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DISSONNETTO PARA UMA CIDADE LIMPA [2066]
from FEIOS
Si alguem a uma cidade se compara, o Rio é o Aguinaga, um Pedro bello. São Paulo, acho, será Pedro de Lara, seu feio e mais perfeito parallelo. Nem pela melhor plastica na cara um Lara eu recupero ou remodello. Tambem a Paulicéa, que não para, jamais com “bellezuras” faz um elo. Porem até os galans um dia enfeiam, tirados do papel primordial, e vão envelhescendo, embora creiam que ainda são bonitos: eis seu mal! Quem feio sempre foi não muda nunca, será como foi sempre, é natural: às rugas, à dentuça, à nappa adunca no espelho se accostuma, acha normal.
DISSONNETTO PARA UM BANDIDO MASCARADO [2086]
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Cabeça a premio, o gajo se previne: na plastica, terá a physiognomia mudada. Ja não ha quem imagine o rosto do villão como seria.
Não quiz virar galan, como os do cine? Prefere ficar feio? Se arrepia o Lara perto delle! Num fanzine de horror, um dos cartuns se parescia. Vejamos como alguem se desmascara: No meio do povão, que é todo feio, passou despercebido. Mas, no meio da elite, logo expoz a sua cara. Si fosse no forró, ninguem repara.
Pegaram-no tentando entrar na festa de gala: a cicatriz que tem na testa do Frankenstein à mascara o compara.