Juan Esteves Campos Elíseos – história e imagens Coordenação editorial Antonio Carlos Suster Abdalla
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Sumário
CAMPOS ELÍSEOS: CONTATO POÉTICO COM O PATRIMÔNIO, 07 Fabio Luchett – Instituto Porto Seguro O BAIRRO DOS CAMPOS ELÍSEOS, PATRIMÔNIO DE SÃO PAULO, 09 Antonio Carlos Suster Abdalla – Organizador APRESENTAÇÃO, 11 Juan Esteves IMAGENS NEOGÓTICO – ART NOUVEAU – ART DÉCO, 13 ECLETISMOS, 55 MODERNISMOS, 169 LEGENDAS, 197 CURRÍCULO, 217 Juan Esteves
CAMPOS ELÍSEOS: CONTATO POÉTICO COM O PATRIMÔNIO
O bairro dos Campos Elíseos está localizado no coração da cidade de São Paulo. E nesse coração há muitas histórias guardadas. As ruas e as alamedas levam os nomes dos responsáveis pela urbanização planejada da região, que teve origem como uma área residencial destinada às elites do café. A elegância foi uma das características iniciais desse que foi o primeiro local aristocrático da cidade. Essa região tem, portanto, forte carga histórica e cultural para São Paulo. Teatros e museus, parques e praças, palácios e palacetes resistem ao tempo e revelam, mesmo com o passar dos anos, a riqueza arquitetônica da região, que contrasta com a rápida urbanização da então vila. São moradores, transeuntes, funcionários da Porto Seguro que circulam pelo bairro dos Campos Elíseos todos os dias. Esse contato diário e a própria percepção dessas fotografias representam uma possibilidade de diálogo poético com esse patrimônio. Os que têm acesso aos registros fotográficos são convidados a olhar novamente para a cidade, numa atitude reflexiva que renova o convívio com a diversidade e com a valorização cultural que a cidade em si oferece, e está à disposição de todos. Fabio Luchetti Instituto Porto Seguro
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O BAIRRO DOS CAMPOS ELÍSEOS, PATRIMÔNIO DE SÃO PAULO
“A 25 de Janeiro do Ano do Senhor de 1554 celebramos, em paupérrima e estreitíssima casinha, a primeira missa, no dia da conversão do Apóstolo São Paulo e, por isso, a ele dedicamos nossa casa”. Carta do Padre José de Anchieta aos seus superiores da Companhia de Jesus
Com a segunda edição do livro Capital, em 2013, ficou evidenciado o crescente interesse pelos registros históricos do patrimônio artístico-arquitetônico dos prédios da cidade de São Paulo. Naquela primeira experiência, o fotógrafo Juan Esteves registrou alguns dos imóveis de interesse na região central, e a repercussão do trabalho foi grande. Nele estava preservada a riqueza da arquitetura de muitos períodos da evolução da cidade, concentrados numa área relativamente pequena mas de fato muito interessante. Agora o bairro dos Campos Elíseos foi o escolhido para os registros de Esteves. Como a do livro Capital, esta foi uma nova e gratificante experiência. Parece-me oportuno reproduzir novamente, como introdução, um trecho da carta de um dos fundadores de São Paulo, o Padre José de Anchieta. Nela estão muito bem descritas as difíceis condições para o surgimento da então vila que, há quase quatrocentos e setenta anos, não era senão uma sombra da megalópole de hoje – cidade de ilimitada grandeza e de inegáveis realidades muitas vezes cruéis. Tanto quanto o centro histórico, os Campos Elíseos representam o apogeu de épocas históricas e experimentam um longo período de decadência e abandono. Em ambas regiões, várias iniciativas – algumas bem-sucedidas, outras não – têm procurado dar novo impulso e redescobrir patrimônios materiais e imateriais – as edificações e seus usos – que as tornam locais de inestimável valor e de rara importância para o vislumbre e compreensão de nossa história. Tanto ali (no centro) quanto aqui (no bairro) há grande coincidência na reunião de tantos e tão variados estilos arquitetônicos num passeio por escolas, tendências, gostos, bons e maus exemplos da arquitetura de períodos mais ou menos importantes no que se refere à arte de morar e conviver. O que escrevi para o primeiro livro é ainda válido. Permanece fascinante e quase inacreditável a constatação de que São Paulo, há cem ou pouco mais de cem anos, ainda tinha áreas inteiras de construções rústicas coloniais (em pau a pique ou taipa de pilão), ruas de terra batida e uma vida que transcorria pacata e arrastada como em qualquer outra província mal saída da infância – longa, é verdade – e que caminhava, meio claudicante, para a maturidade. Os Campos Elíseos ainda preservam testemunhas importantes da rápida urbanização e verticalização que transformou radicalmente a feição da cidade. Tanto quanto na região central, é injustificável que um perímetro que reúne parcela do desenvolvimento citadino – com vários exemplares referenciais da arquitetura de todos os períodos, equipamentos culturais e importantes órgãos de serviços e administração – permaneça quase esquecido, perdendo, dia após dia, moradores, profissionais e frequentadores numa concorrência desleal e obtusa com outros núcleos da cidade, afastados, historicamente irrelevantes e afetivamente inexistentes. |9
São Paulo é, antes de tudo, sua região central. O espraiamento do núcleo urbano ocorreu seja em função do crescimento natural da cidade, seja impulsionado pelo evidente descaso da população quanto às suas próprias tradições e história, seja (pior ainda) pela agressiva especulação imobiliária, que – sem dó nem piedade – arrasa tudo. Todos os outros bairros – ou novos centros, como se afirma comumente – surgiram depois da fixação da cidade como centro desenvolvimentista, que carregava até a década de 1970 o peso de ser “a cidade que nunca parava” ou “a cidade que mais crescia no mundo”. Um equívoco, cujas graves consequências experimentamos no dia a dia da convivência com uma cidade que cresceu – e cresce – desordenadamente e descaradamente contra toda lógica e regra de urbanismo e humanismo. Se, por um lado, tal crescimento acelerado possibilitou a São Paulo constar entre as maiores e mais importantes metrópoles do mundo, por outro faz-nos pagar um preço régio, muito além do que seria razoável e prudente. Afinal, o que desencadeou o processo de decadência e debandada dos Campos Elíseos? À parte da sede insaciável pelo que é “novo” (comportamento incentivado rigorosa e constantemente pelo cultivo da novidade a qualquer custo, sempre ávido por resultados imediatos e consumistas), e pela necessidade, justificável ou não, de se ampliar a rede de serviços e moradias para as classes A e B, pela perpetuação de administrações municipais omissas e pela falta de cultura geral, ocorreu-me uma teoria ousada: por trás de grande parte desse desleixo por tudo quanto é historicamente válido e esteticamente reconhecido estão, como uma das causas, os modernistas históricos e suas iconoclastias. Aqueles que promoveram a Semana de Arte Moderna de 1922 foram principalmente revolucionários (como é desejável em qualquer movimento de ruptura) e, valorizando sobremaneira o estilo colonial (para ficarmos apenas na arquitetura), atacaram de forma virulenta todas as outras manifestações arquitetônicas: a neoclássica, a republicana, a art nouveau, a art déco e aquela que estava então em maior evidência, a eclética. Intelectual e argumentativamente fortes, parecem ter lançado quase todos os prédios não coloniais num verdadeiro remoinho, de modo a destruí-los de forma inclemente e rápida. E conseguiram! Vale lembrar que todos os modernistas tinham rica e profunda cultura europeia – francesa, em especial – e, posando de nacionalistas exacerbados, erraram na dose e causaram um verdadeiro terremoto do qual pouco sobrou. Como forma de compensação pelo estrago, esses revolucionários burgueses deixaram abertas
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as portas para um movimento que, ainda hoje incompreendido, deixou belos exemplos arquitetônicos pela cidade – o neocolonial. Ironicamente, também essa escola neocolonial é hoje vítima da fúria das demolições e corre o risco de ficar limitada a uns parcos exemplares desse quase experimentalismo, de interessante valor. O Movimento Modernista teve importância e repercussão nacionais. Talvez isso possa servir de justificativa para o fato de que por todo o Brasil as cidades tornam-se feias, mergulhadas numa febre irrefreável de falsa modernização, transformadas num acúmulo incontido de aleijões arquitetônicos. Também a excessiva valorização da arquitetura moderna, a partir dos anos 1950, elegeu de forma excludente e quase obcecada certos ícones da arquitetura brasileira que – apesar de valorosos – não são em absoluto os únicos expoentes reconhecidos e respeitados. As fotografias de Juan Esteves, trabalhadas com esmero, dão uma visão nova do que os Campos Elíseos e seu entorno guardam de beleza e interesse. Passam despercebidos de todos os que se aventuram na correria do dia a dia e não conseguem conscientizar-se de que – como em qualquer outra cidade do mundo – São Paulo tem muito a mostrar. Basta ampliarmos nosso campo de visão e procurarmos olhar com carinho, respeito e admiração para tantos e tantos prédios, habitados e vividos pelos moradores da cidade quase inumana, mas sempre a mesma, nascida em paupérrima e estreitíssima casinha. Vale registrar que as construções selecionadas para constarem neste livro não levaram em conta apenas classificações oficiais de tombamentos e conservação, mas também o valor estético, histórico e até mesmo emocional que grande parte dos paulistanos atribui aos prédios da cidade. Grosso modo e apenas a título de orientação geral, dividimos os legados arquitetônicos em períodos não rígidos, mais ou menos cronológicos: Neogótico, Art Noveau e Art Déco; Ecletismos; e Modernismos. Antonio Carlos Suster Abdalla Organizador Setembro-Outubro de 2017
A relação entre fotografia e patrimônio histórico, na maioria das vezes, acontece como mero registro deste, quando a imagem se torna instrumento puramente técnico e aborda outra área do conhecimento. Nesse caso, enxergo na arquitetura histórica da cidade de São Paulo, assim como em sua preservação para o futuro, uma importância não somente como bem material, mas também como bem imaterial inserido na sociedade. O bairro dos Campos Elíseos é um dos poucos na capital paulista onde ainda se nota um conjunto significativo de projetos arquitetônicos importantes preservados, incluídos no espaço maior de sua área geográfica, cuja origem se deu com um raro projeto de recortes planejados, bem como por aglutinação de figuras de destaque da nossa política e da nossa cultura caracterizando-se, assim, por duplo interesse, tanto em seu objetivo maior como registro de suas belas construções, quanto por sua significância histórica. Através da imagem fotográfica autoral, da interpretação poética destas estruturas, penso em nossa participação na conservação e restauração desse patrimônio histórico e social da cidade, que registra movimentos importantes produzidos por alguns geniais arquitetos, entre eles o eclético Ramos de Azevedo (1851-1928) e o moderno Gregori Warchavchik (1896-1972). Imagens nas quais a eliminação de seus “ruídos temporais contemporâneos”, confrontam o conjunto histórico exaurido e comprometido e que, acima de tudo, evitam trafegar pela estética da distopia. Juan Esteves
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IMAGENS NEOGÓTICO ART NOUVEAU ART DÉCO
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Igreja Presbiteriana Unida de SĂŁo Paulo Rua HelvĂŠtia, 772 16 |
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Palacete José de Sousa Queiroz. Rua Conselheiro Nébias, 1.555 18 |
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Palacete José de Sousa Queiroz. Rua Conselheiro Nébias, 1.555 20 |
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Escola Estadual Conselheiro Antonio Prado Rua Albuquerque Lins. Fachada lateral. 22 |
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Escola Estadual Conselheiro Antonio Prado Rua Vitorino Carmilo, 621. Fachada lateral. 24 |
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Rua Adolfo Gordo, 280 26 |
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Alameda BarĂŁo de Limeira, 1.455 28 |
| 29
Alameda BarĂŁo de Limeira, 1.400 30 |
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Alameda Cleveland, 685-689 32 |
| 33
Rua Helvétia, 112 34 |
Praรงa Marechal Deodoro, 60 36 |
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EdifĂcio Almeida Rua Ana Cintra, 123 38 |
| 39
Avenida São João, 1.523 40 |
| 41
Edifício Marília Avenida Angélica, 288 42 |
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Edifício Lívia Maria Avenida São João, 755 44 |
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Edifício Ypê Avenida São João, 1.063 46 |
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Condomínio Prédio Banharão Avenida São João, 1.113 48 |
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Hotel Pax Alameda BarĂŁo de Limeira, 253 50 |
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Condomínio Edifício Campos Elyseos Alameda Barão de Limeira, 915 52 |
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IMAGENS ECLETISMOS
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Palácio dos Campos Elíseos Avenida Rio Branco, 1.289 58 |
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Palácio dos Campos Elíseos Rua Guaianases, 1.012. Fachada posterior. 60 |
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Palácio dos Campos Elíseos detalhes 62 |
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Igreja e Liceu do Sagrado Coração de Jesus Largo Coração de Jesus 64 |
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Teatro do Sagrado Coração de Jesus Alameda Nothmann 66 |
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Colégio Boni Consilii
Alameda Barão de Limeira, 1.379 68 |
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Alameda Ribeiro da Silva, 180 70 |
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Palacetes Dino Bueno Rua Guaianases, 1.238-1.282 72 |
| 73
Palacetes Dino Bueno Rua Guaianases, 1.238-1.282 74 |
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Palacete Prates
Rua Guaianases, 1.281 76 |
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Avenida Rio Branco, 1.260 78 |
Avenida Rio Branco, 1.312 80 |
Museu da Energia
Alameda Cleveland, 601 82 |
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Museu da Energia
Alameda Cleveland, 601 84 |
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Instituto Superior de Educação Alvorada Plus Alameda Glete, 562 86 |
| 87
Largo Sagrado Coração de Jesus, 65 88 |
| 89
Largo Sagrado Coração de Jesus, 83 90 |
Alameda Glete, 444 e 488 92 |
| 93
Rua Guaianases, 1.239 94 |
| 95
Grupo Tejofran
Alameda Nothmann, 526 96 |
| 97
Rua Cleveland, 617 98 |
| 99
Sede da Fundação para o Desenvolvimento da Universidade de São Paulo [Fundunesp]
Avenida Rio Branco, 1.210 100 |
| 101
Fundo Social de Solidariedade do Estado de SĂŁo Paulo Alameda Nothmann, 495 102 |
| 103
Secretaria da CiĂŞncia e Tecnologia Rua Guaianases, 1.050 104 |
| 105
Rua Conselheiro NĂŠbias, 1.283 106 |
| 107
Alameda Glete, 685 108 |
| 109
Alameda Nothmann, 563 110 |
| 111
Rua Guaianases, 1.149 112 |
| 113
Serviço de Assistência Especializada DST/Aids Alameda Cleveland, 374 114 |
| 115
Estação Júlio Prestes
Praça Júlio Prestes, sem número 116 |
| 117
Estação Júlio Prestes
Praça Júlio Prestes, sem número 118 |
Sociedade Brasileira de Controle de Contaminação (SBCC) Avenida Rio Branco, 1.492 120 |
| 121
Complexo Cultural da Funarte, Representação Regional do Ministério da Cultura [MinC] e Escritório da Biblioteca Nacional Rua General Júlio Marcondes Salgado, 234
122 |
| 123
Alameda Eduardo Prado, 641 124 |
| 125
Parque Savรณia
Rua Vitorino Carmilo, 445 126 |
| 127
Parque Savรณia
Rua Vitorino Carmilo, 445 128 |
| 129
Rua Vitorino Carmilo, 422 130 |
| 131
Rua Vitorino Carmilo, 407 132 |
Palacete Momo
Rua Vitorino Carmilo, 208 134 |
| 135
Theatro São Pedro
Rua Albuquerque Lins, 207 136 |
| 137
Theatro São Pedro
Rua Albuquerque Lins, 207 138 |
| 139
Praรงa Marechal Deodoro, 146, 156 e 166 140 |
| 141
Castelinho da Rua Apa Avenida São João, 2.150 142 |
| 143
EdifĂcio Prudente de Moraes Alameda BarĂŁo de Limeira, 540 144 |
| 145
EdifĂcio Prudente de Moraes Alameda BarĂŁo de Limeira, 540 146 |
| 147
Edifício Barão de Japy
Alameda Barão de Limeira, 339 148 |
| 149
Reinales Plaza Hotel
Alameda BarĂŁo de Limeira, 145 150 |
| 151
Hotel Riviera
Alameda BarĂŁo de Limeira, 117 152 |
| 153
PrĂŠdios residenciais e Hotel Artemis Alameda BarĂŁo de Limeira, 14-30-44 154 |
| 155
Palacete Victoria Rua Vitรณria, 687 156 |
| 157
Hotel América do Sul Praça Júlio Mesquita, 90 158 |
| 159
Lux Hotel
Praça Júlio Mesquita, 34 160 |
| 161
Avenida São João, 1.214-1.294 162 |
| 163
Centro de Acolhida Morada São João Avenida São João, 1.214 164 |
| 165
Hotel Manchete
Avenida SĂŁo JoĂŁo, 1.124 166 |
| 167
IMAGENS MODERNISMOS
| 171
EdifĂcio Marina Mendes Margarido Avenida AngĂŠlica, 172 172 |
| 173
Edifício Barão de Limeira
Alameda Barão de Limeira, 1.003 174 |
| 175
Edifício Albertina, Cícero Prado e Cecília Avenida Rio Branco, 1.661 176 |
| 177
EdifĂcio Silvia Maria Antonieta Alameda BarĂŁo de Limeira, 1.323 178 |
| 179
Edifício Duque de Caxias
Alameda Barão de Campinas, 243 180 |
| 181
Edifício Racy
Avenida São João, 1.588 182 |
| 183
Edifício Racy
Avenida São João, 1.588 184 |
| 185
Edifício Santa Branca Avenida São João, 1.333 186 |
| 187
Edifício Andraus
Rua Pedro Américo, 32 188 |
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Paróquia da Santíssima Trindade, Diocese Anglicana de São Paulo Praça Olavo Bilac, 63 190 |
| 191
Paróquia da Santíssima Trindade, Diocese Anglicana de São Paulo Praça Olavo Bilac, 63 192 |
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Sede e Espaรงo Cultural Porto Seguro Alameda Barรฃo de Piracicaba, 618 194 |
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IMAGENS LEGENDAS
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[p. 17] IGREJA PRESBITERIANA UNIDA DE SÃO PAULO. Rua Helvétia, 772 Em 1893, houve a fusão das congregações da Luz e da Liberdade, criando a Segunda Igreja Presbiteriana de São Paulo. Em 1899, no andar térreo da casa de Gaspar Schlittler, na Alameda dos Bambus, nº 4, é organizada, pelo reverendo Waddell, a Igreja Presbiteriana Filadélfia. Em 1900, fundem-se essas duas igrejas e surge a Igreja Presbiteriana Unida de São Paulo. Consta que o terreno foi adquirido em 1905 e a construção do templo, iniciada pouco tempo depois.
[pp. 19, 21] PALACETE JOSÉ DE SOUSA QUEIROZ. Rua Conselheiro Nébias, 1.555 Construído em 1909 por Alberto de Oliveira Coutinho em estilo art nouveau, possui dois pavimentos e porão semienterrado, habitável. Com alguns diferenciais para a época, como o uso de tijolos, tem recuo na frente e áreas laterais livres. Projeto inspirado na Vila Penteado do arquiteto Carlos Ekman, edifício já demolido que estava localizado na Avenida Higienópolis. Após a morte do patriarca, em 1944, a família deixou a casa, que permaneceu fechada até 1952, quando foi comprada pelo Governo Estadual para sede da Secretaria de Saúde que funcionou ali até 2004. Em 2005 foi doado para o Movimento Pastoral do Povo da Rua, depois Fraternidade Aliança Toca de Assis. Por alguns poucos anos abrigou moradores de rua da região em situação de risco. Hoje está abandonado.
[pp. 23, 25] ESCOLA ESTADUAL CONSELHEIRO ANTÔNIO PRADO. Rua Vitorino Carmilo, 621 De ensino público, a escola ocupa um prédio tombado pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico). Foi fundada em 1896 com o nome de Grupo Escolar da Barra Funda, localizado originalmente na Rua Barra Funda. Em 1911, passou a funcionar no endereço atual. Somente em fevereiro de 1932 alterou seu nome para Grupo Escolar Conselheiro Antônio Prado, uma homenagem do Governo do Estado ao advogado Antônio da Silva Prado.
[p. 27] Rua Adolfo Gordo, 280 Construída no início do século XX, em tijolos, em estilo art nouveau já decadente, com porão habitável e entrada lateral. É habitada até os dias atuais.
[p. 31] Alameda Barão de Limeira, 1.400 Casa art déco, com dois andares, colunas na entrada e terraço no andar superior. Abriga a Fundação Lauro Campos.
[p.35] Rua Helvétia, 112 A casa de esquina integra um conjunto de sobrados da década de 1920 em estilo eclético. O sobrado foi “modernizado” na década de 1930, assumindo um estilo art déco. É um exemplo raro e que merece ser bem observado. Infelizmente, a cidade experimenta atualmente verdadeira avalanche de pseudomodernizações sem estilo algum e de extremo mau gosto, fato que contribui para a perda de referências arquitetônicas e emocionais – resultando comprovadamente em um aumento dos índices de violência urbana.
[p. 29] Alameda Barão de Limeira, 1.455 Um bom exemplo do estilo art déco na cidade. Tem as janelas reforçadas com grades, uma característica da chamada “arquitetura do medo”, que visa à proteção do indivíduo contra a violência urbana. Funciona na casa uma loja de vestidos de noivas.
[pp. 32-33] Alameda Cleveland, 685-689 Sobrados art déco geminados, localizados na antiga Alameda do Triunfo, nome dado em homenagem à Guerra do Paraguai. Possuem vários detalhes do estilo dignos de minuciosa observação e estão muito bem conservados nas fachadas. Funciona no local um escritório de engenharia.
[p. 37] Praça Marechal Deodoro, 60 Construído em 1949 em art déco, recebeu o nome da praça na época: Pirineus. Terreno em formato de trapézio, com 11 pavimentos e pequenos terraços arredondados. É outro bom exemplo desse estilo na cidade.
[p. 39] EDIFÍCIO ALMEIDA. Rua Ana Cintra, 123 O prédio tem dois blocos de diferentes alturas. Visto pela Avenida São João, está o bloco com mais andares. Art déco, entrou em degradação a partir da década de 1980, tendo sido invadido nesse período. Foi desapropriado em 1998 pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) e declarado de interesse social. Em 2004, foi feita a reintegração de posse, e todos os apartamentos foram reformados em 2006, no sistema de retrofit (revitalização e atualização do uso do imóvel).
[p. 41] Avenida São João, 1.523 Construído em terreno triangular em art déco, é um bom exemplo de aproveitamento de área irregular. Tem sete andares e possui grandes varandas arredondadas. Funciona no prédio o Avenida Apart Hotel, e o térreo possui vários comércios.
[p. 43] EDIFÍCIO MARÍLIA. Avenida Angélica, 288 Art déco, o prédio de 1941, tombado pelo Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo), possui seis andares.
[p. 45] EDIFÍCIO LÍVIA MARIA. Avenida São João, 755 Projeto do escritório H. S. Caiuby para Paulo de Barros Whitaker. Construído em 1935 – em terreno irregular, sem recuos frontais ou laterais –, tem 11 andares. Art déco, possui acabamento com frisos horizontais e linha curva para suavizar a arquitetura de esquina. A marquise destaca a área comercial no térreo. Foi precursor de apartamentos quitinetes. No prédio funcionou o luxuoso Cine Oásis, e a sala de exibição ainda existe, mas está fechada. O antigo cinema serviu como locação para cenas do filme A Dama do Cine Shangai, de 1987, com direção de Guilherme de Almeida Prado.
[p. 47] EDIFÍCIO YPÊ. Avenida São João, 1.063 Construído pela Barreto Xande & Cia Ltda. para Erico de Abreu Sodré, em 1941, em art déco. Possui 13 andares e 41 apartamentos.
[p. 49] CONDOMÍNIO PRÉDIO BANHARÃO. Avenida São João, 1.113 Construção de seis andares, mais loja no térreo, de 1935, em art déco. Foi propriedade de Jacinto Cintra Paula.
[p. 51] HOTEL PAX. Alameda Barão de Limeira, 253 Prédio em art déco da década de 1930.
[p. 53] CONDOMÍNIO EDIFÍCIO CAMPOS ELYSEOS. Alameda Barão de Limeira, 915 Construído na década de 1940 em art déco decadente, tem sete andares e 63 apartamentos e, apesar de bem restaurado nos anos 1980, já possui características modificadas, como algumas janelas injustificadamente trocadas. O saguão de entrada merece atenção.
[pp. 58-63] PALÁCIO DOS CAMPOS ELÍSEOS. Avenida Rio Branco, 1.289 Antiga Rua Visconde do Rio Branco, anteriormente Alameda dos Bambus. Projetado pelo alemão Matheus Häusler e decorado pelo italiano Cláudio Rossi, o mesmo do Theatro Municipal de São Paulo, para ser a residência de Elias Antônio Pacheco e Chaves, político e rico produtor de café. Construído de 1890 a 1899, o Palacete Elias Chaves, como ficou conhecido, ocupa um quarteirão. Com características das arquiteturas clássicas italiana e francesa do século XVIII e inspirado no Castelo de Écouen, na França, a construção incorporou as inovações tecnológicas da época. Possui três andares e mansarda, construídos com tijolos, madeira na estrutura do telhado e nas escadas internas, espelhos venezianos, fechaduras e dobradiças norte-americanas, maçanetas de porcelana francesas de Sèvres, terracotas italianas e lustres de cristal francês Baccarat. Elias Chaves faleceu em 1903, e em 1912 o palacete foi vendido para o Governo do Estado e serviu de residência para vários governadores. Foi bombardeado durante a Revolta Paulista de 1924 e a Revolução Constitucionalista de 1932. Na década de 1960, após o alargamento da Avenida Rio Branco, perdeu parte dos jardins, e o gradil de ferro batido foi substituído por um muro de tijolos. Em 1965, a sede do governo foi transferida para o Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi, porém o Palácio dos Campos Elíseos permaneceu como referência do Poder Executivo. Em 1967, enquanto o prédio passava por uma reforma, um incêndio destruiu grande parte da construção. Nessa ocasião, chegou-se a cogitar a demolição do prédio. Entretanto, em 1970, foi tombado pelo Condephaat. Em 1972, houve sua recuperação para uso da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico do Estado. Em 2004, foi anunciada uma pormenorizada restauração que sofreu várias interrupções, por falta de verbas, em 2006, 2008 e 2013. As obras foram finalmente encerradas em 2016. O Palácio vai abrigar o Centro Nacional de Referência em Empreendedorismo, Tecnologia e Economia Criativa, previsto para ser inaugurado em outubro de 2017.
Santa Maria Maior de Roma, em menor escala. Com três naves, tem o altar-mor em mármore de Carrara, colunas também em mármore, lustres de cristal da Boêmia, painéis e afrescos de Pedro Gentili e de uma grande pintora florentina cujo nome foi mantido em sigilo a pedido dela. O Cristo Redentor em cobre dourado foi executado pelo Liceu de Artes e Ofícios paulista. As imagens de madeira e mármore têm origens diversas (italiana, francesa e alemã), e os entalhes merecem atenção. [p. 65] IGREJA E LICEU DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS. Largo Coração de Jesus Em 1885, a Congregação dos Salesianos, de cunho beneficente, com a ajuda da Princesa Isabel, fundou o Liceu de Artes, Ofícios e Comércio, que posteriormente se chamou Liceu Coração de Jesus. Criado para atender jovens de baixa renda que passaram a ter acesso à educação e ao esporte, lá também recebiam formação religiosa. Teve como alunos filhos de escravos libertos, de imigrantes italianos e, depois, de cafeicultores que então residiam nos Campos Elíseos. Nessa época foi criado um internato. O conjunto arquitetônico tombado, construído no estilo renascentista, tem três prédios construídos em volta de um grande pátio interno: o colégio, o santuário, construído em forma de basílica, e o teatro. Uma imagem de Cristo foi posta em 1901 no alto da torre, patrocinada pela elite cafeeira, em especial Dona Veridiana da Silva Prado, que ficou conhecida como “a mãe dos Salesianos”. Na entrada, acima da abóbada, há um alto relevo com uma cegonha abrindo o próprio peito para alimentar seus filhotes com suas vísceras, uma referência à Igreja e ao sacrifício dos pais por seus filhos. O interior do liceu e do teatro já passou por diversas modificações. Quando o Palácio dos Campos Elíseos foi bombardeado na Revolta Paulista de 1924 e na Revolução Constitucionalista de 1932, o prédio também foi atingido por tiros e balas de canhões. Um aluno foi ferido na tipografia. Por muito tempo encontraram-se marcas de balas nos postes públicos e ainda hoje é possível achar algumas nos portões do santuário. Foi a primeira instituição com ensino médio noturno. Em 1970, deixou de ser um colégio exclusivamente masculino. Projeto do artista e arquiteto Domingos Delpiano, a igreja é uma quase-réplica da Basílica de
[p. 67] TEATRO DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS. Alameda Nothmann
[pp. 68-69] COLÉGIO BONI CONSILII. Alameda Barão de Limeira, 1.379 Residência do Conselheiro Antônio Prado, empresário, político e primeiro prefeito de São Paulo. Construída em 1890 em uma parte do terreno da Chácara do Carvalho, adquirida pelo seu avô Barão de Iguape. Uma escada frontal de mármore de Carrara, ladeada por esculturas de leões, dá acesso ao palacete, projeto executado pelo italiano Luigi Pucci, que também projetou o Museu do Ipiranga. O arquiteto Cristiano Stockler das Neves supervisionou a obra. Os empregados eram todos estrangeiros que viviam em pequenas casas nos arredores da antiga chácara. A residência tinha espaço para criação de cavalos puro-sangue e vacas. Chegou a hospedar a família real da Bélgica, que visitou São Paulo em 1920. Antônio Etzel, administrador dos Jardins Públicos nomeado pelo próprio Antônio Prado, foi o responsável pelo projeto dos jardins da casa. Etzel também projetou o Jardim da Luz, onde morou por toda a vida em uma casa ainda existente. O conselheiro Prado viveu no palacete com a esposa, Catarina da Silva Prado, e oito filhos até o seu falecimento, em 1929. A filha que herdou
a propriedade ali viveu por dois anos e depois loteou o terreno ao redor. A partir da crise do café nos anos 1930, muitos dos antigos cafeicultores deixaram o bairro dos Campos Elíseos. Em 1934, os descendentes lotearam o terreno e abriram duas novas ruas: Chácara do Carvalho e São Martinho. Também prolongaram a Alameda Barão de Limeira desde a Alameda Eduardo Prado até a Rua Lopes de Oliveira. Fazia parte da antiga fazenda o terreno onde existem hoje a Praça Marechal Deodoro, a Rua Brigadeiro Galvão e a Rua Vitorino Carmilo. Em 1936, Madre Antonieta Della, freira da Congregação das Missionárias do Sagrado Coração de Jesus e sucessora da fundadora Madre Cabrini, adquiriu a propriedade, com uma área total de 10.559 m², para onde o antigo Colégio Sagrado Coração de Jesus foi transferido no ano seguinte. Em 1947, esse colégio passou a se chamar Ginásio Boni Consilii e, em 1968, mudou o nome para Instituto de Educação Boni Consilii, funcionando até os dias atuais.
[pp. 70-71] Alameda Ribeiro da Silva, 180 Construída em 1880, a residência de Antônio José Correia, o 3º Barão do Rio Pardo, era utilizada quando ele estava na capital. O barão era cafeicultor, político e prefeito de Casa Branca, sua cidade natal, no interior paulista. A casa tinha uma fachada com adornos e frontões com motivos florais, portões franceses de ferro batido, varandas com ladrilhos e elementos decorativos em ferro e madeira, além de piso, portas, escadas e janelas em pinho de Riga. Os bustos de Adelina e Ana Cândida Correia, filhas do barão, ladeavam originalmente a entrada do imóvel. Houve um boato de que seriam da Princesa Isabel e, por isso, alguns chamavam a casa de Palacete Princesa Isabel. O barão morreu em 1906, e a casa foi vendida para o Conde de Serra Negra, Manuel Ernesto da Conceição, um bem-sucedido promotor do café brasileiro na Europa, que a comprou como investimento imobiliário. Dois anos depois, o conde alugou a casa para o Instituto Sílvio de Almeida, colégio interno para meninos, que ali permaneceu até
1913, quando passou a ser o quartel-general do 4º Batalhão de Caçadores. Em 1918, a propriedade foi vendida para o Doutor Dario Sebastião de Oliveira Ribeiro, advogado, procurador judicial e deputado estadual, que viveu ali com a família até seu falecimento, em 1946. Seu único filho homem, Dario Pedro de Oliveira Ribeiro Neto, passou a administrar a residência. Ele era um membro atuante da Academia Paulista de Letras e foi um dos fundadores do Museu de Arte Sacra. Viveu nesse endereço até seu falecimento, na década de 1980, quando a casa foi tombada pelo Condephaat. Não se sabe se continua em posse dos herdeiros da família Ribeiro. Abandonada, foi invadida e transformada em um cortiço até 2008. Em 2010, passou a funcionar um estacionamento na área externa da residência, onde havia um belo jardim com árvores frutíferas, pinheiros e araucárias – algumas estão lá até hoje. Na área onde foram construídas garagens existiam originalmente as cocheiras. A casa foi destruída sem resistência alguma, além de ter sido atingida por um incêndio. Hoje só restam as paredes de sustentação. Mesmo assim, está em andamento uma pesquisa para saber quem é o real proprietário, com a finalidade de promover a completa restauração do palacete.
[pp. 73, 75] PALACETES DINO BUENO. Rua Guaianases, 1.238-1.282 Antonio Dino da Costa Bueno, advogado, juiz e político, foi Secretário de Interior do Estado. São duas casas lado a lado, em estilo eclético. Integraram por alguns anos um pensionato das Irmãs Salesianas, que promoveram a primeira restauração dos imóveis da forma possível. A casa da esquina teve seu estilo conservado e, restaurada recentemente, está aberta à visitação pública. A segunda casa perdeu muitas de suas características originais quando da primeira restauração, inclusive uma torre “Chapéu de Bruxa” com um exemplar trabalho de rendilhado em madeira nos beirais e no arremate superior.
[p. 77] PALACETE PRATES. Rua Guaianases, 1.281 Projeto de 1896 do arquiteto belga Florimond Colpaert (que também fez o monumento do IV Centenário de São Vicente) com execução de Dammaso Ferrara. Em estilo eclético, com porão e sótão habitáveis, foi residência de Alfredo Prates, industrial do setor de calçados. Apesar de várias mudanças e inúmeras ocupações irregulares, o imóvel resistiu. Tombada pelo Condephaat desde meados da década de 1980, a residência, mesmo quando esteve transformada em um cortiço, preservou praticamente toda a sua originalidade externa. Pertenceu até 2013 à Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, quando foi vendida e iniciado o projeto de restauração.
[p. 79] Avenida Rio Branco, 1.260 Casa do final do século XIX, feita em tijolos, novidade trazida pelos mestres de obras italianos. Porões habitáveis. Mantém os vidros originais jateados com motivos de época e abriga atualmente o Centro Mário Covas.
[p. 81] Avenida Rio Branco, 1.312 Residência típica do ecletismo neoclássico dos mestres de obra italianos recém-chegados ao Brasil. Uso de alvenaria, porões com ventilação, sempre habitáveis, e gradil protegendo o terreno. A Polícia Ambiental ocupa a casa atualmente.
Em 2001, foi tombado pelo Condephaat e pelo Conpresp. A partir daí, a Secretaria de Estado da Cultura obteve a posse definitiva do imóvel e o cedeu em comodato para a Fundação Energia e Saneamento para sediar o Museu da Energia, inaugurado em 2005. Graças a um minucioso trabalho de restauração que levou quatro anos, foi recuperada boa parte das suas características originais. A equipe ouviu relatos de alunas que estudaram no Colégio Stafford, nos anos 1940 e 1950, para obter informações dos detalhes arquitetônicos do prédio. No processo de adaptação para o Museu da Energia, foram utilizados em suas salas equipamentos interativos, objetos, documentos e fotos da história da energia da cidade. Em 2017, o museu foi fechado, sem data para reabrir.
[pp. 83, 85] MUSEU DA ENERGIA. Alameda Cleveland, 601 Antiga Alameda do Triunfo. Construído de 1890 a 1894 pelo escritório do arquiteto Francisco de Paula Ramos de Azevedo em um terreno de 3.000 m2 e 1.720 m2 de área construída. O palacete foi feito para Henrique Santos Dumont, empresário mineiro, irmão mais velho de Alberto Santos Dumont, que ali morou com sua família até 1926. Como moradia de um dos homens mais ricos do Brasil, o palacete foi decorado com o que havia de melhor no mundo. Madeiras nobres, mármores italianos, pastilhas de mosaico veneziano revestindo o piso do jardim, uma profusão de magníficas pinturas murais – com filetes de ouro – e papéis de parede importados recobrindo as paredes de praticamente todos os cômodos. Após a morte de seu proprietário, o imóvel foi vendido e adaptado para abrigar o colégio feminino Stafford, que funcionou de 1926 a 1951. Foram erguidos prédios anexos, além de uma casa para a fundadora e diretora da escola, Blandina Ratto. Após o fechamento do colégio, o imóvel foi ocupado, de 1952 a 1983, pela Sociedade Pestalozzi, atual Associação Brasileira de Assistência e Desenvolvimento Social. Posteriormente o local foi invadido e ocupado por sem-teto por quase 20 anos.
[p. 87] INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO ALVORADA PLUS. Alameda Glete, 562 Palacete de 1892 num estilo 1ª República, foi comprado nos anos 1920 por Conrado Wessel, argentino descendente de alemães, que adquiriu na época vários terrenos e imóveis nos bairros Campos Elíseos, Barra Funda e Higienópolis. Nesse local já existia uma escola, o Instituto Príncipe de Nápoles. A instituição foi preservada e, em 1927, teve o nome alterado para Instituto Zeppegno. Uma década mais tarde, em 1937, a escola teve mais uma vez uma alteração no nome, passando a ser chamada de Instituto de Educação Maria José. Atualmente funciona na casa o Instituto Superior de Educação Alvorada Plus.
[p. 89] Largo Sagrado Coração de Jesus, 65 Residência eclética com características neoclássicas, construída em c. 1989, pelos capomastri italianos que introduziram as construções de alvenaria na cidade e os porões com ventilação. Pertence ao Liceu do Sagrado Coração de Jesus e está bem preservada, mas perdeu parte das características originais.
[p. 91] Largo Sagrado Coração de Jesus, 83 Casario residencial de sete sobrados geminados construídos em 1898 e comprados aos poucos pelo imigrante português Isolino Gomes Torres, a partir da década de 1950. Apesar de não muito bem conservado, está preservado como conjunto arquitetônico que manteve o frontispício e a parte superior das casas originais. O sobrado de número 67 é utilizado com funções comerciais. A casa da esquina possui uma cúpula bastante interessante. Encontra-se em processo de restauração sob responsabilidade dos herdeiros.
A casa foi vendida nos anos 1960 para um francês que alterou detalhes de seu acabamento original. Tombada pelo Conpresp e pelo Condephaat, foi adquirida pelo grupo empresarial Tejofran no início dos anos 2000. A empresa fez a restauração e as adaptações necessárias e utilizou na decoração objetos que se integram perfeitamente ao estilo da casa, embora não sejam originais.
[p. 93] Alameda Glete, 444 e 488 Palacetes que ocupam um terreno de 3.177 m2. Ali funcionou o Colégio Nossa Senhora de Lourdes e, a partir de 1953, o Colégio Nossa Senhora de Loreto. Após 2010, passou a abrigar, por um breve período, o Colégio Brasileiro Islâmico. Atualmente os imóveis estão desocupados.
[p. 95] Rua Guaianases, 1.239 Chalé urbano construído em 1914 para o Coronel Juliano Martins de Almeida, militar e criador de cavalos. Quando o bairro começou a se degradar, foi vendido diversas vezes até se tornar um cortiço, entre os anos 1970 e 1990. Permaneceu em péssimas condições mesmo depois do seu tombamento pelo Condephaat. De 2000 a 2006 teve o projeto de restauração e sua execução finalizados. Hoje abriga uma biblioteca empresarial.
[p. 97] GRUPO TEJOFRAN. Alameda Nothmann, 526 Construída pelo arquiteto sueco Carlos Ekman em 1912 para o industrial Waldomiro Pinto Alves, possui jardim, estufas e pomar. A área de serviço, seguindo os padrões da época, situava-se no andar térreo. No andar superior ficavam os aposentos da família. O palacete tem pé-direito alto e portas com trabalhos em ferro importado, paredes forradas com lambris de madeiras, vidros e espelhos bisotados, mármores de Carrara, arandelas de bronze, um cofre (que foi incluído no período da Revolta Paulista de 1924) e vitrais de John Graz, um dos precursores do Modernismo. A casa sofreu desgastes com o tempo, mas nada que tenha prejudicado sua arquitetura. O palacete foi palco de muitas recepções, bailes e encontros da alta burguesia paulistana, incluindo reuniões e saraus da Semana de Arte Moderna de 1922. Quem organizava esses encontros era a esposa do industrial, uma senhora culta, arrojada e extremamente bem relacionada, chamada Maria Dulce de Magalhães Pinto Alves, conhecida por Dona Nicota. Na Revolução de 1932, Dona Nicota ficou em São Paulo para cuidar dos feridos da região, tornando-se enfermeira voluntária. A governanta da residência, Maria José Bezerra, que se alistou como enfermeira, participou na frente de combate, o que lhe valeu o apelido de “Maria Soldado”. Foi escolhida como a “Mulher Símbolo” no Jubileu de Prata da Revolução. Dona Nicota, depois de encerrado o movimento, cuidou da família dos exilados e foi homenageada com a honra de ser a primeira mulher a ser sepultada no Mausoléu do Soldado Constitucionalista, no Ibirapuera, entre os heróis da revolução.
[p. 99] Rua Cleveland, 617 Antiga Alameda do Triunfo. Edificação construída por Ramos de Azevedo, em estilo eclético, típico da arquitetura paulistana em fins do século XIX e início do século XX. Possui dois andares, piso de assoalho, paredes com pinturas decorativas, vidros jateados. Tem grande área externa. É patrimônio tombado pelo Condephaat e está razoavelmente conservado. Funciona no local um pequeno hotel familiar.
[p. 101] SEDE DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (FUNDUNESP). Avenida Rio Branco, 1.210 Antiga Rua Visconde do Rio Branco, anteriormente Alameda dos Bambus. O palacete foi construído no início do século XX e pertenceu ao Barão de Arary, casado com sua sobrinha mais nova, Maria Dalmácia de Lacerda Guimarães, a Baronesa de Arary, que ao se tornar viúva foi residir na Avenida Paulista, em um palacete art nouveau, na esquina com a Rua Peixoto Gomide. Ela faleceu em 1951, já centenária. Hoje a casa é a sede da Fundunesp. O imóvel na Avenida Paulista foi demolido após a morte da baronesa e deu lugar a um prédio, com arquitetura sem importância, que leva o seu nome.
[p. 103] FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DO ESTADO DE SÃO PAULO. Alameda Nothmann, 495 Com destaque para a grande varanda circular de madeira, hoje o imóvel abriga uma unidade do Fundo Social de Solidariedade que atende crianças de famílias de baixa renda da região central. Foi restaurado em 1999 pela Secretaria de Recuperação de Bens Culturais, em colaboração com o IPH (Instituto de Recuperação do Patrimônio Histórico no Estado de São Paulo).
[p. 105] SECRETARIA DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA. Rua Guaianases, 1.050 Tombada pelo Condephaat com preservação de fachadas, características arquitetônicas externas e cobertura, não tem restrições para alterações internas. No entanto, deve ser apontada como mau exemplo de restauração, com a substituição injustificável das janelas originais por vitrôs.
[p. 107] Rua Conselheiro Nébias, 1.283 Tombada pelo Condephaat com preservação integral da construção, permitindo apenas adaptações para uso. Hoje é um cortiço. Vizinha do Palacete José de Sousa Queiroz.
[p. 109] Alameda Glete, 685 Casa do artista Norberto Nicola, tapeceiro, pintor, desenhista, escultor, gravador e grande divulgador da arte plumária do Brasil. Antigo ateliê de gravuras Bonomi-Abramo-Berlinck e sede do Atelier DouchezNicola de tapeçarias. Nicola morou na casa até sua morte, em 2007. É usada como residência até hoje. O imóvel atual é a união de três casas muito bem preservadas nos adornos da fachada, com camafeus e azulejos pintados à mão, vidros coloridos originais nas janelas e primorosa conservação. O porão foi transformado em uma garagem, mas pouco comprometeu a fachada.
[p. 111] Alameda Nothmann, 563 Sobrado do final do século XIX construído em tijolos, sem recuo frontal, com porão habitável. Tombado pelo Condephaat para manutenção das características arquitetônicas e para a fachada. Não há restrição para alterações internas na edificação.
[p. 115] SERVIÇO DE ASSISTÊNCIA ESPECIALIZADA DST/ AIDS. Alameda Cleveland, 374 Construída em 1922 na antiga Alameda do Triunfo como sede administrativa da Ferrovia Sorocabana, foi totalmente restaurada e é hoje um posto de atendimento de saúde.
[pp. 112-113] Rua Guaianases, 1.149 Casa no estilo neoclássico, foi construída em 1912 com projeto do escritório de Ramos de Azevedo para Otaviano Alves de Lima. Entre os primeiros moradores da residência consta o nome da Sra. Anna da Silva Telles. Possui um estilo mais sóbrio que o dos outros palacetes do bairro e abrigou por pouco tempo a Galeria Emma Thomas. Foi restaurada e hoje funciona alia o centro cultural Casa Don’Anna.
[pp. 116-119] ESTAÇÃO JÚLIO PRESTES. Praça Júlio Prestes, sem número Em 1872, foi inaugurada uma estação de trens pela Estrada de Ferro Sorocabana para transporte do café vindo do sudoeste e do oeste paulista e do norte do Paraná para a capital. O café trouxe riqueza para a cidade e a necessidade de uma estação maior, condizente com a pujança de São Paulo. Em 1925, foi elaborado um projeto por Cristiano Stockler das Neves e Samuel das Neves. Inspirado nos terminais Grand Central e Penn Station de Nova York,
o projeto foi premiado no III Congresso PanAmericano de Arquitetos, em 1927, quando teve início a sua construção. A crise mundial de 1929 desacelerou o ritmo da obra, mas em 1930 já era possível utilizar a estação. O complexo foi concluído em 1938, porém a cidade já vivia um novo momento, com vias urbanas e rodovias em pleno desenvolvimento. A estação, em estilo neoclássico tardio, tem 25 mil m² construídos em estrutura de metal e concreto, alvenaria de tijolos, pé-direito alto, colunas e forros trabalhados no estilo Luís XVI, arcos nas janelas e esculturas na torre do relógio, que tem 75 metros de altura. O hall já foi “o maior salão do Brasil”. Deixou de ser Estação São Paulo para receber o nome Júlio Prestes em 1951, em homenagem ao ex-governador do Estado e presidente da República eleito. Em 1971, a Sorocabana foi incorporada à Ferrovia Paulista S.A. (Fepasa). Em 1999, o prédio foi restaurado e modificado internamente para criar uma sala de concertos das mais modernas e completas do mundo, com isolamentos acústicos e ambientais, a Sala São Paulo. Passou a ser a sede da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) e da Secretaria de Estado da Cultura. Foi construído um acesso subterrâneo entre a estação da Luz e a Júlio Prestes, possibilitando a ligação com as linhas Sul e Oeste da Fepasa, a linha 8 da CPTM e a linha amarela do Metrô.
[p. 121] SOCIEDADE BRASILEIRA DE CONTROLE DE CONTAMINAÇÃO (SBCC). Avenida Rio Branco, 1.492 Tombada pelo Condephaat para a preservação da arquitetura da área externa (fachada e cobertura), não tem restrições para alterações internas das edificações. Já abrigou a Polícia Militar e está muito bem conservada.
[p. 123] COMPLEXO CULTURAL DA FUNARTE, REPRESENTAÇÃO REGIONAL DO MINISTÉRIO DA CULTURA (MINC) E ESCRITÓRIO DA BIBLIOTECA NACIONAL. Rua General Júlio Marcondes Salgado, 234 O terreno de 5.000 m², entre Alameda Nothmann, Rua General Júlio Marcondes Salgado e Rua Apa, foi herdado da Baronesa de Limeira, Francisca de Paula Sousa Queiroz, por sua neta, Sebastiana de Souza Queiroz, que o vendeu à Fazenda do Estado de São Paulo em 1906. Em 1920, o terreno foi cedido à União para construção de uma Escola de Aprendizes Artífices (atual Instituto Federal de São Paulo), uma edificação com características arquitetônicas de uma escola do início do século XX com grande visibilidade no ambiente urbano, salas bem delimitadas, janelas amplas e um pátio central. A escola tinha como objetivo qualificar a mão de obra para atender a indústria paulista, que começava a surgir com grande evidência. Depois da Escola de Aprendizes, o prédio foi ocupado sucessivamente pelo Departamento de Águas e Esgotos da Cidade de São Paulo, pelo Ministério de Educação e Cultura e pelo Ministério do Esporte, antes da função atual.
[p. 125] Alameda Eduardo Prado, 641 Construída nos anos 1930, com características dos mestres de obras italianos recém-chegados ao Brasil. Foi erguida com tijolos, tendo o porão habitável, jardim no entorno e grades bem desenhadas. Hoje é um cortiço e suas características arquitetônicas estão malconservadas.
[p. 131] Rua Vitorino Carmilo, 422 Sobrado eclético com jardim na frente e garagem lateral. Está muito bem conservado.
[pp. 126-129] PARQUE SAVÓIA. Rua Vitorino Carmilo, 445 Vila com praça interna com chafariz de azulejos pintados, brasões, colunas, arcos e jardins. Possui várias casas originalmente de uso residencial. Construída em 1939 pelo arquiteto Arnaldo Maia Lello, o mesmo do Teatro Paramount, na Avenida Brigadeiro Luís Antonio. De estilo florentino – um de seus últimos remanescentes na cidade –, está muito bem conservada. Merece atenção o grifo colocado no andar superior, logo na entrada, que é o guardião do conjunto.
[p. 133] Rua Vitorino Carmilo, 407 Chalé do final do século XIX, ainda habitado. Decadente.
[pp. 134-135] PALACETE MOMO. Rua Vitorino Carmilo, 208 Provavelmente construído por alguém cujas iniciais eram “CM”, pois há no frontão um brasão com essas letras sobrepostas. Porém só se tem conhecimento do seu herdeiro, Ettore Momo. O térreo foi projetado para abrigar comércio, possivelmente dos sócios Lourenço & Momo. Possui dois andares de apartamentos residenciais e o sótão. Bem ornamentado e conservado.
[pp. 136-139] THEATRO SÃO PEDRO. Rua Albuquerque Lins, 207 Inaugurado em 1917, o teatro foi construído em estilo eclético, predominantemente neoclássico, com detalhes em art nouveau. O teatro de palco italiano com planta em forma de ferradura (além de plateia, frisas, balcões e camarotes) era recorrente nos locais planejados para funcionar com programação mista, dado que seu desenho permitia a instalação de telas de projeção. Concebido para ser um espaço dedicado a operetas, peças e shows de variedades, além de projeções de cinema, o São Pedro alternava, em seus primeiros decênios de atividade, a apresentação de companhias nacionais e estrangeiras, com concertos eruditos e mostras de crianças-prodígios. Incorporado nos anos 1940 ao circuito exibidor das Empresas Reunidas, da Companhia Cinematográfica Brasileira e da Metro Goldwin Mayer, o teatro passa por uma reforma e, em poucos anos, torna-se um elo menor da cadeia de exibição cinematográfica montada no centro de São Paulo. Com a transformação da cidade e do bairro e a crise da Cinelândia a partir da década de 1960, o cinema São Pedro começa a perder público e prestígio e, em 1967, é definitivamente fechado. A partir de 1967 o velho Cineteatro São Pedro é ocupado por grupos independentes como o Papyrus – liderado por Maria José de Carvalho (atriz, professora e diretora), Marcos de Salles Oliveira, Abram Fayvel Hochman e Vicente Amato Filho. Posteriormente, o teatro foi arrendado por Beatriz e Maurício Segall e Fernando Torres. No final dos anos 1970, foi sublocado para grupos variados, e em 1981 estava novamente abandonado. Naquele ano inicia-se o processo de tombamento, concluído em 1984. Na década de 1990, a Secretaria do Estado da Cultura, nova proprietária do teatro, designa o local como sede do repertório operístico da cidade.
[p. 140-141] Praça Marechal Deodoro, 146, 156 e 166 Condomínio com três prédios, os Palacetes Igara, São Luís e Marechal Deodoro, com quatro andares cada um. Construído na década de 1930.
[p. 143] Castelinho da Rua Apa. Avenida São João, 2.150 Construído em 1912 pela rica família Reis. Por causa da torre com características dos castelos franceses, ficou conhecido como Castelinho da Rua Apa. Em 1937, após a morte no local dos irmãos Álvaro e Armando e da mãe deles, Maria Cândida Guimarães, em uma trágica história cheia de contradições, a casa passou a ser propriedade do INSS. Ficou abandonada por muitos anos e serviu como depósito para catadores de papel. Foram várias as tentativas de recuperação e utilização do imóvel. Em 1990, foram apresentados dois pedidos de tombamento, sendo um deles com a finalidade de transformá-lo no Museu do Crime. Em 2004, concretizou-se o tombamento pelo Conpresp, e foi totalmente restaurado em 2015. Em 2017, através de uma concessão para utilização do local, a ONG Clube das Mães do Brasil tomou posse do espaço. Em 1989, no filme Fogo e Paixão, dos diretores Márcio Kogan e Isay Weinfeld, Fernanda Montenegro tem uma antológica cena na torre dessa casa.
[pp. 144-147] EDIFÍCIO PRUDENTE DE MORAES. Alameda Barão de Limeira, 540 Em estilo eclético afrancesado, possui pavimentos e sacadas individuais. Foi construído entre os anos 1920 e 1940, em um terreno de 413 m2. Faz parte da chamada “verticalização europeia”. Nos anos 1940 funcionaram ali escritórios comerciais como a “Delegacia de Estrangeiros - Secção de vistos e processos para permanência de estrangeiros”.
[p. 149] EDIFÍCIO BARÃO DE JAPY. Alameda Barão de Limeira, 339 Possui cinco andares e foi bem restaurado em 2015, depois de uma tentativa de ocupação pelo Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM). O imóvel está vazio e disponível para venda ou aluguel.
[p. 151] REINALES PLAZA HOTEL. Alameda Barão de Limeira, 145 O Palacete Cesar Rudge, também conhecido como Palacete das Águias, foi construído em 1928 como residência familiar. O edifício tem cinco pavimentos, em um estilo afrancesado, com escadas em mármore de Carrara e vários detalhes decorativos. Foi o primeiro prédio de São Paulo com elevador e, na década de 1960, um conhecido prostíbulo da cidade. Hoje é um hotel.
[p. 153] HOTEL RIVIERA. Alameda Barão de Limeira, 117 O Palacete Cícero Rudge foi construído em 1934 pelo proprietário Manuel Rinaldes. Hoje é um hotel com 80 apartamentos.
[p. 155] PRÉDIOS RESIDENCIAIS E HOTEL ARTEMIS. Alameda Barão de Limeira, 14-30-44 São alguns dos primeiros prédios de apartamentos da cidade idealizados para resolver os problemas urbanos da época, como encarecimento das moradias e dificuldade de transporte. No número 44 funciona, desde 1939, o Hotel Artemis, de Pedro Facchini. Os prédios têm oito pavimentos, alguns com lojas no térreo e sótão. Em estilo eclético, utilizou em sua construção concreto, alvenaria de tijolos e perfis metálicos.
[pp. 156-157] PALACETE VICTORIA. Rua Vitória, 687 Projetado e construído pelo Escritório Albuquerque e Longo para Samuel Ribeiro, sócio da família Guinle, nos anos 1920 e 1930. Edifício com seis andares revestido com mica ou pó de vidro em sua composição, cintilando quando exposto à luz. Esse material é frágil, de difícil limpeza, e não resiste muito ao monóxido de carbono. Apesar de possuir um processo de tombamento, foi reformado e teve alteradas várias características originais. Os azulejos azulados das duas pequenas cúpulas no alto do prédio foram retirados. Também integrou o processo de verticalização da cidade, quando os trabalhadores deixaram as regiões mais distantes, em busca de moradias mais acessíveis, devido às más condições dos serviços de transporte. Nesse momento a região começa a sofrer uma grande transformação social.
[p. 159] HOTEL AMÉRICA DO SUL. Praça Júlio Mesquita, 90 Propriedade de Benigno Correa Alvares, o Palacete B. CarreraI foi construído em 1919, com seis pavimentos e 84 apartamentos. Hoje é um hotel.
[p. 161] LUX HOTEL. Praça Júlio Mesquita, 34 Construído na década de 1930 como hotel, era propriedade de Jaime Viera Mesquita. Tem 14 pavimentos e 84 apartamentos.
[p. 163] Avenida São João, 1.214-1.294 Construído em 1929, o edifício é um triângulo localizado entre a Rua Barão de Campinas, a Avenida São João, em frente ao Largo do Arouche, e a Avenida Duque de Caxias. O prédio foi inaugurado pelo fazendeiro de café Oscar Sousa Pinto como imóvel residencial.
[p. 165] CENTRO DE ACOLHIDA MORADA SÃO JOÃO. Avenida São João, 1.214 Em 1953, essa ala do triângulo transformou-se no Hotel Atlântico, que funcionou até 1998. Tombado pelo Conpresp, foi em 2016 locado à Secretaria de Assistência Social e se tornou um abrigo para 220 idosos.
[p. 167] HOTEL MANCHETE. Avenida São João, 1.124 Construído em 1919, pertencia a Randolfo Margarido da Silva. Possui sete pavimentos e 80 apartamentos.
[p. 173] EDIFÍCIO MARINA MENDES MARGARIDO. Avenida Angélica, 172 Projeto do arquiteto Júlio Abreu, de 1927. O prédio tem seis andares e garagem no térreo. Foi o primeiro edifício modernista de São Paulo. Construído, pela primeira vez na cidade, com as áreas de serviço voltadas para a frente da avenida.
[pp. 174-175] EDIFÍCIO BARÃO DE LIMEIRA. Alameda Barão de Limeira, 1.003 Projetado pelo arquiteto modernista Gregori Warchavchik em 1939, foi restaurado em 2013 pelo seu neto Carlos Eduardo Warchavchik. Arrojado para a época, com linhas retas e grandes janelas, tendo as varandas dos apartamentos de frente curvas em argamassa com pó de mármore acinzentado. Prédio com cinco pavimentos e platibanda da cobertura. A projeção do edifício em relação ao terreno deixa as unidades com boa iluminação natural e ventilação cruzada. O projeto usou lâminas de concreto armado, inovador, quando o habitual era o uso de colunas. Perdeu o jardim original na frente do prédio quando do alargamento da rua.
[p. 177] EDIFÍCIO ALBERTINA, CÍCERO PRADO E CECÍLIA. Avenida Rio Branco, 1.661 Na antiga Rua Visconde do Rio Branco, o prédio foi erguido em 1954 pelo arquiteto Gregory Warchavchik, importante representante da arquitetura modernista no Brasil. Destaca-se na região pela construção imponente.
[p. 179] EDIFÍCIO SILVIA MARIA ANTONIETA. Alameda Barão de Limeira, 1.323 Prédio residencial construído em 1942 com influência da arquitetura modernista de Gregori Warchavchik.
[p. 181] EDIFÍCIO DUQUE DE CAXIAS. Alameda Barão de Campinas, 243 Foi construído por Artacho Jurado em 1947. Por não ter concluído seus estudos de engenharia, Jurado nunca assinou seus projetos, somente os idealizava e outros profissionais – como Aurélio Marazi e Guido Petrella – os assinavam perante o Conselho Regional de Arquitetura (Crea). Considerado eclético para uns e kitsch para outros, seu estilo tem combinações únicas de materiais e detalhes. Mescla estilo moderno, neoclássico, art nouveau, art déco, rococó e étnico (árabe, chinês ou asteca). Por ser claustrofóbico, Jurado abusava de elementos vazados e paredes de vidro, varandas e amplas coberturas. Esse foi o primeiro prédio de uma série de outros, já marcos arquitetônicos da cidade, entre os quais: Planalto, Viadutos, Cinderela, Louvre, Verde Mar, Saint Honoré, Bretagne e Parque das Hortênsias. Também construiu vários edifícios na cidade de Santos, no litoral paulista.
e tijolo aparente que lembra duas mãos em oração. Possui vitrais executados pela artista plástica Maria Leontina e é um dos primeiros templos de arquitetura moderna de São Paulo. Dois jardins laterais integram o espaço religioso com a natureza.
[pp. 183, 185] EDIFÍCIO RACY. Avenida São João, 1.588 Projeto do arquiteto Aaron Kogan de 1957. Semelhante ao histórico Edifício Copan, de Oscar Niemeyer, por sua forma em “S”, por isso também conhecido como Copanzinho. Aaron foi o arquiteto do Edifício São Vito, no Parque Dom Pedro II (já demolido), e do antigo Palácio Zarzur Kogan, hoje Edifício Mirante do Vale, no Vale do Anhangabaú. O Racy tem 14 andares, 140 unidades de moradia, sobreloja, cobertura com jardim e garagens no subsolo.
[p. 189] EDIFÍCIO ANDRAUS. Rua Pedro Américo, 32 Originalmente “Edifício 50”, por ser o 50º da Organização Construtora e Incorporadora Andraus (Ocian). Concluído em 1962 para fins comerciais, possui 32 andares. Conhecido na época por Prédio da Pirani, por ter no térreo uma loja com esse nome. Dez anos mais tarde, em 1972, foi palco de uma grande tragédia: um incêndio consumiu o prédio por completo, deixando vários mortos e feridos. Foi restaurado com todas as características originais e atualmente é um grande edifício de salas comerciais.
[p. 195] SEDE E ESPAÇO CULTURAL PORTO SEGURO. Alameda Barão de Piracicaba, 618 Projeto do arquiteto Israel Sancovski. A proposta foi conciliar o prédio já existente, restaurá-lo e ampliar o conjunto, que manteve características próprias. O projeto total tem área construída de aproximadamente 56.500 m2, executado dentro das mais modernas técnicas de engenharia. O conjunto possui uma torre corporativa de 11 andares e espaço cultural anexo com restaurante, teatro e galerias para exposições.
GLOSSÁRIO CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico). CONPRESP (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo)
[p. 187] EDIFÍCIO SANTA BRANCA. Avenida São João, 1.333 Construído em 1947, segundo projeto do Escritório Indicadores Arquitetura.
[pp. 190-193] PARÓQUIA DA SANTÍSSIMA TRINDADE, DIOCESE ANGLICANA DE SÃO PAULO. Praça Olavo Bilac, 63 Foi construída em 1950 pelo arquiteto Jacob Maurício Ruchti, com estrutura de concreto armado
Juan Esteves é santista e fotógrafo há 30 anos. Seus trabalhos estão publicados em revistas, jornais e livros no Brasil e em países como Inglaterra, Espanha, Itália, China, Japão, Portugal, Holanda, Dinamarca, França e Estados Unidos e outros. Suas fotografias já foram expostas, individualmente e coletivamente, em mais duzentas exposições, entre as quais se destacam o Museu de Arte de São Paulo (MASP); Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAMSP); Pinacoteca do Estado de São Paulo; Museu de Arte Contemporânea de São Paulo (MAC-USP); MoMA-PS1, Nova Iorque/EUA; Stadelijk Museum Sittard e Aschenbach Gallery, Amsterdã/ Holanda; Time Style Gallery, Tóquio/Japão; Point Ephemère, Paris/França; Stadtiches Museum in der Alten Post, Mulheim an der Ruhr/Alemanha, Montreux Art Gallery, Montreux/Suíça e Embaixada Brasileira, Assunção/Paraguai, entre outros. Possui imagens nas coleções do Museu de Arte de São Paulo (MASP); Museus de Arte Moderna do Rio de Janeiro e de São Paulo (MAMRJ e MAMSP); Museu Oscar Niemeyer (MON), Curitiba/PR; Museu de Arte Contemporânea de São Paulo (MAC-USP), Pinacoteca do Estado de São Paulo; Instituto Moreira Salles e Itaú Cultural, além da Bibliotèque Nationale de France, Paris/França e do Musée D’Elisée, Lausanne/Suíça, entre outros. É autor dos livros Presença-Presence (Ed. Terceiro Nome, 2006); 55 Portraits (Ed. D’Lippi, 2000); Capital São Paulo e seu Patrimônio Arquitetônico (Atitude Brasil, 2010 e Secretaria de Estado da Cultura do Estado de São Paulo-Imprensa Oficial, 2013); Jardim Botânico de São Paulo (Ed. Terceiro Nome, 2012) e São Paulo en mouvement (Autrement Edition, França, 2004).
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FICHA TÉCNICA ESPAÇO CULTURAL PORTO SEGURO Instituto Porto Seguro Fábio Luchetti Renata Aguiar Mariana Conti Espaço Cultural Porto Seguro Marco Griesi Direção geral Rodrigo Villela Direção executiva Marco Rangel Direção de comunicação Fábio Furtado Comunicação Vinicius Brito Conteúdo e redes sociais Felipe do Amaral Programação Guga Queiroga Assessoria institucional Rodrigo Lourenço Coordenação de produção Camila Brandão Elisa Brandão Rodrigo Vitulli William Keri Produção Talita Paes Coordenação geral do Núcleo Educativo João Claro Frare Educador Nori Figueiredo Coordenação do Ateliê Experimental
Pedro Cury Bianca Berti Fernando Perez Fabio Montesanti Criação Adriana Balsanelli Assessoria de imprensa Rosy Farias Deise Concetto Administrativo Jéssica Almeida Recursos Humanos Natacha Mendonça Financeiro Marisa Tomazela Assessoria jurídica Marta Quintelhano Regina Santos Denise Rodrigues Vitória Oliveira Recepção Fabiano Ribeiro Gerente de manutenção Valdeci Bernardo Coordenação de manutenção Valter Bonfim Rogério Cláudio Alla Cesar Francisco Heráclito Heitor Soares Jucivan Santos Lena Silva Equipe de manutenção
Mayara Poliser Rodrigo Lobo Instrutores do Ateliê Experimental
André Serra Fernando Torres Lucas Evangelista Rafael Coimbra Talita Gagliardi Vinicius Brandão Yuri Fávero Agentes de segurança
Juliana Henno Coordenação do PortoFabLab
Inara Souza Maiara Paranaguá Atendentes
Tiago Pessoa Vinicius Juliani Instrutores do PortoFabLab
A Cultural Gestão
FICHA TÉCNICA LIVRO E EXPOSIÇÃO DE LANÇAMENTO Coordenação geral Edith Azevedo Zogbi Coordenação editorial e texto de apresentação I Antonio Carlos Suster Abdalla Fotografias autorais, tratamento de imagens e texto de apresentação II Juan Esteves Curadoria de imagens e expografia da mostra Antonio Carlos Suster Abdalla Pesquisa Denise Machado Lorch Revisão geral de textos Luis Curro Projeto gráfico Jussara Fino Preparação do texto de coordenação editorial Antonio Paulo Carrozzo
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Esteves, Juan Campos Elíseos: história e imagens/ Juan Esteves [fotografias]; [coordenação geral Edith Azevedo Zogbi; coordenação editorial e texto de apresentação Antonio Carlos Suster Abdalla] São Paulo: Cult Arte e Comunicação, 2017. ISBN 978-85-65706-07-0 1. Campos Elíseos (São Paulo, SP) – Bairro – Descrição 2. Campos Elíseos (São Paulo, SP) – Bairro – Fotografias 3. Campos Elíseos (São Paulo, SP) – Bairro – História 4. Patrimônio arquitetônico – Campos Elíseos (São Paulo, SP) – Bairro – Fotografias I. Zogbi, Edith Azevedo. II. Abdalla, Antonio Carlos Suster. III. Título. 17-09857
CDD-779.9981611
Índices para catálogo sistemático: 1. Campos Elíseos: Bairro: São Paulo: Cidade: Fotografias
779.9981611
Assistente de produção Sabrina Souza da Silva Contabilidade Carvalho Ramos Consultoria Contábil e Tributária Impressão Ipsis Gráfica e Editora Assessoria de Imprensa Gabinete da Comunicação, Matias José Ribeiro Produção Executiva Cult Arte e Comunicação Agradecimentos Lourdes Xandó Rosa
PATROCÍNIO
IDEALIZAÇÃO
REALIZAÇÃO
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