Professor, esta amostra apresenta alguns capítulos da coleção Singular & Plural. Nela, você poderá conhecer a estrutura da coleção e o conteúdo programático desenvolvido para proporcionar aulas ainda mais dinâmicas e completas. Os principais objetivos da obra são garantir ao professor autonomia em seu trabalho e ajudar os alunos a adquirir autonomia de ação e de pensamento. Cada volume é, ao mesmo tempo, singular, porque trata dos conteúdos a partir de temas essenciais aos alunos, e plural, porque valoriza a diversidade de ideias e culturas. Os livros estão divididos em três cadernos: Caderno de Leitura e Produção, Caderno de Práticas de Literatura, Caderno de Estudos de Língua e Linguagem. Em cada um desses cadernos, é priorizado um dos componentes do ensino da língua portuguesa. O professor também recebe um CD repleto de ferramentas multimídia que tornam as aulas muito mais dinâmicas.
Ensino Fundamental II
SINGULAR & PLURAL Leitura, produção e estudos de linguagem
laura de figueiredo • marisa balthasar • shirley goulart
SINGULAR & PLURAL
SINGULAR & PLURAL
amostra para degustação do professor
para degustação
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• Sumário da obra • Uma seleção de conteúdos didáticos para análise do professor
Singular & Plural
Leitura, produção e estudos de linguagem
Laura de Figueiredo Bacharel em Letras pela Universidade de São Paulo (USP). Mestre em Linguística Aplicada pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Professora em programas de formação continuada das redes estadual e municipal de São Paulo. Autora de materiais didáticos.
Marisa Balthasar Licenciada em Letras pela Universidade de São Paulo (USP). Doutora em Teoria Literária pela Universidade de São Paulo (USP). Professora em programas de formação continuada das redes estadual e municipal de São Paulo. Professora na rede pública por 14 anos. Professora em escolas particulares do ensino superior. Autora de materiais didáticos.
Shirley Goulart Licenciada em Letras pela Faculdade Rui Barbosa. Especialista em Literatura pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Professora em programas de formação continuada das redes estadual e municipal de São Paulo. Professora na rede pública por 15 anos. Professora em escolas particulares do ensino superior. Autora de materiais didáticos.
1a edição
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© Laura de Figueiredo, Marisa Balthasar, Shirley Goulart, 2012
Coordenação editorial: Áurea Regina Kanashiro, Mônica Franco Jacintho Edição de texto: Camila Ribeiro, Daniela Cristina Calvino Pinheiro, Mônica Franco Jacintho, Regiane de Cássia Thahira, Thelma de Carvalho Guimarães Assistência editorial: Anabel Ly Maduar, Átila Morand, Pedro Paulo Silva Preparação: Anabel Ly Maduar, Márcia Camargo, Solange Scattolini Coordenação de design e projetos visuais: Sandra Botelho de Carvalho Homma Projeto gráfico: Everson de Paula Capa: Marta Cerqueira Leite, Mariza de Souza Porto Foto de capa: Diana Ong. Rostos de arte moderna © Ikon Images/Superstock/Latinstock Coordenação de produção gráfica: André Monteiro, Maria de Lourdes Rodrigues Coordenação de arte: Maria Lucia Couto Edição de arte: Patricia Costa Assistência de produção: Ana Miadaira Editoração eletrônica: Arbore Comunicação Empresarial & Design Ilustrações: Alexandre Dubiela, Diogo Saito, Eugênia Nobati, Orlandeli, Paulo Manzi, Robson Araújo, Rogério Soud, Ricardo Figueroa, Viviana Bilotti Cartografia: Adilson Secco Coordenação de revisão: Elaine Cristina del Nero Revisão: Afonso N. Lopes, Ana Cortazzo, Ana Paula Luccisano, Luís M. Boa Nova, Maristela S. Carrasco, Millyane M. Moura Pesquisa iconográfica: Camila D’Angelo, Elizete Moura Santos, Luciano Baneza Gabarron As imagens identificadas com a sigla CID foram fornecidas pelo Centro de Informação e Documentação da Editora Moderna. Coordenação de bureau: Américo Jesus Tratamento de imagens: Bureau São Paulo, Fabio N. Precendo, Rodrigo Fragoso Pré-impressão: Alexandre Petreca, Everton L. de Oliveira Silva, Hélio P. de Souza Filho, Marcio H. Kamoto Coordenação de produção industrial: Wilson Aparecido Troque
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Figueiredo, Laura de Singular & plural : leitura, produção, estudos de linguagem / Laura de Figueiredo, Marisa Balthasar, Shirley Goulart. -São Paulo : Moderna, 2012.
Bibliografia.
1. Leitura (Ensino fundamental) 2. Português Gramática 3. Português - Redação (Ensino fundamental) I. Balthasar, Marisa. II. Goulart, Shirley. III. Título.
11-05907
CDD-372.61
Índices para catálogo sistemático: 1. Gramática : Português : Ensino fundamental 372.61 2. Português : Gramática : Ensino fundamental 372.61 ISBN 978-85-16-07141-7 (LA) ISBN 978-85-16-07142-4 (LP)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados EDITORA MODERNA LTDA. Rua Padre Adelino, 758 - Belenzinho São Paulo - SP - Brasil - CEP 03303-904 Vendas e Atendimento: Tel. (0_ _11) 2602-5510 Fax (0_ _11) 2790-1501 www.moderna.com.br 2012 Impresso na China 1 3 5 7 9 10 8 6 4 2
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Apresentação
Entregamos a você esta obra! Pensamos nela assim, como está, esperando que você aprenda mais, principalmente, a perguntar, pesquisar, discutir, compartilhar e conhecer. No Caderno de Leitura e produção, destacamos o trabalho com a leitura e a produção de textos – orais e escritos – bem diversos, dos quais você precisa na sua vida pessoal, na sua vida escolar e, além delas, na sua vida em sociedade. Este caderno será o “lugar” de falar de você, de você e o outro, e de você e o mundo! O lugar de lidar com diferentes linguagens e tecnologias, diferentes conhecimentos e pontos de vista sobre as coisas do mundo. No Caderno de Práticas de literatura, você vai vivenciar um dos lados mais criativos da língua! (Se é que há algum lado dela que não seja criativo!) Por meio dos textos literários e dos diálogos com outras linguagens, como a do cinema, da pintura, da escultura e tantas outras, vai poder descobrir a delícia que pode ser ler “textos que não servem para nada!”. E, enfim, no não menos importante Caderno de Estudos de língua e linguagem, você vai poder refletir sobre o que é, afinal, essa nossa língua portuguesa, que são tantas em uma só! Com tudo o que já sabe sobre essa língua que você fala e escreve, vai se surpreender com o que ainda há para saber sobre seus usos. Uma advertência: não espere encontrar nestes três cadernos os conhecimentos da língua só em “caixinhas”. Apesar de termos organizado os saberes da disciplina em três cadernos diferentes, em todos você vai encontrar um pouquinho de cada um deles. Isso porque os conhecimentos e os usos da língua são muitos, mas a língua em que são escritos todos os textos escolhidos para os cadernos é a língua portuguesa! Então, é isso! Bem-vindo a bordo desta “viagem” pelos cantos e recantos da nossa língua!
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Estrutura da obra Caderno de Leitura e produção
Unidade 1: aborda temas relacionados à adolescência.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Este caderno é composto de três unidades destinadas ao estudo de diferentes temas, por meio de leituras e produções de textos orais e escritos. Para essas unidades foram selecionados textos diversos, como notícias, reportagens, artigos de opinião, artigos de revistas e de divulgação científica, charges, tirinhas, crônicas, além de gêneros próprios da esfera escolar.
Unidade 2: aborda temas relacionados à diversidade cultural.
Unidade 3: aborda temas relacionados aos problemas da sociedade.
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Caderno de práticas de Literatura
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Este caderno é destinado à abordagem mais enfática em leitura e, eventualmente, trabalha a produção de textos literários. É composto de dois capítulos.
Por meio de leituras dirigidas, são exploradas características dos textos literários para que você possa “curtir” mais esses textos, descobrindo o que há neles de inventividade.
Esta unidade apresentará sempre dois capítulos. Mais flexível, sua estrutura dependerá das necessidades exigidas pelo texto em foco, bem como pela ênfase didática que se deseja garantir.
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Estrutura da obra
Caderno de estudos De língua E LINGUAGEM
Nos capítulos desta unidade, estudaremos a língua como o fenômeno social e histórico que nos possibilita interagir com os outros. Vamos observar e analisar os recursos com os quais podemos contar ao usar a língua nas várias situações da nossa vida.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Neste caderno, priorizamos a reflexão sobre aspectos da língua portuguesa que podem nos ajudar a ver com mais detalhes o que pode e o que quer essa língua, quando a usamos.
Nesta unidade, você estudará as regras da gramática normativa para o uso da variedade da língua padrão.
E, finalmente, nesta unidade você irá estudar a pontuação e a ortografia das palavras.
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FICHAS DE AVALIAÇÃO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Um dos grandes diferenciais desta obra são as fichas de avaliação das produções de textos (orais e escritos), destacáveis, que você e seu professor poderão usar.
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Nestas fichas, você encontrará critérios claros para orientá-lo na produção e avaliação de seus textos – o que o ajudará a aprender mais sobre o trabalho de produção de textos.
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Sumário Caderno de leitura e produção Mudanças e transformações. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 Capítulo 1: Está tudo tão diferente! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 • Leitura: Feliz de quem tem cem perninhas, de Índigo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 • Produção: diário ficcional. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 Conhecendo o gênero: diários. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 Atividade 1: diário íntimo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 Atividade 2: diário íntimo × diário ficcional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 Atividade 3: um exemplo de diário ficcional. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 Atividade 4: a construção da personagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 • Produzindo o texto: diário ficcional. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 • Roda de leitura: HQ. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 Níquel Náusea, de Fernando Gonsales Capítulo 2: E as coisas não param de mudar!. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 • Leitura: A agenda de Carol, de Inês Stanisieri. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 • Produção: festival de esquetes. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 Conhecendo o gênero: esquete. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 • Produzindo o texto: festival de esquetes. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46 • Roda de leitura: HQ. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48 O garoto de Marte, de Estevão Ribeiro, Ric Milk, Dandi Unidade 2
Todo mundo é diferente?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52 Capítulo 1: Culturas e identidades: por que e em que somos diferentes. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Unidade 1
• Leitura: Turma da Mônica, Mauricio de Sousa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56 I Quilombinho: garantindo prioridade nas políticas públicas para crianças quilombolas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59 • Produção: debate. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61 Conhecendo o gênero: debate. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61 Atividade 1: debates – o que são, para que servem e onde circulam? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61 Atividade 2: o que é argumentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63 Atividade 3: opinião e argumentação. Respeito aos turnos de fala. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68 Atividade 4: tipos de argumentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69 Atividade 5: expressões de concordância e discordância e uso de operadores de argumentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72 • Roda de leitura: limericks. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74 Limericks, de Edward Lear
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Capítulo 2: Eh nOixXx nAH fItaH. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76 • Leitura: Ser igual ou ser diferente. Essa é a questão?, Jairo Bouer e Sonia Francine. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78 Desvendando as gírias dos adolescentes, de Cínthya Dávila. . . . . . . . . . . . 83 • Produção: debate. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85 Conhecendo o gênero: debate. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85 Atividade 1: analisando uma situação de debate . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85 Atividade 2: produzindo o debate. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87 • Realizando o debate. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95 • Roda de leitura: limericks. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96 Limeriques dos tremeliques, Tatiana Belinky Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Unidade 3
Ler ou não ler, eis a questão!. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98
Capítulo 1: O que o pessoal anda lendo?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100 • Leitura: Para cada experiência, um herói, de Patrícia Peroco e Rosângela de Moura. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101 • Produção: apresentação oral. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104 Conhecendo o gênero: textos de apoio à apresentação oral . . . . . . . . . . . . 104 Atividade 1: o que você precisa saber sobre tabelas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104 Atividade 2: o que você precisa saber sobre gráficos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105 Atividade 3: os tipos de gráficos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106 Atividade 4: como descrever um gráfico ou uma tabela. . . . . . . . . . . . . . . 109 • Roda de leitura: crônica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112 Hora de dormir, de Fernando Sabino
Capítulo 2: Onde é que eu estou nas estatísticas?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116 • Leitura: Gráfico 1: O que a leitura significa para os brasileiros . . . . . . . . . . . . 117 Gráfico 2: Adolescentes, segundo hábitos de leitura (livros). . . . . . . . . . 118 Gráfico 3: Adolescentes, segundo tipo de leitura preferido. . . . . . . . . . . 118 Gráfico 4: Adolescentes, segundo leitura de jornais ou revistas. . . . . . 119 Gráfico 5: Limitações dos brasileiros para a leitura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119 Tabela 1: Adolescentes, por faixa etária, segundo as opções de lazer (nacional), 2001/2002. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119 • Produção: apresentação oral. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121 Conhecendo o gênero: apresentação oral. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122 Atividade 1: como fazer uma apresentação oral. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122 Atividade 2: apresentando os gráficos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123 Atividade 3: o passo a passo para uma apresentação oral . . . . . . . . . . . . 124 • Produzindo o texto: apresentação oral. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 126 • Roda de leitura: crônica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 130 O sem-banco que virou banqueiro, Moacyr Scliar
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Caderno de práticas de Literatura Unidade
Entre leitores e leituras: práticas de literatura. . . . 134
Capítulo 1: Por dentro da biblioteca. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 136 • Leitura: Depoimento de Geraldo Moreira Prado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 138 Pesquisa e ação: folheto de divulgação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 141 • Dos direitos e deveres dos usuários de biblioteca. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 143 Leitura: Regulamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 144 • Conhecendo melhor a biblioteca da escola. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 147 Pesquisa e ação: fala a respeito de Carlos Drummond de Andrade. . . 148 • Leitura: Aula de carnaval, de Ricardo Azevedo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 153 Restos do carnaval, de Clarice Lispector. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 155 Máscaras, de Menotti del Picchia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 158 • Literatura: a arte de convidar o leitor a experimentar realidades inventadas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 160 Os jeitos de reinventar a realidade: os gêneros literários . . . . . . . . . . . . . . . . 161 Aula de leitura, de Ricardo Azevedo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 162 Pesquisa e ação: leitura compartilhada. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 163 O doente imaginário, de Molière. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 164
Caderno de Estudos de Língua e linguagem
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Capítulo 2: A literatura pede passagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 150
Língua e linguagem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 170 Unidade 1
Língua e linguagem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 172
Capítulo 1: Língua, linguagem, discurso e sentidos . . . . . . . . . . . . . . . . 174 • Língua, discurso e sentidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 179 O que você consegue entender disso?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 180 Pesquisa e ação: curiosidades da língua . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 187 • Discurso, intencionalidade discursiva e sentidos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 188
Capítulo 2: A língua como um conjunto de variedades. . . . . . . . . . . 192 • Língua e mudança. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 192 Língua e variação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 195 • O uso da língua e as situações de comunicação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 201 Pesquisa e ação: dicionário de gírias. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 203
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Unidade 2
Língua e gramática normativa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 206
Capítulo 1: Gramaticalidade da língua . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 208 • A seleção e a combinação de palavras: os dois eixos da língua . . . . . . . . . . . . 211 • Gramaticalidade e gramática. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 212
Capítulo 2: Frase e oração. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 216 • Frase . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 216 • Oração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 217
Capítulo 3: Classes de palavras. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 221
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
• Organizamos as palavras em categorias. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 221 Formas de classificar ou de categorizar as palavras. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 222 Categorias ou classes de palavras. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 223
Capítulo 4: Substantivo: a classe de palavras que nomeiam as coisas no mundo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 230 • Classificação dos substantivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 231 • A importância dos substantivos no texto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 232
Capítulo 5: As classes de palavras que especificam os substantivos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 240 Unidade 3
Ortografia e pontuação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 248
Capítulo 1: Ortografia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 250 1. Grafia das palavras: com -r ou -rr?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 250 2. Grafia das palavras: com -ão ou -am?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 254 3. Grafia das palavras: com s ou z?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 258 As terminações -ês/-esa e -ez/-eza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 258 4. Acentuação das palavras. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 262 5. Acentuação gráfica das oxítonas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 264 6. Acentuação gráfica das paroxítonas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 265 7. Acentuação gráfica das proparoxítonas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 266
Capítulo 2: Pontuação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 268 1. A organização do texto em frases e os sinais de pontuação. . . . . . . . . . . . 268 2. A pontuação em textos que fazem uso do discurso direto e indireto . . 269 3. Juntando tudo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 279
Anexos
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 284
Fichas de avaliação
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Caderno de Leitura e produção Apresentação Um caderno de textos para seu dia a dia Você já reparou que, em nosso dia a dia, estamos o tempo todo em contato com a linguagem? Desde o primeiro “bom-dia” que falamos, passando pelos rótulos de produtos, sinais de trânsito, notícias de jornal, propagandas, até textos, vídeos, músicas da internet, etc. Ou seja, uma infinidade de palavras, sons, imagens dos quais não nos desligamos nem quando sonhamos. Com a linguagem nos expressamos, nos conhecemos, interagimos com os outros e com o mundo. Nas três unidades deste caderno, você vai entrar em contato com várias dessas linguagens para tratar de assuntos que dizem respeito a você, adolescente que vive conflitos e alegrias, bem como à sua relação com as pessoas mais próximas e com todo o planeta. Neste caderno, você vai ler e produzir textos que o ajudarão a se conhecer melhor, a expressar seus sentimentos, seus conhecimentos e suas opiniões. Textos que serão importantes para sua vida dentro e fora da escola. Pronto para isso?
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Unidade 1
Mudanças e transformações • Capítulo 1: Está tudo tão diferente! • Capítulo 2: E as coisas não param de mudar! Unidade 2
Todo mundo é diferente? • Capítulo 1: Culturas e identidades: por que e em que somos diferentes? • Capítulo 2: Eh nOixXx nAH fItaH Unidade 3
Ler ou não ler, eis a questão! • Capítulo 1: O que o pessoal anda lendo? • Capítulo 2: Onde é que eu estou nas estatísticas?
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Converse com a turma 1. Na sua opinião, o que esta imagem tem a ver com o tema desta unidade: Mudanças e transformações? 2. O que você observou na imagem para dar sua resposta? 3. Tudo na nossa vida está sempre mudando. Que mudanças importantes já aconteceram com você?
Mudanças e transformações 2011 THE M.C. ESCHER COMPANY – HOLLAND. ALL RIGHTS RESERVED
UNIDADE
Leitura e produção
4. Que outras mudanças você ainda espera que aconteçam?
O que vamos fazer nesta unidade Nesta unidade, vamos ler textos e discutir dois assuntos que têm tudo a ver com sua vida: a entrada no Fundamental 2 e as diversas mudanças que acontecerão com você daqui para a frente. A partir dessas discussões, vamos também criar personagens, escrever um diário de ficção e fazer um festival de esquetes de teatro.
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Quem é
Vamos pensar
ESCHER, M. C. Autorretrato. 1943. Fotografia.
ESCHER, M. C. Metamorfoses II. 1940. Xilogravura.
M. C. Escher Maurits Cornelis Escher nasceu em Leeuwarden, na Holanda, em 1898. Chegou a se matricular no curso de arquitetura na Escola de Belas-Artes de Haarlem, mas uma semana depois decidiu estudar artes gráficas. Após terminar os estudos, Escher viajou para a Itália, onde conheceu Jetta Umiker, que se tornaria sua esposa. Os dois viveram em Roma até 1935. Durante esse período, Escher viajou todo ano pela Itália esboçando cidades, paisagens rurais e monumentos. Esses desenhos, mais tarde, se tornariam a base para suas xilogravuras e litogravuras. Em 1935 Escher se mudou para a Suíça e dois anos depois foi para a Bélgica, onde começou a trabalhar com formas geométricas inspiradas em mosaicos islâmicos. Autor de obras reconhecidas pelo detalhismo e qualidade técnica, Escher se considerava um artista gráfico que criava imagens com impressionantes efeitos de ilusão de óptica, muitas delas baseadas em conceitos matemáticos. Faleceu em seu país natal em 1972.
THE GRANGER COLLECTION/OTHER IMAGES - 2011 THE M.C. ESCHER COMPANY – HOLLAND. ALL RIGHTS RESERVED
Por que as mudanças e transformações são necessárias à vida? Elas são fáceis ou difíceis? Por quê?
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Leitura e produção
Capítulo
1
Está tudo tão diferente! Leia esta tirinha. Leandro Robles
Disponível em: <http://www.escoladeanimais.com/imagem-584>. Acesso em: 28 jan. 2011.
Converse com a turma
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
leandro roBles
ESCOLA DE ANIMAIS
1. Observe os balões dos quadrinhos e responda: a) Em quais quadrinhos há fala e em quais há apenas os pensamentos das personagens? b) O que você observou para dar essa resposta? 2. Por que, no segundo quadrinho, a palavra mãe foi escrita com uma letra maior? 3. Por que Coal ficou envergonhado? 4. Coal parece surpreso e aliviado nos últimos quadrinhos. Por quê? 5. Quando você estava no 4o ou no 5o ano, chamava sua professora simplesmente pelo nome, ou usava palavras como tia, dona, professora? 6. Você continua a chamar os professores do 6o ano da mesma forma? Por quê? 7. O que você está achando de ter vários professores? 16
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Agora leia esta outra tira. Leandro Robles
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
leandro roBles
ESCOLA DE ANIMAIS
Disponível em: <http://www.escoladeanimais.com/imagem-360>. Acesso em: 28 jan. 2011.
Converse com a turma 1. O que você acha da atitude dos colegas de Coal no primeiro quadrinho? 2. Qual a diferença entre essa atitude e aquela que as personagens tiveram na tirinha anterior? 3. Você levava lancheira para a escola? Ainda leva? 4. Que tipo de coisa você fazia no 5o ano que acha que não vai mais fazer? 5. Que coisas você acha que não fazia antes e que vai começar a fazer no 6o ano?
O que vamos fazer neste capítulo Neste capítulo, vamos discutir as dificuldades de sair do Fundamental 1 e entrar no Fundamental 2. Vamos também criar personagens e escrever um diário ficcional, contando o dia a dia deles. 17
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Leitura e produção
Leitura aleX almeida/folhapress
Quem é
Converse com a turma Nesta seção, você vai ler o trecho de um romance infantojuvenil. Nele, uma garota de 11 anos, Ágata, conta as aventuras e as dificuldades vividas durante o tempo em que cursou o 6o ano. Ao final do romance, o leitor percebe como esses acontecimentos ajudaram-na a crescer e a ficar mais segura de si. Antes de começar a leitura, converse com seus colegas. 1. As imagens a seguir ilustram um processo de metamorfose. Observe atentamente as imagens e responda: Você saberia explicar o que é metamorfose?
Índigo Jornalista de formação, Índigo é paulista de Campinas e nasceu em 1971. Decidiu se dedicar à literatura depois que começou a publicar seus contos na internet. Escreve de tudo um pouco: reportagens, roteiros para filmes, textos publicitários, etc. Mas sua especialidade mesmo é escrever livros infantojuvenis. Entre suas obras, destacam-se O colapso dos bibelôs, Amizade improvável e Um dálmata descontrolado. Em 2006, recebeu do Ministério da Educação o prêmio Literatura para Todos pelo seu livro Cobras em compota.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
sTeven russell smiTh phoTos/shuTTersToCK
Índigo, São Paulo, 2008.
Imagens da metamorfose de uma borboleta (monarch - Danaus plexippus). Disponível em: <http://osseresvivos.blog.terra.com.br/2009/03/04/metamorfose>. Acesso em: 28 jan. 2011.
2. O trecho que você vai ler pertence ao livro Perdendo perninhas. Nele, Ágata conta como se sentiu no primeiro dia de aula. a) Considerando que se trata de um livro para adolescentes, por que você imagina que a autora escolheu esse título? b) Depois de ler o texto, verifique se a sua resposta está coerente. 3. Como você se sentiu no seu primeiro dia de aula no 6o ano? Converse com seus colegas. 4. Leia o texto e verifique se seus sentimentos se assemelham aos de Ágata.
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Feliz de quem tem cem perninhas Não eram nem sete horas da manhã e eu já estava escondida atrás de uma banca de jornal, tremendo de frio. Eu tremia de frio porque Mirela, minha segunda melhor amiga, mandou eu tirar a blusa de lã e escondê-la no fundo da mochila. Aquela blusa de lã ia estragar tudo. Depois ela mandou eu puxar a camiseta do uniforme para fora da calça. Puxei a camiseta para fora. — Cadê a Cíntia? — perguntou Mirela. Cíntia era minha melhor amiga. Éramos em três: Cíntia, Mirela e eu. Enquanto falava comigo, Mirela mexia no meu cabelo. Parte da franja eu punha atrás da orelha direita. Sempre foi assim. Mirela não queria mais que minha orelha servisse de anteparo para a franja e a puxou para frente. — Beeeeeem melhor... — disse. — Então, cadê a Cíntia? Quero ver suas meias. Eu não sabia de Cíntia. Ergui a calça. Meias brancas, lisas, normais. Eu sabia pouca coisa nesse dia. Sabia que toda lagarta, em algum ponto de sua vida, vai passar por uma metamorfose. Ela deixa de ter dezenas de perninhas, ganha duas asas coloridas e se transforma numa linda borboleta. Mas nessa manhã eu não queria ser linda e sair voando por aí. Eu trocaria duas lindas asas coloridas por dezenas de perninhas. É mais seguro. Nessa manhã fria eu deixava de ter controle sobre a minha forma. Como uma lagarta que chega ao ponto de metamorfose, eu sabia que era hora de me enfiar num casulo, me dissolver numa sopa de DNA e me reorganizar. Essa era minha situação. Com a única diferença que, no meu caso, não havia casulo onde eu pudesse me enfiar. Nesse primeiro dia de quinta série eu me sentia como uma sopa e o futuro era incerto. — Vamos esperar mais cinco minutos e daí entramos. O portão da escola já estava aberto e quando meu pai, minutos antes, me deixou ali, ele perguntou se não íamos entrar. Mirela respondeu por mim dizendo que sim, que já estávamos entrando. E meio que entramos. Mas assim que ele virou a esquina corremos para trás da banca de jornal, por causa da minha blusa de lã que ia estragar tudo. Glossário Casulo: espécie de casinha de seda ou outro material, construída pela larva de alguns insetos, dentro da qual acontece a metamorfose, ou seja, a transformação da larva em um animal adulto. DNA: substância que existe no interior das células e que contém as informações hereditárias, ou seja, as características que são herdadas de geração em geração. 19
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Leitura e produção
Em menos de cinco minutos eu estaria oficialmente no segundo ciclo e isto muda tudo na vida de uma pessoa. Eu teria muitas professoras, uma para cada matéria e nenhuma delas seria responsável pela nossa classe. Em menos de cinco minutos ninguém mais seria responsável por nós, pois em menos de cinco minutos seríamos responsáveis por nós mesmas. E nunca mais eu poderia acordar tarde e ligar a televisão. Agora, até o fim da minha vida, eu teria que acordar cedo, tomar banho, escovar os dentes e partir para minhas obrigações, com o céu ainda escuro. Era preciso tomar muito cuidado porque dentro de quatro minutos todas as pessoas na escola seriam mais velhas do que eu. As crianças estudavam à tarde. De manhã não havia criança na escola. As pessoas que estudavam de manhã eram livres. Elas viviam com seus pais, mas era diferente. Elas haviam adquirido independência de pensamento, tinham opiniões próprias e faziam abaixo-assinados. Mais três minutos e eu estaria no meio delas. E este seria apenas o primeiro de quatro anos de matérias dificílimas, com provas de cinco páginas, em que minha nota seria um número, não mais uma letra. E os números, ao contrário das letras, não têm fim. — Mais dois minutos — disse Mirela. Mais dois minutos e eu entraria para a escola onde estudei a vida inteira. O mesmo prédio, as mesmas classes, as mesmas carteiras. E isso era o mais apavorante de tudo. Talvez, ao passar por aquele portão, um aluno do colegial atirasse Mirela e eu dentro do tanque de areia. Talvez jogassem futebol com alunas do nosso tamanho. A gente, sendo a bola. — Pronto. Vamos — disse Mirela. […] ÍNDIGO. Perdendo perninhas. São Paulo: Hedra, 2006. p. 9-12. (Fragmento).
Primeiras impressões 1. De acordo com Ágata, quais mudanças ocorreriam na sua vida daquele dia em diante? 2. Ágata parece segura e tranquila ou insegura e preocupada com essas mudanças? Cite trechos do texto que comprovem isso. 3. Qual é a semelhança entre a metamorfose da lagarta e o que está acontecendo com Ágata? • Qual seria a relação entre a metamorfose e o título Perdendo perninhas? 4. Na sua opinião, por que Mirela mandou Ágata tirar a blusa de lã, colocar a camiseta para fora da calça e deixar de prender a franja atrás da orelha? 5. Ágata obedeceu a Mirela? Você agiria da mesma forma? 6. Segundo Ágata, qual era a diferença entre as pessoas que estudavam de manhã e as que estudavam à tarde? 7. Ágata se parece com as pessoas que estudam de manhã? Por quê? 8. Seus sentimentos são parecidos com os de Ágata em relação à mudança do 5o para o 6o ano? Que tipo de situação o/a preocupou? 9. O que você acha que pode fazer para resolver suas preocupações? 20
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O texto em construção 1. Procure no texto adjetivos que caracterizem a personagem Mirela. Antes leia o boxe:
2. Observe a tabela a seguir. Do lado esquerdo, há trechos que descrevem ações de Mirela. Do lado direito, estão os mesmos trechos, porém com algumas palavras alteradas.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Trechos do texto lido
Trechos com alterações
Mirela mandou eu tirar a blusa de lã e escondê-la.
Mirela pediu/sugeriu que eu tirasse a blusa de lã e a escondesse.
Aprenda mais sobre adjetivos no Capítulo 1, da Unidade 1, do Caderno de Estudos de língua e linguagem.
Clipe
roGer ressmeyer/sCienCe faCTion/GeTTy imaGes
Adjetivos são palavras que se ligam ao substantivo para atribuir-lhe uma qualidade, um estado ou outras características.
Mirela mandou eu puxar a ca- Mirela pediu/sugeriu que eu 2 miseta do uniforme para fora da puxasse a camiseta do uniforme calça. para fora da calça.
3
Mirela não queria mais que minha orelha servisse de anteparo para a franja e a puxou para a frente.
4 Mirela respondeu por mim.
Mirela aconselhou que minha orelha não servisse mais de anteparo para a franja e sugeriu que eu a puxasse para a frente. Mirela esperou que eu respondesse.
a) Qual seria a diferença se, em vez de usar a forma verbal mandou, a autora tivesse escrito pediu ou sugeriu, como aparece nas linhas 1 e 2 da tabela? b) Observe as linhas 3 e 4 da tabela. Quais construções indicam que Mirela parece respeitar mais a amiga: as da coluna da esquerda ou as da direita? Por quê? c) É possível imaginar o jeito de ser de Mirela a partir das ações na coluna à esquerda na tabela? Ela é calma ou agitada, brava ou boazinha, mandona ou obediente, insegura ou decidida? d) E Ágata? Como você a compararia a Mirela? Que ações dela comprovam sua opinião? 3. Você sabe o que é contagem regressiva? • Em que outras situações, além das citadas no quadro ao lado, você pode usar ou se referir a uma contagem regressiva? 4. Há, no texto, um tipo de contagem regressiva. Como ela foi feita? 5. Na sua opinião, o que a autora quis mostrar com essa contagem regressiva?
Lançamento de foguete, Cabo Canaveral (Flórida), 2009.
Três, dois, um... já! Contagem regressiva é contar de trás para frente. De um número qualquer até chegar ao zero. Esse tipo de contagem geralmente é usado para dar início a algo muito importante. As contagens regressivas mais conhecidas são aquelas feitas para o lançamento de foguetes ou para dar início a um novo ano. Mas você pode fazer contagem regressiva para diversas situações: para iniciar um jogo, para o início das férias, para seu aniversário: faltam 2 meses, falta 1 mês, faltam 5 dias, 4, 3, 2, 1... Oba! Hoje é meu aniversário!
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Leitura e produção
Produção: diário ficcional Na seção de produção de texto deste capítulo, vamos propor que você escreva um diário ficcional. Para isso, é importante que você primeiro conheça os diferentes tipos de diário e suas principais características. Vamos lá?
Conhecendo o gênero: diários Converse com a turma 1. Você sabe o que é um diário? 2. Já escreveu ou costuma escrever um diário? 4. Há quem use a própria agenda como diário. Você tem agenda ou já teve? Como a usa ou a usava? Você acha importante utilizar uma agenda? 5. Você sabe o que é um livro de memórias? O que ele tem em comum e de diferente em relação a um diário?
Atividade 1: diário íntimo O texto a seguir foi escrito na época da Segunda Guerra Mundial, quando o povo judeu teve todos os seus direitos desrespeitados e foi cruelmente perseguido e assassinado pelos nazistas. Leia-o e responda às questões.
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3. Você deixaria alguém ler o seu diário? Por quê?
12 de junho de 1942 Espero poder contar tudo a você, como nunca pude contar a ninguém, e espero que você seja uma grande fonte de conforto e ajuda. [...] Domingo, 14 de junho de 1942 Vou começar com o momento em que ganhei você, o momento em que o vi na mesa, entre meus outros presentes de aniversário. (Eu estava junto, quando você foi comprado, mas isso não contava.) Na sexta-feira, 12 de junho, acordei às seis horas, o que não é de espantar, já que era meu aniversário. Mas não tenho permissão de levantar a essa hora, por isso tive de controlar minha curiosidade até quinze para as sete. Quando não pude mais esperar, fui para a sala de jantar, onde Moortje (a gata) me deu as boas-vindas se esfregando em minhas pernas. 22
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Pouco depois das sete fui ver papai e mamãe, e depois fui à sala abrir meus presentes, e você foi a primeira coisa que vi, talvez um dos meus melhores presentes. Depois um buquê de rosas, algumas peônias e um vaso de planta. De papai e mamãe ganhei uma blusa azul, um jogo, uma garrafa de suco de uva, que em minha mente tem gosto parecido com vinho (afinal de contas, o vinho é feito de uvas), um quebra-cabeça, um pote de creme frio, 2,50 florins e um vale para dois livros. Também ganhei outro livro, Câmera obscura (mas Margot já tem, por isso troquei o meu por outra coisa), um prato de biscoitos caseiros (que eu mesma fiz, claro, já que me tornei especialista em biscoitos), montes de doces e uma torta de morangos, de mamãe. E uma carta da vó, que chegou na hora certa, mas claro que foi só uma coincidência. Então Hanneli veio me pegar, e fomos para a escola. Durante o recreio distribuí biscoitos para os meus professores e meus colegas, e depois estava na hora de voltar aos trabalhos. Só cheguei em casa às cinco horas, já que fui à ginástica com o resto da turma. (Não tenho permissão de participar, porque meus ombros e meus quadris tendem a se deslocar.) Como era meu aniversário, pude decidir o que meus colegas jogariam, e escolhi vôlei. Depois todos dançaram ao meu redor e cantaram “Parabéns pra você”. [...] Quarta-feira, 24 de junho de 1942 Querida Kitty, Faz um calor sufocante. Todo mundo anda bufando e se esfalfando, e neste calor eu tenho de andar para todo canto. Só agora percebo como é agradável um bonde, mas nós judeus não temos mais permissão de usar esse luxo. Ontem, na hora do almoço, eu tinha uma consulta com o dentista na Jan Luykenstraat. Fica longe de nossa escola, na Stadstimmertuinen. Naquela tarde quase dormi em minha cadeira. Felizmente, as pessoas automaticamente oferecem alguma coisa para a gente beber. A assistente do dentista é realmente gentil. O único meio de transporte que temos permissão de usar é a balsa. O balseiro Josef Israëlkade transportava a gente quando a gente pedia. Não é culpa dos holandeses se nós judeus estamos passando por um período tão ruim. Eu gostaria de não precisar ir à escola. Minha bicicleta foi roubada durante os feriados de Páscoa, e papai entregou a bicicleta de mamãe para ser guardada por uns amigos cristãos. Graças a Deus as férias de verão já estão chegando; mais uma semana e nosso tormento vai acabar.
Clipe Quem é Kitty? Anne Frank sentia falta de ter uma amiga de verdade com quem pudesse compartilhar seus sentimentos. Para suprir essa carência, imaginava que seu diário era uma garota de nome Kitty.
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Ontem de manhã aconteceu uma coisa inesperada. Enquanto eu passava pelos bicicletários, ouvi meu nome sendo chamado. Virei e lá estava o garoto legal que eu tinha conhecido na tarde anterior em casa de minha amiga Vilma. Ele é primo em segundo grau de Vilma. Eu costumava achar Vilma legal, e ela é, mas ela só fala de garotos, e isso é uma chatice. Ele veio em minha direção, meio tímido, e se apresentou como Hello Silberberg. Fiquei meio surpresa, e não tinha certeza do que ele queria, mas não demorei muito a descobrir. Ele perguntou se eu o deixava me acompanhar até a escola. — Se você estiver indo naquela direção, vou com você — falei. E nós fomos andando juntos. Hello tem dezesseis anos e é bom em contar todo tipo de histórias engraçadas. Esta manhã ele estava me esperando de novo, e espero que daqui em diante esteja sempre. Anne 1. Qual parte do texto deixa claro que os judeus eram vítimas de discriminação durante a Segunda Guerra? 2. Você acha correto alguém ser tratado de forma diferente por causa de sua origem, religião, classe social, cor da pele ou sexo? 3. Uma palavra pode ter diferentes sentidos. Leia a seguir um verbete de dicionário que mostra alguns dos sentidos da palavra diário. DIÁRIO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Leitura e produção
a. 1. Que se faz ou ocorre diariamente (jornal diário, tarefas diárias) sm. 2. Caderno, livro etc. em que alguém registra diária ou quase diariamente os acontecimentos de sua vida, seus pensamentos etc. 3. Registro dos acontecimentos do dia a dia de uma atividade, instituição, profissão etc. (diário de classe/de bordo) 4. Jornal publicado diariamente. 5. Pop. Despesa ou gasto de cada dia. [F.: Do lat. diarius, a, um, ‘do dia’, e do lat. diarium, ii, ‘pagamento de um dia de trabalho’; ‘registro feito a cada dia’, substv. do neutro do adj.] Disponível em: <http://aulete.uol.com.br>. Acesso em: 4 fev. 2011.
a) O texto de Anne Frank, que você acabou de ler, pode se referir a qual dos sentidos do verbete? b) O que há no texto lido que justifica a sua resposta?
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4. Que palavras do texto indicam a passagem do tempo? 5. Algumas pessoas, quando escrevem diários, costumam iniciar o relato de cada dia com um vocativo. • Qual o vocativo utilizado no texto lido?
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Diário Os textos a que geralmente chamamos diário têm algumas características comuns: • relatam diariamente acontecimentos vividos por quem conta a história; • trazem a data em que cada relato foi escrito; • em geral, o relato de cada dia inicia-se com um vocativo do tipo “Querido diário...”.
Atividade 2: diário íntimo × diário ficcional Nesta atividade, você lerá algumas sinopses para perceber as diferenças entre o diário íntimo e o diário ficcional.
Vocativo O vocativo é usado para chamar a atenção do nosso interlocutor. É uma espécie de chamamento e pode estar no início, no meio ou no fim da oração. Pode aparecer em nossa fala do dia a dia (Sofia, vem almoçar / Oi, Cris, tudo bem?), mas também é bastante encontrado na escrita: seja na literatura (“Dorme, minha mãe, e meus braços / como a lua / na clareira de um bosque” — TREVISAN, Armindo. In: Poesia fora da estante. Porto Alegre: Projeto, 2002. p. 90. v. 2.), em cartas e bilhetes (Querida vovó, estou com saudades.) ou em diários (Querido diário, hoje tive um dia difícil...).
1. Reúna-se com um colega e, juntos, leiam as sinopses abaixo. Depois, preencham a tabela de acordo com as orientações dadas.
Um mundo de aventuras
O diário de Débora
Conceito do leitor: Autor: SCHÜRMANN, HELOISA Editora: RECORD Assunto: RELATOS DE VIAGENS E AVENTURA
Conceito do leitor: Autor: PRATA, LILIANE Editora: MARCO ZERO Assunto: INFANTOJUVENIS – LITERATURA JUVENIL
Sinopse:
Sinopse:
o Heloisa Schürmann, professora e escritora, escolheu os fimar como forma de vida. Com o marido Vilfredo e anvelej da déca uma lhos Pierre, David e Wilhelm passou mar, no anos do ao redor do mundo e escreveu o livro Dez isa no qual conta essa incrível aventura. Em 1997, Helo lante zarpou novamente com a família e uma nova tripu nave meio e anos — Kat, sua filha de 5 anos. Foram dois ilhas s, paíse gando por três oceanos, conhecendo muitos o, longínquas e culturas exóticas. A bordo do veleiro Ayss marela escreveu seu diário, relatando os momentos mais Uma . turas aven de do cantes, descritos agora em Um mun viaa ness narrativa que transforma o leitor em tripulante gem de sonhos. Disponível em: <http://www.livrariacultura.com. br/scripts/resenha/resenha.asp?nitem=3039778&s id=7622161071369578011134753>. Acesso em: 30 jun. 2011.
O livro O diário de Débora é o diário de uma garota de 15 anos. Débora é uma adolescente típica, que um dia gosta de um menino, no outro o odeia, tinge o cabelo de loiro e se arrepende, acha que o mundo está contra ela, inventa uma coisa diferente a cada dia e cisma que tem celulite. Com uma linguagem leve e coloquial, o livro aborda questões da adolescência de forma descontraída e bem-humorada. Disponível em: <http://www.livrariacultura.com. br/scripts/resenha/resenha.asp?nitem=720025&s id=7622161071369578011134753>. Acesso em: 30 jun. 2011.
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Leitura e produção
O diário (nem sempre) secreto de Pedro
O diário de Anne Frank
Autor: ANDRADE, TELMA GUIMARÃES CASTRO Ilustrações: PAULO TENENTE Editora: SARAIVA
Autor: FRANK, ANNE Tradutor: CALADO, ALVES , MIRJAM Organizadores: FRANK, OTTO H.; PRESSLER Editora: RECORD SE Assunto: BIOGRAFIAS, DIÁRIOS, MEMÓRIA CORRESPONDÊNCIAS
Sinopse:
o diário Este livro é uma edição que traz na íntegra seu pai cortou de Anne Frank, com todos os trechos que e lida. É copara a publicação de 1947, já tão conhecida tenebroso o text con movente descobrir que mesmo no flitos de con e do nazismo e guerra, ela viveu problemas Anne Frank uma adolescente de qualquer lugar e tempo. foi a Segunregistrou admiravelmente a catástrofe que documentos os e da Guerra Mundial. Seu diário está entr é também mais duradouros produzidos neste século, mas la a força inuma narrativa tenra e incomparável, que reve destrutível do espírito humano.
Pedro é um adolescente comum, irrequieto e cheio de questionamentos: sobre o corpo, sobre o comportamento das pessoas. Escreve seu cotidiano em um diário, onde coloca suas surpresas, decepções, esperanças e dúvidas. É um relato bem-humorado, com alguns toques de ironia, mas cheio de prazer pela vida, curiosidade pelas novas descobertas e alegria pela primeira conquista amorosa. Disponível em: <http://www.editorasaraiva. com.br/obrasDetalhes.aspx?arg=448>. Acesso em: 4 fev. 2011.
Disponível em: <http://www.livrariacultura.com.br/scripts/cultura/ resenha/resenha.asp?nitem=156639&sid=8620471781282159639636 4032&k5=1BE4B121&uid=>. Acesso em: 4 fev. 2011.
• Nas colunas adequadas, identifiquem quem escreveu o livro e quem narra a história. Depois, na coluna Tipo de diário, classifiquem os livros de acordo com as categorias a seguir. • Diário íntimo. • Diário de viagem. • Diário ficcional. Título do livro O diário de Débora Um mundo de aventuras O diário de Anne Frank O diário (nem sempre) secreto de Pedro
Quem escreveu o livro?
Quem narra a história?
Tipo de diário
Para saber mais sobre sinopse
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Sinopse:
Sinopse é uma espécie de resumo de livro ou filme, feito com o objetivo de ajudar o leitor a fazer uma escolha. Podem-se ler sinopses em jornais, revistas ou sites da internet. Em geral, a sinopse traz uma avaliação (uma classificação por estrelinhas, por exemplo) e outras informações importantes para decidirmos se queremos ou não comprar o livro ou assistir ao filme. A sinopse de um filme, por exemplo, pode trazer também o horário e local de exibição. A de um livro também pode apresentar a quantidade de páginas e o preço.
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2. A qual das sinopses relacionam-se os trechos lidos na Atividade 1? 3. Qual desses livros você gostaria de ler? Por quê? 4. O texto que você leu no início deste capítulo (Feliz de quem tem cem perninhas) não pode ser considerado exatamente um diário. Por quê? Estas são, portanto, as diferenças entre diário íntimo e diário ficcional.
Quem escreve?
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Quem narra a história?
Diário íntimo Qualquer pessoa pode escrever um diário íntimo, desde que se disponha a escrever diariamente ou, pelo menos, com boa frequência. O próprio autor do diário.
Para quem é Para si mesmo. Não é escrito para outra escrito? pessoa ler. Qual o objetivo?
Diário ficcional Escritor profissional/autor. Num diário de ficção, existe uma personagem que vive e narra uma história inventada. Por isso podemos dizer que se trata de um narrador-personagem. Para um público determinado: infantil, juvenil ou adulto.
Registrar dia a dia os acontecimentos vividos Leitura literária. Entretenimento. e os sentimentos despertados por eles.
Normalmente, não circula em lugar Onde circula, nenhum. É particular e apenas seu autor é publicado, tem acesso. É publicado apenas em alguns vendido ou casos, em geral por ter valor histórico, distribuído? como o diário de Anne Frank.
Tem circulação ampla: pode ser encontrado em livrarias ou bibliotecas.
Atividade 3: um exemplo de diário ficcional Para escrever um diário de ficção, é importante que antes você conheça um bom exemplo desse tipo de texto. Você vai ler um trecho do divertido livro Diário de um banana, que teve mais de cinco milhões de exemplares vendidos nos Estados Unidos e foi traduzido para mais de 20 línguas. Vamos lá?
Diário de um banana Setembro • Terça-feira Em primeiro lugar, quero esclarecer uma coisa: isto é um LIVRO DE MEMÓRIAS, não um diário. Eu sei o que diz na capa, mas, quando a mamãe saiu para comprar essa coisa, eu disse ESPECIFICAMENTE que queria um caderno sem a palavra “diário” escrita nele. [...] A outra coisa que eu quero esclarecer agora mesmo é que isso foi ideia da minha MÃE, não minha. Mas se ela acha que vou escrever meus “sentimentos” aqui ou coisa do tipo, ela está louca. Então, só não espere que eu seja todo “Querido Diário” isso, “Querido Diário” aquilo. 27
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Leitura e produção
Jeff Kinney – O Diário de um Banana – Vergara & Riba Editora, 2008
A única razão de eu ter aceitado isso é porque imagino que, mais para a frente, quando eu for rico e famoso, vou ter coisas melhores para fazer do que ficar respondendo a perguntas bestas o dia inteiro. Daí este livro vai vir a calhar.
Jeff Kinney – O Diário de um Banana – Vergara & Riba Editora, 2008
[...] Hoje é o primeiro dia de aula, e agora só estamos esperando que o professor acabe logo de decidir quem senta onde. Então, pensei que podia escrever neste livro para passar o tempo. Aliás, deixe-me lhe dar um bom conselho. No primeiro dia de aula, você tem que tomar cuidado onde senta. Você entra na classe, joga suas coisas em qualquer carteira e, quando vê, o professor está dizendo:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Jeff Kinney – O Diário de um Banana – Vergara & Riba Editora, 2008
Como eu disse, um dia vou ser famoso, mas por enquanto estou preso no ensino fundamental com uma cambada de débeis.
Assim, nesta classe, acabei com o Chris Hosey na minha frente e o Lionel James atrás. [...] 28
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Jeff Kinney – o diário de um Banana – verGara & riBa ediTora, 2008
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• Sábado Bom, a primeira semana de aula finalmente terminou, então hoje eu dormi até tarde. [...] Eu não tinha nada para fazer hoje, então só fui para a casa do Rowley. Rowley é, tecnicamente, o meu melhor amigo, mas isso, com certeza, está sujeito a mudanças. Eu tenho evitado ele desde o primeiro dia de aula, quando ele fez uma coisa que realmente me chateou. A gente estava pegando as coisas nos armários, depois da aula, e o Rowley chegou e disse:
Converse com a turma 1. Em que série escolar estão Gregory e Rowley? 2. Na sua opinião, por que Greg não quer mais que Rowley diga “brincar”? 3. Releia o último parágrafo. • Por que você acha que Rowley não está contribuindo para a boa imagem de Greg? 4. Que conselho Greg dá em relação ao primeiro dia de aula? 5. Você vê alguma semelhança entre Greg e Mirela (a personagem do livro Perdendo perninhas)?
Já falei para o Rowley pelo menos um bilhão de vezes que, agora que a gente está no 6o ano, você tem que dizer “dar um tempo”, não “brincar”. Mas não importa quantas vezes eu reclame, ele sempre se esquece na vez seguinte. Tenho tentado ser bem mais cuidadoso com a minha imagem desde que entrei no 6o ano, mas ter o Rowley por perto realmente não está ajudando. […] KINNEY, Jeff. Diário de um banana. Vol. 1: Um romance em quadrinhos. São Paulo: Vergara & Riba Editoras, 2008. p. 1-2; 4; 16-18. (Fragmento).
1. Como você já sabe, em um diário ficcional, o autor do livro e o narrador da história são diferentes. a) Quem é o autor do trecho lido? b) Quem narra a história? 2. Quem narra os acontecimentos é uma personagem ou uma pessoa real? 3. Que palavras no texto indicam que os acontecimentos narrados ocorreram em dias diferentes e não no mesmo dia? 4. Como você já viu, os relatos do diário costumam ser iniciados por um vocativo. Que parte do texto que você acabou de ler fala dessa característica dos diários? • Com que intenção Greg afirma que não vai usar o vocativo? 29
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Leitura e produção
5. Observe a diferença entre livro de memórias e diário. Livro de memórias Geralmente narra apenas os acontecimentos mais marcantes de alguém importante e é escrito depois que a pessoa já viveu bastante.
Diário Geralmente é escrito por pessoas comuns (na maioria, jovens) e narra todo tipo de acontecimento cotidiano, inclusive aqueles não muito importantes.
a) A partir da análise que você fez do texto lido, você considera que se trata de um diário ficcional ou de um livro de memórias? Por quê? b) Considerando as características de Greg, por que você acha que ele se recusa a dizer que está escrevendo um diário e prefere dizer que escreverá um livro de memórias?
Atividade 4: a construção da personagem Como vimos nas atividades em que analisamos as características da personagem Mirela, conhecemos uma personagem não só por meio das descrições de sua aparência física, mas principalmente por suas ações e pensamentos. Observe a construção de duas personagens nos trechos a seguir. 1. Leia este trecho de um diário de ficção. Sexta-feira, 6
Querido Diário Otário, Não sei se já falei da Angelina alguma vez, mas ela é uma menina do meu colégio que é linda, maravilhosa, popular e que tem cabelos cor de ouro (como se alguém achasse isso bonito!). Isabella e eu estávamos no corredor hoje e a Isabella tentou desesperadamente conversar com a Angelina [...]. Enfim, a Angelina só deu uma olhada para a Isabella como se ela fosse alguma coisa muito estranha e um pouco nojenta — como um caracol virado do avesso — e, sem dizer uma única palavra, seguiu em frente. […] BENTON, Jim. Querido Diário Otário. Vol. 1: É melhor fingir que isso nunca aconteceu. São Paulo: Fundamento Educacional, 2009. p. 14-15. (Fragmento).
a) Que características de um diário você percebe neste texto? b) Copie os adjetivos usados para descrever Angelina. c) Angelina também parece ser convencida e antipática, mas não há esses adjetivos no texto para caracterizá-la. Que parte do trecho lido demonstra essas características? d) Esse trecho demonstra uma ação de Angelina ou descreve seus pensamentos? 30
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2. Agora leia este trecho tirado de outro diário ficcional. Junho – 19 – segunda-feira
Sabe, diário, sempre que a Nanda vem aqui, depois eu fico pensando. Às vezes, eu acho ela muito “entrona”. É, atirada, com esse negócio de meninos e beijo. [...] Tem umas roupas que ela usa que eu acho que não tem nada a ver, fica até um pouco oferecida. Aposto que os meninos devem ficar comentando... Não gosto disso. Mas tem umas coisas também bem legais nela. Tá sempre inventando algo diferente para fazer. [...] Pra ela, parece que tudo é fácil. Tem a ideia e pronto. Vai lá e faz. Pra mim, não. Tudo parece difícil, mas eu gosto muito dela. Isso é o que importa. A gente é mesmo muito diferente, mas eu adoro ela. […] STANISIERE, Inês. A agenda de Carol. Belo Horizonte: Leitura, 2006. p. 52. (Fragmento).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a) Quais adjetivos foram usados para descrever Nanda? b) Que atitudes de Nanda ajudam a descrevê-la? c) Releia esses trechos.
“Aposto que os meninos devem ficar comentando... Não gosto disso.” “Pra mim, não. Tudo parece difícil [...]” I. Essas frases representam ações ou pensamentos da narradora? II. No trecho lido, não há adjetivos que descrevam a narradora. Mas, com base nas frases acima, que adjetivos você usaria para descrevê-la? d) Releia este trecho.
“Tem umas roupas que ela usa que eu acho que não tem nada a ver, fica até um pouco oferecida. Aposto que os meninos devem ficar comentando...” • O que você acha das pessoas que julgam as outras por sua aparência? e) Apesar de ver defeitos em Nanda, a narradora também vê qualidades e continua sendo sua amiga. O que você acha da atitude na narradora? Por quê? • Poderíamos usar o adjetivo transigente para descrever a narradora. Procure no dicionário o significado dessa palavra e escreva três sinônimos dela.
Sinônimos são palavras que têm sentido semelhante. Por exemplo: bonito/belo; alegre/contente; carta/missiva.
f) Que vocativo é usado para iniciar o texto?
O autor de um texto pode nos informar como é uma personagem usando adjetivos que a qualifiquem, descrevendo suas ações ou revelando seus pensamentos. 31
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Leitura e produção
Produzindo o texto: diário ficcional Condições de produção O quê? Você vai produzir um diário ficcional escrito por um garoto ou uma garota que acaba de entrar no 6o ano.
Para quem?
Como fazer? 1. Criando o narrador-personagem Para construir uma personagem, antes de começar a escrever, é preciso que você já tenha em mente algumas das suas principais características, não só físicas, mas principalmente seu “modo de ser” (medroso, estabanado, azarado, esperto, idiota, malvado, etc.). Essas características o ajudarão também a pensar nos acontecimentos que serão narrados e nas reações dessa personagem. a) Em uma folha avulsa, copie a lista abaixo e indique algumas das características do seu narrador-personagem. Se quiser, desenhe um retrato dele.
Nome Medos Gostos Esporte ou passatempo predileto Jeito de ser Tem irmãos ou não
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Vocês poderão encadernar todos os diários num volume que vai para a biblioteca da escola. Alguns textos poderão ser lidos numa roda de leitura para alunos do 5o ano, a fim de já prepará-los para as mudanças que lhes ocorrerão no próximo ano. Se sua classe ou você tiver um blog, os diários também poderão ser publicados lá para todo mundo ler.
Como se relaciona com os
colegas da classe Quem são seus amigos Seu maior defeito Sua maior qualidade Seu maior sonho
Como se relaciona com
a família
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b) Coloque sua lista no mural da classe para que todos possam ler. c) Leia a lista de seus colegas e escolha uma das personagens criadas por eles para ser o melhor amigo da sua personagem. • Uma dica: a escolha de personagens com características diferentes pode gerar mais conflitos e situações engraçadas, por isso pode ser mais interessante. d) Junte-se a um colega e faça uma lista de dificuldades que as personagens podem encontrar ao entrar no 6o ano. e) Numa roda de conversa, conte para a classe que dificuldades vocês imaginaram e discutam quais seriam as possíveis formas de superá-las.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
f) Pense nas características das personagens e em como reagiriam diante das dificuldades. Você pode pensar em situações engraçadas causadas por esses problemas.
2. Escrevendo o diário Você deverá narrar alguns acontecimentos que mostrem dificuldades e também fatos felizes que essa personagem possa ter vivido desde o seu primeiro dia de aula no 6o ano. Por exemplo, você pode inventar situações que mostrem como sua personagem esquece de levar os livros e cadernos certos para cada dia da semana ou como ela confunde os nomes de tantos professores. Se você quiser, sua personagem pode dar dicas para ajudar o leitor a enfrentar essa fase, como você leu no trecho do Diário de um banana. Não se esqueça de iniciar o relato de cada dia com a data e, se preferir, um vocativo.
3. Avaliando a produção a) Faça uma autoavaliação: releia seu texto, de acordo com os critérios da tabela. b) Troque o seu diário com o de um colega e preencham a ficha indicada a seguir. c) Reescreva seu diário de acordo com as observações da ficha.
No final do livro, você vai encontrar a Ficha de Avaliação 1
Diário ficcional
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Leitura e produção
Roda de leitura: HQ Para compreender as histórias em quadrinhos não basta ler as palavras. É preciso também “ler” as imagens. As atividades a seguir mostram isso.
A força das imagens 1. Os diálogos a seguir foram tirados de três tirinhas diferentes de Fernando Gonsales. Leia-os e verifique se você os compreende e acha graça. • Você achou graça nesses diálogos? Por quê?
Diálogo 1 Disponível em: <http://www2.uol.com.br/ niquel/seletas.shtml>. Acesso em: 3 mar. 2011.
— Desodorante... talquinho... pó para micose... Você é muito cuidadoso com seu chulé! — Você também seria se tivesse o nariz onde eu tenho!!
Diálogo 3 — Peixe! Peixe! Peixe! — Também não aguento mais peixe! — Será que foi boa ideia tomar um banho de rio?
Disponível em: <http://www2.uol.com.br/niquel/index.shtml>. Acesso em: 3 mar. 2011.
Disponível em: <http://www2. uol.com.br/niquel/index.shtml>. Acesso em: 3 mar. 2011.
2. Agora, observe as imagens e faça a correspondência entre elas e os diálogos.
Tira 1 Fernando Gonsales fernando Gonsales
NÍQUEL NÁUSEA
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
— A cenoura não está funcionando! Vou trocar! — Uêba!!
Diálogo 2
Tira 2 Fernando Gonsales fernando Gonsales
NÍQUEL NÁUSEA
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Tira 3 Fernando Gonsales FERNANDO GONSALES
NÍQUEL NÁUSEA
• Os desenhos ajudaram a compreender os diálogos? Por quê? 3. Leia novamente as tiras.
b) Qual das três tirinhas você achou mais engraçada? Por quê? 4. Leia mais esta tirinha de Fernando Gonsales. NÍQUEL NÁUSEA
Fernando Gonsales
FERNANDO GONSALES
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a) A leitura do primeiro quadrinho de cada tirinha já permite imaginar o desfecho da história ou o desfecho surpreende o leitor? Por quê?
a) O último quadrinho o surpreendeu? Justifique sua resposta. b) O que os quatro quadrinhos do meio indicam? Copie no caderno a alternativa correta. • Outras lesmas que participam do bingo. • O espaço onde o bingo está acontecendo. • A passagem do tempo entre a fala de uma lesma e a resposta de outra. c) Se esta tirinha tivesse apenas o primeiro e o último quadrinhos, ela teria a mesma graça? Por quê?
Disponível em: <http://www.devir.com.br/hqs/gonsales.php>. Acesso em: 22 mar. 2011.
Fernando Gonsales, 2010, São Paulo.
ARQUIVO PE
Fernando Gonsales As tirinhas de Fernando Gonsales, que nasceu em São Paulo, em 1961, quase sempre têm algum animal como personagem. Mas isso não é à toa, pois, além de quadrinista, ele também é veterinário. Níquel Náusea é seu personagem mais conhecido.
SSOAL
Quem é
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Caderno de Práticas de literatura Apresentação Um caderno de textos que “não servem para nada” Você já parou para pensar em sua relação com a linguagem? Se o fez, sabe muito bem que, da hora em que acorda até a hora em que vai dormir, você lida com textos. Textos só de palavras, ou de palavras com gestos. Ou de palavras, gestos, cores e formas. Textos falados. Textos escritos. Ou textos falados e escritos. O tempo todo você está produzindo textos ou significando os textos que o cercam. Textos que servem para convencer. Textos que servem para explicar. Textos que servem para informar... Enfim, tantos textos, como são tantas as nossas necessidades de viver em sociedade. Aprender a ler e a produzir melhor esses textos na escola, afinal de contas, é aprender a viver melhor nesse “mundo de textos”. Precisa defender seu ponto de vista? Use o que aprendeu sobre debates e artigos de opinião. Precisa entender o que está por trás de uma informação? Use o que aprendeu sobre notícias e reportagens. Precisa contar para alguém suas experiências? Use o que aprendeu sobre relatos e depoimentos, e por aí vá... A essa altura você já deve estar impaciente: já entendi, mas para que servem os textos deste caderno aqui? Não se espante: eles não servem para nada! E talvez por isso, na correria do dia a dia, as pessoas encontrem cada vez menos tempo para lê-los... Uma pena: deixam de dar sons, imagens e sentidos inesperados às palavras em estado de poesia; deixam de imaginar uma história bem narrada, de se emocionar com as personagens; deixam de experimentar a sensação mágica de ver histórias no palco, como se acontecessem ali, pela primeira vez... Ainda bem que você e sua turma terão um caderno de textos que não servem para nada, com o qual, aliás, descobrirão que o uso de duas palavras negativas pode significar uma afirmação. Já estranhou de novo? Pense bem: se não serve para nada é porque serve para alguma coisa. O quê? Ah, esse é um enigma da literatura que só se resolve por seus leitores. E já avisamos, não é nada elementar, meu caro jovem!
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Entre leitores e leituras: práticas de literatura • Capítulo 1: Por dentro da biblioteca • Capítulo 2: A literatura pede passagem
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Práticas de literatura
Entre leitores e leituras: práticas de literatura
O CONSTANTE DIÁLOGO
Diálogo com o ser amado o semelhante o diferente o indiferente o oposto o adversário o surdo-mudo o possesso o irracional o vegetal o mineral o inominado
COLEÇÃO PARTICULAR, LOS ANGELES
Diálogo consigo mesmo com a noite os astros os mortos as ideias o sonho o passado o mais que futuro STILKEY, Mike. Elefante relaxando. 2007. Livro escultura com tinta, lápis colorido e acrílico em 31 livros. 96,52 X 60,96 X 30,48 cm. Coleção Particular, Los Angeles.
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HÁ TANTOS DIÁLOGOS
Escolhe teu diálogo e tua melhor palavra ou teu melhor silêncio Mesmo no silêncio e com o silêncio dialogamos. ANDRADE, Carlos Drummond. Poesia completa. 8. ed. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002. p. 854-855. Carlos Drummond de Andrade © Graña Drummond - www.carlosdrummond.com.br.
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Conversa afinada Leia o poema e observe a escultura. Depois, com base nas seguintes questões, converse com seus colegas e professor. 1. O que é diálogo?
Clipe Os elefantes têm boa memória?
2. Você estranhou alguma das formas de diálogo de que fala o poema? Por quê? 3. Ler é um jeito de dialogar? Por quê? 4. Você costuma ler literatura? 5. Em que espaços seria fácil encontrar livros com poemas, peças de teatro, contos, crônicas, romances? 6. Você sabe se “virar” em uma biblioteca? Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
7. Como você pode descrever a escultura? 8. O que o animal nela representado parece estar fazendo? 9. Você já ouviu a expressão “memória de elefante”? 10. E para você, o que é memória? 11. Como você entende a afirmação: “A literatura é uma forma de memória”? 12. O que você achou da ideia de abrirmos a unidade de práticas de literatura com essa imagem? Por quê? 13. A imagem do elefante é uma forma de diálogo? Por quê?
Vamos pensar • Por que importa conhecer e compreender como funcionam bibliotecas? • Como elas podem contribuir para a formação de leitores de literatura? • O que é a literatura? • Quais são seus gêneros?
[...] A habilidade dos elefantes de memorizar foi forjada pelas exigências de seu modo de vida, segundo o professor de neurofisiologia do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP), Gilberto Xavier. Acostumados a percorrer grandes áreas, os elefantes desenvolvem uma precisa memória espacial que permite recordar exatamente onde encontrar água e comida, mesmo depois de andar centenas de quilômetros. [...] Disponível em: <http://noticias. terra.com.br/educacao/vocesabia/ interna/0,,OI3642114-EI8410,00. html>. Acesso em: 23 abr. 2011. (Fragmento).
O que vamos fazer nesta unidade Nesta unidade, você e sua turma poderão: • conhecer melhor bibliotecas; • aprender como aproveitar bem a biblioteca de sua escola; • aproveitar mais da literatura e de seus gêneros. 135
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Práticas de literatura
Capítulo
Disponível em: <http://www.bibliotecauezo.blogspot.com/>. Acesso em: 1o fev. 2011.
Enquete Reúna-se em grupo com alguns colegas e respondam, em folhas avulsas, à enquete a seguir. 1. Onde você faz mais pesquisas e leituras? a) Na internet.
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2011 ED STEIN/UNITED MEDIA/IPRESS
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Por dentro da biblioteca
b) Na biblioteca.
2. Em média, quantas vezes por semana você vai à biblioteca? a) Nenhuma.
b) De 1 a 2.
c) De 3 a 4
d) Mais que 5.
3. Você sabe como achar sozinho um livro na biblioteca? a) Sim.
b) Não.
4. Quantas bibliotecas você conhece? a) De 1 a 2.
b) De 3 a 4.
c) Mais que 5.
5. Você sabe o nome da biblioteca pública mais importante em sua cidade? a) Sim. b) Não. 6. Você conhece os direitos e os deveres de um usuário de bibliotecas? a) Sim.
b) Não.
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Conversa afinada 1. Você achou graça no quadrinho? Por quê? 2. Por que a personagem adulta falou da internet para ajudar a criança a entender o que é uma biblioteca? 3. Para você, a biblioteca é mesmo uma espécie de “versão inicial da internet”? Por quê? 4. Com base nos resultados da enquete feita por sua sala, discuta: que relações podem ser estabelecidas entre a cena do quadrinho e a sua turma? 5. Discuta o resultado da questão 2 da enquete, comparando-o com as médias de frequência a bibliotecas das diferentes regiões do país. Para isso, leia o texto abaixo, fragmento de uma reportagem que divulga parte dos resultados do 1o Censo Nacional das Bibliotecas Públicas Municipais, promovido pelo Ministério da Cultura, em abril de 2010.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
[...] • Os nordestinos são os visitantes mais assíduos de bibliotecas do país. A média de frequência por lá é de 2,6 vezes por semana, mais do que o 1,9 do índice nacional. • O Nordeste também apresenta o maior percentual de bibliotecas com funcionamento noturno — 46% delas abrem à noite, o dobro da média brasileira (24%). • As bibliotecas da região Norte são as que menos emprestam livros — 90, por mês. • As do Sul são as mais informatizadas, com 45% dos espaços oferecendo internet para os usuários. • No Sudeste, estão os maiores acervos — 36% das bibliotecas reúnem mais de 10 mil volumes (o índice nacional é de 25% reunindo mais de 10 mil volumes). [...] Disponível em: <http://www.clicrbs.com.br/especial/rs/portal-social/ 19,0,2891967,Censo-aponta-bibliotecas-publicas-sem-internet.html>. Acesso em: 25 abr. 2011. (Fragmento).
O que vamos fazer neste capítulo • • • • •
Neste capítulo, você e sua turma: descobrirão como foi criada a mais importante biblioteca comunitária do país. ajudarão a divulgar a biblioteca pública local, produzindo um folheto de divulgação. refletirão sobre os deveres dos usuários de bibliotecas e aprenderão qual é o gênero em que esses deveres podem ser encontrados. conhecerão melhor a biblioteca escolar, entrevistando a pessoa responsável por ela e realizando uma visita orientada. farão uma pesquisa na biblioteca escolar, para saber mais sobre Carlos Drummond de Andrade e sua obra e, assim, poder escolher um poema a ser compartilhado com a turma toda. Boas aprendizagens! 137
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Leitura
(Mestre Alagoinha)
Nascimento: 28/7/1940, Nova Soure - BA Profissão: Professor Geraldo Moreira Prado, am na Biblioteca do Paiaiá, Projeto: Histórias que mud na Bahia, em fevereiro de 2011. o mundo de da Geraldo nasceu em Nova Soure, uma pequena cida de natal, Bahia, e se criou em São José do Paiaiá. Na sua cida se esquece nunca teve muito contato com livros. Mas ele não isso já em da primeira vez em que entrou em uma biblioteca, s marcaria Salvador. Esse primeiro encontro com tantos livro participou para sempre sua vida. Geraldo foi estudar na USP, sua grande movimentos políticos nos anos 1960 e 1970, mas para onde de obra se deu no povoado de São José do Paiaiá, de bibliovoltou um dia e abriu uma pequena casa, que servia ou uma teca. Essa pequena casa cresceu, e a biblioteca se torn ando a referência entre as bibliotecas comunitárias, incentiv maneira população a entrar em contato com os livros de uma que ele não tinha tido na infância.
JOSÉ ARIVALDO MOREIRA
Geraldo Moreira Prado
PRADO
Você já ouviu falar em biblioteca comunitária? Leia no texto a seguir parte de uma entrevista concedida ao site Museu da Pessoa por Geraldo Moreira Prado, professor e bibliófilo, responsável pela mais importante biblioteca comunitária do Brasil: a Biblioteca do Paiaiá, na Bahia. A entrevista ocorreu em julho de 2009.
Uma entrevista pode ser oral ou escrita. Para garantir que a pessoa entrevistada aborde temas interessantes para seu público, o entrevistador planeja antes as questões, mesmo quando a entrevista acontece ao vivo. Geralmente, a entrevista escrita é depois editada, e, às vezes, para dar mais destaque às ideias, opiniões e relatos do entrevistado, as perguntas feitas são eliminadas e as respostas são reorganizadas em texto único, como aconteceu com o que você lerá agora.
Clipe Bibliófilo adjetivo e substantivo masculino 1 que ou aquele que ama os livros 1.1 amante ou colecionador de livros raros e preciosos, ou de boas edições ■
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Para saber mais sobre entrevista
HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009. p. 284.
Salvador foi minha primeira grande cidade. E foi também a primeira vez na minha vida que eu vi uma biblioteca, que foi a biblioteca do Colégio Central da Bahia. Eu fui com o meu tio, que foi até lá pra matricular o filho dele. Pra mim foi um choque, foi a primeira vez que eu vi tantos livros juntos em um lugar. Foi muito importante. Isso marcou. Tanto que assim que eu cheguei em São Paulo e comecei a trabalhar lá na Santa Ifigênia, e logo eu tive o primeiro contato com a biblioteca Mário de Andrade. De repente, eu vejo aquele monstro ali naquela praça, fui olhar, era uma biblioteca. Entrei lá tímido, olhando, vi as pessoas lá estudando. Perguntei lá pra senhora, ela orientou, mostrou. 138
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E aí, eu passei a frequentar também as livrarias, chegar, ficar olhando os livros. O primeiro livro que eu comprei em São Paulo foi uma Gramática de Latim, não sei pra quê, que era de Napoleão Mendes de Almeida. Em São Paulo eu vivi juntando muitos livros. Perdi muitos livros no fechamento do Crusp (Conjunto Residencial da USP), mas eu continuei juntando livros, comprando livros. Era um problema sério quando tinha que mudar de São Paulo pro Rio de Janeiro, do Rio pra Brasília, de Brasília pra Recife, de Recife pro Rio... Mas fui juntando. Quando foi em 2001, eu estava no IBCT (Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia) e tinha um projeto do Governo Federal que era pra construir a Sociedade da Informação. E uma das propostas era a criação de bibliotecas comunitárias e apoio às bibliotecas públicas. O projeto tinha uma proposta belíssima. Eu me envolvi. Eu já tinha uns 20 mil livros aqui em casa. A casa só tinha livros: livro embaixo da cama, em cima da mesa, no armário. Você abria o armário e caía livro. Aí veio a ideia e eu comecei a criar a biblioteca em São José do Paiaiá, onde me criei. Mas isso gerou problema também lá. Porque as pessoas mais velhas acharam que eram livros roubados. Como é que uma pessoa, filho de lá, ia juntar tantos livros? Teve até uma outra senhora que na época reagiu muito, dizendo: “Pra que biblioteca aqui? Nós não precisamos de biblioteca, precisamos de uma indústria, uma fábrica. Por que não traz aqui uma fábrica pra gerar dinheiro?”. Essa foi a reação dela logo no início. Hoje é o contrário, ela é aliadíssima da biblioteca, defensora com unhas e dentes. [...] Disponível em: <http://www.museudapessoa.net/hmm/geraldo_prado.html>. Acesso: 23 abr. 2011. (Fragmento).
ALEXANDRE TOKITAKA/PULSAR IMAGENS
Clipe Biblioteca Mário de Andrade A Mário de Andrade foi fundada em 1926, a partir do acervo da Câmara Municipal de São Paulo, e foi instalada na rua 7 de Abril. Quinze anos mais tarde foi transferida para a rua da Consolação, 94, no edifício que havia sido projetado para abrigar a biblioteca municipal. O nome em homenagem ao escritor Mário de Andrade (1893-1945) só foi adotado na década 1960. [...] Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ ult90u688936.shtml>. Acesso: 23 abr. 2011. (Fragmento). © Folhapress.
Fachada restaurada da Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo. Fevereiro de 2011.
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Provocações 1. O que mais chamou sua atenção na entrevista? Por quê? 2. Releia.
“De repente, eu vejo aquele monstro ali naquela praça.” • Do que Geraldo está falando quando se refere a um monstro? 3. Leia novamente este trecho também.
“Tanto que assim que eu cheguei em São Paulo e comecei a trabalhar lá na Santa Ifigênia, e logo eu tive o primeiro contato com a biblioteca Mário de Andrade. De repente, eu vejo aquele monstro ali naquela praça, fui olhar, era uma biblioteca.”
4. Localize no texto uma passagem que está entre aspas. a) Por que as aspas foram empregadas ali? b) Que ponto de vista está sendo defendido nesse trecho? c) Você concorda com esse ponto de vista? Por quê? d) Para você, quais foram as possíveis intenções do autor ao acrescentar essa passagem em seu texto? 5. Leia a notícia abaixo.
No Caderno de Estudos de língua e linguagem, são abordados os pronomes e seus empregos.
Ônibus atrai mais leitor que biblioteca fixa Não há biblioteca pública no Jardim Helena (zona leste da capital), e a mais próxima fica a quatro quilômetros do bairro. Talvez seja por esse motivo que os moradores da região, que tem a segunda menor renda mensal da cidade — R$ 864 —, sejam os que mais frequentam os ônibus equipados pela prefeitura para funcionar como bibliotecas na periferia da capital. Até a biblioteca mais visitada da cidade em fevereiro, a Monteiro Lobato, que é infantil e fica no centro, recebeu menos frequentadores por dia do que o ônibus que vai ao Jardim Helena uma vez por semana. No bairro da zona leste, 180 leitores visitaram o veículo por dia. Na Monteiro Lobato, a média diária foi de 166 pessoas, 4.320 no mês, de acordo com a prefeitura. [...]
No Capítulo 3 do Caderno de Estudos de língua e linguagem, você encontra uma discussão aprofundada sobre o uso das aspas.
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• Explique o uso dos pronomes demonstrativos destacados. Que sensações eles ajudam a construir sobre o que o Geraldo vê?
Folha de S.Paulo. São Paulo, 13 mar. 2009. Caderno Cotidiano. (Fragmento adaptado). © Folhapress.
• Você acha que biblioteca comunitária e “ônibus-biblioteca” podem ser boas alternativas de acesso aos livros? Por quê? 140
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Pesquisa e ação Nesta seção, você e seus colegas redigirão e ilustrarão um folheto de divulgação para que outros alunos possam conhecer melhor a biblioteca local.
Planejando as ações
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A. Levante e registre as informações Reúna-se com seus colegas e planejem uma pesquisa para levantar as informações solicitadas no questionário a seguir e outras que vocês julgarem interessantes para conhecer melhor a biblioteca local. 1. Qual a biblioteca pública mais próxima de você? 2. Qual seu endereço? 3. Em que dias e horários ela funciona? 4. Você conhece a história dela? Quando ela surgiu? 5. Quem foram as pessoas responsáveis por isso? 6. Qual é seu patrono, ou seja, pessoa cujo nome foi dado à biblioteca, como forma de homenagem? 7. Ela é considerada pequena ou grande? 8. Quantos livros em média há em seu acervo? 9. Além do acervo, o que mais ela oferece ao público? 10. Como podemos ajudar a divulgar essas informações para os demais alunos de nossa escola?
Converse com a turma 1. Onde podemos obter essas informações? Na internet? Em que sites? Na própria biblioteca? 2. Com quais pessoas seria interessante conversarmos? 3. Como e onde registraremos as informações levantadas? 4. Há imagens que também podem trazer essas ou outras informações? Como podemos obtê-las?
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Práticas de literatura
B. Prepare-se para a produção do texto 1. Leia.
Biblioteca Nacional
Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. 2008.
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Horário: segunda a sexta-feira, das 8 h às 20 h; sábado, das 9 h às 15 h. Endereço: Av. Rio Branco, 219 – Centro – Rio de Janeiro – RJ / Telefone: (21) 2220-9484 • Fax: (21) 2220-4173
LUCIANA WHITAKER/OLHAR IMAGEM
Construída em estilo neoclássico, a Biblioteca Nacional, segundo a Unesco, é o oitavo maior acervo nacional do mundo. Conta com mais de 9 milhões de itens, entre eles: cartas da princesa Isabel; os primeiros jornais do país; exemplar da Bíblia de Mogúncia (1462); doação de mais de 48.000 volumes, feita, em 1891, por Dom Pedro II; bibliografia sobre história do Brasil e Portugal. Uma de suas raridades é o manuscrito Evangeliário, originado provavelmente entre os séculos XI e XII. A biblioteca possui também laboratórios para conservar o papel das peças de seu acervo e uma oficina de encadernação. A entrada é franca.
Disponível em: <http://www.brasilcontact.com/thinks/br_rioDeJaneiro-atracciones.html>. Acesso em: 23 abr. 2011. (Fragmento adaptado).
2. Com que finalidade esse texto foi produzido? 3. Onde ele poderia ser encontrado? 4. Releia as questões que orientaram a pesquisa. Quais dessas questões podem ser respondidas pelo primeiro parágrafo do texto a respeito da Biblioteca Nacional? 5. Por que o autor do texto começou por essas informações? O que ele quis despertar no leitor? 6. Que outras perguntas do quadro de pesquisa podem ser respondidas e em que parágrafos? 7. As informações de endereço e horário de funcionamento são dadas de modo objetivo ou são acompanhadas de comentários e observações? Por que provavelmente isso acontece?
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8. Com qual parte do texto a imagem pode ter relações complementares? 9. Agora pensem no texto de vocês. Como o texto será organizado? Quantos parágrafos ele terá? Com quais dados levantados na pesquisa vocês trabalharão? Observem a ficha de produção no final do livro para planejarem quais informações devem aparecer no texto.
C. Produzindo o texto
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Mãos à obra! Escrevam a primeira versão do texto, com o apoio da ficha de avaliação indicada a seguir, e depois o avaliem, fazendo, se necessário, correções e ajustes para a versão final. Por fim, escolham uma imagem interessante e ilustrem o texto. Pronto! Agora é só possibilitar que os folhetos cheguem a seus leitores. Sugerimos que eles fiquem em uma caixa, na biblioteca escolar, para que os outros alunos da escola tenham acesso a eles. No final do livro, você vai encontrar a Ficha de Avaliação 6
Folheto de divulgação
Dos direitos e deveres dos usuários de biblioteca Toda biblioteca pública é um bem coletivo, na medida em que diferentes pessoas, com diferentes interesses, têm o direito de usar esse espaço, seus livros e se beneficiar de seus serviços. Para que a biblioteca não vire um “balaio de gato”, porém, o direito de usar uma biblioteca implica deveres para os usuários. Vamos conhecer um pouco mais nossos direitos e deveres como usuários de bibliotecas? Para começar, leia a tirinha abaixo e depois converse com seus colegas e professor.
Bill Watterson 1986 WATTERSON /DIST. BY UNIVERSAL UCLICK
CALVIN
Na Unidade 1, no Caderno de Leitura e produção, na seção Roda de leitura, há mais informações a respeito de tirinhas.
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Conversa afinada 1. O que para você é motivo de graça nessa tirinha? Por quê? 2. Você acha que as pessoas responsáveis pelo atendimento nas bibliotecas precisam prestar atenção nos usuários? Por quê? 3. Se você fosse ajudar na elaboração das regras de uma biblioteca, qual regra você proporia para evitar atrasos na devolução dos livros?
As regras de uso de uma biblioteca constam de seu regulamento. Você lerá a seguir um regulamento da biblioteca de uma escola federal do estado de Tocantins. Observe bem como ele ajuda a organizar o uso da biblioteca. Depois responda no caderno às questões propostas.
REGULAMENTO DA BIBLIOTECA 1. APRESENTAÇÃO Preservar o acervo de uma biblioteca é formar a sua memória e, ao mesmo tempo, contribuir para o seu presente e futuro. Basicamente os acervos das bibliotecas são compostos por inúmeros tipos de publicações e entre eles, encontram-se livros, dicionários, revistas e jornais, periódicos científicos, teses e dissertações, coleções de multimídia, dentre outros. Sendo que cada um dos tipos mencionados possui importância fundamental pelo seu conteúdo e pela possibilidade de mediar o conhecimento e o homem. 2. OBJETIVOS
Para saber mais sobre regulamento Regulamento é o gênero textual em que se estabelecem regras (sobre um concurso, o funcionamento de uma instituição, etc.) com a finalidade de orientar as ações das pessoas. O texto de um regulamento geralmente é organizado por partes enumeradas, com a indicação, em letra maiúscula e em negrito para facilitar a localização de informações. Além disso, a redação busca ser simples, com frases curtas, com verbos no infinitivo e/ou no imperativo.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Leitura
As normas são estabelecidas para que os serviços na Biblioteca possam ser executados de maneira ordenada, em benefício de todos os usuários. 3. O HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO De 2a a 6a feira: 7h30 às 22h30.
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4. CLIENTELA DE LEITORES 4.1 Leitores Internos: São todos os alunos devidamente matriculados e funcionários da EAFA (professores e técnicos administrativos). 4.2 Leitores Externos: Comunidade em geral, sem direito a empréstimo domiciliar das obras, mas que podem utilizá-las no recinto da Biblioteca.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
5. INSCRIÇÃO Para se inscrever na Biblioteca é necessário: • 1 foto 3x4 recente; • Comprovante de vinculação com a escola; • Preenchimento da ficha de inscrição. 6. EMPRÉSTIMO O empréstimo de obras é concedido a usuários devidamente cadastrados na Biblioteca e mediante apresentação de carteira específica. Podem se cadastrar na Biblioteca: 6.1 Alunos devidamente matriculados na EAFA e; 6.2 Funcionários da EAFA (professores e técnicos administrativos). 7. CARTEIRA DA BIBLIOTECA A carteira do leitor é de uso exclusivo de seu titular, que em caso de perda, para o fornecimento de 2a via, será cobrada taxa de R$ 2,50 (dois reais e cinquenta centavos) para cada ocorrência deste fato. Em hipótese alguma será liberado empréstimo domiciliar para o leitor que apresentar a carteira da Biblioteca danificada, como rasuras ou sem foto. 8. O EMPRÉSTIMO SERÁ DOMICILIAR E LOCAL 8.1 Domiciliar: após a inscrição do usuário na Biblioteca, ele recebe um CARTÃO DO LEITOR, que o habilitará a retirar publicações para leitura em domicílio. 8.2 Local: O usuário deverá usar o livro somente na Biblioteca, apresentando sua carteira, que ficará retida até a devolução da obra. 9. O PRAZO PARA EMPRÉSTIMO DOMICILIAR SERÁ NO MÁXIMO 9.1 PARA ALUNOS E FUNCIONÁRIOS 9.1.1 Livros: 04 - sendo: 02 do ensino médio; 01 do técnico e 01 de literatura. O prazo será de 02 (dois) dias para livros do ensino médio e técnico e 7 (sete) dias para livros de literatura. 9.1.2 Fitas de vídeo: somente as fitas reproduzidas poderão ser emprestadas.
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9.2 PARA PROFESSORES 9.2.1 Livros: 03 por 7 dias. 9.2.2 Fitas de vídeo: 03 por 3 dias.
10.1 No caso de perda ou extravio, o usuário deverá repor um livro novo da mesma edição, título e autor ou equivalente. 10.2 O usuário em débito ficará suspenso até a quitação do mesmo. 10.3 Multa de R$ 1,00 (hum real) por dia será cobrada dos leitores que ultrapassarem o prazo de devolução. 10.4 Multa de R$ 1,00 (hum real) por dia, caso o leitor não devolva obras de consulta local no mesmo dia. De acordo com a ordem de serviço no 34/05, referente ao débito de material bibliográfico, serão tomadas as seguintes medidas: O aluno será comunicado verbalmente e por escrito, tendo inicialmente o prazo de 03 (três) dias úteis para devolver a obra; vencido o primeiro prazo, caso o aluno não tenha encontrado a obra, deverá comunicar a Biblioteca e terá novo prazo de 30 dias para ressarcir a obra; os pais ou responsáveis serão comunicados; o aluno que não repuser o livro dentro do prazo estipulado irá para o conselho disciplinar. 11. RENOVAÇÃO 11.1 Os empréstimos podem ser renovados por 2 vezes consecutivas, mediante a apresentação da obra emprestada, e de acordo com a procura pela mesma.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
10. PENALIDADES
12. DISCIPLINA 12.1 Na Biblioteca é proibido conversar em voz alta, fumar, comer, beber, usar telefone celular, dormir e fazer ruídos que atrapalhem a pesquisa de outros leitores. 12.2 Serão mantidas atitudes amigas, porém firmes, para que se conserve um ambiente propício e agradável ao estudo. 12.3 Todo o patrimônio da Biblioteca é de uso comunitário, por isso é tão importante que todos os leitores ajudem na preservação do acervo. Este regulamento substitui o regulamento anterior e passa a ter vigência a partir de 4 de outubro de 2004. Equipe da Biblioteca. Disponível em: <http://www.eafa-to.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=179&Itemid=80>. Acesso em: 23 abr. 2011. (Adaptado).
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Provocações 1. Para você o regulamento está fácil ou difícil de ser compreendido? Por quê? 2. Você acha justa a regra 6? Por quê? 3. Para você o prazo de empréstimo que essa biblioteca oferece para livros literários é bom ou ruim? Por quê? 4. Releia as regras de disciplina. • Que relações você estabeleceria entre essas regras e o que a personagem da tirinha pensa sobre as bibliotecárias? 5. Pelo regulamento é possível afirmar que a biblioteca prevê em seu espaço atividades como cursos, palestras, leituras dramáticas?
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Conhecendo melhor a biblioteca da escola O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia, Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia […] CAEIRO, Alberto. In: PESSOA, Fernando. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1999. p. 215.
Os versos acima são de Alberto Caeiro, heterônimo do poeta português Fernando Pessoa. Neles, o importante rio Tejo, de onde partiram naus e caravelas para a colonização portuguesa, no século XVI, perde em beleza para um riozinho sem nome, que corre em uma pequena aldeia. Parodiando o poema, podemos dizer que a biblioteca de nossa escola não é a maior nem a mais importante da cidade, mas é como se fosse, afinal ela é a biblioteca de nossa “aldeia”! Na atividade seguinte, você organizará uma visita para aprender a usufruir melhor dela. Aproveite bem!
Fernando Pessoa Fernando Antonio Nogueira Pessoa nasceu em Lisboa em 1888 e faleceu em 1935. Sua poesia é considerada uma das mais importantes em língua portuguesa. Ele criou várias personalidades poéticas, isto é, pessoas inventadas que, como se existissem mesmo, escreveram poemas e trocaram muitas cartas entre si. A esses poetas inventados dáse o nome de heterônimos. Os principais heterônimos de Fernando Pessoa são: Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis. O mais incrível: cada um deles tem um estilo bem diferente de fazer poesia!
COLEÇÃO PARTICULAR
Quem é
ALMADA NEGREIROS, José Sobral de. Fernando Pessoa. 1954. Óleo sobre tela. 210 X 210 cm. Almada Negreiros (1893-1970), escritor e artista plástico, um dos fundadores da revista Orpheu (1915), que deu início ao Modernismo português, foi grande amigo de Pessoa.
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Pesquisa e ação Etapa 1
Planejando as ações A. Levante e registre as informações a respeito da biblioteca da escola
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
1. Quem é a pessoa responsável pelo atendimento na biblioteca escolar? 2. O que seria importante aprender com ela, para usar melhor a biblioteca? 3. O que a biblioteca da escola tem: livros, periódicos, material audiovisual? 4. O que há especificamente de literatura? 5. Que gêneros da literatura (conto, crônica, poemas, romances, peças teatrais) há? 6. Como esse material está organizado? 7. Como se faz para encontrar um livro?
B. Entrevista com a pessoa responsável pelo atendimento na biblioteca escolar 1. Como você e seus colegas devem se organizar para conversar com essa pessoa? 2. O que devem perguntar a ela? 3. Quem da turma fará qual pergunta? 4. Como devem ser as perguntas para que sejam obtidas as respostas desejadas?
C. Roteiro de observação Anote os resultados das observações a seguir para depois conversar sobre elas. 1. Em que parte estão guardados os livros de literatura? 2. Há no acervo livros que eu já li? 3. Encontrei na biblioteca obras de autores de que eu já ouvi falar a respeito? 4. Que livros de literatura mais chamaram minha atenção nessa visita? 5. Que partes dos livros são interessantes de serem consultadas para saber mais sobre eles? 6. Como eu encontro esses livros na estante?
A escolha é sua Assim que puder, retorne à biblioteca e faça o empréstimo de um dos livros de que você mais gostou. Aproveite bem sua escolha, anote ideias e sentimentos que a leitura lhe for despertando e as passagens de que mais tenha gostado para depois dividir com seus colegas.
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Quem é LUIZ DUARTE ROCHA
Etapa 2
A. Levante informações a respeito de Carlos Drummond de Andrade 1. O que há de interessante na história de vida (biografia) de Carlos Drummond de Andrade? 2. Por que ele é tão importante na poesia em língua portuguesa?
Cena do curta-metragem O menino e o poeta, de Luiz Duarte.
3. O que há dele na biblioteca da escola?
Fonte: <http://www.youtube. com/watch?v=BLXVPSoZUCA>.
4. Qual poema dele vocês escolherão para ler para a turma toda? Por quê?
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
B. Conheça melhor o poeta e seus poemas 1. Em que tipos de livro podem ser encontradas referências sobre a vida do poeta? 2. Como e onde serão anotadas as informações interessantes? 3. Em que livros podem ser encontrados poemas de Drummond?
Cena do curta-metragem O menino e o poeta, de Luiz Duarte Rocha. Rio de Janeiro, 2010.
Carlos Drummond de Andrade foi um dos maiores poetas brasileiros. Uma estátua em sua homenagem está na famosa praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, e tornou-se um ponto turístico local.
4. Como organizaremos o grupo para a leitura de poemas? Como negociaremos a escolha de um? O que, na opinião do grupo, deve ter nesse poema para que ele mereça ser lido na sala?
C. Trabalhando com o poema escolhido 1. Primeiro, leiam o poema em silêncio e depois, por várias vezes, em voz alta. O que chamou a atenção de vocês nele? 2. Que sentimentos e emoções a leitura dele provocou: alegria, tristeza, saudade? 3. Que imagens vieram à cabeça de vocês enquanto o liam? 4. Preparem uma pequena fala, justificando por que o grupo fez a escolha desse poema. Não decorem essa fala. Procurem apenas explicar de modo natural as razões do grupo. Decidam como será a leitura do poema para os demais colegas. Apenas um integrante o lerá? Cada um lerá uma parte? Nesse caso, que tom o grupo procurará dar à leitura? Ensaiem bastante, tentando sugerir os sentimentos e emoções que o texto despertou em vocês! 149
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Caderno de Estudos de língua e linguagem Apresentação Um caderno de estudo e investigação das possibilidades da língua Ei, você... Já parou pra pensar que, em quase tudo o que você faz, a língua — falada ou escrita — está presente? E então, perguntamos: Que coisa é essa que chamamos de língua? Qual a sua importância? Pra que ela serve? O que podemos fazer com ela? Como podemos usá-la? Podemos modificá-la? Já pensou nisso tudo? Neste Caderno de Estudos de língua e linguagem, você terá a oportunidade de exercer o papel de curioso, de pesquisador dessa língua que chamamos de língua portuguesa e que você já conhece e usa muito bem! Você vai dar uma de filósofo da linguagem e de gramático! Vai descobrir que há muito o que investigar e aprender sobre ela, apesar de tudo o que você já sabe! Chegou a hora! Se liga nessa parada com a galera e se abra para conhecer as múltiplas faces de camaleão dessa nossa língua portuguesa!
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Unidade 1
Língua e linguagem • Capítulo 1: Língua, linguagem, discurso e sentidos • Capítulo 2: A língua como um conjunto de variedades Unidade 2
Língua e gramática normativa Capítulo 1: Gramaticalidade da língua Capítulo 2: Frase e oração Capítulo 3: Classes de palavras Capítulo 4: Substantivo: a classe de palavras que nomeiam as coisas do mundo • Capítulo 5: As classes de palavras que especificam os substantivos
• • • •
Unidade 3
Ortografia e pontuação • Capítulo 1: Ortografia • Capítulo 2: Pontuação
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Estudos de língua e linguagem
Língua e linguagem Discuta com a turma
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Isto é linguagem. Como assim?
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grUpo corpo em “missa Do orFanato” – Foto: JosÉ lUiZ peDerneiras Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Cena do espetáculo 21. Grupo Corpo, 1989.
Cena do espetáculo Missa do orfanato. Grupo Corpo, 1992.
Discuta com o grupo
grUpo corpo em “21” – Foto: JosÉ lUiZ peDerneiras
1. Se o que está representado na foto é linguagem, o que mais é linguagem, então? 2. Pense em tudo o que você faz no seu dia a dia. a) Que outras linguagens você usa no seu dia a dia? b) E para que você as usa? 3. Afinal, o que é linguagem? 4. Língua e linguagem são a mesma coisa? 5. E gramática? O que é? É o mesmo que língua? 6. Nós sabemos alguma coisa de gramática? O quê? 171
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mUniZ, vik/licenciaDo por aUtvis, brasil, 2011
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Língua e linguagem
O que é isso? Veja estas duas imagens e leia as informações que aparecem perto de cada uma.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
UNIDADE
Estudos de língua e linguagem
MUNIZ, Vik. Narciso a partir de Caravaggio. 2006.
Clipe O Narciso de Vik Muniz “A produção cultural hoje vive da digestão Esta imagem é a fotografia de uma escultura feita de resíduos recicláveis. O processo de criação de do passado. [...] O que eu faço é um pouco como trabalhos como este consiste em reproduzir telas os DJs (disc-jóqueis), que misturam várias múcélebres da história da pintura, montá-las com su- sicas para criar outras. Na verdade, sou um DJ cata e fotografá-las, em estúdio. Leia a explicação de visual.” Época, São Paulo, ed. 96, 20 mar. 2000. (Fragmento). Vik Muniz sobre o tipo de trabalho que realiza. 172
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THE BRIDGEMAN ART LIBRARY/GRUPO KEYSTONE – PALAZZO BARBERINI, ROMA Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Clipe O Narciso de Caravaggio Neste trabalho, o artista italiano Michelangelo Caravaggio (1571-1610), conhecido pela genialidade no uso da luz e da sombra, retrata Narciso, personagem mitológica que, ao ver a sua imagem refletida no espelho, apaixona-se por si mesmo e permanece mirando seu próprio reflexo até a morte. Narciso ficou tão conhecido por sua beleza e arrogância que atualmente existe a expressão narcisista. Quando a usamos para caracterizar alguém significa que achamos a pessoa egoísta, preocupada apenas com a própria imagem.
CARAVAGGIO, Michelangelo. Narciso. 1597. Óleo sobre tela, 115,5 x 97,5 cm. Palazzo Barberini, Roma.
Discuta com a turma 1. Converse sobre cada uma das representações. a) O que aparece nas duas imagens? b) Os recursos usados para criar as imagens são os mesmos? Explique. c) Qual das obras apresenta um efeito visual mais definido? 2. Observe novamente a obra de Muniz e responda: o que ele está “digerindo” (transformando) do passado? • Considerando o tipo de material utilizado neste trabalho, poderíamos dizer que ele está “digerindo” o que do presente? 3. Quando ouvimos uma música, assistimos a um filme, lemos um livro ou vemos fotografias, pinturas ou esculturas, sempre apresentamos uma reação a essas obras: gostamos ou não, sentimo-nos impressionados, indiferentes, incomodados... a) Que impressões você teve ao se deparar com a primeira imagem? b) E ao observar a segunda imagem, você teve as mesmas impressões? Explique.
Será que é mesmo? Nesta unidade, você irá refletir sobre os diferentes tipos de linguagem e como, por meio delas, é possível nos relacionarmos e construirmos sentidos sobre as coisas do mundo.
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Capítulo
1
Língua, linguagem, discurso e sentidos Como é que é?
Você vai ler dois textos. Para responder às questões que os seguem, procure se lembrar de tudo o que já foi discutido antes.
Texto 1 Bill Watterson
1995 Watterson/Dist. by Universal Uclick
CALVIN
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Na abertura da unidade você discutiu com os colegas algumas questões. Dentre elas estavam estas: — Afinal, o que é linguagem? — Língua e linguagem são a mesma coisa? Chegou o momento de checar se as conclusões a que chegaram são adequadas.
WATTERSON, Bill. O mundo é mágico: as aventuras de Calvin e Haroldo. Tradução de Luciano Vieira Machado. São Paulo: Conrad do Brasil, 2007. p. 141.
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Texto 2 Laerte
Laerte
Hugo
LAERTE. Hugo. Disponível em: <http://www.mushi-san.com/geladeira/2008/11/28/hugo21112001.gif>. Acesso em: 18 abr. 2011.
1. O que aconteceu na história de Calvin?
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
2. Considerando toda a sequência de quadrinhos do Texto 1: a) Pode-se dizer que houve comunicação entre as personagens. Por quê? b) Como as pessoas costumam se comunicar em situações como esta? O que elas usam? c) Escreva como poderia ter sido o diálogo entre as personagens no 1o, 11o, 12o e 14o quadrinhos. 3. Como leitor da história de Calvin, qual foi sua reação à leitura? O que achou da situação representada nos quadrinhos? 4. Uma vez que não há nenhum diálogo escrito, em que você, leitor, se apoiou para conseguir entender essa história do Texto 1?
A interação em uma situação de comunicação As pessoas envolvidas em uma situação de comunicação são chamadas de interlocutores. Aquele que está com a palavra, num determinado momento, é chamado de locutor, e o que está ouvindo é chamado de locutário. Em uma mesma situação, esses papéis são constantemente alternados.
5. Qual a preocupação da personagem Hugo, na tira de Laerte? 6. A solução encontrada por Hugo para o seu problema pode de fato revolucionar a ciência do blog? Explique. 7. Quem são os interlocutores na tira de Laerte? 8. Poderíamos dizer que, enquanto fala, Hugo realiza as ações que sugere em seus comentários? Explique. 9. Tiras e histórias em quadrinhos são gêneros que circulam muito em jornais. Quem podem ser os interlocutores desses gêneros, na situação de comunicação que envolve a leitura de jornais? Para que tipo de público eles parecem ter sido criados? 10. Entre os dois textos lidos há aspectos comuns e diferentes. Explique. a) Que recursos cada um utilizou? b) Qual a intenção dos autores ao produzi-los? O que intencionaram provocar no leitor?
Linguagem, intenção e ação Em qualquer situação de comunicação, os interlocutores têm determinadas intenções ao produzirem os seus textos escritos ou falados. Ao falarmos ou escrevermos podemos, por exemplo, ter a intenção de convencer, dar uma ordem, fazer rir ou chorar, informar as pessoas que nos ouvem ou nos leem. Por isso, podemos dizer que, por meio do uso da linguagem, agimos no mundo.
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Como você pôde observar, pelas discussões feitas até agora, no dia a dia estamos envolvidos em situações nas quais usamos diferentes linguagens. As linguagens são sistemas de signos usados para a comunicação e para a ação. Cada linguagem usa diferentes sistemas de signos. A linguagem corporal presente na dança, por exemplo, tem como sistema de signos o movimento e as expressões faciais.
Por meio desse sistema, os sujeitos constroem significados e agem no mundo. Assim acontece com as diferentes linguagens: reconhecemos as coisas do mundo, dizemos coisas, agimos, construímos sentidos sobre as coisas, por meio dessas diferentes linguagens. Por isso, estamos sempre fazendo uso delas. Aliás, pensamos com a linguagem. Sem ela, não teríamos como nos relacionar, a nossa sociedade nem existiria. Já imaginou?
Mãos desenhando.
Grupo Restart em entrevista.
O desenho:
A fala:
. Foto Stock/Shutterstock
Hill-Stead Museum, Connecticut, Estados Unidos
.
DEGAS, Edgar. Dançarinas em rosa. Óleo sobre tela, 75 × 100 cm.
A pintura:
.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
wayne camargo/redetv
Frances Roberts/Alamy/Other Images
11. A seguir, considere as imagens que fazem referência a outras linguagens e pense: • Qual pode ser o sistema de signos de cada uma? Em outras palavras, que recursos temos que usar, quando a linguagem é:
Orquestra Sinfônica Universitária. Budapeste, Hungria, 2010.
A música:
.
12. Agora discuta com a turma: qual das linguagens observadas mais usamos no dia a dia?
A linguagem que você identificou no exercício anterior é a chamada linguagem verbal (verbālis, do latim, que significa “palavras”), cuja unidade é a palavra. E o sistema de signos que a compõe são os sons, na fala, e as letras, na escrita, que se juntam e formam as palavras. Quando usamos a fala (linguagem verbal), fazemos isso por meio do uso de uma língua. Podemos usar, por exemplo, o português, o inglês, o espanhol, o francês, o italiano, o alemão... As demais linguagens que você observou chamamos de linguagens não verbais. 176
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Então ficamos assim... Agora é hora de voltar às questões do início do capítulo e verificar se com essa conversa você consegue respondê-las de uma forma mais completa. Apresente uma síntese do que vimos até aqui e não se esqueça de considerar as informações dos boxes, certo?
Atividades Leia esta tira, em que o Sargento Tainha conversa com outro militar do seu quartel. Depois, responda às questões 1 e 2. Mort Walker
2011 king FeatUres synDicate/ipress
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
RECRuTA ZERO
1. Observe o balão que o interlocutor do Sargento Tainha segura na mão, no segundo quadrinho. a) O que significam os desenhos dentro desse balão: o “jogo da velha”, a estrelinha e a espiral? b) Podemos dizer que eles são signos usados em determinada linguagem? Em caso positivo, qual é essa linguagem? c) Por que a personagem sugere que o sargento “vai precisar” do balão de xingamento? d) Em vez desses desenhos, o autor dos quadrinhos poderia ter usado palavras. Nesse caso, qual tipo de linguagem estaria em uso? e) Na sua opinião, por que os autores de quadrinhos normalmente preferem usar esses desenhos (“jogo da velha”, estrelinha, etc.) a usar as palavras correspondentes? 2. Observe os uniformes usados pelo Sargento Tainha e pelo outro militar. a) Existem duas diferenças entre os uniformes deles. Identifique-as. b) Você acha que essas diferenças nos uniformes têm algum significado? Em caso positivo, qual seria ele? c) As roupas e acessórios que usamos podem ser considerados uma linguagem? Por quê?
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Confie na opinião de quem tem duas vezes mais pés do que você.
a) Você já estudou que, quando falamos ou escrevemos, sempre temos determinadas intenções. Qual é a intenção de quem criou esse anúncio?
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
havaianas. agÊncia almapbbDo
3. Observe este anúncio e, depois, responda às questões.
b) Para atingir esse objetivo, foi produzida uma foto. Que adjetivos você usaria para descrever essa foto? c) Como o cachorro que aparece na foto parece estar se sentindo? d) Que qualidade do produto anunciado é destacada pela maneira como o cachorro parece estar se sentindo? e) Observe o texto escrito em letras pequenas na parte inferior. Qual a relação desse texto verbal com a linguagem não verbal do anúncio? f) Se os criadores do anúncio tivessem usado a foto de um cachorro adulto deitado sobre o chinelo, o efeito seria o mesmo? Por quê? g) E se eles tivessem usado a foto de outro quadrúpede — um camelo ou leão, por exemplo —, o efeito seria o mesmo? Explique. h) Levando em conta suas respostas anteriores, explique a importância da linguagem não verbal para a construção desse anúncio.
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4. Patativa do Assaré (cujo nome de batismo era Antônio Gonçalves da Silva) foi um consagrado poeta da literatura oral nordestina. No trecho a seguir, ele conta um episódio que viveu em sua terra natal, a cidade cearense de Assaré.
A cerca
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Olhe, eu tinha minha cerca lá perto da minha casa na Serra de Santana. Começaram a roubar as varas da cerca para cozinhar em panela, viu? Aí eu perguntava e todo mundo dizia: não, eu não fui, eu não fui. E eu, sabendo que o matuto tem muito medo de praga, e achando que rogando praga pega, aí eu perdoei a todos quanto tivesse tirado até aquele dia e roguei praga a quem tirasse daquele dia em diante, botei num papel e botei lá na cerca. Aquele que sabia ler, era aquela roda, um lendo e aí melhorou, não buliram mais não. [...] ASSARÉ, Patativa do. Digo e não peço segredo. São Paulo: Escrituras, 2001. p. 67. (Fragmento).
a) Com que finalidade as varas da cerca eram roubadas? b) A que “roda” o autor se refere na última frase do fragmento? c) Explique como, nesse episódio, o autor conseguiu mudar uma situação utilizando apenas a linguagem.
Língua, discurso e sentidos Como é que é? Você já parou para pensar como seria o mundo se as coisas não tivessem nome? Se não tivéssemos uma língua que nomeasse essas coisas? Como poderíamos nos referir a elas? Apontando? Desenhando? • Afinal, usamos a língua para quê? O que ela faz? • Qual a sua importância como linguagem? • As palavras da nossa língua se parecem com as coisas e os objetos que nomeiam?
Língua — o que ela quer e o que ela pode? Para entender melhor a importância da língua como uma linguagem vamos discutir o conceito a seguir: Língua é um sistema de signos formado por palavras que se combinam em frases, formam enunciados, de acordo com determinadas regras. Com ela apreendemos o mundo e por meio dela podemos interagir com as pessoas.
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A ideia de que com o uso da língua podemos interagir com as pessoas já foi discutida anteriormente. Agora, vamos entender melhor o que quer dizer essa história de a língua ser um sistema de signos formado por palavras com o qual apreendemos, captamos o mundo. Para começar, vamos discutir a ideia de que a língua tem o poder de apreender a realidade.
O que você consegue entender disso? Você e seus colegas irão ler uma letra de canção de Arnaldo Antunes, e um pequeno trecho de um romance do escritor colombiano Gabriel García Márquez. Em seguida, converse sobre eles com a turma.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ARNALDO ANTUNES – NOME – COMPANHIA DAS LETRAS, 1993
Nome não
ANTUNES, Arnaldo. Nome. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.
1. O que você acha que quer dizer a afirmação “Os nomes dos bichos não são os bichos”? 180
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2. Compare as duas estrofes iniciais de cada uma das páginas reproduzidas: a que termina com “[...] os bichos são: macaco gato peixe cavalo vaca elefante baleia galinha” e a que termina com “[...] os bichos são: plástico pedra pelúcia ferro madeira cristal porcelana papel”. a) Que bichos são citados na primeira lista? b) Veja o recorte de uma das imagens que compõem a página:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Arnaldo Antunes – Nome – Companhia das Letras, 1993
I. O que aparece nessa imagem? II. Na segunda lista, destacada acima, as palavras não se referem a bichos. Considerando o que você observou sobre a imagem ao lado, explique por que o poeta se referiu a esses nomes como “bichos”. Que relação pode haver entre esses nomes e os bichos?” c) Observe que, em outras duas estrofes do poema, o poeta faz algo semelhante quando fala das cores. Explique a diferença entre as duas listas que ele apresenta, neste caso, também.
3. Quais podem ser os nomes dos sons, segundo o texto? 4. Observe as imagens que compõem a página com o poema. a) São imagens do quê? b) Na primeira figura que traz o cavalo, aparecem dois nomes diferentes para fazer referência ao mesmo animal. Os dois nomes podem ser usados? Por quê? c) Por que na imagem da vaca está escrito “couro”? d) E na imagem em que está escrito “SOM”, por que aparece um trator? 5. Agora você vai ler uma passagem de um romance do famoso escritor colombiano Gabriel García Márquez, intitulado Cem anos de solidão. Logo no começo do livro, o narrador conta que a cidade de Macondo, onde se passa a história, é surpreendida com a peste da insônia, que traz como consequência a perda de memória, fazendo seus moradores esquecerem o nome das coisas e suas utilidades. Veja só qual foi a solução encontrada para o problema, por uma das personagens:
Haviam contraído, na verdade, a doença da insônia. [...] No princípio, ninguém se alarmou. Pelo contrário, alegraram-se de não dormir, porque havia então tanto o que fazer em Macondo que o tempo mal chegava. [...]. Foi Aureliano que concebeu a fórmula que havia de defendê-los, durante vários meses, das evasões da memória. Descobriu-a por acaso. [...] Um dia, estava procurando a pequena bigorna que utilizava para laminar metais, e não se lembrou do seu nome. Seu pai lhe disse: “tás”. 181
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Aureliano escreveu o nome num papel que pregou com cola na base da bigorninha: tás. Assim, ficou certo de não esquecê-lo no futuro. Não lhe ocorreu que fosse aquela a primeira manifestação do esquecimento, porque o objeto tinha um nome difícil de lembrar. Mas poucos dias depois, descobriu que tinha dificuldade de se lembrar de quase todas as coisas do laboratório. Então, marcou-as com o nome respectivo, de modo que bastava ler a inscrição para identificá-las. Quando o seu pai lhe comunicou o seu pavor por ter-se esquecido até dos fatos mais impressionantes da sua infância, Aureliano lhe explicou o seu método, e José Arcadio Buendía o pôs em prática para toda a casa e mais tarde o impôs a todo o povoado. Com um pincel cheio de tinta, marcou cada coisa com o seu nome: mesa, cadeira, relógio, porta, parede, cama, panela. Foi ao curral e marcou os animais e as plantas: vaca, cabrito, porco, galinha, aipim, taioba, bananeira. Pouco a pouco, estudando as infinitas possibilidades do esquecimento, percebeu que podia chegar um dia em que se reconhecessem as coisas pelas suas inscrições, mas não se recordasse a sua utilidade. Então foi mais explícito. O letreiro que pendurou no cachaço da vaca era uma amostra exemplar da forma pela qual os habitantes de Macondo estavam dispostos a lutar contra o esquecimento: Esta é a vaca, tem-se que ordenhá-la todas as manhãs para que produza o leite e o leite é preciso ferver para misturá-lo com o café e fazer café com leite. Assim, continuaram vivendo numa realidade escorregadia, momentaneamente capturada pelas palavras, mas que haveria de fugir sem remédio quando esquecessem os valores da letra escrita. MÁRQUEZ, Gabriel García. Cem anos de solidão. Tradução de Eliane Zagury. Rio de Janeiro: Record, 2001. p. 48-51. (Fragmento).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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a) Observe novamente o poema Nome Não. O que há em comum entre o que aparece nas imagens e o que o narrador conta nesse trecho do romance Cem anos de solidão? b) Há uma passagem do texto em que Aureliano está tentando se lembrar do nome da bigorna (objeto de metal utilizado para laminar metais). Que palavra ele acabou usando para nomear esse objeto? c) Você acredita que as outras pessoas da cidade concordariam com o nome que ele deu à bigorna? Por quê? d) Você acha que a solução encontrada pela personagem poderia ser eficiente se a doença existisse de verdade? e) A história desse romance é uma ficção. O que isso significa? (Caso seja necessário, procure no dicionário o significado da palavra ficção.) f) Agora, reflita sobre a explicação a seguir e discuta o que você entendeu sobre o que uma língua é capaz de fazer, aproveitando toda a conversa sobre os textos. 182
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usando a linguagem verbal. Isso quer dizer que o objeto e as coisas sobre as quais falamos nem precisam existir na realidade. Eles podem ser inventados. Por meio das palavras, podemos criar mundos inteiros com coisas que não existem e, quando fazemos isso, muitas vezes, até inventamos novas palavras para nomear essas coisas. Pense, por exemplo, nos seres e em todas as coisas criadas e nomeadas no filme Avatar. A lua de Pandora, os seus habitantes — os Na’vi — e os nomes de cada um, até a língua que falavam, foram coisas inventadas. Todo aquele mundo só passou a existir a partir do momento em que alguém o criou — primeiro com as palavras (quando o roteirista escreveu a história), depois com as imagens e outras linguagens (quando se tornou um filme).
Sintetizando, podemos dizer que a língua nos possibilita recriar, apreender a realidade, falar das coisas que existem, permitindo-nos dizer como as vemos ou sentimos. E possibilita-nos, ainda, criar outras “realidades” feitas de coisas que não existem.
Olha o que quer e o que pode essa língua! Como você viu, as palavras não possuem características de seus objetos, não “apontam” para eles. Mas veja só o que acontece quando um poeta cisma em mudar isso! Sociedade Portuguesa de Autores, Lisboa
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O que pode a língua O texto Nome não é um poema que fala sobre as coisas que existem no nosso mundo e sobre como as nomeamos. Por meio dele podemos entender que as palavras não são os objetos. Elas nos possibilitam falar desses objetos: dos que estão a nossa vista e dos que não estamos vendo. Podemos, por exemplo, falar de um cavalo, galopando no campo, sem estarmos vendo o cavalo ou o campo. Podemos contar um fato que aconteceu conosco ou com outra pessoa e falar sobre o que pensamos e sentimos a respeito, depois de termos vivido, presenciado ou conhecido o fato. Já o mundo e as personagens que aparecem em Cem anos de solidão não são reais, embora haja muitas coisas neles que possam lembrar a nossa realidade. Eles só passaram a ser conhecidos — e existir como parte de nossa experiência de leitores — porque seu autor lhes “deu vida”
CASTRO, E. M. de Melo e. Pêndulo. 1962. Poema enviado e autorizado pela Sociedade Portuguesa de Autores, Lisboa.
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1. Você sabe o que é pêndulo? 2. Observe como a palavra está disposta na página. O que esse poema visual quer mostrar em relação a essa palavra?
Então ficamos assim... Agora que você já discutiu os textos com a turma, retome as perguntas feitas no início desta discussão: • Afinal, usamos a língua para quê? O que ela faz? • Qual a sua importância como linguagem? • As palavras se parecem com as coisas e os objetos que nomeiam?
L eia, a seguir, um trecho de um conto que tem como personagem principal Marcelo, um menino que vivia fazendo perguntas sobre tudo. Depois, responda às questões 1 a 8.
[...]
Marcelo, marmelo, martelo
Uma vez, Marcelo cismou com o nome das coisas: — Mamãe, por que é que eu me chamo Marcelo? — Ora, Marcelo foi o nome que eu e seu pai escolhemos. — E por que é que não escolheram martelo? — Ah, meu filho, martelo não é nome de gente! É nome de ferramenta... — Por que é que não escolheram marmelo? — Porque marmelo é nome de fruta, menino! — E a fruta não podia chamar Marcelo, e eu chamar marmelo? No dia seguinte, lá vinha ele outra vez: — Papai, por que é que mesa chama mesa? — Ah, Marcelo, vem do latim. — Puxa, papai, do latim? E latim é língua de cachorro? — Não, Marcelo, latim é uma língua muito antiga. — E por que é que esse tal de latim não botou na mesa nome de cadeira, na cadeira nome de parede, e na parede nome de bacalhau? — Ai, meu Deus, este menino me deixa louco! Daí a alguns dias, Marcelo estava jogando futebol com o pai: — Sabe, papai, eu acho que o tal de latim botou nome errado nas coisas.
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Por exemplo: por que é que bola chama bola? — Não sei, Marcelo, acho que bola lembra uma coisa redonda, não lembra? — Lembra, sim, mas... e bolo? — Bolo também é redondo, não é? — Ah, essa não! Mamãe vive fazendo bolo quadrado... O pai de Marcelo ficou atrapalhado. E Marcelo continuou pensando: “Pois é, está tudo errado! Bola é bola, porque é redonda. Mas bolo nem sempre é redondo. E por que será que a bola não é a mulher do bolo? E bule? E belo? E bala? Eu acho que as coisas deviam ter nome mais apropriado. Cadeira, por exemplo. Devia chamar sentador, não cadeira, que não quer dizer nada. E travesseiro? Devia chamar cabeceiro, lógico! Também, agora, eu só vou falar assim”. [...] ROCHA, Ruth. Marcelo, marmelo, martelo. Marcelo, marmelo, martelo e outras histórias. 27. ed. São Paulo: Salamandra. s.d. p. 9-13. (Fragmento).
1. No trecho lido, o menino Marcelo está insatisfeito com um aspecto da língua sobre o qual comentamos neste capítulo. Qual aspecto é esse? 2. O que Marcelo decide fazer para “corrigir” esse aspecto (que, na opinião dele, é um defeito) da língua? 3. Releia este trecho:
— Papai, por que é que mesa chama mesa? — Ah, Marcelo, vem do latim. — Puxa, papai, do latim? E latim é língua de cachorro? a) Por que Marcelo a princípio acha que “latim é língua de cachorro”? b) Leia o boxe e responda: por que o pai de Marcelo afirma que mesa vem do latim?
Clipe O latim e a língua portuguesa O latim era a língua falada pelos romanos aproximadamente dois mil anos atrás. Nessa época, os romanos conseguiram dominar diversos povos — inclusive aqueles que habitavam a região hoje correspondente a Portugal. Alguns desses povos aprenderam o latim com os dominadores, mas falavam essa língua do seu jeito, misturando-a com suas próprias línguas. Nasceram, assim, vários idiomas novos, que eram baseados no latim, porém um bocado diferentes dele. Essas línguas foram chamadas de neolatinas (neo significa “novo”), e a língua portuguesa é uma delas. Por causa dessa trajetória, muitas palavras da língua portuguesa têm origem no latim.
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4. Neste capítulo, vimos que, a princípio, não há relação entre as palavras usadas para dar nome às coisas e as características dessas coisas. a) Explique por que a maneira como o pai de Marcelo tenta justificar a origem da palavra bola não está de acordo com o que estudamos. b) Logo depois, ele se atrapalha ao tentar justificar a origem da palavra bolo. O argumento usado por Marcelo para contestar a explicação do pai confirma ou não o que você aprendeu neste capítulo? 5. Observe estas palavras terminadas com -dor: apagador, apontador, moedor. a) O que elas têm em comum, quanto ao significado? b) Levando em conta a sua resposta no item anterior, explique qual critério Marcelo seguiu para propor a troca da palavra cadeira por sentador.
7. Na sua opinião, os novos nomes das coisas propostos por Marcelo são realmente “mais apropriados”? 8. No fim do fragmento, o menino declara que, dali em diante, ele só vai “falar assim”. O que você acha que acontecerá, se ele realmente cumprir sua promessa? 9. Neste capítulo, você já leu um poema que faz uma brincadeira entre a forma das palavras e aquilo que elas significam. Agora, leia outro poema desse tipo. millÔr FernanDes
Poeminhas cinéticos
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6. Ao propor a troca da palavra travesseiro por cabeceiro, Marcelo também levou em conta a função do objeto. Explique.
FERNANDES, Millôr. Trinta anos de mim mesmo. Rio de Janeiro: Nórdica, 1972. p. 16.
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a) A palavra assim foi usada várias vezes no texto. Comente a forma como ela aparece na primeira e na segunda estrofes e explique o sentido que essa forma dá ao que está sendo dito. b) Agora observe o último verso das duas estrofes finais e relacione-os com o que está sendo dito. O que o poeta quer que esses versos “mostrem” ao organizar as palavras da forma como estão? c) Agora chegou sua vez de produzir um poema brincando com a forma e o significado das palavras, tentando fazê-las mostrar o que são ou significam. Veja algumas palavras que podem servir como ponto de partida: pimenta
rede
guarda-chuva
onda
• Releia os poemas Pêndulo e Poeminhas cinéticos e, se quiser, utilize um deles como modelo. Solte a imaginação!
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10. Ainda dentro da discussão sobre a (falta de) relação entre as palavras e as características das coisas que elas nomeiam, observe as seguintes frases: A professora estava ouvindo um zum-zum-zum na sala. No quarto do avô, o tique-taque do antigo relógio marcava a passagem do tempo. O bem-te-vi é um dos pássaros mais comuns nas cidades brasileiras.
a) Nesses casos, existe relação entre as palavras — especificamente o som delas — e as coisas que elas nomeiam? Explique. b) Levante hipóteses: por que você acha que palavras desse tipo são criadas?
Pesquisa e ação O que você vai investigar Você e seus colegas irão fazer uma pesquisa com o objetivo de conhecer algumas curiosidades sobre as línguas em geral e sobre a língua portuguesa. Como resultado final desta pesquisa serão produzidos pequenos textos do tipo “Você sabia?” — que comporão um painel cujo título será Curiosidades da língua.
A. Organizando a pesquisa Junte-se à turma e pensem em informações que vocês gostariam de ter sobre as línguas em geral ou sobre a língua portuguesa. Vocês podem usar as perguntas a seguir como referência e, com base nessa reflexão, podem preparar mais perguntas. 1. Você sabe quantas línguas existem no mundo, além do português? 2. Sabe quantos países falam a língua portuguesa no mundo? 187
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3. Sabe se o português que se fala em todos os países é igual? 4. Todas as línguas que existem são faladas e escritas? 5. Sabe se tem língua mais simples que a outra? 6. E tem língua melhor e pior? 7. De onde veio a nossa língua? 8. No Brasil, há outras línguas além do português? 9. O português que se fala no Brasil é igual em todas as regiões?
B. Produzindo o painel
b) Cada grupo deverá pesquisar o que quer saber e, com as informações selecionadas, produzir um pequeno texto do tipo Você sabia?.
Veja um modelo de “Você sabia”:
Você sabia que...
• A língua portuguesa tem mais de 240 milhões de falantes nativos. • É a quinta língua mais falada no mundo, a mais falada no hemisfério sul e a terceira mais falada no mundo ocidental.
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a) Formem grupos de trabalho, conforme orientações do professor, e distribuam as perguntas feitas, de modo que cada grupo se responsabilize por uma ou duas.
Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_portuguesa>. Acesso em: 4 abr. 2011
c) Com seus textos, montem o painel Curiosidades da língua, que poderá ficar exposto no mural da sala ou em um lugar de destaque, na escola.
Discurso, intencionalidade discursiva e sentidos Como é que é? Você já percebeu que nem sempre o que a gente diz é entendido pelas pessoas do modo como desejamos? Nunca aconteceu de você se envolver em mal-entendidos e até brigas porque entendeu de um jeito “errado” o que o outro disse? Ou o contrário? — Por que será que os mal-entendidos acontecem? 188
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cremer s.a.
Leia o texto a seguir e discuta com seu colega.
Entra o curativo, sai o machucado.
1. Qual o objetivo deste texto? 2. Que recursos foram usados para alcançar o objetivo? 3. Quem é o leitor esperado do texto? 4. Quem seria o responsável pelo texto? 5. Você saberia dizer que nome damos a textos desse tipo? 6. Onde você acredita que poderia “dar de cara” com um texto como este?
Enunciado e discurso Em qualquer situação de comunicação em que dois ou mais interlocutores se envolvem, cada um deles produz, com a língua, enunciados. Esses enunciados, portanto, acontecem em um determinado momento e lugar, são destinados a alguém e têm objetivos muito específicos. Quando esses enunciados acontecem, estamos produzindo discursos e atribuindo sentidos ao que lemos ou ouvimos. Quando esta propaganda circulou por nós, circulou o discurso do locutor (que é a fabricante dos curativos), ou seja, circulou a ideia de que o produto que a empresa tem a oferecer é interessante, atraente ao consumidor. E nós, como locutários, atribuímos sentido a esse discurso — e nos sentimos atraídos ou não pelo produto que a empresa está “vendendo”. 189
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— Um biquíni novo? — É, pai. — Você comprou um no ano passado! — Não serve mais, pai. Eu cresci. — Como não serve? No ano passado você tinha 14 anos, este ano tem 15. Não cresceu tanto assim. — Não serve, pai. — Está bem, está bem. Toma o dinheiro. Compre um biquíni maior. — Maior não, pai. Menor. Aquele pai, também, não entendia nada. VERISSIMO, Luis Fernando. Pai não entende nada. Porto Alegre: L&PM, 1991. p. 26. © by Luis Fernando Verissimo.
1. Que pedido a garota faz ao pai?
Pai não entende nada, de Luis Fernando Verissimo. Porto Alegre: L&PM, 1991. A crônica que você leu faz parte do livro de mesmo título Pai não entende nada, de Luis Fernando Verissimo, que traz uma coletânea de pequenas e divertidas crônicas de situações totalmente possíveis de vivermos no dia a dia.
2. O que ela pretende exatamente com tal pedido? 3. Veja a resposta da menina à afirmação, feita pelo pai, de que havia comprado um biquíni no ano anterior:
— Não serve mais, pai. Eu cresci. a) Como o pai entendeu essa fala da filha? b) E o que a filha quis dizer com essa fala? 4. Seria possível dizer que houve entre os dois um mal-entendido? Por quê?
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Pai não entende nada
Vale a pena ler! REPRODUÇÃO
Leia, a seguir, uma pequena crônica de Luis Fernando Verissimo. Depois, responda às questões.
5. Por que no final do texto o narrador afirma que “Aquele pai, também, não entendia nada”? Preste atenção no sentido que a palavra destacada dá ao enunciado, levando em conta o título da crônica, Pai não entende nada.
Os interlocutores e suas intenções Os interlocutores sempre têm intenções muito específicas em relação ao discurso que produzem para o outro. A essas intenções, chamamos de intencionalidade discursiva. Na situação apresentada na crônica que você acabou de ler, a filha constrói um discurso que tem uma intencionalidade discursiva: convencer o pai a comprar um
biquíni menor. O pai, considerando a informação dada pela filha de que o biquíni não serve mais, entende, em parte, a intencionalidade da filha: está claro que sua intenção é convencê-lo a comprar outro biquíni, mas não entende que ela quer um menor e não um maior, como supõe. O humor da crônica consiste exatamente neste mal-entendido.
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Então ficamos assim... E agora, depois dos exemplos discutidos, você saberia explicar por que os mal-entendidos acontecem? Tente elaborar uma resposta completa, junto com seus colegas.
Atividades 1. Leia a piada a seguir, que foi publicada no livro As melhores piadas do humor judaico, em um capítulo intitulado “Esperteza”.
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Na loja de tecidos — Quanto custa o metro deste algodão? — pergunta Jacó. — Estamos em promoção — diz o vendedor, pegando a bobina do tecido —, quanto mais o senhor levar, mais barato fica. — Então, vai desenrolando até ficar de graça. ZYLBERSZTAJN, Abram. As melhores piadas do humor judaico. Rio de Janeiro: Garamond, 2003. p. 16. v. 2.
a) O homem da loja de tecidos construiu um discurso bastante utilizado por quem quer vender alguma coisa. Qual era a intenção desse discurso? b) Qual sentido Jacó quis atribuir ao discurso do vendedor? c) Explique por que a piada foi incluída em um capítulo chamado “Esperteza”. CHICO BENTO
Mauricio de Sousa
maUricio De soUsa proDUÇÕes ltDa
2. Leia esta tira de Chico Bento, em que ele conversa com o amigo Zé Lelé.
O Estado de S. Paulo, São Paulo, 21 jul. 2009.
a) O que Zé Lelé quis dizer com sua fala no primeiro quadrinho?
b) E qual foi o sentido que Chico Bento atribuiu à fala do amigo? c) Podemos dizer que houve um mal-entendido nesse diálogo? Por quê? 191
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Ficha de avaliação 1
Unidade 1 • Capítulo 1
Diário ficcional
Nome do(a) aluno(a):
Turma:
sim A*
em parte P**
A*
P**
não A*
P**
1. Você contou o dia a dia do personagem no sexto ano da escola? 2. Utilizou uma linguagem simples, com palavras comuns do dia a dia?
Adequação à proposta
3. Criou e apresentou um amigo do narrador-personagem? 4. Você incluiu alguma dica para que o leitor possa superar alguma dificuldade que possa encontrar ao entrar no sexto ano? 5. As ações das personagens combinam com a descrição que foi feita delas? 6. Você colocou datas e outras expressões para marcar a passagem dos dias?
Construção da coesão/ coerência
Uso das normas e convenções da variedade padrão
7. Iniciou a narrativa de cada dia com um vocativo? 8. O diário está bem pontuado: a) com uso adequado de pontos finais e vírgulas? b) com divisão em parágrafos? c) com recuo na primeira linha do parágrafo?
9. O texto está livre de problemas de ortografia relacionados a regras já estudadas*?
A* Espaço destinado à avaliação pelo aluno P** Espaço destinado à avaliação pelo professor
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Unidade 1 • Capítulo 1 O que achei mais difícil de fazer nesta produção:
*Ortografia: o que não posso mais errar neste momento
Avaliação da revisão final – Observações gerais do professor:
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Singular & Plural
Leitura, produção e estudos de linguagem
Laura de Figueiredo Bacharel em Letras pela Universidade de São Paulo (USP). Mestre em Linguística Aplicada pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Professora em programas de formação continuada das redes estadual e municipal de São Paulo. Autora de materiais didáticos.
Marisa Balthasar Licenciada em Letras pela Universidade de São Paulo (USP). Doutora em Teoria Literária pela Universidade de São Paulo (USP). Professora em programas de formação continuada das redes estadual e municipal de São Paulo. Professora na rede pública por 14 anos. Professora em escolas particulares do ensino superior. Autora de materiais didáticos.
Shirley Goulart Licenciada em Letras pela Faculdade Rui Barbosa. Especialista em Literatura pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Professora em programas de formação continuada das redes estadual e municipal de São Paulo. Professora na rede pública por 15 anos. Professora em escolas particulares do ensino superior. Autora de materiais didáticos.
1a edição
Frontis Singular Plural Mercado LA.indd 1
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© Laura de Figueiredo, Marisa Balthasar, Shirley Goulart, 2012
Coordenação editorial: Áurea Regina Kanashiro, Mônica Franco Jacintho Edição de texto: Camila Ribeiro, Daniela Cristina Calvino Pinheiro, Mônica Franco Jacintho, Regiane de Cássia Thahira, Thelma de Carvalho Guimarães Assistência editorial: Ademir Garcia Telles, Anabel Ly Maduar, Átila Morand, Pedro Paulo Silva Preparação: Anabel Ly Maduar, Márcia Camargo, Solange Scattolini Coordenação de design e projetos visuais: Sandra Botelho de Carvalho Homma Projeto gráfico: Everson de Paula Capa: Marta Cerqueira Leite, Mariza de Souza Porto Foto de capa: Diana Ong. Blue coats-black crowd © Diana Ong/SuperStock/Getty Images Coordenação de produção gráfica: André Monteiro, Maria de Lourdes Rodrigues Coordenação de arte: Maria Lucia Couto Edição de arte: Patricia Costa Assistência de produção: Ana Miadaira Editoração eletrônica: Arbore Comunicação Empresarial & Design Edição de infografia: William Taciro (coordenação), Camila Ribeiro, Fernanda Fencz Ilustrações: Attilio, Eugênia Nobati, Orlandeli, Paulo Manzi, Robson Araújo, Ricardo Figueroa, Suely Shiba, Viviana Bilotti Cartografia: Alessandro Passos da Costa Coordenação de revisão: Elaine Cristina del Nero Revisão: Ana Paula Luccisano, Luís M. Boa Nova, Maristela S. Carrasco Pesquisa iconográfica: Denise Durand Kremer, Luciano Baneza Gabarron As imagens identificadas com a sigla CID foram fornecidas pelo Centro de Informação e Documentação da Editora Moderna. Coordenação de bureau: Américo Jesus Tratamento de imagens: Arleth Rodrigues, Bureau São Paulo, Fabio N. Precendo, Pix Art, Rodrigo Fragoso, Rubens M. Rodrigues, Wagner Lima Pré-impressão: Alexandre Petreca, Everton L. de Oliveira Silva, Hélio P. de Souza Filho, Marcio H. Kamoto Coordenação de produção industrial: Wilson Aparecido Troque Impressão e acabamento:
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Figueiredo, Laura de Singular & plural : leitura, produção, estudos de linguagem / Laura de Figueiredo, Marisa Balthasar, Shirley Goulart. -São Paulo : Moderna, 2012.
Bibliografia.
1. Leitura (Ensino fundamental) 2. Português Gramática 3. Português - Redação (Ensino fundamental) I. Balthasar, Marisa. II. Goulart, Shirley. III. Título.
11-05907
CDD-372.61
Índices para catálogo sistemático: 1. Gramática : Português : Ensino fundamental 372.61 2. Português : Gramática : Ensino fundamental 372.61 ISBN 978-85-16-07143-1 (LA) ISBN 978-85-16-07144-8 (LP)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados EDITORA MODERNA LTDA. Rua Padre Adelino, 758 - Belenzinho São Paulo - SP - Brasil - CEP 03303-904 Vendas e Atendimento: Tel. (0_ _11) 2602-5510 Fax (0_ _11) 2790-1501 www.moderna.com.br 2012 Impresso na China 1 3 5 7 9 10 8 6 4 2
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Apresentação
Entregamos a você esta obra! Pensamos nela assim, como está, esperando que você aprenda mais, principalmente, a perguntar, pesquisar, discutir, compartilhar e conhecer. No Caderno de Leitura e produção, destacamos o trabalho com a leitura e a produção de textos – orais e escritos – bem diversos, dos quais você precisa na sua vida pessoal, na sua vida escolar e, além delas, na sua vida em sociedade. Este caderno será o “lugar” de falar de você, de você e o outro, e de você e o mundo! O lugar de lidar com diferentes linguagens e tecnologias, diferentes conhecimentos e pontos de vista sobre as coisas do mundo. No Caderno de Práticas de literatura, você vai vivenciar um dos lados mais criativos da língua! (Se é que há algum lado dela que não seja criativo!) Por meio dos textos literários e dos diálogos com outras linguagens, como a do cinema, da pintura, da escultura e tantas outras, vai poder descobrir a delícia que pode ser ler “textos que não servem para nada!”. E, enfim, no não menos importante Caderno de Estudos de língua e linguagem, você vai poder refletir sobre o que é, afinal, essa nossa língua portuguesa, que são tantas em uma só! Com tudo o que já sabe sobre essa língua que você fala e escreve, vai se surpreender com o que ainda há para saber sobre seus usos. Uma advertência: não espere encontrar nestes três cadernos os conhecimentos da língua só em “caixinhas”. Apesar de termos organizado os saberes da disciplina em três cadernos diferentes, em todos você vai encontrar um pouquinho de cada um deles. Isso porque os conhecimentos e os usos da língua são muitos, mas a língua em que são escritos todos os textos escolhidos para os cadernos é a língua portuguesa! Então, é isso! Bem-vindo a bordo desta “viagem” pelos cantos e recantos da nossa língua!
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Estrutura da obra Caderno de leitura e produção
unidade 1:.aborda.temas. relacionados.à.adolescência .
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Este. caderno. é. composto. de. três. unidades.destinadas.ao.estudo.de.diferentes.temas,.por.meio.de.leituras.e. produções. de. textos. orais. e. escritos .. Para.essas.unidades,.foram.selecionados.textos.diversos,.como.notícias,.reportagens,.artigos.de.opinião,.artigos. de.revistas.e.de.divulgação.científica,. charges,.tirinhas,.crônicas,.além.de.gêneros.próprios.da.esfera.escolar .
unidade 2:.aborda.temas. relacionados.à.diversidade. cultural .
unidade 3:.aborda.temas. relacionados.aos.problemas.da. sociedade .
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Caderno de prátiCas de literatura
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Este.caderno.é.destinado.à.abordagem.mais.enfática.em.leitura.e,.eventualmente,. trabalha. a. produção. de. textos. literários .. É. composto. de. dois. capítulos .
Por.meio.de.leituras.dirigidas,.são. exploradas.características.dos. textos.literários.para.que.você. possa.“curtir”.mais.esses.textos,. descobrindo.o.que.há.neles.de. inventividade .
Esta.unidade.apresentará.sempre. dois.capítulos ..Mais.flexível,. sua.estrutura.dependerá.das. necessidades.exigidas.pelo.texto. em.foco,.bem.como.pela.ênfase. didática.que.se.deseja.garantir .
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Estrutura da obra
Caderno de estudos de língua e linguageM
Nos.capítulos.desta.unidade,. estudaremos.a.língua.como.o.fenômeno. social.e.histórico.que.nos.possibilita. interagir.com.os.outros ..Vamos.observar. e.analisar.os.recursos.com.os.quais. podemos.contar.ao.usar.a.língua.nas. várias.situações.da.nossa.vida .
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Neste.caderno,.priorizamos.a. reflexão.sobre.aspectos.da.língua. portuguesa.que.podem.nos.ajudar. a.ver.com.mais.detalhes.o.que.pode. e.o.que.quer.essa.língua,.quando.a. usamos .
Nesta.unidade,.você.estudará. as.regras.da.gramática. normativa.para.o.uso.da. variedade.da.língua.padrão .
E,.finalmente,.nesta.unidade. você.irá.estudar.a.pontuação. e.a.ortografia.das.palavras .
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FiCHas de aValiação
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Um.dos.grandes.diferenciais.desta.obra.são.as.fichas.de.avaliação.das.produções.de. textos.(orais.e.escritos),.destacáveis,.que.você.e.seu.professor.poderão.usar .
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Nestas.fichas,.você.encontrará. critérios.claros.para.orientá-lo.na. produção.e.na.avaliação.de.seus. textos.–.o.que.o.ajudará.a.aprender. mais.sobre.o.trabalho.de.produção. de.textos .
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Sumário Caderno de leitura e produção Unidade 1
Mudanças e transformações. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 Capítulo 1: Um mundo de emoções: o primeiro amor... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Capítulo 2: Um mundo de emoções: o primeiro beijo, as indecisões, as decepções... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 • Leitura: O primeiro beijo, de Diego Aquino . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • Leitura: Quero esquecer, de Fabiano Rampazzo e Marina Vasconcellos . . . . . . . . . . . . . . . . • Produção: mensagens de fóruns de discussão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Conhecendo o gênero: mensagens em ambientes de discussão na internet . . . . . . . . . Atividade 1: ambientes de discussão na internet — o que são? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Atividade 2: observando algumas mensagens de uma discussão . . . . . . . . . . . . . . . . . . • Produzindo o texto: mensagem em ambientes de discussão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • Roda de leitura: minicontos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Texto 1: Banho de chuva, de Leonardo Brasiliense . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Texto 2: Brinca comigo, pai, de Wilson Gorj . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Texto 3: Seus olhos se cruzaram, de Kaluã . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Texto 4: Eu não te amo mais, de Jorge Furtado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Texto 5: Primeiro grande amor, de Reinaldo Damázio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
41 46 49 49 49 52 55 58 58 58 58 58 58
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
• Leitura: O primeiro amor, de Ana Miranda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 • Leitura: A química do amor, de Paulo Ribeiro Claro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 • Produção: depoimentos pessoais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 Conhecendo o gênero: depoimentos pessoais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 Atividade 1: depoimentos — o que são, para que servem e onde circulam? . . . . . . 30 Atividade 2: os depoimentos pessoais sobre o amor e os seus micos . . . . . . . . . . . . . . 32 • Produzindo o texto: depoimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 • Roda de leitura: minicontos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 Miniconto 1: Para que ninguém a quisesse, de Marina Colasanti . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 Miniconto 2: 189, de Dalton Trevisan . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
Unidade 2
Diversidade cultural . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60 Capítulo 1: Diferentes estilos, diferentes culturas: qual é a sua tribo? . . . . 62 • Leitura: Calçadão aproxima estilos, identidades e gostos musicais variados, Luan Santos, Bianca Damas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64 • Leitura: Sertanejo universitário: o sertanejo faz escola, Carol Campanharo e Naiara Andrade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70 • Produção: reportagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77 Conhecendo o gênero: reportagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77 Atividade 1: o que você já sabe sobre reportagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77 Atividade 2: as fontes para a preparação de uma reportagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78 • Produzindo o texto: as entrevistas para a reportagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80 • Roda de leitura: canção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83 Negro gato, Getúlio Cortes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
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Capítulo 2: Do erudito ao pop e vice-versa: há diálogo possível? . . . . . . . . . . . 86 • Leitura: Rei do mangá causa polêmica em Versalhes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89 • Produção: reportagem — 2a etapa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99 Conhecendo mais o gênero: reportagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99 Atividade 1: comparando a reportagem e a notícia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99 Atividade 2: a organização do texto e a composição com outras linguagens . . . . . 99 Atividade 3: modos de iniciar uma reportagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104 • Produzindo o texto: reportagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106 • Roda de leitura: canção, letra de canção e poemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108 Texto 1: As cores, Danilo Valbusa e Diego Silveira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109 Texto 2: Traduzir-se, Ferreira Gullar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Unidade 3
Meio ambiente e participação política . . . . . . . . . . . . 112
Capítulo 1: Pelas ruas da cidade: problemas ambientais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114 • Leitura: Esgoto vaza na Rua Visconde de Caravelas, em Botafogo, após fortes chuvas . . . . • Leitura: Buracos e perigo nas vias da Zona Sul do Recife . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • Produção: carta de solicitação ou de reclamação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Conhecendo os gêneros: carta de solicitação e de reclamação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Atividade 1: cartas — a ocasião faz a produção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Atividade 2: reclamar ou solicitar, eis a questão! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Atividade 3: a argumentação em cartas de reclamação e de solicitação . . . . . . . . . Atividade 4: a organização das cartas de solicitação e de reclamação . . . . . . . . . . . . • Produzindo o texto: carta de reclamação ou de solicitação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • Roda de leitura: fábulas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Texto 1: O Leão e o Rato, de Esopo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Texto 2: Hierarquia, de Millôr Fernandes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
115 117 120 120 120 123 127 129 131 132 133 134
Capítulo 2: O lixo nosso de cada dia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 136 • Leitura: Geração de lixo em 2010 foi seis vezes superior ao crescimento da população . . . . . • Leitura: Apenas 8% dos municípios fazem coleta seletiva de lixo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • Produção: carta de solicitação ou de reclamação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Preparando-se para a produção: percepções sobre o problema do lixo . . . . . . . . . . . Atividade 1: levantando informações — roteiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Atividade 2: delimitação do problema — do registro de observação . à formulação de uma opinião . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Atividade 3: delimitação do problema — debate para a tomada . de decisão conjunta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Atividade 4: definição da situação de interação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • Produzindo o texto: carta de reclamação ou de solicitação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • Roda de leitura: fábulas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Texto 1: Parábola dos fariseus e do pagador de impostos, texto bíblico . . . . . . . . . . Texto 2: O Leão e o Rato, de Millôr Fernandes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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139 141 144 144 144 145 145 146 147 148 149 150
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Caderno de práticas de Literatura Unidade 1
Entre leitores e leituras: práticas de literatura . . . . . 154
Capítulo 2: Instantes poéticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • Leitura: Pescaria, de Guilherme de Almeida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • Leitura: Silêncio, de Matsuo Bashô . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • Leitura: Velho lago, de Matsuo Bashô . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • Leitura: Conchinhas e pétalas, de Matsuo Bashô . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • Leitura: As metamorfoses da velhice, de Rubem Alves . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Pesquisa e ação: ilustração de haicais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Mostra Instantes poéticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
172 173 175 175 175 178 180 187
Caderno de Estudos de Língua e linguagem Unidade 1
Língua e linguagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 190
Capítulo 1: Polissemia (mesma palavra, outro sentido e contexto) . . . . . • Polissemia e sentido literal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • Ambiguidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Capítulo 2: Figuras de linguagem I - metáfora e metonímia . . . . . . . . . . . . . . . . • Metáfora (misturando contextos) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • Metonímia (novos sentidos dentro do mesmo contexto) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Capítulo 3: Figuras de linguagem II: hipérbole,
192 196 197 203 203 206
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Capítulo 1: O mundo da poesia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 156 • Leitura: Cultura, de Arnaldo Antunes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 158 Sons e sentidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 159 Leitura: Livro de pré-coisas, de Manoel de Barros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 161 Pesquisa e ação: Manoel de Barros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 163 Linguagem figurada, imagens verbais e sentidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 164 • Leitura: O amor, esse sufoco, de Paulo Leminski . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 164 • Leitura: Amor é um fogo que arde sem se ver, de Luís de Camões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 166 • Leitura: O amor é filme, de Lirinha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 167 • Visualização de versos e sentidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 169 • Leitura: Pássaro em vertical, de Libério Neves . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 169
personificação, sinestesia e ironia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 213
Unidade 2
Língua e gramática normativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 220 Capítulo 1: Verbos: emprego e sentido dos tempos e modos verbais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 222 • Conceito de verbo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • Variação de número e de pessoa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • Modo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • Tempos verbais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • Os tempos do indicativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • Os tempos do subjuntivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • Imperativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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222 224 225 227 229 233 234
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• Formas nominais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Particípio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Gerúndio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Infinitivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Capítulo 2: Termos que aparecem na construção da oração I:
235 235 236 236
• Sintaxe e concordância verbal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • Construindo o conceito de sujeito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Sujeito e predicado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . O verbo e a concordância com o sujeito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • Núcleo do sujeito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • Tipos de sujeito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Sujeito simples e sujeito composto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Sujeito desinencial, sujeito indeterminado e oração sem sujeito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • A posição do sujeito na frase . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A concordância com o sujeito que está depois do verbo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Capítulo 3: Termos que aparecem na construção da oração II:
243 244 244 245 246 247 247 248 254 255
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
o sujeito e sua relação com o verbo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 243
o predicado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 261
• Predicado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 261 Capítulo 4: Termos que aparecem na construção da oração III: complementos verbais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 265 • Complementos verbais: objeto direto e objeto indireto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 265 Predicativo do objeto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 266 • Verbos intransitivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 267 • Verbos transitivos diretos e indiretos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 268 Voz passiva sintética x sujeito indeterminado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 268 Unidade 3
Ortografia e pontuação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 272 Capítulo 1: Ortografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 274 1. Família de palavras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 274 2. Grafia das palavras: com g ou j (-gem/-jem) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 277 3. Grafia das palavras: uso do h inicial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 279 4. Grafia das palavras: com s ou z (-oso/-osa)? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 282 5. Grafia das palavras: com s ou z (-isar/-izar)? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 285 6. Grafia das palavras: s, ç e x após ditongos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 287 7. Acentuação das palavras: relembrando as regras já estudadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 290 8. Acentuação das palavras: oxítonas e monossílabos terminados com ditongos abertos . . 292 9. Acentuação das palavras: i e u tônicos em hiatos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 295 10. Acentuação das palavras: por que, porque, por quê e porquê . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 299 Capítulo 2: Pontuação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 304 1. Relembrando: pontuação do discurso direto e indireto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 304 2. O uso da vírgula: noções básicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 308 3. Uso da vírgula: vocativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 312
Anexos
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Fichas de avaliação
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Caderno de Leitura e produção Apresentação Um caderno de textos para seu dia a dia Você já reparou que, em nosso dia a dia, estamos o tempo todo em contato com a linguagem? Desde o primeiro “bom-dia” que falamos, passando pelos rótulos de produtos, sinais de trânsito, notícias de jornal, propagandas, até textos, vídeos, músicas da internet, etc. Ou seja, uma infinidade de palavras, sons, imagens dos quais não nos desligamos nem quando sonhamos. Com a linguagem nos expressamos, nos conhecemos, interagimos com os outros e com o mundo. Nas três unidades deste caderno, você vai entrar em contato com várias dessas linguagens para tratar de assuntos que dizem respeito a você, adolescente que vive conflitos e alegrias, bem como à sua relação com as pessoas mais próximas e com todo o planeta. Neste caderno, você vai ler e produzir textos que o ajudarão a se conhecer melhor, a expressar seus sentimentos, seus conhecimentos e suas opiniões. Textos que serão importantes para sua vida dentro e fora da escola. Pronto para isso?
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Unidade 1
Mudanças e transformações • Capítulo 1: Um mundo de emoções: o primeiro amor... • Capítulo 2: Um mundo de emoções: o primeiro beijo, as indecisões, as decepções... Unidade 2
Diversidade cultural • Capítulo 1: Diferentes estilos, diferentes culturas: qual é a sua tribo? • Capítulo 2: Do erudito ao pop e vice-versa: há diálogo possível? Unidade 3
Meio ambiente e participação política • Capítulo 1: Pelas ruas da cidade: problemas ambientais • Capítulo 2: O lixo nosso de cada dia
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UNIDADE
Leitura e produção
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Mudanças e transformações
Vamos pensar • Você acha que as experiências dessa fase da adolescência são iguais para garotos e garotas? • O que pode ajudar adolescentes como você a passar por essa fase de modo mais tranquilo?
20THCENTFOX/COURTESY EVERETT COLLECTION/KEYSTONE
20THCENTFOX/COURTESY EVERETT COLLECTION/KEYSTONE
As imagens que aparecem nesta abertura são cenas da comédia romântica ABC do amor, de Mark Levin, EUA, 2005. 14
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Converse com a turma 1. As imagens que aparecem nesta abertura são cenas do filme ABC do amor. a) O que esse título dado ao filme pode significar? b) Considerando esse significado, que leitura você faz de cada uma das imagens? 2. Qual parece ser o “clima” entre as duas personagens, na imagem em que eles tomam sorvete?
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
3. Agora, leia um trecho da sinopse desse filme.
Gabe Burton (Josh Hutcherson) é um garoto de 10 anos, que [...] mora com seus pais [...], em Manhattan, na cidade de Nova Iorque. [...] Gabe é feliz se divertindo com seus amigos, seja jogando basquete na escola ou andando com seu patinete pela vizinhança, sem se interessar em momento algum por garotas. Porém a situação muda quando ele começa a ter aulas de caratê, onde passa a praticar com Rosemary Telesco (Charlie Ray), uma amiga de infância. Gabe se apaixona por Rosemary, mas não consegue entender os novos sentimentos que agora possui. Em meio às confusões que sente, ele descobre que Rosemary está prestes a partir para um acampamento de verão e que pode ser transferida para outra escola. É quando Gabe decide deixar a indecisão de lado e lutar para ficar próximo do seu primeiro amor. Disponível em: <http://www.adorocinema.com/filmes/abc-do-amor>. Acesso em: 20 maio 2011. (Fragmento adaptado).
a) Considerando as informações da sinopse e sabendo que se trata de uma comédia romântica, que tipos de situações você esperaria encontrar nesse filme? b) Por que você acha que o garoto não consegue “entender os novos sentimentos”? 4. Você já passou pela experiência de se apaixonar por alguém? Como você se sentiu ou como acha que se sentirá?
Oq
O que vamos fazer nesta unidade
N bre pica to c algu mo
Nesta unidade, vamos ler textos e discutir sobre as experiências de amor — e desamor! — típicas desta fase da sua vida, e vamos ter contato com breves relatos de experiências e produzir alguns depoimentos pessoais sobre o tema. Vamos descobrir que, além de conversar com seus pais ou responsáveis, você e seus colegas podem buscar ajuda para sanar as dúvidas que “pintam” sobre isso, participando de fóruns de discussão com mensagens em revistas ou sites que tenham especialistas sobre o assunto. Também vamos ler e produzir minicontos. 15
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Leitura e produção
Capítulo
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CHAGALL, MARC/LICENCIADO POR AUTVIS, BRASIL, 2011
1
Um mundo de emoções: o primeiro amor...
CHAGALL, Marc. Saint Jean Cap Ferrat. 1952. Litografia, 68,2 cm x 49,3 cm. Coleção particular. 16
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Converse com a turma 1. Quais foram as suas primeiras impressões sobre essa pintura? Que sensações ela despertou em você? 2. O que as figuras humanas que aparecem na tela parecem sentir uma pela outra? Explique, descrevendo o que vê.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
3. Observe as cores usadas na pintura. a) A cor que predomina na tela é o azul. Leia parte do significado simbólico dessa cor, de acordo com o dicionário de símbolos.
O azul é a mais profunda das cores: nele o olhar mergulha sem encontrar qualquer obstáculo, perdendo-se até o infinito [...]. Aplicada a um objeto, a cor azul suaviza as formas, abrindo-as e desfazendo-as. [...] As formas desaparecem no azul, afogam-se nele e somem [...] Claro, o azul é o caminho da divagação e quando ele se escurece [...] torna-se o caminho do sonho. O pensamento consciente, nesse momento, vai pouco a pouco cedendo lugar ao inconsciente, do mesmo modo que a luz do dia vai-se tornando insensivelmente a luz da noite, o azul da noite. [...] CHEVALIER, Jean e GHEERBRANT, Alain. Dicionário de símbolos. Rio de Janeiro: José Olympio, 1999. (Fragmento adaptado).
• Esse significado simbólico atribuído à cor azul o ajuda a ampliar suas sensações e impressões sobre a pintura? Explique. b) Que outras cores aparecem na pintura e entram em contraste com o azul? c) Se considerarmos que o azul dá a sensação de divagação, de sonho, que sensações essas outras cores lhe trariam? 4. Se partirmos da ideia de que a pintura traz como tema o amor entre o casal, que visão podemos construir a respeito do amor, a partir dessa tela? 5. Após esta conversa, as suas impressões sobre a tela estão diferentes? Explique.
O que vamos fazer neste capítulo Neste capítulo, vamos ler um texto que fala das emoções do primeiro amor e outro que apresenta as explicações da ciência sobre o que acontece quando nos apaixonamos. Conheceremos alguns depoimentos pessoais sobre experiências com o amor, para depois você poder produzir o seu próprio depoimento. 17
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Leitura e produção
Leitura Quem é HÉLVIO ROMERO/AGÊNCIA ESTADO
Converse com a turma Nesta seção, você lerá dois textos que vão abordar o amor, mas de perspectivas bem diferentes. Para a turma “entrar no clima” dos textos, sugerimos que vocês discutam as questões a seguir. Mas, vejam lá, hein?! Sem medo de compartilhar!
2. Você acredita naquela velha frase “O primeiro amor a gente nunca esquece”? Por quê? 3. Você acha que pode ter alguma explicação científica sobre o que acontece quando a gente ama?
Agora, leia o texto 1 e veja como a personagem se sentiu com sua primeira experiência de amor e compare com o que a turma comentou sobre o assunto.
Texto 1
O primeiro amor Numa noite eu estava no clube, esperando meus pais terminarem uma conversa, quando ouvi no ginásio esportivo o barulho de uma bola batendo no chão pá pá pá sem parar. Subi os degraus, e fui até o alto da arquibancada deserta. Na quadra de basquete um rapaz treinava, sozinho. Ele era alto e magro, cabelos pretos, sobrancelhas grossas, olhos escuros. Estava de uniforme esportivo vermelho. Ele sentiu a minha chegada, parou um instante de correr, deu uma olhada rápida na minha direção, secou o suor da testa com a manga da jaqueta e continuou seu treino. Quando ele se virou de costas, vi na jaqueta o escudo do time que tinha vindo de fora
Ana Miranda Nascida em Fortaleza, Ceará, em 1951, Ana Miranda atualmente vive no Rio de Janeiro. Escreve romances, poemas, crônicas e roteiros para cinema, além de ensaios e resenhas críticas para jornais e revistas. Recebeu vários prêmios desde o início de sua carreira como escritora, em 1978. Sua especialidade é escrever romances históricos, destinados especialmente a adultos. Recentemente, participou de um projeto de livro infantojuvenil, organizado por Heloisa Prieto, intitulado De primeira viagem, escrevendo o conto “O primeiro amor”, que você lê ao lado.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
1. Quando amamos alguém, alguma coisa muda na nossa vida? Explique.
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para competir com o time do nosso clube. Sentei no último degrau, numa parte meio escura, e fiquei olhando o jogador. Ele corria, batendo a bola no chão, pá pá pá levantando a bola dessa maneira até perto da cesta, ali ele dava um salto, levantava o braço, segurando a bola, e às vezes dava um salto bem alto, às vezes hesitava e desistia. Sempre recomeçava com a mesma disposição e velocidade a jogada. Dava para perceber que ele já tinha feito aquilo mais de mil vezes. Senti que estava se exibindo para a moça magra de cabelos pretos e compridos, que o assistia do escuro, parada, que era eu. Parecia que tinha se criado um fio invisível entre nós. E meu coração começou a bater fortemente, ao pensar nesse fio. Percebi que alguma coisa estava acontecendo dentro de mim. Parecia que um líquido quente corria por todo o meu corpo, e se derramava, e fiquei tão inquieta que dei um salto, me levantei de um salto, para ir embora, mas vi que o jogador perdeu o controle da bola, parou, e olhou para mim. Fiquei paralisada, ali em pé, pulsando e suando. Num instante ele tirou a jaqueta, e vi seus braços compridos e fortes, que eram apenas braços, eu conhecia muitos braços, os braços de papai, os braços de um ator, os braços do vizinho, do primo, tinha visto diversos tipos de braços, mas aqueles braços se desenharam na minha cabeça de uma maneira diferente, parecia que tinham alma, vida própria, atração. E o jogador voltou a jogar, agora com mais velocidade, mais empenho, como se quisesse me prender ali, e ele parecia de repente cercado de fogo e luz, como se fosse um sonho, minha respiração ficou difícil, meus ouvidos zuniam, e percebi que a buzina que tocava lá fora sem parar era do carro de meu pai, e saí correndo, desci as escadas, cruzei o gramado, atravessei a rua escura, abri a porta e entrei no carro, pá. Minha mãe perguntou o que tinha acontecido, por que eu estava tão agitada, o que eu tinha visto que me assustou tanto? Nada, eu disse. Sozinha, no banco de trás do carro, eu olhava a paisagem do lago, do mato, da lua que brilhava no céu e se refletia na água, que era a mesma paisagem de sempre, do caminho de volta do clube para casa à noite, mas havia alguma coisa diferente naquela paisagem, lobos nas sombras, ruídos, ameaças, frutas de sabor estranho, ela me convidava a entrar, e eu me vi correndo no mato, desabalada como se fugisse, enquanto ouvia as batidas da bola na quadra batendo batendo pá pá pá repetidamente, e eu chegava à beira do lago, e me jogava na água prateada, e pensava na prova de
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matemática amanhã e eu não tinha estudado a matéria e ia precisar aguar o gramado pá pá pá e as minhas meias preferidas estavam sujas e eu não gostava de ovo cru e eu ia ter aula de italiano e eu tinha ido muito mal na expressão oral e o disco ainda não tinha chegado e pensava nessas coisas prosaicas mas nada tirava de meu corpo a sensação estranha que eu sentia, pá pá pá ouvia meu coração a bater também, e via a imagem do jogador treinando na quadra, debaixo de uma luz que iluminava apenas ele, tudo escuro em volta, e a cada vez eu via seu rosto mais perto, mais perto, até que ele ficou tão grande que eu levei um susto, essa menina está tão quieta, dizia mamãe, e continuei quieta na hora do jantar, comi pouco, pouquíssimo, deixei até mesmo a sobremesa sem tocar, deitei na cama e não consegui dormir, rolava de um lado para outro, agarrava o travesseiro, via o jogador na parede escura, nas frestas da persiana, ouvia a bola batendo na quadra batendo no meu peito fechava os olhos e via a imagem do jogador dentro da minha cabeça como se tivesse sido marcada a fogo, a luz, como se fosse um filme se repetindo e o barulho da bola na quadra, e os braços dele me abraçavam, as persianas deixaram entrar aos poucos os raios daquela lua cheia do lago, e ele era aquela luz e era o silêncio da noite e era o quarto e cada estrela, eu via o rosto dele e pensava, como podia estar vendo o rosto dele? devia ser um rosto imaginado, não podia ser o seu rosto verdadeiro, o que estava acontecendo comigo? via sua face e sentia ali a existência de algum mistério, o que era aquele jogador? não era ele, era o que acontecia dentro de mim, o que ele tinha feito acontecer, como se tivesse me empurrado num precipício, eu guiada por outra força, como se não fosse mais eu, mas a força da vida, lutando contra minha força, e eu me deixava arrastar, sem nenhuma dúvida, mesmo sem saber nada do que podia acontecer comigo, quem era ele, se eu ao menos soubesse o nome dele, e fiquei olhando a noite inteira para ele dentro de minha memória jogando jogando pá pá pá sem precisar saber nada dele, só sentindo aquele movimento dentro de mim e pá pá os cabelos pretos os braços tudo era tão macio ele me olhou ele olhou para mim os olhos pretos dele a luz nos seus cabelos de fogo ele se apaixonou por mim ele parou de jogar e me olhou e me viu ele se apaixonou por mim, era isso, eu me apaixonei por ele, e ele por mim e eu por ele e quando amanheceu eu ainda estava apaixonada, ah sonâmbula, eu tinha acordado e sentia a maior vontade de viver, ir à escola, chegar o outro domingo, comi ovo cru sem sentir nojo e fui para a escola tonta de paixão, eu via o jogador no asfalto que eu pisava, via o jogador no bico do meu sapato no portão da escola no tronco da árvore na saia xadrez das meninas no rosto dos meninos, via o jogador no caderno no pó do giz e no quadro-negro pá pá pá fazia fantasias eu via o jogador jogando uma partida eu no meio da multidão e ele parava no meio do jogo e olhava para mim e ele estava numa festa no clube e passava ao meu lado tão perto de mim que eu sentia o calor da sua pele e ele não me via, ele passava perto de mim e sorria para mim, ele tirava para dançar ele dançava com outra menina abraçado ele casava com outra menina e eu chorava ele casava comigo ele vinha ser professor na minha escola ele batia o carro no nosso e me levava no colo até o hospital, ele me chamava para fugir no seu barco à vela ele tinha um avião e pilotava e jogava milhares de rosas sobre a minha casa ele batia na janela do meu quarto ele me beijava os lábios ele me beijava os lábios, ele me levava ao cinema e
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Glossário Prosaicas: comuns, triviais, corriqueiras.
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segurava a minha mão ele passava na frente da minha varanda e me olhava ele vinha de noite namorar ele me pedia em casamento ele mergulhava comigo nas águas do lago ele me dava um filho ele me beijava os lábios segurava a minha mão me levava a voar sobre os telhados, passei dias e dias assim pensando nele sem um instante de descanso, achei que estava ficando louca mas adorava me sentir assim, sem prestar atenção nas aulas, sentindo beijos nos meus lábios e calor no meu corpo cheguei a ter febre ele não saía da minha cabeça pá pá pá beijo nos lábios eu lia os jornais inteiros em busca de uma notícia e só queria ir ao clube ao clube ao clube e ia à quadra vazia e escura mas ele não estava mais lá, e em lugar nenhum, e ninguém sabia dizer quem tinha treinado na quadra na noite do domingo e ele nunca se apagava de minha memória pá pá pá e tantos anos se passaram e nunca o esqueci nem deixei de sentir o que ele me fez sentir, pela primeira vez, o amor. MIRANDA, Ana. In: PIETRO, Heloisa (Org.). De primeira viagem. São Paulo: Companhia das Letras, 2004. p. 13-17.
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Primeiras impressões 1. Do que trata o texto que você acabou de ler? 2. Duas personagens recebem destaque no texto. a) Quem são? b) Qual delas está narrando os acontecimentos? c) O texto é uma história real ou ficcional? Explique sua resposta. 3. O narrador conta algo que: ✓ está acontecendo no presente. ✓ aconteceu num passado bem próximo. ✓ aconteceu num passado mais distante. ✓ acontecerá num futuro bem próximo. • Encontre no texto trechos ou expressões que confirmem a sua resposta. 4. Como você sintetizaria: a) os acontecimentos da narrativa. b) as emoções da personagem. 5. Você diria que neste texto há mais destaque para os acontecimentos ou para as emoções? Explique. 6. Como a escolha sobre o que destacar — acontecimento ou emoções — associada ao tipo de narrador escolhido para o conto ajuda a construir o texto? 7. Releia o trecho a seguir.
“Parecia que tinha se criado um fio invisível entre nós. E meu coração começou a bater fortemente, ao pensar nesse fio.” • O que seria esse “fio invisível” criado entre as personagens, segundo o narrador? 21
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Leitura e produção
8. Que reação do garoto é descrita pelo narrador para demonstrar que ele também sentiu algo pela garota? 9. Você acredita que essa reação do garoto é suficiente para afirmarmos que ele se interessou por ela? Explique. 10. Leia novamente.
Num instante ele tirou a jaqueta, e vi seus braços compridos e fortes, que eram apenas braços, eu conhecia muitos braços, [...] tinha visto diversos tipos de braços, mas aqueles braços se desenharam na minha cabeça de uma maneira diferente [...] • O narrador diz que os braços do jogador eram “apenas braços”, mas que se “desenharam” em sua cabeça de “uma maneira diferente”. Por quê? 11. O que você achou do final do relato? Situações como essa podem de fato acontecer? Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O texto em construção Você e seus colegas devem se organizar em duplas. Em seguida, converse com seu colega sobre as questões a seguir. 1. Durante a narrativa, a personagem principal por várias vezes faz uso das sequências pá pá pá ou pá pá. a) Indique quantas vezes isso acontece e explique para que essas sequências foram usadas em suas diversas ocorrências. b) Quais os efeitos de sentido que podem ter sido produzidos por essas sequências em cada uma das diferentes situações em que foram usadas? 2. O que a personagem está falando no último parágrafo? 3. Agora compare esse parágrafo aos anteriores. • O que você percebe de diferente em relação ao tamanho e à pontuação desse parágrafo? 4. Essa forma de construir esse último parágrafo foi cuidadosamente pensada, visando a um efeito de sentido. Leia em voz alta um trecho dele como se fosse a personagem pensando ou falando e pense no efeito que o uso da vírgula dá, quando lemos um texto. a) A sua leitura seria mais lenta ou mais rápida, mais contínua ou com mais paradas? b) Que sensação podemos ter sobre o estado emocional da personagem, considerando o ritmo e a entonação dados à leitura, que resultam da pontuação escolhida? 5. Observe a constante repetição da conjunção e no trecho inicial desse mesmo parágrafo.
Você poderá estudar mais sobre o uso da vírgula na Unidade 3 do Caderno de Estudos de língua e linguagem.
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“Sozinha, no banco de trás do carro, eu olhava a paisagem do lago, do mato, da lua que brilhava no céu [...] e eu me vi correndo no mato, desabalada como se fugisse, enquanto ouvia as batidas da bola na quadra batendo batendo pá pá pá repetidamente, e eu chegava à beira do lago, e me jogava na água prateada, e pensava na prova de matemática amanhã e eu não tinha estudado a matéria e ia precisar aguar o gramado pá pá pá [...]” a) Qual é a função e o significado dessa conjunção, nesse trecho do texto? Se necessário, consulte um dicionário. b) Levando-se em conta o significado, a função que essa conjunção tem no texto, que efeito de sentido a repetição dela pode ter, considerando a situação narrativa?
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
6. Leia novamente mais um trecho desse mesmo parágrafo.
“[...] fazia fantasias eu via o jogador jogando uma partida eu no meio da multidão e ele parava no meio do jogo e olhava para mim e ele estava numa festa no clube e passava ao meu lado tão perto de mim que eu sentia o calor da sua pele e ele não me via, ele passava perto de mim e sorria para mim, ele tirava para dançar ele dançava com outra menina abraçado ele casava com outra menina e eu chorava [...]” a) Nesse trecho, o pronome “ele” é repetido várias vezes. Nos textos em geral, não é aconselhável que haja repetição de palavras tão próximas uma das outras, mas aqui essa repetição é proposital. • Em que momento da narrativa começou a repetição? b) A repetição do pronome “ele” chama a atenção do leitor para o lugar ocupado pelo garoto nas histórias fantasiadas pela menina. Que lugar é esse? 7. Ainda no último parágrafo, ocorrem outras repetições de palavras, expressões ou orações. • Identifique ao menos duas dessas repetições e explique o sentido que podemos construir com o uso delas. 8. Você deve ter observado que as duas personagens centrais do texto não têm nome. Por que elas não teriam nome?
Texto 2 Você sabia que os cientistas pesquisam o que acontece com o nosso corpo e com a nossa mente quando nos apaixonamos por alguém? O texto a seguir vai tentar fazer isso: explicar tim-tim por tim-tim o lado químico do amor.
Se liga nessa! Eis dois recursos que você poderá usar em seus textos, quando quiser produzir efeitos de sentido especiais: o uso diferenciado da pontuação e a repetição de palavras. A produção da Oficina literária do próximo capítulo pode ser uma boa oportunidade!
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Leitura e produção
A química do amor
Paulo Ribeiro Claro*
O amor é frequentemente celebrado como um fenômeno místico, muitas vezes espiritual, por vezes apenas físico, mas sempre como uma força capaz de determinar o nosso comportamento. Sem querer discutir a magia do amor, hoje vamos apenas abordar o amor do ponto de vista da química que lhe está associada: os compostos químicos que atuam sobre o nosso corpo — sobre o nosso cérebro, em particular — e nos transmitem todas as sensações e comportamentos que associamos ao amor. As três fases do amor romântico Foi a antropóloga Helen Fisher, famosa pelos seus estudos sobre a bioquímica do amor — e autora de vários livros, entre os quais, o recente “Por que Amamos: a Natureza e a Química do Amor Romântico” (H. E. Fisher, Why We Love: The Nature and Chemistry of Romantic Love, Henry Holt and Company, New York, 2004) —, que propôs a existência de três fases no amor, cada uma delas com as suas características emocionais e os seus compostos químicos próprios [...]:
A primeira fase é chamada “fase do desejo” e é desencadeada pelos nossos hormônios sexuais, a testosterona nos homens e o estrogênio nas mulheres. É a circulação desses hormônios no nosso sangue — que se inicia na fase da adolescência — que torna o nosso cérebro interessado em parceiros sexuais, digamos assim. Ou, nas palavras de Helen Fisher, “é o que nos leva a sair à procura de qualquer coisa”.
A segunda fase é a “fase da atração”, enamoramento ou paixão: é quando nos apaixonamos, ou seja, é a altura em que perdemos o apetite, não dormimos, não conseguimos concentrar-nos em nada que não seja o objeto da nossa paixão. É uma fase em que podem acontecer coisas surpreendentes, que por vezes dão origem a situações divertidas (para os outros) e embaraçosas (para o próprio): as mãos suam,
Norepinefrina A norepinefrina é um estimulante natural do cérebro que pode estar associada à exaltação, euforia, falta de sono e de apetite (H. E. Fisher, Why We love: The Nature and Chemistry of Romantic Love, Henry Holt and Company, New York, 2004). Dopamina (3,4-di-hidróxi-feniletilamina) A presença de elevados níveis de dopamina no cérebro parece ser uma característica dos recém-apaixonados (A. Bartels, S. Zeki, The neural basis of romantic love, Neuroreport, 11 (2000), 3829-3834; A. Aron, H. E. Fisher H. D. J. Mashek et al., Reward, motivation, and emotion systems associated with early-stage intense romantic love, Journal of Neurophysiology, 94 (2005), 327-337). O papel da dopamina é muito importante no mecanismo de desejo e recompensa e os seus efeitos no cérebro são análogos aos da cocaína. É um verdadeiro licor do amor.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O amor é um fenômeno neurobiológico complexo, baseado em atividades cerebrais de confiança, crença, prazer e recompensa, atividades essas que envolvem um número elevado de mensageiros/ atores químicos. (T. Esch,G. B. Stephano, The neurobiology of love, Neuroendocrinology Letters, vol. 26, n. 3 (2005); H. E. Fisher, Why We Love: The Nature and Chemistry of Romantic Love, Henry Holt and Company, New York, 2004.)
Serotonina Os baixos níveis de serotonina, por seu lado, parecem estar associados à fixação no ser amado. A Prof. Donatella Maraziti (Univ. Pisa), no decorrer dos seus estudos com doentes que sofriam a perturbação obsessiva compulsiva, descobriu que os baixos níveis de serotonina de quem se apaixona se aproximam dos níveis característicos desta doença mental (D. Marazziti, H. S. Akiskal, A. Rossi et al., Alteration of the platelet serotonin transporter in romantic love, Psychological Medicine, 29 (1999), 741-745): aparentemente, o amor deixa-nos loucos — de verdade!
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a respiração falha, é difícil pensar com clareza, há “borboletas no estômago”... enfim... e isso tem a ver com outro conjunto de compostos químicos que afetam o nosso cérebro: a norepinefrina, que nos excita (e acelera o bater do coração), a serotonina, que nos descontrola, e a dopamina, que nos faz sentir felizes. Curioso é verificar que todos esses compostos químicos — designados por neurotransmissores, já que participam nas transmissões do sistema nervoso e no cérebro — são controlados por um outro, chamado feniletilamina, que está presente no chocolate. Estará aqui a razão para o chocolate ser uma prenda tão apreciada para os namorados, ou para ser tantas vezes a compensação para um amor não correspondido? Aparentemente, a feniletilamina é degradada rapidamente no sangue, pelo que não haverá possibilidade de atingir uma concentração elevada no cérebro por ingestão...
Fig. 7: oxitocina
A feniletilamina controla a passagem da fase do desejo para a fase do amor e é um composto químico com um efeito poderoso sobre nós... tão poderoso que pode tornar-se viciante. Os dependentes da feniletilamina — e dos seus auxiliares — tendem a saltar de romance em romance, abandonando cada parceiro logo que o cocktail químico inicial se desvanece. Quando permanecem casados, os viciados do amor são frequentemente infiéis, na busca de mais uma dose de excitação extra. Mas esse tipo de viciados tem um problema: o nosso corpo desenvolve naturalmente a tolerância aos efeitos da feniletilamina e cada vez é necessário maior quantidade para provocar o mesmo efeito. A terceira fase é a “fase de ligação” — passamos à fase do amor sóbrio, que ultrapassa a fase da atração/paixão e fornece os laços para que os parceiros permaneçam juntos. Há dois hormônios importantes nessa fase: a oxitocina e a vasopressina.
Fig. 8: vasopressina
A oxitocina é também chamada o hormônio do “carinho” ou do “abraço”. A oxitocina é uma pequena proteína, com apenas nove aminoácidos, produzida numa zona cerebral que se chama hipotálamo. Esta proteína atua tanto em certas partes do corpo (como por exemplo na indução do trabalho de parto) quanto em regiões cerebrais cuja função está associada com emoções e comportamentos sociais. Em animais, a oxitocina contribui para as uniões sociais (incluindo uniões macho-fêmea e uniões mãe-filho) e pensa-se que também atua diminuindo as resistências que os animais têm à proximidade de outrem. E tem o mesmo efeito na espécie humana. Num estudo efetuado em 2003, verificou-se que a inalação de oxitocina provoca um aumento da confiança nos outros. [...] A vasopressina é atualmente conhecida como o hormônio da fidelidade. É também uma pequena proteína de nove aminoácidos (oito dos quais comuns à oxitocina) e o seu papel no corpo humano é vasto — o nome vasopressina, por exemplo, está claramente relacionado com a sua ação sobre a pressão sanguínea — e algumas experiências recentes com um tipo de roedor dos campos revelou a sua relação com o comportamento monogâmico dos machos. [...]
Química. Boletim SPQ (Sociedade Portuguesa de Química). Portugal, n. 100, p. 47-50, mar. 2006. (Fragmento adaptado). * Docente do Departamento de Química da Universidade de Aveiro e investigador do Ciceco, o autor é o coordenador nacional das Olimpíadas de Química da SPQ e divulgador de inúmeras atividades dessa entidade para apoio aos professores do ensino básico e secundário. É também mentor do programa Atração Química, tendo participado na elaboração dos atuais programas de Química do ensino secundário.
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Leitura e produção
Neurobiológico: neuro (que se refere ao sistema nervoso) + biológico (relativo à biologia, ao que é próprio dos seres vivos). Fenômeno neurobiológico refere-se a algo que ocorre com o sistema nervoso dos seres vivos. Místico: misterioso, que não se explica de acordo com as leis naturais e físicas. Antropóloga: pessoa que estuda o homem em suas origens, evolução e desenvolvimentos (mental, físico, cultural...). Bioquímica: transformações que ocorrem nas substâncias e moléculas dos seres vivos. No contexto, refere-se às transformações físicas e mentais provocadas pelo amor. Hormônios: moléculas produzidas por glândulas ou células especializadas que são “jogadas” em pequenas quantidades na corrente sanguínea e produzem um efeito fisiológico específico sobre uma ou mais partes do corpo. Degradada: que foi danificada, que perdeu suas propriedades ou características. Cocktail: palavra estrangeira correspondente a “coquetel”, em português, que, no contexto, significa mistura de substâncias químicas. Desvanece: desaparece. Aminoácidos: moléculas orgânicas que compõem as proteínas. Hipotálamo: parte situada na base do cérebro, onde se encontram numerosos centros do sistema nervoso que regulam o sono, o apetite, a temperatura corporal, etc. Inalação: ato ou efeito de absorver, respirar. Monogâmico: que se mantém fiel a apenas um parceiro.
Primeiras impressões 1. De acordo com o texto, quantas fases o amor tem e o que marca cada uma delas em termos de reações físicas? 2. Qual das fases é considerada um risco por ser “viciante”? 3. Que hormônio é responsável por esse risco e como ele atua?
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Glossário
4. Quais as consequências de nos viciarmos nessa fase? 5. Comparando as informações presentes neste texto com o que discutimos no texto 1, você diria que a narradora-personagem de “O primeiro amor” está passando por qual das fases, enquanto conta o que lhe aconteceu? 6. Baseando-se nas informações presentes no texto 2, como você explicaria, de modo científico, o que a personagem do texto 1 está vivendo, mental e fisicamente? 7. Você acha que o texto explica por que amamos uma pessoa?
O texto em construção 1. Que tipo de informação encontramos no texto 2? 2. Observe a linguagem usada pelo autor. Você diria que ela é mais formal ou informal, mais literária, cotidiana ou científica? Explique a sua resposta recorrendo a exemplos do texto. 26
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3. Observe as referências sobre o autor do texto. a) Considerando as informações que aparecem sobre o autor, você diria que ele tem conhecimento necessário para falar sobre o assunto tratado no texto? Por quê? b) Você acredita que qualquer pessoa poderia escrever um texto como este? Explique sua resposta. 4. Observe que o autor cita várias outras pessoas ao longo do texto, fazendo, inclusive, referência a diferentes títulos de livros. a) Por que você acha que ele fez isso? b) Essas pessoas podem ser consideradas especialistas em suas áreas de estudo? c) O fato de o autor citar essas pessoas e seus trabalhos torna as informações apresentadas no texto mais ou menos confiáveis? Explique a sua resposta.
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d) Como essas pessoas e os títulos dos seus trabalhos aparecem no corpo do texto?
As vozes nos textos Sempre que escrevemos um texto ou sempre que conversamos com alguém, o que escrevemos ou falamos não “brota” do nada. Nossas conversas e nossos textos escritos estão “recheados” de coisas que ouvimos falar ou lemos na nossa experiência de vida e de leitores. Por isso, podemos dizer que nossas conversas e textos escritos estão recheados de muitas vozes. Algumas vezes fica fácil identificar essas vozes, outras vezes não.
5. Em várias passagens do texto, o autor usou aspas. Leia novamente algumas dessas passagens e explique a função das aspas em cada uma delas. a) [...] autora de vários livros, entre os quais o mais recente “Porque Amamos: a Natureza e a Química do Amor Romântico” b) [..] nas palavras de Helen Fisher “é o que nos leva a sair à procura de qualquer coisa” [...]. c) A segunda fase é a “fase da atração”, enamoramento ou paixão: [...]. d) A terceira fase é a “fase de ligação” — passamos à fase do amor sóbrio [...]. e) [...] a respiração falha, é difícil pensar com clareza, há “borboletas no estômago” [...] f) A oxitocina é também chamada o hormônio do “carinho” ou do “abraço”. 6. O que mudaria se esses trechos, expressões ou palavras não estivessem entre aspas? 7. Também aparece muitas vezes outro sinal de pontuação: os parênteses. Explique para que esse sinal foi usado, observando os tipos de informações que aparecem neles. 8. Em algumas passagens, o travessão (—) e os dois-pontos (:) são usados com a mesma função dos parênteses.
Na Unidade 3, do Caderno de Estudos de língua e linguagem, você poderá estudar mais sobre o uso das aspas, dos dois-pontos e dos parênteses.
a) Observe três passagens com uso de travessão e duas passagens com o uso dos dois-pontos.
“É a circulação desses hormônios no nosso sangue — que se inicia na fase da adolescência — que torna o nosso cérebro interessado [...]” 27
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Leitura e produção
“Curioso é verificar que todos estes compostos químicos — designados por neurotransmissores, já que participam nas transmissões do sistema nervoso e no cérebro — são controlados por um outro, chamado feniletilaminas, que está presente no chocolate.” “A terceira fase é a ‘fase de ligação’, — passamos à fase do amor sóbrio, que ultrapassa a fase da atração/paixão e fornece os laços para que os parceiros permaneçam juntos.” “A segunda fase é a ‘fase da atração’, enamoramento ou paixão: é quando nos apaixonamos, ou seja, é a altura em que perdemos o apetite, não dormimos, não conseguimos concentrar-nos em nada que não seja o objeto da nossa paixão.” Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
“... e isso tem a ver com outro conjunto de compostos químicos que afetam o nosso cérebro: a norepinefrina, que nos excita (e acelera o bater do coração), a serotonina, que nos descontrola, e a dopamina, que nos faz sentir felizes.” b) Analisando as informações grifadas, indique que função comum à dos parênteses esses dois sinais têm? c) As informações introduzidas por essa pontuação ajudam a entender melhor o que está sendo dito ou não fariam nenhuma falta no texto? Explique sua resposta. 9. Observe as referências bibliográficas que indicam o ”local” em que esse texto foi publicado: a) De que tipo de boletim se trata? b) Para que tipo de leitor é destinado esse boletim? c) Qual é a intencionalidade discursiva do autor deste texto? Explique, recorrendo ao boxe ao lado.
Os interlocutores sempre têm intenções muito específicas em relação ao discurso que produzem para o outro. A essas intenções, chamamos de intencionalidade discursiva.
d) Se você tivesse que dar um nome a textos escritos com essa finalidade, que nome daria? 10. Agora vamos comparar os textos 1 e 2. a) Em “O primeiro amor”, você observou que a pontuação, a organização dos parágrafos e a repetição de palavras foram pensadas de forma a criar certos efeitos de sentido. Esses efeitos seriam adequados em um texto como o 2? Justifique sua resposta. b) No texto 2, o que a pontuação deve ajudar a garantir?
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11. Em algumas partes do texto aparecem, combinados, os sinais de colchete e de reticências: [...]. Observe no texto essas ocorrências. • Qual a função desses sinais no texto? 12. Ao longo do texto, há algumas imagens, associadas a pequenos textos. Essas ilustrações apresentam informações sobre o assunto abordado, combinando a linguagem verbal a outras linguagens. Reveja-os. a) Eles foram úteis para você? Por quê?
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b) Qual seria a função de ilustrações desse tipo em textos como este? 13. O trecho de texto que você leu e estudou faz parte de um artigo de divulgação científica. As características observadas nele podem ser generalizadas (tornadas comuns) à maioria dos artigos desse tipo. • Considerando tudo o que você discutiu sobre quem o escreveu, como ele foi escrito e os recursos que foram usados em sua construção, reproduza e preencha o quadro a seguir em seu caderno, respondendo ao que se pede. O que aprendi sobre artigo de divulgação científica nesta atividade e que pode me ajudar a ler ou produzir outros textos deste tipo? Do que se fala em um artigo deste tipo? Em que “locais” podem ser encontrados artigos como este? Quem são os interlocutores deste tipo de texto? (quem escreve e para quem se escreve) O que é preciso ter em um artigo deste tipo para que ele seja confiável? Que tipo de linguagem é usada? Que recursos podem ser usados para ajudar o texto a ficar mais didático, e nos quais devo prestar atenção durante a leitura?
Se liga nessa! Em textos como este — de divulgação científica — espera-se que as vozes de outros autores apareçam de forma explícita (citadas, como no texto “A química do amor”), porque é importante saber se o texto é confiável e se o que está sendo dito é reconhecido pela comunidade científica ou não. Então, não se esqueça: quando for pesquisar, observe sempre as fontes que o autor do texto usou para saber se o que você está lendo é confiável ou não! 29
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Leitura e produção
Produção: depoimentos pessoais
Conhecendo o gênero: depoimentos pessoais
Atividade 1: depoimentos — o que são, para que servem e onde circulam? Neste capítulo, você irá produzir depoimentos pessoais que abordem o tema estudado — o amor e as paqueras — e que poderão ser disponibilizados em blogs ou sites, de acordo com o que for combinado entre os colegas. Para tanto, vamos conhecer de perto esse gênero.
Depoimento 1
Será que a Taylor riu? “O maior mico da minha vida foi enquanto eu gravava o vídeo ‘You belong to me’, da Taylor Swift. Tem aquele momento no clipe que estou jogando futebol americano e tenho de pegar a bola. Na primeira vez não consegui pegá-la e ainda levei o maior tombo, batendo com a cara no chão. Imagina que tinha um time inteiro de futebol e a torcida me olhando! Depois da milésima vez tentando pegar a bola, eu finalmente peguei. Fiquei tão feliz que fui comemorar e levei outro tombo com a cara no chão!”
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Como você viu, nos dois textos lidos, quando estamos na fase de procurar alguém para amar ou quando amamos alguém, muitas coisas podem acontecer: grandes emoções, seguidas ou não de grandes trapalhadas. Por esta ser uma fase muito marcante, não é raro encontrarmos em sites, blogs e revistas impressas e eletrônicas muitos relatos, em geral, breves, que falam sobre essas primeiras experiências amorosas. Por se tratar de relatos muito pontuais, costumamos encontrá-los com o nome de depoimentos pessoais — que é como os chamaremos aqui. Mas antes de chegarmos aos depoimentos sobre amor e paqueras, você vai ler depoimentos e trechos de relatos sobre outras experiências.
Lucas Till. Micos. Atrevida Especial, São Paulo, n. 9, fev. 2011.
Depoimento 2
Show elétrico! “A maior vergonha que já passei foi durante um show. Eu estava tocando e um fã colocou a mão no meu braço, o que acabou gerando uma corrente elétrica por causa da eletricidade do baixo. Eu tomei um choque daqueles! Na hora, xinguei o fã de tudo quanto era nome, fiz por instinto, sem pensar. Mas depois expliquei o que aconteceu, me desculpei e ficou tudo bem! Desse show em diante passei a usar um amplificador para tocar, o que evita o risco de choque.” Tavares, baixista da Fresno. Micos. Atrevida Especial, São Paulo, n. 9, fev. 2011.
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Depoimento 3
O melhor dos dois mundos
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“Eu estava trocando de canal e tava passando o filme da Hannah Montana. E em várias vezes passa ela cantando aquela música ‘You get the beeeeeeest of both worlds’. E fiquei com a música na cabeça. Daí rolou um barulhão na avenida e eu fui olhar pela janela cantarolando a música. Foi então que olhei pra esquerda na janela e já fui cantarolando bem alto ‘You get the beeeeeeest of...’, quando olhei pra direita, minha vizinha, também na janela com cara de azeitona e um sorrisinho, disse: ‘Pode continuar! É da Hannah, né?’. Morrendo de vergonha, fiz voz de roqueiro e falei: ‘Não, é uma do Marilyn Manson’, e continuei cantando com uma voz bem grossa, no estilo heavy metal: ‘You get the beeeeeeeeeeest of...’. E bum, fechei a janela!” Jorgebin, diagramador e ilustrador. Micos. Atrevida Especial, São Paulo, n. 9, fev. 2011.
1. Quem é o responsável por cada depoimento? 2. Em que informações você se apoiou para ter certeza disso? 3. O que está sendo relatado em cada um? 4. É possível saber onde e quando aconteceram os fatos? Explique. 5. Que tempo dos verbos predomina nos depoimentos: presente, passado ou futuro? Comprove a sua resposta recorrendo ao texto.
Para saber mais sobre relatos de experiências vividas
6. Os autores depoentes contam episódios de suas vidas que estão ocorrendo no momento em que falam ou que ocorreram no passado?
Há muitos tipos de relatos de experiências de vida: os que falam de acontecimentos mais íntimos, os que relatam acontecimentos da vida profissional, os que contam apenas um episódio ou os que falam de vários acontecimentos que marcaram uma fase da vida da pessoa; os mais detalhados e emotivos, os mais curtos e diretos... No site do Museu da Pessoa, você encontrará relatos de todos os tipos, feitos por pessoas de diferentes idades e lugares do Brasil. O endereço: <http://www.museudapessoa.net>. Vale a pena ver e ler!
7. Repare nas informações sobre o quê, onde e quando aconteceu o fato: a) Em que parte dos textos elas aparecem? b) Você acredita que faria diferença para nós, leitores, se essas informações aparecessem em outra parte dos textos? Por quê? 8. Agora, observe o tipo de linguagem utilizado nos depoimentos. Você diria que: a) Todos os depoimentos apresentam um registro mais informal da língua porque, além de serem relatos pessoais feitos por pessoas jovens, destinam-se à publicação de uma revista para jovens.
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b) Apenas dois dos depoimentos apresentam um registro mais informal da língua. Apesar de todos se destinarem à mesma revista jovem, um deles se diferencia, apresentando um registro mais formal da língua. c) Todos os textos apresentam um registro mais formal da língua por se tratarem de textos destinados a uma revista jovem de grande circulação. d) Um dos textos apresenta um registro mais formal da língua porque foi escrito por pessoas que trabalham com arte. • Localize no texto trechos que comprovem a sua resposta. 9. Quais são as impressões pessoais dos depoentes em relação ao que relataram? Explique sua resposta recorrendo a palavras ou expressões usadas nos textos.
11. Em seu depoimento, Tavares fala sobre uma mudança de atitude provocada pelo episódio que relatou. a) Que mudança foi essa? b) Você acredita que as experiências que vivemos podem provocar mudanças de atitude? Explique seu ponto de vista. c) Os outros depoentes poderiam ter tirado uma lição da experiência que viveram? Explique sua resposta. 12. Você acha que há alguma vantagem ou alguma importância em relatar nossas experiências de vida? Por quê?
Atividade 2: os depoimentos pessoais sobre o amor e os seus micos É hora de olhar mais de perto para os depoimentos que relatam episódios pessoais envolvendo experiências com o amor! Leia os quatro depoimentos a seguir, já procurando observar o que há de comum entre eles e os que você leu na atividade anterior:
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10. Em um texto como este é importante apresentar as impressões pessoais? Por quê?
Depoimento 1
Mãe apronta! “No final do 6o ano, eu gostava de uma menina da minha sala. Éramos muito amigos, fazíamos dupla na aula de matemática. Um dia ela me perguntou, assim de boa, se a gente podia namorar. Fiquei sem graça, ri que nem um bobão e só consegui dizer ‘É, pode ser...’ Acabou o ano e entramos de férias. Então combinamos de ver um filme no cinema. No dia, minha mãe me levou e nos encontramos na frente da bilheteria. Ela estava lá com mais duas amigas e um amigo nosso. Quando minha mãe foi se despedir da gente, fez todas aquelas recomendações de mãe — ‘Desliga o celular!’, ‘Liga quando sair’, blá, blá, blá... — e na saída me solta a última: ‘Tchau, bebê!’ Todo mundo riu, ela foi embora e eu fiquei pagando mico!” P. O. – São Paulo
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Depoimento 2
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Nunca te vi e sempre te amei “Desde criança, eu sempre achei que quando eu conhecesse um garoto que fosse meu grande amigo, esse garoto seria o meu marido. Eu até conversava com ele, na minha imaginação. Quando estava na 5a série, eu e minhas amigas colecionávamos papel de carta e eu usava alguns deles para escrever cartas de amor pra ele, como se estivesse em algum lugar por aí. Eu escrevia e guardava, pensando que quando conhecesse a pessoa certa eu lhe daria todas as cartas. No final do colégio, um ano antes de prestar vestibular, comecei a ser ‘treineira’. Fiz muitas provas, de vários vestibulares. Em um deles, no Paraná, estava entrando apressada na sala pra não me atrasar e esbarrei feio em uma das carteiras da frente. Meu estojo caiu e me abaixei pra pegar. Na mesma hora, a pessoa que estava sentada na carteira também se abaixou e pegou meu estojo antes de mim. Eu me levantei, peguei o estojo da mão dele e quando olhei pra ele pra agradecer, fiquei passada. Foi incrível! Parecia que já o conhecia há anos. Era ele! Ele sorriu pra mim e se ajeitou de novo na carteira. Ainda meio boba, sentei na primeira carteira que encontrei e pronto. Fiquei lá, esperando que ele saísse pra eu sair atrás. Não fiz nada nessa prova a não ser preencher o gabarito, de qualquer jeito. Mas valeu a pena porque hoje, três anos depois, estamos juntos e ele já leu todas as cartas de amor que escrevi quando era adolescente.” P. S. – São Paulo.
Depoimento 3
Dando a descarga “Quando eu tinha 16 anos namorava um carinha do colégio. A gente sempre conversava por telefone, mas como eu dividia o quarto com meu irmão, não tinha muita privacidade pra falar com ele, então pegava o telefone sem fio e ia conversar onde não tinha ninguém. Um dia me tranquei no banheiro pra poder conversar com ele e fiquei sentada na privada. Papo vai, papo vem, esqueci onde estava sentada e fui me encostar na parede. Foi aí que sem querer eu apertei a descarga! Na hora eu e ele ficamos mudos e eu dei uma desculpa que precisava desligar. Hahahaha!” Marcela Pereira, revisora. Atrevida Especial, São Paulo, n. 9, fev. 2011.
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Depoimento 4
“Meu primeiro beijo aconteceu no ano passado, quando eu tinha 14 anos. Eu gostava muito do Mateus, um garoto da minha sala, mas nunca tinha beijado e tinha medo de ficar com ele e fazer tudo errado. Numa balada, conheci o Lucas, um amigo dele, muito legal. Conversamos e ficamos meio interessados um no outro. Depois disso, acabamos nos encontrando várias vezes e ficamos amigos. Certo dia, acabamos nos beijando, depois de uma conversa sobre ter medo de beijar. Foi muito estranho. Nenhum de nós sabia direito o que fazer. E acho que nenhum de nós conseguiu curtir muito porque não sabíamos bem o que estávamos fazendo. De verdade, achei que foi um beijo molhado demais. Ficamos muito sem graça depois disso e combinamos que não ia rolar de novo. No final das contas, foi meio triste porque eu gostava mesmo era do Mateus e percebi que acabei beijando o Lucas porque queria tentar aprender como beijar direito pra não fazer feio com o garoto de quem eu gostava de verdade. Com essa bobagem, acabei perdendo a chance de dar meu primeiro beijo em quem eu gostava de verdade.” A. C. – São Paulo.
1. O que esses depoimentos têm de parecido e de diferente se comparados aos lidos na Atividade 1 em relação: a) a quem conta o episódio. b) ao tipo de episódio que é relatado. c) ao tempo em que acontece o relato. d) ao tempo verbal que predomina nos relatos. e) ao tipo de linguagem usada. 2. Agora, compare os quatro depoimentos. Todos eles apresentam, com certa precisão, o tempo em que se deu o fato relatado. a) Localize nos textos as palavras ou expressões que ajudaram a dar essa precisão.
Converse com a turma 1. Do que fala cada depoimento?
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O primeiro beijo
2. Que impressões cada depoente tem em relação ao episódio relatado? 3. Você se identificou mais com qual deles? Por quê?
b) Qual deles relata algo que aconteceu durante um espaço de tempo maior? Explique. 3. Releia os textos e observe as expressões destacadas. a) Qual a função delas em cada um? O que elas indicam sobre o fato relatado? b) Que outras palavras você poderia usar com essa mesma função? 34
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4. Você reparou que todos os depoimentos aqui apresentados estão entre aspas? Como você explica esse uso das aspas? 5. No depoimento 1, “Mãe apronta!”, as aspas também são usadas no interior do depoimento. O que elas estão indicando? 6. Observe que há um título para cada depoimento. • Tendo em vista que os depoimentos podem ser encontrados em revistas, sites, blogs e até em livros, a presença de título é importante por quê?
Se liga nessa! Tenha especial atenção, na sua produção, com o uso das aspas para marcar as falas no interior do depoimento e, ainda, com o uso das expressões para indicar a passagem de tempo!
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7. Considerando que os breves relatos de experiência vivida — que chamamos de depoimentos pessoais — com os quais você teve contato aqui podem ser vistos como modelos de depoimentos, se for escrever um depoimento, que características você acha que ele deverá ter?
Produzindo o texto: depoimentos Condições de produção O quê? É sua vez de preparar o seu depoimento sobre algum episódio que já viveu em sua ainda curta experiência amorosa. Pode ser uma experiência mais sublime, como a do primeiro amor, ou pode ser um “mico” que você tenha vivido na frente do gatinho ou da gatinha.
Para quem? A turma poderá optar por duas possibilidades: 1. Escolher uma revista ou um blog para onde você irá mandar o seu depoimento. Neste caso, se você optar por relatar um “mico”, poderá encaminhá-lo para os endereços apresentados no final deste quadro. Lembre-se de que a decisão pela publicação ou não é da revista, certo? Agora, se você optar por escrever um depoimento mais sentimental, há a possibilidade de postá-lo como “comentário” nos blogs das revistas, em posts de colunistas que sejam adequados, ok? 2. Decidir por preparar um painel, na escola ou na sala, onde colocarão todos os micos e os depoimentos mais sentimentais (líricos). Uma variação desta última possibilidade é, caso a sala (ou o professor) tenha um blog, postar lá também. Assim, vocês poderão divulgá-los para seus amigos e familiares, que poderão conhecer o resultado do seu trabalho.
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Leitura e produção
Eis alguns endereços de revistas que têm seções específicas para os “micos”: • Revista Atrevida, seção Que mico: <http://atrevida.uol. com.br> • Revista Todateen, seção Micos e Cia.: <http://todateen.uol. com.br> • Revista YesTeen, seção #rialto: <yesteen@editoraonline. com.br> • Revista Atrevidinha, seção KKKKK: <http://atrevidinha.uol.com.br> • Revista Capricho, seção Coluna do Jerry: <http://capricho.abril.com.br>
1. Planejando o depoimento a) Decida sobre o tipo de depoimento que irá produzir — se vai relatar um mico bem-humorado ou se vai falar sobre algo mais poético, sentimental. Não se esqueça de que, dependendo do tipo de depoimento, você irá destiná-lo a diferentes sites ou blogs. b) Já no primeiro esboço, lembre-se de se orientar pelos critérios da ficha de avaliação do texto, que está no final do livro e sintetiza tudo o que você estudou sobre o que deve constar em um depoimento pessoal.
2. Escrevendo o depoimento pessoal
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Como fazer?
a) Sempre que for reler o que está escrevendo, lembre-se de ter em mãos a ficha de avaliação. b) Não é necessário se identificar, caso não deseje. Coloque apenas a sua inicial ou, então, crie um nome fantasia.
Avaliando a produção a) Antes de encaminhar ao professor a sua produção, dê uma última avaliada: releia o depoimento e faça os ajustes necessários, de modo que ele atenda aos critérios da ficha que o ajudaram a pensar na escrita do texto. b) Após a revisão do professor, ajuste o seu texto, de acordo com as observações presentes na ficha. c) Envie o seu depoimento ao destinatário escolhido e/ou monte o painel. No final do livro, você vai encontrar a Ficha de Avaliação 1
Depoimento pessoal
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Roda de leitura: minicontos Nesta roda, você vai ter contato com alguns minicontos. Já ouviu falar deles? Podem aparecer com outros nomes, como micronarrativa, microrrelato, microficção, nanonarrativa ou nanocontos. Apresentamos dois exemplares deles, que têm um pouco a ver com o tema desta unidade, para você curtir e conhecer mais sobre esse gênero, conversando com a turma.
Miniconto 1
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Para que ninguém a quisesse Porque os homens olhavam demais para a sua mulher, mandou que descesse a bainha dos vestidos e parasse de se pintar. Apesar disso, sua beleza chamava a atenção, e ele foi obrigado a exigir que eliminasse os decotes, jogasse fora os sapatos de saltos altos. Dos armários tirou as roupas de seda, das gavetas tirou todas as joias. E vendo que, ainda assim, um ou outro olhar viril se acendia à passagem dela, pegou a tesoura e tosquiou-lhe os longos cabelos. Agora podia viver descansado. Ninguém a olhava duas vezes, homem nenhum se interessava por ela. Esquiva como um gato, não mais atravessava praças. E evitava sair. Tão esquiva se fez, que ele foi deixando de ocupar-se dela, permitindo que fluísse em silêncio pelos cômodos, mimetizada com os móveis e as sombras. Uma fina saudade, porém, começou a alinhavar-se em seus dias. Não saudade da mulher. Mas do desejo inflamado que tivera por ela. Então lhe trouxe um batom. No outro dia um corte de seda. À noite tirou do bolso uma rosa de cetim para enfeitar-lhe o que restava dos cabelos. Mas ela tinha desaprendido a gostar dessas coisas, nem pensava mais em lhe agradar. Largou o tecido numa gaveta, esqueceu o batom. E continuou andando de vestido de chita, enquanto a rosa desbotava sobre a cômoda. COLASANTI, Marina. Contos de amor rasgados. Rio de Janeiro: Rocco, 1986. p. 101-102.
Glossário Viril: masculino, próprio do homem. Tosquiou-lhe: cortou muito curto. Esquiva: que foge de algo ou alguém. Fluísse: circulasse, andasse.
Mimetizada: camuflada. Alinhavar-se: esboçar, desenhar, surgir.
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Leitura e produção
Marina Colasanti Marina Colasanti nasceu na Etiópia em 1937. Aos dois anos, mudou-se para a Itália e aos 11 veio morar no Brasil devido à Segunda Guerra Mundial. Formou-se na Escola Nacional de Belas Artes e, em 1962, começou a trabalhar como jornalista. Publicou cerca de 40 livros entre contos, poemas, ensaios, crônicas e histórias infantis e juvenis. Ilustradora de algumas de suas publicações, escreveu três livros de minicontos, destaque para Zooilógicos e Contos de amor rasgados. Foto de Marina Colasanti, 2010.
MARCOS DE PAULA/AGÊNCIA ESTADO
Quem é
1. Você sentiu algum impacto ao ler o texto? Qual a sua reação imediata ao que leu? Explique. 3. Observe a construção de alguns trechos. “... mandou que descesse a bainha dos vestidos...”
“... foi obrigado a exigir que eliminasse os decotes...” “Dos armários tirou as roupas de seda...” “... pegou a tesoura e tosquiou-lhe os longos cabelos.” “... permitindo que fluísse em silêncio pelos cômodos...” a) Que personagem executa as ações expressas pelos verbos em destaque? b) O que esses verbos mostram sobre o caráter da personagem e o tipo de relação que existia entre o casal?
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
2. Qual o sentido do título do conto, considerando a história?
c) Você acha saudável esse tipo de relação? Explique o seu ponto de vista. 4. Como você interpreta a reação da mulher no fim da história? 5. Considere as características do miniconto apresentadas no boxe abaixo.
Para saber mais sobre miniconto O que precisa ter um miniconto? Concisão – a história deve caber exatamente no pequeno tamanho definido: as informações devem ser reduzidas ao essencial. Narratividade – a história deve contar o que aconteceu com uma personagem, mostrando mudanças, que podem ser somente sugeridas ou podem estar ditas no texto. 38
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Efeito – deve conseguir provocar algo no leitor: medo, compaixão, reflexão... Abertura – o texto exige que o leitor preencha lacunas da história com suas experiências. Exatidão – o autor tem de ser claro para criar o efeito desejado. A escolha de cada palavra e a sua posição no texto são fundamentais. SPALDING, Marcelo. Pequena poética do miniconto.Disponível em: <http://www.digestivocultural.com/colunistas/coluna.asp?codigo=2196&titulo= Pequena_poetica_do_miniconto>. Acesso em: 24 maio 2011. (Adaptado).
• Converse com a turma sobre qual dessas características este miniconto possui, procurando exemplificá-las com o texto.
Miniconto 2 Ao sair do banheiro, ele cruza com ela na cozinha. — Oi — ela diz. Já na porta, sem se virar: — Oi — ele diz. Assim ano após ano até que, um dia, ela se vai. Toda manhã ele entra na cozinha e diz “Oi”. Mas você responde? Nem ela. TREVISAN, Dalton. 234. Rio de Janeiro: Record, 1997. p. 101.
Quem é IRO
Dalton Trevisan
Nascido em 1925, em Curitiba, Dalton Trevisan é reconhecido como um dos grandes contistas da literatura brasileira. Entre 1946 e 1948, fundou, em sua cidade, Joaquim,, uma das revistas literárias mais importantes. A revista reuniu ensaios e publicações de toda uma geração, inclusive poemas até então inéditos, como O caso do vestido, de Carlos Drummond de Andrade. Autor premiado e traduzido para vários idiomas, Trevisan é considerado o precursor do miniconto no Brasil com o livro Ah, é?, de 1994.
FERNANDO ROME
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Caricatura de Dalton Trevisan.
1. Pense nas características de um miniconto e responda às questões a seguir. a) Narratividade: que situação mudou entre as personagens? b) Concisão, exatidão e abertura: foi dito o essencial para que você pudesse ”preencher” as lacunas do texto? É possível concluir o que pode ter acontecido entre as duas personagens? • Compartilhe o que você ”preencheu” da história. c) Efeito: no que essa história o faz pensar sobre as relações afetivas? 39
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Caderno de Práticas de literatura Apresentação Um caderno de textos que “não servem para nada” Você já parou para pensar em sua relação com a linguagem? Se o fez, sabe muito bem que da hora em que você acorda até aquela em que vai dormir, você lida com textos. Textos só de palavras, ou de palavras com gestos. Ou de palavras, gestos, cores e formas. Textos falados. Textos escritos. Ou textos falados e escritos. O tempo todo você está produzindo textos ou significando os textos que o cercam. Textos que servem para convencer. Textos que servem para explicar. Textos que servem para informar... Enfim, tantos textos, como são tantas nossas necessidades de viver em sociedade. Aprender a ler e a produzir melhor esses textos na escola, afinal de contas, é aprender a viver melhor nesse “mundo de textos”: Precisa defender seu ponto de vista? Use o que aprendeu sobre debates e artigos de opinião. Precisa entender o que está por trás de uma informação? Use o que aprendeu sobre notícias e reportagens. Precisa contar para alguém suas experiências? Use o que aprendeu sobre relatos e depoimentos, e por aí vá... A essa altura você já deve estar impaciente: já entendi, mas para que servem os textos deste caderno aqui? Não se espante: eles não servem para nada! E talvez por isso, cada vez menos, na correria do dia a dia, as pessoas encontrem tempo para lê-los... Uma pena: deixam de dar sons, imagens e sentidos inesperados às palavras em estado de poesia; deixam de imaginar uma história bem narrada, de se emocionar com as personagens; deixam de experimentar a sensação mágica de ver histórias no palco, como se acontecessem ali, pela primeira vez... Ainda bem que você e sua turma terão um caderno de textos que não servem para nada, com o qual, aliás, descobrirão que o uso de duas palavras negativas pode significar uma afirmação. Já estranhou de novo? Pense bem: se não serve para nada é porque serve para alguma coisa. O quê? Ah, esse é um enigma da literatura que só se resolve por seus leitores. E já avisamos, não é nada elementar, meu caro jovem!
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Entre leitores e leituras: práticas de literatura • Capítulo 1: O mundo da poesia • Capítulo 2: Instantes poéticos
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Práticas de literatura
1
SÉRGIO DOTTA JR./THE NEXT
Lenda do Pégaso Era uma vez, vejam vocês, um passarinho feio Que não sabia o que era, nem de onde veio Então vivia, vivia a sonhar em ser o que não era Voando, voando com as asas, asas da quimera Sonhava ser uma gaivota porque ela é linda e todo mundo nota E naquela de pretensão queria ser um gavião E quando estava feliz, feliz, ser a misteriosa perdiz E vejam, então, que vergonha quando quis ser a sagrada cegonha
KANEGAE, Mari. Dobradura em origami retratando Pégaso.
E com a vontade esparsa sonhava ser uma linda garça E num instante de desengano queria apenas ser um tucano E foi aquele, aquele ti-ti-ti quando quis ser um colibri Por isso lhe pisaram o calo e aí então cantou de galo Sonhava com a casa de barro, a do joão-de-barro, e ficava triste Tão triste assim como tu, querendo ser o sinistro urubu E quando queria causar estorvo então imitava o sombrio corvo E até hoje ainda se discute se é mesmo verdade que virou abutre
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
UNIDADE
Entre leitores e leituras: práticas de literatura
E quando já estava querendo aquela paz dos sabiás Cansado de viver na sombra, voar, revoar feito a linda pomba E ao sentir a falta de um grande carinho então cantava feito um canarinho E assim o passarinho feio quis ser até pombo-correio Aí então Deus chegou e disse: Pegue as mágoas Pegue as mágoas e apague-as, tenha o orgulho das águias Deus disse ainda: é tudo azul, e o passarinho feio Virou o cavalo voador, esse tal de Pégaso Pégaso (11x) Pega o azul MOREIRA, Moraes; MAUTNER, Jorge. Disponível em: <http://letras.terra.com.br/ moraes-moreira/47516/>. Acesso em: 27 maio 2011. 154
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Clipe Pégaso Na mitologia grega, Pégaso era um cavalo alado nascido do sangue da Medusa. Atena domesticou-o e ofereceu-o ao arqueiro Belerofonte, que tentou usá-lo para aproximar-se do Olimpo. Zeus fez com que Pégaso derrubasse seu cavaleiro, que morreu. Transformado em constelação, o cavalo passou desde então ao serviço de rei do Olimpo. Com um de seus coices, fez nascer a fonte de Hipocrene, que se acreditava ser a fonte de inspiração dos poetas.
Quimera Na mitologia grega, Quimera era um fabuloso monstro com cabeça de leão, torso de cabra e cauda de dragão e que soltava fogo pela boca. Sua representação plástica na arte cristã medieval era um símbolo do mal, mas, com o passar do tempo, passou a se chamar de quimera a todo monstro fantástico empregado na decoração arquitetônica. Hoje, no nosso português, a palavra quimera significa produto da imaginação, fantasia, utopia, sonho.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Disponível em: <http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/MGmonstr.html>. Acesso em: 30 maio 2011. (Adaptado).
Conversa afinada Leia a letra de canção e observe a reprodução do origami de Mari Kanegae. Depois, converse com seus colegas e professor. 1. Em que história da literatura infantil a canção se baseia para narrar a origem do Pégaso? 2. Com base nas informações do boxe Clipe, responda às questões a seguir. a) A letra da canção conta ou recria a história da mitologia grega? Por quê? b) O que pode significar na canção o verso “Voando, voando com as asas, asas da quimera”? Trata-se da Quimera mitológica?
Vamos pensar • O que você já sabe sobre a poesia? • Onde se pode ouvir ou ler poemas? • Além do poema, que outros gêneros também têm poesia? • É fácil compreender versos? • O que é preciso saber para “curti-los”?
3. O passarinho feio gostaria de ser vários pássaros. a) O que isso pode revelar sobre ele? b) O que dá para perceber sobre a escolha de cada pássaro? c) As rimas ajudam a pensar a questão anterior? Por quê? Dê um exemplo. 4. A reprodução de um origami ilustra o texto. a) O que você achou dela? b) Você sabe a que tradição cultural ela pertence? c) A letra de canção e o origami foram feitos com finalidades semelhantes? Por quê? d) Para criar formas de origami, o artista trabalha textura, cor, formatos e dobras do papel. Essa é, assim, uma arte que apreciamos principalmente por meio da visão e do tato. Na letra de uma canção, com que trabalha o artista? Por meio de que sentidos a apreciamos?
O que vamos fazer nesta unidade Nesta unidade, você e sua turma poderão: • aproveitar melhor a linguagem da poesia; • apreciar canções e poemas; • ler e produzir haicais. 155
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Práticas de literatura
Capítulo
1
O mundo da poesia
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ARNALDO ANTUNES
Quer experimentar novas formas de falar das coisas? Formas em que as palavras combinadas em versos ganham musicalidade, sugerem imagens e nos levam a inesperados sentidos...? Então, entre conosco no mundo da poesia! Para iniciar seu percurso neste capítulo, observe bem o desenho abaixo e depois converse com seus colegas e professor, com base nas questões sugeridas.
ANTUNES, Arnaldo. NOME. São Paulo: Sony e BMG, 2006. Os desenhos acima
são cenas do videoclipe da canção Cultura, de Arnaldo Antunes. Observe como eles retomam os traços e as cores típicas da arte rupestre, feita com traços simples pelos povos pré-históricos.
SS ADRIANA ZEHBRAUSKAS/FOLHAPRE
Quem é Arnaldo Antunes Músico, compositor, artista plástico, teórico e crítico literário, Arnaldo Antunes nasceu no dia 2 de setembro de 1960, em São Paulo. Ele vem apresentando uma trajetória consistente e produtiva na esfera literária. Saiba mais sobre o artista, visitando seu site <http://www.arnaldoantunes.com.br>. Disponível em: <http://www.unigran.br/revistas/interletras/ed_anteriores/ n6_n7/textos/poesia_contemporanea.pdf>. Acesso em: 2 mar. 2011.
Foto de Arnaldo Antunes, 2001. 156
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Arte rupestre Os mais antigos indícios da arte rupestre pertencem ao período paleolítico superior (40.000 a.C.). Os desenhos e as pinturas eram gravados em paredes e tetos das cavernas.
FABIO COLOMBINI
Clipe
Disponível em: <http://www.itaucultural. org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index. cfm?fuseaction=termos_texto&cd_verbete=5354>. Acesso em: 20 abr. 2011.
Pinturas rupestres. Parque Nacional da Serra da Capivara, Piauí, 2000.
Conversa afinada 1. Que seres vivos você vê no desenho?
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
2. Qual desses seres é menos complexo? Qual é o mais complexo? 3. Em contraste com os desenhos coloridos que representam esses seres, há uma cena em cinza, como se fosse um pano de fundo. O que você vê nela? 4. Pela cor, pelo que há nela, o que essa cena parece representar? 5. Quais relações podem ser estabelecidas entre as imagens que você analisou e o título Cultura? • Para pensar nisso, consulte os sentidos dessa palavra no verbete de dicionário a seguir, e escolha aqueles que podem ser interessantes para discutir as imagens vistas. CULTURA
s. f. 1. Ação, efeito, arte ou maneira de cultivar a terra ou certas plantas. 2. Terreno cultivado. 3. Biol. Propagação de micro-organismos ou cultivação de tecido vivo em um meio nutritivo preparado. 4. Biol. Produto de tal cultivação. 5. Aplicação do espírito a uma coisa; estudo. 6. Adiantamento, civilização. 7. Apuro, esmero, elegância. Michaelis: moderno dicionário da língua portuguesa. Disponível em: <http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php>. Acesso em: 2 mar. 2011.
6. Você observou como foi possível interpretar a imagem a partir das “pistas” que ela oferece? 7. Também para a leitura de textos poéticos é necessário descobrir “pistas”. Você sabe em que é importante ficar atento em um texto em poesia para que se possa aproveitá-lo?
O que vamos fazer neste capítulo Neste capítulo, você e sua turma descobrirão que tipos de “pistas” um texto em poesia pode oferecer para seu leitor melhor aproveitá-lo. Aprenderá a perceber melhor como os versos brincam com a sonoridade, permitem fantasiar imagens e descobrir sentidos inesperados para as palavras e suas combinações. Boas aprendizagens! 157
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Práticas de literatura
Leitura Leia a letra de canção Cultura e fique atento aos versos. Observe o que chama a sua atenção, tanto na forma como nas ideias por ela sugeridas.
O girino é o peixinho do sapo. O silêncio é o começo do papo. O bigode é a antena do gato. O cavalo é o pasto do carrapato. O cabrito é o cordeiro da cabra. O pescoço é a barriga da cobra. O leitão é um porquinho mais novo. A galinha é um pouquinho do ovo. O desejo é o começo do corpo. Engordar é tarefa do porco. A cegonha é a girafa do ganso. O cachorro é um lobo mais manso. O escuro é a metade da zebra. As raízes são as veias da seiva. O camelo é um cavalo sem sede. Tartaruga por dentro é parede. O potrinho é o bezerro da égua. A batalha é o começo da trégua. Papagaio é um dragão miniatura. Bactéria num meio é cultura.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Cultura
ANTUNES, Arnaldo. Cultura. Disponível em: <http://www.arnaldoantunes.com.br/ sec_textos_list.php?page=1&id=212>. Acesso em: 2 mar. 2011.
Provocações 1. Qual das redações abaixo parece ser o “esqueleto”, isto é, a estrutura de todos os versos? Copie a alternativa correta no caderno. a) isso e aquilo são; b) ou isso ou aquilo; c) isso é aquilo. 2. Observe essa definição retirada da Biologia. O girino é a larva do sapo. • O que há de comum entre essa definição e os versos? 3. As definições presentes nos versos são as conhecidas e esperadas pelo conhecimento médio, comum à maior parte das pessoas? Por quê? 4. Releia o verbete de dicionário e retome a letra da canção. Por que a definição presente no último verso se diferencia das demais? 158
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5. Qual verso você acha que permitiria imaginar uma cena bem interessante? Por quê? 6. Embora o ser humano não seja citado em nenhum verso, três ações tipicamente humanas são definidas. Em que versos isso acontece? 7. Um dos sentidos de cultura é ter conhecimentos acumulados pela humanidade e aprendidos principalmente por meio da escola. • A canção se compromete com essa transmissão ou a renova? Por quê?
Oficina literária! 1. Observe as rimas da canção. O que você percebe a respeito delas?
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Note que, pelas rimas, parte de um verso parece migrar para o outro, o que sugere um movimento bem interessante entre os seres e suas ações: o sapo remete ao papo, o gato ao carrapato e assim sucessivamente... 2. Em parceria com um colega, escolha dois seres e tente defini-los em versos que poderiam fazer parte da canção. a) Mantenham a estrutura de definição, mas com criatividade nas combinações. b) Explorem a presença da palavra final do primeiro verso no segundo, estabelecendo, assim, um jogo que, além da rima, sugira que uma palavra leva a outra, como no exemplo abaixo. A borboleta é uma asa em flor. / A nuvem é um céu sem cor. c) No final, vocês poderão apresentar a seus colegas os versos de vocês, bem como conhecer o que eles criaram! 3. Agora reveja as atividades que você fez até aqui. • Pense nesta questão e depois responda em seu caderno: o que faz da poesia uma linguagem diferente das demais?
Sons e sentidos A poesia, a arte de fazer versos, tem como “matéria-prima” as palavras. Estamos tão acostumados a falá-las e a escrevê-las que nem nos damos conta de como seus sentidos variam, dependendo das situações em que as usamos, não é mesmo? Na poesia, porém, essa possibilidade de novos sentidos fica muito mais presente, já que cada verso, ou cada linha de um poema, nos convida a prestar atenção nas formas, nos sons, nos jogos de ideias, para, então, construirmos sentidos possíveis. Quer experimentar? Verso Unidade de organização e sentido de textos poéticos. É uma sequência, uma linha do poema, em que as palavras são combinadas para terem efeitos sonoros e/ou visuais, ganhando novos sentidos. Um conjunto de versos forma uma estrofe. 159
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Práticas de literatura
Provocações 1. Antes de ler o poema, em parceria com um colega, copie o quadro no caderno e pesquise em dicionários os sentidos que lá estão para as palavras da seguinte lista. náusea: gosma: musgo: escuma: empluma:
freme: refolhos: agrega: treva: jaz:
• Qual dicionário você consultou?
3. Preste atenção aos sons dessas palavras. • Pronuncie-as, procurando a sílaba tônica, isto é, aquela que falamos com mais força, e copie a alternativa correta no caderno. A maioria dessas palavras é: a) oxítona (tem a última sílaba tônica); b) paroxítona (tem a penúltima sílaba tônica); c) proparoxítona (tem a antepenúltima sílaba tônica). 4. Copie o quadro no caderno. a) Pronuncie as palavras do quadro abaixo. b) Qual coluna tem palavras com sons que parecem tremer um pouco (sons vibratórios), como o /r/ na palavra trem? E qual tem palavras com sons que parecem chiar (sons fricativos) na boca, como, por exemplo, o /z/, na palavra voz? freme agrega treva sons vibratórios sons fricativos
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2. Você já conhecia todas essas palavras? Elas são usuais no cotidiano? Qual você estranhou mais?
refolhos jaz náusea musgo sons vibratórios sons fricativos
5. Em que coluna você colocaria a palavra lesma? Por quê? 6. O que você sente quando ouve essa palavra? 7. E quando a pronuncia, que sensações você tem?
Vejamos agora como o poema seguinte, de Manoel de Barros, combina as palavras com que você trabalhou até aqui e outras. 160
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Manoel de Barros Nascido em Corumbá, no Mato Grosso do Sul, em 1916, aos 13 anos, Manoel de Barros foi estudar num internato religioso no Rio de Janeiro. Ele tem uma obra consagrada com mais de vinte livros publicados e é considerado um dos poetas da língua portuguesa mais originais de todos os tempos. Saiba mais sobre o artista, visitando o site: <http://www.fmb. org.br/>. Disponível em: <http://www.sodez.com.br/o_poeta _manoel_de_barros.htm>.Acesso em: 3 mar. 2011.
Foto de Manoel de Barros, 2000.
MARLENE BERGAM O/FOLHAPRESS
Quem é
Texto
Livro de pré-coisas
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[...] Se no tranco do vento a lesma treme, no que sou de parede a mesma prega; se no fundo da concha a lesma freme, aos refolhos da carne ela se agrega; se nas abas da noite a lesma treva, no que em mim jaz de escuro ela se trava; se no meio da náusea a lesma gosma, no que sofro de musgo a cuja lasma; se no vinco da folha a lesma escuma, nas calçadas do poema a vaca empluma! [...]
BARROS, Manoel de. Livro de pré-coisas. In: Poesia completa. São Paulo: Leya, 2010. p. 219. (Fragmento).
A composição desse poema chama a atenção por sua perfeição. Ele tem dez versos, de dez sílabas poéticas cada. Leia abaixo a definição de sílaba poética. Sílaba poética Diferentemente da sílaba com que organizamos a escrita de uma palavra, a poética tem a ver com efeitos que o poeta quer dar ao verso. Assim, para contar as sílabas de um verso, há algumas regras, dentre elas a de que só se considera até a sílaba tônica da última palavra do verso. Às vezes a vogal final de uma palavra é unida à vogal inicial de outra, às vezes não. Um exemplo: Em “Se/ no/ tran/co/ do/ ven/to/ a/ les/ma/ tre/me”, temos gramaticalmente doze sílabas; já poeticamente temos dez: Se/ no/ tran/co/ do/ ven/to + a (juntamos a vogal final de uma palavra com a inicial de outra)/ les/ma/ tre/me (paramos na sílaba tônica). Agora observe no quadro a seguir como há equilíbrio na distribuição das sílabas tônicas. 161
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Com isso, estabelece-se um ritmo que praticamente se repete ao longo de todo o poema. Esse ritmo é importante, pois sugere, sonoramente, a ideia de acontecimentos contínuos, ações repetitivas. Agora, pense: o que ao longo de todo o poema está em movimento, em um mesmo ritmo? Ritmo: alternância de sílabas fortes e fracas no verso.
Provocações 1. Localize e indique no caderno em que versos a palavra lesma aparece. 2. Quando olhamos para essa palavra no poema, podemos imaginar que a lesma está parada ou em movimento?
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Sílabas poéticas
3. Em que versos aparecem palavras com os sons fricativos, representados pelas letras s e z? • Releia o poema com atenção especial à presença desses sons. O que você acha que a repetição deles pode sugerir?
Aliteração é o nome que se dá à repetição de um mesmo som consonantal em um verso. 4. Note, ainda, que nos seis primeiros versos aquilo que parece estar em movimento também parece sempre esbarrar em um ponto de atrito: as sílabas com som vibratório (tre-pre-fre-gre-tre-tra), no final dos versos. É como se a lesma chegasse até ali e tivesse que parar e recomeçar o trajeto. • A partir do sétimo verso, as palavras que aparecem no final dos versos têm algo em comum. O que seria isso? 5. Essa semelhança que você identificou sugere uma mudança em relação à ideia de movimento da lesma. Que mudança seria essa? 162
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6. A palavra lasma é um neologismo, isto é, foi inventada e funciona no poema como um verbo, a ação de lasmar. Que outras palavras do poema o poeta pode ter misturado para criar essa nova? 7. Observe as rimas do poema e em especial as que aparecem a partir do sétimo verso. Pode-se afirmar que também elas contribuem para a sensação de que nos quatro últimos versos o movimento da lesma é diferente? 8. Agora que você já está consciente do ritmo, da aliteração e das rimas no poema, releia-o perseguindo o movimento da lesma e reflita: é possível afirmar que esse movimento produz efeitos sobre o eu lírico? Por quê?
9. O que você achou do que o poema faz com a palavra lesma? Por quê? 10. Gostou de conhecer mais das possibilidades que a poesia tem de fazer arte com palavras?
Pesquisa e ação ÃO
Você já sabe o que é arte rupestre. Agora imagine: por que um poeta escolheria o título Poemas rupestres para um livro de poemas que reinventa a sua infância? E como devem ser poemas “pescados” na infância de seu filho João? Essas e muitas outras descobertas você poderá ter na poesia de Manoel de Barros, que nos permite — pela força da invenção ou da mentira, como ele gosta de dizer — experimentar poeticamente a meninice.
REPRODUÇ
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Eu lírico é o nome que se dá à voz do “eu” que “fala” no poema, é uma voz inventada pelo texto e não se confunde com a voz do autor que a criou.
E sua ação será: • escolher com seus colegas um poema publicado originalmente em um desses livros para ler para a turma toda.
D REPRO
1. O que há de interessante na história de vida (biografia) de Manoel de Barros? 2. Por que ele é tão importante na poesia em língua portuguesa contemporânea? 3. Onde podemos encontrar estes seus livros: Poeminhas pescados numa fala de João e Poemas rupestres? 4. Em que outras fontes podemos encontrar poemas originalmente publicados nesses livros?
UÇÃO
Nesta seção, você vai pesquisar:
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Práticas de literatura
Planejando as ações A. Conhecendo melhor o poeta e seus poemas 1. Em que tipos de livros, sites e revistas podemos encontrar referências sobre a vida do poeta? 2. Como e onde anotaremos as informações que acharmos interessantes? 3. Onde podemos encontrar os livros indicados ou os poemas originalmente publicados neles? 4. Como organizaremos o grupo para a leitura de poemas? Como negociaremos a escolha de um? O que, na opinião do grupo, deve ter nesse poema para que ele mereça ser lido na sala, para os demais colegas?
1. Leiam o poema em silêncio e depois em voz alta, por várias vezes. a) O que chamou a atenção de vocês nele? b) Que efeitos sonoros e que jogos de linguagem ele apresenta? 2. Que sentimentos a leitura dele provocou: alegria, tristeza, saudade? 3. Que imagens vieram à cabeça de vocês enquanto o liam? 4. Preparem uma pequena fala, justificando por que o grupo fez essa escolha. Não decorem essa fala, procurem apenas saber explicar de modo natural as razões do grupo. 5. Decidam como será a leitura do poema para os demais colegas. Apenas um integrante o lerá? Cada um lerá uma parte? Nesse caso, que tom o grupo procurará dar à leitura? Ensaiem bastante, procurando sugerir os sentimentos e as emoções que o texto despertou em vocês!
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
B. Com o poema escolhido
Linguagem figurada, imagens verbais e sentidos Texto 1 No poema a seguir há uma definição poética muito bem-humorada para o amor. Leia-o. 1 2 3 4 5 6
o amor, esse sufoco, agora há pouco era muito, agora, apenas um sopro ah, troço de louco, corações trocando rosas, e socos. LEMINSKI, Paulo. In: MARINS, Álvaro; GÓES, Fred (Org.). Melhores poemas de Paulo Leminski. 5. ed. São Paulo: Global, 1996.
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Quem é
LUIZ NOVAES/FOLHAPRESS
Paulo Leminski Paulo Leminski nasceu no dia 24 de agosto de 1944, em Curitiba, onde morreu, prematuramente, aos 45 anos. Romancista e letrista, ele contribuiu com o trabalho de importantes compositores de sua época, como Morais Moreira e Caetano Veloso. Como estudioso da cultura japonesa, adotou a fórmula poética do haicai, poema sintético de três linhas. Disponível em: <http://www.revistasusp.sibi.usp.br/scielo.php?pid=S010468292005000200011&script=sci_arttext>. Acesso em: 3 mar. 2011.
Foto de Paulo Leminski, 1999.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Provocações 1. O poema se vale de palavras mais ou menos cotidianas? • Essa escolha de palavras caracteriza uma linguagem mais ou menos formal? 2. Releia o poema, prestando atenção no par de palavras: sufoco/sopro. • O uso dessas palavras sugere que o amor é um sentimento estável ou instável? Por quê?
Antítese é o nome que se dá à exploração de palavras que sugerem ideias contrárias para alcançar efeitos de sentido. 3. Nos versos 2 e 3 são trabalhadas duas expressões que marcam o tempo. Transcreva-as no caderno e discuta. • O que elas podem sugerir sobre o tempo em que ocorrem mudanças no amor? 4. A maior parte dos versos tem sete sílabas poéticas, a chamada redondilha maior, e há, ainda, versos menores. a) Essa quantidade de sílabas estabelece um ritmo mais ou menos acelerado? b) Esse ritmo combina com o que se diz sobre o tempo nas mudanças do amor? 5. Que outra antítese é usada nos dois últimos versos? 6. Quando se refere a corações, o poema fala mesmo do órgão humano? Por quê? 7. Que expressão idiomática é usada para falar do amor? • Ela pode ser tomada como uma síntese do que o eu lírico acha do amor? Por quê? 8. Como você declamaria esse poema? Imagine e ensaie bem para depois poder declamar com seus colegas!
Expressões idiomáticas são compostas de diferentes palavras, cujos sentidos isolados não importam. É o “todo” da expressão que ganha um significado específico. Exemplos: “rodar a baiana” (provocar confusão), “andar no mundo da lua” (estar desatento).
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Práticas de literatura
Texto 2 A expressão das contradições do amor em versos é bem antiga. Um dos poemas mais famosos em língua portuguesa, um soneto do poeta português Luís Vaz de Camões, escrito no século XVI, trata justamente disso. Leia-o, prestando atenção na perfeição dos versos: o ritmo, as rimas, as palavras combinadas e os sentidos que elas assim sugerem. Depois, converse com seus colegas e professor, com base nas questões sugeridas. Soneto é o nome de poemas organizados em quatro estrofes, sendo as duas primeiras com quatro versos cada e as duas últimas com três versos cada.
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Amor é um fogo que arde sem se ver; é ferida que dói, e não se sente; é um contentamento descontente; é dor que desatina sem doer.
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É um não querer mais que bem querer; é um andar solitário por entre a gente; é nunca contentar-se de contente; é um cuidar que ganha em se perder.
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É querer estar preso por vontade; é servir a quem vence, o vencedor; é ter com quem nos mata, lealdade. Mas como causar pode seu favor nos corações humanos amizade, se tão contrário a si é o mesmo Amor?
CAMÕES, Luís de. In: SALGADO JÚNIOR, Antonio (Org.). Luís de Camões: obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2008. p. 270.
CÁSSIO LOREDANO
Quem é Camões Pouco se conhece da vida de Luís Vaz de Camões. Segundo algumas fontes, teria nascido em 1524 ou 1525, talvez em Lisboa. Em 1556, teria naufragado na foz do rio Mecon e, nessa ocasião, teria se salvado a nado, levando Os lusíadas e perdendo sua companheira, Dinamene. MOISÉS, Massaud. A literatura portuguesa através dos textos. 34. ed. São Paulo: Cultrix, 2006. p. 53-54. (Adaptado).
Caricatura de Camões feita por Loredano em 2001.
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Conversa afinada
2. O que você achou da visão que esse eu lírico tem sobre o amor? 3. Releia o primeiro verso. Seria fácil criar uma cena que ilustrasse o que ele diz? Por quê?
RUBENS ALVES
1. Os versos das três primeiras estrofes têm sempre a mesma estrutura: são definições feitas a partir da junção de ideias contrárias. Essa junção de ideias contrárias causa estranhamento? Por quê?
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
4. Na tirinha ao lado, por que os dois primeiros versos do soneto camoniano foram citados? Por que eles se tornam engraçados neste novo texto?
Texto 3 Leia os versos da letra de canção.
O amor é filme O amor é filme Eu sei pelo cheiro de menta e pipoca que dá quando a gente ama Eu sei porque eu sei muito bem como a cor da manhã fica Da felicidade, da dúvida, dor de barriga É drama, aventura, mentira, comédia romântica [...] Um belo dia a gente acorda e hum... Um filme passou por a gente e parece que já se anunciou o episódio dois É quando a gente sente o amor se abuletar na gente tudo acabou bem, Agora o que vem depois [...] É quando as emoções viram luz, e sombras e sons, movimentos E o mundo todo vira nós dois, Dois corações bandidos Enquanto uma canção de amor persegue o sentimento O Zoom in dá ré e sobem os créditos O amor é filme e Deus espectador! [...] LIRINHA. Disponível em: <http://letras.terra.com.br/cordel-do-fogo-encantado/153398/>. Acesso em: 30 maio 2011. (Fragmento).
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Práticas de literatura
Provocações 1. Os compositores se inspiraram no jeito que se pronuncia a palavra aboletar e por isso escreveram “abuletar”. • O que será que ela pode significar na canção? Indique suas hipóteses. 2. Consulte o verbete aboletar em um dicionário e procure, dentre os significados esperados, aqueles que ajudariam a dar sentido a essa palavra dentro do verso em que ela aparece. 3. Segundo a canção, depois que o amor “se abuleta” na gente, vem a continuação do filme. • Indique o verso que faz referência aos recursos próprios da linguagem cinematográfica para expressar como se sente quem ama.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
4. Veja a definição de zoom in em um glossário de termos técnicos da linguagem do cinema. ZOOM IN
Termo usado para o fechamento do plano geral para o particular (close-up), utilizando a lente zoom. Disponível em: <http://www.faac.unesp.br/graduacao/di/downloads/tv%20 e%20cinema/termos_tecnicos_TV.doc>. Acesso em: 30 maio 2011.
• Releia o verso: “E o mundo todo vira nós dois”. Pode-se dizer que esse verso imita, com palavras, o movimento de zoom in do cinema? Por quê?
Como você deve ter notado, nessa composição, a metáfora do filme motiva todos os versos. É uma definição poética central para o amor na canção. Agora você já deve estar se perguntando: mas as definições com que eu trabalhei na canção Cultura não eram metáforas? Sim, elas eram. Na verdade, as metáforas são muito exploradas na poesia, pois são um recurso primoroso para redefinir poeticamente as coisas, tirá-las de seus sentidos usuais e dar novos significados a elas. Esse recurso só funciona bem, contudo, quando as metáforas são boas, ou seja, quando estabelecem relações surpreendentes. Há metáforas que são tão óbvias que perdem a razão de ser, viram “lugar-comum”. Outras estabelecem relações tão estranhas que podem se tornar fonte de humor, como essa que corre entre os ditados populares: O amor é uma flor roxa, que nasce no coração dos trouxas... E você se lembra de alguma metáfora para o amor? Ela é boa ou ruim? Conte-a para seus colegas!
Metáfora é o nome que se dá quando sentidos geralmente associados a uma palavra passam para outra. Um exemplo: Maria é uma rosa. Com essa metáfora, Maria passa a ter características geralmente atribuídas à rosa: a beleza, o perfume, ou até mesmo os espinhos, dependendo da situação em que essa metáfora for usada.
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Visualização de versos e sentidos A esta altura de nosso percurso, certamente você já percebeu como a poesia, por meio da combinação de palavras em versos, causa sensações sonoras, surpresas com os sentidos e apela para a nossa imaginação, isto é, nos permite “ver” as coisas de jeitos diferentes, imaginá-las. Em alguns poemas, a sugestão de imagens é mais explícita. É o que acontece no texto seguinte. Leia-o e imagine o que ele sugere.
LIBÉRIO NEVES
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Texto 4
NEVES, Libério. Pássaro em vertical. In: Livro Pedra Solidão. Belo Horizonte: Movimento Perspectivo, 1965.
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Práticas de literatura
Provocações 1. No início da leitura, o título lhe causou estranhamento? Por quê? 2. Que imagem o jeito que os versos estão escritos sugere? 3. No poema, a mudança de ritmo sugere os diferentes movimentos do pássaro. a) Releia o poema em voz alta. b) Copie o quadro a seguir em seu caderno e relacione os versos e o ritmo indicados no quadro aos movimentos e acontecimentos mencionados abaixo. Versos e ritmo
Movimentos
Versos 5 a 9: presença de uma única sílaba tônica nos versos. Versos 10 a 14: três versos de quatro sílabas poéticas, um de três e um de duas. Versos 15 ao último: versos com uma única letra.
I. Descrição do tiro. II. Queda do pássaro. III. Descrição do pássaro ferido. IV. Movimentação normal do pássaro.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Versos 1 a 4: alternância entre sílabas fortes e fracas.
4. Leia novamente o trecho a seguir.
“penas fofas leves plumas mole espuma” • O que os adjetivos fofas, leves e mole sugerem a respeito do que está acontecendo com o pássaro nesse momento? 5. O que há de diferente na escrita dos versos norte/sul? Que imagem isso sugere? 6. Depois da leitura, como você passou a interpretar o título?
Poemas como esse que você leu são chamados de visuais e, de certo modo, eles são “herdeiros” da poesia concretista: um movimento brasileiro, surgido nos anos 50 do século passado, em que um grupo de artistas propôs trabalhar a materialidade da palavra (seu som e sua forma) de tal forma que o poema seja “coincidência e simultaneidade da comunicação verbal e não verbal”. 170
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Poesia concreta Ao trabalhar de forma integrada o som, a visualidade e o sentido das palavras, a poesia concreta propõe novos modos de fazer poesia, visando a uma “arte geral da palavra”. Essa proposta que, desde os anos 1950, foi colocada em prática pelos poetas Augusto de Campos, Décio Pignatari, Haroldo de Campos, José Lino Grünewald e Ronaldo Azeredo, desdobra-se até hoje, ao longo de mais de Os irmãos Campos e cinco décadas de produção em suportes e meios Décio Pignatari, 1996. técnicos diversos — livro, revista, jornal, cartaz, LP, CD, videotexto, holografia, vídeo. Saiba mais sobre os artistas e o movimento concretista, visitando o site: <http://www.poesiaconcreta.com/>. [...] Os poetas concretos estabeleceram, desde o início, ligações entre a sua produção, a música contemporânea, as artes visuais e o design de linhagem construtivista. Reprocessaram elementos dessas artes em seus poemas e mantiveram extensa colaboração com artistas e designers, compositores e intérpretes [...]
EDUARDO KNAPP/ FOLHAPRESS
Clipe
Disponível em: <http://www.poesiaconcreta.com/poetas.php>. Acesso em: 30 maio 2011. (Fragmento).
Vamos repensar Chegamos ao fim deste capítulo e é hora de parar e pensar no que você aprendeu. Retome no caderno seus registros sobre a questão: • O que faz da poesia uma linguagem diferente das demais? Releia o que você propôs antes e veja agora se você se preocupou, em sua definição, com os seguintes aspectos: 1. A poesia tem mais compromisso com a representação da realidade ou com a fantasia? 2. Ela fala diretamente a respeito de seres, ações e sentimentos ou apenas os sugere? 3. Que importância tem para o ouvinte/leitor de poesia o trabalhão que a poesia faz com a sonoridade, com jogos de imagens e com sentidos novos? Se julgar necessário, reescreva sua definição, tornando-a mais completa. Lembre-se de que as questões acima são apenas pontos de partida para você avaliar sua resposta. Não é necessário, pois, respondê-las separadamente. Esperamos que você beba da água de Hipocrene e que pegue carona nas asas do Pégaso, pois, no próximo capítulo, refaremos a viagem que poeminhas empreenderam do Japão até aqui. E aonde eles nos levarão depois? Ah, isso só mesmo sua imaginação poderá responder… Até lá, então!
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Caderno de Estudos de língua e linguagem Apresentação Um caderno de estudo e investigação das possibilidades da língua Ei, você... Já parou pra pensar que, em quase tudo o que você faz, a língua — falada ou escrita — está presente? E então, perguntamos: Que coisa é essa que chamamos de língua? Qual é a sua importância? Pra que ela serve? O que podemos fazer com ela? Como podemos usá-la? Podemos modificá-la? Já pensou nisso tudo? Neste Caderno de Estudos de língua e linguagem, você terá a oportunidade de exercer o papel de curioso, de pesquisador dessa língua que chamamos de língua portuguesa e que você já conhece e usa muito bem! Você vai dar uma de filósofo da linguagem e de gramático! Vai descobrir que há muito o que investigar e aprender sobre ela, apesar de tudo o que você já sabe! Chegou a hora! Se liga nessa parada com a galera e se abra para conhecer as múltiplas faces de camaleão dessa nossa língua portuguesa!
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Unidade 1
Língua e linguagem • Capítulo 1: Polissemia (mesma palavra, outro sentido e contexto) • Capítulo 2: Figuras de linguagem I: metáfora e metonímia • Capítulo 3: Figuras de linguagem II: hipérbole, personificação, sinestesia e ironia. Unidade 2
Língua e gramática normativa • Capítulo 1: Verbos: emprego e sentido dos tempos e modos verbais • Capítulo 2: Termos que aparecem na construção da oração I: o sujeito e sua relação com o verbo • Capítulo 3: Termos que aparecem na construção da oração II: o predicado • Capítulo 4: Termos que aparecem na construção da oração III: complementos verbais Unidade 3
Ortografia e pontuação • Capítulo 1: Ortografia • Capítulo 2: Pontuação
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1
Os diferentes sentidos de uma palavra ou expressão às vezes podem causar confusões. Leia as HQs e observe duas situações em que isso acontece.
Texto 1 TURMA DA MÔNICA
Mauricio de Sousa
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O que é isso?
Língua e linguagem
MauriciO de sOusa prOduÇÕes Ltda
UNIDADE
Estudos de língua e linguagem
SOUSA, Mauricio de. Almanaque historinhas de uma página, n. 2. Panini Brasil, 2008. p. 67.
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Texto 2 Fernando Gonsales FERNANDO GONSALES
NÍQUEL NÁUSEA
Discuta com a turma
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1. No Texto 1, o que Cebolinha quis dizer com “Vai ver se estou lá na esquina!”? Ele realmente queria que Xaveco fosse até a esquina? 2. Xaveco compreendeu corretamente a fala de Cebolinha? O que aconteceu que justifica a sua resposta? 3. Já aconteceu com você alguma confusão por causa de um mal-entendido? Como foi? 4. Por que você acha que os mal-entendidos acontecem? 5. No Texto 2, de que reflexos podemos imaginar que o médico esteja falando no primeiro quadrinho? 6. Com base em que poderíamos tirar essa conclusão a respeito da fala do médico no primeiro quadrinho? 7. O segundo quadrinho revela uma surpresa: o médico falava de outros reflexos. Como podemos perceber isso? 8. Por que o médico afirma que os reflexos do paciente estão péssimos? • Se considerarmos que o paciente é um vampiro, seria esperado que o médico tivesse uma opinião diferente? 9. Com que intenção os quadrinistas que elaboraram os textos 1 e 2 podem ter explorado os diferentes sentidos da frase “Vai ver se eu estou lá na esquina!” e da palavra reflexos?
Será que é mesmo? Alguns usos da língua podem tornar os textos mais bonitos, emocionantes, interessantes, mas também podem gerar mal-entendidos. Nesta unidade, iremos retomar e aprofundar uma discussão que se iniciou no livro anterior: será que tudo o que dizemos sempre é entendido do modo como desejamos? Para alimentar o debate, vamos discutir mais sobre os vários sentidos das palavras. 191
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Estudos de língua e linguagem
Capítulo
1
Polissemia (mesma palavra, outro sentido e contexto) Como é que é?
1. Qual é o sentido da palavra água nos quadrinhos a seguir? a)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Como você discutiu na abertura da unidade, às vezes usamos as palavras com a intenção de dar a elas outros sentidos. • Mas do que dependem os sentidos das palavras? • Qual a importância de poder dar sentidos diferentes às palavras? • O que é sentido literal e quando ele é usado? • Às vezes, as pessoas compõem enunciados de duplo sentido sem querer? Em caso positivo, por que isso acontece e como podemos resolver o problema?
b)
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2. Leia o boxe “Vamos lembrar” e responda às questões a seguir. • A intenção das personagens das ilustrações da questão 1, ao dizer a palavra água, é a mesma? Por quê?
Vamos lembrar Os interlocutores sempre têm intenções muito específicas em relação ao discurso que produzem para o outro. A essas intenções chamamos de intencionalidade discursiva.
3. Leia a tira a seguir. Leandro Robles
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
LeandrO rOBLes
ESCOLA DE ANIMAIS
a) Por que a personagem verde parece irritada com Chump? b) Leia o boxe abaixo e depois responda de que forma o significado da palavra acepção pode explicar o que acontece nessa tira. ACEPÇÃO
sf. 1. Lex. Significado de uma palavra ou frase em cada um dos contextos em que ela pode estar inserida. iDicionário Aulete. Disponível em: <http://educacao.uol.com. br/dicionarios>. Acesso em: 31 ago. 2011.
c) Qual pode ter sido a intenção do quadrinista ao apresentar personagens empregando duas acepções diferentes do verbo comer? 4. Leia as orações a seguir. O príncipe recebeu a coroa real de seu pai. Em seu velório, havia diversas coroas de flores, enviadas por admiradores. O dentista teve de refazer a coroa do meu dente. A coroa do abacaxi tem espinhos.
a) Qual é o sentido da palavra coroa em cada uma dessas frases? b) O que há em comum entre todos esses sentidos da palavra coroa?
Polissemia Quando uma mesma palavra tem seu sentido alterado ao ser usada em situações diferentes ou com intencionalidades diferentes, dizemos que essa palavra é polissêmica (poli = muitos; sema = sentido, significado). A polissemia é possível porque o sentido da palavra não muda totalmente, ou seja, há uma certa relação entre os sentidos que ela apresenta nas diferentes situações. 193
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Estudos de língua e linguagem
Pense, por exemplo, na palavra letra. Uma letra pode ser: • o “sinal gráfico que se usa, na escrita, para representar os sons da fala” — Nosso alfabeto tem 26 letras; ou • o “conjunto de palavras que compõem o texto de uma canção” — A letra dessa música é muito bonita. Qual é a relação entre esses dois sentidos? Se você ainda não percebeu, pense no que precisaria fazer para registrar, por escrito, sua canção favorita. Você só teria duas opções: para registrar a melodia, teria de usar uma partitura, com seus símbolos próprios (as notas musicais); e, para registrar o texto cantado pelo(s) artista(s), teria de usar... letras! Daí a relação entre a letra como “sinal gráfico” e a letra como “texto de uma canção”. Essa relação entre os significados que as palavras assumem em diferentes contextos é, às vezes, mais explícita e, outras vezes, mais sutil. Até o fim desta unidade, você conhecerá vários outros exemplos. Chris Browne 2011 King Features Syndicate/Ipress
HAGAR
a) O que Hagar queria que o amigo Eddie fizesse? b) O que Eddie fez?
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5. Leia a tirinha.
c) Que palavra causou o mal-entendido? Por quê? d) Nesse caso, a polissemia da palavra ajudou ou atrapalhou a interação entre os interlocutores? Por quê? e) Imagine, agora, que o autor da tira tivesse escrito o primeiro balão de fala do seguinte modo: Preciso do meu barco consertado hoje à tarde! Peça isso com jeitinho ao dono da oficina! I. O mal-entendido continuaria sendo possível? Explique. II. Você acha que a tira ficaria mais ou menos engraçada desse modo? Por quê? f) Levando em conta a resposta que você deu no item anterior, explique que “vantagem” a existência de polissemia trouxe para o autor dessa tira. 194
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Olha só que curioso! 1. Localize no dicionário as seguintes palavras e responda: quantas acepções tem cada uma? casa
chave
dar
linha
Verbetes de dicionário são os textos que apresentam as acepções de cada palavra no dicionário. Cada acepção vem precedida de um número. Além das acepções, o verbete traz a classificação gramatical do vocábulo descrito. Alguns dicionários também trazem exemplos de cada acepção em frases e informam qual é a origem da palavra. Veja este exemplo:
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TERREMOTO
sm (lat terraemotu) 1 Vibração ou abalo da crosta da Terra; tremor de terra. 2 Grande estrondo. 3 Grande abalo social. Var.: terramoto. Michaelis: moderno dicionário da língua portuguesa. São Paulo: Melhoramentos, 2007.
2. Folheie o dicionário, observando a quantidade de acepções das palavras em geral. a) Há muitas palavras que apresentam mais de uma acepção? b) O sentido de cada acepção muda totalmente ou há algo em comum entre eles? c) Se cada palavra tivesse apenas uma acepção, você acha que os dicionários teriam mais ou menos palavras? Por quê? d) Leia, agora, uma explicação sobre isso.
Polissemia e economia linguística As línguas em geral evoluem no sentido de serem cada vez mais econômicas, ou seja, de permitirem que os falantes possam falar de todos os assuntos com um mínimo de elementos e de esforço. Se não fosse possível fazer comparações e atribuir, por semelhança, diversos sentidos a uma palavra, seríamos obrigados a fazer um grande esforço de memória: precisaríamos ter vocábulos separados para cada tema sobre o qual quiséssemos falar. Uma provável consequência disso seria falarmos muito mais devagar, para termos tempo de acessar na memória todas as palavras adequadas para nos expressar e) Responda: se cada palavra tivesse apenas uma acepção, nossa língua seria mais ou menos econômica?
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Polissemia e sentido literal Já discutimos que uma mesma palavra pode ter vários sentidos e que isso depende da situação em que a usamos. Acontece que nem sempre nos convém explorar todos esses múltiplos sentidos das palavras. Às vezes, nossa intenção é usá-las com um sentido mais fechado, mais específico. Mas também há situações em que nossa intenção é, justamente, usar e abusar da polissemia. 1. Você vai reler trechos de dois textos que estão nos Cadernos de Leitura e produção e de Práticas de literatura.
Foi a antropóloga Helen Fisher [...] que propôs a existência de três fases no amor, cada uma delas com as suas características emocionais e os seus compostos químicos próprios [...]: A primeira fase é chamada “fase do desejo” e é desencadeada pelos nossos hormônios sexuais, a testosterona nos homens e o estrogênio nas mulheres. [...] A segunda fase é a “fase da atração”, enamoramento ou paixão: é quando nos apaixonamos, ou seja, é a altura em que perdemos o apetite, não dormimos, não conseguimos concentrar-nos em nada que não seja o objeto da nossa paixão. É uma fase em que podem acontecer coisas surpreendentes, que por vezes dão origem a situações divertidas (para os outros) e embaraçosas (para o próprio): as mãos suam, a respiração falha, é difícil pensar com clareza, há “borboletas no estômago”... enfim... e isso tem a ver com outro conjunto de compostos químicos que afetam o nosso cérebro: a norepinefrina que nos excita (e acelera o bater do coração), a serotonina que nos descontrola, e a dopamina, que nos faz sentir felizes. [...] A terceira fase é a “fase de ligação” – passamos à fase do amor sóbrio, que ultrapassa a fase da atração/paixão e fornece os laços para que os parceiros permaneçam juntos. Há dois hormônios importantes nessa fase: a oxitocina e a vasopressina. [...]
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Texto 1
Química. Boletim SPQ (Sociedade Portuguesa de Química). Portugal, n. 100, p. 47-50, mar. 2006. (Fragmento adaptado).
Texto 2 Amor é um fogo que arde sem se ver; é ferida que dói e não se sente; é um contentamento descontente; é dor que desatina sem doer; [...] CAMÕES, Luís de. Lírica. Seleção, prefácio e notas de Massaud Moisés. São Paulo: Cultrix, 1999. p. 123. (Fragmento).
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a) Qual é o assunto dos dois textos? b) O Texto 1 é um trecho de um artigo de divulgação científica, e o Texto 2, um trecho de um poema. I. Em qual dos textos a linguagem usada foi menos polissêmica: ou seja, as palavras usadas não possibilitam pensar em múltiplos sentidos? Por quê?
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II. Em qual dos textos a linguagem foi usada de modo mais polissêmico, possibilitando-nos percebê-las em seus múltiplos sentidos?
Dependendo da intenção que temos ao compor um texto, podemos fazer uso das palavras explorando ao máximo seu caráter polissêmico. É o que acontece, por exemplo, quando alguém quer expressar suas ideias e emoções de uma maneira bem original e, então, compõe um poema como o apresentado no texto 2. Às vezes, a exploração da polissemia também serve para produzir textos humorísticos, como você viu nas tiras da Escola de Animais e de Hagar. Ou, então, ela ajuda a explicar uma ideia de um jeito mais fácil — no Texto 1, isso ocorre no trecho destacado:
[...] as mãos suam, a respiração falha, é difícil pensar com clareza, há “borboletas no estômago”... [...] Outras vezes, porém, nossa intenção é bem diferente: queremos usar as palavras com o sentido literal — isto é, o sentido mais comum, aquele que imediatamente vem à cabeça das pessoas quando elas ouvem ou leem aquela palavra. Esse uso normalmente ocorre em textos jornalísticos, textos científicos, relatórios técnicos, documentos, etc.
Ambiguidade Imagine que a frase a seguir esteja em um cartaz afixado na parede de uma igreja. No Dia de Finados, haverá uma missa cantada por todos os mortos da paróquia. 1. A conjunção por é bem polissêmica. Veja duas das acepções que ela pode ter: • em favor de, em nome de <não se lamente p. mim> <morrer p. um ideal> • indica o agente da ação, na voz passiva <Fogo Morto foi escrito p. José Lins do Rego> INSTITUTO ANTÔNIO HOUAISS. Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009. (Fragmento).
Veja o conceito de voz passiva no Capítulo 4 da Unidade 2 deste caderno.
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a) Qual sentido assume a frase do cartaz, caso a conjunção por seja entendida na primeira acepção? E na segunda acepção? b) Em uma situação como essa, qual teria sido a intenção do autor do cartaz? Você acha que ele pretendia explorar a polissemia da conjunção por? Ou o duplo sentido que ela acabou adquirindo foi acidental? Explique. c) Como você reescreveria a frase do cartaz, de modo que ela só pudesse ser entendida de uma maneira? (Escolha a acepção mais adequada ao contexto.) d) O que você precisou mudar para eliminar a ambiguidade do cartaz? 2. As orações a seguir também apresentam problemas de ambiguidade. Leia-as e depois responda às perguntas no caderno. 1
O deputado conversou com o presidente da Câmara na sua sala.
2
Ela aparecerá brevemente num programa de TV.
• Ela ficará pouco tempo no programa ou ela aparecerá daqui a pouco tempo? 3
Grêmio vence, apesar de uma bola na trave de Baiano.
• Baiano é goleiro ou atacante? 4
Especialistas debatem saída para crise em São Paulo.
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• Na sala de quem foi a conversa?
• O debate é em São Paulo ou a crise é em São Paulo? 5
Mutirão contra a violência do governo completa um ano.
• O mutirão é do governo ou a violência é do governo? Exemplos baseados no verbete “ambiguidade” do Manual de redação e estilo de O Estado de S. Paulo. São Paulo: O Estado de S. Paulo, 1997, de autoria de Eduardo Martins.
a) Compare as suas respostas com as de um colega. Vocês compreenderam todas as frases acima da mesma maneira? b) Reescrevam as frases, buscando evitar as ambiguidades. c) O que você fez, em cada caso, para eliminar a ambiguidade das frases? 3. Diante de todos esses exemplos, como você definiria a ambiguidade não intencional? 198
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Então ficamos assim… Retome, agora, as discussões feitas com a turma e respondam às perguntas propostas no início do capítulo: • • • •
Do que dependem os sentidos das palavras? Qual é a importância de poder dar sentidos diferentes às palavras? O que é sentido literal e quando ele é usado? Às vezes, as pessoas compõem enunciados de duplo sentido sem querer? Em caso positivo, por que isso acontece e como podemos resolver o problema?
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Atividades 1. Para cada um dos itens a seguir, existe uma mesma palavra que pode ser usada para nos referirmos às três figuras. Descubra qual é essa palavra e explique o que há em comum entre os sentidos que ela apresenta em cada situação. a)
b)
c)
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2. Nos casos de polissemia da questão anterior, havia uma relação direta entre os diferentes sentidos da palavra. Mas, muitas vezes, essa relação é mais sutil. Observe os exemplos a seguir. 1 Com o lápis, fez um ponto na folha em branco.
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2 Preciso dar uns pontos na barra desta calça, porque ela está descosturando.
3 O ônibus que vai para a Vila das Mercês para neste ponto?
• Junte-se a um colega e respondam: que relação existe entre esses três sentidos da palavra ponto? 3. Na tira a seguir, Mafalda está conversando com Manolito (um garoto que não vai bem nos estudos e que tem dificuldade para entender as coisas), quando aparece Susanita. Acompanhe o que ocorre. Quino JOaQuÍn saLVadOr LaVadO (QuinO)
MAFALDA
QUINO. Toda Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 2003. p. 205.
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a) Procure a palavra culto no dicionário e copie a acepção que faz mais sentido na expressão “liberdade de cultos”. b) Susanita diz ter ouvido no rádio que havia “liberdade de cultos em todo o país”. O que o radialista queria dizer com isso? c) Houve um mal-entendido? Por quê? d) Por que ela estava preocupada com Manolito? e) Você vê alguma relação entre os dois sentidos da palavra culto comentados nos itens anteriores? Explique. 4. Leia o trecho inicial de uma crônica de Clarice Lispector. Depois, responda às questões.
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Uma esperança Aqui em casa pousou uma esperança. Não a clássica que tantas vezes verifica-se ilusória, embora mesmo assim nos sustente sempre. Mas a outra, bem concreta e verde: o inseto. Houve o grito abafado de um de meus filhos: — Uma esperança! e na parede bem em cima de sua cadeira! — Emoção dele que também unia em uma só as duas esperanças, já tem idade para isso. Antes surpresa minha: esperança é coisa secreta e costuma pousar diretamente em mim, sem ninguém saber, e não acima de minha cabeça numa parede. Pequeno rebuliço: mas era indubitável, lá estava ela, e mais magra e verde não podia ser. — Ela quase não tem corpo — queixei-me. — Ela só tem alma — explicou meu filho e, como filhos são uma surpresa para nós, descobri com surpresa que ele falava das duas esperanças. [...] LISPECTOR, Clarice. A descoberta do mundo: crônicas. Rio de Janeiro: Rocco, 1999. p. 192. (Fragmento).
a) O texto fala de duas acepções da palavra esperança. Quais são elas? Se necessário, consulte o dicionário. b) Em qual dessas acepções a palavra é um substantivo abstrato? E em qual é um substantivo concreto? c) Localize o trecho em que a narradora faz referência à característica concreta da palavra, em uma das acepções. d) Qual dessas “esperanças” a narradora chama de “a clássica”? Por que ela a chama assim? e) Segundo a narradora, quando o menino gritou anunciando a presença da esperança, a emoção dele “unia em uma só as duas esperanças”. O que você entende disso?
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f) Ainda no terceiro parágrafo, a narradora diz ter ficado surpresa. Por quê? g) Segundo a narradora, ao explicar que “ela só tem alma”, o menino se referia às duas esperanças. I. Procure na internet a imagem de uma esperança (na acepção concreta). Por que o menino teria dito que essa esperança “só tem alma”? II. E a outra esperança, a abstrata, você acha que é possível dizer que ela também “só tem alma”? Por quê? h) Podemos dizer que a polissemia foi importante para a construção desse texto literário? Por quê?
1
Hugo Napoleão destaca vontade de viver e luta contra o câncer de José Alencar MeioNorte.com, Teresina, 29 mar. 2011.
2
Pervez Musharraf responsabiliza Bhutto por sua morte Folha.com, São Paulo, 5 jan. 2008. © Folhapress.
a) Quais são as possíveis interpretações que cada uma delas pode ter?
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5. Leia estas manchetes.
b) Leia, agora, o primeiro parágrafo de cada notícia. 1
O
Povo do Piauí está solidário com a família e com o povo de Minas. Foi com estas palavras que o deputado federal Hugo Napoleão fez um pronunciamento em homenagem ao vice-presidente José Alencar, que morreu hoje aos 79 anos vítima de um câncer. [...] MeioNorte.com, Teresina, 29 mar. 2011.
2
O presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, disse à televisão americana que a ex-primeira-ministra Benazir Bhutto é a única responsável por sua morte, ocorrida durante um ataque no mês passado, e negou qualquer responsabilidade do governo paquistanês. [...] Folha.com, São Paulo, 5 jan. 2008. © Folhapress.
I. Reescreva as manchetes no caderno, eliminando a ambiguidade. II. Explique, em cada caso, o que estava provocando o problema.
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Ficha de avaliação 1
Unidade 1 • Capítulo 1
Depoimento pessoal
Nome do(a) aluno(a):
Turma:
CRITÉRIOS PARA PRODUÇÃO E AVALIAÇÃO DO DEPOIMENTO PESSOAL Seu depoimento atendeu aos critérios de: 1. Adequação à proposta
Sim
Em parte
Não
A*
P**
A
P
A
P
A
P
A
P
A
P
A
P
A
P
A
P
A
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A
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P
• Elaborou um texto que apresenta algo relacionado à sua experiência de vida, conforme sugerido na proposta? 2. Adequação às características estudadas do gênero a) É um relato na 1a pessoa do singular? b) Inicia o relato marcando o tempo e/ou o lugar em que ocorreu o episódio? c) O assunto do relato é apresentado logo no início? d) Apresenta o episódio de modo rápido, sem muitos detalhes, como exige o espaço a que se destina? e) Apresenta marcas linguísticas que sinalizam a emoção em relação ao que aconteceu? f) Utiliza o registro de linguagem mais informal, própria de relatos que circulam em revistas e blogs? 3. Construção da coesão/coerência do texto (textualidade) a) Faz uso de palavras ou expressões que indicam a passagem do tempo do fato relatado? b) Faz uso de palavras ou expressões que indicam emoção em relação ao que relata? c) Utiliza adequadamente a pontuação? 4. Uso das normas e convenções da variedade padrão a) Está correto em relação à gramática? (concordância entre as palavras) b) Está correto em relação à ortografia?
* Espaço destinado à avaliação pelo aluno. ** Espaço destinado à avaliação pelo professor.
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Unidade 1 • Capítulo 1 Lembretes para o professor Achei difícil:
Lembretes para o aluno — 1a revisão do professor
1. Você não pode mais errar:
2. É preciso melhorar:
Avaliação final do professor:
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Singular & Plural
Leitura, produção e estudos de linguagem
Laura de Figueiredo Bacharel em Letras pela Universidade de São Paulo (USP). Mestre em Linguística Aplicada pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Professora em programas de formação continuada das redes estadual e municipal de São Paulo. Autora de materiais didáticos.
Marisa Balthasar Licenciada em Letras pela Universidade de São Paulo (USP). Doutora em Teoria Literária pela Universidade de São Paulo (USP). Professora em programas de formação continuada das redes estadual e municipal de São Paulo. Professora na rede pública por 14 anos. Professora em escolas particulares do ensino superior. Autora de materiais didáticos.
Shirley Goulart Licenciada em Letras pela Faculdade Rui Barbosa. Especialista em Literatura pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Professora em programas de formação continuada das redes estadual e municipal de São Paulo. Professora na rede pública por 15 anos. Professora em escolas particulares do ensino superior. Autora de materiais didáticos.
1a edição
Frontis Singular Plural Mercado LA.indd 3
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© Laura de Figueiredo, Marisa Balthasar, Shirley Goulart, 2012
Coordenação editorial: Áurea Regina Kanashiro, Mônica Franco Jacintho Edição de texto: Camila Ribeiro, Daniela Cristina Calvino Pinheiro, Mônica Franco Jacintho, Regiane de Cássia Thahira, Thelma de Carvalho Guimarães Assistência editorial: Anabel Ly Maduar, Átila Morand, Pedro Paulo Silva Preparação: Anabel Ly Maduar, Márcia Camargo, Solange Scattolini Coordenação de design e projetos visuais: Sandra Botelho de Carvalho Homma Projeto gráfico: Everson de Paula Capa: Marta Cerqueira Leite, Mariza de Souza Porto Foto de capa: Diana Ong. Too Many Crowds, computer graphics China, 20th century © Diana Ong/SuperStock/Getty Images – Coleção Particular Coordenação de produção gráfica: André Monteiro, Maria de Lourdes Rodrigues Coordenação de arte: Maria Lucia Couto Edição de arte: Patricia Costa Editoração eletrônica: Arbore Comunicação Empresarial & Design Edição de infografia: William Taciro (coordenação), Fernanda Fencz, Áurea Regina Kanashiro, Átila Morand Ilustrações: Alexandre Dubiela, Eugênia Nobati, Maikon Nery, Orlandeli, Paulo Manzi, Roger Cruz, Samuel Casal, Viviana Bilotti Cartografia: Alessandro Passos da Costa Coordenação de revisão: Elaine Cristina del Nero Revisão: Ana Maria C. Tavares, Ana Paula Luccisano, Fernanda Marcelino, Luís M. Boa Nova, Maristela S. Carrasco Pesquisa iconográfica: Elizete Moura Santos, Luciano Baneza Gabarron As imagens identificadas com a sigla CID foram fornecidas pelo Centro de Informação e Documentação da Editora Moderna. Coordenação de bureau: Américo Jesus Tratamento de imagens: Arleth Rodrigues, Bureau São Paulo, Fabio N. Precendo, Pix Art, Rodrigo Fragoso, Rubens M. Rodrigues, Wagner Lima Pré-impressão: Alexandre Petreca, Everton L. de Oliveira Silva, Hélio P. de Souza Filho, Marcio H. Kamoto Coordenação de produção industrial: Wilson Aparecido Troque Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Figueiredo, Laura de Singular & plural : leitura, produção, estudos de linguagem / Laura de Figueiredo, Marisa Balthasar, Shirley Goulart. -São Paulo : Moderna, 2012.
Bibliografia.
1. Leitura (Ensino fundamental) 2. Português Gramática 3. Português - Redação (Ensino fundamental) I. Balthasar, Marisa. II. Goulart, Shirley. III. Título.
12-05907
CDD-372.61
Índices para catálogo sistemático: 1. Gramática : Português : Ensino fundamental 372.61 2. Português : Gramática : Ensino fundamental 372.61 ISBN 978-85-16-07145-5 (LA) ISBN 978-85-16-07146-2 (LP)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados EDITORA MODERNA LTDA. Rua Padre Adelino, 758 - Belenzinho São Paulo - SP - Brasil - CEP 03303-904 Vendas e Atendimento: Tel. (0_ _11) 2602-5510 Fax (0_ _11) 2790-1501 www.moderna.com.br 2012 Impresso na China 1 3 5 7 9 10 8 6 4 2
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Apresentação
Entregamos a você esta obra! Pensamos nela assim, como está, esperando que você aprenda mais, principalmente, a perguntar, pesquisar, discutir, compartilhar e conhecer. No Caderno de Leitura e produção, destacamos o trabalho com a leitura e a produção de textos – orais e escritos – bem diversos, dos quais você precisa na sua vida pessoal, na sua vida escolar e, além delas, na sua vida em sociedade. Este caderno será o “lugar” de falar de você, de você e o outro, e de você e o mundo! O lugar de lidar com diferentes linguagens e tecnologias, diferentes conhecimentos e pontos de vista sobre as coisas do mundo. No Caderno de Práticas de literatura, você vai vivenciar um dos lados mais criativos da língua! (Se é que há algum lado dela que não seja criativo!) Por meio dos textos literários e dos diálogos com outras linguagens, como a do cinema, da pintura, da escultura e tantas outras, vai poder descobrir a delícia que pode ser ler “textos que não servem para nada!”. E, enfim, no não menos importante Caderno de Estudos de língua e linguagem, você vai poder refletir sobre o que é, afinal, essa nossa língua portuguesa, que são tantas em uma só! Com tudo o que já sabe sobre essa língua que você fala e escreve, vai se surpreender com o que ainda há para saber sobre seus usos. Uma advertência: não espere encontrar nestes três cadernos os conhecimentos da língua só em “caixinhas”. Apesar de termos organizado os saberes da disciplina em três cadernos diferentes, em todos você vai encontrar um pouquinho de cada um deles. Isso porque os conhecimentos e os usos da língua são muitos, mas a língua em que são escritos todos os textos escolhidos para os cadernos é a língua portuguesa! Então, é isso! Bem-vindo a bordo desta “viagem” pelos cantos e recantos da nossa língua!
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Estrutura da obra Caderno de leitura e produção
unidade 1:.aborda.temas. relacionados.à.adolescência .
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Este. caderno. é. composto. de. três. unidades.destinadas.ao.estudo.de.diferentes.temas,.por.meio.de.leituras.e. produções. de. textos. orais. e. escritos .. Para.essas.unidades,.foram.selecionados.textos.diversos,.como.notícias,.reportagens,.artigos.de.opinião,.artigos. de.revistas.e.de.divulgação.científica,. charges,.tirinhas,.crônicas,.além.de.gêneros.próprios.da.esfera.escolar .
unidade 2:.aborda.temas. relacionados.à.diversidade. cultural .
unidade 3:.aborda.temas. relacionados.aos.problemas.da. sociedade .
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Caderno de prátiCas de literatura
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Este.caderno.é.destinado.à.abordagem.mais.enfática.em.leitura.e,.eventualmente,. trabalha. a. produção. de. textos.literários .
Por.meio.de.leituras.dirigidas,.são. exploradas.características.dos. textos.literários.para.que.você. possa.“curtir”.mais.esses.textos,. descobrindo.o.que.há.neles.de. inventividade .
Esta.unidade.apresentará.sempre. dois.capítulos ..Mais.flexível,. sua.estrutura.dependerá.das. necessidades.exigidas.pelo.texto. em.foco,.bem.como.pela.ênfase. didática.que.se.deseja.garantir .
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Estrutura da obra
Caderno de estudos de língua e linguagem
Nos.capítulos.desta.unidade,. estudaremos.a.língua.como.o.fenômeno. social.e.histórico.que.nos.possibilita. interagir.com.os.outros ..Vamos.observar. e.analisar.os.recursos.com.os.quais. podemos.contar.ao.usar.a.língua.nas. várias.situações.da.nossa.vida .
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Neste.caderno,.priorizamos.a. reflexão.sobre.aspectos.da.língua. portuguesa.que.podem.nos.ajudar. a.ver.com.mais.detalhes.o.que.pode. e.o.que.quer.essa.língua,.quando.a. usamos .
Nesta.unidade,.você.estudará. as.regras.da.gramática. normativa.para.o.uso.da. variedade.da.língua.padrão .
E,.finalmente,.nesta.unidade. você.irá.estudar.a.pontuação. e.a.ortografia.das.palavras .
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FiCHas de aValiação
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Um.dos.grandes.diferenciais.desta.obra.são.as.fichas.de.avaliação.das.produções.de. textos.(orais.e.escritos),.destacáveis,.que.você.e.seu.professor.poderão.usar .
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Nestas.fichas,.você.encontrará. critérios.claros.para.orientá-lo.na. produção.e.na.avaliação.de.seus. textos.–.o.que.o.ajudará.a.aprender. mais.sobre.o.trabalho.de.produção. de.textos .
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Sumário Caderno de leitura e produção Comportamento: você vai na “onda” ou tem opinião própria?. . . . . 14 • Leitura: Bullying. Não tem a menor graça!, de Veridiana Mercatelli . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 • Produção: debate . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 Reconhecendo o gênero: debate . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 Atividade 1: debates – o que são, para que servem e onde circulam? . . . . . . . . . . . . . 21 Atividade 2: opinião e argumentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 Atividade 3: os diferentes tipos de argumento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 Atividade 4: contra-argumentação, marcadores de concordância. e discordância e marcadores de argumentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 Atividade 5: marcadores de reformulação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 • A produção do debate . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 Como organizar o debate . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 Preparando-se para o debate: elaboração de argumentos. em grupos de trabalho. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 • Realizando o debate . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 • Roda de leitura: causos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 Causo dos peixes-elétricos que acendiam as luzes da casa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 O roubo do relógio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 Unidade 2
Diversidade cultural . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 Capítulo 1: Gerações e gerações — a história se repete? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 • Leitura: Fuga ao redor do quarteirão, de Alessandra Kormann . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • Leitura: Fora de época, de Leandro Fortino e Letícia de Castro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • Produção: crônica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Conhecendo o gênero: crônica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Atividade 1: a crônica, o jornal, o cotidiano... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Crônica 1: a volta do filho pródigo, de Moacyr Scliar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Crônica 2: a máquina, de Lúcia Carvalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Atividade 2: quem fala na crônica? E como fala? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Praticando . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • Roda de leitura: cordel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Unidade 1
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Capítulo 2: Universo jovem: juventude ou juventudes? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70 • Leitura: O jovem que a MTV estudou . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • Produção: crônica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Conhecendo o gênero: crônica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Atividade 1: as crônicas no modo dramático —. quando o narrador sai e fica a cena... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Crônica 1: DR, de Marcelo Rubens Paiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Crônica 2: Grampos, de Luis Fernando Veríssimo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Atividade 2: as crônicas reflexivas — quando a história fica em segundo. plano para dar lugar às impressões do narrador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Crônica: Tecnologia, de Luis Fernando Veríssimo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Atividade 3: reconhecendo alguns recursos usados na crônica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Atividade 4: sistematizando — o que estudamos sobre as crônicas? . . . . . . . . . . . . . . • Produzindo o texto: crônica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • Roda de leitura: cordel e outras linguagens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Unidade 3
Corrupção: esse mal tem cura?
70 78 79 79 79 80 83 83 85 86 86 88
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
Capítulo 1: De olho na corrupção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94 • Leitura: 75% dos brasileiros admitem que seriam capazes de cometer irregularidades em cargos públicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96 • Leitura: Pega ladrão, de Gabriel O Pensador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101 • Produção: esquete . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104 Conhecendo o gênero: esquete . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104 Atividade 1: o roteiro de esquete . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104 Praticando . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107 Atividade 2: fazendo rir . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108 • Produzindo o texto: roteiro de esquetes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112 • Roda de leitura: poema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114 Quadrilha, de Carlos Drummond de Andrade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114
Capítulo 2: Cortando o mal pela raiz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115 • Leitura: O que você tem a ver com a corrupção? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • Produção: festival de esquetes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Conhecendo o gênero: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Atividade 1: o jogo da inflexão (ou entonação) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Atividade 2: o jogo da ênfase . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Atividade 3: analisando a atuação de atores – a inflexão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Atividade 4: analisando a atuação de atores – a ênfase nas palavras . . . . . . . . . . . . . • Produzindo: encenação do esquete . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • Roda de leitura: poema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . No meio do caminho, de Carlos Drummond de Andrade . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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116 124 124 124 125 126 126 128 131 131
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Caderno de práticas de Literatura Unidade 1
Entre leitores e leituras: práticas de literatura . . . . . 134
Capítulo 1: O jogo começou:
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 136
• Jogo 1: Um escândalo na Boêmia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1o lance: a mulher . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2o lance: no encalço de Irene . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3o lance: a estratégia de Sherlock . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4o lance: a carta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • Edgar Alan Poe: mestre do enigma, mas não só . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • Jogo 2: a carta furtada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . As personagens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A trama . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1o lance: o furto da carta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2o lance: a revista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3o lance: o desfecho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • Por que nem tudo é elementar. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
139 139 141 145 150 153 154 154 155 155 156 158 161
Capítulo 2: Contos fantásticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • Do maravilhoso ao fantástico – Quem conta um conto... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • Leitura: O sinaleiro, de Charles Dickens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • Em outro tempo e espaço: o fantástico trabalhado por uma escritora brasileira contemporânea . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • Leitura: As formigas, de Lygia Fagundes Telles . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
162 164 166 175 176
Caderno de Estudos de Língua e linguagem Unidade 1
Língua e linguagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 188
Capítulo 1: Sinonímia e antonímia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • Sinonímia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . O que entra em jogo na escolha de uma entre tantas palavras sinônimas . . . . . . . • Antônimos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Como podemos formar pares antônimos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Capítulo 2: O uso de recursos expressivos da língua . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • Gradação, repetição, eufemismo e antítese . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Gradação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Diferença entre gradação e enumeração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Repetição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Eufemismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Antítese . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Sim, contos de enigma são leituras elementares para a formação do leitor!
190 190 194 198 200 207 207 207 210 211 211 211
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Língua e gramática normativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 218 Capítulo 1: Período composto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 220
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Unidade 2
• Conceito de período . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • Período composto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • Orações com conjunção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Capítulo 2: Período composto por coordenação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • Orações coordenadas sindéticas e assindéticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Orações coordenadas sindéticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Orações coordenadas sindéticas adversativas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Orações coordenadas sindéticas aditivas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Orações coordenadas sindéticas explicativas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Orações coordenadas sindéticas alternativas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Orações coordenadas sindéticas conclusivas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Capítulo 3: Operadores argumentativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • Outros tipos de operadores argumentativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
220 222 223 228 228 230 230 231 232 234 234 240 243
Unidade 3
Ortografia e pontuação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 248 Capítulo 1: Ortografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 250 1. Grafia das palavras: -ansa ou -ança? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 250 2. Grafia das palavras: com -ice ou -isse? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 252 3. Grafia das palavras: quando usar -ção? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 255 Capítulo 2: Acentuação das palavras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • Acentuação das palavras: relembrando as regras já estudadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Capítulo 3: Pontuação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • Uso da vírgula com adjunto adverbial ou oração subordinada adverbial . . . . . . . . . . • Orações subordinadas adverbiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • Vírgula e ênfase . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Anexos
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 270
Fichas de avaliação
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258 258 262 262 267 267
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Caderno de Leitura e produção Apresentação Um caderno de textos para seu dia a dia Você já reparou que, em nosso dia a dia, estamos o tempo todo em contato com a linguagem? Desde o primeiro “bom-dia” que falamos, passando pelos rótulos de produtos, sinais de trânsito, notícias de jornal, propagandas, até textos, vídeos, músicas da internet, etc. Ou seja, uma infinidade de palavras, sons, imagens dos quais não nos desligamos nem quando sonhamos. Com a linguagem nos expressamos, nos conhecemos, interagimos com os outros e com o mundo. Nas três unidades deste caderno, você vai entrar em contato com várias dessas linguagens para tratar de assuntos que dizem respeito a você, adolescente que vive conflitos e alegrias, bem como à sua relação com as pessoas mais próximas e com todo o planeta. Neste caderno, você vai ler e produzir textos que o ajudarão a se conhecer melhor, a expressar seus sentimentos, seus conhecimentos e suas opiniões. Textos que serão importantes para sua vida dentro e fora da escola. Pronto para isso?
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Unidade 1
Comportamento: você vai na “onda” ou tem opinião própria? Unidade 2
Diversidade cultural • Capítulo 1: Gerações e gerações — a história se repete? • Capítulo 2: Universo jovem: juventude ou juventudes? Unidade 3
Corrupção: esse mal tem cura? • Capítulo 1: De olho na corrupção • Capítulo 2: Cortando o mal pela raiz
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UNIDADE
Leitura e produção
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Comportamento: você vai na “onda” ou tem opinião própria?
1986 WattErSon/diSt. bY UniVErSal UCliCK
Quem é Bill Watterson
William B. Watterson II, nascido em 5 de julho de 1958 em Washington, lançou em 1985 a primeira tira de Calvin & Haroldo, um garoto de seis anos e seu melhor amigo, um tigre de pelúcia chamado Haroldo. Desde então, Calvin & Haroldo ganhou fama pelo mundo. Bill Watterson parou de desenhar as tiras de Calvin & Haroldo em 1996. Disponível em: <http://www.skoob.com.br/autor/ 282-william-b-watterson-ii>. Acesso em: 28 jun. 2011.
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Bill Watterson
1990 WattErSon/diSt. bY UniVErSal UCliCK
CALVIN
Disponível em: <http://bullyingnobullying.blogspot.com/2010/11/ ate-o-calvin-sofreu-o-bullying.html>. Acesso em: 12 jun. 2011.
Converse com a turma Você acha que cenas parecidas com a que aparece na tira acontecem na realidade? Então, é hora de parar para pensar melhor sobre elas. Para começar, converse com seus colegas e professor sobre as questões seguintes. 1. Você conhece as personagens dessa tirinha? O que já sabe sobre elas? 2. Conte resumidamente o que acontece entre elas nessa cena. 3. Que palavra Moe escolhe para se dirigir a Calvin? Com que possíveis intenções ele a usou? 4. O que a expressão “O quê?!” na fala de Calvin sugere? 5. Como Moe convenceu Calvin a concordar com sua ordem? Explique.
6. Releia.
“Parece ser uma boa causa.” a) A que essa fala se refere? b) Você acha que essa oração é um dos elementos que permite ao leitor achar graça no texto? Por quê? 7. Consulte os sentidos da palavra lema em um dicionário. Qual deles cabe para o uso que Calvin fez dela? 8. O lema que Calvin usou explica o que poderia ter acontecido se ele não tivesse obedecido Moe? a) Leia o lema em voz alta: o que dá a ele efeito sonoro interessante? b) Com base no lema, o que é possível concluir a respeito da frequência com que Moe agia assim? Explique. 9. Você já ouviu falar em bullying? Você acha que é possível estabelecer relações entre a tirinha de Watterson e o bullying? Por quê?
Vamos pensar • O que é bullying? • Que consequências ele pode ter? • Como combater o bullying na escola?
O que vamos fazer nesta unidade Conheceremos informações e opiniões sobre o bullying. Recordaremos o que sabemos sobre o gênero debate e produziremos um, discutindo soluções para evitar esse comportamento na escola.
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Leitura e produção
Leitura Converse com a turma 1. Você já ficou ou já presenciou algum colega ficar chateado por causa de “brincadeiras” na escola? 2. Para você, até que ponto é possível “zoar” sem ofender um colega? 3. Você acha que quando estamos em grupo é fácil saber quando a brincadeira é legal para todos e quando não é? Por quê? 4. Que problemas podem aparecer quando um grupo não sabe colocar limites entre o que é brincadeira e o que é agressão?
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
5. Você lerá a seguir uma reportagem com o título “Bullying. Não tem a menor graça!”. a) Com base nesse título, como a reportagem ajudará a esclarecer sobre o tema bullying? b) Corra os olhos pelo texto e identifique os subtítulos. Com base neles, o que mais você acha que o texto ajudará a entender? c) Quais fontes você acha que essa reportagem usou?
Texto 1
Jéssica cansou de ser chamada de “Choquito”, por causa de suas espinhas. Aline fica triste sempre que tiram sarro dela só porque gosta de um menino da classe. Jaqueline chora porque, de uma hora para outra, suas amigas passaram a excluí-la das conversas. O que essas três meninas têm em comum? Todas sofrem de um problema conhecido como bullying, que vem cada vez mais chamando a atenção de pais e professores.
1990 WattErSon/diSt. bY UniVErSal UCliCK
Você já foi alvo de gozação ou viu alguém sendo sacaneado constantemente? Não era brincadeira. Era o bullying em ação. A palavra Sem tradução para o português, bullying é toda agressão feita com a intenção de machucar outra pessoa ou até uma turma inteira. Mas, para ser considerado bullying de verdade, também é preciso que essa atitude agressiva se repita uma porção de vezes. Sabe aquele garoto que fica gozando do colega todo santo dia, fazendo piadinhas infelizes a respeito da orelha de abano do garoto? Pois essa atitude grosseira, repetitiva, disfarçada de brincadeira, é o tal de bullying. Mas esse comportamento vai além dos apelidos maldosos. Ele também é uma característica de quem gosta de ofender, humilhar, discriminar, intimidar, enfim, de quem se diverte fazendo tudo o que faça uma menina (ou menino) sofrer (veja mais exemplos em “As faces da maldade”).
Editora Símbolo © orlando
Bullying. Não tem a menor graça!
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Menino é diferente A prática do bullying nem sempre é igual para meninos e meninas. Segundo Aramis Lopes, pediatra e coordenador do Programa de Redução do Comportamento Agressivo entre Estudantes, os garotos são mais explícitos. É comum ver meninos tirando sarro de alguém na frente de todo mundo. “Já a menina é educada para ser mais recatada, discreta. Sendo assim, a estratégia delas é outra”, explica o médico. É isso mesmo! A menina é mais sutil e vai, como se diz, “comendo pelas bordas”. Uma fofoquinha aqui, uma esnobada ali e lá está ela colocando em prática sua maldade. “A princípio, elas são amigas. Mas, quando vai ver, uma garota já está sendo vítima de difamação e exclusão dentro de seu grupo”, acrescenta Aramis. Para esses casos, o especialista dá a melhor solução: trocar de turma. Afinal de contas, você é livre para ser amiga de quem bem entender e não tem nada a ver ficar atrás de meninas que só querem vê-la numa pior, não é mesmo? Mas, quando o assunto é gozação na frente de todo mundo, como nos casos em que o cidadão grita um apelido infeliz pelos quatro cantos da escola, a pedagoga Karen Kaufmann Sacchetto, da Escola São Gabriel Pompeia, em São Paulo, tem a saída: “Evite reforçar essa atitude. Tente ignorar o máximo que puder”. E Aramis complementa: “Saia de perto, para a brincadeira não continuar e você não sofrer”. Uma outra forma de agressão tem crescido, silenciosa, no meio dos adolescentes: é o cyberbullying. Pouco se fala sobre o assunto no Brasil, mas acontece com muita frequência na internet. Quer exemplos? Os sites de ódio, as comunidades preconceituosas do Orkut, os blogs com mensagens negativas sobre uma pessoa ou um grupo... Fugir disso é fácil. Basta não fazer parte dessa galera de jeito nenhum. As faces da maldade Veja o que é considerado bullying pela Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência (Abrapia): ✔ ✔ ✔ ✔ ✔ ✔ ✔ ✔ ✔
colocar apelidos ofender zoar gozar encarnar sacanear humilhar fazer sofrer discriminar
✔ ✔ ✔ ✔ ✔ ✔ ✔ ✔ ✔
excluir isolar ignorar intimidar perseguir assediar aterrorizar amedrontar tiranizar
✔ ✔ ✔ ✔ ✔ ✔ ✔ ✔
dominar agredir bater chutar empurrar ferir roubar quebrar pertences
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Por que essas criaturas existem? Ninguém nasce com um “gene do bullying”. Isso não é um defeito de fabricação. Normalmente, o chamado “agressor” começa com atitudes ruins desde criança. “Um exemplo é o caso da criança que fala palavrão, todo mundo acha bonitinho e ninguém impõe limites”, aponta a pedagoga Karen Kaufmann. Quando ela se torna adolescente, leva suas “brincadeirinhas” de mau gosto na bagagem e atinge seus colegas da mesma idade. “O agressor impõe o seu comportamento dentro do grupo e, com isso, atrai seguidores, que passam a fazer maldades também. Dessa forma, se estourar algum problema, o líder joga a responsabilidade dos seus atos para cima dos outros e, ao mesmo tempo, diminui seu peso na consciência”, explica Aramis. “Muitos garotos e garotas, por iniciativa própria, não fariam tantas maldades. Mas, para pertencer a um determinado grupo, acabam seguindo os passos do líder”, acrescenta o especialista. Portanto, se você encontrar uma turminha do mal como essas por perto, deixe-a para lá. O ditado “Não faça com os outros o que você não gostaria que lhe fizessem” é muito importante. Lembre-se sempre dele.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Contar ou não, eis a questão E os pais, como ficam nessa história toda? “Se tiver coragem, conte a eles, pois podem ajudá-la”, diz Karen. Porém o pediatra Aramis alerta: “Procure alguém de sua confiança, um colega, um professor, um funcionário da escola, ou seus pais e conte o que se passa com você. De preferência, os pais só devem interferir com o consentimento dos filhos”. Se você estiver certa de que quer a ajuda de seus pais nessa luta, peça uma mãozinha. Do contrário, se tiver medo de que a situação piore, busque apenas o apoio deles, mas não desista de tentar se livrar desse sofrimento. Ficar quieta e aceitar todos os tipos de maldade é o comportamento mais incorreto. Muitas vezes, quando ficamos chateadas não há nada melhor do que o colo e os conselhos do pai e da mãe para nos dar um calorzinho no coração. A diretoria da escola também pode ser avisada, principalmente em casos mais graves, como os de ameaça. Entretanto, se você não quer falar abertamente sobre o que está acontecendo, vale sugerir à diretoria que faça um programa de conscientização com os alunos. Você pode, por exemplo, dizer que tem visto alguns colegas sofrendo por causa do bullying e que seria muito bom se houvesse alguém para conversar com todos os alunos, alertando sobre esse mal.
Editora Símbolo © Orlando
Leitura e produção
MERCATELLI, Veridiana. Bullying. Não tem a menor graça! Disponível em: <http://atrevida.uol.com.br/beleza-gente/126/artigo5055-2.asp>. Acesso em: 23 maio 2011. (Fragmento).
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Primeiras impressões 1. Copie no caderno a alternativa que define mais completamente o bullying. • Piadas e apelidos maldosos. • Agressões intencionais e repetitivas. • Gozações e brincadeiras entre colegas. 2. Elabore um parágrafo explicando resumidamente o que, segundo o texto, diferenciaria o comportamento de bullying praticado por meninas do praticado por meninos.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
3. Você concorda com essa explicação? Por quê? 4. Qual seria, na perspectiva dos especialistas, a melhor atitude diante de provocações de bullying? • Revidar, devolvendo as provocações. • Permanecer próximo dos agressores, para poder ser aceito. • Afastar-se dos agressores, procurando ignorar as ofensas. • Você concorda com esse ponto de vista? Por quê? 5. A partir da reportagem, defina o que é cyberbullying. 6. Você concorda que “aceitar todos os tipos de maldade é o comportamento mais incorreto” para quem sofre bullying ou cyberbullying? Por quê? • Para você, quem uma vítima de bullying deveria procurar para ter ajuda? Por quê? 7. Você concorda que o bullying começa com a ação de um agressor, um líder negativo? Argumente. 8. Releia.
“Muitos garotos e garotas, por iniciativa própria, não fariam tantas maldades. Mas, para pertencer a um determinado grupo, acabam seguindo os passos do líder.” • Você acha que é mesmo assim? Muitos adolescentes costumam agir “por embalo” em situações de bullying para serem aceitos em determinado grupo? Argumente. 9. O texto fala de quem comete e de quem sofre o bullying. Que opinião você tem sobre quem apenas observa situações de bullying? Essa atitude é correta? Por quê?
O texto em construção Organize-se em duplas e converse com seu colega sobre as questões a seguir. 1. Considere a referência de onde essa reportagem foi publicada, as linguagens usadas no texto (a verbal e a não verbal) e o tema discutido. Com base nesses elementos, a que público leitor você acha que o texto se destina? 19
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“(veja mais exemplos em ‘As faces da maldade’)”. • Que finalidade tem essa parte do texto entre parênteses? a) Com base em que a lista de exemplos “As faces da maldade” foi elaborada? Por que provavelmente a reportagem escolheu essa fonte? b) Você acrescentaria outros exemplos? Quais? Por quê? 3. Releia o quadro destacado em verde. Qual das alternativas melhor resume a função dessa parte do texto? Copie-a em seu caderno. • Exemplifica situações de bullying, citando relatos de experiências vividas por meninas. • Define o bullying como problema exclusivo das meninas, argumentando com exemplos. • Explica por que pais e professores precisam se preocupar com o bullying, mostrando suas consequências. 4. Quem são os especialistas citados na reportagem? Por que provalmente essas pessoas foram escolhidas? 5. Leia. (1) Ninguém nasce com um “gene do bullying”. (2) Isso não é um defeito de fabricação. Normalmente, o chamado “agressor” começa com atitudes ruins desde criança. (3) ”Um exemplo é o caso da criança que fala palavrão, todo mundo acha bonitinho e ninguém impõe limites”, aponta a pedagoga Karen Kaufmann. • Qual situação acima se relaciona a cada um desses usos das aspas no texto da reportagem? Relacione no caderno. (A) Marca o que é fala de outra pessoa, citação de discurso. (B) Sugere expressão que não é usual, que foi criada para o contexto da reportagem. (C) Usa a palavra com cautela, como se ela não tivesse o mesmo peso que costuma ter em outros contextos. 6. Que sentido aproximado a expressão “comendo pelas bordas” ganha no texto? Indique no caderno. • Ato de se alimentar com cuidado, começando pela borda do prato, onde o alimento esfria mais depressa. • Ato de se aproximar devagar, sem ser percebido. • Ato de comer apenas a parte externa de uma iguaria. 7. Com que intenções o ditado no fim da reportagem foi citado? • Que outros ditados você conhece que também poderiam ser usados com essa mesma finalidade no texto?
Se liga nessa! Um texto pode trazer diferentes jeitos de fazer referências a suas partes: informações entre parênteses, notas de rodapé, índices, etc. Saber usar essas referências internas de um texto pode facilitar suas leituras!
Para saber mais sobre lista As listas organizam de modo econômico as informações, registrando apenas o que é essencial. Elas aparecem em várias situações de interação: anotações para compras, indicação de convidados para uma festa, enumeração de elementos, sem detalhá-los, como acontece com essa que integra a reportagem, etc.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
2. Releia.
Para saber mais sobre reportagem Uma reportagem pode ser escrita, televisiva ou radiofônica. Ela trata de assuntos e acontecimentos de interesse público, como a notícia, mas com mais profundidade. Em uma boa reportagem, além da fala de introdução do jornalista, há entrevistas com pessoas envolvidas no acontecimento ou que possam ter opiniões interessantes sobre ele, para que o telespectador/ ouvinte/leitor possa melhor formar a sua.
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Produção: debate
Reconhecendo o gênero: debate Atividade 1: debates – o que são, para que servem e onde circulam? Converse com a turma Relembre com sua turma o que é o gênero debate, discutindo as questões seguintes! 1. O que diferencia um debate de uma conversa? 2. Quais são as funções de um mediador em um debate?
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3. Para que servem os debates? 4. Onde encontramos debates? 5. Que tipos de temas costumam ser debatidos? 6. Com que possíveis intenções você acha que as pessoas assistem a debates?
Atividade 2: opinião e argumentação Reúna-se com mais três colegas e identifique no caderno as falas que trazem apenas opinião e as falas que trazem opinião sustentada em argumentos. a) “Acho importante os pais, sempre que possível, levantarem ques-
tões, perguntar o que os filhos acham das situações de bullying, e, a partir daí, propor reflexões.” Sônia Makaron, psicanalista. Disponível em: <http://revistacrescer.globo. com/Revista/Crescer/0,,EMI230652-15153,00.html>. Acesso em: 14 maio 2011. (Fragmento).
b) “Há um certo exagero da mídia sim. Ficou bonito falar de bullying.
As pessoas aprenderam o que é essa violência e, aproveitando que a questão chama muita a atenção, a imprensa acaba taxando tudo de bullying. Isso é muito ruim, porque, entre outras coisas, prejudica o diagnóstico dessa agressão.” Maria Irene Maluf, psicopedagoga. Disponível em: <http://guiadoestudante.abril.com. br/vestibular-enem/ha-exagero-midia-quando-assunto-bullying-diz-psicologa-624564.sht>. Acesso em: 14 maio 2011. (Fragmento).
c) “Por mais que pareça exagero, tem que noticiar sim.” Maria Isabel, psicóloga. Disponível em: <http://guiadoestudante.abril.com.br/ vestibular-enem/ha-exagero-midia-quando-assunto-bullying-diz-psicologa-624564.sht>. Acesso em: 14 maio 2011. (Fragmento).
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Leitura e produção
d) “Para combater o bullying e todo tipo de discriminação, a melhor
saída é incentivar a socialização entre os adolescentes.”
Jeanete Aparecida do Nascimento, coordenadora pedagógica. Disponível em: <http://racabrasil.uol.com.br/cultura-gente/101/artigo25021-3.asp>. Acesso em: 14 maio 2011. (Fragmento).
e) “Crianças não devem responder ao bullying de forma agressiva por-
que, geralmente, torna o revide mais rápido e mais violento.”
Allan Beane, especialista em violência estudantil. Disponível: <http://www.istoe. com.br/assuntos/entrevista/detalhe/65710_AS+ESCOLAS+FECHAM+OS+ +OLHOS+AO+BULLYING>. Acesso em: 14 maio 2011. (Fragmento).
Atividade 3 : os diferentes tipos de argumento Você já sabe que a argumentação torna nossas opiniões mais consistentes, mais válidas, e isso pode fazer com que elas sejam mais bem compreendidas e respeitadas pelos nossos interlocutores. Vamos recordar os jeitos de argumentar?
Argumentar é mais do que dar uma opinião: é justificá-la, sustentá-la, isto é, defendê-la com argumentos, para tentar convencer o ouvinte ou leitor. Existem diferentes argumentos: apresentação de fatos que funcionam como exemplos; citação de opinião de pessoas importantes, de dados de pesquisa; apresentação de valores e princípios; etc. 1. Copie o quadro da página seguinte no seu caderno, relacionando as alternativas abaixo com os tipos de argumento. a) Os bullies ou agressores não nascem assim. Muitas famílias adotam postura permissiva demais ou agressiva em demasia, influenciando negativamente no comportamento das crianças.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Vamos lembrar
b) As escolas têm responsabilidade no combate ao bullying, pois cabe a elas garantir aos alunos o direito de se sentirem seguros e protegidos para aprender. c) O problema do bullying no Brasil se concentra principalmente em
capitais: uma pesquisa realizada em 2010 revelou que as três cidades brasileiras com maior incidência dessa prática são Brasília, Belo Horizonte e Curitiba. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/sociologia/bullying.htm>. (Adaptado).
d) As vítimas de bullying podem acionar a justiça, pois atos de bullying
ferem princípios constitucionais – respeito à dignidade da pessoa humana – e ferem o Código Civil, que determina que todo ato ilícito que cause dano a outrem gera o dever de indenizar. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/sociologia/bullying.htm>. (Adaptado).
e) O melhor caminho para combater o bullying é o esclarecimento, como exemplifica a Noruega, que conseguiu reduzir pela metade as ocorrências desse comportamento, após uma campanha nacional. 22
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Argumentos
Tipos de argumentos Argumentos de autoridade: citação da fala de algum especialista no assunto ou de dados de pesquisa. Argumentos de princípio: citação de valores, direitos, garantidos por lei ou fortemente aceitos por um grupo social. Argumentos com relação de causa e consequência: os argumentos são apresentados como “efeitos”, isto é, consequências de uma ideia antes apresentada. Argumentos por exemplificação: são apresentados fatos que exemplificam, ilustram a ideia defendida.
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Atividade 4: contra-argumentação, marcadores de concordância e discordância e marcadores de argumentação Em um debate, os participantes precisam sustentar suas opiniões, mas com respeito e consideração pelas opiniões dos outros. Por isso, há o exercício da contra-argumentação. Vamos relembrá-lo? Vamos lembrar Contra-argumentar é analisar argumentos que sustentam uma opinião diferente da sua, explicar por que esses argumentos não convencem e apresentar outros, na tentativa de influenciar a opinião do interlocutor. 1. Leia e depois responda as perguntas no caderno. I. Eu concordo que combater o bullying é responsabilidade da escola, mas é preciso lembrar que as famílias também têm que ser responsabilizadas, pois muitas delas também praticam o bullying, às vezes com os próprios filhos. II. Eu não concordo com a proposta de criar uma lei para tratar o bullying escolar como crime, pois já há leis de proteção à infância e adolescência, como o próprio ECA. a) Que finalidade têm as partes destacadas no texto?
Vamos lembrar Expressões de concordância e discordância servem para marcar posição diante de outra opinião. O uso de expressões como essas cria um tom amistoso, permitindo que os interlocutores discordem, sem se desrespeitarem. No geral, elas aparecem no início da fala e tanto marcam atenção ao que o outro disse como já podem antecipar se haverá ou não concordância de pontos de vista. b) Na oração I, qual palavra sinaliza que outro ponto de vista diferente será apresentado? 23
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c) Que outra palavra ou expressão poderia ter sido empregada, mantendo-se a mesma relação de sentido? • porque • entretanto • dessa forma d) Qual palavra introduz, tanto na oração I como na oração II, uma explicação sobre a afirmação anterior? e) Que outra palavra ou expressão poderia ter sido empregada, mantendo-se a mesma relação de sentido? • porém • assim • já que
Vamos lembrar
2. Reúna-se com um colega e proponha contra-argumentos para as opiniões seguintes.
No Caderno de Estudos de língua e linguagem, na Unidade 2, você poderá estudar mais a respeito de marcadores de argumentação.
Dicas: use expressões de concordância e discordância e marcadores de argumentação. Aproveite opiniões e argumentos que você conheceu nas atividades anteriores. a) Para Aramis Lopes, pediatra e coordenador do Programa de Redução do Comportamento Agressivo entre Estudantes, os garotos são mais explícitos no bullying, por receberem educação que incentiva isso. b) As vítimas de bullying precisam revidar as agressões para que sejam respeitadas. c) A mídia tem exagerado no tratamento desse tema: agora tudo é bullying!
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Marcadores de argumentação, também chamados de conectivos, são palavras ou expressões que ligam partes do texto, estabelecendo sentido entre elas. Alguns exemplos: mas, porém, entretanto; pois, porque, por isso, portanto, logo, dessa forma.
Atividade 5: marcadores de reformulação Quando escrevemos um texto podemos voltar e reformular à vontade o que fizemos: revisamos, apagamos, reescrevemos, até chegarmos o mais próximo dos resultados que esperávamos. E quando o texto é oral? Existem formas de reformular o que foi dito? Para pensar melhor sobre isso, você assistirá a uma discussão sobre o bullying feita por estudantes da Escola Parque da Juventude, em São Paulo, no Programa Hora K, de Kadjo Valente.
Hora K ProdUÇÕES E EVEntoS
d) Os praticantes de bullying fazem isso porque não há lei para puni-los.
Jovens participam do Programa Hora K sobre o tema bullying.
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Converse com a turma 1. O que predomina nas falas que você ouviu: o padrão formal ou informal de linguagem? Justifique com exemplos. 2. Por que possíveis razões o mediador escolheu esse padrão? 3. Quais das regras abaixo parecem ter sido combinadas antes? Copie no seu caderno. • Os participantes podem falar quando quiserem. • O mediador indica quem fala por meio de uma pergunta. • Os participantes não podem se colocar em relação à fala dos outros.
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4. Copie no seu caderno a alternativa que define o tema do debate. • O que é o bullying? • Como ajudar as vítimas de bullying? • Você é a favor de uma lei que torne o bullying crime? 5. Que tipo de argumento foi predominantemente usado pelos participantes quando colocavam sua opinião sobre o bullying?
• Autoridade. • Princípio. • Exemplificação. 6. Leia a transcrição das seguintes falas e responda às questões. I. Gustavo de Faria — Quando começa... Quando os pais começam a perceber que seus filhos tão tendo problemas, aí o colégio toma algum partido porque aí ou pesa no bolso, se for particular, ou pesa na, no status, se for colégio público, entendeu? a) O que parece ter acontecido nas partes destacadas? b) Do quadro abaixo, quais expressões o falante poderia ter usado se quisesse deixar mais claro o que aconteceu?
desculpe melhor dizendo
assim quero dizer
ou seja dessa forma
II. Melissa Badona — Mas é, questão de maturidade. Às vezes, a pessoa fala alguma coisa e não tem nem noção do que vai ser pra outra que tá ouvindo... III. Kadjo Vinhote — Que tá ouvindo. Que, o que que a outra vai se sentir, né? Quais são os tipos que são mais vítimas do bullying? c) A fala de Kadjo Vinhote busca: • dizer o que foi sugerido por Melissa, mas com outras palavras, isto é, faz uma paráfrase. • corrigir o que foi dito por Melissa. d) Das expressões abaixo, quais poderiam ter sido usadas para introduzir a parte destacada na oração III a fim de deixar isso mais claro?
desculpe não é bem assim
quer dizer perdão
ou seja em outras palavras
Se liga nessa! Paráfrase e correção são atividades de reformulação do texto e ajudam a garantir a compreensão na interlocução! Vale a pena explicitá-las com expressões como as que você indicou nos exercícios b e d, para que fique mais clara a reformulação do texto.
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Leitura e produção
A produção do debate Condições de produção O quê?
Para quem? Para participantes da comunidade escolar, com o objetivo de construir conhecimentos que inibam o comportamento de bullying. Além disso, com o debate, você apresentará seu ponto de vista a colegas e terá oportunidade de saber quais são as opiniões deles.
Como organizar o debate? Siga as orientações do professor para a organização dos grupos e do debate. Será combinado:
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Você e sua turma farão um debate, aproveitando o que aprenderam desse gênero para construir soluções para a seguinte situação-problema:
• quanto tempo será destinado ao debate; • como dividir esse tempo entre os grupos; • quantos grupos irão preparar argumentos voltados para crianças e jovens; • quantos grupos irão preparar argumentos voltados para adultos: pais, professores, direção escolar; • se todos do grupo participarão ou se serão eleitos um ou dois representantes que deverão apresentar a opinião e seus argumentos; • se o mediador fará perguntas sobre o tema ou só controlará as participações; • quem começará o debate; em que momento outros participantes poderão comentar as outras posições; • se haverá público externo. Em havendo, se ele poderá participar ou não, fazendo perguntas; • onde acontecerá o debate. 26
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Preparando-se para o debate: elaboração de argumentos em grupos de trabalho A reportagem a seguir saiu no site http://www.kzuka.com.br, voltado para os leitores jovens do jornal Zero Hora. Reúna-se com o grupo de trabalho indicado por seu professor para uma leitura compartilhada do texto. Além de explorarem tudo que vocês já aprenderam para ler bem reportagens, prestem atenção especialmente em informações interessantes para a formulação de opinião e argumentos para o debate! Dica: caso surjam palavras desconhecidas para o grupo, procurem inferir os sentidos delas e depois comparem com os sentidos indicados em dicionários.
Às vezes uma brincadeira pode machucar muito mais do que imaginamos, e isso pode acabar virando, muitas vezes, uma agressão. Uma diferença que dá origem a um apelido. Um apelido que vira uma piada. A piada que se torna uma agressão. Este é o roteiro básico do bullying, que dissemina a violência repetitiva contra uma pessoa no ambiente escolar. Zero Hora convidou quatro jovens para conversar sobre o assunto. Juntos, John Amaral Dias, 17 anos, Ana Carolina Motta Martins, 14 anos, Marianne Silva Schaeffer, 15 anos, e Vanessa Dias de Moura, 14 anos, elaboraram uma cartilha para combater o bullying. Segundo os estudantes, para escapar da violência é preciso: • Sair do mundinho das panelinhas. • Não embarcar na onda dos bullies. • Enturmar os novos colegas desde o primeiro dia de aula. • Ser mais extrovertido em relação aos colegas. • Não ter vergonha de si mesmo. • Apresentar o colégio para o aluno novo. • Vencer a vergonha de conhecer e conversar com os colegas que estão chegando. • Ajudar a própria escola a combater o bullying. • Respeitar as diferenças culturais e religiosas. • Conversar para evitar brigas. • Deixar os colegas à vontade no novo ambiente. Jovens elaboram cartilha para combater o bullying.
tEXto: ClaUdio rabin/KZUKa/aGÊnCia rbS – Foto: GEnaro JonEr/aGÊnCia rbS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Galera dá dicas para combater o bullying nessa volta às aulas
Fique atento • As crianças normalmente não relatam o sofrimento vivenciado na escola por medo de represálias e por vergonha. • A observação dos pais sobre o comportamento dos filhos é fundamental, assim como o diálogo franco entre eles.
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Leitura e produção
Conselho Nacional de Justiça e Mário Felizardo, pesquisador e coordenador do programa Diga Não ao Bullying.
Bullying não é legal • A Lei 13.474/2010, aprovada pela Assembleia Legislativa em 25 de maio de 2010, estabelece políticas públicas contra o bullying nas escolas do Estado. • Alguns dos objetivos da lei são: disseminar conhecimento sobre o fenômeno, identificar concretamente, em cada instituição, a incidência e a natureza das práticas de bullying e desenvolver planos locais para prevenção e combate. Disponível em: <http://www.kzuka.com.br/especial/rs/kzukars/19,465,3213515, Galera-da-dicas-para-combater-o-bullying-nessa-volta-as-aulas.html>. Acesso em: 1o jul. 2010.
Agora, discuta as questões seguintes. Cada um deve fazer suas próprias anotações no caderno. Capriche: esses registros servirão de apoio para o debate. Dica: retome os exercícios anteriores sobre argumentação como apoio! 1. Identifique na reportagem a lista de dicas voltadas para estudantes combaterem o bullying.
Clipe Conheça um pouco mais dessa lei gaúcha! Art. 1o - As instituições de ensino e de educação infantil, públicas, estaduais ou privadas, com ou sem fins lucrativos, desenvolverão a política “antibullying”, nos termos desta Lei. Art. 2o - Para os efeitos desta Lei, considera-se “bullying” qualquer prática de violência física ou psicológica, intencional e repetitiva, entre pares, que ocorra sem motivação evidente, praticada por um indivíduo ou grupo de indivíduos, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidar, agredir fisicamente, isolar, humilhar, ou ambos, causando dano emocional e/ou físico à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas. Disponível em: <http://www.al. rs.gov.br/Legis/Arquivos/13.474. pdf>. Acesso em: 10 jun. 2011. (Fragmento).
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• Um dos sintomas é a aversão à escola, não gostar de falar sobre a rotina de aula. • É importante ver se a criança tem amigos no colégio, se é convidada para festas e outros eventos sociais. • Perguntas indiretas, como, por exemplo, aproveitar quando a criança está assistindo a um desenho violento e questionar se cenas como aquela ocorrem na escola. • Os pais não devem hesitar em buscar ajuda de profissionais da área de saúde mental para que seus filhos possam superar traumas e transtornos psíquicos.
a) Quem são os autores delas? b) Escolha duas dicas e desenvolva-as com argumentos. Faça ajustes na redação, usando marcadores de argumentação. Veja alguns exemplos. Dica Não ter vergonha de si mesmo. Desenvolvimento Sem dúvida, não ter vergonha de si mesmo é uma maneira bastante eficaz de combater o bullying, pois pessoas que investem na autoestima ficam menos frágeis diante de comentários maldosos. Outra possibilidade Pesquisas mostram que pessoas menos seguras de si são alvos fáceis para as maldades do bullying, assim importa aprender a não ter vergonha de si mesmo. 28
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c) Proponha uma nova dica para combater o bullying, voltada especialmente para evitar atitudes de “espectadores”, isto é, pessoas que apenas observem atitudes desse comportamento, sem se envolverem diretamente. Desenvolva-a com argumentos. 2. Identifique na reportagem as dicas voltadas para os pais combaterem o bullying. a) Quem são os autores delas? b) Escolha duas dicas e desenvolva-as com argumentos ou contra-argumentos. Faça ajustes na redação, usando marcadores de argumentação. Veja um exemplo.
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Dica Os pais não devem hesitar em buscar ajuda de profissionais da área de saúde mental para que seus filhos possam superar traumas e transtornos psíquicos. Desenvolvimento Os pais não devem hesitar em buscar ajuda de profissionais da área de saúde mental para que seus filhos possam superar traumas e transtornos psíquicos, pois esses problemas podem trazer sérias consequências. Outra possibilidade Os pais não devem hesitar em buscar ajuda de profissionais da área de saúde mental para que seus filhos possam superar traumas e transtornos psíquicos, mas isso precisa ser feito sem imposição, para que o jovem se sinta confiante no tratamento. c) Proponha uma dica voltada especialmente para pais educarem os filhos a não se envolverem no bullying. Desenvolva-a com argumentos. 3. A lei citada na reportagem é uma lei estadual, isto é, tem alcance apenas no Estado que a promulgou. Pesquise e responda no caderno. a) No seu Estado há uma lei específica de combate ao bullying? b) Em caso afirmativo, que artigos você considera interessantes de serem citados para convencer a comunidade de sua escola a combater o bullying? c) Reveja a lição de casa que seu professor passou sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente. • Quais dos artigos você considerou interessantes de serem citados para convencer a comunidade de sua escola a combater o bullying? d) Negocie a escolha de um artigo dentre os selecionados e desenvolva um parágrafo com uma dica do grupo para combater o bullying na escola. e) Nesse parágrafo, cite esse artigo diretamente ou parafraseando-o (isto é: escrevendo o essencial do artigo em texto próprio). 29
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Leitura e produção
Realizando o debate
Como fazer 1. Retome com seus colegas a lição de casa sobre pesquisas de matérias e reportagens sobre o bullying, compartilhando entre vocês o que cada um pesquisou. a) Que anotações podem ser interessantes como argumentos para a questão do debate “Como combater o bullying na escola?” b) Dessas anotações, você e o grupo devem escolher uma. c) Desenvolva esse argumento em um parágrafo com a dica do grupo para combater o bullying na escola.
Dicas: essas anotações são apenas apoios para garantir que se defenda o que foi acordado no grupo. Lembre-se que o debate acontecerá mesmo “no calor da hora”, na interação com os colegas. As falas devem ser espontâneas, mas dentro do padrão culto, já que o debate é para o público escolar. E, se preciso, use os marcadores de reformulação.
Avaliando a produção Após o debate, discuta com seus colegas e professor a seguinte questão: O debate possibilitou reflexão mais profunda sobre o tema? Vocês aprenderam mais sobre o assunto? Depois disso, em grupos, preencham a ficha de avaliação para entregar ao professor. No final do livro, você vai encontrar a Ficha de avaliação 1
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2. Agora é hora de saber que tópicos serão de maior responsabilidade do grupo e se a participação será por representantes ou pela equipe toda. Siga a orientação do professor e, com base nela, revise bem com seus colegas as anotações feitas para se prepararem para o debate.
Debate
Vamos repensar 1. Vamos relembrar as perguntas que motivaram suas aprendizagens neste capítulo? • O que é bullying? • Que consequências ele pode ter? • Como combater o bullying na escola? 2. Escreva um pequeno texto sintetizando o que você discutiu e aprendeu nessa unidade e que você considera ter sido importante para lhe ajudar a construir respostas para as questões acima. 3. Compare o seu texto com as anotações que você fez no caderno ao longo dos dois capítulos. 4. Conclua: hoje você sabe mais do que sabia antes? 30
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Roda de leitura: causos Pelos interiores desse nosso país, muita gente cultiva a arte de contar causos. E mesmo em meio às culturas urbanizadas, há sempre um migrante que trouxe com ele boas histórias ouvidas em sua terra. A graça está mesmo é no jeito como eles exageram, fantasiam, reinventam a realidade, em conversinhas bem conduzidas, que valorizam as variedades da língua... Os causos também podem se espalhar por escrito, graças a pesquisadores que “recolhem” essas narrativas orais e as registram por escrito e a escritores que, baseados nos causos, inventam seus textos. O causo que você lerá a seguir foi recolhido pelo pesquisador Ricardo Pieretti Câmara e foi contado por “Carlão”.
Converse com a turma E por falar em conversinha, divida o que você já sabe com sua turma: Você já ouviu algum causo? Quem o contou? Em que situação? Que tal recontá-lo para a turma?
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Texto 1
Causo dos peixes-elétricos que acendiam as luzes da casa — Eu era um que tinha luis de motor. Tamém, quando no era de motor, que nem dias que tava frio e aquele troço tava feio, eu usava... eu fiz um tanque ligero e peguei uns cinco pexe elétrico. Porque quando eu cheguei lá tinha essa lenda, do pexe elétrico: — Ah! O pessoal daqui, de noite num cai na água de jeito nenhum! — Ué! Mais no cai por quê? — Porque eu passava de barco durante o dia e tava cheio que pulava no rio, né. Buliviano tomando bãe lá. — É. Mais, de noite, por causa do pexe elétrico. De noite ele sai. — E diz que já matô gente, né. Ele vai encostano, vai encochando a pessoa assim. Eu falei: — Bão! Se esse trem dá choque, eu vô fazê... — Então, eu joguei dentro de uns tanque lá e deu certo, rapais. Deu certo, tinha cinco bico de luis lá, acendia elas c’os pexe elétrico. Ranranranran. CÂMARA, Ricardo Pieretti. Os causos: uma poética pantaneira. Tese de Doutorado. Universidade Autônoma de Barcelona, 2007. Disponível em: <b)http://ddd.uab.cat/ pub/tesis/2007/tdx-1008107-152044/rpc1de1.txt>. p. 210. Acesso em: 15 dez. 2011.
1. O pesquisador não seguiu as convenções ortográficas para registrar o causo. a) A escrita que ele usou pode ser compreendida? Por quê? b) Com que intenções ele se valeu dessa forma de escrever? 2. O narrador inclui falas de outras pessoas no causo. a) A quem pertenceriam essas falas? b) Como é marcada no texto a passagem da fala do narrador para a dessas pessoas?
Quem é Carlão Nome: Carlos Nantes Cidade: Rio Negro Profissão: Administrador de fazenda Ano de nascimento: 1962 Lugar de nascimento: Campo Grande Escolaridade: Alfabetizado Religião: Católica Tempo de trabalho no Pantanal: Nove anos.
No capítulo 1, da Unidade 1, do Caderno de Estudos de língua e linguagem, você encontrará mais informações a respeito de onomatopeia.
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Leitura e produção
Roda de leitura
Rolando Boldrin
Texto 2
O roubo do relógio Naquele arraial do Pau Fincado, havia um sujeitinho danado pra roubar coisas. Às vezes galinha, às vezes cavalo, às vezes coisas miúdas. A verdade é que o dito cujo era chegado em surrupiar bens alheios. Todo mundo daquele arraial já estava até acostumado com os tais furtos. E a coisa chegou a tal ponto de constância que bastava alguém dar por falta de qualquer objeto e lá vinha o comentário: “Ah, foi o Justino Larápio”. E foi numa dessas que sumiu o relógio do cumpadi João, um cidadão por demais conhecido por aquelas bandas do Pau Fincado. Foi a conta de sumir o relógio dele para o dito cujo correr pra delegacia mais próxima e dar parte do fato. O delegado pediu que o sêo João arranjasse três testemunhas para lavrar o ocorrido e então prender o tal ladrãozinho popular. Arranjar três testemunhas de que o tal Justino havia surrupiado qualquer coisa era fácil, dada a popularidade do dito cujo pra esses afazeres fora da lei. A cena que conto agora transcorreu assim, sem tirar nem pôr. Intimado o Justino, eis ali, ladrão, vítima e três testemunhas: DELEGADO (para a primeira testemunha) – O senhor viu o Justino roubar o relógio do sêo João, aqui presente? TESTEMUNHA 1 – Dotô.Vê, ansim com os óio, eu num posso dizê que vi. Mas sei que ele é ladrão mêmo. O que ele vê na frente dele, ele passa a mão na hora. Pode prendê ele dotô! DELEGADO (para a segunda testemunha) – E o senhor? Viu o Justino roubar o relógio do sêo João? TESTEMUNHA 2 – Óia, dotô... num vô falá que vi ele fazê isso, mas todo mundo no arraiá sabe que ele róba mêmo, uai. Pode prender sem susto. Eu garanto que foi ele que robô esse relógio. DELEGADO (para a última testemunha) – E o senhor? Pode me dizer se viu o Justino roubar o relógio do sêo João?
Rolando Boldrin em São Paulo, 2004.
Nascido em 1936, além de um incomparável contador de “causos”, é cantor, músico e ator, e ficou conhecido do grande público como o apresentador do Som Brasil, programa da Rede Globo que foi ao ar nos anos 1980 e tinha um compromisso com o resgate da música brasileira de raiz, abrindo espaço para novos compositores e intérpretes. Disponível em: http://loja.novaalexandria.com. br/>. Visite o site do artista: <http://www.rolandoboldrin. com.br/>.
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4. O que significa a onomatopeia Ranranranran? • O contador termina o causo: ele tem intenção de que as pessoas acreditem no que ele contou?
Quem é BETO BARATA/AGÊNCIA ESTADO
3. Qual é a mentira que o causo apresenta?
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BOLDRIN, Rolando. Disponível em: <http://www.rolandoboldrin.com.br/ causos_aberto.asp?id=38&id_cat=1>. Acesso em: 4 jul. 2011.
1. Como o contador caracteriza a personagem principal do causo? 2. Procure inferir o sentido da palavra absolver, com base no uso feito dela no causo. Confirme se sua inferência foi coerente, consultando um dicionário. a) Por que o delegado absolveu Justino Larápio? b) Por que o uso dessa palavra na fala do delegado é um recurso importante para os efeitos de humor nesse causo? 3. Você já sabe que “o mió de um causo” é ouvi-lo. Então, reúna-se com mais seis colegas e distribuam entre vocês as vozes que aparecem no texto: O contador do causo Testemunha 1 Testemunha 2 Testemunha 3 O delegado Justino Larápio
• Ensaiem bem as partes do texto, procurando dar vida às personagens. Depois que cada um estiver com sua fala bem expressiva, façam a leitura dramática do texto. Boa diversão!
Vale a pena ouvir! PEDRO DE BRITO/GERÊNCIA DE CULTURA/ARQUIVO DA PREFEITURA MUNICIPAL DE BELA VISTA DE GOIÁS
TESTEMUNHA 3 – Dotô, ponho a mão no fogo si num foi ele. Prende logo esse sem-vergonha, ladrão duma figa. Foi ele mêmo! DELEGADO – Mas o senhor não viu ele roubar? O senhor sabe que foi ele, mas não viu o fato em si? TESTEMUNHA 3 – Num carece de vê, dotô! Todo mundo sabe que ele róba. Pode preguntá pra cidade intêra. Foi ele. Prende logo esse peste! DELEGADO (olhando firme para o Justino) – Olha aqui, Justino. Eu também tenho certeza de que foi você que roubou o relógio do sêo João. Mas, como não temos provas cabíveis, palpáveis e congruentes.... você está, por mim, absolvido. JUSTINO (espantado, arregalando os olhos para o delegado) – O que, dotô? O que que o sinhô me diz? Eu tô absorvido???? DELEGADO – Está absolvido. JUSTINO – Qué dizê intão que eu tenho que devorvê o relógio?
Busto em homenagem a Geraldinho Nogueira, no centro de Bela Vista, Goiás, 2011.
Geraldinho Nogueira foi um de nossos mais criativos contadores de causo. Embora alguns lhe afirmassem uma naturalidade mineira, os dados oferecidos pela certidão de nascimento revelam que Geraldinho nasceu no dia 18 de dezembro de 1918, na Fazenda Aborrecido, distante aproximadamente 23 quilômetros de Bela Vista, Goiás, onde viveu até os 16 anos. A dúvida sobre a origem mineira pode ter sido originada pelo fato de Geraldinho comumente pronunciar, no início de seus causos, a expressão “uai, minino!”. Disponível em: <http://bdtd.ufg. br/tedesimplificado/tde_busca/ arquivo.php?codArquivo=1708>. Acesso em: 5 set. 2011.
Na internet circulam vários de seus causos. Vale a pena ouvir suas deliciosas histórias, mas com muita atenção, porque ele explora ao máximo a capacidade de usar bem a variedade regional de nossa língua, empregando palavras típicas da cultura sertaneja em contextos inesperados.
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Caderno de Práticas de literatura Apresentação Um caderno de textos que “não servem para nada” Você já parou para pensar em sua relação com a linguagem? Se o fez, sabe muito bem que da hora em que você acorda até aquela em que vai dormir, você lida com textos. Textos só de palavras, ou de palavras com gestos. Ou de palavras, gestos, cores e formas. Textos falados. Textos escritos. Ou textos falados e escritos. O tempo todo você está produzindo textos ou significando os textos que o cercam. Textos que servem para convencer. Textos que servem para explicar. Textos que servem para informar... Enfim, tantos textos, como são tantas nossas necessidades de viver em sociedade. Aprender a ler e a produzir melhor esses textos na escola, afinal de contas, é aprender a viver melhor nesse “mundo de textos”: Precisa defender seu ponto de vista? Use o que aprendeu sobre debates e artigos de opinião. Precisa entender o que está por trás de uma informação? Use o que aprendeu sobre notícias e reportagens. Precisa contar para alguém suas experiências? Use o que aprendeu sobre relatos e depoimentos, e por aí vá... A essa altura você já deve estar impaciente: já entendi, mas para que servem os textos deste caderno aqui? Não se espante: eles não servem para nada! E talvez por isso, cada vez menos, na correria do dia a dia, as pessoas encontrem tempo para lê-los... Uma pena: deixam de dar sons, imagens e sentidos inesperados às palavras em estado de poesia; deixam de imaginar uma história bem narrada, de se emocionar com as personagens; deixam de experimentar a sensação mágica de ver histórias no palco, como se acontecessem ali, pela primeira vez... Ainda bem que você e sua turma terão um caderno de textos que não servem para nada, com o qual, aliás, descobrirão que o uso de duas palavras negativas pode significar uma afirmação. Já estranhou de novo? Pense bem: se não serve para nada é porque serve para alguma coisa. O quê? Ah, esse é um enigma da literatura que só se resolve por seus leitores. E já avisamos, não é nada elementar, meu caro jovem!
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Entre leitores e leituras: práticas de literatura • Capítulo 1: O jogo começou • Capítulo 2: Contos fantásticos
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Práticas de literatura
1
OLIVER WOLLEH. GALERIE VERRÜCKTE WIRKLICHKEIT, BRÜSSEL
René Magritte Nascido em Lessines, Bélgica, em 1898, aos 12 anos começou a estudar pintura com um professor da escola de Lessines. Lia muitos livros de Edgar Allan Poe e de Maurice Leblanc e não perdia um filme de Fantomas (um famoso personagem de romance policial francês, adaptado para cinema e televisão). Na pintura, ele fez parte da estética surrealista, movimento que desafiou o senso de realidade, buscando o conhecimento do sonho, do devaneio e do inconsciente por meio da arte.
A traição das imagens
MAGRITTE, René. Ceci n’est pas une pipe. 1929. Óleo sobre tela, 64,6 × 94,1 cm. Los Angeles County Museum of Art.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Quem é
ALBUM/AKG-IMAGES/LATINSTOCK – AUTVIS – LOS ANGELES COUNTY MUSEUM OF ART, CALIFÓRNIA
UNIDADE
Entre leitores e leituras: práticas de literatura
Conversa afinada Observe a reprodução da tela de Magritte. Depois, com base nas seguintes questões, converse com seus colegas e professor. 1. Você já conhecia essa pintura? O que achou dela? Por quê? WOLLEH, Lothar. Renné Magritte. 1967. Galeria Verrückte Wirklichkeit, Bélgica.
2. O que você vê nela? 3. Você sabe o sentido do que está escrito? 4. Reveja a imagem, pensando no sentido da frase: que sensações e pensamentos você teve? Por quê? 5. Considerando o título e a frase, que reflexões provavelmente o artista quis provocar em quem observa essa pintura? 6. Uma das características da pintura de Magritte é a capacidade de questionar a realidade aparente, provocando o espectador a reorganizar seus conhecimentos e experiências.
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a) Você acha que a literatura também é capaz de fazer isso? Como?
Vale a pena ler!
b) Veja no boxe Quem é quais eram os autores prediletos de Magritte. Você já ouviu falar de algum deles? O que sabe sobre eles?
Em busca do Tesouro de Magritte, Ricardo da Cunha Lima. São Paulo: FTD, 1998. Com fotos dos trabalhos de René Magritte, pintor belga, este livro conta a história de seus quadros de forma intrigante e bem-humorada. As obras estão desordenadas e os leitores devem colocá-las na sequência certa, para descobrir um tesouro. Os leitores são convidados a contar outras histórias, ao longo desse processo, e aí a busca ao tesouro fica ainda mais interessante.
c) Você gosta de histórias de suspense e mistério? Já leu alguma? E filme? Já viu algum nesses gêneros? 7. Algumas histórias desses gêneros tiveram tantos leitores e fãs que as gerações mais jovens, como a sua, mesmo sem as terem lido, já conhecem seus personagens. Quer fazer um teste?
?
?
steve viDler/stoCk photos/gloWimages
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a) Observe a fotografia de uma das estações de metrô de Londres.
Disponível em: <http://www.ftd. com.br/editora-ftd-didaticos/ d72/?livro=3312>. Acesso em: 13 jul. 2011.
Estação de metrô Baker Street, Londres, fevereiro de 2010.
b) Você sabe que personagem é esse? Quer uma pista? A imagem de Magritte pode ajudá-lo a descobrir!
Como você já deve estar desconfiando, esta é uma unidade em que você leitor será convidado a desafiar a lógica e a razão, para descobrir que a realidade pode estar bem além das aparências e, aliás, pode até nem ser alcançada...
O que vamos fazer nesta unidade Nesta unidade, você e sua turma poderão: • Ler alguns contos famosos de enigma e mistério. • Ter informações sobre outras interessantes histórias desses gêneros, para lê-las quando quiserem. • Preparar leituras dramáticas dos contos e apresentá-las no evento Suspense e mistério na biblioteca da escola.
Vamos pensar • O que são contos de enigma? • O que são contos de mistério? • Como aproveitar bem histórias desses gêneros?
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Práticas de literatura
Capítulo
1
O jogo começou Sim, contos de enigma são leituras elementares para a formação do leitor! THE BRIDGEMAN ART LIBRARY/ KEYSTONE – AUTVIS – MUSÉE NATIONAL D’ART MODERNE, CENTRE POMPIDOU, PARIS
SILVA, Maria Helena Vieira da. The chess game. 1943. Óleo sobre tela, 81 × 100 cm. Museu Nacional de Arte Moderna, Paris. 136
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Conversa afinada 1. Foque o olhar no centro da imagem. O que você vê? 2. Que coincidência há entre o desenho central e o restante da composição dessa pintura? 3. Agora, preste bastante atenção nos detalhes dessa composição. O que parece estar escondido nela? 4. Pense no conjunto dessa pintura. Que relações de sentido você estabeleceria entre o que viu? 5. Que título você daria a essa tela?
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6. Leia a seguinte citação de Umberto Eco, escritor italiano.
Um texto narrativo pode parecer tanto um manual para crianças quanto um manual para jogadores experientes. No primeiro caso, serão propostas situações de partidas bastante evidentes (segundo a enciclopédia do xadrez), para que a criança tenha a satisfação de antecipar previsões coroadas de sucesso; no segundo caso, serão apresentadas situações de partidas nas quais o vencedor tentou uma jogada totalmente inédita que nenhum cenário havia ainda gravado, uma jogada tal que ficará na posteridade pela sua ousadia e novidade, de tal forma que o leitor sente o prazer de se ver contrariado. JOUVE, Vincent. A leitura. São Paulo: Editora da Unesp, 2002. p. 87.
a) Com que o autor compara os textos narrativos? b) O que seriam textos parecidos com “partidas bastante evidentes”? Você teve experiências de leitura desse tipo? Quais? c) E textos com “jogada totalmente inédita”? Você teve experiências de leitura desse tipo? Quais? 7. Neste capítulo, você vai ler contos de enigma, que podem ou não parecer “jogadas totalmente inéditas” para você, dependendo, é claro, de suas experiências de leitura.
Vale a pena ler! Manual de xadrez, de Idel Becker. São Paulo: Nobel, 2002. Este primeiro volume do Manual de xadrez é dedicado aos que desejam iniciar-se no Jogo-Arte-Ciência e, também, aos jogadores de alguma experiência que queiram aperfeiçoar seus conhecimentos. BECKER, Idel. Manual de xadrez. Prefácio. São Paulo: Nobel, 2002.
Quem é Maria Helena Vieira da Silva Pintora de origem portuguesa, nasceu em Lisboa em 1908 e, desde criança, experimentou a literatura, a música e a pintura, na qual se consagrou como um dos nomes mais importantes da arte moderna portuguesa. Viveu no Brasil entre os anos 1940 e 1947, tendo amigos como Cecília Meireles e Murilo Mendes. Faleceu em 1992. k – autvis – alBum/akg-images/latinstoC Coleção partiCular
a) O que você acha que significa a palavra enigma? Confira em um dicionário se você se aproximou dos sentidos esperados. b) O que você espera encontrar em um bom conto de enigma?
O que vamos fazer neste capítulo Neste capítulo, você e sua turma serão convidados a “jogar” com a leitura de dois contos de enigma que ficaram na história da literatura como tramas surpreendentes nesse gênero: Um escândalo na Boêmia, de Conan Doyle, e A carta roubada, de Edgar Allan Poe. Prepare suas emoções e sua percepção!
SZENES, Árnád. Maria Helena Vieira da Silva. 1940. Óleo sobre tela, 81 x 100 cm. Coleção particular.
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Práticas de literatura
Clipe O conto ao longo dos tempos...
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[...] Embora o início do contar estória seja impossível de se localizar e permaneça como hipótese que nos leva aos tempos remotíssimos, ainda não marcados pela tradição escrita, há fases de evolução dos modos de se contarem estórias. Para alguns, os contos egípcios — Os contos dos mágicos — são os mais antigos: devem ter aparecido por volta de 4.000 anos antes de Cristo. Enumerar as fases da evolução do conto seria percorrer a nossa própria história, a história de nossa cultura, detectando os momentos da escrita que a representam. O da estória de Caim e Abel, da Bíblia, por exemplo. Ou os textos literários do mundo clássico greco-latino [...] [...] Se o século XVIII exibe um La Fontaine, exímio no contar fábulas, no século XIX o conto se desenvolve estimulado pelo apego à cultura medieval, pela pesquisa do popular e do folclórico, pela acentuada expansão da imprensa, que permite a publicação dos contos nas inúmeras revistas e jornais. Este é o momento de criação do conto moderno quando, ao lado de um Grimm que registra contos e inicia o seu estudo comparado, um Edgar Allan Poe se afirma enquanto contista e teórico do conto. [...] GOTLIB, Nádia Battella. Teoria do conto. 11. ed. São Paulo: Ática, 2006. (Fragmento).
Pesquisa e ação Preparando-se para “o jogo”: as personagens, o contexto e algumas excentricidades...
1. Quem foi Sherlock Holmes? 2. Onde viveu?
Vale a pena ver! Conheça o site em português em que aparecem as personagens, o contexto e algumas excentricidades de Sherlock Holmes: <http://www.sherlockbrasil. com/>. http://WWW.sherloCkBrasil. Com/ – aCesso em: 26 out. 2011
Sherlock Holmes está na galeria de personagens que praticamente “ganharam vida própria”. Um dos mais interessantes sites dedicados a ele está, por sorte, escrito em português, <http://www.sherlockbrasil.com/>. Visite-o, aproveite bem o que quiser, mas não deixe de trazer de lá as seguintes informações:
3. Por que possíveis razões ele permanece tão vivo no imaginário de leitores? 4. Quem foi seu amigo fiel? 5. Que importância essa personagem tem nas histórias de Sherlock Holmes? 6. Em que época e lugar as histórias de Sherlock Holmes são ambientadas? Caracterize esse contexto. 7. O que os violinos têm a ver com as histórias de Holmes?
Página de abertura do site Sherlock Brasil.
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Jogo 1: Um escândalo na Boêmia
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Você já sabe que Watson é o narrador das aventuras de Holmes. Na história que você lerá, ele começa fazendo referências a uma mulher e seu impacto sobre Holmes. Leia o início do conto e depois converse com sua turma e professor. O narrador não é o autor de verdade. É como se fosse uma pessoa imaginária, que só existe lá no texto. Sua função é “receber” o leitor e conduzi-lo pelas pistas desse mundo inventado. As aventuras de Sherlock Holmes são narradas por Watson, que as organiza para fazer um livro. Ele se comporta, assim, como narrador-testemunha. Ele narra em 1a pessoa, porque viveu os acontecimentos descritos como personagem secundária, colaborou com o protagonista. Nessa condição, é como se ele tivesse observado de dentro os acontecimentos e por isso pode dar ao leitor informações privilegiadas. Em vários momentos, Watson passa também a “palavra” diretamente a Holmes, criando a sensação de que recompôs a cena exatamente como ela aconteceu.
1o lance: a mulher Um escândalo na Boêmia Para Sherlock Holmes, ela é sempre a mulher. Raras vezes o ouvi mencioná-la de outra maneira. Era de opinião que ela eclipsava e se sobrepunha a todas as outras mulheres, e isso não porque estivesse apaixonado por Irene Adler. Todas as emoções, particularmente o amor, aborreciam sua mentalidade admiravelmente equilibrada, fria e severa. Creio mesmo que era a mais perfeita máquina de raciocinar e observar que o mundo jamais viu, mas como namorado ficaria numa posição falsa. Nunca falava das emoções sentimentais, a não ser por brincadeira e com desdém. Achava que era magnífico observá-las nos outros e excelente desculpa para ocultar os motivos e ações humanas. Mas, para um calculista como ele, admitir tais intrusões no seu fino, delicado e tão ajustado temperamento seria como introduzir um fator de perturbação que podia criar dúvidas nas suas conclusões mentais. Um grão de areia num instrumento delicado ou uma lente rachada não se tornariam mais destrutivos do que uma emoção forte numa natureza como a sua. Entretanto, existia apenas uma mulher para ele, e essa mulher era Irene Adler, que lhe excitava o cérebro com dúvidas e indagações diversas. DOYLE, Conan. As aventuras de Sherlock Holmes. Tradução de Hamílcar de Garcia. Rio de Janeiro: Círculo do Livro, 1984. Disponível em: <http://sherlockholmesbr.vilabol.uol.com.br/umescandalo.htm>. Acesso em: 27 set. 2011.
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2. Que características de Holmes o narrador destaca com a metáfora “a mais perfeita máquina de raciocinar e observar”? 3. Que metáforas o narrador usa para criar a sensação de que as emoções, especialmente o amor, atrapalhariam o temperamento lógico e racional de Holmes? Você acha que essas metáforas foram boas escolhas para sugerir isso? Por quê? 4. Agora, vamos jogar com as pistas dadas pelo narrador: • Holmes é a mais perfeita máquina de raciocinar e de observar. • Holmes despreza as emoções e o amor. • Que interesse então o narrador nos permite imaginar que Holmes teria em Irene Adler? Arrisque suas hipóteses!
Vale a pena assistir! Final do século XIX. Sherlock Holmes (Robert Downey Jr.) é um detetive conhecido por usar a lógica dedutiva e o método científico para decifrar os casos nos quais trabalha. O Dr. John Watson (Jude Law) é seu fiel parceiro. O caso envolve Lorde Blackwood (Mark Strong), preso por realizar um ritual macabro que previa o assassinato de uma jovem. Ele é condenado à forca, mas misteriosamente é visto deixando o túmulo. Holmes e Watson são chamados para solucionar o desafio. Em meio às investigações há o retorno de Irene Adler (Rachel McAdams), uma ladra experiente por quem Holmes tem uma queda.
Vamos lembrar Veja nos esquemas de retomada no final do livro informações a respeito de artigos.
Vamos lembrar Metáfora é o nome que se dá quando sentidos geralmente associados a uma palavra passam para outra. Um exemplo: Maria é uma rosa. Com essa metáfora, Maria passa a ter características geralmente atribuídas à rosa: a beleza, o perfume, ou até mesmo os espinhos, dependendo da situação em que essa metáfora for usada.
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1. Que diferença há entre dizer “uma mulher” e “a mulher”? • Com que possíveis intenções o narrador usa a segunda forma?
Warner Bros/Alex Bailey/Everett Collection/Latinstock
Disponível em: <http://www.adorocinema.com/filmes/sherlock-holmes/>. Acesso em: 13 jul. 2011. (Adaptado).
A personagem Irene Adler, em cena do filme Sherlock Holmes. Direção de Guy Ritchie. 2009. Alemanha, EUA.
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2o lance: no encalço de Irene Um escândalo na Boêmia Precisamente às três horas do dia seguinte, estava eu na Baker Street, mas Holmes ainda não tinha voltado. [...] Eram quase dezesseis horas quando um empregado de aspecto beberrão, maltrapilho, barbado, com o rosto inchado e as roupas imundas, entrou no apartamento. Embora habituado ao poder maravilhoso que meu amigo tinha de se disfarçar, tive de olhar três vezes antes de ter a certeza de que era ele; com um aceno de cabeça, entrou no quarto, donde emergiu cinco minutos depois, vestido respeitavelmente com o habitual terno de casimira. Enfiando as mãos nos bolsos, estendeu as pernas diante do fogo e desatou a rir por alguns minutos. — Bem, realmente — exclamou, e depois engasgou-se; riu-se outra vez, até que foi obrigado a encostar-se para trás na cadeira, exausto de tanto rir. — O que é isso? — É muito engraçado. Afianço-lhe que nunca poderá adivinhar como passei esta manhã, ou o que acabei de fazer.
Quem é Conan Doyle Lebrecht/Other Images
Você lerá um fragmento do conto “Um escândalo na Boêmia”, de Conan Doyle. Vamos ao resumo de onde você partirá. Após descrever Irene Adler, no fragmento que você leu antes, Watson nos conta que presenciou a visita de um nobre a Sherlock Holmes. Wilhelm Gottsreich Sigismond von Ormstein, grão-duque de Casell-Falstein e rei hereditário da Boêmia, na Alemanha. O que esse importante homem queria do detetive? Quando jovem, o grão-duque tivera um caso amoroso com a cantora de ópera e aventureira Irene Adler. Com ela ficara uma fotografia que comprovava o romance dos dois. Agora, a três dias de se casar com Clotilde Lothman von Saxe-Meningen, segunda filha do rei da Escandinávia, o nobre teme que seu passado venha à tona e que ele perca o respeito e o prestígio. Irene teria coragem de levar a história e a fotografia a público? Palavras do grão-duque: “ — Ameaça mandar-lhe a fotografia. E o fará. Sei que o fará. O senhor não a conhece; tem uma alma de aço. O rosto da mais bela das mulheres e a mentalidade dos homens mais resolutos. Para que eu não me case com outra mulher, não há nada que ela não faça, nada”. Você já deve ter deduzido o que Wilhelm veio pedir a Sherlock Holmes, não é mesmo? Pois bem, entre na história e encontre o fiel Watson, o narrador, aguardando a volta de Holmes, que foi fazer a primeira investigação sobre Irene Adler.
Arthur Conan Doyle, 1921.
Criador do mais famoso detetive fictício do mundo, Sherlock Holmes, e autor de suas sessenta histórias, nasceu em Edimburgo no dia 22 de maio de 1859. Em 1876, ingressou na Universidade de Edimburgo, em medicina. Foi lá que conheceu o Dr. Joseph Bell, cirurgião do Hospital de Edimburgo e professor na Universidade, cujos surpreendentes métodos de dedução e análise serviram de grande inspiração na futura criação de seu detetive. A personagem também foi inspirada no detetive Dupin, de Poe. Disponível em: <http://www.sherlockbrasil.com/>. Acesso em: 14 jul. 2011.
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— Não posso imaginar, mas suponho que andou espreitando os hábitos e talvez a casa da srta. Irene Adler. — Certo, mas o resultado foi interessante. Vou lhe contar. Saí de casa pouco depois das oito, hoje de manhã, vestido de cocheiro, à procura de serviço. Há muita simpatia e maçonaria entre os cocheiros. Fingindo ser um deles pode-se saber tudo o que é necessário saber. Encontrei logo a Vila Briony. É uma casinha bijou, com uma horta atrás, mas a frente dá para a rua. Tem fechadura moderna na porta. Ao lado direito fica a vasta sala de estar, bem mobiliada, com janelas grandes que chegam quase ao chão e que qualquer criança poderia abrir com facilidade. Nos fundos não há nada de extraordinário, a não ser que, de cima da cocheira, pode-se chegar à janela do corredor. Dei uma volta ao redor da casa e examinei-a bem, mas sem notar mais nada de interessante. Desci vagarosamente a rua, e reparei, enquanto esperava, que há uma fila de cocheiras numa viela para onde dá um dos muros do jardim. Ajudei os cocheiros a escovar e limpar os cavalos, e recebi de gratificação dois pence, [...] e todas as informações de que precisava a respeito da srta. Adler, para não falar de coisas a respeito de meia dúzia de pessoas das vizinhanças que não me interessavam, mas cujas biografias fui obrigado a ouvir. — E com referência a Irene Adler? — perguntei eu. — Oh! Ela já virou a cabeça de todos os homens que andam por aí. É a pessoa mais refinada deste planeta, segundo dizem todos os empregados das cocheiras da Serpentine. Vive sossegadamente, cantando em concertos, sai a passeio de carro todos os dias às dezessete horas e volta às dezenove em ponto para o jantar. Tem só um visitante masculino, mas suas visitas são frequentes. Ele é moreno, simpático e arrojado; vai visitá-la uma ou duas vezes por dia. Chama-se Godfrey Norton, e é advogado. Veja como é conveniente ter cocheiros por confidentes. Eles o levaram dúzias de vezes das cocheiras da Serpentine para a casa dele, e sabiam tudo a seu respeito. Depois de ter ouvido o que tinham para contar, comecei a passear outra vez perto da Vila Briony e a maquinar meu plano de campanha. Esse Godfrey Norton é, evidentemente, um fator importante no caso. É advogado. Isso é coisa séria. Que relações haverá entre eles? Será ela uma cliente, amiga ou apenas companheira? Se for cliente, deve, muito provavelmente, ter-lhe entregue a fotografia para guardar, mas só nesse caso. Conforme as circunstâncias, eu continuaria o meu trabalho na Vila Briony ou transferiria minha atenção para os alojamentos do cavalheiro. Sinto que o estou cansando com estes detalhes, mas é um ponto delicado, e tenho de expor-lhe minhas dificuldades para que você possa compreender a situação. — Estou prestando atenção — respondi-lhe. — Ainda estava cogitando nisso tudo, quando chegou um carro descoberto à residência, e dele saltou um jovem. Era atraente, moreno, nariz aquilino e usava bigode, evidentemente o homem de quem me haviam falado. Parecia estar com muita pressa, pois gritou para o cocheiro que
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esperasse e passou rapidamente pela empregada que lhe abrira a porta, com ar de pessoa familiarizada na casa. Permaneceu lá dentro meia hora, mais ou menos, e pude vê-lo através da janela da sala, andando, gesticulando e falando com grande excitação. Quanto a Irene, não a vi. Daí a pouco ele saiu, parecendo ainda mais apressado, e quando saltou para dentro do carro tirou do bolso um relógio de ouro e olhou-o com atenção. “Corra como um raio” — gritou —, “e passe primeiro pela joalheria Gross & Hankey na Regent Street, e depois pela Igreja de Santa Mônica, na Edgware Road. Meia libra se o fizer em vinte minutos.” Lá se foram, e estava eu pensando se não faria bem em segui-los quando começou a subir a viela uma carruagem vistosa, cujo cocheiro ainda não havia abotoado o paletó. Tinha a gravata torta, e as correias dos animais estavam mal colocadas e não afiveladas. Mal o carro parou, Irene correu da porta da casa para dentro dele. Só pude vê-la um instante, mas é linda, a espécie de mulher por quem um homem dá até a vida. “Para a Igreja de Santa Mônica, John — disse ela —, e meia libra se chegar lá em vinte minutos.” Aquilo era bom demais, e eu não podia perdê-la, Watson; estava indeciso se devia segui-la colocando-me na traseira do mesmo veículo, quando passou outro carro. O cocheiro olhou-me duas vezes antes de me aceitar como passageiro, tão feio e maltrapilho eu estava, mas antes que me pudesse recusar, pulei para dentro e gritei: “Para a Igreja de Santa Mônica, e meia libra se chegar lá em vinte minutos”. Faltavam vinte e cinco minutos para o meio-dia, e era fácil perceber o que ia acontecer. Meu cocheiro simplesmente voou, e não me lembro de jamais ter viajado tão depressa, mas mesmo assim os outros já tinham chegado; os cavalos dos dois carros estavam cobertos de suor em frente à porta da igreja. Não havia outras pessoas além daquelas que eu seguira e do vigário, vestido com sua sobrepeliz de eclesiástico e que parecia discutir com eles. Estavam os três juntos em frente ao altar; fui andando vagarosamente pela nave como podia fazer qualquer vadio que tivesse entrado por acaso. De repente, para surpresa minha, os três se viraram para mim e Godfrey Norton veio correndo na minha direção. “Graças a Deus!” — exclamou ele. “Você servirá. Venha! Venha!” “Para quê”? — perguntei eu. “Venha, homem, venha, por três minutos só, do contrário não será legal.” Fui meio empurrado até o altar e, antes de saber o que se passava, percebi que murmurava as frases que me eram proferidas aos ouvidos e prometia coisas que não compreendia. Assistia, praticamente, ao casamento de Irene Adler, solteira, e de Godfrey Norton, solteiro. Acabou-se tudo num instante, e de um lado estava o jovem, agradecendo-me, e de outro a jovem, enquanto o vigário sorria à minha frente. Foi a posição mais absurda em que jamais me achei, e foi a recordação disso tudo o que me fez rir agora. Parece-me que havia qualquer irregularidade quanto à licença de 143
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DOYLE, Conan. As aventuras de Sherlock Holmes. Tradução de Hamílcar de Garcia. Rio de Janeiro: Círculo do Livro, 1984. Disponível em <http://sherlockholmesbr.vilabol.uol.com.br/ umescandalo.htm>. Acesso em: 27 set. 2011.
1. Como Holmes conseguiu se aproximar da casa de Irene Adler sem ser percebido? 2. Por que possíveis razões ele escolheu os cocheiros para levantar informações sobre Irene? 3. Ao chegar à casa de Irene, Holmes prestou especial atenção em detalhes como portas, fechaduras, janelas.
Glossário Casimira: tecido leve de lã usado para roupas masculinas e femininas. Maçonaria: acordo secreto entre duas ou mais pessoas. Cocheiras: lugar onde se guardam coches, carruagens e outros veículos. Pence: moeda de um centavo. Serpentine: nome de uma avenida. Vigário: padre que dirige uma paróquia. Sobrepeliz: veste branca, rendada ou não, que os padres usam sobre a batina para rezar missa e em outras ocasiões. Eclesiástico: referente ou pertencente à Igreja ou a seus sacerdotes. Clérigo: pessoa que pertence à classe eclesiástica; membro do clero.
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casamento, e que o clérigo se recusava a casá-los caso não houvesse testemunha. Minha chegada naquele momento salvou a desagradável situação de o noivo ter de sair para a rua à procura de uma testemunha. O rapaz deu-me uma libra, que pretendo usar presa à minha corrente de relógio como lembrança do fato. — Foi uma reviravolta inesperada nos fatos — disse eu. — Então, e depois? — Bem, vi que meus planos estavam seriamente ameaçados. Parecia que o casal iria embora imediatamente, e, portanto, eu precisava agir pronta e energicamente. No entanto, à porta da igreja separaram-se, indo ele para o foro e ela regressando para casa. “Vou passear pelo parque como sempre às dezessete horas”, disse-lhe ela quando ia saindo. Não ouvi mais nada. Foram cada um para o seu lado, e eu vim preparar os meus planos. — Quais são eles? [...] A propósito, doutor, vou precisar da sua cooperação. [...]
a) Essa preocupação sugere que Holmes tinha intenção de fazer o quê? b) Que relação poderia haver entre essa intenção e o pedido feito pelo grão-duque? 4. Que intenções tem o narrador ao detalhar como Holmes riu e ao resgatar suas falas? Que imagem do detetive ele quer criar no leitor? 5. No texto, Holmes afirma que o súbito casamento e a possibilidade de o casal ir “embora imediatamente” ameaçavam seus planos. Por que o casamento poderia representar uma ameaça? 6. Que informação importante Holmes ouviu de Irene e como isso pôde ajudá-lo? 7. Que hipóteses você tem sobre o plano de Holmes? Como Watson poderá colaborar? 144
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Agora, retome a leitura e veja se descobre o que Holmes está planejando e se suas hipóteses também passaram pela cabeça do detetive...
3o lance: a estratégia de Sherlock
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Um escândalo na Boêmia — São quase dezessete horas, e dentro de duas horas devemos estar em ação. A srta. Irene, isto é, sra. Norton, volta sempre do seu passeio às dezenove horas; temos de estar na Vila Briony à espera dela. — E depois? — Deixe isso por minha conta. Já resolvi o que se deve fazer. Há somente um ponto em que preciso insistir. Você não deve interferir, seja qual for o resultado. Compreende? — Tenho de ficar neutro? — E não fazer nada, absolutamente nada. Talvez surjam alguns aborrecimentos, mas não se meta; hão de acabar por me levar para dentro de casa. Quatro ou cinco minutos depois abrirão a janela da sala, e você deve colocar-se bem embaixo dela. — Está bem. — Fique olhando para mim, porque poderá ver-me lá de fora. — Muito bem! — Quando eu levantar a mão, assim, você atirará para dentro aquilo que vou lhe dar, e ao mesmo tempo dará o alarme de “fogo”. Está entendido? — Perfeitamente. — Não é nada de perigoso — prosseguiu ele, tirando do bolso um objeto em feitio de charuto —, é simplesmente um rojão comum que os encanadores usam, selado em cada ponta para torná-lo automático. Seu trabalho é apenas esse. Quando gritar “fogo”, várias pessoas repetirão o grito. Então vá até o fim da rua, onde irei ter com você dentro de dez minutos. Posso estar certo de que esclareci bem tudo? — Permaneço neutro e aproximo-me da janela para olhar para você e, ao ver o tal sinal, lanço janela adentro este objeto, dou alarme de incêndio e vou esperá-lo na esquina da rua. — Justamente. — Então pode contar comigo. — Excelente. Creio que já está na hora de me preparar para a parte que me cabe. Desapareceu no quarto, e poucos minutos depois voltou vestido como um amável sacerdote. O chapéu preto de aba larga, as amplas calças, a gravata branca, o sorriso simpático e uma aparência geral de curiosidade benevolente e compenetrada eram tais que só o sr. John Hare os poderia ter igualado. Não era apenas que Holmes tivesse trocado de roupa; 145
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sua expressão, seu modo, sua própria alma pareciam transformar-se em cada novo papel que representava. O palco perdeu um excelente ator, assim como a ciência perdeu um ativo investigador quando ele se tornou especialista em criminologia. Eram dezoito horas e trinta quando partimos da Baker Street. Faltavam ainda dez minutos para a hora marcada quando chegamos à Serpentine Avenue. [...] — Agora a questão é esta: onde encontraremos a fotografia? — É mesmo, onde a encontraremos? — Ela não deve trazê-la consigo, porque é de um tamanho grande. Grande demais para ser escondida na roupa de uma mulher. Ela também sabe que o rei é capaz de lhe armar uma emboscada e mandar examinar tudo o que leva. De fato, já fizeram isso por duas vezes. Portanto, sabemos que não a traz consigo. — Mas, então, onde a deixa? — Entregue ao banqueiro ou ao advogado. Há essa dupla possibilidade. Mas não acredito nela. As mulheres são muito dissimuladas e têm uma forma particular de guardar segredos. Por que haveria ela de entregar a fotografia a outra pessoa, se se sente competente para guardá-la? Além disso, não se esqueça de que ela pretende utilizar a fotografia daqui a poucos dias. Deve estar onde possa ser apanhada facilmente. Deve estar em sua própria casa. — Mas já tentaram roubá-la duas vezes. — Que importa! Não souberam procurar. — Mas como você vai procurá-la? — Eu não vou. — Então o que pretende fazer? — Vou fazer com que ela me mostre onde está. — Ela se recusaria a isso, com certeza. — Não será possível. Mas, escute, ouço o rodar do carro dela. Agora cumpra as minhas ordens. Enquanto falava, a luz das lâmpadas do carro surgiu
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à curva da avenida. Era um carrinho bonito o que parou diante da Vila Briony. Ao parar, um dos ociosos da esquina avançou para abrir a porta, à espera de receber uma moeda, mas foi empurrado por outro dos vagabundos que correra no mesmo instante, com a mesma intenção. Houve uma luta feroz, engrossada pelos dois guardas, que apoiaram um dos brigões, e pelo amolador, que resolveu apoiar o outro. Houve uma cacetada, e num instante a dama que descera do carro estava no centro de uma roda de homens que lutavam uns contra os outros a socos e cacetadas. Holmes correu em direção à jovem para protegê-la, mas justamente no instante em que chegou perto dela deu um grito e caiu ao chão, o sangue a escorrerlhe pela face. A queda foi devida a terem os guardas corrido numa direção e os contendores na outra, enquanto um número de pessoas bem-vestidas que tinham presenciado a luta sem se intrometer se aproximaram para ajudar a senhora e o homem ferido. Irene Adler, como ainda a chamarei, tinha subido correndo os degraus; porém, uma vez lá em cima, com sua figura esbelta em silhueta e contra as luzes do hall, virando-se para a rua, perguntou: — Está muito ferido o pobre homem? — Está morto — gritaram vários dos presentes. — Não, não, ainda está vivo — bradou outro —, mas morrerá antes que possa chegar a um hospital. — É um homem corajoso — disse uma mulher. — Teriam tirado o relógio e a bolsa da senhora se não fosse ele. Foi um bando de malvados. Ah! Já está respirando? — Mas ele não pode ficar deitado na rua. Podemos levá-lo para dentro, senhora? — Certamente. Tragam-no para a sala de estar, onde há um sofá confortável. Por aqui, façam o favor. Vagarosa e solenemente, levaram-no para dentro da Vila Briony e deitaram-no na sala, num sofá, enquanto eu observava os acontecimentos, do meu lugar perto da janela. Acenderam-se as lâmpadas, mas as cortinas continuavam abertas, e assim pude ver Holmes deitado no sofá. Não sei se ele teve vergonha da farsa, mas sei que nunca me senti tão envergonhado de mim próprio como quando vi aquela criatura, contra quem conspirávamos, ajudar o homem ferido com tanta graça e bondade. Todavia, era uma traição das piores abandonar Holmes agora. Portanto, endureci meu coração e peguei o foguete que trazia debaixo da capa. Em todo caso, pensei, não queremos prejudicá-la, estamos apenas fazendo o possível para que não prejudique outra pessoa.
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Holmes erguera-se no sofá, e vi-o fazer um sinal como se quisesse mais ar. Uma empregada atravessou a sala correndo e abriu a janela. No mesmo instante vi-o levantar a mão e, a este sinal, atirei meu foguete para dentro da sala, com o grito de “fogo!” Mal a palavra saiu dos meus lábios, a multidão de espectadores, os elegantes e os malvestidos — cavalheiros, cocheiros e empregadas — uniram suas vozes num só grito: “Fogo!”. Rolos de fumaça ondulavam pela sala e para fora da janela. Vi num relance vultos alarmados correndo, e um momento depois ouvi a voz de Holmes dizendo que era um alarme falso. Esgueirando-me através da multidão que gritava, fui até a esquina da rua, e dez minutos depois alegrei-me ao sentir Holmes pegar no meu braço. Estava aliviado por poder abandonar aquela cena barulhenta. Ele andou depressa e em silêncio por alguns minutos, até que entramos numa das ruas calmas em direção à Edgware Road. — Fez tudo benfeito, doutor — disse-me ele. — Não podia ter sido melhor. Está tudo bem. — Tem a fotografia? — Já sei onde está. — E como a descobriu? — Ela a mostrou para mim, como eu lhe disse que havia de fazer. — Não compreendo. — Não quero fazer mistério — disse ele, rindo. — O caso foi muito simples. Com certeza percebeu que todos os que lá estavam eram cúmplices. Foram todos contratados para a ocasião. — Calculei isso. — Então, quando o barulho começou, eu tinha um pouco de tinta vermelha na mão. Corri para a frente e caí, bati no rosto com a mão e transformei-me num pobre ferido. É um truque velho. — Isso também percebi. — Levaram-me para dentro. Ela não podia deixar de permitir que o fizessem, não é verdade? E fui para aquela sala onde suspeitei que estava a fotografia. Deitaram-me no sofá, eu pedi ar, abriram a janela, e você teve a sua oportunidade. — Como é que isso o ajudou? — Era muito importante. Quando uma mulher pensa que a casa está pegando fogo, instintivamente corre para salvar o objeto mais precioso que possui. É um impulso perfeitamente irresistível, e eu tenho me aproveitado desse fato mais de uma vez. No caso do escândalo de Darlington, foi de grande utilidade, e também me serviu no problema do Castelo de Arnsworth. A mulher casada corre em auxílio do filhinho, a solteira pega a caixa de joias. Para mim, nossa cliente de hoje não tinha nada que estimasse mais do que aquilo que procuramos. Tentaria salvá-lo. O alarme foi muito benfeito. A fumaça e os gritos foram suficientes para enervar um cérebro de aço. Ela reagiu magnificamente. A fotografia está num armariozinho atrás de um painel, por cima do cordão da campainha, à direita.
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Ela chegou lá num instante, e percebi que ia retirá-la. Mas quando gritei que era alarme falso, ela a repôs no armário, olhou para o rojão queimado, saiu da sala e não a vi mais. Levantei-me e, pedindo desculpas, deixei a casa, hesitando ainda sobre se devia procurar obter logo a fotografia, mas o cocheiro tinha entrado e, como me olhava fixamente, pareceu-me melhor esperar. A precipitação poderia arruinar tudo. — E agora? — perguntei eu. — Nossa busca está praticamente terminada. Farei uma visita à senhora, na companhia do rei e na sua, se quiser nos acompanhar. Introduzir-nos-ão na sala de estar para aguardarmos a senhora, mas é possível que quando ela entrar não nos encontre, nem à fotografia. Será uma satisfação para Sua Majestade recuperá-la por suas próprias mãos. — A que horas fará essa visita? — Às oito da manhã. Ela ainda não terá levantado, e assim teremos o campo livre. Além disso, precisamos não perder tempo, porque este casamento pode modificar completamente a vida dela e os seus hábitos. Vou telegrafar ao rei sem demora. Chegamos à Baker Street e paramos à porta. Ele procurava a chave no bolso quando alguém que passava disse: — Boa noite, sr. Sherlock Holmes. Havia diversas pessoas na calçada no momento, mas o cumprimento parecia ter partido de um rapazinho vestido com uma capa, que passou apressadamente. — Já ouvi aquela voz — disse Holmes, perscrutando a escuridão da rua. — Quem terá sido? DOYLE, Conan. As aventuras de Sherlock Holmes. Tradução de Hamílcar de Garcia. Rio de Janeiro: Círculo do livro, 1984. Disponível em: <http://sherlockholmesbr.vilabol.uol.com.br/umescandalo.htm>. Acesso em: 27 set. 2011.
Glossário Benevolente: que tem ou manifesta boa vontade ou compreensão para com alguém. John Hare: referência a ator de teatro inglês do período vitoriano.
1. O plano que você tinha imaginado que Holmes criara se aproximou do plano que ele de fato elaborou? 2. As observações que Holmes tinha feito na primeira visita foram importantes para o plano de agora? Justifique. 3. Releia. “Quatro ou cinco minutos depois abrirão a janela da sala, e você deve
colocar-se bem embaixo dela.”
“Quando gritar “fogo”, várias pessoas repetirão o grito. Então vá até o
fim da rua, onde irei ter com você dentro de dez minutos.”
“Esgueirando-me através da multidão que gritava, fui até a esquina
da rua, e dez minutos depois alegrei-me ao sentir Holmes pegar no meu braço.”
a) O que foi destacado em cada trecho? b) O que essa marcação sugere sobre o planejamento de Holmes e a realização de seu plano? 149
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4. Leia o verbete de dicionário: ESTEREÓTIPO
1. Visão ou compreensão (de algo ou alguém) muito generalizada, formada somente na comparação com padrões fixos e preconcebidos, sem nuanças, sem distinção de características próprias, mais sutis. 2. Esse padrão, formado a partir de uma imagem alimentada mais por conceitos fixos e preconcebidos do que pela própria realidade. 3. Fig. Ideia repetitiva, sem originalidade; LUGAR-COMUM. 4. Tip. Chapa de reprodução de caracteres tipográficos obtida pelo processo de estereotipia; ESTEREOTIPIA. [F.: estereo - + -tipo, ou do fr. stéréotype.]
iDicionário eletrônico Aulete. Disponível em: <http://aulete.uol.com. br/>. Acesso em: 14 jul. 2011.
• Pode-se afirmar que parte do plano de Holmes se apoia em visões estereotipadas sobre a mulher. Localize as passagens em que isso ocorre.
“— [...] O senhor não a conhece; tem uma alma de aço. O rosto da mais bela das mulheres e a mentalidade dos homens mais resolutos [...]” ”O alarme foi muito benfeito. A fumaça e os gritos foram suficientes para enervar um cérebro de aço. Ela reagiu magnificamente.” • O que você acha que Holmes parece insinuar ao retomar a mesma expressão do grão-duque nesse novo contexto? 6. Holmes tem certeza de que o caso está praticamente encerrado. E você, o que acha? Ele conseguirá pegar a fotografia? Por quê? 7. Você já sabe que um bom conto de enigma, como uma boa partida de xadrez, exige atenção aos detalhes. O narrador deixou uma pista de que nem tudo está tão sob controle como Holmes imagina. Há algum acontecimento aparentemente solto, que ficou sem explicação no último trecho que você leu?
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5. Releia.
A essa altura, o futuro rei da Boêmia está inquieto querendo saber se Holmes recuperará ou não a fotografia e apostamos que ele não é o único nessa condição, não é mesmo? Então, voltemos logo para Baker Street!
4o lance: a carta Um escândalo na Boêmia Dormi na Baker Street naquela noite, e estávamos tomando o nosso café com torradas quando entrou apressadamente o rei da Boêmia. — O senhor a apanhou realmente? — gritou ele, segurando os ombros de Holmes e olhando-o, aflito. — Ainda não. — Mas tem esperanças de apanhá-la? — Tenho. 150
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— Então vamos, estou impaciente por partir. — Precisamos de um coche. — Não, meu carro está à espera. — Isso simplifica bastante o caso. Descemos e mais uma vez fomos à Vila Briony. — Irene Adler está casada — disse Holmes. — Quando se casou? — Ontem. — Mas com quem? — Com um advogado inglês chamado Norton. — Mas ela não o ama! — Espero que sim. — E por que espera o senhor que sim? — Porque com isso pouparemos muitos temores no futuro a Vossa Majestade. Se a esposa ama o marido, não ama Vossa Majestade, e assim não há razão para interferir nos seus planos. — Isso é verdade, todavia... Bem, gostaria que ela fosse da minha raça e posição. Que elegante rainha teria sido! — Calou-se, e o silêncio continuou até que paramos na Serpentine Avenue. A porta da Vila Briony estava aberta, e uma senhora idosa encontrava-se nos degraus. Fitou-nos quando descemos do carro e em voz sarcástica perguntou: — Sr. Sherlock Holmes, creio? — Sim, sou o sr. Holmes — respondeu o meu companheiro, olhando surpreso para ela. — Deveras! Minha patroa disse que talvez o senhor viesse fazer-lhe uma visita. Ela foi embora com o marido hoje de manhã, no trem que parte às cinco e quinze de Charing Cross para o continente. — O quê? A senhora quer dizer que ela deixou a Inglaterra? — exclamou Holmes, surpreso e desapontado. — Sim, e nunca mais voltará. — E os papéis? — perguntou o rei. — Então está tudo perdido. — Vamos ver. — Holmes entrou bruscamente na casa e dirigiu-se à sala, seguido pelo rei e por mim. A mobília estava em desordem, as gavetas, abertas como se a senhora as tivesse esvaziado para fugir. Holmes foi direto à corda da campainha e abriu a portinhola do armário. Enfiando a mão dentro dele, de lá retirou um retrato e uma carta. O retrato era de Irene Adler em traje de soirée. A carta estava endereçada a “Sherlock Holmes, para ser entregue quando procurada por ele”. Meu amigo abriu-a e nós a lemos juntos. Estava datada da meia-noite do dia anterior e dizia: “Meu caro Sherlock Holmes, O senhor realmente representou muito bem a farsa e enganou-me completamente; até depois do alarme de ‘fogo’ não tive a menor suspeita. Mas quando percebi que me havia traído, comecei a pensar. Eu tinha sido avisada contra o senhor há tempos, e sabia que, se o rei empregasse 151
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qualquer agente, haveria certamente de ser o senhor. Deram-me o seu endereço, e, apesar de tudo, o senhor fez com que eu me traísse e assim ficou sabendo o que queria descobrir. Mas depois de ter tido suspeitas, achei difícil pensar mal de um velho e bondoso clérigo. Mas, não se esqueça, também sou atriz experiente. Roupa masculina não é novidade para mim, e muitas vezes me aproveito da liberdade que ela me proporciona. Mandei John, o cocheiro, vigiá-lo, subi para o quarto, vesti a roupa de passeio, como a chamo, e desci logo depois que o senhor saiu. Bem, segui-o então até sua porta, para ter a certeza de que verdadeiramente eu era objeto de interesse para Sherlock Holmes. Aí, um tanto imprudentemente, saudei-o com um ‘boa-noite’ e fui até o foro ver meu marido. Ambos achamos que a melhor coisa a fazer seria a fuga, quando perseguidos por tão notável antagonista: por isso, encontrará o ninho vazio ao chegar aqui amanhã. Quanto à fotografia, seu cliente pode ficar descansado, sou amada e adorada por um homem muito melhor do que ele. O rei pode fazer o que quiser, que não será incomodado por uma pessoa que ele injuriou cruelmente. Guardarei a fotografia somente para minha segurança, e para conservar uma arma que sempre me há de salvaguardar de qualquer cilada que ele possa armar no futuro. Deixo outra fotografia — talvez ele a queira possuir —, e sou, caro Sherlock Holmes, muito sinceramente, Irene Norton, née Adler.” — Que mulher! Oh, que mulher! — gritou o rei da Boêmia, quando acabamos de ler. — Eu não lhes disse que era esperta e decidida? Pena que não seja da minha posição! — Minha dedução disto tudo é que ela parece ser de um nível muito diferente do de Vossa Majestade — disse Holmes friamente. — Sinto não ter podido dar aos seus negócios uma conclusão mais satisfatória. — Pelo contrário, meu caro senhor — disse o rei —, nada poderia ser melhor. Sei que a palavra dela é inviolável. A fotografia agora está tão segura como se tivesse sido atirada ao fogo. — Regozijo-me que Vossa Majestade diga isso! — Devo-lhe muito, senhor. Diga-me de que modo posso recompensá-lo. Este anel... — e tirou do dedo um anel de esmeraldas que colocou na palma da mão. — Vossa Majestade tem uma coisa a que eu daria mais valor ainda — disse Holmes. — O senhor a terá, diga o que é. — Esta fotografia. — A fotografia de Irene! — exclamou ele. — Com certeza, se a deseja. — Agradeço a Vossa Majestade. Não há nada mais a dizer sobre o assunto. Tenho a honra de desejar-lhe um muito bom-dia. — Curvou-se e, virando-se, sem reparar na mão que o rei lhe estendia, saiu comigo em direção ao seu apartamento.
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Práticas de literatura
Glossário Traje de soirée: traje de gala, de festa. Née: palavra francesa que significa em francês “nascida”. É um costume europeu colocar a palavra née após o nome de uma mulher casada para introduzir seu nome de solteira.
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E foi assim que o reino da Boêmia foi ameaçado por um grande escândalo e que os melhores planos de Sherlock Holmes foram frustrados pela sagacidade de uma mulher. Ele antigamente zombava da esperteza das mulheres, mas ultimamente não o tenho ouvido dizer mais nada. E quando se refere àquele retrato, é sempre sob o título honroso de a mulher. DOYLE, Conan. As aventuras de Sherlock Holmes. Tradução de Hamílcar de Garcia. Rio de Janeiro: Círculo do Livro, 1984. Disponível em: <http://sherlockholmesbr.vilabol.uol.com.br/ umescandalo.htm>. Acesso em: 27 set. 2011.
1. O que você achou do final do conto? Por quê? 2. Em que as atitudes de Irene foram parecidas com as de Holmes?
4. Somente no final o narrador explicita aquilo que o bom leitor já tinha percebido por meio da análise das falas de Holmes: “Ele antigamente zombava da esperteza das mulheres”. • Por que você acha que ele não falou isso antes?
Gostou de acompanhar Holmes pela narração de Watson? Muitos outros enigmas envolvendo essa dupla esperam por você!
Vale a pena ler! Sherlock Holmes: edição definitiva, comentada e ilustrada, de Arthur Conan Doyle. Rio de Janeiro: Zahar, 2010. reproDução
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3. Que atitude de Holmes mostra o quanto ele passou a valorizar Irene?
Edgar Allan Poe: mestre do enigma, mas não só... Os contos de enigma em que Sherlock Holmes é protagonista têm uma estrutura que se repete: um enigma (um crime, um roubo, algo aparentemente sem solução) se coloca como desafio e, como ninguém consegue resolvê-lo, o caso acaba na mão do detetive de Baker Street. O que é narrado ao leitor é a história da investigação, o modo como opera “a mais perfeita máquina de raciocinar e observar”, para chegar à solução do enigma. Como a narração é feita por alguém muito próximo a ele, o fiel amigo e colaborador Watson, e perpassada de diálogos, com falas diretas de Holmes, o leitor ganha uma riqueza de observações, reflexões e comentários que o tornam também íntimo da aventura, em meio a espaços que lembram a Inglaterra Vitoriana. Você já sabe que a literatura se faz de referências do real, mas também de referências de si mesma. Agora, é hora de conhecer um pouco uma importante referência literária com que as aventuras de Sherlock Holmes estão “em diálogo”: os contos de Edgar Allan Poe.
Sir Arthur Conan Doyle mudou a história da literatura policial ao criar Sherlock Holmes. Ícone da virada do século XIX para o século XX e símbolo de uma Inglaterra genial, mas também problemática e ambígua, Holmes tem agora suas aventuras reunidas numa edição comentada e ilustrada, uma obra para fanáticos sherlockianos e também para os que querem começar a se aventurar no mundo de uma das personagens mais carismáticas de todos os tempos. Disponível em: <http://www. zahar.com.br/catalogo_detalhe. asp?id=0973&ORDEM=1>. Acesso em: 14 jul. 2011.
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Práticas de literatura
“Nem tudo está dito ou posto num texto. O texto tem seus implícitos ou pressupostos que também têm de ser compreendidos numa leitura efetiva. Para fazê-lo, o leitor lança mão, ao mesmo tempo, de certas pistas que o autor deixa no texto, do conjunto da significação já construída e de seus conhecimentos de mundo, inclusive lógicos.” (ROJO, Roxane. Letramento e capacidades de leitura para a cidadania. São Paulo: SEE/Cenp, 2004.)
Prepare-se para entrar na trama de “A carta furtada”!
Paris no século XIX. Opera House, c. 1875.
Paris: capital do século XIX “É um modelo irradiador para uma Europa marcada por grandes transformações. O surgimento de fábricas, lojas, armazéns, usinas, asilos, prisões, estações ferroviárias, túneis, revelam o aspecto majestático de uma geografia urbana que a burguesia emergente amplia. Tais construções, feitas para abrigar multidões, constituem o cenário perfeito para o espetáculo das multidões a errar pela cidade.” [...] Disponível em: <http://www. filologia.org.br/ixcnlf/8/13.htm>. Acesso em: 14 jul. 2011. (Fragmento adaptado).
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Vamos lembrar
Clipe stapleton ColleCtion/ CorBis//latinstoCk
É de Poe o primeiro detetive da ficção: a personagem Dupin, que aparece pela primeira vez no conto Os assassinatos da Rua Morgue (em inglês, The murders in the Rue Morgue), publicado na Graham’s Magazine, e em mais dois contos: “O mistério de Marie Roget” (1842) e “A carta furtada” (1844), de que você lerá um fragmento. Dupin vive na agitada Paris do século XIX. É um intelectual que adora charadas e bons livros. Aliás, deve à busca de um livro, na biblioteca de Montmartre, o conhecimento do homem que se tornará seu grande amigo e colaborador na solução dos casos. Como Watson, esse amigo será responsável pela narração da solução dos casos resolvidos por Dupin. Curiosamente, não é revelado o nome dessa personagem. E eis aí uma boa diferença entre os contos de Conan Doyle e os de Poe: na narrativa do escritor americano, as descrições e as indicações de personagens são bem mais misteriosas, e por isso exigem mais poder de inferência e imaginação do leitor.
Jogo 2: A carta furtada
As personagens
D***
M.G*** narrador
Dupin
rainha
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A trama M.G*** é prefeito da polícia parisiense (uma espécie de secretário da segurança) e foi chamado por uma “alta personagem” para descobrir onde está escondido o objeto de um furto. D*** é o ministro real e furtou uma carta que pode comprometer essa alta personalidade, sem que esta nada pudesse ter feito. Com a posse do documento, o ministro passou, então, a chantagear a vítima. O prefeito realizou investigações rigorosas, mas nada descobriu. É aí que o detetive Dupin entra em cena, em busca da carta furtada.
1o lance: o furto da carta Leia o fragmento em que M.G*** descreve o furto da carta a Dupin. Depois, converse com sua turma e com o professor.
[...] O documento em questão... uma carta, para ser franco... fora recebido pela personagem roubada quando esta se achava sozinha no boudoir real. No momento em que o olhava, foi de repente interrompida pela entrada de outra alta personagem, da qual desejava, em especial, escondê-lo. Após uma apressada e vã tentativa de enfiá-la numa gaveta, ela foi obrigada a colocá-la, aberta, sobre a mesa. O endereço, porém, ficou por cima, e com o conteúdo assim não exposto, a carta não chamou atenção. Nessa situação, entra o ministro D***. Seus olhos de lince percebem imediatamente o papel, reconhece a letra do endereço, observa a confusão da personagem endereçada e adivinha seu segredo. Após algumas consultas oficiais, feitas às pressas como sempre, ele tira uma carta mais ou menos semelhante àquela em questão e coloca-a sobre a outra. E volta a conversar, por cerca de quinze minutos, sobre os assuntos oficiais. Finalmente, ao despedir-se, leva também da mesa a carta à qual não tinha direito. A dona de direito viu, mas, por certo, não se atreveu a chamar a atenção para o ato na presença da terceira personagem, que estava a seu lado. O ministro se foi; deixando sua carta... sem importância... sobre a mesa. [...]
Glossário Boudoir: compartimento do palácio em que se recebiam apenas pessoas de confiança. Lince: mamífero carnívoro ao qual se atribui excelente visão.
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A carta furtada
1. O que sugere o segredo em relação aos nomes dos envolvidos? 2. Localize todas as referências à personagem roubada. • É possível deduzir: quem é ela? 3. Quem é provavelmente a personagem que entra enquanto ela olha a carta? 4. O que pode haver na carta para que a personagem roubada queira escondê-la dessa “outra alta personagem”? 155
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Práticas de literatura
5. O narrador afirma que o ministro tem um olhar de “lince”. a) Que efeito de sentido é produzido por essa caracterização? b) Que hipóteses o leitor pode ter sobre o caráter, o comportamento, os valores dessa personagem?
Uma carta comprometedora furtada e nomes de gente importantíssima envolvidos só poderiam resultar em uma tentativa desesperada de encontrar o documento, não é mesmo? M.G*** até tentou fazer isso no palacete do ministro D***... Leia o que o narrador ouviu dele e fique bem atento, pois é exatamente dessas mesmas informações que Dupin partirá...
2o lance: a revista
Quem é Edgar Allan Poe (1809-1849) The Granger Collection/Other Images – Coleção particular
[...] — Que tal detalhar — eu disse — os pormenores de sua busca? — Bem, na verdade, não tivemos pressa, e vasculhamos tudo. Eu tenho longa experiência nessas coisas. Revistei o prédio todo, aposento por aposento; dedicando as noites de toda uma semana a cada um. Examinamos, primeiro, os móveis de cada aposento. Abrimos toda gaveta possível; e suponho que, para um agente da polícia corretamente treinado, é impossível haver gaveta “secreta”. Qualquer homem que deixa escapar-lhe uma gaveta “secreta”, numa busca desse tipo, não passa de um parvo. A coisa é muito clara. Há uma certa quantidade de volume... de espaço em cada gabinete. Depois, temos regras precisas. Não nos escapa nem a quinta parte de uma linha. Depois dos gabinetes, pegamos as cadeiras. As almofadas foram sondadas com as finas e longas agulhas que vocês me viram usar. Tiramos os tampos das mesas. — Por quê? — Às vezes, o tampo de uma mesa, ou de outro móvel semelhante, é retirado pela pessoa que deseja esconder um objeto; depois, escava-se a perna, deposita-se o objeto na cavidade e repõe-se o tampo. Os pés e topos das colunas de camas são usados do mesmo jeito. — Mas a cavidade não pode ser detectada batendo-se? — perguntei. — De jeito nenhum, se, quando se deposita o objeto, colocase em torno dele uma camada suficiente de algodão. Além disso, em nosso caso, éramos obrigados a agir sem fazer barulho. — Mas vocês não poderiam ter retirado... não podiam desmontar todos os móveis nos quais seria possível guardar alguma coisa do jeito que explicou. Pode-se comprimir uma carta num
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A carta furtada
COLE, Timothy. Edgar Alan Poe. Gravura. Século XIX.
Dono de grande capacidade analítica, escreveu contos que assentaram as bases do gênero policial e de mistério que se difundiu no século XX. Também deixou textos nos campos da estética, da crítica e teoria literária. Foram os simbolistas franceses e, em particular, Charles Baudelaire que lhe reconheceram o gênio, e sua obra constituiu uma fonte de inspiração direta para a renovação literária europeia no final do século XIX. Visite o blog dedicado a ele: <http://blogdopoe.blogspot. com>.
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fino rolo em espiral, de forma e volume não muito diferentes de uma grande agulha de tricô, e assim ela pode ser enfiada na travessa de uma cadeira, por exemplo. Vocês não desmontaram todas as cadeiras? — Certamente que não; mas fizemos melhor ainda... examinamos as travessas de todas as cadeiras do palacete, e, na verdade, as juntas de todos os tipos de móvel, com a ajuda de um potentíssimo microscópio. Se houvesse algum vestígio de interferência recente, não deixaríamos de detectar na mesma hora. Um único cisco de pó de verruma, por exemplo, seria tão óbvio quanto uma maçã. Qualquer desordem na cola... uma fenda incomum nas juntas... bastaria para assegurar detecção. — Suponho que tenham olhado nos espelhos, entre as tábuas e as lâminas, e revistado as camas e roupas de cama, assim como as cortinas e tapetes. — Por certo; e quando acabamos de verificar assim, absolutamente, cada partícula de móvel, examinamos a própria casa. Dividimos toda a superfície em compartimentos, que numeramos, para que nenhum ficasse de fora; depois investigamos cada polegada quadrada em todos os aposentos, incluindo as duas casas imediatamente vizinhas, com o microscópio, como antes. — As duas casas vizinhas! — exclamei; — devem ter tido muito trabalho. — Tivemos; mas a recompensa oferecida é prodigiosa. — Você inclui os terrenos em volta das casas? — Todos os terrenos são calçados com tijolos. Deram-nos relativamente pouco trabalho. Examinamos o musgo entre os tijolos, e o encontramos intocado. — Olharam entre os papéis de D***, claro, e entre os livros da biblioteca? — Certamente; abrimos cada pacote e embrulho; não apenas abrimos cada livro, mas passamos cada página de cada volume, não nos satisfazendo com uma mera sacudida, como é moda entre alguns de nossos policiais. Também medimos a grossura de cada capa de livro, com a mais rigorosa medição, e aplicamos a cada um o mais zeloso escrutínio do microscópio. Se houvessem mexido recentemente em qualquer uma das encadernações, seria absolutamente impossível o fato escapar à nossa observação. Examinamos cuidadosamente uns cinco ou seis volumes recém-saídos das mãos do encadernador, no sentido longitudinal, com as agulhas. — Examinaram os pisos embaixo dos tapetes? — Sim. — Olharam nas adegas? — Olhamos. — Então — eu disse — cometeu um erro de cálculo, e a carta não está nos aposentos, como você supõe. — Receio que você tenha razão nesse ponto, disse o Prefeito. — E agora, Dupin, que me aconselharia a fazer? — Uma revista completa dos aposentos.
Glossário Parvo: pessoa que tem pouca inteligência ou pouca capacidade de compreender e avaliar as coisas; tolo. Verruma: ferramenta aguçada, com ponta em forma de hélice, usado para furar madeira; broca. Detecção: descoberta, revelação. Aposentos: compartimento, cômodo de uma casa, especialmente o quarto de dormir. Prodigiosa: fantástica, extraordinária. 157
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— Isso é absolutamente desnecessário — respondeu G***. — Estou tão certo de que a carta não está no palacete quanto estou de que respiro. — Eu não tenho melhor conselho a dar-lhe — disse Dupin. — Você tem, por certo, uma descrição precisa da carta? — Oh, sim! E nesse ponto o Prefeito, pegando uma caderneta de notas, passou a ler em voz alta uma minuciosa descrição da aparência interna, e sobretudo externa, do documento desaparecido. Logo após acabar, despediu-se, de espírito mais inteiramente deprimido do que eu já vira antes o bom cavalheiro. [...] POE, Edgar Allan. In: COSTA, Flávio Moreira da (Org.). Os cem melhores contos de crime e mistério da literatura universal. Rio de Janeiro: Ediouro, 2002. p. 322-334. (Fragmento).
1. O que levou o narrador a dizer a seguinte frase ao Prefeito:
2. Você concorda com essa opinião? Por quê? 3. Copie em seu caderno o conselho que Dupin deu ao prefeito. a) Leia outra passagem, que não está no recorte acima, em que Dupin faz considerações sobre o fracasso da investigação:
“—Talvez seja a própria simplicidade da coisa que os desoriente”. b) Com base no conselho e nessa fala, o que podemos inferir sobre o que pensa Dupin: onde está a carta roubada?
Você, que já percebeu como se joga com contos de enigma, sabe que certamente Dupin achará a carta. A questão que agora interessa é: Como? Pois para outra importante questão — onde? — ele já deu a resposta aos bons leitores. Façamos, pois, com ele, a nova revista do aposento do ministro, acompanhando sua narração!
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“— Então — eu disse — cometeu um erro de cálculo, e a carta não está nos aposentos, como você supõe.”
3o lance: o desfecho A carta furtada [...] “Cheio dessas ideias, preparei-me com uns óculos verdes e visitei uma bela manhã, inteiramente por acaso, o palacete ministerial. Encontrei D*** em casa, bocejando, se espreguiçando e mandriando como sempre, e fingindo achar-se no extremo do ennui. Ele é, talvez, o ser humano mais ativo hoje vivo — mas isso quando ninguém o vê. Para me equiparar com ele, queixei-me dos olhos fracos, e lamentei a necessidade dos óculos, protegido pelos quais examinei cuidadosa e completamente todo o aposento, enquanto parecia atento apenas à conversa de meu anfitrião. 158
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Prestei especial atenção a uma grande escrivaninha perto da qual ele se sentava, e na qual se achava confusamente uma miscelânea de cartas e outros papéis, com um ou dois instrumentos musicais e alguns livros. Ali, porém, após um exame demorado e muito deliberado, nada vi que despertasse particular suspeita. Finalmente meus olhos, fazendo o circuito da sala, caíram num escaninho de cartões de visita com filigranas vulgares, de papelão, pendurado a balançar, com uma fita azul suja, de uma pequena maçaneta de latão na parte inferior da pedra da lareira. Naquele escaninho, que tinha três ou quatro compartimentos, havia cinco ou seis cartões de visita e uma única carta, muito suja e amassada. Estava quase rasgada em duas, no meio — como se um desejo, num primeiro momento, de rasgá-la inteiramente como imprestável houvesse sido alterado, ou detido, no segundo. Tinha um grande lacre negro, com o sinete de D*** muito conspícuo, e era endereçada, numa diminuta letra feminina, a D***, o próprio ministro. Fora enfiada descuidadamente, e até mesmo, parecia, descuidadamente, numa das divisões de cima do escaninho. Tão logo vi essa carta, concluí que era a que eu buscava. Decerto, era, segundo todas as aparências, radicalmente diferente daquela da qual o Prefeito nos lera uma tão minuciosa descrição. Naquela, o lacre era grande e negro, com o sinete de D***; na outra, era pequena e vermelha, com as armas ducais da família S***. Naquela, o endereço do ministro era diminuto e feminino; na outra, o sobrescrito, para uma certa personagem real, era acentuadamente ousado e decidido; só o tamanho correspondia. Mas, então, a radicalidade dessas diferenças, que era excessiva; a sujeira; a condição emporcalhada e rasgada do papel, tão inconsistente com os verdadeiros hábitos metódicos de D***, e tão sugestiva da intenção de iludir quem olhasse, dando-lhe uma ideia da falta de valor do documento; — essas coisas, com a situação demasiado visível do documento, bem à vista de cada visitante, e assim exatamente de acordo com as conclusões a que eu chegara antes; essas coisas, digo, corroboravam com muita força a suspeita em alguém que ali fora com a intenção de suspeitar. Prolonguei a visita o máximo possível, e, quando tinha uma animadíssima discussão com o ministro, sobre um assunto que eu sabia jamais deixar de interessá-lo e excitá-lo, mantinha a atenção grudada na carta. Nesse exame, memorizei sua aparência externa e posição no escaninho; e também acabei por fazer uma descoberta que tranquilizou qualquer dúvida trivial que eu alimentasse. Ao examinar as bordas do papel, vi que estavam mais puídas do que parecia necessário. Apresentavam aquela aparência vincada que se vê quando um papel rígido, depois de dobrado e apertado com uma dobradeira, é redobrado no sentido contrário, nas mesmas arestas ou bordas que formavam a dobra original. Essa descoberta bastava. Estava claro para mim que a carta fora virada, como uma luva, pelo avesso, reendereçada e lacrada. Desejei bom-dia ao ministro e parti logo, deixando uma tabaqueira de ouro sobre a mesa.
Glossário Mandriando: vadiando. Ennui: palavra inglesa que significa tédio, aborrecimento. Anfitrião: indivíduo que recebe convidados para banquete, festa, etc., ou arca com as suas despesas. Deliberado: que foi decidido após discussão ou reflexão. Escaninho: compartimento pequeno em armários, gavetas, caixas, etc. para guardar papéis ou outros objetos. Sinete: espécie de carimbo que pode conter, em alto-relevo, assinatura, brasão, etc. para autenticar um lacre. Armas ducais: armas pertencentes a um duque. Corroboravam: confirmaram, comprovaram. Puídas: bastante gastas. 159
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Na manhã seguinte, passei para pegar a tabaqueira, e retomamos, muito a sério, a conversa do dia anterior. Enquanto fazíamos isso, porém, ouviu-se um alto estampido, como de uma pistola, embaixo das janelas do palacete, sucedido por uma série de berros pavorosos e dos gritos de uma multidão aterrorizada. D*** correu à janela, abriu-a e olhou para fora. Nesse meio tempo, eu me encaminhei para o escaninho, peguei a carta, guardei-a no bolso e substituí-a por um fac-símile (no aspecto externo) que preparara com todo cuidado em meus aposentos — imitando o sinete de D***, com muita facilidade, com um sinete feito de pão. A perturbação na rua fora causada pelo frenético comportamento de um homem com um mosquete. Ele o disparara entre uma multidão de mulheres e crianças. Revelou-se, porém, que não tinha bala, e deixaram o sujeito seguir seu caminho, como um lunático ou um bêbedo. Quando ele se foi, D*** veio da janela, aonde eu o seguira imediatamente após obter o objeto em vista. Logo depois, despedi-me dele. O suposto lunático estava a meu soldo.” — Mas que objetivo tinha você — perguntei — ao substituir a carta por um fac-símile? Não teria sido melhor, na primeira visita, tê-la pegado abertamente e partido? “Seu palacete, também, não deixa de ter criados dedicados ao interesse dele. Houvesse eu feito a louca tentativa que você sugere, talvez jamais saísse vivo da presença do ministro. A boa gente de Paris talvez não mais ouvisse falar de mim. Mas eu tinha um objetivo além dessas considerações. Você conhece minhas simpatias políticas. Nesse caso, estou agindo como partidário da senhora interessada. Durante um ano e meio, o ministro a teve em seu poder. Agora ela o tem no dela... uma vez que, não sabendo que a carta não está em sua posse, ele continuará com as extorsões como se estivesse. Assim, irá inevitavelmente empenhar-se, de uma vez, em sua própria destruição política. Sua queda, também, será tão precipitada como inábil. Está muito bem falar do faciis descensus Averni; mas em todo tipo de subida, como disse Catalani do canto, é muito mais fácil subir do que descer. No presente caso, eu não tenho simpatia... pelo menos, piedade... por aquele que desce. Ele é aquele monstrum horrendum, um homem de gênio sem princípios. Confesso, porém, que gostaria muito de conhecer o caráter exato de seus pensamentos, quando, ao ser desafiado por aquela que o Prefeito qualifica como ‘uma certa personagem’, se vir reduzido a abrir a carta que eu lhe deixei no escaninho de cartões.” — Como? Você escreveu alguma coisa em particular nela? “— Bem... não parecia muito direito deixar o interior em branco... isso teria sido insultante. D***, certa vez em Viena, me fez passar um mau bocado, que eu disse, com bom humor, que ia
Glossário Fac-símile: reprodução exata de um texto, desenho, etc. por equipamento fotomecânico (foto, scanner, xerografia, etc.). Mosquete: antiga arma de fogo semelhante à espingarda. A meu soldo: a meu serviço. Faciis descensus Averni: expressão latina, retirada de Virgílio, que significa “é fácil a descida do Inferno”. Monstrum horrendum: monstro horrendo. Crébillon: Prosper Crébillon, poeta francês, autor do livro que dramatiza a cruel vingança do rei Atreu contra Tiestes (na mitologia grega, os dois irmãos são eternos rivais e Atreu ilude Testes e o faz comer os próprios filhos sem saber).
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Práticas de literatura
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lembrar. Assim, como sabia que ele ia sentir alguma curiosidade sobre a identidade da pessoa que lhe passara a perna, julguei uma pena não lhe dar uma pista. Ele conhece bem a minha letra, e eu simplesmente copiei no meio da folha em branco as palavras: Un dessein si funeste, S’il n’est digne d’Atrée, est digne de Thyeste.”* Estão em Atrée, de Crébillon.” POE, Edgar Allan. In: COSTA, Flávio Moreira da (Org.). Os cem melhores contos de crime e mistério da literatura universal. Rio de Janeiro: Ediouro. * Uma intenção tão funesta, se não é digna de Atrée, é digna de Thyeste.
1. O que você achou de desfecho do conto? Por quê?
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2. Dupin, como Sherlock Holmes, não quer apenas desvendar o mistério, quer também se divertir por meio do uso da inteligência e da lógica. Que ação dele comprova isso? 3. Que característica da personagem se revela no fato de ele fazer citações em latim de textos clássicos? 4. Leia.
A citação que Dupin deixa escrita na carta se refere a um dos mais cruéis mitos gregos. Dois irmãos, Atreu e Tiestes, disputam um reino e a mesma mulher. Atreu, sabendo que a esposa Europa o traíra com Tiestes, arma uma cilada: convida o irmão para um jantar, em que lhe serve os próprios filhos. • Que efeitos de sentido essa citação pode ter na carta que Dupin deixa para D***?
Quer conhecer mais dos contos de Edgar Allan Poe? Não deixe de conferir a dica de leitura ao lado!
Vale a pena ler! Histórias extraordinárias, de Edgar Allan Poe. São Paulo: Companhia de Bolso, 2008. Prepare-se para uma leitura de arrepiar! Os contos deste livro, selecionados e traduzidos por José Paulo Paes, são alguns dos melhores criados por Edgar Allan Poe. Entre eles estão os conhecidos “O gato preto” e “O poço e o pêndulo”.
Por que nem tudo é elementar... Sherlock Holmes e Dupin são personagens que “encarnam” ideias importantes para a mentalidade do século XIX. É o caso da crença na capacidade da razão, do uso do pensamento lógico, para se chegar à verdade e ao conhecimento. Assim, lê-los é um jeito prazeroso de brincar com a lógica e de conhecer de um modo diferente aspectos ideológicos de outra época. Agora que você experimentou o que é descobrir um enigma, está na hora de experimentar o que não pode ser descoberto, ou, talvez, sequer explicado... Não é à toa que Poe, escritor profundo, fez, além dos contos enigmáticos, outros tantos, em que a lógica de Dupin pouco funcionaria... Até o próximo capítulo, jovem leitor, quando nos encontraremos em meio ao mistério dos contos fantásticos... 161
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Caderno de Estudos de língua e linguagem Apresentação Um caderno de estudo e investigação das possibilidades da língua Ei, você... Já parou pra pensar que, em quase tudo o que você faz, a língua — falada ou escrita — está presente? E então, perguntamos: Que coisa é essa que chamamos de língua? Qual é a sua importância? Pra que ela serve? O que podemos fazer com ela? Como podemos usá-la? Podemos modificá-la? Já pensou nisso tudo? Neste Caderno de Estudos de língua e linguagem, você terá a oportunidade de exercer o papel de curioso, de pesquisador dessa língua que chamamos de língua portuguesa e que você já conhece e usa muito bem! Você vai dar uma de “filósofo da linguagem” e de gramático! Vai descobrir que há muito o que investigar e aprender sobre ela, apesar de tudo o que você já sabe! Chegou a hora! Se liga nessa parada com a galera e se abra para conhecer as múltiplas faces de camaleão dessa nossa língua portuguesa!
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Unidade 1
Língua e linguagem • Capítulo 1: Sinonímia e antonímia • Capítulo 2: O uso de recursos expressivos da língua Unidade 2
Língua e gramática normativa • Capítulo 1: Período composto • Capítulo 2: Período composto por coordenação • Capítulo 3: Operadores argumentativos Unidade 3
Ortografia e pontuação • Capítulo 1: Ortografia • Capítulo 2: Acentuação das palavras • Capítulo 3: Pontuação
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UNIDADE
Estudos de língua e linguagem
1
Língua e linguagem
O que é isso? Observe as relações estabelecidas nas tiras de Hagar e de Calvin.
Tira 1
BROWNE, Chris. Hagar, o horrível. Disponível em: <http://cafecomgibi.files.wordpress. com/2009/04/hagar_15-04-06_pt.gif>. Acesso em: 10 jul. 2011.
Tira 2 Bil Watterson 1991 WattersOn/dist. By uniVersaL ucLicK
CALVIN
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Chris Browne 2011 King Features syndicate/ipress
HAgAr
Discuta com a turma
Sobre a tira 1 1. Qual é o drama vivido por Helga, esposa de Hagar? 2. Observe atentamente o enquadramento dos dois quadrinhos que compõem a tira. 188
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a) Descreva, com detalhe, a cena que você vê no primeiro quadro. b) A cena do segundo quadro é exatamente a mesma do primeiro quadro? c) A maneira como o quadrinista escolheu enquadrar as cenas ajudou a dar mais dramaticidade à fala de Helga? Comente. 3. Em relação à linguagem verbal que compõe a tira, duas expressões usadas por Helga foram fundamentais para construir o sentido de sua fala. a) Quais são elas? b) O uso dessas duas expressões sinaliza que a vida que Helga esperava é a vida que ela tem? Comente. c) Se você tivesse de substituir essas duas expressões por outras que exprimissem o sentido mais literal do que Helga quis dizer ao usá-las, por quais outras palavras ou expressões você as substituiria? d) Em sua opinião, o que Helga disse a Hagar teria o mesmo impacto se ela tivesse usado as palavras ou os termos que você escolheu? Explique. 4. Para concluir essa conversa, volte a observar a tira com todas as linguagens que a compõem. a) Que elementos do segundo quadrinho ajudam a construir o efeito de dramaticidade da resposta de Helga? b) No contexto da tira, considerando o que você já sabe sobre as personagens, essa dramaticidade foi criada com a intenção de ser triste ou engraçada? Por quê?
Sobre a tira 2 1. Qual é o drama vivido por Calvin e seu bichinho de pelúcia, Haroldo? 2. Que argumento Calvin usa para tentar mudar a decisão de sua mãe? É um argumento razoável? Por quê? 3. No último quadrinho, Calvin obedece à sua mãe, mas lhe faz uma crítica com a frase: “Mãe e bom senso são como água e óleo”. a) O que ele quis dizer sobre ela ao usar essa frase? b) Explique a comparação que Calvin fez ao criticar sua mãe.
Sobre as duas tiras Observe os termos que foram importantes na construção do efeito de sentidos das tiras:
“uma vida de conto de fadas” e “tenho vivido um conto de terror” “Mãe e bom senso” e “Água e óleo” • Qual é a relação de sentido entre o primeiro par de termos? E entre o segundo par?
Será que é mesmo? Nesta unidade iremos discutir dois tipos de relações que as palavras podem estabelecer entre si na construção dos nossos textos falados e escritos e que ajudam a produzir os efeitos que intencionamos: as relações de semelhança e de oposição de sentidos. Também veremos outros usos expressivos da língua (figuras de linguagem) que podem se apoiar nessas relações. 189
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Capítulo
1
Sinonímia e antonímia
Você já estudou que a polissemia é uma ocorrência da língua em que uma mesma palavra adquire sentidos diferentes, dependendo do contexto em que ela aparece. Além da polissemia, há outros fenômenos da língua que explicam outros tipos de relações de sentido que podem existir entre as palavras. Estudaremos dois deles: a sinonímia e a antonímia. • Afinal, o que é sinonímia? Que tipo de relação de sentido existe entre palavras consideradas sinônimas? • E o que é antonímia? Que tipo de relação de sentido existe entre as palavras consideradas antônimas? • Podemos substituir uma palavra sem alterar o sentido do que está sendo dito? Ou seja, podemos usar diferentes palavras para expressar um mesmo sentido, uma mesma coisa, ideia ou sentimento? • Podemos encontrar uma palavra que tenha sentido oposto ao de outra palavra? • Palavras consideradas sinônimas são assim em qualquer situação? E com as antônimas acontece o mesmo?
Sinonímia
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Como é que é?
1. Compare as duas frases. Ele passou o dia todo me chateando! Ele passou o dia todo me enchendo!
a) O que há de semelhante e de diferente entre elas? b) Essas frases poderiam ser usadas igualmente em qualquer situação em que você quisesse dizer o quanto alguém o incomodou? Explique. c) Nas frases em destaque há duas palavras sinônimas, considerada a situação de comunicação indicada na questão anterior. I. Quais são essas palavras? Verbetes de dicionário são os textos que apresentam as acepções de cada palavra, no dicionário.
II. Como você explicaria o motivo de essas palavras serem sinônimas? 2. Analise, agora, os verbetes de dicionário de dois dos verbos usados nas frases que você observou.
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CHATEAR
Datação: 1913
verbo transitivo direto, intransitivo e pronominal
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1. Uso: informal. causar aborrecimento (a) ou aborrecer-se; apoquentar(-se), amolar(-se), irritar(-se) Exs.: c. o próximo até mais não poder / ironiza só para c. / c.-se com ninharias transitivo direto, intransitivo e pronominal 2. Uso: informal. causar tédio (a) ou entediar-se; enfadar, cacetear, paulificar Exs.: c. o público com uma len-
ENCHER
ga-lenga / a repetição chateia / c.-se em reuniões formais intransitivo 3. pôr-se de cócoras; abaixar-se, agachar-se intransitivo 4. tornar-se submisso; rebaixar-se, humilhar-se intransitivo 5. correr (o animal) velozmente e rente ao chão Sinônimos/variantes ver sinonímia de cacetear
Datação: s XIII
verbo transitivo direto e pronominal 1. ocupar o espaço de; ser o con- 7. impor carga excessiva; sobreteúdo de; tornar(-se) cheio carregar, cumular Exs.: e. o copo / a banheira Ex.: encheu o acusado de perencheu-se rapidamente guntas transitivo direto intransitivo 2. consumir toda a disponibili- 8. tornar-se paulatinamente dade de; ocupar, tomar cheio Ex.: o trabalho enche seu tempo Ex.: a maré encheu transitivo direto e pronominal transitivo direto, intransitivo e pronominal 3. aplacar a fome, a sede de; saciar(-se), fartar(-se) 9. Regionalismo: Brasil. Uso: transitivo direto informal. entediar(-se), aborrecer(-se) 4. cumprir ou executar (tarefa, Exs.: não me venha e. com obrigação etc.) essas querelas / aquele rapaz transitivo direto enche / encheu-se do namora5. irradiar-se ou espalhar-se por do e foi embora Ex.: seu perfume encheu o ambiente Sinônimos/variantes transitivo direto abarrotar, atulhar, carregar, 6. existir ou apresentar-se em cobrir, completar, empachar, considerável quantidade em entulhar, inundar, lotar, Ex.: multidões enchiam as praças pejar-se, preencher; ver tb. bitransitivo sinonímia de cacetear INSTITUTO ANTÔNIO HOUAISS. Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa 3.0. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.
a) Analisando cada um dos verbetes, poderíamos dizer que os verbos encher e chatear são palavras polissêmicas? Explique sua resposta apresentando exemplos dos verbetes.
Vamos lembrar Já vimos que um tipo de relação possível entre as palavras pode se dar pela polissemia (poli = muitos; sema = sentido, significado): quando uma mesma palavra tem seu sentido alterado ao ser usada em situações diferentes. Exemplo: Ela cantou lindamente no show de ontem à noite. Aquele rapaz cantou todas as garotas da festa.
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b) Veja, a seguir, as substituições feitas na frase “Ele passou o dia todo me enchendo”, considerando as várias acepções que aparecem no verbete encher. Ele passou o dia todo me ocupando. Ele passou o dia todo me saciando. Ele passou o dia todo me sobrecarregando.
Preste atenção às respostas da questão 2 e mantenha-as anotadas no caderno, pois você precisará retomá-las para sistematizar o que estudou, no final do capítulo.
• Se você quisesse substituir a palavra encher por essas possibilidades, todas as frases teriam o mesmo sentido da original? Por quê?
3. Volte aos verbetes e localize onde são indicados os sinônimos dos verbos chatear e encher. a) O que aparece como sinônimo em cada um dos verbetes? b) Repare que na referência aos sinônimos aparece a indicação “Sinônimos/variantes”. Por que esses sinônimos são chamados também de variantes? Para ajudá-lo a pensar, considere o boxe a seguir, que trata da variação linguística. 4. Agora, vamos ver de perto outro verbete indicado como sinônimo de chatear e de encher. CACETEAR
Datação: 1899
verbo transitivo direto e intransitivo 1. m.q. cacetar (‘bater; desferir cacetadas’) transitivo direto, intransitivo e pronominal 2. Regionalismo: Brasil. causar aborrecimento (a) ou aborrecer-se; chatear(-se), maçar(-se) Exs.: não faz outra coisa que não seja c. (os outros) / logo caceteei-me Sinônimos/variantes abespinhar, aborrecer, amofinar, amolar, aperrear, apoquentar, aporrinhar, arreliar, atazanar, atormentar, azucrinar, chatear, contrariar, desagradar, desaprazer, desassossegar, descontentar, encher, enfadar, enfurecer, enraivecer, entediar, exasperar, impacientar, importunar, incomodar, inquietar, irritar, maçar, melindrar, molestar, perturbar, preocupar, vexar Antônimos agradar, alegrar, aprazer, comprazer, contentar, deleitar, deliciar, desanuviar, desenfadar, desentediar, distrair, divertir, entreter, espairecer, jovializar, letificar, recrear, satisfazer; ver tb. sinonímia de acalmar
Vamos lembrar Variação linguística A língua varia: • no tempo (variação histórica): sua avó, por exemplo, encontrava reclames e não anúncios nas revistas. • no espaço (variação geográfica): a pronúncia de certas palavras pode ser diferente em cada região do Brasil. O vocabulário também pode variar: mandioca no sudeste, macaxeira no norte e nordeste. • socialmente (variação social): dependendo da classe social e do nível de escolaridade das pessoas, por exemplo, também há variação da língua. • situacionalmente (variação situacional): de acordo com a situação comunicativa podemos ser mais ou menos formais, usar gírias ou não.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
c) Seria possível usar todas as acepções da palavra chatear para substituí-la na frase “Ele passou o dia todo me chateando”? Por quê? d) Comparando os dois verbetes. I. Há sentidos diferentes entre eles? Explique sua resposta. II. E há sentidos semelhantes? Explique sua resposta. III. Chatear e encher são palavras sinônimas em qualquer situação de uso?
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a) Qual das acepções do verbete é a mais adequada como sinônimo de encher e chatear? b) Na lista de sinônimos, há grande variedade de palavras apresentadas. Essas palavras são sinônimas de quais das acepções apresentadas no verbete? Explique sua resposta. c) Copie o quadro a seguir no caderno e separe as palavras dessa lista de sinônimos em dois grupos: as que você usaria para substituir encher ou chatear e as que você não usaria. Depois, explique por que não usaria as do segundo grupo. Sinônimos de encher e chatear que eu usaria
Sinônimos de encher e chatear que eu não usaria
5. Com seus colegas, leia a crônica a seguir.
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Chatear e encher Um amigo meu me ensina a diferença entre “chatear” e “encher”. Chatear é assim: Você telefona para um escritório qualquer na cidade. — Alô! Quer me chamar, por favor, o Valdemar? — Aqui não tem nenhum Valdemar. Daí a alguns minutos você liga de novo: — O Valdemar, por obséquio. — Cavalheiro, aqui não trabalha nenhum Valdemar. — Mas não é do número tal? — É, mas aqui não trabalha nenhum Valdemar. Mais cinco minutos, você liga para o mesmo número: — Por favor, o Valdemar já chegou? — Vê se te manca, palhaço. Já não lhe disse que o diabo desse Valdemar nunca trabalhou aqui? — Mas ele mesmo me disse que trabalhava aí. — Não chateia. Daí a dez minutos, liga de novo. — Escute uma coisa! O Valdemar não deixou pelo menos um recado? O outro desta vez esquece a presença da datilógrafa e diz coisas impublicáveis. Até aqui é chatear. Para encher, espere passar mais dez minutos, faça nova ligação: — Alô! Quem fala? Quem fala aqui é o Valdemar. Alguém telefonou para mim? CAMPOS, Paulo Mendes. Para gostar de ler. São Paulo: Ática, 1983. p. 35. v. 2. © by Joan A. Mendes Campos.
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a) O que você achou da crônica? Engraçada? Interessante? Irritante? Por quê? b) Recorrendo aos verbetes, qual seria o sentido mais adequado para chatear e para encher nessa crônica? c) Considerando a sua resposta anterior, você diria que essas palavras são tratadas como sinônimas, no dicionário? Explique. d) De acordo com o cronista, existe diferença entre chatear e encher? e) A sua resposta ao item c muda de algum modo a resposta dada ao item b? Por quê? f) Você concorda com o cronista sobre o que ele diz de chatear e encher? g) Volte à lista dos sinônimos de cacetear e forme outras duas duplas de palavras que poderiam substituir o título da crônica “Chatear e encher”, considerando os sentidos que o cronista deu a esses verbos no texto.
Fique de olho: as respostas da questão 5 também vão ajudá-lo a apresentar suas reflexões sobre o que foi estudado, no fim do capítulo.
O que entra em jogo na escolha de uma entre tantas palavras sinônimas Você já discutiu com os colegas o que caracteriza as palavras sinônimas. Agora, vamos ver o que pode influenciar na escolha de uma entre várias palavras sinônimas.
Texto 1
Converse com o colega Você vai ler o trecho de um texto que fala de retrato e de foto (ou fotografia). Antes, porém, discuta com seu colega os três verbetes apresentados no quadro a seguir. RETRATO
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6. Para finalizar, reflita sobre esta questão: você acha que existem sinônimos perfeitos? Ou seja, existem palavras com sentidos exatamente iguais, que podem ser trocadas uma pela outra sem mudar nada o sentido do que dissemos?
Datação: s XV
substantivo masculino 1. imagem de uma pessoa (real ou imaginária), reproduzida por pintura, desenho, fotografia etc. 2. Derivação: por metonímia. obra artística em que se reproduz essa imagem Ex.: galeria de r. feitos pelos pintores espanhóis 3. Regionalismo: Brasil. m.q. fotografia (‘imagem obtida’) 4. pessoa cujos traços fisionômicos, constituição física etc. são muito semelhantes aos de outra; sósia 5. modelo, exemplo de pessoa ou coisa detentora de certas características em alto grau Exs.: era um r. da honestidade / seu quarto era um r. da bagunça 6. Derivação: por metáfora. descrição dos traços, ou do caráter de pessoa, coisa, época etc. Exs.: fez um r. preciso da situação / um r. do americano médio
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FOTO
Datação: 1942
substantivo feminino m.q. fotografia (‘imagem’)
FOTOGRAFIA
Datação: 1858
substantivo feminino 1. arte ou processo de reproduzir imagens sobre uma superfície fotossensível (como um filme), pela ação de energia radiante, esp. a luz 2. Derivação: por metonímia. a imagem obtida por esse processo; foto, retrato 3. Derivação: sentido figurado. reprodução ou cópia fiel de algo
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INSTITUTO ANTÔNIO HOUAISS. Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa 3.0. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.
1. Nas várias acepções apresentadas para as palavras retrato e fotografia (foto), há semelhanças e diferenças de sentido? Explique sua resposta, recorrendo aos verbetes. 2. De acordo com o que você discutiu a respeito dos verbetes, essas palavras podem ser tratadas como sinônimas? Por quê? 3. Agora, observe a datação de cada verbete e indique qual deles está há mais tempo na nossa língua e qual é o mais novo. Por que você acha que há essa diferença?
Você e o seu retrato Quem fala “retrato” já confessou a idade. É velho. Hoje se diz “foto”. Segundo o Aurélio, as duas palavras são sinônimas. Não são. Os dicionários frequentemente se enganam. “Retrato” e “foto” são habitantes de mundos que não se tocam. A “foto” pertence ao mundo da banalidade: o piquenique, o turismo, a festa. Combina com Bic, com chicletes, com Disneylândia. Tirar uma foto é gesto automático, não precisa pensar. É só apertar um botão. Um “retrato”, ao contrário, só aparece ao fim de uma meditação metafísica, religiosa. É o ponto final de uma busca. O retratista busca capturar um pássaro mágico invisível que mora na pessoa a ser retratada e que, vez por outra, faz uma aparição efêmera. Um retratista é um caçador de almas. [...] ALVES, Rubem. Navegando. São Paulo: Papirus, 2000. p. 39-40. (Fragmento).
1. De acordo com o cronista, qual é a diferença entre retrato e foto? 2. Nos verbetes de dicionário que você leu, essa diferença está registrada? Explique. 3. Qual dos termos você usa mais no dia a dia?
Glossário Banalidade: condição ou atributo do que é banal, comum. Metafísica: que vai além da natureza física das coisas. Efêmera: passageira, temporária, transitória.
A época, a idade e a escolha dos sinônimos Um dos motivos que podem nos levar a fazer a escolha da palavra sinônima que vamos usar – conscientemente ou não – tem a ver com o uso mais frequente da palavra no meio e na época em que vivemos. Algumas palavras são mais “velhas” que outras porque começaram a fazer parte da língua mais cedo. Além disso, dependendo da nossa “tribo”, também podemos usar palavras que tenham um sentido ou traduzam uma ideia diferente daquelas que são mais comuns ao grande público.
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4. Você concorda com o cronista, quando ele diz que quem usa um termo ou outro mostra a idade? Explique. 5. Você conhece alguma outra palavra que teria sinônimos mais “velhos”, que quase não se usa mais?
Texto 2 Diogo Salles
SALLES, Diogo. Urbanóide.Disponível em: <http://www.diogosalles. com.br/tirinhas.asp>. Acesso em: 27 set. 2011
1. O que o homem de boné está querendo de Urbanóide? 2. Para expressar esse seu pedido, o flanelinha usa palavras diferentes na sequência das duas tiras. a) Que palavras são essas? b) Elas são consideradas palavras sinônimas, segundo o dicionário? Explique recorrendo ao que dizem os verbetes. c) Elas poderiam ser consideradas palavras sinônimas nesse contexto? Por quê? d) Que palavra poderia ter sido usada como sinônima para deixar explícito, claro, o que o flanelinha queria? e) No último quadrinho, na fala do flanelinha, está implícita a palavra contribuição. Ela tem o mesmo sentido do primeiro uso dessa palavra feito por ele? 3. Você acha que Urbanóide realmente não entendeu o que o homem de boné queria na primeira tira? Explique sua resposta. 4. Considerando o contexto da situação, o primeiro termo usado pelo flanelinha está adequado ou não? Explique. 5. Considerando as palavras usadas como sinônimos na sequência das duas tiras, qualquer um deles poderia ser usado em uma situação formal? Por quê?
Converse com a turma
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
diOgO saLLes/JOrnaL da tarde
UrBANÓIDE
1. Qual é a situação vivida pelas personagens na sequência de tiras? 2. O homem de boné está na função de guardador de carros, conhecido nas grandes cidades do Brasil por “flanelinha”. a) Qual é a reação do flanelinha, no último quadrinho, à pergunta de Urbanóide, feita no quadrinho anterior? b) Discuta com a turma as razões de reações como essa nas grandes cidades.
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6. O que a discussão sobre as palavras dessa tira pode acrescentar ao conceito de sinônimos?
Situação de comunicação e as escolhas dos sinônimos Como sempre enfatizamos, a situação de comunicação em que nos envolvemos nos orienta nas escolhas das palavras, ao construirmos nossos discursos. Não é diferente com a escolha de uma palavra entre vários sinônimos. A maior ou menor formalidade da situação, associada às nossas intenções, pode nos fazer escolher entre dizer “Você está irritante” e “Você está sendo inoportuno”. Veja que a escolha da última forma é uma maneira de modalizar o que falamos, com a intenção de tornar mais amena a nossa opinião a respeito do outro.
A resposta da questão 6 também vai ajudá-lo a sintetizar o que você aprendeu, respondendo às perguntas, no fim do capítulo.
Texto 3 Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Compensação Os homens que se dedicam ao golfe são os que não jogaram bolita quando meninos. QUINTANA, Mario. Poesia completa: em um volume. In: CARVALHAL, T. F. (Org.). Mario Quintana: poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2005. p. 330. © by Elena Quintana.
Diferenças regionais e a escolha dos sinônimos A escolha entre dois ou mais sinônimos pode se dar pela fidelidade às características regionais da fala. Como já dito, no dia a dia usamos aquelas que nos são mais familiares e o fato de vivermos em um país tão grande e com tantas culturas ajuda a termos muitas palavras com sentidos semelhantes. Entretanto, há situações em que precisamos fazer uma escolha. Se estamos escrevendo um conto, por exemplo, e temos uma personagem que queremos mostrar que é de outra região, podemos fazer isso também pela linguagem. E, neste caso, fará diferença escolher bolita ou gude. 1. O poeta faz referência a dois jogos. Quais? 2. Qual a diferença entre eles? Se necessário, consulte o dicionário. 3. Apesar dessas diferenças, há algo em comum entre os dois jogos que levou o poeta a relacioná-los, no texto. O que seria? 4. Considerando suas respostas às questões anteriores, como você explica o título do poema: “Compensação”? 5. Consulte o dicionário: por quais outras palavras sinônimas poderia ser substituído o nome dado ao jogo infantil? Liste algumas. 6. Qual dessas palavras é mais usada em sua região? E de que região são as outras? (Essa informação está nos verbetes dessas palavras.) 197
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Antônimos
Quem é José Aguiar
arQuiVO dO autOr:
cOLetiVO pOntO 50
Depois de ter estudado bem de perto a relação de sentido que se estabelece entre as palavras sinônimas, chegou o momento de conhecer outro tipo de relação de sentido possível entre as palavras. Para você começar a construir o conceito de antonímia, leia os dois primeiros textos a seguir, e discuta com sua turma o que é proposto.
Texto 1 Malu é a personagem protagonista do Folheteen, uma HQ que aborda os momentos de crise vividos pelos adolescentes. Observe este momento dela.
Aguiar, José. Folheteen. Disponível em: <http://joseaguiar.com.br/blog/?p=1402>. Acesso em: 20 jul. 2011.
Vamos lembrar Um dos modos de classificar as palavras de uma língua é por sua origem e formação. Vamos rever duas classificações desse tipo: • primitivas — palavras que não se formam com base em nenhuma outra e servem de ponto de partida para formar outras palavras: papel, banana, calor, sol; • derivadas — palavras que foram formadas a partir de outra palavra considerada primitiva: papelaria, banana-prata, caloria, ensolarado.
É formado em Artes Plásticas pela FAP (Faculdade de Artes do Paraná) e professor de HQs na gibiteca de Curitiba. Aguiar também atua como ilustrador publicitário, editorial e para teatro. Em Folheteen o artista fala do momento conturbado pelo qual todos passam: a adolescência, com suas inúmeras dúvidas e encanações. A personagem central é Malu, uma típica adolescente, que vive em conflito não só com seu rótulo “teen”, mas também com todo mundo a seu redor. Ainda assim, ela encanta a todos. Afinal, quem já não foi (ou será) meio Malu?
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José Aguiar JOsÉ aguiar
MALU
José Aguiar, em São Paulo, 2010.
1. Qual é a situação vivida por Malu? 2. Há, de fato, um “equilíbrio” nessa situação, como pretende sinalizar o título da tira? Explique. 3. Duas palavras são fundamentais para a construção do sentido da tira: uma primitiva e outra, derivada dessa primitiva. a) Que palavras são essas? b) Elas têm sentidos semelhantes ou diferentes? Explique sua resposta recorrendo ao dicionário, se necessário. 198
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4. Agora, observe a escrita dessas palavras. a) O que foi acrescentado à palavra primitiva? b) Essa parte acrescentada no início da palavra é chamada de prefixo. Qual é o sentido que ele passa a dar à palavra primitiva? 5. Podemos classificar essas duas palavras como antônimas. Neste caso, como você explicaria o que é uma palavra antônima?
Texto 2 Leia este poema paródia de José Paulo Paes.
A resposta da questão 5 é mais uma daquelas que vai ajudá-lo a retomar o que estudou, no fim do capítulo.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Canção do exílio facilitada lá? ah! sabiá... papá... maná... sofá... sinhá... Glossário
cá? bah!
Exílio: situação da pessoa que PAES, José Paulo. Meia palavra: cívicas, eróticas e metafísicas. São Paulo: Cultrix, 1973.
deixa sua pátria, por livre escolha ou porque foi obrigada a isso. Por extensão de sentido, também indica o lugar onde vive o exilado.
No século XIX, o poeta gonçalves Dias escreveu o poema “Canção do exílio”. Nele, exaltava as belezas do Brasil em comparação com Portugal, país em que estava quando o escreveu. Veja a primeira estrofe:
Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. No século XX, o poeta José Paulo Paes fez o poema paródia (imitação cômica, divertida ou crítica) que você acabou de ler. 1. Considerando as informações sobre o texto original parodiado, responda às questões a seguir. a) Explique o título dado à paródia. Por que “Canção do exílio facilitada”? b) Onde seria o cá e onde seria o lá citados pelo eu lírico? 199
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c) Copie a opção adequada no caderno: essas duas palavras são advérbios que marcam... • tempo • lugar • dúvida • lugar e tempo d) O que o eu lírico sente em relação ao cá e em relação ao lá? 2. Se eliminássemos as palavras cá e lá desse poema, o texto manteria sentido? Explique. 3. Em que esse par de palavras cá e lá se assemelha ao par de palavras analisado no texto 1? 4. Você diria que essas palavras podem ser classificadas como sinônimas ou como antônimas? Explique sua resposta. 5. No contexto do poema, as interjeições ah! e bah! também se classificam do mesmo modo? Por quê? 6. A interjeição ah! sempre terá esse mesmo sentido expresso no poema de José Paulo Paes? Explique. Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
7. O que a reflexão da questão anterior pode acrescentar ao conceito de antônimo?
Como podemos formar pares antônimos? Na tira de Malu, analisamos o par de antônimos vantagem × desvantagem e, no poema de José Paulo Paes, vimos o par cá × lá. Nas próximas atividades, vamos observar melhor os diferentes modos de formar pares de sinônimos, quando precisamos usá-los. 1. Vamos começar analisando mais uma tira de Hagar, que nos mostra ele e seu filho, Hamlet, conversando. Chris Browne 2011 King Features Syndicate/Ipress
Hagar
BROWNE, Chris. Hagar, o horrível. Disponível em: <http://x-box306.blogspot.com/ 2011/05/quadrinhos-engracados-de-hagar.html>. Acesso em: 10 jul. 2011.
a) O que Hagar está ensinando ao filho? b) Hagar se colocaria em qual dos grupos que cita? Por quê? (Leia o boxe ao lado para ajudá-lo na resposta.) c) Os dois grupos citados pela personagem formam um par de palavras antônimas. Escreva-as em seu caderno e explique por que são antônimas. d) Qual das palavras foi o ponto de partida para a criação do seu antônimo? 200
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e) Para termos o antônimo dessa palavra, foi necessário colocar diante dela um advérbio. Qual? f) Haveria outro modo de apresentar a palavra antônima, neste caso? Consulte o dicionário para ter certeza. 2. Releia um dos verbetes de dicionário vistos no estudo dos sinônimos, observando também os antônimos apresentados: CACETEAR
Datação: 1899
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verbo transitivo direto e intransitivo 1. m.q. cacetar (“bater; desferir cacetadas”) transitivo direto, intransitivo e pronominal 2. Regionalismo: Brasil. causar aborrecimento (a) ou aborrecer-se; chatear(-se), maçar(-se) Exs.: não faz outra coisa que não seja c. (os outros)/ logo caceteei-me Sinônimos/variantes abespinhar, aborrecer, amofinar, amolar, aperrear, apoquentar, aporrinhar, arreliar, atazanar, atormentar, azucrinar, chatear, contrariar, desagradar, desaprazer, desassossegar, descontentar, encher, enfadar, enfurecer, enraivecer, entediar, exasperar, impacientar, importunar, incomodar, inquietar, irritar, maçar, melindrar, molestar, perturbar, preocupar, vexar Antônimos agradar, alegrar, aprazer, comprazer, contentar, deleitar, deliciar, desanuviar, desenfadar, desentediar, distrair, divertir, entreter, espairecer, jovializar, letificar, recrear, satisfazer; ver tb. sinonímia de acalmar
Clipe Os vikings – grandes navegadores Conhecidos como exploradores, guerreiros, comerciantes e piratas nórdicos, os vikings colonizaram grandes áreas da Europa e das ilhas do Atlântico Norte, desde o final do século VIII até meados do século XI. Para suas conquistas usavam seus famosos navios dragão. Portanto, para eles ser um “navegante” era essencial. Os outros povos, os “não navegantes”, eram os que seriam dominados, enquanto os vikings, os navegantes, seriam os dominadores.
INSTITUTO ANTÔNIO HOUAISS. Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa 3.0.. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.
a) Em seu caderno, forme pares de antônimos que tenham o mesmo radical, a partir da comparação entre as palavras sinônimas e as palavras antônimas. b) Forme ao menos três pares de antônimos entre palavras com radicais diferentes. 3. Encontre os antônimos das palavras destacadas nas frases a seguir. Se necessário, consulte o dicionário. a) É possível chegarmos a um acordo e pararmos de brigar. b) Ele foi fiel durante todo o namoro. c) Felizmente chegamos a tempo de assistir ao filme. d) Aquele acidente viabilizou a vitória do outro piloto. 4. Para finalizar, sintetize, em seu caderno, os principais modos de formar pares de antônimos, dando um exemplo de cada um.
Radical é a parte da palavra que não muda em uma família de palavras (conjunto formado por uma palavra primitiva e todas as outras que se formaram a partir dela). Observe, por exemplo, esta família de palavras: mar marujo marinheiro mareado marítimo A parte que aparece em todas elas e que concentra o significado básico da palavra é o radical: mar. 201
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Classes de palavras e antônimos Podemos encontrar antônimos entre: • Substantivos: riqueza ✕ pobreza; tristeza ✕ felicidade; capacidade ✕ incapacidade. • Adjetivos: agitado ✕ calmo; alterável ✕ inalterável; ajuizado ✕ desajuizado; escolhido ✕ não escolhido. • Verbos: comprar ✕ vender; atar ✕ desatar; inalar ✕ exalar. • Advérbios: antes ✕ depois; perto ✕ longe; suficientemente ✕ insuficientemente. • Preposições: sob ✕ sobre; ante ✕ após; com ✕ sem.
Se liga nessa! Em suas próximas produções de texto, lembre-se de recorrer à riqueza de nosso vocabulário para variar usos de palavras sinônimas e antônimas. Recorra sempre ao dicionário!
Então ficamos assim...
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• Afinal, o que é sinonímia? Que tipo de relação de sentido existe entre palavras consideradas sinônimas? • E o que é antonímia? Que tipo de relação de sentido existe entre as palavras consideradas antônimas? • Podemos substituir uma palavra sem alterar o sentido do que está sendo dito? Ou seja, podemos usar diferentes palavras para expressar um mesmo sentido, uma mesma coisa, ideia ou sentimento? • Podemos encontrar uma palavra que tenha sentido oposto a outra palavra? • Palavras consideradas sinônimas são assim em qualquer situação? E com as antônimas, acontece o mesmo?
Atividades 1. O texto a seguir foi publicado em uma seção da revista Mundo Estranho, na qual as perguntas dos leitores são respondidas por especialistas. Leia-o.
Como funcionam os caixas eletrônicos? Se você apostou que o cérebro desse sistema é um computador, acertou. O microprocessador embutido na máquina faz a mesma coisa que um caixa humano faz no banco. Ele identifica o cliente, confere se há saldo suficiente para sacar a grana, transmite as informações do valor solicitado e autoriza a liberação do “dindim”. E o mais importante: como um bom funcionário, ele possui vários mecanismos para garantir que o cliente receba o dinheiro exato, nem um centavo a mais, nem a menos. Mesmo assim, apesar de o sistema apresentar um número relativamente baixo de falhas, elas acontecem. E aí, meu amigo, é
Se liga nessa! Para fazer as atividades deste capítulo você vai precisar de um dicionário. Se possível, providencie um que apresente sinônimos e antônimos.
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a maior dor de cabeça. Se você der o azar de receber notas a menos, só será ressarcido se conseguir provar que isso aconteceu [...]. Mas, se você sair com uma bufunfa extra, quem pagará a diferença é o funcionário responsável pelo reabastecimento de notas [...]. [...] Disponível em: <http://mundoestranho.abril.com.br/materia/comofuncionam-os-caixas-eletronicos>. Acesso em: 15 ago. 2011. (Fragmento).
a) Copie no caderno as palavras que foram usadas, no texto, como sinônimos de dinheiro. b) Releia o texto em voz alta, substituindo as palavras que você copiou por dinheiro. Não se esqueça de fazer as adaptações necessárias (por exemplo: troque o artigo uma por um).
II. Copie o enunciado abaixo no caderno e complete-o com base na observação que você acabou de fazer. O uso de sinônimos ao longo de um texto nos ajuda a reapresentar uma ideia, possibilitando...
c) Releia as palavras que indicou no item a. Elas poderiam ser usadas no lugar de dinheiro em qualquer situação? Explique. d) Por que o redator colocou uma dessas palavras entre aspas? 2. Leia esta tirinha. Al Viña aL ViÑa
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I. Qual versão ficou mais agradável: a original ou a que você acabou de ler? Por quê?
a) Quais palavras e expressões foram usadas no primeiro quadrinho para indicar a mesma ideia? b) Elas podem ser consideradas sinônimas? Por quê? c) Nessa tira, o uso de sinônimos teve a mesma função que a observada no texto da questão 1? Explique. 3. Leia estes provérbios e ditos populares.
I. O homem faz e Deus desfaz. II. O barato sai caro. III. Fica o dito pelo não dito. 203
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a) Explique o significado de cada um. b) Podemos dizer que essas frases foram construídas em torno de palavras com sentido oposto ou semelhante? Explique. c) Se elas fossem construídas de outra maneira — por exemplo, “O barato pode ser desvantajoso” —, teriam o mesmo efeito? Explique. d) Essas frases ilustram as três maneiras de formar antônimos que estudamos neste capítulo. Explique por quê. 4. Vamos ler outro texto que responde à dúvida de um leitor. Este, porém, foi publicado na revista Nova Escola, dirigida a professores. Preste atenção nas palavras que inserimos entre colchetes.
É verdade que o gelo dos polos está derretendo em ritmo acelerado [compassado]? trazendo consequências catastróficas para a fauna marinha. Já para a humanidade, isso significaria a elevação do nível dos mares e o provável incremento na ocorrência de fenômenos climáticos extremos. WORLDFOTO/ALAMY/OTHER IMAGES
Por enquanto, isso é verdade apenas no Círculo Polar Ártico. Imagens de satélite revelam [mostram] que, nos últimos 30 anos, o aquecimento global fez diminuir significativamente [consideravelmente] a cobertura de gelo dessa região. A expectativa da comunidade científica é que, já nas próximas décadas, os mares do norte fiquem totalmente livres de água congelada durante o verão — algo jamais registrado. No Círculo Polar Antártico, entretanto, o derretimento ainda é pontual, concentrado principalmente na península Antártica [...]. O problema é que, segundo os pesquisadores, o degelo vai se generalizar [se popularizar] neste século. Tudo porque a temperatura do planeta não para de subir, empurrada [impulsionada] pelos gases de efeito estufa lançados na atmosfera. Quanto maior for o derretimento, maior será a quantidade de radiação solar absorvida pelo oceano. Nesse cenário, a temperatura da água subiria,
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PEDRO LUÍS AMARANTE, Vila Nova, ES
Urso-polar na região do Ártico, em 2009.
LIMA, Eduardo; TREVISAN, Rita. Consultoria de Jefferson Simões. Nova Escola, São Paulo, p. 18, maio 2011.
a) Quais das palavras indicadas entre colchetes poderiam substituir as palavras destacadas, mantendo um sentido equivalente no contexto? b) Por que as outras não são bons sinônimos para as palavras destacadas? c) Quais sinônimos, então, seriam adequados nos casos da questão anterior? Dica: você pode substituir uma única palavra do texto por uma expressão com duas palavras ou mais. 204
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d) Com o auxílio de um dicionário, encontre sinônimos para estas outras palavras e expressões do texto: por enquanto diminuir totalmente principalmente absorvida trazendo consequências catastróficas incremento Mas atenção: verifique se cada sinônimo encontrado realmente “dá certo” no contexto, ou seja, se mantém a relação de sinonímia com a palavra usada originalmente. 5. O texto a seguir foi extraído de um manual que dá orientações de redação para jornalistas. Leia-o.
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Instruções gerais
Glossário Vocabular: relativo a vocábulo.
[...] Não perca de vista o universo vocabular do leitor. Adote esta regra prática: nunca escreva o que você não diria. Assim, alguém rejeita (e não declina de) um convite, protela ou adia (e não procrastina) uma decisão, aproveita (e não usufrui) uma situação. Da mesma forma, prefira demora ou adiamento a delonga; [...] discórdia ou intriga a cizânia; crítica violenta a diatribe; obscurecer a obnubilar, etc. MARTINS, Eduardo (Org.). Manual de redação e estilo de O Estado de S. Paulo. São Paulo: O Estado de S. Paulo/Moderna, 1997. p. 16. (Fragmento).
a) Copie o quadro a seguir no caderno e separe os sinônimos apresentados no texto em dois grupos: aqueles que o manual recomenda e aqueles que o manual não recomenda. Procure no dicionário os termos que você não conhece. Sinônimos que o manual recomenda Sinônimos que o manual não recomenda
b) Agora copie no caderno, entre as opções apresentadas a seguir, aquelas que melhor completam a frase. Se tiver dúvidas, observe os textos jornalísticos apresentados neste volume. Em geral, a linguagem dos textos jornalísticos é: • direta • antiquada • acessível para diversos públicos • simples • acessível apenas para especialistas • moderna • rebuscada c) Levando em conta sua resposta ao item anterior, explique por que os sinônimos da coluna da direita, no quadro que você organizou no caderno, são condenados pelo manual para jornalistas. d) Tendo em mente essa discussão, responda: o que determina a escolha de um sinônimo ou do outro, neste caso? e) Em quais situações você acha que o uso dos sinônimos da coluna da direita seria adequado?
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6. Leia esta letra de canção.
Glossário
O mundo muda O mundo muda, a gente muda O mundo muda, a gente muda I change, you change, we change Eu era pobre, andava de chinelo Hoje sou rico, ando de Pajero Eu era rico, nadava na piscina Hoje sou pobre, pão com margarina Eu perdi tudo, achei você Eu tenho tudo, tenho você Eu era pobre e hoje sou rico Eu era feio e hoje sou bonito Eu era rico e hoje sou pobre Eu era escravo e hoje sou nobre [...]
CABELLO; Eduardo; ABUJAMRA, André. In: KARNAK. Universo umbigo. Rio de Janeiro: Velas, 1997. 1 CD. Faixa 2. (Fragmento).
a) Na letra, o eu lírico fala sobre mudanças em sua vida. Qual é a natureza dessas mudanças? b) Transcreva no caderno, da letra, três pares de palavras antônimas. c) Na segunda e na terceira estrofes foram usadas expressões que reforçam a oposição entre os antônimos. Quais são elas? d Por que essas expressões foram escolhidas para reforçar a oposição? e) Leia uma acepção da palavra nobre. NOBRE
adjetivo de dois gêneros 1. que tem título nobiliárquico; pertencente à nobreza; fidalgo, aristocrata Ex.: família n.
Se liga nessa! Antes de responder à questão 6, procure e ouça na internet a canção “O mundo muda”, do grupo Karnak.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
I change, you change, we change (inglês): Eu mudo, você muda, nós mudamos. mos. Pajero: modelo de carro luxuoso.
INSTITUTO ANTÔNIO HOUAISS. Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa 3.0. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.
I. Nesse sentido, qual palavra é o antônimo de nobre, ou seja, qual palavra designa alguém que não tem título de nobreza? Se necessário, pesquise. II. Na sua opinião, por que o eu lírico não teria escolhido esse antônimo de nobre? III. O eu lírico escolheu a palavra escravo para opor a nobre. Note que, assim, criaram-se dois pares opostos paralelos: rico ✕ pobre e escravo ✕ nobre. Explique o sentido que isso ajudou a construir na última estrofe. 206
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Ficha de avaliação 13
Unidade 1 • Capítulo 1
Debate
Nomes dos participantes do grupo:
Turma:
CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DO DEBATE O debate atendeu aos critérios de: 1. Adequação à proposta
Sim
Em parte
Não
A*
P**
A
P
A
P
A
P
A
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A
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A
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A
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A
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A
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a) A turma se organizou bem para o debate, definindo claramente tema, regras, mediador? b) A turma respeitou o tema do debate? c) O tempo de cada participante foi adequado? d) O mediador do debate organizou bem as participações? 2. Adequação ao gênero 2.1. Sobre a atuação dos participantes: a) As opiniões foram apresentadas com clareza? b) Houve apresentação de argumentos? 2.2. Durante a realização do debate: a) Os participantes se respeitaram durante as falas? b) Houve respeito às orientações do mediador? 3. Construção da coesão/coerência do texto oral (textualidade) dos participantes a) Foram bem usados marcadores de argumentação? b) As manifestações de concordância e discordância foram feitas com expressões adequadas? c) Houve bom uso de estratégias de reformulação (paráfrase e correção) e de seus marcadores? 4. Uso da linguagem na situação oral pública • Os participantes evitaram uso de gírias, considerando que se trata de uma situação mais formal?
* Espaço destinado à avaliação pelo aluno. ** Espaço destinado à avaliação pelo professor.
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Unidade 1 • Capítulo 1 Observações sobre a minha atuação pessoal no preparo e na realização do debate
Avaliação dos meus parceiros sobre o meu envolvimento no trabalho do grupo
Lembretes para o professor Achei difícil:
Achamos difícil:
Avaliação final do professor:
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Singular & Plural
Leitura, produção e estudos de linguagem
Laura de Figueiredo Bacharel em Letras pela Universidade de São Paulo (USP). Mestre em Linguística Aplicada pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Professora em programas de formação continuada das redes estadual e municipal de São Paulo. Autora de materiais didáticos.
Marisa Balthasar Licenciada em Letras pela Universidade de São Paulo (USP). Doutora em Teoria Literária pela Universidade de São Paulo (USP). Professora em programas de formação continuada das redes estadual e municipal de São Paulo. Professora na rede pública por 14 anos. Professora em escolas particulares do ensino superior. Autora de materiais didáticos.
Shirley Goulart Licenciada em Letras pela Faculdade Rui Barbosa. Especialista em Literatura pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Professora em programas de formação continuada das redes estadual e municipal de São Paulo. Professora na rede pública por 15 anos. Professora em escolas particulares do ensino superior. Autora de materiais didáticos.
1a edição
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© Laura de Figueiredo, Marisa Balthasar, Shirley Goulart, 2012
Coordenação editorial: Aurea Regina Kanashiro, Mônica Franco Jacintho Edição de texto: Átila Morand, Camila Ribeiro, Daniela Cristina Calvino Pinheiro, Mônica Franco Jacintho, Regiane de Cássia Thahira, Thelma de Carvalho Guimarães Assistência editorial: Ademir Garcia Telles, Anabel Ly Maduar, Átila Morand, Pedro Paulo Silva Preparação de texto: Anabel Ly Maduar, Márcia Camargo, Solange Scattolini Coordenação de design e projetos visuais: Sandra Botelho de Carvalho Homma Projeto gráfico: Everson de Paula Capa: Marta Cerqueira Leite, Mariza de Souza Porto Foto de capa: Diana Ong. Too many crowds © Diana Ong/SuperStock/ Getty Images - Coleção Particular Coordenação de produção gráfica: André Monteiro, Maria de Lourdes Rodrigues Coordenação de arte: Patricia Costa, Wilson Gazzoni Agostinho Edição de arte: Rodolpho de Souza Editoração eletrônica: Arbore Comunicação Empresarial & Design, Città Estúdio Ilustrações: Eugenia Nobati, Orlandeli, Viviana Bilotti Ilustrações de vinhetas: Paulo Manzi Coordenação de revisão: Elaine Cristina del Nero Revisão: Denise Almeida, Dirce Y. Yamamoto, Maristela S. Carrasco, Rita de Cássia Sam, Salete Brentan Pesquisa iconográfica: Denise Durand Kremer, Luciano Baneza Gabarron Coordenação de bureau: Américo Jesus Tratamento de imagens: Arleth Rodrigues, Bureau São Paulo, Fabio N. Precendo, Pix Art, Rubens M. Rodrigues Pré-impressão: Alexandre Petreca, Everton L. de Oliveira Silva, Hélio P. de Souza Filho, Marcio H. Kamoto Coordenação de produção industrial: Wilson Aparecido Troque Impressão e acabamento:
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Figueiredo, Laura de Singular & plural : leitura, produção, estudos de linguagem / Laura de Figueiredo, Marisa Balthasar, Shirley Goulart. -São Paulo : Moderna, 2012.
Bibliografia.
1. Leitura (Ensino fundamental) 2. Português Gramática 3. Português - Redação (Ensino fundamental) I. Balthasar, Marisa. II. Goulart, Shirley. III. Título.
11-05907
CDD-372.61
Índices para catálogo sistemático: 1. Gramática : Português : Ensino fundamental 372.61 2. Português : Gramática : Ensino fundamental 372.61 ISBN 978-85-16-07147-9 (LA) ISBN 978-85-16-07148-6 (LP)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados EDITORA MODERNA LTDA. Rua Padre Adelino, 758 - Belenzinho São Paulo - SP - Brasil - CEP 03303-904 Vendas e Atendimento: Tel. (0_ _11) 2602-5510 Fax (0_ _11) 2790-1501 www.moderna.com.br 2012 Impresso na China 1 3 5 7 9 10 8 6 4 2
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Apresentação
Entregamos a você esta obra! Pensamos nela assim, como está, esperando que você aprenda mais, principalmente, a perguntar, pesquisar, discutir, compartilhar e conhecer. No Caderno de Leitura e produção, destacamos o trabalho com a leitura e a produção de textos – orais e escritos – bem diversos, dos quais você precisa na sua vida pessoal, na sua vida escolar e, além delas, na sua vida em sociedade. Este caderno será o “lugar” de falar de você, de você e o outro e de você e o mundo! O lugar de lidar com diferentes linguagens e tecnologias, diferentes conhecimentos e pontos de vista sobre as coisas do mundo. No Caderno de Práticas de literatura, você vai vivenciar um dos lados mais criativos da língua! (Se é que há algum lado dela que não seja criativo!) Por meio dos textos literários e dos diálogos com outras linguagens, como a do cinema, da pintura, da escultura e tantas outras, vai poder descobrir a delícia que pode ser ler “textos que não servem para nada!”. E, enfim, no não menos importante Caderno de Estudos de língua e linguagem, você vai poder refletir sobre o que é, afinal, essa nossa língua portuguesa, que são tantas em uma só! Com tudo o que já sabe sobre essa língua que você fala e escreve, vai se surpreender com o que ainda há para saber sobre seus usos. Uma advertência: não espere encontrar nestes três cadernos os conhecimentos da língua só em “caixinhas”. Apesar de termos organizado os saberes da disciplina em três cadernos diferentes, em todos você vai encontrar um pouquinho de cada um deles. Isso porque os conhecimentos e os usos da língua são muitos, mas a língua em que são escritos todos os textos escolhidos para os cadernos é a língua portuguesa! Então, é isso! Bem-vindo a bordo desta “viagem” pelos cantos e recantos da nossa língua!
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Estrutura da obra Caderno de Leitura e produção
Unidade 1: aborda temas relacionados a questões da sua vida de adolescente.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Este caderno é composto de três unidades destinadas ao estudo de diferentes temas, por meio de leituras e produções de textos orais e escritos. Para essas unidades foram selecionados textos diversos, como notícias, reportagens, artigos de opinião, artigos de revistas e de divulgação científica, charges, tirinhas, crônicas, além de gêneros próprios da esfera escolar.
Unidade 2: aborda temas relacionados à diversidade cultural, discutindo sua relação com os tantos “outros” que vivem ao seu redor.
Unidade 3: aborda temas relacionados aos problemas da sociedade e a importância da sua postura diante deles.
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Caderno de práticas de Literatura Este caderno é destinado à abordagem mais enfática em leitura literária e, eventualmente, trabalha a produção de textos. É composto de dois capítulos.
UNIDADE
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
COLEÇÃO PARTICULAR
Graças a um deus: conta-se que assim teve origem o teatro!
Dioniso, também conhecido como Baco na mitologia romana O deus Dioniso, além de favorecer a fertilidade, ensinou os homens a cultivar uvas e a produzir o vinho. Seus devotos achavam que esses eram bons motivos para agradecer-lhe por meio de cerimônias, que incluíam cortejos, danças, cantoria, bebidas. Por volta do século VII a.C., passou a fazer parte dessas cerimônias um hino, um canto sagrado, chamado ditirambo. Os próprios devotos improvisavam o texto com passagens do mito de Dioniso. No princípio, isso era feito por um coro de homens, os coreutas, até que um deles foi ganhando mais falas, o corifeu. Conta-se que, em certa ocasião, um corifeu, chamado Téspis, começou a representar o próprio Dioniso, demonstrando alegria nos momentos felizes, chorando nas passagens tristes. Com isso [...] nasceu a tragédia. As celebrações dionisíacas incluíam um cortejo ruidoso, irreverente e alegre, que cultuava Dioniso principalmente como deus da fertilidade. Dançando freneticamente e cantando a plenos pulmões, esse cortejo, chamado comos, dirigia gracejos à multidão, que também passou a responder a eles. Desse desafio verbal nasceu a comédia, várias décadas depois da tragédia. FEIST, Hildegard. Pequena viagem pelo mundo do teatro. São Paulo: Moderna, 2005. p. 5-6. (Fragmento adaptado).
Escultura de argila representando a comédia no teatro grego. Período Helenístico. Final do século I a.C. 15,5 cm de altura. Proveniente de Myrina. Museu do Louvre, Paris.
Quem é Dosso Dossi (Giovanni Luteri) Giovanni Luteri, ou Dosso Dossi, como era conhecido, foi um pintor renascentista que liderou a Escola de Ferrara, no século XVI. Sua arte excêntrica e pessoal até hoje desafia uma explicação precisa por causa dos temas complexos. Influenciado pelo conceito romântico, a paisagem é um elemento importante em sua obra, na qual as figuras devem ficar à vontade, bem iluminadas por uma luz poética. Disponível em: <http://siksite.sites.uol.com.br/Dossi.htm>. Acesso em: 22 out. 2011. (Fragmento adaptado).
THE BRIDGEMAN ART LIBRARY/KEYSTONE
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Entre leitores e leituras: práticas de literatura
HERVÉ LEWANDOWSKI/RMN/OTHER IMAGES
Práticas de literatura
DOSSI, Dosso. Autorretrato. 1489. Óleo sobre tela.
Conversa afinada Observe a reprodução da tela de Dosso e leia as informações sobre Dioniso. Depois, com base nas questões a seguir, converse com seus colegas e professor.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
1. Como a pintura sugere a superioridade de Dioniso em relação ao espaço dos homens? DOSSI, Dosso. Bacchu. 1524. Óleo sobre tela, 93 x 75 cm. Coleção particular.
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2. Que características físicas do deus são destacadas? Explique. 3. Observe detalhadamente o manto e a posição do corpo: o que Dioniso parece estar fazendo? Explique. 131
Por meio de leituras dirigidas, são exploradas características dos textos literários para que você possa “curtir” mais esses textos, descobrindo o que há de inventividade neles.
Esta unidade apresentará sempre dois capítulos. Mais flexível, sua estrutura dependerá das necessidades exigidas pelo texto em foco, bem como pelas aprendizagens que se deseja garantir.
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Estrutura da obra
Caderno de estudos De língua E LINGUAGEM
Nos capítulos da unidade 1, estudaremos a língua como o fenômeno social e histórico que nos possibilita interagir com os outros. Vamos observar e analisar os recursos com os quais podemos contar ao usar a língua nas várias situações da nossa vida.
Na unidade 2, você sempre estudará as regras da gramática normativa para o uso das normas urbanas de prestígio, mas sem deixar de considerar a existência das outras variedades da língua.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Neste caderno, priorizamos a reflexão sobre aspectos da língua portuguesa que podem nos ajudar a ver com mais detalhes o que pode e o que quer essa língua, quando a usamos.
E, finalmente, na unidade 3 você irá estudar a pontuação e a ortografia das palavras.
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FICHAS DE AVALIAÇÃO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Nas seções de produção de texto, um dos grandes diferenciais são as tabelas de critérios de produção e avaliação de textos (orais e escritos) que você terá à disposição para se orientar melhor durante o processo de planejamento, produção, avaliação e revisão dos seus textos.
Nestas fichas, você encontrará critérios claros para orientá-lo na produção e na avaliação de seus textos – o que o ajudará a aprender mais sobre os textos a serem produzidos.
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Sumário Caderno de leitura e produção Mudança e transformação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 Capítulo 1: Assumindo responsabilidades: sexualidade e gravidez na adolescência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 • Leitura: Adolescentes engravidam para segurar os parceiros . . . . . . . . . . . . . . . 17 Meninas mães. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 • Produção: artigo de opinião. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 Conhecendo o gênero: artigo de opinião . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 Atividade 1: o contexto de produção. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 Atividade 2: opinião × argumento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 Atividade 3: tipos de argumento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 • Produzindo o texto: artigo de opinião. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 • Roda de leitura: poemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 I. Matéria de poesia, de Manoel de Barros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 Capítulo 2: Assumindo responsabilidades: o sonho e a realidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 • Leitura: E agora, filha?, de Isabel Vieira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 Mães adolescentes assumem o filho, mas perdem a vida social. . . 40 • Produção: artigo de opinião. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 Conhecendo o gênero: artigo de opinião . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 Atividade 1: vozes em conflito e vozes que concordam . . . . . . . . . . . . 43 Atividade 2: o movimento argumentativo (sustentação, refutação, negociação). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 Atividade 3: a estrutura do artigo de opinião. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48 Atividade 4: os organizadores textuais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 • Produzindo o texto: artigo de opinião. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54 • Roda de leitura: poema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56 A pulga, de John Donne.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
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Unidade 1
Unidade 2
Diversidade cultural. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58 Capítulo 1: Um mundo de credos, valores e costumes... . . . . . . . . . . 60 • Leitura: Pluralidade cultural, de Maurício Érnica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63 • Produção: apresentação oral. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70 Conhecendo o gênero: resumos de leituras para estudo visando à apresentação oral. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70 Atividade 1: resumindo textos – apagando e generalizando informações. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70 Atividade 2: sintetizando informações. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
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Atividade 3: selecionando e resumindo informações, de acordo com o enfoque dado ao assunto pesquisado. . . . . . . . 73 • Produzindo o texto: a pesquisa e o resumo para a preparação da apresentação oral. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75 • Roda de leitura: Rap – Rhythm and poetry (Ritmo e poesia) . . . . . . . . . . . . . . . . 77 Racismo é burrice, de Gabriel O Pensador. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
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Capítulo 2: ... e eu no mundo? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81 • Leitura: O que é etnocentrismo?, de Everardo Rocha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83 • Produção: apresentação oral. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93 Conhecendo o gênero: apresentação oral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93 Atividade 1: analisando esquemas como material de apoio para a apresentação oral. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93 Atividade 2: analisando duas apresentações orais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95 • Produzindo o texto: a apresentação oral. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101 • Roda de leitura: Rap – as vozes de hoje . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104 Pretin, de Flora Matos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104 Unidade 3 Não é brincadeira: o problema do
trabalho infantil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106
• Leitura: OIT alerta sobre o risco de trabalho infantil perigoso não ser erradicado no mundo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108 Reportagem sobre trabalho infantil, da TV Justiça . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112 • Produção: reportagem audiovisual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114 Atividade 1: o papel do pauteiro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114 Atividade 2: o papel do repórter na entrevista. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116 Atividade 3: o papel do repórter e da equipe de filmagem na produção das imagens. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117 Atividade 4: os papéis do repórter e do editor no roteiro de edição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119 • Produzindo o texto: reportagem audiovisual. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121 • Roda de leitura: Mitos: a beleza e a força de narrativas através dos tempos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124 Tendo a lua, de Herbert Vianna. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124 Geometria de Ícaro, de Solange Firmino. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125 Voar... voar, de Alaíde Lisboa de Oliveira. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125
Caderno de práticas de Literatura Unidade
Entre leitores e leituras: práticas de literatura. . . . 130
Capítulo 1: Pode se chocar e se emocionar, porque as tragédias foram feitas para provocar isso mesmo!. . . . . . . . . . . . . . . . . 133 Pesquisa e ação: planejando as ações. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134
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Sumário
• Medeia, de Eurípedes. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 135 Leitura: Ama, de Eurípedes. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 135 • A tragédia em outro tempo e espaço: o mito de Medeia ganha vida em uma vila operária do Rio de Janeiro nos anos 1970 . . . . . . . . . . . 136 Leitura: Gota d’água, de Chico Buarque e Paulo Pontes . . . . . . . . . . . . . . . . . 138 • A morte de um rei, o aparecimento de um fantasma e um príncipe em busca da verdade... uma tragédia de William Shakespeare. . . . . . . . . . . . . 144 Leitura: Hamlet – o príncipe da Dinamarca, de William Shakespeare. . . . . 145
• O fio da meada: mulheres e política em uma comédia grega. . . . . . . . . . . 153 Leitura: Lisístrata ou A greve do sexo, de Aristófanes. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 154 • O teatro de Gil Vicente: um marco no teatro português – Em destaque a peça que ousou mandar alguns tipos para o inferno!. . . . 158 Leitura: Auto da barca do Inferno, de Gil Vicente. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 159 • A esperteza e a fé de um “amarelo” em um acerto de contas com o diabo: Auto da Compadecida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 166 Leitura: As proezas de João Grilo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 167 De como Malazarte cozinha sem fogo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 168 Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 169
Caderno de Estudos de Língua e linguagem Unidade 1
Língua e linguagem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 180
Capítulo 1: Formação e significação de palavras na nossa língua. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 182
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Capítulo 2: Ridendo Castigat Mores ou RindJ, Castigam-se os CJstumes ViciJsJs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 152
• Língua e palavra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 182 • Palavra e significação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 183 • O conjunto de palavras da língua portuguesa: o nosso léxico . . . . . . . . . 184 Os empréstimos (estrangeirismos). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 184 Neologismos – os novos significados e as novas palavras. . . . . . . . . . . . . . . 186 • Processos de formação de palavras. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 188 Derivação e composição. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 188 Tipos de derivação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 189 Tipos de composição. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 193 Outros processos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 195 Onomatopeias. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 195 Redução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 196
Capítulo 2: Usos expressivos da língua: figuras fônicas . . . . . . . . . . . . 202 • Aliteração, assonância, paronomásia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 202 A aliteração e seus efeitos de sentido. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 203
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A assonância e seus efeitos de sentido. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 204 A paronomásia e seus efeitos de sentido. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 205 Unidade 2
Língua e gramática normativa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 212
Capítulo 1: Período composto por subordinação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 214 Capítulo 2: Orações subordinadas substantivas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 218
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
• Orações subordinadas substantivas subjetivas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 219 • Orações subordinadas substantivas objetivas diretas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 220 • Orações subordinadas substantivas objetivas indiretas. . . . . . . . . . . . . . . . 221 • Orações subordinadas substantivas predicativas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 222 • Orações subordinadas substantivas apositivas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 223 • Orações subordinadas substantivas completivas nominais. . . . . . . . . . . . 225 • Orações subordinadas substantivas reduzidas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 227
Capítulo 3: Orações subordinadas adjetivas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 231 • Orações subordinadas adjetivas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 231 • Orações adjetivas explicativas e restritivas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 232 • Orações subordinadas adjetivas reduzidas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 233
Capítulo 4: Orações subordinadas adverbiais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 237 • Orações subordinadas adverbiais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 237 • Oração subordinada adverbial condicional. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 238 • Oração subordinada adverbial proporcional. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 239 • Oração subordinada adverbial comparativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 240 • Oração subordinada adverbial temporal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 241 • Oração subordinada adverbial consecutiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 242 • Oração subordinada adverbial concessiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 243 • Oração subordinada adverbial causal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 244 • Oração subordinada adverbial final. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 245 • Oração subordinada adverbial conformativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 246 • Oração subordinada adverbial reduzida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 247 Unidade 3
Ortografia e pontuação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 252
Capítulo 1: Ortografia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 253 • Palavras parônimas e homônimas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 253 Pesquisa e ação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 256 • Palavras de origem estrangeira: x/ j/ ç . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 260 • Grafia das palavras: quando usar -são ou -ção?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 264
Capítulo 2: Acentuação das palavras – retomada das regras de acentuação de hiatos e de ditongos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 267 Capítulo 3: Pontuação – uso do ponto e vírgula e travessão . . . . 270 Anexos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 277 Fichas de avaliação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 297
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Caderno de Leitura e produção Apresentação Um caderno de textos para seu dia a dia Você já reparou que, em nosso dia a dia, estamos o tempo todo em contato com a linguagem? Desde o primeiro “bom-dia” que falamos, passando pelos rótulos de produtos, sinais de trânsito, notícias de jornal, propagandas, até textos, vídeos, músicas da internet, etc. Ou seja, uma infinidade de palavras, sons, imagens da qual não nos desligamos nem quando sonhamos. Com a linguagem nos expressamos, nos conhecemos, interagimos com os outros e com o mundo. Nas três unidades deste caderno, você vai entrar em contato com várias dessas linguagens para tratar de assuntos que dizem respeito a você, adolescente que vive conflitos e alegrias, bem como à sua relação com as pessoas mais próximas e com todo o planeta. Neste caderno, você vai ler e produzir textos que o ajudarão a se conhecer melhor, a expressar seus sentimentos, seus conhecimentos e suas opiniões. Textos que serão importantes para sua vida dentro e fora da escola. Pronto para isso?
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Unidade 1
Mudança e transformação • Capítulo 1: Assumindo responsabilidades: sexualidade e gravidez na adolescência • Capítulo 2: Assumindo responsabilidades: o sonho e a realidade Unidade 2
Diversidade cultural • Capítulo 1: Um mundo de credos, valores e costumes... • Capítulo 2: ... e eu no mundo? Unidade 3
Não é brincadeira: o problema do trabalho infantil
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UNIDADE
Leitura e produção
1
Mudança e transformação Observe esta imagem.
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Converse com a turma 1. O que essa imagem mostra? 2. Como as mulheres engravidam? 3. A mulher pode engravidar em qualquer idade? E na sua idade, é possível uma garota engravidar? 4. Se um casal tem relações sexuais, é possível evitar a gravidez? Como?
NUTECH21/SHUTTERSTOCK
5. Quais são as responsabilidades de quem tem um filho?
Vamos pensar • Por que tantas adolescentes engravidam? • Quais são as consequências de uma gravidez na adolescência? • Como me posiciono a respeito desse assunto?
O que vamos fazer nesta unidade Nesta unidade, vamos refletir sobre a questão da gravidez na adolescência. Vamos também praticar um pouco nossa capacidade de argumentação, escrevendo um artigo de opinião sobre esse assunto.
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Leitura e produção
Capítulo
1
Assumindo responsabilidades: sexualidade e gravidez na adolescência
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
LJUPCO SMOKOVSKI/SHUTTERSTOCK
LEA PATERSON/SPL DC/LATINSTOCK
Observe as imagens.
Converse com a turma 1. O que cada garota tem nas mãos? O que esses objetos podem representar? 2. Já imaginou você ou sua namorada passando pelas situações representadas nas imagens? Como reagiriam? 3. Como você imagina que sua família e amigos reagiriam?
O que vamos fazer neste capítulo Neste capítulo, vamos começar a discutir o tema gravidez na adolescência. Para isso, leremos dois textos jornalísticos que tratam da questão. Vamos também conhecer um gênero perfeito para quem gosta de uma boa polêmica: o artigo de opinião. É nesse gênero que você, ao fim do capítulo, vai escrever o que pensa sobre o tema da unidade. 16
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Leitura Converse com a turma Muitos acreditam que a gravidez na adolescência acontece por falta de informação dos jovens sobre o uso de anticoncepcionais e sobre sexo. A reportagem a seguir aponta pelo menos outros quatro motivos que levam as adolescentes a engravidar. • Na sua opinião, que motivos seriam esses? • Para você, que tipo de ações o governo, as escolas e os pais deveriam tomar para evitar a gravidez na adolescência? Leia a reportagem e veja o que se diz sobre esses assuntos.
Adolescentes engravidam para segurar os parceiros “Muitas adolescentes ficam grávidas porque querem segurar o parceiro ao seu lado. Ao contrário do que as pessoas pensam, apenas uma pequena fração engravida por acidente.” A afirmação é da pediatra e coordenadora do Programa de Planejamento Familiar da Secretaria Municipal de Saúde, Edith Di Giorgi. [...] Edith acredita que, na adolescência, as jovens não possuem a bagagem necessária para criar uma criança. “Quando a gravidez ocorre nesse momento, a adolescente tem de aprender a cuidar de um bebê em um período em que ela mesma ainda precisa de cuidados.” A pediatra explica que no programa pré-natal da rede pública são feitas entrevistas com as adolescentes grávidas. “Invariavelmente, descobrimos que o motivo que levou à gravidez está ligado à falta de perspectiva, sensação de invisibilidade perante os familiares ou mesmo como uma tentativa de fuga de uma vida difícil.” Muitas garotas, segundo Edith, enxergam na construção de sua própria família — com a criança e o parceiro — a chance de deixar para trás as dificuldades na relação com os pais. “Elas idealizam o filho como uma boneca. Na verdade, com as crianças vêm as responsabilidades que não haviam sido previstas pelas jovens.” [...]
GABRIEL BENDER/JORNAL BOM DIA
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Texto 1
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Leitura e produção
Território jovem No Jardim Ipiranga já está funcionando o primeiro consultório ginecológico voltado para adolescentes fora dos centros de saúde de Sorocaba. Edith explica que a ideia surgiu de uma necessidade. “Percebemos que muitas adolescentes não se consultavam nos centros de saúde porque não queriam que seus pais ou conhecidos soubessem que elas têm vida sexual ativa.” Com o novo consultório, dezenas de adolescentes têm procurado semanalmente informações sobre métodos anticoncepcionais. Fonte: Bom Dia Sorocaba. Disponível em: <http://diganaoaerotizacaoinfantil.wordpress.com/2007/09/15/ adolescentes-engravidam-para-segurar-os-parceiros/>. Acesso em: 9 abr. 2012. (Fragmento).
Primeiras impressões 1. Releia este trecho.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Meta é fazer jovem ter projeto de vida Edith Di Giorgi afirma que a Secretaria Municipal de Saúde está colocando em prática junto às escolas da rede pública abordagens que motivem os adolescentes a refletirem sobre as mudanças resultantes de uma gravidez na adolescência. “Não adianta fazermos campanhas autoritárias e moralistas. Temos de fazer o jovem pensar sobre o que quer para si. A intenção é incentivá-lo a fazer projetos para sua vida.” Edith acredita que a chance de crianças planejadas serem amadas por seus pais são muito maiores. “Os jovens querem estudar, se formar, ter um bom emprego e uma vida confortável. Queremos que eles entendam que, na vida real, uma gravidez é um projeto que deve ser pensado cuidadosamente.”
Invariavelmente, descobrimos que o motivo que levou à gravidez está ligado à falta de perspectiva, sensação de invisibilidade perante os familiares ou mesmo como uma tentativa de fuga de uma vida difícil. • No quadro a seguir, à esquerda, estão os exemplos de motivos que levam à gravidez mencionados no trecho acima e, à direita, estão exemplos de motivos mencionados por algumas jovens para justificar o fato de terem engravidado. Relacione as duas colunas.
I. Falta de perspectiva
a) Divido esta casa pequena com mais sete pessoas. Se eu engravidar, posso casar e sair daqui, ter meu próprio cantinho.
II. Sensação de invisibilidade perante os familiares
b) Já que depois que eu sair da escola não vou conseguir fazer faculdade nem arrumar um bom emprego, vou ficar cuidando do meu filho.
III. Fuga de uma vida difícil
c) Ninguém me dá atenção aqui em casa. Se eu engravidar, vou chamar a atenção e todos vão me paparicar.
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2. Além dos três motivos mencionados acima, o texto é iniciado com a citação de outra justificativa. Qual? 3. De que forma a médica entrevistada nessa reportagem chegou às conclusões apresentadas no texto? 4. Você acha que essas informações levantadas na cidade de Sorocaba podem valer para o resto do país? Por quê? 5. Os motivos apresentados correspondem àqueles que você e seus colegas imaginaram antes de ler o texto?
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6. Leia a afirmação de outro médico pesquisador sobre os motivos que levam as adolescentes a engravidar.
Acredito que isso aconteça [...] pelo que chamamos de pensamento mágico das adolescentes. A dimensão temporal, a atitude, não são racionalizadas. Fica uma coisa meio mágica. Isso não vai acontecer comigo. Eu sou muito novinha... Quando ela fala isso (muito novinha), está dizendo que para ela esse tipo de coisa de ficar grávida numa relação só acontece com mulheres adultas. E ela não se considera como tal. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/ equilibrio/gravidez_precoce-entrevista.shtml>. Acesso em: 9 abr. 2012. (Fragmento).
a) Segundo o médico, o que seria esse “pensamento mágico” das adolescentes? b) Você concorda que esse pode ser outro motivo que leva algumas adolescentes a engravidar? Por quê? 7. E os garotos? Por que você acha que eles também não se previnem contra uma gravidez indesejada? 8. Segundo a médica entrevistada pela reportagem, por que se deve evitar a gravidez na adolescência? • Você concorda com ela? Por quê? 9. Observe novamente o gráfico apresentado na reportagem. a) Por que o título é “Números positivos”? b) Os dados relativos às grávidas entre 15 e 19 anos em 2006 são tão positivos quanto os dos anos anteriores? Por quê? 10. Releia o trecho abaixo.
Não adianta fazermos campanhas autoritárias e moralistas. Temos de fazer o jovem pensar sobre o que quer para si. A intenção é incentivá-lo a fazer projetos para sua vida. • Vamos propor para você agora um exercício de imaginação. A ideia para esse exercício surgiu do Projeto Vale Sonhar. Nesse projeto, os jovens são convidados a responder às questões a seguir. Responda você também: 19
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Leitura e produção
• Você tem projetos para o futuro? Que tal pensar em duas hipóteses: a) Caso você resolvesse se dedicar aos estudos, fazer uma faculdade ou curso técnico, como poderia ser seu futuro? b) Caso tivesse um filho agora, como seria o seu futuro depois disso? c) Quais atitudes você poderia já começar a tomar para alcançar o futuro que você deseja?
O texto em construção Edith acredita que, na adolescência, as jovens não possuem a bagagem necessária para criar uma criança. “Quando a gravidez ocorre nesse momento, a adolescente tem de aprender a cuidar de um bebê em um período em que ela mesma ainda precisa de cuidados.” a) Todo o conteúdo desse parágrafo é formado por falas de Edith Di Giorgi, mas parte do texto está entre aspas e parte não está. Qual das frases está em discurso direto, ou seja, é a reprodução exata das palavras da médica? b) A outra parte está em discurso indireto, ou seja, é a reprodução da fala da médica, mas de acordo com as palavras do jornalista. De que forma a fala é introduzida no texto? 2. Por que em reportagens são tão comuns esses dois tipos de discurso? 3. Podemos dizer que a reportagem aborda três aspectos da questão: os motivos que levam à gravidez precoce, como orientar os jovens e onde os adolescentes podem buscar apoio. • O que há no texto que marca a mudança de discussão de um aspecto para outro?
Texto 2
Converse com a turma Você leu uma reportagem de jornal que trata das possíveis razões que levam adolescentes a engravidar. Agora você vai ler o trecho de uma reportagem de revista voltada para adolescentes que trata do mesmo assunto, porém abordando outros aspectos da questão. • Que tipo de informação você acha que o texto trará?
Vamos lembrar
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
1. Leia novamente o trecho a seguir.
A reportagem, assim como a notícia e outros gêneros jornalísticos, tem o objetivo de informar o leitor sobre um fato ou um assunto de interesse. Diferentemente da notícia, na reportagem não é preciso esforço do jornalista para se manter imparcial. Ele pode se posicionar mais explicitamente em relação ao que escreve. Também precisa pesquisar mais sobre o assunto, apresentar diferentes vozes, preferencialmente de especialistas, para compor o seu texto de modo a dar mais profundidade à informação, analisando-a com cuidado.
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Meninas mães Elas trocaram escola, garotos e baladas por enjoos, fraldas e mamadeiras. E contam como a gravidez transformou a vida delas.
Estou grávida! E agora? A primeira medida é contar o que está rolando para alguém em quem você confia. Essa pessoa vai ajudá-la a tomar decisões com mais calma. Pode ser uma amiga, uma prima, sua tia... Seus pais também precisam saber. [...] o mais comum é que eles se sintam tristes ao receber a notícia, mas, depois, ficarão do seu lado. Também é essencial que você dê a notícia para o pai da criança. Por mais medo que tenha de que isso o afaste, o garoto tem o direito de saber, e você, de dividir essa responsabilidade com ele. Juntos, mesmo que decidam não continuar namorando, vocês ficam mais fortes para enfrentar os desafios que virão e dar ao bebê o carinho que ele merece. [...] Capricho, São Paulo, n. 1097, maio 2010. p. 84-88.
Glossário Prevenção: evitar, tomar precauções. Ginecologista: médico que estuda a fisiologia e a patologia do corpo feminino e trata das doenças e da patologia correspondentes ao aparelho genital. Método anticoncepcional: métodos que evitam a gravidez. Doenças sexualmente transmissíveis: também conhecidas pela sigla DST, são doenças transmitidas principalmente durante a relação sexual, como a Aids, a hepatite B e muitas outras.
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Existem vários métodos anticoncepcionais,, alguns deles são muito falhos, mas há outros com uma margem de segurança maior: camisinha, pílula anticoncepcional, injeção de hormônio, DIU, etc. A combinação de camisinha e pílula tem se mostrado a mais eficiente, pois, além de evitar a gravidez, protege os parceiros de doenças sexualmente transmissíveis. Os postos de saúde da rede pública distribuem camisinhas gratuitamente. No entanto, só um médico pode dizer qual é o melhor método para cada pessoa.
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Clipe
HERMANN DAN
Previna-se sempre [...] Ficar grávida na adolescência significa pular ou, no mínimo, dificultar etapas importantes da sua vida, como se dedicar 100% a passar na faculdade, ser livre para sair e viajar com suas amigas e paquerar bastante sem muito compromisso. Então, o melhor caminho é a prevenção. Consulte o seu ginecologista para saber qual o método anticoncepcional mais adequado para você. E nunca transe sem camisinha, que ajuda a prevenir a gravidez e ainda previne as doenças sexualmente transmissíveis.
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Ficar grávida na adolescência é mais do que um susto: é uma mudança radical de vida! Tudo fica diferente: desde o corpo da garota até as relações com o namorado, os pais, as amigas e, principalmente, com o seu futuro. Para ficar mais óbvio: seis em cada dez garotas que ficam grávidas param de estudar. E, dessas, só 40% voltam para a escola após terem o filho! E isso é só o começo. Ainda há o preconceito que a garota vai enfrentar e a frustração por deixar, ao menos por um tempo, as festas, baladas e viagens com a galera para assumir um monte de novas responsabilidades. [...]
Cartela de pílulas anticoncepcionais, 2011.
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Leitura e produção
Primeiras impressões 1. De acordo com o texto, o que acontece com as meninas depois que engravidam, em relação a: a) Escola. b) Amizades. c) Família.
[...] seis em cada dez garotas que ficam grávidas param de estudar. E, dessas, só 40% voltam para a escola após ter o filho! • Você acha que quem opta por não voltar para a escola está garantindo um futuro melhor para o filho ou não? Por quê? 3. Segundo o texto, o que é preciso fazer para evitar a gravidez? 4. Que conselhos o texto apresenta para as leitoras, caso elas estejam grávidas?
O texto em construção 1. Onde foi publicada essa reportagem? 2. Para quem esse texto pode ter sido escrito, ou seja, quem pode ser o público-alvo da reportagem? Justifique citando partes do texto. 3. No texto, há palavras como baladas, galera, paquerar, transe, camisinha e rolando. Essas palavras sugerem que a linguagem empregada no texto é mais formal ou informal? Por quê? • Relacione o uso dessa linguagem ao público-alvo da revista.
Clipe Segundo a lei federal 6.202/75, durante a gravidez e amamentação, a jovem adolescente que estuda tem direito a reposição de provas e justificativa de faltas. Além disso, é garantido a ela o direito de fazer as atividades escolares em casa.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
2. Releia este trecho.
4. O tema gravidez na adolescência poderia ser assunto de um texto para outro tipo de leitor? Qual? a) Nesse caso, o texto traria as mesmas informações? Por quê? b) A linguagem do texto também seria informal? Por quê? 5. Reescreva os trechos a seguir, usando uma linguagem mais formal e justifique todas as alterações feitas. a) Ainda há o preconceito que a garota vai enfrentar e a
frustração por deixar, ao menos por um tempo, as festas, baladas e viagens com a galera para assumir um monte de novas responsabilidades. b) E nunca transe sem camisinha, que ajuda a prevenir a gravidez e ainda previne as doenças sexualmente transmissíveis. c) A primeira medida é contar o que está rolando para alguém em quem você confia.
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Produção: artigo de opinião
Conhecendo o gênero Atividade 1 – O contexto de produção 1. Leia o artigo de opinião a seguir. TENDÊNCIAS/DEBATES Patrícia Blanco
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Proibir publicidade resolve os problemas? Diariamente são divulgados estudos que mostram o quanto a população está sujeita a riscos. De danos causados pelo consumo excessivo de sal ao uso de celulares, exemplos mostram o quanto é arriscado viver nos dias de hoje. Vivemos a era da informação, com os seus benefícios e dilemas. Nesse cenário, entra a publicidade, que, se por um lado nos traz informação, por outro gera polêmica quando voltada a crianças e adolescentes. Mas será que proibir a publicidade de alimentos e bebidas acabará com a obesidade e com o consumo de álcool? Será que, extinguindo a publicidade, desaparece o desejo de consumir das crianças e adolescentes? Será que, sem propaganda, os problemas desaparecerão, ou estamos enxergando só a ponta do iceberg ao atacar um suposto causador de um problema bem mais complexo? É evidente que crianças e adolescentes merecem atenção e cuidados especiais e que têm direito a proteção enquanto consumidores, mas exemplos
mostram que proibir não é a melhor solução. Toda proibição, além de não inibir o consumo, gera distorções econômicas e sociais, e o maior prejudicado é o consumidor, seja ele criança, adolescente ou adulto. Em vez de pensar em novas leis (e há mais de 200 projetos sobre o assunto em tramitação no Congresso), a ação eficaz é fazer com que as já existentes sejam efetivamente cumpridas, como a lei que proíbe a venda de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos. No mercado de publicidade, vale lembrar a experiência bem-sucedida do Conar, que tira do ar anúncios de empresas que infringem os códigos de autorregulamentação acordados por diversos setores da nossa economia. A publicidade destinada ao público infantil não fica fora desse contexto. Recentemente, a Associação Brasileira de Anunciantes, a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos e 26 empresas assinaram um compromisso público que trata da comunicação de alimentos e bebidas dirigida ao público infantil,
mostrando que setores organizados podem propor códigos específicos, seguidos de forma voluntária, com maior eficiência. Vale ainda recordar os exemplos de melhoria na qualidade de vida das pessoas quando bem informadas, resultante de campanhas na mídia patrocinadas por empresas privadas, que ajudaram no desenvolvimento de políticas públicas de educação, de saúde, de higiene, de prevenção do uso de drogas e do consumo de álcool. Sem dúvida, o papel decisivo na educação de crianças e adolescentes cabe aos pais e às famílias. Essa tarefa não pode ser terceirizada ou delegada. Em vez de buscar “culpados” para os problemas sociais, é muito mais produtivo agir na consolidação de uma sociedade livre, educada, informada e capaz de tomar suas próprias decisões sem a tutela do Estado. É preciso educar nossos jovens para o consumo consciente, de forma a dar a eles poder para que, ao se tornarem adultos, possam exercer sua liberdade da maneira mais responsável possível.
Patrícia Blanco é presidente executiva do Instituto Palavra Aberta.
Folha de S.Paulo, 21 jun. 2011, seção Opinião, Tendência e debates. 23
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Leitura e produção
Clipe Instituto Palavra Aberta Formado pela união de entidades como a Associação Nacional de Jornais (ANS), a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), a Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner) e a Associação Brasileira de Agências de Propaganda (Abap), o Instituto Palavra Aberta tem como objetivo defender a plena liberdade de ideias, pensamentos e opiniões. Sem fins lucrativos, tem quatro maneiras de atuar para defender a liberdade de expressão: incentiva estudos e pesquisas, promove eventos, debates, seminários, etc.; acompanha ações governamentais nacionais e internacionais, relacionadas ao tema; promove e apoia campanhas e ações de interesse social realizadas tanto pelo próprio instituto como por associações parceiras. a) Qual é o assunto central desse artigo de opinião? c) É um assunto de interesse da sociedade como um todo ou é um assunto pessoal? d) Qual é a posição do autor em relação ao assunto? e) Quem é o autor do artigo? Qual sua profissão? Ele tem algum conhecimento especial para ter escrito esse texto? f) Onde foi publicado? g) Quem normalmente lê esse tipo de publicação? Ou seja, para quem provavelmente esse artigo foi escrito? h) Qual seria o objetivo de um artigo de opinião? Copie a resposta no caderno. • Informar. • Divertir. • Influenciar a opinião/ação de outras pessoas.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
b) Você acha que esse assunto pode gerar polêmica e discussões? Por quê?
i) Você acha que as empresas que publicam esse tipo de artigo convidam qualquer pessoa para escrevê-los? j) Em que outros tipos de publicação você acha que é possível encontrar artigos de opinião?
Artigo de opinião Os artigos de opinião trazem questões polêmicas que dizem respeito a toda a sociedade. Seu objetivo, portanto, não é abordar assuntos de cunho pessoal, mas discutir problemas que atingem a coletividade, levando os leitores a refletir e a tomar uma posição sobre determinado assunto. Como trata de questões polêmicas, o leitor pode concordar ou discordar do que está escrito no artigo de opinião. Portanto, se o autor quer convencer o leitor de sua opinião, é muito importante que ele conheça bem o assunto de que está falando para poder construir uma boa argumentação. 24
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2. Em dupla, leiam as questões a seguir e escrevam no caderno quais delas poderiam ser tema de artigos de opinião. Justifiquem a resposta. a) Deve-se proibir ou não o uso de sacolinhas plásticas para carregar compras? b) Todas as crianças devem frequentar a escola? c) O uso de animais para pesquisa em laboratório deve ser proibido? d) A melhor sobremesa: pudim de chocolate ou sorvete? e) Qual festa é melhor: Carnaval ou São João? f) É saudável comer frutas?
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Quem é Jairo Bouer Médico e autoridade em sexualidade e comportamento jovem, doutor Jairo responde às dúvidas dos adolescentes por meio de vários meios de comunicação, como o quadro Ao Ponto, do Canal Futura, e o seu próprio blog: <http://doutorjairo.uol.com.br>. Além disso, ele faz palestras em todo o país, em escolas, universidades, empresas e grandes eventos abertos à população.
LÉO FELTRAN/EDITORA
Você vai ler um artigo sobre gravidez na adolescência escrito pelo médico Jairo Bouer.
ABRIL
Atividade 2 – Opinião × argumento
Converse com a turma Antes de ler o texto, converse com seus amigos a respeito dos três itens a seguir, cujos assuntos serão explorados pelo autor em seu artigo. Depois, veja se suas respostas têm semelhança com o que é dito no texto. 1. Sabe-se que muitas adolescentes engravidam, embora essa não seja a fase adequada para passar por esse processo. Com qual idade você acha que há mais adolescentes engravidando? 2. Você acredita que exista algum risco para a saúde da adolescente caso ela engravide? Qual? 3. Em sua opinião, até que ponto a vida da garota grávida e de seu namorado muda por causa de uma gravidez acidental?
Grávidas no contrafluxo Recentemente, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou a pesquisa Indicadores Sociais 2007, e um dos dados que mais chamou a atenção foi o número de adolescentes que tiveram filhos nos últimos dez anos. Em 1996, 6,9% das garotas entre 15 e 17 anos já eram mães. Esse número subiu para 7,6% em 2006. Você pode até pensar que o 25
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aumento não foi tão grande assim, se não fosse por um detalhe: essa é a única faixa etária em que a taxa de fecundidade aumentou. Ou seja, as mulheres estão tendo menos filhos e as adultas estão esperando mais para se tornarem mães. Só as adolescentes vêm no contrafluxo. Para se ter uma ideia, na faixa dos 18 aos 24 anos, a fecundidade caiu de 38% para 34,9% durante os últimos dez anos. Quer mais um número impressionante? De todos os partos realizados pelo SUS (Sistema Único de Saúde) no ano passado, quase 16% deles envolveram garotas com menos de 19 anos, ou seja, elas engravidaram ainda na adolescência. Esse aumento de mães adolescentes é bastante preocupante. Não é só por causa da questão emocional que a gravidez na adolescência deve ser evitada. Vendo sob o aspecto da saúde, a gestação precoce é considerada de alto risco, mesmo que a garota seja muito saudável. Como o corpo da adolescente ainda não está completamente desenvolvido, as condições para a realização do parto são mais complicadas. Além disso, os bebês gerados por adolescentes têm uma tendência maior a nascerem prematuros e abaixo do peso normal — o baixo peso, menos de 2,5 quilos ao nascer, é um dos fatores de risco para a mortalidade infantil. A chance de uma gestante adolescente ter hipertensão (pressão alta na gestação), por exemplo, é cinco vezes maior do que uma mulher adulta. O risco de desenvolver anemia durante a gravidez também é maior entre as adolescentes. A coisa é bem séria: a gestação precoce é a terceira causa de morte de garotas entre 15 e 18 anos no Brasil. Outro ponto a ser levado em consideração é a evasão escolar. Pense bem: se às vezes já é difícil levar os estudos direitinho sem ter que cuidar de um bebê, imagine uma garota que tem de amamentar, trocar fralda, preparar papinha e que não vai conseguir dormir bem porque seu bebê chora a noite inteira! Sem contar que muitas ficam com vergonha de voltar para a escola depois de terem seus bebês. Por isso, tantas meninas saem da escola quando engravidam. Um estudo feito pela ONU, com mais de 10 mil brasileiros na faixa etária de 15 a 17 anos, mostra que 56% dos jovens que abandonam a escola são garotas. Um quarto delas parou de estudar porque engravidou na adolescência. Isso torna a gravidez precoce a maior causa de evasão escolar entre as meninas que deveriam estar no Ensino Médio. O problema não é só durante a gestação ou logo após o parto. Mesmo depois de terem seus filhos, a taxa de retorno à escola é bem baixa entre as jovens mães. Para agravar ainda mais a situação, cerca de 40% das garotas que têm filho antes dos 18 anos voltam a engravidar dentro de 3 anos. Complicado, hein? BOUER, Jairo. Disponível em: <http://blog.educacional.com.br/ jairo_bouer/p74553/#cmnt>. Acesso em: 8 set. 2011.
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Leitura e produção
Vamos lembrar Argumentar é mais do que dar uma opinião: é justificá-la, sustentá-la, isto é, defendê-la com argumentos, para tentar convencer o ouvinte ou o leitor. Existem diferentes tipos de argumentos: apresentação de fatos que funcionam como exemplos; citação de opinião de pessoas importantes e/ou de dados de pesquisa; apresentação de valores e princípios; etc.
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1. O que quer dizer “vir no contrafluxo”? 2. Segundo o artigo lido, quem são as grávidas que estão no contrafluxo? Por quê? 3. Onde esse artigo foi publicado? 4. Qual é a profissão e a especialidade do autor no assunto tratado? 5. Na sua opinião, quando o autor escreveu esse artigo, quem ele imaginava que seriam seus leitores? 6. Esse artigo poderia ser publicado numa revista de esportes ou de carros? Por quê? 7. Como você já sabe, os artigos de opinião costumam discutir uma questão polêmica de alcance social amplo. • Qual é a polêmica/problema social que motivou o autor a escrever esse artigo?
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8. Qual é a posição do autor a respeito dessa questão? 9. O autor do artigo expressa sua opinião várias vezes no decorrer do texto e usa de argumentos para sustentá-la. Copie o quadro a seguir no caderno e preencha-o de acordo com o que está no texto. Opinião a) Não é só por causa da questão emocional que a gravidez na adolescência deve ser evitada.
Argumentos que sustentam a opinião Argumento 1 Argumento 2
Argumento 3 Argumento 4
b) A coisa é bem séria. c) Outro ponto a ser levado em consideração é a evasão escolar. d) O problema não é só durante a gestação ou logo após o parto.
REPRODUÇÃO
Juno Depois de ficar grávida de um colega da escola, Juno e sua amiga Leah passam a procurar em jornais um casal perfeito para quem possam entregar o bebê quando ele nascer. A trama retrata as mudanças e os conflitos durante a gestação e revela a responsabilidade de assumir as consequências das próprias atitudes em um período cheio de transformações que é a adolescência.
Houve uma vez dois verões Chico está em busca de um grande amor e Rosa só quer guardar dinheiro para viajar para a Austrália. Uma noite os dois se encontram por acaso e, juntos, vivem uma intensa paixão. Após o encontro, Rosa descobre que está grávida e essa nova situação vai afetar profundamente o relacionamento dos dois.
REPRODUÇÃO
Vale a pena assistir!
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Leitura e produção
Praticando 1. Copie a tabela abaixo no seu caderno e preencha-a, colocando sua opinião sobre as questões polêmicas da coluna da esquerda. Em seguida, escreva pelo menos um argumento forte para sustentar sua opinião. Questão polêmica
Opinião
Argumento(s) que sustenta(m) sua opinião
A lei da palmada: os adultos ficam proibidos de impor castigos físicos para educar crianças ou adolescentes. Essa lei deveria ser aprovada? Toque de recolher para menores: lei que impõe limite de horário para crianças e adolescentes permanecerem nas ruas à noite. Essa lei deveria ser aprovada? Ficar mais de três horas na internet é prejudicial para os jovens? A propaganda em programas de TV para crianças deveria ser proibida?
2. Compare sua opinião com as dos colegas. a) Em quais assuntos houve mais discordância entre os colegas da sala? b) Quantos colegas discordaram de você? c) Que argumentos eles usaram? d) Os argumentos deles fizeram você mudar de ideia ou, pelo menos, considerar o problema sob outro ponto de vista? Por quê?
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Apenas os magros são felizes?
e) Para você, quem foi o colega que apresentou o melhor argumento para defender a própria ideia? • Qual foi a ideia e qual foi o argumento?
f) Seus argumentos fizeram algum colega mudar de ideia? Explique.
Acho que não deveria haver uma idade mínima para alguém poder dirigir carro.
Você acha? Por quê?
Porque sim. Eu tenho 15 anos e queria poder dirigir. Deve ser legal.
Esse não é um bom argumento...
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“Porque sim” não é resposta! A força dos argumentos. Se argumentamos, é porque queremos convencer o outro da validade de nossas ideias. Muitas vezes, mais do que convencer o outro, queremos fazê-lo mudar de ideia, o que é muito mais difícil. Para isso, não adianta apelar para o grito, para a força ou para justificativas ingênuas, infantis. Para convencer alguém ou fazê-lo mudar de ideia, é preciso apresentar boas justificativas, fatos que comprovem o que afirmamos, ou seja, argumentos fortes.
Atividade 3 – Tipos de argumento
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Na atividade anterior, vimos que, para convencermos alguém de nossas ideias, precisamos usar argumentos fortes. Vamos lembrar que tipos de argumento podem ser considerados fortes? Veja nas atividades a seguir. 1. Monte um quadro no seu caderno, relacionando os trechos abaixo com os tipos de argumento. a) Outro ponto a ser levado em consideração é a evasão escolar. [...]
Um estudo feito pela ONU, com mais de 10 mil brasileiros na faixa etária de 15 a 17 anos, mostra que 56% dos jovens que abandonam a escola são garotas. BOUER, Jairo. Grávidas no contrafluxo. Disponível em: <http://blog.educacional.com.br/jairo_bouer/p74553/#cmnt>. Acesso em: 2 set. 2010.
b)
Outro ponto a ser levado em consideração é a evasão escolar. Pense bem: se às vezes já é difícil levar os estudos direitinho sem ter que cuidar de um bebê, imagine uma garota que tem de amamentar, trocar fralda, preparar papinha e que não vai conseguir dormir bem porque seu bebê chora a noite inteira! Sem contar que muitas ficam com vergonha de voltar para a escola depois de terem seus bebês. BOUER, Jairo. Grávidas no contrafluxo. Disponível em: <http://blog.educacional.com.br/jairo_bouer/p74553/#cmnt>. Acesso em: 2 set. 2010.
c)
Não se pode privar um jovem de informação, seja de que tipo for. Ele só terá maturidade se for educado para ter uma visão crítica sobre tudo com o que entra em contato, como uma propaganda. Fonte: Revista Mundo estranho, São Paulo, n. 95, p. 10, jan. 2010.
d)
Só as adolescentes vêm no contrafluxo. Para se ter uma ideia, na faixa dos 18 aos 24 anos, a fecundidade caiu de 38% para 34,9% durante os últimos dez anos. BOUER, Jairo. Grávidas no contrafluxo. Disponível em: <http://blog.educacional.com.br/jairo_bouer/p74553/#cmnt>. Acesso em: 2 set. 2010.
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Leitura e produção
e)
Ninguém questiona que as propagandas abusivas devam ser controladas. A questão é que já há mecanismos eficientes para isso no Brasil. O Conselho de Autorregulamentação Publicitária (Conar) tem uma resolução que trata do cuidado com público infantil, e nosso Código de Defesa do Consumidor é um dos mais avançados do mundo. “A publicidade deve ser proibida para crianças?” Mundo estranho, São Paulo, n. 95, p. 10, jan. 2010.
f)
... se os anúncios de redes de fast food fossem eliminados, o número de crianças gordinhas seria quase 20% menor.
Argumentos
Tipos de argumento Argumentos de autoridade: citação da fala de algum especialista no assunto ou de dados de pesquisa. Argumentos de princípio: citação de valores, direitos garantidos por lei ou fortemente aceitos por um grupo social. Argumentos com relação de causa e consequência: os argumentos são apresentados como “efeitos”, isto é, consequências de uma ideia antes apresentada. Argumentos por exemplificação: são apresentados fatos que exemplificam, ilustram a ideia defendida.
2. Que tipos de argumento você usou na questão 1 da seção Praticando? 3. Pesquise outros tipos de argumento para sustentar sua opinião em relação às questões polêmicas apresentadas na mesma seção Praticando.
Se liga nessa!
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Mundo estranho, São Paulo, n. 95, p. 10, jan. 2010.
Para escrever um bom texto argumentativo, você deve apresentar mais de um argumento. Você pode escolher se começa com o argumento mais forte e finaliza com o menos forte ou vice-versa. Se você apresentar argumentos de tipos diferentes, melhor ainda!
Produzindo o texto: artigo de opinião Condições de produção O quê? Você vai produzir um artigo de opinião sobre o tema gravidez na adolescência.
Para quem? Muitos textos de jornal, depois de certo tempo que foram publicados, são reeditados e publicados em livros de coletâneas. 30
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Você e seus colegas vão compor uma coletânea de artigos chamada “Gravidez na adolescência: diferentes olhares”. Para isso, imagine que seu artigo será publicado em um jornal de grande circulação do seu Estado. Depois que todos os artigos estiverem prontos, vocês deverão encaderná-los num volume que vai para a biblioteca da escola para servir de fonte de pesquisa e discussão para os outros colegas. Se sua classe ou você tiver um blog, os artigos também poderão ser publicados lá.
Como fazer?
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1. As frases abaixo sintetizam diferentes abordagens a respeito do tema que será discutido. Escolha um dos títulos abaixo para definir de que maneira você vai explorar o assunto. a) b) c) d)
Gravidez na adolescência: problema ou solução para as jovens mães? Gravidez na adolescência: por que algumas meninas engravidam tão cedo? Gravidez na adolescência: e o que os garotos têm a ver com isso? Gravidez na adolescência e o abandono escolar: problema sem solução?
2. Não se esqueça: não basta dar sua opinião apenas, é preciso usar argumentos fortes para defendê-la. Busque argumentos de diferentes tipos que possam ajudar a construir seu texto. Para isso: a) Releia os textos deste capítulo sobre gravidez na adolescência. b) Pesquise mais sobre o assunto em revistas, jornais e internet. c) Se você conhecer alguém que já tenha passado por essa experiência, converse com a pessoa e anote os fatos que podem reforçar seus argumentos.
3. Use uma linguagem formal. 4. Escreva o texto com base nos critérios da ficha de avaliação que está no final do livro. 5. Avaliando a produção. a) Releia seu texto, de acordo com os critérios da tabela “Argumentação e tipos de argumento”. b) Troque seu artigo com o de um colega e preencha a Ficha de Avaliação 1 — Artigo de Opinião. c) Reescreva seu artigo de acordo com as observações da ficha. No final do livro, você vai encontrar a Ficha de Avaliação 1
Artigo de opinião
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Leitura e produção
Roda de leitura: poemas Converse com a turma
Quem é Manoel de Barros
2. Para você, qual é a matéria da poesia? 3. Veja estes outros sentidos da palavra matéria.
Aquilo de que trata um livro, discurso, ação jurídica, etc. Tema de uma discussão, argumento, exposição, etc.; assunto. Disponível em: disc<http://dic.busca.uol.com.br/result.html?t=10&ref=homeuol &ad=on&q=mat%E9ria&group=0&x=24&y=13>. Acesso em: 9 set. 2011.
• Considerando esses sentidos, qual poderia ser a matéria ou tema de uma notícia, de uma novela e de uma crônica? 4. Ainda de acordo com esses outros sentidos, o que pode ser tema ou matéria da poesia?
Leia o poema de Manoel de Barros a seguir.
I. MATÉRIA DE POESIA
Poeta do século XX, Manoel de Barros explora bastante a temática do cotidiano e da natureza, mais especificamente, o Pantanal. Com um vocabulário mais coloquial e rural e explorando a formação de palavras novas (neologismo), o poeta transforma qualquer assunto em objeto poético.
1. Todas as coisas cujos valores podem ser disputados no cuspe à distância servem para poesia
O que se encontra em ninho de joão-ferreira: caco de vidro, garampos, retratos de formatura, servem demais para poesia
O homem que possui um pente e uma árvore serve para poesia
As coisas que não pretendem, como por exemplo, pedras que cheiram água, homens que atravessam períodos de árvore, se prestam para poesia
Terreno de 10 x 20, sujo de mato – os que nele gorjeiam: detritos semoventes, latas servem para poesia Um chevrolé gosmento Coleção de besouros abstêmios O bule de Braque sem boca são bons para poesia
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MARLENE BERGAMO/ FOLHAPRESS
1. De que matéria é feito um carro? De que matéria é feito um livro? De que matéria é feito um lápis?
Tudo aquilo que nos leva a coisa nenhuma E que você não pode vender no mercado Como, por exemplo, o coração verde dos pássaros, serve para poesia
As coisas que os líquenes comem – sapatos, adjetivos – têm muita importância para os pulmões Cada coisa ordinária é um elemento de estima da poesia Cada coisa sem préstimo Tudo aquilo que a nossa tem seu lugar civilização rejeita, pisa e mija em cima, na poesia ou na geral serve para a poesia As coisas que não levam a nada têm grande importância
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Os loucos de água e estandarte servem demais O traste é ótimo O pobre-diabo é colosso Tudo que explique o alicate cremoso e o lodo das estrelas serve demais da conta
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Pessoas desimportantes dão para a poesia qualquer pessoa ou escada Tudo que explique a lagartixa da esteira e a laminação de sabiás é muito importante para a poesia O que é bom para o lixo é bom para a poesia Importante sobremaneira é a palavra repositório; a palavra repositório eu conheço bem: tem muitas repercussões como um algibe entupido de silêncio sabe a destroços As coisas jogadas fora têm muita importância – como um homem jogado fora Aliás é também objeto de poesia saber qual o período médio que um homem jogado fora pode permanecer na terra sem nascerem em sua boca raízes da escória As coisas sem importância são bens de poesia Pois é assim que um chevrolé gosmento chega ao poema, e as andorinhas de junho. BARROS, Manoel de. Matéria de poesia. Rio de Janeiro: Livraria São José, 1974. p. 17.
Glossário Semovente: aquilo que se move por si próprio. Chevrolé: nome da fabricante de veículos motorizados. Abstêmio: que não toma bebida alcoólica. Braque: George Braque, pintor e escultor francês que, com Pablo Picasso, fundou o cubismo. Garampos: palavra inexistente nos dicionários, provavelmente um neologismo criado pelo poeta. Colosso: grandioso, descomunal. Laminação: que tem forma de lâmina. Repositório: lugar onde se guarda alguma coisa, depósito. Algibe: reservatório onde se recolhe água, geralmente da chuva. Saber a: ter o sabor de algo (este chá sabe a morango = este chá tem sabor de morango). Escória: sem valor, desprezível. 33
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Leitura e produção
Roda de leitura
Provocações 1. Releia o poema e, em dupla, respondam às questões a seguir. Depois, compartilhe oralmente as respostas com a turma. a) Há regularidade no tamanho dos versos e das estrofes do poema? b) Há repetição de palavras? Quais? c) Há repetição de estruturas sintáticas? Dê exemplos. d) Há versos com rimas internas? Dê exemplos.
Vamos pensar Aliteração é o nome que se dá à repetição de um mesmo som consonantal em um verso. Assonância: ocorre quando há a repetição constante de determinada vogal tônica (fonema vocálico) na sequência de um enunciado.
e) Há aliterações e assonâncias? Exemplifique. f) Há enumerações? Exemplifique.
2. Releia este trecho.
“Um chevrolé gosmento Coleção de besouros abstêmios” • Você acha que os assuntos citados poderiam ser matéria de algum outro tipo de texto que não fosse literário, como a poesia? 3. Segundo o poema, que tipos de assunto podem servir de tema para a poesia? Copie no caderno as possibilidades que lhe parecerem mais adequadas. • Acontecimentos importantes. • Questões filosóficas. • Coisas estranhas, imaginárias. • Problemas sociais. • A natureza. • Sentimentos fortes ou conflituosos. • Coisas simples, sem importância e corriqueiras. • Qualquer coisa.
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g) Este poema não tem rimas, mas você diria que ele tem ritmo? Justifique.
4. Você concorda com o que diz o poema? Por quê? 5. Considerando que os textos poéticos permitem que cada leitor lhes atribua sentidos diferentes, que sentido você daria para os seguintes versos:
“Importante sobremaneira é a palavra repositório; a palavra repositório eu conheço bem: tem muitas repercussões” 6. Afinal, qual é a matéria do poema lido? Ou seja, do que é feito e do que fala o poema? 34
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Caderno de Práticas de literatura Apresentação Um caderno de textos que “não servem para nada” Você já parou para pensar em sua relação com a linguagem? Se o fez, sabe muito bem que da hora em que acorda até aquela em que vai dormir, você lida com textos. Textos só de palavras, ou de palavras com gestos. Ou de palavras, gestos, cores e formas. Textos falados. Textos escritos. Ou textos falados e escritos. O tempo todo você está produzindo textos ou significando os textos que o cercam. Textos que servem para convencer. Textos que servem para explicar. Textos que servem para informar... Enfim, tantos textos, como são tantas nossas necessidades de viver em sociedade. Aprender a ler e a produzir melhor esses textos na escola, afinal de contas, é aprender a viver melhor nesse “mundo de textos”: Precisa defender seu ponto de vista? Use o que aprendeu sobre debates e artigos de opinião. Precisa entender o que está por trás de uma informação? Use o que aprendeu sobre notícias e reportagens. Precisa contar para alguém suas experiências? Use o que aprendeu sobre relatos e depoimentos, e por aí vá... A esta altura você já deve estar impaciente: já entendi, mas para que servem os textos deste caderno aqui? Não se espante: eles não servem para nada! E talvez por isso, cada vez menos, na correria do dia a dia, as pessoas encontrem tempo para lê-los... Uma pena: deixam de dar sons, imagens e sentidos inesperados às palavras em estado de poesia; deixam de imaginar uma história bem narrada, de se emocionar com as personagens; deixam de experimentar a sensação mágica de ver histórias no palco, como se acontecessem ali, pela primeira vez... Ainda bem que você e sua turma terão um caderno de textos que não servem para nada, com o qual, aliás, descobrirão que o uso de duas palavras negativas pode significar uma afirmação. Já estranhou de novo? Pense bem: se não serve para nada é porque serve para alguma coisa. O quê? Ah, esse é um enigma da literatura que só se resolve por seus leitores. E já avisamos, não é nada elementar, meu caro jovem!
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Unidade
Entre leitores e leituras: práticas de literatura • Capítulo 1: Pode se chocar e se emocionar, porque as tragédias foram feitas para provocar isso mesmo! • Capítulo 2: Ridendo Castigatis Mores ou Rind, Castigam-se os Cstumes Viciss
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Práticas de literatura
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UNIDADE
Entre leitores e leituras: práticas de literatura
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CoLeÇÃo PArTiCULAr
Graças a um deus: conta-se que assim teve origem o teatro!
DOSSI, Dosso. Bacchu. 1524. Óleo sobre tela, 93 x 75 cm. Coleção particular.
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FEIST, Hildegard. Pequena viagem pelo mundo do teatro. São Paulo: Moderna, 2005. p. 5-6. (Fragmento adaptado).
HerVÉ LeWAnDoWSKi/rMn/oTHer iMAGeS
Escultura de argila representando a comédia no teatro grego. Período Helenístico. Final do século I a.C. 15,5 cm de altura. Proveniente de Myrina. Museu do Louvre, Paris.
Quem é Dosso Dossi (Giovanni Luteri) Giovanni Luteri, ou Dosso Dossi, como era conhecido, foi um pintor renascentista que liderou a Escola de Ferrara, no século XVI. Sua arte excêntrica e pessoal até hoje desafia uma explicação precisa por causa dos temas complexos. Influenciado pelo conceito romântico, a paisagem é um elemento importante em sua obra, na qual as figuras devem ficar à vontade, bem iluminadas por uma luz poética. Disponível em: <http://siksite.sites.uol.com.br/Dossi.htm>. Acesso em: 22 out. 2011. (Fragmento adaptado).
THe BriDGeMAn ArT LiBrArY/KeYSTone
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Dioniso, também conhecido como Baco na mitologia romana O deus Dioniso, além de favorecer a fertilidade, ensinou os homens a cultivar uvas e a produzir o vinho. Seus devotos achavam que esses eram bons motivos para agradecer-lhe por meio de cerimônias, que incluíam cortejos, danças, cantoria, bebidas. Por volta do século VII a.C., passou a fazer parte dessas cerimônias um hino, um canto sagrado, chamado ditirambo. Os próprios devotos improvisavam o texto com passagens do mito de Dioniso. No princípio, isso era feito por um coro de homens, os coreutas, até que um deles foi ganhando mais falas, o corifeu. Conta-se que, em certa ocasião, um corifeu, chamado Téspis, começou a representar o próprio Dioniso, demonstrando alegria nos momentos felizes, chorando nas passagens tristes. Com isso [...] nasceu a tragédia. As celebrações dionisíacas incluíam um cortejo ruidoso, irreverente e alegre, que cultuava Dioniso principalmente como deus da fertilidade. Dançando freneticamente e cantando a plenos pulmões, esse cortejo, chamado comos, dirigia gracejos à multidão, que também passou a responder a eles. Desse desafio verbal nasceu a comédia, várias décadas depois da tragédia.
DOSSI, Dosso. Autorretrato. 1489. Óleo sobre tela.
Conversa afinada Observe a reprodução da tela de Dosso e leia as informações sobre Dioniso. Depois, com base nas questões a seguir, converse com seus colegas e professor. 1. Como a pintura sugere a superioridade de Dioniso em relação ao espaço dos homens? 2. Que características físicas do deus são destacadas? Explique. 3. Observe detalhadamente o manto e a posição do corpo: o que Dioniso parece estar fazendo? Explique. 131
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4. O quadro criado por Dosso combina com os motivos pelos quais os devotos de Dioniso o celebravam? Explique. 5. Considere o uso da palavra tragédia nas seguintes situações.
de Tragédia de Angra eleva para 56 total
mortos pela chuva
O Estado de S. Paulo, São Paulo, 2 jan. 2010.
Tragédia no trânsito: pequeno mu nicípio gaúcho é o mais violento em 2010 Disponível em: <http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local =1&section=Geral&newsID=a3157906.htm>. Acesso em: 24 nov. 2011.
Titanic: tragédia completa 100 anos Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Disponível em: <http://www.band.com.br/noticias/mundo/ noticia/?id=100000497311>. Acesso em: 24 abr. 2012.
• Copie a frase que melhor resume a ideia de tragédia. • situações em que forças maiores definem a vida das pessoas, causando sofrimento, tristeza e até morte. • situações em que as pessoas lutam pela sobrevivência e desafiam, com sucesso, forças maiores. 6. O que mais você sabe sobre o mito de Dioniso? O que poderia ser considerado trágico em sua história? 7. Considerando o sentido de tragédia escolhido na questão 5, você conhece alguma peça que possa ser considerada trágica? 8. A leitura do texto a respeito de Dioniso permite perceber que, quando surgiu, o teatro teve finalidade bem diferente da que lhe atribuímos hoje. Explique essa afirmação. 9. Nas comédias modernas, de certa forma, o diálogo original entre o público e o cortejo (participantes da procissão) se mantém, ainda que o público nem sempre fale. Você concorda com essa afirmação? Por quê? 10. Você já leu alguma peça ou assistiu a alguma, no teatro ou na televisão, que pudesse ser considerada comédia?
Vamos pensar • O que são tragédias? • O que são comédias? • Como aproveitar a escola para conhecer mais sobre elas?
O que vamos fazer nesta unidade Nesta unidade, você e sua turma poderão: • conhecer algumas tragédias e algumas comédias; • experimentar a linguagem teatral; • organizar o Festival do riso, com a dramatização de cenas das comédias que serão estudadas. 132
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Práticas de literatura
Wagner Moura em Hamlet, São Paulo, 2008.
Renata Sorrah e José Mayer em Medeia, dirigida por Bia Lessa, 2004.
iUGo KoYAMA/Ae
Máscara de jovem coroado do teatro grego. Terracota. c.150 a.C. 17 cm de altura. Proveniente de Amisos (Samsun). Museu do Louvre, Paris.
FeLiPe VArAnDA/FoLHAPreSS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
HerVÉ LeWAnDoWSKi/rMn/oTHer iMAGeS
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Pode se chocar e se emocionar, porque as tragédias foram feitas para provocar isso mesmo! LeniSe PinHeiro/FoLHAPreSS
Capítulo
Bibi Ferreira na peça Gota d’água, encenada no Rio de Janeiro, em 1977. 133
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Conversa afinada 1. Do quadro abaixo, que sentimentos e sensações você associaria à máscara teatral grega e às expressões faciais dos atores? Por quê? angústia resignação
curiosidade medo
revolta felicidade
harmonia desespero
2. Que tipo de cores predomina nas roupas usadas pelos atores? • Que possíveis intenções de sentido pode haver na escolha dessas cores para os figurinos? 3. O que parece predominar nessas cenas: a exploração de cenários mais detalhados ou menos detalhados?
4. Para você, como as encenações dessas peças devem ter explorado os outros elementos típicos do teatro: a interpretação do texto pela voz dos atores, o uso de efeitos sonoros (sonoplastia) e a iluminação? 5. O que você já sabe sobre as tragédias representadas pelas fotos?
O que vamos fazer neste capítulo Você e sua turma conhecerão o mito de Medeia, presente em uma importante tragédia grega e em uma peça da dramaturgia brasileira moderna. Experimentarão dúvidas que assombraram o príncipe Hamlet, para quem “há bem mais segredos entre o céu e a terra do que possamos desconfiar...”
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• Em qual das cenas a ideia de morte está claramente simbolizada? Explique.
Pesquisa e ação Planejando as ações Você já ouviu falar no jovem Jasão e seu grupo de amigos, os Argonautas? E da princesa Medeia, que resolveu trair o próprio pai para ajudar esse jovem? Vamos até a Cólquida para saber mais sobre esse mito? Faça pesquisas em dicionários e livros de mitologia grega ou na internet e descubra:
1. Por que Jasão reuniu os argonautas? 2. O que era e como ficava protegido o velo (também chamado de velocino, velino ou tosão) de ouro? 3. Que provas Jasão teve que enfrentar para trazer o velo de ouro? 4. Como Medeia o ajudou? 5. Por que ela fez isso?
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Medeia de Eurípedes
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Leitura Ama Ah, que os céus jamais tivessem permitido à nave Argo voar sobre as neblinas cinzentas que cobrem o mar azul das rochas Cienaias, essas montanhas de pedras movediças que esmagam os barcos temerários. Que nunca os bosques de pinheiros do Pélion tivessem sido derrubados e transformados em poderosos remos nas mãos dos nobres heróis que foram se apossar do Velocino de Ouro para Pélias. Pois aí, Medeia, minha senhora, também não teria navegado para as torres de Iolco, com sua alma incendiada por amor a Jasão, nem, dominada por essa paixão, teria convencido as filhas de Pélias a matarem o pai, enquanto ela fugia com seus próprios filhos, vindo viver aqui em Corinto, com eles e o marido, Jasão. Aqui, embora estrangeira e fugitiva, encontrou simpatia e proteção de todos os coríntios, pois vivia em perfeita harmonia com Jasão, os dois formando uma pessoa só, ela e o marido. Pois o escudo para a felicidade conjugal é a mulher não discordar jamais de seu esposo. Mas agora o mais profundo amor se transformou no mais rasgado ódio. Jasão traiu seus próprios filhos, traiu minha senhora, casou com a filha de Creonte, rei desta terra, tem o poder, dorme em leito real. Medeia, ultrajada, desgraçada, invoca os juramentos que Jasão sacramentou com a mão direita, e as supremas promessas de fidelidade feitas por ele, quando, usando seus poderes de feitiçaria, ela o apoiou em tudo e contra todos para alcançar o Velocino, ajudando-o até na luta contra os gigantescos touros de patas de bronze e bocas de fogo. E agora ela brada aos céus para que sejam testemunhas do que Jasão lhe deu em paga.
Eurípedes (480 a.C.-406 a.C.)
ALBUM/AKG/LATinSToCK
O mito de Medeia teve diferentes versões. Em uma delas, conta-se que, depois que ela fugiu da Cólquida com Jasão, teria ido para o reino dele, Iolco, na Tessália, e causado a morte do rei usurpador, Pélias. Como castigo, precisou fugir para Corinto juntamente com Jasão e os filhos que eles tiveram. Lá, eles teriam sido perseguidos e seus filhos teriam sido mortos. Já em outra versão, conta-se que a morte das crianças teria sido causada acidentalmente pela própria Medeia. A partir de 431 a.C., porém, com a encenação da tragédia Medeia, de Eurípedes, o mito passou a ter uma versão praticamente definitiva: Jasão abandonou Medeia para se casar com a filha de Creonte, o rei de Corinto. O rei decidiu, ainda, expulsar Medeia por temer que ela reagisse. Tomada de ciúme e fúria, ela se vingou, causando a morte do rei, da princesa e dos próprios filhos.
Quem é
Ao lado de Ésquilo e Sófocles, Eurípedes completa o trio dos grandes tragediógrafos gregos. Suas inovações consistem mais na maneira de abordar assuntos do que na forma de apresentar o espetáculo. Em vez de celebrar a grandeza trágica dos heróis legendários, ele preferiu retratar as paixões humanas. Imbuído de um espírito igualitário e democrático, incluiu em suas peças gente simples do povo e defendeu com ardor as mulheres, os estrangeiros e os escravos, criaturas que os atenienses livres viam como inferiores. FEIST, Hildegard. Pequena viagem pelo mundo do teatro. São Paulo: Moderna, 2005. p. 12. (Fragmento adaptado).
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Práticas de literatura
Aqui jaz minha senhora, jejuando, sem tocar alimento, entregue à dor, se desfazendo em lágrimas o tempo todo, desde que soube da traição do esposo, jamais erguendo o olhar, o rosto rente ao chão. Seus ouvidos são rochedos em meio às ondas — surdos à voz de todos os amigos. Apenas de vez em quando, quase imperceptivelmente, ela ergue o pescoço alvinitente, lamenta por si mesma, pelo pai, pela pátria que traiu, por tudo que abandonou para juntar-se ao homem que agora assim a menospreza. Ela, pobre senhora, aprendeu na triste experiência, o irreparável que é abandonar a terra pátria. Agora odeia os filhos, já não sente alegria em contemplá-los. Tenho medo de que cometa algum terrível desatino. Seu gênio é terrível — não suportará essa ofensa por muito tempo. [...]
Glossário Ama: mulher que administra a casa alheia, governanta. Movediças: que se movem com facilidade. Temerários: arrojados; imprudentes. Jaz: estar deitada. Alvinitente: de cor branca e brilhante.
EURÍPEDES. Medeia. Tradução de Millôr Fernandes. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2004. p. 9-10. (Fragmento).
Quem é Chico Buarque
1. A ama acredita que os destinos são traçados pelos homens ou pelos deuses? Explique. DArYAn DorneLLeS/FoLHAPreSS DArYAn DorneLLeS/FoLHAPreSS
2. Releia.
Aqui, embora estrangeira e fugitiva, encontrou simpatia e proteção de todos os coríntios, pois vivia em perfeita harmonia com Jasão, os dois formando uma pessoa só, ela e o marido. Pois o escudo para a felicidade conjugal é a mulher não discordar jamais de seu esposo. a) O que o emprego da palavra embora pela ama sugere sobre o modo como os estrangeiros eram tratados na Grécia? b) Que motivo a ama aponta para a boa recepção de Medeia em Corinto? c) Que sentidos podem ser atribuídos à metáfora “escudo da felicidade conjugal”? d) Que visão sobre a mulher está implícita na fala Pois o escudo para a felicidade conjugal é a mulher não discordar jamais de seu esposo? e) Medeia se comporta de acordo com essa visão?
A tragédia em outro tempo e espaço: o mito de Medeia ganha vida em uma vila operária do Rio de Janeiro, nos anos 1970 Escrita por Chico Buarque e Paulo Pontes, em 1975, Gota d’água recria a tragédia de Medeia em uma vila operária (a Vila do Meio-Dia), no Rio de Janeiro dos anos 1970.
Cantor, compositor e escritor Chico Buarque. Rio de Janeiro, 2009.
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Conversa afinada
Natural do Rio de Janeiro, é considerado um dos maiores compositores da música popular brasileira. Sua carreira começou na década de 1960, quando venceu o Festival de Música Popular Brasileira com a canção A banda. Em 1969, exilou-se na Itália devido à repressão do governo militar, mas, no ano seguinte, retornou ao Brasil para lutar pela democratização do país. Além de músico, Chico escreveu peças, como Roda viva e Gota d’água (esta em parceria com Paulo Pontes), e livros, como os premiados Budapeste e Leite derramado.
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O destino das personagens, claro, nada mais tem a ver com os deuses do Olimpo. Suas vidas são em grande parte determinadas pelas contradições de um país que se “modernizava”, acumulava capital e bens, mas sem resolver a má distribuição deles. A figura do capitalista apenas preocupado com o enriquecimento é representada por Creonte. Ele é dono de todas as moradias da vila operária. Apesar de já terem pagado a ele praticamente o dobro do que estava em contrato, quase todos os moradores ainda lhe devem bastante, e muito por conta dos juros abusivos. O resultado é que não há como deixar de ser “caloteiro”, como protesta com bom humor uma das personagens:
Falhei de novo a prestação da casa... Mas, pela minha contabilidade, pagando ou não, a gente sempre atrasa Veja: o preço do cafofo era três Três milhas já paguei, quer que comprove? Olha os recibos: cem contos por mês E agora inda me faltam pagar nove Com nove fora, juros, dividendo, mais correção, taxa e ziriguidum, se eu pago os nove que inda estou devendo, vou acabar devendo oitenta e um...
Vale a pena ouvir! Gota d’água É expressão idiomática e significa mais ou menos “o que está no limite”, “o que não é mais possível de ser suportado”. Além de nomear a peça, ela é o título do samba que deu a Jasão o caminho para o sucesso. Na verdade, porém, a composição é de Chico Buarque e, além de integrar a peça, passou a circular com autonomia pela esfera musical. Vale a pena pesquisar e ouvir a força e a beleza dos versos e da melodia! Deixe em paz meu coração Que ele é um pote até [aqui de mágoa E qualquer desatenção, [faça não Pode ser a gota d’água... BUARQUE, Chico; PONTES, Paulo. Gota d’água. Intérprete: Chico Buarque. In: BUARQUE, Chico. Chico Buarque ao vivo – Paris, Le Zenith. Rio de Janeiro: Sony/BMG Brasil, 1990. 1 CD. (Fragmento).
BUARQUE, Chico; PONTES, Paulo. Gota d’água. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1975. p. 21. (Fragmento).
O poder de Creonte é representado no cenário por uma cadeira imponente que pertenceu ao pai dele. No texto, ela é chamada de trono. Jasão era morador da vila, juntamente com Joana. Com o apoio dela, teve tempo para se dedicar ao samba e acabou alcançando sucesso com Gota d’água. A fama do novo artista atraiu o interesse da filha de Creonte, Alma. Como o Jasão grego, o rapaz abandonou a antiga parceira e foi viver as promessas de sucesso e conforto trazidas pelo ingresso no mundo endinheirado de Creonte. Na cena que você lerá a seguir, Jasão e Alma acabam de ter uma conversa a respeito do apartamento que Creonte está mobiliando para os dois. Alma está entusiasmada e questiona a aparente indiferença de Jasão. Ele se defende afirmando ter dificuldade para largar a vida que construiu na vila, as amizades, a rotina, que alimentam seu lado de sambista. Nesse momento, entra Creonte disposto a preparar Jasão para ocupar sua “cadeira” nos negócios.
Quem é Paulo Pontes Paraibano de Campina Grande, Pontes se mudou para o Rio de Janeiro, onde foi importante para a vida cultural da cidade. Com suas comédias que retratavam o costume carioca, tornou-se nacionalmente conhecido. Mas o grande salto na carreira teatral aconteceu quando recebeu o prêmio de melhor autor por Gota d’água, escrita em parceria com Chico Buarque.
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Leitura Quem é Noel Rosa Cerino
CREONTE Ei... Alma mia, dá um beijo! (beija Alma) Noel Rosa, senta lá que eu quero a minha cadeira (Jasão afasta-se do trono para dar lugar a Creonte) Alma, faça o favor, seja bondosa, me deixe só com Jasão. Tem poeira nos olhos dele e eu preciso tirar ALMA Beijo, pai. Beijo, amor... (Sai) CREONTE Já reparou que o rádio não para mais de tocar seu sambinha?... JASÃO É, parece que pegou CREONTE Parece que pegou? Tem que pegar! Só tem que pegar. Aprende, meu filho, dessa lição você vai precisar Se você repete um só estribilho no coco do povo, e bate, e martela, o povo acredita naquilo só Acaba engolindo qualquer balela Acaba comendo sabão em pó Imagine um samba... JASÃO Sim, mas parece que o samba é bom...
Caricatura do sambista Noel Rosa.
Noel Rosa é um gênio da canção popular mundial e, a exemplo de Mozart, compôs uma obra que chama a atenção pela qualidade e quantidade, a qual foi concebida em poucos anos de vida. Uma de suas facetas é a maneira como retrata a sociedade, como, por exemplo, as canções Quem dá mais e Onde está a honestidade. Também possuía um aguçado senso crítico; basta ouvir Por causa da hora, na qual ironiza o primeiro horário de verão, implantado em 1931. Noel Rosa morreu em 4 de maio de 1937, quando tinha 26 anos. Disponível em: <http:// www.radio.usp.br/programa. php?id=37&edicao=060202>. Acesso em: 25 nov. 2011. Visite o blog dedicado ao sambista: <http://noelrosacentenario.wordpress.com/>.
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[...] (Entrada súbita de Creonte quando Jasão está quase sentado no trono)
CREONTE Bom? Espetacular Eu pago pra tocar porque merece E continuo fazendo rodar em tudo que é horário... 138
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JASÃO Eu não pedi, seu Creonte, eu nunca...
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CREONTE Ora, eu sei que não Noel Rosa, eu pago porque logo vi que era um samba de boa inspiração e, por que não?, um bom investimento Você sabe que eu gosto de ajudar quem não tem recursos e tem talento Não é porque você vai se casar com minha filha, que eu não vou dar bola a genro, nem Alma precisa... JASÃO Eu sei CREONTE Te ajudo como ajudo o time, a escola e essas famílias que eu sempre ajudei Dou fantasias para o carnaval, dou uniformes para o campeonato e água pro conjunto habitacional desta Vila do Meio-Dia, exato?
você já parou pra pensar direito o que é uma cadeira? A cadeira faz o homem. A cadeira molda o sujeito pela bunda, desde o banco escolar até a cátedra do magistério Existe algum mistério no sentar que o homem, mesmo rindo, fica sério Você já viu um palhaço sentado? Pois o banqueiro senta a vida inteira, o congressista senta no senado e a autoridade fala de cadeira O bêbado sentado não tropeça, a cadeira balança mas não cai [...] Pois bem, esta cadeira é a minha vida Veio do meu pai, foi por mim honrada e eu só passo pra bunda merecida Que é que você acha?... JASÃO Eu não acho nada, quer dizer, nunca pensei..., realmente... Pra mim... cadeira era só pra sentar...
JASÃO Exato...
CREONTE Então senta...
CREONTE Mas o que eu quero falar não é isso. É coisa muito importante
JASÃO Eu? O senhor quer que eu sente?
JASÃO Sobre Alma?... CREONTE Não sei como começar (Tempo) Essa cadeira... repare um instante... Já viu?...
CREONTE Senta! (Jasão senta) Muito bem. Eu vou lhe contar Se fosse outro homem eu não deixaria sentar aí, mas você é quase um sócio, vai casar com Alma e algum dia iria sentar mesmo... Gostou?...
JASÃO Que é que tem?...
JASÃO Bom, meu negócio é mais samba, música popular...
CREONTE Escute, rapaz,
CREONTE É boa? Macia?... 139
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em direito autoral dá confusão Então por que você não faz como eu e não emprega essa imaginação trabalhando só no que vai ser teu? JASÃO Eu só... CREONTE Não é melhor? Fala, rapaz JASÃO É melhor... CREONTE E então? JASÃO Mas o senhor disse... CREONTE Disse o quê?... JASÃO Isso de ser capaz, ter condições... talvez eu não servisse... CREONTE Não! Você tem muita capacidade, que é isso? Só quero estar bem seguro que, no caso de uma necessidade, posso confiar em você. É o futuro da minha obra que vou lhe passar com todos os seus segredos. Enfim, preciso saber se posso confiar em você, meu rapaz. Posso?...
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JASÃO Como?... CREONTE É gostosa de sentar?... JASÃO Ah, é! Dá pra relaxar o corpo todo... CREONTE Muito bem, Noel Rosa Um dia vai ser sua essa cadeira Quero ver você nela bem sentado, como quem senta na cabeceira do mundo. Sendo sempre respeitado, criando progresso, extirpando as pragas, traçando o destino de quem não tem, fazendo até samba, nas horas vagas Porém... existe um pequeno porém Não vai ser assim, pega, senta e basta Primeiro você vai me convencer que tem condições de assumir a pasta JASÃO Eu sou compositor... CREONTE Dá pra viver de samba?... JASÃO É o que eu ia dizer... CREONTE Pois não JASÃO Sabendo fazer, o negócio é bom Tem problemas com arrecadação, mas já tá provado que o nosso som tem força no mercado. Então nós vamos montar uma editora pra controlar os sambas de escola... Depois pegamos... CREONTE Isso. É por aí. Mas só que fuçar
JASÃO Por mim acho que pode, já que Alma é sua filha CREONTE Então posso confiar?... JASÃO Pode confiar CREONTE Está bem, vou lhe ensinar a cartilha da filosofia do bem sentar
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(A orquestra ataca a introdução com ritmo bem marcado; enquanto canta, Creonte vai ajeitando Jasão na cadeira) Ergue a cabeça, estufa o peito, fica olhando a linha de fundo, como que a olhar nenhum lugar Seguramente é o melhor jeito que há de se olhar pra todo mundo sem ninguém olhar teu olhar Mostra total descontração, deixa os braços soltos no ar e o lombo sempre recostado Assim é fácil dizer não pois ninguém vai imaginar que foi um não premeditado Cruza as pernas, que o teu parceiro vai se sentir mais impotente vendo a sola do teu sapato E se ele ousar falar primeiro descruza as pernas de repente que ele vai entender no ato (A orquestra interrompe seu fundo musical e rítmico) CREONTE Por hoje era o que eu tinha a dizer Mas preste atenção que a partir de agora todo mundo um pouco vai depender de você. Cuidado que existe hora pra ser amigo e pra ser o poder Não queira sair por aí afora dizendo o que pensa. Diga o contrário Esqueça o nome do seu companheiro e cumprimente o pior salafrário, que ninguém é inútil por inteiro Esteja quase sempre sem horário e sempre de partida pro estrangeiro... Por falar nisso, sai, vai namorar, Noel Rosa, porque eu tenho o que fazer JASÃO (Levantando-se e saindo) Poxa, nunca imaginei que sentar fosse tão difícil. Bom, aprender... [...] BUARQUE, Chico; PONTES, Paulo. Gota d’água. Disponível em: <http://oficinadeteatro.com/component/jdownloads/view.download/5/116>. Acesso em: 18 abr. 2012.
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Provocações 1. Logo na primeira fala, Creonte afirma:
Tem poeira nos olhos dele e eu preciso tirar. • Poeira nos olhos é algo que nos impede de enxergar. O que Jasão não estaria enxergando direito?
3. Na perspectiva de Creonte, por que um samba faz sucesso? a) Ao afirmar eu pago pra tocar porque merece, Creonte está de fato elogiando o samba de Jasão ou reforçando a ideia de que ele é o responsável pelo sucesso do samba do rapaz? Por quê? b) Você acha que esse ponto de vista expresso por Creonte pode ser válido para explicar alguns sucessos musicais de hoje? Por quê? 4. Creonte defende que a cadeira faz o homem, molda o sujeito. a) Ao chamar a atenção de Jasão para a cadeira e ao fazer a afirmação acima, Creonte está falando apenas da cadeira? Do que mais ele pode estar falando? b) Pode-se afirmar que, enquanto Jasão está sentado na cadeira, Creonte o vai “moldando”? Explique.
Vamos lembrar Ironia: é o nome dado a algo que se diz ou escreve querendo significar justamente o contrário. Para perceber a ironia, é preciso considerar a situação de interação em que o texto aparece. Assim, por exemplo, se em um dia de muito frio, uma pessoa passa e esquece a porta aberta e outra, incomodada com isso, lhe diz, “Que calor, não?!”, ocorre ironia.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
2. Creonte refere-se à música feita por Jasão como “sambinha”. Considere as intenções de Creonte ao conversar com Jasão e responda: ele emprega esse termo para valorizar ou desvalorizar o trabalho de Jasão? Justifique sua resposta. • Creonte chama Jasão de “Noel Rosa”, um sambista famoso. Com base na continuidade dos diálogos entre as personagens e em sua resposta à questão anterior, pode-se dizer que ele faz isso de forma irônica? Por quê?
5. Compare as falas de Jasão e de Creonte. Quais são mais incompletas? • Por que isso acontece? Estabeleça relações com o que você respondeu no item anterior. 6. Releia a passagem da “filosofia do bem sentar”. a) Copie em seu caderno qual das sentenças melhor a resume. • Como conquistar o respeito alheio pelo modo de “se sentar”. • Como impressionar bem os outros pelo modo de “se sentar”. • Como inibir e manipular os outros pelo modo de “se sentar”. b) O acompanhamento musical indicado para a cena da “lição” sobre a “filosofia do bem sentar” pode ajudar a reforçar a ideia de que se sentar, nas intenções de Creonte, deva ser um ato: • de encenação, uma representação; • espontâneo, que inspire confiança; • de autoridade, vinda pelo trabalho. 142
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7. Releia.
Poxa, nunca imaginei que sentar fosse tão difícil. Bom, aprender... • Essa fala de Jasão pode ser considerada irônica? Por quê?
Oficina literária! Que tal transformar a leitura dramática em um exercício de encenação para a turma experimentar e se divertir com a linguagem teatral?
Condições de produção O quê?
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Você e sua turma produzirão um exercício de encenação do fragmento lido da peça Gota d’água.
Para quem? Para a própria turma experimentar recursos teatrais e suas possibilidades de “dar vida ao texto”.
Como fazer? Organizem o grupo, conforme a sugestão de seu professor, e discutam a tarefa que lhes coube: • Grupo 1: figurino de Creonte. • Grupo 2: figurino de Jasão. • Grupo 3: figurino de Alma. • Grupo 4: cenário. • Grupo 5: sonoplastia e luz. Dicas! • Todos os grupos devem reler bem o texto para imaginarem como ajudarão a “dar vida” a ele. • Os grupos que trabalharão com os figurinos precisam decidir que imagens das personagens combinam com suas características psicológicas, morais, sociais, etc. Roupas, acessórios, maquiagem, penteado são os elementos que ajudarão a criar essas imagens. • Os alunos da equipe de cenografia comporão o cenário, decidindo: o que deve aparecer na cena? Que elemento(s) deve(m) ter mais destaque, ocupando o centro do espaço em que os atores atuarão? • O grupo que cuidará da sonoplastia e da iluminação deve preparar efeitos sonoros (sons, barulhos, músicas) e de luz e sombra, para ajudar na encenação. • Façam ensaios, sob a direção do professor, e, claro, divirtam-se!
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Um dos mais importantes nomes do teatro ocidental, o dramaturgo inglês William Shakespeare, buscou nas lendas, crônicas e histórias anglo-saxônicas “matéria-prima” para também escrever tragédias. Suas peças tornaram-se clássicas, sobrevivendo no imaginário de muitas e muitas gerações, de vários países. Quem nunca ouviu falar, por exemplo, do amor impossível entre os jovens Romeu e Julieta, filhos de famílias inimigas? Ou do ciúme doentio de Otelo? Hamlet, peça de que você lerá um trecho, é uma de suas obras-primas. A história se passa na Dinamarca. Pouco tempo após a morte do rei, a rainha Gertrudes se casou com o irmão dele, Cláudio. Você já pode imaginar os boatos que isso causou, não é mesmo? Dentre eles, três guardas começaram a ver um espectro, um fantasma, com a aparência do rei morto. Hamlet, o príncipe, foi avisado e também o viu e, mais assustador, o ouviu! Uma assombração ou a alma de meu pai? — pergunta-se o jovem... Perturbação, imaginação ou realidade...? — você deve estar se perguntando... Impossível definir; afinal, o fantasma só foi visto por essas poucas personagens e somente Hamlet se aproximou dele e o ouviu. O mais importante, porém, é que o jovem príncipe tomou a aparição como real e passou a se sentir pressionado a investigar o que ela lhe contou: teria sido o rei assassinado pelo irmão? E sua mãe teria ou não tido culpa nisso? Hamlet deveria calar-se ou fazer justiça? O jovem príncipe viu sua vida transformada em uma série de dúvidas e incertezas, tendo que se decidir entre ser uma pessoa que aceita a fortuna, isto é, a fatalidade, o destino, ou que enfrenta os acontecimentos, tentando fazer a própria história...
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A morte de um rei, o aparecimento de um fantasma e um príncipe em busca da verdade... uma tragédia de William Shakespeare
Ser ou não ser, eis a questão: será mais nobre em nosso espírito sofrer pedras e setas com que a Fortuna, enfurecida, nos alveja, ou insurgir-nos contra um mar de provações e em luta pôr-lhes fim? SHAKESPEARE, William. Hamlet. Tradução de Péricles Eugênio da Silva Ramos. São Paulo: Abril Cultural, 1976. p. 108. (Fragmento).
Hamlet prefere agir e, genialmente, arranja um jeito para fazer com que o próprio assassino confesse o crime. Como? Finge-se de louco e, em meio a falas e atitudes “sem pé nem cabeça”, decide pedir a um grupo de teatro amador que represente para o rei e para a rainha uma peça... Os resultados dessa peça sobre esse nobre público serão reveladores... Confira no texto a seguir uma versão adaptada do original, para tornar o texto de Shakespeare mais próximo de jovens leitores como você! 144
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Leitura
Quem é
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Capítulo XI Hamlet e os atores da companhia teatral hospedada no Kronborg passaram a tarde preparando a apresentação da noite, particularmente ensaiando a inserção proposta pelo príncipe. Seria uma pantomima, a ser apresentada na abertura do espetáculo, e trazia como principais personagens um rei, uma rainha e um sobrinho do soberano. O cenário já havia sido preparado. No salão de banquetes e festas do castelo, os assentos estavam dispostos de dois lados, com um estrado ao fundo, cerrado por cortinas e trazendo um palco interno. Orientados pelo ator principal, que representará o rei, os demais seguiam atentamente as orientações de Hamlet. — Quero que reproduzam essas falas como eu as pronunciei, língua ágil e voz clara, sem berros e sem cortar o ar exageradamente com as mãos — Hamlet orienta os atores, gesticulando bastante, agitando nas mãos as páginas que escrevera há poucas horas. As regras básicas a serem seguidas eram manter o autocontrole e a moderação na representação, evitando exagero: — O gesto deve ser ajustado à palavra, pois o objetivo do teatro é exibir um espelho da natureza, manifestar a virtude e o ridículo à sua própria imagem. Enfim — ensina Hamlet —, mostrar a sociedade tal qual ela é, na sua exata condição. Terminados os ensaios, Polônio aparece para verificar os preparativos. — E então, senhor, o rei concorda em assistir à peça? — pergunta Hamlet. — E também a rainha... Eles virão em seguida — responde Polônio, inclinando-se antes de sair para buscar Suas Majestades. Guildenstern e Rosencrantz, que acompanhavam o conselheiro do rei, são dispensados pelo príncipe, que lhes pede que acompanhem o velho senhor e retornem apenas na hora do
William Shakespeare eUGene iVAnoV/SHUTTerSToCK
Confira as personagens que aparecerão neste fragmento da peça! Horácio: faz parte da guarda real e é considerado por Hamlet um amigo leal. Cláudio: novo rei da Dinamarca e tio de Hamlet. Polônio: conselheiro do rei. É também pai da jovem Ofélia, por quem Hamlet é apaixonado. Gertrudes: a rainha. Guildenstem e Rosencrantz: guardas do rei incumbidos de vigiar o príncipe.
Caricatura do dramaturgo William Shakespeare. República Tcheca, 2009.
A maior parte do que se sabe sobre a vida desse artista foi resultado de pesquisas, depois de sua morte, em registros e documentos da época. Tendo vivido no reinado de Elizabeth I (1533-1603), Shakespeare (1564-1616) foi empresário das artes teatrais e escreveu peças que, além de marcarem o teatro inglês da época, tornaram-se referências obrigatórias no teatro ocidental. Seus textos discutiam temas históricos e também questões universais, isto é, relevantes para sujeitos de diferentes lugares e tempos, como o que fazer diante da injustiça, por exemplo. Suas tragédias mais conhecidas são: Romeu e Julieta, Macbeth, Rei Lear, Otelo e Hamlet. Dica: Você encontra algumas delas no site <http:// www.dominiopublico.gov.br/ pesquisa/PesquisaObraForm. do>.
Glossário Pantomima: representação teatral em que os atores se exprimem unicamente por meio de gestos. Estrado: estrutura plana, geralmente de madeira, formando plataforma mais ou menos alta, sobre a qual se coloca alguém ou algo a que se quer dar destaque. 145
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espetáculo. Queria Hamlet ficar a sós com Horácio — que havia assistido a todo o ensaio, quieto em um canto —, a fim de combinarem as observações que fariam durante a apresentação. — Horácio, você é a pessoa mais equilibrada com quem convivi durante toda a minha vida. — Que é isso, meu caro príncipe... — Não se trata de bajulação, isso não é necessário entre nós... É que, em você, a paixão e a razão convivem em perfeita harmonia — o príncipe elogia o amigo. — Agora, preste atenção: uma das cenas da representação desta noite lembra as circunstâncias de que lhe falei, da morte de meu pai — esclarece Hamlet, que já havia contado a Horácio a história revelada pelo espectro. — Peço que observe meu tio atentamente durante a apresentação. Se suas feições não denunciarem qualquer culpa, saberemos que o que vimos era um espírito do inferno. Eu também não tirarei meus olhos de cima dele. — Fique tranquilo, meu senhor, nada escapará à minha observação. — Obrigado, Horácio. Depois juntaremos nossas impressões para avaliar a situação — finaliza o príncipe, já ouvindo os sons de trombetas e tímpanos. — Estão chegando para o espetáculo... Devo fazer-me de louco! Vai, Horácio, escolha um bom lugar. As portas no alto das escadarias do salão de banquetes e festas abremse para a entrada do rei e da rainha, de Polônio e Ofélia, dos amigos Rosencrantz e Guildenstern e de outros nobres da corte. Ao som de uma marcha dinamarquesa, sempre tocada em ocasiões festivas, a guarda real desce as escadas carregando tochas, conduzindo os espectadores mais importantes. O rei dirige-se ao príncipe: — Como tem passado nosso sobrinho Hamlet? — Passo bem, bem alimentado de ar e de promessas... — responde Hamlet, sempre irônico, insinuando que aguarda o cumprimento da promessa de que herdará o trono, como lhe garantira seu tio. — Não entendo sua resposta... Suas palavras me escapam — rebate o rei. — Não, senhor, elas escaparam de mim, uma vez que eu as pronunciei — brinca Hamlet. Dirige-se a Polônio e pergunta: — É verdade que o senhor representou também na Universidade? — o príncipe insinua que o conselheiro representa também na vida real. — É verdade — confirma Polônio, inocentemente. — E até era considerado bom ator! — E representou o quê? — Representei Júlio César, o imperador romano. Brutus me assassinou no Capitólio. — Mas que brutalidade! — Hamlet volta a brincar com as palavras. — Como pôde matar um carneirão tão capital?
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Glossário Bajulação: agrado para obter vantagem. Capitólio: fórum na Roma Antiga.
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Hamlet se mostrava empolgado e bem-disposto para uma noite que sabia ser fundamental para a confirmação de suas suspeitas e para a continuidade de seu plano de vingança. A todo instante virava-se para o palco, buscando os atores, e verificava se a plateia já estava a postos. — Venha cá, querido Hamlet, sente-se ao meu lado — pede a rainha. — Perdão, minha mãe, tenho aqui um ímã mais atraente — justifica-se o príncipe, apontando para Ofélia. O intempestivo galanteio de Hamlet surpreende Polônio, o rei e a rainha, que ficam a cochichar entre si. Na realidade, Hamlet usava Ofélia como uma desculpa para sentar-se do lado oposto ao rei, à rainha e a Polônio, a fim de observá-los melhor. [...] — O senhor está alegre hoje! — Ofélia comenta. — Quem, eu? É que sou um farsante... O que faria o homem se não risse? Olhe só a felicidade de minha mãe... E meu pai morreu há menos de duas horas! — Hamlet exagera, argumentando em favor de sua ideia, enquanto a rainha volta a cochichar com o rei e Polônio. — Está enganado, senhor... Faz duas vezes dois meses que seu pai morreu! [...] — Céus! Morto há tantos meses e ainda não foi esquecido! Meu Deus, um homem terá de construir toda uma catedral ou sofrerá a punição do esquecimento? — lamenta o príncipe, criticando os que desejam que esquecesse a morte do pai. [...] Enquanto conversam, um ator posta-se diante das cortinas do palco. O rei e a rainha pedem silêncio, para que todos prestem atenção. O ator diz apenas três frases, numa espécie de prólogo da peça: — Para nós e nossa tragédia, pedimos sua audiência e clemência, além, é claro, de suplicarmos paciência. Quando o ator sai, Hamlet observa: — Isso é um prólogo ou apenas uma inscrição de anel? — referindo-se à escassez de palavras. — Pelo menos foi curto – comenta Ofélia. — Como o amor de uma mulher! — Hamlet retruca, dando uma alfinetada em Ofélia e, indiretamente, também em sua mãe. Mas são interrompidos pelo abrir das cortinas do palco, onde se encontram os dois atores que representam o Rei e a Rainha. Eles conversam... O REI Trinta voltas perfeitas o sol já tinha dado sobre o verde da terra e o mar salgado, e trinta dúzias de luas sobre nós haviam contornado desde que o amor nos uniu em laços sagrados. 147
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A RAINHA Mil voltas darão o sol e a lua antes que nosso amor tenha fim. Mas me sinto tão infeliz por ver que tem a alegria afastada de seus dias! O REI Eu devo lhe deixar muito em breve, mas o fim da existência não me preocupa sabendo que minha amada terá outro marido... A RAINHA Não, eu não aceito! Um outro amor não cabe no meu peito... É maldição ter novo companheiro, só tem o segundo quem mata o primeiro. — O veneno! O veneno! — diz Hamlet, baixinho, enquanto os atores seguem com a peça.
O REI Diz isso irrefletidamente, pois a intenção é transitória e ficará apenas na memória. O sangue quente da dor e da alegria já traz consigo a própria hemorragia; de repente, a dor canta e a alegria chora. O mundo não é eterno e tudo tem um prazo, nossas vontades mudam nas viradas do acaso, pois esta é ainda uma questão não resolvida: a vida faz o amor ou é o amor que faz a vida? A quem não precisa nunca falta uma amizade, mas quem mais precisa só experimenta falsidade, e descobre, oculto no amigo, um inimigo antigo. Se pensa que não terá outro marido, sua crença morrerá quando eu tiver morrido. A RAINHA Se isso vier a acontecer, jamais terei sossego e paz, e minha alegria estará para sempre perdida. Se, uma vez viúva, for outra vez esposa, quero que a eterna angústia se aposse de minha alma!
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A RAINHA Deixar um novo marido me beijar no leito é o mesmo que matar o primeiro de outro jeito.
— Que belo perjúrio! — comenta Hamlet, antecipando que a Rainha não cumprirá seu juramento. O REI Ouvi seu solene juramento. Por favor, me deixe... Meu espírito pesa. Quero enganar com o sono o tédio que sinto agora! — proclama o Rei antes de adormecer. A RAINHA Que o sono embale sua alma e que nunca haja amargura entre nós, só calma... — diz a Rainha antes de deixar o palco. De volta à audiência... — Senhora, que tal lhe parece o drama? — pergunta Hamlet a sua mãe. — Parece-me que promete muita coisa... — ela avalia. 148
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— Creio que ela cumprirá a promessa feita — Hamlet dissimula. — Você já conhece o argumento? — intervém o rei – Não há nada ofensivo nele? — Imagine... Eles apenas brincam! — responde Hamlet, irônico — Até o veneno é de brincadeira! Não há ofensa, não... Hamlet dá mais algumas informações, esclarecendo que a peça, intitulada “A ratoeira”, tem como ponto central um assassinato ocorrido em Viena, cometido contra um rei chamado Gonzaga. — Trata-se de uma obra-prima de perfídia, de traição... O senhor verá! — Hamlet garante ao rei. — Mas que importa, não é? O senhor e todos nós aqui temos almas limpas... Isso não nos afeta! — diz o príncipe, enquanto observa a entrada de um novo personagem. — Aquele é Luciano — comenta —, sobrinho do Rei. O ator que representa Luciano traja um gibão negro, certamente simbolizando a morte. Caminha em direção ao Rei adormecido, segurando numa das mãos um frasquinho e fazendo gestos ameaçadores. [...] Ao final da cena, Hamlet olha para o seu tio e o vê transtornado, irrequieto em seu assento. Traz a luz novamente para si, reforçando o drama a que todos assistem: — Ele envenena o Rei no jardim de seu palácio para usurpar o trono — explica o príncipe. E, como se precisasse dar veracidade ao texto representado, comenta: — A peça foi inspirada em fatos reais... O texto original foi escrito num italiano impecável! — E antecipa a trama, acrescentando: — Agora, vocês verão como o assassino arrebata o amor da mulher do soberano Gonzaga... O outro soberano, alvo da vingança de Hamlet, ergue-se cambaleante e pálido como a neve. — O rei se levanta! — anuncia Ofélia, vendo Cláudio equilibrar-se em suas trêmulas pernas. — Sente-se mal, meu senhor? — pergunta a rainha, assustada, procurando amparar o marido. Polônio é o primeiro a tomar providências: — Parem a peça! — ele ordena, imediatamente procurando a guarda para a retirada do rei. — Luz... Deem-me alguma luz! — grita o rei, desesperado. Depressa! Antes mesmo que as tochas iluminem seu caminho, Cláudio se precipita em direção à saída do salão, tropeçando nos degraus que levam à porta. Sua atitude revela-se quase uma confissão, um forte indício de que fora atingido de alguma forma pelos fatos ali representados. [...] SHAKESPEARE, William. Hamlet: o príncipe da Dinamarca. Adaptação de Leonardo Chianca. São Paulo: Scipione, 1999. p. 51-58. (Série Reencontro). (Fragmento).
Glossário Perfídia: deslealdade. 149
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Conversa afinada 1. Nessa adaptação, além das características típicas do texto teatral, há o uso do seguinte recurso épico: • rubricas indicando que personagens falarão. • diálogos diretos entre os personagens. • voz narrativa que comenta e organiza os diálogos.
Vale a pena assistir! PHoToS 12/ALAMY/oTHer iMAGeS
Copie no caderno a frase que melhor resume as orientações dadas por Hamlet aos atores. • Usar diferentes volumes, de modo que as partes mais trágicas do texto sejam bem destacadas. • Manter naturalidade na fala e nos gestos para que a representação fique parecida com a realidade. • Gesticular bastante para tornar a interpretação mais expressiva para quem assiste à peça. 3. O que inspirou o roteiro da peça que Hamlet está ensaiando com os atores? 4. Quais são as intenções dele com essa encenação? • De que modo o título dado a essa peça anuncia ironicamente essa intenção? 5. Em sua opinião, por que Hamlet se faz passar por louco durante a apresentação da peça? • Apesar de aparentemente sem sentido, suas falas são repletas de ironia. Explique o que ele realmente quis dizer ao reclamar para Ofélia que o prólogo da peça foi curto como o amor de uma mulher. 6. Por que Hamlet, mesmo após ver o tio transtornado, comenta a cena que acabou de acontecer?
Literatela Hamlet foi representada inúmeras vezes, em teatros de vários países e épocas, e, além disso, a peça foi adaptada para o cinema. Uma das versões mais recentes para a “telona” é do cineasta italiano Franco Zefirelli. Você assistirá a um trecho que adapta a passagem em que é encenada A ratoeira. Nele, a voz narrativa desaparece, mas não faltam recursos, alguns próprios do teatro, outros do cinema, para sugerirem o que o narrador explicitou para os leitores. Confira!
Cena do filme Hamlet. Direção de Franco Zeffireli. EUA, ING, FRA, ESP, 1990.
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2. No início do trecho que você leu, Hamlet orienta os atores quanto à forma que espera que representem. Muitos leitores desse texto acreditam que, nas orientações do príncipe aos atores do grupo teatral, está a própria voz do autor, Shakespeare, indicando como deveria ser a encenação de seus textos.
Hamlet (Mel Gibson), príncipe da Dinamarca, retorna ao seu país natal quando seu pai, o rei, morre. Ao chegar, já encontra sua mãe (Glenn Close) casada com seu tio (Alan Bates), que se tornara rei. Mas logo o fantasma do pai de Hamlet surge e conta ao filho que seu tio e sua mãe o tinham assassinado. Hamlet passa então a ser atormentado pela decisão de vingar a morte do pai ou ter uma atitude passiva em relação ao fato. Disponível em: <http:// w w w.adorocinema .com/ filmes/hamlet-90/>. Acesso em: 18 abr. 2012.
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7. Por que a câmera foca alternadamente o palco em que os atores representam, em plano geral, e alguns espectadores, em close? 8. Releia na abertura da unidade qual era a função do coro, tanto nas tragédias como nas comédias gregas. • O que é possível inferir da fala do rei Cláudio dirigida a Hamlet: “Representais o coro?”. 9. Leia.
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Fogo-fátuo
No caderno de Leitura e produção, Unidade 3, você encontra explicações sobre plano geral e close e também sobre outros modos com que a câmera “enquadra” a imagem, para compor uma cena e sugerir efeitos de sentido. Confira lá!
Acepções • substantivo masculino 1. luz que aparece à noite, ger. emanada de terrenos pantanosos ou de sepulturas, e que é atribuída à combustão de gases provenientes da decomposição de matérias orgânicas; boitatá, bola de fogo, fogaréu 2. Derivação: sentido figurado. falso brilho, glória passageira Gramática pl.: fogos-fátuos INSTITUTO ANTÔNIO HOUAISS. Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2003.
O que é fogo-fátuo? É um impressionante fenômeno que costuma ocorrer em cemitérios ou pântanos. De tempos em tempos, surgem misteriosas chamas azuladas, que aparecem por alguns segundos na superfície e logo depois somem sem deixar vestígios. Hoje, os cientistas sabem que esse fogo esquisito está ligado à decomposição dos corpos de seres vivos. Nesse processo, as bactérias que metabolizam a matéria orgânica produzem gases que entram em combustão espontânea em contato com o ar. “Ocorre uma pequena explosão e a chama azulada vem acompanhada de um estrondo que assusta quem está por perto”, afirma o químico Luiz Henrique Ferreira, da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar). Com tudo isso, não é de se espantar que o fenômeno alimente lendas de fantasmas, assombrações e almas penadas [...]. Disponível em: <http://mundoestranho.abril.com.br/materia/o-que-e-fogofatuo>. Acesso em: 18 abr. 2012. (Fragmento).
• Explique as possíveis intenções de sentido na fala do personagem Hamlet: Assustado com o fogo-fátuo?. 10. O que você achou da experiência de ler um texto e depois vê-lo adaptado para o cinema? Por quê?
Chegamos ao fim deste capítulo e esperamos que você esteja contente de ter conhecido um pouco das tragédias importantes na literatura ocidental e na brasileira! E como Baco não viveu só da tristeza, até o próximo capítulo, meu caro jovem, em que nos esperam boas comédias! 151
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Caderno de Estudos de língua e linguagem Apresentação Um caderno de estudo e investigação das possibilidades da língua Ei, você... Já parou pra pensar que, em quase tudo o que você faz, a língua — falada ou escrita — está presente? E então, perguntamos: Que coisa é essa que chamamos de língua? Qual é a sua importância? Pra que ela serve? O que podemos fazer com ela? Como podemos usá-la? Podemos modificá-la? Já pensou nisso tudo? Neste Caderno de Estudos de língua e linguagem, você terá a oportunidade de exercer o papel de curioso, de pesquisador dessa língua que chamamos de língua portuguesa e que você já conhece e usa muito bem! Você vai dar uma de “filósofo da linguagem” e de gramático! Vai descobrir que há muito o que investigar e aprender sobre ela, apesar de tudo o que você já sabe! Chegou a hora! Se liga nessa parada com a galera e se abra para conhecer as múltiplas faces de camaleão dessa nossa língua portuguesa!
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Unidade 1
Língua e linguagem • Capítulo 1: Formação e significação de palavras na nossa língua • Capítulo 2: Usos expressivos da língua: figuras fônicas Unidade 2
Língua e gramática normativa • • • •
Capítulo 1: Período composto por subordinação Capítulo 2: Orações subordinadas substantivas Capítulo 3: Orações subordinadas adjetivas Capítulo 4: Orações subordinadas adverbiais
Unidade 3
Ortografia e pontuação • Capítulo 1: Ortografia • Capítulo 2: Acentuação das palavras — Retomada das regras de acentuação de hiatos e de ditongos • Capítulo 3: Pontuação — Uso do ponto e vírgula e travessão
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UNIDADE
Estudos de língua e linguagem
1
Língua e linguagem
O que é isso?
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reProDUÇÃo
Observe esta reprodução da capa de um livro.
Capa do livro Estórias abensonhadas. COUTO, Mia. Estórias abensonhadas. Lisboa: Caminho, 1987.
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Discuta com a turma 1. Focalize sua atenção no título. a) Do que parece tratar o livro? b) Agora, observe uma das palavras que o autor criou para compor o título: abensonhadas. Ela é formada por duas palavras. Você consegue identificá-las? c) Considerando os sentidos das duas palavras que formam abensonhadas, que significado você daria a essa nova palavra criada pelo escritor, se tivesse que fazer um verbete de dicionário sobre ela? d) Que sentido pode-se dar ao título Estórias abensonhadas?
f) Pense em algumas outras palavras que foram formadas a partir de duas ou mais palavras, de modo semelhante a esta que compõe o título do livro. 2. Agora veja esse poema concreto de Augusto de Campos. aUGUsto De camPos
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e) O que teria levado o escritor a criar esta palavra em vez de optar por um título usando as duas palavras que a compõem?
CAMPOS, Augusto de. Rever. In: CAMPOS, Augusto de. Viva Vaia: poesia 1949-1979. São Paulo: Ateliê Editorial, 2008. p. 201-202
a) O que compõe o poema concreto? b) O que significa a palavra rever? c) O que há de criativo no fazer do poeta? d) A palavra rever é derivada de que palavra? e) O que foi acrescentado à palavra primitiva para que esta ganhasse novo significado? f) Compartilhe com seus colegas outras palavras às quais você poderia acrescentar essa mesma parte e mudar os seus significados.
Será que é mesmo? nesta unidade, iremos estudar o nosso léxico: de onde vêm as palavras da nossa língua, como são formadas e que elementos ajudam a dar significado a elas. Também estudaremos como e por que podemos ampliar o repertório das palavras que compõem a língua, formando novas palavras com novos significados.
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Estudos de língua e linguagem
Capítulo
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Formação e significação de palavras na nossa língua
nos volumes anteriores, ao discutirmos o que quer e o que pode a nossa língua, falamos sobre alguns tipos de relações entre as palavras (polissemia, antonímia e sinonímia) e estudamos alguns recursos expressivos aos quais podemos recorrer quando queremos produzir certos efeitos de sentido. Agora é o momento de voltarmos a olhar um pouco mais de perto para as palavras como unidades que significam. • de onde vêm as palavras da nossa língua? • Como elas são formadas? • Como podemos formar novas palavras, com novos significados? • Qualquer um de nós pode formar novas palavras? • Para que precisamos de novas palavras?
Língua e palavra Converse com a turma Vamos relembrar, por meio do esquema apresentado a seguir, uma das discussões de que você participou nos anos anteriores. Compartilhe com seus colegas a leitura do esquema.
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Como é que é?
LINGUAGENS Formas de comunicação e interação entre as pessoas que usam diferentes sistemas de signos para construir sentidos.
LINGUAGEM NÃO VERBAL Existem vários tipos e cada um usa diferentes recursos, como sons, traços, cores, movimentos, etc.
Música
Pintura dança
etc.
LINGUAGEM VERBAL É a língua: sistema de signos formado por palavras que se combinam em frases, formam enunciados, de acordo com determinadas regras. Com ela, apreendemos o mundo, interagimos com as pessoas.
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1. Entre os sistemas de signos mostrados no esquema, qual é o que mais utilizamos? 2. De acordo com o esquema, qual é a importância desse sistema de signos? 3. Esse sistema de signos é formado pelo quê?
Palavra e significação Se por meio das palavras apreendemos o mundo, então, as palavras não são feitas só de sons e letras, mas também dos significados que damos a elas, certo? Então, como apreendemos esses significados?
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1. Observe estas palavras. guardar
tempo
comida
passar
roupa
chuva
Desde que nasce, você aprende o que cada uma delas significa ao usá-las no seu dia a dia, certo? Na maioria dos casos, não há nada nessas palavras que sinalize os seus significados. Em geral, simplesmente aprendemos essas palavras e o que elas significam. Agora, se acaso juntamos duas palavras dessas para formar outra palavra que nomeará algo inventado pela humanidade ou que existe na natureza, teremos, por exemplo: guarda-chuva. a) Que outras palavras podem ser formadas a partir das que você observou? b) Os significados dessas novas palavras têm alguma relação com os significados de cada uma isoladamente, ou são outros significados completamente diferentes que teriam que ser simplesmente memorizados também? Explique. 2. Observe estas outras palavras. pé de cabra
pé de moleque
girassol
Família de palavras damos o nome de família de palavras ao conjunto que se forma a partir de uma palavra primitiva, sejam as palavras desse conjunto simples ou compostas. veja: pedra — pedrisco, pedregulho, empedrar, quebra-pedra, etc. Como se vê, existe uma parte da grafia que permanece igual: é o chamado radical. neste caso, a partícula pedr é o radical das palavras simples. no caso da palavra composta, temos dois radicais: pedr e o radical da outra palavra que a compõe — quebr (quebrou, quebradeira). As palavras da mesma família também têm algo em comum quanto ao significado.
a) Você sabe o que cada uma delas significa? Procure no dicionário, se necessário.
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b) Copie no caderno a frase que melhor completa o trecho a seguir.
ilu
O significado dessas palavras: • tem alguma relação com os significados das palavras que as compõem, por isso podemos inferi-lo. • não tem nenhuma relação com os significados das palavras que as compõem, por isso precisamos memorizá-lo. • tem alguma relação de semelhança (sentido figurado) com a forma ou característica do objeto que nomeiam ou designam. 183
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Ele formou um novo grupo de amigos. Eu transformei um grupo de amigos em inimigos. Seu caráter foi deformado pelas más companhias. As opiniões dos debatedores estão conformes. • Considere as palavras destacadas e analise-as em relação à grafia e ao sentido delas nas frases. Identifique: I. o que há de comum entre elas. II. o que há de diferente. Consulte o boxe abaixo.
As palavras e suas partículas significativas Como você viu, as palavras podem ser formadas por diferentes partículas que carregam significados. Ao formar uma palavra, podemos acrescentar ou retirar essas diferentes partículas, dependendo dos significados que queremos construir. A essas partículas que carregam significados e que formam as palavras damos o nome de morfemas ou elementos mórficos.
Vamos lembrar Além do radical, há outras partículas que podem ajudar a formar palavras e que carregam algum significado: Desinências — partes que servem para indicar: • o gênero e o número dos nomes (desinências nominais): menino / menina. • o tempo, o modo, o número e a pessoa dos verbos (desinências verbais): amo, amas; amemos, amem. Afixos — partes afixadas às palavras para criar novas palavras: • prefixos — partículas que vêm no início: insatisfeito. • sufixos — partículas que vêm no fim: satisfatório.
Clipe
O conjunto de palavras da língua portuguesa: o nosso léxico você já sabe que a língua portuguesa teve a sua origem na língua latina, falada pelos romanos — povo que na Antiguidade conquistou diversas regiões, incluindo aquela que hoje corresponde a Portugal. do latim, herdamos grande parte das palavras que existem na nossa língua. Quando usamos palavras como amor, calor, presente, mesa, casa, brinquedo, estamos fazendo uso dessa herança. Mas há palavras que hoje fazem parte do português que vieram de outras línguas e há outras tantas que vamos inventando, conforme temos necessidade, usando o nosso conhecimento linguístico, muitas vezes sem nem percebermos. É o que vamos estudar agora.
Os empréstimos (estrangeirismos) Uma das maneiras de aumentar ou renovar o nosso léxico se dá pelos empréstimos que fazemos de outras línguas.
A formação do nosso léxico Ao conjunto de palavras que compõe uma língua damos o nome de léxico. desde o seu surgimento, no século Xii, a língua portuguesa vem se modificando pelo uso. E, devido ao contato com outros povos, nosso léxico – de base latina – tem sido ampliado por palavras de outras origens. veja: • Bando, espora, luva, guerra: germânica. • Algodão, alecrim, açúcar, alfaiate, alfinete: árabe. • Arlequim, tenor, violoncelo: italiana. • Blusa, envelope, champanha: francesa. • Arapuca, jabuti, amendoim: tupi. • Quitute, cochilo, moqueca: africana.
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3. Agora, observe estas frases.
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Observe a tira de Calvin. Bill Watterson Watterson/Dist. by Universal Uclick
CAlvin
1. Qual é o drama do menino?
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2. Na tira, aparecem duas palavras que são vocábulos próprios do universo dos computadores. a) Quais são elas e o que significam? b) Procure-as no dicionário e observe a etimologia (origem) de cada uma. Qual a origem delas? c) Que outras palavras do universo dos computadores você conhece que vêm da mesma língua? d) Por qual razão você acha que essas palavras passaram a ser usadas por nós? e) Que palavras próprias da nossa língua poderiam ser usadas no lugar das que Calvin usou? 3. Qual sentido a palavra reinicializou assume na fala de Calvin, no último quadrinho?
A resposta ao item d da questão 2 será retomada na seção “Então, ficamos assim...”. não se esqueça, portanto, de registrá-la em seu caderno.
Palavras estrangeiras aportuguesadas Muitas das palavras que “tomamos emprestadas” de outras línguas acabam passando por um aportuguesamento. nesse processo, geralmente a base da palavra é mantida, mas sua pronúncia, morfologia e/ou grafia são adaptadas aos padrões do português. Caubói: do inglês cowboy. Clicar: do inglês (to) click. Ateliê: do francês atelier. Alfaiate: do árabe al-hayyât. Quitute: do quimbundo kitutu. Palhaço: do italiano pagliaccio. Jacaré: do tupi yaka’re.
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Além dos empréstimos, podemos ampliar o nosso léxico criando novas palavras a partir de palavras que já existem na nossa língua ou, ainda, criando novos sentidos para palavras que já existem. veja como isso acontece, observando e analisando os dois textos a seguir.
Texto 1 – mensagem de rede social
@himynameisdh Opppaaaaaa brisei na vibe do showw e esqueci de falar o nome do disco!!! Hahahahahah, pode ser agora!? Disponível em: <http://twitter.com/#!/himynameisdh/ status/84763647108325376>. Acesso em: 31 ago. 2011.
Vamos lembrar Os novos sentidos e a polissemia você já sabe que a maioria das palavras é polissêmica, ou seja, apresenta significados diferentes conforme o contexto. Sabe, também, que muitos desses significados nascem do uso figurado da linguagem. Pense, por exemplo, na palavra mala. Ela pode ser usada figuradamente com o sentido de “chato, inconveniente, como em: “ih! lá vem aquele mala do meu vizinho...”. Quando isso acontece, as palavras ganham novos sentidos. Fique de olho, pois esse processo tem tudo a ver com o processo de neologia, que você vai estudar nesta seção.
1. O que o autor dessa mensagem está informando aos seus leitores? 2. Observe a primeira oração da mensagem.
“Opppaaaaaa brisei na vibe do showw [...]” a) Você entendeu o que o autor da mensagem diz nesta oração? b) Qual é o verbo da oração? c) Procure localizar no dicionário a palavra primitiva que originou esse verbo. Explique o que encontrou e quais são os sentidos possíveis da palavra primitiva. d) Que sentido esse verbo tem no contexto em que foi usado? 3. Considere estas duas palavras usadas na mensagem: vibe e show. Ambas são empréstimos de outra língua. Uma delas já faz parte do nosso léxico e por isso é encontrada no dicionário. Já a outra, não. a) Procure-as no dicionário e indique qual delas já faz parte do nosso léxico e a que língua pertence. b) Seguindo as orientações do professor, descubra a origem da outra palavra e procure o seu significado. c) Que palavras em português poderiam ser usadas no lugar delas?
Neologismos e gírias Quando se cria uma palavra ou expressão nova, ou ainda quando se atribui novo sentido a uma palavra, dizemos se tratar de um neologismo. Geralmente, os neologismos são criados a partir dos processos de formação de palavras próprios da língua (os quais você conhecerá adiante). As gírias, por representarem novas palavras e/ ou novos sentidos das palavras, também são neologismos. no entanto, elas têm a característica de, geralmente, identificar o falante como pertencente a determinado grupo social (por exemplo, surfista, internauta, fã de música sertaneja, etc.).
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Neologismos — os novos significados e as novas palavras
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Texto 2 – reportagem
Intoxicados de informação
A publicitária L. M., 24 anos, toma Apesar de antenada com tudo, se sente café da manhã com os olhos grudados constantemente desatualizada. num livro. No caminho para o traba[...] lho, parada no trânsito de São Paulo, aproveita para escutar notícias pelo rádio do carro e ler mais um pouco. Passa o dia conectada, respondendo a e-mails, checando redes sociais e pesquisando sites relacionados ao trabalho. “Chego a ficar tonta com tanta informação, a ponto de ter de sair da frente do computador e esperar passar”, conta a paulistana, que recentemente abriu mão do celular com internet para tentar reduzir o es- A publicitária L. M., retratada na reportagem da tresse com a hiperconectividade. revista IstoÉ, 2011.
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O estresse causado pela hiperconectividade e a sensação de estar desatualizado causam a chamada infoxicação. Saiba quais são os sintomas e como se livrar desse mal.
DIGUÊ, Patrícia e LOES, João. IstoÉ, São Paulo, n. 2168, p. 76, jun. 2011. © Três Editorial Ltda. (Fragmento).
1. Qual é o assunto do texto, de acordo com o trecho que você leu? 2. No “olho” da reportagem aparece uma palavra criada especialmente para definir o problema que serviu de mote para o texto. a) Que palavra é essa? b) Como ela foi formada e qual o seu significado? c) O que você acha dessa criação? Acrescentou algo ao texto?
As respostas às questões 2, 3 e 4 também vão ajudá-lo na seção “Então, ficamos assim...”. não se esqueça de anotá-las com cuidado no caderno.
d) Em sua opinião, o que é necessário para que essa palavra passe a fazer parte do dicionário? 3. Observe este trecho.
“O estresse causado pela hiperconectividade [...]” • A palavra hiperconectividade não aparece no dicionário. Mas é possível inferir o seu sentido no texto. Por quê? 4. Considerando o que você discutiu na exploração desses dois textos, em sua opinião, o que nos leva a criar novas palavras ou dar novos sentidos a palavras que já existem? 187
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Processos de formação de palavras
Quem é
harolDo De camPos
A nossa língua dispõe de dois mecanismos principais de formação de palavras: a derivação e a composição. Observe o poema concreto “nascemorre”, do poeta Haroldo de Campos, em que esses mecanismos são usados.
CAMPOS, Haroldo de. “Nascemorre”. In: CAMPOS, Augusto de; PIGNATARI, Décio; CAMPOS, Haroldo de. Teoria da poesia concreta: textos críticos e manifestos 1950-1960. São Paulo: Ateliê Editorial, 2006. p. 87.
Haroldo de Campos Com o irmão Augusto de Campos e o amigo décio Pignatari, o paulista Haroldo de Campos (1929-2003) idealizou o movimento da poesia concreta no Brasil, no início dos anos 1950. Eles se opunham à subjetividade da poesia lírica e às formas tradicionais do verso, consideradas desgastadas. Como alternativa, propunham uma “arquitetura funcional do verso”: a exploração da tipologia, da folha de papel, da estrutura das palavras. Fonte: Enciclopédia Itaú Cultural de literatura brasileira. Disponível em: <www.itaucultural.org. br>. Acesso em: 24 abr. 2012.
1. O poeta faz uso de, basicamente, dois verbos que assumem diferentes formas ao longo do poema. a) Qual é a forma primitiva de cada um dos verbos? b) Em que formas derivadas eles aparecem no poema? c) Copie no caderno a afirmação correta sobre as palavras que você identificou no item anterior. • São derivadas de uma palavra primitiva e compostas por dois radicais. • São derivadas de uma palavra primitiva e simples (que tem um só radical). • São compostas, formadas por dois radicais. • São primitivas, formadas por um radical. d) O que muda em relação à grafia das palavras primitivas? e) Essa mudança acarretou mudança de significado em relação às palavras primitivas? Explique. 2. Ao ler os versos 8 e 9, temos: “re re / desnasce”. Considere as afirmações a seguir: I. Ao usar duas vezes o prefixo re-, antes de “desnasce”, o eu poético está considerando que algo deixa de nascer duas vezes. II. Algo que desnasce é algo que morre. O que “re re desnasce” é algo que morre duas vezes. III. O que “re re desnasce” é o que volta a viver e pode ser comparado à forma nascemorrenasce.
Vamos lembrar Formação das palavras Já estudamos que uma das formas de classificar as palavras é levando em conta a sua formação. nesse caso, as palavras podem ser: • Primitivas – não se formam de nenhuma outra e servem de ponto de partida para formar outras palavras: carro, laranja. • Derivadas – são formadas a partir de outra palavra considerada primitiva: carroça, laranjada. • Simples – palavras (primitivas ou derivadas) que possuem apenas um radical na sua formação: carro, carrinho. • Compostas – palavras que possuem dois ou mais radicais na sua formação: carro-forte, laranja-pera.
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Derivação e composição
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Agora, copie no caderno as frases que estão corretas em relação às afirmações anteriores: a) Apenas a alternativa I apresenta um sentido possível dos versos. b) Somente as alternativas II e III apresentam sentidos possíveis dos versos. c) Somente as alternativas I e II apresentam sentidos possíveis dos versos. d) Todas as alternativas anteriores apresentam sentidos possíveis dos versos. e) Nenhuma das alternativas anteriores apresenta sentido possível dos versos. 3. Em dois momentos, o poeta cria duas novas palavras por meio da composição de dois verbos.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a) Quais são essas palavras e que significado você daria a elas? b) Por que podemos dizer que essas palavras são compostas e não derivadas? (Use as informações do boxe “Vamos lembrar”, da página anterior, para responder a essa questão.) 4. Considerando a sua análise sobre o modo como o poema foi construído, esse eu lírico está falando do quê? 5. Recorrer à formação de palavras por composição e por derivação ajudou o poeta a construir o sentido do poema ou ele poderia produzir o mesmo efeito usando apenas os verbos primitivos? Explique sua resposta.
Tipos de derivação veja, no quadro a seguir, os tipos de derivação por meio dos quais podemos criar novas palavras. Tipos de derivação
Quando ocorre
Quando acrescentamos um prefixo à palavra primitiva. Quando acrescentamos um sufixo à palavra Sufixal primitiva. Quando acrescentamos ao mesmo tempo um Parassintética prefixo e um sufixo à palavra primitiva, de modo que, sem um deles, a palavra não tem sentido. Prefixal
Regressiva
Quando a palavra derivada tem algum morfema eliminado em relação à palavra primitiva.
Imprópria
Quando a palavra muda de classe gramatical pelo uso que se faz dela na frase, sem alterar a sua forma. Um dos modos mais comuns de se fazer isso é por meio da substantivação de palavras de outras classes gramaticais por meio do uso do artigo masculino ou de um pronome adjetivo anteposto a elas.
Exemplos
Desabrigar, recontar, semicírculo, percorrer. Caseiro, chuvoso, imundice. Aferventar, enlouquecer, amanhecer. (O) beijo (< beijar), (o) erro (< errar), (o) choro (< chorar), (a) perda (< perder). O infeliz vivia se dando mal na escola! (adjetivo passa a substantivo) Comprou um terno cinza chumbo. (substantivo passa a adjetivo) não fale grosso comigo! (adjetivo passa a advérbio) 189
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Considerando as informações do quadro, leia os textos a seguir e responda às questões propostas.
Texto 1
As fases da lua A lua Aluada Estuda Tabuada. A lua Luneta Estuda Opereta. Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A lua De mel Estuda O céu. A lua Lunática Estuda Gramática. CAPPARELLI, Sérgio. 111 poemas para crianças. 7. ed. Porto Alegre: L&PM, 2007. p. 135.
1. Na definição das fases da lua, foram usadas várias palavras que fazem parte da mesma família. Quais são? 2. Que processos de derivação foram usados na formação dessas palavras? 3. Destaque os prefixos e sufixos usados na formação dessas palavras. 4. Os mesmos sufixos usados na formação das palavras derivadas foram usados também em outras palavras do poema. a) Escreva no caderno as palavras que apresentam os mesmos sufixos. b) A repetição desses sufixos está associada ao uso de um recurso poético específico. Qual?
Converse com a turma 1. Quais são as fases da lua, de acordo com o eu lírico? 2. O que caracteriza essas fases? 3. Você poderia relacionar essas fases às conhecidas fases da lua: minguante, crescente, nova e cheia?
c) O que o uso desse recurso produz como efeito? 5. O que recebe mais destaque no poema: o trabalho com o som, com a grafia, com o visual ou com a significação das palavras? 190
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Texto 2 Bill Watterson 1987 Watterson/Dist. by Universal Uclick
Calvin
Watterson, Bill. Calvin & Haroldo. Disponível em: <http://depositodocalvin.blogspot.com/ 2009/01/calvin-haroldo-tirinha-537.html>. Acesso em: 25 ago. 2011.
1. Qual é a reclamação de Calvin? Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
2. O que significa “comida vegetariana”? 3. No terceiro quadrinho, Calvin diz não ser vegetariano. O que ele quis dizer com isso? 4. No último quadrinho, Calvin se define como sobremesariano. a) O que ele quis dizer com isso? b) Para criar essa palavra, ele partiu da palavra sobremesa, que já é uma palavra derivada de outra. I. Qual a palavra primitiva? Consulte a etimologia da palavra se for necessário. II. Que tipo de partícula foi acrescido a essa palavra? III. Para concluir, indique por qual processo de derivação foi formada a palavra sobremesa. c) E, para formar a palavra sobremesariano, Calvin seguiu um modelo anterior. Qual? d) Você concorda que essa nova palavra foi usada com a intenção de produzir o humor da tira? Explique sua resposta. 5. Agora observe o seguinte grupo de palavras.
Etimologia das palavras Verificar ou estudar a etimologia de uma palavra significa conhecer ou pesquisar a sua origem e evolução ao longo da sua existência como parte do léxico de uma língua. Um exemplo de etimologia (origem) curiosa é o da palavra tchau. Na Itália, era comum as pessoas se despedirem com o termo schiavo (“escravo”), como sinal de respeito e cortesia. Em alguns dialetos do norte da Itália, schiavo era pronunciado como ciao. No século XX, o ciao italiano chega ao português do Brasil como tchau e, hoje em dia, ninguém mais suspeita de seu antigo significado de “sou seu escravo”, ou seja, “estou ao seu inteiro dispor”.
vegetariano americano machadiano (Machado de Assis) moçambicano galileano (Galileu) pernambucano hugoano (Victor Hugo) picassiano (Picasso)
a) Todas essas palavras (adjetivos) têm o mesmo sufixo em sua terminação, que significa “relativo a, procedente de”. Qual é o sufixo? 191
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b) Leia a definição de vogal e consoante de ligação que aparece no boxe ao lado. • Agora, identifique o radical de cada palavra e, quando for o caso, indique as vogais e consoantes que foram usadas para “ligar” o radical ao sufixo. c) Considerando o que você observou nos itens anteriores, Calvin poderia ter criado um adjetivo de sobremesa com que outra terminação no lugar de -iano? d) Considerando a palavra primitiva da qual se derivou a palavra sobremesariano, podemos dizer que ela foi formada por dois processos de derivação. Quais?
Muitas vezes, para acrescentar um sufixo à palavra, usamos uma vogal ou uma consoante para “ligar” o sufixo a ela. Elas são chamadas de vogal e consoante de ligação. veja: raticida — rat+i+cida gasômetro — gas+ô+metro cafezal — café+z+al sonolento — sono+l+ento
Texto 3
Meu avô, nesses dias, me levava rio abaixo, enfilado em seu pequeno concho. Ele remava, devagaroso, somente raspando o remo na correnteza. O barquito cabecinhava, onda cá, onda lá, parecendo ir mais sozinho que um tronco desabandonado. — Mas vocês vão aonde? Era a aflição de minha mãe. O velho sorria. Os dentes, nele, eram um artigo indefinido. Vovô era dos que se calam por saber e conversam mesmo sem nada falarem. — Voltamos antes de um agorinha, respondia. Nem eu sabia o que ele perseguia. Peixe não era. Porque a rede ficava amolecendo o assento. Garantido era que, chegada a incerta hora, o dia já crepusculando, ele me segurava a mão e me puxava para a margem. A maneira como me apertava era a de um cego desbengalado. No entanto, era ele quem me conduzia, um passo à frente de mim. Eu me admirava da sua magreza direita, todo ele musculíneo. O avô era um homem em flagrante infância, sempre arrebatado pela novidade de viver. [...] COUTO, Mia. Histórias abensonhadas. Portugal: Editorial Caminho, 1996. p. 9-10.
1.
O trecho inicial desse conto de Mia Couto é exemplar do trabalho que o escritor faz com a linguagem, recorrendo à abundância de novas palavras criadas por diferentes processos de formação. a) Copie em seu caderno as palavras destacadas no texto e identifique a palavra primitiva da qual cada uma derivou. b) Analise essas palavras criadas pelo autor e identifique qual dos processos foi usado em cada caso, destacando as partículas que foram acrescidas a cada uma das palavras derivadas.
Converse com a turma 1. Quem parece ser a personagem de destaque do conto? Comente. 2. Já neste trecho inicial, podemos perceber a construção de um discurso literário com rico uso da linguagem figurada. Converse sobre o que você entendeu destes trechos: a) “Os dentes, nele, eram um artigo indefinido.” b) “A maneira como me apertava era a de um cego desbengalado.” c) “O avô era um homem em flagrante infância, sempre arrebatado pela novidade de viver.”
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Nas águas do tempo
3. O que o narrador personagem parece sentir pelo seu avô? Explique.
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c) O tipo de derivação mais usado pelo escritor neste trecho é também o tipo de derivação que mais produz novas palavras na nossa língua. Qual é esse tipo de derivação? d) No processo de derivação sofrido por essas palavras, a maioria delas, depois de modificada, passou a fazer parte de outra classe gramatical. No caderno, copie do texto: I. um adjetivo que se formou a partir de um verbo; II. um substantivo que se formou a partir de um advérbio; III. um adjetivo que se formou a partir de um substantivo; IV. um verbo que se formou a partir de um adjetivo que, por sua vez, se formou a partir de um substantivo; V. um adjetivo que se formou a partir de um advérbio.
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2. Releia uma das construções poéticas do escritor em que ele compara o movimento do barquinho do avô com um tronco.
“O barquito cabecinhava, onda cá, onda lá, parecendo ir mais sozinho que um tronco desabandonado.” • O adjetivo usado para caracterizar esse tronco é desabandonado. Haveria diferença de sentido se em seu lugar o escritor tivesse usado a palavra abandonado? Explique sua resposta recorrendo aos sentidos possíveis do prefixo des-. Consulte o dicionário se necessário. 3. Se você tivesse que substituir todas as palavras destacadas no trecho do conto por outras já conhecidas na nossa língua e que podem ser encontradas nos dicionários, que palavras você usaria? 4. Você já sabe que o modo como usamos a linguagem para construir os nossos textos é sempre muito importante para tentarmos concretizar as nossas intenções e produzir os efeitos de sentido desejados em nossos interlocutores. Então, reflita e responda: a) Por que você acha que o escritor recorreu a essa linguagem que usa e abusa da formação de novas palavras? b) As substituições propostas por você mudariam algo no texto?
Tipos de composição Há dois modos de formar palavras pelo processo de composição: • por justaposição de duas ou mais palavras — quando nenhuma delas sofre alteração ao se combinarem. Exemplos: guarda + roupa
guarda-roupa
vai + vem
vaivém
• por aglutinação de duas ou mais palavras — quando uma ou todas as palavras sofrem alteração ao se combinarem. Exemplos: filho + de + algo
fidalgo
cabeça + baixo
cabisbaixo
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1. Você já ouviu falar em esminhocar? Observando a sua formação, que significado você acha que tem essa palavra? 2. A seguir, você vai conhecer mais uma tira com as aventuras de Calvin. Com sua genialidade de criança inventiva, Calvin criou a palavra esminhocar. Veja em que contexto ele a usa. Bill Watterson
1987 Watterson/Dist. by Universal Uclick
Calvin
a) Considerando o sentido de esminhocar, que relação existe entre a chuva ter parado e o fato de Calvin considerar essa ocorrência “a melhor hora pra ir esminhocar”? b) Copie em seu caderno a frase que classifica corretamente a palavra esminhocar. • É um substantivo composto pelo substantivo minhoca e pelo verbo esmagar. • É um verbo composto por duas palavras que foram “misturadas” (esmagar + minhoca). • É um verbo formado pelo processo de derivação parassintética (es + minhoca + ar). • É um substantivo simples formado pela palavra minhoca com o prefixo es-.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
WATTERSON, B. Calvin e Haroldo: e foi assim que tudo começou. São Paulo: Conrad, 2007. p. 101.
c) O significado de esminhocar, no contexto da tira, tem relação com o significado que você pensou para a palavra, na questão 1? Explique sua resposta. 3. Explique detalhadamente o processo de formação que Calvin usou e como ele fez para formar essa nova palavra. 4. Você acredita que seria possível atribuir à palavra esminhocar o mesmo sentido dado por Calvin se a encontrássemos totalmente fora de contexto? Explique o seu ponto de vista. 5. O que achou da criação de Calvin? Em sua opinião, a criação e o uso dessa palavra têm alguma relação com a intenção de produzir o humor da tira? 6. Que outras formas Calvin poderia criar para usar no lugar de esminhocar, mantendo o mesmo sentido que ele intencionou? 7. As novas formas criadas na questão anterior passaram pelo mesmo processo de formação usado na formação de esminhocar? Explique. 194
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Outros processos Onomatopeias nos próximos dois textos você irá observar o uso de onomatopeias. leia-os e discuta as questões.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
arte&c/reProDUÇÃo
Texto 1: Anúncio publicitário
novo KiA Soul com sensor de estacionamento. Além de lindo, não deixa você bater.
1. Que qualidades do automóvel estão sendo abordadas no anúncio publicitário? 2. Qual dessas qualidades recebe maior destaque? Por quê? 3. O anunciante usou uma onomatopeia para chamar a atenção do público consumidor para a qualidade de maior destaque do produto anunciado. a) Que palavra é essa? b) Como ela aparece no anúncio e como ajuda na construção do sentido pretendido? c) A ausência dessa palavra mudaria algo na propaganda? d) Haveria outras onomatopeias que poderiam ser usadas no lugar desta? Explique. e) Levando em conta o que foi discutido nos itens anteriores, como você definiria, neste momento, esse processo de formação de palavras denominado onomatopeia? 4. Considerando o produto e as informações sobre suas características em destaque, no anúncio, qual seria o perfil de público a que se destina?
A representação imitativa de qualquer repetição Assim como o exemplo que você observou no anúncio, há outras onomatopeias que imitam um som repetitivo. Por exemplo: o reco-reco (instrumento musical), o tique-taque do relógio, o tim-tim das taças, o zum-zum-zum da turma. note que, embora se refiram a um som que se repete diversas vezes, essas formas apresentam esse som apenas uma vez (como em tique-taque), duas (tim-tim) ou no máximo três (como em zum-zum-zum): isso é o bastante para dar a ideia de repetição.
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Texto 2: Tira Jim Davis Garfield, Jim Davis 2010 Paws, Inc. All Rights Reserved/Dist. Universal Uclick
Garfield
DAVIS, J. Garfield e seus amigos. Volume 8 – Porto Alegre: L&PM, 2008. p. 14-15.
1. O que você acha que Garfield tem na boca, no último quadrinho? 2. Que informações da tira você teve de considerar para chegar à resposta da questão 1? 3. Observe a expressão de Jon, no segundo quadrinho: Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a) O que ela exprime? b) A expressão é uma reação a quê? 4. As onomatopeias foram importantes para a construção do sentido da tira? Por quê? 5. Você acha que encontraria essas onomatopeias nos dicionários de língua portuguesa? Explique sua resposta. 6. Como você explicaria a expressão de Jon, no último quadrinho? 7. Considerando o que observou e discutiu, nos dois textos, e o que os boxes laterais trazem como informações adicionais, como você concluiria a definição desse processo de formação conhecido como onomatopeia?
Redução Quando apresentamos as palavras de forma resumida, estamos usando o processo de redução. Na tira a seguir, Calvin está bravo com sua colega de escola, Susie (a quem considera “o inimigo”), que, enquanto aguarda a mãe ir buscá-la na casa de Calvin, fica comportadamente adiantando a lição de casa. © 1995 Watterson/Dist. by Universal Uclick
Calvin
Bill Watterson
WATTERSON, Bill. O mundo mágico: as aventuras de Calvin e Haroldo. São Paulo: Conrad, 2007. p. 9.
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1. Observe o que está escrito na caixa de papelão e transcreva para o caderno. 2. É possível saber o que significa essa “palavra”, no contexto da tira? 3. Ao criar esse clube, qual o sentimento de Calvin em relação às meninas? 4. Você considera esse sentimento de Calvin justificável? Explique sua posição. 5. Agora observe estas outras palavras reduzidas.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ONU – Organização das Nações Unidas OAB – Ordem dos Advogados do Brasil EUA – Estados Unidos da América ONG – Organização Não Governamental a) Ao formar G.R.O.S.S.O., Calvin usou o mesmo princípio de redução dos exemplos apresentados acima? b) Eliminando os pontos entre as letras que compõem a redução criada por Calvin, ela lembra outra palavra da nossa língua, grafada com as mesmas letras, mas com outros significados. Qual é a palavra e quais são os seus significados? c) É possível estabelecer alguma relação entre a opção do cartunista pela criação da sigla G.R.O.S.S.O. usada pela personagem, a atitude de Calvin em relação às meninas e os significados da palavra que você indicou na resposta à questão anterior?
A redução pode ser feita de três modos: 1) pela criação de siglas: quando é usada a letra inicial de uma palavra ou o conjunto de letras iniciais de diversas palavras dispostas lado a lado: Petrobras – Petróleo Brasileiro Embratur – Empresa Brasileira de Turismo Aids – Acquired Immune Deficiency Syndrome = síndrome da imunodeficiência adquirida CD – Compact Disc = disco compacto DVD – Digital Versatile Disc = disco digital versátil 2) pelas abreviações: grafamos apenas algumas das sílabas da palavra microcomputador – micro videocassete – vídeo fotografia – foto
A redução e as gírias Muitas gírias e expressões coloquiais nascem da redução de outras palavras. Veja alguns exemplos: menina mina professora fessora estrangeiro estranja Flamengo Mengo
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3) pelas abreviaturas: quando reduzimos uma palavra ou locução, na língua escrita, que se torna fixa e de uso geral. nos documentos formais temos, por exemplo: V.S. – no lugar de Vossa Senhoria Dr. – no lugar de Doutor Com os novos canais de comunicação, como as redes sociais e os aplicativos de mensagem instantânea muitas novas abreviaturas surgem a cada dia.
Então ficamos assim...
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Pronto para sistematizar o que foi discutido? você poderá optar por fazer um esquema (como o que retomamos no início do capítulo) ou produzir um texto no qual aborde as questões propostas. • de onde vêm as palavras da nossa língua? • Como elas são formadas? • Como podemos formar novas palavras, com novos significados? • Qualquer um de nós pode formar novas palavras? • Para que precisamos de novas palavras?
Atividades 1. Leia esta tira de Mafalda. Quino QUino/eDiciones De la flor
MAFAldA
a) Que atitude Mafalda esperava que a amiga Susanita tomasse, depois que ela lhe fez a pergunta do 1o quadrinho? b) Por que o rosto de Susanita aparece corado a partir do 3o quadrinho? c) Como podemos entender a fala de Susanita, no 4o quadrinho? d) Releia a última fala de Mafalda.
“Alguma insuficiência nas glândulas do sistema ofertorial?”
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I. Os termos insuficiência, glândulas e sistema estão sendo usados na tira com sentidos típicos de que esfera de atividade? Copie a opção correta no caderno. • publicitária • médica • jurídica • escolar II. Qual neologismo (palavra nova) aparece na fala de Mafalda e a partir de que palavra primitiva ele foi formado? III. Um dos sufixos que Mafalda usou neste neologismo foi -al. No caderno, escreva cinco palavras que sejam formadas com esse sufixo e pertençam à mesma esfera de atividade que você identificou no item I.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IV. Que sentido o sufixo -al atribui às palavras que você escreveu no caderno? V. Reescreva a fala de Mafalda no caderno, substituindo o neologismo por uma expressão de sentido semelhante (com palavras já existentes na língua). VI. Por que Mafalda teve de criar esse neologismo? VII. Sem o neologismo, o efeito humorístico da tira seria o mesmo? Por quê? 2. Forme duas palavras a partir de cada radical dado, seguindo os processos indicados. nerv derivação sufixal derivação parassintética a) lanç
b) derivação prefixal e sufixal derivação prefixal
c)
moral
composição derivação parassintética
3. Considere o quadro de palavras a seguir: alface biombo estresse abajur bife
almôndega agasalho azar bangalô abacaxi
pijama alarme baguete guardar xarope
moleque belzebu salame azulejo arapuca
a) Providencie um dicionário que ofereça a etimologia das palavras e descubra a língua de origem dos vocábulos do quadro. b) Você deve ter descoberto que várias palavras da lista são de origem árabe. São apenas alguns exemplos da influência dessa língua em nosso léxico. • Por que a língua árabe deixou tantos vocábulos no português? Se não souber, pesquise na internet. Dica: use as palavras-chave árabe + Península Ibérica.
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[...] O escritor Nelson Rodrigues dizia que o brasileiro sofre de “complexo de vira-lata”. E ele nem conheceu o Fiat Siena. No lançamento do novo sedã, a Fiat só fala em “size impression”, “family feeling”, “Bluetooth”, “my car”, “high
safety drive”, apelidado de HSD. Parece até que a Fiat, italianíssima, precisa usar estrangeirismos para dar sofisticação ao sedã, que, pela primeira vez, tem uma frente distinta da do Palio. O novo exterior fala (em bom português) por si só. [...]
Glossário sedã: tipo de automóvel com três partes bem delimitadas — a frente, a cabine e o bagageiro. Bluetooth: tecnologia que permite a troca de informações sem fio entre dispositivos como celulares, computadores, etc. Palio: modelo de carro da montadora Fiat.
SEVERO, Fabiano. Folha de S.Paulo, São Paulo, 4 nov. 2007. Veículos.
a) Com o auxílio de um dicionário de inglês-português ou de um tradutor automático, determine o significado aproximado destas expressões em inglês citadas no texto. (Se necessário, peça ajuda ao professor da disciplina.) size impression my car
family feeling high safety drive
b) Esses estrangeirismos são comuns na linguagem dos brasileiros? c) Releia: “Parece até que a Fiat, italianíssima, precisa usar estrangeirismos para dar sofisticação ao sedã [...]”. Copie no caderno a frase que melhor explica o que esse trecho sugere. • Sugere que é comum os anunciantes usarem palavras em inglês para dar uma aparência de sofisticação a seus produtos. • Sugere que não é comum os anunciantes usarem palavras em inglês, por isso a ação da Fiat foi surpreendente. • Sugere que a Fiat deveria ter usado palavras em italiano, e não em inglês, para valorizar seu novo carro. d) Embora tenha origem italiana, a marca Fiat possui fábrica no Brasil há décadas e seus carros são considerados “nacionais” pelos brasileiros. Levando isso em conta (além do boxe lateral e do resto do fragmento), explique o que se afirma no primeiro parágrafo do texto:
Clipe Nelson Rodrigues Além de ter deixado uma importante obra, composta por peças de teatro, romances, contos e crônicas, Nelson Rodrigues (1912-1980) também foi um dos principais “frasistas” de seu tempo. de fato, ele criou frases impactantes — e muitas vezes polêmicas — sobre diversos temas. O escritor Ruy Castro reuniu as mais interessantes no livro Flor de obsessão: as 1000 melhores frases de Nelson Rodrigues. Em uma delas, Rodrigues dizia que o brasileiro tinha “complexo de vira-lata”, ou seja, colocava-se em uma posição de inferioridade em relação ao resto do mundo.
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Mais potente, Siena apela para design “elitizado”
PaUlo manZi
4. A seguir, você lerá o trecho inicial de uma reportagem sobre um modelo de carro que acabava de ser lançado.
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“O escritor Nelson Rodrigues dizia que o brasileiro sofre de ‘complexo de vira-lata’. E ele nem conheceu o Fiat Siena.” e) Releia o final do fragmento. O jornalista concorda que era necessário usar estrangeirismos durante o lançamento do carro? Explique sua resposta. 5. Leia esta tira da Turma do Penadinho. Mauricio de Sousa
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
maUrÍcio De soUsa ProD.
PEnAdinHO
O Estado de S.Paulo, 30 de julho de 2009.
a) Escreva, no caderno, onomatopeias que poderiam ser colocadas no primeiro e no último balão da tira. b) Esses dois balões têm o contorno irregular, pontiagudo. Considerando as onomatopeias que você usou, que significado esse tipo de balão acrescenta ao que acontece nesses quadrinhos? c) Levando isso em conta, como as onomatopeias que você escreveu deveriam ser grafadas, na tira? d) E no segundo quadro? Quais onomatopeias poderiam ser colocadas? e) Ainda no caderno, escreva uma fala para o último balão da tira, mas sem usar onomatopeias. f) Como a tira fica mais impactante: com a frase que você escreveu agora ou com a onomatopeia que criou no item a? g) Levando sua última resposta em conta, explique a importância das onomatopeias para a construção dos quadrinhos em geral. 6. Como você aprendeu neste capítulo, as onomatopeias imitam os sons produzidos pelas coisas, pessoas e animais. Será que em qualquer parte do mundo as pessoas gritam do mesmo jeito quando sentem dor, os animais emitem os mesmos sons e as portas rangem da mesma maneira? Será que as palavras onomatopaicas são iguais em qualquer língua? • Para descobrir, junte-se a um colega e faça uma pesquisa na internet. Dica: busquem por estas palavras-chave: onomatopeias + outras línguas; ou uma onomatopeia (por exemplo, atchim) + inglês, + espanhol, etc. Depois, contem à classe o que descobriram. Não se esqueçam de dar exemplos e anotar as fontes de consulta.
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Ficha de avaliação 13
Unidade 1 • Capítulo 1
Artigo de opinião
Nome do(a) aluno(a):
Turma:
Critérios para produção e avaliação do artigo de opinião Seu artigo atendeu aos critérios de: 1. Adequação à proposta
Sim
Em parte
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a) Elaborou um artigo adequado a um dos títulos propostos? 2. Adequação às características estudadas do gênero a) Fez uso de linguagem formal? b) Deixou clara a sua opinião? c) Apresentou mais de um argumento para sustentar sua opinião? d) Recorreu a mais de um tipo de argumento (autoridade, princípio, exemplificação, causa/ consequência)? 3. Construção da coesão/coerência do texto (textualidade) a) Utilizou adequadamente a pontuação? 4. Uso das normas e convenções da variedade padrão a) O texto está correto em relação à gramática? (concordância entre as palavras) b) O texto está correto em relação à ortografia? * Espaço destinado à avaliação pelo aluno. ** Espaço destinado à avaliação pelo professor.
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Unidade 1 • Capítulo 1 Lembretes para o professor Achei difícil:
Lembretes para o aluno — 1a revisão 1. Você não pode mais errar:
2. É preciso melhorar:
Avaliação final do professor:
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Professor, esta amostra apresenta alguns capítulos da coleção Singular & Plural. Nela, você poderá conhecer a estrutura da coleção e o conteúdo programático desenvolvido para proporcionar aulas ainda mais dinâmicas e completas. Os principais objetivos da obra são garantir ao professor autonomia em seu trabalho e ajudar os alunos a adquirir autonomia de ação e de pensamento. Cada volume é, ao mesmo tempo, singular, porque trata dos conteúdos a partir de temas essenciais aos alunos, e plural, porque valoriza a diversidade de ideias e culturas. Os livros estão divididos em três cadernos: Caderno de Leitura e Produção, Caderno de Práticas de Literatura, Caderno de Estudos de Língua e Linguagem. Em cada um desses cadernos, é priorizado um dos componentes do ensino da língua portuguesa. O professor também recebe um CD repleto de ferramentas multimídia que tornam as aulas muito mais dinâmicas.
Ensino Fundamental II
SINGULAR & PLURAL Leitura, produção e estudos de linguagem
laura de figueiredo • marisa balthasar • shirley goulart
SINGULAR & PLURAL
SINGULAR & PLURAL
amostra para degustação do professor
para degustação
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confira: Nossos consultores estão à sua disposição para fornecer mais informações sobre esta obra.
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0800 17 2002
• Sumário da obra • Uma seleção de conteúdos didáticos para análise do professor