BOB WOLFENSON RETRATOS
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MinistĂŠrio da Cultura e Porto Seguro apresentam
BOB WOLFENSON RETRATOS
BOB WOLFENSON RETRATOS
curadoria Rodrigo Villela assistente de curadoria Fรกbio Furtado 2018
legendas das imagens com nome e ano da foto
legendas das imagens com nome e ano da foto
BOB WOLFENSON: RETRATOS “Retrato” vem de extrair, retirar e também trazer de novo – “retrazer”. A etimologia latina da palavra nos faz pensar: extrair o quê? O que trazer novamente? De acordo com alguns retratistas e teóricos da arte, trata-se de extrair a alma ou essência do retratado. Ao que Bob Wolfenson responde: “Mas com que autoridade, endossado por quem? Como se mede isso? A fotografia capta uma superfície, assim como o olho. Alcançar a alma de alguém é uma enorme pretensão”. O retrato não nasceu com a fotografia, cuja história é relativamente recente. Muito antes dela, artes como a pintura, a escultura e o desenho já se ocupavam do artifício de representar alguém. A especificidade da fotografia está na sua “mecanicidade”, algo a que o artifício do fotógrafo, sua arte, sua imaginação, precisa se aliar: para aquela imagem existir, algo esteve diante da câmera e marcou, em um pequeno instante, o filme ou o sensor. É onde tudo começa. A fotografia nasce atada à realidade. Que realidade é essa que a arte de Bob Wolfenson capturou ao longo das mais de quatro décadas aqui presentes nesta mostra? Se não é a essência destas figuras, o que revelam seus olhares muitas vezes voltados diretamente para quem está diante dos retratos? Novamente segundo o próprio artista, “fotos dizem mais sobre o fotógrafo que sobre o fotografado”. E, se não revelam a alma, ao menos apresentam uma verdade: a do encontro entre quem está atrás e quem está diante da câmera – sintetizado, extraído e re-trazido na intensidade do instante em que o obturador é pressionado. É precisamente nesse embate, na potência de tais encontros e em sua dinâmica muitas vezes imprevisível que o retrato pode se constituir numa imagem longeva. Para além de uma figura mecanicamente representada, aponta ao mesmo tempo para alguém que olhou intensamente através da câmera – essa espécie de ciclope-símbolo de uma atenção sustentada. É também essa verdade, a dos encontros, que fez com que muitas das imagens produzidas por Bob estampassem uma infinidade de capas de revista, editoriais, discos ou livros. Mais ainda, fez com que muitas delas permanecessem para além da circunstância em que esses trabalhos foram concebidos. Foi dessa maneira que Bob Wolfenson se tornou nomeadamente o fotógrafo brasileiro que transpôs para a mídia a figura das maiores personalidades do país, colaborando na construção de mitos. No percurso, dominou e aperfeiçoou uma linguagem que mescla erotismo e um certo estranhamento que ele chama de “ruído”. Novamente, dois ingredientes sempre presentes, em maior ou menor grau, quando se está diante de um outro.
Esta mostra não pretende abarcar toda a vasta produção de Bob Wolfenson, que vai além dos retratos. Ele é um dos fotógrafos mais representativos do Brasil, e um dos mais profícuos – da moda e da publicidade à paisagem e aos nus. No arco temporal aqui abarcado, desde os primeiros trabalhos até a foto mais recente, feita dias antes da abertura da exposição, podemos ver ainda a crônica dos costumes dos últimos 40 anos no país. Mais do que isso, vemos a construção dos principais nomes que passaram pela mídia durante esse período – e que constituíram certa identidade cultural e intelectual, em suas mais diversas manifestações. Com sua empatia e disponibilidade para o outro, Bob sabe transformar os encontros em momentos únicos, num jogo fugaz que traz à tona o que só se extrai através do próprio encontro. Para o presente catálogo, além dos textos que pontuam alguns recortes possíveis de sua vasta produção no campo do retrato, integrantes da exposição, o público interessado tem acesso também a ensaios de duas figuras retratadas por Bob, presentes na mostra. O primeiro, da escritora Fernanda Young, foi originalmente publicado na revista “Rev. Nacional”, projeto do também fotógrafo J. R. Duran, por ocasião da exposição. O segundo, especialmente produzido para o catálogo, é de autoria da escritora, atriz e diretora Fernanda Torres. Em ambos, para além de múltiplas abordagens sobre seu trabalho, transparece a afetividade que a figura de Bob cria na relação com seus retratados e admiradores, ingrediente sem dúvida eficaz e presente na alquimia de seus cliques. RODRIGO VILLELA • curador FÁBIO FURTADO • assistente de curadoria
BOB WOLFENSON: RETRATOS "Retrato", the Portuguese word for “portrait”, derives from extract, retrieve and also from bringing back—"re-bringing". The Latin etymology of retrato makes us wonder: extract what? Bring back what? According to some portraitists and art theorists, it is a question of extracting the soul or essence of the person being portrayed—to which Bob Wolfenson responds: "But with what authority, endorsed by whom? How do you measure this? The photograph captures a surface, just like the eye. Reaching someone's soul is hugely pretentious." The portrait was not born with photography, with its relatively recent history. Long before photography, arts such as painting, sculpture, and drawing were already engaged in the artifice of representing someone. The specificity of photography lies in its mechanical characteristic, something with which the photographer's artifice, his art and his imagination, must be allied: for a certain image to exist, something had to be in front of the camera and leave its mark, for a brief instant, on the film or the sensor. That's where it all begins. Photography is born bound to reality. What is this reality that the art of Bob Wolfenson has captured throughout the more than four decades presented in this show? If not the essence of these personages, what do their eyes—often looking straight at whoever stands in front of the portraits—reveal? According to the artist himself, "photos say more about the photographer than about the person photographed". And if they do not reveal the soul, they at least present a truth: that of the encounter between the one behind the camera and the one in front of it—synthesized, extracted and once again brought back to the intensity of that instant when the shutter is released. It is precisely in this clash, in the power of such encounters and their often unpredictable dynamics that the portrait can constitute itself as a lasting image. More than just a mechanically represented image, it points simultaneously to someone who looked intensely through the camera—a kind of cyclopean symbol of sustained attention. It is also this truth, the truth of the encounters, that made many of the images Bob produced into an infinity of covers for magazines, CDs and books as well as editorials. Moreover, it made many of them endure beyond the circumstance in which the works were conceived. It was in this way that Bob Wolfenson became the Brazilian photographer who transposed to the media images of the country’s greatest personalities, collaborating in the construction of myths. Along the way, he mastered and perfected a language that combines eroticism and a certain strangeness that he calls "noise." Again, two ingredients that are always present, to a greater or lesser degree, when he is in front of another person. This show is not meant to encompass all of Bob Wolfenson’s vast production, which goes far beyond portraits. He is one of Brazil’s most representative photographers, and one of the most proficient—working from fashion and advertising to landscapes and nudes. In the time frame covered here, from his earliest works up to the most recent photo, taken days before the exhibition opening, we can see a narrative of the
country’s customs over the last 40 years. Beyond that, we can see the construction of the foremost names in the media during this period, and the constitution of a certain cultural and intellectual identity, in its most diverse manifestations. With his empathy and openness to the other, Bob knows how to transform the encounters into unique moments of a fleeting give-and-take that can only be brought out through the encounter itself. For the present catalog, in addition to texts that call attention to some possible focal points in his vast production in the field of the portrait, present in the exhibition, the interested public also has access to essays by two personalities portrayed by Bob, included in the exhibition. The first, by the writer Fernanda Young, was originally published in the magazine Rev. National, project of the photographer J. R. Duran, on the occasion of the exhibition. The second, produced especially for the catalog, is authored by the writer, actress and director Fernanda Torres. In both, beyond the multiple approaches to his work, the affectivity that Bob creates in relation to those he portrays and to his admirers is evident—an undoubtedly effective ingredient present in the alchemy of his clicks. RODRIGO VILLELA • curator FÁBIO FURTADO • curatorial assistant
TEMOS! Desde a adolescência trabalho como fotógrafo. A insegurança característica desse período da vida fez com que a consciência de minha “vocação” fosse tardia. Explico-me: ainda que eu tenha começado cedo na fotografia, por uma contingência – a morte de meu pai jogarame logo à procura de um emprego –, o estúdio fotográfico da Editora Abril era então apenas um trabalho para um jovem confuso em meio às escolhas profissionais, com a necessidade de se sustentar e, principalmente, de tentar preencher a perda de alguém que amava muito. Durante muitos anos não me imaginava fotógrafo, ainda que, ao contrário de todos os meus amigos, já tivesse um ofício. Nesse período, vacilei e, muitas vezes, quase desisti. Não sei o exato momento em que essas dúvidas se dissiparam e a “Fotografia”, digamos assim, caiu sobre mim. Olhando em retrospectiva, muitos trabalhos que produzi naqueles anos 1970 e que estão nesta exposição revelam algo que minha falta de confiança não me deixava notar então: já existia em mim um certo olhar, um modo de ver que se prolongou e impregnou toda a minha produção. Em algum momento, depois que essas questões ficaram para trás, vivi intensamente a hiperatividade da profissão, em sua variedade de sujeitos, objetos, necessidades, utilizações e fins, que continuam a estar no meu caminho, no movimento constante de ser vários fotógrafos. Afasto aqui as hierarquias éticas ou artísticas. Vivo mesmo em trânsito – eu não seria o fotógrafo dos retratos aqui expostos se não fosse todos os outros que me habitam: o fotógrafo de moda, o de nus, o de publicidade e o dos constantes projetos pessoais, todos frutos de um profissional generalista. Percebi, com o tempo, que os encontros exibidos nesta mostra na forma de retratos obedecem à própria natureza dos encontros: não há fórmula, e sim personalidades que se “chocam”, cada uma em busca de um sentido para essa confluência. A infinidade de pedidos dos que me contrataram e dos que estiveram diante de minha câmera – exceto aqueles que foram flagrados sem prévio consentimento – serviram como aprendizado e formataram um método que, a meu ver, está evidente nesta reunião de imagens: um senso de cooperação e confiança mútuas, e minha busca de algum ruído e originalidade na imagem de personalidades conhecidas – algumas muito conhecidas e, portanto, já muito fotografadas. Não acredito na tolice de que foto descontraída é que seja boa ou, ainda, na ideia de captação da alma do sujeito, de tradução de sua verdadeira e profunda essência – ideias que povoam as definições do senso comum do que seja um bom retrato. Todo mundo que já foi fotografado sabe que, quando tem uma câmera apontada para si, o sujeito tenta se comportar de maneira a antecipar a pose final. Nada contra, há mesmo um aspecto ficcional nestes retratos. Em que pese muitas destas fotografias serem recordações de encontros fugazes, dos quais minha memória não reteve os detalhes, elas são um testemunho da grande aventura dessa atividade e de um sentimento muito presente no instante em que pressiono o obturador: uma intensidade indefinível, abstrata mesmo, que nos põe – a mim e a meu modelo, num fluxo de movimentos, gestos e, muitas vezes, silêncios, até que entendamos ter exaurido todo o possível da situação e chegue o momento de eu dizer: “temos”. BOB WOLFENSON
WE GOT IT! Ever since my adolescence, I have worked as a photographer. The characteristic insecurity of this phase of life made the awareness of my "vocation" come late. Let me explain: although I started out early in photography, because of a contingency— my father's death and, soon after, the search for a job—Editora Abril's photographic studio was just a job for a confused young man in the midst of professional choices, the need to support himself and, above all, to compensate for the loss of someone he loved very much. Yet for many years I didn’t think of myself as a photographer, although, unlike all my friends, I already had a trade. During this period, I wavered and many times I almost gave up. I don’t know the exact moment when these doubts dissipated, and "Photography", so to speak, settled over me. In retrospect, many of the works I produced in the 1970s that are in this exhibition reveal something that my lack of confidence didn’t let me notice then: I already had within me a certain way of looking, a way of seeing that has remained and has impregnated my entire production. At some point these issues were left behind, and I began to live intensely the hyperactivity of the profession, with its variety of subjects, objects, needs, uses and purposes, which are still part of my path, given the constant agitation of being several photographers at once. Here I set aside ethical or artistic hierarchies. I live “in transit”—I would not be the photographer of the portraits exhibited here if it were not for all the others who inhabit me: the fashion photographer, the photographer of nudes, of publicity and of the nonstop personal projects, all fruit of a professional generalist. Over time, I realized that the encounters represented in this show in the form of portraits obey the nature of the encounters themselves: there is no formula, but rather personalities that "collide", each in search of a meaning for this confluence. The abundance of requests from those who engaged me and those who were in front of my camera—not counting those who were caught by surprise and without consent—served as learning experiences and shaped a method that, in my view, is evident in this bringing together of images: a sense of cooperation and mutual trust, and my search for some noise and originality in the portrayal of well-known personalities—some of whom are exceptionally well-known and for that reason have often been photographed. I do not believe in the nonsense that casual photos are the best, or even in the idea of capturing the subject’s soul, of translating his or her true and deepest essence— ideas that populate the common sense definitions of what a good portrait is. Everyone who has ever been photographed knows that when a camera is pointed at him, the subject will try to behave in a way that anticipates the final pose. Nothing against that—there is indeed a fictional aspect in these portraits. Although many of these photographs are mementos of fleeting encounters of which my memory has not retained the details, they are a testimony to the great adventure of this activity and to a feeling that is very present in the instant when I release the shutter: an indefinable, even abstract intensity, which puts me and my model in a flow of movements, gestures and, many times, silences, until we understand that we have exhausted all the possibilities of the situation and the time has come to say, "We got it." BOB WOLFENSON
O retrato, para Bob Wolfenson, parte de um acordo entre fotógrafo e fotografado. Isso não ocorre, porém, em todas as situações que originaram as imagens aqui expostas. Algumas delas são registros de ocasião: o fotógrafo está com sua câmera, vê uma cena e faz a foto. É assim com as que captam encontros ao acaso com personalidades, como as de Woody Allen, Sophia Loren, Charles Chaplin e Sienna Miller. Outras captam situações aparentemente menos produzidas do que as fotos feitas em estúdio, como as de Chico e Silvia Buarque, Danuza Leão, Alceu Valença e Tom Zé. Há ainda a chamada fotografia de rua, de que são exemplo as de Alex Atala, Tunga, Cordélia Mourão e Waltércio Caldas e Fernanda Montenegro.
CHANCE ENCOUNTERS The portrait, for Bob Wolfenson, is part of an understanding between the photographer and the photographed. This is not true, however, of all the situations that gave rise to the images exhibited here. Some of them are records of an occasion: the photographer has his camera, sees a scene and takes the photo. So it is with those that capture random encounters with personalities, such as the ones with Woody Allen, Sophia Loren, Charles Chaplin and Sienna Miller. Others capture situations that are apparently less composed than those made in the studio, such as the photos of Chico and Silvia Buarque, Danuza Leão, Alceu Valença and Tom Zé. There is also the so-called street photography, examples of which are those of Alex Atala, Tunga, Cordelia Mourão and Waltercio Caldas and Fernanda Montenegro.
ENCONTROS AO ACASO
Chico Buarque e Silvia Buarque, 1995
Jorge Caldeira, 2018
RenĂŠ Burri, 2004
Danuza LeĂŁo, 1992
Keith Haring, 1985
Jorge Mautner e Nelson Jacobina, 1977
Pepeu Gomes, 1973
Zé Celso, 1970
Sienna Miller, 2016
Pelé, 2011
Maureen Bisilliat, 2016
Art Blakey, 1987
Bethy Lagardère, 2009
Yoko Ono e Sean Lennon, 1993
J.R. Duran, 1988
Fernanda Montenegro, 2000
Waly SalomĂŁo e Caetano Veloso, 1976
Sรก e Guarabyra, 1977
Walter Franco, 1976
Tunga, Waltércio Caldas, Carlos Alberto Fajardo, Cordélia Mourão, 1997
Charles Chaplin, 1975
Mart'nรกlia, 2003
Sophia Loren, 1999
Caroline Ribeiro, 2002
Eduardo Giannetti, 2003
Jô Soares, 1996
CĂŠsar Camargo Mariano e Elis Regina, 1978
Woody Allen, 2010
Sarah Vaughan, 1987
Azzedine AlaĂŻa, 2009
Hector Babenco, Luiz Tenรณrio e Arnaldo Jabor, 2016
Alceu Valenรงa, 1976
Vânia Toledo, 1987
Alex Atala, 1985
Tom Zé, 1976
As fotografias apresentadas a partir de agora evidenciam a enorme variedade do trabalho de Bob Wolfenson. Entre encomendas editoriais – para revistas, jornais ou livros – e trabalhos autorais, são imagens reveladoras da intensidade dos encontros em que foram feitas. Muitas delas ficaram icônicas, como as de Caetano Veloso, Gisele Bündchen, Sônia Braga, Marieta Severo, Arnaldo Antunes ou Lázaro Ramos. Outras são inéditas ou produzidas especialmente para esta exposição. Todas, entretanto, ao lado de um certo estranhamento perseguido pelo fotógrafo em seus cliques, transparecem o olhar confidente e dignificante, de total respeito pelo fotografado. Não à toa, a maioria nos olha nos olhos.
THE SUSTAINED GAZE The photographs presented from here on show the enormous variety of Bob Wolfenson's work. Between editorial commissions—for magazines, newspapers or books—and authorial works, the images reveal the intensity of the encounters in which they were made. Many became iconic, such as those of Caetano Veloso, Gisele Bündchen, Sonia Braga, Marieta Severo, Arnaldo Antunes or Lázaro Ramos. Others have never been published or were produced especially for this exhibition. However, in addition to a certain strangeness pursued by the photographer in his clicks, all show his confident and dignifying way of seeing, with total respect for the person photographed. No wonder most of them look us in the eye.
legendas das imagens com nome e ano da foto
OLHAR SUSTENTADO
legendas das imagens com nome e ano da foto
Gisele BĂźndchen, 2010
Oscar Niemeyer, 1995
Caio Fernando Abreu, 1993
Malu Mader, 1987
legendas das imagens com nome e ano da foto
Marilia Gabriela, 2002
legendas das imagens com nome e Laerte, ano da2013 foto
Hermeto Pascoal, 1998
Fernanda Montenegro, 1995
Jô Soares, 2015
Luiz Melodia, 1995
Chico Buarque, 1995
Caetano Veloso, 1988
Sônia Braga, 1986
Marieta Severo, 1990
Arnaldo Antunes, 1998
IrmĂŁos Frias (Luiz Frias e Otavio Frias Filho), 1996
Abilio Diniz., circa 1975
Elza Soares, 1995
Milton Nascimento, 1997
Arnaldo Jabor 1 e 2 (DĂptico), 1995
Anderson Silva, 2012
DĂŠbora Bloch, 2001
Gilberto Gil, 1989
JoĂŁo Cabral de Melo Neto, 1995
Belchior, 1979
Elis Regina, 1976
Fausto Silva, 2015
JosĂŠ Miguel Wisnik, 1995
VirgĂnia Rodrigues, 1996
JosĂŠ Olympio Pereira, 2013
Alaide Costa, 2004
BOB Quando, na torpeza do meu celular, fotografo um amigo, e reconheço na imagem o íntimo da figura, costumo dizer que se trata não de uma foto, mas de um portrait. Alguns retrato são retratos, outros são portraits. O esnobismo da palavra é graça boba. O termo me remete à pintura, à subjetividade da tinta sobre o papel, por isso gosto de usá-lo. O portrait captura algo de torto, de etéreo e imaterial, que se estende para além do corpo impresso na tela. A persona, o humor de fundo, que ninguém é capaz de controlar, ou esconder, do olhar de quem vê. Alguns fotógrafos trabalham como intérpretes, imprimindo sua visão pessoal sobre o retratado. A pose, nesses casos, é elaborada, as sessões duram muito e exigem um esforço consciente para se chegar a um objetivo planejado.
Com Bob Wolfenson é justo o contrário. As jornadas são curtas e de uma simplicidade desconcertante. Das vezes em que estive diante dele, sai com a impressão de que não havia sequer posado. O resultado, no entanto, sempre se revelou verdadeiro, assustadoramente honesto, como um espelho do que eu era, ou buscava ser naquele instante da vida. Assim como os vinhos, o portrait se apura com o tempo. Dez, vinte anos depois de feito, ele já não captura apenas o ser, mas também a época, o cheiro, a música, a crença e a história em torno do personagem.
A foto dos irmãos Frias sempre me impressionou. O olhar tímido, quase assustado, mas também sério e agudo dos dois. As feições de meninos nos ternos de homem. Rostos cinzas, como São Paulo. Quando eu soube da morte de Otávio, nesse ano funesto de 2018, a primeira imagem que me veio à cabeça foi aquela, do Bob. Meu cérebro a selecionou por mim porque a vi muito jovem, quando tentava conquistar a me entender na pauliceia, saindo do ninho Asdrubalíssimo do Rio de Janeiro. Não existia nada na Guanabara que se parecesse com aqueles irmãos. A foto resumia o medo, a estranheza e a curiosidade que eu sentia pela inteligência, a cultura e o poder da terra da garoa.
Senti algo semelhante quando soube da morte do Tunga. A foto em preto e branco do passeio dele pela Avenida Paulista, com seu terno branco em elegante desalinho, surgiu luminosa na memória, como prova concreta da sofisticação liberta e da altivez poética do artista. Para os que o conheceram, é quase como estar de novo em sua companhia; para os que não, é possível identificar, no homem, a fonte do requinte de sua arte.
Os corpos e rostos plenos de seu predicado, da característica que os guia e define. E não pela vontade imposta do fotógrafo, mas pela humildade que Bob persegue e pratica no fundo infinito de seu estúdio. Quem teve o privilégio de estar sob a dócil mira de sua lente, experimentou, como eu, a rara a beleza de se ser o que é. FERNANDA TORRES
A petulância irônica, seriamente humorada da sobrancelha erguida de Caetano Veloso e seu amor pela ainda menina Paula. Minha feminilidade, muitas vezes escondida. A dissonância de Luiz Melodia expressa no corpo. A redondez dos olhos e do rosto franco de minha mãe. A soberba blasé de Jabor e a suprema felicidade do baiano Caymmi. E Lina linda, e Rita gata, e Francis cômico, e Chico macho, e Mautner sexy; e Joãsinho napoleônico, sobre o cavalo da alegoria.
Fernanda Torres é atriz e escritora. É colunista da Folha de S.Paulo, da Veja-Rio e colaboradora da revista Piauí. Publicou os romances Fim (2013), Sete anos (2014) e A glória e seu cortejo de horrores (2017), todos lançados pela Companhia das Letras. Neste catálogo, assim como na exposição, há dois retratos da artista, clicados por Bob Wolfenson em 1993 e 2013.
BOB When, despite the obtuseness of my cell phone, I photograph a friend, and recognize in the image the essence of the person, I usually say that it’s not a photo, but a portrait. Some pictures are pictures, others are portraits. The snobbery of the word has a kind of silly charm. The term refers to painting, to the subjectivity of paint on paper, that’s why I like to use it. The portrait captures something of what is awry, ethereal and immaterial, which goes beyond the body imprinted on the canvas. The persona, the background humor, that no one is able to control, or hide, from the gaze of those who observe. Some photographers work as interpreters, imparting their personal vision of the one who is portrayed. In these cases, the pose is elaborated, the sessions are long and require a conscious effort in order to achieve the intended objective.
With Bob Wolfenson it’s exactly the opposite. The sessions are short and disconcertingly simple. Of the times I was in front of him, I left with the impression that I hadn’t even posed. The result, however, always proved truthful, frighteningly honest, like a mirror of what I was, or sought to be in that instant of life. Like wines, the portrait is refined over time. Ten, twenty years after it’s made, it no longer captures just the being, but also the times, the smell, the music, the beliefs and the story around the person.
The photo of the Frias brothers always impressed me. The shy, almost frightened look, but also serious and penetrating, of the two. The countenance of boys in men’s suits. Gray faces, like São Paulo. When I heard about Otávio’s death, in that fateful year of 2018, the first image that came to mind was that one, by Bob. My brain selected it for me because I saw it when I was very young, when I was trying to come to an understanding of myself in São Paulo, having left the nest of the comic and anarchic theatrical group Asdrubal in Rio de Janeiro. There was nothing in Guanabara that looked like those brothers in São Paulo. The photo summed up the fear, the strangeness and the curiosity that I felt with regard to the intelligence, the culture and the power of the “drizzly city.”
Fernanda Torres is an actress and writer. She is a columnist for the Folha de S.Paulo, Veja-Rio and a contributor to Piauí magazine. She published the novels Fim [End] (2013), Sete anos [Seven Years] (2014) and A glória e seu cortejo de horrores [Glory and its Litany of Horrors] (2017), all released by Companhia das Letras. In this catalog, as well as in the exhibition, there are two portraits of the artist, clicked by Bob Wolfenson in 1993 and 2013
I felt something similar when I learned of Tunga’s death. The blackand-white photo of his outing on Avenida Paulista, with his white suit in elegant disarray, emerged luminous in my memory, like concrete evidence of the artist’s unfettered sophistication and poetic nobility. For those who knew him, it’s almost like being in his company again; for those who didn’t, it is possible to identify, in the man, the source of the refinement of his art. The ironic, seriously whimsical petulance of Caetano Veloso’s raised eyebrow and his love for Paula, still a girl. My femininity, often hidden. The dissonance of Luiz Melodia expressed in his body. The roundness of my mother’s eyes and the frankness of her face. The blasé haughtiness of [Arnaldo] Jabor and the supreme happiness of the Bahian [Dorival] Caymmi. And beautiful Lina [Bo Bardi], and hot Rita [Lee], and comical Francis, and macho Chico, and sexy [George] Mautner; and Napoleonic Joãosinho [Trinta], riding horseback in the carnival tableau.
Bodies and faces fraught with their attributes, the characteristics that guide and define them. And not by virtue of the imposed will of the photographer, but as a result of the humility that Bob pursues and practices in the infinite backdrop of his studio. Those who have had the privilege of being under the docile aim of his lens, have—like me— experienced the rare beauty of being what one is. FERNANDA TORRES
legendas das imagens com nome e ano da foto
legendas das imagens com nome e ano da foto
BOB WOLFENSON: O ESPELHO DO OUTRO É complicado ser fotógrafo. Todos os ofícios que são descritos, romanticamente – e erroneamente – como dons, tornaram-se obscuros com a democratização dos recursos técnicos. E nenhum foi mais banalizado quanto o ofício do fotógrafo. Não apenas por causa dos japoneses, da digitalização e das redes virtuais, que transformaram unhas e comidas em objetos de “ensaios fotográficos”. Nem por todos terem acesso a aplicativos que deixam qualquer retrato retocado e centralizado, um post/sacada no Instagram. Mas porque, ao ser revelado o “mistério” da arte fotográfica, que joga a fotografia ao plano do coletivo comum, perdeu-se uma liturgia qualquer, perdeu-se o respeito. Por isso, é pouco provável que reconheçamos em um editorial de moda, por exemplo, o autor das fotos. São poucos os que conseguem sobreviver às inúmeras camadas de direção de arte, stylists, e que mantêm a sua assinatura ao final de um trabalho. E que, em meio a tanta inclusão, recortes e retoques, podem se nominar autores da foto. É o caso de Bob Wolfenson. Sua sensibilidade para “ler” a luz e entendê-la conforme as circunstâncias, criando, muitas vezes, uma mistura da luz do dia com a luz artificial como se integradas, cria um cenário com recursos não muito perceptíveis aos leigos; mas que certificam ao autor a sua assinatura. “Um certo olhar, um modo de ver”, Bob assim descreve o que reconhece em seu trabalho. Trabalho esse que se revela vigoroso por mais de quatro décadas. A humildade não é falsa, quem o conhece sabe que ele não é exatamente modesto, no entanto, está realmente mais ocupado com aquilo que importa: que o tal olhar, o modo de ver, seja revelado. A fotografia mostra, mais do que a imagem, a mortalidade, o esquecimento, contudo, ela também pode fazer o contrário: imortalizar e ser inesquecível. É uma das formas que mais gosto de ler histórias. O fotografo é um grande escritor, e posso afirmar que Bob Wolfenson sabe escrever muito bem, cada foto sua transparece, com perfeição, cada um de seus personagens. A primeira vez que eu ouvi falar dele foi por meio de uma conhecida que era modelo, ainda na década de 80. Ela me contou que havia feito umas fotos com esse “cara incrível”, e a fez chorar para fotografá-la. Uns dez anos depois ele me fotografava para uma matéria e a sua gentileza me fez entender que as tais lágrimas deviam ser de colírio. Desde lá, isso foi em 1997, fizemos muitos ensaios, e juntei-me à unanimidade que ama Bob Wolfenson. É uma pessoa objetiva em suas intenções e sempre muito agradável com todos. O que provavelmente garante, afora o seu talento e sua grife, que ele se mantenha a tanto tempo no mercado de trabalho esvaziado pelas tais banalizações citadas no início deste texto.
Também soma o fato de Bob estar sempre em “trânsito”, como ele mesmo adora dizer. Advoga na máxima de que não há hierarquia de valores nos muitos fotógrafos que o habita: o de moda, o de publicidade e o autoral. Este último, no entanto, tem tomado porte com o passar dos anos, o que vem a fortalecer os outros. Pois creio que se temos que usar o nosso trabalho para encomendas, devido às inevitáveis demandas financeiras, é necessário que o artista proteja o seu olhar daquilo que é negociável. Triste aquele que não guarda espaço para esse exercício subjetivo e artístico – é certo que acabará por perder, inclusive, as encomendas. O retratista Bob Wolfenson parece conseguir unir encomenda ao desejo de realizar algo seu. De sentir “uma intensidade, indefinível, abstrata mesmo”, quando aperta o obturador. Para nós que podemos observar o instante dessa tal intensidade, sempre conseguimos enxergar quem já vimos, tantas vezes, de uma maneira BW. Imagino que no seu íntimo, e ele não sabe disso, aquilo a que chama de “indefinível”, seja, talvez, o seu desejo de fundir-se nesses muitos que fotografa. Quem não gostaria de habitar para sempre com pessoas que, admiráveis ou não, “belas ou não”, de alguma maneira merecem ser imortalizadas? Eu gostaria de ficar junto de três ou quatro. E Bob, que já fez uns retratos memoráveis meus, comigo ficou. FERNANDA YOUNG
Fernanda Young é escritora. Pós F: para além do masculino e do feminino (LeYa, 2018) é seu livro mais recente. * Publicado originalmente na revista Nacional N12, de J. R. Duran, em novembro de 2018.
BOB WOLFENSON: THE MIRROR OF THE OTHER It's complicated being a photographer. All the skills that are described romantically—and erroneously—as natural gifts have been obscured with the democratization of technical expedients. And none was more trivialized than the photographer's craft. Not just because of the Japanese, digitization and virtual networks, that turned fingernails and food into objects of "photographic essays". Not everyone has access to apps that retouch or centralize any portrait, a post—stroke of genius—on Instagram. But once the "mystery" of photographic art is revealed, lowering the photograph to the level of the common collective, it has lost its liturgy, the respect it had. For this reason, we are unlikely to recognize the author of the photos in a fashion editorial, for example. There are few who can survive the myriad layers of art direction, stylists, preserving their signature to the very end of a job. And who, in the midst of so much inclusion, cutting and retouching, can be designated authors of the photo. This is the case with Bob Wolfenson. His sensitivity for "reading" the light and understanding it in conformity with the circumstances, often blending daylight with artificial light as if integrated, creates a scenario with expedients virtually imperceptible to the layman, but which certify his authorial signature. "A certain look, a way of seeing," is how Bob describes what he recognizes in his work—work that has remained vigorous over more than four decades. The humility is not feigned—those who know him know he’s not exactly modest, nonetheless, he is occupied with what actually matters: revealing that specific look, that way of seeing. The photograph shows, more than just an image, mortality, oblivion; but it can also do the opposite: immortalize and be unforgettable. That is one of the ways I most love to read stories. The photographer is a great writer, and I can affirm that Bob Wolfenson knows how to write very well, every photo of his reveals each of his characters perfectly. The first time I heard about him was through an acquaintance, a model, still in the 1980's. She told me she had done a photo shoot with this "incredible guy" who, to photograph her, made her cry. About ten years later he photographed me for a story and his kindness made me understand that those tears must have been eye drops. Since then (1997), we did many photo sessions, and I joined the unanimity that loves Bob Wolfenson. He is objective in his intentions and always very pleasant with everyone. Which, apart from his talent and his “brand”, is probably what has guaranteed remaining so long in a market drained by the banalizations mentioned at the beginning of this text. It also counts that Bob is always “transient", as he himself loves to say. He defends the maxim that there is no hierarchy of values in the many photographers who inhabit him: fashion, advertising and authorial. This last one, however, has gained presence with the passage of the years, and in effect strengthens the others. For I believe that if we have to use our work for commissions, due to the inevitable financial demands, it is necessary that the artist protect his way of seeing from what is negotiable. Sad is he who does not
preserve space for this subjective and artistic exercise—it is certain that his will be the loss—even of the commissions. The portraitist Bob Wolfenson seems able to unite commissions with the desire to accomplish something of his own. To feel "an intensity, indefinable, even abstract", when he presses the shutter. For those of us who can observe the moment of this intensity, we always manage to regard someone we have seen many times before in a BW mode. I imagine that intimately, without his knowing it, what Bob calls "indefinable" might be his desire to fuse with all those he photographs. Who would not want to abide perpetually with people who, admirable or not, "beautiful or not," somehow deserve to be immortalized? I'd like to stay together with three or four. And Bob, who has already made some of my most memorable portraits, has stayed on with me. FERNANDA YOUNG
Fernanda Young is a writer. Pós F: para além do masculino e do feminino [Post F: Beyond the Masculine and the Feminine (LeYa, 2018) is her most recent book. * Originally published in the Revista Nacional N12, magazeine of J. R. Duran, in November 2018.
Milton Hatoum, 2017
Serginho Groisman, 1995
Geraldo VandrĂŠ, 1995
PatrĂcio Bisso, 1994
Danilo Santos de Miranda, 2009
Vera Valdez, 2015
Marina Lima, 1988
JosĂŠ Wilker, 1995
Pabllo Vittar, 2017
Gal Costa, 1998
Antônio Cícero e Waly Salomão, 1995
Haroldo e Augusto de Campos, 1995
Giovanni Bianco, 2002
Nizan Guanaes, 1995
Vera Fischer, 1989
Gisele BĂźndchen, 2003
Made in Brazil, 1977
Rita Lee e Roberto de Carvalho, 1976
Jorge Mautner, 1995
Dom Paulo Evaristo Arns, 1995
JoĂŁosinho Trinta, 1995
Lina Bo Bardi, 1982
Norma Bengell, 1978
Valter Hugo MĂŁe, 2015
Matinas Suzuki, 1995
Fanny Abramovich, 1999
Ney Latorraca, 1996
Hélio Oiticica, 1978
Alfredo Mesquita, 1986
Roberto Burle Marx, 1978
Lina Bo Bardi, 1978
Jorge Ben Jor, 1989
Leonilson, 1986
Geraldo de Barros, 1998
Paulo Francis (diptico), 1995
Baby do Brasil, 1976
Maria Bethânia, 1989
Fernanda Torres (dĂptico), 1993 / 2013
Camila Pitanga, 2008
José Simão, 1995
Laura Neiva, 2014
Neto (JosĂŠ Ferreira Neto), 2011
Maria Alice Vergueiro, 1987
Elke Maravilha, 1997
Erika Verzutti, 2017
Taís Araújo, 2017
Dorival Caymmi, 1995
osgemeos (Gustavo e Otรกvio Pandolfo), 2006
Mia Couto, 2015
Reinaldo Morais, 1999
Alex Atala, 2015
Richard Serra, 2014
Antunes Filho, 2009
Ludmilla, 2018
Fábio Assunção, 2003
Lew Parrella, 2012
Herbert Vianna, 1995
Cristiano Mascaro, 1996
Anitta, 2017
Nando Reis, 2013
SebastiĂŁo Salgado, 2018
Ariano Suassuna, 1995
Zé Celso (José Celso Martinez Corrêa), 1995
Contardo Calligaris, 2007
Jovelino Mineiro, 2018
Marcello Dantas, 2002
RogĂŠrio Sganzerla, 1995
Charles Cosac (DĂptico), 2015
Fernando Morais, 2009
Neymar, 2012
Miguel Rio Branco, 2015
Xuxa Meneghel, 1989
Otto Stupakoff, 2002
Isay Weinfeld, 2016
Tostรฃo (Eduardo Gonรงalves de Andrade), 2016
Paulo Autran, 1984
Pietro Maria Bardi, 1978
Rita Lee, 1980
Frans Krajcberg, circa 1976
Paulo Mendes da Rocha, 2015
Darcy Ribeiro, 1995
Gilda de Mello e Souza e Antônio Cândido, 2002
ZĂŠlia Gattai e Jorge Amado, 1995
Wilson das Neves, 2012
Emanoel AraĂşjo, 2015
Fernanda Young, 2018
IrmĂŁos Campana (Humberto e Fernando), 2015
Alexandre Herchcovitch, 2015
Nina Simone, 1988
LetĂcia Colin, 2018
PatrĂcia Pillar, 1998
Sรณcrates, 2011
Carolina Ferraz e sua filha Valentina, 2000
Cacรก Rosset, 1993
Dona Cida do Cafundรณ, 1995
Maitê Proença, 2018
Neymar e Paulo Henrique Ganso, 2010
Toni Garrido, 2008
Rodrigo Santoro, 1996
Paula Lavigne e Caetano Veloso, 1988
Ney Matogrosso, 1976
Claudia Liz, 1990
Betty Lago (triptico), 1990
Lenora de Barros, 2012
Arrigo BarnabĂŠ, 1988
PelĂŠ e Edinho, 2001
Cildo Meireles, 2014
Chitรฃozinho e Xororรณ, 1999
Alvin Schakman, Nina Simone e Raymond Gonzalez, 1988
Ana Botafogo, 2016
Latino, 1995
Lรกzaro Ramos, 2017
Paolla Oliveira, 2013
Walter Salles, 1998
Wagner Moura, 2013
Mariza GuimarĂŁes, 1980
Luiz Fernando GuimarĂŁes, 1989
Titãs, 1988
legendas das imagens com nome e ano da foto
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Bob moda no Brasil, Bob Serafina
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BOB WOLFENSON RETRATOS CATÁLOGO
EXPOSIÇÃO
Editores AMANDA DAFOE RODRIGO VILLELA
Curadoria RODRIGO VILLELA
Coordenação editorial FÁBIO FURTADO PEDRO CAMPANHA Projeto gráfico CASAPLANTA + LILA BOTTER Tradução RUTH ADELE DAFOE Revisão CÍCERO OLIVEIRA Tratamento de imagem MOTIVO | JORGE BASTOS Fotos da exposição GABRIEL CICCONI
Assistente de curadoria FÁBIO FURTADO Coprodução e comunicação visual CASAPLANTA
Consultoria Educativo ATELIÊ BINAH - STELA BARBIERI Revisão de textos ANDRÉ ALBERT E CÍCERO OLIVEIRA
Identidade visual TETO CULTURA Arquitetura ANDRÉ VAINER ARQUITETOS
EQUIPE ESTÚDIO BOB WOLFENSON
Projeto de iluminação DESIGN DA LUZ
atendimento SORAYA CHARA administração ELIANE REZENDE assistentes ANA PAZIAN E GABRIEL CICCONI recepção CRIS CORDOVIL serviços gerais TEREZINHA RODRIGUES
Coordenação técnica MOTIVO – JORGE BASTOS Tratamento de imagens CHRISTINA SCHMIDT KEHL Molduras SILVIO PINHATTI LABORATÓRIO FOTOGRÁFICO Conservação RM CONSERVAÇÃO DE OBRAS DE ARTE Montagem INSTALL PRODUTORA DE ARTE Acervo e Pesquisa ALINE OLIVEIRA E RIERA Tratamento de imagens e impressões CHRIS KEHL Cenografia CENOTECH Transporte FINK Equipamentos audiovisuais FUSION ÁUDIO Equipamentos de iluminação SANTA LUZ Assessoria de imprensa A4&HOLOFOTE
Bob Wolfenson é artista representado pela Galeria Millan.
Impressão de materiais gráficos INSIGN COMUNICAÇÃO VISUAL
Audioguia ESTÚDIO ZUT
AGRADECIMENTOS BOB WOLFENSON Adriana Basso Adriana Bechara Adriana Vendramini Adriano Gonfiantini Ale de Souza Ale Kalko Alice Wolfenson Amanda Alves Amora Mautner Ana Basbaum Ana Helena Curti Ana Paula (Perfexx) André Felipe Tinoco Teixeira André Millan Andre Passos André Toledo Andre Veloso Angela Almeida Anna Carboncini Anna Luiza Papa Antônio Mourão Antonio Trigo Ariane Figueiredo Augusto Nascimento Bernardo Lago Beta Germano Caiuá Franco Camila Belchior
Camila Miranda Camila Zana Carla Biriba Carlos Barbosa Carlos Ricardo Niemeyer Carmem Mello Carolina Guaycuru Carolina Ralston Cassiana Der Haroutiounian Celso Kamura Chico Calabro CPT - Sesc Consolação Cris Narvaes Cris Tolovi Cristiana Pereira Barreto Daniel Hernandez Daniel Ueda Daniela Falcão Danilo Caymmi Davi Ramos David Pollack Diana Estela Djin Sganzerla Diogo Telles Duda Molinos Dudu Faria Edi Botelho Edu Hirama Eduardo Vieira de Oliveira Elaine Carvalho Elizabeth Magalhães Eric Vecchione Ernani Fonseca Eveline (GEGE) Fabio Ishimoto Fabricio Miranda Fatima Taffo Felipe Veloso Fernanda Negrini Fernando Laszlo Flávia França Flavia Lafer Flavia Pommianosky Flora Gil Francimar Vaz Fundação Darcy Ribeiro Gabriela Dias Gabriela Pozzi Geraldinho Magalhães Giovana Chanley Guilherme Duarte Guilherme Samora Guilherme Young Helder Rodrigues Helena Wolfenson Helio Hara Henrique Martins Iatã Canabrava Idalina Lopes Ike Cruz Ina Sinisgalli Instituto Tunga Irene Abramovich
Isa Grinspun Isabel Wilker Isabel Wolfenson Ivan Campos Jane Melodia Jayme Vasconcellos João Marcelo Boscoli Joe Fraga Joene Knauss Juli Fávero Juliano e Zuel Julio Cesar Neves Karime Araujo Karina Sato Kitty Stupakoff Krisna Carvalho Larissa Lucchese Lau Neves Lavosier Lélia Salgado Leo Lessa Lila Rabelo Lili Ferraz Liliane Passos Castro Lucas Damião Lucia Riff Luis Fiod Luiz Garrido Luiz Inaimo Marcell Maia Marcia Alvarez Marcia Caetano Márcia Leitão Márcia Navarro Mariano Marcos Padilha Mari Stockler Maria Regina de Andrade Mariana Newlands Marina Gomes de Oliveira Marina Morena Marta Braga Martha Locatelli Matinas Suzuki Mauel Dantas Suassuna Mauro Freire Max Weber Nelson Valenci Nilza Oliveira Noris Lima Otávio Dell’Agnolo Schmidt Patricia Bündchen Patricia Carta Patricia Vilella Patricia Zuffa Paula Souza Paulo Borges
Paulo Lima Paulo Martinez Pedro Bonacina Pedro Camargo Mariano Pedro Loureiro Pedro Sales Pedro Tourinho Peetssa Pdoisrca Pepito Fornos Pink Wainer Rafael Martinelli Raul Melo Renata Correa Renata Terepins Ricardo dos Anjos Rita Lazarotti Robert Estevão Rodrigo Costa Rodrigo Grünfeld Rodrigo Vinhas Rogério S Rogerio Santana Ronaldo Bastos Ruy Mesquita Filho Saulo Fonseca Sérgia Percassi Sérgio Dávila Silvia Wolfenson Silvio Giorgio Socorro de Andrade Sóstenes Vieira de Oliveira Susana Siqueira Tati Tacla Thaís Fernandez Thiago Ferraz Tiago Molinos Valério Arcary Valter Sabino (DEDOC) Vanda Jacinto Vanessa Cardoso Vega Azambuja Ripper Vinicius França Wilson Eliodorio Yasmin Sterea
ESPAÇO CULTURAL PORTO SEGURO Direção geral MARCO GRIESI Direção executiva RODRIGO VILLELA Direção de comunicação MARCO RANGEL Comunicação FÁBIO FURTADO PRISCILLA BROSSI Conteúdo TIAGO CUNHA Redes sociais VINICIUS BRITO
Núcleo Educativo KAREN FOSSA [coordenação] NADIA BOSQUE [assistente] CARLA DE OLIVEIRA CLARA ZAMITH DIEGO BRAZ FERNANDO CARVALHO GIOVANNI FERNANDES JOÃO CLARO FRARE SARA SOUZA TALITA FIOCCHIO Ateliês PEDRO CAMPANHA [coordenação] JULIANA HENNO MAYARA POLISER TIAGO PESSOA VINICIUS JULIANI Administrativo DEISE CONCETTO RAFAEL SOUZA
Redação LEONARDO CASTELO BRANCO
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Facilities CARLOS ALBERTO LOPES [gerente] Manutenção FACISERV Segurança POLLUS SEG. Limpeza TEJOFRAN Gestão TETO CULTURA Instituto Porto Seguro RENATA AGUIAR CESAR PEDRO MARIANA CONTI
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP) Bibliotecária responsável: Aline Graziele Benitez CRB-1/3129 W836b Wolfenson, Bob 1.ed.
Bob Wolfenson: retratos / Bob Wolfenson; [curador Rodrigo Villela; traduação de Ruth Adele Dafoe; [assistente de curadoria] Fábio Furtado, Fernanda Young, Fernanda Torres. – 1.ed. – São Paulo: Instituto Porto Seguro, 2018. 248 p.; il.; 40 x 26 cm.
ISBN: 978-85-54961-03-9 1. Catálogo de exposição. 2. Fotografia. 3. Arte brasileira. I. Villela, Rodrigo. II. Dafoe, Ruth Adele. III. Furtado, Fábio. IV. Young, Fernanda. V. Torres, Fernanda. VI. Título.
CDD 069.5
Índice para catálogo sistemático: 1. Catálogo de exposição: fotografia 2. Arte brasileira
legendas das imagens com nome e ano da foto
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Este livro foi composto na fonte MONTSERRAT, e impresso em novembro de 2018 na IPSIS Grรกfica, sobre papel Eurobulk 130 g/m2.
Catálogo produzido por ocasião da exposição Bob Wolfenson: retratos organizada pelo Espaço Cultural Porto Seguro, de 24 de agosto a 09 de dezembro de 2018, em São Paulo. Publication produced for the exhibition Bob Wolfenson: Portraits, organized by Espaço Cultural Porto Seguro, from August 24 to December 9, 2018. In São Paulo, Brazil.
ESPAÇO CULTURAL PORTO SEGURO Alameda Barão de Piracicaba, 610 Campos Elísios - São Paulo (11) 3226-7361 espaçoculturalportoseguro.com.br Minidoc e audioguia / Minidoc and audioguide https://bit.ly/2Av9jA8
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ISBN 978-85-54961-03-9
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