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DISSONNETTO PARA A BELLEZA ILLESA [2371]

Que dadiva divina que é a belleza!

Melhor que nascer rico é ser bonito. Não compro melhor cara, mas, admitto, a cara linda attrae toda a riqueza.

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Ao bello a nossa vista sempre presa está: ninguem prefere o pé que eu cito, fedido, chato, enorme... É eterno o mytho do esthetico pezinho da princeza. A porta ninguem fecha à mulher bella e, quando uma beldade faz cagada ou caga, é sempre linda a merda della. Si, em senso lato, errou, é perdoada. Si, estricto senso, fezes fez, na tela do artista seu cocô commove e aggrada. Dahi porque só velha magricella, banguela e feia é bruxa, nunca é fada.

De palpebra cahida, olhar mortiço, aquelle meu amigo tem um ar de alguem com intenção de nos mactar. Maior é seu azar por causa disso.

Embora enxergue bem, tem enfermiço adspecto: olho injectado, tumular e vitreo; emmoldurando aquelle olhar, sobrolhos traduzindo o mau feitiço.

É tudo impressão má: rugas, terçol, pestanas remellentas, roxa olheira. Paresce até um vampiro à luz do sol!

O cara appenas soffre, caso queira seus oculos escuros pôr no rol das coisas dispensaveis à caveira. Dahi porque, jogasse futebol, teria de Romario uma carreira.

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