Design gráfico: manifestação dos produtos gráficos no espaço público de São Paulo

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DESIG N GRÁFICO:


DESIGN GRÁFICO:



UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI

Domitila Maria de Castro Carolino

Design gráfico: manifestação dos produtos gráficos no espaço público de São Paulo – Reflexão conceitual DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Design – Mestrado, da Universidade Anhembi Morumbi, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Design. Orientadora: Profa. Dr. Gisela Belluzzo de Campos

São Paulo, Agosto/2009


Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial do trabalho sem autorização da Universidade, do autor e do orientador.

CAROLINO, Domitila Maria de Castro Design gráfico: manifestação dos produtos gráficos no espaço público de São Paulo – Reflexão conceitual Universidade Anhembi-Morumbi, Programa de Pós-Graduação em Design, 2009. 220 pags. Dissertação: Mestrado em Design – Orientadora: Campos, Belluzzo de, Dr. Gisela 1 Design 2 Design gráfico 3 Comunicação visual 4 Cidade 5 São Paulo I. Universidade Anhembi-Morumbi


UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI

Domitila Maria de Castro Carolino

Design gráfico: manifestação dos produtos gráficos no espaço público de São Paulo – Reflexão conceitual Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Design – Mestrado, da Universidade Anhembi Morumbi, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Design. Aprovada pela seguinte Banca Examinadora:

Profa. Dr. Gisela Belluzzo de Campos – Orientadora Universidade Anhembi Morumbi Profa. Dr. Mônica Moura Universidade Anhembi Morumbi Prof. Dr. João Gomes Filho São Paulo, Agosto/2009



Para meus pais, Ana Maria e José Carlos Carolino –in memorian–, meus queridos irmãos, Robson e José Carlos e meu amado marido Cristiano Arbex


Agradecimentos

Muitas pessoas fizeram parte de uma forma ou de outra de minha vida, durante esses dois anos de pesquisa. Pessoas essas que me ajudaram, me ensinaram, me apoiaram e acima de tudo me encorajaram, fazendo com que eu chegasse ao meu objetivo. A essas pessoas amigas e de coração enorme sou eternamente grata e vale citá-las aqui: Primeiramente meu querido marido, amigo e acima de tudo companheiro Cristiano Arbex, também designer, que sempre me estimula a crescer cientifica, ética, profissional e pessoalmente, que sempre me apoiou e compreendeu minhas ausências.

Minha orientadora, Profa. Dra. Gisela Belluzzo de Campos com sua valiosa e imprescindível contribuição onde me passou as diretrizes necessárias para obter um projeto coerente. Meu padrinho e amigo Prof. Dr. João Gomes, que me deu a oportunidade de me tornar docente, me encorajou para ingressar no mestrado e que por conseguinte, se comprometeu com meus estudos me passando todo o seu conhecimento, com alma de mestre, proporcionando momentos de estudos prazerosos e ricos.


Minha professora Dra. Mônica Moura pela sugestão de que eu ingressasse no curso – foi apenas a primeira dentre muitas contribuições que me ela me deu ao longo do processo – e também professor Dr. Jofre Silva, duas pessoas queridas que tornaram possível o meu ingresso à Universidade. Minhas mestras, Dra. Kátia Castilho, Dra. Claudia Marinho, Dra. Rosane Preciosa, Dra. Vania Ribas Ulbricht e Dra. Anna Mae Barbosa que com muito conhecimento e alegria me introduziram na área de pesquisa em design. Meus queridos amigos, Regina Almeida, Luciana Moreira, Camile Mendrot que estão sempre de prontidão para me ajudar e Leandro Velloso com suas boas idéias e papos. Minha sogra, que tenho como mãe, Lourdes Arbex, por se preocupar em fazer a sopinha e cuidar de mim quando estive muito doente. Meus amigos de sala, Mauricio Mazza, Heitor, Timóteo, Eliana Acar, Eliana Zmyslowski, Mario Candido, Engracia Costa, Guilherme Sebastiany e em especial minha querida amiga Marion Velasco, que participou o tempo todo de minha pesquisa, comentou, me empretou livros, deu idéias e me confortou com um comprometimento de uma verdadeira amizade. Benê, funcionário do metrô, que me proporcionou uma aula de história do design no metrô com muita presteza. Ainda nessa lista acrescento Hérika Peixoto, Antonia Costa, Isabel Meister, Renato Botelho, Marco Augusto e Tarsício Arbex. Considerando que esta pesquisa é resultado de uma longa caminhada percorrida por toda minha vida agradecer pode não ser tarefa fácil, e às vezes nem justa. Dessa forma agradeço a todos que de alguma forma passaram pela minha vida e contribuíram para a construção de quem sou hoje.



O trabalho é prazer também na tensão mais desesperada. Somente uma viva convicção íntima de trabalho e felicidade ainda é capaz de constituir – sob a pressão da sociedade – uma verdadeira experiência. T.W. Adorno, Minima Moradia

Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina. Cora Coralina


Resumo

Esta dissertação de mestrado consistiu na realização de uma reflexão conceitual sobre os produtos gráficos presentes nas diversificadas mídias que consubstanciam os sistemas de informação e comunicação visual pertencentes ao campo do Design Gráfico – considerando-se este como meio criativo, metodológico e técnico utilizado no planejamento, na concepção e no tratamento da aparência estético-formal de tais produtos. Contempla a análise da eficácia dos referidos sistemas organizados sob a forma de estudos de casos, e foi fundamentada nos parâmetros de conforto, segurança e facilidade de compreensão das informações – que se encontram situadas em distintos espaços públicos (caracterizados como “outdoor” e “indoor”) – na cidade de São Paulo. A dissertação, para efeito desse resumo, obedeceu ao seguinte esquema:


PARTE A: Apresentação – contém as informações conceituais acerca dos objetivos e a colocação das justificativas do trabalho realizado. Introdução – contém as informações, a justificação e o detalhamento conceitual do suporte metodológico utilizado. PARTE B: Desenvolvimento – apresenta o conteúdo do trabalho desmembrado, detalhado e exemplificado conceitualmente. Com a seguinte estrutura: Capítulo 1: definição e conceituação do campo do design gráfico, dos sistemas de comunicação e de informação visual, das interfaces do design gráfico com a publicidade e tipologia das diversas mídias de comunicação gráfica. Capítulo 2: definição, conceituação e colocação dos Estudos de Casos Completos e Estudos de Casos Sucintos. Capítulo 3: apontamentos de manifestações visuais na cidade, intitulado “A Poesia na Cidade de São Paulo”. PARTE C: Conclusão – contém os resultados da reflexão conceitual em termos de sua utilidade enquanto instrumental para orientar, direta ou indiretamente, investigações, pesquisas e projetos relacionados ao campo do Design Gráfico, bem como, comparar produtos gráficos de mesma natureza, eventualmente propor objetivos didáticos pedagógicos e, ainda, enquanto subsídios para o aperfeiçoamento do design de sistemas de produtos e, conseqüentemente, como contribuição para um melhor desenvolvimento do Design Gráfico no país.


Abstract This master’s thesis consisted in a conceptual reflection on the products found in graphics that represent diverse media information systems and visual communication within the field of Graphic Design – considering this as a creative, technical and methodology used in planning, in design and treatment of the formal-aesthetic appearance of such products. It includes the analysis of the effectiveness of such systems, organized in the form of case studies, and was based on the parameters of comfort, security and ease of understanding of the information - which are located in different public spaces (characterized as “outdoor” and “Indoor”) – in the city of São Paulo. The dissertation for the purpose of this summary, as follows:


PART A: Apresentation – contains conceptual information about the goals and placement of supporting the work. Introduction – contains information, justification and conceptual details of methodological support. PART B: Development – displays the contents of the work dismembered, detailed and illustrated conceptually. With the following structure: Chapter 1: definition and conceptualization of the field of graphic design, systems of communication and visual information, the graphic design of interfaces with different types of advertising and media in graphic communication. Chapter 2: definition, concept and placement of Case full Studies and Case brief Studies. Chapter 3: Notes of visual events in the city, entitled “The Poetry in the City of São Paulo.” PART C: Conclusion - contains the results of conceptual thinking in terms of their usefulness as tools to guide, direct or indirect, investigations, research and projects related to the field of Graphic Design, and compare products of similar graphics, may propose textbooks and educational goals, even as subsidies to improve the design of systems and products, therefore, as a contribution to a better development of Graphic Design in the country.


Sumário APRESENTAÇÃO 22 Objetivo da Dissertação 22 1 INTRODUÇÃO 24 1.1 A cidade de São Paulo 28

1.1.1 A Lei Cidade Limpa

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1.1.2 O espaço público 34 2. DESENVOLVIMENTO 2.1 CAPÍTULO 1 – O design gráfico 37

2.1.1.1 A origem do termo design

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2.1.1.2 O processo histórico do design

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2.1.1.3 O que é design gráfico

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2.1.1.4 Interface do design com a

publicidade e propaganda 51

2.1.2 Sistemas de comunicação visual e de informação

54

2.1.2.1 Os meios de comunicação

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2.1.3 Mídias presentes no espaço público de São Paulo


2.1.3.1 O cartaz 60 2.1.3.2 O outdoor 61

2.1.3.3 Os veículos automotores

62

2.1.3.4 O banner 63 2.1.3.5 As faixas 64 2.1.3.6 O lambe-lambe 65 2.1.3.7 O tóten 66 2.1.3.8 Os adesivos 67

2.1.3.9 As placas comerciais e de sinalização

68

2.1.3.10 As fachadas comerciais

70

2.1.3.11 As vitrines 71

2.1.3.12 Os equipamentos urbanos

72

2.1.3.12.1 relógios 72

2.1.3.12.2 ponto de ônibus

73

2.1.3.12.3 bancas de jornal

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3.1 CAPÍTULO 2 – Estudos de casos

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3.1.1 Estudo de caso 1 – Avenida dos Autonomistas

3.1.2 Tipo de informação | manifestação visual

76 80

3.1.2.2 O outdoor 84

3.1.2.3 Placas, tótens e banners

85

3.1.2.4 Fachadas comerciais

86

3.1.2.5 Sinalização 89 3.1.2.6 Sinalização viária 90

3.1.2.7 Placas e faixas comerciais

92

3.1.2.8 Parênteses () 93 3.1.2.9 O grafite comercial 96 3.1.2.10 Busdoor 98 3.1.2.11 Suporte vernacular 99 3.1.2.12 Os muros 100

3.1.2.13 Na avenida tudo pode virar suporte

102

3.1.2 Estudo de caso 2 – Avenida Paulista 108

3.1.3 Tipo de informação | manifestação visual

112

3.1.3.1 Sinalização 113 3.1.3.2 Comércio e serviços 116


3.1.3.3 Arquitetura 119 3.1.3.4 Fachadas de bancos 120 3.1.3.5 Equipamentos urbanos 122 3.1.3.5.1 Bancas de jornal 122 3.1.3.5.2 Ponto de ônibus 123 3.1.3.5.3 Guaritas policiais 123 3.1.3.6 Estação do Metrô 124

3.1.3.7 Centros culturais | instituições

126

132

3.1.3 Estudo de caso 3 – Estação Sé do metrô

3.1.4 Tipo de informação | manifestação visual

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3.1.4.1 Sinalização 137

3.1.4.3 Sinalização interna do trem

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3.1.4.4 Acessibilidade 140 3.1.4.5 Bilheteria 142 3.1.4.6 Publicidade 144 3.1.4.7 Mídia digital 150 3.1.4.8 Comércio e serviços 151 3.1.4.9 Improvisação 154


3.1.5 Estudo de casos sucintos

158

3.1.5.1 Rua João Cachoeira 158 3.1.5.2 Rua Augusta 162 3.1.5.3 Faixas na cidade 164 3.1.5.4 Posto de gasolina 166

3.1.5.5 Transporte público – ônibus

170

3.1.5.6 Aeroporto Cumbica 172 4.1. CAPÍTULO 3 – A poesia da cidade de São Paulo

178

4.1.1 Os números 182 4.1.2 Os edifícios 184

4.1.3 As pessoas da cidade

192

4.1.4 A gastronomia à céu aberto

196

4.1.5 A arte urbana 198 4.1.5.1 O grafite 199 4.1.5.2 A pichação 200 4.1.5.3 Os stickers 202 4.1.5.4 Lambe-lambes 204


CONCLUSÃO 208 Bibliografia referencial 210 BIBLIOGRAFIA 212


Apresentação

Esta dissertação de mestrado teve como finalidade a realização de uma investigação sobre produtos e sistemas de produtos gráficos que consubstanciam os sistemas de comunicação e informação visual pertencentes ao campo do Design e mais especificamente ao Design Gráfico enquanto meio criativo, técnico e metodológico utilizado na concepção, tratamento e organização de diversificadas mensagens visuais.

A dissertação apresenta recortes representativos de manifestações visuais localizadas em distintos lugares situados na Capital e na Grande São Paulo. A investigação contempla a análise da eficácia da comunicação visual em termos dos parâmetros fundamentais de compreensão, conforto, segurança e facilidade de leitura e de decodificação de mensagens, estáticas ou dinâmicas, constituídas por elementos textuais, icônicos e simbólicos transmitidos aos usuários receptores da informação visual.

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A dissertação envolveu dois tipos de investigação:

1. Espaços Públicos – Externos. De produtos ou sistemas de produtos situados em ruas, alamedas, avenidas, jardins, veículos automotores e congêneres. 2. Espaços Públicos – Internos. De produtos ou sistemas de produtos situados em ambientes culturais, aeroportos, estações metroviárias, terminais de embarques e similares.

A investigação está afeita às áreas de design gráfico, comunicação social, publicidade, sistemas de orientação e sinalização e comunicação digital – com as informações representadas por produtos gráficos como cartazes, anúncios, grafites, demarcações, vinhetas etc. – situados em diversificados suportes de informação: físicos (bi e tridimensionais) – placas, faixas, tótens, relógios, fachadas, painéis eletrônicos e similares. Em termos práticos a investigação apresenta uma reflexão conceitual, por meio de análises envolvendo, principalmente, a adequada relação usuário-produto, a melhor organização e significado da informação visual, que aponta, por meio de considerações gerais e específicas sobre estudos de caso, os problemas que concorrem para prejudicar a comunicação visual, bem como, enaltece as soluções bem resolvidas, transmitidas pelos elementos citados dentro do contexto colocado acima.


1 Introdução A presente dissertação propõe uma reflexão conceitual sobre os sistemas de informação e comunicação visuais, situados no espa­ço público da cidade de São Paulo e zona metropolitana circundante, sob o ponto de vista do design gráfico enquanto planejamento, concepção e representação dos elementos visuais constituintes desses sistemas. Tem como objetivo principal o estudo desses sistemas tomando como base alguns pressupostos considerados adequados com relação a sua apreensão, legi­bilidade e compreensão por parte do usuário das mensagens. Para a dissertação foram feitas aproximadamente 2000 fotos e 50 vídeos, todas autorais sendo dividida em três capítulos; o primeiro capítulo que trata da origem do design gráfico, sua definição e conceituação e, ainda, de suas relações com a

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publicidade e propaganda, consideradas fundamentais para a reflexão sobre as mídias presentes no espaço público de São Paulo. Também nesse foi feito um levantamento das principais mídias, suportes e substratos, indoor e outdoor presentes no espaço público. O segundo capítulo que trata da elaboração e exposição dos estudos de casos, que foram organizados da seguinte maneira: a) Mídias outdoor Estudo de caso 1: Avenida dos autonomistas. Com análises e comentários reflexivos, apoiadas e ilustradas por imagens exemplificativas. Versando sobre as diversas mídias, incluindo as de caráter vernacular, existentes ao longo da avenida. Estudo de caso 2: Avenida Paulista. Com análises e comentários reflexivos, apoiadas e ilustradas por imagens exemplificativas. b) Mídias indoor Estudo de caso 3: Estação Sé do Metrô. Com análises e comentários reflexivos, apoiadas e ilustradas por imagens exemplificativas. Versando sobre as diversas mídias, incluindo os veículos e as mídias digitais, existentes no interior da Estação Sé. Obs.: Foram elaborados também casos sucintos, sobre: os painéis do Aeroporto de Cumbica, a sinalização da Rua João Cachoeira (Itaim Bibi) e algumas manifestações visuais nas ruas Vergueiro e Paraíso e no bairro Vila Mariana.


O terceiro capítulo que trata da imagem poética e sobre diversos acontecimentos na cidade de São Paulo. Dentre esses acontecimentos são analisados variados aspectos como, por exemplo, as especulações de produtos e de mídias que fazem uma inter-relação com o Design Gráfico. É oportuno considerar a relatividade e subjetividade das leitura feitas a seguir. Isto porque é preciso levar em conta o ponto de vista de cada observador em termos de seu repertório cultural, idade, experiência de vida, motivação para a percepção da comunicação, etc. E, ainda, de sua posição relativa no espaço em que observa as mensagens visuais: se está em pé, andando, motorizado e, assim por diante. Convém frisar também que foram deixados de lado nas análises visuais alguns elementos urbanos que fazem parte da paisagem como, por exemplo, o conjunto de postes, transformadores elétricos, cabos, fios etc. e, as pessoas situadas nos cenários fotografados e gravados.

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1 Globalização: entende-se por globalização a integração da economia mundial, a expansão dos mercados e a potencialidade econômica das sociedades. É comandada por potências que ditam os padrões econômicos, políticos, culturais e sociais.

1.1 A cidade de São Paulo

Tendo em conta o objetivo dessa dissertação, considerou-se importante nesta introdução fazer um breve relato sobre a cidade de São Paulo, de como atualmente ela se configura e ressaltar a Lei Cidade Limpa, que foi estabelecida seis meses após o início dessa pesquisa, realizada nos anos de 2007 a 2009.

São Paulo é apontada como a terceira maior cidade do mundo com mais de 10 milhões de habitantes. Uma metrópole com crescimento informal, marcada fortemente pela globalização1. A cidade hoje se apresenta como uma metrópole que vem alcançando cada vez mais um “estado universal”. Em várias esquinas, milhões de pessoas vivem em constante fluxo de trânsito, de ida e vinda de suas casas aos locais de trabalho, em uma trama urbana com edifícios cada vez mais altos e em maior quantidade. Uma grande estrutura não só arquitetônica, mas também de consumo, com grandes conglomerados bancários, diversas zonas de compras, diversificados

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espaços culturais, grandes corporações, dezenas de shoppings centers etc. E, naturalmente, com seu trânsito de veículos cada vez mais caótico e de difícil locomoção para sua população. Por ser uma grande metrópole, São Paulo concentra uma grande massa infor-

Para ilustrarmos melhor essa questão temos a Avenida Berrini situada em um bairro nobre de São Paulo, onde estão localizados os prédios comerciais da região Sul com suas estruturas altas e envidraçadas, construídos à imagem e semelhança de uma cidade global. A avenida se apresenta como ícone de cidade global com auto-suficiência, muitas vezes sendo mais importante do que a interação do local.

macional, muitas vezes difícil de distinguir quando nela se circula no vai e vem do cotidiano. A visão que se tem é de uma massa informe e indistinta. Entretanto, se observada com mais atenção, percebe-se, em cada canto de seus espaços, por vezes amplos e por vezes entrecortados, informações visuais tão ricas quanto descontínuas e de procedências diversas. É possível sentir e visualizar a expansão crescente das mídias comunicacionais, nas quais o design gráfico está quase sempre inserido, principalmente no espaço público. Espaço este em que se presenciam fluxos intensos de pessoas exercendo distintas atividades em diferentes velocidades, nas ruas, nos transportes, nos estabelecimentos comerciais etc. Quanto à comunicação visual inserida na cidade, esta joga um importante papel social. É um fator crucial, pois deve contribuir para guiar, orientar e informar diferentes tipos de pessoas em seu cotidiano.


São Paulo caracteriza-se também por possuir uma grande concentração populacional e de serviços que tende a processar continuamente uma constante destruição/ construção de sua imagem. Falta espaço físico. É necessário procurar condições e ordenamento para a criação de espaços organizados para fomentar diversificados usos em prol da população.

1.1.1 A Lei Cidade Limpa

A Lei Cidade Limpa, estabelecida pela prefeitura de São Paulo, retirou inúmeros elementos gráficos da cidade como, por exemplo: outdoors, cartazes, lambe-lambes, displays, faixas, placas, tótens, banners, entre outros, buscando a limpeza e melhor clareza na comunicação visual da cidade. Na imagem abaixo (Figura1), pode se observar um singelo exemplo de como era a cidade, antes e depois da Lei Cidade limpa.

Figura 1 – Lei Cidade Limpa, antes e depois. (Revista Veja 2007) 30

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Essa lei divide opiniões em diversos setores da sociedade. Como, por exemplo, as de algumas personalidades que atuam na cidade – abaixo reproduzidas: O urbanista Cândido Malta Filho, 2007, tem a opinião de que na cidade havia muitas informações aglomeradas. Após a lei ele acredita que a cidade tenha ficado com um aspecto mais harmonioso e a arquitetura e as fachadas passaram a ser melhor vistas.(Revista Veja 2007). O arquiteto Isay Weifeld, 2007, tem a mesma opinião de Cândido, achou a lei ótima e acredita que São Paulo era uma cidade feia e muito poluída visualmente. (Revista Veja 2007). Paulo Skaf, atual presidente da FIESP, em entrevista concedida à revista Veja 2007, argumenta: “A intenção da lei foi à melhor possível, mas acho que houve uma dose de radicalismo. A poluição da paisagem não é causada pela comunicação externa, mas sim pelas faixas, plaquetas, pinturas de muros e avisos irregulares. Melhor do que simplesmente proibir seria adequar os outdoors, por exemplo, que podem ser meios úteis de informação à sociedade”. Bem, o fato é que se encontra uma cidade com menos elementos de comunicação, ganhando a cidade assim boa visibilidade. Figura 2 – Lei Cidade Limpa, resquícios de placas encontrados na cidade, fotografias de Tony de Marco.


Alguns artistas e designers, logo que a lei foi instaurada, retrataram a cidade sob diversos pontos de vista. Alguns bastantes perspicazes e inusitados. O artista plástico Tony de Marco, logo que a lei foi estabelecida, fotografou os esqueletos (resquícios) que sustentavam as mídias de comunicação. (Figura 2).

Figura 3 – Lei Cidade Limpa, resquícios de placas encontrados na cidade, fotografias de Gustavo Piqueira, 2007.

Figura 4 – Lei Cidade Limpa, resquícios de placas encontrados na cidade, fotografias de Gustavo Piqueira, 2007.

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O designer Gustavo Piqueira, publicou um livro com o título São Paulo, Cidade Limpa, 2007, no qual ele retrata de maneira lúdica esses resquícios deixados pelos comerciantes na cidade. (Figura 3 e 4). Na figura 3, Piqueira relata que a solução encontrada pelo proprietário do colégio, foi pintar a sinalização de branco. Ou seja, o letreiro não foi retirado apenas foi “readequado” conforme a lei. Na figura 4 o mesmo acontece, as placas foram diminuídas conforme a lei, mas ela se repete por toda a fachada.


É de extrema importância apontar esse tipo de acontecimento para entender que a cidade sofre a cada dia, a cada instante, transformações e mutações inesperadas. O fato é que a Lei Cidade Limpa colaborou em parte com a imagem da cidade, tornando-a assim mais clara e legível. Mas ainda há muito que fazer. O projeto ainda não está completo e não acompanha as transformações que a cidade sofre diariamente. Existe cada vez mais necessidade de “organização” dos elementos de comunicação visual. Por exemplo, o projeto de sinalização urbana (que se constitui de diversos suportes de informações – e não só institucionais) na sua essência deve mostrar para o cidadão para onde ele pode ir e onde ele está localizado, portanto deve ser aperfeiçoado. São Paulo de fato mudou depois da Lei Cidade Limpa. Mídias outdoors que antes competiam em espaços cada vez maiores e mais altos, agora estão limitadas a tamanhos e proporções de acordo com os estabelecimentos, deixando a cidade com novo aspecto. Oportuno também notar que muitas dessas mídias migraram dos espaços a céu aberto para os espaços públicos fechados, tais como o ônibus e trens do metrô, que se caracterizam como mídias indoor. Aumentaram em quantidade outras formas de fazer com que mensagens cheguem até as pessoas. Por exemplo, as malas diretas mais sofisticadas que chegam às portas das habitações via correio, a internet que passou a ser uma mídia muito mais explorada do que já era, flyers passam a ser colocados em suportes nos restaurantes, bares e cafés e, assim sucessivamente. Levando em consideração o que foi citado acima, chegamos a conclusão que a imagem da cidade se altera de acordo com os veículos que a elaboram e que o designer gráfico, quando projeta para a cidade, não cria apenas mais um objeto, mas sim um objeto que passa uma informação, que comunica e que interfere diretamente no cotidiano e no modo de vida dos cidadãos. O design gráfico, enquanto criador de produtos que compõem a imagem da cidade representa o interesse público e, como tal, tem grande parcela de responsabilidade


na interação social entre usuário, mídia e cidade. Não lhe cabe pensar seus projetos apenas pelo viés da aparência estético-formal e da inovação tecnológica, mas também como projetos que atuam na construção da sociedade, na preservação de patrimônios e do meio ambiente, na disseminação da cultura, entre outros. Cabe pensar que aquilo que o design constrói tem uma finalidade e um objetivo nobre. Deste modo, espera-se que ele não colabore com a profusão inadequada de imagens na cidade e sim com sua readequação.

1.1.2 O Espaço Público

Entende-se Espaço Público como espaços de circulação de pessoas, de interação social onde o direito de ir e vir é total. A rua é considerada o espaço público por excelência. John Keane, 1995 apresenta uma interessante definição de espaço público pelo viés da comunicação.

O autor separa o espaço público primeiro em esferas micropúblicas. Espaços locais em que intervêm dezenas, centenas, ou milhões de participantes. Exemplos: as ruas, as reuniões de vizinhos, as igrejas, bares e, claro, os movimentos sociais que funcionam como laboratórios locais de comunicação e cidadania (Keane, apud, Canclini, 2003, p.177). Aqui se pode ainda incluir exemplos da cidade de São Paulo, como aeroportos, parques, meios de transporte como o metrô, o ônibus, as ruas de comércio, os shopping centers etc. A segunda separação de espaço público ele intitula como esferas mesopúblicas, de alcance nacional ou regional “em que milhões de pessoas debatem sobre o poder, por

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exemplo, em jornais como o The New York Times, Le Monde, Folha de São Paulo (...) e meios eletrônicos de alcance similar” (Keane, apud, Canclini, 2003, p.177). As inovações tecnológicas ampliam os espaços públicos difundindo a informação e o entretenimento numa escala mundial. A mídia televisiva tem esse alcance, quando, por exemplo, tem-se notícias sobre guerras, eleições presidenciais, novelas de todo o mundo, etc. Para citar um exemplo, no Brasil existe a TV Senado, por meio da qual é possível acompanhar a vida política do país.



capĂ­tulo 1


“Se travares de imediato ao veres um sinal de stop, provavelmente sabe para que serve o design gráfico” (Arnett, apud, Twemlow 2007, p.72)

O design gráfico

A origem do termo design

O termo design vem do inglês, e se refere tanto à ideia de plano, designio e intenção, quanto à de configuração, arranjo e estrutura. Tem como base o latim designare, de signum (marca, sinal) significando desenvolver, conceber.

A expressão design surgiu no século XVIII, na Inglaterra, como tradução do termo italiano disegno, mas somente com o progresso da produção industrial e com a criação das Schools of Design, é que esta expressão passou a caracterizar uma atividade específica no processo de desenvolvimento de produtos. Atualmente, Industrial Design vale tanto como conceito industrial ou de produto. Industrielle Formgebung (alemão), Estetique Industrielle (francês), Diseño Industrial (espanhol), Technitscheskaya Estetika (russo), etc. (BOMFIM, 1995, p.03)

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Como uma solução possível, a classe dos profissionais adotou design, em inglês, e foi assim que a mais recente proposta para o reconhecimento da profissão foi submetida ao Congresso Nacional (1993). Tal decisão foi referendada pelos profissionais e estudantes da área durante o V ENDI (Encontro Nacional de Desenhistas Industriais), realizado em 1988 em Londrina, no Paraná. Os argumentos a favor do uso do termo design giram em torno da nítida separação entre técnicos (desenhistas) e projetistas criadores (designers) e ainda no uso internacional do termo. Este é um argumento de peso, especialmente na América Latina, onde os profissionais adotaram diseñador e diseño e nos países europeus e nos Estados Unidos, onde designer e design tem sido inequivocamente associados à área. A adoção desta nomenclatura supõe que design signifique o planejamento de produtos para diferentes indústrias, sendo cada tipo de planejamento identificado pela indústria final: design industrial para o projeto de produtos; design gráfico para o projeto de produtos gráficos; design têxtil para o projeto de tecido e assim por diante. As primeiras escolas de Design, estabelecidas nos anos 1960, responsáveis pelo batismo da profissão emergente, optaram pelo termo Comunicação Visual, sendo o profissional o comunicador visual. Quando da projetada adoção de Design para denominar os cursos, algumas escolas adotaram design industrial para projeto de produto e conservaram comunicação visual para design gráfico. O currículo mínimo dos cursos, aprovados pelo Ministério da Educação, nomeia o genérico de desenho industrial, sendo a programação visual a área relativa ao projeto de artefatos gráficos. Neste caso o


profissional é desenhista industrial com habilitação em programação visual ou programador visual. O ICOGRADA (Internacional Council of Graphic Design), em seu comitê para a Educação em Design Gráfico para a América Latina, considerou design gráfico e comunicação visual como sinônimos.

O processo histórico do design

Para Rafael Cardoso, 2008, o design é fruto de três grandes processos históricos que ocorreram em escala mundial entre o século 19 e 20.

O primeiro seria a industrialização, onde os primeiros designers surgiram no processo de industrialização mundial, evoluindo em suas funções como operários. Com o crescimento da industrialização e o desenvolvimento da tecnologia, as fábricas tomaram o lugar das pequenas oficinas, (que ainda eram numerosas, mas que representavam a minoria do volume do que era produzido) e passaram a empregar mão de obra especializada. O segundo fruto seria a urbanização moderna, com o surgimento das metrópoles que tornaram-se muito maiores do que as cidades antigas, aumentando a área geográfica e se espalhando consideravelmente. Da mesma forma que as fábricas tiveram que se adequar ao mundo moderno as cidades também passaram a ter que se adequar. Foram surgindo mais bairros, residenciais e industriais, mais áreas de comércio e tráfego de pessoas, sendo assim aumentado cada vez mais a demanda de transporte públicos e redes viárias e também de comunicação visual . Com esse avanço da urbanização os espaços da cidade passaram a ser usados por diferentes grupos de pessoas, para diferentes atividades e diferentes velocidades e a

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comunicação passou a compor diversas partes da cidade principalmente pela necessidade de sinalização de bairros, ruas e meios de transporte, e também de comunicar ao público um produto desconhecido. O terceiro fruto segundo Cardoso pode ser chamado de globalização: que é a transferência de cultura, hábitos, comunicação e a abertura da economia. A globalização é a integração da economia mundial, a expansão dos mercados e a potencialidade econômica das sociedades. Todos os três fatores passam por organizar um grande número de elementos diferentes em relações harmoniosas e dinâmicas: pessoas, veículos, máquinas, moradias, lojas, fábricas, legislação, etc. O que podemos interpretar como um movimento para integrar tudo com tudo. E o design contribuiu para viabilizar essas mudanças. Numa concepção mais ampla do design, as ramificações do campo surgiram para preencher os intervalos e separações entre as partes, suprindo lacunas com projeto e interstícios com interfaces. (Cardoso, 2008, p.23)

Cada campo requer um grau alto de organização interna, não só pelo viés da engenharia de produção e dos transportes, mas também na sinalização, na identidade visual e no planejamento das interfaces.


O que é design gráfico

São muitas as definições e conceituações existentes que contribuem para se pensar e ponderar sobre esta questão. Como, por exemplo, as que seguem:

Design Gráfico é uma atividade de planejamento e projeto. Uma forma de comunicação visual que contribui para a ordenação estrutural e para dar forma à informação. Trabalha e utiliza a relação imagem e texto em diferentes suportes, tais como: pôsteres, logotipos, embalagens, placas e sistemas visuais de orientação, camisetas, projetos de identidade visual de empresas, produtos e eventos, anúncios, editoração de livros, jornais, revistas, audiovisuais etc. e inúmeras outras possibilidades, em mídias impressas e digitais que, com o advento e a popularização da internet, ganhou espaço em mídias eletrônicas, como as páginas de web, as interfaces gráficas de mobiles, e outras.

O design gráfico é linguagem. É uma linguagem de linha e cor, textura, aspecto, forma etc. Quando escolhemos amarelo, estamos a fazer uma declaração. Quando escolhemos um círculo em vez de um quadrado, uma linha ondeada em vez de uma reta, estamos a dizer algo(...) É a nossa linguagem que controlamos e utilizamos para falar ao espectador. (Twenlow, 2007, p.62)

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“Design gráfico é um processo técnico e criativo que utiliza imagens e textos para comunicar mensagens, idéias e conceitos, com objetivos comerciais ou de cunho social”. — ADG – Associação dos Designers Gráficos do Brasil

Hoje em dia o termo design gráfico se generalizou e deu origem a diversas opiniões: “Design gráfico é um termo utilizado para definir genericamente a atividade de planejamento e projeto relativos a linguagem visual. A atividade que lida com a articulação de texto e imagem, podendo ser desenvolvida sobre os mais variados suportes e situações. Gera, trata e organiza a informação visualmente. Compreende as noções de projeto gráfico, identidade visual, design editorial, entre outras. Também pode ser empregado como substantivo, definindo, assim, um projeto em si”. — João Gomes Filho, 2009

“O design gráfico enquanto prática profissional, suas manifestações possibilitam observar em que medida é possível encontrar alternativas de identificação que permitam novas inferências perceptivas que transitem entre a visualidade apresentada e a possível visibilidade da informação produzida pelo receptor”. — Débora Rayel Eva, 2007

“Design gráfico é uma atividade técnica e criativa relacionada não apenas com o produto de imagens, mas com a análise, organização e métodos de apresentação de soluções visuais para problemas de comunicação”. — Icograda – International Council of Societies of Graphic Design

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“Design gráfico se refere à área de conhecimento e à prática profissional específicas relativas ao ordenamento estético-formal de elementos textuais e não-textuais que compõem peças gráficas destinadas à reprodução com objetivo expressamente comunicacional”.

“O design gráfico é uma linguagem que se constitui na relação de interdependência recíproca dos elementos que compõem a peça – textos, imagens, suportes e meios, com o intuito de comunicar mensagens, idéias e conceitos. Ver o design gráfico como linguagem significa tomá-lo como fenômeno de comunicação e expô-lo a um grande número de variáveis, que vão mais além da relação entre texto, imagem e componentes gráficos para incluir outros dados que vão atuar em seu processo de significação”.

— André Villas-Boas

— Gisela Belluzzo, 2009

“O contexto de trabalho do designer é o mundo, tanto o ambiente físico primário como a complexa trama formada pela cultura humana, sem esquecer o determinante entorno emocional, pessoal e intransferível, de quem desenha.(...) colocar em jogo nossa capacidade de despertar as fibras sensíveis do espectador e, ao mesmo tempo, guiá-lo por um rio de referências culturais, nadando em formas, imagens, cores, significados e significações ... que geram o mundo em que vivemos”.

“Tenho-me apercebido que os países atrasados do mundo são aqueles que não aprenderam a aproveitar plenamente as possibilidades da manifestação e comunicação gráficas e que muitas das ideias e capacidades mais características da nossa civilização ocidental estão intimamente relacionadas com a nossa capacidade para criar essas manifestações e comunicações gráficas”. — W.M. Ivins, 1916

— Rodolfo Fuentes, 2006


O design gráfico, em suma serve para exprimir idéias, ajuda as pessoas a distinguir as idéias, fazer escolhas, apreciar idéias e a orientar-se no dia a dia. A atividade de design gráfico está ligada a expressões que estão relacionadas com a diversidade e riqueza de cada cultura e de cada cidade. Para o designer, é um processo interminável de exploração, aprendizagem e trabalho, que cria um veículo de comunicação. Para a comunidade, o design gráfico facilita a compreensão da informação. Tem um propósito e uma intenção. (Twenlow, 2007, p.33)

Se for feita uma lista das possíveis atividades do design gráfico, pode-se inferir que:

Forma paisagem

Serve para vender coisas

Atua na política

Design Gráfico

Serve para vender idéias

Enriquece a vida cotidiana Esclarece as coisas Serve para orientar as pessoas Serve para divulgar atividades culturais 46

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Um dos fatores determinantes do design gráfico é como a mensagem será recebida pelo usuário. Ele deve procurar sempre torná-la mais transparente, mais legível. Procura fazer de um objeto simples um objeto mais agradável de usar e de se entender. O design gráfico está enredado em todos os aspectos da vida social. Desde os sinais que se avista nos cruzamentos, que ajudam e organizam o trânsito, até a embalagem de um biscoito onde se tem a informação de o quanto pode ser consumido e o que se está consumindo. Sujeito fundamental do design gráfico é o usuário, que pode ser de origem e classe social diversas, dentro dessa grande diversidade pode-se elencar os seguintes:

Habitantes Trauseuntes

Design

Consumidores

Clientes

Espectadores

Motoristas

Gráfico Comunidades

Leitores

Visitantes


O design gráfico hoje atua numa economia orientada globalmente, uma vez que a globalização abre novos mercados, os designers gráficos precisam atuar com frequência na vanguarda, sempre atentos a novas tendências. E por estarem nessa situação contemporânea acabam cada vez mais por se tornarem profissionais com perfil multidisciplinar. Hoje muitos designers assumem o trabalho de forma total. Desde a criação à interface com a publicidade e muitas vezes até mesmo a venda do produto. O design gráfico já não é mais só o cartaz de cinema impresso, é o cartaz de cinema com luzes e vídeos posto estrategicamente a altura dos olhos do usuário. Não é só mais o livro impresso, é também a interface gráfica de um website, os ícones desenvolvidos para móbiles, é a vinheta da televisão, a fachada da loja, a marca do banco, a faixa posta na esquina, o adesivo do ônibus, e inúmeras outras possibilidades. Usam cada vez mais as inovações tecnológicas para gerar e disponibilizar a informação. Embora muitos designers trabalhem em uma área especifica de atuação, precisam ser fluentes em muitos outros campos na prática. Por exemplo, para desenvolver uma identidade visual corporativa, o designer gráfico deverá pensar em conjunto com outras disciplinas. É de se esperar que o designer gráfico tenha conhecimentos de áreas tão diversas como a tipografia, animação, desenho, web, marketing, entre outras.

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Marca

Banner

Papelaria

Mala direta

rรกfi co

Tipografia

sig

Propaganda de TV

De

Marketing viral

nG

Website

Manual da marca

Fachada

Folder


O design gráfico não é mais apenas uma ação projetual, um projeto expresso em desenho: ele é além disso e principalmente um modo de organizar códigos que se apresentam enquanto possibilidade, o projeto de desenho é apenas uma delas. (Eva, 2007, p.68)

O designer gráfico enquanto profissional inserido num contexto global deve identificar seus espaços e perceber como se transmite e identifica as idéias, deve proporcionar e estimular diálogos e percepções diversas. À medida que as fronteiras do design foram se modificando, a tecnologia evoluindo e os contextos se expandindo, o design gráfico acabou por envolver e participar também do design digital, do design de interação, do design de sinalização, do experimental, e assim por diante. O que, por conta disso, muitas vezes se faz chamá-lo e entendê-lo como apenas design.

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Interface do design com a publicidade e propaganda

2 Publicidade: qualidade do que é público: a arte de exercer uma ação psicológica sobre o público para fins comerciais ou políticos (dicionário, Aurélio).

A publicidade2 e a propaganda3 está presente na cidade representada na forma de suportes de anúncios diversos, tais como: busdoor, outdoors, tótens, painéis, displays, faixas, placas, entre outros.

Normalmente, se vê propaganda em todos os cantos e a todo o momento em cidade grandes como São Paulo. O tempo todo as pessoas se deparam com centenas de imagens publicitárias. Não se defronta nenhum outro gênero de imagem com tanta frequência. 3 Propaganda: coisas que devem ser propagadas: propagação de príncipios, idéias, conhecimentos ou teorias (dicionário, Aurélio).


Nos últimos anos a luta por visibilidade, especialmente nas grandes cidades, virou uma grande batalha. Em meio a prédios, árvores, sinais de trânsito e um número incontável de concorrentes, conquistar a atenção do consumidor tem sido uma das tarefas das mais árduas. Quem conseguir aparecer mais terá maior êxito na comunicação. O desafio, tanto para o profissional de criação quanto para o cliente, é aproveitar as possibilidades, sejam novas ou não, para aparecer e sair na frente. E quanto maior o espaço, melhor. (Cesar, 2000, p. 62).

As mensagens publicitárias estão na constante busca da atenção do públicoalvo, não só nas mídias convencionais (televisão, rádio, jornal, revista), como, em meio ao “caos” urbano das grandes cidades, que pode ser chamada de publicidade ao ar livre.

Politomia da publicidade e propaganda: Publicidade: o termo é relacionado à promoção de produtos, eventos ou serviços, que estimula o aspecto promocional e comercial. Cabe a publicidade a divulgação de um produto. É o ato de tornar público alguma coisa, notícia ou fato. Propaganda: é uma ferramenta de persuasão de idéias, possui um aspecto criativo e conceitual. Consiste num processo de disseminação de idéias através de múltiplos canais. É um processo de informação e de persuasão. Podemos dizer que a propaganda é o controle de fluxo de informação, de direção da opinião pública e de manipulação (não necessariamente negativa) de condutas ou mesmo modelos de conduta. Nesta abordagem é necessário, antes de mais nada, fazer uma clara distinção entre estas duas áreas da atuação profissional (que está clara a partir das próprias

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definições e conceituações já colocadas). Em termos rigorosos o publicitário não é um designer gráfico, nem tão pouco o designer gráfico é um publicitário. Parece óbvio mas, na prática do dia a dia, faz-se muita confusão a esse respeito. Na verdade o designer é o profissional que transforma e cristaliza, na prática, as idéias e conceitos publicitários em peças gráficas – desde um simples anúncio à representação de todos os elementos gráficos de uma campanha publicitária, por exemplo. Por outro lado, isto também pode ser um pouco relativo. Pode acontecer de um designer trabalhando há muito tempo numa agência acabe por assimilar o trabalho de propaganda e acabe “virando”também um publicitário. Mas ai já é outra história, de fato ele já estaria exercendo duas profissões e não só a de designer gráfico. Também é preciso deixar patente que em trabalhos maiores e mais complexos na área da publicidade e propaganda existe sempre o apoio de outros profissionais envolvidos exercendo outras profissões técnicas e administrativas que dão apoio e suporte variado. É o chamado e absolutamente necessário trabalho em equipe. O ritmo social faz com que seja necessária a criação ininterrupta de anúncios, sendo que a cada novo anúncio se deve chegar o mais próximo possível à imagem dos desejos dos consumidores e público alvo. A maior tendência dos anúncios, característica da publicidade, é a declaração que mostra o produto como parte integral dos grandes processos e objetivos sociais. (McLuhan, 1964, p. 255)


Sistemas de comunicação visual e de informação

4 Símbolo: é uma imagem de marca ou identidade. Ex: Marca do Bradesco.

Hoje a sociedade como um todo, vivencia com grande intensidade a possibilidade de interação e comunicação entre áreas de conhecimento distintas.

Para o design gráfico a comunicação e a informação são uma importante ferramenta, e uma necessidade básica do homem social. Comunicar significa transmitir uma mensagem através de um sistema organizado de símbolos4, ao qual se pode chamar de linguagem. E o que se pode comunicar? Informação simples ou complexa, ao nível das relações humanas ou sociais. Segundo Bordenave, 1986, a comunicação acaba por confundir-se com a própria vida. “A quantidade de atos de comunicação é simplesmente inacreditável, desde o “bom dia” à sua mulher, passando pela leitura do jornal, a decodificação de números e cores do ônibus (...) o papo durante o almoço, a escolha do prato no menu, a conversa com os filhos no jantar (...) e o ato final de comunicação num dia cheio dela: “boa noite””.(Bordenave, 1986, p.19)

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Para Maffesoli, 2003, a comunicação é o que nos liga ao outro, é o que faz reliance (religação), a comunicação é o cimento social.

5 Informação: vem do latim, onis, (delinear, conceber ideias), ou seja, dar forma ou moldar a mente (mini dicionário contemporâneo de Língua Portuguesa).

Informação5 é a qualidade de dados que um emissor envia para um ou mais receptores. É sempre dada sobre alguma coisa (tamanho de um parâmetro, ocorrência de um evento, etc.). É o resultado do processamento, manipulação e organização de dados que represente uma modificação no conhecimento do sistema (pessoa, animal ou máquina) que a recebe. Informação é o estado de uma sistema de interesse, mensagem é a informação materializada. Para Pignatari, 1984, na teoria da comunicação e informação, o que importa “é a medida do conteúdo de informação (...), o teor da taxa da informação é uma propriedade ou potencial dos sinais6 e está intimamente ligado à ideia de seleção, escolha e discriminação.”(Pignatari, 1984, p.17)

6 Sinais: transmitem uma informação que é percebida por todos da mesma maneira. São simples e de apreensão rápida. Servem para informar ou identificar locais e serviços.


Segundo o autor, a informação a ser comunicada deve ter uma fonte e um destino, onde se origina a cadeia que os une e constitui o canal de comunicação.

Os meios de comunicação

A primeira forma de comunicação humana foi a linguagem oral. Com a evolução da linguagem foi surgindo paralelamente os meios de comunicação.

A evolução dos meios de comunicação começa com Gutenberg e a invenção da tipografia, que possibilitou a impressão de livros com maior facilidade e maior velocidade, o que antes era feito à mão por monges amanuenses. O avanço da tecnologia permitiu a reprodução de materiais informativos em grande escala e baixo custo. Hoje existem impressoras computadorizadas, capazes de imprimir edições inteiras de jornais e revistas em vários países ao mesmo tempo. Os meios de comunicação podem ser considerados um instrumento, quanto à forma de conteúdos utilizados, para a realização do processo comunicacional. Quando referido a comunicação de massa, pode ser considerado sinônimo de mídia. Os meios de comunicação podem ser divididos, por exemplo, em: Sonoro: telefone, rádio. Escrita: jornais, diários e revistas. Audiovisual: televisão, cinema. Multimídia: diversos meios simultaneamente. TV digital e hipertextualidade (caminhos não-lineares de leitura do texto). 56

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7 Mídia: a palavra provém do latim “media”, plural de “medium”, e que significa “aquele que está a meio”. No Brasil, usa-se mais comumente a palavra “mídia”, derivando da pronúncia inglesa – ainda que alguns gramáticos brasileiros prefiram a forma portuguesa, por ter mais correlação com a origem latina da palavra, idioma do qual provém o português (Nascimento, 2008).

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Quando se fala de uma metrópole como São Paulo e de sua configuração visual, temos que necessariamente considerar que existe uma cultura ambiental moldada pelo ambiente urbano e por todos os meios que permitem a recepção de informações.

Mídias presentes no espaço público de São Paulo 7

O ambiente urbano contemporâneo exige estruturas ambientais mais complexas do que aquelas geradas exclusivamente pelos edifícios, ele exige a presença de sinais capazes de atribuir-lhe vitalidade, significado, identidade e complexidade. (Melo, 2005, p.13)

A cidade de São Paulo é constituída por diversos sinais. Para Chico Homem de Melo, 2005, “o sinal é a marca do espaço público, ele dá identidade às atividades coletivas.” A profusão de sinais marcados pela complexidade, fazem de São Paulo uma metrópole muito “visual”. Esses sinais são apresentados na forma de diversos suportes de caráter público como a sinalização viária ou mesmo sinalizações comerciais. É importante o design gráfico considerar o suporte8 como parte fundamental do projeto. A escolha correta pode ser a chave de um bom projeto. Muitos são os suportes e mídias presentes na cidade de São Paulo que o designer utiliza para comunicar e passar a informação ao usuário, dentro essa gama imensa pode-se elencar: 8 Suporte: dispositivo material que possibilitam a inscrição e transmissão de mensagens (Debray, 1993).


O cartaz Um dos primeiros suportes utilizados pelo design gráfico foi o papel. O papel foi e ainda é o substrato ou a superfície palpável do design gráfico. O cartaz é uma mídia impressa e apesar de sua tecnologia de impressão ao longo dos tempos ter se aprimorado ainda utiliza como base o papel (o plástico ainda é pouco usado). Tem como objetivo transmitir informações para apresentar um filme, uma peça de teatro, um show etc., assim como, divulgar ações sociais e políticas, como a divulgação de uma campanha de vacinação, informações sobre transportes e seu itinerário e atividades culturais. Seu formato é normalmente retangular disposto na vertical e “colado” em paredes ou em suportes de acrílico e metal. É uma mídia tanto indoor – presente em locais públicos fechados como o metrô, quanto outdoor – presentes em espaços públicos a céu aberto e de circulação de pessoas.

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O outdoor

O outdoor é uma mídia que também normalmente tem como substrato o papel. É de maior escala que a maioria das mídias e é sempre disposto na horizontal. O suporte é fixado em estruturas de metal (eventualmente com iluminação própria) em ruas e estradas. Também pode estar presente em ambiente indoor como no transporte. Nos ônibus é chamado de busdoor. Seu tipo de informação é na maioria das vezes de cunho comercial, com divulgação de produtos e serviços. Por meio de novas tecnologias é possível ter movimento através de dispositivos eletromecânicos. Hoje em dia possui tecnologias com sensores providos de leds e Bluetooth que acionam mensagens enviadas ao transeunte no celular. (essa tecnologia ainda não se faz presente no espaço outdoor da cidade de São Paulo).


Os Veículos automotores Além do ônibus que serve como suporte para o busdoor, temos também uma infinidade de veículos automotores, – automóveis, caminhões, vans, kombis, motos etc – que também prestam esse serviço de divulgação. Na cidade de São Paulo, encontramos veículos com informações das mais variadas, a grande maioria de cunho publicitário e institucional (fotos à esquerda). Circulam pelas ruas estando sempre visíveis permitindo maior alcance de informação e publicidade. Particularmente aqui, os substratos são adesivados e/ou pintados – em uma ou mais superfícies dos veículos e, em alguns casos, incluindo o teto.

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O banner é impresso digitalmente e seu material pode ser composto por papel fotográfico ou lona sintética, que, após impresso pode receber uma plastificação conhecida como laminação para um aumento de durabilidade, sendo capaz de resistir a chuvas e ao sol.

O banner

Tem diversos tamanhos e formatos, que são normalmente acima da escala humana. São fixados em paredes e tetos ou dispostos em tripés, em diversos pontos da cidade. É frequentemente aplicado em lugares públicos fechados em posição vertical. Normalmente divulga serviços publicitários, atividades culturais e informativos governamentais.


As faixas Faixas promocionais e informativas são frequentes na cidade. É uma mídia impressa digitalmente e também pintada à mão em tecidos diversos ou vinil. Normalmente são dispostas na posição horizontal em ambientes indoor e outdoor. Passam informações variadas: institucionais, comerciais e promocionais. Boa parte das faixas dispostas na cidade são irregulares e fixadas, quase sempre, em lugares improvisados concorrendo para gerar desequilíbrio e poluição visual.

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O Lambelambe

O Lambe-lambe, também chamado de cartaz, ou pôster, é elaborado com tipografia de letras enormes e em duas cores, preso com cola em muros e postes da cidade, lugares que geralmente estão abandonados. Há tempos é usado no espaço público outdoor, e muitas vezes de forma ilegal. Utiliza-se como objeto de comunicação, para divulgação de shows, serviços gerais e venda de produtos. São utilizadas diversas técnicas para sua produção, como: serigrafia, xilogravura, cópia via xerox, plotter, ou impressão convencional. Tem como suporte o papel. É também utilizado para intervenções urbanas.


O tóten

O Tóten é um suporte que pode ser confeccionado em diversos tipos de materiais estruturais. Pode ser fabricado de material único ou em combinação com outros materiais.

Por exemplo: tóten só em madeira, concreto, aço carbono, aço inoxidável, plástico ou acrílico. Ou combinados, por exemplo: estrutura do tóten em concreto com substrato em alumínio e, assim por diante. São dispostos normalmente na posição vertical em frente a edifícios de empresas e de comércio em geral. Geralmente tem escala equivalente às fachadas. Normalmente trazem pouca informação, mais com ênfase em marcas, logotipos, identificação de produtos de modo geral etc. Geralmente transgridem o estereótipo popular de leitura (texto na vertical, por exemplo). Por meio de novas tecnologias, já existe a possibilidade de interação com o usuário, via bluetooth, e também pode ser adicionado a ele holografias, néon, leds, luzes programáveis, leitores à distância, reconhecedores digitais, iluminação interior, entre outros.

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Os adesivos

Os elementos constituídos por adesivos são utilizados em sua grande parte em vitrines de lojas e restaurantes ou em automóveis e trens. Transmitem diversificadas mensagens visuais. A impressão digital é o sistema moderno para se produzir adesivos. É recomendada para serviços que exigem muitas cores, impressão de fotos, efeitos, etc. Seu suporte pode ser o PVC (vinil branco, colorido e transparente), o Polipropileno ou Poliéster. Em casos específicos, pode-se usar papel, mas com prejuízo para sua durabilidade.


As placas comerciais

Por todos os lugares que se circula em São Paulo é possível avistar placas comerciais que, assim como as faixas, colaboram com a proliferação de imagens concorrendo para causar poluição visual. São de procedências diversas, utiliza-se como objeto de comunicação, para divulgação de serviços gerais e venda de produtos. São confeccionadas em madeira, aço ou pvc, podem ser adesivadas ou mesmo pintadas à mão. São fixadas em fachadas, paredes, cavaletes, apoiadas no chão etc. – tanto na posição vertical como na horizontal e dispostas em espaços públicos outdoor e indoor. Não possuem formato padrão.

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e de sinalização As placas de sinalização de trânsito (estas sim padronizadas: tamanho, cores, tipografias etc.) são utilizadas para adequação de procedimentos viários e de segurança e são dispostas em vias públicas. Sua finalidade é a de manter o fluxo de trânsito em ordem e segurança e informar ao usuário destinos e localizações. São encontradas ao lado ou suspensas sobre ruas, avenidas e rodovias, transmitindo mensagens mediante legendas e/ou símbolos normatizados que, pressupõese, devem ser conhecidos pelo usuário. São dimensionadas em função da natureza da informação. Por exemplo, a de velocidade da via, confeccionadas com materiais refletivos para garantir visibilidade noturna. São institucionalizadas, regidas por normas e regras. São três as espécies de placas: de regulamentação (cores: branca vermelha e preta) de advertência (cores: amarela e preta) de indicação (cores: azul, verde, branca e preta) Em São Paulo, as placas de identificação de ruas, possuem tipografia legível e são sinalizadas com cores, dividas por regiões, a região sul por exemplo, recebe uma faixa cinza, região oeste laranja, além disso possuem uma película reflexiva que ajudam a visão noturna dos motoristas.


As fachadas comerciais A fachadas entram nesse elenco de mídia por terem um papel importante na composição visual da cidade. As fachadas comerciais, que geralmente compõem a entrada principal, são consideradas como cartões de visita de empresas, lojas e demais estabelecimentos. São responsáveis por atrair seu público-alvo para um produto específico. Podem ser parte intrínseca da edificação ou serem elaboradas para serem sobrepostas no seu local específico. Estas podem ser feitas em diversos tipos de materiais e podem utilizar também outras mídias, como os já citadas: faixas, placas, grafismos etc. e aplicados em formatos bi e tridimensionais.

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As vitrines Pode-se dizer que as vitrines são uma extensão das fachadas de lojas. Ajudam a compor a decoração, a criar identidade e a divulgar promoções e produtos. Na vitrine coloca-se os principais produtos oferecidos pela loja com o objetivo de atrair os clientes para conhecê-la e adquirir os produtos oferecidos. Em sua grande maioria são utilizados adesivos, banners e faixas. É uma peça que propicia ao lojista baixo custo e imediatismo na comunicação do produto. É uma mídia outdoor – presentes em espaços públicos a céu aberto e de circulação de pessoas.


Os equipamentos urbanos Os equipamentos urbanos são bens públicos ou privados, de utilidade pública destinados à prestação de serviços e necessários ao funcionamento da cidade, implantados mediante autorização do poder público, em espaços públicos. Alguns desses equipamentos urbanos servem como suporte para a publicidade e sinalizações institucionais. Dentro dessa gama são elencados como exemplos:

relógios

Os relógios digitais são dispostos normalmente em canteiros centrais de ruas e avenidas. Sempre com uma propaganda aplicada internamente, o que facilita a sua manutenção por ser fechado é capaz de suportar intempéries. Os relógios analógicos, que no exemplo ao lado é utilizado como um tóten, compondo o sistema de sinalização da rua João Cachoeira (Itaim Bibi).

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ponto de ônibus O ponto de ônibus, ou abrigo, há pouco tempo era permitido utilizá-lo, em parte, como suporte para propaganda. Com o advento da lei cidade limpa a publicidade deixou de existir. O espaço hoje é apenas destinado ao poder público que utiliza placas informando mapas e itinerários de ônibus. É também utilizado em intervenções urbanas (foto à direita).

bancas de jornal

As bancas de jornais são quiosques de venda de publicações periódicas e são também suporte para a publicidade e serviços gerais, principalmente por possuírem vitrines onde são afixados os jornais do dia, revistas e serviços.

As bancas costumam estar, preferencialmente, próximas a ponto de ônibus, supermercado, bares, enfim, ao comércio em geral ou, nos bairros de maior poder aquisitivo, junto a edifícios, condomínios e residências.


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estudos de casos Os estudos a seguir apresentados, objetivaram a realização de uma reflexão conceitual sobre os sistemas de comunicação visual no espaço público urbano. Foram baseados, sobretudo, nos princípios e parâmetros norteadores de harmonia, ordem e equílibrio em função de uma adequada organização formal. O espaço público da cidade de São Paulo se configura por um vasto universo de informações visuais que concretizam a imagem da cidade e identificam sua existência social. Essas imagens são representadas em inúmeros e diferentes suportes e substratos de comunicação visual vistos a seguir.


9 Entropia: inicialmente surgiu na termodinâmica, e é utilizada em teoria da informação como um conceito de desordem: gradativa indiferenciação de formas e funções que apontam para a desordem (Pignatari, 1984).

“Aprender com a paisagem existente é para o arquiteto, uma maneira de ser revolucionário” (Venturi, 2003, p.25)

Estudo de caso 1

Avenida dos Autonomistas

10 Poluição Visual: excesso de sinais comerciais e publicitários. é o ruído na mensagem ambiental urbana (Mello, 2005).

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A avenida dos Autonomistas, em sua maior parte com comércio voltado para automóveis, como seu nome indica, está situada na zona metropolitana da cidade de São Paulo. Aqui ela é analisada especialmente como um fenômeno de comunicação. Esta escolha se deu pela diversidade de mídias espalhadas por toda a avenida, tanto de caráter publicitário, comercial e de sinalização, incluindo o design vernacular. Elaboradas por profissionais do design e também, por amadores.

Sua organização revela uma grande entropia9. Por toda sua extensão percebe-se a existência de um emaranhado de mensagens que comunicam, às pessoas que circulam por ela, mensagens sociais, culturais e, sobretudo, comercias. Geralmente com intenções persuasivas. A percepção que se tem ao longo da avenida é de uma enorme poluição visual10, onde cada casa de comércio parece precisar se impor mais que a outra. Pequenas casas e prédios residenciais desaparecem nesse emaranhado de imagens.



Os comerciários presentes na avenida apresentam uma “cultura visual” de informação caracterizada por uma espécie de concorrência entre os diversos estabelecimentos – comerciais, bancários, culturais etc. – visando cada um deles se sobressair a todo custo do seu vizinho imediato (isso se propagando e se prolongando ao longo de toda a avenida). Tudo isso provavelmente por conta de uma ansiedade na intenção de aparecer ou de se destacar com força mais persuasiva no contexto da avenida. Essa “cultura”, que até certo ponto pode ser considerada predatória, se caracteriza por um excesso de informações visuais (textuais, icônicas e simbólicas) em que, como já dito, predomina a sensação de poluição visual. Isto se dá devido aos inúmeros

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substratos de diferentes espécies existentes (em posicionamentos laterais, frontais, adjacentes e, muitas vezes, sobrepostos; em formatos bidimensionais e tridimensionais) representados de diferentes modos em: fachadas, pintura em paredes, cartazes, outdoors, placas, faixas, tótens, bancos de jardim, grafites, sinalizações institucionais de transito e de solo etc. Localizados e afixados em posições horizontais, verticais e inclinadas e apoiadas no chão, à meia altura ou pendurados. E mais, quase sempre, misturados e confusos. Estas manifestações visuais desordenadas, na sua maior parte, se confundem. Existe uma profusão de cores, de fontes tipográficas e de materiais utilizados nos substratos físicos de informação – estes com dimensionamentos díspares e tamanhos exagerados. Lembrando Venturi, 2003, “... uma cidade é um conjunto de atividades entrelaçadas que formam um padrão sobre um determinado solo”. Isto realmente não acontece neste exemplo de avenida. Ao se caminhar pela avenida nota-se que há uma ordem estrutural de alguns elementos constantes: a avenida em si (asfalto), as placas de sinalização, as faixas vermelhas de travessia de pedestres, os semáforos de trânsito e as distâncias relativas entre os postes de iluminação (até por conta de serem elementos institucionais normatizados). Porém o restante – as representações das informações – não guardam, de fato, qualquer coerência consubstanciada em adequada organização visual centrada nos princípios de harmonia e regularidade. Comprometendo, por conseguinte, qualquer sentido de ordem e equilíbrio visual. A exemplo do que Venturi cita sobre Las Vegas, a avenida dos Autonomistas não é apenas um espalhamento caótico, mas um conjunto cujo padrão depende da tecnologia, da comunicação e de seu valor social e econômico.


O objetivo aqui, é claro, não é discutir os valores que a cidade se impõe socialmente e sim, a partir do design gráfico, refletir conceitualmente sobre essas manifestações comunicacionais do ponto de vista técnico e, sobretudo, de adequação de sua organização formal em termos de eficiente legibilidade e compreensão por parte das pessoas.

Tipo de informação| manifestação visual

Abaixo alguns apontamentos principais sobre a avenida dos Autonomistas como um todo onde se pode inferir as reflexões colocadas acima, identificadas e definidas por seus signos de comunicação visual:

Signos11 de orientação Institucional – Regidos por normas e regras institucionais – sistemas de orientação e sinalização de trânsito (direcionados à veículos, usuários e pedestres em geral).

Signos de identidade visual – Marcas, logotipos, – estabelecimentos em geral.

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11 Signos: são formas que representam as ideias e as emoções. É todo objeto perceptível que de alguma maneira remete a outro objeto, toma o lugar de outra coisa (Bordenave, 1986).

Signos não institucionais – manifestações artísticas sob forma de grafites.

Signos publicitários – Mensagens e anúncios de propaganda de produtos e serviços – em diversificados estabelecimentos comerciais, bancários, culturais, em abrigos de ônibus, transporte público, postos de combustíveis, muros, postes, outdoor etc. Signos naturais e de outras procedências – Avenidas, edifícios, veículos etc. – que comunicam mensagens explícitas. Também, muitas vezes, se constituindo em marcos visuais.


Signos vernaculares – São soluções materiais, visuais e artefatos presentes no cotidiano da cidade, e tem forte ligação com a cultura local, servem para comunicar um evento ou um produto. Abaixo tem-se como exemplo, na vitrine da loja, o cartaz manuscrito divulgando a liquidação de verão.

12 Vernacular: o termo vernacular procede de vernáculo. Diz-se da linguagem genuína, correta, pura, isenta de estrangeirismo; castiço. Diz-se de quem atenta para a correção e a pureza no falar e escrever; castiço (Dicionário Aurélio).

Por design vernacular12 porém, pode-se compreender qualquer produto desenvolvido a partir de um hábito cultural. Neste caso, são contemplados diversos produtos de comunicação em massa que estão presentes na avenida dos Autonomistas. Entre eles placas, faixas, cartazes, panfletos, e outros.

O design vernacular não deve ser visto como algo “menor”, marginal ou anti-profissional, mas como um amplo território onde seus habitantes falam um tipo de dialeto local (…). Não existe uma única forma vernacular, mas uma infinidade de linguagens visuais, (…) resultando em distintos grupos de idiomas. (Lupton, 1996, p. 111)

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O design vernacular é uma forma alternativa ou não-acadêmica de design. Diversas outras expressões são utilizadas, como “design alternativo”, “design improvisado”, “design popular”, “design espontâneo”, etc. “... Extrapolando as idéias acima para o design gráfico pode-se inferir que o termo foi adotado (hoje já consagrado) significando manifestações textuais e pictóricas traduzidas por estilos visuais despojados de técnicas apuradas ou mesmo de aprendizado acadêmico. É a linguagem com características marcantemente genuínas e puras - típica do artista popular castiço”. (João Gomes Filho, 2009)

Aos poucos, o vernacular vem tomando lugar no espaço público, um lugar de autenticidade e espontaneidade no campo da comunicação gráfica e se afirmando como uma estética que se refere à cultura local. No vernacular se encontram formas primitivas, populares e particulares, como forma de estabelecer uma possível comunicação. Compartilha o espaço com o design gráfico privilegiando uma abordagem inclusiva, onde ambas as posições (o erudito e o popular) são vistas como partes de uma mesma cultura. Entretanto, apesar de ser uma linguagem bem vinda, o design vernacular necessita e deve ser também organizado adequadamente, sob pena de contribuir para a já citada entropia e poluição visual. Códigos visuais – Tipográfico / cromático / morfológico / tecnológico.


O outdoor

O outdoor é um anúncio publicitário de maior dimensão, normalmente exposto em vias urbanas. Tem como objetivo passar a mensagem com maior rapidez. Por se situarem, predominantemente, em vias de circulação rápida eles devem ser estrategicamente dispostos nas suas margens e de frente.

Segundo Lynch, 1999, mais da metade dos objetos percebidos ao longo de uma estrada, são vistos à frente e limitadamente aos lados pelo motorista, por isso os outdoors devem ser grandes e ficar nas margens da via. Além disso sua composição gráfica com o intuito de facilitar a compreensão da informação devem conter texto sucinto, com tipografia de corpo grande e normalmente não serifada, além do uso de contraste de cores que chamam a atenção para uma determinada marca ou uma chamada especial.

Neste exemplo, ao longo da Autonomista, constata-se o problema do excesso de informação concentrada. Alguns painéis fugindo de sua definição básica de transmissão de informação apenas essencial. Aqui a baixa pregnância é reforçada pelos muitos cartazes pequenos (lambe-lambes) abaixo dos outdoors.

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Placas, tótens e banners

Podemos visualizar neste posto de gasolina até três ordens de magnitude de comunicação visual entre placas, banners, faixas e tótens. A primeira são placas de longa distância, que podem ser visualizadas por quem passa na avenida motorizado, a segunda são faixas dispostas para distâncias menores normalmente vistas por pedestres e por fim a terceira que são as placas de menor distância localizadas para as pessoas que usufruem dos serviços do posto, como abastecer seu veículo.

As proporções adequadas– a relação entre os elementos gráficos– são necessárias ao design gráfico. O tamanho relativo (não o tamanho total) é o fator que determina as diretrizes que influenciarão satisfatoriamente uma aparência atraente e ergonômica – na fotografia abaixo dá pra notar o exagero dimensional nas faixas penduradas e apoiadas no chão e também do tóten gigantesco – que poderia ser um pouco menor sem perder sua eficácia, percebemos novamente a “cultura” da exageração.


Nos exemplos à esquerda temos a complexa e numerosa quantidade de informações inscritas em fachadas de lojas.

Fachadas comerciais

Tome-se como recorte a fotografia acima, nela é possível visualizar uma desarmonia, tanto pelos fatores de redundância, onde os mesmos elementos– como marca e textos– se repetem por toda a fachada quanto pelo fator tipográfico. A diversificada tipografia é utilizada com exageração, por exemplo na utilização do atributo bold, tanto na marca, na assinatura da marca e nas chamadas de desconto. Um ponto também muito relevante é o alto contraste entre o vermelho e o azul também utilizadas com exagero, que amplifica a entropia das mensagens com notório desconforto visual. Tudo isso se resume em um baixo índice de pregnância da imagem como um todo – o usuário disposto a apreciar as mensagens leva necessariamente muito tempo para apreender seu significado e compreensão.

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A comunicação pressupõe a existência de um repertório por parte do usuário. “viver efetivamente é viver com a informação adequada” (Wiener, apud Pignatari, 1984). A percepção da informações contidas num signo, devem ser claras e consistentes e devem verificar se o signo vai se identificar num sistema amplo de informação, que neste caso é a avenida como um todo. A relação imagem e texto, os elementos que compõem a comunicação, as formas geométricas ou orgânicas, os atributos cromáticos e tipográficos se não usadas de modo adequado prejudicam a melhor pregnância visual da informação. As fachadas de estabelecimentos comerciais da avenida se configuram, em sua maior parte, utilizando-se das técnicas de redundância13 e da exageração que, naturalmente, concorrem para sua tendência entrópica. Analisado do ponto de vista do design gráfico, percebese que os elementos que se repetem comprometem tanto o valor estético da fachada quanto a transparência da informação. As técnicas visuais de repetição e de grandes dimensões nem sempre são a solução gráfica mais apropriada. devem ser utilizadas de modo estratégico em situações que as justifiquem.

13 Redundância: a comunicação utiliza a redundância nas mensagens a fim de que a recepção correta da informação seja melhor amparada. Em alguns casos quando temos a previsibilidade total dos sinais podemos ter a total incomunicação (Pignatari, 1984).


Este é um dos melhores exemplos da profusão sem critérios de textos, imagens e uso de cores quentes e de fortes contrastes cromáticos num mesmo estabelecimento. O que mais chama a atenção de fato para a loja, e sem dúvida mais importante, é a placa com a identificação da loja –Lopes, Sport Center –. Porém ao percorrer o olhar pela fachada a facilidade para se perder na percepção dos elementos é enorme. A começar pela quantidade de marcas e logotipos diferentes, na vitrine o mesmo acontece e o toldo amarelo dificulta a visualização da entrada da loja. Se uma pessoa não é do local e não conhece a loja vai ter extrema dificuldade de saber quais os produtos que ela dispõe. Isso porque ela comercializa desde marcas de grifes de futebol até marcas de ferramentas de uso geral. Interessante é que a loja utiliza como slogan “tá nervoso? vai pescar.

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Sinalização

O termo sinalização é compreendido geralmente como sinalização viária que orienta ou adverte o motorista. Não obstante, pode também compor espaços internos como num ônibus, ou mesmo numa escola ou empresa. O design de sinalização possibilita a orientação de pessoas sobre seu percurso e circulação nos espaços, ou mesmo aplicado a ambientes onde se divulgam um aviso ou mensagem. Interpreta-se, também, como o suporte físico sobre o qual se aplicam informações. Pode ser constituído por placas, faixas, quadros, tótens entre outros.


Sinalização viária A avenida dos Autonomistas, possui uma sinalização viária bastante satisfatória. Se não fosse pela poluição visual presente por toda a avenida, poder-seia dizer que a sinalização empregada em faixas no asfalto, semáforos, placas de localização e orientação do trânsito se consubstancia como uma organização visual dos elementos bastante coerente. De fato obedece, em sua maioria, a normas institucionais. Existem semáforos com dispositivo de áudio desenvolvidos especialmente para deficientes visuais, as faixas de pedestres são de cor vermelha que chamam a atenção por seu contraste cromático. Também é fácil se localizar na avenida, pois todas as ruas transversais possuem placas com indicação de nome de rua, região – indicados com uma tarja verde – e CEP. Há também placas indicando hospitais próximos e direção para o centro. Um fato notável é que boa parte da sinalização não possui manutenção. Em alguns casos vemos placas enferrujadas ou depredadas que dificultam a comunicação para o usuário.

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Placas e faixas comerciais A placa Shop Box é um exemplo interessante por fugir à regra da desorganização visual. Apesar de ainda conter numerosas informações sua legibilidade e compreensão não é comprometida. Suas unidades visuais retangulares apresentam-se diagramadas de forma ordenada e com regularidade. Ou seja, os boxes permitem uma boa leitura individual de cada mensagem isoladamente. A diversidade de cores e de diferentes tipografias não chegam a comprometer a eficácia e a razoável harmonia formal do suporte como um todo.

Nesta igreja é fácil perceber de novo o conceito de exageração. Além disso, as placas e faixas comprometem a aparência estético-formal da igreja. Elas não se integram de modo coerente e harmonioso com a linguagem arquitetônica do edifício. São aspectos absolutamente distintos que desvirtuam a unificação do conjunto.

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Parênteses () Na altura dessa reflexão uma coisa já é patente. Pode-se afirmar que duas técnicas, exageração e profusão, viraram uma espécie de “padrão visual” ao longo da avenida. Os exemplos esclarecem por si só.

Exageração e profusão. A tônica destas técnicas na avenida é realmente impressionante e desproporcional, uma vez que tal dimensionamento nessa igreja implicaria sua visualização a quilômetro de distância o que evidentemente não é o caso. Concorre, inclusive, para eliminar qualquer tipo de elegância e sutileza em termos arquitetônicos. No exemplo abaixo, dá para sentir nitidamente a falta absoluta de planejamento na disposição das placas que não obedecem minimamente aos conceitos de alinhamento, umas com as outras, de certo grau de aleatoriedade e de desproporcionalidades em relação ao entorno em que estão colocadas.


Mais exemplos de inadequado design gráfico que violentam qualquer princípio de harmonia, equilíbrio e ordenamento de unidades visuais. Neles é possível detectar diversos fatores que quando utilizados sem planejamento, criatividade e talento projetual, se transformam em propriedades negativas tais como: ênfases absurdas em exagerações e profusões, complexidades polissêmicas, descontinuidades por irregularidades, fragmentações de elementos gráficos, aleatoriedades por falta de planejamento e bom senso, redundâncias (no mais das vezes desnecessárias para

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fixar uma idéia qualquer), sobreposições aleatórias e mal configuradas que ocultam e prejudicam determinadas informações, e assim por diante. Coroando tudo isso a falta de coerência não só em lidar com o design gráfico propriamente dito mas, também, com as diversas interfaces arquitetônicas existentes. Tudo isso permeado também por desleixo, descaso e falta de manutenção em numerosos suportes e substratos, bem como, com relação as próprias edificações.


O grafite comercial

É muito comum os estabelecimentos comerciais da avenida serem “decorados” com pinturas nas paredes. Quase todos os estabelecimentos utilizam esse recurso o que, provavelmente, pode ser uma maneira barata e fácil de comunicação e de se fazer propaganda. Esse recurso remete ao que já foi dito sobre redundância dos elementos nas fachadas e a provável necessidade de aparecer e se afirmar mais que o vizinho.

Acima além das placas de identificação do estabelecimento, no qual é nítido a venda de fogos de artifícios, existe também o grafite que aparece por toda a casa e, como se não bastasse, aparece no muro também. Não há um padrão tipográfico, em cada lugar são aplicadas fontes diferentes. A exemplo disso aparece a placa “gelatti”, aplicada em posição tridimensional e no outro lado, novamente, aplicada bidimensionalmente, com cor e tipografia modificadas. O que também é muito comum são os muros grafitados com a maior quantidade de informações possíveis. Exemplo à esquerda, tudo que é necessário para ingressar nas aulas aparece: escola, professor, telefone e também um “splash” promocional. Outra vez: tudo profuso exagerado e incoerente visualmente. Sem falar de técnicas de comunicação redacional – o que já é outra história. 96

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À esquerda, a escola de ensino de língua inglesa utiliza os recursos de grafite comedidamente, apenas com ilustrações de seres humanos, sem a redundância corriqueira e faz a alusão de que seu público pode ser de diversas faixas etárias. Mas também ocupando toda a extensão da parede.

À direita, vemos o muro de trás do estabelecimento grafitado com o serviço prestado da empresa. Abaixo visualizamos a fachada do estabelecimento também com todos os fabricantes que a loja trabalha elencados, além do toldo que traz quase que as mesmas informações.

O interessante nessa fachada é que os serviços elencados são na verdade tentativas de reprodução de logotipos de grandes empresas. Todas representadas praticamente com a mesma tipografia –diferentes das originais– e o recurso de nuanças de cores entre vermelho e branco, em degradê.


Busdoor

O Busdoor é um tipo de mídia singular que circula pela avenida tendo como suporte principalmente o ônibus (mas o conceito pode ser generalizado para outros veículos automotores). São utilizados cartazes, adesivos, ou painéis –normalmente de cunho publicitário – expostos em suas laterais, parte traseira e, eventualmente no teto. São utilizados para divulgar mensagens de diferentes teores como grandes empresas, anúncios institucionais etc. em sua maior parte são fixadas marcas ou campanhas publicitárias de comércio e varejo e anúncios de utilidade pública. Por essas imagens pode-se inferir que a mesma “cultura” visual, até agora comentada é transferida para esse tipo de mídia.

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Suporte vernacular

O vernacular por se tratar de soluções improvisada de design e ter forte ligação com a cultura local está presente no prolongamento de toda avenida. O vernacular ajuda a compor a fachada do açougue com as faixas promocionais logo na entrada da loja. Essas faixas são feitas manualmente e por mais que não usem tipografia, proporções e equilíbrio adequados, chamam a atenção para os preços compostos em vermelho com contorno preto. Neste caso a relação cor é bastante relevante para chamar a atenção do cliente.

Neste outro exemplo, foto à esquerda usouse o redimensionamento dos números para obter um alinhamento com a frase “semi novos” e assim deixando-os “achatados”. É importante ressaltar que por mais que possa parecer uma solução de improvisação, há um profissional especializado nesse tipo de serviço. De fato esse profissional não usa necessariamente nenhum recurso de construção tipográfica ou de composição corriqueira do design gráfico. Na placa que traz escrito a leitura de luz pode-se visualizar com maior contundência a dita improvisação – que talvez seja o melhor exemplo de design vernacular.


Os muros da avenida são constantemente alvo de publicidade irregular. São utilizados sem autorização prévia, por comércios, casas de shows e por propagandas políticas. Por ser irregular é uma das formas de comunicação de custo mais acessível. Os muros são utilizados como suporte de duas maneiras: pintados com tinta acrílica diretamente na sua parede ou servem de apoio a pôsteres chamados também de lambe-lambes– feitos em série cuja reprodução normalmente é elaborada através de foto copiadoras ou silk-screen. Geralmente é colado com cola de polvilho ou de farinha de trigo devido ao seu custo reduzido. A proliferação desse tipo de comunicação na avenida torna-a cada vez mais e mais poluída. Aqui, também, os mesmos erros se repetem, tudo que já foi falado sobre os modos e atributos negativos de organização das informações visuais.

Os muros

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na avenida tudo pode virar suporte

Pela cultura entrópica imposta à avenida, pode-se afirmar que quase tudo acaba virando suporte e substrato de comunicação e de publicidade. O garoto que entrega panfletos na rua, vira suporte de comunicação ao usar um colete informando o que ele divulga, reforçado com um telefone para contato. Ou mesmo o poste de iluminação, em que ele se recosta, trás lambe-lambes vendendo serviços de uma desentupidora. Os bancos de praça abaixo são utilizados por lojas, igrejas e escolas para divulgar serviços e promoções. Até mesmo as grades que não permitem que pedestres atravessem fora da faixa de travessia, ganham placas com promoções e divulgação de serviços.

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Aqui então tem-se tudo com tudo ! É marcante a desorganização física e aparência visual.

E para finalizar este estudo de caso ao lado temos pilares improvisados como suporte da informação, que constantemente aparecem na avenida.


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“O que é a cidade hoje, para nós? Penso haver escrito algo como um último poema de amor à cidade, no momento em que se torna muito difícil viver na cidade” (Calvino, 2003)

Estudo de caso 2

Avenida Paulista

A avenida Paulista, principal centro econômico e financeiro de São Paulo e do Brasil – por onde circulam milhares de pessoas e veículos por dia, se caracteriza, em primeiro lugar, por ter sido uma avenida reformada e modernizada no contexto de um planejamento e projeto pensado urbanisticamente (originalmente possuía apenas uma pista). A avenida possui duas vias de tráfego, ilhas centrais, calçadas e um sistema de iluminação que conta com postes dotados de quatro pétalas de luminárias. Conta também com moderno sistema de orientação e sinalização de trânsito para veículos, usuáriospedestres e recuos estratégicos ao longo das pistas, principalmente para ônibus e táxis.

Em segundo lugar, pelo planejamento, concepção e implantação de um competente projeto gráfico que contemplou todas as informações pertinentes aos sistemas de orientação e sinalização institucionais. O que, por si só, praticamente deu uma feição agradável a avenida em termos estético-formal originada por soluções harmoniosas e coerentes visualmente.

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Este fato contribuiu, também, para o desenvolvimento, ao longo do tempo, de uma cultura geral direcionada ao “bom design”, que veio contemplar praticamente todos os sistemas de comunicação visual ao longo da avenida, em seus dois lados. Assim, as informações visuais geradas por meio das atividades do design gráfico abrangem hoje diversificados estabelecimentos comerciais, conglomerados bancários, shoppings centers, cinemas, feiras, museus etc., bem como, outras atividades correlatas e de serviços de que são exemplos os equipamentos urbanos: abrigos de ônibus, guaritas policiais, quiosques diversos, bancos de sentar para transeuntes, estações subterrâneas do Metrô (entrada/saída de usuários), bancas de jornal, postos de combustíveis e assim por diante. Por outro lado, a avenida é enriquecida artisticamente por vários objetos de arte como monumentos, esculturas, manifestações artísticas sob forma de grafites e outros. Em terceiro lugar, até pela sua extraordinária importância histórica, a avenida sempre foi considerada uma passagem por um lugar rico, sofisticado e dinâmico do ponto de vista econômico, social e cultural. Ela vem congregando, através do tempo, mansões residenciais, edifícios de apartamentos e diversificados estabelecimentos comerciais e culturais de alto nível. Nesse nobre e pujante contexto cultural a utilização do design gráfico se consagrou e prosperou contribuindo decisivamente para a melhor adequação e valorização possível da organização formal dos sistemas de informação e comunicação visual existentes do ponto de vista estético e de eficácia de leitura e compreensão. Por fim, diga-se de passagem, nem tudo é perfeito, porem, de modo geral, o design gráfico está muito bem representado na sua contribuição às numerosas manifestações visuais existentes na Avenida Paulista.

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A seguir é colocada a reflexão conceitual, por meio de apontamentos, abordando diversos tipos de informações e manifestações visuais com relação à avenida, como um todo. Baseada, principalmente, na conceituação dos principais signos e códigos visuais abaixo colocados sucintamente:

Tipo de informação| manifestação visual

Signos de orientação institucional – Regido por normas e regras institucionais – sistemas de orientação e sinalização de trânsito (direcionados a veículos, usuários e pedestres em geral). Signos de identidade visual – Usados para nomear coisas de modo geral. Marcas, logotipos etc. (estabelecimentos de modo geral). Signos publicitários – Mensagens e anúncios de propaganda de produtos e serviços – em diversificados estabelecimentos comerciais, bancários e culturais. Em abrigos de ônibus, painéis eletrônicos, transporte público, entrada/saída do Metrô, postos de combustíveis, muros, postes etc. Signos simbólicos – Monumentos, esculturas, estátuas, etc. Geralmente presentes em ruas, museus, parques e jardins e, muitas vezes, se constituindo em marcos visuais. Signos naturais e de outras procedências – Avenidas, edifícios, veículos etc. – que comunicam mensagens explícitas. Também, muitas vezes, se constituindo em marcos visuais. Signos compostos – União de dois ou mais signos numa manifestação visual dos citados acima. Como, por exemplo, o Museu do MASP. Códigos visuais – Tipográfico / cromático / morfológico / tecnológico.

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Sinalização A sinalização viária da avenida Paulista, com projeto original do escritório Cauduro Martino Arquitetos Associados, é constituída principalmente por tótens de alumínio, que se tornaram uma espécie de marca da avenida, tratados por adequada pintura sendo resistentes as intempéries e posicionados verticalmente, ao longo da mesma. Os tótens reúnem as várias informações necessárias aos deslocamentos de pedestres e motoristas, boa parte, porém voltada à motoristas. Muitos são os pontos positivos que o projeto possui: Sua distribuição ao longo da pista, que de maneira alternada, indica a rua em que se está e a próxima rua (transversal), eventualmente, a seguir. Possibilita assim o fluxo por parte dos motoristas, por estarem nos canteiros laterais e centrais, deixam a vista aérea limpa e propiciam uma boa visualização da avenida como um todo.


Os tótens são equipados com semáforos para motoristas nos canteiros laterais e pedestres nos canteiros laterais e centrais, são da cor preta sem alto contraste com o restante dos equipamentos da avenida. Proporciona visibilidade sem causar poluição visual, como o emaranhado de placas que se costuma ver nas grandes avenidas de São Paulo. Além dos semáforos os tótens também possuem placas de sinalização de trânsito de reconhecimento universal, posicionados em uma altura apropriada para boa visibilidade. A tipografia é um fator importante na configuração dos tótens, sem serifa e aplicada em branco, causa alto contraste com a cor de fundo preta. Por utilizar textos curtos – proporciona legibilidade e rápida leitura com conforto visual para o usuário. Apesar de se configurar com materiais resistentes, os tótens não resistem a falta de manutenção preventiva (por inépcia da prefeitura). Ficam expostos a vandalismos e pichações ao longo do tempo e, sobretudo, à degradação física – o que prejudica o funcionamento pleno das informações. Por exemplo, muitos stickers e pichações são feitos e colocados em cima das placas de trânsito dificultando sua visibilidade e a pintura se descasca aparecendo a ferrugem.

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Não obstante isso, o fato é que a sinalização é um dos projetos mais inovadores da cidade de São Paulo, transmitindo conforto e agradável aparência para toda a avenida. Como curiosidade ressalta-se a identificação das ruas (na posição horizontal), que fogem do estereótipo ergonômico popular e que, à época de implantação dos tótens, suscitaram espanto por parte dos usuários – hoje naturalmente assimilada. A publicidade, de caráter mais explícito, na avenida Paulista praticamente deixou de existir. Hoje é muito pouco explorada. Não se têm mais uma quantidade significativa de placas, faixas e banners. O que se pode visualizar ao longo da avenida são alguns tótens dotados de relógios digitais, (que não deixa de se constituir em um serviço de utilidade pública – é o que talvez expliquem sua existência sem contrariar a Lei Cidade Limpa). São dispostos junto à sinalização viária, também intercalados. Atualmente a mídia é normalmente explorada por apenas um cliente, se repetindo pela avenida (foto à direita).


Comércio e serviços A Avenida Paulista é tida como o maior centro empresarial da cidade de São Paulo, onde muitos paulistanos moram, trabalham e circulam. Para atender toda essa demanda possui uma infraestrutura consubstanciada numa vasta quantidade de lojas, restaurantes, escolas, universidades, hotéis, permeada por densa atividade cultural. As lojas comercializam os mais diversificados produtos. Se localizam, ao longo da avenida e, normalmente, embaixo dos edifícios. Toda a comunicação visual, as fachadas e vitrines seguem, agora, as normas impostas pela Lei Cidade Limpa, o que muito colaborou para a eliminação da poluição visual, que existia em parte, na avenida. Ao lado (imagem à esquerda) a fachada de uma drogaria. Ostensiva porém dentro dos limites, proporcional à sua

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dimensão. Em sua parte superior chamam atenção, as formas orgânicas onduladas incrustadas na fachada, criando uma identidade através das cores e formas em conjunção com o logotipo fixado na vitrine conferindo uma aparência agradável. Um recurso muito utilizado pelos estabelecimentos na avenida é a transparência, no sentido principalmente de visibilidade dos seus interiores. As fachadas ficam livres de banners e placas causando assim uma sensação de conforto e comunicando de maneira limpa e bonita o seu produto ou serviço. Pode-se visualizar essa transparência, principalmente através de adesivos fixados nas portas, mostrados nas fotos à direita. É também uma maneira de contornar a Lei Cidade Limpa, uma vez que muitas mensagens aparecem internamente nos estabelecimentos. O Importante Centro Cultural Itaú de São Paulo, faz uso das vitrines e da transparência de áreas envidraçadas para informar sua programação de exposições e atrações.


Outro fato que é relevante citar aqui, são as fachadas das edificações, que, de modo geral, durante à noite mudam sua configuração ganhando luzes e novos tons de cores. Transmite uma imagem agradável, proporciona boa visibilidade e, porque não dizer, psicologicamente, humaniza mais a cidade. A avenida é um grande chamariz turístico, que atrai gente poderosa como empresários nacionais e internacionais, celebridades diversas, etc. e, naturalmente, conta com uma estrutura hoteleira de alto padrão.

A avenida também conta com grandes estruturas arquitetônicas como shoppings centers, centros empresariais, como, por exemplo, o Conjunto Nacional – um conglomerado que reúne empresas, residências e comércio.

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Arquitetura Muito embora fuja um pouco do escopo dessa dissertação, não se pode deixar de mencionar as edificações que compõe a Avenida Paulista, especificamente, em suas margens. Sua arquitetura contempla variados estilos estético-formais que podem ser facilmente observados nos mais diversificados edifícios e residências – como se pode perceber nos vários exemplos mostrados até aqui – que configuram um verdadeiro mosaico de representações arquitetônicas e que têm forte relação com o design gráfico, quando analisado dentro de um conceito mais abrangente. A respeito disso, esse conceito é apropriadamente tratado no capítulo 3.


Fachadas de bancos

Assim como o comércio de lojas a identidade visual corporativa está respeitando as normas e regras da Lei Cidade Limpa.

As fachadas dos bancos são exemplo disso. Sua identidade visual, composta por marcas e logotipos em placas, banners e tótens, é coerente formalmente com relação à dimensão dos estabelecimentos. Por se tratar de uma avenida voltada, predominantemente, para o setor financeiro e econômico, como já citado, quase toda a extensão da avenida é provida de casas bancárias. Cada banco possui seu próprio design gráfico. No geral, pode-se perceber que fazem uso de cores fortes e contrastantes, como nos casos acima onde não são usadas a proporções exageradas de suportes visuais. Porém, em compensação, utilizam cores altamente contrastante nas fachadas com o objetivo de chamar a atenção (de dia

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e de noite). Poucos são os elementos nas fachadas. Normalmente o que vem estampado é a marca ou o logotipo mais o sistema de sinalização nas portas de entrada. A identidade visual aplicada é enfatizada principalmente pela cores institucionais do estabelecimento. Um fato notável é que todas as fachadas dos bancos, procura manter exatamente a mesma configuração, independente do lugar em que se situa, fazendo com que sua marca seja reconhecida em qualquer lugar e por qualquer usuário. Assim como nas lojas, as fachadas de bancos também ganham iluminação durante à noite que reforçam e proporcionam uma adequada visibilidade noturna.

Uma outra mídia muito usada pelos estabelecimentos bancários são os tótens. Eles são dispostos ligeiramente à frente das fachadas, nas calçadas. É um suporte ideal para chamar à atenção das pessoas e, sobretudo, dos milhares de motoristas que trafegam na via. Possuem dimensões razoavelmente grandes e, em muitos deles, são aplicados elementos gráficos tridimensionais com destaque para as marcas e logotipos. Sua pregnância visual é alta, sua leitura é clara e de compreensão imediata.


Equipamentos urbanos

Bancas de jornal Na avenida, de esquina à esquina, existem bancas de jornais dispostas nas calçadas. São, normalmente, estruturadas em aço com formato geométrico de caixa. Comercializam, além da venda de jornais, incontáveis outras publicações, assim como, outros serviços como recarga de celular, bilhetes para o transporte público, zona azul etc. Possuem vitrines voltada para a pista, onde os jornaleiros disponibilizam os periódicos da semana ou os de maior destaque. São produtos possíveis de serem visualizados tanto pelo público à pé quanto motorizados. A sinalização das bancas de jornal, são placas dispostas em cima das bancas. Contempla alguma publicidade discreta e possui identificação com informação do nome e telefone. Curioso é que quase todas as bancas levam nome próprio, provavelmente dos proprietários ou pessoas próximas, como Ismael, Ivan, etc.

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Ponto de ônibus Os pontos ou abrigos de ônibus na avenida possuem recuo para a parada, embarque e desembarque. Também possuem, em grande parte, faixas táteis para pessoas portadoras de necessidades especiais – PPNE, como pode se visualizar na foto à direita. Os abrigos possuem bancos e toldo para um mínimo de conforto aos usuários e, em alguns, são fixados mapas informando ao passageiro o itinerário e horário dos ônibus. Tudo com adequado design gráfico.

Guaritas policiais Equipamento importante que a avenida possui são as guaritas policiais. Dispostas em muitas esquinas para propiciar segurança à população. São devidamente sinalizadas com a identidade visual da polícia militar. Possuem uma relação cromática coerente e funcional, por utilizar cores como o vermelho e preto, de alto contraste, redundando em boa visualização mesmo à longa distância.


Estação do Metrô

O metrô tem seu destaque na avenida. Primeiro porque existe uma linha de trens que circula por toda sua extensão – a linha verde. Segundo, por suas estações subterrâneas (edificação de entrada e saída dos usuários) terem formatos diferenciados e serem situadas em área sobre larga calçada. São distintas no sentido de serem mais sofisticadas, com formas orgânicas e envidraçadas. Possuem, inclusive, pequenos jardins muito bem cuidados. As placas de sinalização, que informam o nome da estação, também tem cores diferentes das outras. São usadas as cores preto e verde, criando assim uma identidade adequada, uniforme e coerente com o restante do design gráfico das sinalizações da avenida, sendo de fácil reconhecimento pelos usuários.

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Centros culturais | instituições

A avenida Paulista é famosa pela grande concentração de atividades culturais. Museus, cinemas, mostras, exposições, feiras, realização de performances por artistas etc. Nela se destacam grandes instituições como, por exemplo, as seguintes: MASP, – Museu de Arte de São Paulo. Abriga importantes obras artísticas nacionais e conta, principalmente, com um extraordinário acervo de obras internacionais de grandes mestres. No seu vão, com um caráter mais popular, o museu abriga também feiras e manifestações artísticas de variada natureza.

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Ao lado, foto à direita, existe um tóten no vão do MASP, com informações sobre as exposições que estão acontecendo no momento. Chama à atenção pela sua posição, colocado à vista tanto de pedestres, com uma placa voltada para a calçada e à vista dos motoristas, com placa voltada para a pista, com tipografia legível para ambas posições.

O imponente edifício da FIESP, Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. Abriga o SESI – Serviço Social da Industria, o SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial e ainda a CIESP – Centro das Indústrias do estado de São Paulo. Só para citar um exemplo, o SESI possui um excelente teatro para apresentações gratuitas que envolve espaços para diversos tipos de exposições e manifestações culturais. Conta também com biblioteca com um vasto acervo de obras.


Fundação Cásper Líbero, outra importante instituição de São Paulo. No mesmo prédio abriga, o Teatro Gazeta, a sede da TV Gazeta, a Rádio Gazeta FM, a Faculdade Cásper Líbero e o cinema Reserva Cultural. Destaca-se também a torre da antena do prédio, considerada uma das maiores e mais alta da Av. Paulista. A noite chama atenção devido à sua iluminação fortemente amarelada. A avenida possuía também em toda sua extensão, vários casarões remanescentes dos barões do café. Poucos deles persistiram no tempo, pelo fato da verticalização ter tomado conta de sua configuração arquitetônica. Porém alguns ainda resistem como, por exemplo, a Casa das Rosas e o Instituto Pasteur. Desnecessário frisar que, até pelo seu caráter cultural e econômico, todos os sistemas de informação e comunicação visual dessas instituições citadas conta com projeto gráfico adequado – desenvolvido e implementado por competentes profissionais, do ramo.

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Estudo de caso 3

Estação Sé do metrô

Conforme já comentado na parte introdutória desta dissertação, muitos e variados são os problemas existentes na cidade de São Paulo, hoje uma das maiores metrópoles do mundo. São problemas de toda ordem que exigem constantes desafios na busca incessante de soluções. Um desses problemas, talvez o mais grave, diz respeito ao trânsito da cidade, no qual diariamente milhões de paulistanos necessitam utilizar transportes – individual por meio de veículos próprios e coletivo por meio da iniciativa privada e do poder público. Obviamente não se tem aqui a pretensão de se discorrer longamente sobre a imensa complexidade desses problemas. E muito menos é o objetivo dessa dissertação. Entretanto, considera-se importante, para efeito desse estudo de caso, colocar alguns comentários breves para situar melhor a questão da eficácia dos sistema de informação e de comunicação visual. Mais especificamente com relação aos problemas que permeiam o transporte público e neste, particularmente, o papel e a contribuição do metrô de São Paulo para minimizar o referido transporte.

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O aumento significativo da população é um fator preocupante, que contribui para desencadear toda sorte de violência urbana que atinge diretamente os cidadãos. Dentre estes muitos fatores, pode-se destacar o desempenho do sistema viário e de transportes que é considerado muito precário para atingir níveis satisfatórios de segurança, precisão e de conforto para a população. E isto por muito motivos. Por exemplo: não existe muita vazão para os veículos automotores, sobretudo os automóveis. Vira e mexe o caos urbano se instala naturalmente nas ruas. Não mais na hora do rush, como era de praxe, mas em qualquer horário. Os congestionamentos chegam a atingir mais de 100 km de lentidão (não raro com picos de 150, 230 km – em dias mais conturbados), implicando, consequentemente, em congestionamentos do sistema geral de circulação da cidade. Desencadeando, por sua vez, outros graves problemas como a poluição do ar e transtornos sociais de toda sorte. Umas das soluções apresentadas pelo governo é o processo de expansão do metrô. O que provavelmente ajudará a dar vazão aos veículos nas vias públicas, inclusive, pelo fato da inexistência de muitas alternativas de transporte coletivo ferroviário para os moradores e à preocupação de descongestionar o trânsito. De fato o Metrô em São Paulo, é um dos meios de transporte mais eficientes, rápidos, limpos e confortáveis. Todo o sistema metrô é considerado internacionalmente um dos mais modernos do mundo. Porém sua demanda está muito longe de atender a maioria da população.

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Tipo de informação| manifestação visual

A seguir é colocada a reflexão conceitual, por meio de apontamentos, abordando diversos tipos de informações e manifestações visuais. Baseada, principalmente, na conceituação dos principais signos e códigos visuais abaixo colocados sucintamente: Signos de orientação institucional – Regido por normas e regras institucionais – sistemas de orientação e sinalização (direcionados a usuários e pedestres em geral). Signos de identidade visual – Usados para nomear coisas de modo geral. Marcas, logotipos etc. (estabelecimentos de modo geral). Signos publicitários – Mensagens e anúncios de propaganda de produtos e serviços – em diversificados estabelecimentos comerciais, bancários e culturais. Códigos visuais – Tipográfico / cromático / morfológico / tecnológico.


No que se refere ao design gráfico, a organização e o planejamento operacional do sistema dos trens do metrô que circulam por quase toda a cidade, é sazonal. Ou seja, o sistema, adota um critério de identificação cromática, contempla linhas que vão de norte a sul denominada linha vermelha e azul, que liga os bairros Santana e Jabaquara. Linha verde que circula na região oeste a sul passando por toda a avenida Paulista. Linha lilás que liga os bairros do Capão Redondo ao Largo Treze, zona leste a sul.

A estação Sé, que tem o maior índice de circulação de usuários do sistema, foi selecionada para este estudo de caso primeiro por ser a maior e a mais importante estação de todo o sistema e, principalmente, por funcionar como o entroncamento mais intenso de trens e baldeação de passageiros. E ainda, por contar com o mais significativo número de diversificadas manifestações visuais indoor– no âmbito do design gráfico – com destaque para o seu sistema de orientação e sinalização que muito adequadamente foi desenvolvido, possibilita aos usuários se locomoverem com facilidade e segurança. Como pode ser constatado a seguir por meio de algumas exemplificações.

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A sinalização das áreas de embarque e desembarque obedece as especificações das cores respectivas das linhas de destino, citadas anteriormente. Dispostas no alto,


A sinalização das áreas de embarque e desembarque obedece as especificações das cores respectivas das linhas de destino, citadas anteriormente. São dispostas no alto (ligeiramente acima dos olhos dos usuários) e confeccionadas em placas rígidas. São comumente fixadas nas plataformas, nas escadas e nas entradas das catracas. A sinalização contempla variados tipos de ícones14 (com destaque para pictogramas15) e tipografia com alta pregnância, o que concorre para o fácil entendimento por parte dos usuários.

Sinalização

Ao contrário do que se viu na avenida dos Autonomistas, onde predomina o “excesso” utilizado inadequadamente, aqui realmente se faz necessário o maior dimensionamento das placas, porém de modo coerente, permitindo melhor visualização. A relação cromática nesse sistema de sinalização é de extrema importância. É utilizada a todo o tempo como forma de localização e orientação pela informação visual. Como, por exemplo, a placa de entrada da estação (foto à esquerda), a qual é sinalizada por um ícone com cores azul e vermelho indicando quais as linhas que a estação possui como destino. Como apoio à sinalização para locomoção são dispostos mapas de todo o transporte metropolitano, mapas dos arredores da região referente a estação e mapas das linhas de acesso – sempre respeitando as cores do projeto com adequada relação ergonômica e estético-formal.

14 Ícone: são símbolos visuais diretos, há uma relação direta entre o real e o representado.

15 Pictograma: (derivado de pictografia) sistema de natureza icônica baseada em representação bastante simplificada dos objetos da realidade.


Um aspecto importante a ser ressaltado, que diz respeito à cidadania, é a sinalização elaborada com extrema preocupação com a segurança dos usuários. São encontrados avisos por todos os lados, em escadas rolantes, plataformas de embarque até mesmo na área interna do trem. São placas muitas vezes em amarelo ou cinza, que destoam propositadamente das placas de localização, não ocasionando assim a repetição cromática e muitas das vezes chamando atenção para a informação requerida. As placas também possuem informações para o perigo que oferece a via do trem, o cuidado com as crianças, etc. Além das placas de avisos pode-se visualizar constantemente outras placas e grafismos sinalizados no chão como, por exemplo, frases invocando o conceito de cidadania e a consciência para o melhor convívio entre os usuários. Ao lado, à esquerda, temos um exemplo desse trabalho.

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Sinalização interna do trem A sinalização interna do trem, obedece a mesma linha conceitual do design gráfico aplicado nas plataformas do metrô. Como, por exemplo, as placas de avisos com as informações de cuidado e atenção aos portadores de necessidades especiais. As indispensáveis placas de itinerários, fixadas acima de cada porta dos carros, que permitem aos usuários se situarem em que ponto estão do trajeto com relação ao seu destino final de desembarque. Mais uma vez, nota-se a coerência de como todo o projeto gráfico obedece a padrões de simplicidade e clareza das informações. Identificado nas aplicações de tipografias legíveis, contrastes e escalas cromáticas adequadas de acordo com cada esquema de cor atribuída para as várias linhas do metrô, redundando em uma eficaz organização visual. Tudo isso obviamente concorre para a eficiente legibilidade e compreensão das mensagens por parte da população de usuários.


Acessibilidade

Praticamente todos os ambientes da estação Sé possuem indicações de acessibilidade para pessoas portadoras de necessidades especiais – PPNE. De que são exemplos notáveis:

As faixas táteis, com elementos em relevo, para deficientes visuais nas imagens ao lado (direito) em azul, ajudam e facilitam sua locomoção. O elevador exclusivo para PPNE, gestantes e idosos é indicado por placa acima da porta. Existem também adesivos nas portas dos trens de embarque preferencial, na própria estrutura dos vagões e nas placas da plataforma de embarque. Tudo isso por meio de pictogramas de reconhecimento mundial. Importante abrir um parênteses aqui para ressaltar a qualidade das imagens e ícones, utilizados de modo geral, que cumprem adequadamente a intenção de reforçar as informações textuais. Por meio de competentes signos denotativos e, também, por que não dizer, conotativos no sentido de que dão significado e ênfase não só à qualidade tecnológica e de serviços mas, também, ao conceito de humanização que permeia a filosofia da Cia do Metrô de São Paulo no cuidado e respeito para com a população.

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Bilheteria As bilheterias, normalmente dispostas sob a forma de conjuntos, são fundamentais para o funcionamento do metrô por razões claras. Os conjuntos além de muito bem localizados estrategicamente, são facilmente visualizadas pelo design gráfico de sua identificação (até pela redundância que se estabelece de sua denominação – ao estarem localizadas lado a lado). Possuem também outros tipos de mensagens agregadas com design gráfico igualmente adequado à leitura para uma distância menor. Ou seja, a mesma coisa, dentro da coerência da linguagem visual, funcionalmente ergonômica, imposta ao seu sistema de comunicação visual.

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Publicidade

No sentido geral, sabe-se que a publicidade é um importante instrumento de comunicação, detentora do poder de disseminar informações, desenvolver atitudes e provocar ações capazes de promover a venda de produtos e serviços.

Dada a evolução dos meios de comunicação e o surgimento de novas mídias, a propaganda passou a atuar em várias áreas e se fortaleceu. Com o advento e aplicação da Lei Cidade Limpa, a propaganda perdeu boa parte de sua localização no espaço público outdoor. Teve assim que se adaptar e buscar novas possibilidades. Dentro dessas novas possibilidades, incrementou o aumento significativo da “ocupação” do espaço público indoor, como no caso do metrô. Diga-se de passagem

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muitas vezes utilizando seus espaços em excesso e ofuscando as diversas sinalizações que são de grande importância para localização e informação do usuário. Os espaços do metrô são utilizados para ações promocionais e veiculação de publicidade ligada predominantemente ao comércio que atinge uma grande massa consumidora. São milhares de pessoas que transitam diariamente pelas estações, possibilitando a segmentação do público alvo e visibilidade do produto. Dentre as mídias dispostas nas estações, destacamos os Back Light (foto à esquerda), que tem aproximadamente 2,50m x 1,20m, são similares ao outdoor – mas em menor proporção. São chamados de Back Light por possuírem iluminação própria e são dispostos no corredores e nas escadas rolantes. O uso de adesivação também é muito frequente, utilizado em pisos e pilares (imagens à direita). Uma outra mídia utilizada pela publicidade que chama muita atenção é o banner (imagem próxima página), disposto no vão da estação Sé. Sua proporção de tamanho é muito exagerada. É como se o expectador estivesse defronte a um enorme e ostentador monumento. É, inclusive, possível de ser visualizado a partir de todos os andares da estação.


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Exemplos de suportes e substratos. Constituídos por painéis que veiculam diversificadas informações. São utilizados em mezanino, de frente e de lado, nas escadas rolantes e em plataformas. É o mais corriqueiro, está por toda parte.


É necessário destacar que, o design gráfico de todos esses produtos publicitários e de eventos artísticos (exposições, mostras) são originários de outras fontes que não a do sistema Metrô. Ou seja, o design é planejado, concebido e elaborado por suas próprias agências de publicidade, escritórios de design, estúdios de arte etc. É claro também que não comporta aqui fazer uma análise específica de todos esses produtos gráficos pela sua enorme quantidade, diversificação e abrangência como, acredita-se, já ficou evidente. Não obstante, o que se pode afirmar é que como são elaborados, predominantemente, por profissionais do ramo apresentam, no geral, uma boa organização visual, de modo que não chega a comprometer ou conflitar com a eficaz linguagem gráfica do sistema de informação e de comunicação visual da estação da Sé, como um todo. De qualquer maneira pode-se, no geral, apontar algumas críticas negativas como, por exemplo: abundância de suportes e cores diferentes, uso frequente do conceito de exageração, alguns posicionamentos inadequados e, em algumas peças gráficas, de excessiva concentração de informação – proporcionalmente em um pequeno espaço diagramático – o que dificulta e torna cansativa a leitura e interpretação. Na verdade existe também uma poluição visual difusa. Embora muito bem organizada.

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Toda essa proliferação de mídias publicitárias estão presentes também nos ambientes internos dos trens. São constituídas por placas, banners, cartazes e sancas. Ocupam boa parte das paredes do veículo.


Mídia digital

Uma tendência que hoje já está consagrada é a de mídias comunicacionais via TV, também chamada de PDV (ponto de venda). Tem sido explorada principalmente em veículos de transporte público, possibilitando um alcance maior de público. Nos trens do metrô estão distribuídos em monitores lcd de 17 polegadas. As principais programações da tv no metrô, tem como objetivo informar, educar e proporcionar entretenimento aos usuários. São programações rápidas e de fácil assimilação. Apresentam, por exemplo, programas sobre dengue, segurança no transporte, entre outros. Essa mídia pode possuir tecnologia bluetooth, que pode proporcionar comunicação com os celulares dos usuários. Com relação a qualidade do design gráfico não há o que ser comentado porque, naturalmente, ele é parte intrínseca da própria qualidade da programação veiculada.

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Comércio e serviços

Além de toda publicidade distribuída pelos espaços do metrô, pode-se visualizar também a oferta de uma infinidade de produtos e serviços espalhados pelas estações. Como, por exemplo: Máquinas dispensadoras de produtos, que são equipamentos de auto-atendimento nos quais se comercializam produtos diversos tais como: refrigerantes, livros, recarga de celulares, brinquedos, bijuterias. Essas máquinas podem ser equipadas com tecnologia bluetooth, para entrega ou divulgação de produtos comercializados pela própria máquina. Estandes promocionais destinados à venda direta ou por adesão de produtos e serviços, pode-se comercializar: ingressos, tickets, telefones celulares, cosméticos, pacotes para viagens, passagens aéreas, livros, revistas, jornais, etc. Como já dito, aqui o design gráfico é parte integrante dos próprios produtos – originário de seus fabricantes.


Lojas para comércio de modo geral, que são estruturas construídas nas estações e terminais destinados também à comercialização de produtos e serviços. São dispostas nas entradas das estações e comercializam diversos objetos. Em alguns casos as lojas distribuídas por todos os corredores atrapalham o trânsito dos usuários, principalmente em horários de rush. Aqui o design gráfico, como citado acima, encontra-se harmoniosamente organizado em seus suportes adequadamente posicionados no espaço. Proporciona leitura clara e legível aos usuários.

No metrô também é possível adquirir espaços para divulgação e exposições artísticas e culturais. Abaixo exposições de cartazes produzidos por ilustradores paulistas dispostos em placas e cubos devidamente sinalizados com nome da obra e autor.

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A parceria da Cia. do Metrô com o Governo do Estado de São Paulo é costumeira. Promove serviços e campanhas importantes para a sociedade. Serviços como o Turis Metrô, que disponibiliza um guia bilíngue percorrendo pontos turísticos e históricos da cidade de São Paulo, passando informações sobre as áreas da estações e de atividades culturais. O Acessa São Paulo, que dispõe de internet gratuita para os usuários. O Cidadão Experiente, que promove e cria oportunidades de trabalho junto a terceira idade, com o objetivo de melhoria ao atendimento do público, bem como, minimizar a ocorrência de acidentes com idosos nas estações. A campanha Ciclista Cidadão, com uma área de embarque específica para bicicletas e um bicicletário onde as mesmas podem ser guardadas, proporcionando assim alternativas de deslocamento urbano e gerando benefícios ao meio ambiente, por se tratarem de veículos não poluentes. Aqui também predomina o design gráfico padronizado do sistema metrô. Portanto com a mesma eficácia de leitura e interpretação visual das informações.


Improvisação Bem, é claro que nem tudo é perfeito. Num sistema de comunicação desse porte, grande e abrangente, é de certo modo até natural que ocorram problemas (fuga do projeto gráfico oficial, manutenção e conservação de produtos e equipamentos etc.) e estes acabam gerando improvisação. A demanda para a confecção, troca e/ou reposição de alguns produtos gráficos é inevitável. Sem falar que pela própria dinâmica do sistema constantemente surgem novas necessidades, sobretudo, de serviços e de surgimento ou renovação de produtos ou de campanhas publicitárias. Alguns exemplos: Nas fotos à esquerda e direita, o descuido e a improvisação são nítidos e podem ser visualizados. No primeiro caso tem-se uma bilheteria para usuários fiéis, no qual todo o sistema de sinalização e informação foge do projeto original citado acima.

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O segundo caso é um problema de implementação, pois a placa com mapas e cartazes se situa atrás de um pilar, dificultando e muito a visualização dele como um todo. Além disso os cartazes na sua grande maioria são mal colados e acabam se soltando dos suportes. Na foto do pilar aparece um exemplo da improvisação, que apesar de ser um cartaz no qual o desenvolvedor tomou cuidado com a aplicação tipográfica, não possui nenhuma relação com a identidade visual do metrô.



casos sucintos Os estudos de casos sucintos, a seguir apresentados, foram pensados e elaborados com o objetivo de complementar e enriquecer, com mais conteúdo, à reflexão conceitual realizada até aqui nos estudos de casos anteriores. Desta feita, porém, abordando apenas pontos considerados essenciais de análise e enfatizando outras características temáticas mais diferenciadas e específicas de sistemas de informação e comunicação visual – realizadas em selecionadas áreas da cidade de São Paulo.


Estudo de casos sucintos Rua João Cachoeira

A João Cachoeira é uma rua comercial, situada no bairro do Itaim Bibi– região nobre da cidade de São Paulo. Nela praticamente se comercializa de tudo, porém com uma grande ênfase para a venda de produtos de origem têxtil. É uma rua famosa e hoje é também conhecida como um “O shopping a céu aberto” – logo no seu início possuí um tóten com essa indicação. Passou recentemente por um projeto de revitalização feito em parceria com a prefeitura de São Paulo, e hoje é uma rua limpa, com calçadas regulares, com adequada iluminação e dotada de bancos para descanso dos consumidores, além de possuir restaurantes, cafés e farmácias. Devido as suas características o trânsito de veículos e de pedestres na rua é bastante intenso durante a semana, com seus típicos e naturais percalços e razoável desconforto.

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O design gráfico que permeia todo o sistema de informação e comunicação visual da rua e dos estabelecimentos comerciais é de muito bom nível, de modo geral. O design de orientação e sinalização, tanto para pedestres como para os veículos automotores, por exemplo, é completo. Percebe-se que ele foi fruto de um conceito centrado para facilitar a melhor comunicação, principalmente, entre o usuário-consumidor e as lojas. Foi desenvolvido, sobretudo para explicitar que é possível existir um shopping a céu aberto em moldes agradáveis e com certa sofisticação. Toda a sinalização tem como base as cores azul e verde, originando assim uma forte e coerente unificação harmoniosa entre as mídias e seus respectivos suportes e substratos de informação. Dentre estas mídias pode se destacar, principalmente:

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Mapas: com localização das lojas, devidamente separadas por cores distintas com imagens e tipografia legível em composições diagramáticas com alto nível de pregnância visual. Tótens: localizados estrategicamente em cada esquina e com o slogan da rua estampado com relógio analógico. Lixeiras: sinalizadas através de adesivos com o logotipo especial criado para a identidade visual da rua. Banners: muitas vezes utilizados em datas especiais (natal, dia das mães, pais, namorados etc.). Também com todos os elementos gráficos projetados adequadamente com fácil leitura e apreensão da informação. Website: contendo publicidade, busca das lojas associadas, história do bairro, promoções e contatos.


Rua Augusta

A Augusta, outrora uma rua nobre, hoje ainda é um espaço público caracterizado por estabelecimentos comerciais, escolas, residências, hotéis e, inclusive, prostíbulos. Se caracteriza como um modelo híbrido de rua – mas sem o charme de antigamente, em função da própria evolução sofrida por São Paulo – as grandes lojas, por exemplo, migraram para os shoppings centers. Sua extensão vai do Centro de São Paulo ao bairro dos Jardins. Ao percorrer a rua percebe-se uma nítida diferença por parte das fachadas de lojas entre a Augusta do Centro e a dos Jardins. As fotos abaixo ilustram um exemplo de tipo de fachadas frequentes no centro, onde se constata um descuido e mazela, tanto com relação à uma identidade visual mais adequada, quanto de sobreposições de pichações clandestinas, presente por quase toda a fachada do estabelecimento.

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Por outro lado, podemos presenciar na região dos Jardins, fachadas mais bem cuidadas e preocupadas com esmero de sua identidade. Essa diferença muito provavelmente se dá pelo fator econômico predominante nos bairros. A região dos Jardins é tida como um bairro nobre da cidade, já o centro que há muito tempo foi importante, hoje está praticamente esquecido. Alguns bons exemplos: Nas fachadas das imagens à direita, pode-se depreender que boa parte das identidades criadas estão diretamente relacionadas ao público alvo. Na primeira imagem a relação cromática utilizada na fachada com cores alegres e vivas, tem uma proximidade com o público infantil. Na segunda imagem aparece uma loja de roupas para adultos de maior poder aquisitivo, onde o logotipo foi aplicado na fachada em baixo relevo, proporcionando uma certa sofisticação. Na terceira imagem o mesmo princípio da primeira loja é aplicado, cores fortes e alegres, buscando identidade com o público infantil. E por fim, na última imagem, além da placa de identificação da loja, que foi aplicada numa dimensão coerente ao tamanho da fachada, foram também aplicadas formas de borboletas tridimensionais, que passam a sensação de leveza, simplicidade e feminilidade.


Faixas na cidade

Como já citado no primeiro capítulo, boa parte das faixas presentes na cidade são irregulares e fixadas, quase sempre, em lugares inadequados e/ou improvisados (muitas vezes desrespeitando a Lei Cidade Limpa) provocando, assim, desequilíbrio e poluição visual. Na região do bairro do Paraíso, por exemplo, é possível visualizar frequentemente esse tipo de manifestação gráfica. As fotos abaixo demonstram diversas faixas presentes num mesmo estabelecimento, nesse caso uma igreja. Nela cada faixa possui uma informação própria, e são colocadas sem critério algum de posicionamento. Percebe-se também que algumas faixas são permanentes, mas com possibilidade de adaptação como a faixa amarela na qual podem ser trocada as datas. Concorrendo com as faixas aparece também a figura do camelô com sua barraca possuindo suas próprias faixas. O fato é que toda essa proliferação de faixas ocasionam poluição visual e dificultam a melhor assimilação da informação.


Abaixo aparecem mais exemplos de faixas irregulares e improvisadas, em outras regiões da cidade, como Vila Mariana e Itaim Bibi. Quanto a qualidade do design gráfico pode-se afirmar que seu nível é muito baixo. Ou seja, é também coerente com a baixa qualidade das faixas. Salvo raríssimas exceções a organização das informações primam pelos aspectos de desarmonia, desequilíbrio e descontinuidades visuais – reforçada, amiúde, por inadequações morfológicas, cromáticas e tipográficas. Na verdade, é um design que se aproxima bastante do design vernacular, mas que, evidentemente, não conta com as qualidades e o caráter nativo deste, que se justificam em determinados tipos de manifestação visual.


Posto de gasolina

O posto de gasolina (ou de combustíveis) já comentado, em parte, nos estudos de caso anteriores aparece aqui novamente para uma análise mais detalhada. Exatamente por ser possuidor de um sistema de comunicação que está se tornando cada vez mais complexo ao veicular diversas mídias em variados suportes. Na imagem ao lado (à direita), é possível perceber que as bombas de combustíveis, assim como os tótens e as placas de sinalização do posto fazem uso de cores complementares. O azul e o laranja são um exemplo disso, seguindo assim a identidade visual da marca. As cores complementares em muitos casos trazem maior destaque para uma determinada peça. Uma boa parte dos postos além do serviço corriqueiro de abastecimento de veículos, possuem também lojas de conveniências, que comercializam produtos diversos. O que chama à atenção é que essa loja de conveniência possui sua própria identidade visual, com cores e formas diferentes da marca do posto – por se tratar de uma empresa à parte. Sendo assim acaba por se destacar da própria comunicação do posto como um todo.

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Na foto à esquerda pode-se visualizar a enorme quantidade de produtos e mídias presentes dispostos ao fundo. A começar pela placa colorida da loja. Sua vitrine possui banners e display iluminado que se misturam com os displays do próprio posto (que guardam produtos como óleo e extintores) que, por sua vez, encobrem os banners da loja. Mais os vasos de flores que também são comercializados, as placas de informações sobre serviços e a sinalização pintada no chão. Na foto à esquerda aparece a visão frontal do posto, onde a quantidade de mídias também é grande, como os banners, as faixas e a placa mais ao fundo. Apesar dessas mídias serem em grande quantidade, neste caso, não chegam a causar poluição visual, pelo fato de possuírem dimensões coerentes e estarem colocadas em espaço apropriados. Todos os postos de gasolina da cidade costumam aplicar sua identidade visual (marca e/ou logotipo) na testeira de sua estrutura superior. As testeiras

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são a “ferramenta”, digamos assim, principal para chamar à atenção dos motoristas que transitam pelas pistas. A identidade visual é aplicada de diversas formas. O mais simples e usual é a aplicação em substrato bidimensional. Todavia, hoje já é costumeiro a utilização de suportes com configurações tridimensionais. Os mais sofisticados possuem sistemas de iluminação interna que confere maior destaque as informações durante à noite, (fotos à direita). A grande maioria dos postos, até por suas ligações com grandes empresas nacionais e multinacionais, se vale atualmente do trabalho dos profissionais do design gráfico o que, sem dúvida, valoriza a comunicação visual em termos estéticos e funcionais a partir da facilidade proporcionada para a leitura e compreensão adequada das mensagens transmitidas. Outro aspecto a ser destacado diz respeito a arquitetura dos postos que se caracterizam principalmente e, até por motivos óbvios, por grandes áreas abertas onde predomina sensivelmente o volume de sua cobertura – isto faz com que o posto, como um todo, se configure como uma edificação de aparência bastante leve e agradável do ponto de vista estético-formal.


Transporte público–ônibus No capítulo 1, foram mostradas placas de ruas da cidade as quais são sinalizadas com cores de acordo com a região. O mesmo acontece com a frota de ônibus da cidade, como podem ser vistas nos exemplos das fotos, à direita. Cada linha de ônibus urbano é sinalizada por meio de cores. Isso porque há uma divisão feita pela prefeitura separando a cidade em dez zonas geográficas que são utilizadas para referência de localização na cidade. Essas zonas foram estabelecidas dividindo a cidade radialmente a partir do centro, através de cores distintas. As cores aplicadas nos ônibus facilitam o reconhecimento de cada linha da frota, proporcionando visibilidade aos passageiros. Quanto ao design gráfico das informações pode-se afirmar, de modo geral, que ele está presente nos mais variados níveis de qualidade técnica e de estilo estético formal. Varia desde os mais competentes e eficazes aos mais desordenados, desequilibrados e confusos visualmente, o que, naturalmente, prejudica sensivelmente a recepção das mensagens transmitidas ao público.

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Aeroporto Cumbica O aeroporto Cumbica, se localiza na região de Guarulhos. Possui uma grande estrutura física e de serviços. É considerado o aeroporto de maior movimento de vôos internacionais do Brasil. Concentra serviços desde aluguel de veículos, rádio-táxi, salas vips, receita federal, atendimento policial até, casa de câmbio, lojas, restaurantes, livraria, free shop, lanchonetes e postos de informações turísticas. O design gráfico do complexo e abrangente sistema de informação e comunicação visual segue, tipicamente, o padrão internacional dos melhores aeroportos do mundo – em termos de identidade visual corporativa, sistema de orientação e sinalização geral, espaços publicitários destinados a propaganda e outros variados serviços. Com destaque para a utilização de outros idiomas além do português. Seu design gráfico, elaborado por profissionais da área garante, quase que naturalmente, sua eficácia comunicacional como um todo. Para efeito desse estudo sucinto são destacados alguns itens, considerados de importância para o seu bom design gráfico: Sistema de sinalização: Composto por elementos típicos tais como textos, ícones e símbolos gráficos, de per si ou combinados que, basicamente, servem para orientar e guiar o usuário na tomada de decisões quanto à sua localização e direção a seguir. O sistema se manifesta em variados e diferentes suportes e substratos de informação tais como: placas, faixas, tótens, adesivos, pinturas etc., localizados em paredes, tetos, pisos e elementos pendurados. Em termos dos códigos visuais pode se afirmar que o design gráfico apresenta, de modo geral, adequadas resoluções. A seguir comentadas:

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Código tipográfico: utiliza tipografia bastão proporcionando legibilidade ao leitor, muitas vezes em negrito, reforçando a informação. Código cromático: informações, em sua grande maioria, com cores claras para tipografia em fundo escuro. Utiliza também pictogramas de fácil reconhecimento por parte do repertório do usuário. Código morfológico: composições diagramáticas geralmente bem organizadas obedecendo os padrões de unificação, harmonia, ordem e equilíbrio visual, com adequada pregnância. Código tecnológico: são utilizados, de modo geral, materiais e processos de impressão típicos como, por exemplo, aço, alumínio e vidro. Com impressão em serigrafia, flexografia, etc. e, ainda, meios digitais eletrônicos. Outra característica importante de citar é que boa parte do sistema de sinalização é disposto acima da cabeça do usuário, na posição horizontal, que fica, estratégicamente, sempre à vista. Convive também junto à esse sistema de informação, algumas manifestações artísticas como, por exemplo, o grande painéis que se pode visualizar na foto à esquerda. Nesse caso o colorido da obra acaba por destacar a placa abaixo – o percurso do olhar do usuário tende a ver a obra e por conseguinte visualizar a sinalização. Além da sinalização do aeroporto em si, existem as sinalizações próprias das companhias aéreas – sempre

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bem posicionadas em seus próprios guichês e quiosques, sem causar assim um confronto ou mesmo desconforto visual aos usuários perante o restante da sinalização. Também se destacam aqui o uso dos painéis eletrônicos. Eles têm como objetivo passar informações de horário e localização dos vôos. A princípio parecem confusos por conter muita informação. Entretanto, essas informações que são dispostas em grandes painéis lcd e em diversos lugares do aeroporto facilitam a informação, inclusive, pela identificação por meio dos logotipos da empresas – posicionados no canto esquerdo e de fácil reconhecimento. Essas informações geralmente coincidem com as mesmas informações do ticket de viagem do passageiro. O painel é utilizado mais para a conferência dos dados.



capĂ­tulo 3


“O contexto de trabalho do designer é o mundo, tanto o ambiente físico primário como a complexa trama formada pela cultura humana, sem esquecer o determinante entorno emocional, pessoal e intranferível, de quem desenha” (Fuentes, 2006, p.123)

A poesia da cidade de São Paulo Ao caminhar pela cidade, ao observar, ao fotografar e ao gravar, nesses meses de intensa pesquisa e investigação sobre as diversificadas manifestações visuais na cidade; ao enfatizar as configurações gráficas comerciais e seu aspecto mais técnico e profissional em termos do seu design gráfico, fui percebendo, no entanto, diversas outras manifestações visuais diferenciadas. Essas manifestações se revelaram um design de uma semântica mais sensível, original, e por vezes, fina e delicada, que considerei ligado mais ao lado poético do cenário de São Paulo.

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Encontrei esse design, por exemplo, denotado e conotado em fachadas de edifícios, nos muros da cidade, nas calçadas das ruas, nas relações com comerciantes e transeuntes, e assim por diante. É um design gráfico que muitas vezes se insere na cidade intrinsecamente e às vezes de maneira bastante sutil, que imagino como sendo o lado poético dessas configurações. Além do design gráfico em si, percebi também outras inter-relações que podem acontecer entre o design gráfico e a cidade, o design gráfico e a comunicação, o design gráfico e a arquitetura, o design gráfico e a arte, etc. Contemplei esse capítulo afim de apresentar essas diversas manifestações visuais e acontecimentos presenciados na cidade de São Paulo – que não entraram nos estudos de casos mas que, obviamente, colaboram para a construção da imagem poética da cidade.

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Os números

Ao fotografar diversos estabelecimentos e residências afim de investigar o que uma fachada representaria para um transeunte, descobri uma gama imensa de números diferentes. Ao juntar alguns exemplos, na página ao lado, percebi que em cada casa e em cada edifício esses números marcam não só a localização do estabelecimento numa rua ou avenida, mas, que os particulariza como uma identidade própria pelo seu design.

E aí encontrei os mais incríveis desenhos e configurações: tipografias diversas; no plano e em baixo e alto relevo, cheias, vazadas, tridimensionais etc. ; cores austeras, sérias e alegres; dimensões proporcionais e desproporcionais; materiais e formatos variados e distintos posicionamentos. Um fato curioso que observei é que, em sua maioria, nas residências os números são menores e menos perceptíveis, ao contrário dos estabelecimentos comerciais que costumam ser em maiores dimensões. Num contexto geral, considero os números como importantes, embora pequenos, marcos visuais presentes na configuração da imagem da cidade. Estabelecendo forte ligação com o design gráfico, sobretudo quando pensamos nos aspectos funcionais e técnicos como, por exemplo, com relação as tipografias e as cores utilizadas.

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Os edifícios 16 Paisagem: 1 Extensão de território que se abrange num lance de vista. 2 Desenho, quadro que representa um lugar campestre (dicionário Michaellis).

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Caminhando pela cidade, é possível visualizar que São Paulo é composta por uma complexa trama urbana na qual se constata uma enorme quantidade de edifícios que apresentam diversos estilos arquitetônicos. Num olhar mais atento à esses edifícios, percebi que cada prédio tem sua particularidade. Muitos deles podem ser visualizados como paisagem16. Tomando a liberdade de alargar um pouco mais o conceito do design gráfico, penso que existe uma relação direta desses grafismos – que são formas visuais que sobretudo enfatizam e destacam as imagens das fachadas – com o desenho dos edifícios que são geralmente compostos por linhas que assumem grafismos no sentido de configurações estéticoformais, consubstanciadas em composição de imagens, textos, cores e, especialmente, de luzes que de noite valorizam sutilmente a aparência dos edifícios.



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É possível dizermos que as grandes cidades contemporâneas, apesar de suas diferenças geográficas e culturais, vêm alcançando cada vez mais um “estado universal”. Grandes metrópoles como São Paulo, Nova York, Cidade do México, Mumbai, ou mesmo Buenos Aires, possuem estrutura física e social semelhantes. É nesse tipo de cidade que podemos visualizar com maior contundência o grande fenômeno, que é a globalização.

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Aqui trago alguns exemplos fotográficos de como São Paulo pode se assemelhar à outras cidades do mundo. A paisagem acima, por exemplo, remete de uma certa forma, a paisagem que aqui temos da marginal Pinheiros. As fotografias, acima e abaixo são edifícios localizados nos Estados Unidos, mais especificamente, em Boston, Houston e Dallas. Fotografias: FUTAGAWA, Yukio. Global Arquiteture, 1985.


Assim como os grafismos dos edifícios que destaquei acima, chamo atenção para os azulejos e mosaicos presentes nos muros das cidades. Uma forma decorativa, sensível, colorida e atraente, que cria uma imagem artística agradável e harmoniosa. Ao lado (foto à direita) temos um exemplo de imbricação na relação direta entre design gráfico e arquitetura. Na fachada de uma biblioteca pública, foram colados adesivos contendo frases, poemas e ilustrações referenciadas no grafite e no stencil.

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As pessoas da cidade

Na região dos Jardins, existem grandes e ostentadoras mansões. Presentes há muitos anos na cidade de São Paulo, muitas delas construídas no tempo dos prestigiosos cafeicultores.

Hoje boa parte da cidade antiga e histórica cedeu espaço para grandes edifícios e atividades comerciais. A região dos jardins ainda resiste a essa verticalização, até pelo fato de ainda contar com moradores que são importantes empresários. Caminhando pelo bairro me deparei com um grande portão, com inscrição das iniciais A e D. Fato curioso, que depois fui descobrir conversando com um taxista que se tratava da mansão da família Diniz,– proprietários de boa parte da rede de supermercados da cidade – e que as iniciais significavam Abílio Diniz. Os taxistas são pessoas importantes na cidade, circulam por toda ela e levam passageiros de todos os tipos para diversos lugares. Conversar com os taxistas pode muitas vezes trazer informações curiosas e importantes sobre a cidade.

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Na avenida Paulista, marco da metrópole de São Paulo, conheci seu Sebastião, o “homem sanduíche”. Ele “empresta” seu corpo para divulgação de serviços, circulando pelas calçadas com um banner pendurado ao corpo e, desse modo, caracterizando-se como uma espécie de mídia móvel. Seu Sebastião, muito simpático, a priori não me permitiu fotografá-lo, alegando não querer sair em nenhuma matéria jornalística, mas quando o informei que eu estava apenas fazendo uma pesquisa acadêmica, ele sorriu e falou: – É claro, pode fotografar, se é para seu trabalho de escola, pode. Muitos senhores como seu Sebastião, provavelmente aposentado, prestam esse serviço e é muito corriqueiro encontrá-los no centro da cidade.


Muitas pessoas dos mais variados tipos fazem parte da cidade, e ajudam na sua configuração e no seu funcionamento. Os camelôs, por exemplo, merecem destaque, por estarem espalhados por todos os cantos da cidade. São comerciantes, também chamados de vendedores ambulantes, que fazem uso do espaço público de uma maneira informal e muitas vezes clandestina, utilizam barracas improvisadas, comercializando produtos baratos e às vezes ilegais. Como em qualquer sistema, possuem sua forma de organização. Ocupam espaços de maior circulação de pedestres, normalmente as calçadas e suas barracas são feitas visando maior agilidade de montagem e desmontagem, muitas vezes eles precisam retirá-la com pressa, como em arrastões ou mesmo em caso de chuva. Não abrem mão de uma comunicação visual, sempre sinalizando com cartazes, via de regra, modestos os produtos que vendem.

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A gastronomia à céu aberto A gastronomia tem extrema importância para uma metrópole como São Paulo, sendo considerada por muitos a Capital Mundial da Gastronomia. Por toda a cidade existem restaurantes. Dos mais sofisticados, aos mais simples, nos quais são oferecidas comidas típicas e internacionais.

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Mas na cidade não se têm apenas restaurantes em ambientes fechados ou à céu aberto. Muita comida e bebida pode ser consumida na rua como, por exemplo, em carrinhos típicos que comercializam, espetinhos de carne, cachorro quente, sanduíches, amendoim e castanhas, pipoca, refrigerantes, sucos etc. Subindo a rua Brigadeiro Luiz Antônio, avistei um singelo carrinho de comida chinesa, mais adiante um carrinho de milho. O que mais me chamou a atenção, no primeiro carrinho foi o uniforme do cozinheiro, que passa uma sensação de limpeza e higiene, mesmo estando na rua. A placa “yakissoba”, escrita à mão, também chama atenção, onde o design vernacular se faz presente em sua forma peculiar, mas coerente. Comunica o que se vende e quanto o comprador paga.


A arte urbana Encontra-se na cidade de São Paulo diversas manifestações artísticas relacionadas às intervenções visuais realizadas em espaços públicos, indo desde pequenas inserções através de stickers (adesivos), grafites, pichações até grandes instalações. Essas manifestações mantém fortemente inter-relações com o design gráfico. Interferem e recriam em parte a paisagem da cidade. São desenhos curiosos, intrigantes e as vezes enigmáticos por fazerem parte de códigos não conhecidos pela maioria da população.

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O grafite

O grafite é uma arte urbana corriqueira na cidade. Por toda parte que se caminhe é possível se deparar com muros grafitados, que vem ganhando cada vez mais respeito junto à comunidades, à artista conceituados e perante o poder público.

O grafite pode ser considerado como uma inscrição caligrafada ou um desenho pintado ou gravado sobre paredes e muros das cidades. Muitas vezes produzidos à revelia e outras com o consentimento do proprietário. Atualmente o grafite é considerado como forma de expressão incluída no âmbito das artes, mais especificamente, da street art – em que o artista aproveita os espaços públicos, criando uma linguagem intencional para interferir na cidade, colaborando sobretudo com imagens e mensagens poéticas deixadas nas paredes e muros.


A pichação

A pichação é uma forma de protesto presente no espaço público da cidade, que tem como base letras e formas simples, com poucas cores, estampadas como uma espécie de carimbo.

Muitos pichadores são de zonas periféricas e atuam na região central, onde marcam presença, chamam atenção para si e afirmam sua existência. Ao contrário dos grafiteiros os pichadores nunca tem autorização para atuação. Acabam depredando os espaços e atuando em lugares perigosos como nos topos dos prédios, monumentos, museus. Inclusive em espaços de valor histórico ou cultural. Suas inscrições abordam diversos temas entre eles: reivindicação de atos humanitários, protestos políticos, protestos de gangs, competição entre os pichadores, ou mesmo a simples vontade de sujar o espaço alheio.

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De qualquer forma é importante ressaltar que a pichação, apesar de ser uma atividade ilegal, é um movimento independente em que os pichadores atuam de forma consciente. O fato é que suas ações acabam por propor novos significados para a cidade, transformando-a. Temos ao lado um exemplo coerente de intervenção, sob a forma de um stencil. Trata de uma manifestação de ciclistas urbanos em prol da criação de faixas exclusiva para uso de bicicletas, sinalizadas por eles mesmos em grandes avenidas, na esperança que se tome a devida atitude por parte do poder público.


Os stickers Os stickers são adesivos decorativos e artísticos, colados e aplicados em placas de trânsito, monumentos, postes, semáforos, bancos, lixeiras, orelhões, etc. É uma forma de transmitir uma mensagem, divulgar um ato ou manifestação, é uma forma expressiva mas, quase sempre, ilegal. O sticker assim como o grafite também está incluso na street art . Quando aplicados em excesso, prejudicam a sinalização viária, muitas vezes cobrindo as informações.

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Assim como muitos usam o grafite de forma comercial os stickers também podem ter essa finalidade, que é uma forma barata de publicidade. Me deparei com esse tipo de sticker comercial, um tanto quanto inusitado, em orelhões no centro da cidade. Usados também por profissionais do sexo que colam seus adesivos, com informações diretas de contato por todo o telefone. Acredito que eles usem o orelhão como suporte, já por ser a maneira mais prática e direta de comunicação.


Os Lambelambes Na cidade existem os lambe-lambes comerciais (como citei no estudo de caso 1), mas existem também aqueles que tem um cunho político, artístico e de reivindicação. Que junto aos stickers, grafites e pichações configuram a arte gráfica urbana. O que depreendo é que todas essas manifestações artísticas tem um propósito, que é o de participar do espaço público ativamente, procurando visibilidade e reconhecimento, mostrando que a cidade é de todos e todos podem contribuir com sua configuração visual.

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Conclusão

A cidade de São Paulo, apresenta inumeráveis manifestações visuais das mais diversificadas áreas além do design gráfico. Abarca a comunicação social, a publicidade e propaganda, os sistemas de orientação e sinalização (com grande peso para o institucional) e a comunicação digital (sobretudo painéis eletrônicos). Muitas vezes inter-relacionadas e interagindo simultaneamente.

O propósito desta dissertação foi o de demonstrar a importância de uma reflexão conceitual levada a efeito sobre o campo do design gráfico e à sua prática efetiva – no sentido de proceder a uma investigação qualitativa sobre a eficácia de leitura e compreensão dos produtos gráficos que consubstanciam os sistemas de comunicação e informação visual – em várias e diversificadas mídias existentes no espaço público da cidade de São Paulo. Teve como principal paradigma a busca da eficácia do desempenho técnico que se espera do produto – subordinado aos parâmetros de conforto e de segurança com

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relação à decodificação e compreensão da mensagem visual por parte do usuário, aqui como leitor e consumidor de informações. Incluindo, também, como nessa nossa temática, o estudo de adequação no entorno dos variados tipos de suportes das diversificadas mídias visuais em que se localizam os referidos sistemas de informação e comunicação e, ainda, de como são dispostos no espaço público, em função de suas características urbanas. Foi possível nessa pesquisa concluir que em muitos lugares avança e cresce a entropia visual que se faz presente na cidade de uma maneira muito perturbadora. Fenômeno esse que se constata numa grande massa informacional, mais das vezes, concentrada e desorganizada, causando o efeito indesejável da poluição visual. Como, por exemplo, no Estudo de Caso 1: Avenida dos Autonomistas. Em contraponto, obtivemos resultados satisfatórios naqueles produtos gráficos concebidos e desenvolvidos sob a égide do Design Gráfico. Nestes foi possível constatar uma melhor organização formal, de mais adequado significado e de eficácia da informação visual como, por exemplo – no Estudo de Caso 2: Avenida Paulista e no Estudo de Caso 3: Estação Sé do Metrô (este considerado como mídia indoor). Já no Capítulo 3 denominado “A poesia da cidade de São Paulo”, tivemos como intenção abrir um espaço para explorar uma semântica diferenciada e mais emocional de algumas manifestações visuais que toca de uma maneira bem pessoal e sensível e que foi considerada ligada ao lado poético de uma cidade tão dura como São Paulo. Trata-se de um design gráfico, manifestado nos diversos cenários abordados, que muitas vezes são percebidos inserido intrinsecamente na paisagem e, noutras, de uma maneira mais sutil, refinada e delicada, que foi imaginado como sendo realmente uma mensagem de poesia passada pelas configurações analisadas.


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