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portfólio Fá b i o d e O r l e a n s
design gráfico e cerâmica
de argila barroôco Marca que apresenta a produção e os estudos desenvolvidos em cerâmica e explora a criação de peças com design contemporâneo, a partir da memória oral, do figurativo, de utilitários tradicionais e do novo desenho com toque autoral. Do barro à cerâmica é a expressão que se transforma em peça e traz gravada todos os processos até sua sinterização. Para conhecer e acompanhar informações e novidades, acesse: www.facebook.com/barrooco
Oleiro Curso Profissionalizante de Oleiro . Escola de Oleiros Joaquim Antônio de Medeiros, em São José – SC. 2012/2014 O curso tem como objetivo o ensino da arte/ofício da olaria, com ênfase na tradição de louças de origem açoriana, torneadas em roda de oleiro (torno artesanal). Os ensinamentos vão desde sovar o barro, pesar, apreender as técnicas de tornear, conhecer as formas base, apresentar o desenvolvimento das 23 peças do utilitário josefense; todo o processo com orientação guiada por mestres oleiros. Como resultado e continuidade do curso, adquiri uma roda de oleiro e continuo os estudos e a produção de peças autorais, ligadas à tradição e com um toque contemporâneo.
O pombeiro É um projeto pessoal de ressignificação do personagem histórico, o pombeiro, que tem o intuito de trazê-lo à memória através da recriação de sua história em peças de cerâmica ilustradas com desenhos que o recriam e palavras que o reinventam na tradição oral, bem como em intervenção artística que combina contação de história, musicalização e dança. Nos achados dessa história, muitas culturas se cruzam, desde o pombero (sem a vogal “i”), que vem do guarani e se refere à lenda de um personagem peludo das planícies que cuida das matas, ao pombeiro, que vem de “pumbo”, nome dados aos mercados e feiras onde se comercializavam escravos, na proximidade do lago Malebo, nos limites do reino do Congo. O Pombeiro a quem nos referimos neste trabalho é aquele que ganhou destaque na Ilha de Desterro do século XIX, quando escravos recém libertos exerciam a função de vendedores ambulantes de galinhas, pombos, perus, patos, ovos, camarões, peixes, verduras, capim de colchão, flor de macela e cebolas em réstias, produtos diversos distribuídos em suas balaias dispostas nas extremidades de cambões carregados nos ombros. Com seus apetrechos, saía a pombear pelo centro e freguesias da cidade, fazendo os trajetos a pé, a cavalo, em cangalha, canoas, botes ou baleeiras. Na Desterro do século XIX, o pombeiro protagoniza uma das expressões típicas da tradição oral do manezinho: “mofas com a pomba na balaia”, da qual se conta que teria origem em um diálogo entre um vendedor que oferece uma pomba branca de seu cesto à venda para uma senhora ao preço de 1000 cruzeiros, diante do qual ela teria exclamado: - “O que!? Seu ladrão. Mofas com a pomba na balaia.” A partir dessa anedota, a expressão passou os anos e segue até os dias de hoje no uso cotidiano da fala local, com o significado de dizer a alguém que não terá êxito no que está fazendo. Ao deslocar o sentido pejorativo da expressão, o personagem pombeiro conta um pouco da história de Desterro e expõe o que mais havia na cultura artesanal local, não apenas os cultivos alimentícios, mas também a olaria tradicional da região, transportada em baleeiras de São José ao Mercado Municipal. As pombas que o pombeiro contemporâneo leva na balaia são de cerâmica e trazem em seu corpo a inscrição de palavras que lhes dão novos voos e rendas de bilro que as decoram com mais uma das artes manuais típicas da região.
As Pomboôcas Vendidas pelas freguesias da Ilha de Desterro do século XIX, carregadas pelos pombeiros em suas balaias equilibradas no cambão, as pombas poderiam servir de alimento ou presente a algum ente querido a quem se quisesse fazer um agrado ou pedir sua cura. Com o enfraquecimento das crenças e o esquecimento das tradições populares, a ave representativa do espírito santo vai perdendo seu valor simbólico e, em tempos modernos, torna-se apenas uma praga urbana. As pomboôcas, peças feitas em cerâmica oca, propõem trazer a lembrança da pomba como símbolo da paz, da amizade e da comunicação entre os povos, e se tornam um belo modo de presentear pessoas queridas e dar a elas palavras e mensagens poéticas e afetivas.
- “E se queres falar, cuidado: ‘o que os ovos não veem a pomba fala’.”
- “Tem muito ‘língua solta’ por aí”
Conhecimento é poder Falação solta é pomba mofada Pode ficar como quem desagrada
falastrão falador diz o que não deve e a língua lhe cai da boca
- “E se a vontade é mudança, então: ‘mão pela boca’.”
- “Cuidado para não passar por um ‘quem ouve o acaso cospe dados’.”
Ouve pouco Cospe opinião furada Azarado tenta sorte
Fala pouco e faz Sem diz que me diz realiza
Fábulas do Pombeiro Na recriação livre e contemporânea do personagem histórico do pombeiro, ele se torna um contador de causos que traz mensagens de incentivo ao respeito e à tolerância, destacando a importância da escuta na comunicação e da atenção ao conteúdo da informação propagada. Suas mensagens aparecem na voz de personagens criados especialmente para suas falas, a partir de pesquisa da tradição oral e de expressões da língua cotidiana. Os personagens e suas vozes ganham forma em esculturas e desenhos gravados em peças de cerâmica. Estampadas em copos e cumbucas, as fábulas do pombeiro tornam o momento de seu uso uma descontração e uma brincadeira.
Oficina de Pomboôcas Oficina de confecção de pombas ocas de argila, modeladas manualmente. Chamadas de Pomboôcas, trazem parte da tradição oral da Ilha de Santa Catarina, onde se conhece a expressão “mofas com a pomba na balaia”, que tem na história do século XIX sua origem com os pombeiros, atravessadores de mercadorias vendidas nas freguesias; na releitura contemporânea, as pombas de cerâmica voltam para as balaias gravadas com renda de bilro, ditos locais e mensagens poéticas. Festa Junina da ETHCI – Escola de Turismo e Hotelaria Canto da Ilha, em Florianópolis – SC. Julho/2013 A oficina apresentou de forma lúdica e recreativa a exposição de contos, anedotas, histórias e durante esse processo se desenvolveu a confecção das Pomboôcas. Na ocasião do evento participaram 18 crianças de 06 a 12 anos e foram feitas 36 pomboôcas. Chico Mendes – Oficina de dois dias dentro do projeto Revolução do Baldinho – UDESC – SC. Setembro/ 2013 Nesta oficina, realizada com adolescentes de 13 a 17 anos, além das pomboôcas foram desenvolvidos os apitos e as ocarinas, instrumentos que requerem mais atenção ao fazer, pois são peças mais elaboradas. Além da habilidade para a confecção, foi importante para descobrir destrezas, trabalhar a concentração, sensibilizar o toque e ouvir histórias. Esta oficina propõe-se para atividades de contra-turno escolar, feiras, eventos, festas, exposições itinerantes e como exercício laboral.
ateliê desinutil Integrante nos estudos, no ensino e na produção - Florianópolis – SC. 2013 ... atual O ateliê desinutil dedica-se à produção, ensino e pesquisa em imagens, objetos e sons em cerâmica. De forma colaborativa, integra conhecimento e trabalho. O espaço é coordenado por Gustavo Tirelli e Flávia Maria e junto a eles desenvolvemos estudos de reciclagem, pastas cerâmica, esmaltação, engobe, gravados, cortes, desenhos, objetos, queimas e construção de fornos. Cada artista desenvolve no ateliê sua pesquisa e produção singulares e alguns trabalhos se realizam em conjunto. Excelente espaço! Na sequência descrevo os trabalhos em que criamos juntos. www.ateliedesinutil.wordpress.com
Travessa baleeira Em cerâmica, personalizada com o gravado da logo do restaurante e esmaltada. O processo utilizado para a realização da encomenda foi a construção de um molde e a aplicação posterior da cunhagem, usando placas de pasta cerâmica chamoteada para melhorar a resistência térmica. Encomenda para Antonio’s Restaurante, culinária ilhoa, caldos e frutos do mar (Santo Antônio de Lisboa – Florianópolis – SC), que renovou a frota de travessas baleeiras para servir os petiscos de suas especialidades.
Forno a Gás A construção do forno a gás de 1 m3 de área interna, dois queimadores e sistema de tiro indireto. A construção envolveu a necessidade, discussão, desenho, estudo, construção piloto, avaliação, mudanças, reconstrução e experimentação em diversas queimas. O estudo de fornos é uma constante, achar um bom forno que possibilite o uso das variáveis atmosféricas é o ponto de grande fascínio, pois trarão a cada nova queima peças que são verdadeiras preciosidades. Que tal construirmos um forno?
Louças O AÇOGUEIRO Estudo das formas, reprodução do desenho, estudo das pastas cerâmicas com queima branca e vermelha, mono-queima e bi-queima, esmaltação com óxidos e estudo das cores, produção de pratos, panelinhas, molheiras, saleiros com formas de chifre e pimenteiros com forma de focinhos. Em Novembro de 2014, recebemos o contato do Chef Javier Carabe, sócio da Hamburgueria Artesanal, O Açougueiro, localizada na Lagoa da Conceição em Florianópolis, para criar as louças com design exclusivo para sua arte gastronómica. O resultado do trabalho pode ser visto e acessado em www.ateliedesinutil.wordpress.com ou pela página www.facebook.com/oacougueirohamburgueria
O RAKU É uma técnica de origem Chinesa que cria uma relação da cerâmica com a vida. Submetendo a peça cerâmica a fases que definirão seu resultado final e possibilitarão o encontro consigo e a vida. O primeiro passo consiste em modelar a peça e aplicar a ela seus desejos, suas intenções e sentimentos; em uma primeira queima simples, esta peça ganha um estado de pré-cozimento, ou como chamamos: de biscoito. Com o biscoito pronto, o momento é a esmaltação, que deve conter traços e cores que mantenham a mesmo significado do primeiro feito. Agora é a vez do fogo agir diretamente sobre a cerâmica e o esmalte, e quando fundidos, os efeitos do fogo direto escrevem o que sente diante dos processos anteriores e diante das expectativas de quem a fez. No momento seguinte, a peça é retirada ainda em estado incandescente e colocada em serragem, abafada e mantendo a queima desta serragem, a peça entra em estágio de redução, onde é escurecida e nas partes livres de esmalte ganha uma cor de grafite perolizado. A última fase é o choque térmico, quando a peça é retirada da serragem e submersa na água, dando a ela um efeito por vezes craquelado, outras vezes de pequenas rachaduras e outras ficam intactas. O resultado é de gratidão, pois independente do final alcançado, as peças trarão respostas e acompanharão com seus significados renovados em cada cerimônia em que venham a ser usadas. Com o estudo sobre esta técnica, desenvolvemos pasta cerâmica própria, construímos fornos apropriados e de fácil transporte e criamos oficinas itinerantes, onde os participantes adquirem uma peça utilitária já na primeira fase do processo e dão continuidade a ela na esmaltação e no ritual da queima.
Ateliê itinerante Projeto desenvolvido a partir da necessidade de criar atrativo e fomentar a arte oleira em feiras e outros locais de interesse. Tem como objetivo levar a tradição cultural da olaria e da produção cerâmica artesanal de volta às feiras que integram a rotina de diferentes bairros de cidades modernas. Através de um Ateliê itinerante de cerâmica, com suporte para oficinas abertas, o projeto pretende estimular o resgate do potencial das feiras de bairro como espaço de sociabilidade, troca de saberes e experiências, e de descentralização das atividades econômicas e culturais artesanais. O Ateliê conta com ferramentas para demonstração e informação acerca de técnicas tradicionais e contemporâneas de arte e artesanato em cerâmica, além de oferecer suporte para experiências lúdicas em torno da roda de oleiro e modelagem manual da argila. O projeto prevê a queima das peças produzidas pelos participantes em evento público. Atualmente o projeto busca novos editais, empresas e prefeituras com interesse no seu desenvolvimento.
Roda de Oleiro – roda viva Ação de exposição e integração dos saberes e fazeres . Teia Catarina, em Florianópolis – SC. 2015 O projeto roda de oleiro - roda viva teve o apoio da OCA – ONG Crescendo com Arte, que abriu espaço em seu Stand no Teia Catarina 2015 – conexões sustentáveis, que teve o objetivo de apresentar as manifestações artísticas vinculadas aos pontos de cultura de SC. Junto aos trabalhos desenvolvidos no ponto de cultura sob responsabilidade da OCA, o ateliê desinutil expôs peças da produção individual dos artistas que integram o espaço e apresentou em conjunto nossos interesses de propagar a arte-ofício da olaria e da cerâmica, bem como os desdobramentos em técnicas, estudos culturais e resultados conquistados como exemplo do que pode ser replicado em qualquer ponto de cultura. A roda de oleiro foi o principal elemento de nossa vitrine de possibilidades e a performance do POMBEIRO, que trouxe ícones da cultura local e novidades ao ressignificar esta figura histórica outrora amortecida no tempo, foi outro belo desdobramento apresentado, além da exposição de peças em diferentes técnicas e da presença de amigos artistas que expuseram um pouco de suas habilidades. Esta ação é parte do projeto ateliê itinerante e pode facilmente ser replicada em feiras, eventos, atividades de contra-turno escolar, exercício laboral para empresas, como atrativo turístico e recreativo.
Turismo de Experiência Participante junto ao ateliê desinutil, SEBRAE e Secretarias de Turismo e Cultura de Florianópolis e São José – SC. (Valorização da cultura de base Açoriana) Projeto que une Prefeituras, SEBRAE, empresários, hotelaria, turismólogos, artistas e artesãos, na missão de desenvolver produtos e serviços destinados ao receptivo e atrativos culturais para turistas e moradores. O projeto se desenvolve criando um núcleo de discussão de necessidades, vontades, elementos da cultura local, levantamento iconográfico e histórico, viagens técnicas a núcleos já desenvolvidos como resultado desta consultoria, ainda oferece cursos de capacitação em áreas de interesse e o objetivo final é oferecer roteiros e produtos com significado e valor cultural/artístico. Como contribuição ao projeto , sugeriu-se: - A performance do Pombeiro, que ressignifica a forma de vender a cerâmica e apresenta histórias, contos e anedotas a partir da oralidade popular da antiga Desterro. O pombeiro e as quitandeiras foram as primeiras profissões com registro na câmara municipal de Florianópolis para os negros livres; eles atravessavam produtos de freguesia a freguesia ou delas para o centro da cidade, em torno do Mercado Público Municipal. - Protótipo do prato “Flor de Ostra” para o roteiro Ostra Experience, onde se propõe a degustação das ostras in-natura, ao bafo e gratinada. A harmonização ganha um toque a mais de beleza e cultiva as artes da gastronomia e olaria juntas. - Ações do ateliê itinerante, como a roda de oleiro em espaços públicos, hotéis, feiras e eventos. - Produtos como copos, cumbucas e peças decorativas com elementos da oralidade e gravuras de personagens locais, como as Pomboôcas, que conquistaram interesse e serviram como presente a palestrantes e convidados especiais em apresentação do programa.
Árvore das Palavras Instalação de arte/relacional, junto à ocupação do ônibus Hacker no calçadão da Catedral Metropolitana de Florianópolis – SC. Junho/2013 A instalação árvore das palavras foi elaborada a partir da coleta de resíduos de oficinas de confecção de sandálias e uniformes da Penitenciária de Florianópolis. Resíduos de borracha e retalhos de tecidos na cor laranja ganharam forma de ”copa das palavras”, quando fizeram parte de uma árvore feita a partir de restos de galhos de árvores remendadas com resíduos de obras. A árvore reciclada passou o dia à disposição dos passantes que podiam escrever nesta ”copa das palavras”; ali foram registradas vontades, sentimentos, declarações, nomes, identidades, signos e sonhos. A ocupação do calçadão da Catedral Metropolitana de Florianópolis foi uma ação coletiva com o Ônibus Hacker, que propõe uma ocupação interativa e radioativa. Hackers, sociólogos, cientistas, artistas, estudantes, críticos e políticos apresentaram aos passantes desse ponto no centro da cidade jogos, instalações artísticas e gastronômicas, música e grafite; a rádio do ônibus ficou transmitindo on-line e ao vivo, trazendo uma forma bacana de politizar e apresentar a possibilidade de se conectar com o mundo da programação e da criação, bem como ser parte modificadora no momento TAL. #TRANSITOAGORALIBERDADE
Vida contínua Instalação de desenhos e poesia no Largo da Alfândega em Florianópolis – SC. 2009/2010 A instalação de desenhos e poesias que levaram o tema vida contínua para tapumes na obra de restauração do prédio da Antiga Alfândega de Florianópolis propôs a ocupação artística e motivacional desse espaço no centro da cidade e teve o apoio cultural do IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - e da Stick Design. A partir de desenhos manuais e da poesia vivenciada nesse tempo, os textos e imagens foram digitalizadas, ampliadas e levadas ao recorte de vinil branco para serem posteriormente afixadas nos tapumes negros que circundavam o prédio em restauro. Durante todo o ano de 2009, os textos e os desenhos ganharam admiração, foram pano de fundo para fotos, criaram novas situações com a espontaneidade de moradores da rua e transeuntes em geral. O resultado final foi gratificante, , ao observar durante dias como se aguçava a percepção dos passantes e como se modificava a expressão no rosto de quem se motivava, em meio a seu dia atribulado e corrido, a parar um pouco, ler e sorrir.
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