Externato Ribadouro
dezembro | 2019 edição n.º4 ano letivo de 2019/2020
S O EC Katsushika Hokusai, A Grande Onda de Kanagawa, 1830 (adaptação por Miguel Santos, 10.º A10)
Sumรกrio
ECOS DO RIBADOURO
4 8
ECOS DE VIAGEM
BREAK FREE
14 20
Nร O SEJAS UM ECO
30 48
MAIS+ 2 || Sumรกrio
52
AMP
E
S O
Editorial
Helder Martins
A união planetária é a exigência racional mínima de um mundo estreitado e interdependente. Tal união tem necessidade de uma consciência e de um sentimento de pertença mútua, ligando-nos à nossa Terra considerada como primeira e última Pátria. Se a noção de pátria comporta uma identidade comum, uma relação de afiliação afetiva a uma substância simultaneamente maternal e paternal (incluída no termo feminino-masculino), enfim uma comunidade de destino, então podemos avançar a noção de Terra-Pátria. Edgar Morin, “Os Sete Saberes para a Educação do Futuro”
A Terra é um sistema quase fechado. Permuta energia com o espaço sideral e, atendendo à sua massa, estabelece trocas de matéria consideradas pouco significativas. A Terra é um sistema composto. Cinco são os seus subsistemas: a Atmosfera, a Geosfera, a Hidrosfera, a Criosfera e a Biosfera. Estes interinfluenciam-se, mediante interações que visam a manutenção de um equilíbrio dinâmico e perpétuo. A Terra reúne as condições certas para a existência de vida e o Homem, elemento tardio na sua trama biológica, tem vindo a adulterar tais ingredientes, interferindo com interações e, consequentemente, com o necessário equilíbrio. A vida, incluindo a sobrevivência humana, depende especialmente da sustentabilidade dos ecossistemas. Estes funcionam em equilíbrio dinâmico e são capazes de compensar as entradas ou saídas de matéria e de energia e de manterem estáveis as suas características ao longo do tempo. Quando sujeitos a desequilíbrios procurarão sempre novos equilíbrios, embora tal não assegure, inequivocamente, a conservação das condições favoráveis e necessárias ao nosso desenvolvimento e bem-estar. (continua na p. 54)
ECOS
Ficha técnica
Colaboradores 11.º C1 Afonso Mendes Camila Teixeira Inês Leitão Joana Leite Leonor Trigo Luana Santos Mafalda Paredes Margarida Ribeiro Vicente Trigo 10.º A10 Miguel Santos
Revisão: Ricardo Cruz Patrícia Vilela
Imagem de Capa: Miguel Santos 10.º A10
Supervisão: Carla Noronha António Pedro Antunes Bruno César Margarida Braga
Publicado por: Externato Ribadouro Rua de Santa Catarina, 1346 4000-447 Porto
Design: Afonso Mendes Supervisão artística: Ana Rita Almeida
direcaopedagogica@ribadouro.com
Fotografia por: Inês Leitão
COS DO RIBADOURO
Catarina Furtado visita a nossa escola por: Afonso Mendes 11.º C1 Fotografia por: Inês Leitão 11.º C1
Um novo período começa, e com ele novas atividades e encontros promovidos pela Biblioteca Escolar. No dia 2 de outubro foi a vez de recebermos Catarina Furtado, para apresentar o seu livro Adolescer é fácil #sóquenão. A sessão ficará para memória de todos como uma das melhores, tendo contado com a participação dos alunos do 5.º, 11.º e 12.º anos de Línguas e Humanidades. O encontro foi repleto de momentos musicais, de aprendizagem sobre as ações humanitárias da apresentadora, tendo o diálogo versado também sobre a adolescência e a felicidade.
ECOS do Ribadouro || 5
Dia Mundial da Alimentação
Fonte: Biblioteca Escolar
por: Afonso Mendes 11.º C1
No dia 14 de outubro, para comemorar do Dia Mundial da Alimentação, o departamento de Biologia e Geologia e a BE promoveram várias atividades. Realizaram-se palestras, show cookings e workshops por toda a escola. Todas as atividades tiveram o mesmo mote: a alimentação saudável. Através destas iniciativas, os alunos aprenderam a serem consumidores críticos, a prepararem snacks e doces saudáveis e a valorizarem a saúde oral e o desporto.
6 || ECOS do Ribadouro
Noite das estrelas– gatos com cabeça na Lua O Externato Ribaduro tornou-se um planetário, no dia 11 de outubro. Os departamentos de Física e Química e Português, juntamente com a BE e o SPO, celebraram a Noite das Estrelas de forma muito especial. O bar do polo de Santa Catarina tornou-se um palco para os alunos do 7.° ano, que apresentaram a peça Gatos com cabeça na Lua. Os alunos tiveram oportunidade de se tornarem atores e brilharem, e os pais e toda a comunidade escolar apreciaram uma maravilhosa peça de teatro.
Fonte: Biblioteca Escolar
Fonte: Biblioteca Escolar
por: Afonso Mendes 11.º C1
ECOS do Ribadouro || 7
A Twisted Masterpiece
8 || A Twisted Masterpiece | Break Free
Fonte: Art Lasovsky em Unsplash
por Joana Leite 11.ยบ C1
It’s currently 10 pm on a Friday night and ultimately, this situation isn’t ideal. Writer’s block destroys my creativity, it’s been happening a lot lately. My quick solution is to walk, to breathe and to let go for a while. I put my earphones in, letting the music soothe my ears and block out the hustle of the city. Cars zoom by and take me by surprise every now and then. Strangers cross my path and I smile politely, hoping one of them would blurt out an incredible suggestion for my story. This doesn’t happen, obviously and so I stroll further down the street. My steps sync with my music, helping me escape reality for a few minutes. My distraction seemed necessary, that is until I tripped. I collapsed, slowly allowing darkness to creep over my body. I wake up with a jolt. My eyes adjusting to the sheer amount of bright light around me. I slowly took in my surroundings, not being able to recognise where I was. The room was average sized, but abnormally shaped, almost hexagonal. My eyes roamed and roamed still trying to grasp
BREAK FREE
I sat there, my fingers impatiently tapping the metallic surface below them. I sighed heavily, waiting for a switch to be turned on in my head, to finally conceive an idea for my next chapter. My mind felt clouded, empty, blocked, stuck on chapter six. I’m sat on a radiant yellow couch, a terrible accommodation for someone trying to focus, but it’s all I’ve got. I’m staring at the brightly lit screen, the rays of blue light reaching my eyes, straining them. One word is all I need, one simple word to shape this story, but it’s not coming to me. The clock ticks behind me. My body decides it’s over the long period of waiting. I quickly stand up, grab my coat and walk out the door.
anything familiar. I’m sitting in the centre on a plain black pillow. A bright yellow spotlight shining over my body. I felt close to a panic, but something about the situation wasn’t allowing this feeling to engulf me. It felt like a sick dream, twisting my mind round and round. I close my eyes, hoping to escape it. What happened next confused me more. The room was closing in. All the paintings that used to be on the walls had vanished. All that was left was me, the spotlight and the six walls around me. Now I felt it. Panic rushed through my veins, rapidly spreading itself. My eyes close once more. All I wanted was some relief, an escape. My wish hadn’t done anything, the walls kept inching closer and closer to me. I felt the cold paint against my pale, limp body. It wouldn’t stop, it just kept going and going. I can’t move, I’m stuck, paralysed. Writer’s block consuming me all over again. Now I understood, I was trapped in my own story. Six walls for six chapters. Too panicked to storytell. Too worried to write. Too scared to let go. Too confusing to finish. BAM. The spotlight burst, and darkness consumed me yet again. I was back at my apartment, sat on the same boring yellow couch. Fingers over my keyboard, but this time, this time they were typing. Typing at lightning speed. Twisting my story around and around. Maybe, writer’s block was just the start, the start to my twisted masterpiece.
Break Free | A Twisted Masterpiece || 9
Fonte: Marisol CasBen em Unsplash
Um mau caçador. Alguém que subsiste consumindo não comida, mas aquilo que a comida come. Urban Dictionary
Vegetarianismo vs. veganismo
Há um ano que sou vegetariana e larguei completamente o consumo de carne e peixe. Por esta altura já estou mais do que habituada a perguntas como “E onde é que arranjas a proteína?”, à falta de certos alimentos. Já provei vários substitutos de carne e o estilo de vida antigo não me faz a mínima falta. Por isso, venho aqui expor a minha experiência e aconselhar aqueles que pensam em mudar a sua alimentação. O que é o Vegetarianismo e Veganismo e porque motivo adotar este regime? Vegetariano é alguém que não consome proteína animal, ou seja, carne e peixe. Já os vegan, para além de não comerem esta proteína, também não consomem outros produtos derivados de animais, o que inclui leite, ovos, mel, manteiga,...
por: Inês Leitão 11.º C1
Para muitos, mudar assim tão radicalmente a alimentação pode não fazer sentido, mas há diversas razões que justificam esta opção. · SAÚDE Ao nível da saúde são muitos os benefícios, mas também os mitos em relação às consequências desta dieta. Há um maior consumo de nutrientes, já que são ingeridos mais vegetais, frutas e leguminosas e, devido ao menor consumo de gorduras saturadas (que estão presentes maioritariamente na carne), a possibilidade de ter doenças cardíacas, pressão alta e colesterol são bem mais reduzidas. A pele torna-se mais saudável, o metabolismo melhora e até há quem diga que pode reduzir os níveis de depressão. Para além disso, muita da carne vendida tem a presença de doenças que o animal transportava e muitos químicos que lhe foram dados, para que crescesse mais rápido. No entanto, se esta dieta não for variada e bem feita, é possível ter défice de alguns nutrientes. Caso contrário, esta é uma dieta perfeitamente segura, que não nos torna mais fracos, nem doentes, mas sim com mais energia e a sentirmo-nos mais leves depois das refeições, que foi algo que senti quase imediatamente. Assim que deixei de consumir carne, senti que comia a mesma quantidade e ficava satisfeita mais rapidamente. Quanto às vitaminas, é necessário tomar B12, uma vitamina que está presente na carnes, ovos, leite, queijos, etc. A falta deste elemento pode manifestar-se por diminuição da energia, sonolência, fraca memória... No entanto, por questões de saúde, é recomendável fazer análises ao sangue após a mudança alimentar, já que o corpo de cada um pode demonstrar carência de nutrientes diferentes.
MORAL Provavelmente, a razão mais óbvia para adotar este regime é por questões morais. No final de contas, estamos a comer seres vivos como nós, que também sentem dor. Para além da crueldade de tirar a vida a animais inocentes bastante novos, já que não é lucrativo esperar que o animal morra de causas naturais (até porque nesse caso este pode ter uma doença), as condições em que estes são mantidos enquanto vivos são deploráveis. Por ano, cerca de 1,5 bilhões de suínos são mortos para consumo e vivem grande parte das suas (já curtas) vidas sem cuidados veterinários, enjaulados e solitários. Mas não é só a indústria da carne que abusa destes animais. Animais como galinhas são mantidas em espaços tão confinados que nem têm espaço para se mexerem, e sendo que são manipulados geneticamente para crescerem mais rápido ou para produzir ovos numa quantidade atípica, alguns ficam tão anormalmente grandes que não conseguem suportar os seus corpos, impedindo-os de alcançar comida ou água, levando-os à morte. Os pintainhos-fêmea são mantidos em caixas e mandados para quintas onde vivem cerca de 42 dias até serem mortos. Os pintainhos- -macho, por outro lado, por não servirem um propósito na produção de ovos, são mortos assim que nascem. As vacas são engravidadas artificialmente, pois só desta foma produzem leite, tal como o ser humano. Assim que a cria nasce, é imediatamente retirada da mãe para prevenir que este não beba o seu leite e, após algum tempo as crias-macho são mortas para consumo, já que não servem para a produção de leite. AMBIENTAL O setor pecuário é responsável por cerca de 18 % das emissões de GEE (Gases de Efeito de Estufa) e representa mais de 8 % da utilização global de água, maioritariamente para a rega de produções agrícolas destinadas à alimentação do gado. São necessários, sensivelmente, 9 463 litros de água (estes valores podem variar de acordo com vários fatores) para produzir um quilo de carne, enquanto a mesma quantidade de trigo necessita apenas de 94,6 litros.
em vez de alimentar os milhões de pessoas que passam fome todos os dias. Para além disto, resíduos como excrementos, pesticidas e hormonas são uma das principais causas de poluição e desgaste dos solos e podem contaminar futuros cultivos. Vegetarianismo e Veganismo em Portugal Cerca de 70 mil milhões de animais são mortos globalmente para nosso consumo. E em Portugal? No ano de 2018 quase 257 milhões de animais perderam a vida, aproximadamente 25 vezes a população portuguesa. Mais de 128 mil toneladas de animais aquáticos foram capturados, sem contar com as capturas ilegais; quase 1 milhão de aves são mortas todos os dias e mais de 45 mil mamíferos têm o mesmo fim. Estes números traduzem-se para, sensivelmente, 946 mil animais mortos todos os dias; 35 a cada segundo. Felizmente, o número de vegetarianos em Portugal quadruplicou na última década, contando agora com 120 000 portugueses que adotaram este regime, cerca de 1,2% da população total. Também o número de vegans tem vindo a aumentar, havendo agora 60 000 em Portugal. Assim, um vegetariano salva cerca de 404 animais e poupa 1 459 kg de dióxido de carbono e um vegan salva aproximadamente 730 animais, poupa 304 170 litros de água e 674 628 kg de dióxido de carbono, por ano. Conclusão Não devemos esquecer que esta indústria não é nada mais do que isso: um negócio. As grandes empresas exportadoras de produtos animais não estão preocupadas com o bemestar do animal, mas sim em obter mais lucro, em menos tempo. A natureza animal e os seus processos não podem ser acelerados. Mesmo que não se seja apologista de deixar de consumir carne totalmente, reduzir as quantidades ingeridas já faz uma grande diferença. Há muito por trás destas indústrias que desconhecemos e não há desculpa para vivermos na ignorância.
Sabemos, também, que a população de gado universal, que ocupa 30% do planeta Terra, consome uma quantidade de comida equivalente às necessidades calóricas de 8,7 bilhões de pessoas. Assim, é um desperdício de recursos cultivar alimento para estes animais,
Break Free | Vegetaniarismo vs. Veganismo || 11
Fonte: Brandon Nelson em Unsplash
12 || A Onda | Tema de Capa
The Confession por: Luana Santos 11.º C1
The story I’m about to tell you today is nothing new. You all probably know it but do you know what really happened? Well, I’m doctor Orquid and I’m here to make a confession. It all happened in the year 2517, around the month of June. Everyone knows John Snowdan, the richest 30-year-old man from Edinburgh. What people don’t know is that John was suffering from a chronic illness and always had to be accompanied by a specialist doctor, wherever he went. And I know what I’m saying because I was this poor man. Snowdan had always had tough temper. He was a very complicated man who made life difficult for anyone who crossed paths with him. And I was no exception. One day, that demonic soul reached the limits of my patience. I had taken a vacation weekend, the first for many years, to be with my wife who was coming home after a 5-year journey to Africa. But then, Mr. Snowdan decided to go on a cruise to spend the weekend. That was the last straw. After this event, I planned my revenge. I was going to kill John Snowdan. I planned everything in detail so that at the time nothing failed. So it was. As expected, John made many enemies during the journey so, I had someone to blame for the murder. The next step was to invite one of the passengers that was most furious with him to his room for an apology. I knew he hated it. The passenger accepted the proposal and at the time appeared with a candle stick to offer him. Then I had my murder weapon. So, I left the room and waited outside for the last step of my plan. As expected they argued a lot and so loud that everyone could here. After the man left John’s room I entered and killed him with the candlestick. I contemplated the dead body for a while and then I lift the room screaming that Mr. Snowdan was dead and someone had killed him. As I was the only doctor on the cruise I offered to do the autopsy in order to find the cause of death and the killer. Or the alleged one. So, I told everyone that he was the killed by blows with a candlestick and after seeing the videos captured by the hall’s cameras the he argued with that night was caught as the murderer. In order to prevent any suspicious by analyzing the body again, I said that Mr. Snowdan’s wish was always to be thrown to the ocean after he died. So it was. There he was drifting in the middle of the ocean where no one would ever reach him. And you know what was the best part? He left me a half of his fortune for my services. To be honest I think I deserve it. And here I am 80 years later telling my story to people so that I can be remembered forever for taking away the life of the worst being that ever existed on earth.
Break Free | The confession || 13
MALTA Fonte: Micaela Parente em Unsplash
por: Joana Leite 11.º C1
Malta, um pequeno arquipélago europeu, é cada vez mais reconhecido pela sua natureza e, também, pela sua história. Este território, localizado no mar Mediterrâneo, tem uma grande diversidade cultural e de sítios para visitar, tornando-o um destino muito especial.
Importância histórica Malta é composto por três ilhas: Malta, Comino e Gozo. Todos conhecemos as pirâmides do Egito ou o Stonehenge, mas os templos neste pequeno país são das estruturas mais antigas e mais bem conservadas do mundo inteiro. Entre, aproximadamente, 800 aC e 400 aC, Malta era conhecida como um ponto de paragem para grandes
14 || ECOS de Viagem || Malta
exploradores, uma vez que tinha uma localização estratégica entre a Europa e a África. Foi devido a esta mesma localização que os fenícios lhe deram o nome Malat, pois significava refúgio. Valletta, a capital de Malta, foi construída no século XVI pela Ordem Soberana e Militar Hospitalária de São João de Jerusalém, agora conhecida pela Ordem de Malta, uma organização humanitária. A cidade tem grande destaque devido ao seu traço barroco e, também, clássico. Apesar da sua destruição no período da Segunda Guerra Mundial, a cidade foi reconstruída e, mais tarde, em 1980, reconhecida como um Património Mundial da UNESCO. Quase 40 anos depois, a cidade foi escolhida como a Capital Europeia de Cultura.
Valleta Museu dos Brinquedos
Fonte: Alma de Viajante
O Museu dos Brinquedos é um sítio ideal para os turistas mais pequeninos, onde podem aprender sobre a evolução dos brinquedos ao longo das décadas. Este museu, criado por Vincent Brown, abriu as portas ao público em 1998. A coleção e a paixão por brinquedos do Vincent Brown começou quando ele era mais novo e decidiu ficar com uma caixa de brinquedos que um amigo ia deitar fora. Ao longo dos anos, Brown ia colecionando mais brinquedos antigos e após uma visita a um museu em Inglaterra, decidiu criar um na cidade de Valletta. O objetivo principal é mostrar que os brinquedos, e até outros objetos, nos podem transportar para o passado. Preço: 2 € (adultos) Horário: 10h00 - 15h00
Fonte: Visit Malta
Teatro Manoel O Teatro Manoel, construído em 1731, é considerado um dos mais antigos da Europa. A sua construção foi financiada por António Manoel de Vilhena, um grão-mestre português. Os habitantes da cidade consideram o teatro um local para entreter, informar e educar o público e, também, uma plataforma para as pessoas mostrarem os seus talentos. O auditório oval é, maioritariamente, decorado com folhas de ouro. Horário em dias úteis: 10h00 - 13h00 // 17h00 - 19h00 Horário no sábado: 10h00 - 13h00
Co-catedral de São João A Co-catedral de São João, caracterizada pela sua influência barroca, foi construída em 1572. Aliás, o interior da igreja é considerado um dos melhores exemplos da arquitetura barroca na Europa. Apesar de sofrer algumas alterações, a fachada da igreja mantém-se, maioritariamente, na sua forma original. Esta catedral, mesmo tendo uma fachada muito bonita, é conhecida pelo interior. As paredes da Igreja serviram como uma tela em branco para o artista Mattia Preti, que decidiu, nestas mesmas paredes, retratar a vida de São João. Preço: 10 € para os adultos e 7,50 € para estudantes Horário dias úteis: 9h30 - 16h30 Horário no sábado: 9h30 - 12h30
ECOS de Viagem | Malta || 15
Igreja de Nossa Senhora de Vitória
Fonte: Alma de Viajante
A Igreja da Nossa Senhora de Vitória é essencial para os turistas que se interessam mais pela história, uma vez que esta igreja foi, não só a primeira em Valletta, como, também, foi o primeiro edifício da cidade. A igreja, após a sua construção, foi dedicada à Virgem Maria para homenagear a vitória de Malta durante o grande cerco em 1565. Horário: aberta às segundas, quartas e sextas (7h00 - 11h30)
Norte de Malta O norte de Malta é principalmente conhecido pela sua beleza natural. Caracterizado por ser a região de diversão, o norte do país oferece muitas atividades, não só na água, mas também na terra. Os visitantes que procuram o lazer e o relaxamento, tipicamente, encontram-se aqui a desfrutar das praias. Existem duas praias principais, a Baía de Mellieha e a Baía de Ghajn Tuffieha.
A Baía de Mellieha é uma longa faixa de areia branca e água morna, uma ótima escolha para os que querem relaxar tanto na areia, como na água. Para além de ser uma área muito segura, esta baía disponibiliza muitas atividades divertidas na água. Canoagem, esqui aquático e windsurf são, apenas, algumas das atividades que aqui se encontram. Passeios de barco, e até de banana boat, estão entre as atividades mais procuradas.
Baía de Ghajn Tuffieha
Fonte: Expedia
Baía de Mellieha
A Baía de Ghajn Tuffieha tem um nome bastante interessante, pois significa Primavera de Maçãs. Esta baía é considerada a mais bonita e relaxante de Malta, uma vez que é utilizada apenas para o lazer. Como é mais isolada e pequenina, o único ponto de entrada é num parque de estacionamento, de onde se descem 186 degraus para chegar à praia. A faixa é pouco extensa, tendo só 250 m de areia avermelhada, mas, mesmo assim, tem pequenas barracas a vender bebidas e comida. O que destaca mais esta baía, para além do tamanho, é o facto de se localizar ao lado de uma torre de vigia do século XVII.
16 || ECOS de Viagem || Malta
Centro de Malta A diversão principal encontra-se no centro de Malta. Os centros históricos e as paisagens da ilha são a combinação perfeita para uma estadia inesquecível. O centro de Malta, em geral, é muito antigo e a cultura encontra-se muito concentrada. Os que visitam a ilha podem explorar cidades medievais, catacumbas e, até, atrações naturais. Os moradores recomendam três sítios específicos para visitar: Mdina, os Penhascos de Dingli e as Catacumbas de Santa Ágata.
Tal como Mdina, os Penhascos de Dingli são conhecidos pelo ambiente calmo e com pouca movimentação. Os penhascos são ideais para os turistas mais desportivos, uma vez que, devido às suas falésias espetaculares, construíram-se trilhos para caminhadas e corridas. Para além deste aspeto desportivo, os penhascos são o ponto mais alto de Malta.
Fonte: Wikipedia
Fonte: Depositphotos
Fonte: Melita Travel
A cidade de Mdina é uma cidade antiga e, por ser localizada no topo de uma colina, é um mundo completamente à parte. Devido às suas grandiosas muralhas e ruas pacíficas, a cidade ficou conhecida como a Cidade do Silêncio.
Por fim, as Catacumbas de Santa Ágata. Estas catacumbas têm uma história muito interessante, principalmente fundamentada por uma lenda. Esta história é contada nos vários museus da região e, também, nas igrejas. Preço de entrada (Catacumbas de Santa Ágata): 5 € para adultos e 2 € para crianças.
ECOS de Viagem | Malta || 17
Sul de Malta
Fonte: Viajar entre viagens
A caverna de Ghar Dalam é composta por camadas de calcário que já existem há mais de 500 000 anos. Foi nesta região que surgiram os primeiros sinais e provas de habitação humana em Malta, todas expostas no museu da caverna.
18 || ECOS de Viagem || Malta
Fonte: Indonesia Tourism
A melhor forma de terminar esta visita a Malta é através da deslocação a dois locais no sul do país, a Caverna e Museu de Ghar Dalam e a Piscina Natural de São Pedro. Estas duas localidades são menos desenvolvidas em termos do turismo, mas são ideais para explorar e para relaxar.
Depois desta visita, e com o calor que se faz sentir no verão, é agradável conhecer a piscina natural de São Pedro. Apesar de não ter um contexto histórico, é a forma ideal de refrescar e de acabar uma viagem inesquecível aos arquipélagos de Malta.
Relatos de viagem
Tailândia
por: João Carvalho 10.º A15
Fonte: Depositphotos
No ano passado tive uma das melhores experiências da minha vida: passei duas semanas no sudeste da Ásia, mais exatamente na Tailândia. Em Banguecoque, capital da Tailândia, o clima era tropical e húmido, tornando-se, assim, agradável estar lá. Banguecoque é uma cidade muito povoada, consequentemente, há muito tráfego, levando a uma elevadíssima poluição, chegando as pessoas a ter que usar máscaras antipoluição. Uns dias depois de estar lá, tive oportunidade de conhecer verdadeiramente esta magnífica cidade. Lá, vi uma coisa que jamais tinha visto — Um mercado na água. Era um pequeno rio, calmo frequentado por pessoas que lá habitavam. A minha família escolheu este destino, principalmente, pelas suas praias magníficas. Fomos a uma praia linda chamada Patong Hui, com águas cristalinas e quentes. Foi uma viagem inesquecível que me fez querer regressar um dia!
Vista aérea da cidade de Banguecoque
ECOS de Viagem | Malta || 19
Fonte: Artificial Photography em Unsplash
UM GUARDA-ROUPA COM SINFONIA
Todos nós já nos deparámos com situações ecologicamente catastróficas na secção da moda, muitas vezes, sem mesmo nos apercebermos. Peças que contam com o pior tipo de materiais, mão de obra e até mesmo cobaias do mundo animal, na nossa montra favorita. Na maioria dos casos, os produtos mais baratos correm um maior risco de serem provenientes de origens duvidosas, mas, por vezes, até as maiores marcas se aventuram neste negócio escorregadio. Por estas e por outras razões, este artigo irá incidir na categoria da moda sustentável, e encontra-se dividido em três partes. Todos a bordo?
20 || Não sejas um ECO
um mindset sustentável
Antes de nos focarmos na parte prática deste estilo de vida, há que convencer os interessados. Muitas são as técnicas e as falácias que poderíamos inserir neste parágrafo, mas um facto infalível é a iminência da degradação da qualidade de vida do ser humano se nós, cidadãos, mantivermos os nossos hábitos consumistas. Muitas vezes, a tentação de um preço baixo numa peça de roupa básica, os chamados must have, leva a uma compra impulsiva. A tendência é acumular vestuário que só foi usado uma ou duas vezes. Porém, às pechinchas de quem se encontra encurralado numa mentalidade do século passado, opõem-se as marcas eco-friendly. É muito comum assumir que estas marcas do futuro também incluem preços do futuro, o que se poderia justificar pela qualidade das alternativas aos materiais muitas vezes ameaçadores. Mas para quem, com muita mágoa, ainda não possui um faturamento do futuro, são muitas as marcas sustentáveis que mantêm preços semelhantes aos de marcas como a Adidas, a Brownie, a Massimo Dutti, entre outras,... Sendo um surpreendente número das mesmas português, só nos basta deitar a mão à massa e começar a visitar estas nossas vizinhas quando a necessidade de adquirir uma nova peça começa a demonstrar a sua presença.
compras com longevidade Aqui vamos nós! Na decorrência de uma dedicada busca pelas mais acessíveis marcas sustentáveis, encontrámos ofertas para os mais variados produtos: desde sapatos, a garrafas térmicas. A nossa seleção inclui as marcas: H&M, Nae, Dr Martens Vegan, Lucy and Yak, House of Sunny, The Body Shop, Conscious Swimwear, Zouri, Flaska e MUSA Natural Cosmetics.
H&M
Nacionalidade: Sueca Produtos: Vestuário, sapatos e acessórios Preços: De 5 € a 100 € Website: https://m2.hm. com/m/pt_pt/index.html Acerca de: Apesar de ser uma marca já visitada por muitos de nós, a H&M lança linhas completas de roupa ecológica. Mesmo não sendo a única a tomar esta iniciativa (como a Vans e a Zara), a H&M é a mais frequente nesta área.
Nae
Nacionalidade: Portuguesa Produtos: Sapatos preços: De 50 € até 150 € Website: https://www.naevegan.com/en/ Acerca de: Com uma seleção vasta de sapatos para ambos os géneros, a Nae foca-se sobretudo em botins femininos e sapatos formais. O nome Nae provém da sigla No Animal Exploitation e os produtos são fabricados à mão em Portugal, através de cortiça, casca de ananás e matérias reciclados.
Dr Martens (Vegan)
Nacionalidade: Alemã Produtos: Sapatos e acessórios Preços: De 20 € a 300 € Website: https://www. drmartens.com/eu/en_eu/c/ vegan Acerca de: As botas Dr Martens têm dado muito que falar nos últimos meses. Já referida em edições anteriores da Ecos, esta marca mantém o seu selo de qualidade e o estilo artístico e trendy de quem as usa. Têm uma seleção de apenas produtos vegetarianos, para os quais não são usados quaisquer tipos de pele animal.
Não sejas um ECO || 21
Lucy and Yak
Nacionalidade: Neo-Zelândesa Produtos: Vestuário e acessórios Preços: De 10 € a 100 € Website: https://lucyandyak.com Acerca de: O item mais popular da marca Lucy and Yak são as suas jardineiras. Estas vêm nas mais variadas cores e padrões, e são de chorar por mais. Minimalistas, mas divertidas, conservam o nosso planeta no maior conforto possível.
Conscious Swimwear
Nacionalidade: Portuguesa Produtos: Roupa de banho Preços: De 35 € a 120 € Website: https://www. consciousswimwear.com Acerca de: Apesar dos seus produtos serem extremamente limitados e serem comercializados especialmente nos tempos de calor, a Conscious Swimwear vende roupa de banho de impressionar! Impressionados ficámos nós, ao saber que a marca não só é de produção ecológica, mas também é de origem nacional.
MUSA natural cosmetics
House of Sunny
The Body Shop
Zouri
Flaska
Nacionalidade: Britânica Produtos: Vestuário e acessórios Preços: De 20 € a 150 € Website: https: //www.houseofsunny. co.uk Acerca de: A palavra popular não é suficiente para descrever a influência da House of Sunny em Inglaterra. Os críticos consideram a marca uma nova perspectiva no mundo da moda casual: ecológica e inovadora. Com peças de roupa variadas e qualidade de estilista, House of Sunny mantém uma abordagem jovem, utilizando maioritariamente cores claras e tons pastel para os seus produtos.
Nacionalidade: Portuguesa Produtos: Sapatos Preços: De 70 € a 130 € Website: https://www.zourishoes.com Acerca de: Provavelmente dos ténis sustentáveis mais bonitos por aí. Unicolores e com dois modelos por onde escolher, a Zouri tem uma imagem de marca: a sola colorida. Isto acontece porque é-lhe acrescentado lixo plástico das praias portuguesas. Fabricadas em Guimarães.
Nacionalidade: Britânica Produtos: Cosméticos Preços: De 5 € a 40 € Website: https: //www.thebodyshop. com/es-es/portugal Acerca de: Ora, outra marca presente nos centros comerciais portugueses. De loções corporais a maquilhagem, a The Body Shop oferece produtos sustentáveis e de qualidade a preços acessíveis ao grande público. Definitivamente uma marca de seleção para presentes de natal.
Nacionalidade: Austríaca Produtos: Garrafas térmicas Preços: De 20 € a 35 € Website: https://www.flaska.pt Acerca de: Desenvolvidas em 2003 mas comercializadas a partir de 2014, as garrafas térmicas de Flaska misturam garrafas de vidro límpido com proteções inteligentes, que asseguram a resistência do produto. O seu preço é acessível, tendo em conta a sua qualidade e todos os modelos disponíveis no seu website.
Nacionalidade: Portuguesa Produtos: Cosméticos Preços: De 4 € a 20 € Website: https://musanaturalcosmetics.com Acerca de: A MUSA é consciente acerca dos problemas ambientais do presente. Na primeira página do seu website lê-se: “As matérias primas que dão origem aos nossos produtos são todas elas de origem sustentável. Garantindo, assim, que o meio ambiente é o menos prejudicado possível”. O nome da marca provém da musa da sua criadora, que é a Natureza. MUSA foca-se em produzir cosméticos artesanais que sejam contemporâneos e peculiarmente coloridos.
22 || Não sejas um ECO
Uma segunda chance às modas
Haverá uma melhor forma de combater o consumismo no mundo da moda que comprar em lojas de roupas em segunda mão? Para além do preconceito que alguns mantêm em relação à compra de peças usadas, o processo da venda das mesmas tem vindo a tornar-se mais ético e facilitado nos últimos anos. São várias as lojas de roupa vintage em segunda mão espalhadas pela nossa cidade, com especial atenção à Mon Père (roupas novas e usadas, na Rua dos Mártires da Liberdade), à Ornitorrinco (na Rua da Assunção), à Humana (na Rua de Cedofeita, Passos Manuel, Alexandre Braga e Santa Catarina; na qual todos os fundos revertem para associações), à Cet Objet du Désir (no Passeio de São Lázaro), à Wild at Heart (na Rua do Almada), à Mão Esquerda Vintage (na Rua da Alegria), à MEK (na Rua das Fontainhas), à NAFTA vintage (na Rua do Bonjardim), à Retro City Porto (na Rua do Heroísmo), à Usado Reciclado (na Baixa) e à Patch Porto (na Rua de Cedofeita).
!! tchau Laura!
Fonte: Lauren Fleischmann Unsplash
Porquê, de todos os nomes existentes, despedirmo-nos da Laura? Atenção: a resposta a esta pergunta não é tão certa como o aumento de temperatura que se tem vindo a registar no planeta Terra nos últimos anos. O mesmo se deve, entre outros fatores, a um gigantesco encadeamento de consequências, a maioria remetendo para os gases libertados pelas indústrias que produzem os mais variados produtos, exaustivamente. Fomos forçados, quase que atirados para estes tempos de mudança, e só nos resta unir forças para combater o desastroso fim da raça humana. Embora mudar de hábitos de compra não pareça uma medida extravagantemente efetiva para o retrocesso dos nossos estragos, “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”. Boa sorte e boas compras para todos os nossos estimados leitores!
Boa sorte e boas compras para todos os nossos estimados leitores!
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Fotografia por: Inês Leitão
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Fotografia por: Inês Leitão
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Fotografia por: Inês Leitão
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Katsushika Hokusai, A Grande Onda de Kanagawa, 1830 (adaptação por Miguel Santos, 10.º A10)
A onda de calor, frio, poluição, chamas, inundações e secas. Um problema comum para todo o planeta.
Tema de Capa || 31
UM PROBLEMA COMUM Não é novidade que a cada dia que passa se agravam as consequências das alterações climáticas no planeta Terra. Apesar de ser algo difícil de aceitar por muitos, é incontestável que o responsável pelas catástrofes ambientais que acontecem diariamente por todo o mundo é o ser humano. Ainda que seja considerado um mito por aqueles mais céticos, a verdade é que o aquecimento global é um fenómeno que existe e que está a degradar o planeta a um ritmo muito mais acelerado do que previsto — e a culpa é toda nossa. Sendo um processo reconhecido por aumentar a temperatura média dos oceanos e da atmosfera através das excessivas emissões de gases que aumentam o efeito de estufa, o aquecimento global é, inquestionavelmente, um dos maiores motivos das alterações climáticas globais. Com a constante queima de combustíveis fosséis que emitem uma enorme quantidade de dióxido de carbono para a atmosfera (resultando, assim, como anteriormente referido, no aumento do efeito de estufa), o planeta, ao receber uma abundante quantidade de energia solar, começa a aquecer e sofre consequências como o degelo dos glaciares e a subida do nível do mar. Isto resulta na exposição de várias espécies a um grande risco de extinção, inundações, diminuição da qualidade da água, maior ocorrência de períodos de seca e, por isso, menor produtividade e danificação das atividades económicas, aumento da pobreza, aumento de exposição a doenças, aumento da
Fonte: Veeterzy em Unsplash
mortalidade, enfim… São várias as repercussões do aquecimento global no mundo e, por isso, no nosso futuro no planeta Terra. Para além de tudo isto, não podemos excluir a poluição, que é, também, um grande risco para a existência de várias espécies, incluindo a humana. Com os constantes derrames de petróleo e despejo de lixo que poluem as águas; com as exageradas emissões de gases tóxicos para a atmosfera; com os usos exagerados de pesticidas e os desmatamentos de florestas que resultam no desaparecimento de vários ecossistemas, não é surpreendente que o planeta se encontre neste estado. É assustador pensar que as gerações futuras — os nossos filhos, netos, bisnetos, etc. — não vão poder usufruir do planeta como nós, que não vão ter acesso aos recursos dos quais dependemos (e que, já agora, também estão a ficar cada vez mais escassos) e que não vão poder ver o mundo como nós tivemos oportunidade de o ver. Tudo aquilo que eles vão ter serão as sobras do que costumava ser um planeta bom para se habitar. Na verdade, já foi estimado que temos menos de 20 anos para impedir que o aquecimento global chegue aos 1,5º C, o que terá consequências aterrorizantes. Travar a poluição atmosférica seria o primeiro passo, aliás, o passo necessário para abrandar este fenómeno. Temos de lutar por um futuro melhor. Não serve de nada baixarmos a cabeça e esperarmos que tudo se resolva por si mesmo. Se não tivermos uma reação, tudo ficará na mesma. Não há muito que nós, estudantes, possamos fazer para impedir o planeta de se tornar inabitável, para além de não poluir, poupar água, usar transportes públicos e todas essas pequenas ações que já nos ensinam a fazer desde crianças, mas podemos gerar uma discussão sobre os perigos que corremos e podemos mudar a mentalidade das gerações mais velhas para garantir o futuro das gerações seguintes. Esquecemo-nos muitas vezes de que a raça humana será a mais prejudicada com a deteriorização do planeta. Contentamo-nos com a mentalidade de que não há nada que possamos fazer e, por isso, vemos as notícias e lemos posts na Internet sobre o assunto com pena, mas com indiferença. Contudo, teremos muito a sacrificar se tomarmos a decisão de ficar quietos. Temos que, de uma vez por todas, aceitar e encarar aquilo que está a acontecer, e fazer alguma coisa em relação a isso, antes que seja tarde demais.
Tema de Capa || 33
Fonte: Público
PORTUGAL SOFRE, NÓS TAMBÉM
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O rio Tejo, onde, em pleno outubro, não passava uma gota.
Todo o planeta é ameaçado pelas mudanças que o aquecimento global nos traz, mas não deveremos olhar para este acontecimento como se nada nos fosse acontecer. Na verdade, Portugal será uns dos países na Europa que mais será afetado. Alguns dos resultados já são visíveis. Já existem rios a secar em períodos anormais, as estações começam a ficar indefinidas e irregulares, os arquipélagos ficam mais propícios a tempestades tropicais e inundações. O Tejo, o maior rio da península Ibérica, encontra-se seco; os barcos e portos encontram-se no chão e, em vez do rio, vê-se lama e um pequeno caudal de água. Isto deve-se a uma falta de chuva no lado espanhol, o que os obriga a não cumprir a Convenção de Albufeira ( acordo entre o governo espanhol e português em que ficou definifo os caudais que devem ser mantidos no rio Tejo) levando a uma má gestão de recursos. Na margens do Tejo, principalmente em Castelo Branco, já se fazem contar os prejuízos tanto da autarquia como dos habitantes que veem a sua vida mudar num ápice.
Tema de Capa || 35
Fonte: Climate Central
Dentro de poucas décadas, as mais ridículas ideias da ficção científica podem tornar-se realidade. A imagem da península Ibérica alagada e transformada num deserto esta cada vez mais próxima da realidade. A ONG Climate Central publicou em outubro deste ano um relatório que mostra as áreas mais propícias, em 2050, a serem inundadas devido ao aumento do nível do mar. Viana do Castelo, Esposende, Fão, Apúlia, Vila do Conde, Matosinhos, Espinho, Esmoriz, Ovar, Torreira, Aveiro, São Martinho do Porto, Caldas da Rainha, Alcobaça, Figueira da Foz, Montemor-o-Velho, cidades contíguas ao Estuário do Tejo como Lisboa, Vila Franca de Xira, Carregado, Montijo, Moita, Azambuja, Benavente, Alcochete, e zonas da costa algarvia são as cidades que serão mais afetadas. Milhares de pessoas desalojadas, postos de trabalho perdidos e centros históricos destruídos. O litoral não será tão atraente como agora é, nem o interior o será, pois este tornar-se-á mais quente e desértico (em termos de população e de temperatura) tornando a agricultura mais difícil e obrigando a população a deixar o interior, perdendo-se algumas culturas como o vinho e o azeite, produtos tão típicos do nosso país. Os arquipélagos também irão sofrer várias consequências,uma vez que a sua biodiversidade marinha (principalmente nos Açores) e terreste encontra-se ameaçada devido ao aumento das temperaturas do mar e ao aumento do nível médio do mar.
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Fonte: Correio da Manhã
Refinaria de Sines
Contudo, a consciência ambiental já começa a manifestar na mente dos portugueses. Os estudantes já se manifestam, reivindicando justiça climática. A agenda do governo já tem medidas para reduzir as emissões de C02, como o encerramento antecipado das principais centrais termoelétricas do país até 2023 e o plano de uma central de energia a partir de hidrogénio. Portugal reduziu em 18% as suas emissões de CO2 desde o pico atingido em 2005, que aumentou a eletricidade produzida a partir de fontes renováveis e conseguiu este ano aumentar em 12% a procura dos transportes públicos. As decisões certas já estão a ser tomadas e já estamos, com vários obstáculos, a rumar na direção certa. Mas não podemos tomar a descarbonização e a redução dos efeitos do aquecimento global como um dado adquirido. Ainda há muito para fazer e muitos de nós temos de deixar de ter uma postura neutra e começar a agir.
Tema de Capa || 37
PEQUENAS AÇÕES GRANDES MUDANÇAS Quando pensamos em salvar o planeta, muitas vezes achamos que as nossas ações face aos danos já causados não vão ter qualquer impacte. Contudo, se todos mudarmos pequenas coisas no nosso dia a dia, ajudaremos a reduzir e muito o impacte ambiental. Aqui vão algumas dicas:
Pede aos teus pais para trocarem as lâmpadas por modelos eficientes — se cada casa nos Estados Unidos fizesse isso, por exemplo, o país reduziria o mesmo nível de poluição como se reduzisse 1 milhão de carros nas estradas. Em seguida, presta atenção para não deixar luzes acesas em locais que não estão a ser utilizados e desliga o computador durante a noite. Nas tarefas domésticas, procura ser mais eficiente, por exemplo, espera acumular roupas o suficiente de modo a encher uma máquina para as lavas.
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Fonte: Pawel Czerwinski em Unsplash
— Economiza energia:
Evita impressões desnecessárias, e na hora de usar papel para anotações, certifica-te de que o usas por completo. Por fim, na hora de dar presentes, experimenta reutilizar papéis antigos ou procura novas formas criativas de os embrulhar.
Só por desligar a torneira ao escovares os dentes, por exemplo, é possível economizar 18 litros de água por dia. Experimenta fazer o mesmo quando ensaboares as mãos ou as louças na pia, para economizar ainda mais.
Fonte: Sasikan ulevik em Unsplash
— Desliga a torneira:
Fonte: Brandi Redd em Unsplash
— Economiza papel:
— Reduz o consumo de plástico: Já deves ter ouvido falar da ilha de plástico no Pacífico. Ela é formada por 4 milhões de toneladas de plástico e tem quase duas vezes o tamanho da cidade do México, por exemplo. Reduzir o consumo de plástico no dia a dia é fundamental para reverter este cenário. Muitas cidades já aboliram o uso de sacos de plástico no supermercado ou passaram a cobrar mais por eles para tentar limitar o seu consumo. Se não for o caso da tua, experimenta levar as próprias sacas ou uma mochila para colocar as compras. Adquire, também, uma garrafa reutilizável para quando precisares de beber algo: cerca de 90% das garrafas de plástico não são recicladas e acabam em aterros. E, se fores usar copos plásticos numa festas, tenta lembrar-te qual é o teu ou adota a técnica de marcar o nome com uma caneta em vez de pô-lo no lixo cada vez que fores beber .
Tema de Capa || 39
PESSOAS QUE INSPIRAM A MUDANÇA Com a mudança repentina do mundo, é necessário começar a diferença dentro de nós e semear a inspiração. As mudanças climáticas estão a ameaçar o mundo que nós conhecemos e, por isso, a inspiração é uma ferramenta essencial que todos deveríamos utilizar. Muitas pessoas, de todas as partes do mundo, já começaram a atuar para, de alguma forma, salvarem o nosso planeta. Greta Thunberg, fundadora do movimento Fridays for Future, é das mais conhecidas por inspirar milhares de jovens a ajudar o planeta, mas muitas pessoas já contribuíram e com o mesmo objetivo – o de garantir um futuro para as próximas gerações. Tal como Greta, jovens de toda a parte do mundo estão a ser ouvidos, como Jamie Margolin, Kevin Patel, Nadia Nazar e muitos mais. Jamie Margolin, com apenas 17 anos e filha de pais imigrantes, é a fundadora da organização Zero Hour. O grande foco de Jamie é proteger e defender as comunidades mais vulneráveis, em que, não obstante as mudanças climáticas se sentirem em todo lado, o seu efeito se evidencia muito mais do que noutras regiões no planeta. Esta jovem tem, também, outro grande objetivo: salvar e preservar a floresta amazónica, os pulmões do nosso planeta. Kevin Patel é outro ativista climático e fundador da organização One Up Action. Através dela, Kevin visa dar mais importância às vozes da população mais jovem e ajudá-los a tornarem-se futuros líderes. O jovem de 18 anos nasceu num bairro em Los Angeles, uma das 40 || Tema de Capa
cidades mais poluídas do mundo. “Decidi ser ativista porque vi que a minha comunidade não tinha opções saudáveis. Eu não tive escolha. Não tive escolha de não estar nesta luta porque o problema afeta-me diretamente. Eu tenho de lutar pela minha comunidade.” Os jovens não são os únicos preocupados com o ambiente. Muitos adultos assumiram esta responsabilidade e querem, também, ver uma mudança o mais rapidamente possível. Adultos como o ator Leonardo DiCaprio, já há anos que se preocupam com as alterações climáticas. Com efeito, a organização de DiCaprio foi fundada em 1998 e dedica-se à proteção da vida na terra. Apesar de seu percurso ser difícil, Leonardo DiCaprio aproveitou todas as oportunidades que teve para falar sobre este problema grave, quer quando recebia prémios pela sua prestação em filmes, quer na sede das Nações Unidas, quando se dirigiu à Assembleia-Geral. Juntamente com a Greta Thunberg, ambos acreditam que “a ameaça climática [...] é a mais urgente que toda a espécie humana enfrenta.”
Greta Thunberg
Leonardo Dicaprio
Kevin Patel
Fonte: Jacquelyn Martin
Fonte: Sputnik
Fonte: Stephanie Lecocq
Fonte: Made Out of What
Todos temos um papel importante em salvar o planeta, em salvar a nossa casa. Cabe a cada um de nós fazer a nossa parte, fazer pequenas mudanças no nosso dia a dia e, especialmente, preservar o nosso futuro e o futuro das próximas gerações. Muitas pessoas já tomaram essa iniciativa e como eles, todos conseguimos ser mais uma pessoa a inspirar a mudança.
Jamie Margolin
Tema de Capa || 41
ESTUDANTES INSPIRADOS PELA MUDANÇA O movimento iniciado por Greta Thunberg — personalidade do ano de 2019, segundo a revista Time — inspirou os estudantes portugueses. Fomos ao seu encontro para saber mais.
ECOS- A primeira pergunta que eu momento em que existem pessoas com vos queria fazer é: Como é que vocês vontade, mesmo que sejam poucas, começaram a organização e qual a vossa conseguimos fazer as coisas. inspiração? Renata- Acho que é isso. É importante Eduardo- Apesar de nenhum de nós perceber que, apesar de não estarmos estar na organização desde o início, todos desde o início na origem da greve posso dizer, que, pela minha parte, climática, fomo-nos juntando.Sendo começou com o movimento da Greta um movimento de jovens, é normal Thunberg, que ia para a frente do que, acabando o secundário, vão para parlamento sueco protestar face às outras cidades, ao mesmo tempo alterações climáticas e isso estendeu-se chegam pessoas novas e é assim que para os amigos, para as pessoas da sua acontece. Eu estive muito tempo fora de cidade, e mais tarde para pessoas de Portugal e quando voltei, participei num outras cidades, até que se espalhou por acampamento chamado “Campim-Gás”, toda a Europa e chegou cá ao Porto. As na Bajouca, contra as explorações de pessoas decidiram organizar-se e assim combustíveis fósseis. Vim estudar para o Porto e decidi que queria fazer alguma chegamos onde estamos hoje. coisa relacionada com as alterações Filipa- Eu juntei-me pouco depois da climáticas e juntei-me! 2.ª greve, através de uma amiga. Em termos de organização, claro que é difícil ECOS- Já com três greves feitas e a formar um movimento que depende de quarta a caminho, têm notado grande jovens adolescentes que gastam o seu diferença no número de pessoas que se tempo livre preocupados em relação às juntam? alterações climáticas, mas a partir do 42 || Tema de Capa
Eduardo- Tem aumentado e, agora, esperamos mobilizar o máximo de pessoas para o próximo dia 29 para protestar. Renata- Sentimos que, a nível geral, a pressão para se tomar algumas medidas tem aumentado. Vimos a questão de Coimbra com a carne de vaca nas cantinas, vimos agora o governo a dizer que vai fechar a central de Sines mais cedo. Vemos isso já como sinais de que, realmente, os nossos movimentos estão a ter impacte e quem tem a responsabilidade sente que tem que fazer alguma coisa. Por outro lado, também sentimos que o que eles estão a fazer não chega, ainda é muito à superfície, é como se eles tentassem fazer uma coisa quando sabemos que tem que ser uma coisa muito mais a fundo e é para isso que nós continuamos. ECOS- Vocês sentem que há muita gente que não respeita nem valoriza o vosso trabalho? Filipa- Eu acho que podemos ver isso pelo simples facto de termos aqui agentes políciais de propósito por acharem que vamos fazer algo de mal. Nós ficamos aqui quatro semanas seguidas e não aconteceu nada de mal, estávamos aqui num cantinho das escadas, nunca fizemos muito barulho, respeitámos as pessoas, respeitámos o espaço das pessoas e temos sempre agentes políciais a incomodarnos. Por isso, acho que ainda falta muito para chegarmos onde queremos, acho que o nosso manifesto vai ser complicado nos próximos anos mas é uma mudança gradual – na outra greve nós tivemos sete mil pessoas. Foi a minha primeira greve, estar à frente da marcha e depois saber que houve sete mil pessoas que se juntaram as nós por causa da greve global foi completamente gratificante, foi dos melhores dias da minha vida! Eduardo- Há sempre os negacionistas. Por exemplo, ainda ontem estava a falar com uma amiga que dizia que o aquecimento global era uma coisa absurda nestes dias. As pessoas não estão informadas e não querem saber nem se esforçam. Neste momento, estamos no patamar em que ou damos tudo de nós ou não vamos a lado nenhum. ECOS- Qual o vosso conselho para quem só se apercebeu que, de facto, tem que mudar alguma coisa no seu dia a dia? Filipa- É sair às ruas e usar o direito liberdade de expressão para nos expressarmos e mostrar a nossa vontade de mudança, porque se não sairmos às ruas e ficamos, em casa a pensar o que é que podemos fazer enquanto indivíduo, porque a culpa não é do indivíduo, é das multinacionais, é dos governos, é das empresas, que não fazem nada e acabamos por nos acomodar. Por isso, as pessoas, ao usarem o seu poder, sairem à rua para se manifestarem, não será tarde de mais Renata- Eu concordo com a Filipa, nós falamos muito do ativismo do sofá e como ele é insuficiente, porque durante muito tempo pensamos que as nossas escolhas individuais podiam mudar muita coisa, mas hoje em dia sabemos que não. Mesmo que mil pessoas se juntem e façam todas as escolhas corretas em relação ao seu
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consumo, elas ainda assim vão estar a poupar CO2 infinitamente menos do que, por exemplo, uma central de carvão num ano. Então, as emissões estão ligadas à produção de energia, à indústria, e isso só muda com muitas pessoas na rua a mostrarem que estão preocupadas com o consumo. Eduardo- Quanto a essa parte da iniciativa individual, eu posso tentar ser o mais clean possível, não comer carne, não usar plásticos, e tudo mais, mas depois se for comparar com os números de plásticos usados, de carne consumida, os meus números vão aproximar-se de zero. Eu não tenho, nesse aspeto, mudança nenhuma, mas tenho mudança aqui. As pessoas aqui juntam-se e o governo vai ouvir e quem tem o poder de mudar esses números, quem tem uma influência maior vai ter que tomar decisão. E é a maneira de nós, individualmente, conseguirmos fazer alguma coisa. ECOS- Se vocês tivessem agora uma reunião com a Greta Thunberg, o que é que vocês lhe diziam? Eduardo- Obrigado. Filipa- Sim, obrigada, pelo teu esforço e coragem, por teres feito aquilo que a maior parte das pessoas nem sequer tinha consciência de que podíamos fazer. Muita gente a dizer “ ai eu gostava muito de fazer isso mas falta a coragem, a iniciativa” e ela, uma pequena rapariga de dezasseis anos, decidiu do nada começar a fazer estas pequenas mudanças e espalhou um movimento envolvendo milhões e milhões de pessoas. Eduardo- Acho que lhe dava um abraço, porque ela, apesar de tudo, tem sido muito atacada e ela tem dezasseis anos, está a começar a vida dela, estar a levar com isto tudo e cima e a enorme pressão, eu não imagino como é que ela se está a sentir. Renata- Eu também aproveitava para lhe pedir alguns conselhos sobre coisas que podemos fazer para chegar a mais pessoas.
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Fotografia por: Inês Leitão
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Fonte: Remi Walle em Unsplash
A ansiedade e o ambiente 46 || Tema de Capa
Com todas as mudanças a decorrerem à volta do mundo todos os dias, é normal sentirmo-nos, muitas vezes, assustados com o nosso futuro no planeta. É difícil de assimilar a ideia de que tudo o que conhecemos hoje, daqui a uns anos, poderá já não existir. Com todas as terríveis notícias das catástrofes climáticas que lemos na Internet ou que ouvimos pelos nossos amigos, é difícil não pensar no pior – que os nossos filhos ou netos poderão não ter um ambiente favorável para crescerem, que não iremos ter recursos suficientes para toda a gente, ou mesmo que o planeta poderá deixar de ser habitável. Todas estas preocupações são plausíveis, mas se fores como eu, talvez penses demasiado nas coisas. O teu cérebro fica tão sobrecarregado de preocupações e problemas que se torna impossível de desligar tudo e simplesmente respirar. Não te vou dizer para parares de pensar no planeta, ou de te preocupares com o ambiente, mas sim para não presumires sempre o pior. Temos que ser realistas – a situação atual em que nos encontramos não é boa – mas em vez de ficares sentado a preocupar-te com o futuro e a não fazer nada em relação a isso, toma uma atitude, algo que aches que faça uma diferença, mesmo que pequena, e foca-te nas coisas boas ainda a acontecer. É verdade, nem tudo o que se passa no planeta atualmente é negativo. Num esforço para reduzir as enormes quantidades de plástico nos oceanos, a União Europeia decidiu a proibição de do uso de dez categorias de plásticos descartáveis (pratos, talheres, palhinhas, etc.) nos estados-membros, a partir de 2021. A seguir à Califórnia, Nova Iorque decidiu banir os sacos de plástico descartáveis, já este ano. Depois do Furacão Maria, Porto Rico está a reconstruir as suas comunidades de uma forma mais sustentável. Se tudo correr
bem, em 2050 a ilha irá funcionar 100 % a energia renovável; Como 75 % da produção de energia a carvão é muito mais cara do que energia eólica ou solar, é seguro dizer que um terço do planeta já funciona apenas a energia renovável; Com a nova campanha Time For Trees, a Fundação do Dia da Árvore comprometeu-se a plantar 100 milhões de árvores com o objetivo de remover 578 000 toneladas de poluição química da atmosfera. A organização está envolvida com várias comunidades ao recrutar cerca de 5 milhões de pessoas à volta do globo para se juntarem à iniciativa. O macaco colobus vermelho de Udzungwa, uma espécie ameaçada, teve direito à construção de um parque nacional destinado à proteção do seu habitat natural, na Tanzânia, e à reintrodução da sua espécie na vida selvagem. Para além destas boas notícias, temos que nos lembrar de que existem ainda mais progressos ambientais a decorrerem por todo o mundo, todos os dias. Apesar de haver pessoas que se recusam a ajudar o planeta, ainda há aqueles mais otimistas que estão a fazer tudo o que podem para que o nosso futuro seja mais sustentável. Por isso, por muito difícil que seja, em vez de estares constantemente ansioso, a pensar que o pior vai acontecer (porque, sim, existem ainda pessoas que, infelizmente, têm ataques de ansiedade cada vez que veem nas notícias algo perturbador sobre o clima), tenta acreditar que vamos superar todas estas dificuldades e que, um dia, vamos poder olhar para trás com orgulho e com a possibilidade de poder dizer que conseguimos salvar o planeta Terra. Por muito más que as coisas pareçam, o otimismo é algo essencial para continuarmos a lutar por um futuro melhor.
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AMP
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Original ME- YoungBLUD por: Vicente Trigo 11.º C1
Esta música, do artista britânico Dominic Richard Harrison, mais conhecido por Yungblud, foi lançada este ano. Fala do problema mais comum entre os artistas, a autoestima, que se manifesta via ansiedade social e outro meios. O cantor refere-se a ele como “original loser”, dando a ideia que ser uma pessoa original o faz único. Embora possua um elevado sentido de ódio a ele próprio, Yungblud revela que gosta de ser essa pessoa com esses problemas, porque aprecia ser original e único. No entanto, gostava de ser outro indivíduo para ter alguma paz (“I’m the original loser / Some days I wish I was anyone else”), não deixando a sociedade ditar as suas normas. Na minha opinião, é uma música que imediatamente capta a atenção do ouvinte, não só pela voz e letra de Dominic Harrison, como também pela bateria da música, que lhe dá um tom de rock misturado com pop.
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Billie Eilish por: Leonor Trigo 11.º C1
Billie Eilish é uma artista de 18 anos que tem conquistado o mundo.
Apesar da sua idade, já conta com vários prémios, músicas recorrentemente no topo das tabelas e, além disso, é uma personalidade que demonstra ativamente o seu descontentamento pela situação atual do nosso planeta. Esta cantora alerta-nos para a necessidade de uma mudança. De referir, ainda, que Billie segue uma dieta vegan, que é caracterizada por não consumir qualquer produto de origem animal . Tendo isto em conta, venho falar vos de uma música recentemente lançada por ela, que tem como tema o aquecimento global, referido ao longo de todos os versos. O tema chama-se All the good girls go to hell e recomendo a todos que o ouçam, não só pela sua mensagem, como pela qualidade da música.
Fotografia por: Inês Leitão
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Fotografia por: Inês Leitão
Fotografia por: Inês Leitão
Inspirado nesta música e no seu videoclip, fizemos um ensaio fotográfico, utilizando materiais que se assemelhassem aos utilizados pela cantora no vídeo, tal como a tinta preta, de modo a criar a ilusão de que a mesma é petróleo.
AMP || 51
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“As palavras estavam a caminho e, quando chegassem, Liesel segurava-as com as suas mãos como as nuvens e torcia-as como chuva.”
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+LIVRO
por: Joana Leite 11.º C1
Fonte: Intrínseca Editora
A Menina Que Roubava Livros é um livro escrito por Markus Zusak, um escritor que, ao longo da sua infância, ouvia sempre histórias contadas pela sua mãe, sobre a Segunda Guerra Mundial. Foi com esta obra que Zusak ficou conhecido como um fenómeno literário e dos escritores mais inovadores do seu tempo. A história situa-se no início do período da guerra e foca-se numa jovem, a Liesel. Liesel vivia com os seus pais adotivos, Hans e Rosa, e desde pequena que, apesar de não ler, sabia que os livros eram uma base importante para a sua infância. Ao longo da primeira parte do livro, os leitores seguem o dia a dia da jovem, que todos os dias roubava pelo menos um livro. Liesel pertencia a uma típica família alemã, mas com uma pequena diferença: o seu irmão Max, encontrado escondido num porão, era judeu. No desenrolar da ação, Hans preocupa-se com a segurança da sua família e faz tudo para a proteger, tanto da guerra, como dos próprios nazis que andavam nas ruas. A narrativa tem muitos altos e baixos e num dado momento o leitor ri, como logo depois se emociona e chora. As personagens não só são inspiradoras como, também, arriscaram as suas vidas para se salvarem uns aos outros. A ação dá muitas reviravoltas e acaba de uma forma realista, mas, mesmo assim, sem perder uma essência mágica e feliz.
+DESPORTO por: Luana Santos 11.º C1
Fonte: Correio do Ribatejo
No final do mês passado, a Amicale Karaté-Portugal Martial Arts marcou presença na 8.ª edição do Campeonato do Mundo de Karaté da World Fudokan Federation, que decorreu em Sindelfingen, na Alemanha. Portugal terminou o evento com um saldo muito positivo, uma vez que conquistou 32 medalhas. Individualmente, em Kata, os atletas portugueses conquistaram 6 medalhas de ouro, 4 de prata e 6 de bronze, e 2 medalhas de prata, nas competições por equipas. Já em Kumite, Portugal conquistou 3 medalhas de ouro, outras tantas de prata e 7 de bronze, a que se junta mais uma medalha de ouro nas competições Kumite por equipas. Mais uma grande conquista para o desporto português.
+FILME por: Camila Teixeira 11.º C1
Com uma incrível direção, banda sonora, e com um elenco brilhante, Joker é considerado o filme do ano por muitos entusiastas do cinema. Interpretado por Joaquin Phoenix, Arthur Fleck é um aspirante a comediante com uma doença mental, que consiste em inexplicáveis ataques de riso completamente fora do seu controlo. Ainda vivendo com a sua mãe em Gotham City, e saturado de nunca ser levado a sério, à medida que a ação se desenrola, podemos observar Arthur a ficar cada vez mais desapontado com a sociedade. É devido aos seus constantes desgostos que testemunhamos a criação do Joker, agora um comediante cínico que tem muito a dizer sobre o ambiente em que vive. É um filme extremamente bem realizado, no entanto, pode ser muito pesado para algumas audiências devido à presença de algumas cenas bastante gráficas. Joaquin Phoenix, sendo agora considerado um dos melhores intérpretes desta personagem da DC Comics, realça a insanidade e a perversidade de Joker, e, ao mesmo tempo, faznos sentir empatia pelo personagem que, na verdade (dependendo da interpretação de cada um), foi alvo de injustiças durante todo o decorrer da narrativa. É, sem dúvida, um filme a não perder. MAIS+ || 53
Editorial (cont. da p. 3) As alterações ambientais são inevitáveis face à procura incessante da almejada homeostasia planetária. Todavia, o ritmo frenético, pouco uniformitarista e demasiado catastrofista, que marca a transformação é uma evidência que não mente. A descaracterização das estações do ano, o recuo acelerado das linhas de costa, o aumento das áreas desérticas e a disseminação de pragas são apenas alguns dos sinais de uma doença que de aguda se fez crónica. Nunca se falou tanto de ambiente como nos dias que correm; para uns apenas mais uma moda, para outros forma de aliviar o peso na consciência e encobrir a vergonha em torno da inércia humana, mas para todos deveria ser eco da agonia crescente que o planeta vivencia. Se somos a única espécie capaz de alterar drasticamente as condições ambientais, também seremos capazes de colocar a inovação científica e tecnológica ao serviço da prevenção e da recuperação dos danos ambientais por nós gerados. Al Gore, Leonardo di Caprio, Boyan Slat, Greta Thunberg ... ambientalistas, ativistas, extremistas. Vejamos mais o que representam do que a figura ou o discurso que utilizam. Que tenhamos a capacidade (se for esse o caso e necessidade) de escolher a personificação de um problema que não é mero devaneio. Não nos detenhamos nos símbolos, nos rótulos, nas contracorrentes, pois o importante e urgente é a ação. Os problemas ambientais podem parecer de difícil resolução, mas é possível travar e até mesmo inverter os seus impactes, desde que tomemos consciência da necessidade de agir, pensando de um modo global, mas atuando a nível local. É fundamental a assunção de uma atitude crítica e ativa na tomada de decisões que afetam ou possam vir a afetar o ambiente e a nossa qualidade de vida. Trata-se, pois, de um exercício diário de cidadania ambiental. Na quadra natalícia que se avizinha, que pensemos um pouco no consumo energético associado às festividades e que saibamos decidir o melhor dos destinos para os resíduos que advenham da abertura dos presentes, pois se a diferença pode ser um gesto, um gesto pode fazer a diferença.
ECOS
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