#50 Celebridades

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ano



Chegamos aos 10 anos! Tudo começou com um sonho e a vontade de fazer algo que desse prazer, abrindo espaço para profissionais que estavam começando a exercer suas criações no mercado editorial. Assim nasceu a então pocket Drops Magazine - dedicada a moda, música, arte e noite- com uma própria liberdade de expressão cultural. Um sonho que só pôde ser realizado ao lado de sonhadores como eu, e a comunhão de ideias e profissionais – modelos, fotógrafos, stylists, produtores, jornalistas, designers, maquiadores e cabeleireiros – de várias partes do mundo, que acreditaram nesse projeto criado no ano de 2002. A Drops celebra seus 10 anos em uma edição única e histórica, com quatro capas diferentes. O ator Reynaldo Gianecchini, que interpreta o personagem Vado do filme Navalha na Carne; a atriz Emanuelle Araújo, que junto com a bateria da Portela faz uma homenagem à cantora Clara Nunes; representando a edição internacional convidamos a atriz portuguesa Maria João Bastos; e para completar, um dos arquitetos urbanista mais importantes do mundo, o Dr. Oscar Niemeyer, que aos 104 anos posou pela primeira vez para uma revista de moda e ao lado de uma modelo. Pela realização desta edição, agradeço em especial ao diretor criativo Marco Antonio Ferraz, às editoras Liane Banca, Thais Amormino e Rozze Angel, aos fotógrafos Kadu Niemeyer, Pedro Ferreira e Rodrigo Picorelli, à Maria Celeiro, Estêvão Delgado, Marcos Roberto Geromini, ao designer Zeh Henrique Domingues e ainda a todos os outros que participaram dessa obra. Dedico esses 10 anos a todos aqueles que acreditaram e apoiaram na realização e concretização de nossa revista, e que de alguma forma estiveram presentes nas 50 edições da Drops, na edição especial “Culpa”, nas 3 edições especiais “Rio de Janeiro”, nas 2 edições Drops “Portugal” e na edição Drops “Natal”. O meu muito obrigado a todas as personalidades que dedicaram seu tempo e cederam suas imagens para estampar as 57 capas de nossa história. Em especial, agradeço à duas pessoas muito importantes em minha vida: Dona Elza Alves de Campos e Adriano Sammarone, por estarem sempre ao meu lado. Um grande abraço. E que 2012 seja incrível para todos!

Fredy Campos

fredy@dropsmagazine.com.br

apresenta


reyn giane


naldo ecchini



O

O modelo e ator Reynaldo Gianecchini encarnou o papel do famoso Vado, personagem interpretado pelo ator Jece Valadão no filme “A Navalha na Carne”, lançado em 1969, baseado na peça homônima do dramaturgo Plínio Marcos, e um dos clássicos do cinema nacional. Dirigido pelo cineasta Braz Chediak, o filme mostra o confuso relacionamento entre uma prostituta e um gigolô, uma forte história de amor às vezes um tanto violenta. Deste contexto participa um terceiro personagem, Veludo, um homossexual que mora no quarto ao lado de Norma Suely, a prostituta em questão, vivida por Glauce Rocha. Na trama, Veludo, que ganhou vida através do ator Emiliano Queiroz, era o acusado pelo roubo do dinheiro que Vado teria juntado explorando Norma Suely como seu cafetão. Para realizar esta homenagem da Drops Magazine ao cinema nacional, o diretor criativo Marco Antonio Ferraz convidou a modelo Barbara Romer e ator Raphael Lourenzo para se juntarem a Giane neste ensaio para formar o famoso trio. A história, contada entre cenários tipicamente cariocas, desta vez teve como locações os Arcos da Lapa e o quarto de uma antiga pensão no mesmo bairro. O filme, que mostrava cenas de um submundo, é relembrado nestas fotos pela louca paixão entre o casal e ainda as brigas com Veludo para descobrirem o paradeiro do dinheiro roubado. Mas na verdade há um foco bem maior no contexto, a imposição do poder de Vado sobre Norma e a disputa de seu afeto, negado pelo próprio cafetão.






Vado por um dia “Adorei encarnar o Vado, gosto muito de criar momentos apoiado numa dramaturgia interessante. A sessão fotográfica fica sempre mais divertida. E a Barbara é bárbara mesmo! Linda e talentosa.”







emanu araĂşj


uelle jo



B

Bahiana de corpo e alma, mas antes de tudo brasileira, Emanuelle Araújo iniciou sua carreira artística ainda bem pequenina, fazendo parte do grupo bahiano Companhia Interarte, que “brincava” com todas as formas de artes para apresentar musicais infantis. Nestas brincadeiras, ainda com 10 anos de idade, a “Manu” se descobriu atriz e cantora, e daí para frente nada mais segurou a menina guerreira. Aos 15 anos já cantava profissionalmente com algumas bandas locais, e ganhou notoriedade esbanjando talento e simpatia pelos palcos bahianos. Mas a fama nacional chegou mesmo quando a cantora foi convidada para assumir o posto de vocalista da Banda EVA, na qual ficou por três anos, chegando a ganhar o prêmio de cantora revelação do carnaval de Salvador no ano 2000.Como boa artista que é, Manu já se desdobrou por vários cenários artísticos, passando dos palcos para a TV e o cinema, no qual, ao lado do ator Lázaro Ramos, interpretou Rosa no filme “Ó Paí, Ó”. E para instigar ainda mais o talento desta incrível mulher, a convidamos para um ensaio com ares de Clara Nunes. A idéia de homenagear a cantora mineira foi do Diretor Criativo Marco Antonio Ferraz, mas como disse Emanuelle, “Isso foi muito mais que idéia, foi uma intuição do Marco, pois sou grande admiradora da Clara Nunes, é algo que vem de criança.





Meu pai sempre ouvia em casa, então cresci escutando a Clara. Ela sempre me chamou muito a atenção, tanto por sua música quanto pela sua imagem. Quando a via na televisão, eu sempre pensava: ‘Nossa, que mulher forte, que mulher bonita!’”. Sendo Clara Nunes a homenageada, não poderia haver lugar melhor para este ensaio que a quadra da Escola de Samba Portela, no bairro de Madureira, no subúrbio carioca. A Portela da qual a “mineira guerreira” participou efetivamente por muitos anos, chegando a ser a cantora que mais gravou músicas de compositores portelenses, além de ser a primeira mulher a vender mais de 100 mil cópias no Brasil.Para o ensaio Emanuelle foi recebida pela bateria e pela Velha Guarda da Portela, e em clima de bate papo, foi clicada pelo fotógrafo Rodrigo Picorelli. “O ar foi tão descontraído, tão leve, que foi muito mais que um ensaio, foi um encontro, me senti em casa...”, contou a bahiana, ao lembrar-se da emoção que sentiu enquanto cantava e conversava sobre a vida e as músicas de Clara. Ao seu lado estava Tia Surica, amiga íntima de Clara, o que acrescentou ainda mais emoção àquela roda de samba. “Pra mim isso foi além de um convite, poder estar aqui foi um presente que a Drops me deu!”, disse uma emocionada Manu. Com flores no cabelo, cantando e dançando de pés descalços, Emanuelle Araújo, moça de sorriso largo e gargalhada gostosa, estava imersa no universo ali representado. Como me contou neste bate-papo, em sua visão Clara Nunes era uma cantora admirável, porque além de todo o potencial artístico, cantava muitas músicas referentes à sua crença, e o mais importante, cantava com fé.


“ Meu pai sempre ouvia em casa, então cresci escutando a Clara.”



E falando de fé, a canceriana, que se define como uma pessoa muito positiva, disse não seguir religião alguma, mas confessa que tem referências do sincretismo religioso, algo que ela acredita ser da natureza do bahiano. “Aqui há mescla de muitas religiões, e todas se fazem muito presentes. O Candomblé, a Umbanda, os santos católicos... Acredito em Nossa Senhora da mesma forma que acredito em Yemanjá. Os nomes não importam, o que importa é ter fé! A fé é algo muito forte para mim!” Ela, que hoje é vocalista da Moinhos da Bahia, diz ser este um dos motivos que a impulsionou a ter sua banda: “Sempre coloquei a minha fé diante de tudo o que fiz na vida, mas poder cantar da minha forma mais natural, pelo lado mais intimista, era sim um sonho”. E este sonho, que não era só dela, se concretizou na união com dois grandes amigos: a percussionista Lan Lan e o guitarrista Toni Costa. Os três formaram a banda reunindo a essência e a bagagem musical de cada um, com um resultado magnífico. Ao longo de suas carreiras, todos já haviam tocado diversos ritmos, o que resultou numa MPB com influências que vão do samba ao axé, passando pelo pop e até pelo rock, impulsionando como um vendaval os Moinhos da Bahia, que seguem girando, sempre com muita alegria e trocas de energia positiva! Como conclui a nossa estrela feminina desta edição especial, “Agindo positivamente, a vida será positiva. Todo mundo tem um momento barra pesada, então o importante é cultivar a alegria e os bons pensamentos sempre, e a barra vai passar. Gosto de gostar, acredito na troca de energia, isso demonstra o que você é!”.




“Quando a via na televisão, eu sempre pensava: ‘Nossa, que mulher forte, que mulher bonita!’”


Mar jo達


ria 達o bastos



M Por Maria Celeiro

Maria João Bastos conhecida como uma das atrizes mais elegantes de Portugal, conceituada igualmente pelo seu trabalho no Brasil, conta-nos os seus mais recentes trabalhos. O destaque será essencialmente em Mistérios de Lisboa realizado por Raúl Ruiz, um filme que tem vindo a ser constantemente premiado a nível mundial. Maria João Bastos conta-nos como foi a sua experiência, quais serão os seus projetos futuros, e os seus truques no universo da moda.


DropsPT: Quer contar-nos um pouco sobre a história

di imenso com ele. O Raúl era sem dúvida um génio,

do filme?

e sinto-me muito privilegiada de ter tido oportuni-

Maria João Bastos: É um filme baseado numa obra de

dade de trabalhar com ele e ter podido usufruir da sua

Camilo Castelo Branco, adaptada por Carlos Saboga e

generosidade e amizade.

realizado por Raúl Ruiz. Conta uma história de época que retrata de uma forma muito camiliana os amores e desa-

DPT: Foi uma inspiração?

mores, principalmente da minha personagem, que sofre

MJB: Foi, continua a ser e tenho a certeza que será

o preconceito da sociedade, ao apaixonar-se por um ra-

sempre uma inspiração na minha vida. Não só con-

paz que não é o correcto para ela.

heci um génio e um excelente profissional, como tive a oportunidade

de privar com um ser humano muito

DPT: Interpretar a personagem Ângela Lima foi então

especial e que também me ensinou muita coisa sobre

um desafio?

a vida e isso fica para sempre.

MJB: Sim, foi um grande desafio. A minha personagem passou por três fases distintas no decorrer do filme.

DPT: Este filme tem vindo a ganhar vários prémios na-

Uma primeira, que começou quando Ângela tinha mais

cionais e internacionais, qual é a sensação de partici-

ou menos dezoito anos e se apaixona, a outra, já mais

par num projeto tão grandioso como este?

tarde, com vinte e poucos anos, e por último com trin-

MJB: A sensação é incrível, acima de tudo porque nós

ta e tal anos, quando morre frustrada por um grande

não trabalhamos para receber os prémios, trabalha-

desgosto. Portanto, é essa passagem de tempo que

mos por amor à arte e por aquilo que fazemos, mas é

teve de ser demonstrada, não só com a caracteri-

obvio que o reconhecimento do trabalho de uma equipa

zação, que obviamente também tem o seu peso, mas

tão grande, de quatro meses de entrega tão profunda

principalmente através da sua expressão corporal, do

a um projecto, sabe sempre bem e quando é merecido

seu sofrimento interior. O desafio foi enorme ao poder

sabe ainda melhor. Eu acho que, sem dúvida nenhuma,

interpretar a evolução desta personagem e de facto

todos os prémios que o filme tem recebido a nível mun-

dar vida a uma mulher que se sente morta por dentro

dial são merecidos. O Raúl continua a ser homenageado

e que acaba mesmo por morrer de sofrimento.

pelo trabalho que fez com este filme. Neste momento estamos

nomeados

a

melhor

filme

estrangeiro

DPT:Como é que foi trabalhar com Raúl Ruiz?

nos Golden Satellite Awards, que é um prémio

MJB: Trabalhar com o grande realizador Raúl Ruiz

importante

foi fantástico. Uma das melhores experiências da min-

importante nisto tudo, até mais que os prémios,

ha vida. Foi um momento muito importante para mim,

não lhes tirando importância, é o fato de levarmos o cin-

quer a nível pessoal como a nível profissional. Apren-

ema português a todo o mundo.

nos

Estados

Unidos,

mas

o

mais




DPT: Até para o próprio país se torna importante esta

ficar quatro anos e meio a fazer duas novelas, uma sé-

projeção, como é que foi a receção do público portu-

rie e um filme. Por isso o tempo que vivi no Brasil foi

guês acerca do filme ?

uma das experiências mais fantásticas da minha vida.

MJB: Sendo que se trata de um filme de quatro horas e

Adorava voltar a trabalhar na Globo e voltar a repe-

vinte minutos, surpreendeu-me a aclamação por parte

tir essa experiência. A decisão de ter voltado foi algo

do público português, que penso ainda não ter o hábito

que

de ir ao cinema ver filmes nacionais. Mas não só em Por-

profissionais, no sentido em que surgiam também boas

tugal o filme foi aplaudido, em toda a Europa isso ac-

oportunidades de trabalho no meu país, e eu achei

onteceu. Inclusive em França, ganhámos o prémio Louis

que era importante também sentir que faço parte

Delluc, na categoria de melhor filme de 2010. Um facto

de Portugal e da ficção portuguesa.

teve

unicamente

que

ver

com

questões

bastante curioso, pois ganhámos o prémio de melhor filme francês sendo ele um filme português.

DPT: A Maria João Bastos é considerada uma das atrizes mais elegantes de Portugal. Qual é o seu segredo?

DPT: Depois deste sucesso, já existem projetos/desafios

MJB: Eu acho que sem dúvida o mais importante

para o futuro? Pretende continuar a trabalhar no cinema

é sentirmo-nos bem connosco. Tem que ver com

ou vai querer voltar à televisão?

sermos nós próprios e não querermos ser aquilo que não

MJB: Depois de Mistérios de Lisboa, fiz o filme do Fer-

somos. Eu gosto muito de moda, de cuidar de mim, mas

nando Lopes que se chama Em Câmara Lenta, e que

gosto principalmente de ser eu própria e de me sentir

também foi uma experiência fantástica. Nunca tinha

bem com as coisas que uso, acho que isso é fundamen-

trabalhado com o Fernando, era um realizador que eu

tal. A elegância passa por muito mais do que aquilo que

desejava conhecer e trabalhar. Valeu muito a pena,

usamos. Passa, acima de tudo, pela forma como nos sen-

porque a minha personagem era totalmente oposta,

timos e como estamos perante a vida.

muito engraçada, era uma mulher muito divertida. Agora preparo-me para começar a filmar As Linhas

DPT: Como amante do mundo da moda, segue as

de Torres, mas de fato estou mais dedicada ao cinema.

tendências ou cria as suas próprias tendências?

Acho que é importante ter momentos em que faze-

MJB: Eu adoro moda, sigo as tendências no sentido

mos televisão, porque gostamos e porque é preciso

em que gosto de me informar, gosto de ver progra-

fazer, mas também é importante ter tempo para poder

mas sobre moda, gosto de ler sobre moda, de saber

fazer outras coisas. Isso é fundamental.

e de ver os desfiles. Adoro conhecer as colecções dos vários criadores do mundo inteiro, mas acho que

DPT: Tem perspetivas de voltar a trabalhar no Brasil?

temos que saber usar a moda a nosso favor e saber

MJB: Eu gostava muito de voltar ao Brasil. Na altura, a

usar aquilo que nos fica bem. Existem coisas lindíssimas

decisão de regressar a Portugal foi bastante difícil.

que não têm nada que ver connosco, portanto tem de

Estava a viver há quatros anos e meio no Brasil. Fui

se ser coerente com aquilo que usamos. Utilizarmos

para ficar um ano para fazer uma novela e acabei por

a moda e não deixar que a moda nos utilize a nós.


“Eu vivi 4 anos e meio no Brasil, foi uma das experiências mais fantásticas da minha vida”



DPT: Quais são as peças que não podem faltar no seu

to importantes. Já tivemos no São Paulo Fashion Week o

guarda-roupa?

Miguel Vieira, Ana Salazar e o Luís Buchinho. Acho que é

MJB: Eu adoro produzir-me para eventos, mas no meu

muito importante que haja esse intercâmbio de culturas,

dia-a-dia sou muito prática, gosto de peças confortá-

não só na moda, mas no cinema e na televisão, porque

veis e portanto, não dispenso os jeans, as t-shirts,

falamos a mesma língua e somos países irmãos. Senti na

uns calções e umas havaianas. Também gosto muito de

altura que lá vivi, que os brasileiros eram muito recetivos

acessórios, um bom acessório faz uma toilette. Uma

à nossa cultura – por exemplo, adoram Fernando Pessoa.

boa carteira e um bom par de sapatos para mim são

Na altura lembro-me de lhes apresentar alguma música

fundamentais.

portuguesa e eles ficaram fascinados, mas de fato ainda chega muito pouco, é preciso que essa troca de cultura

DPT: Tem preferência por algum tipo de look ou estilo,

seja feita e seja maior.

ou prefere variar? MJB: Eu vario imenso, sou muito eclética nesse

DPT: Já que esteve a trabalhar durante algum tempo

aspecto, até mesmo no meu visual. A nível de ca-

no Brasil, qual é a comparação que faz entre a mulher

belo gosto muito de mudar, sou muito camaleónica ,

Brasileira e a mulher Portuguesa?

mas se tivesse de nomear um estilo, optaria por um

MJB: A mulher brasileira é uma mulher que se cuida

fato com um look masculino.

muito mais que a mulher portuguesa, naquilo que falámos há pouco. É uma mulher que perde muito tempo, no bom

DPT: Qual é o seu criador português preferido? E porquê?

sentido, a cuidar de si, e eu acho que isso depois nota-se,

MJB: É o Filipe Faísca. Existem outros que eu gosto

tanto na forma de viver como na forma de estar.

bastante, pois eu acho que temos bons criadores em Portugal, mas a ter que nomear um, seria o Filipe Faísca

DPT: Como é que define então a mulher Portuguesa?

porque tem uma grande qualidade, um corte muito femi-

MJB: Acho que está a mudar bastante, e é óbvio que

nino, sensual, arrojado, porque arrisca e é muito perfeito

não estou a generalizar, existem muitas mulheres portu-

nas peças que faz.

guesas e cada vez mais, a cuidarem de si. A mulher portuguesa talvez seja mais discreta que a mulher brasileira,

MC: Como é uma apaixonada pela moda e tem tido con-

embora isso tenha tudo que ver com o clima. A mulher

tacto com o estrangeiro, qual é a avaliação que faz da

brasileira vive num clima muito propício a uma abertura

evolução da moda portuguesa lá fora?

diferente daquela que nós temos, são países diferentes

MJB: Voltando ao Brasil, começam-se a abrir portas mui-

com culturas diferentes.


“Um sorriso e um olhar sincero são fundamentais para desarmar qualquer pessoa.”




o niem


oscar meyer


O

O arquiteto Oscar Niemeyer ficou conhecido mun-

devemos modificar””. Kadu, que em diversas ocasiões

dialmente por suas grandes obras arquitetônicas, de

presenciou o lado humanista e solidário de Oscar, re-

curvas incríveis e designs sempre indescritíveis. No

lata no texto abaixo a aura generosa deste homem e

entanto, resolvemos contar muito mais sobre a gran-

seu empenho em ajudar as pessoas, não somente com

diosidade deste homem, que completa 104 anos de

auxílios financeiros, mas todo e qualquer tipo de ajuda.

vida no dia 15 deste mês. Um pouco mais de seus pen-

Mostrando o ser humano que é muito além do arquite-

samentos e memórias nos foram contados por Kadu

to. Kadu, que em diversas ocasiões presenciou

Niemeyer, seu neto e grande admirador, que confessou

o lado humanista e solidário de Oscar, relata no texto

o susto, mas também o entusiasmo que sentiu quando

abaixo a aura generosa deste homem e seu empenho

recebeu o convite para falar sobre o avô: “Falar sobre

em ajudar as pessoas, não somente com auxílios

o Oscar é algo difícil; como se para mim, houvessem

financeiros, mas todo e qualquer tipo de ajuda.

duas pessoas: o arquiteto e o avô – ou simplesmente

Mostrando o ser humano que é muito além do ar-

Dindo, como a família carinhosamente o chama. Sobre

quiteto. No início da construção de Brasília, ele

o arquiteto, tenho desde sempre a ligação profissional,

levou à nova capital, diversos amigos que estavam

através das minhas fotografias e exposições; e como

desempregados, ou como ele costuma dizer: “que

avô, aprendi no dia a dia o sentido da vida. Em suas

estavam na merda...” E assim foi, durante todos es-

palavras “a vida é um sopro” e “o importante não é a ar-

ses anos, desde a construção da Pampulha em Belo

quitetura, mas sim os amigos e este mundo injusto que

Horizonte. Era comum bater à sua porta amigos


solicitando ajuda, e ali estava ele, sempre pronto

avô recebeu um pagamento expressivo e, ao che-

para ajudar. Muitas vezes, ainda que contra os

gar em casa, encontrando com o caseiro, o mesmo

próprios princípios, usou de sua influência e con-

lhe comunicou que seria transferido para outro lo-

hecimento para conseguir um emprego para estes

cal – fato que chateou os dois. Sem pensar duas

que precisavam trabalhar.

vezes, meu avô pegou todo aquele dinheiro local

Em 1964, no golpe militar, a ditadura começou

e deu ao caseiro, daquele país distante e que pro-

a perseguir meu avô, o que o levou a sentir-se

vavelmente nunca mais veria. Segundo os amigos

obrigado ao autoexílio. Durante os anos de chumbo

mais próximos de meu avô, entre eles o Ubirajara

no Brasil, ele viveu na Argélia e lá desenvolveu di-

Brito, a importância, dada naquele dia ao caseiro,

versos projetos para aquele país (Universidade de

equivalia a mais de 10 anos de seus serviços; quan-

Constantine; Centro Cívico e Monumento à Rev-

tia inimaginável para o trabalhador de um país em

olução Argeliana; Plano Urbanístico de Argel; Mes-

construção, na “nossa” sofrida África. Durante anos

quita de Argel; Jardim Zoológico, etc.), e recebia

nós estivemos afastados, pois eu morava em Bra-

seu pagamento em Dinar argelino, moeda que valia

sília com a minha mãe, tendo morado também um

somente em território nacional. Lá, morava em

tempo com a minha avó. Somente em 1972 fui morar

uma casa funcional (de propriedade do governo)

com ele em Paris e passei a ver a vida de outra

e tinha um caseiro que, além de simpático, sentia

forma. Aos poucos fui compreendendo tudo o que

grande empatia pelos brasileiros. Certo dia, meu

ele queria me dizer e, até hoje aprendo algo novo,


a cada dia ao seu lado. Além dos amigos, sempre

Mas o fato em nada diminuiu a amizade entre nos-

tivemos um estreito relacionamento com as pes-

sas famílias. A tragédia provocada pelas chuvas no

soas que trabalhavam em nossa casa. Lembro-me

início deste ano (2011), me fez recordar um perío-

que as viagens de carro com meu avô, eram sempre

do semelhante da década de 90; se não me falha

com o Amaro ao volante, motorista que nos acom-

a memória em 1997, que assim como esta, trouxe

panhou por 50 anos e aonde íamos, compartilháva-

caos e pânico para todo o país e em especial para o

mos dos mesmos locais, dos mesmos hotéis, dos

estado do Rio de Janeiro.

mesmos restaurantes, das mesmas mesas. Amaro

Nesta época morava em Jacarepaguá, um dos lo-

era considerado um membro da família. Agora,

cais mais castigados pelas chuvas. Passei com

anos depois vejo a presença do Eduardo, na ver-

minha família vários dias sem poder sair de casa

dade Carlos Eduardo, filho de Amaro, que recebeu

e com diversos transtornos: faltava água, luz, etc.

o mesmo nome que o meu em homenagem a nossa

Logo que consegui sair, voltei ao trabalho e no es-

família, que me faz sentir orgulhoso e que o tempo

critório do meu avô comentei de perto a situação

não apagará. Há alguns anos, meu avô projetou

absurda em que se encontrava a Comunidade do

uma casa na comunidade do Vidigal para Amaro,

Rio das Pedras, vizinha ao meu condomínio; e ele,

e esta já foi publicada em diversos livros, porém,

sem pestanejar, me deu a ordem para procurar

com o passar do tempo, a família dele cresceu e

famílias desabrigadas e levá-las para a Casa das

assim a casa teve que receber alguns acréscimos,

Canoas, um de seus famosos projetos dos anos 50.

o que a distanciou um pouco do projeto original.

Resisti um pouco, mas logo me vi na Associação


dos Moradores e coloquei a casa à disposição dos

solicitou para serem utilizadas em uma edição da

desabrigados. No entanto, houveram transtornos

Revista Nosso Caminho, na matéria especial sobre

diversos que nos impediram de fazê-lo. Diante

suas obras na cidade de Niterói. Cheguei com mais

de tudo isso, guardei na memória a generosidade

de 500 fotos que fiz de todo o Caminho, e ele, quis

do meu avô (como sempre o vi e o vejo, até hoje),

ver uma a uma. Como as fotos estavam no note-

demonstrando sua preocupação com os demais,

book, foi difícil ele selecionar as preferidas, o que

tentando ajudar e procurar um alento, tentando

era de se esperar, pois, na época das fotos analógi-

fazer um mundo melhor.

cas, ele ás escolhia pela prova de contato através de fotogramas! Depois que acabamos de ver estas

Genialidade

fotos, Oscar chamou os arquitetos Jair Valera e Au-

Diariamente, o vejo saindo de casa rumo ao seu

rélio, e o calculista José Carlos Sussekind, a fim de

escritório. Trabalhando, recebendo seus amigos

finalizarem um novo projeto, uma igreja. Acompan-

e, como há anos, toda terça-feira, ainda tem tem-

hei passo a passo o desenvolvimento do mesmo e,

po para as aulas sobre o cosmos – estas aulas já

como sempre, Niemeyer deixou todos boquiaber-

tiveram outros assuntos; no início, por exemplo,

tos; principalmente o Sussekind que, mais uma vez

era gramática. Sua preocupação, no entanto, é de

se viu na obrigação de ir lá no fundo de todo seu

aprender coisas novas todos os dias. Em janeiro

conhecimento e experiência como calculista para

deste ano, estive em seu escritório para levar

buscar a solução para a mais nova obra. Sempre

as novas fotos do Caminho Niemeyer, que ele me

que isso acontece fico observando a reação de


todos ao redor dele. Lembro que nos anos 70, ele

posição política

fez um projeto para o Rio, não me recordo bem do

Levei um bom tempo para me encontrar politica-

nome, mas era algo como Museu da Música, que,

mente, mas cresci ouvindo o posicionamento do

em minha opinião era muito mais imponente e, sem

meu avô. Quando tirei meu primeiro passaporte,

dúvida, muito mais bonito do que a Cidade da Músi-

nele, via-se o carimbo: “Não é válido para Cuba”.

ca, construída no Rio de Janeiro na Barra da Tijuca.

Nunca compreendi aquela posição do governo do

Enfim, era um projeto que o bloco do prédio tinha

Brasil. Mas com o passar do tempo, fui tomando

um balanço de 70m para ambos os lados. Como

conhecimento de tudo que envolvia Cuba e seu

nesta época nós estávamos morando em Paris, ele

povo, e o desejo de conhecer este país, que passou

levou o projeto para um calculista de lá; ao vê-lo,

a me fascinar, aumentava cada vez mais. Porém,

o calculista disse ao meu avô, que a solução era

nunca surgia uma oportunidade de conhecê-lo.

muito complicada, pois, poderíamos ter problema

Até que um dia, recebi o convite da Marília Gui-

se “todo mundo corresse para o mesmo lado da ed-

marães, e lá fui. Seria o primeiro Niemeyer, que se

ificação”. Anos depois, este mesmo projeto foi sub-

tem notícia, a conhecer Cuba – país que meu avô

metido ao Sussekind e, como era de se esperar, ele

sempre amou! Passei 20 dias e lá conheci uma Cuba

disse que não teríamos problema nenhum, e apre-

diferente: um povo alegre, carismático e amável.

sentou a solução. E assim tem sido todo o tempo.

Com um sistema político que, se não ideal, era bem


perto disso. A educação, a saúde, tudo impecável!

nos, impressionado com o que fizeram pela cidade,

No ano seguinte, novamente lá estava eu, pas-

peguei-me questionando porque aqui no Brasil não

sando a amar ainda mais aquele lugar. Esta minha

damos a devida importância ao nosso patrimônio

segunda ida a Cuba foi devido à inauguração da

arquitetônico, para as construções mais simples,

escultura que meu avô doou para o país – trata-se

como as que vejo da janela do meu Studio, no Rio

de uma escultura monumental, em aço tubular pin-

de Janeiro - as ruínas das casas da Rua da Lapa e as

tado de vermelho, representando o povo cubano

ruas ao redor. Sobre o Fidel, infelizmente não tive

enfrentando um grande monstro, simbolizando a

tempo de conhecê-lo pessoalmente, pois na minha

tirania dos Estados Unidos.

primeira visita a Cuba, o mesmo se encontrava em

Bem informados pela prática da leitura, dias após

recuperação e, logo no ano seguinte a presidência

a inauguração, identificaram-me pela imprensa lo-

estava sendo transferida para seu irmão Raul Cas-

cal, e passei a ser reconhecido pelas ruas de Ha-

tro. O último tive o prazer de conhecer e, por duas

vana, onde se tornou comum às pessoas virem falar

vezes estivemos juntos, conversamos... E é claro

comigo, mandando abraços para meu avô ou mesmo

que Oscar Niemeyer não podia deixar de ser o as-

me dando os parabéns em ser neto de uma pessoa

sunto central. Como dissera anteriormente, o povo

tão querida por eles. Ao ver a restauração de Ha-

cubano tem um enorme apreço pelo meu avô e o

vana Velha, fiquei surpreso com a garra dos cuba-

Raul Castro demonstrou o mesmo sentimento de


carinho.Realizei uma exposição recentemente na

Um dia destes, revendo o texto de renúncia do ex-

Venezuela, e como em todas as outras, resguarda-

presidente Fidel Castro, o mesmo usou uma afir-

mos um espaço em que inserimos seus textos e de-

mação de meu avô para fazer menção à fidelidade

senhos de conotação política, preocupações com a

aos ideais: “penso como Niemeyer que se deve ser

vida e a luta por um mundo melhor. Nesta ocasião,

consequente até o final”, fico ainda mais conven-

já com toda a exposição montada e há poucas ho-

cido, de que tudo que venho aprendendo nestes

ras para a inauguração, recebi no celular uma li-

anos ao lado dele, faz todo o sentido. Com ele

gação do meu avô, querendo que eu acrescentasse

aprendi muito de fotografia e tornei-me fotógrafo

um texto. O texto pedido por ele era o que já se

de arquitetura, e não é fácil agradá-lo. Até hoje

encontrava num dos painéis, porém, com um novo

como mencionado com as fotografias do Caminho

acréscimo, uma homenagem aos presidentes Lula

Niemeyer, todas as fotos das exposições ou mes-

e Hugo Chaves – mas o restante dos dizeres eram

mo para outra finalidade, devem ser selecionadas

as mesmas palavras de um texto dos anos 70; afir-

uma a uma pelo próprio. Não chego mais a me sur-

mando seu posicionamento político, inabalável.

preender com sua disposição de trabalhar até hoje,


às vésperas de seus 104 anos – ou melhor – com os seus 75 anos de arquitetura como é de sua preferência. Mas, fico surpreso quando vejo alguém dizer que ele está velho e cansado. Penso que isso só pode ser a opinião de uma pessoa profissionalmente medíocre, para mim: um merda, um babaca! – como diria meu primo já falecido Carlinhos Niemeyer – criador do extinto Canal 100.

Avô e Neto Ao longo de uma vida toda, já passamos por momentos dolorosos, como a perda da minha querida irmã, que muito cedo nos deixou, depois com a perda de minha avó. Uma vez, quando ele teve um sério problema de saúde devido a uma queda sofrida em casa, na qual fraturou o fêmur e teve que passar por uma cirurgia, passei duas noites com ele no hospital, foi uma tortura assistir seu sofrimento e os efeitos dos medicamentos. Dizem que sou muito sentimental, devo ser e espero que eu o seja, pelo menos devo ser mais humano. Mas uma


destas noites passei toda ela em claro, e como

tive minha primeira experiência sexual, também foi

nada podia fazer, eu apenas chorava. Após á alta

com ele quem pude contar. Naquela época, não era

no hospital, foi para casa, e em poucos dias estava

fácil conseguir uma parceira que não fosse uma

se casando com a Vera Niemeyer, sua atual mulher

profissional, então cheguei até ele e disse que tin-

e companheira há mais de 25 anos. Para mim, ele é

ha marcado com uma mulher... O vovô, sem hesitar,

muito mais do que qualquer adjetivo, ele é meu pai.

tirou do bolso um maço de dinheiro; e sem dúvida

Sim, um pai que me ensinou as coisas mais impor-

fiz bom proveito dele! Não sei se algum dos exem-

tantes da vida. Quando quis me fazer ler um livro

plos foi a maneira mais correta, acredito que não,

- o meu primeiro livro - mas não era meu forte, lá

mas foi a forma de carinho e amor que ele soube

foi ele... Comprou toda a coleção do Monteiro Lo-

me passar. Sua preocupação sempre foi em faz-

bato, e como forma de incentivo, me pagava por

er de mim uma pessoa correta e sensível com os

página lida, mas para receber, eu tinha que lhe faz-

problemas do mundo. Ainda venho tentando seguir

er um resumo ao término de cada página. (Risos)

seus ensinamentos, e nem sei como retribuir tudo

Meu primeiro cigarro também veio através dele,

o que ele me fez. Atualmente estou fazendo uma

lembro-me até hoje um Luiz XV sem filtro. Quando

homenagem a ele, muito longe do que ele merece,


mas foi uma maneira de fazer algo. Em breve lan-

a todos com sua rápida recuperação. Ele tem uma

çarei o livro Curvas, inspirado em seu famoso po-

saúde de ferro! Não sabemos o motivo, talvez

ema de mesmo nome, no qual ele se refere às cur-

por se alimentar sempre no horário, comer

vas criadas pela natureza e as curvas “do corpo da

o suficiente, não comer comida industrial, etc.

mulher preferida”. O livro será a união de fotos que

Mas e o cigarro? Fumou a vida inteira e parou

representam de forma poética, suas obras e seus

apenas no ano passado, às vésperas de com-

poemas - 25 fotos de arquitetura, 25 croquis de ar-

pletar 103 anos. Inexplicável! Ainda neste período

quitetura, 25 fotos de paisagens, 25 desenhos e fo-

hospitalizado,

tos de mulheres, além de vários textos de autoria

Magnífica!(“Tranquilo com a vida”). E não é sua única

de Oscar Niemeyer e ainda um texto de Pablo Neru-

música, existem outras, dentre elas, uma que se cha-

da e outros nomes de sua preferência, também por

ma “Samba do arquiteto”, criada em 1962. Com sua le-

mim escolhidos, como dos amigos José Saramago

tra ainda atual, costumamos usá-la sempre em nos-

e Fidel Castro. Nos últimos três anos, o Dindo teve

sas exposições. Sim, são 104 anos, mas sua mente é

algumas complicações de saúde e teve que ser

jovem e está totalmente em atividade e trabalhando

hospitalizado, e novamente veio á surpreender

muito. Sua mente, aliás, está além de todos nós!

compôs

uma

música

linda!


Esta foi a primeira vez que Oscar Niemeyer posou para uma publicação de moda, e como não poderia deixar de ser, quis usar um pouco de seu talento e criatividade para enriquecer o ensaio. Toda sua inspiração através das “curvas”, foi representada pela beleza da modelo Barbara Romer, que posou ao seu lado e ganhou em seus braços, uma rosa e um poema; ambos desenhados pelo próprio arquiteto diretamente em sua pele!


Poema Curvas “Não é o ângulo reto que me atrai, nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país. No curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o universo, o universo curvo de Einstein.“


crÉditos DIREÇÃO CRIATIVA Marco Antonio Ferraz FOTOS Rodrigo Picorelli STYLING Renata Assumpção BEAUTY Erica Monteiro ASSISTENTE Alice Bronw PRODUÇÃO DE MODA Priscila Leal MODELOS Barbara Romer | EG MODELS Raphael Lourenzo

CAPA Look total Ellus

DIREÇÃO CRIATIVA Marco Antonio Ferraz FOTOS Rodrigo Picorelli STYLING Priscila Leal BEAUTY Juranda Xavier ASSISTENTE Eduardo Nogueira PARTICIPAÇÃO ESPECIAL Tony Correa (ator) Fabio Bianchini (ator) AGRADECIMENTO ESPECIAL Viola – Assessoria de Imprensa da Portela Velha Guarda e Bateria da Portela Bia Serra

CAPA Emanuelle veste vestido Guilherme Tavares, pulse iras Saara e brincos Antonio Bernardo.

PÁGINAS  E  Gianecchini veste Ellus. Barbara veste Dolce e Gabanna. Raphael veste calça Ellus, T-shirt Reserva e chapeu Ellus. PÁGINA  Barbara veste calcinha La Perla e top H&M. PÁGINAS  E  Barbara veste calça vintage Frankie & Amaury e top La Perla.

Nas fotos da quadra Emanuel e veste vestidos Guilherme Tavares, pulseiras Saara e brincos Antonio Bernardo. PÁGINAS  E  Emanuelle veste Virzi e atores calças Osklen e tshirt H&M. PÁGINAS  E  Emanuelle veste s aia Virzi, t-shirt Ateen e pulseiras Rita Sobral

PÁGINAS  E  Barbara veste Gucci e sandalias Mara Mac.


crÉditos REALIZAÇÃO Manuel Salvador assistido por Diana Cardoso e Thais Amormino FOTOS Pedro Ferreira CABELOS Helena Vaz Pereira assistida por Pini MAQUILHAGEM Nana Benjamim assistida por Elodie Fiúza ARTIGO Maria Higgs Celeiro MODELO David Aparicio (Just Models)

CAPA Vestido e casaco em pelo, Filipe Faísca

DIREÇÃO CRIATIVA Marco Antonio Ferraz FOTOS Kadu Niemeyer PRODUÇÃO EXECUTIVA Denise Mello TATOOS Beto Tatoo BEAUTY Juranda Xavier ASSISTENTE Luiza Penant AGRADECIMENTO ESPECIAL Kadu Niemeyer

STYLING Priscila Leal

MODELO Barbara Romer | EG MODELS

PÁGINAS  E  Camisola em caxemira, Sinequanone. Saia e sapatos em pele, ambos BCBG. Casaco em pelo, Tara Jarmon. Meias, Calzedonia. AGRADECIMENTO ESPECIAL MarianaSousa. PR.HotelRITZ.Four. SeasonsLisboa.

Barbara veste vestido longo verde Esmeralda Guilherme Tavares.


colaBoradores Marco Antonio Ferraz é editor de moda e trabalhou para as principais revistas internacionais; como Vanity Fair ,Vogue e GQ. Dirigiu o longa metragem Flordelis - Basta uma palavra para mudar e esta escrevendo um livro sobre o sistema carcerário feminino. Não se limita a moda, é ligado a vida, as pessoas, e gosta de dar vez aos que não têm voz. Rodrigo Picorelli, fotógrafo e designer carioca de origem espanhola estampa as capas e matérias da Drops com Reynaldo Gianecchini e emanuelle Araújo.

Liane Banca é designer e jornalista de moda. em 10 anos de carreira já trabalhou em diversas mídias; como TV, teatro, jornal e revistas. Há 4 anos participa do conselho editorial da Drops e faz coberturas das fashions weeks pelo Brasil.

Kadu Niemeyer, neto do arquiteto Oscar Niemeyer, fotografa arquitetura há mais de 40 anos. Há pouquíssimo tempo começou a fotografar, mas já clicou grandes personalidades do país. Em 2012 lançará livro Curvas, uma homenagem ao avô e seus projetos de curvas. Thais Amormino é editora de moda na europa, onde faz a cobertura das principais fashion weeks e coordena as edições internacionais da revista Drops.


tHanK you 40 Graus Models

Leonardo Di Marino

Adriano Sammarone

Liane Banca

Ailton Botelho

Marco Antonio Ferraz

Alicia Kosem

Marcos Geromini

Almir Soares

Maria João Bastos

Caio Fischer

Mega Models

Carla Palmieri

Oscar Niemeyer

Carlos Koga

Paulo Greca

Carlos Ostronoff

Paulo Neto

Clay Rodrigues

Reynaldo Gianecchini

Dorival Neto

Ricardo Bruno

Douglas Sato

Ricardo Oliveros

Elian Gallardo

Rodrigo Picorelli

Eliane Peres

Rosa Celeste

Elisa Sassi

Rozze Angel

Eloy Nunes

Silvana Querido

Elza Alves de Campos

Simone Farret

Emanuelle Araújo

Simone Paschoal

Estêvão Delgado

Stephanie Mazzarello

Fabinho Viana

Tatiane Greco

Felipe Bruno

Ten Models

Ford Model

Tere Salas

Holofote

Thais Amormino

Kadu Niemeyer

Thais Carmona

Kadu Porolari

Yakkos Nasser

Kecya Feliz

Zeh Henrique Domingues


drops #50 PUBLISHER Fredy Campos / fredy@dropsmagazine.com.br

REDAÇÃO Thais Amormino / europa@dropsmagazine.com.br Rozze Angel / angel@dropsmagazine.com.br Liane Banca / liane@dropsmagazine.com.br Simone Farret / simone@dropsmagazine.com.br

CONSELHO EDITORIAL Fredy Campos / Rozze Angel / Dorival Neto / Liane Banca / Thais Amormino / Estêvão Delgado

RELAÇÕES PÚBLICAS Dorival Neto para DNRP dorival@agenciadnrp.com.br

PROJETO GRÁFICO E DESIGN Zeh Henrique Domingues / zecomze@hotmail.com

INTERNET redacao@dropsmagazine.com.br www.dropsmagazine.com.br

DROPS MAGAZINE | ano X #50 Rua Cônego Eugênio Leite, 225, Jardins - 054414-010 - São Paulo, SP / tel: (11) 2367.0006 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. A DROPS É UMA REVISTA COM CONTEÚDO CONTEMPORÂNEO QUE TRAZ MODA, TENDÊNCIAS, ENTRETENIMENTO, MÚSICA, ARTES, FOTOGRAFIA, TECNOLOGIA, ARQUITETURA E DECORAÇÃO, GASTRONOMIA E DESIGN EM GERAL. PESSOAS QUE NÃO CONSTAM DO EXPEDIENTE DA REVISTA NÃO TÊM AUTORIZAÇÃO PARA FALAR EM SEU NOME OU RETIRAR QUALQUER TIPO DE MATERIAL PARA PRODUÇÃO A NÃO SER QUE TENHAM EM SEU PODER UMA CARTA ATUALIZADA E DATADA EM PAPEL TIMBRADO, ASSINADA PELA EDITORA. OS ARTIGOS ASSINADOS SÃO DE EXCLUSIVA RESPONSABILIDADE DOS AUTORES E NÃO REFLETEM A OPINIÃO DA REVISTA. FICA EXPRESSAMENTE PROIBIDA A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL SEM AUTORIZAÇÃO PRÉVIA.



Adriana Recchi Adriane Galisteu Ale Rosa Aline Weber Ana Claudia Michels Ana Moura Camila Finn Carla Lamarca Caroline Bitencourt Cindy Mendes Claudia Leitte Claudia Liz Daniel Bueno Daniela Cicconello Danielle Winits Deborah Secco Diego Gasques Ellen Jabour Elza Soares Fabiana Semprebom Fernanda Barbosa Fernanda Machado Fernanda Motta Grazi Massafera Isabeli Fontana Isabella Fiorentino Joice Monback Julia Petit Juliana Imai Juliana Knust Juliana Paes Kelli Aguiar Lara Gerin Leila Moreno L o r i s K ra e m e r

L u c i a n a Ve n d ra m i n i

Luiza Brunet

Malvino Salvador Marcos Mion Maria Jo達o Bastos Mariana Santin

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Marina Dias

Marina Person Michelli Provensi Negra Li Oscar Niemeyer Paola de Orleans Paola Elisa Paulo Vilhena Quelynah Reynaldo Gianecchini Rojane Fradique Sabrina Parlatore Sabrina Sato Samira Carvalho


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