Metodologia cientifica 4

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Daisy Lib贸rio e Lucimara Terra

Metodologia cient铆fica



Sumário CAPÍTULO 4 - Apresentação dos resultados científicos........................................................05 Introdução.....................................................................................................................05 4.1 Tipos de apresentação dos dados de pesquisa..............................................................05 4.1.1 Forma de apresentação dos dados em um trabalho científico ...............................05 4.1.2 Tabelas...........................................................................................................06 4.1.3 Gráficos..........................................................................................................07 4.2 Definir os modos de interpretação dos resultados.........................................................10 4.2.1 Análise dos dados coletados .............................................................................11 4.2.2 Interpretação dos resultados..............................................................................12 4.3 Compreender os modos de apresentação dos resultados...............................................13 4.3.1 Compreendendo as abordagens........................................................................13 4.4 Definir os processos de redação e divulgação dos resultados.........................................14 4.4.1 Divulgação dos resultados.................................................................................14 4.4.2 Formatação e redação......................................................................................16 4.4.3 Regras gerais do material visual para a divulgação dos resultados.........................18 Síntese...........................................................................................................................20 Referências Bibliográficas.................................................................................................21

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Capítulo 4

Apresentação dos resultados científicos

Introdução Você já parou para pensar por que é importante fazer uma boa apresentação de trabalho acadêmico? Pois uma boa apresentação é o reflexo de um estudo cuidadosamente planejado e devidamente executado pelo estudante. E para facilitar a exposição dos dados e a compreensão do leitor, o que uma boa pesquisa deve conter? Primeiro de tudo, uma correta formatação, aliada a recursos visuais durante o desenvolvimento do conteúdo, tais como: tabelas, gráficos e figuras. Mas vale ressaltar que, por exemplo, existe um jeito certo para apresentar tabelas e gráficos ao longo de seu projeto. Inclusive, é necessário seguir algumas regras de apresentação na hora de elaborar uma pesquisa científica. Afinal, por que existem essas regras? Porque seu trabalho precisa ser considerado relevante e consistente, bem como ter um aspecto formal e apresentável, pois só assim demonstrará toda a sua organização para aqueles que avaliarão você. Para entender bem essas regras, dedique-se bastante ao estudo deste conteúdo a fim de desenvolver mais essa competência profissional e acadêmica tão essencial nos dias de hoje. Este capítulo guiará você de forma simples e prática para fazer uma boa apresentação de seu futuro trabalho acadêmico. Preparado para começar? Então vamos lá! E acompanhe-nos!

4.1 Tipos de apresentação dos dados de pesquisa É chegada a hora de fazer a apresentação dos dados do seu trabalho acadêmico. O que fazer? Por onde começar? Inicialmente, você precisa planejar a apresentação dos dados. Mas, para isso, é preciso que você conheça a natureza e os tipos de dados a serem apresentados, bem como as afirmações contidas neles.

4.1.1 Forma de apresentação dos dados em um trabalho científico Segundo Marconi e Lakatos (2010, p. 214), “os dados serão apresentados de acordo com sua análise estatística, incorporando no texto apenas as tabelas, os quadros, os gráficos e outras ilustrações estritamente necessárias à compreensão do texto”. Então, no caso de sua pesquisa utilizar questionário, você pode descrever os dados obtidos conforme o exemplo a seguir.

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Frequência

Absoluta

Relativa

Valorização da empresa

19

21%

Benefícios

31

34%

Imagem da empresa no mercado

14

16%

Estabilidade

7

8%

Tabela 1 – Exemplo de tabela de frequência. Fonte: Elaborada pela autora, 2015.

Porém, verifique sempre qual recurso visual poderá ser usado para demonstrar as evidências a que se chegou por meio da pesquisa. Afinal, todos os dados pertinentes devem ser apresentados, mesmo se algum resultado for inconclusivo.

Figura 1 – Apresentação dos dados. Fonte: Shutterstock, 2015.

4.1.2 Tabelas Você sabia que a tabela possibilita que o pesquisador transmita informações de forma objetiva, facilitando, assim, o entendimento do leitor? Na NBR 14724 (2011, p. 4), a norma da ABNT para apresentação de trabalhos acadêmicos, a tabela é definida como “forma não discursiva de apresentar informações das quais o dado numérico se destaca como informação central”. Mais adiante, na NBR 14724 (2011, p. 11), podemos verificar que as tabelas “devem ser citadas no texto, inseridas o mais próximo possível do trecho a que se referem [...]”. Mas quais são os elementos básicos que compõem uma tabela? Uma tabela deve ser composta com os seguintes elementos:

• número da tabela; • título da tabela; 06 Laureate- International Universities


• coluna indicatória; • cabeçalho; • campos da tabela; • rodapé. Perceba, de modo visual, os elementos que compõem uma tabela: Tabela (nº) Título (deve ser o mais completo possível)

Coluna indicatória: indica o que mostra cada linha, pode aparecer mais de uma vez

Cabeçalho: indica o que mostra em cada coluna Campo da tabela: é o cruzamento das linhas e colunas.

Rodapé: indica a ordem dos dados e esclarece as dúvidas. Fonte: indica o autor direto da tabela, de onde foram extraídas as informações para a tabela. Nota: é utilizada para comentar o dado informado. Figura 2 – Modelo de tabela. Fonte: Elaborada pela autora, baseado em Filho e Santos, 2010.

NÃO DEIXE DE LER... Para saber mais sobre como elaborar tabelas em trabalhos acadêmicos, leia Normas de apresentação tabular, uma obra produzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que pode ser acessada pelo link: <http://biblioteca.ibge.gov.br/ visualizacao/livros/liv23907.pdf >. Das páginas 41 a 60 desse livro, confira vários exemplos de tabelas para você se inspirar!

4.1.3 Gráficos Será que é muito comum a utilização de gráficos em trabalhos acadêmicos? Sim! Até porque eles têm o objetivo de apontar as informações em evidência, permitindo que o pesquisador transmita a informação com maior clareza, além de proporcionar ao leitor uma visualização mais rápida dos dados apresentados (SANTOS; FILHO, 2000). No entanto, você deve ficar atento a algumas regras básicas. Por exemplo, o gráfico deve ser autoexplicativo e de fácil compreensão. Além disso, ele precisa atender a três requisitos: simplicidade, clareza e veracidade.

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Segundo as normas do IBGE (1993), os gráficos apresentam:

• Título: deve ser colocado acima do gráfico, seguindo as mesmas regras para elaboração de tabelas.

• Escala:

deve crescer da esquerda para a direita e de baixo para cima, seguindo os princípios dos eixos cartesianos.

Além desses componentes, recomenda-se a inserção de fontes de coletas de dados, seguindo a mesma orientação de tabelas. Inclusive, Santos e Filho (2000, p. 113) afirmam ainda que “deve-se adotar números e títulos” para cada gráfico. Mas vale ressaltar que existem vários tipos de gráficos, além de uma inúmera variação de programas de computadores que permitem diferentes apresentações desse recurso visual. Entre os tipos mais usados estão:

• gráfico

curvas ou linear: mostra uma variação de dados em que sua construção é ordenada de forma abcissa, ou seja, coordenada. Aliás, esse tipo de gráfico pode informar mais de um elemento em um mesmo quadrante. Veja o exemplo a seguir.

Intenção de voto

35

Resposta estimulada e única, em %

30

31

31

30

35

32

31

30

27

25%

26 24

Margem de erro de 3 Pontos

22

21

21

20

21

22

Russomano (PB)

23%

Serra (PSDB)

19%

Haddad (PT)

16

18

17 15

14

11% 8 6

7 6

6

8 6 5

7 4

7 5

8 5

8

4

9

4

Chalita (PMDB)

4%

Soninha (PPS) 13 e 14 jun

15 e 16 jun

19 e 20 jun

20 Ago 28 e 1 e 10 e 18 e 26 e 2e 29 ago 4 set 11 set 19 set 27 set 3 out

Gráfico 1 – Modelo de gráfico de curvas ou linear. Fonte: DataFolha, 2010.

• gráfico em barras: por meio de retângulos (na horizontal), mostra os valores obtidos

de forma proporcional. Pode, inclusive, informar mais de um elemento em um mesmo gráfico. Visualize a seguir.

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Teste do Consumo Consciente São Paulo

Aceitaram

Recife

Rejeitaram ou não responderam

Florianópolis

Não responderam Brasília

Rejeitaram Rio de Janeiro

0%

20%

40%

60%

80%

Gráfico 2 – Modelo de gráfico em barras. Fonte: DataFolha, 2010.

• gráfico

de colunas: semelhante ao gráfico em barras, com a diferença de que os retângulos estão na vertical, esse tipo de gráfico também demonstra os valores obtidos de maneira proporcional. Aliás, pode haver mais de um dado na mesma representação gráfica, como mostra o exemplo a seguir.

Frutas Preferidas 40

F r u t a s

35 30 Pêra

25 20

Laranja

15

Uva

10 5 0

Meninas

Meninos Gráfico 3 – Modelo de gráfico de colunas. Fonte: Elaborado pela autora, 2015.

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• gráfico

de setores ou pizza: identifica percentuais obtidos por meio de pesquisa, entrevistas ou questionários. É representado por uma circunferência, a qual totaliza 100% (cem por cento). Por isso, geralmente, é utilizado para apontar a distribuição percentual de uma população, de uma amostra ou de alguns fatores. Contudo, só pode mostrar uma informação por vez, ou seja, cada gráfico de pizza trará apenas valores de um determinado dado. Para entender melhor, confira o modelo a seguir.

Gráfico 4 – Modelo de gráfico de pizza. Fonte: Tiobe, 2012.

NÃO DEIXE DE LER... Para saber mais sobre os tipos de gráficos, acesse o site do Microsoft Office Excel e conheça os tipos de gráficos que você pode utilizar em seu trabalho: <https://support. office.com/pt-br/article/Tipos-de-gr%C3%A1ficos-dispon%C3%ADveis-a6187218807e-4103-9e0a-27cdb19afb90?ui=pt-BR&rs=pt-BR&ad=BR#bmpiechartsbr/article/Tipos-de-gr%C3%A1ficos-dispon%C3%ADveis-a6187218-807e-4103-9e0a27cdb19afb90?ui=pt-BR&rs=pt-BR&ad=BR#bmpiecharts>.

4.2 Definir os modos de interpretação dos resultados Do projeto de pesquisa até o resultado da investigação, você precisa ter em mente que há um caminho cuidadoso para percorrer ao produzir um trabalho acadêmico. Por exemplo, interpretar os dados obtidos. Você já parou para pensar como deve interpretar esses dados na sua pesquisa? Vale lembrar que uma boa interpretação dos dados de sua pesquisa é o primeiro passo para que suas considerações sejam avaliadas com relevância e importância. Então, vamos aprender como interpretar corretamente? Siga em frente. E vamos lá! 10 Laureate- International Universities


4.2.1 Análise dos dados coletados Antes de iniciar a interpretação dos resultados, reflita: o que é necessário fazer? Primeiro de tudo, é de extrema importância fazer a leitura informativa dos dados coletados. Afinal, este é um dos requisitos para o sucesso do seu trabalho. Mas você sabe o motivo disso? O motivo é bem simples: por meio da leitura informativa, você coletará os principais dados e/ou informações que serão utilizados no trabalho, com o fim de responder a questões específicas (CERVO; BERVIAN; DA SILVA, 2007).

Figura 3 – Momento de leitura. Fonte: Shutterstock, 2015.

Normalmente, os dados obtidos são armazenados em fichas de coleta de dados, certo? Então, o armazenamento dos dados apresenta dois pontos críticos: a fidelidade da informação e a perda de dados. No entanto, eles podem ser minimizados. Quer saber como? Acompanhe-nos! Conforme Pinheiro (2010, p. 73), “a fidelidade da informação pode ser controlada pela conferência das informações discordantes e o cuidado com digitações redundantes”. Já a perda de dados pode ser sanada com a realização de cópias de segurança ao final de cada sessão de trabalho. Mas atenção: a coleta e a análise dos dados exigem do pesquisador a realização de uma pré-leitura, de uma leitura crítica (ou reflexiva) e uma leitura interpretativa das informações coletadas. Esse procedimento vai servir de base para organizar os dados a serem apresentados. Após essa etapa, o passo seguinte é fazer a análise e a interpretação dos dados. Observe que esses dois processos, apesar de estarem conceitualmente separados na metodologia, estão intrinsecamente relacionados: A análise tem como objetivo organizar e sumariar os dados de tal forma que possibilitem o fornecimento de respostas ao problema proposto para investigação. Já a interpretação tem como objetivo a procura do sentido mais amplo das respostas, o que é feito mediante sua ligação a outros conhecimentos anteriormente obtidos (GIL, 1999, p. 168).

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NÃO DEIXE DE VER... O filme Nós que aqui estamos por vós esperamos, de Marcelo Masagão, mostra a banalização da morte e, por consequência, da vida, por meio de recortes bibliográficos reais e ficcionais. Essa obra brasileira de 1998 retrata o antagonismo de vida e morte do século XX, a partir da Primeira Guerra Mundial. Este é um excelente exemplo de pesquisa histórica para entender a importância de uma boa coleta de dados, com o objetivo de reforçar um tema, um pensamento ou um conceito.

4.2.2 Interpretação dos resultados Como relacionar os objetivos de um projeto, o seu tema e os dados coletados? Geralmente, a interpretação dos resultados fará essa correlação. Até porque, por meio dela, é apresentado o verdadeiro significado dos dados coletados em relação aos objetivos traçados, que devem estar alinhados ao tema da pesquisa. Para reforçar esse entendimento, Richardson (1999, p. 256), afirma que “o pesquisador deve interpretar, sintetizar a informação recopilada, determinar tendências e generalizar seus significados”. Em outras palavras, a interpretação tem relação direta com os dados empíricos e a teoria. Por isso, recomenda-se um equilíbrio entre seu estudo teórico e os dados obtidos em uma coleta, a fim de que os resultados da pesquisa sejam mais reais e significativos.

Figura 4 – Interpretando os resultados. Fonte: Shutterstock, 2015.

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Lakatos e Marconi (1992, p. 231) ressaltam que, quando os “dados forem irrelevantes, inconclusivos ou insuficientes, não se pode nem confirmar e nem refutar uma hipótese. Caso isso aconteça, tal fato deve ser apontado, não só sob a análise estatística, mas também correlacionando com a hipótese anunciada na pesquisa”. Segundo Marconi e Lakatos (2010, p. 214-215), é necessário assinalar em uma pesquisa:

• as discrepâncias entre os fatos obtidos e os previstos nas hipóteses; • a comprovação ou a refutação da hipótese, ou ainda a impossibilidade de realizá-la; • a especificação da maneira pela qual foi feita a validação das hipóteses no que concerne aos dados;

• o valor da generalização dos resultados para um universo, no que se refere aos objetivos determinados;

• as maneiras pelas quais se pode maximizar o grau de verdade das generalizações; • a medida que a convalidação empírica permite atingir o estágio enunciado de leis; • a

forma como as provas obtidas mantêm a sustentabilidade da teoria e como elas determinam sua limitação ou até sua rejeição.

4.3 Compreender os modos de apresentação dos resultados Para compreender os modos de apresentação dos resultados de sua pesquisa, é importante que você conheça qual é a abordagem do seu trabalho. Você sabe quais elementos/características são utilizados para justificar uma abordagem denominada de quantitativa, qualitativa ou mista? Não? Então acompanhe, e bons estudos!

4.3.1 Compreendendo as abordagens Para que você tenha uma boa interpretação de dados, é necessário ter clareza quanto à abordagem de sua pesquisa: se esta é quantitativa, qualitativa ou ambas.

Figura 5 – Tipos de pesquisa. Fonte: Elaborada pela autora, 2015.

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A abordagem quantitativa busca exprimir as relações de dependência entre variáveis para tratar os fenômenos. Além disso, procura identificar os elementos constituintes do objeto estudado, estabelecendo a estrutura e a evolução das relações entre os elementos. Seus dados são métricos, sendo assim, para interpretá-los, você deve lembrar que:

• a representatividade é numérica; • a medição é objetiva; e • a quantificação

dos dados e a generalização dos resultados.

A abordagem quantitativa tem como objetivo generalizar os dados a respeito de uma população estudando uma pequena parcela ou a população inteira do objeto da pesquisa. Já a pesquisa com abordagem qualitativa é um estudo não estatístico, que busca identificar e analisar em profundidade dados de difícil mensuração. Entre eles, podemos citar sentimentos, sensações, motivações e comportamento dos indivíduos. Proporciona compreensão em profundidade do contexto do problema, em que busca entender o indivíduo na forma como ele age. Sendo assim, a pesquisa:

• não se preocupa com representatividade numérica, mas, sim, com o aprofundamento da compreensão de um grupo social, de uma organização, etc.;

• busca explicar o porquê das coisas, exprimindo o que convém ser feito, mas não quantifica os valores nem se submete à prova de fatos, pois os dados analisados são não métricos.

4.4 Definir os processos de redação e divulgação dos resultados Você já pensou em como divulgar os resultados de sua pesquisa? Uma boa apresentação de um trabalho acadêmico é o reflexo de um estudo cuidadosamente planejado e devidamente executado. Por isso, você precisa compreender como conduzir uma apresentação para socialização dos conhecimentos aprendidos durante o desenvolvimento de sua pesquisa. Portanto, é muito importante se ater à redação final. Ou seja, você deve levar em conta a linguagem que está utilizando, inclusive questões relativas à formação e ao modo de apresentação para trabalhos científicos. Para compreender melhor essas regras, a seguir, vamos ver como funciona isso em detalhes. Acompanhe-nos!

4.4.1 Divulgação dos resultados Chegou o momento de fazer a divulgação dos resultados de sua pesquisa. Mas você tem dúvidas de como fazer e por onde começar. Para ajudá-lo nessa trajetória, incialmente, planeje sua apresentação. Mas como planejar? Prepare um bom resumo, crie um material visual para auxiliá-lo e depois treine sua apresentação. Lembre-se: um bom resumo deve ser elaborado com antecedência. Por isso, não deixe para elaborá-lo no dia ou na noite anterior a sua apresentação. O resumo deve conter as ideias e os argumentos principais de seu trabalho. E não se esqueça de considerar o tempo, o objetivo e o público que assistirá à apresentação. 14 Laureate- International Universities


Uma vez que o resumo está elaborado e suas anotações estão feitas, você precisa preparar o material visual. Verifique sempre qual recurso poderá ser usado no local destinado, a fim de que não corra o risco de haver incompatibilidade de softwares e, em consequência, frustre a projeção de sua apresentação. No material visual, você pode apresentar:

• o tema, o(s) autor(es), a instituição e a data; • os objetivos geral e específicos e a relevância/importância do problema pesquisado; • a metodologia empregada no desenvolvimento da pesquisa; • os principais fundamentos teóricos descritos no corpo do trabalho; • as conclusões ou as considerações finais. Muitos autores atuais, como Blikstein (2012), sugerem que os acadêmicos elaborem mapas mentais para auxiliar na organização do pensamento e na condução da apresentação. Além disso, os mapas mentais proporcionam ao apresentador segurança, clareza e objetividade, além de manter o foco da apresentação e possibilitar eventuais argumentações com tranquilidade.

NÓS QUEREMOS SABER! Você sabe o que é mapa mental? Mapa mental nada mais é que um tipo de diagrama, ou seja, uma técnica que permite que o autor elabore um roteiro para orientar a apresentação dos assuntos de forma ordenada e lógica.

Figura 6 – Mapa mental. Fonte: Shutterstock, 2015.

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CASO No fim do semestre, os alunos sofrem uma grande pressão para a defesa do TCC. Em um curso de Ciências Sociais Aplicada, um aluno estava muito nervoso para a sua apresentação. No momento de explanar sobre os objetivos do trabalho, ele simplesmente se calou, não conseguia falar nada, passou mal e teve que ser socorrido por uma equipe médica. Esse fato ocorreu devido ao grande nervosismo do aluno em falar em público, aliado à pressão da apresentação. Os professores alertam que é muito importante os alunos participarem das apresentações de trabalho em sala de aula ao longo do curso, pois essa prática faz com que eles se acostumem a falar em público, fazendo das pequenas apresentações em sala um laboratório de aprendizagem e prática de oratória e estruturação de uma apresentação. O aluno desse caso teve direito a uma nova data de apresentação. E com ajuda de um especialista, conseguiu superar suas limitações para fazer sua apresentação e conseguir o título de bacharel.

Polito (2001) afirma que existem três motivos para o medo de falar em público. Vamos ver quais são? Eles são:

• a falta de conhecimento sobre o assunto; • a falta de prática no uso da palavra em público; e • a falta de autoconhecimento. Para controlar esse medo, você pode utilizar fichas de anotações (1/4 de uma folha A4 em papel cartão) para escrever seu roteiro, as palavras-chave e os ganchos entre um assunto e outro. Além disso, a introdução e a conclusão também devem figurar nesse documento. Isso dará segurança a você – e não é esteticamente inadequado. Uma dica: ao escrever sua apresentação, dê atenção especial à introdução e à conclusão, porque normalmente esses momentos tendem a sofrer mais com as questões emocionais a que o orador está sujeito.

VOCÊ O CONHECE? Faustão e Fátima Bernardes, apresentadores de televisão, utilizam as ficha de anotação em todos os seus programas para auxiliar a apresentação.

4.4.2 Formatação e redação Na redação final do trabalho, o aluno deve ficar atento ao estilo de linguagem utilizado no trabalho, buscando sempre a uniformidade. Isto é, a linguagem precisa ser:

• própria; • clara; • precisa; • imparcial; 16 Laureate- International Universities


• coerente; • impessoal; • objetiva; e • coesa. Segundo Condurú e Pereira (2010), a apresentação deve conter a seguinte estruturação:

• título; • introdução; • objetivos; • desenvolvimento; • resultados; e • conclusão. Quanto à formatação do material visual, os mesmos autores indicam que você deve respeitar o limite de 1 cm para as margens e nunca usar fonte menor de 18. Preferencialmente, utilizar fonte Arial, 24 a 36 para o corpo do texto e 40 a 70 para os títulos. Calcule sempre uma média de 1 minuto por slide. Além disso, é recomendado usar cores com contraste adequado, entre o fundo e o texto. Se necessário, use negrito para aumentar o contraste.

Figura 7 – Modelo de slide. Fonte: Elaborada pela autora, 2015.

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4.4.3 Regras gerais do material visual para a divulgação dos resultados A primeira coisa que você precisa saber, antes de elaborar o material visual, é o tempo disponível para realizar sua apresentação. Sabendo com antecedência isso, calcule um ou, no máximo, dois slides por minuto. Lembre-se de que os slides devem ser claros, objetivos e sem poluição visual. Por isso, recomenda-se que cada slide não tenha mais do que sete linhas e mais de sete palavras por linha. Quando apresentar dados no material visual, procure usar gráficos claros e objetivos. Inclusive, é essencial treinar a apresentação com os slides prontos, a fim de ter noção do tempo que levará para realizá-la. Mas tenha muito cuidado para ocupar o tempo disponível – nem mais, nem menos. Para que você tenha uma ideia do tempo que levará para realizar sua apresentação, treine sozinho e, de preferência, na frente do espelho, gravando-se. Essa técnica permite que você identifique cacoetes e posturas inadequadas. Inclusive, ajudará você a perceber como está sua fluência verbal.

Figura 8 – Treinamento de apresentação. Fonte: Shutterstock, 2015.

Após treinar sozinho, simule sua apresentação com outras pessoas. Além de receber um feedback sobre como você conduziu sua apresentação, você conseguirá controlar o tempo e seu estado emocional.

NÓS QUEREMOS SABER! Você já realizou a pesquisa e estudou com afinco o seu tema? Está preparado tecnicamente para falar sobre o seu trabalho? Lembre-se: o que você sabe e pesquisou é propriedade sua, ou seja, você precisará utilizar esses conhecimentos para convencer os outros. A apresentação de um trabalho de conclusão de curso nada mais é do que “vender o seu peixe”. Se a sua banca não comprar a sua pesquisa, então é porque ela não estava adequada. Se você conseguiu vendê-la, logo, ela estava correta. Pense nisso!

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Agora você está preparado tecnicamente. O que pode dar de errado? Talvez falte na hora um equilíbrio emocional. Mas, para sanar esse problema, chegue cedo ao local da apresentação, teste os equipamentos e o material visual ou outro recurso que estiver disponível. Todo orador, do mais ao menos experiente, sempre sente um “frio na barriga” ao se dirigir para o local da apresentação (POLITO, 2011). O que diferencia um do outro é a capacidade de controlar suas emoções. Para isso, ao ser chamado para apresentar seu trabalho, levante-se firme e demonstre segurança por meio de uma postura altiva e simpática. Olhe em silêncio por alguns instantes para sua plateia, respire calmamente e cumprimente a todos, sem delongas. Outro aspecto que merece atenção é a sua linguagem corporal. Por isso, fique atento para:

• sua vestimenta, que deve ser elegante, porém simples, limpa e bem passada; • adornos demasiados ou possíveis “muletas”, como canetas, relógios, chaves, etc.; • os cabelos, que devem estar alinhados; • maquiagem e roupas, que devem ser discretas e sóbrias (para as mulheres); • sua postura corporal, que deve ser ereta e segura; • os

movimentos acima da cabeça e abaixo da linha da cintura, que prejudicam a sua apresentação;

• manter os pés firmes no chão e separados em, aproximadamente, 20 cm um do outro; • os braços e pernas cruzados, ou para as mãos no bolso, a não ser por breves períodos de tempo e de forma natural;

• movimentos exagerados de braços e pernas. Além disso, tome cuidado para que o seu vocabulário seja correto, claro e objetivo. Observe seu tom de voz, que deve ser alto o suficiente para que todos os que estão no ambiente possam ouvi-lo sem problema. Fale normalmente, às vezes mais devagar ou mais rápido. Alterne seu tom de voz, ora mais baixo ora mais alto, para não deixar a apresentação monótona. Ah! Não se esqueça de olhar para a plateia e apontar para os slides sem lê-los. Por fim, não deixe de dar um fecho para a sua apresentação (nunca com a expressão “é isso”) e procure responder às perguntas que por ventura lhe forem feitas. Quando não souber a resposta, não minta. Diga que você não tem a resposta neste momento, mas que poderá dá-la posteriormente. Ou, então, que essa questão não foi objeto de sua pesquisa.

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Síntese Síntese

Neste capítulo, você pôde:

• diferenciar os diferentes tipos de apresentação de dados de pesquisa; • esclarecer

como se dá a interpretação dos resultados das análises estatísticas e das análises não numéricas quanto a sua abordagem;

• entender

como a natureza do trabalho científico utiliza-se de uma abordagem com recursos diferentes;

• conhecer as dicas para fazer uma boa divulgação dos resultados; • compreender que, para uma boa divulgação dos resultados, é necessário estar atento a todas as etapas metodológicas da elaboração de um trabalho científico;

• perceber

que o sucesso da divulgação depende da estruturação do conhecimento adquirido no processo de aprendizagem do pesquisador.

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Referências Bibliográficas

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14724: informação e documentação: trabalhos acadêmicos: apresentação. 3. ed. Rio de Janeiro, 2011. BLIKSTEIN, P. O mito do mau aluno e porque o Brasil pode ser o líder mundial de uma revolução educacional. Disponível em: http://www.blikstein.com/paulo/documents/ books/Blikstein-Brasil_pode_ser_lider_mundial_em_educacao.pdf . Acesso em:28 de junho de 2015 CERVO, Amado L.; BERVIAN, Pedro A.; SILVA, Roberto da. Metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. CONDURÚ, M. T.; PEREIRA, J. A. R. Elaboração de trabalhos acadêmicos: normas e procedimentos. 4 ed. Belém: UFPA, 2010. GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE ) Dispocnível em <http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv23907.pdf >. Acessado em 28 de Junho de 2015. MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Metodologia do trabalho científico. 4. ed. São Paulo: ed. Atlas, 1992. ______. Fundamento de metodologia científica. São Paulo: Editora Atlas, 2010. PINHEIRO, J.M.S. Da iniciação científica ao TCC: Uma abordagem para os cursos de Tecnologia. Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna Ltda, 2010. POLITO, R. Recursos audiovisuais nas apresentações de sucesso. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2003. ______. Como falar corretamente e sem inibições. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. SANTOS, J.A., PARRA FILHO, D. Metodologia científica. São Paulo: Futura, 2000. RICHARDSON, R. J. et al. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1999.

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