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FEIRA AGRO-INDUSTRIAL DE VIANA EXPÕE POTENCIALIDADES ECONÓMICAS

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VIANA AGRO-INDUSTRIAL FAIR EXHIBITS ECONOMIC CAPABILITIES

No início do corrente mês, Viana acolheu a primeira Feira Agro-Industrial, promovida pela Administração Municipal local e que contou com a participação de 100 empresas de vários sectores. Viana hosted the first Agro-Industrial Fair at the beginning of this month, which was promoted by the Local Municipal Administration. There were 100 companies attendees from various sectors.

TEXTO TEXT FRANCISCO ADELINO FOTOGRAFIA PHOTO ARQUIVO ARCHIVE

Viana arrecadou, no exer-

cício de 2020, mais de dois milhões de kwanzas através do processo de licenciamento de empresas, num total de 108 unidades de diversos ramos da actividade económica. Apesar das adversidades actuais, agravadas pela Covid-19, o município mantém dinamismo empresarial e, para expor as suas potencialidades, realizou, no início de Abril, a primeira Feira Agro-Industrial, que contou com mais de 100 empresas. De acordo com o presidente do Conselho de Administração (PCA) da Zona Económica Especial (ZEE) Luanda-Bengo, localizada em Viana, o certame representa uma oportunidade para expor as potencialidades do município. António Henriques da Silva afirmou que eventos dessa natureza promovem o desenvolvimento do município e animam a vida dos munícipes. Acrescentou que, futuramente, a feira será temática, para permitir, cada vez mais, estimular o investimento e a produção nacional. in the fiscal year 2020, Viana

collected more than two million kwanzas from the licensing process of companies, a total of 108 units, from various branches of the economic activity. Despite the current challenges, aggravated by Covid-19, the municipality maintains its entrepreneurial spirit. It held the first Agro-Industrial Fair at the beginning of April to exhibit its economic capabilities; more than 100 companies attended the event. According to Mr. António Henrique da Silva, the CEO of the Special Economic Zone (SEZ) LuandaBengo, located in Viana, the event is an opportunity for exibiting the municipality economic capabilities. He stated that events of this nature do not only promote the municipality development but also brings life to its citizens. He added, “in the future the fair will be held under a theme to stimulate more investment and promote national production.” “The way in which the businessmen joined the event demonstrates an excellent partnership relationship with the Viana Mu-

“A forma como os empresários aderiram ao evento demonstra uma relação excelente de parceria entre essa classe e a Administração Municipal de Viana”, afirmou. A governadora de Luanda, Joana Lina, que procedeu à inauguração do evento, destacou o dinamismo empresarial de Viana e afirmou que o sucesso da Administração Municipal passa pela cooperação com o empresariado local. Disse ainda que, actualmente, as administrações municipais no país, através dos governos provinciais, têm promovido feiras dessa natureza, no sentido de expor as suas potencialidades económicas locais nos mais variados sectores.

Palco de intercâmbio

O director municipal de Promoção de Desenvolvimento Económico Integrado de Viana, Dorivaldo Adão, afirmou à E&M que a primeira Feira Agro-Industrial, subordinada ao lema “Juntos para o Desenvolvimento Sustentável do Município”, serviu de espaço de oportunidades de negócios e intercâmbio entre os empresários, sendo que iniciativas do género fortalecem a proximidade entre homens de negócio e administração local. Dorivaldo Adão declarou que o evento conta com expositores provenientes do Huambo, Benguela e Bengo, além de Luanda, e serviu, igualmente, para celebrar os 19 anos de paz e reconciliação nacional em Angola. “Só vamos resolver parte dos problemas da comunidade se estivermos em paz”, afirmou. Questionado sobre o processo de registo de empresas no município, respondeu que ocorre num bom ritmo e, apesar de localmente ainda não serem emitidos alvarás comerciais, as autoridades têm esse processo junto da Direcção Provincial de Promoção de Desenvolvimento Económico Integrado, lembrando que, no ano passado, foram arrecadados 2.175.000 kwanzas. Até Dezembro de 2020, avançou, o município contava com mais de dois mil postos de trabalho criados, como resultado de licenciamento de empresas. Porém, devido ao impacto negativo da Covid-19, cerca de trinta viram-se obrigadas a encerrar. “Continua o registo de novos negócios e a emissão de cartões de venda ambulante”, assegurou, tendo acrescentado que o seu pelouro tem promovido acções que visam o fomento do empreendedorismo, em parceiria com associações empresariais. “Todas estas acções visam acabar com a burocratização no processo de licenciamento de empresas em Viana”. Já os expositores se mostraram satisfeitos com a iniciativa da Administração Municipal de Viana. Sara Joaquim, responsável da IMEX Indústria, que existe em Angola há mais de 20 anos, afirmou que as feiras de negócio são “uma oportunidade ímpar em que as empresas têm de se expor e ser vistas. Muitas vezes, elas encontram dificuldades para efectuar contactos com os fornecedores, fabricantes e empresários. Por isso, quando se reúnem num espaço onde as empresas possam apresentar os seus produtos, serviços e estabelecer contacnicipal Administration,” he said. The governor of Luanda, Joana Lina, who inaugurated the event, commended Viana entrepreneurial spirit and stated that the Municipal Administration success was achieved thanks to the cooperation across the local business community. She added that the country’s municipal administrations, with support of the provincial governments, have now been promoting trade fairs of this nature, in order to exhibit their local economic capabilities in a various sectors.

PROVÍNCIA province LUANDA

CAPITAL capital LUANDA ÁREA area 18,826 km2 POPULAÇÃO population 8.000.000 habitantes REGIÃO region LITORAL-NORTE northern coast

Trade platform

The director of Integrated Economic Development Promotion of Viana, Dorivaldo Adão, told E&M that the first Agro-Industrial Fair, under the slogan “Together for Sustainable Development of the Municipality”, was an environment for business opportunities and networking for entrepreneurs; initiatives like this one strengthened the bounds between businesses and local administration. Dorivaldo Adão stated that apart from exhibitors from Luanda, there were others who came from Huambo, Benguela and Bengo provinces. The event also celebrates 19 years of peace and national reconciliation in Angola. “We will only be able to solve the community’s challenges if we are at peace,” he declared. Questioned about the companies registration process in the municipality, he replied that it was going on at a good pace, despite the fact the business licenses were not yet being issued locally. He said the process has been taken care of by the authorities at Provincial Integrated Economic Development Promotion Directorate, highlighting that last year 2.175.000 kwanzas were collected. As of December 2020, the municipality had created more than 2,000 jobs due to companies’ licensing services. However, Covid-19 negative impact forced about thirty companies to close. “The registration of new businesses and the issuing of street vendor cards are still being processed”, he said, adding that his office together with business associations had been holding activities aimed at promoting entrepreneurship. “All these actions aim to simplify the licensing process for companies in Viana”, he affirmed. The exhibitors, on the other hand, were satisfied with Viana Municipal Administration initiative. Sara Joaquim, head of IMEX Industry, which has been operating in Angola for more than 20 years, said that “Trade Fairs are unique opportunities where companies have to be showcased and seen. They often find it difficult to connect with suppliers, manufacturers, and business partners. So, it’s extremely important when you get to meet in a space where companies can showcase their products, services, and make contacts” The company’s headquarter is located at Estrada de Catete; it owns four raffia bag factories, and other factories for tanks, PVC tubes, mattresses, cushions, and paints. It is also represented in Cabinda, Huila, Benguela and Huambo provinces. According to Sara Joaquim “part of the raw material used is locally acquired and the other part comes from Europe and Asia.” In the face of the current difficulties for importing raw material, the company has been minimizing costs and maximizing profits as one of the strategies to maintain its stability. “We are receiving many people seeking for basic information about our production line,” she declared. Elizete João, head of Habitat Angola, was also satisfied with the number of visitors at the Fair. She shared details about the company’s activities which has an industrial plant in Huambo Province, where different types of furniture are produced with 100% of local raw material, namely eucalyptus wood. She reported the institution had the capacity to produce 250 desks per day, and the Ministry of Education and private schools were their main clients. With 50 employees, it was forced to reduce

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2.175.000 Akz

FORAM ARRECADADOS, EM 2020, PELA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL DE VIANA NO PROCESSO DE LICENCIAMENTO DE NOVOS NEGÓCIOS WERE COLLECTED IN 2020 BY THE VIANA MUNICIPAL ADMINISTRATION FROM THE PROCESS OF LICENSING NEW BUSINESS

Sara Joaquim, responsável da IMEX Indústria, que existe em Angola há mais de 20 anos, afirmou que as feiras de negócio são “uma oportunidade ímpar em que as empresas têm de se expor e ser vistas. Sara Joaquim, head of IMEX Industry, which has been operating in Angola for more than 20 years, said that “Trade Fairs are unique opportunities where companies have to be showcased and seen.”

tos, é extremamente importante”. A empresa, com sede na Estrada de Catete, tem quatro fábricas de sacos de ráfia, tanques, tubos PVC, colchões, almofadas e tintas e está também representada nas províncias de Cabinda, Huíla, Benguela e Huambo. De acordo com Sara Joaquim, parte da matéria-prima é local e a outra provém da Europa e da Ásia. Minimizar os custos e maximizar os lucros tem sido uma das estratégias da empresa para se manter firme diante das dificuldades de importação da matéria-prima. “Estamos a receber muitas pessoas a solicitar informações essenciais sobre a nossa linha de produção”, rematou. Elizete João, responsável da Habitec Angola, também se mostrou satisfeita pelo número de visitantes na feira, com quem partilhou pormenores sobre as actividades da empresa, his production level by 50%, due to Covid-19 pandemic, which forced schools to suspend classes. “We are currently producing on demand basis,” she said, adding that they had to direct part of the production to domestic furniture”. About participation in the event, Elizete Joao said “it is important in so far as it makes the company be more visible and it allows it to network with prospective clients and entrepreneurs, even though the company has been in the national market for 10 years now.” Finally, MOPIC’s head of Commercial Department, Carlos Lopes, one of the organizers, stated that the event served also for showing the three buildings that are being built at Vila de Viana, which will have house commercial venues and offices. “Among other objectives, the event is also to showcase each company’s main capabilities. Our will springs from the first Handicraft Fair, which had recently been co-organized with the Viana Municipal Administration”, he said. MOPIC has been operating in the national market for 13 years, producing various civil construction material.

que tem as instalações industriais na província do Huambo, onde produz mobiliário diverso com matéria-prima 100% local, nomeadamente madeira de eucalipto. Informou que a instituição tem capacidade para produzir 250 carteiras diárias e tem como principal cliente o Ministério da Educação e as escolas privadas. Com 50 colaboradores, foi obrigada a reduzir a sua produção em 50%, devido à Covid-19, que forçou a suspensão das aulas. “Neste momento, estamos a produzir com base em encomendas”, disse, acrescentando que tiveram de direccionar parte da produção para mobiliários domésticos. Sobre a participação no evento, Elizete João considera importante, porque “torna mais visível a empresa” e permite “estabelecer contactos com os clientes, empresários, apesar de já existir há 10 anos no mercado nacional”. Finalmente, Carlos Lopes, responsável da Área Comercial da MOPIC, uma das empresas organizadoras da Feira Agro-Industrial de Viana, afirmou que o evento serviu, igualmente, para a apresentação de três edifícios que estão a ser erguidos na Vila de Viana e que vão contar com zonas comerciais e escritórios. “O evento tem, entre vários objectivos, o papel de apresentar as principais potencialidades que cada empresa possui. A nossa vontade deriva da primeira Feira de Artesanato, co-organizada muito recentemente com a Administração Municipal de Viana”, disse. Instalada no mercado nacional há 13 anos, a MOPIC produz diversos materiais de construção civil.

Empreender em tempo de crise

No município de Viana, em meio à crise, vão surgindo

várias iniciativas de pequenos negócios, enquanto empreendedores mais antigos se reinventam para resistir às dificuldades. Carlos Cardoso é responsável de dois pontos de vendas da “Rabugento”, uma empresa com sede no Bairro Popular, que comercializa refrigerantes e fast-food. Para ele, não tem sido fácil gerir o negócio, principalmente devido à Covid-19, que obrigou, no ano passado, à interrupção das actividades por muito tempo. Ainda assim, tem sido possível manter os 10 postos de trabalho, graças também à disciplina e determinação dos colaboradores, o que “tem contribuído para manter a produção da empresa e satisfazer as necessidades dos clientes”. Questionado sobre o ambiente de negócios em Viana, Carlos Cardoso é de opinião que haja mais abertura na comunicação entre os empreendedores e a Direcção de Promoção e Desenvolvimento Integrado, para atrair maior número de investidores. “Caso contrário, teremos, nos tempos, um acentuado índice de desemprego em Viana, sobretudo no seio da juventude, por não haver financiamento para os pequenos empreendedores”, afirmou. Manuel Gonçalves trabalha por conta própria prestando serviços de beleza para sustentar a família e lamenta uma queda abrupta das receitas, devido à crise económica e, mais recentemente, à Covid-19, que afugentaram a sua clientela. Entre os seus serviços, destacam-se os tratamentos de pedicure e manicure, que deixaram de ser solicitados durante muito tempo, porque os clientes andaram em isolamento domiciliar. Mas, como para si “parar é morrer”, hoje remedeia-se com o pouco que ganha e, além de permanecer num único ponto, vai ao encontro de quem precisa dos seus serviços. Entretanto, lamenta a prepotência dos fiscais municipais, que nem sempre agem com rectidão. n Entrepreneurship in times of crisis

Despite the current crisis, several small business initiatives have been emerging in Viana municipality, while older businesses are reinventing themselves to adapt and stay in the business. Carlos Cardoso is responsible for two sales points at “Rabugento” - a small company based in Bairro Popular. It sells soft drinks and fast food. For him, it has not been easy to manage the business in times of Covid-19 pandemic, especially. Last year, the situation forced him to suspend the business activities for a long time. Nevertheless, he has been able to keep 10 job posts, thanks also to the employees discipline and determination, which “has contributed to maintaining the company’s production and meeting the customers’ needs.”, as he puts it. Questioned about the business environment in Viana, Carlos Cardoso replied “there must be more open communication between entrepreneurs and the Integrated Development and Promotion Directorate in order to attract more investors”. Otherwise, we will face sharp unemployment rate in Viana, particularly amongst the youth, because there is no support for small entrepreneurs.” he concluded. Manuel Goncalves is a self-employed worker who provides beauty services to support his family. He complains about the abrupt fall in revenues, due to both the economic crisis and more recently Covid-19, which have driven away his customers. Among other services, he renders pedicure and manicure treatments, which are no longer requested for a long time because of the lockdown customers have been under. However, he said, “stopping is dying,”; today, you make ends meet with the little you earn. He went on, instead of staying in one place, you go meet whoever needs your services. Besides that, he complains the municipal inspectors’ brutality – they do not always act fairly. n

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