Elza Soares Special Edition - Live in The Netherlands. Ao vivo na Holanda by DO BRASIL Magazine

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ELZA SOARES

GRANDE DAME OF SAMBA Op zaterdag 12 november geeft de legendarische zangeres een zeldzaam en exclusief optreden op Le Guess Who? Festival in Utrecht.

DO BRASIL SPECIAL issue OCT | NOV 2016 www.dobrasilmagazine.com

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VOOR WOORD EDITORIAL

Braziliaanse protestzangeres en sambakoningin Elza Soares exclusief naar Utrecht in November 2016. Na maar liefst acht decennia vol triomfen en tragedies wordt Braziliaanse protestzangeres Elza Soares beschouwd als Grande Dame van de samba en een krachtige stem tegen onderdrukking en onrecht omtrent geslacht, huidskleur, seksuele geaardheid en klasse. Op zaterdag 12 november geeft de legendarische zangeres een zeldzaam en exclusief optreden op Le Guess Who? Festival in Utrecht.

Nos vemos lá. Grande abraço, Het team van DO BRASIL

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These songs are tense they do not allow you to relax.

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THE WOMEN AT THE END

OF THE WORLD Voor haar 34e album The Woman at the end of the world verliet Soares haar geboortestad Rio de Janeiro om samen te werken met vooraanstaande muzikanten uit São Paulo’s samba sujo (‘dirty samba’) scene.

Ze creëerden een 21e-eeuws meesterwerk dat zowel invloeden haalt uit avant-garde, rock, noise, jazz, soul en funk als samba. Daaroverheen zingt, schreeuwt en spuugt Soares verhalen over een leven in Brazilië dat allesbehalve paradijselijk en exotisch is.

Ique canenatque conscio, que num menatum utestente

Soares startte haar muzikale carrière in de late jaren 50. Door de jaren heen werkte ze samen met onder andere Gilberto Gil, Gilles Peterson en Caetano Veloso, ontving ze een Grammy-nominatie en een BBC-Award voor ‘Best Singer of the Millennium’. In 2016 trad ze tevens op tijdens de openingsceremonie van de Olympische Spelen. Soares’ artisticiteit is met

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de jaren enkel innovatiever geworden, terwijl ze de samba – de muziek die door haar aderen loopt – nieuwe wegen in blijft leiden. Le Guess Who? is een internationaal toonaangevend festival voor experiment, avontuur en muzikale grensverlegging. Het festival viert haar tiende editie van 10 tot en met 13 november in de gehele binnenstad van Utrecht. Wilco, Savages,

Julia Holter en Suuns stellen ieder hun eigen programma’s samen als onderdeel van de jubileumeditie, en treden ook zelf op. Eerder aangekondigde artiesten zijn verder o.a. JUNUN featuring Shye Ben Tzur, Jonny Greenwood and the Rajasthan Express; mystieke jazz-zangeres Patty Waters; Swans; Digable Planets en The Ex & Fendika.

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“Elza is the queen of samba... A survivor. A voice singing with the emotion of Brazil and the pain of Brazil. Think Shirley Bassey meets Amy Winehouse in a favela drinking cachaça” – Gilles Peterson

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TICKETS Dagkaarten voor Le Guess

Who? verkrijgbaar voor € 40,- (exclusief servicekosten); passe-partouts zijn beschikbaar voor € 125,-. Bezoek de website voor meer informatie en de dagindeling van het programma.

ZAT

12 NOV

ELZA SOARES

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PORTUGUÊS

ELZA SOARES É UM

MONUMENTO BRASILEIRO Elza Soares é a mulher que a tudo sobreviveu.

Assina em A Mulher do Fim do Mundo um álbum de luta e de vida, o primeiro de originais aos 78 anos. A mulher vinda do planeta fome diz ao Ípsilon que quer “dar voz a toda a gente que está sofrendo”

Ique canenatque conscio, que num menatum utestente

No início dos anos 1980, uma velha amiga bateu à porta de Caetano Veloso. Disse-lhe que ia deixar de cantar. Tinha um filho doente em casa e ia trocar os concertos, cada vez mais escassos e mal pagos, por um trabalho que lhe desse alguma estabilidade. Na verdade, fora ao encontro do velho amigo para que ele lhe dissesse que não podia ser. E Caetano disse. “Era como se o lugar dela estivesse desaparecendo do cenário brasileiro. Mas o Brasil não podia fazer isso com ela. O Brasil não podia fazer isso consigo mesmo”. Não podia. E não fez. Pouco depois, em 1984, Caetano convida-a para fazer dueto em Língua, canção incluída no álbum Velô. Canção de amor à língua, canção a perspectivar-lhe um futuro na música brasileira (“samba-rap”, ouvimos por ali), música em que se diz: “nós canto-falamos como quem inveja negros / que sofrem horrores no gueto do Harlem / livros, discos, vídeos à mancheia / e deixem que digam, que pensem, que falem”. A canção não podia ser mais apropriada para Elza Soares, rainha sambista que sempre procurou mais longe, filha da favela autodefinida como “mulher forte e feminista” – “é a única forma de sair disso”, como diz em entrevista por telefone ao Ípsilon. Elza Soares renasceu nos 1980 pela mão de Caetano Veloso. Renasceria novamente uma década depois, olhando em frente, buscando novos sons, novos cruzamentos, num álbum admirável, Do Cóccix até ao Pescoço (2002), que era funk e hip hop e

cobertura electrónica com o coração no samba e um pé no jazz. Mulher irrequieta, tão desejosa de vida como maltratada por ela, mulher exemplo e cantora excepcional, tudo superou. Entrou no século XXI decidida a abraçá-lo como se estivesse a começar naquele preciso momento, decidida a mudar, como sempre, sendo nada mais que ela mesma. Ainda assim, não estávamos preparados para isto que é A Mulher do Fim do Mundo. Editado o ano passado no Brasil, coberto de prémios e elogios da crítica e abraçado pelo público, tem agora lançamento mundial. É, literalmente, o álbum de uma vida. Marca o encontro entre uma veterana então com 78 anos e um grupo de músicos, quatro décadas mais novos, que, tal como ela, gostam de experimentar novas soluções – chamam “samba sujo” ao que faz esse núcleo de paulistas que vêm trabalhando e transformando a canção brasileira. Mulher do fim do mundo, o extraordinário tema título do seu álbum mais recente, começa com os seguintes versos: “Meu choro não é nada além de carnaval / É lágrima de samba na ponta dos pés”. Terminará com Elza Soares a entoar aquilo que nos disse. “Mulher do fim do mundo eu sou / Eu vou até ao fim cantar / Me deixem cantar até ao fim”. Voz feita força de vida, feita vida ela mesma. Elza Soares é enorme.

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