1 minute read
MANIFESTO BELLETTRISTA [7967]
from LYRA PURA
{Estão os escriptores a perder
-- Que pena! -- pondo o merito da penna, carissimo, amicissimo Mattoso! Não pensas como penso, meu confrade? Agora não mais petalas desfolham, às flores alludindo, nem milagre vislumbram no crepusculo que empresta às tardes tal anxeio de saudade! Os passaros gorgeiam, cada dia, um tanto menos nessas ocas lyras! Não achas, caro Glauco? Que farão os novos ficcionistas, os poetas, si ja tão insensiveis ao encanto do lexico vernaculo comprovam ser todos? Não estás, tambem, descrente?}
Advertisement
-- Descrente não estou, si por prazer alguem ainda escreve. Quem condemna as lettras actuaes quer -- é forçoso dizer -- menos auê, menos vaidade, e menos internet. Elles nem olham, os novos, para alguem que se consagre depois de morto. Querem fazer festa agora, aqui, na rede, eis a verdade. Mas nada ficará dessa alegria precoce e juvenil. Fora as mentiras que são taes litteratos, não sou tão descrente, pois vão sempre alguns esthetas manter os bons valores, entretanto. Correntes e tendencias se renovam, mas creio em quem os classicos sustente.