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CARNAVAL CARICATURAL [5087]

O Bloco da Bengala tem de tudo, dos casos orthopedicos aos mais difficeis de acceitar entre os normaes, do velho ao alleijado barrigudo. Os cegos são um caso à parte: agudo ou chronico, o problema vae dos taes “invalidos” ja natos aos fataes “marcados pelo azar”, que entram no entrudo. Às tontas pela rua, sae o bloco, sem rhythmo, desmarcando-se, indeciso. Trombando, tropeçando pelo piso falhado, entre os passistas me colloco. O publico, assistindo, cae no riso rasgado. Por ser victima, me toco. Mas, sempre a bengalar, não perco o foco: “Preciso me aguentar em pé, preciso!”

DISSONNETTO PARA UM PAPPO DE BISTRÔ [2687]

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Garçon! Faça o favor! Corra e me traga, depressa, um chocolate, mas bem quente! Torradas com patê, mas um decente patê, sinão meu paladar estraga!

Aquella outra mesinha, alli, tá vaga? Prefiro sentar la. Me traga, urgente, presuncto fatiado, mas nem tente trazer daquelle, p’ra engannar quem paga! Eu quero do importado! Ah, não se exquesça do bollo, com recheio e cobertura, mas não com cobertura muito espessa nem com glacê de crosta muito dura!

Tem pinga de tonnel, da que envelhesça? Sim, vou querer cachaça, mas da pura, que a falsa só me dá dor de cabeça!

A compta? Ah, desta vez você pendura!

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