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VALANSI BRENDA
Para Brenda (foto abaixo à direita), o papel da ArtRio é formar um público interessado em arte que apoie jovens talentos de diversos estilos e classes sociais
O escritório da ArtRio, sobrado que data de cerca de 1940 no Jardim Botânico, é daqueles ambientes que exalam personalidade. Os poucos móveis que ocupam o espaço são antiguidades –sofá e poltronas modernistas, incluindo cadeiras de Joaquim Tenreiro – e, nas paredes, se destaca um mix de obras de artistas jovens, revelações, ao lado de nomes consagrados, como Jota, Gernave de Paula, Panmela Castro.
A impressão é de uma galeria de arte, elegante e minimalista, com uma única e comprida mesa de trabalho ao fundo, onde se reúne a equipe de 12 pessoas, focada em colocar de pé as duas feiras de arte que compõem a programação da empresa: a ArtRio, cuja 12ª edição se realizou entre os dias 14 e 18 de setembro, na Marina da Glória; e a ArtSampa, que aconteceu pela primeira vez no ano passado, em março. No comando dessa turma afinada está Brenda Valansi, empresária e mãe da Helena, 13, que desde cedo já trabalha ali como estagiária. “Acho importante ela logo perceber quanto ser independente faz todo sentido na vida”, conta. ssa determinação que Brenda ensina para a filha é algo que ela pratica em cada etapa de sua trajetória profissional. Há 12 anos, deixou para trás a carreira de artista plástica e decidiu se aventurar a montar uma feira de arte no Rio – nos moldes de eventos internacionais que frequentava.
“Eu era aluna do Parque Lage, onde estudava pintura. Essa formação me ajudou a entender esse universo não apenas como empresária, mas sentindo na pele as dificuldades para um artista conquistar seu espaço. Entrei de cabeça, mas penei até encontrar o formato certo e perceber como era fundamental crescer com segurança. Hoje conseguimos chegar a um tamanho viável, com participantes de todo o Brasil e apoio de muitas instituições”, revela, contabilizando as 60 galerias que participaram da última edição. “Temos um papel importante de formar um público interessado e apoiar jovens talentos de todos os segmentos e classes sociais. A ArtRio é muito mais do que um evento comercial: buscamos fomentar uma postura inclusiva e democrática”, explica.
A sede do escritório da ArtRio, em 2010, foi montada em seu antigo ateliê – e permanece ali até hoje, com poucas mudanças na configuração original “O que revisamos, durante esses anos, foi o esquema de trabalho. Na pandemia, percebemos que conseguíamos funcionar remotamente com eficiência. Somos uma equipe muito afinada e, como a maioria é mulher e mãe, uma entende a outra”, revela.
Envolvida atualmente com o projeto de sua casa – o imóvel que acaba de comprar no bairro do Humaitá, no Rio –, Brenda convidou o arquiteto Pedro Évora para pilotar a reforma.
Foi ele quem assinou, na última ArtRio, o Pavilhão MAR, de 3.000 m2, montado com uma estrutura móvel e itinerante, junto ao espelho d’água da Baía de Guanabara na Marina da Glória.
Parceiro de longa data, Pedro está preparando, no lar da empresária, um espaço para expor a sua coleção de mais de 120 obras.
“A cada edição da feira, acabo me encantando por um novo artista, como Rosana Paulino e Priscila Rooxo. Dessa vez, adquiri uma obra de Allan Weber, que estava na Galeria Galatea. Depois de tantos anos, acho que desenvolvi o olhar de investidora e acredito piamente que o mercado de arte tem passado, presente e um futuro dos mais promissores”, arremata.