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sem glúten | 2017

2017 47 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

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www.celiacos.org.pt

a dc foi notícia em maio

sensibilidade ao glúten não celíaca, sabe o que é?

saiba como enfrentar os desafios fora de casa


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EDITORIAL

SUMÁRIO

Mafalda Carvalho

Chegámos ao verão, que é por excelência um tempo de convívio fora de casa. É fundamental que, enquanto celíacos, mantenhamos os hábitos saudáveis que caracterizam o nosso contexto familiar/ relacional, e que o cumprimento escrupuloso da DIG (Dieta Isenta de Glúten) não seja um fator inibidor do usufruto pleno desses momentos felizes. Qualquer projeto de férias é viável desde que convenientemente preparado. Nos países ocidentais encontramos uma oferta muito semelhante à que existe em Portugal, tendo também apoio extra das organizações locais similares à APC. Mas se a opção for viajar para países culturalmente mais distantes, também não temos de limitar os nossos sonhos. Levando um conjunto de produtos embalados, a que possamos recorrer em caso de «emergência», e optando por alimentos locais naturalmente isentos de glúten, crus ou confecionados de forma simples, podemos desfrutar tranquilamente das férias. Existem apenas duas decisões que não podemos tomar: pôr em causa o cumprimento da DIG e cancelar a viagem. Em Portugal, temos cada vez mais estabelecimentos certificados pela APC/Biotrab, onde podemos comer em total segurança, ao mesmo tempo que se multiplicam também os pontos de venda com oferta de produtos específicos sem glúten, mas, na ausência destes, o princípio é sempre o mesmo: encontrarmos uma solução que nos permita usufruir de uma vida plena e sem limitações decorrentes da necessidade de cumprimento da DIG. E há sempre uma solução, há sempre uma alternativa. O convívio com amigos e familiares que nos querem bem é um dos principais fatores de promoção de uma vida saudável e, consequentemente, de bem-estar. Aproveitemos então o verão na sua plenitude. Sem glúten e sem complicações. Boas férias!

INICIATIVAS

04 45.º Encontro Nacional de Celíacos 06 Dia Internacional do Celíaco 08 Dia do Celíaco assinalado pelos parceiros da APC 09 DC nos media 10 Workshops Páscoa NOTÍCIAS 12 É cada vez mais fácil comer fora de casa

em segurança

PERGUNTAS CELÍACAS

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Perguntas celíacas — respostas sem glúten

NOVIDADES 16 GlutM | Pulsin

Novos produtos com o logótipo da APC

DA ÉPOCA 18 Gelados INFORMAÇÃO TÉCNICA 19 Pão de beterraba isento de glúten 20 A sensibilidade ao glúten não celíaca

é efetivamente uma intolerância ao trigo

RADAR 22 Doença celíaca na infância e adolescência

Dar mais ao sócio

INFORMAÇÃO TÉCNICA 23 Enfrentar os desafios fora de casa CONTACTOS INSTITUCIONAIS APC APC morada Av. Júlio Dinis, n.º23, 1.º Esq, 1050-130 Lisboa (Junto ao celeiro da Avenida da República) telf. 217 530 193 | telm. 919 213 496 / 918 139 511 site www.celiacos.org.pt e-mail apc@celiacos.org.pt | nutricionista@celiacos.org.pt facebook http://www.facebook.com/APCeliacos FICHA TÉCNICA título Sem Glúten | periodicidade Quadrimestral | tiragem 2000 exemplares propriedade APC - Associação Portuguesa de Celíacos diretora Mafalda Carvalho | edição APC redação Daniela Afonso, Rita Jorge e Vanessa Domingos design Vanda Mota | impressão Dilazo - Artes Gráficas SA AVISO LEGAL · A APC divulga informação generalizada direcionada aos seus associados e demais interessados na doença celíaca. Os conteúdos da revista Sem Glúten (incluindo artigos, receitas, anúncios publicitários e outro tipo de informação) não têm a intenção de dar um parecer médico, dietético ou legal, pelo que a leitura dos seus conteúdos não dispensa o aconselhamento médico especializado. · A APC não pode ser considerada responsável por eventuais modificações de fabrico que surjam após divulgação dos artigos/anúncios publicitários, nomeadamente no que respeita a alterações nos ingredientes dos produtos divulgados como isentos de glúten após análise, uma vez que essas alterações são da responsabilidade dos fabricantes/produtores. · Alertamos ainda para o facto de a APC não poder garantir a total isenção de glúten nos produtos confecionados e comercializados nos restaurantes/ padarias/ pastelarias divulgados. A confirmação deverá sempre ser feita pelo consumidor aquando da visita ao estabelecimento.

ESPAÇO DO SÓCIO 24 Intolerância ao glúten nas jornadas

de ciências da nutrição Podem os chás ter glúten? 25 Ação de sensibilização em Mortágua Formação no Tempus Hotel & SPA 26 Pontos de venda | Rubrica Celeiro APC no Algarve

VIAGENS 28 Pura Vida – sem glúten RECEITAS SEM GLÚTEN 29 Barras energéticas de avelã e alperces

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Croquetes de carne Bolo de curgete e chocolate


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INICIATIVAS

45.º ENCONTRO NACIONAL DE CELÍACOS REÚNE 206 PESSOAS EM TOMAR O 45.º Encontro Nacional de Celíacos decorreu no dia 18 de março de 2016 no Hotel dos Templários, em Tomar, e reuniu 206 pessoas para mais um dia dedicado ao conhecimento e partilha de informação sobre a Doença Celíaca (DC). O programa teve a participação da nutricionista Rita Morais, da clínica CMPOH, que falou sobre «Alimentação sem glúten naturalmente saudável»; da Dra. Henedina Antunes, pediatra no Hospital de Braga, com uma apresentação intitulada «Celíacos Empower»; da psicóloga da APC, Helena Correia, que apresentou este novo serviço da associação, abordando «O papel da psicologia na doença celíaca»; e da Dra. Isabel Castanheira, do INSA, que falou sobre «Abordagens metodológicas na dieta do doente celíaco», nomeadamente a investigação sobre novos alimentos e análises de deteção do glúten em produtos especificamente elaborados para celíacos.

Após as apresentações técnicas, decorreu a assembleia-geral, com apresentação do relatório e contas referente a 2016. Paralelamente às palestras, o evento contou com stands de exposição de empresas parceiras, revelando as últimas novidades no que toca à alimentação sem glúten, permitindo a degustação. Como é habitual, houve também um espaço dedicado à animação das crianças, que esteve a cargo do Campo Jovem. O encontro contou com o apoio de: DauraDamm, AColmeiadominho, Celeiro/Schär, Garcia & Filhos, Genius, Glutamine, Nestlé, Mar Ibérica, S.A., Museu do Pão, Arroz Pato Real, Soria Natural, Dacsa Atlantic (Ceifeira), Vimeiro, Ferbar, Fruut, Gullon, Kevago, Nobre, Paladar Pronto, Pescanova, Laboratórios Germano de Sousa e EWH (Smooze). O próximo encontro nacional decorrerá no dia 11 de novembro no Porto.

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COMEMORAÇÕES NAS ESCOLAS 8

DIA INTERNACIONAL DO CELÍACO

A integração do celíaco na escola é parte essencial do seu bem-estar e relacionamento com os outros. Todos os anos temos pais e escolas a assinalar esta data tão especial, dando a conhecer a doença celíaca a toda a comunidade escolar. Partilhamos alguns testemunhos.

Convencionou-se internacionalmente que maio seja considerado o mês do celíaco, e o dia 16 o «Dia do Celíaco», concentrando-se neste período um conjunto de iniciativas de divulgação e esclarecimento. Neste sentido, a APC desenvolveu e participou, sob todas as formas, em ações, notícias, convívios que contribuíram para a divulgação da DC junto da população portuguesa, e promoveu o convívio entre celíacos e familiares. Fique a conhecer as atividades e não perca a oportunidade de participar para o ano!

«No mês de maio, a APC foi ao Colégio Luso-Francês fazer uma apresentação sobre a doença celíaca ao 5.º ano e a uma turma do 2.º, turmas essas com dois meninos celíacos. Terminou com a oferta de um lanche sem glúten, composto por tortas de ovo, patrocinado pela Garcia & Filhos. A mensagem foi tão positiva que no final da apresentação um menino perguntou: “Estás a convencer-me a ser celíaco ou estás só a explicar o que é ser celíaco? É que se me estás a convencer, eu quero ser celíaco porque já percebi que existem muitas coisas boas para os celíacos."» Susana Tavares mãe de um celíaco e vogal da Direção da APC

JANTAR DO DIA INTERNACIONAL DO CELÍACO 1 Mais uma vez o dia 16 de maio foi comemorado com um jantar, este ano no restaurante La Trattoria, em Lisboa, recentemente certificado pela APC/Biotrab. O menu incluiu as entradas (couvert e insalata), o menu principal (rigatoni al tartufo, risotto portobello ou hambúrger di manzo, para crianças) e a sobremesa (chifon de chocolate, panacotta de manjericão e fruta variada). O jantar foi acompanhado por várias bebidas, incluindo cerveja sem glúten, água e vinhos. Como é já um hábito, o jantar serviu de pretexto para o convívio e troca de experiências entre os participantes de várias idades. O chefe de cozinha falou com a APC sobre o menu, sobre a experiência de servir para celíacos e sobre os celíacos estrangeiros que procuram o restaurante.

COMEMORAÇÕES DO MÊS DO CELÍACO NO NORTE 2,4 Este ano o mês do celíaco foi assinalado por diversos eventos na zona Norte. O primeiro lanche realizou-se na Confeitaria Avenida. Os participantes puderam degustar os novos bolos de chocolate e cheesecake da marca Gergran, bem como tostas mistas, croissants e os muffins. O segundo encontro realizou-se na Gluten Free Store com o seu já famoso pão de ló e com duas novas qualidades de pão. Este ano o Turismo do Porto e Norte de Portugal convidou a APC para estar presente na sua loja juntamente com os parceiros da associação, tendo como objetivo divulgar as atividades junto dos turistas. Também presentes estiveram as empresas Glutamine, Coutyfil e Com Cuore, com as suas especialidades para degustação a todos os que visitaram o espaço. O almoço no restaurante de Sérgio Crivelli decorreu já mais para o final do mês, com as já reconhecidas pizzas. As comemorações terminaram com um lanche na Com Cuore, onde os participantes puderam provar crepes de chocolate. Estes quatro estabelecimentos, pastelarias e restaurantes no Porto estão certificados no âmbito do Projeto Gluten Free, existindo cada vez mais oferta aos celíacos no Norte do país. Carmen Soares Membro dos órgãos sociais da APC e do grupo de celíacos do Algarve

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CHÁ DAS 5 NA CHOCO & MOUSSE 3 No dia 13 de maio foi comemorado o mês do celíaco com um lanche na Choco & Mousse, em Lisboa. Mais uma vez, a chefe pasteleira Erika Szabó presenteou os participantes com um lanche que agradou a todos e que incluiu scones, mini-quiches, mini-tartes de frutas frescas e de limão, bolos à fatia e bebidas. A Choco & Mousse tem-se dedicado à confeção de variados produtos de pastelaria húngara sem glúten, bem como sem lactose, sem açúcar, sem ovo e vegan, utilizando frutas e ingredientes frescos sem aditivos, corantes ou conservantes.

SEMANA DO EMPREGADOR NO IEFP EM SANTARÉM 5 Integrado nas comemorações do Dia Internacional do Celíaco, a APC esteve presente na Semana do Empregador, que teve lugar no Serviço de Formação Profissional de Santarém, Instituto do Emprego e Formação Profissional, IP, no dia 15 de maio, com uma sessão de sensibilização e esclarecimento sobre a doença celíaca e a oferta sem glúten, apta ao celíaco, dirigida a formandos e formadores, e aos empresários da área da hotelaria.

SEMANA DA SAÚDE DO GPP 6 A APC marcou presença na Semana da Saúde, no Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral (GPP), no dia 26 de maio, com uma ação de sensibilização para a doença celíaca, a degustação dos brownies sem glúten da Choco & Mousse e a realização de rastreio da DC pelos Laboratórios Germano de Sousa. Integrado na participação da APC, foi realizado um workshop de pão sem glúten que surpreendeu os presentes pelo seu sabor, textura e facilidade de execução.

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ALMOÇOS COMEMORATIVOS FUNCHAL Este ano, o Dia Internacional do Celíaco foi comemorado de maneira diferente na ilha da Madeira, com a realização de um almoço no restaurante MyWay, o primeiro estabelecimento certificado na ilha, localizado no Funchal. O almoço contou com a presença de 15 participantes que puderem provar, e aprovar, os vários pratos e entradas servidas, incluindo o famoso bolo do caco sem glúten. É esperado que este seja o primeiro de muitos eventos a realizar-se no restaurante e que surjam cada vez mais projetos semelhantes nas ilhas. ALGARVE 7 No passado dia 6 de maio realizou-se na pizzaria Senhor Frog´s, em Albufeira, mais um almoço comemorativo do dia do celiaco em Portugal. Como vem sendo habitual, foi possível degustar os pães de alho, com queijo e com tomate e as mais variadas pizzas do Senhor Frog´s. Este ano as sobremesas foram feitas pelos participantes do almoço, podendo os participantes também provar variados doces. A lotação da pizzaria ficou esgotada pois o almoço contou com um grupo de cerca de trinta e dois participantes. O supermercado Apolónia apoiou o evento com a oferta de três cabazes recheados de produtos sem glúten, sorteados pelos sócios presentes. Estes momentos de convívio são sempre apreciados pelos celíacos por possibilitarem a partilha de experiências e a degustação de novos pratos isentos de glúten.

«Mais um ano, mais um lanche, mas o sorriso da Matilde continua o mesmo: feliz! Ela vive este dia... Além do lanche com o apoio do Celeiro, fizemos também um jogo com imagens de alimentos, em que os amigos tinham de ver se seria um alimento permitido, proibido ou perigoso. Foi interessante ver que alguns amigos já têm noção do que a Matilde pode ou não comer. Obrigada, APC. Obrigada, Celeiro.» Vera Amaral celíaca e mãe de uma celíaca

«Como celíaca há 18 anos e sendo o meu filho de 5 anos celíaco há três anos, tenho sempre assinalado este dia na escola dele com uma pequena atividade. Este ano, no colégio Kriakrianças, em Linda-a-Velha, foi realizada uma ação de sensibilização sobre a condição de celíaco do F.N. Iniciámos a atividade por falar sobre o glúten e alguns alimentos que um celíaco tem de substituir. Para exemplificar, preparámos um pão sem glúten. Enquanto o pão levedava na máquina de fazer pão, confecionou-se um bolo de chocolate. De seguida, procedemos à leitura do livro O Manhoso Senhor Glúten, o que levantou imensas perguntas por parte das crianças e que foram discutidas em conjunto. Depois, observámos alguns alimentos naturalmente isentos e algumas embalagens com o símbolo de isenção de glúten, nas quais temos a certeza de que o Manhoso Senhor Glúten não se pode esconder, podendo ser consumido com segurança pelos celíacos. Nesta observação, as crianças identificaram alguns dos alimentos que são consumidos pelo F.N. durante as refeições que faz no colégio. Por fim, realizámos um pequeno quizz baseado na história que tínhamos lido, em que todos acertaram na resposta. Ao lanche todos puderam deliciar-se com um maravilhoso pão e bolo sem glúten.» Maria João Cordeiro celíaca e mãe de um celíaco

O Dia Internacional do Celíaco foi também assinalado na turma do 2.º ano da escola da Matilde, Escola de Goios em Esposende, através da leitura do livro O Manhoso Senhor Glúten e das bolachinhas oferecidas aos amigos da turma.


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INICIATIVAS

DIA DO CELÍACO ASSINALADO PELOS PARCEIROS DA APC

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DC NOS MEDIA RTP 1

A doença celíaca foi o tema do programa Diga Doutor, do dia 23 de maio. O programa contou com a participação especial do gastroenterologista Paulo Ratilal, de Mafalda Carvalho, presidente da APC, e Daniela Afonso, nutricionista na APC.

Foram vários os parceiros da APC a assinalar esta data especial. Fique a conhecê-los! Na semana de 15 a 19 de maio, o blogue A pitada do Pai colaborou na divulgação de receitas sem glúten práticas, diversificadas e saudáveis. Não perca pitada em www.apitadadopai.com. A Mÿiced Bairro Azul, a mais recente gelataria certificada pela APC/Biotrab, assinalou o dia com a oferta de um iogurte gelado a todos os associados APC que visitassem a loja naquele dia, entre as 17h00 e as 19h00. A panificadora Garcia & Filhos, também certificada, ofereceu no dia 16 de maio uma caixa de tortas de ovo por cada 15 € em compras efetuadas na fábrica da empresa, na Moita, além dos habituais 15% desconto a sócios da APC. A Coutyfil – Alimentação, loja parceira da APC, realizou a ação «Um doce sem glúten», com produtos para degustação e venda, no dia 20 de maio, no Espaço ComVida, Lousada.

Veja o vídeo em https://www.rtp.pt/play/p3129/e290634/diga-doutor.

RTP 2

O programa Sociedade Civil assinalou o Dia Internacional do Celíaco, abordando nesse dia o tema «Intolerâncias Alimentares», com a participação da nutricionista Daniela Afonso e da imunoalergologista Ana Célia Costa. Veja o programa completo em https://www.rtp.pt/play/p3150/e288820/ sociedade-civil.

100 MIL CELÍACOS EM PORTUGAL Veja a entrevista à nutricionista Rita Jorge e à celíaca Vanessa Domingos no portal do Atlas da Saúde. Leia a entrevista completa em http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/85dos-doentes-celiacos-nao-sabe-que-tem-doenca.

RTP MADEIRA Mÿiced Bairro Azul

Rute Freitas, membro dos órgãos sociais da APC, abordou a DC e a DIG no programa Madeira Viva. Veja ou reveja em https://www.rtp.pt/play/p3064/e280020/madeiraviva2017.

PORTO CANAL

Veja a reportagem do Porto Canal no seguimento da sessão de sensibilização dirigida aos alunos do Colégio Luso-Frânces, no Porto, dinamizada por Susana Tavares. Vídeo disponível em http://portocanal.sapo.pt/noticia/122808.

GLÚTEN E DOENÇA CELÍACA

Partilhamos a entrevista da Nutrihome à nutricionista Rita Jorge, em que esclarece alguns dos mitos associados à doença. Veja a entrevista na integra em http://nutrihome.pt/2017/04/11/glutene-doenca-celiaca-entrevista-a-dr-a-rita-jorge-nutricionista-da-associacaoportuguesa-de-celiacos-apc/.

NOVO PARCEIRO Para continuar a sensibilizar novos públicos, a APC estabeleceu uma parceria com o site da Felicitas baby club, onde irá encontrar conteúdos sobre o tema: http://felicitas.pt/web/familiadoenca-celiaca.html.

REVISTA VIVER SAUDÁVEL

As duas últimas edições da revista Viver Saudável, dirigida aos profissionais de saúde, contaram com a colaboração da nutricionista Rita Jorge com um artigo de opinião e colaboração num artigo sobre a doença e a importância deste grupo específico para as marcas de produtos alimentares.


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INICIATIVAS

WORKSHOPS PÁSCOA A Páscoa é uma festividade celebrada por grande parte da população. Sendo um motivo de convívio entre familiares, torna-se essencial que o almoço de domingo seja apto a todos, com um enfoque especial nas crianças. Com este mote foram desenvolvidos dois workshops, em cidades diferentes. Um para adultos1,3 e outro totalmente orientado para as crianças2. Para ajudar a confecionar os alimentos associados à época, no dia 8 de abril, Susana Tavares e Rita Jorge partilharam com celíacos e/ou cuidadores as suas receitas de Páscoa sem glúten, para que todos pu-dessem usufruir de uma festa isenta de glúten. Coelhos, folar de ovos e ninho de Páscoa foram as receitas apresentadas no espaço Workshops Pop-Up. com, no Porto, com o apoio da Glutamine. Cenouras mistério, recriações do «jardim dos pintainhos» e decorações em pasta de açúcar alusivas à época foram as propostas para um momento de diversão e criatividade sem glúten entre as crianças, dinamizado com os truques e dicas da formadora Almerinda Nascimento, mãe de uma jovem celíaca e membro dos órgãos sociais da APC. O workshop decorreu na manhã do dia 1 de abril, nas instalações da Associação de Cozinheiros Profissionais de Portugal (ACPP), em Lisboa, com o apoio da Soria Natural.

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Consulte estas e outras receitas no separador «Alimentação» do portal da APC, em www.celiacos.org.pt/alimentacao/livros-de-receitas.html. anunci NOGLUT.pdf

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É CADA VEZ MAIS FÁCIL COMER FORA DE CASA EM SEGURANÇA O projeto Gluten Free, fruto de uma parceria entre a APC e a Biotrab, foi lançado em Setembro de 2012 e conta até agora com 26 estabelecimentos e outras empresas certificadas. Fruto do trabalho de sensibilização da APC e da colaboração de todos os que divulgam este projeto e ajudam a associação a chegar mais longe, são cada vez mais os estabelecimentos e empresas da indústria agroalimentar a aderir à certificação da APC/Biotrab. Este é um projeto que tem vindo a crescer, havendo agora uma maior oferta a celíacos, inclusive nas ilhas. Como resultado, os celíacos beneficiam hoje de um leque de escolha consideravelmente maior, facilitando a sua participação em ocasiões de convívio e partilha com familiares e amigos fora de casa.

GLUTEN FREE STORE

O restaurante My Way, localizado no Funchal, disponibiliza agora todos os pratos do menu adequados a celíacos. É o primeiro restaurante no arquipélago a ostentar esta certificação. Inspirado pela música jazz, o restaurante disponibiliza pratos da cozinha regional madeirense, como a espetada e o peixe-espada com banana e maracujá, mas também pratos da cozinha tradicional portuguesa e alguns pratos internacionais, como o pepper steak. Do menu constam ainda várias entradas, como o famoso bolo do caco, sopas, saladas, vários pratos de peixe e carne, e também massas e tostas. Além de isentos de glúten, os pratos são também isentos de lactose. «A decisão de adaptar o restaurante a esta realidade surgiu da deteção da necessidade de satisfazer as carências de um número cada vez mais expressivo da população com intolerância ao glúten e com doença celíaca, quer sejam portugueses ou estrangeiros que visitam a ilha e se sentem privados de comer fora em segurança», diz o restaurante My Way.

Há no Porto mais um espaço adequado a celíacos. Depois de o seu filho ter sido diagnosticado com doença celíaca, a proprietária encarou a alteração na alimentação como uma forma de torná-la ainda mais saudável. É esta a sua missão e foi assim que surgiu a Gluten Free Store. O espaço surge com o conceito de alimentação saudável à base de produtos sazonais. Na loja podem encontrar-se pão fresco e bolos, tanto à fatia como inteiros. No processo de produção, são utilizadas farinhas de cereais naturalmente isentos de glúten e outros ingredientes, como sementes e os chamados pseudo-cereais, tais como sementes de chia, sésamo e linhaça; quinoa; mandioca; tapioca; oleaginosas (como amêndoas); e leguminosas (grão-de-bico), fazendo as suas próprias misturas. O menu varia todos os dias e são servidos pequenos-almoços, almoços e lanches. Além do pão e dos bolos, o restaurante serve sopas, saladas, pratos de peixe e de carnes brancas, sumos naturais e iogurtes. Os produtos são adoçados apenas com stevia ou fruta natural. Além do menu diário, a Gluten Free Store aceita encomendas de bolos para aniversários ou outras ocasiões especiais. Tem ainda serviço take-away para que as refeições estejam acessíveis em casa ou no trabalho.

Rua Ponta da Cruz, Edif. Roda Mar, Loja 12 AP 9000-103 Funchal (próximo da Estrada Monumental e do Fórum Madeira) | das 12h00 às 23h00 291644942/9260940502/967475849 | provide.senses@gmail.com

Rua Doutor Eduardo Santos Silva, 74, 4200-278 Porto | 964196577 Aberto de segunda a sexta-feira. Encerra aos fins-de-semana, exceto para entrega de encomendas.

MY WAY

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CONFEITARIA AVENIDA

DESPENSA N. 6

A pensar nas novas tendências da indústria alimentar e na alimentação especial, esta confeitaria com fabrico próprio desde 1983 apostou numa maior oferta de produtos, incluindo produtos e menus sem glúten e/ou sem lactose Os produtos comercializados pela Confeitaria Avenida são produzidos por empresas portuguesas, estando o estabelecimento certificado no âmbito da manipulação de produtos sem glúten, cumprindo os requisitos necessários para garantir a isenção de glúten nos produtos identificados. Na lista de produtos disponíveis, pode encontrar as opções pão branco, pão de sementes, muffins simples, muffins de chocolate, muffins de limão e papoila, muffins com recheio de framboesa, croissant brioche, pastéis de nata. No salão de chá, estão disponíveis os menus sem glúten para os pequenos-almoços e lanches.

No dia 14 de maio, foi inaugurada a Despensa N. 6, uma pastelaria com produtos sem glúten e sem açúcar, confecionados com ingredientes biológicos. Para confecionar estes produtos, são selecionadas matérias-primas com base na sua qualidade nutricional, «pelo que eliminamos ingredientes geneticamente modificados e vazios do ponto de vista nutricional», indica Pedro Dias, um dos responsáveis pela pastelaria. Acrescenta que não recorrem «a trigo, milho, açúcares e óleos refinados, nem qualquer ingrediente artificial». Além dos produtos de pastelaria, a Despensa N. 6 também comercializa alguns produtos a granel, como amêndoas, granola de cacau, sal, sementes e açúcar de coco, ingredientes que também utilizam na confeção dos produtos de pastelaria. Da oferta fazem parte pão, fabricado diariamente, vários bolos e leites vegetais. Durante o fim de semana, é também servido brunch.

Avenida 25 de Abril, 144, 4420-353 S. Cosme, Gondomar 224831820/914395582 | confeit.avenida@netcabo.pt | www.confeitariaavenida.pt 2.ª a 6.ª 08h00-20h00, Sábado 08h30-20h00, Domingo 09h00-20h00

LIFE ALIMENTOS A história da Life começou com o casal Michelli e Edson Moura, que aprenderam a fazer um bolo sem trigo, leite e pouco açúcar, mas com tanto sabor que se sentiram incentivados pelo paladar a criarem a Life, uma padaria totalmente artesanal, que apresenta bolos, pães e demais alimentos sem glúten, com baixo teor de açúcar e de lactose. Dado o primeiro passo, convidaram o amigo Carim, que tem grande experiência em panificação, a fazer parte da equipa. Após muitas pesquisas e testes, conseguiram criar um produto com qualidade e saboroso ao paladar dos seus clientes. A Life tem como missão proporcionar saúde a quem necessita de uma dieta isenta de glúten, com a disponibilização de uma oferta de alimentos saudáveis. Na oferta de produtos sem glúten fabricados constam: pão de grão-de-bico, pão de linhaça, pão tipo brioche, tarte vegetariana, cookies com amêndoas, petit gateau, bolo vegan, bolo de laranja e bolo de maçã com nozes. Os produtos encontram-se embalados individualmente e não são manipulados nos estabelecimentos de venda. 966683576 | lifecomercial7@gmail.com

Avenida Sacadura Cabral, 6A,1000-274 Lisboa | 914285495 geral@despensa6.pt | www.facebook.com/despensa6

COM CUORE A Com Cuore é o novo salão de chá sem glúten do Porto. Nasceu de um sonho de Emília, a proprietária, que depois de 25 anos a trabalhar na restauração ambicionava ter um projeto só seu, mas que de alguma forma fosse diferente do que já existia. Após ter reparado na dificuldade que era para uma familiar com doença celíaca encontrar lugares para comer sem preocupações, a Com Cuore começou a ganhar sentido. Mãe e filha elaboraram a carta. Tem todos os produtos típicos de uma cafetaria, bolos, croissants, panquecas, crepes e torradas, só que adequados a celíacos. Para acompanhar, existem chás, sumos naturais e também cerveja sem glúten. Os produtos comercializados na loja são de produção própria ou produzidos por empresas portuguesas, também estas certificadas. Rua Trindade Coelho Entrada, 10, Loja 11, 4050-618 Porto | 223166328


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Sabor sem glúten

PERGUNTAS CELÍACAS — RESPOSTAS SEM GLÚTEN Envie-nos as suas dúvidas e questões relacionadas com a doença celíaca. Neste espaço serão publicadas, seguramente, respostas sem glúten. Dr. Paulo Oliveira Ratilal, responsável por esta rubrica, é médico gastrenterologista, exercendo a sua atividade clínica e endoscópica no Hospital Cuf Descobertas, em Lisboa. Tem especial dedicação à doença celíaca, interessando-se por uma abordagem global, nas suas vertentes de diagnóstico, acompanhamento e tratamento. Contacte-o através do e-mail perguntas.celiacas@celiacos.org.pt

JÁ EXISTE UM TRATAMENTO SEMELHANTE A UMA VACINA PARA A DOENÇA CELÍACA? AF, Viseu Ainda não… A doença celíaca (DC) trata-se cumprindo uma dieta totalmente isenta de glúten. No entanto, existem algumas linhas de investigação envolvendo terapêuticas variadas, nomeadamente uma vacina. Note-se que, em rigor, o termo «vacina» deve apenas ser aplicado aos tratamentos preventivos de doenças infecciosas, mas a sua utilização tem sido vulgarizada quando se discute a DC. Quando um celíaco ingere glúten (o agente agressor), os seus linfócitos (células imunitárias) reagem de forma determinada, tendo em vista a sua neutralização. A resposta imunitária e de defesa contra o glúten torna-se desregulada e desproporcionada, com reações autoimunes conduzindo à progressiva destruição das células do intestino delgado e de outros órgãos também envolvidos na DC. Com a persistência do consumo de glúten, mantém-se o ciclo da inflamação e observa-se o desaparecimento gradual das vilosidades, má absorção dos alimentos ingeridos e, ao mesmo tempo, aparecimento dos sinais e sintomas conhecidos da doença. A vacina, tal como está em desenvolvimento, pretende ensinar ao sistema imunitário uma forma de tolerar o glúten ingerido e, assim, evitar as reações que conduzem à destruição da parede intestinal e de outros órgãos envolvidos na DC. A estratégia atualmente em desenvolvimento assemelha-se àquela utilizada nas doenças alérgicas, como nas alergias aos ácaros,

aos pólenes ou aos pêlos de gato (que podem causar rinite, sinusite ou asma, por exemplo). Pretende-se «dessensibilizar» (passagem de um indivíduo sensível a determinado produto a «insensível»), estimulando progressivamente o sistema imunitário com doses crescentes desses agentes agressores. Assim, naturalmente e ao longo do tempo, o organismo aprende a suportá-los, tornando-se-lhes tolerante. Os estudos para a vacina da DC têm sido efetuados em celíacos DQ2 positivos (o gene mais frequente). Foram injetados de forma subcutânea (debaixo da pele, como a insulina dos diabéticos) um composto de três proteínas constituintes do glúten e que se consideram ser os principais agressores e desencadeantes da resposta das células imunitárias. A investigação terminou, já este ano, a fase em que se estudaram, com administração de doses variadas, a segurança, a tolerância e o mecanismo de ação do produto. Após aplicar a injeção a um número relativamente pequeno de pessoas, colheram-se amostras de sangue e de outros fluídos para análises e estudaram-se os efeitos no organismo. Como os resultados foram animadores, a fase seguinte, programada ainda para 2017, determinará se este produto tem realmente eficácia clínica, quais os efeitos secundários e a sua atividade biológica. Este passo vai ser crucial para concluir se poderá ser mesmo útil aos celíacos. Pensa-se que o maior interesse dessa vacina seja ajudar a recuperação dos celíacos sob dieta e, numa perspetiva mais avançada, permitir aos celíacos a opção em segurança por uma dieta com glúten. O tratamento, embora ainda não definido, terá uma primeira fase (chamada fase de indução) na qual as injeções serão mais frequentes, de doses mais pequenas e monitorizadas pelo médico. Posteriormente, na fase de manutenção, será possível utilizar doses maiores, espaçar as injeções e até permitir que seja o celíaco a fazê-las, em casa. Sabemos que as etapas de investigação de um fármaco têm múltiplos obstáculos a ultrapassar e que apenas uma percentagem pequena dos medicamentos em estudo acaba por ser comercializada. Contudo, os desenvolvimentos científicos nos últimos tempos devem trazer ânimo e são razões válidas para manter alta a expectativa. Até lá (e nunca antes de cinco anos…), cumprir uma dieta isenta de glúten é o melhor – e único – conselho!

Viver sem glúten não implica renunciar a mais nada. Durante mais de 35 anos, Schär dedicou-se ao desafio de combinar dieta sem glúten e comida saborosa. O resultado da nossa investigação, inovação, paixão e compromisso é uma gama de produtos saborosos com uma elevada segurança alimentar e especificações de qualidade. Do pequeno-almoço ao jantar tudo sem glúten, e não vais perder nada. Descobre a variedade de Schär em www.schaer.com

Best in Gluten Free


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NOVIDADES

GLUTM

NOVOS PRODUTOS

LANÇA PRODUTOS BIOLÓGICOS

COM O LOGÓTIPO DA APC

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sem glúten | 2017

C UI D A R D E SI É N AT U R AL

Com

Total

CONFIANÇA

São várias as empresas a reconhecer a importância do uso do logótipo da APC para identificar os rótulos dos seus produtos isentos de glúten, aumentando assim o leque de oferta disponível aos celíacos e seus familiares. Fique a conhecer as mais recentes marcas e produtos a aderir. A distribuidora GlutM lançou no mercado nacional os cereais Vitabella, as bolachas Zealia e as massas Felicia Bio, todos produtos isentos de glúten e biológicos. Os cereais Vitabella são mais uma alternativa para os seus pequenos-almoços e existem em cinco variedades: corn flakes, multicereais com alto teor de fibra, arroz tufado com chocolate, almofadas com recheio de chocolate e avelãs, e almofadas com recheio de doce de morango. Alguns destes produtos não contêm lactose e são aptos também para veganos. As bolachas Zealia estão disponíveis em cinco sabores: chá e limão, com arandos, com maçã e canela, sem açúcar, e com chocolate e avelãs. Com exceção das bolachas com chocolate e avelã, as restantes bolachas não contêm lactose. As massas Felicia Bio estão disponíveis em diversas variedades, que incluem os ingredientes: trigo-sarraceno, milho e arroz, arroz integral, multicereais com quinoa, e leguminosas. Os produtos podem ser adquiridos em diversas lojas dietéticas, espalhadas por todo o país. A GlutM (www.glutm.pt) pode ser contactada através do e-mail geral@glutm.pt.

PULSIN LANÇA LINHA DE BARRAS PARA CRIANÇAS

A Pulsin lançou no mercado português as barras Pulsin Kids, especialmente desenvolvidas para crianças, sem adição de açúcar e sem ingredientes artificiais. As barras Pulsin Kids são produzidas com aveia isenta de glúten, em três diferentes sabores: morango; groselha e maçã; e laranja com pepitas de chocolate. Cada barra corresponde a uma peça de fruta das cinco aconselhadas para serem ingeridas durante o dia. Além de isentas de glúten, são também isentas de lactose e de soja.

PASTA DO DIA A marca líder de mercado ao nível nacional no segmento de massas frescas culinárias surge agora com uma nova gama sem glúten especificamente desenvolvida para os consumidores celíacos, de forma a facilitar e diversificar a confeção das suas refeições. Por serem saborosas e de agradável textura, podem ser consumidas por toda a família e amigos. Nos ingredientes substituíram a farinha de trigo pela farinha de milho, arroz, trigo-sarraceno ou linho. Outros ingredientes enriquecem nutricionalmente estas massas, tal como as proteínas de fibra de chicória, ervilha ou batata. As novas massas frescas sem glúten da marca Pasta do Dia são ideais para receitas doces ou salgadas, permitindo facilmente preparar refeições práticas, económicas e requintadas, sem glúten. As massas podem ser encontradas no linear dos frescos, nos seguintes ponto de venda: Apolónia Supermercados, Continente, Celeiro, El Corte Inglés, Intermarché, Jumbo, Pingo Doce, Quinta do Saloio e Makro.

MICAU A Micau é uma empresa dedicada essencialmente ao fabrico de caramelo líquido e preparados para sobremesas, com experiência adquirida ao longo da sua já larga existência. O vasto conhecimento adquirido permitiu a colocação no mercado de uma variada e inovadora gama de produtos. Os produtos isentos de glúten incluem musses e gelatinas de vários sabores; pudins (flan, baunilha, chocolate, entre outros); sobremesas tradicionais (como toucinho do céu, baba de camelo, molotof e leite creme); coberturas (chantili, doce de ovos, entre outras); caramelo líquido; e fermento em pó. Podem ser encontrados nas lojas Makro, Recheio e Intermarché.

NATUREFOODS Especialmente formulado para pessoas com intolerância ao glúten, as novas massas biológicas da Naturefoods têm baixo teor de gordura. As referências disponíveis são esparguete de milho e arroz, esparguete de trigo-sarraceno, esparguete multicereais e ainda fusilli tricolor e fusilli de arroz integral. Com alto teor em fibra, vitamina E, magnésio e ainda fonte de proteína, a nova manteiga de amendoim com chia da Naturefoods é ainda vegan e sem gordura de palma. Ambos os produtos estão à venda nas lojas Celeiro.

A gama Sem Glúten da Gullón oferece um amplo sortido de produtos livres de glúten cuidadosamente elaborados com óleo de girassol de alto teor oleico. Muitas destas bolachas não contêm alérgenos, consulte em www.gullon.es


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DA ÉPOCA

MyIced Bairro Azul

Smooze!

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INFORMAÇÃO TÉCNICA

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Olá

GELADOS

PÃO DE BETERRABA ISENTO DE GLÚTEN Hugo Afonso*1 e Isabel Fernandes*2 (Alunos do Instituto Superior de Agronomia)

MYICED BAIRRO AZUL, A NOVIDADE DESTE VERÃO! A MyIced Bairro Azul, inaugurada no final de 2016, é agora uma gelataria certificada pela APC/Biotrab como apta para celíacos. A MyIced assenta num conceito inovador, o iogurte gelado em modo self-service e o chá de bolhas (bubble tea). A marca é portuguesa e oferece um iogurte gelado único, isento de glúten, sendo também confecionado sem lactose e sem açúcar — este ultimo é substituído pelo adoçante natural da stevia. Além disso, cada gelado contém apenas 94 Kcal por 100 g. Os sabores do iogurte gelado vão desde o tradicional morango ou chocolate até à cerveja artesanal, por exemplo, sendo todos isentos de glúten. A marca dispõe de mais de 60 sabores rotativos de iogurte, bem como de serviço take-away. Além dos gelados, a MyIced oferece o bubble tea, um chá típico de Taiwan, surgido na década de 80. A bebida pode ser consumida gelada ou como batido e está disponível em vários sabores, também todos isentos de glúten. O processo de certificação começou pela iniciativa de vários clientes habituais, celíacos ou pais de celíacos, que sensibilizaram a marca para esta problemática. Tendo conhecimento de que a doença celíaca afeta uma percentagem considerável da população e consciente das fortes restrições alimentares com que os celíacos se deparam diariamente, a MyIced Bairro Azul decidiu adaptar alguns dos seus produtos e oferecer aos celíacos a oportunidade de consumirem um frozen yogurt 2.0, com ou sem coberturas, e de desfrutarem de um refrescante bubble tea. Rua Fialho de Almeida, 32D | 932959874 | bairroazul@myiced.com | www.myiced.com

JÁ CONHECE O SMOOZE? O gelado Smooze, identificado com o logótipo APC, além de ser isento de glúten, também não contém lactose, conservantes, frutos secos nem adoçante, sendo adequado a pessoas com várias intolerâncias alimentares. O Smooze é um gelado 100% natural, disponível nos sabores de coco, coco e manga, coco e goiaba ou coco e ananás. Apresenta-se em embalagens de cinco unidades (65 ml cada), podendo ser conservado à temperatura ambiente até ser congelado. Tudo o que precisa fazer é agitar a embalagem, congelá-la, retirá-la, e está pronto para consumir! Encontra-se à venda nas lojas Celeiro e noutras lojas de produtos naturais. EWH Portugal Produtos Naturais, Lda. | 214849620 | info.eastwestherbs@gmail.com

OLÁ Para que a sua escolha se torne cada vez mais fácil, este ano o placard da Olá já tem os gelados isentos de glúten identificados com o logótipo da APC. A variedade é grande: Twister, Callipo de morango/laranja/limão, Solero exótico/morango e framboesa, Magnum Branco/Clássico/Amêndoas/Double chocolate/Double manteiga de amendoim, e ainda os novos Magnum Double framboesa e o Magnum Double coco. Experimente! Em http://www.ola.pt/GlutenFree.aspx encontra a listagem completa dos gelados isentos de glúten, Carte D´Or, Vianetta, Familiares, entre outros, dos quais poderá desfrutar em casa ou no restaurante.

O pão de beterraba isento de glúten foi um projeto desenvolvido no Instituto Superior de Agronomia. Neste pão as matérias-primas alergénicas, ou seja, a farinha de trigo, são substituídas por outras sem esse mesmo risco, como é o caso da farinha de arroz, de milho e de mandioca. A beterraba existe na natureza sob a forma de raiz e enquadra-se no grupo dos vegetais na roda alimentar. Apresenta-se como sendo pouco calórica, cerca de 40 calorias por 100 gramas de produto. Nutricionalmente, apresenta antioxidantes (flavonoides e carotenoides) na sua composição, é rica em minerais e vitaminas e é também uma ótima fonte de licopeno. No que diz respeito à saúde humana, apresenta uma ação antiinflamatória, revitalizante, diurética, digestiva, desintoxicante natural, fortalece o sistema imunológico e purifica o sangue. É também benéfica para diabéticos, pois é um alimento que possui um alto teor de fibras, que ajuda a controlar o nível de açúcar no sangue. E para os doentes cardiovasculares é também importante, pois diminui os riscos da doença(1). Através da incorporação da beterraba, o pão torna-se um alimento enriquecido nutricionalmente, trazendo benefícios à saúde do consumidor, e torna-se também bastante apelativo devido à sua coloração. O pão desenvolvido tem nutrientes que são geralmente deficitários nas dietas dos celíacos, que por si só já têm maior dificuldade em promover a sua absorção(2). O produto desenvolvido envolve a incorporação de puré

de beterraba, mas pode ser substituído, mantendo a mesma lógica, por um puré de um outro legume, como a cenoura ou a abóbora. Pretende-se que o consumidor tenha acesso a um pão sensorialmente agradável e apelativo e com mais-valias nutricionais indiscutíveis, que possa ser comercializado a um valor aceitável. De acordo com um planeamento experimental bem definido e assente no conhecimento prévio do potencial tecnológico das matérias-primas, realizaram-se testes à escala laboratorial, para otimizar o produto e avaliar as suas características físicas, potencial de envelhecimento e apreciação sensorial, tendo-se concluído que este poderá ser consumido até quatro dias após a sua produção, mas por se tratar de um pão sem adição de conservantes e com a redução do seu potencial antioxidante ao longo do tempo, aconselha-se que este seja consumido no prazo de um dia, de modo que possam ser garantidas as suas características nutricionais e sensoriais. Este novo produto apresenta-se como uma inovação no setor dos cereais e pretende ser reconhecido como um pão mais saboroso, apelativo e nutritivo, que segue as tendências atuais de consumo e as preocupações com a saúde e bem-estar. Referências Bibliográficas:

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http://www.infoescola.com/plantas/beterraba/. Acesso em 07/04/2017. https://www.celiacos.org.pt/doenca-celiaca/definicao.html. Acesso em 18/01/2017.


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INFORMAÇÃO TÉCNICA

Para estarmos sempre atualizados relativamente aos avanços científicos mais relevantes na investigação sobre a doença celíaca, a APC estabeleceu uma parceria com um dos centros de excelência nesta matéria: The University of Chicago Celiac Disease Center. Em resultado desta aproximação, estamos autorizados a incluir na nossa revista artigos produzidos pelos seus investigadores.

A SENSIBILIDADE AO GLÚTEN NÃO CELÍACA É EFETIVAMENTE UMA INTOLERÂNCIA AO TRIGO Stefano Guandalini, MD, novembro 2015

Nos últimos anos houve um ressurgimento do interesse pela «sensibilidade ao glúten não celíaca» (SGNC), descrita pela primeira vez em 1978. Este conceito aplica-se atualmente a pacientes que não correspondem aos critérios da Doença Celíaca (DC) ou da alergia ao trigo, mas que relatam diversos sintomas/sinais intestinais ou extraintestinais depois de consumirem alimentos com glúten. Estes pacientes, por definição, não apresentam resultados dos anticorpos, nem da biópsia, compatíveis com a DC. Mas será que é realmente o glúten que causa a SGNC? É importante notar que inclusivamente após um teste duplamente cego controlado por placebo, não se encontram evidências de que o glúten seja responsável pelos sintomas. Estes testes habitualmente usam trigo em vez de glúten quimicamente purificado. Assim, é certamente possível que os pacientes que se pensa terem SGNC possam estar a reagir a outros componentes do trigo que nada têm que ver com glúten. Outros componentes do trigo que podem ser perturbadores podem incluir, mas não se cingirem a: • Amidos e outros hidratos de carbono, tais como frutanos (os FODMAP* mais comuns contidos no trigo). • Amílase/Inibidores de Tripsina – estas proteínas de baixo peso molecular são encontradas tanto em modernas como em formas ancestrais de trigo e têm sido consideradas, através de estudos laboratoriais, como causadoras de inflamações intestinais. Assim, é concebível, mas por agora apenas especulativo, que sejam responsáveis por alguns sintomas gastrointestinais associados ao trigo. Num estudo conduzido em Itália com 486 pacientes que se suspeitava sofrerem de SGNC, o quadro clínico foi caracterizado por uma combinação de sintomas gastrointestinais e sistémicos. As manifestações gastrointestinais mais comuns foram inchaço, dor abdominal, diarreia e/ou obstipação, náuseas e refluxo gastro-esofágico. Entre as manifestações não gastrointestinais mais comuns estavam a fadiga, dor de cabeça, «mente nebulosa», dor articular/muscular, fibromialgia, braço ou perna dormente, dermatite ou erupções cutâneas, depressão, ansiedade e anemia. Neste estudo, 95% dos pacientes

relataram sintomas em quase todas as vezes que ingeriram glúten. Noutro ensaio, que incluiu 34 pacientes que seguiam uma dieta isenta de glúten (DIG) com síndroma do cólon irritável (SCI), mas sem DC, os sintomas intestinais e a fadiga reapareciam mais frequentemente após a reintrodução do glúten do que no grupo de controlo (68% e 40%, respetivamente). Outras manifestações clínicas extraintestinais descritas incluem desordens neurológicas, tais como défice de atenção e hiperatividade, perturbações do sono, ataxia cerebelar, distúrbios psiquiátricos, tais como autismo, depressão, transtorno bipolar e esquizofrenia, problemas musculares e até doenças autoimunes como a psoríase. Quão comum é a SGNC? Dada a falta de um diagnóstico com critérios objetivos, é difícil dizer. Como resultado, as estimativas têm uma ampla variação, que vai dos 0,6% até uns impressionantes 50% relatados em alguns sites muito populares, mas pouco rigorosos. A SGNC parece ser mais prevalente em mulheres do que em homens, parentes em primeiro grau de pessoas com DC, e mais em adultos do que em crianças. Na verdade, existe apenas uma evidência limitada da sua existência em crianças. DIAGNÓSTICO DA SGNC Apesar das incertezas sobre a definição exata de SGNC, têm sido propostos os seguintes critérios de diagnóstico: 1 Exclusão da DC. 2 Exclusão da alergia ao trigo. 3 Rápido aparecimento de sintomas intestinais e extraintestinais após a ingestão de alimentos que contém glúten em pacientes com a seguinte histopatologia: mucosa intestinal normal ou «enterite linfocítica» (definida como um aumento no número de linfócitos intraepiteliais na mucosa, de outra forma completamente normal). É essencial descartar a hipótese de DC antes de diagnosticar o paciente com SGNC. De facto, pacientes que iniciam a DIG antes de terem tido um procedimento de diagnóstico adequado arriscam comprometer ou, no mínimo, atrasar o diagnóstico de DC.

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INFORMAÇÃO TÉCNICA

Indivíduos que acreditam estarem afetados por um distúrbio relacionado com o glúten devem fazer a despistagem da DC, ainda enquanto mantêm uma dieta com glúten. Os resultados mostram que 60% dos pacientes com SGNC apresentam uma mucosa completamente normal. Os restantes 40% podem ter «enterite linfocítica», a qual é também comum em diversas outras condições além da DC: infeções intestinais, dor abdominal recorrente, gastrite, helicobacter pylori, efeitos colaterais do uso de anti-inflamatórios, diversas imunodeficiências comuns, entre outros. Adicionalmente, a «enterite linfocítica» faz parte do espectro da DC e é importante para diferenciar a DC e a SGNC em pacientes que a apresentam. Não existem até à data biomarcadores identificados para a SGNC; no entanto, os anticorpos anti-gliadina, principalmente IgG, positivos têm sido encontrados em entre 25 a 56% dos casos de SGNC. Esta prevalência, ainda que mais baixa do que na DC (em que ronda os 85%), é claramente mais alta do que na população saudável (até cerca de 10%), mas apenas marginalmente mais alta do que noutras patologias como SCI (20%) ou hepatite autoimune (21,5%). No entanto, deve existir especial cuidado, uma vez que não é claro se estes anticorpos têm alguma significância patogénica e, seguramente, dada a sua significativa sobreposição com outros controlos e com outras patologias, o seu valor de diagnóstico é mínimo. Não há fatores genéticos conhecidos na SGNC: de facto, os genótipos HLA-DQ2 e/ou HLA-DQ8 (presentes em 100% dos indivíduos com DC) são positivos em cerca de 40% dos pacientes com SGNC. Assim, o teste genético não é útil para efeitos de diagnóstico.

doença se encontrar no seu estágio inicial de desenvolvimento, não pode ser detetada nem por anticorpos nem por patologia. Mesmo assim, os resultados provenientes de diversos procedimentos de estudo das biópsias podem permitir detetar autoanticorpos altamente específicos em pacientes sintomáticos, mas que têm uma histologia normal e os marcadores serológicos da DC negativos. Assim, uma parte dos pacientes diagnosticados com SGNC podem ser pacientes celíacos com serologia negativa que ainda não apresentam um dano intestinal relevante.

DESAFIO DO GLÚTEN PARA O DIAGNÓSTICO DE SGNC Como não existe nenhum biomarcador para a SGNC, o único padrão fiável para o diagnóstico deverá ser um teste duplamente cego, controlado por placebo. No entanto, não existe consenso sobre o que deverá constituir um desafio de glúten apropriado, tendo em conta as diferentes modalidades e quantidades de glúten que têm sido usadas em testes clínicos. Claramente, há uma necessidade urgente de padronizar o protocolo de diagnóstico para os ensaios clínicos. Na prática clínica, o diagnóstico é quase sempre feito com base no relato do paciente e frequentemente antes de ser adequadamente excluída a hipótese de DC. Esta prática representa um enorme obstáculo para o progresso na compreensão desta entidade (SGNC).

CONCLUSÕES Até que se avance no conhecimento, é questionável se o glúten causa SGNC e se esta envolve um mecanismo “mediado pela imunidade”. Na falta de dados robustos, o termo «sensibilidade» deve ser substituído pelo termo genérico «intolerância». Assim, o termo enganador «sensibilidade ao glúten não celíaca» deve ser substituído por «síndrome da intolerância ao trigo», para refletir o papel causal do trigo (em vez do glúten), assim como a falta de mecanismos específicos subjacentes e o potencial para múltiplas causas dos sintomas. Em determinado momento, quando a pesquisa chegar à variedade de componentes da síndrome da intolerância ao trigo e clarificar a sua patogénese, a medicina irá abandonar esta expressão mais abrangente e optar por outras mais específicas. Até lá, vamos todos humildemente dar um passo atrás: mudar a terminologia para outra que faça sentido, parar de fazer algoritmos de diagnóstico como se estivéssemos a lidar com uma entidade única, e desenhar estudos prospetivos rigorosos, aleatórios, duplamente cegos e controlados por placebo, com uma abordagem bem padronizada para responder a muitas das questões pendentes.

ALERGIA AO TRIGO É possível que pelo menos um subgrupo de pacientes com SGNC tenha uma alergia alimentar não mediada por IgE. Os estudos vêm demonstrando que cerca de 1/3 dos pacientes com SCI melhoram com uma dieta de eliminação e pioram, num teste duplamente cego e controlado por placebo, com a introdução do trigo e das proteínas do leite de vaca, sugerindo que uma percentagem destes pode sofrer de uma alergia alimentar não mediada por IgE. A maioria destes pacientes apresentava enterite linfocítica na mucosa duodenal. DOENÇA CELÍACA EM ESTADO INICIAL Ainda que o diagnóstico de DC siga um processo bem padronizado e claramente definido, há situações em que, por a

O EFEITO PLACEBO/NOCEBO O efeito profundo do placebo está muito bem identificado numa variedade de distúrbios funcionais gastrointestinais, e mesmo em condições orgânicas graves como a doença de Crohn, em que cerca de 15% dos pacientes experimentam melhoras com um placebo. A existência deste fenómeno tem de facto sido relatada em estudos duplamente cegos com pacientes adultos que reportam intolerâncias alimentares, sugerindo assim a probabilidade de um efeito placebo na retirada do glúten. Num estudo em pacientes com queixas compatíveis com SCI, que diziam sofrer de diversas intolerâncias alimentares, só 12 em 32 (37,5%) desses pacientes melhoraram com uma dieta de eliminação, indicando que cerca de 2/3 apresentou de facto um típico efeito placebo/nocebo. Assim, é quase consensual que uma parte dos pacientes com SGNC, e possivelmente uma parte substancial, se enquadra nesta categoria. Dada a falta de um diagnóstico objetivo, isto parece até bastante provável.

*FODMAPS (Fermentable Oligosaccharides, Disaccharides, Monosaccharides and Polyols — Oligossacarídeos, Dissacarídeos, Monossacarídeos e Polióis Fermentáveis): são uma série de hidratos de carbono que se suspeita serem culpados de muitos dos sintomas compatíveis com SCI. De facto, as evidências apontam para alimentos FODMAP, de tal forma que a eliminação do «glúten» na prática pode significar a eliminação dos FODMAP, uma vez que o trigo, o centeio, a cevada e os produtos destes derivados carregam o maior teor de FODMAP. Naturalmente, é pouco provável que todos os indivíduos com SGNC sejam sensíveis aos FODMAP, já que esta condição dificilmente poderá explicar a ocorrência de manifestações extraintestinais, tais como a depressão.


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RADAR

DOENÇA CELÍACA NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA. COMO PODE A PSICOLOGIA AJUDAR? Neste espaço, serão abordados temas da atualidade em artigos de opinião da autoria de profissionais de diversas áreas, com temas relacionados com saúde e bem-estar, na perspetiva de um especialista na matéria. Nesta edição, contamos com a opinião da psicóloga Helena Correia, que nos elucida como o apoio psicológico na infância e adolescência é um fator chave para ultrapassar com sucesso os desafios inerentes à DC.

A maior parte dos celíacos é alvo de uma abordagem essencialmente médica, no âmbito da gastroenterologia, e prossegue com base na reeducação alimentar, acompanhado por nutricionistas e dietistas. No entanto, a doença celíaca, enquanto doença crónica e autoimune, tem subjacente um importante impacto psicoafetivo, pelo que a intervenção deveria abranger também a psicologia. Sabe-se que a descoberta de doença crónica na infância interfere nas oportunidades para um desenvolvimento socioemocional normal. Limita a independência da criança relativamente aos pais, condiciona o contacto com pares saudáveis e também a participação nas atividades habituais da infância. No caso da doença celíaca, por se tratar de uma condição de saúde que implica especiais cuidados com a alimentação, sob pena de ocorrerem prejuízos significativos no desenvolvimento da criança, estes efeitos são ampliados. Na idade pré-escolar e escolar impõe-se refletir sobre se a comunidade educativa tem conhecimento sobre a doença celíaca e procedimentos para evitar o glúten, ou se as funções cognitivas e a motivação para aprender sofrem alterações quando a doença celíaca não está controlada ou há contaminações. A doença celíaca na infância atinge muito os pais, que estão sujeitos a um elevado grau de ansiedade, com consequências que vão muito além do exercício da sua parentalidade, atingindo até o

HELENA CORREIA Psicóloga mãe de um menino celíaco

seu rendimento profissional. Uma intervenção psicológica pode ser dirigida às crianças e jovens, como também aos pais, cuidadores e família, minimizando e reconstruindo a realidade. Na adolescência, que é por si só uma etapa de desenvolvimento em que se está sujeito a inúmeras alterações – físicas, hormonais, psicológicas e sociais –, enfrentar a doença celíaca pode ser devastador. Questionar o diagnóstico e o tratamento, sentir angústia e revolta são acontecimentos muito frequentes. Por vezes é só nesta altura que se dá uma efetiva tomada de consciência, ao serem transferidas para o jovem celíaco algumas das responsabilidades que antes eram dos pais, no que respeita aos cuidados com a alimentação e contaminações. Manter uma dieta isenta de glúten perante a pressão do grupo para consumir certos alimentos e para agir de determinada forma introduz grande frustração e pode levar a incumprimentos, agravados pela natural tendência para o risco e para a transgressão típicos deste estádio. A psicologia pode mostrar o lado descomplicado e saudável desta diferença, ajudando a ser celíaco numa fase em que ser-se diferente pode ser dramático.

Bibliografia consultada Fagulha, T. & Santos, S. «Síndrome nefrótico e doença celíaca na infância: perspetiva da criança sobre a relação que os outros estabelecem com ela». Psicologia, Saúde e Doenças, 2001, 2 (2), 27-41.

DAR MAIS AO SÓCIO NOVO HORÁRIO DA CONSULTA DE PSICOLOGIA Os estudos demonstram que a adesão à DIG – única forma de tratamento da DC – depende do equilíbrio psíquico do celíaco e da sua rede de suporte familiar e social. Para dar resposta a essa necessidade, a APC apresenta o serviço de consultas de Psicologia, com a Dra. Helena Correia, sob marcação prévia, na sede da APC, em Lisboa, agora com novo horário: Segunda a quinta-feira das 17h às 18h Sextas-feiras das 16h às 18h

JÁ MARCOU A SUA CONSULTA DE NUTRIÇÃO NO PORTO? Relembramos que a APC nos dias 28 e 29 de Setembro, e dias 23 e 24 de novembro, estará no Porto em plena atividade: consultas de nutrição, receção a novos sócios, pagamentos de quotas, entre outros serviços. Faça já a sua marcação através dos contactos: 918139511 e nutricionista@celiacos.org.pt. Gabinete APC Porto: UP! | Rua do Tâmega, s/n | 4200-502 Porto

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Enfrentar os desafios fora de casa Não existem motivos para que deixe de ir comer fora caso seja celíaco(a). É possível ter uma boa experiência, e segura. A primeira opção deverá ser procurar um estabelecimento certificado pela APC/Biotrab. O facto de estar certificado significa que cumpre com todos os requisitos legais para uma refeição segura, desde a preparação e sua confeção até ao próprio serviço. São cada vez mais os estabelecimentos a aderir à certificação, pelo que, sempre que possível, privilegie esses em detrimento de outros. Consulte os estabelecimentos na secção «Fora de casa», no portal da APC. De acordo com o Decreto-Lei n.º 26/2016 de 9 de junho, os estabelecimentos têm de saber identificar por escrito (menu/fichas técnicas) ou oralmente os ingredientes de cada prato suscetíveis de provocar alergias ou intolerâncias, incluindo o glúten. No entanto, não são obrigados a facultar uma refeição sem glúten. Se possível, contacte previamente o restaurante, ou, pelo menos, à chegada, e procure falar diretamente com o chefe de cozinha, para saber se servem pratos (seguros) sem glúten. Explique porque não pode ingerir glúten e a lesão que causa (não se esqueça de que recebem clientes com este pedido por uma questão de mera opção alimentar, o que não requer o mesmo rigor). Saliente os produtos naturalmente isentos que pode comer e dê exemplos concretos do que não pode comer e/ou das possíveis contaminações, como: molhos com farinha de trigo; pão ralado; croutouns; alguns caldos de cozinha (líquidos, sólidos ou em pó); óleos utilizados para fritar alimentos com glúten (salgados, panados, algumas batatas pré-fritas); condimentos de mostarda. Se vir que utilizam algum ingrediente perigoso, como o caldo de cozinha no arroz, peça para verificar os ingredientes no rótulo. Tenha especial atenção às sopas, podem ter adição de caldos ou algum preparado na base com glúten. Pratos como empadão (carne picada em acessórios onde possa ter passado glúten), feijoada e cozido à portuguesa (farinheira e outros enchidos), arroz de marisco (delícias do mar e caldos), e outros pratos com molhos, ainda que à base de alimentos naturalmente isentos, são normalmente proibidos aos celíacos pelos ingredientes que lhes são adicionados. Felizmente a cozinha tradicional portuguesa tem muitos pratos naturalmente isentos e é nesses que deve apostar, garantindo sempre que não existe contaminação cruzada. Além de escolher um prato adequado, é extremamente importante que faça todas as questões necessárias ao chefe de cozinha/sala ou ao responsável do restaurante, para que se sinta seguro e satisfeito com a sua escolha. Verifique se no menu existem pratos com pão/panados, pois aumenta a probabilidade de existir contaminação (o pão pode ser grelhado na mesma grelha usada para a carne), e questione sempre se este tipo de pratos são preparados em separado. Nas sobremesas questione se levaram farinha, chocolate que não seja isento, pudins ou musses instantâneas. A fruta fresca é sempre uma opção segura. E pode ainda solicitar a carta de gelados — já viu que existem vários sem glúten?

INFORMAÇÃO TÉCNICA

Rita Jorge | Nutricionista (CP:0536N)

ESPAÇO NUTRICIONISTA

Alerte para a necessidade de utilizarem utensílios higienizados, um local de preparação limpo, sem que haja pão/farinha por perto. Caso sirvam pão sem glúten, avise que não pode ser cortado ou servido junto com o pão com glúten. Confirme que a mesa onde se sentou está devidamente limpa, sem migalhas, o mesmo acontecendo com a cadeira de bebé, caso o seu filho seja o celíaco. Com o aumento exponencial da moda da alimentação sem glúten, cada vez mais vemos locais que divulgam ter menus sem glúten, porém, quando contactados, verificamos que não existem especiais cuidados na seleção das matérias-primas e no evitar das contaminações. Por essa razão, a menos que o restaurante possua a certificação APC /Biotrab, deverá proceder como indicámos para os restaurantes comuns. Caso se trate de uma padaria, pastelaria, pizzaria, etc. que não esteja certificada, dificilmente conseguirá facultar-lhe uma refeição em segurança. Cabe-lhe a si ter sentido crítico e questionar antes de fazer o seu pedido. Sempre que não seja possível ir a um local certificado, procure ir mais cedo para garantir que consegue falar com a equipa de cozinha e que a sua refeição é das primeiras a ser confecionada. Até pode levar um folheto dos 3P (ingredientes permitidos, perigosos e proibidos) e aproveite para falar no projecto Gluten Free (certificação pela APC/Biotrab) para que o estabelecimento fique capacitado para servir refeições seguras, cumprindo os requisitos legais. No portal da APC encontra toda a informação necessária. Se, apesar de todos os cuidados, detectar algum erro (como croutouns numa salada), rejeite o prato e solicite que seja preparado um novo, adequado às suas necessidades — enfatize que não basta descartar os ingredientes com glúten. Após tudo confirmado, desfrute da sua refeição e do convívio. Sabemos que este processo pode parecer difícil, mas não é razão para desistir — quase sempre temos boas surpresas e, com a sua ajuda, o restaurante em causa até pode tornar-se num local de referência que vai querer visitar mais vezes. Em caso de dúvida, cumpra a regra de ouro e não consuma, mas que isso não seja inibidor do convívio. Estes são apenas alguns dos cuidados a ter, para mais informações contacte-nos diretamente.

Já marcou a sua consulta de Nutrição? O nutricionista tem um papel essencial na implementação e monitorização da dieta isenta de glúten. Assim, aconselhamos que marque a sua consulta com as nutricionistas da APC através dos contactos 918 139 511 | 217 530 193 | nutricionista@celiacos.org.pt e beneficie dos preços especiais para sócios e amigos da APC: Sócio: 15 € a primeira consulta e 10 € as consultas subsequentes. | Amigo APC: 20 €. Sugira temas que gostasse de ver abordados nesta rubrica, dê-nos a sua opinião através do e-mail nutricionista@celiacos.org.pt ou do telefone 918139511. A sua sugestão é bem-vinda!


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ESPAÇO DO SÓCIO

INTOLERÂNCIA AO GLÚTEN

PODEM OS CHÁS TER GLÚTEN?

NAS JORNADAS DE CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO As VII Jornadas de Ciências da Nutrição IUCS/CESPU, com o tema «Alergias e Intolerâncias Alimentares: mitos e desafios», decorreram no dia 31 de março no Centro de Congressos da Alfândega do Porto. Foram dirigidas a profissionais de saúde e estudantes de Ciências da Nutrição, tendo reunido uma variedade de temas atuais e pertinentes. A APC esteve representada pela nutricionista Rita Morais, com o tema «Intolerância ao Glúten», com foco nas verdades e mitos das intolerâncias alimentares. A abordagem foi feita de uma maneira diferente: explorando a atual evidência científica sobre tudo o que envolve o glúten e a intolerância. Além de se perceber que o glúten tem vantagens nutricionais, percebe-se também que a alimentação naturalmente isenta de glúten (sem qualquer produto processado) é extremamente vantajosa, económica e saudável. Já uma alimentação sem glúten, iniciada sem acompanhamento, sem exames ou análises, pode representar um risco para a saúde da pessoa que a iniciar sem acompanhamento nutricional. Foi explorada a sensibilidade ao glúten não celíaca, em que mais uma vez se percebeu que o autodiagnostico está muito presente e vale a pena os médicos e nutricionistas estarem sensíveis a esta realidade.

AF EYRA imprensa 210x 148,5mm.pdf

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Os chás e as infusões (sem adição de ingredientes) em saquetas estão identificados pela APC como um produto, de forma geral, isento de glúten, uma vez que, pela sua natureza, não contem este alergénio. No entanto, existe a possibilidade de contaminação no cultivo do chá verde ou da camomila, pelo facto de crescerem em terrenos previamente utilizados para o cultivo de cereais ou áreas adjacentes. Ainda que seja uma contaminação pontual e não exista ainda forma de a controlar, não há razão para alarme, uma vez que num estudo levado a cabo pela FACE (Federação de Associações de Celíacos de Espanha), com a duração de cinco anos, ao produto seco e infusão (diluição), os resultados analíticos demonstram que, embora possa haver glúten na matéria seca, não passa para a infusão. No entanto, é fundamental a informação, no rótulo do produto, da possível presença do alergénio no produto seco, considerando situações como a utilização do produto como ingrediente de uma receita, rutura do conteúdo da saqueta e ingestão de pequenas quantidades do produto. Tenha também especial atenção aos chás com fins específicos como «perda de peso», «digestão fácil», etc., pois podem ter outros componentes adicionados. Informação adaptada do site http://www.celiacos.org/blog/noticias-face-2015/ item/916-infusiones-sin-gluten.html.

Farinhas sem glúten É na Eyra que é feita a selecção dos melhores cereais. Escolhidos, tratados e preparados, com a experiência do passado e a inovação do futuro. Para que tenha os melhores sabores na sua cozinha, a melhor selecção faz-se na Eyra. Descubra a seleção mais saborosa que temos para si: dos muffins de chocolate ao pão escuro com 5 sementes a Eyra tem uma selecção de 8 variedades de farinhas para as receitas mais saborosas.

EYRA.PT

ESPAÇO DO SÓCIO

sem glúten | 2017

AÇÃO DE SENSIBILIZAÇÃO EM MORTÁGUA

A MELHOR SELEÇÃO FAZ-SE NA EYRA.

Farinha para pão escuro com 5 sementes | Farinha para baguete artesanal | Farinha para todos os usos culinários Doces e Salgados | Farinha para todos os usos culinários Rústica | Preparado de farinha para muffins de chocolate | Preparado de farinha para muffins de limão & papoila | Preparado de farinha para brioches | Preparado de farinha para Madalenas

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A convite do Jardim-Escola João de Deus de Mortágua, a APC, representada pela nutricionista Rita Morais, desenvolveu a ação de sensibilização «Aprender a viver com a Doença Celíaca». A ação foi promovida pela escola, pelo facto de ter uma aluna celíaca. «Parabéns pela iniciativa do Jardim-Escola João de Deus de Mortágua, obrigada pela disponibilidade da Dra. Rita Morais (nutricionista voluntária da APC) e obrigada também aos restantes presentes que assistiram a esta ação de sensibilização. Enquanto mãe de uma menina celíaca, acho necessário desmistificar e divulgar a doença celíaca, e explicar que seguindo uma dieta rigorosa a 100% os celíacos conseguem levar uma vida perfeitamente normal! Não são esquisitos, maníacos e se não comem glúten não é por capricho ou moda, é que só sem glúten são saudáveis e felizes. Obrigada.» Testemunho da mãe da menina celíaca.

FORMAÇÃO NO TEMPUS HOTEL & SPA

Por iniciativa da gestão do Tempus Hotel & SPA, localizado em Ponte da Barca, a APC dinamizou uma sessão formativa, no passado mês de maio, acerca de doença celíaca e da dieta isenta de glúten, na qual participou toda a equipa do hotel. A iniciativa partiu do hotel, justificada pela importância dada ao tema e pela necessidade de o aprofundar, apesar da existência de formação interna. Durante a sessão, foram trabalhadas de forma dinâmica questões específicas do estabelecimento para viabilizar uma oferta sem glúten, apta aos consumidores celíacos, tornando-se, assim, o Tempus Hotel & SPA uma unidade hoteleira recomendada para receber a visita de clientes celíacos.


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ESPAÇO DO SÓCIO

PONTOS DE VENDA

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RUBRICA CELEIRO

NOVAS PARCERIAS COM VANTAGENS PARA OS SÓCIOS DA APC São cada vez mais os estabelecimentos a celebrar protocolo com a APC, de forma a oferecer aos associados diversas vantagens. Conheça as lojas mais recentes, os seus serviços e as ofertas exclusivas oferecidas mediante apresentação do seu cartão de sócio válido.

CHEMIST STORE A Chemist Store – Farmácia Fernando Borges, localizada em Lisboa, oferece agora 10% de desconto. A farmácia comercializa produtos sem glúten das marcas Schär e Naturefoods, e disponibiliza serviços de nutrição, osteopatia, podologia, tratamentos de beleza, maquilhagem e depilação. CHEMIST STORE Spacio Shopping, Rua Cidade de Bolama, loja 1.41, 1800-079 Lisboa | 211350886 | 211344986 | resp.fborges@chemiststore.pt; cberenguel@ chemiststore.pt | https://www.facebook.com/ChemistStorePortugal

NOVO ESPAÇO DE ESPLANADA NA LOJA CELEIRO DA AV. DA REPÚBLICA A loja Celeiro da Avenida da República tem um novo espaço ao ar livre, onde os visitantes poderão desfrutar de uma bebida refrescante ou de um momento de descontração após as compras. Este novo espaço, criado a pensar no verão, conta com 20 lugares sentados e já foi inaugurado na Avenida da República, 83 C, em Lisboa (junto à sede da APC).

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URBAN BIO A Urban Bio dedica-se à venda a retalho de produtos biológicos e à prestação de serviços na área de hortas urbanas em modo de produção biológico e hortas biopónicas. Na loja de produtos biológicos, em Coimbra, encontrará produtos biológicos frescos e transformados provenientes de empresas agroalimentares portuguesas. Com a parceria, os sócios da APC passam a usufruir de 5% de desconto no total das compras.

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URBAN BIO Rua Miguel Torga n.º 50 r/c dto., 3030-165 Coimbra | 239 193 624 | carolinabarretoleite@gmail.com | www.urbanbio.pt | www.facebook.com/urban. bio.produtosbiologicos/

LOOKOPTICA A LookOptica, ótica em Odivelas que integra o grupo Intitutoptico, é um estabelecimento especializado na área da saúde ocular, com profissionais com mais de 20 anos de experiência. Dispõe de consultas de oftalmologia, optometria e contactologia. Através do protocolo de parceria estabelecido, é possível a todos os associados da APC, bem como os seus amigos e familiares, usufruírem de descontos* em: armações: 25%; lentes oftálmicas: 25%; lentes de contacto: 15%; óculos de sol: 20%. Exames gratuitos de optometria e contactologia. *Os descontos não se aplicam às campanhas em vigor. LOOKOPTICA Av. D. Dinis 22 R/c Dto. Loja Institutoptico 2675-327 Odivelas | 910706053 / 219325435 | lookodivelas@gmail.com

FARMÁCIA FERRARIA PAULINO Como forma de dar resposta às necessidades dos seus utentes, a Farmácia Ferraria Paulino, situada em Rio Maior, aposta agora na comercialização de produtos específicos sem glúten das marcas Schär, Bauck Hof e Schock’s, com oferta de 10% de desconto na sua compra. FARMÁCIA FERRARIA PAULINO Rua D Afonso Henriques 131.º, 2040-273 Rio Maior | 243949056 | 243949058 | farmaciapaulino@gmail.com

A APC esteve no Algarve em plena atividade, durante os dias 5, 6 e 7 de junho, com o intuito de responder às necessidades dos associados, com um serviço de proximidade sempre que possível, considerando e coordenando as atividades e os recursos. Durante estes três dias, decorreram consultas de nutrição e a dinamização de uma ação de sensibilização numa IPSS, Amigos dos Pequeninos de Silves, de acordo com as marcações e solicitações dos associados. A presença da APC na região Sul do país foi mais além, com a realização de ações formativas a dois restaurantes locais, sensibilizando para a importância e diferenciação de uma oferta sem glúten apta aos clientes celíacos. A visita à região possibilitou ainda o estabelecimento de contacto com os profissionais de saúde do Centro Hospitalar do Algarve (CHA) e da Administração Regional de Saúde (ARS). Nos dias 8 e 9 de junho, a APC marcou presença na Semana Digestiva, a grande reunião da gastrenterologia portuguesa, que contou com mais de 600 participantes da área, na difusão do apoio prestado pela associação ao doente celíaco e estabelecimento de contacto com os especialistas.

sem glúten | 2017


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VIAGENS

Pura Vida – sem glúten

Ana Galvão, sócia da APC

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RECEITAS SEM GLÚTEN

sem glúten | 2017

Esta é uma sugestão rica, saborosa e sem qualquer tipo de aditivo ou transformação! Conserva-se até cinco dias no frigorífico e é ótima para lanches ou no pré-treino, por exemplo. Pode experimentar com outros sabores ou com outros frutos secos, a gosto.

Barras energéticas de avelã e alperce Receita e foto facultadas pelo autor do blogue A Pitada do Pai [www.apitadadopai.com]

Ingredientes 1/2 chávena de tâmaras picadas 1 chávena de alperces secos ½ chávena de avelãs picadas 1/3 de chávena de coco ralado ½ chávena de sementes de girassol 2 colheres de sopa de sementes de papoila 2 colheres de sopa de pepitas de cacau cru 1 colher de chá de canela em pó

Preparação Num liquidificador ou robô de cozinha, coloque as tâmaras, os alperces, as sementes de papoila, o coco ralado e a canela, e triture bem até obter uma massa homogénea. Adicione as pepitas de cacau cru, as sementes de girassol e as avelãs picadas e volte a mexer. Retire a «massa» para um tabuleiro e cubra-a a com papel vegetal. Pode colocar uma panela por cima, para pressionar bem. Leve ao frigorífico cerca de 30 a 45 minutos e corte em barras ou cubos.

No dia 19 de novembro de 2016 foi a minha primeira viagem sabendo que sou celíaca. Tivemos muito receio pois era uma situação nova. Foi uma viagem

Croquetes de carne

organizada e tivemos o cuidado de avisar o responsável da minha condição. Quando fizemos o check-in soubemos que a companhia aérea não tinha sido avisada e que não havia refeição para mim. Foram dez horas até à capital da Costa Rica. Tal como desconfiámos, ninguém sabia da minha condição, mas o chef do hotel Hilton Garden Inn foi muito atencioso e fez-me um pequeno-almoço sem glúten. Deixamos San José e fomos para a província de Alajuela, onde está situado o

Receita e foto facultadas pela autora do blogue A rapariga do blog ao lado [araparigadoblogaolado.blogspot.pt].

vulcão Areal. Visitámos o parque natural do vulcão e fomos às termas situadas

Os croquetes são uma excelente opção para dar uma cara nova às sobras de carne. Experimente!

perto do Hotel Tabacón Thermal Resort & Spa. Nessa noite, o hotel onde estávamos tinha o buffet todo sem glúten para que eu não tivesse de me preocupar com o que podia comer! Deixamos a província de Alajuela e fomos em direção ao Pacífico, para a província de Puntarenas, aí podemos visitar o Parque Natural Manuel António. No último dia, antes de irmos para o aeroporto, fomos ao restaurante Park Café. Quando cheguei, um empregado dirigiu-se a mim, perguntou-me se era eu «la chica celíaca» e disse para não me preocupar com nada pois os donos também eram celíacos e tinham preparado «una comida muy exquisita para que nunca me olvide de Costa Rica»! Foi um almoço fantástico… Durante a nossa estadia na Costa Rica não tive qualquer dificuldade em comer. As pessoas são bastante atenciosas e depois de saberem que era celíaca providenciaram tudo para que eu pudesse ter umas férias fantásticas. Facilmente se pode encontrar alimentos sem glúten nos supermercados e em todos os restaurantes havia opções de grelhados. O regresso foi bastante mais calmo, tive direito a refeição a bordo!

Sabe onde fazer refeições em segurança? Não se esqueça de consultar os estabelecimentos certificados pela APC/ Biotrab em http://www.celiacos.org.pt/ alimentacao/fora-de-casa/category/fccertificados.html.

Deixe-nos o relato da sua melhor experiência em viagens sem glúten. Desperte a curiosidade e potencie a confiança dos leitores da Sem Glúten.

Preparação Num tacho leve ao lume a margarina com a cebola bem picada. Deixe refogar em lume médio. Adicione a farinha e mexa muito bem. Aos poucos, e enquanto mexe, adicione o leite e mexa bem. Tempere com sal, pimenta, noz-moscada e algumas gotas de sumo de limão. Adicione a carne ao creme e misture bem. Mexa bem até que descole do tacho. Deixe arrefecer. Molde pequenas bolinhas com as mãos e coloque-as num prato previamente polvilhado com farinha. Bata dois ovos e reserve. Num outro recipiente coloque o pão ralado. Passe as bolinhas no ovo e depois no pão ralado. Estão prontas a fritar em óleo quente. Depois de fritas coloque-as em papel absorvente e deixe arrefecer um pouco. Sugestão: Acompanhe com um belo arroz de tomate ou sirva como entrada, mergulhando-as num molho de mostarda sem glúten.

Ingredientes Para 200 g de carne (picada ou sobras de carne bem trituradas) fazer o creme com: 20 g de manteiga 1 cebola 60 g de farinha para pão sem glúten 100 ml de leite Sumo de limão Noz-moscada q.b. Pimenta e sal q.b. 2 ovos Pão ralado sem glúten Óleo para fritar


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RECEITAS SEM GLÚTEN

Bolo de curgete e chocolate

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Preparação Pré-aqueça o forno a 180 °C. Unte uma forma de bolo com manteiga e polvilhe com cacau. Numa tigela misture a farinha, o cacau, o bicarbonato, o fermento e o sal. Reserve. Noutra tigela, bata o açúcar e a manteiga até obter uma massa fofa (pode fazê-lo à mão ou com a batedeira). Junte a baunilha, o café e os ovos inteiros, batendo entre cada adição. Numa tigela, misture a curgete ralada, o chocolate em pedaços e cerca de 1/3 de mistura de farinha. Envolva bem, para que os pedaços de curgete fiquem cobertos e não formem demasiados aglomerados. Junte o resto da mistura de farinha à mistura de açúcar, manteiga e ovos. Bata até obter uma massa espessa mas homogénea. Envolva a mistura de curgete nessa massa com uma espátula. Não mexa demasiado. Passe a massa para a forma preparada e alise a superfície. Leve ao forno durante 40 a 50 minutos ou faça o teste do palito. Depois de cozido, transfira a forma de bolo para uma grade e deixe arrefecer durante 10 minutos. Após este tempo, passe uma faca nas partes laterais do bolo e desenforme o bolo. Pode polvilhar o bolo com açúcar em pó.

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sem glúten | 2017

UMA VIDA DEDICADA A AJUDAR A VIVER MELHOR.

A autora decidiu celebrar o Dia Internacional do Celíaco com um delicioso bolo que fica com uma textura bastante húmida, valorizando o sabor do chocolate preto. Atreva-se a confecionar a receita e delicie-se!

Receita e foto facultadas pela autora do blogue 1001 Migalhas [1001migalhas.com]

Ingredientes 100 g de farinha sem glúten 100 g de farinha de arroz 40 g de amido de milho 60 g de cacau em pó 1 colher de chá rasa de bicarbonato de sódio ½ colher de chá de fermento sem glúten para bolos ½ colher de chá de sal refinado 180 g de açúcar mascavado de cana integral 115 g de manteiga vegetal à temperatura ambiente 1 colher de chá de extrato de baunilha 2 colheres de sopa de café forte frio 3 ovos grandes biológicos 350 g de curgete ralada com a casca 150 g de chocolate negro (em lascas)

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O Celeiro é mais do que um espaço onde pode encontrar uma vasta oferta de alternativas saudáveis, naturais e equilibradas. É uma rede de lojas distribuídas pelo país, com diferentes áreas e diversos serviços à sua disposição. É uma equipa de profissionais especializados, formada e preparada para esclarecer as suas dúvidas e dar aconselhamento sempre que necessitar. É, acima de tudo, uma marca que há mais de 40 anos se dedica a ajudar os portugueses a viver a vida com toda a energia, otimismo e boa disposição com que ela merece ser vivida.

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“Schär pediu-nos o segredo dos pratos de tradição Italiana... E criou-os sem glúten.” Anna Maria Barbieri, cozinheira por paixão.

Iguarias regionais da Itália sem glúten. Os sabores da cozinha italiana determinam a essência de cada região, cada povo e cada tradição, guardada zelosamente e transmitida de geração em geração. As pessoas são o autêntico ingrediente secreto e Schär sabe-o. Por este motivo, cozinhou com eles para criar sem glúten as mesmas obras de arte requintadas e oferecer a todos o autêntico prazer italiano de se sentar à mesa.

Best in Gluten Free


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