REVISTA IIMA 93

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A revista dos profissionais da informação Ano 13 - Número 93 -MAI 2020

Walter Koch Diretor da ImageWare

A digitalização com amparo legal não é de hoje! Por Prado Junior - Pág 07 Open Banking será implantado no Brasil a partir de novembro - Pag 29

Pagamentos por aproximação é a nova realidade dos consumidores no Brasil e no Mundo - Pag 21

Lei da transparência brasileira completa oito anos com pouco motivo para comemorar e sob ataque - Pag 63


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A mais importante associação para quem precisa entende A ABEINFO é um núcleo associativo do Instituto Information Management com o propósito de reunir Usuários e Fornecedores de Tecnologias para o Gerenciamento de Informações com o objetivo de Promover o Desenvolvi-

mento do Mercado, a Capacitação de sua Força de Trabalho e principalmente as Novas Tecnologias para a Gestão de Informações que estão possibilitando Melhoria de Produtividade, Otimização de Recursos e Governança.


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Entrevista com Peggy Winton, CEO da AIIM

NÚMERO 90 2020 NÚMERO 79 | FEVEREIRO DE |2019

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Ipsa volupta ecerem velibustis etusdae volorro id quodit doluptae volorior re doloribus cullo tenda ipsum, occusandisci conestem iniet et odia voluptatus quas ad quam,

conteúdo do mês Open Banking será implantado no Brasil a partir de novembro Por Prado Junior

pág 14 Pagamentos por aproximação é a nova realidade dos consumidores no Brasil e no Mundo

pág 21

pág 37

Por Prado Junior

COVID-19 e trabalhar em casa sem considerar Cybersecurity e Privacidade abrem precedentes para cibercriminosos


matéria de capa / pág 07

A digitalização com amparo legal não é de hoje!

PUBLISHER

Eduardo David eduardo@guiabusinessmedia.com.br CONSELHO EDITORIAL

Walter Koch - Wilton Tamane - José Guilherme Junqueira Dias Angelo Volpi - Cinthia Freitas - Luiz Alfredo Santoyo - Christian Ribas Marcio Teschima - Carlos Bassi ATENDIMENTO AO CLIENTE

Gicelia Azevedo

gicelia@iima.com.br

REDAÇÃO

Prado Junior

pradojr@iima.com.br

PRODUÇÃO GRÁFICA

Halan Santos

halan@iima.com.br

WEB DESIGNER

Igor de Freitas

igor@iima.com.br

ADMINISTRAÇÃO

Tadeu Nunes tadeu@iima.com.br Mariana Dantas mariana@iima.com.br CENTRAL DE ATENDIMENTO - (11) 3392-4111 INFORMATION MANAGEMENT – Revista especializada no tema Gerenciamento de Informações, Documentos e Digital Business. Distribuição Nacional. Publicação oficial do INSTITUTO INFORMATION MANAGEMENT – IIMA - Rua Anhanguera, 627 Barra Funda - 01135-000 - São Paulo - SP

O avanço da tecnologia na área da saúde

pág 53

O INSTITUTO INFORMATION MANAGEMENT - IIMA é uma organização que reúne profissionais e empresas que trabalham com processos envolvendo o gerenciamento de documentos e informações. Sua missão é promover a capacitação profissional e o desenvolvimento do mercado por meio um amplo portfólio de serviços como Cursos, Congressos, Consultoria, Livros e Publicações, Certificações, Workshops, Programas Educacionais ao vivo, entre outros. Um corpo multidisciplinar composto por Consultores, Analistas, Professores, Jornalistas e Pesquisadores está na base da produção do conhecimento gerado diariamente pelo INSTITUTO com o objetivo de ajudar os profissionais e empresas a lidarem com o Caos da Informação e a constante evolução tecnológica. O IIMA conta hoje com 40 mil profissionais participantes. DIREÇÃO

Eduardo David eduardo@iima.com.br Tadeu Nunes tadeu@iima.com.br

Ousadia ou morte: não há meio termo }para o setor bancário

CONSULTORIA E CURSOS

Wilton Tamane consultoria@iima.com.br ATENDIMENTO AO ASSOCIADO

Gicelia Azevedo

pág 55

coluna

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Tadeu Cruz O NOVO NORMAL!

gicelia@iima.com.br

CONSELHO TÉCNICO:

Walter Kock consultor, autor, palestrante Wilton Tamane consultor, professor e palestrante Márcio Teschima empresário, palestrante Tadeu Cruz professor, autor , palestrante Angelo Volpi notário, professor, autor e palestrante Carlos Bassi consultor, professor e palestrante José Guilherme J. Dias professor, consultor e palestrante Cínthia Freitas professora, autora consultora e palestrante PARA SE ASSOCIAR LIGUE: (11) 3392-4111 ramal 29 ou acesse: www.abeinfobrasil.com.br INSTITUTO INFORMATION MANAGEMENT - IIMA Rua Anhanguera, 627 - Barra Funda 01135-000 - São Paulo - SP Tel: (11) 3392-4111

pág 79 Associação das Empresas e Profissionais da Informação

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matéria de capa

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A digitalização com a legal não é d 6

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matéria de capa

nova realidade da humanidade xigirá cada vez mais processos talizados e esta iciativa é muito bem-vinda”, diz Walter Koch

Por Prado Junior

Walter Koch é mestre em Sistemas de Informação, com mais de 40 anos de experiencia em gestão da informação, é pioneiro nas tecnologias de gestão de documentos no Brasil. Possui diversas certificações e titulações na área da gestão da informação, atua como consultor internacional em gestão da informação, conhecimento e processos, é instrutor Internacional do programa da AIIM para a certificação de profissionais em ECM. Ele também ministrou treinamento e desenvolveu projetos em mais de 30 países. Koch é responsável por alguns dos maiores projetos de ECM do Brasil, citando entre eles a compensação de cheques por imagem. Como membro do Comitê Brasileiro de Informação e Documentação na ABNT busca modelos de governança da informação e conformidade adequados à realidade brasileira. Nesta entrevista ao Instituto Information Management, Walter falou um pouco sobre a história da digitalização. Ele cita Napoleão Bonaparte, passa pelo microfilme e chega na tecnologia de digitalização de documentos.

amparo de hoje! www.informationmanagement.com.br

Walter: O desejo de passar informações do suporte papel para outro suporte é antigo. Napoleão Bonaparte utilizou-se de micrografia e transporte por pombos correio ciente que era uma forma de transferir rapidamente informações com integridade e este avanço tecnológico lhe deu vantagens sobre o inimigo.

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COMUNICADO IMPORTANTE Diante do atual cenário causado pelo COVID-19 e preocupado com o bem estar de nossos Palestrantes, Congressistas e Patrocinadores, o IIMA – Instituto Information Management decidiu reprogramar as datas de seus eventos do primeiro semestre.

2020

Veja a nova programação

2020 Edição FORTALEZA

SP ⦁ RJ ⦁ CE ⦁ SC ⦁ RS ⦁ SE

Edição JOINVILLE Dia: 09 de Setembro

Local: MERCURE JOINVILLE PRINZ HOTEL Rua Otto Boehm, 525 – América, Joinville – SC, 89201-700

Edição PORTO ALEGRE Dia: 11 de Setembro

Local: FIERGS Av. Assis Brasil, 8787 – Sarandi, Porto Alegre – RS, 91140-001

Dia: 13 de Novembro

RPA + AI

Local: A definir

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DIAS 28 E 29 DE OUTUBRO - SÃO PAULO / SP

Edição SÃO PAULO

Dias: 28 e 29 de Outubro

Dia: 24 de Novembro

R. da Paz, 1431 – Chácara Santo Antônio (Zona Sul), São Paulo – SP, 04713-001

Rua Haddock Lobo, 294 – Cerqueira César

Local: Amcham Brasil

2020 SP ⦁ RJ ⦁ CE ⦁ SC ⦁ RS ⦁ SE

Edição ARACAJÚ Edição RIO DE JANEIRO

Dias: 24 e 25 de Setembro

Local: Hotel Prodigy Santos Dumont Av. Alm. Silvio de Noronha, 365 – Centro, Rio de Janeiro – RJ, 20021-901

Dia: 10 de Novembro

Local: Hotel Intercity São Paulo Paulista

Segmento: RH – Recursos Humanos

Dia: 03 de Dezembro

Local: Hotel Intercity São Paulo Paulista Rua Haddock Lobo, 294 – Cerqueira César

Local: A definir

Segmento: CSC – Centro de Serviços Compartilhados

Edição FORTALEZA

Dia: 04 de Dezembro

Local : A definir

Rua Haddock Lobo, 294 – Cerqueira César

Dia:12 de Novembro

2021 Dias: 24 e 25 de Março de 2021

Local: Hotel Intercity São Paulo Paulista

Digital

Local: Amcham Brasil

R. da Paz, 1431 – Chácara Santo Antônio (Zona Sul), São Paulo – SP, 04713-001

- 11ª edição do Congresso INFORMATIONSHOW - 2ª edição do Fórum OUTSOURCING Brasil - 2ª edição do Congresso ABEINFO sobre ORGANIZAÇÃO & GESTÃO DE DOCUMENTOS

Para mais informações sobre os eventos: contato@iima.com.br

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matéria de capa O microfilme acabou se tornando o primeiro suporte oficial e popularizou-se após a Segunda Guerra Mundial. Como a característica do microfilme não permite alterações, iniciaram-se as primeiras movimentações visando dar amparo legal ao uso deste suporte em termos mundiais. No Brasil, em 1964, foi publicada a lei 5.433 regulamentando a microfilmagem de documentos, e foi sendo aperfeiçoada por uma série de novas leis e regulações ao longo do tempo. O conceito de digitalização de documentos (troca para suporte digital) remonta à década de 60. Porém, o altíssimo custo do armazenamento digital na época inviabilizava a oferta comercial. Na década de 80 surgiram os primeiros discos óticos comerciais com custo por MB mais baixos que os discos magnéticos. Entre estes, discos de 14”, 12”, 5 1/4” e por fim os CDs. Estes discos óticos eram baseados em diversas tecnologias para o registro

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da informação, sendo que uma delas era o WORM Write Once Read Many. A tecnologia WORM é um conceito de gravação física onde a superfície do disco é alterada através de um feixe de laser para a gravação de um bit 1. Com esta alteração física o disco inclusive muda de cor e é a razão pela qual popularmente se fala “vou queimar um CD”.

for the preservation of electronic documents — Specifications é um herdeiro destas discussões. Por jurisprudência o governo norte-americano começou a exigir este tipo de suporte e passamos a ter diversos fornecedores criando mídias com o conceito WORM com o uso de discos magnéticos e fita magnética.

IM: Quem fez parte do A leitura é feita por um grupo que redigiu PL laser mais fraco que iden- 22/96? tifica as marcas e suas Aprendendo ausências (bit 0). Um Walter: dos discos WORM mais com as lições do mercado populares acabou sen- internacional, um grupo do o CD-R. Ora, a partir de empresas e técnicos do momento que tenho brasileiros se uniram e uma gravação física in- procuraram o Congresso delével, posso assumir a Brasileiro em 1995. Entre integridade da informa- estes citamos o Bradesco, ção após a sua gravação. Cenadem, Kodak, Serpro Baseado nisto, na década e este autor. de 80, a ISO e outras organizações começaram a IM: Como ocorreu a negerar melhores práticas gociação com os senapara a digitalização com dores na época. Houve amparo legal às imagens alguma resistência? armazenadas em mídia WORM. O atual padrão Walter: O então senaISO 14641:2018 Electronic dor Sebastião Rocha se document management tornou o interlocutor do — Design and operation grupo e a muitas mãos foi of an information system redigido o primeiro pro-

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matéria de capa

jeto de lei atribuindo valor jurídico à digitalização de documentos no Brasil, o PLS 22/1996. IM: Qual a ideia inicial desse grupo, quando elaborou esse PL? Walter: Este projeto estava calcado nas melhores práticas internacionais anteriormente citadas e tinha como ponto central o

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armazenamento das imagens dos documentos em mídia indelével – WORM. Obviamente a resistência foi enorme. Conarq, cartórios e profissionais de biblioteconomia e arquivística consideraram a maior heresia a troca de suporte com a destruição do documento original.

Chaves Públicas Brasileira – ICP-Brasil através da MP 2200-2. Qual o efeito dessa Medida?

Walter: Isto abriu nova possibilidade tecnológica para assegurar a integridade da informação armazenada – a certificação digital. Neste processo, é gerado um resumo (hash) IM: Em 2001 foi institu- do documento, unido a ída a Infraestrutura de um carimbo de tempo

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matéria de capa e dados do detentor do certificado e este pacote é criptografado. O usuário do documento irá descriptografar o pacote, fazer um novo resumo (hash) do documento e se ambos estiverem iguais poderá assumir a integridade do documento. Como informações adicionais, terá ainda os dados do responsável pelo documento e o histórico de tempo. IM: Um novo projeto foi para a Câmara Federal sob número PL 3173/1997. O que aconteceu depois disso? Walter: Obviamente isto era um salto em relação ao uso do WORM e alguns políticos passaram a rever o PLS 22/1996 à luz deste avanço tecnológico. Como produto, tivemos em 2007 o PL 3173 e o PLS 146, já tirando proveito do uso da certificação digital. Finalmente em 2012, esta iniciativa foi para sanção da Presidente Dilma Rousseff e, para desespero geral da comunidade, os três principais artigos da lei

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12.682 foram vetados por ela. O Brasil perdeu neste momento uma boa oportunidade para ter uma legislação única para a digitalização de documentos. O único artigo que ainda fazia sentido era o uso da certificação ICP-Brasil no processo de digitalização. IM: Por que esses vetos foram ruins? Walter: Após este momento, imperou o cada um por si no Brasil. Entre outros, o Poder Judiciário criou o MoReq Jus e legislação específica para processos judiciais. O Conselho Federal de Medicina se uniu ao SBIS e definiu a digitalização de prontuários médicos. Os bancos iniciaram a partir da publicação da lei 12.865 em 2013 as tratativas para a regulamentação da digitalização de documentos de transações financeiras junto ao Bacen e CMN. IM: Quais os desdobramentos desse projeto atualmente? Walter: O governo do Presidente Jair Bolsona-

ro lançou Lei da Liberdade Econômica que visa a reduzir a burocracia e facilitar a vida de quem quer empreender. Neste, detectou entre outros a necessidade de permitir que as organizações brasileiras competissem em igualdade de condições com as organizações lá fora, que a esta altura já estavam há 30 anos tirando proveito da digitalização de seus processos de negócio. Finalmente, em março deste ano, foi promulgado o decreto 10.278 com o fim de que os documentos digitalizados produzam os mesmos efeitos legais dos documentos originais. IM: O decreto 10.278 recupera a perda da lei 12.682 de 2012? Walter: Este decreto consolida de certa maneira a história da evolução da legislação brasileira na área e visa cobrir os buracos que ficaram por conta da fracassada 12.682. Por exemplo, o decreto começa excluindo documentos já contemplados em outras leis como, por

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to Go e Sit


matéria matériade decapa capa exemplo, documentos de transações financeiras, documentos em microfilme ou documentos nato-digitais.

Como anexos do decreto estão as características técnicas da digitalização – resolução, formato e arquivo, compressão etc. e, um modelo mínimo de O decreto exige qualida- metadados. de da imagem, que documentos de valor histórico Segundo as normas de sejam preservados, e que metadados geradas a seja possível fazer a con- partir do Dublin Core, ferência do processo de os modelos de metadadigitalização adotado, dos devem ser expansíentre outros. Estes pon- veis. Ou seja, o que está tos deverão ser materia- no decreto é o mínimo lizados em regulações es- e deveria ser expandido pecíficas. por cada organização na busca do modelo de meIM: E a Certificação Di- tadados apropriado, ingital, como fica? clusivo do ponto de vista de gestão da informação Walter: Do ponto de vis- e de preservação. Podeta da certificação digital, mos observar neste moé exigido que, na digita- delo a existência de melização que envolva enti- tadados do documento e dades públicas, para que de gestão. O metadado o documento digitalizado que chama a atenção é se equipare a documento o de hash (resumo citado físico, deve ser assinado anteriormente). Esperadigitalmente com certifi- -se que cada organização cação digital ICP-Brasil. passe a gerar um hash no processo de captura O tipo de assinatura ain- permitindo assegurar a da não está detalhado integridade da informatambém. Eventualmente ção na sua recuperação. esta assinatura também Este hash também deverá poderá ser exigida nas re- ser mais bem detalhado. lações entre particulares.

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Concluindo, gostaríamos de lembrar que: • Antes tarde do que nunca – gastamos no Brasil 25 anos e uma série de leis e regulações que nos deram lições aprendidas suficientes para dar este passo com firmeza. Ou alguém viu alguma imagem de cheque ser contestada nestes últimos 10 anos? • Detalhes precisam ser regulamentados e esperamos que o Ministério Público busque especialistas com competência para tanto; • Será imprescindível as organizações possuam governança da informação implementada que permita a gestão da informação em conformidade com este volume crescente de regulações – lembre-se que no final do ciclo de vida da informação ela encontrará outra regulação – a LGPD; • A nova realidade da humanidade exigirá cada vez mais processos digitalizados e esta iniciativa é muito bem-vinda!

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matéria

Otávio Damaso (falando, à mesa) e João Manoel Pinho de Mello (no telão) anunciaram as medidas.

Open Banking será implantado no Brasil a partir de novembro O conceito promete mudar a forma como o mercado financeiro funciona impactando diretamente bancos, fintechs e outros negócios relacionados.

Por Prado Junior Na tradução literal, open banking significa “banco aberto”, ou “sistema bancário aberto”. Esse conceito tem um princípio simples: o de que é preciso abrir o le-

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que de opções disponíveis para o consumidor e permitir que ele tenha mais liberdade para levar suas informações financeiras para onde quiser.

A base do Open Banking é que todo o mercado financeiro deve adotar uma camada de tecnologia padronizada com uma forma de comunicação fácil para

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matéria simplificar a portabilidade de dados. De quebra, essa tecnologia, conhecida como APIs, permite ampliar a oferta de produtos e serviços financeiros oferecidos. Isso traz mais concorrência e competição. O Reino Unido é um dos locais onde o Open Banking já é uma realidade. Estados Unidos, Austrália, Japão, União Europeia e Hong-Kong também estudam implementar esse sistema. Aqui no Brasil, o Conselho Monetário Nacional (CMN) e o Banco Central (BC) aprovaram, dia 4 de maio, as regras de funcionamento do Sistema Financeiro Aberto (Open Banking). A nova disciplina será implementada gradualmente pelas instituições autorizadas a funcionar pelo BC a partir deste ano.

podemos chamar de Open Banking, a abrangência do nosso Open Banking é bastante ambiciosa”, destacou João Manoel Pinho de Mello, diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução do Banco Central. Otávio Damaso, diretor de Regulação, destacou a importância do Open Banking na otimização de processos no mercado financeiro e suas vantagens para o cliente.

“Essa iniciativa contribui para aumentar a competitividade, racionalizar os processos das instituições reguladas e, também, empoderar o consumidor financeiro, que poderá consentir com o compartilhamento de seus dados caso vislumbre, com isso, algum benefício, como o acesso a serviços financei“Esse é um projeto extre- ros mais adequados ao seu mamente importante e perfil”, explicou. pró-competitivo. Se compararmos o nosso modelo e a Para José Luiz Rodrigues, experiência internacional, especialista em regulação com diversas iniciativas que e membro do Conselho

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Consultivo da ABFintechs – Associação Brasileira de Fintechs, o Open Banking é uma iniciativa pensada e desenvolvida para aprimorar o Sistema Financeiro. “Para o mercado financeiro, a principal vantagem é a criação de um ambiente mais competitivo, com mais segurança, onde mercado tradicional, com instituições de diferentes portes, fintechs, insurtechs e demais startups poderão disputar espaço. Levará vantagem aquele que puder prestar os melhores serviços, pelos menores custos e de maneira mais criativa” aponta. De acordo com José Luiz, que é sócio da JL Rodrigues, Carlos Átila & Consultores Associados, as instituições financeiras e as fintechs terão um vasto banco de dados, e poderão utilizá-lo da melhor forma. Além disso, ao informatizar seus processos, que muitas vezes são analógicos, será possível não só melhorar a prestação de serviços, mas também entender de for-

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matéria de capa ma mais ampla o consumidor. “Por exemplo, será possível saber quais produtos e serviços financeiros uma pessoa utiliza e então ofertar opções com melhores taxas, prazos e condições”, aponta. Já para os consumidores, o open banking traz medidas importantes a respeito de transparência e segurança. “Um dos seus princípios básicos é que o cliente é o dono dos seus José Luiz Rodrigues é sócio da JL Rodrigues, Carlos Átila & Consultores Associados e membro do Conselho Consultivo da ABFintechs – Associação Brasileira de Fintechs. dados. Caso ele não queira que determinadas informações se- destaques são o maior nú- exigência do Banco Central jam abertas, ele pode solicitar mero de canais a ofertar seus de disponibilizar os dados produtos e a criação de novas dos usuários. Por mais que o a retirada”, destaca. linhas de receita. Segundo ele, compartilhamento deva ser E ele prossegue. “Além disso, o primeiro está atrelado dire- gratuito, a instituição pode por ser um sistema unificado tamente ao acesso à platafor- monetizar a disponibilidade, entre os players do mercado ma de seus concorrentes e o utilizando tecnologias de mefinanceiro (bancos, fintechs segundo à exigência do Ban- lhor eficiência. e outros) a transferência do co Central de disponibilizar os cliente de uma instituição dados dos usuários. Por mais “Também será possível evoluir para outra é desburocratiza- que o compartilhamento deva na aplicação de experiências da, o que facilita a escolha por ser gratuito, a instituição pode personalizada de clientes, dimelhores serviços, melhores monetizar a disponibilidade, cas financeiras customizadas, taxas e melhor atendimento”, utilizando tecnologias de me- análise de bancos de dados para a promoção de insights explica José Luiz. lhor eficiência. de negócios mais assertivos, Léo Monte, Diretor de Marke- Segundo ele, a primeira está constante crescimento de ting e Inovação da Sinqia, atrelada diretamente ao eficiência operacional e rápiafirma que do ponto de vista acesso à plataforma de seus da atualização de sistemas e das empresas financeiras, os concorrentes e o segundo à processos quando ocorrem

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matéria mudanças regulatórias”, des- ser dono de seus dados, é que taca. as instituições se concentrem nas suas operações principais O executivo diz que para o e possibilitem que outras emusuário, os benefícios vão des- presas tenham acesso às suas de a tendência de aumento da interfaces e desenvolvam nocompetitividade do mercado vos produtos a partir disso. ao aumento da confiabilidade Mas essa etapa de desenvole segurança, visto que haverá vimento e inovação só será um incentivo às novas em- possível graças à API. presas de se regularem junto ao órgão regulador para ter API é uma sigla em inglês acesso aos dados do Open para Interface de PrograBanking. mação de Aplicativos. É um conjunto de padrões de pro“Existe a possibilidade de se gramações que permite que realizar a comparação das sistemas diferentes interajam contas de diferentes institui- entre si. As APIs são usadas ções e seus respectivos pro- em aplicações de vários tipos dutos financeiros. Desta for- e não apenas em plataformas ma, o usuário deve conseguir financeiras. gerenciar suas finanças com maior flexibilidade e qualidade, ter a visão de toda a sua vida financeira em um só lugar e acesso aos produtos que mais adequados ao seu perfil e com taxas mais atrativas” acrescenta Léo Monte.

Loise Nascimento é bacharel em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, com MBA em gestão empresarial pela Fundação Getúlio Vargas. Ela é coordenadora dos Comitê de Payments da Fecomércio de São Paulo e da Associação Brasileira Online to Offline (ABO2O). Segundo Loise, existe uma grande preocupação global sobre o gerenciamento das APIs no Open Banking, intensificado por ser perceptível que é a porta de entrada para o futuro de uma grande transformação na forma como serviços financeiros serão prestados.

APIs e a segurança A ideia de fazer um sistema financeiro mais transparente e competitivo, além de empoderar o cliente que passa a

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Léo Monte é diretor de Inovação da Sinqia.

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matéria de capa sações, é imprescindível garantir que isso será feito da forma mais segura possível. “É nessa linha de segurança que tecnologias como criptografia e tokenização serão importantes para termos essas garantias de transmissão segura de dados, inclusive do ponto de vista concorrencial. Em termos práticos, o consumo e chamadas para compartilhamento dos dados via APIs precisam de autenticação, autorização e codificação”, explica Loise.

Loise Nascimento é coordenadora dos Comitê de Payments da Fecomércio de São Paulo e da Associação Brasileira Online to Offline (ABO2O).

“É importante que todos tenham em mente que o Open Banking é muito mais do que a conexão de uma API de um Banco com outra API. Já se fala em Open Everything, que inclui o Open Banking, Open Finance e Open Data, tendo em vista que essa abertura

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tem por objetivo a promoção de mais competição, inovação e transparência. É muito mais amplo do que integrações sistêmicas”, afirma.

Loise, que é Head of Legal na MovilePay e Regulatory do Grupo Movile, contradiz a fala de que os dados compartilhados no ecossistema de Open Banking e as informações dos usuários ficarão expostas. “Não é verdade! O regulador colocou critérios para acesso aos dados e deverá ser controlado e seguro, sendo que somente quem tiver permissão de acesso o fará e tal permissão pode ser revogada a qualquer momento”, enfatiza.

Para ela, ao expor dados financeiros de um usuário e José Luiz Rodrigues acredita permitir a realização de tran- que não existem riscos, mas

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matéria um processo de adaptação. “Assim como qualquer outra evolução tecnológica, há o receio do novo. Tanto as instituições financeiras quanto os clientes devem precisar de certo tempo para se adaptar a este processo, já que ele mudará algumas dinâmicas tradicionais, mas tudo é parte de um movimento positivo de modernização”, pondera o especialista.

rios, fazendo com que eles se sintam confortáveis no compartilhamento de seus dados de forma mais amplificada. “Estabelecer regras que engessam o ecossistema não será benefício para nenhum participante, tampouco para o consumidor. Nessa linha, a melhor alternativa é permitir que o mercado, observando os interesses do próprio usuário, se organize para definir a melhor forma de segurança seja de forma isolaPara Loise, o Open Banking terá da ou conjunta”, finaliza. êxito somente se todos os envolvidos tiverem cooperação O modelo de Open Banking entre si e, o mais importante, parte da premissa de que o tiverem a confiança dos usuá- consumidor financeiro é o ti-

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tular de seus dados pessoais, em consonância com as disposições da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). Cronograma de implementação O compartilhamento será implementado de forma gradual e faseada, de acordo com o nível de complexidade, a sensibilidade e a possibilidade de acesso aos dados compartilhados. Confira os prazos de implementação das etapas do Open Banking no País:

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matéria

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matéria Pagamentos por aproximação é a nova realidade dos consumidores no Brasil e no Mundo Com um salto de 565% de 2018 para 2019, modalidade totalizou mais de R$ 6 bilhões em transações no ano passado. Por Prado Junior

A forma com que pagamos nossas compras está se tornando cada vez mais prática e otimizada. Hoje em dia, com os pagamentos por aproximação, não é preciso levar dinheiro e, nem inserir o cartão na maquininha para realizar a operação.

Com a tecnologia é possível efetuar pagamentos por meio do celular, pulseira e até o cartão, apenas aproximando da máquina, sem a necessidade de senha. Somente alguns casos em que o valor da transação é muito alto que, por questão de segurança, é pedido a O pagamento por aproxima- senha. ção acontece através da tecnologia NFC (Near Field Commu- A maioria dos celulares vendinication), ou “comunicação dos hoje conta com a tecnolopor campo de proximidade”. A gia NFC. Porém, se você não transação só pode ser realiza- sabe se o seu tem essa tecnoda se dois dispositivos estive- logia, confira no manual dele rem próximos. ou acesse o site da marca do celular e olhe as especificações Sendo assim, só é possível rea- técnicas. lizar uma transação se dois dispositivos estiverem próximos Para quem tem essa tecnologia um do outro. disponível é preciso cadastrar o usuário e o cartão de débito ou

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crédito na plataforma de pagamento do seu celular. Cada marca conta com uma plataforma. Após cadastrar usuário e cartão, é possível realizar pagamentos. Mas, quando for pagar algo, informe a pessoa do caixa que irá fazê-lo por aproximação. Assim, ela irá liberar a maquininha para efetuar a operação. Cartões Os cartões estão aderindo à tecnologia de pagamento por aproximação. O Nubank, por exemplo, já tem cartões com NFC. A Mastercard emite todos os cartões com essa nova tecnologia. Isso mostra que esse

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matéria de capa cífico foram habilitados para pagamentos por aproximação. Após abril de 2023, todos os terminais comerciais nessas regiões deverão estar habilitados para pagamentos por aproximação. “Para que o consumidor saiba se o seu cartão está habilitado, basta buscar por um símbolo semelhante ao de wi-fi em seu cartão”, explica Ana Paula. Nova tecnologia permite realizar pagamentos sem a necessidade de tocar nas máquinas, através de celular, cartão ou pulseiras.

meio de pagamento está se ex- Ana Paula conta também que, pandindo. recentemente, a Mastercard realizou um levantamento com 19 Ana Paula Lapa, vice-presidente países, incluindo o Brasil. Segunde Produtos da Mastercard Brasil do o estudo, desde o início da e Cone Sul, disse ao Instituto In- pandemia supermercados, merformation Management que, atu- cados e mercearias lideram os almente, cerca de 90% dos esta- locais em que os consumidores belecimentos brasileiros aceitam mais utilizaram pagamentos por os pagamentos por aproximação. aproximação, com 79%, seguidos por farmácias (67%) e fast foods “Há dois anos, a Mastercard im- ou restaurantes (35%). plementou um plano para, juntamente com seus parceiros de ne- Os números não param de cresgócios, construir a infraestrutura cer. A vice-presidente de Produtos necessária para pagamentos por da Mastercard Brasil e Cone Sul, aproximação na América Latina aponta que as transações por e no Caribe e acelerar a sua ado- NFC totalizaram R$ 6 bilhões no ção. Além disso, todos os cartões Brasil em 2019, um aumento de Mastercard emitidos a partir de 565% ante R$ 903 milhões de abril de 2019 contam com a tec- 2018. Em outubro de 2018, todos nologia NFC (Near Field Commu- os novos terminais de comerciannication)”, destaca a executiva. tes na América Latina, Europa, Oriente Médio, África e Ásia-Pa-

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De acordo com a executiva, a Mastercard lidera os esforços para aumentar os limites de pagamento por aproximação na região da América Latina e Caribe (LAC), à medida em que as pessoas buscam formas mais seguras de pagar devido à pandemia da COVID-19. A iniciativa está alinhada com ações semelhantes em todo o mundo, já que as autoridades de saúde recomendam o isolamento social e o pagamento por aproximação possibilita manter a distância segura de 1,5 metros de outras pessoas, uma vez que o consumidor terá contato apenas com seus objetos pessoais (cartão, celular, smartwatches e até mesmo pulseiras). Ana Paula acredita que essa prática irá continuar crescendo após o fim da pandemia. “A partir do momento que o consumidor uti-

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matéria liza o pagamento por aproximação pela primeira vez, ele passa a incluir este comportamento em sua rotina, tanto pela agilidade que a tecnologia oferece, quanto pela segurança”, afirma.

digitais. Além disso, a pandemia impulsionou uma transformação acelerada da tecnologia, com o mundo caminhando para uma realidade de pagamentos cada vez mais seguros e convenientes. As pessoas que não eram adepPara comprovar, a executiva tas ao pagamento por aproximaaponta uma pesquisa realizada ção passaram a considerá-lo em pela operadora de cartões. “Cer- sua nova rotina”, aponta. ca de 75% dos brasileiros entrevistados pela Mastercard disse- Para Ana Paula, os principais fatoram que continuarão utilizando res são segurança, praticidade, fapagamentos por aproximação cilidade e a higiene. Por conta da mesmo após o final da pandemia pandemia da COVID-19, muitos e 61% disseram que o pagamen- consumidores tiveram que adapto por aproximação agora é sua tar suas rotinas e mudar alguns de forma favorita de pagar. Segundo seus hábitos, incluindo a maneira a mesma pesquisa, neste mo- de pagar por suas compras. mento de pandemia, o conhecimento sobre pagamentos por “As pessoas estão preocupadas aproximação cresceu para 85% com os impactos do uso do didos entrevistados brasileiros. A tendência aponta para uma maior aceleração dessa forma de pagamento no Brasil”, esclarece.

nheiro em sua saúde. Aqui no Brasil, muitos deixaram de utilizar dinheiro físico durante a pandemia, mais precisamente 14% dos entrevistados, enquanto 63% diminuíram significativamente o seu uso. Nota-se que os pagamentos por aproximação são uma boa opção para minimizar a exposição do consumidor. Para compras até R$ 50,00 não é exigido senha. Esse sistema evita que o portador do cartão toque em superfícies possivelmente contaminadas”, conclui Ana Paula Lapa. Alexandre Pinto, diretor de inovação e novos negócios da Matera, também confirma a tendência de que essa prática fará parte da rotina de compras dos con-

Segundo ela, os brasileiros têm buscado novas formas de pagamento que sejam seguras e limpas. Com isso, os dispositivos com a tecnologia NFC, além dos cartões, têm sido mais utilizados durante a pandemia. “Dos entrevistados pela pesquisa, 72% indicaram usar o cartão físico e 49% utilizam o smartphone por meio de carteiras

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Ana Paula Lapa, vice-presidente de Produtos da Mastercard Brasil e Cone Sul, diz que essa prática irá continuar crescendo após o fim da pandemia.

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matéria sumidores brasileiros após o fim da pandemia. Segundo ele, toda forma de pagamento, os players principais já estavam buscando tornar a experiência mais intuitiva, mais fluida e rápida. “Eu diria que a grande diferença nesse caso da covid é que provavelmente as pessoas vão preferir os meios de pagamento que são de fato 100% por aproximação. Existem os cartões de crédito e débito e eles tem o NFC. De qualquer maneira, eles dependem um pouco das regras de cada bandeira e emissor do cartão, se o valor é mais alto, você tem que digitar o PIN ainda, digitar a senha. E no caso de soluções por QR Code isso não é necessário. Você captura com a tela do seu celular e não existe contato, você continua usando seus objetos e não precisa, fisicamente interagir com outro equipamento como a maquininha. É uma grande vantagem e vai alavancar principalmente o Alexandre Pinto, diretor de inovação e novos negócios da Matera, as pessoas vão preferir QR Code, que você não precisa fi- Para os meios de pagamento que são de fato 100% por aproximação. car encostando a mão ou o dedo” do Banco do Brasil que teve mais te e poderosa voltada para esse explica. de 1,5 milhão de downloads, para novo hábito. Esse novo hábito Alexandre aponta a necessidade app móvel. Muito provavelmente está sendo desenvolvido na marpara as pessoas buscarem mais essas pessoas estavam acostu- ra para que aquela público que conhecimentos sobre formas de madas a interagir com o banco era mais resistente. Quando você pagamentos digitais, por conta de outra forma, como ir à agên- pega as novas gerações, para elas da Covid-19. cia, usar o caixa eletrônico, usar já é mais natural fazer tudo por o dinheiro em espécie e com essa celular, já usam Nubank, Picpay, “Tivemos até uma notícia recente crise, existe uma força muito for- C6, mas ainda existe uma parcela

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matéria da população que não tinha entrado nesse mundo. Seja por desconhecimento, por não confiar ou não acreditar na segurança, mas que agora precisa e está sendo levada a usar os canais digitais. E acredito que mesmo após a crise, o comportamento deve continuar. As pessoas não vão voltar com intensidade a frequentar a agência bancária, vão criar um canal de relacionamento com o seu banco. Vai ser uma mudança de patamar”, afirma. Para o executivo a praticidade, comodidade e facilidade na realização de um pagamento são fatores que atraem o consumidor para esse tipo de tecnologia.

De acordo com Ralf Germer, CEO e cofundador da PagBrasil – fintech brasileira líder no processamento de pagamentos para e-commerce ao redor do mundo – todas essas iniciativas visam conter o uso do dinheiro físico, uma vez que os pagamentos por aproximação dispensam o contato com as cédulas de dinheiro ou dos cartões com as maquininhas, evitando que algum objeto possivelmente contaminado toque as mãos.

ninhas precisariam ser higienizados por conta da Covid-19. Esse método de pagamento leva segundos para ser realizado e pode prevenir contatos desnecessários com superfícies de alta rotatividade”, destaca. Por depender apenas de um dispositivo móvel, por exemplo o smartphone, a expectativa é de que os pagamentos por aproximação cresçam significativamente no Brasil. Segundo o e-Marketer, empresa de pesquisa de mercado, 21 milhões de pessoas devem realizar esse tipo de pagamento até 2023 - o número atual é 12 milhões. Para utilizar o método, as pessoas precisam ter celulares, cartões ou relógios compatíveis com a tecnologia.

“Os pagamentos online ou por aproximação proporcionam mais segurança para os clientes e atendentes porque evitam o manuseio do dinheiro físico e até mesmo dos cartões de plástico, “Tudo aquilo que dá praticida- que em contato com as maquide e não tem custo adicional, e que a gente perceba a segurança da transação tende a ser algo que as pessoas se engajam. Isso vinha até antes da crise. Outro aspecto é o uso do QR Code nas lives, para doação, ONGs, é muito bacana e é uma forma de interação. O QR Code ali na tela, seja o iti, o AME, você pode fazer o pagamento por ali. Tudo leva a essa facilidade de não ter que digitar a senha, os números do cartão etc. O pagamento por aproximação faz parte dessa tendência”, finaliza. Ralf Germer, CEO e cofundador da PagBrasil, diz que pagamentos online ou por aproximação proporcionam mais segurança para clientes e atendentes.

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O impacto do Open Banking sobre o mercado brasileiro em 2020 Em Julho estará circulando a 1ª edição da Revista Por Carlos Souza Head de Serviços Financeiros da Minsait, empresa do grupoda IndraASSOCIAÇÃO dedicada a promover ade TransABEINFO - publicação Bimestral formação Digital EMPRESAS e PROFISSIONAIS da INFORMAÇÃO.

Já faz algum tempo que o termo Open Banking ganhou popularidade global. Discussões a respeito do impacto que isso deve trazer para o mercado brasileiro ganham novos capítulos continuamente, ao mesmo tempo que lideranças de diferentes companhias financeiras buscam se adaptar ao novo cenário. Diante de tantas hipóteses, uma questão surge: afinal, qual é o im-

pacto que o Open Banking deve trazer para o mercado brasileiro? Antes de qualquer coisa, é necessário deixar o sensacionalismo de lado. Essa nova forma de lidar com instituições financeiras não vai destruir o sistema tradicional, mas vai demandar mais atenção ao relacionamento com o cliente. Consumidores poderão migrar de uma instituição para outra com muita facilidade, além de diver-

sificar serviços em diferentes plataformas – bancos, fintechs, neobancos, etc. As alianças entre o negócio bancário e os novos players tecnológicos se perfilam cada vez mais como um modelo capaz de melhorar a competitividade do setor, frente os desafios que se mostram com a chegada do Open Banking. Para garantir o sucesso desses novos modelos de colaboração,

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artigo Isso não significa que os bancos tenham um mercado menor a explorar. Ao contrário, essas instituições vão competir pela experiência do cliente para se manterem competitivas. Isso demanda agilidade e capacidades cada vez mais avançadas de tecnologia para não perder espaço diante dos novos entrantes.

Carlos Souza, Head de Serviços Financeiros da Minsait, empresa do grupo Indra dedicada a promover a Transformação Digital

é necessário destacar o papel-chave de fornecedores especializados nesse processo. Empresas que combinam alta especialização com a capacidade de transformação digital vão agilizar a implementação de novas tendências ou fornecer conhecimento sobre a regulamentação de cada região, colaborando para a adoção cada vez mais rápida desse novo modelo de negócio. Apesar do aumento da oferta de instituições financeiras, o Open Banking em si não irá aumentar a inclusão financeira. Ele é parte de uma transformação ampla que inclui ações claras e direcionadas do governo, agentes reguladores e empresas, sendo estas últimas responsáveis por proporcionar produtos e serviços financeiros customizados e direcionados para este segmento da população brasileira.

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Essa é uma medida drástica, mas não é necessário pensar em transformações tão profundas como essa. Basta começar pela preocupação com a segurança de dados, por exemplo. O Banco Central deve criar requisitos e padrões que diminuam fortemente o risco de vazamento de dados e vai caber às instituições financeiras se provarem seguras o suficiente para competirem no mercado – a implantação da LGPD em abril já está trazendo consequências para empresas de todos os portes e, no setor financeiro, isso não seria diferente. Recentemente, o Banco Central divulgou o comunicado N° 33.455 e, de acordo com essa resolução, os dados a serem compartilhados entre instituições serão relativos a produtos e serviços, dados cadastrais, dados transacionais e serviços de pagamento. Essas informações deverão ser compartilhadas pelas instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central, sempre com o consentimento do cliente.

Com mais dados e informações, consequentemente haverá aumento na responsabilidade dos custodiantes das informações. Dessa maneira, o Banco Central deve criar requisitos e padrões que diminuam fortemente o risco de vazamento de dados. Além disso, as empresas devem buscar cada vez mais criar estratégias de cibersegurança e o próprio governo criou leis como a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) para garantir que o consumidor não tenha informações sensíveis obtidas por terceiros não autorizados. Na Europa, a PSD2 (lei de privacidade local) definiu uma série de requisitos mínimos para as instituições interessadas em abrir seus dados. Algumas dessas exigências incluem processos rigorosos de autenticação de clientes, padrões de segurança com base em melhores práticas internacionais e níveis mínimos de tempo para entrega dos dados entre as empresas, por exemplo. No Brasil, ainda há um longo caminho a trilar, mas estar preparado para o Open Banking é uma premissa fundamental para todas as instituições financeiras do país. Mais do que um avanço, essa nova tecnologia representa uma nova forma de se relacionar com clientes, transformando todo o setor.

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Estado do mercado de automação de processos - 2020 Por Alan Pelz-Sharpe Fundador da Deep Analysis

Essa dicotomia madura/emergente fornece o pano de fundo para determinar o estado do mercado: 1. O recém-evoluído mercado de automação de processos digitais desenvolvido recentemente apenas a partir do mundo cada vez menor (mas ainda bastante presente) do mundo dos produtos, metodologias e habilidades de gerenciamento de processos de negócios (BPM). Avaliar o estado do mercado de automação de processos digitais em 2020 é um desafio instigante. De muitas maneiras, a automação de processos digitais é um mercado maduro - bem entendido e bem estabelecido. Mas, de outras formas, a automação de processos digitais é imatura - ainda em expansão, com uma mistura de tecnologias em rápida mudança.

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Muitos clientes, possíveis clientes e compradores, ouvindo novos termos que descrevem o que antes chamavam de gerenciamento de fluxo de trabalho e processos de negócios, coçam a cabeça e se perguntam o que aconteceu com o antigo espaço que conheciam tão bem. E o mais importante, eles querem saber se a nova terminologia significa que a tecnologia mudou significativamente ou se é mero truque dos

fornecedores que desejam agitar um mercado antigo. (Resposta: as tecnologias realmente mudaram, tornando mais fácil e rápido automatizar processos.) 2: Os fornecedores de processos de negócios atuais continuam a se transformar rapidamente, expandindo seus limites de mercado endereçáveis, adicionando novas parcerias e repensando o escopo da automação de processos digitais. Poucos fornecedores estão satisfeitos em abordar apenas a automação de processos; quase todos sentem a pressão para crescer e estão testando os limites de suas categorias de mercado existentes. Muito em breve, a automação de processos será incluída em uma plataforma de automação comercial maior, fornecendo aos compradores mais recursos do que apenas processos e oferecendo aos fornecedores maior diferenciação. A even-

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artigo tual plataforma incluirá modelagem de processos, mapeamento de jornada do cliente, ferramentas de baixo código, automação de fluxo de trabalho, serviços de captura de conteúdo e inteligente, portais, conformidade, regras de negócios, gerenciamento de casos, orquestração, insight de negócios, AI/ ML, blockchain, data lake para dados de processo e aplicativos de negócios pré-construídos habilitados para processo. 3: Os fornecedores de automação de processos veem uma oportunidade/ ameaça iminente de inteligência artificial e aprendizado de máquina, mas não está claro para eles se isso é bom ou ruim, ou como isso afetará seus produtos e implementações de clientes. Enquanto os fornecedores preveem o iminente espectro de IA/ML, seus recursos de P&D já são consumidos adicionando recursos de baixo código, integrando a automação de processos robóticos, criando aplicativos de negócios pré-criados, acelerando seus serviços em nuvem, concentrando-se em micros serviços, fornecendo mais análise de dados e insight , colocando os pés na água com as ferramentas de experiência do cliente e expandindo-se para outras tecnologias adjacentes. A maioria dos fornecedores de automação de processos ainda não teve tempo para descobrir como o AI/ML afetará os roteiros de seus produtos, enquanto outros, como Alfresco, Appian, IBM, Pegasystems, Salesforce e Ultimus (por exemplo), deram o futuro da AI/ML considerável pensamento e ação. Para os mais de 100 players de software de automação de processo e seus clientes, não haverá interrupção no ritmo das mudanças nos próximos cinco anos - apenas a aceleração provocada pela automação inteligente: 1) dentro do próprio software de automação de processo e 2) dentro do processo de negócios que o software de automação suporta.

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A evolução do software BPM para a automação de processos digitais não aconteceu da noite para o dia. Em vez disso, a subcorrente se fortaleceu ao longo de vários anos, surgindo eventualmente em 2014-2015. Por quê? Embora muitas empresas possam apontar para sucessos dramáticos e transformacionais de BPM nas duas décadas anteriores, em 2015 muitas iniciativas de BPM estavam presas ao excesso de alcance ou demoravam muito para gerar resultados.

Na opinião da Deep Analysis, o estado do mercado é forte. A automação de processos digitais passou com êxito de projetos de BPM lentos, muitas vezes onerosos e com uso intensivo de recursos, para projetos ágeis e de curto espaço de tempo que fornecem resultados de negócios rápidos e de alto impacto. A mudança foi impulsionada por uma mudança dramática nos recursos de código baixo e sem código, e acelerada por um intenso fascínio pela combinação de RPA com automação de processos.

Os motivos dessas falhas incluem: • Escopos de projeto expansivos que exigiam grandes equipes e compromissos significativos de tempo; • Um enfraquecedor enfoque nas metodologias em cascata, em vez da escassez de habilidades Agile Chronic nas metodologias de BPM, particularmente em TI; • Muito tempo desperdiçado em processos “como estão” versus o software BPM “pesado” da visão “a ser”, exigindo uma curva de aprendizado acentuada e um aumento substancial para analistas de negócios e desenvolvedores; • Requisitos de tempo prolongados para as metodologias Six Sigma e Lean seguirem seu curso; • Os profissionais lutam para obter suporte interno porque os produtos eram muito difíceis para os negócios, resistidos pela TI (que não gostava do jargão do processo) e muito complexos para as equipes Lean/Six Sigma ficarem sozinhas; • Limitações inerentes ao software BPM que exigiam uma programação personalizada significativa fora da ferramenta para atender aos requisitos do cliente.

Embora pareça que o mercado de BPM convergido/estruturado/de orquestração acabou de chegar ao seu destino, na realidade o mercado de automação de processos digitais está apenas parando antes de dar o próximo passo para se tornar uma plataforma inteligente de automação de negócios. Isso significa que os processos automatizados desaparecerão? O mercado de automação de processo digital recuará para o segundo plano? De modo nenhum. A automação de processos digitais continua sendo essencial para transformar a maneira como o trabalho é feito dentro da organização e como clientes e clientes são atendidos fora da organização, mas o software de automação de processos precisa de outros componentes técnicos para realmente brilhar. Alguns desses componentes, como serviços de conteúdo e regras de negócios, sempre existiram, são bem compreendidos e já estão integrados, mas outros - como AI/ML - são novos para o setor e para os compradores. Juntar esses componentes em uma plataforma de automação comercial inteligente altamente modular e configurável dará aos executivos de negócios, de TI e de marketing mais poder do que nunca para transformar suas organizações.

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Asfaltando o caminho do burro Por José Guilherme Junqueira D. de Souza

Diretor da ABEINFO, Consultor e Sócio Fundador da Virtaus, consultoria especializada em gestão da informação e transformação digital

tica de revisar e melhorar continuamente cada processo de negócios em sua organização.

Toda empresa opera com base em um conjunto de processos individuais que se unem para formar as operações gerais do negócio. Obviamente, processos mais eficientes equivalem, automaticamente, a uma melhor produtividade o que resulta em melhores resultados. Um processo de negócios é uma série de ações ou etapas que sua organização executa para atingir uma meta de negócios específica. O gerenciamento de processos de negócios é a prá-

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A melhoria de processos pode ter vários nomes diferentes, como gerenciamento de processos de negócios (BPM - Business Process Management), melhoria de processos de negócios (BPI - Business Process Improvement), reengenharia de processos de negócios, processo de melhoria contínua (CIP - Continual Improvement Process), entre outros. Independentemente da nomenclatura, todos buscam o mesmo objetivo: minimizar erros, reduzir desperdícios, melhorar a produtividade e otimizar a eficiência. Relatório da Forrester publicado em 2018, intitulado “O Estado de desculpas da Transformação Digital” indica que até 22% das empresas americanas, ainda não processam a excelência e a automação do fluxo de trabalho. Esses são aspectos críticos para a satisfação do cliente e o aumento da receita. Se desejamos uma lista crescente de clientes satisfeitos, precisamos começar a nos concentrar na exce-

lência do processo. A automação de processos de negócios é uma maneira direta e eficaz de começar nesse caminho. A automação é uma pedra angular da transformação digital. É uma das maneiras mais rápidas e fáceis de aumentar não apenas a eficiência dos processos de negócios, mas também tornar cada processo também mais atraente e gratificante para sua equipe. A automação de processos de negócios é o uso da tecnologia para executar tarefas ou processos recorrentes em um negócio em que o esforço manual pode ser substituído. Isso é feito para obter minimização de custos, maior eficiência e processos simplificados. A automação de processos de negócios não deve ser confundida com o gerenciamento de processos de negócios, que é uma disciplina maior que envolve o gerenciamento de processos complexos em toda a organização, usando diferentes metodologias.

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to Go e Sit


artigo A transformação digital pode parecer uma meta imensa e esmagadora para as organizações que não estão nesse caminho. A automação de processos de negócios pode ser um trampolim para a adoção dessa cultura de transformação contínua. Você pode começar com alguns processos que claramente precisam de correção e, gradualmente, aumentar sua jornada.

- Impacto significativo em outros processos e sistemas

Um dos grandes resultados do sistema de automação de processos são os processos simplificados. Responsabilidade clara, notificações personalizáveis, informações valiosas e tempos de resposta mais rápidos facilitam a eliminação de atividades desnecessárias e o foco na melhoria de tarefas que agregam valor.

“Cerca de metade de todas as atividades que as pessoas são remuneradas para realizar, em todo o mundo, poderia ser potencialmente automatizada “ – McKinsey&Company

Com a automação de processos de negócios, todos os detalhes de um processo específico são registrados. Essas informações podem ser apresentadas para demonstrar conformidade durante as auditorias. Ao automatizar um processo de negócios, você pode esperar sempre um padrão consistente de resultados. A padronização ajuda a posicionar sua organização como confiável, o que, por sua vez, pode ajudar a aumentar sua base de clientes. A satisfação do cliente é um diferencial importante em qualquer setor. O foco na excelência operacional e no processo ajuda a exceder as expectativas dos clientes com facilidade. Quando você atende consistentemente aos padrões prometidos, é mais provável que os clientes desenvolvam uma preferência por sua empresa. Quais processos de negócios você deve automatizar?

- Necessidade de trilhas de conformidade e auditoria Se uma atividade atender a todos os critérios listados acima, é muito provável que você precise automatizar seu processo de negócios.

Automação visa simplificar a carga de trabalho das equipes, em tarefas que robôs podem executar de forma mais eficiente, permitindo que os funcionários possam se concentrar em atividades mais valiosas para a organização. Porém, antes de automatizar um processo, precisamos revisitá-lo e melhorá-lo para que possamos garantir que automatizaremos um processo mais eficaz. De outra forma, poderemos “Asfaltar o Caminho do Burro”, ou seja, asfaltar aquele caminho sinuoso que o burro faz, desviando de árvores, obstáculos e que, não necessariamente, é a melhor forma de chegar ao seu destino. Ou seja, um processo ruim automatizado, é simplesmente um processo ruim feito mais rapidamente. O que estamos propondo, é uma reanálise dos seus processos antes de automatizá-los, para se encontrar ineficiências e atividades que podem ser realizadas de uma maneira melhor, garantindo que atendam às expectativas dos negócios e dos clientes, trazendo, dessa forma, os resultados esperados.

- Alto volume de tarefas

Dessa forma, questões simples podem nos ajudar nesse processo:

- Várias pessoas necessárias para executar tarefas

- O processo que queremos automatizar foi projetado da maneira mais eficiente possível?

- Natureza sensível ao tempo

- Quantos gargalos existem nesse processo?

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- Quantas pessoas estão envolvidas? Quanto mais pessoas fizerem parte de um processo, o potencial de automação aumenta exponencialmente porque a complexidade aumenta significativamente o que aumenta, também, suas possibilidades de falhas. A melhoria de um processo, antes de sua automação (e sempre), será traduzida em uma redução de custos (uma vez que o aumento da produtividade com menos custos de mão de obra significa aumento do lucro, bem como diminuição dos custos com treinamentos), otimização de tempo e redução de erros, conformidade com requisitos internos e externos, tornando o processo de auditoria mais fácil, maior flexibilidade para alterações por serem sistemas automatizados, aumento da satisfação dos clientes, principalmente pela redução dos erros e, consequentemente, melhoras nos resultados finais. Dessa forma, ao invés de “Asfaltarmos o Caminho do Burro”, a primeira etapa é avaliar o fluxo de trabalho atual. A automação de um processo pode melhorar um processo, mas, para ser mais eficaz, melhore o processo e use a automação como meio de alcançar a melhoria. A simplificação dos processos de negócios em sua organização afeta mais do que apenas seus resultados. Ele suporta sua saúde organizacional geral e capacita sua equipe a fazer o melhor trabalho possível - o que ajuda sua organização a crescer de dentro para fora. A automação de um processo existente pode remover erros humanos, acelerar o processo e aumentar a produtividade. Ele também automatizará quaisquer ineficiências no processo. Melhorar o processo e aplicar a automação trará uma melhoria dupla, colhendo as eficiências de um processo melhor, bem como os ganhos de eficiência que a automação trará. Corrija e desenhe o melhor caminho antes de asfaltá-lo!

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Transformação digital e além... Por Carlos A. Bassi

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Muito tem se falado na aceleração da transformação digital das organizações por conta da pandemia do novo corona-vírus. Devemos utilizar estes momentos de crise para repensar e promover uma real transformação do negócio.

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Muitas lições deverão ser aprendidas e aplicadas pelas organizações privadas e públicas com esta situação que estamos passando. Os hábitos e valores das pessoas estão sofrendo mudanças significativas e terão impacto direto na forma como os clientes e/ou cidadãos passarão a se relacionar com as organizações na busca e aquisição por produtos e serviços que desejam ou necessitam.

passar a adotar canais de relacionamento e entrega de produtos/serviços tanto físicos como digitais em um curto espaço de tempo.

Esta transformação do negócio deve se basear em aspectos como:

Se organizar em redes

Ser omnichannel Está comprovado que as organizações que possuem apenas o canal físico com seus clientes não sobrevivem e, devem

O mais importante é que estes canais estejam integrados. O usuário não deve perceber que se move entre os diferentes canais, tornando sua experiencia o mais simples e eficiente.

Outro fator relevante para sobrevivência será organizar uma rede de empresas independentes colaborando nas soluções de problemas em comum, podendo estas empresas serem do mesmo ramo de atuação ou de ramos que se complementem.

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to Go e Sit


artigo A colaboração é fator essencial para atuarmos neste ambiente de negócios exponencial. A ideia é que os participantes atuem de forma ágil, criativa e colaborativa, sem burocracias ou regras tradicionais (como por exemplo as relações trabalhistas), com a possibilidade de retornos diferenciados e, conectados por um propósito que pode ser profissional, ambiental ou social. Quanto maior e mais flexível for esta rede, haverá menor dependência de fornecedores/distribuidores que queiram explorar ou tirar vantagem nos momentos de crise, fortalecendo a experiência do cliente e geração de valor e, garantindo a sustentabilidade do negócio.

A formação de equipes descentralizadas e número limitado de integrantes, que possuam competências e habilidades que se complementam e necessárias para executar as tarefas, papéis dinâmicos, com autonomia para tomar as decisões que forem necessárias, que gerenciem o orçamento e o projeto, que compartilhem as informações em tempo real, permitirá maior racionalização da estrutura organizacional e dos níveis hierárquicos e, redução dos custos envolvidos em sua manutenção. A adoção deste modelo por algumas empresas apresentou um aumento na felicidade de seus colaboradores, consequentemente, um aumento na produtividade. Capacitar colaboradores

Flexibilizar o relacionamento com colaboradores O isolamento social só ampliou nossa visão da necessidade de flexibilizar a jornada de trabalho e melhoria na gestão dos colaboradores. A adoção apropriada do home office permite que as tarefas sejam executadas nos horários mais adequados dos colaboradores levando em conta o biorritmo e as necessidades pessoais e familiares de cada um, a perda de tempo em deslocamentos até os locais de trabalho, por consequência, maior qualidade de vida e saúde. O cumprimento de carga horária passa a ser focado no atendimento a resultados pelos colaboradores. Adotar a autogestão

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Uma máxima que vem se repetindo cada vez mais nos últimos anos: capacitar os colaboradores de forma continuada. Além do foco tradicional de qualidade, inclusão e produtividade, a criação e fortalecimento de uma cultura de preservação da privacidade e proteção de dados por todos os colaboradores será um elemento fundamental na adequação e proteção da organização frente às legislações de proteção de dados que vem sendo adotada por diversos países. Usar de forma eficiente seus ativos Nos momentos de crises econômicas, o melhor uso de seus ativos é essencial. A adoção do trabalho remoto de colaboradores concomitantemente com a autogestão de times e, o compartilhamento com organizações parceiras ou afins,

permitirá o uso eficiente dos ativos e uma redução dos custos fixos. Respeitar valores sociais e ambientais A adoção de práticas que estimulam o consumo consciente e responsável levando em conta a qualidade de vida no planeta e na vida das próximas gerações, o reaproveitamento de resíduos descartados ao longo do processo produtivo, a adoção da logística reversa visando a reciclagem dos resíduos após consumo de produtos e, transparência na apresentação dos resultados e ações, passarão a ser alguns dos fatores de decisão na aquisição de produtos e serviços por estes novos consumidores e cidadãos. Utilizar tecnologias de forma inteligente A utilização de forma inteligente da tecnologia tem viabilizado muitas das transformações desejadas pelas organizações. A adoção de tecnologias inovadoras de mobilidade, conectividade, nuvem, redes sociais, captura de documentos, automação de tarefas, análise de dados, machine learning e inteligência artificial será essencial para se obter melhores resultados. As organizações terão grandes desafios a superar, mas com um planejamento adequado e engajamento de todos esta jornada será vitoriosa. O mais importante passa pela conscientização de que não basta transformar digitalmente, mas que a organização precisa ir além na transformação do próprio negócio.

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artigo

Organização de dados estatísticos: um case de duas bibliotecárias Por Clarissa Padovani e Amanda Moura dam tudo que está relacionado à dados e informação, independente da forma que se apresentam.

As bibliotecárias, por olhos leigos, são profissionais que devem trabalhar em bibliotecas, como se isso fosse algo ruim. Grande parte das pessoas ainda não sabe que bibliotecas são um culto à informação e ao poder. No entanto, as habilida-

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des profissionais de uma bibliotecária não estão limitadas a esse espaço físico. Estamos aptas a trabalhar em tudo que envolve a análise, o tratamento, a recuperação e a disseminação da informação. Criamos habilidades e técnicas que circun-

Uma das áreas mais interessantes da biblioteconomia é a classificação. Mas afinal, o que é classificar? Classificar é agrupar, reunir em classes, de maneira estruturada e hierárquica para que os objetos pertençam ao mesmo grupo, a fim de manter a organização e recuperação desse dado de maneira rápida e eficaz. Podemos citar como exemplo, a CDD (Classificação Decimal de Dewey) e a CDU (Classificação Decimal Universal), como uma de nossas principais ferramentas.

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artigo Nos dias atuais, as informações são versáteis e voláteis, principalmente com o crescente uso de técnicas de big data para coletar e analisar dados estruturados e não estruturados de fontes diversas, como redes sociais, bases de dados estatísticas etc. Para tratar disso, vamos relatar um case de sucesso que executamos para uma empresa que utiliza a ciência de dados como forma de análise, porém, encontrou dificuldades para organizar a informação para posterior recuperação. Deste modo, fomos contratadas para estruturar um banco de dados virtual, que utiliza a ferramenta Tableau para visualização desses dados e o Tableau Server para armazenamento, porém, com informações desorganizadas e sem uma metodologia para padronização da nomenclatura. E o que fazer quando isso acontece? O que adianta gerar dados se depois você não conseguirá recuperar? Essa é a primeira etapa a observar num sistema. Dados soltos são apenas dados. Dados trabalhados transformam-se em informação.

bibliotecas. Foi necessário traçar um gar uma classificação pronta, foi inplano de ação específico para clas- cluir no produto final a metodologia sificar essa informação. necessária para a classificação. Isso foi fundamental para o envolvimenApós entrevistas com os usuários e to da equipe na compreensão da administradores do sistema, identi- importância da padronização e orficamos a problemática e pensamos ganização dos dados desde o início num sistema de classificação que do projeto, facilitando a busca da estivesse baseado em alguns princí- informação. Além disso, a metodopios da CDD e da classificação ado- logia também abriu a possibilidade tada pela Library of Congress, crian- de automatizar a classificação, em do um sistema de classificação mais trabalho a ser desenvolvido posteexpansível e adaptado à realidade riormente pelos cientistas de dados. do conjunto de dados que tínhamos em mãos. Por tudo que foi dito, fica claro que além dos espaços tradicionais de Os dados estavam organizados em trabalho das bibliotecárias, a ciência pastas, sendo então, a classe mais de dados abre ainda mais possibigeral e o primeiro aspecto a ser es- lidades para atuação dessas profistruturado. sionais, especialmente em equipes interdisciplinares como a que tiveEm seguida, a notação que nome- mos neste case. aria os arquivos foi definida com base nas siglas dos nomes das pas- E mesmo que as informações não tas combinadas a códigos numéri- estejam mais no mundo físico, aincos definidos para permitir a expan- da é necessário organizar e classisão das classes ao máximo possível, ficar para que a recuperação seja sem que fossem necessárias atuali- mais precisa e eficaz. zações constantes do sistema. Clarissa Padovani é bibliotecária Pela natureza dos arquivos digitais, especialista em Leitura e Produção Texnão foi necessário estabelecer prin- tual, e CEO da Códice.

cípios hierárquicos rígidos, por não se tratar de posição de um objeto Amanda Moura é bibliotecária na na estante, mas sua localização Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e consultora na Códice. Neste caso específico, não pode- dentro de uma base de dados. ríamos utilizar sistemas de classificação como a CDD e a CDU, tal Como nossa consultoria era tempocomo usamos tradicionalmente em rária, mais importante do que entre-

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artigo

Como será o amanhã? Por Maria Luiza Reis

Presidente da Assespro-RJ e CEO Lab245 Software

“Como será amanhã? Responda quem puder O que irá me acontecer? O meu destino será Como Deus quiser Como será?” (Samba Enredo da União da Ilha do Governador - 1978) A pandemia COVID-19 criou uma situação mundial inédita: 4.5 bilhões de pessoas foram confinadas em casa. Da China aos EUA, passando pelo Japão, pela Itália, França, Índia todos em casa para evitar uma tragédia maior do que já estava acontecendo.

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Isso provocou uma imediata mudança de comportamento no consumo, no trabalho, no entretenimento e na dinâmica do deslocamento. Tendências em alta até então sofreram uma interrupção abrupta como, por exemplo, o transporte de aplicativo como Uber ou de hospedagem como Airbnb.

social exigia proximidade virtual. Assim, as pessoas conseguiram se conectar com seus empregos em home office, astros da música fazem espetáculos online de casa, crianças e jovens tem aulas à distância, médicos consultam seus pacientes por telemedicina e até igrejas realizaram seus cultos online.

Grandes eventos, viagens internacionais, bares, restaurantes, tratamentos estéticos, calçados e vestuários, shopping centers foram profundamente abalados.

O comércio tradicional de rua e shopping fez o possível para superar e vender online e as plataformas de e-commerce tiveram um grande impulso.

Até mesmo o hábito de consultas médicas preventivas e procedimentos eletivos sofreram com a crise.

E os eventos tecnológicos e de negócios? As plataformas de teleconferência, que se tornaram o foco de todas as atenções e eventos para todos os gostos, se multiplicaram.

Com essa mudança repentina de hábitos, muitos setores econômicos foram fortemente impactados e, muitas empresas viram o faturamento sumir e consequentemente muitos empregos foram perdidos. Entretanto, no meio da crise econômica e sanitária, não tivemos desabastecimento de itens essenciais de consumo, ao contrário, supermercados e farmácias viram suas as vendas crescerem. A internet, através de celulares e cabo, foram as grandes estrelas neste momento na prestação de serviços. O isolamento

No meio de toda essa mudança, um elemento a mais na crise humanitária: a falta de equipamentos médicos e de proteção individual. Países como Estados Unidos e Alemanha brigaram por equipamentos, Brasil perdeu produtos já encomendados para países mais ricos. Conseguir máscaras cirúrgicas e respiradores para UTI está sendo um embate de poder. Essa dificuldade revelou ao mundo que a produção excessivamente segmentada em nível mundial pode ser ruim para momentos emergenciais e levantou uma bandeira

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artigo artigo de que uma indústria local diversificada e forte poderia ser um fator importante para vencer crises mundiais. Agora voltamos à pergunta do título: Como será o amanhã? Nós voltaremos a consumir, trabalhar, vender e produzir como antes? O novo normal, como será? Um primeiro ponto a discutir é o cenário econômico: será que a nova economia continuará baseada em altíssima produção, no consumo excessivo e descartável, já que agora nos acostumamos a ficar em casa e gastar menos? Os países poderão encontrar uma fórmula de economia sustentável sem a obrigação de crescimento do PIB? Sim, isso é uma possibilidade real e economistas de todo mundo já estão estudando modelos econômicos sem o PIB como principal indicador econômico. Se a produção em escala acelerada exige um consumo desenfreado para a sustentação da economia, assim como a necessidade de matar qualquer concorrência, então uma produção descentralizada e em menor escala será provavelmente mais cara e consequentemente trará um consumo mais racional. Um segundo ponto a ser notado: o comércio local tradicional de rua ou de shopping foi forçado a aderir ao comércio eletrônico para continuar vendendo. Esse comércio mais próximo das nossas residências consegue entregar com um prazo menor e essa pode ser a grande oportunidade para competir com as grandes redes nacionais que tem estoque centralizado e entregas demoradas. Sobre eventos e congressos online, carecem de charme. Eles não têm o olho no

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olho, não tem o calor da plateia, não tem o networking dos participantes, mas dão a oportunidade de participação em vários em um mesmo dia e de reunir palestrantes de cidades, estados e países diferentes sem custo alto. Certamente será uma modalidade de evento que vai se aperfeiçoar e criar novas oportunidades. As aulas online estão nos primeiros passos. A rede particular deu o pontapé inicial, mas a rede pública não se arriscou por reconhecer a carência de equipamentos adequados e infraestrutura nas casas da população mais pobre. Essa restrição já está sendo combatida com a distribuição de chips de dados para os alunos da rede. Ainda existem críticas, mas logo o computador será um item mais essencial para as famílias em geral do que a TV, assim como o celular substituiu rapidamente o uso de linhas fixas principalmente nas classes mais pobres. Resumindo, tudo que muda para melhor, não volta mais, mas qual desses hábitos novos são melhores do que fazíamos antes? Como dizia o primeiro verso do samba da União da Ilha: “A cigana lê o meu destino”, nós não temos como prever o que irá acontecer, sabemos que este momento irá marcar as nossas vidas, mas não sabemos como e, apesar de vocês que leram até esse ponto estarem um pouco decepcionados, vamos ser francos, as previsões são apenas ideias, pensamentos, não temos como saber se vão acontecer de verdade. Mas ouso a fazer uma previsão sobre previsões: os sistemas preditivos de análise de dados serão instrumentos mais usados do que nunca e irão ajudar a sociedade plural a entender as suas normalidades

e padrões. O domínio dos dados por um grande grupo de pessoas, de formação técnica ou leigas, trará uma visão de futuro agradável pois irá dar mais garantias para o gestor público, começando com os grandes países chegando até às pequenas cidades. Entenderemos a sociedade como um corpo e os dados serão usados por todos com recursos de pesquisa e apoio à tomada de decisão. Não que essas tecnologias sejam inovadoras, mas a sua aplicação em larga escala e de forma fragmentada será uma revolução para a vida em sociedade. Faça você mesmo a sua análise de dados, ajuste para ver a nova forma de visualização e por fim, tire as suas conclusões e compartilhe com colegas. É a força do coletivo pensante para enxergar com clareza os problemas e encontrar as melhores soluções. Abaixo um exemplo que eu e meu colega Victor Wanderosck estamos alimentando para análise das curvas de contaminação nos estados do Brasil diariamente sendo possível ver as mudanças desde dia 13/3 até hoje. Essa outra análise, acompanhada pelo celular, acompanha a evolução da doença nos países de todo o mundo desde 31/12/2019, feita pelo Márcio Ferreira. Analisar as vidas de bilhões de pessoas, exige uma visão mais estruturada, mas essa visão não é necessariamente igual para todos ainda que os dados sejam. Soluções geniais surgem da cabeça das pessoas, as ferramentas só permitem que grandes ideias se baseiem em cálculos consistentes e dados confiáveis.

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OSAS


artigo

COVID-19 e trabalhar em casa sem considerar Cybersecurity e Privacidade abrem precedentes para cibercriminosos Por Paulo Baldin

Privacy Officer do Banco Carrefour Atualmente existem hackers que se enquadram em diferentes categorias, conhecidas como “Black Hat”, “White Hat” e “Gray Hat”.

A pandemia do coronavírus (Covid-19) tornou-se uma realidade mundial e a necessidade de interromper a propagação dessa pandemia traz perturbações aos sistemas globais de saúde, econômico, político e social. Se por um lado, as atenções estão voltadas para uma ameaça invisível que é o vírus, por outro lado, temos outra ameaça invisível no ambiente virtual que são os “hackers”.

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Os hackers “Black Hat” são criminosos que invadem computadores e dispositivos com intenções astuciosas, destruindo informações, mantendo os computadores e dispositivos reféns Esses termos estão relacionados com para extorsão, roubo e/ou vazamento os filmes de cowboys dos anos 50 nos de informações como número de carquais os bandidos usavam chapéus tão de crédito, e-mails e outras inforpretos e os mocinhos usavam branco mações pessoais. ou outras cores claras. Como resposta a essa pandemia munOs hackers da categoria “White Hat” dial as empresas de grande, médio e ou “Hacker ético”, podem atuar em pequeno porte realizou ou está realicarreiras de perícia forense, explora- zando a transição para o trabalho reção de vulnerabilidade, engenharia de moto (famoso Home Office) de forma redes, desenvolvimento de softwares, abrupta, a fim de manter as operações testes de invasão, gestão de riscos, fora dos escritórios físicos em funcionaentre outras; “Gray Hat” se aplica a mento para garantir a segurança e a profissionais que, embora sem as mes- saúde de seus colaboradores, clientes mas motivações maliciosas dos “Bla- e parceiros. ck Hat”, por vezes violam os padrões éticos, por exemplo na descoberta ou Se para algumas organizações e coladivulgação de vulnerabilidades. boradores, o trabalho remoto já é uma

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artigo realidade há alguns anos e nesse momento necessita de pequenos ajustes, para outras é um conceito novo e até estranho e não há, nessas empresas, preparação adequada para essa nova realidade e vários desafios estão sendo encontrados, como políticas específicas ou tecnologias de monitoramento e políticas. Entre as mínimas práticas seguras em Cybersecurity para o trabalho remoto de forma segura, estão a utilização de notebooks, tablets e smartphones homologados, bloqueio automático da tela do dispositivo após um período de tempo sem uso, criptografia do disco rígido dos notebooks, utilização de antivírus nos notebooks, tablets e smartphones, software de gerenciamento dos tablets e smartphones, utilização de VPN para acessar os sistemas e diretórios de rede, bloqueio das entradas USB, bloqueio de acesso a páginas na internet, acesso à internet apenas em locais particulares, entre outras. Referente ao tema de Privacidade de Dados, devido ainda não termos um aparato legal que monitore o tratamento seguro dos dados dos titulares e consequentemente não possuímos mecanismos de regulação e fiscalização as companhias estão mais expostas e em meio à pandemia as mais variadas tecnologias estão sendo utilizados (sem ser homologados pelas companhias), principalmente os softwares que possibilitam o trabalho e a comunicação remoto, está cada vez mais abrindo caminhos para vazamen-

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to de dados ou até mesmo sequestro Pesquisa recente da Kaspersky compade dados com solicitação de regaste rando o mesmo período de 2019 esutilizando moedas virtuais. tamos com 124% a mais de ataques utilizando a técnica de phishing utiliDepois de mais de 50 dias trabalhando zando envio de e-mails e principalmenem casa, o tal “home office” deixou te links distribuídos por WhatsApp (por de ser novidade e um lado diferente se tratar do software de comunicação surgiu que é a solidão devido essa mu- preferido dos brasileiros). dança repentina. Mesmo em um ambiente familiar e trabalhando ao lado Para ter uma ideia de proporção que dos seus parentes queridos (compa- esse tipo de ataque tem, é estimado nheiro, companheira, filhos, pais) ain- que mais de 110 milhões de pessoas da assim muitos profissionais podem utilizam o WhatsApp no Brasil, o que se sentir profissionalmente sozinhos, representa quase metade da populaprejudicando seu desempenho e os ção. colegas de trabalho aos poucos vão ficando menos acessível, pois todos vão Combater o coronavírus sem considerar no mapeamento estratégico das perdendo suas habilidades sociais. organizações as áreas de Cybersecurity Com mais essa situação nascendo e Proteção de Dados e Privacidade é entre os colaboradores mais frestas o mesmo que enviar as tropas para surgem para os cibercriminosos utiliza- a guerra sem informações nem equirem as técnicas de engenharia social e pamentos adequados, sem calçados golpes envolvendo phishing (e-mail ou e vestimenta adequada, armando-os mensagem com link maliciosos) e não com baionetas, enquanto o inimigo é de hoje que os cibercriminosos apro- utiliza fuzis e drones e inteligência veitam datas comemorativas, eventos avançada sobre seu exército. ou situações catastróficas para fazer vítimas virtuais, com os métodos citados O crime nunca para, ainda mais em acima e também utilizando sites falsos um ambiente que os cibercriminosos para tentar explorar vítimas que preci- se sentem “seguros” e com vantagens sam de apoio financeiro ou sites falsos competitivas perante as companhias, de aconselhamento médico são ape- pois como diz o velho ditado “água nas alguns exemplos que são explora- mole em pedra dura tanto bate até que dos. Já foi estimado que mais de 3600 fura” – o ataque ocorrerá e quando novos domínios que contêm o termo essa “pedra furar” o hacker tem gran“coronavírus” entre 14 e 18 de março de oportunidade nas mãos, pois sabe de 2020, alguns são legítimos, mas a que a exposição é elevada à máxima grande maioria é utilizada para fraudes potência no mundo digital e que um on-line, distribuição de malware e até ataque silencioso pode se tornar “um furo” escandaloso. mesmo venda de falsas vacinas.

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artigo

O avanço da tecnologia na área da saúde Por José Antônio Galves Jr Comitê Executivo Gestor na ABEINFO

4) Pequenas incisões,

taminado por um paciente infectado por uma doença contagiosa,

5) Menor tempo de cirurgia, 6) Visão 3D utilizando 2 óticas com conjugação de imagem, 7) Filtro dos movimentos proporcionando maior estabilidade durante todo o procedimento.

Nos últimos anos a medicina vem evoluindo a passos largos no desenvolvimento de novos medicamentos, novos tratamentos e novas técnicas de cirurgia. Entre todas as evoluções cabe destacar a da cirurgia que passou a ter o auxílio de um Robô. Vejam que não estou falando de um Robô de RPA na cirurgia, mas sim de uma cirurgia robótica a forma mais moderna de cirurgia existente no mundo e no Brasil. São inúmeras as vantagens do uso de Robô Cirúrgico, tanto para o paciente bem com para os hospitais.

Apesar da transformação digital ter evoluído muito na área da Saúde, seja através dos prontuários eletrônicos ou no monitoramento de pacientes de forma digital, pouco ainda se tem explorado no caso da cirurgia robótica, apesar disso creio que em muito em breve a cirurgia será realizada com pouca interferência do médico, onde através do exame de imagem (tomografia ou ressonância), o robô poderá ser guiado na cirurgia com uma precisão jamais imaginada.

1) Menor tempo de Hospitalização,

Outra tecnologia que vem ganhando força este ano é a telemedicina, que apesar de ter sido regulamentada em maio de 2019, somente agora em tempos de pandemia ela vem sendo utilizada de uma forma mais ativa.

2) Retorno mais rápido do paciente as suas atividades,

Entre os benefícios do seu uso podemos citar alguns, entre eles:

3) Maior precisão na operação,

1) Nenhum risco do médico de ser con-

Entre as vantagens vale a pena destacar:

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2) Melhor acompanhamento para doenças crónicas, 3) Acesso rápido do paciente junto aos seus médicos especialistas, 4) Ganho no tempo de deslocamento do médico e do paciente, 5) Redução no cancelamento de consultas, 6) Fácil acesso a consultas por pacientes que moram em regiões longínquas. É importante ressaltar que independentemente do uso da tecnologia aplicada, os canais utilizados deverão garantir a privacidade e o sigilo nas informações trocadas entre o paciente e o médico. Apesar dos seus benefícios a telemedicina ainda não substitui, em sua totalidade, a necessidade da consulta presencial. O exame físico no paciente, a anamnese e a conversa presencial, continuam sendo importantes no auxílio de um diagnostico mais preciso durante a primeira consulta. Não tenho dúvida de que este ano a transformação digital será um marco no avanço da relação paciente x médico.

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artigo artigo

Ousadia ou morte: não há meio termo para o setor bancário Por Edgardo Torres-Caballero Diretor Geral da Mambu para LATAM

Essa necessidade vem do fato de que o mercado vem sendo ocupado por novos entrantes, que estão reinventando a oferta de serviços com processos automatizados, fluídos e, principalmente, com novas experiências que estão deixando para trás os desajeitados processos manuais com os quais nos acostumamos. E não falamos de poucas empresas. Na América Latina, hoje, temos muito mais fintechs do que instituiO setor financeiro e, mais especi- ções bancárias em funcionamento. ficamente, o negócio dos bancos, Somente no Brasil, são 377 fintechs mudou tremendamente ao longo operando, contra 27 bancos. da última década. A tecnologia tornou-se parte fundamental do ne- E essa relação é mais ou menos a gócio e foi absorvida pelos bancos mesma em outros países: para a oferta de novos produtos e serviços. Mas isso foi apenas o começo. O que veremos nos próximos dez anos fará com que os bancos como os conhecemos hoje pareçam algo da era glacial. Isso porque, no passado, os bancos eram construídos para durar e, agora, precisam Todas estas empresas estão criando ser construídos para mudar e evo- novos serviços e oferecendo novas, e melhores, experiências aos clienluir constantemente. tes. Muitos destes serviços estão

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sendo criados do zero, construído para atender ao desejo do cliente que, cada vez mais acostumado com a experiência oferecida por empresas como Amazon e Google, hoje vê seus bancos com outros (e mais exigentes) olhos. Para a grande maioria dos bancos tradicionais, a rapidez com que esta mudança vem acontecendo é uma ameaça, e séria. Os pesados investimentos realizados por eles em sua estrutura legada de TI surgem hoje como uma camisa de força, ou uma bola de ferro presa ao concreto. O desafio que se coloca hoje a estas instituições é justamente transformar o que é visto hoje como ameaça em oportunidade e vantagem competitiva. E para isso, é preciso uma nova abordagem. Ousada, é verdade, mas a única possível diante da onda de mudanças que o setor terá pela frente. Quando se fala em tecnologia, quem quiser sobreviver e se

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artigo manter no mercado, vai precisar aprender a configurar e integrar, ao invés de codificar e customizar; terá que aprender a trabalhar com cloud elástica, ao invés de usar workloads on-premise; e terá que melhorar continuamente. Em um setor imprevisível como o bancário, a agilidade deixa de ser algo “bom para se ter” e se transforma em item básico de sobrevivência. E não estamos falando apenas da capacidade de fazer escolhas a partir de um espectro limitado de opções. Não. Os bancos que quiserem atender às demandas de seus clientes precisarão ser ágeis de verdade, e isso será mais importante, até, do que a escala conseguida por alguns deles. Estamos falando de: • Reinventar as experiências fim a fim de seus clientes, oferecendo serviços bancários móveis, rápidos e fáceis de usar; • Não contar mais com dados armazenados em silos, mas utilizá-los para criar relações com os clientes com comunicação mais rápida e simples; • Usar a criatividade e a tecnologia para amenizar a complexidade de controle de grandes estruturas legadas criada por novas regulações; • Projetar novos serviços bancários que tirem vantagem o novo panorama de tecnologia.

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Pode parecer um desafio enorme, e os riscos envolvidos por vezes servem como justificativa para que alguns membros do board queiram distância deles. Por outro lado, é preciso levar em conta também que os grandes bancos contam com cartas importantes na manga para este jogo:

Um caminho para isso é a adoção de um conceito chamado composable banking, uma nova abordagem que prevê o desenvolvimento e a prestação de serviços financeiros baseados na montagem rápida e flexível de sistemas independentes, que ofereçam desde score de crédito até inteligência artificial. Ela tem ajudado instituições tradicionais • Uma base de clientes já existente, a oferecer novas experiências aos cujos relacionamentos já existentes seus clientes, competir com as fintedevem facilitar a oferta de novas chs e responder a esta necessidade iniciativas e serviços; de mudança, sem abrir mão de seus ativos construídos ao longo de dé• Uma situação financeira sólida, cadas. que lhes permite financiar inovação sem a necessidade de investimento O fato é que não é possível prever externo; o futuro, mas pouca gente dúvida que o ritmo das mudanças deve se • Um grande volume de dados de acelerar cada vez mais e, para enclientes, que permitem prever de- frentá-las, é preciso centrar o foco mandas e criar novas ofertas; na conquista da agilidade. É ela que fará a diferença. Não importa onde • Marcas reconhecidas e que têm a o banco estiver, ele precisará resconfiança dos consumidores. ponder rapidamente às mudanças no mercado, novas demandas dos Por mais que o novo momento pa- clientes, ações dos concorrentes, o reça querer deixar de lado os ban- surgimento de novas regulamentacos tradicionais, eles contam hoje ções e a escalada de tecnologias com ativos significativos. Seu gran- inovadoras. de desafio está em combiná-los com a agilidade apresentada hoje Agilidade será a senha para o futupelas fintechs e bancos digitais, ro e ela não deve estar apenas no parecendo-se mais com estes do final do processo de projeto de arque com os bancos que nossos pais quitetura, por exemplo. Ela deverá costumavam frequentar. Para isso, permear toda a organização. Essa é preciso que estas instituições se é a escolha que os bancos têm de livrem das amarras criadas por suas fazer hoje. estruturas legadas.

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artigo artigo

A gestão da informação não pode parar Por Camila Denículi Vila Verde

Gestão de Projetos, Documentos, Processos, Dados e Conhecimento. Privacidade de Dados. Segurança da Informação.

Muita incerteza, desinformação, empresas parando, demitindo, contratos congelados, alguns cancelados, projetos adiados, empregos perdidos, incerteza de trabalho para os que ficam, vidas pessoais atribuladas com filhos sem escola, rotinas modificadas, home office repentino e novos hábitos O ano de 2020 só estava co- de cuidados com a saúde... o meçando e, após carnaval, es- mundo desacelerou. perava-se o aquecimento das negociações, fechamento de É preciso rever os planos, socontratos e o início de vários breviver e priorizar aquilo que é projetos. Normalmente é assim vital... isso tanto para pessoas, nesta época do ano. Mas, veio como para empresas. Mas aqui a pandemia, assim, de repente. pretendo falar sobre as empre-

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sas e a necessidade de manter suas operações. Na verdade, está tudo conectado, pois se as empresas sofrem, o emprego sofre, sofrem as famílias... em tempos de home office, o pessoal e o profissional nunca estiveram tão entrelaçados. Para as empresas, é preciso redescobrir o mercado e seu público, entender as novas necessidades e como atender/ajudar de forma eficaz as demandas de um mundo que virou de pernas para o ar da noite para o dia. Imenso desafio, pois, diante de um mundo desacelerado

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artigo é preciso agilizar processos de inovação, reinvenção, transformação digital e orquestrar esforços remotos de pessoas e outras empresas que também estão tentando se reinventar em meio a tudo isso. O momento é também de MUITA reflexão sobre as relações, de todos os tipos: pessoa-pessoa, pessoa-empresa, pessoa-planeta, pessoa-dinheiro... será que esta curva de desenvolvimento pode continuar crescendo desta forma, neste desenho, nesta velocidade? Precisamos pensar...

de informação de forma devida e eficiente, precisam ser continuados, iniciados, retomados e priorizados. A Informação salva empresas, empregos e vidas. Com equipes trabalhando de forma remota, os canais de informação precisam ser bem sistematizados e mapeados. As pessoas precisam saber em qual local buscar cada informação e isso precisa estar disponível de forma digital, remota e fácil, para que cada um se sirva da informação que precisa (self-service). Empresas que já possuem certa maturidade em seus processos de gestão da informação, e já estão mais à frente no processo de transformação digital, com políticas desenhadas, sistemas implantados e parametrizados, de certo precisarão rever vários aspectos diante do novo cenário, mas sofrerão menos do que empresas analógicas com gestão da informação baseada em papel.

De tudo que precisa ser pensado, refletido e planejado, a informação segue como um dos insumos de maior valor para mover pessoas e empresas adiante. Em um ambiente de crise e caos, ter acesso a dados e informações confiáveis e atuais é fator determinante para sucesso e fracasso em processos de trabalho e principalmente tomada de decisões. De todos os projetos congelados e adiados, aqueles relacionados A gestão digital da informação à transformação digital, que é uma necessidade e um progarantam coleta e distribuição cesso irreversível. Se antes a

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gestão digital era relacionada a otimização, hoje a questão é sobrevivência. Porém, a necessidade desta disponibilidade não pode atropelar questões relacionadas à segurança da informação e políticas de acesso. É preciso pensar nos processos de aquisição, tramitação, guarda e reuso de informação de forma segura para que os conteúdos sejam acessíveis somente por quem de direito, de forma devida, sem risco de perda e vazamento. O momento de desaceleração pode ser oportuno para reestruturação da gestão da informação na empresa. Algumas ações precisam ser tomadas com mais rapidez, para viabilizar o trabalho remoto, mas outras iniciativas mais bem planejadas e estruturadas precisam seguir em paralelo para preparar a empresa para se posicionar em um cenário digital inevitável daqui por diante. Talvez aquela ampliação ou modernização das instalações possa esperar um pouquinho mais... mas a gestão da informação não.

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Lei da transparência brasileira completa oito anos com poucos motivos para comemorar e sob ataque Por Alexsandro Ribeiro

Professor dos cursos de Publicidade e Jornalismo do Centro Universitário Internacional Uninter

pautado pela transparência, e não pela lógica do sigilo e do patrimonialismo sobre a informação pública. No dia 16 de maio, uma das poucas garantias do cidadão brasileiro em conseguir informações sobre o poder público completou oito anos, mas os motivos para comemoração foram poucos.

Em 2012, quando o decreto presidencial 7.724 colocou em prática a Lei de Acesso à Informação (LAI), a sociedade civil viu surgir um dispositivo que forçaria os governos a mudarem as posturas diante das solicitações de dados públicos. Era o início de um novo paradigma,

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A lista de motivos para (des)comemorar o aniversário da LAI começa com os recentes ataques do governo federal brasileiro à transparência pública, com a Medida Provisória (MP) que na prática dava carta branca para que os entes públicos infringissem os prazos estipulados por lei e não respondessem as solicitações dos cidadãos. Pela lei, o

prazo para responder um pedido de informação é de 20 dias, com possibilidade de prorrogação por mais 10 dias. Além disso, a MP foi produzida sem qualquer diálogo com a sociedade civil. E olha que a Controladoria Geral da União (CGU), órgão que prima pela efetividade da transparência em âmbito federal, conta com um conselho que atua em sinergia com a sociedade. Soma-se aos pontos negativos da MP o desrespeito ao direito de recurso às negativas. Ou seja, além de ter os pedidos negados com a justificativa da pandemia, o cidadão não poderia nem questionar o poder público sobre a postura.

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artigo A investida contra a LAI foi derrubada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mas não sem antes deixar sus marcas. Uma pesquisa feita pelo Fórum de Direito de Acesso a Informações Públicas, organização que agrega entidades da sociedade civil que defendem a transparência pública, registrou pouco mais de duas dúzias de pedidos de informação negados pelo Governo Federal usando a pandemia como motivo para não fornecer os dados solicitados.

mada transparência passiva, pela qual os governos têm o dever de conceder informações solicitadas pelos cidadãos, resguardados os direitos de sigilos em alguns tipos de dados. Esta é a mais frágil abrangência da lei, e diz respeito à forma como os entes públicos respeitam ou não o direito individual do cidadão questionar suas ações. Ou seja, na prática, é quando o Golias tem que se curvar à demanda de David, sem sequer questionar sua autoridade.

Os números certamente seriam maiores ainda se a pesquisa abrangesse os demais entes da federação.

Na outra ponta, vemos recentemente o outro braço da LAI, o da transparência ativa, sendo desrespeitado nas compras não licitadas ou na falta de divulgação de editais durante as licitações. Este aspecto da lei é o que faz com que o poder público divulgue seus gastos, os custos das folhas com comissionados, cartões corporativos e demais formas de uso do orçamento, além de seus atos, sem precisar que o cidadão o questione. E aqui, o desrespeito é respaldado, muitas vezes, com a vista grossa dos poderes fiscalizadores frente à responsabilidade fiscal.

Nesta de se apoiar na pandemia para atacar pedidos de informação o Brasil não está sozinho. Um levantamento feito pela Global Right to Information Rating destaca ao menos mais dez países que criaram brechas nas leis de transparência para ou ampliar o tempo de reposta, ou suspender as solicitações. O resultado disso é um quadro de generalizada negativa de dados à sociedade, sobretudo em um momento em que seria fundamental um quadro de Compras sem licitação e de última transparência da administração hora, a retirada de responsabilidapública. de sobre os ombros dos gestores públicos são o prato cheio para Neste aspecto, a transgressão é superfaturamento e para os deno braço da lei que destaca a cha- mais tipos de corrupção no poder

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público. Disso, vemos surgir as denúncias de quadrilhas que se aproveitam do momento de fragilidade nacional para fraudar compras de respiradores, por exemplo. Aqui, mais que um direito que garante a efetividade da Constituição Federal, a transparência é uma ferramenta de combate à corrupção. A lista de infrações à LAI é gigante, e, ponto a ponto, reforça a fragilidade da lei e do direito à informação no país, mesmo oito anos após a entrada em vigor das medidas de transparência. Isso apenas demonstra a necessidade de se defender as poucas formas de controle público por parte da sociedade. Se o gestor público, eleito ou não, omite-se diante do dever de ser transparente, cabe à população cobrar a postura diante do que a legislação preconiza. Conhecer os limites da lei, as vantagens que ela oferece aos cidadãos, o que é de direito de todos e o que é obrigação do poder público, são formas de garantir a consolidação da cultura da transparência e a efetividade da Lei de Acesso à Informação. Com isso, quem sabe, no próximo ano, mais que um marco temporal, tenhamos motivos para de fato comemorar a data da transparência pública no país. Até lá, é fazer a LAI valer!

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webnews Digisystem abre 380 vagas e reforça apoio a campanha nacional “Não Demita” Mesmo com o cenário desfavorável para novas contratações em decorrência da pandemia do COVID-19, a Digisystem, companhia brasileira fornecedora de soluções de negócios de tecnologias avançadas que ajudam as empresas a passarem pela jornada da transformação digital, anuncia a abertura de 380 novas vagas relacionadas à área de tecnologia para atuação em São Paulo e Rio de Janeiro.

Automation Anywhere lança Botathon de RPA Global para combater covid-19 A Automation Anywhere, líder global em Automação Robótica de Processos (RPA, na sigla em inglês), anuncia o lançamento do COVID-19 Botathon, desafiando desenvolvedores de RPA do mundo inteiro a criar soluções inovadoras e ajudar a encontrar novas maneiras de nos protegermos contra a disseminação da covid-19 e de mitigar o impacto da pandemia nas empresas e na economia.

Brasileira é eleita Women of the Channel pelo terceiro ano consecutivo Pelo terceiro ano consecutivo, a executiva brasileira Daniela Costa, vice-presidente de vendas e canais para a América Latina da Arcserve, foi premiada como a Women of the Channel (Mulher de Canal do Ano), edição 2020. A premiação tradicional é uma iniciativa da CRN norte-americana que anualmente destaca as lideranças femininas por suas contribuições para fortalecimento e expansão dos canais, bem como pela visão de futuro.

A importância do BPO para empresas varejistas Contar com o auxílio de uma empresa de BPO tem se tornado uma prática recorrente no meio varejista, considerando a necessidade compartilhada entre as marcas de se destacar em um meio extremamente concorrido. No fim das contas, atribuir valor ao negócio com a presença de soluções inovadoras pode ser o fator preponderante para a conquista de resultados satisfatórios.

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webnews Inteligência Artificial é estratégica para processo de inovação dentro das empresas, afirma IDC Tecnologia consegue prever cenários mais precisos para diversos setores. Com a pandemia de covid-19, intenção de aquisição de soluções de TI deve cair na América Latina. A Inteligência Artificial (IA) contribui para uma previsão mais assertiva dos negócios, métrica favorita entre as empresas, e, segundo a IDC, é a peça mais útil nos processos de inovação corporativa na América Latina.

Hack pelo Futuro anuncia vencedores com melhores soluções para o PR pós-Covid-19 Projetos nas áreas de saúde e de agricultura conquistaram as três primeiras posições. Próximo passo agora é acelerar propostas para colocá-las em prática. Um sistema de liberação de entradas mediante higienização das mãos, um aplicativo de controle de medicação para pacientes de doenças crônicas e um ambiente virtual para negócios de pequenos agricultores.

b2finance apoia Gotaquímica na implementação de ERP Há mais de 40 anos no mercado, a Gotaquímica é uma empresa que importa, distribui e revende os mais variados produtos químicos. Com frota própria, a companhia está localizada na região de Guarulhos, município do estado de São Paulo, mas atende todo o mercado nacional.

Solução Cloud promove agilidade e flexibilidade para operação do Barbosa Supermercados Hoje, com mais de 3 mil colaboradores, a rede possui cerca de 30 unidades distribuídas pela Grande São Paulo e interior do estado com supermercados altamente equipados, que contam com serviços de estacionamento, padaria, açougue, peixaria, lanchonete, hortifrúti, além de restaurante, drogaria, casa lotérica e entregas em domicílio.

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Inteligência Artificial é estratégica para processo de inovação dentro das empresas, afirma IDC Com a pandemia de covid-19, intenção de aquisição de soluções de TI deve cair na América Latina. A Inteligência Artificial (IA) contribui para uma previsão mais assertiva dos negócios, métrica favorita entre as empresas, e, segundo a IDC, é a peça mais útil nos processos de inovação corporativa na América Latina.

Tempo recorde: Reclame Aqui migra para nuvem em 24h com apoio da Okser e Sky.One A pandemia originada pela irrupção do vírus COVID-19 gerou diversas consequências e exigiu medidas imediatas por parte das empresas, como a adoção do regime home office. Pensando na segurança de seus colaboradores, o Reclame Aqui, maior site de reclamações do Brasil, acaba de realizar a migração de todo o sistema financeiro para a nuvem, conseguindo assim que 100% de sua equipe trabalhe remotamente.

O trabalho e o futuro da captura de informações À medida que a transformação digital continua a acelerar em organizações de todos os tamanhos, o futuro do trabalho e a captura de informações continuam a convergir. De fato, é justo dizer que os dois estão ligados de modo indissociável. De acordo com um estudo da IDC, em 2020, 60% de todas as empresas terão articulado completamente uma estratégia de plataforma de transformação digital para toda a organização e estarão no processo de implementação dessa estratégia.

Digitalização do dinheiro é realidade cada vez mais próxima no Brasil, afirmam executivos do setor O mundo está na corrida pela transformação digital para sobreviver ao isolamento causado pela pandemia do coronavírus – o que tem resultado mudanças no varejo. O crescimento das vendas por e-commerce e lojas virtuais aumentaram, uma saída encontrada para comerciantes que ainda não vendiam em plataformas digitais.

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RH MANAGER Você sabe quais documentos estão faltando nos prontuário de RH? Sua empresa está preparada para uma fiscalização? Perdendo processos trabalhista por falta de documentos?

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Cartório de SP produz primeira procuração 100% digital

Em 1997 eram iniciadas as obras do famoso gasoduto Bolívia-Brasil para aumentar a oferta do combustível em território nacional nos postos de combustível, residências e indústrias. O famoso gasoduto tem sua “nascente” na cidade de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, e finda em Canoas. São mais de 3150 km de extensão de uma estrutura que corta cinco estados brasileiros e cerca de quatro mil propriedades em 135 municípios.

Inteligência Artificial: Quando menos agora pode significar mais depois Com todo o desenvolvimento proporcionado pelo número cada vez maior de aplicações de inteligência artificial nas mais diferentes indústrias e áreas de conhecimento, vale ainda questionar se é estritamente necessário possuir uma inteligência artificial altamente sofisticada para alavancar o negócio de sua empresa?

Outsourcing pode ajudar a alavancar um negócio depois da pandemia A retomada da atividade econômica no pós-crise da pandemia causada pelo novo coronavírus deverá pegar muitas empresas com dificuldades de caixa. Nesse cenário a redução de custos será ainda mais vital. O outsourcing pode ser um grande auxílio, proporcionando diminuição de gastos e, ao mesmo tempo, ajudando a oferecer um produto ou serviço competitivo, que dê uma boa experiência ao cliente, garantindo sua satisfação.

ASG Technologies anuncia nova versão de sua Plataforma de Serviços de Conteúdo Mobius A ASG Technologies Group, Inc., empresa líder no fornecimento de soluções de Gerenciamento de Informações e Sistemas de TI, lança a nova versão de sua plataforma de serviços de conteúdo Mobius 10.1.

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Inmarsat e Cobham lançam uma nova solução que conecta trabalhadores remotos, aprimorando operações críticas A Inmarsat, líder mundial em comunicações móveis globais via satélite, e a Cobham SATCOM, lançaram uma nova e abrangente solução, a Broadband Global Area Network (BGAN) push-to-talk (PTT), para conectar trabalhadores remotos que usam veículos por todo o mundo.

A integridade dos dados corporativos no trabalho remoto A consolidação dos dados é uma necessidade indispensável para organizações de todos os tamanhos e segmentos. Por trás dos vários motivos que fundamentam esse imediatismo, a chegada da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) surgia como principal referência para a movimentação do empresariado em relação ao tema.

Para a IDC, pandemia de covid-19 pode levar setor de TI na América Latina a perder US$ 15 bilhões em 2020 A pandemia de covid-19 afetará o investimento em TI em todos os setores produtivos. Segundo a IDC, líder em inteligência de mercado, serviços de consultoria e conferências com as indústrias de Tecnologia da Informação e Telecomunicações, na América Latina a redução no setor pode ser de mais de US$15 bilhões em 2020.

Stefanini anuncia parceria inédita com a Crayon Data para uso de plataforma de personalização liderada por Inteligência Artificial Multinacional brasileira passa ser a primeira a comercializar no Brasil e América Latina a plataforma horizontal maya.ai com sua capacidade de prover experiências personalizadas escaláveis e com rapidez

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Startup Laura doa inteligência artificial para ajudar Prefeitura de Curitiba a identificar pacientes de COVID-19 Ferramenta digital que tira dúvidas sobre sintomas e encaminha casos suspeitos para atendimento médico está disponível no site da Prefeitura de Curitiba. A startup Laura doou à Prefeitura de Curitiba uma plataforma de inteligência artificial que vai ajudar o município na identificação e tratamento de casos de COVID-19.

Ambiente colaborativo entre entidades é o futuro da cibersegurança A Huawei promoveu um seminário internacional de cibersegurança para convidados. O Huawei TechTalk – Online Cybersecurity é uma iniciativa da líder mundial em equipamentos e soluções de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) para incentivar um ecossistema mais colaborativo, demonstrando que o tema cibersegurança é sua prioridade.

Pandemia acelera transformação digital no setor imobiliário Se antes a transformação digital era um plano para três ou cinco anos, a pandemia de coronavírus acelerou os processos de digitalização das imobiliárias e incorporadoras. Com o isolamento social, boa parte delas recorreu à tecnologia para driblar a crise e atenuar a queda de receita.

Astrocoders lança mensageria para o PIX integrada com a DINAMO Networks Parceria entre as empresas tecnológicas, que atuam no segmento Financeiro há anos, traz solução PIX completa envolvendo mensageria em cloud, na plataforma Amazon (AWS) e segurança em HSM DINAMO dos pagamentos instantâneos. Com a pandemia o dinheiro físico deve circular cada vez menos e reforça a adesão ao novo sistema PIX do Banco Central.

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opinião Tadeu Cruz

tadeuj.cruz@gmail.com

O NOVO NORMAL!

Algum tempo atrás o CIO de uma empresa americana, para a qual dávamos consultoria de melhoria de processos, me perguntou:

amigo CIO morava em Santos e trabalhava em São Paulo. Resumindo, ele fez o MBA EAD e ao final me disse:

- Prof. O senhor conhece algum MBA EAD? Eu estou sem tempo para frequentar um presencial e por isso penso em fazer um EAD.

- Prof. o senhor tinha total razão, e ainda bem que me alertou. O MBA foi muito, mas muito mais puxado do que qualquer um presencial.

- Olha, até conheço uns dois ou três muito bons, mas... (sempre existem mas), se você está sem tempo para frequentar um MBA presencial, pode se dar mal, muito pior, fazer um EAD. No presencial você frequenta as aulas, senta na cadeira em frente ao professor, presta atenção às aulas e faz parte de um grupo que na pior das hipóteses elegerá algum coordenador, que não você, que ficará com as tarefas mais pesadas.

Por que contei este caso? Porque O NOVO NORMAL, isto é, nossa vida quando o pior desta pandemia tiver passado, será muito mais virtual do que fora até aqui. Muito do que fazíamos presencialmente não mais será feito como antes e isto exigirá de todos nós uma nova postura, um novo olhar, uma nova abordagem tanto em termos pessoais como profissionais.

O EAD é muito mais exigente. Você terá que estudar sozinho, assistir aulas, on-line ou acessando vídeos e fazer muitos, muitos trabalhos, e a grande maioria você os fará sozinho. - É não tinha pensando desta forma professor, mas mesmo assim vou encarrar o MBA EAD. Na época indiquei um MBA em Administração da FGV do Rio de Janeiro. O meu

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Por exemplo, se processos organizacionais simplificados, racionalizados, bem gerenciados já eram importantes no mundo físico, no velho normal, para qualquer instituição, qualquer empresa, agora o serão muito, muito mais imprescindíveis. e por uma razão muito simples. Se presencialmente processos organizacionais já são difíceis de serem documentados, melhorados, executados e gerenciados, imagine, então, processos completamente virtuais! E você vai me dizer:

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opinião Tadeu Cruz - Mas, professor, hoje existem tecnologias que facilitarão muito a execução dos processos virtuais. Tecnologias como Inteligência Artificial, Robotic Process Automation Softwares, Electronic Document Management Systems, Knowledge Management Systems, Data Warehouse Softwares, Supply-Chain Management Systems, Efficient Consumer Response Systems, Enterprise Content Management Suites, Business Processes Management Systems, entre tantos outros... É verdade! Nossa situação atual está, incomparavelmente, mais bem servida de tecnologias do que qualquer outra esteve no passado, mas... (ele de novo), por melhores e mais “inteligentes” que sejam tais tecnologias, elas ainda estão longe de fazer o nosso trabalho de documentar, pensar em melhorias, redesenhar e gerenciar processos organizacionais. Mas mesmo se fossem verdadeiramente “inteligentes” do que o são atualmente, há ainda outras encrencas a serem resolvidas para que nossa vida, no NOVO NORMAL, dê certo. Por exemplo, na quarentena do COVID-19, todas as escolas, do maternal ao superior, fecharam as aulas presenciais e passaram a ter aulas EDD, Ensino Domiciliar a Distância. Até aí tudo bem, não é? Não!

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Principalmente porque faltou infraestrutura que suportasse a grande demanda de recursos de TI, tais como Serviços de Clound Computing, que não estavam preparados para a sobrecarga, faltou largura de banda, que se estreitou, também, por conta da grande demanda ocasionada por todo mundo estar de quarentena e muitas vezes faltou a própria banda larga.

realidades já são distintas e complexas, o que podemos esperar, então, do nosso NOVO NORMAL, e como ele será normal e igual para todos?

E aqui tivemos na prática o que eu e outros pensadores temos alertado sempre que vemos os especialistas alardeando as maravilhas das novas Tecnologias da Informação: as desigualdades sociais, estruturais, educacionais, tecnológicas.

Por exemplo, quem sabe possamos implantar escolas que se preocupem mais com o futuro do que com o passado. Algo como está sendo feito na Finlândia e na Dinamarca. Algo como vem sendo feito há mais de 100 anos em Summerhill School. Os currículos das nossas escolas não privilegiam os rebeldes, não estimulam os inquietos, os desbravadores, os inquisidores;

Os exemplos que apareceram na televisão mostraram como estamos longe de atingirmos um patamar razoável de desenvolvimento, IDH. As desigualdades estiveram presentes nas periferias das grandes cidades. No estado mais rico da federação uma grande quantidade de alunos ficou sem poder acessar a plataforma on-line que a secretaria estadual de educação disponibilizou para estudo. Pior aconteceu com os estudantes que vão prestar o ENEM deste ano. E olhe que nem foi preciso ir aos grotões deste imenso País, as periferias das grandes cidades já escancaravam as desigualdades.

Temos grandes desafios pela frente, até que o NOVO NORMAL seja apenas NORMAL. Serão necessárias novas abordagens organizacionais, comportamentais, e principalmente educacionais.

Nossas escolas, e as ainda existentes em muitos países, levam as crianças a pensarem em si mesmas como “Another Brick In The Wall.” Claro, isto é culpa dos governos, de todos os governos, que centralizam o que deve ser ensinado, em detrimento do que deveria ser ensinado para incluir os novos cidadão nas novas realidades. Daí que quando nos deparamos com uma pandemia, que nos força à uma quarentena sem fim, e nos impões um NOVO NORMAL, o medo toma conta de todos!

Agora, se com casos concretos, como todos estes, impactando o desenvolvimento educacional, as

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