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A FALTA DA MALFADADA [3025]

Tormento indescriptivel é compor uns versos sem emprego do primeiro dos signos do Occidente, o tempo inteiro fugindo si elle surge, esse oppressor!

O cerebro se expreme, sente dor. No exforço, o desespero eu, tenso, beiro: nem quero ser do molde prisioneiro, nem posso me eximir desse fervor. O minimo dos dedos, o que escreve no poncto extremo e esquerdo em que eu digito, me impede de querer ser um perito, se ommitte do serviço… Entrou em greve!

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Concordo, é bem difficil ser bonito um mero poemetto, mesmo breve, um simples verso, sem o limpo, leve som dentro, porem nisso é que eu me excito!

DISSONNETTO DO VIL METAL [1548]

A prosa é como a nota: egual valor terá que uma moeda, si ella for daquelle mesmo numero. Suppor que a pratta do papel ganha é favor. Moeda é poesia, por comptar com mais peso e relevo, e dar logar ao verbo resumido. Comparar a nota à prosa é facil, nesse olhar. A scedula ao detalhe dá poder maior, faz mais espaço o texto ter, e grandes importancias faz valer, mas logo o portador fica a dever. O nickel brilha mais e, por tinnir, barulho faz tambem, pois seu porvir prevê que ao vil papel vae subsistir, tal como o prego aguenta algum fakir.

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