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A PORTA VINGATIVA [4670]

Sahiu, batteu a porta. Entrou, tambem. Ignora o sonnettão parnasiano que falla em maldicção. Mas qualquer damno aos outros elle tracta com desdem. E batte a porta. Batte, firme, nem que seja às dez da noite ou, salvo enganno, até de madrugada. O tal do “urbano silencio”, diz, é “coisa de gay zen”. Echoa em todo o predio o barulhão. Coitada da avozinha, da tithia! Até que, certa tarde, a ventania empurra a porta e prende, delle, a mão. Os dedos, no battente, quebram. Mia o gatto ou foi seu grito? Os outros dão risada. O zelador, um cidadão pacato, elle tambem se delicia.

DE NOVO, AS POMBAS [6602]

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Voando vae a pomba, appavorada. Mais uma, duas, voam. Todo o bando levanta voo. O panico vem quando, correndo, o bassê chega na calçada. Mas ellas são malandras. Uma cada de volta vem, depois que esse nefando cachorro baixotinho foi fuçando em tudo, sem deixar excappar nada. Assim sempre rollou. Marrenta, a pomba de longe ja advistou o bassezinho e vae fazendo graça no caminho que o cão percorrerá. Delle ella zomba. Um dia, vae voar e rir, mas tromba no muro. No chão tomba. Rapidinho, o cão, que é caçador, seu excarninho revide então perpetra. A rede bomba.

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