agosto | 2021 edição n.º 9 ano letivo de 2020/2021
Externato Ribadouro
LER É PODER A importância da leitura
2 || Editorial
Editorial por: Ricardo Cruz
O que faz uma boa escola? O ranking de exames? O ranking de sucesso? Os professores? As visitas de estudo? O bar?! O horário do 12.º? Tudo isso? Nada disso? De que é feita uma escola? De pessoas muito especiais. Umas, que vibram com o conhecimento, a investigação, seja na pedagogia, seja na sua área de formação inicial ou noutras, que descobriram, entretanto. Outras, que também vibram com o saber. Autênticas esponjas de saber e de conhecer e fazer, extremamente sensíveis e reativas ao que aquelas lhes dizem. Se lhes dizem que é possível, que vamos fazer acontecer, que faz todo o sentido, as coisas acontecem. Os professores são mágicos inscientes. Dizem coisas e acontece magia. Os alunos são mágicos sem o saberem. Ouvem coisas e acreditam que é possível, e tudo acontece. Por isso, um professor acredita sempre que os seus alunos podem fazer melhor, ir mais longe, mostrar novas competências ou apurar as que já têm. E assim crescem, em ciclos de nove meses (setembro a junho, salvo pandemias e tirando Natal, Páscoa e Carnaval), tal e qual a gestação de uma vida humana, num microssistema que é uma incubadora de saberes. O que eles não sabem é que os professores olham para os seus alunos como os pais para os seus filhos. São sempre os seus alunos, por mais adultos e realizados que sejam… Neste ambiente propício ao desenvolvimento da pessoa humana, surgem projetos como a revista ECOS. Especial, porque é deles, foi deles. E irá continuar a ser. Diferente, porque prova que é possível gostar de temas como a política, a adolescência, as viagens, a música, o cinema e…ler. Fazer ler é das tarefas mais fáceis para um professor. Basta contar uma história e ler um pouco. O motor entra em ação. Depois, é não deixar que se desligue por inação. É preciso dar ao dedo, virar a página com os alunos. Ler em voz alta na aula. Ouvir em silêncio. Desafiar para ler mais. Para contar, para associar ao contemporâneo. Os alunos não leem porque a obra vai sair no exame ou porque vão fazer exame. Leem porque alguém lhes contou uma história, leu para eles em voz alta com vontade de ler. Riu com eles do que leu. Chorou com eles. E provocou neles a curiosidade inata a qualquer mamífero (e muito mais um primata superior), sobretudo quando se trata de imaginar realidades pelas palavras. A ECOS fez muitos leitores estes três anos. De livros, mas também de textos muito diferentes: reportagens, entrevistas, críticas, crónicas, artigos científicos, textos poéticos. Quem disser que os alunos não leem, não sabe o que diz. E se for um professor que o diz, não o merece ser. Porque os alunos leem muito. Basta terem quem leia para eles com verdadeira entrega. Porque também se pode ler pelos olhos do outro…
Equipa Técnica agosto 2021 | edição n.º 9
Colaboradores: 12.º C1 Afonso Mendes Camila Teixeira Inês Leitão Joana Leite Júlia Köche Vicente Trigo 11.º A10 António Gonçalves Miguel Santos 11.º C1 Alexandra Moura Ana Carolina Miranda Ana Filipa Reininho Kersten Ana Rita Franco Cabral Andreina Rodrigues António Gonçalves Pereira Diogo Corvaceira Gonçalo Biscaia Isabela Costa Joana Ribeiro Jorge Sousa Maria Carolina Magalhães Maria Carolina Bandeira Nuno Ferreira Rafaela Silva Rita Holland Sara Silva 11.º B2 Carolina Afonso Francisca Duarte Francisca Moura Maria Jorge Fonseca Sara Pereira 10.º C1 Marta Lima 8.º A Ana Teixeira Inês Cruz Guilherme Carneiro Jorge Pereira Laura Hashimoto Revisão: Ricardo Cruz Design: Afonso Mendes, 12.º C1 Miguel Santos, 11.º A10 Sara Rebelo, 11.º A10 Supervisão: Carla Noronha Alfredo Almeida António Pedro Antunes Bruno César Margarida Braga Publicada por: Externato Ribadouro Rua de Santa Catarina, 1346 4000-447 Porto direcaopedagogica@ribadouro.com
Editorial || 3
Sumário
6 BREAK FREE
4 ECOAÇÕES
20 AMP
30 ++
MAIS MAIS
4 || Sumário
23 A Capa
14
17
MAIS+
Ler é poder A importância da leitura
30 Ler é a única atividade humana que nos consegue fazer flutuar. Voar por mundos nunca vistos e acreditar que existem. E assim é, se nos emocionamos com eles. Nada se compara ao poder de aceder à mente de pessoas brilhantes, há muito desaparecidas, mas cuja consciência perdura na mente de quem as lê. Um livro pode ser a chave para um futuro. Ou a descodificação de um passado. Uma porta de saída. Ou um porto seguro. Ler é assim. Diferente para cada um e de cada vez que cada um lê.
Sumário || 5
ECOAÇÕES por: Afonso Mendes 12.º C1
Criar um projeto e vê-lo tomar forma é capaz de ser a melhor sensação. Claro que durante este processo existem obstáculos e discussões e desentendimentos, mas, quando o projeto se apresenta na sua forma final, tudo isso fica para trás e é possível sentir uma felicidade inimaginável. De facto, foi assim que nos sentimos, depois do lançamento da nossa primeira edição da ECOS, e que sentimos sempre que publicamos uma nova edição. Infelizmente, ou felizmente, a equipa que fundou o projeto acaba a sua jornada do secundário e dirige-se agora para a faculdade. Por isso, achamos importante recapitular o processo de construção deste projeto para que mais alunos sejam inspirados para criar os seus. Primeiramente: Olá. Sou o Afonso Mendes e durante estes três anos fui um dos responsáveis pelo projeto ECOS. Tudo começou com a minha passagem para o ensino secundário, no dia de apresentação. Já no meu 8.º e 9.º ano tinha criado uns projetos em conjunto com alguns professores, entre eles o historicast, mas sempre me ficou a ideia de criar um jornal escolar. Embora o tenha tentado, juntamente com a Prof.ª Paula Costa, no 9.º ano, juntamente com alunos do 2.º e 3.º ciclo, não chegámos a publicar uma edição. Então, à medida que os meus colegas se apresentavam, e sendo nós uma turma de Humanidades, fui percebendo que tinha o cenário ideal para criar um jornal escolar. A maioria queria seguir Ciências da Comunicação. Pus mãos à obra. O primeiro passo foi criar um logótipo para o Projeto ECOS, nome que foi recuperado do primeiro jornal escolar do Externato Ribadouro, e pensar como seria o design do jornal. Depois de tudo preparado chegava o momento de apresentar a minha ideia à diretora pedagógica. Não foi fácil… Sendo a Dr.ª Carla Noronha uma pessoa ocupada, lembro-me de rondar o seu gabinete todos os intervalos para ver se tinha a minha janela de oportunidade. Escrevi uma carta e deixei-a na sua secretária. Dias depois a Dr.ª Carla chamou-me ao seu gabinete. Tivemos um pequeno brainstorming. Como seria se nós nos afastássemos do 6 || Ecoações
formato antiquado de um jornal escolar e criássemos uma revista escolar? Um espaço no qual todos poderiam fazer ECOAR as suas ideias, perspetivas, opiniões e trabalhos? O projeto ganhava o seu mote: Fazer as ideias dos alunos do Ribadouro ECOAR. Fui apresentado ao professor Ricardo Cruz, que colabora connosco até hoje, e que se mostrou muito empenhado em começar o projeto, ao professor Dinis Rebelo e à professora Patrícia Castro, que rapidamente se juntaram à equipa. faltava apenas apresentar o projeto aos meus colegas.
Tecnologia e comunicação sempre foram duas áreas que desde pequeno valorizei. Quando iniciei a minha carreira de professor, pelas escolas por onde passei, dinamizei sempre o jornal escolar. Porque sempre entendi que dar voz aos alunos é valorizar as suas aprendizagens, é dar sentido à sua vida, que é a escola. Um jornal escolar é como um tubo de ensaio, onde se experimentam textos, públicos, se ensaiam escritores e artistas. Essa é a verdadeira escola. Aquela que tem vida a partir dos alunos e que aproveita as suas valências para desenhar projetos que sejam significativos. Um filósofo e pedagogo norte-americano, John Dewey (1859-1952), disse que “a escola não é a preparação para a vida. A escola é a própria vida”. Se é nesse espaço, seja físico, virtual, mas sempre social e afetivo, que educadores e alunos convivem, é nele que partilham a sua existência e as suas aprendizagens. Um jornal escolar, uma revista escolar, digital ou física, é o forum de encontro entre todos os agentes, atores, pessoas que vivem a escola. Estes três anos de ECOS só foram possíveis graças à determinação, energia e visão contagiantes do Afonso e do seu grupo. Desengane-se quem possa pensar que este projeto não é deles. É apenas e só deles. E por isso, vale tanto quanto muitas horas de sala de aula, qualquer que seja a sala e qualquer que seja a aula. Porque todos os alunos que participaram nele aprenderam , conheceram, desenvolveram capacidades e competências: organização, trabalho de equipa, gestão de emoções, combate à procrastinação, escrita de textos com marcas muito diversificadas. Organização espacial da informação textual e não textual. E conheceram o sonho, foram capazes de ver “as formas invisíveis” e “Os beijos merecidos da Verdade.” – a de que é possível fazer quanto há força de vontade e visão. Este mérito ninguém lhes tira. O digital está lá para provar. As edições, os textos, milhares de horas de dezenas de alunos que se irão lembrar, nas suas vidas, de que escreveram para um jornal de uma das maiores escolas do país. O número de leitores potenciais de cada edição da ECOS (alunos, seus pais e outros familiares) supera largamente o de muitas edições de livros e revistas. Penso que estes alunos nunca tiveram a noção disso. Mas se uns 500 alunos lerem cada edição, os seus pais, um ou outro tio ou tia, um ou outro avó, uma irmã, um amigo ou amiga… ”é fazer as contas”. A ECOS não vai acabar. Pode metamorfosear-se, tornar-se mais interativa, mas o seu cerne continua intacto: ser a voz dos alunos. Viva a ECOS! Professor Ricardo Cruz Ecoações || 7
AS IDEIAS COMEÇAM A ECOAR Apresentámos o projeto à turma e a adesão foi grande. Dias depois, marcámos a nossa primeira reunião semanal e as ideias começaram a surgir. A cada reunião que tínhamos o projeto ganhava forma, discutíamos novas rubricas e a paginação. A revista materializava-se com o contributo de todos, com os temas que estavam dispostos a falar e a dar a conhecer aos colegas. A primeira edição saiu em dezembro de 2018, exatamente no último dia de aulas. Finalmente, depois de semanas de trabalho, que não foram fáceis, a ECOS era publicada. O processo de paginação, na minha opinião, foi a parte mais difícil. Na altura não tinha as ferramentas adequadas para a paginação (fiz toda a paginação da revista no Adobe Illustrator, um programa para criação de vetores). A paginação tinha nove etapas. Agora tem menos, pois torna-se um processo exaustivo para uma revista de 30 e poucas páginas. Primeiro, a equipa de paginação cria a chamada (que na altura era só eu) “Prova 0”, onde paginamos todos os artigos, já revistos. A Prova 0 segue para a equipa de revisão e volta com indicações para correção. Esta retorna para os paginadores que fazem as devidas alterações, e por sua vez, volta para os revisores. O processo repete-se mais duas vezes. Na primeira edição este processo foi, digamos, muito exaustivo. O meu computador não colaborava, porque o documento tornava-se pesado, e, por vezes, desligava-se e a revisão era partilhada por três professores, o que significa que eu recebia três revistas todas com indicações de correções. Tenho de agradecer ao professor Dinis por me ter ajudado nesta tarefa. As próximas edições foram ainda melhores, a qualidade só aumentava! Exemplo de revisão da revista Em 2018, a Huawei confirmou o cancelamento de um acordo com a operadora norte-americana AT&T. Neste seguimento, viu os seus produtos deixarem de ser vendidos pela Best Buy. Tudo começou em janeiro de 2018, quando a Huawei confirmara o cancelamento de um acordo com a operadora norte-americana At&T. Sem este acordo, a Huawei não poderia vender nem publicitar produtos nas instalações desta operadora. A partir de aqui foi sempre a cair. Nos dias que se seguiram, Best Buy, a maior loja de eletrónica nos EUA, parou de vender os produtos Huawei!!! --Mas a questão persiste, qual a razão disto? O Presidente Americano Donald Trump, juntamente com o FBI, acusou então, a Huawei de estar a usar os seus aparelhos, vendidos ao público, para espionagem dos seus consumidores mais propriamente consumidores americanos. Ou seja, isto significaria que os EUA acusariam a China de algo muito grave! Espionagem... Donald Trump começou por contactar a Google a proibir a venda do software à Huawei, caso contrário, proibiria a Google de ter a sua sede e fábrica em território americano. Assim sendo, a marca eletrónica estava proibida de utilizar o software da Android nos seus dispositivos. Em 2017, foi aplicada uma multa à Huawei no valor de 100 milhões de euros, alegando-se que a empresa vendia informações americanas ao Irão... A Huawei decidiu pagar a multa, de forma a continuarem a poder vender os seus produtos em território americano. Atualmente, a marca chinesa não pode usar nenhum meio que pertença aos EUA, como a Google, que suportava o software utilizado até então, tal como o Gmail, a Play Store... O que fez que a marca meses depois anunciasse o seu próprio conjunto de apps substitutas, já que tinham sido descontinuadas. Este facto resultou num grande alvoroço entre os consumidores, já que certas aplicações não estavam disponíveis na nova loja da Huawei. É impressionante como é possível criar uma guerra entre duas potências mundiais apenas cancelando o fabrico e a venda de uma marca topo de gama.
Fonte: Getty Images
ECOS do Mundo | Relações Internacionais || 7
O INÍCIO DE UM NOVO PERÍODO O período de 2019/2020 trouxe-nos grandes esperanças. Era a nossa oportunidade de captar novos colaboradores. Eu e o professor Ricardo pusemos mãos à obra e conseguimos captar seis novos colaboradores. A edição n.º 4 foi, na minha opinião, a melhor edição que já tínhamos feito até ao momento. A capa foi trabalhada pela nossa equipa, o tema de capa era importante e tínhamos muito do que falar. Foi a publicação que mais visualizações teve no issuu.com e proporcionou-nos uma maior popularidade, trazendo-nos mais colaboradores de diversas turmas. OBSTÁCULOS Normalmente, quando um eco encontra um obstáculo este reflete-se. Foi exatamente o que aconteceu quando a ECOS encontrou o seu obstáculo a pandemia. Paramos, refletimos e partimos para a ação. A pandemia da covid-19 atacou-nos a meio da edição n.º 5. Tivemos rapidamente de nos adaptar ao regime assíncrono. Estabelecemos uma base de dados na plataforma Notion, onde colocávamos os alinhamentos, bases de dados de colaboradores, notas de reuniões e manuais, realizamos reuniões pelo Google Meet. A partir desse momento a ECOS passou a ser uma revista totalmente digital, o que tinha as suas vantagens e desvantagens. 8 || Ecoações
As reuniões, agora com um horário mais flexível, pois já não se tinham de realizar dentro da escola, tinham uma menor comparência do que as reuniões presenciais, devido à exaustão ou outras atividades dos colaboradores. Isto levou o corpo editorial a pensar em novas formas de planear a revista, diminuído o número de reuniões, realizando só algumas para delinear o tema de capa e comunicar com os colaboradores por mensagem. Mas foram necessárias algumas tentativas-erro para chegar a este método. Assim, a edição n.º 6, de junho de 2020, que focava nas nossas diferenças e, por sua vez, as nossas similaridades, foi a nossa edição totalmente digital, quer a publicação quer o processo. Em setembro de 2020, foi-nos apresentado outro problema. Já podíamos voltar às aulas presenciais, mas a ECOS tería de continuar no regime assíncrono. Partimos, como usual, para a captação de colaboradores e passámos a ter mais de trinta colaboradores (um recorde para a ECOS). Isto deve-se à grande adesão das turmas de 11.º ano de Humanidades e do 8.º ano. O processo de criação manteve-se o mesmo. Agora, com a nossa estrutura totalmente mudada para o MS Teams, fomos capazes de funcionar. Durante as primeiras semanas reuníamos para realizar o alinhamento e depois comunicávamos através dos canais do Teams. Com esta método, já consolidado no primeiro confinamento, fizemos alguns reajustes e fomos capazes de enfrentar o segundo confinamento. ECOS FINAIS Devo dizer que trabalhar na ECOS foi uma experiência gratificante. Apesar de todas as dificuldades e desafios, conseguimos, no final de todos os períodos, publicar mais uma edição. O que o futuro me reserva? Não sei… Ninguém sabe. Mas o que é o futuro reserva para a ECOS? Sinceramente, espero que este projeto continue, deixei tudo preparado para que isso aconteça, e com pessoas cada vez mais criativas que façam a revista crescer. Antes de acabar este artigo tenho de agradecer ao Externato Ribadouro, principalmente à direção, na pessoa da Dr.ª Carla Noronha, que, desde do meu primeiro ano no Ribadouro, acreditou nos meus projetos e impulsionou a ECOS. Agradeço também ao professor Ricardo Cruz, que foi outro dos grandes motores que fez a ECOS crescer. Se não fosse a sua criatividade e atenção aos detalhes a ECOS não teria uma qualidade tão grande. Ao corpo editorial, à Camila, Joana e Miguel, que nestes últimos meses foram as rodas dentadas que fizeram a máquina funcionar (acho que devia deixar a metáfora do motor). À minha turma, que, desde o 10.º ano, acreditou nos meus projetos e ideias malucas. E todos aqueles que participaram na ECOS. No fundo, agradeço a toda a comunidade escolar, professores, funcionários, alunos e pais, que receberam este projeto de braços abertos.
Ecoações || 9
Ser finalista por: Camila Teixeira 12.º C1
Ser finalista é um misto de emoções: é felicidade e entusiasmo, devido ao começo de uma nova etapa na nossa vida, mas é também nostalgia e tristeza, devido ao encerramento de outra. A conclusão destes doze anos de escolaridade que nos prepararam para o início da faculdade e para a vida adulta chegou mais rápido do que imaginávamos. Apesar desse novo capítulo prestes a começar seja emocionante, o medo do desconhecido é, por vezes, inevitável. Desta vez não estamos só a mudar de escola mas estamos, sim, a arcar com mais responsabilidades e a pôr verdadeiramente à prova a nossa maturidade. É desta que deixamos a nossa infância para trás e, de repente, toda a nostalgia e saudade instalam-se. Apesar da mudança de ares ser refrescante, o abandonar dos locais que nos moldaram e formaram para iniciar este novo período da nossa vida pode, sem dúvida, ser pesaroso. Deixar os amigos, os professores, os funcionários… Pode parecer que estamos a deixar também um pedaço de nós. Mas isso não tem de necessariamente ser uma coisa má. Quer consideremos que o nosso percurso escolar tenha sido bom ou mau quer estejamos nervosos ou não por deixar o secundário, temos que admitir que o começo desta nova fase irá introduzir na nossa vida inúmeros novos desafios e acontecimentos que também acabarão por influenciar a pessoa que seremos no futuro. Novas experiências, novos amigos… Todas estas mudanças acabarão por nos orientar por um certo caminho que, sendo este certamente muito diferente daquele que percorremos durante este tempo todo, irá sem dúvida mudar a nossa vida. Não podemos esperar que fique sempre tudo igual. À medida que crescemos, todos à nossa volta crescem também e, sem qualquer tipo de aviso, de um dia para o outro, tudo pode mudar. Foi isso mesmo o que aconteceu durante estes últimos dois anos que estivémos no Ribadouro. Manifestando-se em força no ano de 2020, a pandemia teve o seu impacte na vida escolar de todos os estudantes do mundo e alterou radicalmente a maneira como as aulas seriam dadas dali para a frente, quer online, quer presencialmente. Apesar de termos voltado às aulas presenciais em 2021, podemos dizer que o processo foi extremamente difícil de qualquer maneira. Sabendo que as repercussões da pandemia tiveram um enorme impacte na saúde mental dos alunos, na sua produtividade e no seu aproveitamento das aulas, acredito que a escola atuou de forma estupenda, na medida em que fez o melhor que pôde para, mesmo assim, nos deixar confortáveis e motivados, para que, apesar das circunstâncias, conseguíssemos desfrutar do nosso secundário da melhor maneira possível, acabando esta jornada satisfeitos com a nossa experiência no Externato Ribadouro. Pode ter sido cansativo e doloroso para todos, mas enfrentando estas adversidades em conjunto, podemos afirmar que ficámos todos muito mais fortes e com uma perspetiva completamente diferente da nossa vida e do mundo em que vivemos. Foram, também, os laços que criámos durante este obstáculo que acabam por tornar esta despedida tão mais difícil. Não digo que toda a gente sinta a mesma saudade da escola, das aulas, dos professores ou dos colegas, uma vez que todas as experiências são diferentes umas das outras – umas melhores, outras piores. Mas sei que posso afirmar, com toda a certeza, que todos partimos com saudades de qualquer coisa e, ao mesmo tempo, com receio de qualquer coisa. Mas, pelo menos, podemos encontrar conforto em saber que não estamos sozinhos e que esse medo e essa saudade são partilhadas por todos nós.
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Obrigada, ECOS! por: Camila Teixeira 12.º C1
A minha experiência na revista ECOS foi muito enriquecedora, na medida em que me fez desenvolver aptidões que me vão ser muito úteis no futuro, tais como a minha capacidade e criatividade de escrita, a minha capacidade de pesquisa e o meu sentido crítico. Quando o projeto nos foi apresentado pela primeira vez, confesso que fiquei um pouco reticente, porque não sabia o que me esperava ou até se chegaria a valer a pena. No entanto, posso dizer que todo o esforço para pôr a ECOS em movimento sem dúvida que compensou, uma vez que deixou a sua marca nos alunos e nos professores que participaram, e mesmo na própria escola, que nunca tinha tido um projeto deste género, em que os alunos podem praticamente assumir o controlo daquilo que pretendem divulgar e partilhar com os seus colegas. Sinto que ganhei uma grande afinidade por toda a gente envolvida e que vou levar deste projeto várias lições e aprendizagens que vão ser muito vantajosas para a minha vida académica, profissional e pessoal. Obrigada, ECOS!
Ei! Já conheces a ECOS? Somos a TUA revista escolar. Gostas de escrever? És criativ@? Junta-te à nossa equipa!! Consulta o nosso trabalho em: www.issuu.com/ecosribadouro Fala connosco: @: ecos@ribadouro.com @: @ecosdoribadouro
Ecoações || 11
Break Free
12 || Break Free
Vulgares por: Marta Lima, 10.º C1
Seres rasos e vazios Que agem como apenas outro ignorante comum. Questiono-me se nasci no lugar errado Ou se, sem me aperceber, também eu me tornei num. Seres que falam, mas incapazes de escutar, Donos de uma superficialidade que transparece. Referem-se a tudo o resto como inferior, Mas não são tão seguros como parece. Seres para os quais o egoísmo não é gravidade, Seres que fingem algo que não são. Mas porque se escondem todos atrás da futilidade, Quando serem eles mesmos traria a maior aprovação? E seres deslumbrados por se destacar, Seguem tudo exceto a sua própria vontade. E é tão infeliz e difícil de aceitar Que normalizámos esta realidade. E ao fim do dia, nada do que experienciei é real, Porém, fecho os olhos pois sem alguém a vida é uma solidão imensa. Mas enquanto vocês superiorizam o banal, Eu observo vulgares obcecados em fazer a diferença.
Break Free || 13
ECOS de Viagem:
Itália por: Joana Leite 12.º C1
A Itália é um dos países com uma grande influência na arte, na arquitetura, na culinária e na moda. Na verdade, é dos poucos países onde a arte e a vida se misturam com tanta naturalidade e espontaneidade. A vida italiana é baseada na dedicação de viver bem a vida e, naturalmente, de viver em comunidade. Para além da vida cultural, as paisagens da costa italiana contribuem para a beleza do país europeu. Influência histórica e cultura A Itália é o epicentro cultural e histórico da Europa, essencialmente devido às conquistas do Império Romano e, também, às mudanças que nasceram com o período da Renascença. Em todo o país, mas principalmente nas cidades principais, é possível ver as influências artísticas de Michelangelo e de Leonardo da Vinci. De facto, a Itália tem mais locais considerados Patrimónios Mundiais da UNESCO do que qualquer outro país no mundo inteiro.
14 || ECOS de Viagem || Itália
Fonte: Mathew Schwartz em Unsplash
Culinária Mesmo parecendo simples, a comida italiana consegue ser sofisticada e engenhosa, ao mesmo tempo. Aliás, a comida italiana foi considerada uma das melhores na lista dos “50 melhores do mundo” do San Pellegrino. Contudo, a comida italiana não é apenas pizza, lasagna e risotto. A Itália tem diversos pratos tradicionais, como: • Bistecca Fiorentina (bife de fiorentina); • Ribollita (uma sopa tradicional feita com pão); • Focaccia (tipo de pão); • Arancini (bolinhos de arroz recheados).
Fonte: David Kohler em Unsplash Fonte: Michele Bitetto em Unsplash Fonte: Canmandawe em Unsplash
Fonte: Clay Banks em Unsplash
Fonte: Daniele Barison em Unsplash
Veneza Veneza é das cidades italianas mais originais, especialmente por ser constituída por estruturas e palácios de mármore. O “grande canal”, ou seja, a gigantesca via pública de Veneza, é um local de destaque, por refletir as glórias do passado ligadas à arquitetura italiana. É no fim deste “grande canal” que se encontram o Palazzo Ducale e a Basílica di San Marco. Mas não é apenas a arquitetura que surpreende, a comida também o faz. A aquicultura de lagoa permite uma variedade surpreendente de marisco e, acompanhada por especiarias, foi considerada uma verdadeira “comida para realeza”, nos tempos do rei Henrique III da França. Locais recomendados: Palazzo Ducale (palácio), Basílica di San Marco, Basílica di Santa Maria della Salute e La Fenice (teatro).
Fonte: Damiano Baschiera em Unsplash
Roma Roma é uma das cidades italianas mais conhecidas e é caracterizada pela mistura de ruínas, arte e movimentação populacional. Para além disso, é das cidades mais românticas e carismáticas do mundo e, naturalmente, da Europa. A cidade é um verdadeiro reflexo do seu desenvolvimento histórico, especialmente com a existência de monumentos icónicos como o Coliseu, o Fórum Romano e o Panteão. A arte do Barroco e do Renascimento continua presente na cidade através das basílicas, nomeadamente a Basílica de São Pedro. Locais recomendados: Coliseu de Roma, Basílica de São Pedro, Museu Capitoline e Piazza Navona.
ECOS de Viagem | Itália || 15
Fonte: Daryan Shamkhali em Unsplash
16 || ECOS de Viagem || Itália
Fonte: Mark Pecar em Unsplash
Fonte: Giuseppe Mondi em Unsplash
Florença Em Florença sente-se, imediatamente, o ambiente romântico, renascentista e artístico. Esta pequena cidade pouco mudou desde o Renascimento. Apesar da pequenez das ruas, a paisagem desta cidade é inacreditável e perfeita, devido aos enormes palácios dos séculos XV e XVI, aos inúmeros museus artísticos e às igrejas iluminadas. Florença também se destaca pela indústria da moda e pela comida. Quanto à moda, esta indústria nasceu lá com os designers Guccio Gucci e Salvatore Ferragamo, criando um verdadeiro ambiente de elegância. Quanto à comida, os habitantes de Florença têm um enorme orgulho pela sustentabilidade e qualidade da culinária florentina. Aliás, Florença é o paraíso da comida e da bebida, sendo conhecida pela produção de vinhos e de comidas, como Ribollita (sopa de feijão, pão e vegetais). Locais recomendados: Museo di San Marco (museu), Duomo (catedral) e Museo delle Cappelle Medicee (museu).
Milão Bem-vind@ a Milão, uma metrópole futurista e criativa. A cidade de Milão é o epicentro dos negócios e dos ritmos acelerados. Após a unificação da Itália, em 1861, Milão tornou‑se o centro industrial e cultural do país e, ainda hoje, mantém esse título. Apesar de não ter a mesma quantidade de atrações como as restantes cidades italianas, tem diversas coleções de arte, literatura e música. Contudo, esta cidade também é conhecida pelas criações de Leonardo da Vinci, especialmente A Última Ceia. Locais recomendados: Teatro alla Scala (opera), Castello Sforzesco (castelo), Parco Sempione (parque / jardim) e Basílica di Sant’Ambrogio.
Fonte: TripAdvisor Fonte:Michele Bitett em Unsplash
Sicília Por fim, temos a ilha de Sicília, um paraíso no Mediterrâneo. Esta ilha atrai devido à lindíssima paisagem e à diversidade de tesouros culturais. Já no tempo clássico de Homero e Virgílio escrevia-se poemas dedicados à Sicília e, hoje, continua-se a celebrar a sua beleza. A comida é outro fator que atrai, pois os pratos tradicionais continuam a ser produzidos com ingredientes da ilha, como marisco, fruta e ricota. Locais recomendados: Cattedrale di Monreale (catedral), Cappella Palatina (capela), Stromboli (vulcão), Tempio della Concordia (ruínas gregas) e Palazzo dei Normanni (palácio do século IX).
Verona Não nos podemos esquecer da inesquecível e romântica cidade de Verona. Para quem adora as obras de Shakespeare e, em particular, a história de Romeu e Julieta, este é o sítio ideal para visitar. Para além da visita à varanda que inspirou a história, Verona atrai milhares de turistas por ter belas praças e ruas. Não é apenas o ambiente romântico que atrai, mas também a comida, os festivais anuais e as atrações arquitetónicas. Locais recomendados: Arena Romana, Festival de Opera, Giardino Giusti (jardins), Caffè Carducci (café antigo) e Galleria d’Arte Moderna Achille Forti (museu de arte).
Fonte: TripAdvisor
Fonte: Z S em Unsplash
Fonte: Gabriel Castles em Unsplash
Nápoles Tal como o resto da Itália artística, Nápoles não foge à regra. Esta cidade é verdadeiramente uma obra-prima, seja pela riqueza cultural, pelo comércio ou pela comida. Desde o tempo dos gregos e dos romanos, o facto e o mito sempre se confundiram. Mitos relacionados com a rainha Joana II, que acreditam que atirou os amantes ao rio, ou com os crânios dentro do Cimitero delle Fontanelle (cemitério), que podem ter poderes esotéricos. Mesmo assim, Nápoles é muito mais do que a sua história e demonstra a sua competitividade na comida. Em comparação com as restantes cidades italianas, é em Nápoles que a pizza e as massas são consideradas as melhores. Locais recomendados: Museo Archeologico Nazionale (Museu Greco-Romano), Cappella Sansevero (Capela), Caffè Gambrinus (café mais antigo de Nápoles) e Catacombe di San Gennaro.
ECOS de Viagem | Itália || 17
A Importância da Leitura
O Poder da Leitura Ler dá-nos poder. Já nem sei onde começa e onde acaba o autoconhecimento que a leitura talvez nos proponha, até que ponto sou a consequência de todas as minhas leituras, ou se serei apenas a junção de toda a visão intimista e reveladora de quem escreve, declarada em prosa. A leitura ampara, solidifica o ser. Oferece subtilmente razão ao sonho, consolida-o. Permite a plena vivência da solidão, na revelação de individualidades autónomas, que se identificam na arte de perspetivar a vida. A vivência humana acaba sempre por requerer 18 || Tema de Capa
por: Maria Carolina Bandeira 11.º C1
uma f irmeza sólida de princípios morais que a matéria temporal é incapaz de deteriorar. Assim, na procura desta mesma estabilidade, indivíduos que são separados por épocas e riqueza estilística distintas são unidos pela leitura, sempre que poetas são lidos por pensadores. Autor e leitor aproximam-se, através de posições espirituais e mentais, relembrandonos da complexidade dos pensamentos, têm a capacidade de restituir o ânimo naquele que é o conhecimento espiritual entre seres f isicamente tão distantes, mas
intelectualmente tão semelhantes. Os escritos são sempre pessoas, histórias e memórias eternizadas numa sublime arte perplexa. Este dom pode ser por vezes concedido a algum ser humano, mas que ao fugir dos padrões destabiliza a alma de simples recrutas da vida, leitores inexperientes. No entanto, quando concedido a um indivíduo complexo e dotado de senso, os escritos purificam e elevam o carácter primitivo e servil do que busca as respostas na leitura. Dá-nos asas. Através da leitura, somos na imaginação,
Fonte: Jessica Ruscello em Unsplash
todos aqueles que não temos coragem de ser à luz do dia. De olhar perscrutador as palavras desenham palácios, os olhos edificam o ensaio de interpretar toda a personagem e ao mesmo tempo, poder não ser mesmo ninguém. A conclusão que retiro é que não nos chega, não nos basta a leitura por si só, aliás como tudo na vida. Ler sustenta a vida, mas não nos esqueçamos de que nos convidam para algo mais do que a nossa zona de conforto, do que uma imaginação sonhada. Há que reescrever os sonhos, ou até trazê-los para uma dimensão tátil, há que torna los minimamente animados. É fácil e segura
uma vivência fantasista, mas os escritores ensinamnos a pedir transformação, desprendimento de uma vida na imaginação, incitam-nos a reconstruirmo-nos em força para que sejamos capazes de assumir também posições à luz do dia, sob o nosso nome próprio e essa sempre foi a parte mais desafiante. Mais do que a realização que sentem ao conhecerem a nossa identificação com as suas obras, os escritores merecem uma dedicatória mais consistente do que uma elementar representação. Os escritores pedem-nos a aprendizagem das histórias que nos contam, das perspetivas que adotam e acredito que, em troca,
não nos peçam muito mais do que as nossas versões a transbordar de identidade, autenticidade, sempre de mãos dadas com a moralidade que nos transcreveram e com o espírito crítico que ajudaram a moldar. Creio que não haverá maior sentimento de concretização. Agarrados às leituras vêm corações, sensações e emoções irrepetíveis. Vêm intimidades de gente desconhecida, constroemse afinidades irreproduzíveis. Conhece-se a humanidade, partindo de uma só vontade: a de conhecer através de todo o prazer que representa o gosto de ler. Tema de Capa || 19
A Importância da Leitura no Quotidiano do Ser Humano Perspetiva de uma pessoa que adora ler
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Fonte: Janko Ferlic em Unsplash
A leitura é crucial para o desenvolvimento intelectual e pessoal do ser humano. Desde muito nova, que os meus pais, especialmente a minha mãe, incutiram-me hábitos de leitura. Olhando para trás, agradeço-lhes, pois penso que só me trouxe benefícios e que, atualmente, tem um papel preponderante no meu quotidiano. Assim, a leitura traz numerosos benefícios, desde permitir um aumento e evolução da imaginação, um desenvolvimento das sinapses cerebrais, permite ao leitor criar um mundo de fantasia e de culturas diferentes, relaxar e, por isso, cria momentos de pura diversão e prazerosos. Além disso, há numerosos estudos que demonstram que a leitura é extremamente importante, dado que permite o desenvolvimento de uma sociedade, e é a maneira mais antiga para que uma sociedade seja instruída. No entanto, nas últimas décadas com o desenvolvimento das novas tecnologias, o ser humano está cada vez mais a desvalorizar esta atividade, e consequentemente, o QI da nova geração é inferior ao da anterior, sendo que isto é extremamente preocupante e é apenas uma das consequências, pois as piores só se vão verificar daqui umas décadas. Para evitar que esta tendência de abandonar os hábitos de leitura aumente, considero que as sociedades deveriam tomar diversas medidas tais como incutir aos mais jovens as vantagens da leitura e como esta os pode beneficiar, permitir que os vários grupos etários tenham atividades recreativas relacionadas com esta temática e a promoção desta atividade através de anúncios, escolas, entre outros.
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Tema de Capa || 21
AMP
Ouve no Spotify
22 || AMP
Fonte: Bilboard
SOUR
Olivia Rodrigo Sour é o álbum de estreia de Olivia Rodrigo, lançado em maio de 2021. O álbum, construído durante a quarentena de COVID-19, é principalmente pop e rock alternativo, retratando temas da adolescência e experiências passadas pela cantora aos 17 anos, mostrando o lado “azedo” (sour) desta fase. Inicialmente, estava pensado ser um EP, no entanto, devido ao sucesso do seu single Drivers License, o projeto foi lançado como álbum, tendo ficado no topo da Bilboard americana e tendo conseguido a melhor semana de estreia de um álbum em 2021 por parte de uma artista feminina, reconhecido pelo Spotify. Este álbum conta com 11 músicas, todas muito diferentes, mostrando o estilo versátil da cantora, das quais recomendo a Good 4 U e a Jealousy, Jeaslousy. por: Inês Leitão 12.º C1
AMP || 23
O suicídio na adolescência
24 || Medo de Tudo
Fonte: Storm Seeker em Unsplash
por: Gonçalo Biscaia 11.º C1
Um tema evitado por muitos, um assunto sensível para outros, um problema que não recebe a atenção que merece, o suicídio. Segundo a Organização Mundial de Saúde, o suicídio representa a segunda causa de morte entre os 15 e os 29 anos de idade. Aquela pequena ideia, aquele pequeno pensamento que se infiltra na nossa cabeça e se espalha pelo nosso corpo até sermos consumidos por ela. O comportamento suicida é uma ação destinada a ferir a própria pessoa e inclui gestos suicidas, tentativas de suicídio e o suicídio consumado. A ideação suicida compreende pensamentos e planos sobre suicídio. As tentativas de suicídio são atos de automutilação que podem resultar em morte como, por exemplo, enforcamento ou afogamento. O número de jovens que tenta o suicídio é muito maior do que o daqueles que o realmente concretizam, de acordo com dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças, EUA. As tentativas de suicídio frequentemente envolvem pelo menos alguma ambivalência quanto ao desejo de morte e podem ser um pedido de ajuda. Entre os adolescentes dos Estados Unidos, os rapazes superam as raparigas, no que se refere ao suicídio consumado em uma proporção de quatro para um. As raparigas, contudo, têm probabilidade duas a três vezes maior de tentar o suicídio. Por que motivo os adolescentes têm pensamentos suicidas? Nos dias que correm, os pensamentos suicidas podem surgem nos adolescentes. Quase todos os grandes problemas podem levar um adolescente a pensar no suicídio: problemas familiares, conflito interior com eles próprios, falta de amigos, stresse da escola, depressão, ansiedade e tantos mais. Todos eles problemas temporários, que, com o tempo ou ajuda, se podem resolver. Pais, médicos, professores e amigos podem estar numa posição que lhes permita identificar os adolescentes que podem tentar o suicídio, em particular aqueles em quem se observou recentemente uma mudança de comportamento. Crianças mais velhas e adolescentes, com frequência, confiam somente nos seus pares, que devem ser veementemente encorajados a não guardar segredos. Os adolescentes que exprimem abertamente pensamentos de suicídio (como “quem me dera nunca ter nascido” ou “gostaria de dormir e nunca mais acordar”) estão sob risco, da mesma forma que os que apresentam traços mais subtis, como retraimento social, retrocesso escolar ou abrir mão de objetos preferidos. Os profissionais de saúde têm duas funções principais: • Avaliar a segurança e a necessidade de hospitalização da criança suicida; • Tratar transtornos subjacentes, como a depressão ou o abuso de substâncias. Há serviços de emergência que oferecem ajuda 24 horas, estão disponíveis em muitas comunidades e proporcionam acesso imediato a uma pessoa que necessita de aconselhamento imediato e ajuda na obtenção de assistência adicional. Linha SOS voz amiga. Linha de apoio emocional e prevenção ao suicídio: 213 544 545 / 912 802 669 / 963 524 660. Qualquer tipo de tentativa de suicídio deve ser levada a sério, porque se trata de um comportamento, muitas vezes repetido. Algumas das medidas incluem: • precauções para prevenir tentativas futuras; • tratamento de qualquer distúrbio que possa contribuir para o risco de suicídio; • indicação para assistência por psiquiatra e psicoterapia. Lidar com todos os problemas que adolescentes ultrapassam, mais lidar com ansiedade e ansiedade social nem sempre é fácil. Todos nós conseguimos identificar uma época particularmente difícil nas nossas vidas, e isso é importante. Fonte: Manual MSD – https://www.msdmanuals.com/pt-pt/casa (texto adaptado)
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MAIS+ +Livro
por: Joana Leite 12.º C1
Colleen Hoover é uma das autoras mais vendidas do New York Times, com um total de vinte e dois romances publicados. Na verdade, todos os seus livros continuam a ganhar popularidade, principalmente a obra Isto Acaba Aqui. A narrativa segue a vida de Lily Bloom e é narrada em duas perspetivas. Enquanto os leitores vivem o presente com a personagem, são transportados para o passado dela através de cartas que ela escreveu na infância. São com estas cartas emocionantes que, como leitores, descobrimos o passado infeliz de Lily, que vivia com um pai abusivo e uma mãe carinhosa. Contudo, na vida adulta, a personagem principal vive de novo o seu passado, ao conhecer o seu novo interesse amoroso, Ryle Kincaid, e tudo se complica com o regresso de um amigo do passado, Atlas Corrigan. Apesar de ser um romance, este livro pesa e provoca reflexões ao longo da leitura. Colleen Hoover trata temas sensíveis com muito cuidado, especialmente a violência física e psicológica e, consequentemente, a solidão. É através de Lily, uma personagem feminina exemplar e corajosa, que a autora, não só relata os efeitos de relações tóxicas, como também demonstra a importância de pedir ajuda.
Fonte: Topseller editora
+Book
por: Beatriz Moreira Ribeiro 8.º B
One of the best novels ever written, it portrays the story of Dorian Gray, an innocent and beautiful young men, after being consumed by the ideas of Lord Henry, decides to trade his soul for eternal youth. This book is simply a masterpiece, from the writting style, to the plot itself. This work reveals the secret desires of humans about their features. It shows the madness, panic and even fear as the story envolves. It also includes incredibly popular quotes “you will always be pond of me, I represent to you all the sins you never had the courage to commit”. A book that once read will always haunt you, forever be remembered as one of the biggest classics and rightfully so. A novel that perfectly captures Oscar Wilde’s writing style.
Fonte: Wook
26 || Mais+
+Filme
por: Camila Teixeira 12.º C1
Fonte: Disney
Nesta inovadora adaptação do filme Os 101 Dálmatas, vemos com outros olhos a realidade da carismática vilã Cruella de Vil quando podemos, pela primeira vez, acompanhá-la na sua jornada como estilista e na sua transformação de Estella a Cruella. Estrella era uma criança rebelde e criativa que, não se conformando às normas da sociedade, desejava ir para Londres para seguir uma carreira na moda. Depois da morte da mãe, esta faz de tudo para concretizar o seu sonho e acaba por conhecer a temível Baronesa Von Hellman o que, consequentemente, e à medida que são revelados segredos sobre a sua infância e sobre quem ela realmente é, vai fazer surgir a persona de Cruella, que, sedenta por respostas e por vingança, irá chocar tudo e todos com os seus inesperados esquemas e tramas. Emma Stone confere uma interpretação revolucionária à vilã criada em 1956, dando-lhe um certo edge que não é habitual vermos em filmes da Disney. Cruella, decorrendo durante a revolução do punk rock nas ruas de Londres dos anos 70, com uma banda sonora surpreendente e com uma memorável cinematografia por Craig Gillespie é, sem dúvida, um filme a não perder.
MAIS+ || 27
++
MAIS MAIS
O TATUADOR DE AUSCHWITZ Fonte: Planeta Editora
Heather Morris
O tatuador de Auschwitz foi escrito por Heather Morris e é uma obra verídica passada na Segunda Guerra Mundial. Este livro dá a conhecer ao leitor uma visão diferente acerca do período do holocausto, dado que é a história de amor e sobrevivência de dois prisioneiros judeus em Auschwitz (Lale e Guita). Além disso, através de uma narrativa muito vivida e realista da escritora, há numerosos momentos comoventes, em que o ser Humano questiona o que leva a outros seres como ele a cometerem tantas atrocidades e permite que este compreenda a importância de uma sociedade igualitária. Para além disso, a escrita desta obra é fácil de entender e, consequentemente acaba por provocar vários sentimentos ao leitor, tais como, o ódio pelos elementos da SS, o sofrimento das personagens e, por isso o leitor não consegue parar de ler esta obra fabulosa, pois é motivado pelo interesse do seu desfecho. Em suma, é uma verdadeira antítese, pois assenta em opostos, a esperança que nasce do medo e do horror. O amor de Lale e Gita é tão grande como a vontade de serem felizes e sobreviverem ao inferno, aquele que foi uma das partes mais negras da história da humanidade. por: Joana Moreira Ribeiro 11.º C1 28 || Mais+
SIX OF CROWS Leigh Bardugo Fonte: Gutenberg Editora
No seguimento da adaptação cinematográfica da trilogia Shadow and Bone, também as restantes obras da coleção Grishaverse, autoria de Leight Bardugo, tiveram o seu reconhecimento. Six of Crows é o primeiro título de uma duologia que toma lugar anos depois da primeira trilogia, Shadow and Bone, ter acabado. Ainda dentro do universo Grisha, mas desta vez seguindo para sul, numa ilha chamada Kerch, ao invés do habitual cenário em Ravka, Six of Crows foca-se agora na vida das supostas personagens secundárias de Shadow and Bone. A personagem principal é Kaz Brekker, que nunca deixa a desejar com a sua habitual atitude calculista e esperteza. A fama persegue-o nas ruas de Ketterddam, capital de Kerch, governada pela desordem, escravidão de grisha, gangues e mercadores duvidosos. Sendo ele líder um famoso gangue e dono de um estabelecimento chamado “O Corvo”, Kaz é aclamado de “O Mãos Sujas”, algo que facilmente nos informa sobre a sua reputação. Kaz tem um pequeno grupo fiel de subordinados, Inej e Jasper, contratando mais pessoas consoante os trabalhos que lhe forem propostos. Neste livro, temos um desenvolvimento de uma relação vertiginosa vista anteriormente na primeira trilogia. Nina e Mathias são respetivamente uma grisha e um caçador de grisha, que se encontraram por acidente e daí desenvolveram um relacionamento condenado a durar o pouco que durou devido às suas posições opostas. Mathias vem de Fjerda, um sítio onde grisha são tratados tal e qual como as bruxas nos julgamentos de Salem. Nina é uma grisha, que neste caso, tem uma habilidade que lhe permite manipular a pressão sanguínea das pessoas,
MAIS+ || 29
Continuação
SIX OF CROWS Leigh Bardugo
entre outras capacidades relacionadas com sangue. Este tipo de grisha, comummente chamados de Heartrenders, são associados a curandeiros. Coincidentemente, foi assim que Nina e Mathias se conheceram: ela foi raptada para um navio dirigido pelo comandante de Mathias, que acabou por naufragar. Sendo os únicos sobreviventes, tiveram que se ajudar mutuamente para conseguirem escapar à tempestade e encontrarem terra. Mathias e Nina são desta vez apresentados como recrutas ao gangue de Kaz, ele um ex-caçador condenado, e ela uma grisha a lutar pela vida, tentando fugir aos mercadores que a pretendem capturar e escravizar. A história segue a formação do grupo, unificado por uma missão de capturar um recluso preso numa prisão praticamente impenetrável, criador de uma droga que não só amplifica os poderes dos grisha a níveis inimagináveis, como também vicia os seus consumidores, levando-os à morte. O grupo compõe-se pelo manco, Kaz, que representa o cérebro da operação. Inej é a sua mão direita, a maior espia da cidade, ela é conhecida como a própria sombra. Jasper é outro membro insubstituível, com uma pontaria extremamente precisa, que mais parece magia. Jasper e Inej contrariam um pouco a natureza de Kaz. Inej faz o que faz para sobreviver, mas não se mostra uma personagem fria, ao contrário do chefe, tendo momentos em que claramente se pode observar o seu bom coração. Jasper, por outro lado, dá a graça ao grupo, com comentários desmedidos e atitudes capazes de quebrar a tensão presente, ele mostra-se uma personagem extremamente importante para não condicionar a narrativa estritamente ao suspense. Para além dos anteriormente mencionados, o livro dá-nos uma nova personagem sobre o nome de Wylan: um rapaz capaz de criar ou destruir qualquer coisa. E os seis seguem, cada um com os seus motivos, para capturar o recluso e a sua fórmula para a droga mais procurada em todo o universo Grisha. Cheia de secretismos e pistas nas entrelinhas, mesmo aos olhos mais atentos escapam alguns detalhes. Six of Crows pode ser descrito como apenas uma autêntica surpresa. Comparado com os três livros anteriores, esta duologia apresenta um total amadurecimento da parte da escritora, fornecendo vários pontos de vista ao longo do desenvolvimento da história, passados ocultos das personagens que são lentamente descobertos e pontos de viragem imprevistos. Este primeiro livro da duologia certamente que ficou além das minhas expectativas e incitou-me a continuar a sua leitura. Sem dúvida que o recomendo a toda a gente que esteja à procura de uma boa fantasia obscura com muitos mistérios por desvendar. por: Sara Cardoso Pereira, 11.º B2 30 || Mais+
ECOS
A todos os nossos leitores a ECOS agradece por todo o apoio que nos deram. Esperemos que a ECOS continue a superar as vossas expetativas.
Externato Ribadouro