Guilherme M. C. Airam Darrieux
Desafios contempor창neos
Sumário CAPÍTULO 3 - O mundo globalizado e o profissionaL.........................................................05 Introdução.....................................................................................................................05 3.1 Como a globalização influenciou o mundo do trabalho.................................................05 3.1.1 A globalização e sua influência na sociedade moderna e nas relações de trabalho .06 3.2 O mundo globalizado e a inovação como aliados do profissional moderno.....................07 3.2.1. Como o profissional contemporâneo pode utilizar a globalização em sua atuação no mercado de trabalho e nas organizações................................................................09 Síntese...........................................................................................................................18 Referências Bibliográficas.................................................................................................19
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Capítulo 3
O Mundo Globalizado e o Profissional
Introdução Sabemos que o mundo e a sociedade mudaram ao longo dos tempos e sabemos também que eles continuam em constante mudança, certo? Novas descobertas, novos recursos e novas tecnologias rondam nosso dia a dia e nos influenciam a todo o instante. Nossas habilidades de adaptação são colocadas em prática de forma continuada. Essas transformações também vão moldando, e às vezes até modificando, o ser humano. É fácil perceber tal fenômeno quando comparamos as crianças de hoje com as crianças de vinte anos atrás. Há vinte anos as crianças brincavam na rua, jogando bola ou desenvolvendo outras brincadeiras em grupo. Hoje em dia, o cenário é outro: as crianças já têm contato com diversas tecnologias através de gadgets e passam o dia em seus computadores jogando ou navegando na internet. Através deste exemplo, podemos observar como a transformação de nossa sociedade nos influencia. Além da questão da tecnologia, fazemos parte agora de um mundo globalizado, que influencia os comportamentos e as atitudes do indivíduo na sociedade contemporânea. A globalização apoiou a integração de mercados, trazendo a necessidade da ampliação do comércio e a utilização dos capitais internacionais, mudando a política, a economia, as relações de trabalho e a comunidade em geral. Neste capítulo, discutiremos como a sociedade do trabalho foi influenciada pela globalização e por tudo que ela proporcionou, incluindo seu respaldo nas organizações e nos profissionais. Falaremos também como o profissional moderno pode usar a globalização como uma aliada.
3.1 Como a globalização influenciou o mundo do trabalho Vimos, na introdução deste capítulo, como o nosso cotidiano foi influenciado pela globalização. Mas é possível afirmar que ela também influenciou a sociedade do trabalho? Sabemos que com a globalização o mundo do trabalho sofreu muitas mudanças, como as inovações que as empresas e os seus colaboradores passaram e às quais tiveram de se adaptar para encarar esse novo momento da sociedade. O avanço tecnológico é um fato que mostra como a globalização mudou a forma de se viver e trabalhar. Antigamente algumas distâncias levavam meses para serem percorrias e hoje com o apoio tecnológico e em nosso ambiente globalizado levamos apenas horas para percorrê-las! Neste tópico, primeiramente vamos entender o que é realmente a globalização!
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3.1.1 A globalização e sua influência na sociedade moderna e nas relações de trabalho Você sabe como definir globalização e qual o seu objetivo? Saiba que o termo designa um conjunto de ações transformadoras de ordem econômica, política e social e que acontece universalmente ao longo dos anos. Seu objetivo é a integração de mercados, ampliando o comércio e os capitais internacionais. Além disso, nas últimas décadas houve um rápido desenvolvimento tecnológico, o que proporcionou novos costumes ao homem. Conforme mencionado, todo o processo da globalização trouxe uma grande mudança nas tecnologias utilizadas e proporcionou um grande impacto na vida dos indivíduos. Paralelamente à globalização, surgiram computadores e a internet; telefones, celulares e smartphones de última geração; tevê digital e tantas outras tecnologias que ajudam e fazem com que as informações estejam ao alcance de todos a todo o momento, promovendo um “equilíbrio” cultural entre pessoas e povos. Hoje, as informações são transmitidas praticamente simultaneamente aos eventos que as originam. A inclusão digital já é entendida como uma necessidade por todos; sites que incentivam e promovem o relacionamento de pessoas, como o LinkedIn, Facebook, Twitter, crescem assustadoramente com milhões de pessoas conectadas a eles. A globalização trouxe todas essas mudanças! Com ela, até mesmo o conhecimento atingiu um nível mais elevado e evoluiu, fato que também se reflete nas organizações e nas relações de trabalho.
Figura 1 – A globalização e o mundo. Fonte: Shutterstock, 2015.
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NÃO DEIXE DE VER... O livro Globalização e Desenvolvimento do autor Fernando Alcoforado fala sobre o processo de globalização e faz uma análise detalhada sobre como a sociedade capitalista foi influenciada pelas constantes mudanças ao longo dos últimos cinco séculos. Ele traz o foco no desenvolvimento defendido no século XX, o crescimento da economia brasileira do século XVI e especialmente sobre os caminhos do desenvolvimento social, político e econômico.
Nos séculos que precederam o atual, tínhamos uma economia que se baseava exclusivamente na indústria, ao passo que hoje podemos perceber como nossa economia mundial é baseada em informações. As informações que estão disponíveis são inúmeras e a quantidade de meios de comunicação que ajudam a difundi-las é também enorme. Tais recursos são um benefício, porém é muito importante sabermos estabelecer um limite de como e onde investir o nosso tempo, algo tão precioso e imensurável, de forma que possamos buscar crescimento profissional e pessoal. Nossa sociedade tornou-se mais exigente em termos de produtos de qualidade e serviços diferenciados, bem como preços mais competitivos! Isso é um desafio às empresas atuais, pois se elas não se adequarem e atenderem a tais demandas acabarão se tornando menos competitivas e perderão espaço. Neste cenário, as empresas precisam investir a todo o momento em inovações, mudanças de processos e novas tecnologias, buscando ter esse diferencial de mercado frente aos seus concorrentes. Essa postura proativa influencia diretamente o profissional nas organizações, já que ele será o agente de mudança que implementará todo o processo. Por esse motivo, o indivíduo deve se esforçar para atingir os resultados que são esperados dele, se esforçando para melhorar o seu desempenho, a qualidade de suas entregas, sem diminuir a qualidade de seu trabalho, buscando também se reinventar e se desenvolver. Frente a todas essas formas de atuação, não apenas os profissionais das empresas precisam aceitar e realizar essas transformações, mas os parceiros, fornecedores, líderes e a própria empresa como um todo também deve se adequar a essa nova realidade. As empresas sempre querem (e precisam) ser competitivas, e a busca por melhorias e adequações ajudam a fortalecê-las. Elas precisam incentivar e garantir que seus colaboradores se adequem a toda essa mudança, garantindo assim maior produtividade em menos tempo e com menos custo. O profissional moderno deve entender que, para ele, conhecimento, aprendizado e desenvolvimento sempre serão uma constante em sua trajetória. Ele deve estar sempre preparado a tudo que a empresa exigir dele, assim como a entender, aceitar e colaborar com as transformações que serão enfrentas pela organização. Assim, ele poderá se destacar e ter chances de sucesso. Atualmente discute-se muito a respeito da postura do profissional dentro de uma organização. Ainda vemos que alguns não seguem orientações básicas como se capacitar continuamente, participar de congressos e seminários, inclusive para falar alguns idiomas como inglês e espanhol, os quais são mandatórios. Algumas características importantes para esse profissional em tempos de globalização é saber ser criativo, ser inovador e ter sempre ideias diferenciadas, evitando fazer ou entregar o mesmo tipo de trabalho, ajudando a empresa a atingir seus objetivos e resultados. Aprender sempre e se adaptar a diferentes situações é o que se espera do profissional contemporâneo. 07
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Figura 2 – O profissional moderno e o mercado de trabalho. Fonte: Shutterstock, 2015.
NÃO DEIXE DE VER... Você com certeza já ouviu falar de Mark Zuckerberg, certo? Ele é o criador e fundador do Facebook. Apesar de sua criação ter sido controversa, ele acreditou em uma boa ideia e criou, na época em que frequentava a faculdade, a maior empresa de rede social do mundo, a qual se tornou um dos maiores fenômenos de sucesso do mundo globalizado atual. Ele é tido como um exemplo do que se pode considerar um profissional moderno, que se adequa a mudanças e objeções e que, com um toque de inovação, conseguiu ser reconhecido e obter muito sucesso em seu meio. Para entender sua trajetória e quais estratégias ele usou, não deixe de ver o filme A Rede Social (2010).
O mundo globalizado trouxe também outras mudanças ao profissional moderno, entre elas a possibilidade de estar sempre em busca de uma melhor oportunidade, já que a globalização gerou um mercado altamente competitivo e em alguns casos também muito vantajoso. Cada vez mais, é possível observar profissionais que buscam oportunidades em outros países para atuarem nas áreas de sua escolha e experiência. O tempo de atuação dos profissionais nas empresas também foi bastante reduzido. Antigamente era comum ver pessoas que passavam vinte ou trinta anos (ou até mesmo toda a sua trajetória profissional) na mesma organização. Atualmente, saiba que isso é praticamente impossível! O próprio mercado profissional não vê tal prática com bons olhos, já que pode considerar o profissional acomodado e sem interesse em vivenciar mudanças.
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Figura 3 – Uma das mudanças proporcionadas pela globalização é a possibilidade de o profissional estar sempre em busca de uma melhor oportunidade. Fonte: Shutterstock, 2015.
NÓS QUEREMOS SABER! Você já ouviu falar em uma área nas empresas chamada de Change Management (em português, “Gestão de Mudanças”)? Essa área está geralmente ligada aos Recursos Humanos e tem como objetivo preparar a empresa e os seus profissionais em relação às potenciais mudanças, ajudando a adaptar novos processos, conhecimentos e até mesmo as frustrações e reações comuns a qualquer desafio que uma mudança proporciona. Ela é muito utilizada na área de projetos, quando a empresa está implementando algo novo, como novos processos e ferramentas no intuito de ajudar os colaboradores a entendê-los, enfrentá-los e se adequarem a eles de forma parceira, unida e positiva.
3.2 O mundo globalizado e a inovação como aliados do profissional moderno As empresas atualmente esperam e enxergam a inovação como uma forma de ajudar a alavancar seus resultados, buscando e formando profissionais com espírito empreendedor. A valorização do capital humano pressupõe a criação de uma equipe que tenha um diferencial competitivo no mercado. O termo “Inovação” está cada vez mais em evidência e discussão, criando assim novos negócios e forma de atuação para empresas e profissionais atuais. Pode-se perceber a inovação nas organizações de várias maneiras, como na criação de novos produtos, um novo jeito de atender ao cliente, atualizar e remodelar produtos já existentes, criar novos e mais efetivos processos internos, entre outros.
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3.2.1 Como o profissional contemporâneo pode utilizar a globalização em sua atuação no mercado de trabalho e nas organizações Vamos começar já discutindo um caso?
CASO Gabriela é uma jovem que começou sua trajetória profissional como jovem aprendiz e agora está atuando como estagiária na mesma empresa de seguros, na área de Recursos Humanos. Sua empresa é uma multinacional americana com mais de sessenta anos de existência, tendo a matriz em Dallas/Texas, mas com filiais ao redor do mundo, incluindo em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo. Essa empresa é bastante tecnológica e isso não é problema para Gabriela, uma vez que ela já nasceu em uma sociedade altamente globalizada e conectada, tendo muita facilidade para utilizar toda a tecnologia que a empresa dispõe. Gabriela já está na empresa há três anos (um ano como jovem aprendiz e finalizando dois anos de estágio), mas pensa que talvez seja hora de dar uma oxigenada em sua carreira. Está começando lentamente a verificar o mercado e, quem sabe, mudar de emprego. Uma das líderes de Gabriela é Ivana, uma senhora de 55 anos de idade que é responsável pela área de administração de pessoal (o antigo e famoso Departamento Pessoal – DP), área da qual Gabriela faz parte. Ivana já está na empresa há pelo menos 18 anos e todos os processos para contratação, demissão, pagamento entre outros estão internalizados e são muito fáceis para ela, porém a empresa recentemente decidiu comprar um novo software que ajuda na organização dessas tarefas, visando padronizar todos os escritórios da empresa. Isso tem deixado Ivana bem preocupada, já que não é uma pessoa tão apta à tecnologia como Gabriela e que, por isso, não está muito satisfeita com a mudança. Essa ferramenta foi adquirida pela empresa nos Estados Unidos e o fornecedor de lá é quem ministrará os treinamentos e será o ponto focal para dúvidas nos primeiros seis meses de utilização do software. Isso é muito bom, não fosse pelo fato de que os escritórios do Brasil estão sem orçamento para enviarem as pessoas para treinamento. Algumas áreas sugeriram que fosse feito um curso on-line, assim as pessoas de qualquer lugar do mundo poderiam ter acesso ao treinamento e aprender a utilizar a ferramenta. Tal sugestão foi muito bem aceita pela empresa, porém o problema é que não havia tempo hábil para a construção do curso de capacitação até a instalação da ferramenta. Dessa forma, será feito uma capacitação de novos colaboradores e a ferramenta também será utilizada para tirar dúvidas e fixar conhecimentos, porém será necessário pensar em outra estratégia de como capacitar as pessoas que não estão no EUA fisicamente. Parece ser impossível, certo? Talvez não! Gabriela pensou muito a respeito e teve uma ideia, que dividiu com Ivana, a qual marcou uma reunião com o diretor de RH. A solução era simples: Gabriela lembrou que mensalmente era feita uma reunião com a equipe de Administração de Pessoal dos EUA para repassar as informações referentes ao Brasil. Como era inviável enviar todo o mês alguém para lá, a empresa adquiriu um serviço de videoconferência, no qual é possível falar com outros países e até mesmo compartilhar apresentações e documentos. Assim, como era feito nas reuniões mensais, foi possível fazer a capacitação dessa forma. Quando o curso on-line estivesse pronto, seria possível ainda usá-lo como uma forma de reforçar os conhecimentos recebidos e tirar dúvidas. O diretor de RH adorou a ideia e Gabriela foi muito elogiada.
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Figura 4 – O profissional moderno e o mercado de trabalho. Fonte: Shutterstock, 2015.
O que esse caso pode nos ensinar sobre o mercado, a inovação e o profissional no mundo globalizado? Simples: através dele pudemos ter o exemplo do profissional contemporâneo, o que se espera dele e como a inovação e tecnologia ajudam nas atribuições diárias. Se a empresa de Gabriela não tivesse adquirido o sistema de videoconferência, estaria tendo um custo muito grande com ligações e viagens desnecessárias a todo o momento, já que a única forma de trocar informações, experiências e conhecimentos seria viajando a todo o instante para os EUA, o que é algo muito oneroso e nada prático. Em alguns casos, tal deslocamento se torna necessário, porém isso é algo muito raro e geralmente delegado aos cargos mais estratégicos da companhia. Vimos que a inovação nos leva a um novo grau de evolução e isso se torna indispensável ao mercado de trabalho atual e aos profissionais que o englobam. De acordo com o dicionário Michaelis (2002), a evolução é o processo que significa progresso, fazendo a transformação de forma lenta, mas progressiva, de uma ideia, de um fato, de uma ação, etc. Vivenciamos uma sociedade rodeada pela tecnologia, na qual ferramentas de comunicação crescem em progressão geométrica, multiplicando-se em uma velocidade enorme. A utilização das tecnologias no ambiente profissional e a forma como elas nos ajudam no cotidiano transformou (e permanece transformando) a vida profissional de todos. Tal mudança influencia nossos comportamentos, expectativas, atitudes, relacionamentos, bem como a dinâmica social e familiar. A forma como deixamos que as tecnologias nos influenciem podem refletir muito na nossa forma de atuação profissional, já que isso pode nos trazer benefícios físicos e psicológicos, novas descobertas, aperfeiçoamentos, oportunidades para novos aprendizados, maior comunicação e facilidade de interação com o mundo. Assim como pode trazer benefícios, entretanto, os avanços tecnológicos também podem nos trazer sentimentos e atitudes negativas, como isolamento, estresse, frustação, entre outros. A questão aqui é achar um ponto de equilíbrio entre o que nos ajuda e o que nos causa danos. A globalização e as evoluções tecnológicas transformaram a economia, a política e até mesmo a cultura, porém há outro aspecto de nossas vidas que foram profundamente afetados: as relações interpessoais no âmbito profissional. Essa dinâmica acabou por diminuir a interação entre colegas e líderes e isso pode até mesmo influenciar de forma negativa o andamento da área e dos objetivos/resultados esperados pela empresa. 11
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De acordo com Ferreira (2006, p. 20 ), [...] o trabalhador não percebe o condicionamento ao qual está sendo submetido, assumindo as consequências da tecnologia, no instante em que ele toma para si a necessidade de estar sempre atualizado para não ser descartado da estrutura, e para ser competitivo tem-se de conhecer cada vez mais, e desta maneira maioria das vezes não discute a velocidade com que avança a tecnologia, e sim apenas procurando adequar-se a essa realidade.
VOCÊ O CONHECE? Esta pergunta é até estranha quando falamos de Bill Gates, não é verdade? Afinal, quem não conhece o fundador da Microsoft? A maior curiosidade sobre ele é entender como ele pôde influenciar (e muito) o mercado profissional. Em primeiro lugar, independentemente de sua idade ou em qual empresa tenha trabalhado, você em algum momento já utilizou um produto da Microsoft. Aqui no Brasil a grande maioria das empresas usa os sistemas operacionais da Microsoft e também seu pacote Office com softwares como Word, Excel, PowerPoint etc. Bill Gates foi o responsável pela criação de produtos acessíveis e que são utilizados mundialmente. Para saber mais sobre esse profissional, sua trajetória e contribuições, acesse <http://www.administradores.com. br/noticias/negocios/as-licoes-de-bill-gates-para-o-mundo-dos-negocios/63777/>
Figura 5 – Bill Gates: um contribuinte para a inovação no mercado profissional. Fonte: Shutterstock, 2015.
As organizações, no processo de disponibilizar a tecnologia ao seu quadro de colaboradores, não deve ser vista apenas como a provedora do material, e sim como uma instituição que valoriza o uso de novas tecnologias e entende como elas podem ajudar o cotidiano profissional. É seu papel, portanto, além de fornecer os recursos tecnológicos, garantir a capacitação necessária, fornecer conhecimento intelectual e sempre inserir nesse contexto a ética. Outro fator importante que devemos levar em conta é que nós devemos encarar as mudanças trazidas pela tecnologia como algo positivo, sem represálias ou reservas. Em outras palavras, precisamos entender o potencial que esses novos recursos têm de facilitar a execução de nossas tarefas e auxiliar o nosso desenvolvimento. 12 Laureate- International Universities
Houve também algo muito importante que a globalização trouxe a todos os profissionais: o espírito empreendedor. Na sociedade moderna, o profissional não é visto apenas como uma força de trabalho, e sim como capital humano, um colaborador e parceiro da empresa. O indivíduo precisa se pensar como a organização. Independentemente do cargo que exerce ou do local onde se dá a sua atuação, todos os profissionais precisam ter a visão do empresário, entendendo de todos os negócios da empresa, seus desafios, suas metas. Com um ambiente totalmente tecnológico voltado para o profissional contemporâneo, é importante que ele conheça bem qual o tipo de empresa em que trabalha, sua cultura, o que ela valoriza e até mesmo o que ela pensa e espera de sua atuação. Como vimos anteriormente, o professional de destaque é o que tem uma visão generalista da empresa e de sua atuação, devendo se adaptar a mudanças e adotar o perfil das empresas em que atua. Devemos sempre associar a utilização das tecnologias ao conhecimento provindo dessa prática. Sabemos que educação e conhecimento formam a base de tudo e que aumentam o valor e até mesmo o poder de um profissional em uma empresa. Na escola, quem sabia mais era sempre valorizado! Pois bem, nas empresas isso não é diferente. Com a globalização, a quantidade de conhecimento que está disponível para nós com a internet é imensa, o que pode nos proporcionar um maior desenvolvimento intelectual e profissional. Aprendemos o tempo todo e compartilhamos esse aprendizado (até mesmo sem perceber) com os que estão a nossa volta. No caso do trabalho (o local no qual passamos mais tempo com colegas que não foram escolhidos por nós), essa transferência de conhecimento trona-se inevitável. É necessário que nos esforcemos para ter uma maior flexibilidade, resiliência, rapidez e qualidade na produção de resultados. As empresas cada vez mais esperam e exigem essa competência de seus colaboradores. A globalização e a inovação são constantes, elas não se acomodam e também não param, e por esse motivo nós também não podemos nos acomodar. Criatividade e inovação devem ser peças-chave para usarmos no ambiente de trabalho.
NÓS QUEREMOS SABER! Você sabia que o mercado de trabalho e a tecnologia andam juntos há séculos? Associamos tecnologia com o uso de computadores, laptops e internet, mas sempre tivemos evoluções tecnológicas que impactaram o ambiente e as relações profissionais. Ao longo da evolução histórica do ser humano, o homem passou por vários períodos que marcaram sua vida profissional, como o Feudalismo e o seu sistema de produção conhecido como manufatura, em que o homem produzia seu alimento, e a Revolução Industrial, período conturbado que marcou novas relações de trabalho. Como podemos ver, as relações de trabalho evoluíram ao longo dos anos e as tecnologias de cada época apoiaram e incentivaram essa mudança.
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Figura 6 – O mundo globalizado e tecnológico. Fonte: Shutterstock, 2015.
Outra questão que o uso das tecnologias trouxe ao mercado de trabalho atual foi o aumento do desemprego. E por quê? Nos anos 1990 houve um crescimento no uso da tecnologia e isso acabou resultando em uma maior competitividade entre empresas e empregados. Empresas passaram a querer otimizar seus processos e maximizar seus lucros, produzindo mais com menos recursos, ou seja, passaram a empregar a mecânica e a robótica para produzir muito mais que o homem pelo mesmo tempo. Além da diferença na agilidade da produção, as novas máquinas e a tecnologia que as alimenta não tem necessidade de remuneração, o único custo é sua manutenção preventiva, o que ainda assim é muito mais barato do que o pagamento de salário aos empregados. Em alguns casos essas máquinas chegam a substituir até 35 trabalhadores, o que chamamos de automação da produção, utilizando o taylorismo como modelo de trabalho e inovação.
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Figura 7 – A evolução das tecnologias nas relações de trabalho. Fonte: Shutterstock, 2015.
NÃO DEIXE DE VER... Você sabe o que é taylorismo? Trata-se de uma definição sobre uma concepção de produção, baseada em um método de trabalho organizado e desenvolvido por Frederick W. Taylor. Com essa concepção, o trabalho foi dividido por especificidades, ou seja, cada trabalhador executava uma função específica, uma parte de um ciclo de produção industrial. Para saber mais sobre essa concepção e como ela influencia as relações de trabalho ao redor do mundo, leia o livro Taylorismo – após 100 anos nada superou o modelo de gestão, do autor Paulo Moreira da Costa, da editora Quality Mark.
A sociedade do trabalho foi tão influenciada pela tecnologia que hoje é comum as pessoas não trabalharem mais em um escritório. O home office substituiu a necessidade da presença física dos trabalhadores, os quais se reúnem apenas algumas vezes na semana ou no mês e fazem reuniões a distância. Tal prática era algo inconcebível nas décadas passadas devido à falta de tecnologia e de estímulo da empresa, afinal como seria possível mensurar o resultado desta pessoa em casa, sem ter a certeza de que ela está ou não trabalhando?
NÓS QUEREMOS SABER! O que é home office? Bem, trata-se de um conceito de modelo empresarial, no qual o colaborador trabalha de casa. É muito adotado devido à globalização da economia e o aumento da terceirização de serviços, o que acaba mudando o perfil do emprego e do local de trabalho. 15
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Com o uso e a disponibilidade de computadores portáteis e internet em todos os lugares, os profissionais conseguem trabalhar e responder às demandas de qualquer lugar, o que lhes dá maior flexibilidade e poder para gerenciar seus horários. Para a empresa tal pratica implica em vantagens como deixar o empregado motivado, engajado e retê-lo, além de ter uma diminuição de custos.
Figura 8 – O profissional globalizado. Fonte: Shutterstock, 2015.
Confira, a seguir, alguns prós e contras sobre a utilização da tecnologia em nossa vida e no ambiente profissional! 1. Prós:
• maior flexibilidade com os horários e o local de trabalho; • maior engajamento da resolução de problemas e retorno de solicitações; • redução de custos; • horários mais organizados; e • maior disponibilidade para amigos e familiares. 2. Contras:
• cuidado para que o trabalho não interfira e seja uma extensão na vida pessoal; • falta de disciplina na distribuição e no retorno das tarefas; • aumento da carga horária de trabalho; • perda de contato e trocas de experiências com outros profissionais; e • compulsão pela conectividade e escravidão digital. 16 Laureate- International Universities
Outro ponto favorável a respeito do uso das tecnologias no ambiente profissional é permitir o desenvolvimento do colaborador de forma mais flexível, como na realização de um curso on-line e através das várias metodologias da Educação a Distância (EaD). Hoje há várias modalidades de EAD, como as videoaulas, leitura de materiais impressos, audiobooks, entre outros. O que é importante reforçar é que atualmente o profissional possui acesso ao conhecimento de forma ampla, diferenciada e sempre atualizada, podendo se aperfeiçoar através do autoestudo. Com o aperfeiçoamento da tecnologia sugiram também os MOOCs, que são os Massive Open Online Courses, ou “cursos massivos abertos on-line”. Eles ganharam notoriedade há cerca de um ano e permitem a qualquer pessoa acessar, de forma gratuita, ilimitada, de alcance global, cursos disponíveis na internet, que são ministrados por professores ao redor do mundo e de conceituadas faculdades. Esse é mais um recurso à disposição do profissional contemporâneo e que só existe devido ao processo da revolução tecnológica vivenciada no século XXI.
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Síntese Síntese
• Vimos que a globalização e as tecnologias mudaram e ainda mudam o mundo do trabalho. • Sabemos agora que é preciso ter cuidado com o uso das tecnologias e fazer com que elas sejam aliadas no processo de trabalho e na relação com os demais colaboradores das empresas.
• Discutimos sobre como a tecnologia tem potencial para isolar o profissional. • É importante que o profissional troque suas experiências e seus aprendizados com colegas e líderes.
• Os
profissionais atuais possuem muitos recursos que os auxiliam em seu trabalho, facilitando na realização de suas tarefas e até mesmo na interação com pessoas de localidades distantes.
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Referências Bibliográficas
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas. Rio de Janeiro: Campos, 1999. FERREIRA, Ana Paula Cavalcanti. Tecnologia de informação controle e mundo do trabalho: pensar tecnologia na ótica do trabalhador. Revista Eletrônica de Ciências Sociais, n. 11, 2006. HIRATA, Helena. O(s) mundo(s) do trabalho. [ S.l.: s.d.] Texto apresentado no Seminário Rhodia/PUC-SP , sobre Educação e Empregabilidade. São Paulo, 7, 8 e 9 de agosto de 1996. LASTRES, Helena M. M. (Org.). Informação e globalização da era do conhecimento. Rio de Janeiro: Campus, 1999. MICHAELIS. Dicionário escolar de língua portuguesa. São Paulo: Melhoramentos, 2002 RIFKIN, Jeremy. O fim do emprego. São Paulo: Makron Books, 1995. STORTTI, Maurênio. Globalização: mitos e verdades. Porto Alegre: SENAC. Edições-RS, 1995. A Rede social. (The Social Network). David Fincher, Columbia Pictures, 2010. 121min. EUA.
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