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A batalha da sustentabilidade テゥ maior na temporada de calor
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“Em 24 horas o Rio Amazonas joga no oceano uma quantidade de água que abasteceria Nova Iorque durante 30 anos.” Zuenir Ventura
A
ativista em Direitos Humanos e atriz americana Susan Sarandon, uma das mais brilhantes estrelas do cinema americano, foi nomeada, este ano, Embaixadora da Boa Vontade da FAO, a Food and Agriculture Organization, É mais uma ação clara dos organismos internacionais envolvendo celebridades compromissadas realmente não apenas na batalha pelos direitos civis do cidadão, mas também na luta pela preservação da natureza no planeta. Sarandon, assim como o ator Kevin Costner e o expresidente dos Estados Unidos, Jimmy Carter, esteve visitando o santuário amazônico do lado peruano e no Brasil. Veio ver, in loco, como funciona essa reserva extraordinária de biodiversidade, esse pulmão do mundo.
DESEQUILÍBRIOS CLIMÁTICOS Nas duas estações centrais do ano, inverno e verão, os desequilíbrios naturais se mostram com mais força. Grandes intempéries no hemisfério norte, com baixos índices de temperatura jamais registrados, e em contrapartida, ondas de calor, enchentes, fortes tempestades e até tornados atingindo regiões até então preservadas e poupadas dessa espécie de fenômeno, como no sul do país. No Brasil, durante o verão, há uma preocupação ainda mais acentuada com ações que dizem respeito à sustentabilidade. Seja por parte das empresas como pelas populações que se sentem cada vez mais vulneráveis a desastres naturais. Em nome da sustentabilidade, um tema sobre o qual se fala com frequência maior, mas a respeito do qual relativamente pouco ainda se faz, alguns hábitos do cotidiano até então considerados antigos, old fashioned, voltam a ser (pré)ocupação, no dia-dia. Antes, eram tidos como hábitos óbvios da boa educação. Hoje, são costumes sustentáveis.
ÁGUA DE TODOS Para se ter idéia de como a teoria ainda se sobrepõe à prática ambientalista, apenas na Universidade de São Paulo, a USP, um contingente de cinco mil profissionais desenvolve projetos. Na Amazônia são apenas quatro mil doutores trabalhando em pesquisa - é o que comenta Adalberto Luis Val, diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). No que se refere à preservação de recursos hídricos, o economista e cientista político italiano Riccardo Petrella aponta a necessidade urgente de tornar a água um bem público, universal. “É escandaloso,” declarou recentemente Petrella, “pensar a água como uma fonte de lucro e achar que os objetivos de rentabilidade financeira ditam escolhas e prioridades da sua gestão.” O jornalista Zuenir Ventura, de retorno a uma incursão à Amazônia escreveu sobre o tema acentuando um dado espantoso: o Rio Amazonas joga no oceano, a cada 24 horas, um volume de água suficiente para abastecer Nova Iorque durante 30 anos.
“A batalha contra as mudanças climáticas será decidida nas grandes cidades.” Siemens, na Cop 16, em Cancún, México/dezembro 2010
verão sustentável
CONSUMO SUSTENTÁVEL
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No último 27 de novembro foi celebrado o Dia Mundial Sem Compras. O objetivo foi lembrar às populações do nosso planeta sobre a necessidade e as vantagens de um consumo racional, um estilo de vida em que o indivíduo não adquira bens e produtos por impulso, de modo desorganizado, procurando compensar frustrações em outras áreas da sua existência e, por vezes, pressionadas pela publicidade ou pela competição com seus próximos. Agora, diz o presidente do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente, Helio Mattar, “(também) é preciso combater a vida curta dos produtos, a sua obsolescência programada pela indústria, que induz o consumidor a renovar a sua compra em tempo demasiadamente curto, sem qualquer preocupação com o seu bolso, seu orçamento e o seu bem estar. ”Os ambientalistas mais radicais, que pregam o consumo sustentável, chegam a sugerir um Dia Sem Produção durante o qual, uma vez por ano, todas as indústrias suspenderiam as atividades. Consumo desvairado em uma ponta, super produção na outra, são duas faces da mesma moeda.
CONSCIÊNCIA PLANETÁRIA O certo é que a era dos ecochatos, aqueles ativistas que cerraram fileiras nas primeiras ondas do ambientalismo, na segunda metade do século passado, está terminando. O homem comum, hoje, tem a percepção de que estamos todos no mesmo barco. Ou convivemos com respeito com o meio em que vivemos ou
ele nos destruirá – a nós ou à geração dos nossos filhos e netos. E como as grandes cidades são as que mais sofrem com a devastação ambiental, o habitante de São Paulo, de Porto Alegre, de Belo Horizonte e do Rio de Janeiro, nesta estação, está mais atento do que nunca à batalha da sustentabilidade.
RIO NATURAL No caso do Rio de Janeiro, uma das raras megalópoles com uma natureza fascinante – onde está localizada a maior floresta urbana do mundo, a Floresta da Tijuca – é natural que a cidade seja, por definição, verde. A vida, no Rio, em muitos aspectos, é sustentável do ponto de vista ambientalista. Esse clima carioca saudável, de verão, inclui preocupação e cuidados com o meio externo assim como com o ambiente orgânico individual – nutrição sustentada, higiene, preservação da saúde. Por exemplo: cada vez mais cariocas e visitantes adoram andar de bicicleta – como lazer e para se exercitarem – nas ciclovias em torno da Lagoa Rodrigo de Freitas, um emérito cartão postal da cidade. Ou na orla que vai do Arpoador ao Leblon. No total, são 150 quilômetros de ciclovias na cidade. Conselho ao visitante: alugue uma bicicleta. Fique atento ao anúncio de passeios noturnos programados pela Sul América durante o verão – as bike nights Aproveite para saber que o Brasil é o terceiro produtor de bicicletas, atrás apenas da Índia e da China.
O MEIO INTERNO Alimentação saudável durante os dias de calor é outra meta dos cariocas que costumam seguir o médico nutrólogo João Curvo, guru de dietas e regimes de nove entre dez estrelas globais. Ecologia também é uma questão orgânica. João costuma dizer, por exemplo, que o abacaxi, além de ser rico em líquidos, minerais e vitaminas, possui uma enzima, a bromelina, de propriedade digestiva. É ótimo para comer no verão. Água? Devemos beber cerca de 35 ml de líquidos por quilo de peso corporal, ao longo do dia. Sucos? O ideal é tomá-los sem açúcar nem adoçante. Para acelerar o belo bronzeado de verão deve-se comer bastante cenoura, beterraba, goiaba, melancia, pêssego, mamão e frutas vermelhas – é a receita de João Curvo. Auxiliam o bronze saudável da pele. São fontes de pigmentos também antioxidantes – e rejuvenescem!
LIXO E LIMPEZA Em toda parte, nos espaços públicos, é falta de educação jogar lixo na rua e não usar os inúmeros depósitos azuis especiais para lixo digital – baterias, pilhas, celulares velhos. Eles vêm se multiplicando em ruas e avenidas. Novas políticas públicas: o governo do Rio em parceria com a Coca-Cola, Tetrapak e Cempre ( empresa de ação empresarial pró reciclagem) recolhe eletroeletrônicos e celulares usados, durante a temporada de verão – começa dia 15 de dezembro. Nos quiosques de várias estações de metrô eles serão separados, desmontados e enviados para reciclagem.
SETE DICAS Concluindo,setedicastratandodediversosaspectosdeações sustentáveis. • Importante ter na bolsa ou no bolso bloqueador solar. O número 30 serve, mas 50 é o ideal. • Tambémnecessárioésuspendertratamentosdermatológicos paraclarearapelecomácidoretinóicoduranteatemporada. Para não manchá-la.
AÇAÍ E SACOLAS RECICLADAS O açaí é um ícone ecológico orgânico. É uma excelente opção para o verão carioca, segundo o médico. Energético, possui antioxidantes e, com uma boa granola, pode até substituir uma refeição completa. Outras dicas: as frutas da estação, saladas cruas e peixes são as melhores opções de comidinhas naturais para viver um verão saudável. De preferência, produtos orgânicos, que aliás já estão baixando o preço. No capítulo sustentabilidade empresarial, parte considerável da população carioca não utiliza mais as sacolas plásticas de supermercados. Sacolas ecológicas, de material reciclado, cada vez mais ocupam espaço. Bonitas, as da cadeia dos carioquíssimos supermercados Zona Sul, estampadas com flores - tulipas - e com frutas – melancias. De tão bacanas, dá até para ir à praia com elas. A cadeia de supermercados Supermarket seguiu o exemplo e está lançando as suas, estampadas de verde, com grandes tinhorões.
• Tome distância de locais onde haja águas paradas e poças grandes de água suja. A dengue espreita. • Mantenha limpos os filtros dos equipamentos de ar condicionadoparaajudaracriarumambientesadio,dentroe fora de casa. Mantenha os seus sempre lavados. • Procure sombra e água fresca das 10 às 16 horas. Fuja do horário de sol demasiadamente forte. • Na praia não deixe de abrir sua cadeirinha. Mesmo limpa, a areia é foco de fungos e até de bactérias. • Façaumprogramaqueencantaosambientalistasevávisitar amostraOOlharPreciosodeDarcyRibeiro,naCaixaCultural do Rio de Janeiro, R. Almirante Barroso, 25, no Centro. Ela apresenta 50 fotos inéditas feitas por Darcy, das tribos indígenas que visitou quando jovem. Até 30 de dezembro.