleo Bandeirantes: <https://cdn-az.allevents.in/banners/6284a044a455ccf94a470e7aa6b41fa4> < http://mw2.google.com/mw-panoramio/photos/medium/28894619. jpg> LINHA DO TEMPO (p. 00-00) Construção de Brasília: Marcel Gautherot < https://jktributo.files.wordpress.com/2014/04/ marcel-gautherot-brasilia-1958-02.jpg > Remoções/Criação de Ceilândia/Inauguração da Feira Central: arquivo Administração Regional de Ceilândia Inauguração Caixa D’Água: <http://imgsapp2.correiobraziliense.com.br/app/noticia_127983242 361/2013/11/21/399550/20131120224219632324i.jpg> <http://static.panoramio.com/photos/large/77254448.jpg> Remoção de ambulantes: <http://bp1.blogger.com/_cqYioXERIqo/RziRzy4Y3ZI/AAAAAAAAAG8/ d2pX3VLuPBU/s1600/ceilandia.im.jpg> Reforma da cobertura: <http://photos.wikimapia.org/p/00/02/74/45/47_big.jpg> <http://photos.wikimapia.org/p/00/02/74/45/09_big.jpg> METAMORFOSES (p. 00-00) Caixa D’Água:

<http://imgsapp2.correiobraziliense.com.br/app/noticia_127983242361/201 3/11/21/399550/20131120224219632324i.jpg> <http://radios.ebc.com.br/sites/_radios/files/ceilandia_-_wikimedia_commons.jpg>

Feira: <http://3.bp.blogspot.com/-apsRroQNHHM/UFkTYSio8LI/ AAAAAAAAAAM/-1VhOMVGbHg/s1600/9438f00b558803bc7c4a2baf42866e04.jpg> <http://photos.wikimapia.org/p/00/02/20/86/79_big.jpg> PATRIMÔNIO E MEMÓRIA (p. 00-00) Fila para buscar água: acervo Museu da Memória Viva da Ceilândia BOXES DA FEIRA (p. 00-00) Fotografias dos boxes: Daniela Bezerra

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